Universitári@ · Web viewSegundo NEGRÃO e BARRETO (2005), as principais recomendações de um...

16
TREINAMENTO FUNCIONAL EM CIRCUITO PARA PERDA DE PESO EM MULHERES COM SOBREPESO NIVEL III FUNCTIONAL TRAINING CIRCUIT FOR WOMEN IN WEIGHT LOSS WITH OVERWEIGHT LEVEL III Maria Angélica Souza dos Reis – [email protected] Patrícia Lusvarghi Biagiotto – [email protected] Graduandas em Educação Física – UNISALESIANO LINS Prof° Me.Leandro Paschoali Rodrigues Gomes – UNISALESIANO LINS [email protected] RESUMO Um benefício adicional do exercício regular inclui a possível prevenção da obesidade e melhora nas doenças relacionadas. O objetivo geral desta pesquisa foi através de um programa de exercício de treinamento funcional em circuito, mobilização e oxidação de gorduras, preservando o peso corporal isento de gordura. A amostra foi constituída por um grupo de 4 indivíduos do gênero feminino apresentando um quadro clínico de sobrepeso nível III. Foram realizadas vintes sessões de treinamento, distribuídas em três dias da semana, com duração de sessenta minutos cada sessão. As voluntárias foram submetidas à anamnese e avaliação física aferindo as medidas de circunferência abdominal e quadril, dobras cutâneas, peso, altura, flexibilidade e frequência cardíaca, sendo esta última monitorada durante as aulas. Concluiu-se que os valores apresentados não mostraram diferença significativa entre as avaliações propostas, porém, em uma analise clínica realizada pode-se ver algumas alterações importantes ao tipo de treinamento utilizado. Palavras-chave: Treinamento Funcional. Sobrepeso. Perda de Peso. ABSTRACT Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 7, n.15, jul- dez de 2016

Transcript of Universitári@ · Web viewSegundo NEGRÃO e BARRETO (2005), as principais recomendações de um...

1

TREINAMENTO FUNCIONAL EM CIRCUITO PARA PERDA DE PESO EM MULHERES COM SOBREPESO NIVEL III

FUNCTIONAL TRAINING CIRCUIT FOR WOMEN IN WEIGHT LOSS WITH OVERWEIGHT LEVEL III

Maria Angélica Souza dos Reis – [email protected]ícia Lusvarghi Biagiotto – [email protected]

Graduandas em Educação Física – UNISALESIANO LINS Prof° Me.Leandro Paschoali Rodrigues Gomes – UNISALESIANO LINS –

[email protected]

RESUMO

Um benefício adicional do exercício regular inclui a possível prevenção da obesidade e melhora nas doenças relacionadas. O objetivo geral desta pesquisa foi através de um programa de exercício de treinamento funcional em circuito, mobilização e oxidação de gorduras, preservando o peso corporal isento de gordura. A amostra foi constituída por um grupo de 4 indivíduos do gênero feminino apresentando um quadro clínico de sobrepeso nível III. Foram realizadas vintes sessões de treinamento, distribuídas em três dias da semana, com duração de sessenta minutos cada sessão. As voluntárias foram submetidas à anamnese e avaliação física aferindo as medidas de circunferência abdominal e quadril, dobras cutâneas, peso, altura, flexibilidade e frequência cardíaca, sendo esta última monitorada durante as aulas. Concluiu-se que os valores apresentados não mostraram diferença significativa entre as avaliações propostas, porém, em uma analise clínica realizada pode-se ver algumas alterações importantes ao tipo de treinamento utilizado.

Palavras-chave: Treinamento Funcional. Sobrepeso. Perda de Peso.

ABSTRACT

An additional benefit of regular exercise includes the possible prevention of obesity and improvement in related disorders. The overall objective of this research was through a functional training exercise program circuit, mobilization and fat oxidation, preserving body weight free of fat. The sample consisted of a group of 4 female subjects with a clinical picture of overweight level III. They were held twenties training sessions, distributed in three days a week, lasting sixty minutes each session. The volunteers were submitted to anamnesis and physical assessment by benchmarking the measures of abdominal and hip circumference, skinfold thickness, weight, height, flexibility and heart rate, the latter being monitored during the classes. It was concluded that the figures reported no significant difference between the evaluations proposed, however, in a clinical analysis performed can see some important changes to the type of training used.

Keywords: Functional Training. Overweight. Weight loss.

Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 7, n.15, jul-dez de 2016

2

INTRODUÇÃO

Hoje em dia a obesidade é considerada um problema quando se fala em

saúde publica, já que é a principal causa de morte evitável. A Organização Mundial

de Saúde (OMS) considerou a obesidade como uma epidemia global, pois esta já

superou as doenças infectocontagiosas que antes era o maior problema presente na

população (DÂMASO, 2003).

Para Dâmaso (2003), as transformações dietéticas e nutricionais da

população vêm ocorrendo de forma significativa, causando um déficit nutricional e

excesso de sobrepeso e obesidade.

De acordo com Costa, Cintra e Fisberg (2005), numerosos estudos

prospectivos têm apontado a obesidade como causa de diversas complicações em

vários sistemas orgânicos, sendo que adultos obesos apresentam maior risco de

morbidade e mortalidade para doença arterial coronariana, dislipidemias,

hipertensão arterial, diabetes tipo II, apnéia do sono, infertilidade, doença renal e

alguns tipos de câncer.

Vincent e Colaboradores (2003 apud REIS et al. 2008) demonstraram que um

estilo de vida sedentário é predominante entre pessoas obesas, podendo ser esta a

principal causa da doença.Segundo Bossi e colaboradores (2011 apud ALMEIDA e TEIXEIRA, 2013), o

termo Treinamento Funcional (TF) surgiu há 50 anos através de trabalhos de

especialistas da área de reabilitação de lesões em soldados na segunda guerra

mundial e em atletas olímpicos desse período.

De acordo com Monteiro e Evangelista (apud Teotônio et al. 2013) os

exercícios funcionais são movimentos que mobilizam mais de um movimento

corporal ao mesmo tempo com ações musculares excêntricas, concêntricas e

isométricas e nos três planos anatômicos, permitindo boa eficiência neuromuscular.

O treinamento de Base de Movimento e a primeira e mais importante etapa

para se garantir segurança e eficiência no treinamento, focando em equilíbrio

muscular, amplitude de movimento, estabilidade do CORE, fundamentos dos

padrões básicos de movimento e ganho de maior domínio sobre o próprio corpo, ou

seja, a base sólida garante uma estrutura eficiente. (CORE 360, 2013)

Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 7, n.15, jul-dez de 2016

3

Em um experimento realizado, verificou-se que o organismo quando está em

exercício físico prolongado, a contribuição relativa de carboidrato e lipídios como

fonte de energia depende da sua intensidade. Verificou-se também que o consumo

de ácidos graxos é significativo durante o exercício com intensidade próxima a 65-

80% do VO²máx. Em uma intensidade maior, carboidratos estão em predominância.

(PEREIRA et al., 2012)

A partir da suposição teórica apresentada, questiona-se se os efeitos do

Treinamento Funcional em Circuito são positivos para a perda de peso.

Em resposta, o presente estudo tem por hipótese afirmar que a intensidade

proposta no Treinamento Funcional em Circuito terá eficácia para a redução de

gordura corporal, além de melhorar as capacidades funcionais.

1 DESENVOLVIMENTO

1.1 Objetivo da Pesquisa

Diante disto, o presente estudo tem como objetivo verificar a eficácia do

Treinamento Funcional em Circuito para perda de peso em mulheres com sobrepeso

nível 3 com idade entre 25 a 35 anos.

1.2 Metodologia

O presente artigo foi desenvolvido através de pesquisa experimental

quantitativa, com treinamento realizado em ambiente externo (ar livre) e em quadra

desportiva, sendo o mesmo bem ventilado e protegido de intempéries.

O Projeto foi submetido na Plataforma Brasil do Ministério da Saúde e

aprovado pelo Comitê de Ética do Unisalesiano. Parecer Nº 1.130.153 em

26/06/2015.

O estudo foi desenvolvido com 4 sujeitos do gênero feminino, idade entre 25 a

35 anos, que estivessem em um nível de composição corporal relacionado à % de

gordura, em sobrepeso de grau lll.

Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 7, n.15, jul-dez de 2016

4

Inicialmente, foi aplicada anamnese para busca de informações sobre os

dados pessoais, dados relacionados à saúde, nutricionais e de pratica de atividades

físicas, possibilitando melhor prescrição das sessões de treinamento e controle das

variáveis. Para classificação do nível de atividade física, foi aplicado um questionário

(IPAq), com perguntas relacionadas a atividades leves, moderadas e vigorosas do

dia-a-dia. Para os dados antropométricos, utilizamos as medidas de estatura, peso,

índice de massa corporal (IMC), perímetros, dobras cutâneas (seguindo o protocolo

de Guedes) e flexibilidade.

Os dados foram coletados e analisados pré, durante e pós período de

treinamento, a análise dos dados foi realizada com os procedimentos estatísticos,

admitindo-se a média e desvio padrão e o Test t de student para a comparação

entre os grupos.

Logo após a coleta de dados, iniciaram-se os treinamentos realizados em três

sessões semanais, durante dois meses e meio.

Antes do início de cada sessão era realizada a preparação do movimento com

alongamento dinâmico.

Os treinamentos foram aplicados em forma de circuito com seis a oito

estações intercaladas entre exercícios resistidos e aeróbios com duração de 30 a 50

segundos cada, e entre cada circuito o intervalo de recuperação foi de 1 a 2 minutos.

A frequência cardíaca foi monitorada com frequencímetro no final de cada

circuito juntamente com a Percepção Subjetiva de Esforço (PSE) pela escala de

Borg (BORG, 2000).

Em cada sessão semanal os exercícios eram subdivididos com ênfase nos

grupos musculares posteriores, anteriores e geral e dispostos em forma de circuito

de treinamento funcional. Ao inicio de cada sessão, foi realizado um alongamento

dinâmico, seguido de exercícios com movimentos de puxar, empurrar, saltar, correr

e de fortalecimento da região do CORE.

1.3 Resultados

Os resultados coletados durante o processo de avaliação serão

demonstrados em forma de tabelas para uma melhor visualização dos mesmos.

Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 7, n.15, jul-dez de 2016

5

Tabela 1: Apresenta a media das variáveis, idade, estatura (EST) das sujeitas.

MÉDIA ± DP

IDADE (anos) 30,25 ± 6,42

EST (cm) 161,00 ± 4,85

Fonte: Elaborado pelas autoras, 2015.

A tabela acima mostra duas características das sujeitas, sendo a media da

idade e da estatura.

Tabela 2: Apresenta os resultados das avaliações realizadas antes (PRE) e após

(POS) treinamento funcional, nas variáveis, peso, percentual de gordura (%G).

MÉDIA ± DP

PESOPRE (kg) 76,40 ± 3,61

PESOPOS (kg) 76,00 ± 2,85

%GPRE (%) 24,03 ± 3,01

%GPOS (%) 23,43 ± 1,77

Fonte: Elaborado pelas autoras, 2015.

A tabela acima mostra os dados da média e desvio padrão das características

avaliadas peso e %G, pré e pós-atividades das sujeitas. Os valores apresentados

mostram que não houve uma diferença significativa entre as avaliações propostas,

porém em uma analise clínica, através de avaliação física após o período de teste,

pode- se ver algumas alterações importantes.

Tabela 3: Apresenta os resultados das avaliações realizadas antes (PRE) e após

(POS) treinamento funcional, nas variáveis, peso de gordura (PG) e Massa isenta de

Gordura (MM).

MÉDIA ± DPPGPRE (kg) 18,40 ± 3,04PGPOS (kg) 17,80 ± 1,78

MMPRE (kg) 58,00 ± 0,95

MMPOS (kg) 58,20 ± 2,00Fonte: Elaborado pelas autoras, 2015.

Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 7, n.15, jul-dez de 2016

6

A tabela acima mostra os dados da média e desvio padrão das características

avaliadas PG e MM pré e pós-atividades das sujeitas. Os valores apresentados

mostram que não houve uma diferença significativa entre as avaliações propostas,

porém em uma analise clínica pode-se ver algumas alterações importantes.

Tabela 4: Apresenta os resultados das avaliações realizadas antes (PRE) e após

(POS) treinamento funcional, nas variáveis, circunferência abdominal (ABD) e

flexibilidade (FLEX).

MÉDIA ± DP

ABDPRE (cm) 100,22 ± 5,76

ABDPOS (cm) 98,00 ± 4,49

FLEXPRE (cm) 24,50 ± 8,77

FLEXPOS (cm) 27,12 ± 7,64

Fonte: Elaborado pelas autoras, 2015.

A tabela acima mostra os dados da média e desvio padrão das características

avaliadas ABD e FLEX pré e pós-atividades das sujeitas. Os valores apresentados

mostram que não houve uma diferença significativa entre as avaliações propostas,

porém em uma analise clínica pode-se ver algumas alterações importantes.

Tabela 5: Apresenta a avaliação das variáveis de treinamento.

Voluntarias FCmax FC70% FCmédia E. Borg

(bpm) (bpm) (bpm)

1 198 138,6 156.3 9

2 194 135,8 198.5 7

3 183 128 162.8 7

4 183 128 154.1 8

Fonte: elaborado pelas autoras, 2015.

Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 7, n.15, jul-dez de 2016

7

1.4 Discussão

O presente estudo demonstrou que o Treinamento Funcional não obteve

diferença significativa segundo mostra a Tabela, quando relacionada com as

avaliações de inicio e pós-atividades, devido a fatores limitantes relacionados ao

tamanho da amostra, pois um número maior de voluntárias permitiria conclusões

mais consistentes.

Porém, em uma análise clínica de cada voluntária observou-se alguns

resultados importantes com relação à %G, MM, ABD e FLEX. A seguir, discutiremos

cada parâmetro representados nas tabelas de cada voluntária.

Com relação à %G, verificamos que como demonstrado em tabelas, as

voluntárias tiveram uma redução mínima, com exceção do caso clínico da voluntária

4, onde a voluntária obteve um ganho na porcentagem de gordura e de peso

corporal. Sendo esta voluntária a que obteve menor freqüência nas atividades,

podemos justificar tal ganho a esse motivo.

Acreditamos que não houve uma redução considerável na %G, devido ao

limiar da FC dessas voluntárias manter-se acima de 70% e a não restrição calórica.

FETT et al. e KERKSICK et al. (2009 apud PEREIRA et al. 2012), afirmam

que o TF em circuito demonstrou redução de gordura corporal, em situações que o

mesmo foi associado a dietas hipercalóricas.

Segundo NEGRÃO e BARRETO (2005), as principais recomendações de um

programa para perda de peso corporal são: a redução do aporte energético de 500 a

1.000 Kcal, diminuição da proporção de gordura na dieta, ou seja, inferior a 30%

participações em sessões de exercícios físicos moderados com tempo mínimo de

150 minutos por semana. O exercício produz um gasto energético com efeito direto

no nível metabólico, entretanto esse nível é mínimo em relação ao balanço

energético.

Com relação à FC e Escala de Borg todas as voluntárias se mantiveram

acima dos limiares metabólicos. Acreditamos que um dos motivos de não se

manterem no limiar de 70% da FC seria o fato de todas serem sedentárias, com

nível de condicionamento cardiorrespiratório reduzido, sendo alterado a qualquer

intensidade de estimulo.

Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 7, n.15, jul-dez de 2016

8

Em um estudo realizado por Scholler, Shay e Kushiner (apud HAUSER,

BENETTI, REBELO, 2004), observou-se que mulheres obesas ativas mantiveram

uma maior redução de peso a um limiar de 80 minutos de atividade com intensidade

moderada ou 35 minutos de atividades vigorosas. Foi visto que dependendo do

condicionamento físico, a atividade física realizada com intensidade de moderada a

intensa parece ser mais eficiente do que o exercício realizado com baixo gasto

energético.

Hauser; Benetti; Rebelo (2004) diz que quando o nível de condicionamento e

baixo a intensidade deve ser reduzida. Entretanto, conforme aumenta os níveis de

condicionamento físico e possível exercitar-se em uma intensidade mais alta e obter

um gasto calórico maior. Estudos comprovaram que quando o exercício e executado

a 70% VO2max , este tem maior efeito sobre a perda de peso que um exercício

continuo executado a 60 e 80% do VO2max.

Saris (1995 apud FRANCISCHI et al. 2001), afirma que para que o individuo

consiga atingir um alto nível de gasto energético durante a atividade é necessário

que o mesmo, tenha a capacidade de se exercitar por longos períodos em

intensidades próximas ao limiar metabólico, o que somente é possível em pessoas

treinadas. Para esse limiar metabólico, o predomínio da intensidade do exercício

ocorre nas vias anaeróbias, mantendo a demanda energética, assim sendo, uma

dieta isolada, seria mais eficiente em produzir déficit energético, do que um exercício

isolado.

Em uma análise clínica e individual sobre a MM, observamos que todas as

voluntárias obtiveram um ganho considerável, devido à inclusão de exercícios de

força no circuito de treinamento, sendo esse ganho de grande importância para

alcançar gradativamente um maior gasto de energia de repouso, gerando

adaptações necessárias para a oxidação de lipídios.

Hauser; Benetti; Rebelo (2004), até pouco tempo a prescrição de atividade

física para o emagrecimento não levava em consideração a massa corporal magra,

se limitava apenas em exercícios aeróbios, em 1978, o ACSM reconheceu a

importância de um amplo programa de aptidão física e incorporou o treinamento com

pesos. Além de aumentar a massa muscular, o treinamento com pesos também

Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 7, n.15, jul-dez de 2016

9

aumenta a capacidade máxima aeróbia, sendo um benefício duplo para quem

deseja perder peso.

Segundo Fleck e Kraemer (2006 apud ALMEIDA E TEIXEIRA 2013), a força é

um fator importante para as capacidades funcionais e que um programa de

treinamento muscular bem elaborado, proporciona benefícios a saúde como o

aumento da força, aumento da MM, diminuição da gordura corporal e melhoria do

desempenho físico e em atividades esportivas e da vida diária.

Fiatorone (1998 apud ALMEIDA E TEIXEIRA 2013), afirmam que a perda de

MM e força muscular, estão associadas à diminuição de força muscular e óssea,

alterações da potencia aeróbia máxima, intolerância a glicose, resistência a insulina,

menor taxa metabólica de repouso e utilização energética, disfunção imunológica.

Segundo Bossi (2011 apud ALMEIDA E TEIXEIRA 2013), o TF deve constar

de exercícios tanto simples como complexos, tanto tradicionais como inovadores,

que seja organizado no intuito de desenvolver todas as capacidades biomotoras do

homem.

Com relação circunferência ABD, observamos que as voluntarias 1, 3 e 4

obtiveram uma perda considerável para essa variável, podendo ser destacado como

um outro parâmetro positivo em efeito do treinamento, pois sabemos que o deposito

de gordura nessa região, proporciona maiores riscos a saúde, contribuindo ao

desenvolvimento de diversas comorbidades.

Macedo e Silva (2009), afirmam que não somente a quantidade de gordura de

pessoas obesas deve ser considerada, mas principalmente, a distribuição da

gordura corporal, por ser um fator de risco para doenças crônicas não

transmissíveis. A gordura situada no ABD, principalmente intra-abdominal (visceral),

promove maiores riscos para complicações metabólicas do que o excesso de

gordura em outras regiões do corpo.

Abordando como variável a FLEX, observamos que o TF demonstrou um

resultado positivo. Todas as voluntárias obtiveram ganhos significativos de FLEX,

melhorando a amplitude de movimento e conseqüentemente diminuindo os riscos de

lesões, principalmente articulares.

De acordo com Badaro et al (2007 apud ALMEIDA E TEIXEIRA 2013), a

flexibilidade é uma capacidade muito importante, por favorecer maior mobilidade nas

Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 7, n.15, jul-dez de 2016

10

atividades diárias e esportivas, diminui o risco de lesões, favorece ao aumento da

qualidade e quantidade de movimentos e melhora a postura corporal.

CONCLUSÃO

O presente estudo verificou que o Treinamento Funcional em Circuito não

obteve resultado significante para a perda de peso. Acredita-se que, dentre os

fatores limitantes o não acompanhamento nutricional e a falta de condicionamento

que não manteve a FC no limiar desejado de 70%.

Porém, levando em consideração os depoimentos das voluntárias e as

avaliações clínicas tivemos uma resposta positiva, pois as voluntarias apresentaram

melhoras em suas capacidades funcionais, maior disposição para as tarefas de vida

diária, melhoraram a autoestima e adquiriram o habito da pratica da atividade física.

Diante disso, abrem-se novas investigações para melhores esclarecimentos sobre

efeitos do Treinamento Funcional.

Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 7, n.15, jul-dez de 2016

11

REFERÊNCIAS

ALMEIDA C. L.; TEIXEIRA C. L. S. Treinamento de força e sua relevância no treinamento funcional. EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 178, Marzo de 2013. Disponível em < http://www.efdeportes.com/ >

BORG, G. Escalas de borg para a dor e o esforço percebido. São Paulo: Manole, 2000.

CORE 360; Treinamento Dinâmico. Apostila de Treinamento Funcional: v.3. Bauru, 2013.

COSTA, R. F.; CINTRA, I. P.; FISBERG, M. Prevalência de sobrepeso e obesidade em escolares da cidade de Santos, SP, Arq. Bras. Endocrinol. Metab. vol.50 no.1 São Paulo Feb. 2006. Disponível em < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S000427302006000100009> Out. 2015.

DAMASO, A. Obesidade, Rio de Janeiro: Medsi, 2003.

FRANCISCHI, R. P. et al. Exercício, comportamento alimentar e obesidade: revisão dos efeitos sobre a composição corporal e parâmetros metabólicos. [CDD. 20.ed. 616.398]. Rev. paul. Educ. Fís., São Paulo, 15(2): 117-40, jul./dez. 2001.

HAUSER, C.; BENETTI, M.; REBELO, F. P. V. Estratégias para o emagrecimento. [ISSN 1415-8426]. Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano, Volume 6 – Número 1 – 2004 Artigo revisão.

MACEDO D.; SILVA M. S. Efeitos dos programas de exercícios aeróbio e resistido na redução da gordura abdominal de mulheres obesas. R. bras. Ci. e Mov. 2009.

NEGRÃO, C. E.; BARRETO, A. C. P. Cardiologia do Exercício: do Atleta ao Cardiopata. São Paulo: Manole 2005.

PEREIRA P. C. et al. Efeitos do treinamento funcional com cargas sobre a composição corporal: Um estudo experimental em mulheres fisicamente inativas. Motricidade, 2012, vol. 8, n 1.

REIS, A. D. et al. Efeitos do treinamento em circuito ou caminhada após oito semanas de intervenção na composição corporal e aptidão física de mulheres obesas sedentárias [ISSN 1981-9919]. Revista Brasileira de Obesidade, Nutrição e Emagrecimento, São Paulo v.2, n.11, p.498-507, Set/Out. 2008.

TEOTÔNIO J. J. S. O. et al. Treinamento funcional: benefícios, métodos e adaptações. Revista Digital. Buenos Aires, Año 17, Nº 178, Marzo de 2013. Disponível em < http://www.efdeportes.com/ >

Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 7, n.15, jul-dez de 2016

12Universitári@ - Revista Científica do Unisalesiano – Lins – SP, ano 7, n.15, jul-dez de 2016