versoes MBI

41
UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE EDUCAÇÃO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE PSICOLOGIA HELOISA PAPP ADAPTAÇÃO PARA O PORTUGUÊS DO MASLACH BURNOUT INVENTORY – GENERAL SURVEY (INVENTÁRIO MASLACH DE BURNOUT – POPULAÇÃO GERAL) Itajaí,(SC) 2007

Transcript of versoes MBI

Page 1: versoes MBI

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

CENTRO DE EDUCAÇÃO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

CURSO DE PSICOLOGIA

HELOISA PAPP

ADAPTAÇÃO PARA O PORTUGUÊS DO MASLACH BURNOUT INVENTORY –

GENERAL SURVEY (INVENTÁRIO MASLACH DE BURNOUT – POPULAÇÃO

GERAL)

Itajaí,(SC) 2007

Page 2: versoes MBI

1

HELOISA PAPP

ADAPTAÇÃO PARA O PORTUGUÊS DO MASLACH BURNOUT

INVENTORY – GENERAL SURVEY (INVENTÁRIO MASLACH DE BURNOUT –

POPULAÇÃO GERAL)

Projeto apresentado como requisito parcial para obtenção de créditos na disciplina Supervisão de Trabalho de Conclusão de Curso em Psicologia da Universidade do Vale do Itajaí. Orientador: Prof Dr. Eduardo José Legal.

Itajaí,(SC) 2007

Page 3: versoes MBI

2

À minha família, pela compreensão e

por sempre estarem acreditando,

incentivando e me apoiando.

Page 4: versoes MBI

3

AGRADECIMENTOS

Ao meu orientador, professor doutor Eduardo José Legal, pelo apoio,

incentivo, confiança e também por todo o aprendizado e crescimento

proporcionado a mim neste período de trabalho.

À professora doutora Elizabeth Navas Sanches e ao professor doutor

Miguel Verdinelli, pela colaboração e por aceitarem compor a banca examinadora.

À meus pais, por entenderem os momentos de ausência ou até mesmo fins

de semana longe de casa. Pelo apoio, incentivo e por estarem sempre me

estimulando e torcendo pelo meu sucesso.

Aos meus irmãos, pessoas que servem como exemplo e aos quais procuro

me espelhar sempre.

Aos meus amigos, pela compreensão e também pelos momentos de

distração, sempre necessários.

Page 5: versoes MBI

4

SUMÁRIO

Resumo ............................................................................................................... 06

INTRODUCÃO ..................................................................................................... 07

REFERENCIAL TEORICO................................................................................... 10 1 O estresse ........................................................................................................ 10 1.1 Burnout ......................................................................................................... 11 1.2 Estudos realizados sobre a síndrome de burnout .................................... 12 1.3 Instrumento de mensuração do burnout.................................................... 13 2 METODOLOGIA ............................................................................................... 16 2.1 Traducão do instrumento ............................................................................ 17 2.1.1 Retraducão ( Back Translation) ............................................................... 17 2.1.2 Pre testagem .............................................................................................. 17 2.1.3 Procedimentos Éticos............................................................................... 17 2.2 Populacão e Amostra................................................................................... 18 2.3 Instrumento................................................................................................... 19 2.4 Coleta de dados............................................................................................ 19 2.5 Analise dos dados........................................................................................ 20

3 RESULTADOS.................................................................................................. 21 3.1 Tradução da versão inglesa do MBI-GS para o português....................... 21 3.1.2 Avaliação da qualidade da tradução obtida através de consultas a especialistas da área de burnout no Brasil...................................................... 22 3.1.3 Avaliação da qualidade (através de painel com especialistas) ............. 22 3.1.4 Back Traslation ( retradução) ................................................................... 23 3.1.5 Testagem da validade da tradução............................................................23

4 DISCUSSÃO ..................................................................................................... 27

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 29

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS .................................................................... 33

ANEXO ................................................................................................................ 36

Page 6: versoes MBI

5

LISTA DE QUADROS

Quadro1. Correlações obtidas entre as respostas as versões inglesa e português do MBI-GS aplicado a professores de inglês (n=27) .................... 26

Quadro 2. Escala original e adaptada utilizada por Tamayo (1997) para o MBI-HSS...................................................................................................................... 31

Page 7: versoes MBI

6

ADAPTAÇÃO PARA O PORTUGUÊS DO MASLACH BURNOUT INVENTORY – GENERAL

SURVEY (INVENTÁRIO MASLACH DE BURNOUT – POPULAÇÃO GERAL) Orientador: Prof. Dr. Eduardo José Legal Defesa: Junho de 2007.

A síndrome de burnout, transtorno gerado em situação de trabalho, está relacionada ao absenteísmo, aposentadoria precoce e baixa produtividade. Estudos demonstraram que a síndrome não está restrita às áreas saúde e educação. Internacionalmente, o MBI-GS, sem versão brasileira, é amplamente utilizado nos estudos epidemiológicos entre profissionais de diversas áreas. Propôs-se então, tradução e adaptação desse instrumento. Foram feitas, inicialmente, três traduções literais por tradutores diferentes. As traduções foram submetidas à discussão com conhecedores da língua inglesa e da síndrome, chegando numa versão portuguesa consensual e satisfatória. Esta e a original foram aplicadas em professores bilíngües em dois momentos distintos. A análise de variância para dados não paramétricos demonstrou diferenças significativas nas questões 1 (Z=-2,05; p<0,05) e 14 (Z=-1,983; p< 0,05); e em análise de correlação, nas questões 5 e 13. A revisão com dicionários especializados e discussão mostrou que a tradução de duas palavras em duas frases distintas poderia ser melhorada (questões1 - esgotado, 5 – eficiente); na 13, a palavra de confusão é realmente usada, neste contexto, na forma como foi traduzida; e, na 14 houve confusão dos respondentes devido a falsos cognatos (cynical). A versão atual já pode ser testada quanto a sua validade. Palavras chaves: Burnout, MBI-GS, Psicometria.

Page 8: versoes MBI

7

1 INTRODUÇÃO

São apontados, na literatura técnica, muitos fatores relacionados ao

desenvolvimento do burnout. Estudos realizados sobre a síndrome apontam que

aspectos individuais ligados à condição de trabalho podem causar conseqüências

emocionais/físicas (exaustão emocional), no relacionamento interpessoal

(despersonalização) e na capacidade de trabalho (reduzida realização

profissional), podendo, em seu estágio final, levar o trabalhador ao abandono do

emprego.

A literatura especializada na área de burnout, mas não a de estresse

ocupacional, tem apontado índices mais altos da síndrome entre os profissionais

das áreas assistenciais (saúde, educação, polícia e bombeiros). Não se pode

negar o grande valor e contribuição que todas estas profissões oferecem, no

entanto, outros trabalhos (teóricos e de empíricos) têm demonstrado que essas

diferenças entre áreas profissionais pode ser efeito da tendência dos

pesquisadores e não necessariamente em função da ocupação profissional.

Apesar da maioria de estudos relacionados ao burnout serem com

profissionais de origem assistencial, autores como Freudenberger (1975) – que foi

quem cunhou o termo para este quadro psicopatológico – apontam que a

síndrome também pode ocorrer em profissionais que não oferecem assistência

aos demais. Este fato vai ao encontro aos achados de Golembiewsky,

Munzenrider e Carter (1983 apud TAMAYO e TRÓCCOLI, 2001) que se referem

ao burnout como um processo de adoecimento ocupacional provocado por fatores

no ambiente de trabalho e não, necessariamente por fatores ligados a

Page 9: versoes MBI

8

personalidade do trabalhador. O burnout é um problema de saúde

mental/ocupacional que afeta não apenas trabalhadores nas áreas de saúde e

educação. Internacionalmente, o tema tem sido investigado nas várias áreas de

atuação profissional utilizando de instrumentos padronizados. Para estas áreas

profissionais especificamente o Maslach Burnout Inventory – General Survey

(MBI-GS), desenvolvido por Schaufelli et al. , em 1996, é o instrumento mais

utilizado por permitir a mensuração das três dimensões desta síndrome. O MBI-

GS foi traduzido, adaptado e validado para o espanhol (GIL-MONTE, 2002),

holandês (ROELOFS et al., 2004) e japonês (KITAOKA-HIGASHIGUCHI et al.,

2004).

No Brasil, dados sobre outros profissionais que não sejam provenientes dos

que trabalham em área de assistência (médicos, enfermeiros, educadores, etc)

são raros. Tal escassez de dados pode ser relativa à falta de instrumentos

adaptados e validados para a população que não seja da área de saúde e

educação. A única versão traduzida do principal instrumento de medida das

dimensões de burnout ainda é o Inventário de burnout - MBI (Maslach Burnout

Inventory – Human Services Survey) versão adaptada para profissionais de saúde

e o MBI-ES (Maslach Burnout Inventory – Educational Survey) para profissionais

da área de educação (VIEIRA et al., 2006). Este instrumento foi traduzido,

adaptado e validado em diversas línguas (BARNETT, BRENNAN e GAREIS,

1999).

Dada a falta de instrumentos internacionalmente importantes para estudos

epidemiológicos da síndrome de burnout, fez-se necessário, então, a tradução,

adaptação e validação do MBI-GS para que novo impulso no campo da saúde do

Page 10: versoes MBI

9

trabalhador seja dado e novos conhecimentos sejam adquiridos, tanto sobre a

síndrome quanto suas causas. Os dois primeiros objetivos (tradução e adaptação)

do MBI-GS são as contribuições deste projeto, visando contribuir para o avanço

das pesquisas sobre o tema no país.

Page 11: versoes MBI

10

2 REFERENCIAL TEORICO

2.1 O estresse

Quando se fala em estresse, normalmente a primeira ligação feita é

relacionando-o como sendo uma conseqüência do trabalho. Porém, o estresse é

um processo que pode atingir tanto adultos, como adolescentes e crianças, tendo

estes uma profissão estabelecida ou não. Em sua pesquisa, Souza e Carneiro

(2005) descobriram que a prevalência de estresse é maior em mulheres que em

homens.

O organismo tende a buscar sempre um equilíbrio, seja físico, mental ou

emocional. Sendo assim, o estresse pode ser visto como um processo de

adaptação e reajuste do organismo, quando este balanceamento não for

alcançado (BENEVIDES-PEREIRA,2002). Nesta ação são diferenciadas três

fases: a de reação de alarme, a etapa de resistência e a etapa de esgotamento

(BENEVIDES- PEREIRA, 2002; GADZELLA,1994).

Dentro da situação de trabalho mais detalhadamente, podem ser

encontradas duas outras especificações relacionadas ao estresse: o burnout e o

estresse ocupacional. Cada um destes apresenta um conceito próprio, mas

assemelham-se, pois ambos têm como condição primordial o trabalho e suas

implicações (BENEVIDES-PEREIRA, 2002).

Page 12: versoes MBI

11

Conforme a mesma autora, o estresse ocupacional está diretamente

relacionado com a atividade que é desempenhada pelo individuo. Apresenta-se

como uma constante no cotidiano de muitas pessoas, manifestando-se quando o

trabalho do individuo é cansativo, frustrante e pouco compensador (REINHOLD

apud CAMPOS, ROCHA, CAMPOS, 1996). Manifesta-se quando o profissional se

dedica excessivamente ao trabalho resultando na sobrecarga, mas dificilmente

resultará nos sintomas presentes no burnout (BENEVIDES-PEREIRA, 2002).

2.1 Burnout

O burnout é caracterizado por um conjunto de sintomas agrupados em três

dimensões: a exaustão emocional; despersonalização ou cinismo e reduzida

realização profissional. A exaustão emocional é considerada o conjunto de

sintomas mais proeminente da síndrome (MASLACH et al., 2001) e caracteriza-se

por fadiga e esgotamento emocional (BENEVIDES-PERIEIRA, 2002; REINHOLD,

1996; TAMAYO e TRÓCOLLI, 2001) e negativismo (WEBER e JAEKEL-

REINHARD, 2000), fazendo com que o individuo sinta que está sendo muito

exigido e debilitado nos seus recursos emocionais; frieza, dureza no contato com

seus clientes e colegas são os sintomas característicos da dimensão

despersonalização (BENEVIDES-PEREIRA, 2002; REINHOLD, 1996; TAMAYO e

TRÓCOLLI, 2001); já, sentimentos de incompetência e percepção de um

desempenho insatisfatório que pode, em seu estágio final, levar o trabalhador ao

abandono do trabalho, são característicos da dimensão de reduzida realização

Page 13: versoes MBI

12

profissional (BENEVIDES-PEREIRA, 2002; MARTÍNEZ, 1997; REINHOLD, 1996;

TAMAYO e TRÓCOLLI, 2001).

As causas do burnout não são conhecidas, mas há pelo menos três

hipóteses para seu desencadeamento: 1) resulta do estresse crônico no ambiente

de trabalho e da falta de recursos (psicológicos) para lidar com a situação –

enfatiza-se, nesta hipótese, a pressão e a sociedade; 2) resulta da inadequação

do indivíduo ao ambiente organizacional, geralmente indivíduos mais idealistas e

altamente motivados; quando percebem que seus esforços não são suficientes

para alcançar seus objetivos desistem do que fazem e/ou sofrem com esta

situação – enfatizam-se, neste caso, questões individuais, pessoais; e, 3) resulta

da inadequação do indivíduo (pessoa) com o ambiente de trabalho – enfatiza-se

aqui, as interações entre o indivíduo e seu meio social.

2.2 Estudos realizados sobre a síndrome de Burnout

No Brasil, todos os estudos realizados sobre a síndrome de Burnout estão

relacionados à profissionais denominados de assistenciais, ou seja, que prestam

assistência a outras pessoas, trabalhando assim diretamente com o contato

humano. Apesar disto, é também consenso entre os principais autores na área

(GIL-MONTE, 2002; MASLACH et al., 2001; LEITER e ROBICHAUD, 1997;

SHAUFELI et al., 1996) que a síndrome não afeta apenas os profissionais desta

área. Sendo um processo que se desenvolve a partir das pressões encontradas

no ambiente de trabalho, qualquer profissional, em qualquer função, pode

desenvolver burnout. Este fato ao encontro aos achados de Golembiewsky,

Page 14: versoes MBI

13

Munzenrider e Carter (1983 apud TAMAYO e TRÓCCOLI, 2001) que se referem

ao burnout como um “processo virulento”. Conforme estes mesmos autores o

individuo susceptível ao burnout seria aquele que trabalha em condições precárias

por um longo período.

Organizações que possuem níveis de hierarquia bem estabelecida, muito

centradas em regras têm mais susceptibilidade ao desenvolvimento de burnout

entre seus colaboradores (MASLACH e LEITER, 1999).

É notório que estas não são características exclusivas de pessoas que

prestam ajuda à outras. Daí tem-se observado a falta, a importância, e a

necessidade de ampliar os estudos, até então quase que exclusivamente voltados

aos profissionais assistencialistas, para outras áreas ocupacionais. No entanto,

nos falta instrumentos apropriados para tal empreitada.

2.3 Instrumentos de Mensuração do Burnout

Usualmente os testes psicológicos e outros instrumentos em Psicologia têm

como função medir diferenças entre indivíduos, sendo uma medida objetiva e

padronizada de uma amostra de comportamento (ANASTASI e URBINA, 2000).

Desta forma estes instrumentos nos possibilitam observar um

comportamento e objetivá-lo através de escalas numéricas. Estes

comportamentos normalmente são de difícil mensuração através da teoria pura.

Uma testagem que resume o desempenho do individuo em números é chamada

de testagem psicométrica (CRONBACH, 1996), e é de extrema utilidade nas

diversas situações de atuação profissional.

Page 15: versoes MBI

14

A versão do principal instrumento para avaliação do burnout é o MBI

(Maslach Burnout Inventory). Este instrumento possui quatro versões na língua

inglesa (que já foram traduzidos para outras línguas): uma para profissionais da

área de saúde (MBI-HSS), outro para educadores (MBI-ES), uma terceira, mais

abrangente, para profissionais de qualquer outra área, o MBI-GS e uma versão

adaptada deste último para estudandes, o MBI-SS (Maslach Burnout Inventory –

Students Survey) (SCHAUFELLI et al., 2002).

No Brasil, existem traduções de versões que podem ser tanto utilizadas em

profissionais de saúde como educadores (LAUTERT, 1997; NEPASB apud

BENEVIDES-PEREIRA, 2002; TAMAYO, 1997). A mais utilizada é a de Tamayo

(1997), mas seu escore não foi normatizado. Recentemente, Carlotto e Câmara

(2004) realizaram a validação fatorial desta versão do MBI. Por conta deste fato,

quase todos os trabalhos realizados sobre a síndrome no país, são dirigidos a

profissionais de saúde e educação.

Outras categorias profissionais que não mantém tanto contato com o

público ainda não são alvos destas pesquisas, dada a falta de instrumentos

traduzidos ou construídos.

Como o MBI-HSS e o MBI-ES foram elaborados para medir o nível de

burnout em profissionais da saúde e da educação, reaproveitar este mesmo

instrumento para avaliar o burnout em outros profissionais não seria possível e

nem coerente, dado o tipo de relações estabelecidas entre trabalhadores e

clientes nestas profissões.

A fim de resolver esta questão foi elaborada uma escala que permite avaliar

a síndrome em qualquer área profissional. Para tanto, o MBI-HSS e ES

Page 16: versoes MBI

15

diferenciam-se do MBI-GS pois este último irá avaliar a crise do profissional em

relação ao seu trabalho diretamente, já o MBI-HSS/ES avalia a relação de um

profissional sobre a pessoa que está sendo assistida.

Pelas razões aqui expostas, a tradução e validação do MBI-GS é de grande

valia nas pesquisas sobre o fenômeno de burnout em profissionais falantes da

língua portuguesa do Brasil.

Page 17: versoes MBI

16

3 METODOLOGIA

3.1 Tradução do instrumento

Todo o processo de tradução e adaptação está fundamentado nos

procedimentos utilizados por Alves et al. (2004).

Para a realização da tradução foram levados em consideração os seis

critérios de equivalência propostos por Herdman (apud ALVES et al., 2004): 1)

conceitual; 2) entre os itens; 3) semântica; 4) operacional; 5) de medidas; e, 6)

funcional.

A tradução foi realizada simultaneamente por quatro tradutores (orientanda,

orientador e professor de inglês do Núcleo de Estudos de Língua e Literatura

Estrangeira – NELLE – UNIVALI, campus Itajaí).

Os itens foram também classificados quanto a dificuldade de tradução, de

acordo com uma escala ordinal de cinco itens, variando de “muito difícil” (5) a

“muito fácil” (1), comentando o porquê das dificuldades encontradas na tradução.

Esta três versões mais a original em inglês, foram enviadas, via correio

eletrônico, para mais três pesquisadores brasileiros que trabalham com burnout a

fim de se estabelecer uma primeira tradução de consenso. Os juízes avaliaram os

seguintes critérios: clareza da redação, uso da linguagem coloquial e equivalência

de sentido das perguntas e respostas. Os itens foram avaliados de acordo com

uma escala ordinal de cinco itens, como a citada acima. Pediu-se aos juízes que

comentem suas respostas sugerindo alterações.

Page 18: versoes MBI

17

3.1.1 Retradução (Back Translation)

A versão preliminar obtida no procedimento descrito no item anterior foi

submetida a retradução do português para o inglês por dois professores

independentes de dois cursos de inglês.

Estas retraduções mais a versão original do MBI-GS, em inglês, foram

enviadas a três pesquisadores da área para nova avaliação de conteúdo e

sugestões de mudança.

3.1.2 Pré-testagem

Para testar a validade da versão adaptada para o português obtida pelos

procedimentos 4.1 e 4.2, os dois instrumentos (a versão original em inglês e em

português) foram administradas a professores de inglês de escolas de idiomas da

cidade de Itajaí,Balneário Camboriú e Jaraguá do Sul. Primeiro eles responderam

a versão em português e depois de uma semana, a versão em inglês.

Os resultados foram comparados através de análise de correlação entre

cada um dos itens equivalentes.

3.1.3 Procedimentos Éticos

Por se tratar de um trabalho onde o profissional, no item 4.4, precisará

identificar-se para que o procedimento possa ser realizado (comparação entre a

primeira e a segunda testagem) os voluntários foram solicitados a assinar um

Page 19: versoes MBI

18

termo de consentimento livre e esclarecido onde concordam com os termos

estabelecidos (preservação do anonimato dos respondentes e retirada do

consentimento no momento que lhe convier, participar das duas fases da

testagem).

A todos os voluntários foram realizadas devolutivas sobre o projeto e sobre

os sintomas apresentados, ainda que escores de burnout não sejam possíveis

(dado que este instrumento não foi normatizado para o Brasil e nem é objetivo do

trabalho fazê-lo).

3.2 População e Amostra

A população constituiu em professores de Inglês das regiões de Balneário

Camboriú, Itajaí e Jaraguá do Sul. No total foram 35 professores que receberam o

instrumento para ser respondido. Ao fim da coleta, retornaram 27 questionários

resultando na amostra da pesquisa.

3.3 Instrumento

O MBI-GS mantêm a estrutura tridimensional do HSS. Contém 16 questões

que visam medir a exaustão emocional, despersonalização ou cinismo, e reduzida

realização profissional. Para a mensuração da realização profissional o

instrumento é composto de seis itens que dão ênfase ao aspecto social e não

social do trabalho centrando-se nas expectativas que o trabalhador possui. No

Page 20: versoes MBI

19

instrumento, cinco itens medem a exaustão emocional. Estes incluem aspectos de

fadiga física e emocional que o trabalho proporciona, sem mencionar as pessoas

que podem estar fazendo parte deste processo. A subscala da despersonalização

ou cinismo é mensurada por cinco itens e apontam atitudes de distanciamento em

relação ao trabalho (GIL-MONTE,2002).

A escala para responder à esses itens varia da seguinte forma:

0= Nunca

1=Algumas vezes por ano ou menos

2= Uma vez por mês ou menos

3= Algumas vezes por mês

4= Uma vez por semana

5= Algumas vezes por semana

6= Todos os dias

3.4 Coleta de Dados

A coleta de dados foi feita em escolas de Inglês dos municípios de

Balneário Camboriu, Itajaí e Jaraguá do Sul. Primeiramente pediu-se que os

professores respondessem a versão em Inglês e uma semana depois a versão em

Português.

Page 21: versoes MBI

20

3.5 Análise dos Dados

Os dados foram analisados a partir do programa estatístico SPSS

(Statistical Package for Social Sciences). Os resultados foram comparados através

de análise de correlação entre cada um dos itens equivalentes, para assim

verificar a correlação e correspondência das questões nas versões em inglês e em

português.

Page 22: versoes MBI

21

4 RESULTADOS

Os resultados da tradução e adaptação do Maslach Burnout Inventory –

General Survey (MBI-GS) foram apresentados a seguir, na seguinte ordem: (a)

tradução da versão inglesa do MBI-GS para o português; (b) avaliação da

qualidade da tradução obtida através de consultas a especialistas da área de

burnout do Brasil; (c) back translation (retradução) para o inglês da primeira

tradução adaptada do instrumento; (d) avaliação da qualidade (através de painel

com especialistas) das traduções para o português e sua retradução a partir da

versão original do MBI-GS; (e) testagem da validade da tradução obtida em

professores de inglês respondendo a versão portuguesa e inglesa do instrumento.

4.1 Tradução da versão inglesa do MBI-GS para o português

Inicialmente foi realizada a tradução literal do instrumento. Nesta etapa os

pesquisadores, assim como dois professores de inglês, traduziram o MBI-GS para

o português de maneira literal, ou seja, sem modificar as palavras no momento da

tradução.

Após este processo foi feita a comparação das quatro traduções. A partir

desta checagem elaborou-se a primeira versão adaptada do MBI-GS, a qual

chamamos de “versão 1”.

Page 23: versoes MBI

22

Na parte da retradução, foi solicitado a dois professores de inglês

independentes, que retraduzissem a versão 1 para o inglês. Estas retraduções

foram comparadas ao original, o MBI-GS na língua inglesa.

4.1.2 Avaliação da qualidade da tradução obtida através de consultas à

especialistas da área de burnout no Brasil

Foram contatados, via e-mail, três especialistas na área de burnout para

que respondessem o instrumento, Porém, nenhum deles enviou seu parecer.

Sendo assim, não foi possível averiguar a qualidade da tradução obtida através de

consultas à especialistas na área.

4.1.3 Avaliação da qualidade (através de painel com falantes da língua

inglesa)

Com o objetivo de uma melhor adaptação do instrumento, foi realizado uma

reunião para discutir a tradução adaptada do MBI-GS, visto que a “versão 1” não

obteve uma forma semanticamente coerente para o português, não trazendo o

sentido correto quando traduzidas. Esta etapa foi denominada de “ Painel de

Bilíngües” e constituiu na presença de dois professores de inglês, dois

pesquisadores e duas pessoas que moraram em país de língua inglesa por mais

de um ano.

Neste painel discutiu-se a versão 1, as melhorias que poderiam ser feitas e

formas de retradução das sentenças. Por fim, chegou-se num consenso e obteve-

Page 24: versoes MBI

23

se uma nova versão do MBI-GS adaptada para o português, desta vez a “versão

2”.

4.1.4 Back Traslation ( retradução)

Mesmo com o painel de bilingues, consideramos que a “versão 2” poderia

ser aperfeiçoada. A parte da retradução também deixou a desejar. Os tradutores

de inglês simplesmente retraduziram as frases sem se preocupar com a

adaptação para a referida língua.

Neste sentido, uma nova retradução foi realizada por uma professora de

português australiana. A nova retradução foi comparada a sua original através do

procedimento teste-reteste em oito bilíngües, obtendo uma correlação geral de

rho: 0,59. O índice demonstrou que a versão original e a retraduzida foram

compreendidas de modo semelhante.

4.1.5 Testagem da validade da tradução

Esta versão final foi aplicada em 35 professores de Inglês dos municípios

de balneário Camboriu, Itajaí e Jaraguá do Sul. Porém, somente 27 devolveram o

instrumento. O processo de aplicação consistia em aplicar primeiro a versão em

inglês e uma semana depois a versão em português. Nos municípios de Balneário

Camboriu e Itajaí a versão inglesa foi aplicada na última semana de férias,

conseqüentemente a versão portuguesa foi aplicada quando os professores já

Page 25: versoes MBI

24

estavam em aula. Notou-se uma discrepância entre as respostas das duas

versões. Devido a isso, a versão em inglês foi reaplicada num período no qual os

professores não estavam mais em férias.

Algumas questões não mostraram correlação signficante para um alfa de

0,05. Foram os itens 1, 2, 6, 8 e 13. A questão 1 (“I feel emotionally drained from

my work”), realmente foi de difícil adaptação, pois a tradução literal seria

“emocionalmente seco” ou “sugado”. A tradução mais próxima seria

“emocionalmente esgotado”. Ainda assim, não é um termo que seja de grande

utilização no vocabulário popular. Contudo, é este o sentimento que se quer medir

pelo instrumento. Talvez, a análise fatorial nos faça rever a presença deste item

no formato final do instrumento adaptado.

O item 13 (I just want to do my job and not be bothred), foi traduzido como

“quero apenas fazer o meu trabalho sem ser incomodado”, que é o sentido mais

próximo do original em inglês. É possível que tais diferenças tenham sido reflexo

da situação pessoal do respondente, no momento da aplicação. Somente uma

amostra maior, ou o uso de um instrumento concorrente (sintomas de estresse,

por exemplo) poderia averiguar esta diferença.

Os itens 2, 6 e 8 apesar de não significantes a 0,05, estiveram próximos

dela (foram quase-significantes). Levando em consideração que se trata de um

instrumento de screening podemos considerá-las, então, dentro da significância de

segurança para o fenômeno investigado. Nos demais itens as correlações

variaram entre 0,439 e 0,841 mostrando que as questões das versões em inglês e

em português foram resolvidas de modo semelhante, apontando que as questões

são correspondentes. Todas as correlações podem ser observadas no quadro 1.

Page 26: versoes MBI

25

Quadro 1. Correlações obtidas entre as respostas as versões inglesa e português do MBI-GS aplicado a professores de inglês (n=27).

Quadro 1. Correlações obtidas entre as respostas as versões inglesa e português do MBI-GS aplicado a professores de inglês (n=27).

Através de pesquisas nos dicionários Oxford e Cambridge da língua inglesa

e de consultas a outros profissionais que têm conhecimento sobre o termo

burnout, constatou-se que as traduções adaptadas foram adequadas. O modo

como os professores de inglês responderam demonstrou que a palavra “job”

(questão 13) foi respondida de modo diferente. Contudo, o termo “job” no contexto

QUESTÃO CORRELAÇÃO (rho) SIGNIFICÂNCIA

(p)

1 0,311 0,114

2 0,338 0,085

3 0,439 0,022

4 0,841 0,000

5 0,595 0,001

6 0,371 0,057

7 0,555 0,003

8 0,357 0,067

9 0,592 0,001

10 0,630 0,000

11 0,564 0,002

12 0,461 0,016

13 0,184 0,359

14 0,501 0,008

15 0,794 0,000

16 0,822 0,000

Page 27: versoes MBI

26

da frase original, significa realmente trabalho ou tarefa. Diante deste fato,

mantemos a palavra trabalho na versão traduzida.

Page 28: versoes MBI

27

5 DISCUSSÃO

Os procedimentos utilizados demonstraram que:

1) há correspondência entre a versão original e a versão traduzida do MBI-

GS;

2) foi constatado que as respostas dadas pelos sujeitos foi coerente, ou

seja, as respostas obtidas no reteste se mantiveram estáveis em relação

ao teste.

3) As etapas do processo de adaptação do MBI-GS consistiram na

tradução do instrumento para o português, na avaliação da qualidade da

tradução, no back translation, na avaliação da qualidade através do

painel de especialistas e na testagem da validade da tradução através

do preenchimento do instrumento por professores de inglês.

A correlação geral foi de rho=0,59, demonstrando que a versão original

e a retradução foram compreendidas da mesma maneira.

4) O MBI-GS já possui traduções em outras línguas, como por exemplo no

espanhol, japonês, e holandês. No Brasil não há outros estudos da

adaptação e validação do MBI-GS.

Para a tradução e validação na versão japonesa, o MBI-GS foi

aplicado em 691 funcionários de uma empresa no Japão. Foram

avaliados os três fatores (exaustão emocional, despersonalização e

cinismo) como na versão original. Percebeu-se que as dimensões

Page 29: versoes MBI

28

“exaustão emocional” e “cinismo” obtiveram índices moderados entre

estes funcionários (KITAOCA-HIGASHIGUCHI et al., 2004).

Na versão holandesa foram examinados indivíduos diagnosticados

com ou sem burnout. Estas pessoas responderam o MBI juntamente com o

Symptom Checklist-90 e seus escores nestes dois instrumentos foram

comparados. A exaustão emocional foi altamente relacionada ao burnout neste

estudo (ROELOFES et al., 2004)

Uma versão portuguesa (Portugal) a adaptação do MBI-GS foi

realizada a partir da versão espanhola (SHAUFELLI et al., 2002). Contudo, não

há registros de validação do mesmo.

5) Juntamente com este trabalho de conclusão de curso, os

pesquisadores estão realizando uma pesquisa com recursos do ProBIC,

dando continuidade ao estudo. Nesta será feita a validação do MBI-GS.

Para tal realização está se aplicando o instrumento numa população alvo

de aproximadamente 400 trabalhadores, nas regiões de Balneário

Camboriú, Itajaí e Jaraguá do Sul.

Page 30: versoes MBI

29

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A iniciativa deu-se pesquisa pela limitação encontrada para avaliar o

burnout em qualquer tipo de profissional que não assistencialista.

Considerando que o burnout atinge profissionais que trabalham em uma

situação precária e que seus principais sintomas são a exaustão emocional,

despersonalização e reduzida realização profissionais, é de grande valia a

mensuração da síndrome em todos os profissionais, sejam assistenciais ou não,

uma vez que estes sintomas afetam diretamente a qualidade de vida e do trabalho

destas pessoas.

Sendo assim, esta pesquisa contribuiu para o avanço da área no Brasil,

visto que o único instrumento adaptado e validado em relação ao burnout no país

era o MBI-HSS (LAUTERT, 1996; NEPASB apud BENEVIDES-PEREIRA, 2002;

TAMAYO, 1997), que mede o burnout em profissionais da saúde e/ou professores.

Tamayo (1997) fez algumas mudanças no instrumento adaptado e validado

para o português. No quadro 2 pode-se verificar essa alteração que diz respeito a

escala utilizada para responder ao instrumento.

Page 31: versoes MBI

30

Quadro 2. Escala original e adaptada utilizada por Tamayo (1997) para o MBI-HSS.

Escala Original ( 7 pontos) Escala utilizada por Tamayo ( 5 pontos)

0= Nunca 1= Nunca

1= Algumas vezes por ano 2= Raramente

2= Uma vez por mês ou menos 3= Algumas vezes

3= Algumas vezes por mês 4= Freqüentemente

4= Uma vez por semana 5= Sempre

5= Algumas vezes por semana

6= Todos os dias

Admitimos que a escala original possa ter um entendimento mais

complicado para os respondentes, porém é a mais adequada para medir o

burnout. Isto porque a escala é mais concreta, mede exatamente a quantidade de

vezes que tais sintomas aparecem. Além disso, a confiabilidade do instrumento

original foi obtida a partir da escala de sete pontos e não de cinco. Isto incorre em

escores que inviabilizam as comparações de aplicações internacionais.

Dizer que freqüentemente sinto-me esgotado pelo trabalho ou falar que isto

acontece uma vez por semana, por exemplo, pode ter uma grande diferença.

Afinal, o quanto é exatamente “freqüentemente”? Será que todos temos a mesma

percepção em relação a este termo? Portanto, torna-se difícil medir e comparar os

escores quando avaliados desta maneira, podendo inclusive prejudicar o resultado

final de uma pesquisa.

Page 32: versoes MBI

31

Devido a este fato, e considerando que o MBI-GS atinge uma população de

profissionais que obtenham no mínimo o ensino médio completo, optamos por

manter a escala original. Acreditamos que assim, os dados poderão ser medidos

de uma forma mais fidedigna, tendo maior aproximação da escala original e dos

sintomas de burnout entre os trabalhadores em questão.

Outra importante observação refere-se a tradução e adaptação do

instrumento. Os pesquisadores tiveram uma grande preocupação em não somente

traduzir as frases do inglês para o português. Sabe-se que cada país tem sua

cultura e modo de falar diferente um do outro. Portanto, a adaptação para a

referida língua é essencial para um bom entendimento de quem vai responder o

instrumento.

Há que se considerar que houve dificuldade na adaptação de algumas

palavras. Por exemplo, no termo burnout (que aparece na questão 6), pois não há

tradução equivalente da palavra para a língua portuguesa. Um outro problema

encontrado foi na tradução realizada pelos profissionais de inglês. Estes não

realizaram o trabalho que esperávamos, e, portanto não utilizamos de suas

traduções e adaptação. Sendo assim, o painel de bilíngües foi de grande

importância possibilitando que discutíssemos os termos e as frases do

instrumento.

Considerando tal estudo, para trabalhos futuros, sugere-se que seja feita a

validação concorrente do MBI-GS e MBI-HSS em profissionais de saúde ou

educação, para que possa comparar as duas versões e seus resultados.

Page 33: versoes MBI

32

A partir da tradução do MBI-GS no Brasil, será possível aplicar este

instrumento em sua população alvo, que consiste em trabalhadores em geral, e

não apenas os da área de saúde ou educação.

Page 34: versoes MBI

33

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALVES, M. G. M., CHOR, D., FAERSTEIN, E. ET AL. Versão resumida da “Job stress scale”: adaptação para o português. Revista Saúde Pública, 38(2), 2004, p. 164-71. ANASTASI, A.; URBINA, S. Testagem psicológica. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000. BARNETT, R.C.; BRENNAN, R.T.; GAREIS, K.C. A closer look at the measurement of burnout. Journal of Applied Biobehavioral Research, 4(2), 1999, p. 65-78. BENEVIDES-PEREIRA, A.M.T. Burnout: o processo de adoecer pelo trabalho. In: BENEVIDES –PEREIRA, A.M.T. (Org). Burnout: quando o trabalho ameaça o bem-estar do trabalhador. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2002, p.21-91. BENEVIDES-PEREIRA, A.M.T. O estado da arte do burnout no Brasil. Revista Eletrônica InterAção Psy, 1(1), 2003, p.4-11. Disponível em: http://www.dpi.uem.br/Interacao/Numero%201/PDF/Artigos/Artigo2.pdf. CARLOTTO, M.S.; CÂMARA, S.G. Análise fatorial do Maslach Burnout Inventory (MBI) em uma amostre de professores de uma instituição particular. Psicologia em Estudo, 9(3), 2004, p. 400-505. CODO, W. e VASQUES-MENEZES, I. O que é burnout. In: CODO, W. (Coord.). Educação: carinho e trabalho. 3 ed. Petrópolis: Vozes, 1999, p. 237-54. CRONBACH, L. Fundamentos da testagem psicológica. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996.

Freudenberger, H. J. (1975). The Staff Burnout. Journal of Social Inssues, 30, 159-165.

GIL-MONTE, P.R. Validez factorial de la adaptación al español del Maslach Burnout Inventory- General Survey. Salud Pública del México, 44(1), 2002, p.33-40. GOLEMBIEWSKI, R.T.; MUNZENRIDER, R.; CARTER, D. Phases of progressive burnout and their work sites covariates. J. Applied Beh. Sci.,19, 1983, p. 461-481.

Page 35: versoes MBI

34

KITAOCA-HIGASHIGUCHI, K.; NAKAGAWA, H.; MORIKAWA, Y.; ET AL. Construct validity of the Maslach Burnout Inventory- General Survey. Stress and Health, 20(5), 2004, p. 255-260. LAUTERT, L. O desgaste profissional: estudo empírico com enfermeiras que trabalham em hospitais. Revista Gaúcha de Enfermagem, 18, 1997, p. 133-144. LEITER, M.; ROBICHAUD, L. Relationships of occupational Hazards with Burnout: An assessment of measures and models. J. Occup. Health Psychol., 2(1), 1997, p. 35-44.

MARTINEZ, J.C.A. Aspectos epidemiológicos del síndrome de burnout en personal sanitario. Rev. Esp. de Salud Publica, 71(3), 1997, p. 293-303.

MASLACH, C.; SCHAUFELI, W.; LEITER, M. Job Burnout. Annual Reviews of Psychology, v.52, 2001, p. 397-422. MASLACH, C. P.; LEITER, P. M. Fonte de prazer ou desgaste? Guia para vencer o estresse na empresa. Campinas: Papirus, 1999. REINHOLD, H.H. Stress ocupacional do professor. In: LIPP, M. Pesquisas sobre stress no Brasil: saúde, ocupações e grupos de risco. Campinas: Papirus, 1996, p. 169-194. ROELOFES, J., VERBRAAK,M., ET AL. Psychometric properities of a Dutch version of the Maslach Burnout Inventory General Survey ( MBI-DV) in individuals with and without clinical burnout. Stress and Health., 21(1), 2004, p.17-25 SHAUFELI, W.B.; LEITER, M.P.; MASLACH, C.; JACKSON,S.E. MBI- General Survey. Palo Alto: Consulting Psychologists Press, 1996. SHAUFELI, W.B.; MARTINEZ, I.M.; PINTO, A.M.; ET AL. Burnout and engagement in university students. Journal od Cross-Cultural Psychology., 33(5), 2002, p. 464-481. TAMAYO, M.R. Relação entre síndrome de burnout e os valores organizacionais no pessoal de enfermagem de dois hospitais públicos. Dissertação de Mestrado. Instituto de Psicologia, Universidade de Brasília, Brasília, 1997. TAMAYO, M.R., TROCCOLI, B.T. Burnout no trabalho. In MENDES, A. M., MORRONE, C. F. (Org.) . Trabalho em transição, saúde em risco. Brasília: Editora da UnB, 2002, p. 43-61.

Page 36: versoes MBI

35

VIEIRA,I.;RAMOS,A.;ET AL. Burnout na clínica psiquiátrica:relato de caso.Revista Psiquiátrica.28(3),2006,p.362-356. WEBER, A; JAEKEL-REINHARD, A. Burnout syndrome: a disease of modern societies? Occup. Med., 50(7), 2000, p.512-517.

Page 37: versoes MBI

36

8 ANEXOS

Page 38: versoes MBI

37

Anexo 1. Versão original do MBI-GS

WILMAR B. SHAUFELLI, MICHAEL P. LEITER, CHRISTINA MASLACH, SUSAN E.

JACKSON

MBI – General Survey

The purpose of this survey is to asses show staff

members view their job and their reactions to their

work.l

On the following page there are 16 statements of job-related feelings. Please read each statement

carefully and decide if you ever feel this way your job. If you have never had this feeling, write a

“0” (zero) in the space before the statement. If you have had this feeling, indicate how often you

feel it by writing the number (from 1 to 6) that best describes how you feel that way. An example is

shown below.

Example

How often: 0 1 2 3 4 5 6

Never A few

times a

year or less

Once a

month or

less

A few

times a

month

Once a

week

A few

times a

week

Every

day

How Often

0 - 6

Statement:

I. _________ I feel depressed at work.

If you never feel depressed at work, you would write the number “0” (zero) under then heading “How

often.” If you rarely feel depressed at work (a few times a year of less), you woud write the number

“1”. If your feelings of depression are fairly frequent (a few times a week, but not daily) you would

write a “5”.

Page 39: versoes MBI

38

MBI – General Survey

How often: 0 1 2 3 4 5 6

Never A few

times a

year or

less

Once a month

or less

A few

times a

month

Once a

week

A few

times a

week

Every day

How Often

0 – 6 Statements

1. ____________ I feel emotionally drained from my work.

2. ____________ I feel used up at the end of the workday.

3. ____________ I feel tired when I get up in the morning and have to face another day on the job.

4. ____________ Working all day is really a strain for me.

5. ____________ I can effectively solve the problems that arise in my work.

6. ____________ I feel burned out from my work.

7. ____________ I feel I am making an effective contribution to what this organization does.

8. ____________ I have become less interested in my work since I stated this job.

9. ____________ I have become less enthusiastic about my work.

10. ____________ In my opinion, I am good in my job.

11. ____________ I feel exhilarated when accomplish something at work.

12. ____________ I have accomplished many worthwhile things in this job.

13. ____________ I just want to do my job and not be bothered.

14. ____________ I have become more cynical about whether my work contributes anything.

15. ____________ I doubt the significance of my work.

16. ____________ At my work, I feel confident that I am effective at getting things done.

Page 40: versoes MBI

39

Anexo 2. Versão traduzida e adaptada do MBI-GS

WILMAR B. SHAUFELLI, MICHAEL P. LEITER, CHRISTINA MASLACH, SUSAN E. JACKSON

MBI – General Survey

O objetivo deste levantamento é saber como os membros da equipe percebem e reagem ao seu

trabalho. Na página seguinte constam 16 afirmações sobre sentimentos em relação ao trabalho. Por favor, leia cuidadosamente cada afirmação e pense se você se sente deste modo em seu emprego. Se você nunca se sentiu assim assinale “0” (zero) no espaço a direita da afirmativa. Se você tem este sentimento indique a freqüência assinalando um número (de 1 a 6) que melhor descreva este sentimento. Um exemplo é mostrado abaixo: Exemplo

Freqüência 0 1 2 3 4 5 6

Nunca

Poucas vezes em um ano ou

menos

Uma vez por mês ou

menos

Poucas vezes em um

mês

Uma vez por semana

Algumas vezes

na semana

Todos os

dias

Freqüência

0 - 6

Afirmativa:

I. _________ Sinto-me deprimido no trabalho. Se você nunca se sentiu deprimido no trabalho, assinale o número “0” (zero) na coluna à direita “Freqüência”. Se você raramente se sente deprimido no trabalho (poucas vezes em um ano ou menos), você pode assinalar o número “1”. Se seus sentimentos depressivos são bastante freqüentes (poucas vezes na semana, mas não diariamente) você deve assinalar o número “5”.

Page 41: versoes MBI

40

MBI – General Survey

Freqüência: 0 1 2 3 4 5 6

Nunca Poucas vezes em um ano ou

menos

Uma vez por mês ou

menos

Poucas vezes em um mês

Uma vez por

semana

Algumas vezes na semana

Todos os dias

Freqüência

0 – 6 Afirmativas

1. ____________ Meu trabalho me deixa emocionalmente esgotado.

2. ____________ Sinto-me acabado depois de um dia de trabalho.

3. ____________ Sinto-me cansado quando acordo e tenho de enfrentar outro dia de trabalho.

4. ____________ Trabalhar o dia inteiro é muito pesado para mim.

5. ____________ Posso resolver de modo eficaz os problemas que surgem no meu trabalho.

6. ____________ Sinto-me esgotado pelo meu trabalho.

7. ____________ Sinto que estou contribuindo de modo eficaz para o que esta organização faz.

8. ____________

Tornei-me menos interessado no meu trabalho desde que comecei neste emprego.

9. ____________ Estou perdendo o entusiasmo pelo meu trabalho.

10. ____________ Em minha opinião, faço um bom trabalho nesta empresa.

11. ____________ Sinto-me realizado quando termino alguma coisa no trabalho.

12. ____________ Tenho realizado várias coisas que valem à pena neste emprego.

13. ____________ Quero apenas fazer o meu trabalho sem ser incomodado.

14. ____________ Acho que meu trabalho não contribua para nada.

15. ____________ Duvido que meu trabalho tenha alguma importância

16. ____________ Sinto-me confiante de que deixo as coisas eficientemente prontas no meu trabalho.