UNIVERSIDADE TUtUTI DO PARANA MELISSA KAWATA...
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UNIVERSIDADE TUtUTI DO PARANA
MELISSA KAWATA CLEMENTE
APUCA<;AO DO SENSORIAMENTO REMOTO NA ESTIMATIVA
DO ESTOQUE DE CARBONO NA BIOMASSA VEGETAL
CURITIBA
;W05
MELISSA KAWATA CLEMENTE
APLlCAC;AO DO SENSORIAMENTO REMOTO NA ESTIMATIVA DO
ESTOQUE DE CARBONO NA BIOMASSA VEGETAL
Trabalho de Conclusao de Curs~apresentado como requisito parcialpara a obtengao do grau de Bacharelem Geografia com enfase emGeoprocessamento, Faculdade deCiencias Exatas e de Tecnologia,Universidade Tuiuti do Parana.Prof. Orientador: Sandro Jose Briski
CURITIBA
2005
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA
< FACULDADE DE CIENCIAS EXATAS E DE TECNOLOGIACURSO DE GEOGRAFIA
TERMO DE APROVACAO DA MONOGRAFIA
TiTUW DAMONOGRAFIA
por
NOME DO ALUNO
Monografia aprovada com menvao -.m..!i como requisito parcial para obten~ao de titulode Bacharel em Geografia, pela Banea Examinadora tbnnada pelos professores:
Prof._--:::-;--"'~-"~--:-:_--:-=- _Orientador e Presidente da Banca
Prof. 1)£4011 J.t c:acAo dL bimo..Membro da Banca
prof. __ --;;~~.u.~-~· ""'~:.:::-==--__foJ1rOda Banca
.... de 2005
A minha mae e minha irma pela apaia e incentivo.
As minhas filhas, Mariana e Luisa, pe{a compreensao
e carinho.
Eprincipalmente ao meu marido, Dimas Clemente,
pessoa fundamental para realizaqao deste sonho.
Dedico
ill
AGRADECIMENTOS
A SPVS (Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educag80 Ambiental) pela
colaboray8o e fornecimento de dados, em especial a Marilia Bargo, Ricardo
Wodzynski, Denilson do Nascimento Cardoso e Eliane Paula Santana pelo apoio e
empenho que contribuiram para a execug80 deste trabalho;
A empresa SENOGRAFIA - SENSORIAMENTO REMOTO LTDA, as imagens
cedidas e suporte tecnico fundamental para a realizayao dos mapas cartograficos;
A Fabricio Mota, pela colaborag8o no desenvolvimento dos mapas;
Ao Prof. Sandre Jose Briski, por sua orientacyao e dedicag80 na conclusao deste
trabalho;
Ao Prof. Helio Olympio da Rocha por sua enorme contribuig8o para 0
desenvolvimento dos mapas cartograficos, e pelas valiosas sugestoes.
iv
SUMARIO
LlSTA DE ILUSTRACOES viii
RESUMO ..............................................................................•.................................. xi
ABSTRACT .................................•............................................................................. x
1. INTRODUCAO 1
2. EMBASAMENTO TEORICO 3
2.1 PRINCiPIOS FislCOS DO SENSORIAMENTO REMOTO.... .. 3
2.2 APLICACAo DO SENSORIAMENTO REMOTO PARA
SEQUESTRO DE CARBONO .. .... ..4
2.2.1 Estoque de Carbono nos Diferentes Compartimentos dos Ecossistemas
Florestais . ...4
2.3 COMPORTAMENTO ESPECTRAL DA VEGETACAo.
2.4 SISTEMAS DE INFORMACOES GEOGRAFICAS ..
.. 5
.. 8
2.5 INTERPRETACAO DE IMAGENS 9
2.5.1 Satalite Landsat.. ........................................9
2.5.2 Caracteristicas Tecnicas e Aplicayoes das Bandas dos Satelites
Landsat 5 e 7 .. .11
3. MATERIAlS E METODOS 14
3.1 MATERIAL .... .14
.14
.14
. 14
3.1.1 Hardware utilizado .
3.1.2 Software utilizado .
3.1.3 Dados utilizados ..
3.2 METODOS ..
3.2.1 Aquisi~ao das Imagens ..
3.2.2 Tratamento das Imagens .
• Pre-processamento .....
• Georreferenciamento das Imagens de Satalite ..
• Metodologia de Georreferenciamento ..
. 15
.15
...16
........... ... 16
.... 16
... 17
• Reamostragem das Imagens ... .............. 17
• Exporta9ao para 0 Formato Geotiff... . 18
4. CARACTERIZAc;:Ao DA AREA DE ESTUDO 19
4.1 LOCALlZAc;:AO DA AREA DE ESTUDO.. ..23
4.2 CARACTERIZAc;:AO FislCA E BIOLOGIA DA AREA.
4.2.1 Geologia ...
4.2.2 Relevo ..
4.2.3 Clima ..
4.2.4 Vegetayiio ..
4.2.5 Floresta Tropical Perumida ...
4.2.6 Floresta Tropical Altimontana ..
4.2.8 Forma9ao Liloranea - Manguezais ..
4.2.9 Campos Tropicais das Varzeas Umidas ..
4.2.10 Regiao de Planicie ..
4.2.11 REGIAO DE SERRA ..
. 24
... 24
..24
. 24
.. 25
..26
..27
..27
.. 28
..28
. 29
4.2.7 Floresta Tropical de Varzea .
• Floresta Ombr6fila Densa Submontana ....
..29
.. 2
• Floresta Ombr6fila Densa Montana. . . 29
• Floresta Ombr6fila Densa Altamontana .. . 30
5. AQUECIMENTO GLOBAL 31
5.1 EFEITO ESTUFA.. ..32
5.2 OS EFEITOS COLATERAIS.. .... 34
5.30 CICLO DO CARBONO ..
5.4 HISTORICO E CONTEXTO POLiTICO-ECON<JMICO ..
..35
.36
5.5 CONCEITO SOBRE SEQUESTRO DE CARBONO 39
5.6 COBERTURA FLORESTAL E 0 SEQUESTRO DE CARBONO . ... 38
5.7 TRATADO DE KYOTO .. . 42
5.80 BRASIL E A CONVENc;:AO DO CLiMA 44
vi
5.19 MECANISMO DE DESENVOLVIMENTO LlMPO (MOL) 44
6. RESULTADOS E DISCUSSOES 48
6.1 Documenta<;iio Cartografica ..
6.2 Determina~ao de Atributos para os Poligonos ..
.... 48
. 48
6.3 Interpreta~ao dos Atributos.. . 49
7. CONCLUsAo 57
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS ............•...........•..........•................................. 59
vii
LlSTA DE ILUSTRAC;:OES
FIGURA 1: COMPORTAMENTO ESPECTRAL DA VEGETACAo ..
FIGURA 2: PROCESSO DE REFLECTANCIA ADITIVA. ..
FIGURA 3 AREA DA RESERVA NATURAL MORRO DA MINA. ...
FIGURA 4: MAPA DE LOCALIZACAO DA RESERVA NATURAL
MORRO DA MINA ...
FIGURA 5 LOCALIZACAO DA AREA DE ESTUDO ...
..6
...7
. 19
.. 22
... 23
FIGURA 6: CONCENTRACAO DE CO, NO SEC. xx 31
FIGURA 7 EFEITO ESTUFA... .. 33
FIGURA 8 CICLO DO CARBONO 35
FIGURA 9 CONCENTRACAo DE CO, NA ATMOSFERA ..
FIGURA 10: MAPA DE VEGETACAO -1986 ..
FIGURA 11: MAPA DE VEGETACAO - 1994 ..
FIGURA 12: MAPA DE VEGETACAO - 2002 ..
FIGURA 13: MAPA DE ESOTQUE DE CARBONO - 2002 ..
QUADRO 1: CARACTERisTICAS TECNICAS DO SENSOR TM DO
SATELITE LANDSAT 5 E 7..
... 38
..53
..54
. 55
. 56
. 11
QUADRO 2: CARACTERisTICAS TECNICAS DAS BANDAS DO SENSOR
TM E SUAS APLICACOES.. . ..12
QUADRO 3 LlSTA DE IMAGENS ... ..16
TABELA 1: TABULACAo DAS CLASSES VEGETACIONAIS.. ..49
GRAFIC01: VARIACAo NO ESTOQUE DE CO, NAS
CLASSES VEGETAIS .. ..50
"iii
RESUMO
o presente trabalho foi desenvolvido com base no recarte espacial da Reserva
Natural Morro da Mina, localizado ao norte do litoral paranaens8, proximo 80
Municipio de Antonina, onde a SPVS (Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e
Educal'ao Ambiental), mantem projetos utilizando metodologias para verifical'ao da
captag80 de carbona na biomassa vegetal. 0 intuito deste trabalho, teve como
objetivo, analisar 0 emprego de tecnicas de sensoriamento remota e de
interpretag8o, baseado na dinamica de usa e cobertura do solo, para estimar a
biomassa das areas de vegetag8o, e avaliar a capacidade de abson;:ao de dioxido
de carbono (C02). A dinamica de uso e cobertura do solo e entendida como as
mudanl'as, ao longo do tempo, da cobertura vegetal entre tres classes: floresta, uso(que inclui as culturas e pastagens), e a vegetay80 secundaria. Cada urna destas
classes pas sui estoques de carbona diferentes e a dinamica de usa e cabertura
implica na emissae eu seqOestro de carbona da atmosfera. A analise dos dados
envolveu tecnicas de processamento digital de imagens e de Sistemas de
Informa9ao Geogrc3fica para a produ9ao de mapas de uso e cobertura do solo pel a
inter-comparag80 de imagens multitemporais. Foram utilizadas prioritariamente
imagens dos sensores orbitais TM (Thematic Mapper) e ETM + (Enhanced Thematic
Mapper, Plus), dos satelites Landsat 5 e 7, e ortocarta da area para compor 0
cruzamento das informa90es. Como produto final deste trabalho, obteve-se mapas
com a distribuil'ao espacial de unidades de uso e cobertura do solo juntamente cem
a classifica921a da vegetaty8o, que viabilizau a realiza980 da quantifica9aO de
carbona absorvido pela biomassa.
Palavras-chaves: Sensoriamente remoto; dioxide de carbono (C02); biomassa
vegetal; sequestro de carbono .
ix
ABSTRACT
The present work was developed on the basis of the space dipping of the Natural
Reserve Morro of the Mina, located to the north of the coast paranaense, next to
the city to Antonina, where SPVS (Society of Research in Witd Life and Ambient
Education), keeps projects using methodologies for verification of the carbon
captation in the vegetal biomass. The intention of this work, had as objective, to
analyze the job of techniques of remote sensoriamento and interpretation, based
on the dynamics of use and covering of the ground, esteem the biomass of the
vegetation areas, and to evaluate the capacity of absorption of carbon dioxide
(C02). The dynamics of use and covering of the ground is understood as the
changes, to the long one of the time, the vegetal covering between three
ciassrooms: forest, use (that it inciudes the cultures and pastures), and the
secondary vegetation. Each one of these classrooms possesss different carbon
supplies and the dynamics of use and covering implies in the emission or carbonkidnapping of the atmosphere. The analysis of the data involved techniques of
digital processing of images and Systems of Geographic Information for the
production of use maps and covering of the ground for the Inter-comparison of
multi secular images. Images of orbital sensors TM (Thematic Mapper) and ETM +
(Enhanced Thematic Mapper, Pius), of the satellites Landsat 5 and 7, and
ortocarta of the area to compose the crossing of the information had been used
prioritariamenl. As end item of this work, one together got maps with the space
distribution of units of use and covering of the ground with the classification of the
vegetation, that made possible the accomplishment of the carbon quantification
absorbed for the biomass.
Key Words: Remote sensing; carbon dioxide (COl); vegetal biomass; carbon retaining
1.INTRODU<;Ao
Existe uma crescents preocupaC;80 par parte da sociedade, em fungao do
aumento da emissao de gases de efeito estufa, entre elas 0 carbono sob a forma de
dioxido de carbono (C02), composto quimico lan9ado em grande escala pelas
industrias, automoveis, queimadas, entre Qutros, respons8veis pelas alterac;6es
climaticas em todo 0 mundo. Diante das tn3gicas consequencias do aquecimento
global, busca-s8 medidas alternativas para a redug80 da emissao de gases,
sobretudo dos paises desenvolvidos, que sao as maiores responsaveis pelas altas
taxas de emiss6es de gases poluentes. Pressionados, ests paises criaram uma nova
utili dade e mercado para 0 carbona, que consiste em captura-Io e conserva-Io na
vegetac;ao. 0 interesse e 0 investimento no sequestra de carbona, bern como sua
comercializ8C;80 em forma de cn§:ditos de carbona aos paises desenvolvidas, daria
equilibria as emissoes. Os investimentas nesta area de pesquisa sao bastante
volumosos, demanstrando a impartancia de se reunir esforyas para encontrar
solugoes que possibilitem mitigar a emissao de carbona na atmosfera.
As pesquisas sabre sequestra de carbona ainda sao consideradas
relativamente recentes, porem, existe muito interesse na busca de novas soluyoes
para recapturar a carbona da atmosfera, pois as dados demonstram que se alga nao
for feito para cantralar as emissoes, estima-se que em apenas algumas decadas,
havera profundas modificayoes climaticas, que deveraa ser sentidas em todo a
Planeta. Mesmo consideradas recentes, ja existem inumeras pesquisas atribuidas
ao sequestra de carbona, desenvolvidas entre diferentes metodos para quantifica-Io.
Senda assim, a presente trabalho tem como objetivo analisar a aplicagao do
sensoriamento remota e do geopracessamento como uma das metodologias
utilizadas para mensurar a capacidade de absoryao de en"!: em ambiente
vegetacional, atraves da interpretayao de dadas. Tambem sera abordada neste
trabalho as principais aspectos sobre a mudanga climatica em fator da alta
concentrayao de dioxido de carbona, e as principais canceilos e praposlas atuais
relativos ao tema em questao, a saber "0 Protocolo de Kyoto, Sequestro de
Carbono, Mecanismo de Oesenvolvimento Limpo (MOL).
Como estudo de caso, apresenta-se 0 projeto de sequestro de carbono da
Reserva Natural Morro da Mina, localizado ao norte do litoral do Estado do Parana,
no Municipio de Antonina, cuja area e mantida pela Organiza98o Nao-
Governamental, SPVS (Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educac;ao
Ambiental), que aplica metodologias para avaliar 0 potencial de capta9ao de carbono
na area. 0 projeto desenvolvido pela SPVS, objetiva prover a gerac;ao de creditos de
carbona aos investidores que subsidiam 0 projeto, bem como fazer a conserva9ao
ecologica da area e com bater as mudanc;as climaticas, causadas pelo acumulo de
CO, na atmosfera.
2. EMBASAMENTO TEORICO
2.1 PRINCiPIOS FislCOS DO SENSORIAMENTO REMOTO
Visando caletar informac;oes sabre 0 meio ambiente e combine-las com
dernais informac;oes referentes ao estoque de carbona existente, para a implantac;ao
de um Sistema de tnforma90es Geograficas (SIG), a utiliza9ao e 0 processamento
digital de imagens de satlalite e de fundamental importancia para visualizar,
pesquisar, analisar, associar, manipular e imprimir informac;6es graficas e textuais de
forma integrada. Atraves do processamento das imagens de satelite e passivel abter
informac;6es do usa e ocupaC;8o do solo atraves da interpretac;ao visual naD -
supervision ada.
De acordo com NOVO (1996), 0 sistema de aquisi9ao de informa90es por
sensoria menta remota pode ser considerado como urn conjunto de subsistemas que
atu8m simultaneamente para Galetar e analisar informac;6es sabre a superficie
terrestre. Tais subsistemas sao: sistemas sensores (que sao os equipamentos que
focalizam e registram a radiac;ao eletromagnetica proveniente de um objeto);
sistemas de processamento de dados (que convertem 0 dado bruto produzido pelo
sensor em produtos possiveis de serem interpretados e convertidos em informac;ao);
sistemas de analise (que incluem todas as ferramentas que permitem integrar as
informayoes derivadas de sensoriamento remoto a outras informac;oes ambientais,
dentre as quais destacam-se os Sistemas de Informa90es Geograficas - SIG ou
GIS). Para que os sistemas sensores atinjam seu objetivo, que e realizar a coleta de
dados, certas condic;oes devem ser satisfeitas: Existencia de uma fonte de radiayao;
• Propagayao da radiagao pela atmosfera;
• Incidencia da radiayao eletromagnetica sabre a Terra;
• Interac;oes cam os objetos, substancias, feic;oes ou fenomenos;
• Retorno de energia em forma de ondas refletidas;
• Capta9ao e registro da energia refletida pel os detectores dos sensores;
• Conversao para um formato de imagem.
2.2 APLICACAO DO SENSORIAMENTO REMOTO PARA
SEQUESTRO DE CARBONO
De acordo com SANQUETTA (1996), as Imagens de satelites podem ser um
importante recurSD para realizar estimativas de estoque de carbona, tendo em vistaos avan~ostecnologicos no que S8 refere ao tratamento digital destas imagens. Este
recursa permite a caracteriz8gao das diferentes estruturas florestais, associando 0
conteudo de biomassa e carbona a essas imagens, para estimar parametresbiofisicos pelas propriedades espectrais da vegetaC;;80,conciliando inventario decampo com dados espectrais das imagens.
PONZANI e DISPERATI (1995), tambem concordam sobre as tecnicas de
sensoriamento remoto, que tern sido amplamente utilizadas em trabalhos que visamquantificar a biomassa flcrestal, com 0 objetivo de conhecer a efetiva contribuiyao
nas emiss6es de C02 na atmosfera, atraves da utilizac;:ao/destruic;:aode seus
recursos naturais. A utilizaryao das tecnicas de sensoriamento remoto pode serconsiderada uma importante ferramenta para estimar 0 carbono fixado emecossistemas florestais, permitindo diferenciar suas diferentes estruturas,associando 0 conteudo de biomassa e carbono as imagens, sendo um metodoindireto de caletas, paden do estimar parametres bioficos (biomassa, carbo no,
volume de madeira), pela prapriedade espectral da vegeta~o que a constitui
(folhas, galhos, trancos, dentre outras). Este recurso e bastante favoravel tambem,
por nao haver necessidade de metodos destrutivos para avaliaryao, nao degradandoainda mais 0 estado de conservac;:aodas areas.
Em func;:ao do elevado numere de especies por unidade de area, aquantificaryaode biomassa e fixac;:aode carbona para florestas nativas tem sido umatarefa complexa, porem, os resultados gerados podem ser considerados satisfatoriose promissores.
2.2.1 Estoque de Carbono nos Diferentes Compartimentos dos
Ecossistemas Florestais
Para a avalia980 do estoque de carbono, e necessario estimar-se a biomassa
nos diferentes companentes da floresta par unidade de area, e posteriormente,
converter esta para quantidades de carbono. Estes componentes encontram-se
acima e abaixo do solo. Acima do solo tem-se a biomassa viva, constitulda por
troncos, galhos e lolhas e biomassa morta, composta pelo material org,mico
depositado no solo proveniente da vegeta98o, alem de animals mortos. Abaixo do
solo encontram-se as raizes vivas e mortas, a materia organica do solo e os
microorganismos. Existe tambem a influencia das transferencias de carbono entre
estes compartimentos, que interfere na avaliagiio do estoque de carbono existente
SANQUETTA (1996).
2.3 COMPORTAMENTO ESPECTRAL DA VEGETACAO
De acordo com PONZANI e DISPERATI (1995), 0 comportamento espectral
da vegeta9ao esta relacionado as caracteristicas da reflexao de radiac;ao
eletromagnetica, onde cada parte da estrutura das plantas corresponde
diferentemente a estas caracteristicas, portanto, das partes da planta, a folha e a
que mais contribui para a reflexao a ser detectada pelos sensa res 6ticos. 0
comportamento espectral de um folha em fun9ao de sua composi9ao quimica,
morfol6gica e estrutura interna, admite a existencia das diferen9as no
comportamento espectral entre grupos geneticamente diferentes. 0 comportamento
espectral caracteristico de uma folha sadia, varia conforme a comprimento de onda
proveniente dos raios solares que incidem sobre a mesma. Os pigmentos existentes
nos cloroplastos da folha dominam a assinatura espectral na regiao do visivel (0,4
~m a 0,7 ~m), sendo estes pigmentos constituidos de clorolila (65%), carotenos
(6%) e xantoninas (29%), valores que variam entre as especies.
Com a absor9ao da radia9aO incidente pelos pigmentos da planta nos
comprimentos de onda 0,48 ~m (carotenoides) e em 0,62 flm (clorolila), observa-se
urn aumento no coeficiente de reflectancia em 0,56 fJm, resultando a percep9ao da
cor verde da vegetac;ao. Com a resposta espectral na regiao do visivel depende nao
somente da quanti dade de pigmentos, mas tambem do seu tipo, como par exemplo:
a estrutura celular das folhosas au das coniferas.
Na regiao que compreende os comprimentos de onda do infravermelho
proximo (0,7 ~m a 1,3 Ilm), existe uma pequena absorgiio da radiagiio,
consequentemente se uma regiiio de alta rellectiincia da vegetagao, resultado da
intera<;ao da energia incidente e com a estrutura do mes6filo (estrutura celular). Isso
ocorre pois a infiltra.y80 de agua diminui os espa.yos vazios, diminuindo a
espalhamento da energia incidente e aumentando a transmitancia. A reflectancia da
vegetal'iio na regiiio do infravermelho medio (1,3 flm a 2,6 flm), e denominada pelo
conteudo de agua das folhas. Nesta regiao encontram-se os pontos maximos de
absorl'iio de agua, 1,4 flm e 1,95 flm, por outro lado, quando 0 teor de agua se torna
baixo (em torn a de 50%), podem ocorrer altera<;6es na regiao do visfvel e
infravermelho proximo, devido a degrada<;ao da clorofila e da estrutura celular
(FIGURA 1).
FIGURA 1: COMPORTAMENTO ESPECTRAL DA VEGETACAO
f<I--_.....,I+"ESTRUTUR~ ::ONTEUOO DECELUlA.R i AGUA DA FOLKA
I0,6
«U 0,4z,«•...uill..J
"- 0,2ill!Y
00,3 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5
COMPRIMENTO DE ONDA (~m) .
Fonte: NOVO (1996)
A quantidade de pigmentos de clorofila aumentam nos estagios
subsequentes, ate a folha atingir a colorayao verde, caracteristica da especie. 1510
acarreta uma diminui.yao da reflectancia na regiao do visivel com 0 aumento da
idade de uma folha, (MORAES, 1996). 0 comportamento espectral em uma folha e
diferente do que em uma floresta (eomunidade vegetal). devido a resposta espeetral
em urna floresta ser influenciada pelo solo, altera~6es na vegetac;ao, fatores
externos (iluminac;ao, meteorol6gicos), bern como, 0 tipo de vegetac;ao existente.
Com 0 crescimento vegetal ha urn aumento na reflectancia no infravermelho
proximo, devido ao efeito da reflectancia aditiva, ocorrendo decrescimo da
refieetaneia no visivel. pela maior densidade de pigmentos. Para ASSUNCAO e
FORMAGGIO (1989). plantas jovens eom poucas folhas. absorvem menos azul e
vermelho do que plantas adultas, que possuem urn maior numero de pigmentos. Jano infravermelho proximo, as plantas adultas refletem mais do que as jovens,
devidos ao processo de reflectancia aditiva causada pela sobreposiC;80 de camadas
de folhas.
o processo de reflectancia aditiva ou fatar de compensayao, descrito par
TOOT (1998). oeorre da seguinte maneira: a energia recebida por uma camada
superior de folhas (eamada 1). uma parte e transmitida para a camada logo abaixo
(camada 2). e a outra parte e refletida. 0 mesmo oeorre eom a eamada abaixo. onde
parte da energia que reeebe e transmitida e parte e refletida de volta para a camada
superior, processo que continua sucessivamente conforme 0 numero de camadas de
folhas existentes (FIGURA 2)",SIOAO£ l:~~- ~~ ~
FIGURA 2: PROCESSO DE REFLECTANCIA ADITIVA '" BlBLiOTECA->,t ••."\"c!t,,;.,I\an;rliU.o<,,,
~ .~..•r;:===================~r;alM'"
';t'll:l~:'IU"r<!nor, •.;:.mr"lAI1
,~..\
IOV··~ .Ii! l:ito!t·'I:1Indd::mc .•
''''''\ !. ' "5..../2;: \.
[:nn:'lJ:.n
Fonte. TOOT (1996)
o comportamento espectral da vegetagiio, em fungiio da estrutura das
plantas, encontra pequenas variac;6es de reflexao da radiac;ao eletromagnetica, fator
determinante para a compreensao da diferenciac;ao da reflectancia pelos sensores
oticos, entre as especies florestais. 8aseados na resposta espectral da vegetac;ao,
pode-s8 definir em qual fase de cresci menta ou desenvolvimento encontra-se a
vegetac;ao, a fim de realizar a estimativa da abson;ao de dioxido de carbona pela
biomassa.
2.4 SISTEMAS DE INFORMACOES GEOGRAFICAS
Segundo ASSAD E SANO (1998), as ferramentas computacionais para
Geoprocessamento, entre elas os de Sistemas de Informa90es Geograficas (SIG),
sao sistemas de informa~o construidos para armazenar, analisar e manipular dados
geograficos, au seja, dados que representam objetos e fen6menos em que a
localizac;ao geogrMica e urna caracteristica inerente e indispens8vel para trata-Ios.
Permitindo realizar analises complexas, ao integrar dados de diversas fontes e ao
criar bancos de dados georreferenciados. Tornam ainda posslvel automatizar a
produc;ao de documentos cartograficos.
A noc;:ao de informac;ao espacial esta relacionada a existencia de objetos com
propriedades, que incluem sua localizayao no espac;:o e sua relac;:ao com outros
objetos. Estas relagoes incluem conceitos topol6gicos (vizinhanga, pertinencia),
matricos (distiincia) e direcionais ("ao norte de", "acima de").
Ainda segundo ASSAD E SANO (1998), 0 termo Sistemas de lnformagiio
Geografica (SIG) a aplicado para sistemas que realizam 0 tratamento computacionalde dados geograficos. Urn SIG armazena a geometria e os atributos dos dados que
estao georreferenciados, isto e, localizados na superficie terrestre e numa projec;:ao
cartografica. Os dados tratados em geoprocessamento tern como principal
caracteristica a diversidade de fontes geradoras e de formatos apresentados.
o requisito de armazenar a geometria dos objetos geograficos e de seus
atributos representa uma dualidade basica para SIGs. Para cada objeto geografico,
o SIG necessita armazenar seus atributos e as varias representac;oes graficas
associadas. Devido a sua ampla gama de aplicac;:6es, que inclui temas como
agricultura, floresta, cartografia, cadastra urbano e redes de concessionarias (agua,
energia e telefonia). Denlro dessas geotecnologias, os sislemas de informal'oes
geograficas, constituem em urn dos componentes que auxiliam no processo de
planejamento e infra-8strutura, fornecendo subsidios para tomadas de decis6es em
varies niveis.Normalmente, muitos autores consideram 0 SIG como algo mais complexo,
envolvendo desde hardware (equipamentos fisicos de informalica), soflware
(eslrutura 16gica - programas), peop/eware - representado pelo corpo de pessoal
tecnico envolvido, data ware - as dados envolvidos, e por tim, as metodologias de
trabalho.
2.5 INTERPRETACAo DE IMAGENS
Os dados brutos obtidos pelos sensores remotos, sao transformados em
informa~o para serem analisados e interpretados de acordo com 0 que enecessario. Interpretar imagens incute em identificar objetos nela representados e
dar urn significado a esses objetos, para que S8 pOSS8 fazer uma avaliac;ao dos
resultados obtidos e gerar informac;6es.
De acordo com FLORENZANO (2002), as imagens obtidas por sensores
remotes, registram a energia proveniente dos objetos da superficie observada.
Independentemente da resoluc;ao e escala, as imagens apresentam os elementos
basicos de analise e interpretac;ao, a partir dos quais se extraem informac;oes de
objetos ou areas, tendo como base 0 conhecimento previo da area, para tornar
passive I a identificac;c3:o. 0 trabalho de campo e praticamente indispensavel ao
estudo e mapeamento do meio ambiente por meio de imagens de sensores remotos,
fazendo parte do processo de interpretac;ao de imagens e tornando 0 resultado mais
confiavel.
2.5.1 Satelite Landsat
o Sistema Landsat (Land Remote Sensing Satellite) possui como principal
objetivo 0 mapeamento multiespectral de media resoluc;ao da superficie da Terra. A
serie iniciou-se em 1972 com 0 lanl'amento do satelite ERTS-1. Atualmente, os dois
10
unicos satelites da sarie ainda em funcionamento sao 0 Landsat 5 que opera desde
1984, eo Landsat 7 lan9ado em 1999. (FLORENZANO, 2002)
o satelite Landsat 5 executa uma 6rbita polar heliossincrona (6rbita
sincronizadas com 0 sol, passando na mesma hera solar em qualquer ponto
observado), e esta posicionado a urna altura de 705 km em relac;:eo a superficie
terrestre. Seus sensores possuem urna faixa de varredura de 185 Km, sendo esta
recoberta a cada 16 dias. Assim, a antena do INPE ( Instituto Nacional de Pesquisa
Espacial), em Cuiaba, recebe de forma continua as imagens de todo a territorio
nacional, desde as anos 70, constituindo-se em enorme acervo de dados sobre 0
pais.
Os principais sensores imageadores deste satelite sao: Multispectral Scanner
(MSS), TM (Thematic Mapper) e ETM + (Enhanced Thematic Mapper, Pius). 0
sensor TM proporciona urna melhor discriminac;ao espectra] entre objetos da
superficie terrestre, e passui 7 band as, cada uma representando uma faixa do
espectro eletromagnetico. As bandas 1, 2, 3, 4, 5 e 7 apresentam 30 metros de
resoluc;ao geometrica, isto e, cada pixel da imagem representa uma area de 0,09 ha
do terreno. Ja a banda 6, passui uma resolu9iia de 120 metros, ou seja, cada pixel
representa 1,40 ha do terreno.
Uma imagem inteira (ou cena) do sensor TM do satelite Landsat 5 representa no
solo uma area de 185 x 185 km. Para 0 quadrante (1/4 da imagem) a abrangencia e
de 92 x 92 km.
Dentre as principais aplicac;oes deste sensor est80:
• Acompanhamento do uso agricola das terras;
• Apoio ao monitoramento de areas de preservaC;8o;
• Cartografia e atualizac;oes de mapas;
• Monitoramento da cobertura vegetal, de queimadas, desmatamentos;
• Atividades energetico-mineradoras;
• Sedimentos em suspensao nos rios e estuarios;
• Dinamica de urbanizac;ao;
• Estimativa da fitomassa;
• Secas e inundagoes.
o sensor TM tern sido utilizado no Brasil principalmente para estudar a
regeneragao em areas queimadas, analise das florestas remanescentes em
\I
propriedades rurais e usa do solo. FreqOentemente, utiliza-S8 as imagens obtidas
pelo sensor TM para manitDrar desmatamentos e criar fotomosaico da por980
brasileira da bacia amaz6nica.
E passlvel adquirir imagens Landsat no Brasil com cenas da decada dos anos
70, 80, 90 e 2000, as quais se encontram em empresas comerciais e orgaos de
utiliz8980 como INPE, sen do que a Brasil, par sua extensaa continental, passui urn
dos maiores aeervos mundiais.
2.5.2 Caracteristicas Tecnicas e Aplica90es das Bandas dos Satelites
Landsat 5 e 7
No sensoria menta remota a identific8980 dos objetos e feita atraves de suas
caracterrsticas espectrais expressas nas diferentes bandas de urn sensor. Por sua
vez, quanta maior for 0 numero de imagens e bandas, que a complementem, maior
sera 0 volume de dados e informayoes onde, cada comprimento de onda possui
uma resposta unica, a qual permite urn emprego especifico na analise de dados de
uma superficie.
o quadro abaixo ilustra as faixas de comprimento de onda de radia<;ao
eletromagnetica (REM) registradas pelos sensores dos satelites Landsat 5 e 7.
Quadro 1 - Caracteristicas tecnicas dos sensores TM dos satelites Landsat 5 e 7
ensor Thematic Mapper TMeETM+
andas 1 2 r 5 SIR Termal 7
TM .45 - 0.52 .52 - 0.60 0.63 - 0.69f.76 - 0.90 1.55 -1.75 1Q.42 - 12.50 .08 - 2.35
ResoluqAo 30 30 0 pO 0 120 30 15
'('TM+ .45 - 0.5 0.53 - 0.61 .63 - 0.69p.78 - 0.ge 1.55 - 1.7 10.4 - 12.5 p.09 - 2.3 0.52 - 0.9
Fonle.INPE
Segundo NOVO (1996), uma das principais vantagens da aplica9aO do
sensoriamento remoto orbital sao: estimulo as pesquisas multidisciplinares;
informa<;oes de areas de dificil acesso; universalizagao dos dad os e das tecnicas de
tratamento e analise de dados digitais; facilidade do recobrimento de grandes areas
(visao sinoptica); cobertura repetitiva com mesma hora local; grande quantidade de
dados pontuais, sobre uma mesma area; transferencia de dados SatE~litefTerra em
12
tempo real; e a aspecto multiespectral, ista e , a capacidade dos sistemas sensores
gerarem produtos em diferentes faixas espectrais, tornando passive I 0 estudo e
analise de diferentes elementos, as quais sao identificados em determinadas faixas
do espectro. A quadro abaixo ilustra as caracterfsticas tecnicas para cada banda
registrada pelo sensor do satelite Landsat 5.
Quadro 2 - caracteristicas tecnicas das bandas do sensor TM e suas aplica~6es
V1
SivEL
(0.630.69)
A vegetac;ao verde, densa e uniforme, apresenta grande absorc;ao,ficando escura, permitindo born contraste entre as areas ocupadascom vegetayao (ex. solo exposto, estradas e areas urbanas).Apresenta born contraste entre diferentes tipos de cobertufa vegetal(campo, cerrado e naresta). Permite 0 mapeamento da drenagematraves da visualizar;:aoda mala de galeria e enlalhe dos cursos dosrios em regioes com pouca cobertura vegetal. E a banda maisutilizada para delimitar a mancha urbana, incJuindo identifica~ao denovos loteamentos. Permite a identifiea~ao de areas agricolas.
Banda IntelValoEspectral;(mm)
Caracteristicas e Aplica~oes
E Apresenta grande penetrayao em corpos de agua, com elevadaS 1 (0,45 - 0,52) Iransparencia permiiindo estudos batimetricos. Sofre absor~ao peJaP clorofila e pigmentos fotossinlelicos auxitiares (caroten6ides).E Apresenta sensibilidade a plumas de fumac;a oriundas deC queimadas ou atividade industrial. Pode apresentar atenua~ao pela
~ r-----+-------~r.~~I;=:=~~~~~~·~g=rn~nd~e~se=n~si~bi~Jid~a~d~e'a~p=re~se=n=~~d~e-s=e~d'-im=e=n~lo~s~e=m~o (0.320.61) suspensao possibilitando sua analise em termos de quantidade e
uaJidade.Boa penetracao em corpos de agua.
ESPECTR 4o
Os carpas de agua absolVem rnuita energia nesta banda e fieamescuros, permitindo 0 mapeamento da rede de drenagem edelineamento de corpas de agua. A vegetac;ao verde, densa euniforme, reflete muita energia nesla banda aparecendo bern claranas imagens. Apresenla sensibilidade a rugasidade da capa dasflorestas (dossel flarestal). Apresenta sensibilidade a morfalogia doterrena, permitindo a obtenyao de informa.-;6es sobreGeomorfologia, Solos e Geologia. Utilizado para: analise emapeamento das fei¢es geologicas e estruturais; separar e
I mapear areas ocupadas com Pinus e Eucalyptus; mapear areasN ocupadas com vegetacao que foram queimadas; visualiza.-;ao deF areas ocupadas com maer6fitas aquatieas (aguape); e identificayao
~ r-----+-------~r.~~~=:=~=~~t:?gs~'~~~S~~~~~[d~a~de~ao~te=or~d"-e~u~m~i~da=d~e~d~a~s~pl~a~nt~as~,~s=eN~i~nd~o~V para obselVar estresse na vegela.-;ao, causada por desequilibrioE 5 (1,55 - 1,75) hidrico. Esta banda salre perturbaf1.6esem caso de acorrer excesso
~r- +- ~r.~~~=~h~~=~~~~an~~~~~:~~~I~~~~I~~~~~:~(~~:~~e~~~;=~~ePn~E~~~~~=~~~~i~~~7s~a~o~s~c~on~tr=a~st~es~E 6 (10,4 - 12,5) lermicos, selVindo para deteclar propriedades termais de rochas,L solo, vegetacao e agua (termal).H r-----+-------~hA~p=~~se=n~,a~se~n~si~bi~lid~a~de~a~m~o~n~o~lo~gi~a"d~O~le~r=re~no~,~p~e=rm~i~tin~d~o~o~~~e~ro informa.-;oes sobre Geomorfologia, Solos e Geologia. Esta banda
serve para identificar minerais com ions hidraxila. Potencialmentefavoravel a discriminacao de produtos de alteracao hidrotermal.
(0.78- 0.90)
(2,09 - 2,35)
Fonte.INPE
13
De acordo com CURRAN (1985), 0 sensoriamento remoto ampliou a
capacidade do homem em abter informac;6es sobre as recursos natura is e 0 meio
ambiente, colocando-se como mais uma ferramenta complementar para facilitar
trabalhos tematicos e de levantamentos. Para 0 mapeamento de seqOestra de
carbona, 0 sensoriamento remota proporcionou agilidade nos estudos, facilitando a
composigao das informa9oes, podendo tambem abter uma maior abrangencia das
areas de pesquisa, sem a necessidade de se analisar especificamente cada parcela
da biomassa florestal.
I.
3. MATERIAlS E METOOOS
3.1 MATERIAL
o material utilizado para servir de apoio neste trabalho foram:
3.1.1 Hardware utilizado
• 01 computador PC com processador Intel com processamento superior a 3.2GHz
e 1GB de mem6ria RAM, placa de video de 128 MB, gravador de CD-Rom e
DVD- Rom 2 discos rigidos AT A de alta capacidade;
• plotter jato de tinta HP DesignJet 750C;
• Impressora jato de tinta HP DeskJet 610C.
3.1.2 Software utilizado
• Software para processamento digital de imagens ERDAS Imagine 8.7
• Software SIG ArcGis versao 9.0 - ArcView (ESRI);
• Sistema operacional Microsoft Windows 2000 XP portugues;
• Aplicativos Microsoft Office (editor de textos e planilha eletronica).
3.1.3 Oados utilizados
• Imagens de sate lite Landsat 5 e 7, referentes aos anos de 1986, 1994 e 2002
fornecidas pela SENOGRAFIA - Sensoriamento Remota Uda;
• limite da area da Reserva Natural do Morro da Mina, fornecido pela SPVS;
• Ortocarta da area da Reserva Naturat do Morro da Mina fornecida pela SPVS ;
• Dados de aptidao e usa do solo, tambem fornecido pela SPVS.
Ij
3.2 METODOS
3.2.1 Aquisic;:aodas Imagens
Para a aquisic;ao das imagens de satante fcram feitos as exames e avaliac;6es
das mesmas com relagao a qualidade nos seguintes quesitos:
• Verificac;ao (visualizac;ao das imagens) quanta:
• cobertura de nuvens de ate 10% da area da cena;
• presenC;:8 au naD de ruidos e/au falhas;
• nebulosidade e focos de queimadas;
Verificac;ao dos arquivos digitais quanta:
• conteudo das bandas espectrais do TM Landsat 5 e 7 (1, 2, 3, 4, 5, 7);
• composi9ao das bandas RGB (Red, Green e Blue), com 0 comprimento
das bandas:
- 1: 0.45 - 0.52~lm;
- 2: 0.52 - 0.60~lm;
- 3: 0.63 - 0.69~m;
- 4: 0.76 - 0.90~lm;
- 5: 1.55 - 1.75~m;
- 6: 10.42 - 12.50~m;
- 7: 2.08 - 2.35~m.
• area imageada par uma faixa de 185 km;
• resolug8o espacial de 30m x 30m;
• datas de tamada das cenas;
1(,
As imagens adquiridas sao: (Quadro 3)
QUADRO 3: LlSTA DE IMAGENS
Cena Satelite Data
2201078 Landsat 5 14109/1986
2201078 Landsat 5 18107/1994
2201078 Landsat 7 02109/2002
Fonte. SENOGRAFIA - SENSORIAMENTO REMOTO (2005)
3.2.2 Tratamento das Imagens
As imagens fcram tratadas, de modo que foi passive] destacar elementos de
interesse de acordo com a necessidade do trabalho. A combinaC;8outilizada parainterpretagao da ocupagao da terra (vegetagao) sao a SR, 4G, 38, e loram utilizados
as seguintes processos:
• Pre-processamento
Efeitos atmosfericos, como a preseny8 de aerossois, causam varia<;6es na
reflectancia registrada nas imagens. Isto e muito comum nas bandas do espectrovisivel, devido ao efeito de absorC;8opelas moleculas de agua. Par causa dista, enecessaria a correyao par subtraC;80do pixel escuro.
As imagens ja fcram adquiridas com as devidas correc;oes dos efeitos
atmosfericos, cujas metodos utilizados para tais correc;oes tiveram como base os
padr6es empregados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE.
• Georreferenciamento das Imagens de Sate lite
o Georreferenciamento e uma transformac;ao geometrica que relaciona
coordenadas da imagem (Iinha e coluna) com coordenadas de uma imagem ou
sistema de projec;ao cartogn3fico de urn mapa. Essa transformagao minimiza
17
distofc;6es existentes na imagem, causadas no processo de formac;ao da imagem
pelo sistema sensor e par imprecisao dos dados de posicionamento da plataforma
(satelite).
Para a realizac;ao do georreferenciamento, sao necessarios pares de pontcs
de controle. Ou seja, feic;6es posslveis de serem identificadas de modo preciso na
ortocarta fornecida e na imagem, como par exemplo a inters8gao de estradas, a
confluencia de rios ou Qutros alinhamentos distinguiveis.
• Metodologia de Georreferenciamento
A correc;ao das imagens fai executada pelo metoda Imagem - Imagem. Foi
utilizada a ratina tipo GCP (Ground Control Point - georreferenciamento pela coleta
de pontos de contrale).
De posse de ambas as cole90es de imagens (orto carta e imagens Landsat),
toma-S8 a ortofoto como correta. A seguir, inicia-se 0 processo de
georreferenciamento, operando cada par de cenas orto carta - imagem Landsat,
coletando-se pontos na imagem correta (orto carta) e nas imagens a serem
ajustadas (Landsat 1986, 1994 e 2002). Ao final, executa-se a reamostragem das
imagens, para a transformac;.3o geometrica.
• Reamostragem das Imagens
Para a correc;.3o, foi empregado 0 modelo polinomial de 1a ordem. Procurou-
se preservar nas imagens um indice de pontos de modo que 90% dos mesmos
estejam dentro do padrao do erro aceitaveL
Na reamostragem, utilizou-se 0 modelo de convoluc;ao cubica, porque, apesar
de processar as imagens de forma mais lenta 58 comparado a outros metodos, gera
urn resultado melhor nas imagens, evitando efeitos como 0 "serrilhado", produzido
pelo modelo Nearest Neighbor.
18
• Exporta9ao para 0 Formato Geotiff
Ao termino do processamento digital de imagens, estas foram converlidas
para 0 formata Geotiff, 0 que inclui para cada cena, do is arquivos com a mesma
nomenclatura:
Arquivo com a extensao TIF, contendo a imagem;
Arquivo com a extensao TFW, contendo as informac;6es sabre a geometria da
imagem, como coordenadas do canto superior esquerdo, tamanho do pixel em X e
Y; e rotag8o em X e Y, exportadas para 0 ERDAS. Esta estrutura de arquivos
permite a sua utiliz8g80 em todos as softwares de geoprocessamento.
19
4. CARACTERIZACAo DA AREA DE ESTUDO - RESERVA
NATURAL MORRO DA MINA
A Reserva Natural Morro da Mina esta inserida entre os projetos de pesquisas
relacionados ao sequestro de carbono, desenvolvidos pela ONG(Organiza9fjo Nao-
Governamental), SPVS (Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educa,ao
Ambiental), localizadas no litoral norte do Parana (FIGURA 3).
FIGURA 3: AREA DA RESERVA NATURAL MORRO DA MINA
Sob esta parceria existem mais dais projetos florestais em execuc;a,o na
mesma APA (Area De Prote9fjo Ambiental), que sao 0 Projeto de Restaura,ao da
Floresta Atlantica, na Reserva Natural do Cachoeira, com 10 mil hectares, localizada
no Municipio de Antonina, e 0 projeto A9fjo Contra 0 Aquecimento Global (ACAG),
desenvolvido na Reserva Natural do Itaqui, com 7 mil hectares em Guaraque,aba. A
10
concepC;8o, a estrutura e a metodologia dos tres projetos sao bastante semelhantes,
e estes se localizam proximos entre si.
Todas as pesquisas lazem parte do projeto A9ao Contra Aquecimento Global
(ACAG), um projeto-piloto Ilorestal, na APA de Guaraque9aba, cujos objetivos sao a
gera<;ao de creditos de carbona para 0 investidor, e a conservaC;8o ecologica para
atender a missao do executor (SPVS), numa rela9ao de meio e lim reciproca.
o Projeto Piloto de Rellorestamento da Reserva Morro da Mina, conta com 0
apoio da TNC (The Nature Conservancy), linanciada pela industria petrolilera
Chevron Texaco, que tem como meta a recuperac;ao de mil hectares de area
degradada e ser uma aC;ao para combater as mudan<;as climaticas. A instituic;80
propoem a recupera<;ao florestal da area criando um novo sumidouro de carbona,
com reflexos importantes no combate ao efeito estufa e garantir proteC;80 vitalicia
desta area, e a manutenC;80 do abastecimento de agua para Antonina, pais
incorpora 0 manancial que abastece a Municipio. A tonica conservacionista do
projeto e fortemente marcada pel a filosofia da SPVS, com reconhecida atuac;ao na
conserva<;ao da biodiversidade da Floresta Atlantica e da TNC, ONG ambientalista
americana de ampla experiemcia em projetos internacionais de a980 climatica. As
atividades de carbona se baseiam numa combina98o entre reflorestamento,
restaura9ao e prote9ao Ilorestal de areas degradadas pela atividade de cria9ao do
bufalo e de madeireiras.
o projeto conta com outras duas atividades coadjuvantes importantes ao
componente principal do carbona para refor9ar e assegurar -se dos objetivos
conjugados mencionados. Sao elas, 0 contrale do vazamento atraves da promoC;8o
de tecnicas mais intensivas de criag80 do bufalo e sobretudo 0 apoio a atividades e
praticas socioambientalmente sustentaveis para agricultores pr6ximas a reserva do
projeto na APA. Em termos de contribui90es socioambientais do projeto ACAG as
comunidades locais, destacam-se: 0 apoio a produc;ao de banana passa organica
para exporta<;ao, em parceria com a Terra Preservada, UFPR (Universidade Federal
do Parana) e EMATER (Empresa Paranaense de Assistencia Tecnica e Extensao
Rural); 0 emprego de 80 funcionarios nos tres projetos florestais de carbono e 0
apoio a titula980 de posses de produtores limitrofes as reservas. A dura<;ao destas
ac;oes aponta para a medio a longo prazo em consoante com a perspectiva de
prote9ao ambiental de longo prazo empreendida pela ONG. Entretanto, em termos
de contribuiC;80 a fixa980 do carbono, e passlvel de discuSS80 a adicionalidade do
21
carbona atraves de desmatamento evitado par se tratar de uma APA onde a
desmatamento passou a ser proibido, e pelo decHnio da cria<;8o do bufalo, a
principal atividade degradadora na regiao. Tambem e discutivel a quantidade de
carbona a ser seqOestrado atraves da restaura<;8o florestal com base nos dados do
monitoramento do proprio projeto.
o Morro da Mina transformou-se, em Reserva Particular do Patrim6nio
Natural (RPPN) em 2003, passando a integrar a Sistema Nacional de Unidades de
Conserva98o. Com issa, a cidade de Antonina, recebeu urn incremento em seu
ICMS Ecologico, ja que, pela lei, quanta maiores e mais bem preservadas as areas
protegidas, mais recursos financeiros do ICMS (Impasto sabre Circula<;ao de
Mercadorias e Servic;:os) 0 municipio tern direito. A concessao do titulo implica
conserv8<;8o perpetua da area como reserva natural.
Para os moradores locais, as projetos contribuem na manuten~o do
abastecimento de agua, geram empregos diretos e indiretos e ajudam a encontrar
alternativas de gera<;aode renda. As a<;6esda SPVS tem forte integra<;aocom as
comunidades da regiao atraves do componente de Conservat;ao e Desenvolvimento,
cuja atuay80 se volta para 0 tomento ao associativismo, a oterta de cursos de
capacita~o e a promoyao de alternativas de geray80 de renda, como a produ~o e
comercializa~o de banana organica.
o componente Conserva<;ao e Desenvolvimento tambem encabe<;a duas
a<;6esde destaque: a Polo de Agroecologia do Litoral do Parana, que visa capacitar
e orientar produtores rurais para os sistemas agroflorestais e 0 cultivo de organicos,
especialmente a banana, principal produto da regiao; e a meliponicultura, que e a
cria<;aode abelhas nativas sem ferrao (SPVS, 2003).
23
4.1 LOCALlZAc;:Ao DA AREA DE ESTUDO
A Reserva Natural Morro da Mina possui uma area de 3.486,33 ha, localizada
no Municipio de Antonina, litoral norte do Estado do Parana, compreendida entre as
coordenadas planas X1=7187568, Y1=716234 e X2=7194893, Y2=724161 do
sistema de projeyiio UTM (Universal Transversa de Mercator) e do Datum SAD 69
(South American Datum). As coordenadas geograficas sao: latitude S 25'24'48" a25'20'42"e longitude W 48'50'58" a 48' 46'09". (FIGURA 5)
FIGURA 5: LOCALIZACAO DA RESERVA NATURAL MORRO DA MINA
Fonte: SENOGRAFIA (2005)
4.2 CARACTERIZACAO FislCA E BIOLOGICA DA AREA
o reeorte espacial estudado abrange a area da Reserva Natural Morro da Mina,
situada no litoral paranaense,englobandoparticularmentea vegeta9aoda Serra do
Mar. Nesta area ocorrem diques nas pon;6es marginais dos principais rios e seusafluentes, sendo que na porc;ao adjacente aos diques OCQrrem areas rebaixas
sujeitas a freqOentes inundar;6es constituindo-se em areas de deposi90es recentes.DentrQ da planicie de inunda<;8o ocorrem morros de baixa altitude provavelmente
remanescentes de antigas superficies de erosao. Nos vales embutidos dentro dos
riachos e corregos podem ocorrer areas ingremes com depositos de talus. Estaopresentes na area da Reserva pedimentos e materia is coluvio-aluviais holocenicos,
cujas fei<;6es sao caracteristicas dentro da paisagem. Nas areas sobre influencia
marinha ou fhJvio-marinha, que representam somente uma pequena pon;ao da area
da reserva, ocorrem manguezais e areas de transic;;ao entre mangue e a planicie
aluvial. (ROCHA,1992)
4.2.1 Geologia
Os materia is de origem dos solos nas areas de Serras e morros da Reserva
Natural Morro da Mina sao provenientes de migmatitos homogeneos, retromorficos e
heterogeneos alem de dioritos (CORDANI e GIRARDI, 1967). Nas areas de
pedimentos e coluvios estes materiais de origem se encontravam via de regra
mesclados dando origem a solos al6ctones, cuja composiyao pode ser bem
diversificada em relayao as rochas que Ihes deram origem. Nas areas da planicie
aluvial e de mangues, os materia is de origem dos solos sao constituidos de
sedimentos e depositos fluvio-marinhos, ou marinhos.
4.2.2 Relevo
o recorte espacial objeto deste estudo encontra-se na Unidade
Geomorfol6gica do litoral. De acordo com WONS (1993), 0 relevo desta regiao
apresenta-se rebaixada por falhamento marginal de urn antigo nivel do planalto
paranaense, ocorrido na era Cenaz6ica au final da Mesoz6ica. Em tempos
25
geol6gicos mais recentes, provavelmente no Pleistoceno, comec;ou a elevac;ao da
costa submersa, comprovada pela existencia de antigas praias, em plena plataforma
continental, aparecem alguns blocos de rochas mais resistentes.
Duas regioes distintas caracterizam 0 litoral: a montanhosa e a baixada
costeira. A montanhosa abrange morros isolados, algumas cadeias de morros e as
encostas da Serra do Mar. Esta zona e constituida de rochas cristalinas onde
predominam as granitos e gnaisses. A baixada costeira forma uma pequena planicie,
onde predominam areias e argilas. Sua largura varia entre 10 e 20 km, tornando-se
um pouco mais larga nas proximidades da baia de Paranagua. As altitudes situam-
se entre 0 e 10 m.s.n.m (metros sob 0 nivel do mar) e, nos pontos mais distantes do
mar, chegam a ter 20 m.s.n.m.
A baia de Paranagua, uma das rnais vastas do Brasit (677 km'), penetra 50
km pelo interior do continente e possui uma largura maxima de 10 km. Subdivide-se
em outras baras menores: de Antonina, das Laranjeiras, dos Pinheiros e deGuaraque9aba.
4.2.3 Clima
Nas porc;oes serranas da regiao de estudo, 0 tipo climatico caracteristico
definido por Koeppen, apud MAACK (2002), e 0 subtropical umido mesotermico
(Cfa), no qual 0 mes mais frio tem a temperatura media inferior a 18°C, porem
superior a _3°C, e 0 mais quente apresenta temperatura media superior a 22°C. A
regiao esta sujeita a geadas pouco frequentes e a precipita90es regulares todos os
meses, sem apresentar estac;ao seca definida, 0 que representa um fator
determinante nas transformac;oes e decomposir;ao dos materiais vegetais
depositados sobre 0 soJo.Devido a expressao do seu relevo com bruscas variac;oes
aUimetricas, a temperatura media sobre esse ambiente diminui cerca de O,6°C acada 100 m.s.n.m.
Na Planicie, segundo a classifica9ao de Koeppen, citado por MAACK (2002),
o clima e considerado do tipo Af(t), chuvoso tropical sempre umido. Com
temperatura media de 21°C. Nestas zonas litor.:3neas,em conseqOencia do rapido
aquecimento do solo com 0 sol nascente, ocorrern brisas maritimas de Leste e
Sudeste, aproximadamente ao meio-dia, soprando continente adentro. Ao anoitecer,
o solo esfria de forma mais r<3pidaque 0 mar, ocorrendo a inversao do gradiente de
pressao de forma que 0 vento passa a soprar da terra em direc;ao ao oceano.
Apesar desta alternancia entre brisas mariti mas e continentais, os ventos
predominantes sao influenciados pelo alfsio Sudeste. As precipitac;6es anuais
mostram certa oscilac;ao, que varia de 2.500 a 3.000mm.
4.2.4 Vegetavao
Na por~ao Leste do Estado do Parana, definida praticamente em toda sua
extensao pela barreira geografica natural da Serra do Mar, situa-se a regiao da
Floresta Ombr6fila Densa, influenciada diretamente pel as massas de ar quente e
umidas do oceano Atlantica e com chuvas bem distribuidas ao longo do ano. Estao
incluidas nesta regiao as formac;6es florestais da planicie litoranea e das encostas
da Serra do Mar. No presente trabalho, foi utilizado criterios da classifica~o de
vegeta~ao empregados pela EMBRAPA-SOLOS (Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuaria - Solos, 1988), e posteriormente a nomenclatura do Projeto RADAM
(Radar na Amazonia, citado par ROCHA, et a/., 1992), com defini~6es mais
detalhadas sabre a vegeta~ao.
4.2.5 Floresta Tropical Peru mid a
E uma vegeta~ao compacta com grande multiciplidade de especies e de cicio
biol6gico continuo, caracterizada pelo fato de nao perder as folhas permanecendo
verde ao longo de todo 0 ano. No seu interior, ocorre denso matagal, formando urn
complexo de ervas, cipos, arbustos, vegetac.;:aorasteira, arvores jovens onde as mais
diversas formas de adaptac;ao das especies ao meio sao verificadas. 0 aspecto de
desenvolvimento das arvores, principal mente os das palmeiras, reflete um
acentuado fototropismo positivo, ou seja, e ° crescimento das plantas em direc.;:aoafonte de luz.
Ocorre na regiao do litoral onde as secas sao praticamente inexistentes e sao
registradas as maiores precipitac;6es do Estado, variando entre 2.000mm em
Paranagua a mais de 2.850mm em Guaratuba. 0 tipo climatico Af pode ser admitido
para esta regiao, e caracterizado pelas altas temperaturas e abundantes e bern
27
distribufdas chuvas, junto as condic;oes do solo, permitem 0 desenvolvimento
compacta e exuberante desta vegetag8o.
Nas clareiras e nas bordas da mata vegetam colonias de imbaubas, que como
especies pioneiras indicam a 8gao do homem. Sob esta vegetag80 as solos acham-
S8 recobertos de serrapilheira, constituida de galhos, folhas e frutos secos au em
decomposig80. Teares relativamente elevados de materia organica e nitrogenia sao
at encontrados. Com as queimadas e Gultivos sucessivos, as residuos vegetais
desaparecem rapidamente e com eles a humus e a nitrogenio EMBRAPA (1984).
4.2.6 Floresta Tropical Altimontana
E uma vegetaC;80 de cicio biol6gico continuo que apresenta tambem grande
multiplicidade de espEkies, sendo caracterizada como perenif6lia. No seu interior
ocorre dense matagal, formando um entrelayado de ervas, cip6s, arbustos,
vegeta<;80 rasteira e arvores jovens. A abundimcia de epffitas e uma fei<;80 peculiar
deste tipo de floresta.
Ocorre nas regioes altas das serras onde a precipita<;80 e elevada e a
nebulosidade e uma constante por longos periodos do dia e praticamente durante
todo 0 ano, com as altas temperaturas amenizadas pelas condi<;oes da dinamica
meteorol6gica local. A alta pluviosidade e principalmente a abundante nebulosidade
imprimem fei<;oes caracteristicas a este tipo de vegeta<;ao que a distingue da
vegeta<;ao tropical perumida.
4.2.7 Floresta Tropical de Varzea
Vegeta<;80 de porte medio relacionada as florestas tropicais perenif61ia e
subperenif61ia, ocupando as partes mais baixas e planas do relevo ou mesrno as
abaciadas, que se situ am, principalmente ao longo dos cursos de agua. Sua
presen<;a esta correlacionada com a drenagem deficiente ou restrita dos solos
hidrom6rficos e aluviais.
2"
4.2.8 Formac;ao Litoranea - Manguezais
o manguezal caracteriza-se par apresentar arvores nao altas, com trancos
finas, folhas vibn3teis e coriaceas, halofitas e hidr6fitas ao mesma tempo.
Localizados em areas alagadiyas e pantanosas, sujeitas ao fluxo e refluxo das
mares, cnde a solo e extremamente salina. Formadas geralmente nas embocaduras
dos rios, onde a diminuigao da corrente facitita a deposigao de sedimentos finos. 0
alagamento frequente determina deficiencia de oxigemio e as plantas do manguezal
conseguem sob reviver gra<;8s a adapta<;ao que apresentam ao meia adverso.
No manguezal, as plantas que a constituem, distribuem-se da periferia para 0
interior, em fun<;ao da maior au menor salinidade do solo e do movimento oscilatorio
das mares. Gnde a salinidade e mais intensa, predomina 0 (Rhizosphora mangle),
mangue verdadeiro onde estas plantas conseguem fixar-se ao solo pela emissao de
raizes aereas em forma de area. Mais aeirna, onde as solos permanecem inundados
menos tempo, mas com 0 teor de sal ainda elevado, aparece 0 mangue siriuba
(Avicenia tomentosa) substituindo, onde os solos sao mais firmes, pelo mangue
branco (Laguncutaria racemosa) com arvores de ate 2 a 3 metros de altura. 0
manguezal propriamente dito caracteriza-se pela ausencia de vegetacyao herbacea.
Os mangues mais altos sao usados como madeira para construcyao e outras
finalidades. Devido ao corte excessivo sao raros as manquezais deste porte. Os
mangues secundarios, de menor tamanho, sao usados como lenha e algumas
especies possuem cascas muitos ricas em tanino, substancia com propriedades anti-
septica e adstringente. EMBRAPA (1984)
4.2.9 Campos Tropicais das Varzeas Umidas
Vegetac;ao hidrofitica, composta principalmente par gramineas e ciperaceas,
com algumas ervas e arbustos adaptados ao meio constantemente alagado.
Ocupam as partes de cotas mais baixas da regiao, em relevo plano e em solos
hidrom6rficos, recobertos par uma camada de restos vegetais. Esses solos, quando
drenados, sao utilizados para hortas ou cultivos anuais.
Segundo a nomenclatura utilizada por ROCHA (2002), a tipologia vegetat
natural pode ser caracterizada da seguinte maneira:
29
4.2.10 Regiao de Planicie
Floresta Ombr6fila Densa aluvial (floresta atlantica das planicies aluviais);
Floresta Ombr6fila Densa das Terras Baixas (floresta atlantica da planicie litoranea);
Areas de Formal'oes Pioneiras com Influencia Marinha (restinga), Areas de
Forma<;6es Pioneira com Influencia Fluvio-marinha: Campos Salinas (vegetayaoherbacea) e Manguezais (vegeta9ao arb6rea); Areas de Forma90es Pioneira com
Influencia Fluvial: Herbaceo-arbustiva (taboais ou varzea) e arboreas (caxetais au
maricais).
4.2.11 Regiao de Serra
• Floresta Ombr6fila Densa Submontana
Compreende as forma<;oes florestais que ocupam 0 inicio das encostas daSerra do Mar e parte do vale do rio Ribeira, situadas entre 100 e 600m.s.n.m (metros
sobre 0 nivel do mar). Das sub-forma90es da Floresta Ombr6fila Densa e a parte
que apresenta maior diversidade vegetal, resultante da major fertilidade de seus
solos e do regime climatico predominante, com chuvas abunctantes e distribuidas aDlongo do ana, e da ausemcia de baixas termicas invernais (geadas). Sao tipico aguapuruvu (Schizofobium parahyba), bocuva (Virofa ofeifera), tapia (Afchornea
tripfinervia) e 0 palmito (Euterpe edufis), entre outras. Estao tambem incluidas as 3',
4° e 5° fases da sucessao natural, que correspondem as denominadas ~fasesmediae avanryadada sucessao vegetal" pela legisla<;aoambiental vigente.
• Floresta Ombr6fila Densa Montana
Compreende as forma90es florestais que ocupam a por9i'io intermediaria das
encostas da Serra do Mar entre 600 e 1200m.s.n.m. Embora fisionomicamentesemelhante a subforma<;ao submontana, apresenta floristica diferenciada, com adiminui<;aoate a ausencia de ecotipos de carater tropical, resultante da diminui<;8.odas medias termicas anuais em fun<;8.o da eleva<;8.o da altitude, incluindo a
ocorrencia regular de geadas. Nestes ambientes, ainda bem conservados, sao
dominantes a canela-preta (Ocotea catharinensis), pau-6leo (Copaifera trapezifofia),
30
guapeva (Pouteria torta) e 0 caovi (Newtonia Glaziovilj, entre outras. Estao tambem
incluidas as 3°, 4° e 5° fases da sucessao natural, que correspondem as
denominadas "fases media e avan9ada da sucessao vegetal" pel a leg1518<;80
vigente.
• Floresta Ombr6fila Densa Altomontana
Compreende as formagoes florestais que ocupam as por<;oes rna is elevadas
da Serra do Mar, em media 1.200m.s.n.rn., confrontando com as forma90escampestres e rupestres das cimeiras das serras (refugios vegetacionais). Econstitufda par associac;6es arb6reas simplificadas, regidas par condicionantes
clim.aticos e edaficos mais restritivos ao desenvolvimento da flora arb6rea (baixas
temperaturas, ventos fortes e constantes, elevada nebulosidade e solos
progressivamente mais rasos e de menor fertilidade), sendo denominadas
regionalmente de "matinhas rupestresn, onde sao tipicas a cauninha (/lex
microdonta), guaramirim (Siphoneugena reitzi/), gramimunha (Weinmannia humilis),
pinho-bravo (Podocarpus selowi/), e 0 exclusivo ips-da-serra (Tabebuia
catarinensis), entre outras. A inaptidao as atividades humanas contribui para a sua
conserva~o, constituindo-se na unica formac;ao florestal ainda integra do Estado do
Parana.
31
5. AQUECIMENTO GLOBAL
o aquecimento global e resultante do aumento da concentra,80 de gases de
efeito estufa na atmosfera, gerados sobretudo pela a,80 do homem. Os gases de
efeito estufa, est80 relacionado ao metano (CH.), oxido nitroso (N20),
hidrofluorcarbonos (HFCs), perfluorcarbonos (PFCs), hexafluoreto de enxofre (SF.) e
dioxido de carbono (C02), sendo este ultimo composto quimico, do ponto de vista
quantitativa, 0 mais importante gas causador do efelto estufa, cujas fantes principaisde emiss6es sejam a queima de combustiveis f6sseis, as queimadas e os
desmatamentos. Juntos, estes gases retem 0 calor refletido na superffcie da Terra,
sendo uma ameaC;8 potencial ao bem-estar humana e aos ecossistemas naturais.
Examinando os dados abaixo, pode-s9 ter uma estimativa do rapido aumento
do nivel de concentra,80 de C02, no Alaska, Hawai, Samoa Americana e Polo SuI.
(FIGURA 6)
FIGURA 6 CONCENTRACAO DE C02 NO SEC. XX
Fonte: Convem;ao das MudanQas Climalicas das Nayaes Unidas (1998)
32
Oesde de 1896, 0 premiado quimico sueco Svante August Arrhenius (premio
Nobel de Quimica em 1903), comentado por WATSON (1992), advertia que 0 n;pido
aumento no consume de combustiveis t6sseis poderia alterar 0 balan90 termico da
atmosfera. Calculou 8inda que, case a concentrac;ao de C02 na atmosfera dobrass8,
a temperatura da superficie terreslre aumentaria em 5°C. Porem, e importante
ressaltar que casa nao houvesse 0 efeila estufa, a Terra seria bern mais tria e naohaveria condi90es de existir vida. Portanto, 0 que e prejudicial e 0 aumento
desenfreado dos gases de efeito estufa (GEE), e niio 0 volume natural encontrado
na atmosfera.
Calculos indicam que a superficie terrestre e cerea de 33°C mais quente do
que seria sem a presen98 do efeile estufa. Estima-se que a taxa atual deaquecimento do planeta S8 situs entre O,2°C a O,5°C por decada. Desta maneira, 0
aumento de temperatura acumulado ate 0 final deste sEkulo seria suficiente para
provocar profundas alteratyoes no clima.
Embora 0 aquecimento global ja seja uma realidade, a magnitude deste
fen6meno depende substancialmente da redutyao da emissao dos gases poluentes,
principalmente por parte dos paises desenvolvidos e mais industrializados, os
maiores responsaveis pelos altos indices de emissao destes gases. 0 problema eque qualquer redutyao de emissoes requer uma mudanc;a no comportamento e no
estilo de vida da popula9iio e das industrias nestes paises.
5.1 EFEITO ESTUFA
A energia solar chega na forma de radiac;iio de ondas curtas. Parte dessa
radia<;ao e refietida e absorvida pela superficie terrestre e pela atmosfera. A maior
parte dela, contudo, passa diretamente pela atmosfera para aquecer a superficie
terrestre. A Terra se livra dessa energia, mandando-a de volta para 0 espatyO, na
forma de irradiagao infravermelha de ondas longas.
A maior parte da irradia9iio infravermelha que a Terra emite, e absorvida pelo
vapor d'agua, pelo dioxido de carbono e outros "gases de efeita estufa" que existem
naturalmente na atmosfera. Esses gases impedem que a energia passe diretamente
33
da superficie terrestre para 0 espa<;D, pais sem eles, nosse planeta seria urn lugar
frio e sem vida, tao desolado e esteril quanto Marte. (FIGURA 7)
FIGURA 7: EFEITO ESTUFA
A sifuoC;6o otuolOsrclio~so!a'lIspenetromoO1mo:J.:lrodo lerra,oquecondcsuo supcrlrde, que reflc:e 0 colorde ~ol!n poru ootm05lc.o eparaoC5poo;o.
Fonte: Convenyao das Mudanyas Climaticas das Nacoes Unidas (2001)
Atualmente, tern sido liberada uma quanti dade de C02 maior que a
capacidade de abson.;ao, aumentando a limite da atmosfera de absorver irradiac;aoinfravermelha. As emissoes de gases de efeita estufa estao perturbando a forma
com que 0 clima mantem esse equilibrio entre a energia que entra e a energia quesai. Apenas 2% dos gases emilidos e a propor<;iio em que 0 planeta e capaz de
irradiar energia para a espayo. No entanto, a energia excedente naD podesimplesmente acumular, e a clima vai ter de sa ajustar de alguma forma para
eonseguir se desfazer dessa energia, e enquanto 2% pareee nao ser muito, tomando
a Terra inteira, isso equivale a reter a eonteudo energetieo de 3 milhoes de
loneladas de petr61eo por minuto (Conven9iio das Mudan9as Climaticas das Na96es
Unidas, 2001).
5.2 OS EFEITOS COLATERAIS
Os efeitos causados devido a sobrecarga na atmosfera pelos gases de efeita
estufa, podem ocasionar maior evaporac;ao de agua, cnde as temperaturas mais
altas farae com que mais agua S8 evapore. Com issa, secas e enchentes serao mais
frequentes e mais intensas, e as efeitos serao diferentes em cada regiao. Algumas
regioes ficarao mais secas e Qutras, mais umidas. Isto podera causar graves
problemas para os ecossitemas sensiveis a excesso e escassez de agua. Tambem
pod era afetar nossas plantac;;6es e criagoes de animais. No Brasil, dependemos dos
nos 50S rios para produzir mais de 90% de nossa energia eletrica, e a falta de agua,
podera ocasionar urn deficit na produc;ao de eletricidade.
A alterayao nas estac;:oes do ana, provocara aumento de temperatura e
podera estender a verao e encurtar a inverno. Isto afetara as ecossistemas que sao
regulados pelas esta90es do ano. A migra9c3:0 dos passaros, a produ980 de frutas e
flares e 0 acasalamento dos animais poderao ocorrer em epocas diferentes. Se
estas altera90es nos ecossitemas nao forem coordenadas, ha perigo de que estes
ecossitemas sejam permanentemente danificados. Por exemplo, se passaros
migrarem para uma regiao onde as arvores ainda nao tiverem dado frutos, eles
poderao se extinguir par nao encontrarem alimento. A expanseo termica dos
oceanos fara com que a agua aumenta de volume com 0 aumento de temperatura.
o nivel dos oceanos, portanto, pode aumentar significativamente. Isto podera fazer
com que praias, ilhas e cidades costeiras sejam cobertas de agua do mar. Mesmo
que ainda seja passive I continuar vivendo em cidades costeiras, a agua do mar
podera contaminar a agua dace que abastece a popula.yao, afetando a qualidade de
vida nestas regioes. 0 aumento da temperatura dos oceanos pode causar a morte
de corais, que sao fonte de alimento para grande parte da vida marinha. Desta forma
a popula9ao de peixes e outros animais marinhos podera diminuir ainda mais
Inlernational Panel On Climate Change (IPCC, 2000).
35
5.3 0 CICLO DO CARBONO
Existem tres grandes reservat6rios de carbona na natureza: a biosfera, a
atmosfera, e a oceano, que S8 interligam via processos de troca de C02 entre os
outros materiais carbonatados. De acordo com RESENDE (2000), a carbona etransferido, na natureza, alraves desses reservat6rios existentes, sob a forma
dominante de dioxido de carbono. Este processo e conhecido como Cicio do
Carbona, realizado palos seres vivos atraves da respira~o. Quando se inspira 0
oxigenio da atmosfera e S8 queima a carbona existente no alimento ingerido,
transforma-se em dioxido de carbona, liberado durante a processo da respirayao.
(FIGURA 8)
FIGURA 8: CICLO DO CARBONO
'--.. --.- ,- ,~..~---..-
FONTE: REZENDE (2002)
36
Qutras formas de pradu9ao de dioxido de carbona, ocorrem atraves das
queimadas e da decomposi9ao de material organico no solo, que sao revertidos em
oxigenio atraves do processo da fotossintese nas plantas e arvores. Na presen<;ade
tuz elas retiram a dioxido de carbona para crescer, devolvendo oxigenio para a
atmosfera, e durante a nOite, na transpira9ao, este processo se inverte, e a planta
libera CO, excedente do processo da fotossintese.
o autor ressalta ainda que, 0 carbona emitido para a atmosfera nao edestruido, mas sim redistribuido entre os diversos reservatorios de carbono. Q
dioxido de carbono e muito diferente de outras gases causadores do efeito estufa,
que normalmente sao destruidos par a90es qui micas na atmosfera. A traca de
reservas de carbono acontece em torno de uma larga escata de tempo, onde esta
escata, e determinada pelo tempo ciclico desta traca, que varia de menas de um ana
a ate mesma milhares de anos. No geral, a estimativa de vida para 0 dioxido de
carbona atmosterica e de apraximadamente cern anos.
5.4 HISTORICO E CONTEXTO POLiTICO-ECONOMICO
o tema sabre "mudanC(8s climaticas" passou a suscitar maior interesse, a
partir da decada de 1970, quando ficou evidenciado que um aumento continuo e
con stante da concentra9ao de gases de efeita estufa na atmosfera, poderia afetar 0
mundo todo. Houve uma profunda preocupa9ao a partir de entao, e em 1995, fol
assinado um documento, onde renomados cientistas de diversos paises e areas de
conhecimento, apoiaram 0 parecer do Painel Intergovernamental de Mudan98s
Climaticas (International Panel On Climate Change, IPCC), cujo objetivo era dar
suporte cientifico e interagir com a CQNUMC (Conven<;ao-QuadroSobre Mudan<;as
Climaticas), e responsavel tambem, pela divulga<;iio do calculo do Potencial de
Aquecimento Global (Global Warming Potential, GWP) e pelas revisoes
metodologicas deste C<ilculo.0 indice do Potencial de Aquecimento Global (GWP) eutiJizado para uniformizar as quantidades dos diversos gases de efeito estufa em
termos de dioxido de carbona equivalente, possibilitando que as redu<;oes de
diferentes gases sejam somadas. 0 GWP, deve ser utilizado para 0 primeiro periodo
de compromisso (2008-2012), e publicado no Segundo Relatorio de Avalia<;ao do
IPCC.
37
Com 0 resultado do evenlo do IPCC, concluia-se que 0 grande risco potencial
de mudanC;8s climaticas justifiea a tomada de medidas preventivas, e, S8 a
concentraC;80 de gases causadores do efeito estufa continuar aumentando, a
temperatura da Terra devera elevar-se, causando urn aumento no nfvel dos mares e
alterando a variabilidade dos eventos hidrol6gicos, colocando em risco a vida
humana. Numa tentativa para S8 reverter este processo, a ConvenC;8o de Mudam;:as
Climalica (Climate Change Convention) propos um acordo entre as nag6es que
ratificaram a conveng8o, para que criassem mecanismos que diminufssem as
emiss6es dos gases de efeito estufa.
A Convengao-Quadro das Na,6es Unidas sobre Mudan,a do Clima,
CQNUMC (United Nations Framework Convenlion on Climate Change, UNFCCC),
refere-s8 a negociaC;8o sob a egide das Nac;oes Unidas, adotada durante a Rio-92,
cujo principal objetivo e a estabiliza,ao dos niveis de concentra,ao de GEE (Gases
de Efeito Estufa) na atmosfera num nfvel que impeC;8 urna interferemcia antropica
perigosa no sistema climatico. 0 Tratado de Kyoto e um instrumento juridico
complementar vinculado a CQNUMC. Estes mecanismos implicariam primeiramente,
na capacidade das fontes de energia de emitir baixos niveis dos gases responsaveis
pelo efeito estufa, bem como mecanismos alternativos de abson;:ao de C02, atraves
dos projetos de seqOestrode carbono. Sabe-se que todo ano, sao lan,ados quase 7
bilh6es de toneladas de C02 na atmosfera, e que este valor e adicionado ao carbona
ja existente neia, pais pode permanecer por um periodo superior a cem anos
(Internalional Panel On Climate Change, 2000).
Somente as paises industrializados, sao responsaveis par cerca de 71 % da
emissao de dioxido de carbona, en quanta que as paises em desenvolvimento, que
possui cerca de 80% da populagao mundial, emitem 18% do total de C02 na
atmosfera. Na decada de 80, as paises em desenvolvimento aumentaram a emissao
de gases em torno de 5% ao ana, dentro de uma polftica de ampliagao de seus
parques industriais, e as paises industrializados aumentaram aproximadamente
0,7%.
Seguindo este ritmo, estimativas indicam que em 30 anos, as paises em
desenvolvimento poderao atingir 0 mesmo nfvel de dioxido de carbono emitidos
pelos paises industrializados, devido ao desenvolvimento e incluindo a
desmatamento e a queimada de florestas tropicais (Climate Change Convention,
38
2001). Com 0 advento da revoluyao industrial, houve uma brusca aceleral'80
na emissao de C02 para a atmosfera, que cresceu em torna de 30% neste periodo.
No ano de 1700, a concentrayao de CO, correspondia a 280 ppmv (partes por
milhao de volume), hoje as valores chegam a 360 ppmv, urn crescimento media de
1,5 ppm v ao ana, segundo 0 IPCC (1998). (FIGURA 9)
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Fonte: tPCC (1998).
FIGURA 9: CONCENTRACAo DE CO, NA ATMOSFERA
1'}8J 2(00
Apos as discussoes da ConvenQc3.o de Kyoto e as reunioes tscnicas
5ubseqOentes, houve uma nitida mudanC;8 nos interesses sobre mudanC;8s
climaticas, ande foi passado do foco ambiental para 0 econ6mico. No protocolo,
fcram abordados tres pontes:
• Os paises desenvolvidos comprometeram-se formalmente a reduzir suas
emissoes de gases para atenuar 0 efeito estuta em 5% abaixo dos niveis
de 1990, com objetivo para 0 periodo entre 2008 - 2012;
• Sera ace ito 0 conceito de comercializayao internacional de creditos de
sequestra ou reduc;ao de gases causadores do efeito estufa;
• Diz respeito aos metodos aceitos para efetivar tais redu~6es de emiss6es.
39
Entre outros itens, 0 protocolo contempla tambem, a absor~ao de CO, em
vegetaC;80, como urn metoda para compensar emissoes em Qutros paises, ponto
essenc;al para 0 estudo em questao. Para as paises em desenvolvimento, com
aptidao fiorestal, poder,; gerar um grande fluxo de novos recursos para 0 setor
economica, ambiental e social. Este novo seguimento, tras urn potencial econ6mico
muito grande, pois 8slima-S8 que a demanda por creditos de carbona atinja entre 10
a 20 bilh6es de dolares ao ano, assim que 0 mercado estiver total mente
regulamentado. As estimativas do potencial global para 0 seqOestro variam de 0,5 a
2 GUano (2 gigatoneladas = 2 bilh6es) para os proximos 50 anos (Dixon et aI., 1994).
Segundo 0 mesma autor:
o custo da oferta do sequestra de carbona pade ser definidopela soma dos custos de oportunidade, custos de capital eoperacional, subtrafdas de qualquer renda gerada pel as atividadesflorestais. Tais custos obviamente variarflO consideravelmente de urnprojeto para Qutro, dependendo da localizac;ao, tecnicas florestais eescala das opera~6es.
Sendo assim, as projetos de sequestro de carbona surgem, portanto,
potencialmente atraentes para se diminuir, num prazo relativamente curto, a ritmo
das mudan9as climaticas derivadas do aumento de gases poluentes, ao passo que
pode promover a melhoria da qualidade de vida da popula~ao local.
5.5 CONCEITO SOBRE SEQUESTRO DE CARBONO
Segundo RESENDE (2000), 0 seqOestro de carbona foi consagrado pel a
Conferencia de Kyoto, em 1997, onde 0 objetivo principal era 0 de conter e reverter
o acumulo de CO, na atmosfera, lutando pela redu~ao do efeito estufa, atraves da
utiliza~ao de fontes de energias nao poluentes e pela reten~o de CO, pel a
biomassa dos ecossistemas f1orestais. Normalmente esta associ ado as idaias de
conserva980 de estoques de carbono nos solos, florestas e outros tipos de
vegeta90es onde ocorre urn perigo iminente de perdas dos ecossisternas. Os
resultados do efeito do sequestra de carbono pod em ser quantificados atraves da
estimativa da biomassa da planta acima e abaixo do solo, e do calculo de carbono
estacada nos produtos madeireiros, assim foram desenvolvidos varios modelos
considerando estimar a estoque de carbono na biomassa.
As florestas tropicais umidas sao caracterizadas por uma alta taxa de
produtividade primaria, retendo urn consideravel estoque de carbono, principalmente
na sua fase de crescimento, quando as arvores removem quantidades significativas
de carbona da atmosfera. Quando alcanc;amestabilidade em seu crescimento, as
taxas de capta,ao de CO, se reduzem gradativamente, tornando-se insignificantes
quando formadas. as ecossistemas florestais atuam como retentor de C02, no
entanto, tambem liberam carbono em func;:aodas queimadas, dos desmatamentos e
em uma pequena escala pela pr6pria decomposiyao natural dos vegetais.
a autor ainda destaca a importancia de se determinar a quantidade de
carbona estocado em uma floresta, sendo importante uma analise de seus
componentes como um todo. Alem da parte aerea da arvore, tambam deve-se
avaliar as raizes e camadas decompostas sabre a solo, cnde tambem existem
quantidades significativas de carbona organicc. Para a realizac;:aode uma avaliaC;:80
dos teores de carbona das diferentes campanentes da vegeta9ao e, por
ccnseqOencia contribuir para estudos do balanyo energetico e do cicio de carbono
na atmosfera, a necessario inicialmente quantificar a biomassa vegetal de cada
componente da vegeta,ao.
Quando ocorre a queima de carvao, 61eo e gas, ou tambam quando as
flarestas sao destruidas, a dioxido de carbona e liberado, sendo absorvidas pelas
plantas verdes atravas da fotossintese. Porem, a quantidade de C02 lanc;:adosna
atmosfera, tem sido maiores que a capacidade de abson;ao das arvores e plantas,
ocasionando urn acumulo de C02, bloqueando a saida da radiayao quente para a
espayo e mandando de volta esta radiaC;aoaquecida, causando 0 charnado efeito
estufa, ou seja, 0 C02 e um bom absorvedor da radiagao terrestre, e seu acumulo
age como um cobertor na superficie terrestre, mantendo a Terra aquecida, devido
ao aumento da temperatura, pelo vapor de agua. Urn dos majores efeitos do
aquecimento global, sao os efeitos das mudanyas climaticas sobre a produc;:ao
mundial de allmentos, que afeta diretamente a economia mundial, e nao se sabe
ainda sobre a dimensao deste aquecimento e suas conseqOencias nos diferentes
continentes.
.,
5.6 COBERTURA FLORESTAL E 0 SEQOESTRO DE CARBONO
Sequestro florestal do carbono refere-se ao processo de mitigac;ao biol6gica
das plantas de absorver 0 CO, do ar e fixa-Io em forma de materia lenhosa. No
inicio dos anos de 1990 este mecanisme de sequestrar a carbona foi lanc;ado na
Conven~ao do Clima da ONU (Organiza~ao das Na~6es Unidas) como urn
instrumento de flexibilizac;:ao dos compromissos de redu980 das emiss6es de Gases
Efeito Estufa (GEE) dos paises com metas de redu~ao. Trata-se de uma das
modalidades dentro do Mecanismo de Oesenvolvimento limpo (MOL) do Tratado de
Kyoto para compensar as compromissos de reduc;ao de emissao para mitigar a
mudanC;8s climatica. Este mecanisme estabelece, tambem, que as projetos MOL
devem contribuir para 0 desenvolvimento sustentavel do pais hospedeiro ao criteria
de seu governo. Portanto, no que diz respeito a pertinencia dos projetos MOL ao
pais, estes devem passar pela aprov89.30 dos respectivDs governos nacionais,
segundo suas necessidades e prioridades especificas, a depender de sua matriz
energetica e a insen;ao politico-economica de cada pais (Ministerio da Ciencia e
Tecnologia, 2002).
Cerca de 7 Gt (gigatonelada), ou seja, 7 bilhOes de carbona incorporam na
atmosfera todos as anos, atraves da queima de combustive is f6sseis. A maiaria
desta queima fornece energia para as necessidades humanas, para aquecimento,
aplicac;oes domesticas, para a industria e transporte, etc. 0 outro montante e
atribuido aos desmatamentos florestais e as queimadas, cujas areas crescem ana a
ana, e interfere para 0 controle total de carbona liberados para a atmosfera. A
Organiza~ao das Na~6es Unidas para Alimenta~ao e Agricultura (Food and
Agriculture Organization, FAO, 1998), estima que em cinquenta ou cern anos, havera
um percentual muito pequeno da cobertura florestal umida mundial, e se nao forem
revistos os processos de desmatamentos e queimadas, a perda destas areas
florestadas, levara a uma reduC;ao significativa na pluviosidade regional, que
condicionara a uma diminuiyao no potencial agricola. Ha tambem a dramatica perda
da biodiversidade, pais estima-se que mais da metade das especies vivam em
florestas tropicais. Portanto, reduzir os desmatamentos e queimadas, pode contribuir
substancialmente para 0 equilibria da emissao de carbona na atmosfera, assim
como, garantir a sobrevivencia da biodiversidade e evitar a degradaC;ao do solo.
Entretanto, estas medidas devem ser associadas as alternativas s6cio-economicas,
que possam garantir as populayoes das regioes florestais, os meios de
sobrevivencia e qualidade de vida, bern como garanta a preservac;ao dos
ecossistemas.
Em um quilometro quadrado de floresta tropical, existe entre 20.000 e 50.000
toneladas de material de biomassa (material vivo total), que contem de 10.000 a
25.000 toneladas de carbono. Quando este ambiente e queimado ou destruido,
cerca de dois ten;:os deste carbono se transforma em di6xido de carbo no. Com base
nestas informayoes 0 IPCC (International Panel On Climate Change), estima que
em 1980, a destruiyao de 170.000 quil6metros quadrados, correspondia a cerca de
quase 2 Gt (2 bilhOes de toneladas) de carbono lanyados ao ana na atmosfera, na
forma de dioxido de carbono (IPCC, 1997).
5.7 TRATADO DE KYOTO
o Tratado de Kyoto toi desenvolvido para ser urn instrurnento juridico
internacional complementar, vinculado a ConvenC;ao-Quadro das Nac;6es Unidas
sobre Mudanya do Clima (CQNUMC), que traz elementos adicionais a Convenyao.
Entre as principais inovac;6es estabelecidas pelo Tratado, destacam-se os
compromissos de limitac;ao ou reduc;ao quantificada de emiss6es de gases de eteito
estuta, definidos em seu Anexo B, bem como os mecanismos de imptementac;ao
adicional, dentre os quais 0 MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo). 0 Anexo
B refere-se as metas de reduc;ao de emiss6es de gases de efeito estuta, que sao
exclusivas as Partes Anexo 1 da CQNUMC. Partes, pode ser definido como os
paises isoladamente, ou blocos economicos, como por exemplo, a Uniao Europeia.
Partes Anexo 1 (Anexo 1 da CQNUMC) e integrado pelas Partes signatarias da
Convenyao pertencentes em 1990 a Organizayao para a Cooperayao e 0
Desenvolvimento Econ6mico (OCDE) e pelos paises industrializados da antiga
Uniao Sovietica e do Leste Europeu. A divisao entre Partes Anexo 1 e Partes Nao
Anexo I tern como objetivo separar as partes segundo a responsabilidade pelo
aumento da concentrac;ao atmosferica de gases de efeito estuta. As Partes Anexo Ipossuem metas de limitac;ao ou reduc;ao de emiss6es. Atuatmente existem 41 Partes
listadas no Anexo I. As Partes Nao Anexo 1sao todas as Partes da CQNUMC nao
listadas no Anexo I, entre as quais 0 Brasil, que naD possui metas quantificadas de
redu,ao de emissaes (MCT, 2000).Com a abertura da Conven9ao-Quadro das Na9aes Unidas sabre Mudan9a
do Clima, em 1992, as governos reconheceram que ela poderia ser a propulsora de
agoes mais energicas no futuro. Ao estabelecer um processo permanente de
revisao, discussao e troca de informag6es, a Convengao possibilita a adoc;:ao de
compromissos adicionais em resposta a mudanC;:8s no conhecimento cientifico e nas
disposic;:oes politicas.
A primeira revisao da adequac;:ao dos compromissos dos paises
desenvolvidos foi conduzida, como previsto, na primeira sessao da Conferemcia das
Partes (COP-1), que ocorreu em Berlim, em 1995. A Confer€mcia das Partes
(Conference Of The Parties, COP) e a 6rgao maximo da CQNUMC, composta por
todos as paises que a ratificaram e e responsavel pela sua implementa,ao. A COP
se reune anualmente e ja a fez par oito vezes: COP-1 (Berlim); COP-2 (Genebra);
COP-3 (Kyoto); COP-4 (Buenos Aires); COP-5 (Bonn) COP-6 (Haia, convocada
novamente em Bonn); COP-7 (Marraqueche); e COP-8 (Nova Deli).
Cerca de 10.000 delegados, observadores e jornalistas participaram desse
evento de alto nivel realizado em Kyoto, Japao, em dezembro de 1997. A
Conferencia culminou na deeisao por consenso de ado tar -se um Protocolo segundo
o qual os paises industrializados reduziriam suas emiss6es combinadas de gases de
efeilo estufa em pelo menos 5% em relac;:ao aos nlveis de 1990 ate 0 periodo entre
2008 e 2012. Esse compromisso, com vincula9ao legal, promete produzir uma
reversao da tendencia historiea de creseimento das emissoes iniciadas nesses
paises ha cerca de 150 anos (MCT, 2000).
o Tratado estabelece metas e prazos vineulantes para cortar emiss6es dos
paises desenvolvidos. A Convengao incentiva esses paises a estabilizar as
emiss6es. No Tratado, as paises comprometem-se a reduzir suas emiss6es
coletivas em pelo menos 5%. Os niveis de emiss6es de cada pais serao calculados
como a media dos anos 2008-2012. Esses cinco anos sao conhecidos como 0
primeiro periodo de compromisso. Os governos devem realizar urn "progresso
dernonstravel" em relagao a essa meta ate a ana 2008.
"
5.80 BRASIL E A CONVENCAo DO CLiMA
A Assembleia Geral das Nac;oes Unidas estabeleceu, em seu perfodo de
sessoes de 1990, a Comit;, Intergovernamental de Negocia980 para a Conven980
Quadro sabre Mudan9a do Clima (CIN/CQMC), ao qual encomendou a reda980 de
uma convenc;ao quadro, assim como de qualquer instrumento juridico relacionado
que fosse considerado necessario. Os representantes de mais de 150 paises S8
encontraram durante cinco reunioes celebradas entre fevereiro de 1991 e maio de
1992 e, finalmente, em 9 de maio de 1992, foi adotada a COnven9aOQuadro das
Na90es Unidas sabre Mudanya do Clima na Sede das Na90es Unidas (Nova York).
Pouco tempo depois, 155 paises firmaram a Conven~o na Conferencia das
Nac;oes Unidas sabre 0 Meio Ambiente e Desenvolvimento, conhecida com a nome
de "Cupula da Terra" (RIO/92), que foi realizada no Rio de Janeiro em junho de
1992. Oesde entao, a COnVen9aOvem sendo firmada par outros Estados e ratificada
par urn crescenta numero de paises. A Convenyao entrou em vigor em 21 de margo
de 1994, 90 dias apas a quinquagesima ratifica980.
o Brasil foi 0 primeiro pais que assinou a Convenc;ao-Quadro das Nac;oes
Unidas para Mudan9a do Clima em 4 de junho de 1992 e a Congresso Nacional a
ratificou em 28 de fevereiro de 1994. A Conven<;ao entrou em vigor para 0 Brasil em
29 de maio de 1994, no nonagesimo dia apas a ratificayao pela Congresso Nacional.
(MCT,2000)
5.9 MECANISMO DE DESENVOLVIMENTO LIM PO (MDL)
o Mecanismo de Oesenvolvimento Limpo (Clean Oeveloment Mechanism,
COM) foi definido no Artigo 12 do Tratado de Kyoto e regulamentado pela Acordo de
Marraqueche, firmado durante a setima sessao da Conferencia das Partes da
Conven980-Quadro das Na90es Unidas sabre Mudan9a do Clima (COP-7) em
Marrocos. 0 mecanisme teve origem numa proposta brasileira, cujo objetivo era
estabelecer elementos para defini<;ao do Tratado a Convenc;ao, que consistia em um
Fundo de Desenvolvimento Limpo formado por meio de contribui<;oes dos paises
desenvolvidos que nao cumprissem suas metas de reduc;ao.
o MOL disp6e sabre atividades de projetos de reduyao de emissao gases de
afeita estufa ou aumento de remoC;8o de C02 implementadas em Partes Nao Anexo
I, que irao gerar Redu~6es Certilicadas de Emiss6es (RCEs), que sao expressas em
toneladas metricas de di6xido de carbona equivalente, calculadas de acordo com a
Potencial de Aquecimento Global. As RCEs padem ser utilizadas par Partes Anexo I
como forma de cumprimento parcial de suas metas de redU(;:ao de emissao de gases
de eleito estula. A proposta do MOL cansiste em que cada tonelada de CO, deixada
de ser emitida au retirada da atmosfera par urn pars em desenvolvimento, pod era ser
negociada no mercado mundia1.
o prop6sito do MOL e prestar assistimcia as Partes Nao Anexo I da
CQNUMC para que viabilizem a desenvolvimento sustentavel atraves da
implementagao da respectiva atividade de projeto e contribuam para 0 objetivo final
da Convenc;ao 8, par Dutro lado, preslar assistencia as Paries Anexo I para que
cumpram seus compromissos quantificados de limitac;ao e reduC;8ode emissoes de
gases de afeila estufa.
o objetivo linal de mitiga~ao de gases de eleito estula sera atingido atraves
da implementa~iio de atividades de projeto nas paises em desenvolvimento que
resultem na reduc;ao da emissao de gases de efeila estufa ou no aumento da
remoc;ao de C02, mediante investimentos em tecnologias mais eficientes,
substitui<;ao de fontes de energia f6sseis par renovaveis, racionaliza<;ao do uso da
energia, florestamento e reflorestamento, entre outras. Reflorestamento e a
conversao, induzida pelo homem, de terra nao-florestada em terra florestada por
meio de plantio, semeadura e/ou a promogao induzida pelo homem de fontes
naturais de sementes, em area que foi florestada, mas convert ida em terra nao-
florestada. Para 0 primeiro periodo de compromisso, as atividades de
reflorestamento estao limitadas aD reflorestamento que ocorra nas terras que nao
continham flcresta em 31 de dezembro de 1989. Florestamento e a conversao
induzida, diretamente pelo hom em, de terra que nao foi florestada por um periodo
de, pelo menos, 50 anos, em terra florestada por meio de plantia, semeadura e/ou a
promo<;ao induzida pelo homem de fontes naturais de sementes. No ambito do MDL,
as defini<;6es e as modalidades de reflorestamento e de florestamento para 0
primeiro periodo de compromisso deverao ser desenvolvidas de modo a considerar
as questoes de nao-permanencia, adicionalidade, fuga, incertezas e impactos socio-
econ6micos e ambientais, inclusive, neste caso, as impactos sabre a biodiversidade
e as ecossistemas naturais. Oecisoes sabre essas definiyoes e modalidades foram
tomadas na Nona Sessao da Conferencia das Partes - COP-9, realizada no final do
ano de 2003.Para efeitos do MOL, entende-se por atividades de projeto as atividades
integrantes de urn empreendimento que tenham par objeto a reduy8a de emissoes
de gases de efeito estufa e/ou a rem09ao de CO,. As atividades de projeto devem
estar exclusivamente relacionadas a determinados tipos de gases de efeito estufa e
aas setores/fontes de atividades.
Os paises onde sao Implementadas as Atividades de Projeto do MOL, sao as
Parte Nao Anexo / onde sao implementadas as atividades de projeto no ambito doMOL.
Os Mecanismos de Implementay80 Adicional, conferem urn certo grau de
flexibilidade e ajudam as Partes Anexo I no cumprimento de suas metas de reduy80
de gases de efeito estufa. Sao tres: Impiementa9aOConjunta, definida no Artigo 6 do
Tratado de Kyoto, Mecanismo de Oesenvolvimento Limpo, definido no Artigo 12, e
Comercio de Emiss6es, definido no Artigo 17. A Adicionalidade e um criterio
fundamental para que uma determinada atividade de projeto seja elegivel ao MOL,
consiste na reduyao de emiss6es de gases de efeito estufa ou no aumento de
remoyoes de C02 de forma adicional ao que ocorreria na ausemcia de tal atividade.
o Conselho Executivo do MOL, supervisiona seu funcionamento, e entre
outras responsabilidades, destacam-se: 0 credenciamento das Entidades
Operacionais Oesignadas; a valida9ao e registro das atividades de projetos do MOL;
a emissao das RCEs; 0 desenvolvimento e Opera9aOdo Registro do MOL e 0estabelecimento e aperfeiyoamento de metodologias para linha de base,
monitoramento e fugas.
Os Custos de Transagao, no caso especifico do MOL, sao os custos
relacionados ao Cicio do Projeto e a comercializa9aO das RCEs. No Brasil, a
Comissao Interministerial de Mudan9a Global do Clima (CIMGC), foi estabelecida
por Oecreto Presidencial em 7 de julho de 1999, onde se avalia e aprova os projetos
considerados elegfveis no ambito do MOL, bern como pode definir criterios
adicionais de elegibilidade aqueles considerados na regulamentayao do Tratado de
Kyoto.
A proposta do MOL consiste em que cada tonelada de GO, deixada de ser
emitida au retirada da atmosfera par urn pais em desenvolvimento, podera ser
negociada no mercado mundiai. (MGT, 2000).
6. RESULTADOS E DISCUSSOES
Para viabilizar a estimativa do sequestra de carbona na area do Morro da
Mina, loram utilizadas imagens relerentes aos anos de 1986, 1994 e 2002,
considerando a analise temporal do comportamento da vegetal'ao nos periodos
citados. Este metoda consiste numa forma indireta de coleta de dad OS, an de a
biomassa e preservada, baseando-se em estudos previos e utilizancto tecnicas de
geoprocessamento, para estimar a quanti dade de carbona encontrado nas classes
vegetacionais desta area. Todo 0 processo de estudo, resultou na analise do
potencial de absor~o de C02 pela biomassa florestal, enos seguintes processos:
6.1 Documenta<;:ao Cartogr<ifica
Para a realiz8980 do inventario da biomassa de carbona, foi necessaria a
delimitac;ao cartografica da area. Para tanto, fcram trabalhadas informa96es
referentes aos solos e cobertura vegetacional. Com base nestes levantamentos,
foram elaboradas as bases cartograficas que resultaram na classificayao da
vegetayao, que posteriormente foram utilizada na estimativa da biomassa.
As fisionomias vegetais incluidas na estimativa do estoque de carbona, foram
as formac;:6es florestais encontradas no recorte espacial do Morro da Mina, que
incluem as seguintes classes: Floresta Ombr6fila Densa Submontana; Vegetac;:ao
Secundaria em Estagio Inicial Arb6reo; Vegetac;:ao Secundaria em Estagio Media;
Vegetac;ao Secundaria em Estagio Media IAvanc;:ado, Pasta e Mangue.
6.2 Determina<;:aode Atributos para os Poligonos
A escolha dos poligonos se deve a classifica,ao dos objetos (vegeta,ao), que
foram feitas a partir da escolha das caracterfsticas que as descrevem para
diferencia-Ios entre si. 0 usa de outras fontes de informac;:ao, como a orto carta sao
de fundamental importancia para avaliar se a classe definida correspondeu, de fato,
a superficie natural.
6.3 Interpretac;ao dos Atributos
Para a interpretaC;80 dos atributos foi levado em consideraC;8o a comparaC;8o
das tres epocas citadas. Esta atividade consistiu em identificar areas anteriormente
de usc antropico, avaliando a sucessao vegetacional, bern como interpretar a
ocorrencia au nao de urna sucessao em areas com vegetaC;80 durante 0 periodo
analisado, levan do em consideraC;8o as caracteristicas topol6gicas da area,
resultando no mapeamento da classificar;ao da vegetaC;8o, ende fcram calculados a
area e quantificado a carbona. AbaixD, segue a tabela com a tabulaC;8o das classes.
TABELA 4: TABULACAo DAS CLASSES VEGETACtONAtS
CLASSE 1986 1994 2002Floresta Ombr6fi1a Densa Submontana (HA 1287,83 1284,86 1280,96Floresta Ombrofila Densa Submontana (% AREA 21,97% 21,92% 21,85%Floresta Ombrofila Densa Submontana t C/ha)· 113,08 113,08 113,08Total de Carbona FOD 145.627,82 145.292,05 144.850,42Pasta, Campo e Areas Abertas (HA) 447,03 434,43 547,49Pasta, Campo e Areas Abertas (%AREA 7,63% 7.41% 9,34%Pasta, Campo e Areas Abertas t C/ha •. 3,89 3,89 3,89Total de Carbona Pasta, Campo e Areas Abertas 2.437,40 2.024,32 2.129,74Veg. secundaria Estagio Inicial Arb6reo (HAl 852,10 546,24 681,31Veg. Secundaria Inicial Arb6reo (% AREA) 11,13% 5,37% 4,22%Veg. secundilria Inicial Arb6reo (t C/ha * 16,04 16,04 16,04Total de Carbon Arb6reo 13.667,68 8,761,69 10.928,14Veg. Secunda ria Estagio Medio (HA) 1501,37 1752,34 1361,12Veg. Secunda ria Estagio Medio (% AREA) 25,62% 29,90% 23,22%Veg. secundaria Medio (t C/ha * 70,38 70,38 70,38Total de Carbon Media 1'··.... 123.329,89 95.795,69Veg. Secundaria Medio/Avanc;ado (HA) 1682,95 1913,23Veg. secundaria Medio Avancado % AREA 28,71% 32,64%Veg. secundaria Medio Avan~ado t C/ha)* 126,26 126,26Total de Carbono Avanc;ado 65 212.488,72 241.564,42Mangue (HAl 69,87 74,30 76,99Mangue (% AREA 1,19% 1,27% 1,31%Mangue t C/ha)" 76 76 76Total de Carbo no Mangue 5,310,12 5.646,49 5.850,96TOTAL DE CARBONa 465,045,08 497.543,17 501.119,27Fonte. SPVS (2005)
* valores assaciados a tonelada de carbono absorvida par hectare de biomassa vegetal nas referidas
classes, segundo projetos desenvolvidos pela SPVS.
U valor citado no projeto da area do sistema lagunar Itaipu - Piratininga, em Niter6i - RJ.
50
Tendo como base a analise multitemporal dos mapas cartograficos de usa do
solo contendo a classifica~ao da vegeta~ao, foi possivel encontrar a total das areas
e seus percentuais. A estes valores, fcram multiplicados a estimativa da tonelada de
carbona par hectare (t C/ha), resultando no valor de carbone retido na biomassa.
Exemplo: multiplica-se a total da area (HA) a (t C/ha). Os valores referentes ao
carbona estao associados a estimativa do estoque de carbona encontrado nas
diferentes classes preestabelecidas nos projetos de sequestra de carbona da
Reserva Natural do Itaqui e do Cachoeira, desenvolvidos pela SPVS. Lembrando
que especificamente no Morro da Mina, naD houve estudos utilizando-se desta
metodologia, que engloba as tecnicas de sensoriamento remota. 0 grafico abaixo
aponta a estimativa do estoque de carbona nas classes vegetais encontradas na
Reserva (GRAFICO 1).
GRAFICO 1: VARIACAo NO ESTOQUE DE CO, NAS CLASSES VEGETAIS
TOTAL DO ESTOQUE DE CARBONO NAS CLASSESVEGETAIS
300000,00
0Z
250000,000III0::« 200000,00 ,-------(J 01986W
150000.00C - - 01994« 112002c 100000,00 --- -- - ---«...JwZ 50000,00 ----- - --0f-
rr--0,00
FOD PASTO IA M MA MANGUE
CLASSES
Fonte: CLEMENTE (2005)
51
Com estas informal'oes, pode-se concluir que a FOD Submontana
permaneceu com sua quanlidade de carbono estavel no periodo de 1986 a 2002,
nao alterando a quadro. A vegetaC;80 secundaria em estagio inicial arb6rea (IA)
perdeu 3,21 % da concentraC;80 de carbona, provavelmente em funC;8o da transiC;8o
da sucessao vegetacional, que fo; transformada em herbckeo-arbustiva, evoluindo
para 0 estagio medio. A vegetal'ao secundaria em estagio medio (M) perdeu 1,08%
de carbona em sua area, tambem em funl'ao da transil'ao. A vegetal'ao secunda ria
em estagio medio/avanl'9do (MA), absorveu 3,11 % do CO, em sua biomassa
florestal, e as areas de campo, pasta e areas abertas, aumentaram em 1,10% 0
estoque de C02, lembrado que existe uma transi980 nos estagios de sucessao,
ocasionando alterac;:oes na fisionomia original.
o casa do mangue, 8stlma-S8 que tenha absorvido em sua biomassa cerea
de 1,10% de CO,. No entanto, cabe ressaltar que a SPVS nao possui estudos
relacionados a esta metodologia nos manguezais. Por issa, foi utilizado as dados do
estudo de FONSECA ef all (2003), projeto financiado pelo Fundo Nacional do Meio
Ambiente e pela Embaixada dos Paises Baixos em uma area total do entorno do
sistema lagunar Itaipu - Piratininga, em Niter6i no Estado do Rio de Janeiro.
Totalizando as areas, foram captados cerca de 1,4% de carbono da atmosfera,
devido a regenera9ao natural da vegeta9ao.
A avalia9ao do mapeamento nos tres diferentes periodos indica que nao ha
homogeneidade na dinamica de desenvolvimento da vegeta9ao. Em algumas areas,
a vegetat;ao nao passou pelo processo sucessional padrao. A area de maior perda
foi a inicial arb6rea, sendo suprimida em 3,2% de sua area original num periodo de
16 anos.
Dentro do objetivo geral de se determinar a relat;ao entre mudan9as no uso e
cobertura do solo, associ ado aD estoque de carbona na Reserva, empregando
tecnicas de sensoriamento remoto, 0 presente trabalho teve como objetivo principal
estudar a dinamica de uso e cobertura da terra no periodo de 1986 a 2002 para
estimar a biomassa das areas de vegetat;ao secundaria, em areas de regenerat;ao.
Os metodos aqui apresentados encontram-se mais detalhados no Manual de
Procedimentos Padr6es de Opera96es Para a Monitoramento de Carbona para os
projetos incluidos nas A96es contra 0 Aquecimento Global desenvolvidos pela
52
SPVS, adaptado das metodologias de HARMON e SEXTON (1996) e MACDICKEN
(1997).
A apresenta~ao dos mapas que se seguem, demonstram a vegeta~ao
encontrada na Reserva Natural Morro da Mina em 1986, 1984 e 2002 (FIGURA 10,
11 e 12), que foram utilizadas para 0 cruzamento das informa90es referentes as
classes de vegeta~o, que resultaram no mapa de estoque de carbono (FIGURA
13).
57
7. CONCLUsAO
Desde 0 periodo da revolu9ao industrial, marCOU-S8 0 inicio de urn processo
de transformal'oes progressivas que vem ocorrendo em diversas areas da
humanidade. As causas e conseqOencias das mudanc;as do clima, estao associadas
aD aumento do consumo de combustiveis fosseis. Par sua vez, a aumento da
presenl'a do CO, e de outros GEE, medidos pela sua concentral'ao, sao
responsaveis pela intensificayao do ereita estufa. Oiante disso, 0 mundo enfrenta
uma grave ameaC;8 devido as mudanc;as no clima. Em poucas decadas, fenomenos
climaticos demonstram sua fon;a em todas as partes, em virtude do aquecimento
global, ocasionando uma preocupac;ao generalizada. A partir de entao, foi criado 0
Protocolo de Kyoto, ende foi estabelecido que as paises desenvolvidos
comprometiam-se formal mente em reduzir suas emiss6es de gases para atenuar a
efeito estufa em 5% abaixo dos niveis de1990, com a objetivo para 0 periodo 2008 -
2012.Tal al'ao significa a redul'ao de centenasde milhOesde toneladaspor ano.
,Esta redw;:ao implicaria numa nova conduta par parte dos paises
desenvolvidos em assumir um compromisso na compra de cnaditos de carbo no, que
sao certificados que autorizam 0 dire ito de continuar a poluir em seus paises, desde
que se adequem ao acordo. 0 principio e simples: As agencias de proteyao
ambiental reguladoras emitem certificados autorizando emiss6es de toneladas de
di6xido de enxofre, mon6xido de carbono e outros gases poluentes. As empresas
recebem bonus negociilVeis na propon;:ao de suas responsabilidades. Cada bonus,
cotado na moeda americana, equivale a uma tonelada de poluentes. Quem nao
cumpre as metas de reduyao progressiva estabelecidas par lei, tern que comprar
certificados das empresas mais bern sucedidas. 0 sistema tern a vantagem de
permitir que cada empresa estabeler;:a seu pr6prio ritmo de adequar;:ao as leis
ambientais. Estes certificados podem ser comercializados atraves das Boisas de
Valores e de Mercadorias.
o Brasil se beneficia com 0 Tratado de Kyoto, pais tern no meio ambiente a
sua maior riqueza. A preservayao ambiental pode ser a origem da entrada de divisas
no Pais. 0 Brasil receberia pela sua baixa emissao de gases, e receberia tambem,
pela enorme capacidade ambiental de abson;:ao e regenerar;:ao atmosferic8. Os
creditos de carbono a serem gerados, poderao diferenciar a produto brasileiro dentro
;8
de uma perspectiva de mudang8 social e economica, possibilitando a melhoria na
qualidade de vida das comunidades que dependem do meio ambiente para sua
sobrevivencia. Como a maior parte das emissoes de C02 do Brasil, provem de
desmatamentos e queimadas, a maior contribui<;ao seria a redue,;;ao de emiss6es
atraves da mitigaC;8o e do controle destes.
No Estado do Parana, 0 projeto de sequestra de carbono na Reserva Natural
Morro da Mina recebe investimentos, que sao aplicados em pesquisa e no
monitoramento da abson;ao de carbona na biomassa florestal. Sao utilizadas varias
metodologias para avalia98o, e a utilizaryao de tecnicas de geoprocessamento e
sensoria menta remota seria uma delas. Com base nestes estudos, este trabalho
buscou demonstrar 0 potencial da aplic8c;ao do sensoriamento remoto, para estimaro estoque de carbona da biomassa vegetal, resultando na quantific8<;80 de carbona
existentes nos sistemas florestais, visando sobretudo, demonstrar a necessidade em
se encontrar alternativas que contribuam no contrale do efeito estufa.
59
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