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1 UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA Andréa Veríssimo Reis Costa ALTERAÇÕES FONÉTICAS EM ADULTOS: A PERSPECTIVA DO FALANTE Rio de Janeiro 2009

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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA

Andréa Veríssimo Reis Costa

ALTERAÇÕES FONÉTICAS EM ADULTOS: A PERSPECTIVA DO FALANTE

Rio de Janeiro

2009

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Andréa Veríssimo Reis Costa

ALTERAÇÕES FONÉTICAS EM ADULTOS: A PERSPECTIVA DO FALANTE

Dissertação apresentada ao curso de Mestrado Profissionalizante da Universidade Veiga de Almeida, como requesito parcial para a obtenção do grau de Mestre. Área de concentração: Estudo dos Procedimentos Técnicas e Produtos Aplicados a Fala, Linguagem e Audição.

Orientador: Prof Dr John Van Borsel

Co-Orientadora: Profa Dra Mônica Medeiros de Britto Pereira

Rio de Janeiro

2009

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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA

SISTEMA DE BIBLIOTECAS Rua Ibituruna, 108 – Maracanã

20271-020 – Rio de Janeiro – RJ

Tel.: (21) 2574-8845 Fax.: (21) 2574-8891

FICHA CATALOGRÁFICA

Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca Setorial Tijucal/UVA

C837a Costa, Andréa Veríssimo Reis Alterações fonéticas em adultos: a perspectiva do falante / Andréa Veríssimo Reis Costa, 2009. 46p. ; 30 cm. Dissertação (Mestrado) – Universidade Veiga de Almeida, Mestrado em Fonoaudiologia, Estudos dos procedimentos, técnicas e produtos ligados à fala, linguagem e audição, Rio de Janeiro, 2009.

Orientação: John Van Borsel Co-orientação: Mônica Medeiros de Britto Pereira 1. Distúrbios da articulação. 2. Fonoterapia. 3. Distúrbios

da fala I. Van Borsel, John (orientador). II. Pereira, Mônica Medeiros de Britto (co-orientador). III. Universidade Veiga de Almeida, Mestrado em Fonoaudiologia, Linguagem. IV. Título.

CDD – 616.855

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ANDRÉA VERISSIMO REIS COSTA

ALTERAÇÕES FONÉTICAS EM ADULTOS: A PERSPECTIVA DO FALANTE

Dissertação apresentada ao curso de Mestrado Profissionalizante da Universidade Veiga de Almeida, como quesito parcial para a obtenção do grau de Mestre. Área de concentração: Estudo dos Procedimentos Técnicas e Produtos Aplicados a Fala, Linguagem e Audição.

Aprovada em 10 de agosto de 2009

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________________ Professor John Van Borsel – Doutor

Universidade Veiga de Almeida – UVA

Professora Mônica Medeiros de Britto Pereira - Doutora Universidade Veiga de Almeida – UVA

Professora Irene Queiroz Marchesan - Doutora CEFAC - Pós Graduação em Saúde e Educação

__________________________________________________ Professora Esther Mandelbaum Gonçalves Bianchini - Doutora

Universidade Veiga de Almeida - UVA

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Dedico este trabalho aos meus pais, Laís e Inácio, a minha filha Juliana e ao meu marido Marcio, pelo incentivo, paciência e carinho.

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AGRADECIMENTOS

Ao professor Dr. John Van Borsel, meu orientador, pelo carinho, incentivo,

pela preciosa contribuição científica e na análise estatística ao longo de todo

processo de construção desta pesquisa.

À Professora Dra Mônica Medeiros de Britto Pereira, minha co-orientadora,

um agradecimento especial, pelas críticas, sugestões, pela compreensão e pelo

exemplo profissional que é grande mestra e pessoa, que por sua competência,

tornou possível a conclusão desta pesquisa. Minha grande admiração e gratidão.

A minha família, maiores incentivadores na realização de meus sonhos,

agradeço pelo amor e confiança. Meu pai Inácio, pelo exemplo de força e coragem.

Minha mãe Laís, pelo exemplo de garra, sabedoria e determinação, indispensáveis

para a concretização deste trabalho, sem vocês não teria conseguido. A minha avó

Maria Augusta pelo carinho e preocupação. A minha irmã Daniela pela dedicação e

ajuda no “suporte técnico” e pessoal. Vocês são meus exemplos de vida.

À minha filha Juliana, minha alegria, luz da minha vida!

Ao meu marido, Marcio, amigo e companheiro em todas as horas, muito

obrigada.

As amigas, Carla Ferrante, pelo companheirismo e fidelidade nas diferentes

etapas de minha caminhada profissional e pessoal. Christina Salles, Regina Coeli

Machado e Denise Guapyassú, pela força e acolhimento durante toda essa jornada

e que me deram a oportunidade de passar meus conhecimentos ministrando aulas.

À amiga Mônica Karl pela grande ajuda na finalização desta pesquisa.

A todas as amigas do mestrado. Juntas compartilhamos medos, angústias,

mas principalmente conquistas e vitórias.

As amigas fonoaudiólogas, Fanni Hamphreis, Josane Custódio, Vanessa de

Oliveira, Patrícia Pizzolante, Georgiana Dobbin, Mônica Karl, Maria Thereza Kalil,

Christina Sales, Carla Ferrante, Regina Coeli Machado, Maria Poyares, Denise

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Guapyassú, Clicie Carneiro, Carolina Cohen, Junia Braga, Sandra Aguiar, Renata

Cavalcanti, Adriana Montuori, Paula Braune, Denise Alexandre, Danielle Mello,

Maria Fernanda Oliveira e Dinorah Barcellos, que me ajudaram muito, aplicando os

questionários em seus pacientes, sem vocês não teria conseguido terminar essa

pesquisa. Todo o meu carinho e gratidão.

A todos os professores do Mestrado Profissional de Fonoaudiologia, pela

generosidade na ampliação do meu conhecimento e pelo amor dedicado às aulas.

À Professora Irene Marchesan, por aceitar participar da banca examinadora,

exemplo de competência, toda minha admiração.

À Professora Esther Bianchini, por ter me proporcionado os primeiros passos

para a pesquisa, todo meu carinho.

Aos estimados pacientes, por gentilmente terem se disponibilizado a

participar desta pesquisa.

A Deus, por sempre iluminar e guiar minha vida.

A todos que participaram direta ou indiretamente, só tenho a agradecer, muito

obrigada!

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RESUMO

O objetivo desta pesquisa foi estudar o impacto das alterações fonéticas em adultos, distorção do /r/ e /s/, sob a perspectiva do falante. Participantes: 100 adultos, 51 do sexo feminino e 49 do sexo masculino, falantes do Português Brasileiro, diagnosticados por fonoaudiólogos com distorção do /s/, /r/ ou ambos. Os participantes preencheram um questionário com questões referentes à percepção de fala, busca por terapia fonoaudiológica e impacto social deste disturbio. Os resultados permitiram concluir que não houve influência do grau de escolaridade na percepção de fala e que a maioria dos falantes com alterações fonéticas sabem qual é o seu problema, não havendo diferenciação entre os sexos. A maioria dos participantes não fazia terapia fonoaudiológica (60%), mas os que faziam acreditavam que esta aumentou sua percepção. Do total de participantes, 21% já haviam feito terapia anteriormente. Em relação ao impacto social, a maioria acredita não ter dificuldade em ser compreendido (84%), não sentem insegurança em situações de fala (58%) e não percebem reação negativa por parte do interlocutor (81%). 59% não acham sua fala diferente das outras pessoas, 77% não percebem interferência no trabalho e 83% não percebem interferência na vida social. De modo geral, as alterações fonéticas parecem gerar um impacto pequeno na vida dos indivíduos com esse tipo de problema.

Palavras-chave: Adulto, Autopercepção, Transtorno da articulação da fala.

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ABSTRACT

The purpose of this study was to investigate the impact of phonetic distortions, in particular distortion of the /r/ and /s/, from the perspective of the speakers. Participants were 100 adults (51 females and 49 males), speakers of Brazilian Portuguese, diagnosed with a disortion of the /s/, /r/ or both by a speech language pathologist. They completed a questionnaire that documented their awareness of the speech defect, their therapy history, and the perceived impact the disorder.

From the results one can conclude that level of scholarity does not influence the perception of speech, that most speakers with phonetic distortions what their problem is and that there is no gender difference in this respect.

The majority of the participants (60%) had never not enrolled in speech therapy, but the ones that did believed that it improved their awareness. 21% of all participants had already followed speech therapy before.

Concerning the social impact, the majority of the participants believed not to have problems to be understood (84%), did not feel insecure in speech situations (58%) and did not perceive any negative reactions from their interlocutors. Fifty-nine percent of the participants believed that their speech was not different from that of others, 77% did not experience interference on the workplace and 83% did not experience interference in social life. In general phonetic distortions appear to have but little impact on the life of speakers with this type of problem.

Keywords: Adult, Self concept, Articulation disorders.

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SUMÁRIO

LISTA DE TABELAS RESUMO ABSTRACT 1 INTRODUÇÃO, p.11 2 OBJETIVO , p.13 3 REVISÃO DE LITERATURA, p.14 3.1 ASPECTOS ACÚSTICOS E ARTICULATÓRIOS DA PRODUÇÃO, p.15 3.1.1 /s/, p.15 3.1.2 /r/, p.16 3.2 ALTERAÇÕES FONÉTICAS, p.18 3.2.1 Distorção do /s/ - ceceio , p.19 3.2.2 Distorção do /r /, p.21 3.3 AUTOPERCEPÇÃO, p.22 3.4 IMPACTO NA VIDA SOCIAL, p.22 4 METODOLOGIA, p.26 4.1 PARTICIPANTES, p.26 4.1.1 Critérios de exclusão, p.27 4.1.2 Critérios de inclusão, p.27 4.2 Materiais, p.27 4.3 Procedimentos, p.28 4.4 Análise dos Dados, p.28 5 RESULTADOS, p.29 5.1 DESCRIÇÃO DA AMOSTRA, p.29 5.1.1 Autopercepção do problema de fala, p.30 5.1.2 Terapia Fonoaudiológica, p.31 5.1.3 Impacto Social , p.33 6 DISCUSSÃO, p.36 7 CONCLUSÃO , p.38 8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS, p.39 9 APÊNDICE, p.44

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Distribuição de participantes por sexo e idade. p, 26 Tabela 2 – Distribuição de participantes por grau de escolaridade. p, 26 Tabela 3 – Total de participantes x pergunta 1. p, 29 Tabela 4 – Participantes conscientes de seu problema de fala x pergunta 3. p, 30 Tabela 5 – Participantes conscientes de seu problema de fala x pergunta 4. p, 30 Tabela 6 – Participantes conscientes de seu problema de fala x pergunta 5. p, 30 Tabela 7 – Tipo de distorção de fala e percepção do problema de fala. p, 31 Tabela 8 – Participantes mulheres que fazem terapia fonoaudiológica x nível de escolaridade. p,32 Tabela 9 - Participantes homens que fazem terapia fonoaudiológica x nível de escolaridade. p, 32 Tabela 10 – História de terapia fonoaudiológica e tipo de distorção. p, 32 Tabela 11 – Comparação entre autopercepção, inteligibilidade e reação negativa em participantes com distorção única e com distorção dupla. p, 33 Tabela 12 – Tipo de distorção de fala e reação do interlocutor. p, 34 Tabela 13 – Tipo de distorção de fala e insegurança em situação de fala. p, 34 Tabela 14 – Tipo de distorção de fala e interferência no trabalho. p, 34 Tabela 15 – Impacto social nos participantes com um tipo de distorção e com dois tipos de distorção /s/ e /r/. p, 35 Tabela 16 – Impacto social em relação ao som distorcido. p, 35

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1 INTRODUÇÃO

A expressão oral da linguagem é considerada uma das formas mais

importantes de comunicação entre os indivíduos, sendo essa, a capacidade de

linguagem que nos dá autonomia e nos difere como ser humano. Dentre as

modalidades comunicativas é principalmente pela fala que nos expressamos e

expomos nossas opiniões.

A articulação de fala envolve o planejamento e execução de seqüências

sonoras através do movimento dos órgãos fonoarticulatórios, no entanto, este

processo não deve ser visto simplesmente como um ato motor e sim como um

mecanismo que envolve também aspectos cognitivos, sociais e emocionais.

Estudos como os de Ferrante (2007) e Karl (2008) relatam que por volta dos 5

(cinco) anos, a maioria dos sons já está adquirido.

A literatura sobre aquisição dos sons da fala e sobre distúrbios de articulação

na pré-escola é muito vasta. (PENA-BROOKS & HEDGE, 2000, WERTZNER, 1992,

1995, 2003, 2004, BIANCHINI et al, 2003, SHRIBERG & KWIATKOWSKI, 1982). Em

contrapartida, dados sobre a possível persistência de certos padrões de alteração na

articulação em fases posteriores da vida são escassos.

Atualmente no Brasil, tanto no esporte, quanto na economia, no meio artístico

e até mesmo na política encontramos indivíduos que ocupam lugar de destaque

apesar de apresentarem alterações fonéticas.

Estudos indicam que problemas de articulação são as alterações mais

freqüentes nos distúrbios de comunicação em adultos (MARCHESAN 2005 e

OLIVEIRA et al 2005). Porém, a prática clínica mostra que poucos adultos buscam

tratamento para fala por conta própria e os que fazem, são encaminhados por outros

profissionais da área de saúde. (MARCHESAN, 2005).

Nas alterações fonéticas, o indivíduo percebe o contraste fonológico entre os

sons, mas não consegue produzi-los de maneira adequada devido a questões de

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ordem fisiológica. Tais erros incluem a distorção do /s/, conhecida como ceceio,

assim como a distorção do /r/, que ocorrem na fala devido a alterações fisiológicas e

funcionais. (RUSCELLO, 2003).

O que se tem observado na prática clínica é que os indivíduos parecem não

perceber a distorção na fala o que poderia explicar o reduzido número de adultos

que buscam terapia fonoaudiológica. Este dado traz a tona alguns questionamentos,

tais como: Teriam esses indivíduos alguma dificuldade na autopercepção do

problema? Até que ponto este problema interfere na vida social e profissional destes

indivíduos? (ZACKIEWCTZ et al, 1998, OLIVEIRA et al, 2005).

O presente estudo foi então motivado pelos questionamentos a respeito da

percepção do individuo com alterações fonéticas em relação a sua alteração de fala,

a procura por atendimento fonoaudiológico, o impacto na vida social e profissional e

a relação com grau de escolaridade. As distorções dos fonemas /s/ e /r/ foram

escolhidas por serem as alterações fonéticas mais predominantes.

Busca-se enfim, contribuir para maiores esclarecimentos à população sobre

estes distúrbios e quando necessário para a criação de novos instrumentos que

promovam abordagens terapêuticas mais produtivas.

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2 OBJETIVOS

1. Pesquisar a autopercepção dos indivíduos adultos com alteração

fonética em relação ao problema de fala (se percebem o distúrbio, se buscam por

atendimento, e se observam aumento da percepção de fala com o tratamento),

2. Pesquisar a autopercepção do impacto do distúrbio de fala na vida

social e profissional.

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3 REVISÃO DE LITERATURA

A fala deve ser considerada como um processo dinâmico que engloba tanto

os processos de produção, quanto os de percepção. (GREGIO et al , 2006).

Para uma boa articulação os órgãos fonoarticulatórios devem estar em

posição e funcionamento corretos. (CUNHA et al, 2003). Os componentes do

sistema estomatognático interferem na produção da fala em maior ou menor grau,

de acordo com sua participação na articulação do fonema. Os problemas de

articulação são os mais prevalentes entre todos os distúrbios de fala em adultos

(GUEDES, 1997, MARCHESAN, 2005, OLIVEIRA et al, 2005).

Bruno & Sánchez (1992) e Issler (1996), quando abordam a fala adulta

referem-se basicamente às alterações fonéticas e déficits articulatórios ou de

fluência.

Ducat et al (2001) destacam o distúrbio articulatório como sendo a patologia

de maior incidência dentre as triagens fonoaudiológicas em pacientes de diferentes

idades realizadas em seu estudo (41%) com predomínio do sexo masculino

(68,10%).

Para Shriberg (1997), Shriberg e Kwiatkowski (1982) e Ruscello (2003),

transtornos de fala que persistem para além do período esperado de aquisição e

desenvolvimento desta função são considerados como um subtipo de transtornos de

desenvolvimento, identificados como "erros fonológicos residuais". Essa categoria de

erros abrange as distorções de sons, mais comumente das consoantes líquidas, das

fricativas e das africadas. Em termos da gravidade e da interferência na

inteligibilidade de fala, eles se configuram geralmente em pequenos erros, que

podem, no entanto, muitas vezes, ocasionar reações negativas por parte de falantes

normais. (RUSCELLO, 2003).

Em estudo (WAGNER et al, 1983) realizado com 50 delinquentes do sexo

feminino com idades variando de 18 a 44 anos, em um centro de tratamento de

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mulheres (Estado de Washington), foi observado que 44% das mulheres

evidenciaram uma ou mais disfunções em relação à articulação, audição, linguagem

receptiva, fluência, e distúrbios vocais.

Para Van Borsel et al (2007), na vida adulta a persistência do ceceio pode

causar desconforto ou constrangimento. Marchesan (2004) concorda que indivíduos

que tem problemas de fala, independente da causa que leva a esta alteração,

experimenta muitas vezes sensações desagradáveis ao tentar se comunicar. O

ouvinte pode ser impaciente, rejeitar o falante, ter pena, satirizar ou imitar de forma

jocosa, além de outros comportamentos, o que leva o falante a se sentir ansioso,

embaraçado, desconfortável, excluído, inseguro, frustrado, ocasionando diminuição

da auto-estima e da autoconfiança.

Entretanto Van Borsel et al (2007) relata que existem alguns adultos que não

querem fazer terapia, como também existem pessoas que são conhecidas na sua

vida pública por sua alteração de fala, passando desta forma o ceceio a ser sua

marca registrada e parte da sua imagem.

3.1 ASPECTOS ACÚSTICOS E ARTICULATÓRIOS DOS SONS

3.1.1 /s/

O segmento consonantal /s/ é classificado como fricativa alveolar. Para um

segmento ser classificado como fricativo, a área de abertura do conduto vocal deve

ser suficientemente pequena para causar uma fricção audível (Laver, 1994). Essa

fricção, ou turbulência das moléculas no fluxo aéreo pode ocorrer no local da

constrição ou pode ser causada pelo direcionamento do jato de ar para um

obstáculo, como por exemplo, os dentes (Stevens, 1998). Por este motivo, o critério

para classificar um segmento como fricativo inclui fatores acústicos/auditivos,

aerodinâmicos e articulatórios. Assim, a estrutura do conduto vocal é de grande

importância na produção desses sons, pois deve haver um canal, com uma forma

bem precisa, para que a turbulência na corrente aérea seja produzida. Santos (1987)

mostrou em seus estudos que os fonemas fricativos /s,z/ são os mais agudos. Para

Casaes (1990), nas consoantes fricativas ocorre um estreitamento da passagem de

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ar pela cavidade oral, produzindo um ruído de fricção, sibilo ou chiado, sendo por

isso os fonemas /s,z/ classificados como fricativos sibilantes.

Hanson e Barret (1995) afirmam que os fonemas /s/ e /z/ são produzidos

elevando-se as laterais da língua contra o palato duro impedindo o escape lateral do

ar.

A produção correta do /s/ pode ser observada em uma faixa de energia de

aproximadamente 4000 Hz, podendo chegar a 8000 Hz no português falado no

Brasil (RUSSO & BEHLAU, 1993). A quantidade de fluxo aéreo que passa através

do conduto vocal pode influenciar a concentração de energia no espectro da

fricativa, o que explica que o grau de contração da musculatura contribui para a

determinação da intensidade vocal (HALEY et al, 2000), sendo as consoantes

fricativas as mais fracas e agudas do Português, com valores médios que ficam

entre 15 e 25 dbNA (RUSSO & BEHLAU, 1993). A duração do /s/ segundo

pesquisas é de cerca de 140 ms em inglês (CHEN E STEVENS, 2001) e para Reis

(1995) 170 ms em português.

Tabain (2001) comparou a produção das fricativas sibilantes /s/ e /z/ com as

dos fonemas dentais /f/ e /v/ e relatou que as alveolares /s/ e /z/ apresentaram

pontos articulatórios mais estáveis, não permitindo várias trajetórias para atingir o

mesmo objetivo sonoro. Esse dado reforça a afirmação da extrema precisão dos

eventos ocorridos na cavidade oral referentes à produção do /s/ e também destaca o

fato de desvios desta consoante serem tão freqüentes, pois pequenas variações no

formato e localização da língua alteram a produção final deste fonema.

3.1.2 /r/

No Português falado no Brasil o /r/ apresenta mais de uma forma de produção

sendo denominado “r fraco” e “r forte” e suas propriedades fonéticas podem variar

de dialeto para dialeto ou até mesmo dentro de um único grupo dialetal. O “r forte” é

denominado como trill e o “r fraco” flap ou tepe. Em alguns dialetos o “r forte” é

produzido como fricativa.

Será dado maior enfoque no “r fraco”, por ser foco o deste estudo. Callou &

Leite (1994) consideram que o ‘r’ fraco no Português Brasileiro é pronunciado como

um tepe e para Cabral (1995) é pronunciado como um flap. Entretanto, a distinção

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entre as duas formas de ‘r’ fraco não é relevante para este estudo, pois o foco é a

autoperceção e não os aspectos articulatórios.

Para Malberg (1954) os sons do ‘r’, também designado pelos foneticistas

como vibrantes, caracterizam-se por serem produzidos de tal forma que o órgão

articulante (ponta da língua ou úvula) provoca uma série de oclusões muito breves,

separadas por pequenos elementos vocálicos. O ‘r’ articulado na parte anterior da

cavidade oral, o chamado ‘r’ apical é produzido de tal forma que a ponta da língua,

tocando os alvéolos é empurrada para frente pela corrente de ar. Graças a sua

elasticidade, a língua regressa à primeira posição e o mesmo movimento vai se

repetindo quatro ou cinco vezes seguidas num ‘r’ múltiplo.

Laver (1994) considera o segmento retroflexo, quando a ponta da língua é

ondulada para cima e para trás, de forma que a ponta ou a parte anterior da ponta

faça um “selo hermético” na região palato alveolar. O autor relata que na produção

do tepe a vibração da língua ocorre com apenas um contato completo por

fechamento. No tepe a língua move-se rapidamente na fase de “onset”, sendo o

fechamento extremamente breve, o que faz com que a mesma se recolha no

fechamento de forma muito rápida na fase de “offset”.

Para Silva (2001), a produção do /r/, tepe ou vibrante simples ocorre quando o

articulador ativo toca rapidamente o articulador passivo ocorrendo uma rápida

obstrução da passagem da corrente de ar através da boca.

Para Kent e Read (1992), foneticamente a produção do [�] faz um

estreitamento, sem fechamento do trato vocal na região palatal.

A produção do [�] gera um trato vocal mais curto com ressonância de 550,

110 a 1800 Hz e duração de oclusão quatro vezes menor se comparada ao [ l ].

(Russo e Behlau, 1993)

Para Reis (1995), a duração padrão da produção do /�/ é de 40 ms.

Miranda (1996) descreve que o trill é produzido por um movimento vibratório

de um articulador móvel – ponta da língua, lábios ou úvula – mantido livre. O flap é

formado por uma única contração dos músculos de tal forma que a ponta da língua,

encurvada, é arremessada contra o céu da boca quando voltada para sua posição

de descanso e o tap difere-se do flap apenas porque a ponta do articulador não é

encurvada.

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Antunes e Reis (2002) observaram em seu estudo palatográfico que o tepe

apresenta características de indefinição da linha interna, contato mais claro e com

falhas, o que indica menor força articulatória. Eles acreditam que o tepe pode

apresentar características não só pela menor força, mas também pela brevidade do

contato.

3.2 ALTERAÇÕES FONÉTICAS

A fonética na concepção de alguns autores como Malberg (1954) e Jakobson

(1972), está relacionada ao estudo dos sons da linguagem – fones – em suas

particularidades articulatórias, acústicas e perceptuais.

A distorção é um erro de articulação do som onde o som gerado no lugar do

som alvo não segue os padrões da língua do falante.

As distorções na fala seriam então, segundo Wertzner (2003), Britto Pereira et

al, (2003) e Leite et al, 2008, classificadas como alterações fonéticas, uma vez que a

distorção de um som pode ser definida como a substituição de um som padrão por

um som não padrão, onde o contraste entre o som distorcido e os demais sons da

língua é mantido, diferente da substituição onde uma classe de sons é substituída

por outra.

Segundo Kocjancic (2004) a distorção está presente nos adultos, porém por

não afetar diretamente a compreensão da palavra ela é aceita no meio social e não

causa ininteligibilidade da fala. (WERTZNER, 2003).

Para Casarin et al (2006) e Marchesan (2004), as possíveis causas de uma

distorção são as alterações anatômicas da face, da boca e de suas estruturas e o

posicionamento inadequado dos órgãos fonoarticulatórios principalmente de língua,

lábios e dentes. Os indivíduos que distorcem, estão buscando ajustes ou

compensações para uma fala mais inelegível. As distorções ocorrem mais

frequentemente nos sibilantes e no /r/ brando.

Marchesan (2005) realizou uma pesquisa com adultos em uma instituição,

através da análise de 1519 prontuários de pacientes com idade acima de 18 anos de

idade que buscaram tratamento fonoaudiológico com queixa de alteração de fala.

Neste estudo foi realizado um levantamento do que estava alterado e quem os havia

encaminhado. Foram localizados 81 prontuários com o perfil pesquisado, o que

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representou (5%) da amostra. Destes, 36 (44%) eram de pacientes que

apresentavam ceceio anterior e 5 (6,2%) ceceio lateral; 25 (30,9%) de pacientes que

apresentaram queixas com relação ao /r/ brando, isoladamente e em grupo

consonantal e 15 (18,5%) apresentam distorções ou imprecisões na fala. Outras

alterações relatadas foram: lateralização ou anteriorização da mandíbula, articulação

diminuída durante a fala; acúmulo de saliva; velocidade de fala acelerada; projeção

da língua em outros sons que não os sibilantes; frênulo alterado (em 70% dos casos

onde ocorreu alteração de frênulo o /r/ brando estava alterado). O maior número de

encaminhamentos, 88%, foi realizado por dentistas. A autora concluiu que poucos

adultos buscam tratamento de fala e que a maioria dos encaminhamentos foi feito

por dentistas. Foi observado também que a maior parte das alterações ocorreu com

as sibilantes, seguidas da líquida vibrante simples.

3.2.1 Distorção do /s/ - ceceio

Leite et al, (2008) refere-se ao ceceio como a incorreta produção dos

fricativos linguoalveolares.

Powers (1971) define o ceceio como a má articulação de uma ou mais

consoantes sibilantes, sendo a maior ocorrência observada nos fones [s] e [z] e o

classifica como: central, lateral e nasal, levando em consideração a alteração da

posição da língua na cavidade oral e direção do sopro respiratório.

Os diferentes tipos de ceceio apresentam características acústicas diferentes

e Britto Pereira et al, 2003 propõem uma classificação caracterizando as distorções

como: dental anterior, interdental anterior, lateral e palatal. O ceceio dental anterior

se caracteriza quando há elevação da ponta da língua, que toca os dentes incisivos

anteriores inferiores, sem, contudo haver interposição da língua entre estes. Em

alguns casos a língua toca os incisivos superiores, prejudicando a fricção do ar,

ficando, desta forma, o som distorcido, similar a um fone oclusivo. É comum

observarmos hipofunção da musculatura labial na emissão do [s] ou até mesmo um

movimento de protrusão dos mesmos como para compensar a posição inadequada

da língua. A função articulatória de lábios e língua parece ser enfraquecida. Já o

ceceio interdental anterior caracteriza-se quando se observa a interposição anterior

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da língua nos incisivos centrais, fazendo com que a fricção ocorra entre os dentes e

a língua e não entre o palato e a língua.

No ceceio lateral, observa-se escape lateral de ar, que provoca a distorção

sonora, podendo-se em algumas vezes observar até interposição lateral da língua

na parte posterior das arcadas dentárias.

No ceceio palatal observa-se uma palatalização do som, decorrente da

aproximação da parte dorsal da língua em relação ao palato, durante emissão do

som, modificando a direção do fluxo aéreo. O som distorcido se assemelha ao [ � ],

apesar do contraste entre estes dois sons estar presente.

Van Borsel et al (2007) realizaram estudo onde foi pesquisada a prevalência

de ceceio em jovens adultos. Os participantes foram 748 estudantes, sendo 374

mulheres e 374 homens falantes do Holandês. A análise da amostra revelou um

índice de prevalência de 23%. Significativamente menos participantes da área de

Ciências Humanas apresentaram ceceio do que os das Ciências Naturais ou

Sociais. Houve uma pequena, mas não significativa prevalência maior de ceceio em

mulheres do que em homens que foi interpretada como se os familiares aceitassem

mais estas alterações em mulheres. Ficou determinado que esta elevada

prevalência do ceceio em adultos parecia representar uma tendência recente ou que

a permanência do padrão de fala com ceceio em adultos parecia estar sendo

considerada como completamente normal.

As razões para esta prevalência elevada não está totalmente clara para o

pesquisador e também não está claro o quanto este padrão é um fenômeno novo.

Uma possibilidade é que esta prevalência elevada de articulação dental ou

interdental realmente seja de origem recente e que este achado reflita uma mudança

de atitude sobre a articulação em geral e em relação ao ceceio em particular. Outra

hipótese é que hoje em dia haja uma tolerância maior para as imprecisões

articulatórias, fazendo parte de um estilo de fala mais casual. Na ausência de algum

dado sobre prevalência de ceceio em gerações mais velhas para comparação, esta

hipótese torna-se de difícil verificação. Van Borsel, et al (2007) acreditam , que esta

hipótese está alinhada com os achados de sua pesquisa a qual mostrou que 87.4%

dos indivíduos diagnosticados com ceceio nunca receberam qualquer observação

sobre sua fala.

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3.2.2 Distorção do / �/

A distorção do /r/ geralmente ocorre devido a não elevação da região anterior

da língua o que prejudica a correta articulação do som. Muitas vezes o som

resultante desta produção é parecido com o som do /g/ (como na palavra gato),

devido a uma elevação inadequada do dorso da língua.

No entanto, Vuletic (1987 apud KOCJANCIC, 2004) classifica a distorção do

/r/ de duas formas, de acordo com o ponto de articulação: “distorção anterior” e

“distorção posterior”.

As distorções anteriores são articuladas na frente da cavidade oral na área

labial e alveolar. Segundo Kocjancic (2004), na Eslovênia, as distorções anteriores

são de dois tipos: rotacismo bilabial e rotacismo lateral.

No rotacismo bilabial o /r/ é produzido pela vibração dos lábios e no rotacismo

lateral ele é resultante de uma atividade assimétrica da língua. Esses casos são

mais difíceis de correção, pois são de difícil identificação, sendo freqüentemente

encontrados nos adultos.

Para Kocjancic (2004), em esloveno, os sons que apresentam distorções

anteriores são articulados atrás da cavidade oral. Existem três tipos de distorção

anterior: dorsal, uvular e laríngeo.

No rotacismo dorsal o /r/ é produzido com a parte anterior do “velum” vibrando

contra a língua.

No rotacismo uvular o /r/ é articulado na mesma área, com a diferença que a

úvula vibra contra a parte posterior da língua.

No rotacismo laríngeo a produção do /r/ ocorre entre a parte anterior da

faringe e a raiz da língua, as vibrações são mais lentas que as outras já

mencionadas. Além desses tipos de rotacismo existem outros que são descritos,

mas não classificados dentro dessas categorias.

As classificações acima descritas levam em conta o ponto de articulação e de

acordo com Kocjancic (2004) o uso da análise acústica é importante para um

diagnóstico mais eficaz, assim como a percepção e a experiência do terapeuta.

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3.3 AUTOPERCEPÇÃO

Ao longo da história da Psicologia muitos autores, partindo de diversas

abordagens, estudaram o conceito de “self” ou “eu” e suas implicações para o

sujeito. A terminologia do “self” engloba: autoconhecimento, auto-imagem, auto-

estima, autovalia, auto-avaliação, autopercepção, auto-representação, entre outros.

A enorme gama de conceituações acaba gerando problemas de interpretação,

porque diversos autores utilizam um mesmo termo com diferentes conotações,

dependendo da orientação teórica que norteia os estudos.

Segundo Harter (1999), os termos auto-representação, autopercepção e auto-

descrição podem ser usados como sinônimos e se referem aos atributos e

características que cada individuo usa para se descrever através da linguagem

verbal.

O conceito de autopercepção é muito subjetivo. As teorias clássicas da

psicologia social consideram a autopercepção como o autoconhecimento ou as

opiniões de um indivíduo sobre si mesmo. (BEM, 1972)

Em relação à autopercepção de fala, Oliveira et al (2005) realizaram uma

pesquisa com 41 pacientes adultos através da aplicação de um questionário. A

análise dos dados mostrou que 25 informantes apresentavam alterações de fala, o

que correspondia a 25% da amostra e que esses percebiam alterações em sua fala.

Desses, 10 (4%) disseram que sua fala os incomodava, 8 (32%) que sua fala o

incomodava e também ao ouvinte e 7 (28%) que a fala incomodava apenas ao

ouvinte.

Este capítulo não pretende abordar este assunto profundamente apenas o

suficiente para conceituar e buscar sua influência na fala, foco desta pesquisa.

3.4 IMPACTO NA VIDA SOCIAL E PROFISSIONAL

A comunicação oral é fundamental na vida das pessoas, tanto no campo

profissional, quanto na vida pessoal. O que dizemos e como dizemos, formam

impressões e tem influência nas relações entre os indivíduos.

Para Marchesan (2004) as alterações de fala quando analisadas pelo lado de

quem ouve, muitas vezes causam dificuldades para o falante devido às reações que

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causam no ouvinte. O ouvinte pode ficar impaciente, irritado, ter pena e até satirizar

seu interlocutor. Com isso o falante experimenta inúmeros sentimentos que levam à

diminuição de sua auto-estima e sua autoconfiança. Esses problemas podem afetar

negativamente a carreira profissional e a sociabilização da pessoa (MARCHESAN,

2004).

Silva (2008) observa em seus pacientes a presença da expectativa em

alcançar o sucesso comunicativo. Em alguns essas expectativas estão relacionadas

a frustrações e infelicidades; outros ainda não perceberam o quanto sua dificuldade

está relacionada com os demais aspectos de sua vida; alguns relacionam à

necessidade de uma comunicação eficiente para subir na carreira profissional;

outros sofrem as mais variadas formas de chacota por causa do seu modo de se

comunicar, considerado por seus pares fora do padrão adequado ou aceitável. De

modo geral, os adultos conseguem mensurar com maior precisão o grau de

insucesso, e às vezes até de infelicidade, que a alteração de comunicação está

causando em sua vida pessoal e profissional.

Em sua pesquisa, Silva (2008) investigou 523 escolares de 1a

a 4a

série de

uma escola estadual da Cidade de São Paulo, com o objetivo de verificar a

prevalência das alterações de fala e conhecer a opinião dos professores sobre as

possíveis interferências das alterações de fala na vida das pessoas e sobre as

condutas a serem tomadas ao identificar tais alterações. Esta pesquisa demonstrou

que o índice de alteração de fala nessa população de escolares era elevado,

predominando as alterações do tipo distorção. Foi observado também, que a

percepção de possíveis erros na fala pelo próprio aluno foi maior do que a

percepção do professor e que tanto alunos, como professores, identificaram um

número menor de alterações de fala quando comparado com a avaliação

fonoaudiológica. Os achados indicaram ainda que, todos os professores acreditavam

que as alterações de fala interferiam negativamente na vida dos alunos e referiram

encaminhar alunos com dificuldades de fala para o fonoaudiólogo.

No estudo de Oliveira et al (2005) com 41 pacientes adultos que buscaram

fonoterapia, a análise mostrou que 25 informantes, o que correspondeu a 10% da

amostra, apresentavam queixa de alteração na fala. Dos 25, apenas um era

estudante e referia que sua fala interferia na sua vida social. Dos 24 que

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trabalhavam: 16 (66,7%) disseram que a fala interferia no trabalho e 11 (46%) não.

Para 11 (46%) pessoas a fala interferia no trabalho e na vida social.

Zackiewctz et al (1998) realizaram um estudo que teve com objetivo traçar o

perfil de comunicação na população de adolescentes, a partir de suas queixas de

comunicação. Foram pesquisados 100 adolescentes de 12 a 18 anos. Os resultados

indicaram que 26% dessa população apresentavam queixa fonoaudiológica,

principalmente com relação à audição. Com relação às queixas de linguagem, as

autoras relatam que predominaram as alterações articulatórias, que além de se

constituírem como fatores negativos na construção da identidade pessoal devido às

influências psicossociais que acarretam, estão também em parte, associadas a

alterações funcionais dos órgãos fonoarticulatórios ou até mesmo ao processamento

auditivo.

Souza et al (1993), realizaram uma pesquisa com uma população de

adolescentes e os resultados apontaram um numero significativo de alterações mio-

funcionais orais, embora não houvesse nenhuma queixa fonoaudiológica relatada

anteriormente. Elas atribuem isto ao fato de que tais alterações não tenham se

configurado como uma dificuldade para os sujeitos, provavelmente por já se

caracterizarem como um padrão funcional estabelecido, alterado, mas imperceptível

(principalmente nos graus mais leves) para si e para os outros, não sendo objeto de

constrangimento.

Syrett e Brorson (2005) realizaram um estudo em relação às implicações

sociais do ceceio anterior. A pesquisa contou com 41 participantes com idades entre

18 e 24 anos, sendo 21 homens e 20 mulheres. Todos passaram por um screening

visual e auditivo. Os participantes assistiam a vídeos de duas falantes do sexo

feminino em situação de leitura com ceceio e sem ceceio e os participantes

preenchiam uma escala para cada vídeo assistido. Os resultados desse estudo

sugerem que o individuo com ceceio anterior é percebido de uma forma levemente

negativa. Além disto, sugere que os tratamentos devem ser orientados em uma

idade precoce, para que as crianças sejam receptivas ao mesmo, diminuindo a

probabilidade de serem julgados de forma negativa na infância ou na vida adulta.

Van Riper (1997) afirma que, para a maioria dos falantes normais, é difícil

imaginar o sofrimento das pessoas, especialmente adultos, que não conseguem

produzir alguns sons da fala de forma correta. Ele acrescenta que muitas vezes

estes indivíduos são alvo de zombaria e imitação e que sua fala às vezes não é bem

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entendida o que faz com que tenha que repetir diversas vezes o que acabara de

dizer. O autor relata que seus pacientes referem ter a impressão de que qualquer

adulto que não consiga ‘falar direito’ tende a ser avaliado, por empregadores em

especial, como sendo incompetentes, imaturos ou com pouca força de vontade.

Acrescenta ainda que além das reações adversas dos ouvintes, há também uma

sensação de desamparo e inadequação que surge quando uma pessoa tenta

repetidas vezes articular os sons de forma correta e não consegue.

Silverman (1976) e Silverman e Paulus (1989) realizaram estudos com

adolescentes e adultos buscando pesquisar a reação dos ouvintes em relação às

distorções de fala (do /s/ e o do / r/ respectivamente) e concluíram que o interlocutor

apresenta uma reação negativa.

Mowrer, et al (1978) pesquisaram as consequências sociais do ceceio em

falantes do sexo masculino e os resultados indicaram que esta distorção de fala gera

uma impressão ruim do falante em diversas situações sociais , como entrevista para

emprego e contato social e que seria importante buscar ajuda profissional para que

os falantes com alteração de fala possam produzir o som alterado de maneira

correta.

Marchesan e Costa (2007) relatam que quando as alterações de fala são

corrigidas ou melhoradas, a autoconfiança do paciente aumenta o que auxilia sua

recolocação profissional.

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4 METODOLOGIA

Esta pesquisa teve aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da

Universidade Veiga de Almeida com o número de protocolo 30/04 e considerada

sem risco.

4.1 PARTICIPANTES

A amostra foi composta por 100 participantes adultos distribuídos por sexo e

idade conforme a tabela abaixo:

Tabela 1- Distribuição de participantes por sexo e idade Sexo Numero de

participantes Idade mínima Idade máxima Idade média Desvio

padrão Feminino 51 16 58 32,6078 11,2789 Masculino 49 17 70 32,4082 11,13163 Total 100 16 70 32,51 11,14

Não houve diferença estatisticamente significante entre os dois grupos

estando eles equilibrados quanto ao sexo e idade (p = 0,874).

Tabela 2 – Distribuição de participantes por grau de escolaridade Total de participantes

% de participantes

Ensino fundamental/médio

% de participantes

Ensino superior

% de participantes

100 100 34 34 66 66

Em relação ao nível de escolaridade, 34% dos participantes cursaram o

ensino fundamental ou o médio (os dois foram agrupados, pois o número de

informantes do ensino fundamental era muito pequeno) e 66% cursaram o ensino

superior.

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Os participantes eram residentes dos Estados do Rio de Janeiro, Minas

Gerais, Espírito Santo e São Paulo encaminhados por fonoaudiólogas colaboradoras

com a pesquisa.

4.1.1 Critérios de exclusão

Foram excluídos da pesquisa, pelo fonoaudiólogo que fez a indicação, os

indivíduos que apresentavam:

• Déficit Auditivo;

• Déficit Neurológico;

• Déficit Cognitivo.

4.1.2 Critérios de inclusão

Apresentar distorção fonética, distorção do /s/, /r/ ou ambos, reconhecida por

um fonoaudiólogo.

4.2 MATERIAIS

• Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice 1) p. 43

• Questionário - Parte 1 - para levantamento de dados sobre a

autopercepção de fala. (Apêndice 2) p. 45. As perguntas do questionário foram

elaboradas visando responder aos questionamentos que motivaram a realização

deste estudo.

• Questionário - Parte 2 - Observação da fala espontânea - para

caracterização da distorção fonética - (Apêndice 2) p. 45

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4.3 PROCEDIMENTO

Todos os participantes desse estudo foram esclarecidos quanto aos

procedimentos dessa pesquisa e assinaram um Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido. (Apêndice 1) p. 45

Os primeiros cinco questionários foram aplicados com o objetivo de verificar a

eficácia do instrumento. Com base na observação dos dados coletados foi inserida

uma terceira coluna para as perguntas sem resposta, o que não comprometeu o

conteúdo dos questionários preenchidos.

Os participantes foram indicados por fonoaudiólogos em sua maioria alunos

do Mestrado Profissional em Fonoaudiologia da Universidade Veiga de Almeida.

Os participantes foram caracterizados em relação a sua distorção de fala,

pelo próprio fonoaudiólogo que o atendia ou através da observação da fala

espontânea do participante, realizada em uma conversa informal.

Os participantes responderam ao questionário nos consultórios das

fonoaudiólogas ou por Internet sendo, neste caso, encaminhados ao pesquisador via

e-mail, após a caracterização da distorção realizada previamente pelo

fonoaudiólogo.

4.4 ANÁLISE DOS DADOS

Foi realizada análise descritiva das características levantadas e análise

estatística, utilizando-se os testes Qui-quadrado, Fisher’s exact e Mann-Whitney,

(SPSS versão 13.0). Considerou-se o índice de significância de 5% (p<0,05).

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5 RESULTADOS

5.1 DESCRIÇÃO DA AMOSTRA

65% dos participantes disseram perceber que apresentavam alteração de

fala. Destes, 50 (76,9%) sabiam qual era o problema e 15 (23,1%) não sabiam.

Tabela 3 – Total de participantes x pergunta 1 TOTAL DE PARTICIPANTES % de participantes Você percebe algum problema

em sua fala? SIM NÃO

100 100 65 35

Quando perguntados se percebiam alguma alteração em relação a sua

audição, 17% disseram que sim e 83% não perceberam.

Quanto à realização de audiometria, 45% já haviam feito audiometria e 55%

não haviam feito.

Dos 45 informantes que já haviam feito audiometria, em 37 (82,2%) o

resultado foi normal e em 7 (15,6%) alterado.

Dos 65 informantes que percebiam alteração em sua fala, 22 (64,7%) haviam

cursado até o ensino fundamental ou médio e 43 (65,2%) até o ensino superior. Não

houve diferença significativa entre os níveis (p = 0, 965) indicando que o grau de

escolaridade não influencia na percepção de fala.

5.1.1 Autopercepção do problema de fala

Do total de participantes 65% estavam conscientes que apresentavam algum

problema e destes 50 (76,9%) sabia exatamente qual era esse problema.

Os dados dos informantes que percebiam problema em sua fala foram

correlacionados com os dados das perguntas 3 (Este problema foi percebido por

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você?), 4 (Este problema foi percebido por outra pessoa?) e 5 (Você se incomoda

com seu problema de fala?) como se pode ver nas tabelas abaixo.

Tabela 4 - Participantes conscientes de seu problema de fala x pergunta 3 Total de participantes % de participantes Este problema foi percebido

por você? SIM % NÃO %

65 100 35 53,8 30 46,2

Tabela 5 - Participantes conscientes de seu problema de fala x pergunta 4 Total de participantes % de participantes Este problema foi percebido

por outra pessoa/profissional? SIM % NÃO %

65 100 54 83,1 11 16,9

Tabela 6 - Participantes conscientes de seu problema de fala x pergunta 5 Total de participantes % de participantes Você se incomoda com seu

problema de fala? SIM % NÃO %

65 100 35 53,8 30 46,2

Em relação à percepção de sua fala ser diferente da maioria das pessoas,

41% responderam sim e 59% que não.

Em relação ao 51 informantes do sexo feminino, 30 (58,8%) disseram

perceber problema em sua fala e 21 (41,2%) disseram não perceber. Já em relação

aos 49 informantes do sexo masculino, 35 (71,4%) disseram perceber problema em

sua fala e 14 (28,6%) não perceber. Não houve influência do sexo na percepção de

fala (p=0,186).

Os dados em relação ao tipo de distorção e o incômodo com o problema de

fala mostram que, do total de 60 participantes com distorção do /s/, 21 (35%) se

incomodavam e 39 (65%) não. Em relação aos 30 participantes com distorção do /r/,

14 (46,7%) referiram incômodo e 16 (53,3%) não e por fim, dos 10 participantes com

distorção dupla (do /s/ e do /r/), 4 (40%) disseram se incomodar com o problema e 6

(60%) não se incomodar.

Com relação ao tipo de distorção do som e a percepção da alteração de fala,

60% dos participantes com distorção do /s/ disseram que percebiam alteração em

sua fala e 40% disseram que não percebiam. Dos participantes com distorção do /r/

66,7% disseram que percebiam alteração em sua fala e 33,3% disseram que não

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percebiam. Por último, dos participantes com distorção do /s/ e do /r/ 90% disseram

que percebiam alteração em sua fala e 10% disseram que não percebiam.

Tabela 7 - Tipo de distorção de fala e percepção do problema de fala Tipo de distorção

Número de participantes

Você percebe algum problema de fala? SIM % NÃO %

/s/ 60 36 60 24 40 /r/ 30 20 66 10 33,3 /s/ e /r/ 10 9 90 1 10

5.1.2 Terapia Fonoaudiológica

Do total de 65 informantes que percebiam problemas em sua fala, 26 (40%)

disseram que faziam terapia fonoaudiológica e 39 (60%) não. Já dos 35 informantes

que não percebiam problemas em sua fala, 4 (11,4%) disseram que faziam terapia

fonoaudiológica e 31 (88,6%) que não faziam.

Em relação aos 51 informantes do sexo feminino, 16 (31,4%) faziam terapia

fonoaudiológica e 35 (68,6%) não faziam. Do total de 49 informantes do sexo

masculino, 14 (28,6%) faziam terapia fonoaudiológica e 35 (71,4%) não faziam. Os

dados revelam que não houve diferença entre o sexo a busca por terapia

fonoaudiológica (p=0,760)

A correlação da pergunta 1 (Você percebe algum problema em sua fala?) com

a pergunta 6 (Você faz terapia fonoaudiológica?) revelou que a maioria dos

informantes que percebem seu problema de fala fazem terapia fonoaudiológica (p =

0,003).

Dos 30 informantes que fazem terapia fonoaudiológica, 28 (93,3%)

responderam que a terapia aumentou sua percepção e em relação a sua fala e 2

(6,7%) responderam que não aumentou. Ainda dentre os 30 informantes 12 (40%)

disseram que buscaram tratamento por iniciativa própria, 16 (53,3%) por indicação

de outra pessoa/profissional e 2 (6,7%) indicaram as duas opções. Do total de

informantes, 21% já haviam feito terapia anteriormente e 79% não.

Na amostra de mulheres o nível de escolaridade não foi determinante para

busca de terapia fonoaudiológica (p = 0, 824)

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Tabela 8 - Participantes mulheres que fazem terapia fonoaudiológica x nível de escolaridade Total de participantes mulheres

% Faz terapia fonoaudiológica?

Ensino Superior Ensino Fundamental/Médio

51 100 SIM % NÃO % SIM % NÃO %

10 30,3 23 66,7 6 33,3 12 66,7

O mesmo pode ser observado nos informantes do sexo masculino (p = 0,289).

Tabela 9 - Participantes homens que fazem terapia fonoaudiológica x nível de escolaridade Total de participantes homens

% Faz terapia fonoaudiológica?

Ensino Superior Ensino Fundamental/Médio

49 100 SIM % NÃO % SIM % NÃO %

11 33,3 22 66,7 3 21,4 13 81,3

Dos 30 informantes que faziam terapia, 13 (43,3%) já haviam feito terapia

anteriormente e 17 (56,7%) nunca haviam feito terapia. Por outro lado, dos 70

informantes que relataram não fazer terapia, 8 (11,4%) já haviam feito terapia

anteriormente e 62 (88,6%) nunca haviam feito terapia.

A realização de terapia fonoaudiológica no passado ou no presente foi

observada em 21 (35%) dos informantes com distorção do /s/, em 12 (40%) com

distorção do /r/ e em 5 (50%) nos informantes com alteração no /s/ e no /r/.

Tabela 10 - História de terapia fonoaudiológica e tipo de distorção Distorção Realização de terapia no presente ou no passado

Sim Não /s/ 21 (35%) 39(65%) /r/ 12 (40%) 18 (60%)

/s/ + /r/ 5 (50%) 5 (50%) 38 62

Em relação ao tipo de distorção e realização de terapia fonoaudiológica, dos

60 participantes com distorção do /s/, 17 (28,3%) faziam terapia e 43 (71,7%) não.

Dos 30 com distorção do /r/, 11 (36,7%) faziam e 19 (63,3%) não faziam terapia. E

dos 10 participantes com distorção do /s/ e do /r/, 2 (20%) faziam e 8 (80%) não

faziam terapia fonoaudiológica. Não houve diferença entre história de realização de

terapia em relação ao tipo de distorção. (p=0,640)

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5.1.2 Impacto Social

Dos 100 informantes, 16% acreditam que as pessoas têm dificuldade em

compreendê-lo e 84% não, 19% disseram perceber reação negativa em relação a

sua fala e 81% disseram não perceber. 42% disseram que sentem insegurança em

situações de fala, e 58% não sentem.

Os dados em relação à interferência da alteração de fala no trabalho mostram

que 23% acham que há interferência e 77% que não há.

A comparação entre a autopercepção dos indivíduos, a inteligibilidade de fala

e a reação do interlocutor em relação à distorção apresentada mostrou que nos

indivíduos com apenas um tipo de distorção, 41,1% acham sua fala diferente das

outras pessoas, 15.6% acham que sua inteligibilidade fica comprometida 17.8%

percebem reação negativa por parte do interlocutor. A análise da distorção dos dois

sons /s/ e /r/ revelou que 40% informantes acham que sua fala é diferente da dos

outros, 20% acham que a inteligibilidade fica comprometida e 70% percebem reação

negativa (ver tabela 11).

Tabela 11 - Comparação entre autopercepção, inteligibilidade e reação negativa em participantes com distorção única e com distorção dupla Distorção única Distorção dupla p-valor Você acha sua fala diferente das outras pessoas?

Sim 37 (41.1%) 4 (40.0%) 1.000 Não 53 (58.8%) 6(60.0%)

As pessoas têm dificuldade em entender sua fala?

Sim 14 (15.6%) 2 (20.0%) 0.660 Não 76 (84.4%) 8 (80.0%)

Você percebe alguma reação negativa?

Sim 16 (17.8%) 3 (30.0%) 0.396 Não 74 (82.2%) 7 (70.0%)

Em relação à interferência na vida social, do total de informantes, 17%

disseram que sua fala interfere na sua vida social e 83% responderam que não.

Com relação ao tipo de distorção e percepção de reação negativa por parte

do interlocutor, 13,3% dos participantes com distorção do /s/ percebiam reação

negativa e 86,7% não percebiam. Do total de participantes com distorção do /r/

26,7% percebiam e 73,3% não percebiam e dos participantes com distorção do /s/ e

do /r/, 30% percebiam e 70% não percebiam reação negativa.

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Tabela 12 - Tipo de distorção e reação do interlocutor Tipo de distorção

Número de participantes

Quando você fala percebe alguma reação negativa ? SIM % NÃO %

/s/ 60 8 13,3 52 86,7 /r/ 30 8 26,7 22 73,3 /s/ e /r/ 10 3 30 7 70

Quanto ao tipo de distorção e insegurança em situações de fala, os

participantes com distorção do /s/ e do /r/, referiram sentir mais insegurança do que

os que apresentavam distorção única.

Tabela 13 - Tipo de distorção e insegurança em situação de fala Tipo de distorção

Número de participantes

Você sente insegurança em situações de fala? SIM % NÃO %

/s/ 60 23 38,3 37 61,7 /r/ 30 13 43,3 17 56,7 /s/ e /r/ 10 6 60 4 40

De modo geral a maioria dos participantes não percebe interferência da fala

no ambiente de trabalho.

Tabela 14 - Tipo de distorção de fala e interferência no trabalho Tipo de distorção

Número de participantes

Sua fala interfere no seu trabalho? SIM % NÃO %

/s/ 60 11 18,3 49 81,7 /r/ 30 8 26,7 22 73,3 /s/ e /r/ 10 3 30 7 70

A presença de distorção única ou dupla na fala dos informantes não

apresentou relevância na análise do impacto social como pode ser visto na tabela

abaixo.

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Tabela 15 - Impacto Social nos participantes com um tipo de distorção e com os dois tipos de distorção /s/ e /r/ Distorção única Distorção dupla p-valor Você sente insegurança em situações de fala?

Sim 36 (40.0%) 6 (60.0%) 0.314 Não 54 (60.0%) 4 (40.0%)

Interfere no seu trabalho? Sim 19 (21.1%) 3 (30.0%) 0.687 Não 71 (78.9%) 7 (70.0%)

Sim 14 (15.6%) 2 (20.0%) 0.660 Interfere na sua vida social? Não 76 (84.4%) 8 (80.0%)

Ainda em relação ao impacto social, a tabela 16, aponta que também não foi

observada diferença significativa em relação à presença de distorção de /s/, do /r/ ou

ambas.

Tabela 16 – Impacto social em relação ao som distorcido /s/ /r/ /s/ e /r/ p-valor Você sente insegurança em situações de fala?

Sim 23 (38.3%) 13 (43.3%) 6 (60.0%) 0.431 Não 37 (61.7%) 17 (56.7%) 4 (40.0%)

Interfere no seu trabalho? Sim 11 (18.3%) 8 (26.7) 3 (30.0%) 0.542 Não 49 (81.7%) 22 (73.3%) 7 (70.0%)

Interfere na sua vida social? Sim 9 (15.0%) 5 (16.7%) 2 (20.0%) * Não 51 (85.0%) 25 (83.3% 8 (80.0%)

* falha estatística

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6 DISCUSSÃO

Apesar da evidência de que distúrbios de fala observados na infância podem

persistir até a adolescência e idade adulta, pouco se sabe sobre o impacto destes

distúrbios na vida pessoa mais tarde. Estudos anteriores, nos quais um grupo de

ouvintes avaliaram a fala de indivíduos com alterações fonéticas, sugerem que

mesmo os pequenos erros podem trazer a tona julgamentos negativos de vários

atributos como simpatia, inteligência entre outros. Até que ponto isso também é

experimentado pelos falantes com esse problema é um questão que requer ser

estudada. Este estudo buscou então apresentar a perspectiva do falante em relação

ao seu problema de fala.

Nossos dados revelaram que 65% dos informantes com alterações fonéticas,

disseram perceber alteração na fala, diferente dos achados de Oliveira et al (2005),

onde apenas 25% da amostra tinha esta percepção.

Quanto ao grau de escolaridade dos informantes e a influência na percepção

de fala, 66% haviam cursado o ensino superior e 34% o ensino fundamental/médio,

porém em nossos achados não foi observado influência do grau de escolaridade na

percepção de fala e também não foram encontrados estudos que fizessem este tipo

de análise.

Em relação à percepção do problema de fala, 53,8% disseram que este foi

percebido por ele mesmo e 83,1% que foi percebido por outra pessoa/profissional,

como observado no estudo de Marchesan (2005) que aponta uma percepção maior

do outro, principalmente de dentistas e otorrinolaringologistas.

Também em concordância com Marchesan (2005) e Oliveira et al (2005), os

dados indicaram que 53,8% dos informantes disseram se incomodar com seu

problema de fala, porém Van Borsel et al (2007) relataram não observar tal

incômodo em algumas pessoas, usando a distorção como uma marca pessoal,

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fazendo parte de sua auto-imagem. 59% dos participantes não acharam que sua fala

é diferente dos demais falantes.

A maioria dos informantes desta pesquisa não faziam terapia fonoaudiológica

(60%) em concordância com os estudos de Marchesan (2005) e Oliveira et al (2005),

porém nossos dados revelaram um aumento na percepção do problema com a

terapia fonoaudiológica (p=0,003). Marchesan e Costa (2007) consideram que a

melhora na fala aumenta a autoconfiança e auxilia na vida profissional.

Nossos achados mostraram que 21% dos participantes já haviam feito terapia

fonoaudiológica anteriormente, porém os estudos correlatos citados não abordaram

esta questão.

Em relação ao impacto social que esta alteração pode causar na vida dos

falantes, nossos dados revelaram que 16% dos informantes acreditavam que as

pessoas não tinham dificuldade em compreendê-los, 19% percebiam reação

negativa por parte do interlocutor e 42% disseram sentir insegurança em situações

de fala em discordância com os estudos de Silverman (1976), Van Riper (1997),

Silverman e Paulus (1989) e Oliveira et al (2005).

No que diz respeito à vida profissional, apenas 23% dos informantes

percebiam e apontaram que sua fala interferia no trabalho, em discordância como os

estudos de Van Riper (1997), Mowrer et al (1978), Zackiewctz at al (1998),

Marchesan (2004) e Oliveira et al (2005), que abordaram de maneira mais

significativa a influência negativa das alterações de fala na carreira profissional e na

sociabilização do indivíduo.

Os estudos de Mowrer et al (1978), Oliveira et al (2005) e Silva (2008),

mostraram que as alterações de fala geram um grande impacto na vida social dos

indivíduos, ao contrário do encontrado em nossos estudos, onde apenas 17%

disseram perceber interferência na sua vida social.

De modo geral, os dados encontrados nos fazem pensar como, Kocjancic

(2004) que diz, que a fala de adultos com alteração fonética não afeta a

compreensão das palavras e por isso talvez seja mais aceita no meio social, aliado

ao fato destas alterações não causarem inteligibilidade, elas muitas vezes não ficam

em evidência para alguns falantes.

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7. CONCLUSÃO

A partir do estudo realizado, considerando-se a metodologia empregada,

pôde-se concluir que a maioria dos indivíduos participantes da pesquisa percebia

alteração em sua fala, mas apenas poucos buscavam por terapia fonoaudiológica.

Nesse caso, a indicação era feita na maioria das vezes por indicação de outro

profissional e não por iniciativa própria.

Os indivíduos que buscaram terapia fonoaudiológica, perceberam aumento da

percepção em relação à fala, mostrando o benefício e a importância do

acompanhamento fonoaudiológico neste tipo de alteração.

De modo geral, as alterações fonéticas parecem gerar um impacto pequeno

na vida da maioria dos indivíduos com este tipo de problema.

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9 APÊNCICE Apêndice 1 - CARTA PARA OBTENÇÃO DO CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO PARA PESQUISAS QUE ENVOLVAM: CRIANÇAS, QUESTIONÁRIO E AVALIAÇÃO. Caro(a) Senhor(a) Eu, Andréa Veríssimo Reis Costa, fonoaudióloga, portadora do CIC 021258667-25, RG 05953537-7, estabelecido (a) na Rua Ibituruna, nº 108, CEP 20271-020, na cidade do Rio de Janeiro, cujo telefone de contato é (21) 2431-6012, vou desenvolver uma pesquisa cujo título é “A autopercepção de fala de adultos com distorção fonética”. Este estudo tem como objetivo colaborar para ampliação do conhecimento sobre as alterações de fala. Necessito que o Sr.(a). permita a execução de uma avaliação em que realizarei, os seguintes procedimentos:

Os participantes desta pesquisa deverão preencher um questionário previamente elaborado pelo pesquisador. Serão 19 perguntas onde o informante deverá marcar um X na resposta que melhor expressar suas impressões sobre a sua percepção em relação a sua fala, na busca de atendimento fonoaudiológico e em relação impacto na vida social e emocional.

O questionário será preenchido individualmente pelo próprio informante ou pelo pesquisador e a caracterização da alteração na fala será confirmada pelo fonoaudiólogo/pesquisador através da observação da fala espontânea, caso o participante não esteja em terapia fonoaudiológica. No caso do participante que estiver em terapia fonoaudiológica, a caracterização da alteração será feita pelo profissional que o atende.

As informações registradas nos protocolos serão arquivadas, para posterior realização da análise dos dados e documentação da pesquisa. A sua participação nesta pesquisa é voluntária e a avaliação clínica não determinará qualquer risco, nem trará desconfortos.

A sua participação não trará qualquer benefício direto, mas proporcionará um melhor conhecimento a respeito do desenvolvimento e produção dos sons da fala, que em futuros tratamentos fonoaudiológicos poderão beneficiar outras pessoas ou, então, somente no final do estudo poderemos concluir a presença de algum benefício.

Não existe outra forma de obter dados com relação ao procedimento em questão e que possa ser mais vantajoso.

Informo que o Sr(a). tem a garantia de acesso, em qualquer etapa do estudo, sobre qualquer esclarecimento de eventuais dúvidas. Se tiver alguma consideração ou dúvida sobre a ética da pesquisa, entre em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Veiga de Almeida, situado na Rua Ibituruna 108 – Tijuca, fone 25848871 e comunique-se com o Profa. Dra. Mônica Medeiros de Britto Pereira.

Também é garantida a liberdade da retirada de consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo.

Garanto que as informações obtidas serão analisadas em conjunto com outras pessoas, não sendo divulgado a identificação de nenhum dos participantes.

O Sr(a). tem o direito de ser mantido atualizado sobre os resultados parciais das pesquisas e caso seja solicitado, darei todas as informações que solicitar.

Não existirão despesas ou compensações pessoais para o participante em qualquer fase do estudo, incluindo exames e consultas. Também não há compensação financeira relacionada à sua participação. Se existir qualquer despesa adicional, ela será absorvida pelo orçamento da pesquisa.

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Eu me comprometo a utilizar os dados coletados somente para pesquisa e os resultados serão veiculados através de artigos científicos em revistas especializadas e/ou em encontros científicos e congressos, sem nunca tornar possível a sua identificação. Anexo está o consentimento livre e esclarecido para ser assinado caso não tenha ficado qualquer dúvida.

Termo de Consentimento Livre e Es clarecido

Acredito ter sido suficiente informado à respeito das informações que li ou que foram lidas para mim, descrevendo o estudo “A auto percepção de fala de adultos com distorção fonética”.

Eu discuti com o(a) fonoaudiólogo(a) Andréa Veríssimo Reis Costa sobre a minha participação nesse estudo. Ficaram claros para mim quais são os propósitos do estudo, os procedimentos a serem realizados, seus desconfortos e riscos, as garantias de confidencialidade e de esclarecimentos permanentes.

Ficou claro também que a minha participação é isenta de despesas e que tenho garantia do acesso aos resultados e de esclarecer minhas dúvidas a qualquer tempo. Concordo voluntariamente em participar deste estudo e poderei retirar o meu consentimento a qualquer momento, antes ou durante o mesmo, sem penalidade ou prejuízo ou perda de qualquer benefício que eu possa ter adquirido, ou no meu atendimento neste Serviço.

Data ____/____/____ ______________________________ Assinatura do informante Nome: Endereço: RG. Fone: ( ) Data ____/____/____ ___________________________ Assinatura do (a) pesquisador (a)

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Apêndice 2- Questionário

Número: ________________ Idade: ________________ ___ Profissão: __________ Sexo: M ( ) F ( ) Data: _____________________ ___

O questionário está dividido em duas partes, sendo a 1ª parte destinada ao informante e a 2ª parte ao fonoaudiólogo. PARTE I – Deve ser respondida pelo informante.

PERGUNTAS

SIM

NÃO

SEM RESPOSTA

1- Você percebe algum problema em sua fala?

2 - Você sabe qual é?

3 - Este problema foi percebido por você?

4 - Este problema foi percebido por outra pessoa?

5 - Você se incomoda com seu problema de fala?

6 - Você faz terapia fonoaudiológica?

7 - A terapia fonoaudiológica aumentou sua percepção em relação a sua fala?

8 - Que motivo o levou ao atendimento: 8 - a) Iniciativa própria

8 - b) Indicação de outro(a) profissional/pessoa

9 - Você já fez terapia fonoaudiológica para alteração de fala anteriormente?

10 - Você acha que sua fala é diferente da maioria das pessoas?

11 - As pessoas têm dificuldade em compreender o que você fala?

12 - Quando você fala com as pessoas percebe alguma reação negativa?

13 - Você sente insegurança em situações de fala (reunião, apresentação de trabalho, vender um produto)

14 - Sua fala interfere no seu trabalho?

15 - Sua fala interfere na sua vida social?

16 - Qual o seu nível de escolaridade atual: 16 - a) Ensino Fundamental

16 - b) Ensino Médio

16 - c) Ensino Superior

17- Em relação a sua audição percebe alguma alteração?

18 - Já fez audiometria?

19 - O resultado foi normal?

Obrigada pela contribuição! Caso tenha interesse em saber o resultado do estudo, escreva seu e-mail que assim que

o mesmo estiver concluído lhe enviaremos o relatório.

PARTE II – Deve ser respondida pelo Fonoaudiólogo

Tipo de distorção: Distorção /s/ ( ) Distorção /r/ ( )

Nome: _____________________________ Inscrição no Conselho: _______________

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