Uso dos antibioticos nas urgências gastroenterológicas

15
UFPB CENTRO DE CIÊNCIAS MÉDICAS DEPARTAMENTO DE CIRURGIA INTERNATO –CIRURGIA GERAL PROFESSOR: MARCELO RANGEL Antibioticotera pia nas urgências gastroenterológ icas

description

Roteirinho de estudos

Transcript of Uso dos antibioticos nas urgências gastroenterológicas

Page 1: Uso dos antibioticos nas urgências gastroenterológicas

UFPB

CENTRO DE CIÊNCIAS MÉDICASDEPARTAMENTO DE CIRURGIAINTERNATO –CIRURGIA GERAL

PROFESSOR: MARCELO RANGEL

Antibioticoterapia nas urgências

gastroenterológicas

Page 2: Uso dos antibioticos nas urgências gastroenterológicas

INTRODUÇÃO

OLIVEIRA, CAR - UFPB

ANTIBIOTICOTERAPIA NAS URGÊNCIAS GASTROENTEROLÓGICAS

Esôfago: bactérias da saliva e alimentosEstômago= anaeróbios, E. coli (nível mínimo)

Duodeno= anaeróbios, E. coliÍleo distal= E. coli, B. fragilis

Cólon= 96-99% Anaeróbios:B. fragilis, lactobacilos, Clostridium; 1-4% Enterobactérias

(aeróbios facultativos)Vesícula biliar= Ø

Abscessos e peritonites = enterobactérias

“Um indivíduo saudável convive harmoniosamente com a microbiota normal, que se estabelece (coloniza) em

determinados locais do corpo.”

Page 3: Uso dos antibioticos nas urgências gastroenterológicas

ESCOLHA DO ATB

OLIVEIRA, CAR - UFPB

ANTIBIOTICOTERAPIA NAS URGÊNCIAS GASTROENTEROLÓGICAS

•Utilizar ATB de menor espectro possível preservar anaeróbios

•Menor tempo possível mediante evolução clínica

•Racionalizar tempo de profilaxia e terapêutica

•Minimizar o surgimento de cepas resistentes

•Preferir terapêutica oral à EV

•Ação limitada dos ATB ↑[ ] bacteriana, capacidade de defesa do organismo

•Drenagem cirúrgica + ATB melhor resposta

•Associar ATB não implica necessariamente em melhor evolução clínica

Page 4: Uso dos antibioticos nas urgências gastroenterológicas

OLIVEIRA, CAR - UFPB

ANTIBIOTICOTERAPIA NAS URGÊNCIAS GASTROENTEROLÓGICAS

Page 5: Uso dos antibioticos nas urgências gastroenterológicas

Microbiota

OLIVEIRA, CAR - UFPB

ANTIBIOTICOTERAPIA NAS URGÊNCIAS GASTROENTEROLÓGICAS

ENTEROBACTÉRIAS E OUTROS G -

Resistência crescente: Cefalosporinas de 2ªG, ampicilina, sulfametaxozol-trimetoprim

Aminoglicosídeos : amicacina, gentamicina, tobramicina ↑toxicidade, ↓ atvd em ambientes ácidos

Quinolona: boa atividade

MELHOR: penincilina + inibidor de betalactamase

ANAERÓBIOS

G+ Sensíveis: penicilina e cefalosporinaResistentes: aminoglicosídeos e quinolona

G- ( a partir do íleo) Mais resistentes (B. fragilis)Sensíveis: metronidazol, penicilina + betalactamases, carbapenemicosResistentes: clindamicina, cefoxitina

ENTEROCOCOS

•Colonizadores do TGI•30% peritonites (oportunistas ou colaboradores da infecção)

Resistentes: cefalosporinas

Sensiveis: ampicilina, piperacilina, vancomicina, teicoplanina, linezolida*Infecções complicadas ou recidivantes, demais casos, cobertura é opcional!!!

Page 6: Uso dos antibioticos nas urgências gastroenterológicas

COLETA DE CULTURAS

• Reajustes terapêuticos posteriores• 2-5% dos casos

• Finalidade clínica• Finalidade epidemiológica

• Febre ou sepse = 2 hemoculturas

OLIVEIRA, CAR - UFPB

ANTIBIOTICOTERAPIA NAS URGÊNCIAS GASTROENTEROLÓGICAS

Page 7: Uso dos antibioticos nas urgências gastroenterológicas

SITUAÇÕES CLÍNICAS IMPORTANTES

OLIVEIRA, CAR - UFPB

ANTIBIOTICOTERAPIA NAS URGÊNCIAS GASTROENTEROLÓGICAS

• Peritonite e abscesso cavitário• Peritonite primária• Peritonite secundária• Apendicite• Colecistite e colangite• Pancreatite aguda• Outros

Page 8: Uso dos antibioticos nas urgências gastroenterológicas

SITUAÇÕES CLÍNICAS IMPORTANTES

• PERITONITE E ABSCESSO CAVITÁRIO

OLIVEIRA, CAR - UFPB

ANTIBIOTICOTERAPIA NAS URGÊNCIAS GASTROENTEROLÓGICAS

Não há foco primário.Translocação bacteriana

BacteremiaDeficiência imunológica

do pctPneumococo e E.coli

PERITONITE PRIMÁRIA

•Grande quantidade de secreção•Perfuração•Coleção

ATB

Ceftriaxona/ cefotaximaPenicilina + inibidor da betalactamase

Profilaxia de cirróticos com HDA ciprofloxacino 200 mg EV 12/12h

por 7 dias

Adjuvante do tto cirúrgico

Page 9: Uso dos antibioticos nas urgências gastroenterológicas

SITUAÇÕES CLÍNICAS IMPORTANTES• PERITONITE SECUNDÁRIA

OLIVEIRA, CAR - UFPB

ANTIBIOTICOTERAPIA NAS URGÊNCIAS GASTROENTEROLÓGICAS

Bactérias extravasam do TGI (perfuração

víscera oca, neoplasia, trauma)

Polimicrobiana

Adjuvante do tto cirúrgico

↑ bactérias e dificuldade de difusão

do ATB em pus e coleções ácidas

(E.coli, B.fragilis, klebsiella sp., pseudomonas, enterococo, estafilococos...)

Tto por 5 diasSuspensão após critérios clínicos (sorri, conversa, hábito intestinal restaurado, alimenta-se, não apresenta distensão

abdominal, sem febre, leucocitose < 12500)

Metronidazol + GentamicinaMetronidazol + CeftriaxonaMetronidazol + AmicacinaMetronidazol + Cefepima

Metronidazol + CefuroximaMetronidazol + Ciprofloxacino

Piperacilina-tazobactamImipenem

MeropenemCefoxitina profilaxia da PS

Page 10: Uso dos antibioticos nas urgências gastroenterológicas

SITUAÇÕES CLÍNICAS IMPORTANTES

• APENDICITE

OLIVEIRA, CAR - UFPB

ANTIBIOTICOTERAPIA NAS URGÊNCIAS GASTROENTEROLÓGICAS

•Prevenção de complicações PO

•Infecção da FO

•PROFILAXIA APENDICITE NÃO-COMPLICADA: cefazolina 1g no intra-operatório -> repetir após 3h•PROFILAXIA APENDICITE NÃO-COMPLICADA COM PERFURAÇÃO: cefoxitina, ampicilina-sulbactam, gentamicina+ metronidazol (3-5d)

•APENDICITE COMPLICADA(PS): Mesma da PS (5d – evolução clínica)

Page 11: Uso dos antibioticos nas urgências gastroenterológicas

SITUAÇÕES CLÍNICAS IMPORTANTES• COLECISTITE E COLANGITE

OLIVEIRA, CAR - UFPB

ANTIBIOTICOTERAPIA NAS URGÊNCIAS GASTROENTEROLÓGICAS

•COLECISTITE E.coli e Klebsiella sp. Ampicilina + Gentamicina OU monoterapia com cefalosporina ou inibidor da betalactamase. • Se foi feita a colecistectomia não precisa ATB no PO;

•COLECISTITE COMPLICADA (Infecções de repetição/ tumor/ necrose) B. fragilis ampicilina-sulbactam OU metronidazol + aminoglicosídeo (ou cefalosporina ou quinolona) 3-5dias

•COLANGITE: Tto semelhante a colecistite complicada porém por 3dias se condições clínicas permitirem

Page 12: Uso dos antibioticos nas urgências gastroenterológicas

SITUAÇÕES CLÍNICAS IMPORTANTES

• PANCREATITE AGUDA

OLIVEIRA, CAR - UFPB

ANTIBIOTICOTERAPIA NAS URGÊNCIAS GASTROENTEROLÓGICAS

•Indicação precoce de ATB em pancreatite grave através: presença de necrose, Ranson >3, Apache>8

•ESQUEMAS:

*Imipenem ou Meropenem ( reservar para complicações) Escassez de opções de ATB para G- resistentes a imipenem/ meropenem

Ciprofloxacina + MetronidazolPiperaciclina + TazobactamCefurozima + metronidazolCefoxatima + Metronidazol

Page 13: Uso dos antibioticos nas urgências gastroenterológicas

ATB PROFILÁTICO EM TRAUMA ABDOMINAL

OLIVEIRA, CAR - UFPB

ANTIBIOTICOTERAPIA NAS URGÊNCIAS GASTROENTEROLÓGICAS

•Início precoce

•Suspeita de ruptura de vísceras ocas iniciar ainda na emergência

•ESQUEMAS:

•TRAUMA COM LESÃO DE VÍSCERA OCA: ampicilina-sulbactam OU cefoxitima OU gentamicina + metronidazol OU ceftriaxona + metronidazol•TRAUMA SEM LESÃO DE VÍSCERA OCA: cefazolina ou cefuroxima

*Após 48h de profilaxia microbiota normal substuída por resistente, portanto ATB profilático é feito com duração de 24horas!!!

Page 14: Uso dos antibioticos nas urgências gastroenterológicas

Obrigada!

Page 15: Uso dos antibioticos nas urgências gastroenterológicas

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

OLIVEIRA, CAR - UFPB

ANTIBIOTICOTERAPIA NAS URGÊNCIAS GASTROENTEROLÓGICAS

Grinbaum, RS. Antibioticoterapia nas urgências gastroenterológicas. Ed. Medsi, 2002.