UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ PRODUÇÃO DE LEITE –...

18
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ PRODUÇÃO DE LEITE – TRÊS PASSOS-RS Dirceu de Souza Diesel Júnior Henrique Pereira da Silva SILVIPASTORIL Campo Novo – RS, Janeiro de 2010

Transcript of UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ PRODUÇÃO DE LEITE –...

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ

PRODUÇÃO DE LEITE – TRÊS PASSOS-RS

Dirceu de Souza Diesel Júnior

Henrique Pereira da Silva

SILVIPASTORIL

Campo Novo – RS, Janeiro de 2010

SILVIPASTORIL

Dirceu de Souza Diesel Júnior

Henrique Pereira da Silva

SILVIPASTORIL

Campo Novo – RS, Janeiro de 2010

SUMÁRIO

1. Introdução ..................................... .................................................................6

2. O Sistema de Produção Silvipastoril............. ...............................................7

3. Árvores nas pastagens ajudam a evitar a erosão.. .....................................8

4. Produção de Leite em Pastagens Sombreadas....... ...................................10

5. Importância de sombra em pastagens.............. ..........................................10

6. Zona de conforto para alguns mamíferos.......... .........................................11

7. Benefícios proporcionados pela sombra nas pastag ens..........................11

8. Características ideais das árvores para sombream ento...........................12

9. Características a serem observadas na escolha de pastagens................13

10. Algumas espécies de arvores indicadas para dive rsas regiões.............13

10.1 Região Sul....................................................................................................13

10.2 Região Centro-Sul e Centro-Oeste..............................................................14

10.3 Região Norte e Nordeste.............................................................................14

11. Consórcio de pastagens para produção de leite.. ....................................15

12. Algumas gramíneas usadas em pastagens.......... .....................................16

13. Conclusão...................................... ...............................................................17

14. Bibliografia................................... .................................................................18

Introdução

O trabalho que veremos a seguir tratara do sistema silvipastoril que é o

cultivo intercalado de plantas e animais, tendo em vista à necessidade dos tempos

atuais de se procurar alternativa para conter a monocultura e conseqüentemente a

degradação do solo que é um dos principais causas da desertificação, e serve

também para criar alternativa de renda e conseqüentemente fixar o produtor rural no

campo evitando o êxito rural.

Os sistemas agro florestais, além de variáveis, são muito flexíveis,

permitindo a utilização de espécies e ecossistemas de todo o mundo. Essa

flexibilidade, ao mesmo tempo em que gera uma liberdade de ação para o produtor,

impossibilita apelação a qualquer tipo de manual ou "receita" sobre qual a melhor

maneira de se implantar e conduzir o sistema. Para cada local deve ser encontrado

um manejo específico e preferencialmente baseado nos princípios agro ecológicos,

a fim de garantir a produção de alimentos de alta qualidade biológica aliada a uma

estabilidade ecológica e socioeconômica da produção no longo prazo. Ajustando-se

de acordo com o tamanho da propriedade e com o nível econômico dos

gerenciadores do sistema. O trabalho a seguir apresentará alguns benefícios

trazidos pela produção em pastagens sombreadas, espécies de árvores usadas para

sombreamento, consorcio de pastagens, gramíneas utilizadas para pastagens, entre

outros assuntos abordados.

O Sistema de Produção Silvipastoril

O modelo, que consegue ao mesmo tempo conservar os recursos naturais,

fixar o homem no campo e aumentar com sustentabilidade a produtividade agrícola

e pecuária.

Outra vantagem do sistema é a fixação da atividade agrícola em um mesmo

local, o que não é possível no modelo tradicional, em que, por conta do esgotamento

do solo, a rotação entre as terras é intensa, promovendo a degradação de territórios

cada vez maiores.

O modelo mantém também as árvores nativas, que entre outras vantagens,

evitam a erosão e o empobrecimento do solo. O grande desafio, de acordo com

João Ambrósio de Araújo Filho, é convencer o agricultor, acostumado com a prática

ancestral da coivara, a adotar um novo sistema. Para isso, os pesquisadores

buscam ajuda de instituições que já tenham atuação junto aos camponeses.

O Sistema Silvipastoril é uma modalidade dos Sistemas Agro florestal

(SAF’s), em que se combinam árvores, cultura agrícola, forrageira e/ou animais

numa mesma área ao mesmo tempo ou de forma seqüencial, sendo manejados de

forma integrada.

O Sistema silvipastoril é uma alternativa do uso da terra, contribuindo para

reduzir os problemas decorrentes do desmatamento e da degradação de diferentes

ecossistemas. Além do mais, apresentam vantagens em relação às monoculturas no

que diz respeito à otimização da utilização dos recursos naturais, ao seqüestro de

carbono para a redução do efeito estufa, tema tão discutido, atualmente.

A consorciação de culturas pelos SAF’s podem fornecer bens, serviços e

diversificação de produtos na propriedade, tais como: cerca vivas, sombra para

culturas agrícolas e animais, quebra ventos, produção de adubos verdes, madeira,

lenha, forragem, produtos medicinais e alimentos, dentre outros; além de ser uma

alternativa para auxiliar na reversão do processo de degradação ambiental.

A escolha das espécies envolvidas é de fundamental importância para o

sucesso e sustentabilidade do sistema. No entanto, essa escolha não é uma tarefa

fácil, uma vez que esses sistemas são complexos e a formação, longevidade e

persistência das plantas envolvidas estão diretamente relacionadas à interação entre

solo x plantas x animal x condições ambientais x recurso financeiro do produtor.

Desta forma deve-se atentar qual o nível tecnológico, os recursos possíveis para

implementação do sistema, as condições edafoclimáticas da área, a finalidade de

produção, as espécies e ou cultivares, hábitos de crescimento, bem como o

potencial produtivo esperado.

A implantação do sistema deve-se considerar alguns fatores como

adubação adequada, espaçamento, arranjos dos componentes do sistema,

densidade (Carvalho et al., 2001), porém por si só a implantação não garante o

sucesso desse sistema, tendo-se então, que atentar para os fatores que levam a

isso, que entre eles estão o planejamento, plantio correto e manejo do sistema como

um todo.

Os técnicos e profissionais têm que ter uma visão de integração dos

componentes do sistema como um todo e não considerá-los isoladamente. Embora,

o sistema seja mais complexo em relação ao monocultivo, a necessidade de uma

maior atenção e tomadas de decisão não deve ser tidos como limitantes para a

implantação desses sistemas em potenciais.

Os Sistemas Silvipastoril são determinados por três princípios básicos de

sustentabilidade, ou seja, devem ser economicamente viáveis, ambientalmente

equilibrados e socialmente justos.

Árvores nas pastagens :

As árvores mantidas ou introduzidas nas pastagens colaboram para a

conservação do solo, pois agem como uma proteção física, reduzindo a velocidade

do vento e o impacto da chuva na superfície. Margarida é uma defensora dos

sistemas silvipastoris: Além de colaborar para combater e evitar a degradação, as

árvores diminuem a temperatura do ambiente no pasto, oferecem sombra para o

gado e reduzem o estresse térmico dos animais.

As árvores mantidas ou introduzidas nas pastagens colaboram para a

conservação do solo.

Estudos realizados na Embrapa Gado de Leite provaram que, entre outros

fatores, os sistemas silvipastoris aumentam a fertilidade, os teores de proteína bruta

nas forragens sombreadas e a disponibilidade de forragens em certas épocas do

ano. Além disto, as árvores protegem os mananciais de água e conservam a

biodiversidade da região. Árvores que possuem o sistema radicular mais profundo

aproveitam melhor os nutrientes do solo, tornando-os disponíveis para as gramíneas

(que têm raízes menores). O solo também é enriquecido pela incorporação da

biomassa (folhas e galhos). “Este efeito é maior no caso de leguminosas arbóreas

que têm a capacidade de fixar nitrogênio do ar atmosférico”.

Para se obter os benefícios decorrentes dos sistemas silvipastoris é

necessário que o sombreamento seja moderado (as árvores devem permitir pelo

menos 50% da transmissão da luz). Deve-se também utilizar forrageiras tolerantes

ao sombreamento. Algumas espécies de árvores e arbustos são também forrageiras

e podem contribuir para enriquecer a dieta animal, principalmente na seca. Ao

formar as pastagens, não se deve eliminar totalmente as árvores nativas e é

importante preservar as que nascem espontaneamente. Para arborizar uma área, o

plantio de mudas de crescimento rápido é mais eficiente.

Produção de Leite em Pastagens Sombreadas

Medidas de manejo como o sombreamento têm sido utilizadas para

amenizar os efeitos adversos do ambiente. Nas altas temperaturas, é constante

observar-se declínio acentuado na produtividade animal, principalmente quando tais

temperaturas estão associadas à umidade elevada como acontece na região Sul. A

sombra tem como principal função diminuir a incidência da radiação solar, reduzindo

assim, a temperatura ambiente e corporal sendo uma importante medida de manejo.

A utilização da sombra na criação de vacas leiteiras no trópico úmido

aumenta a produção de leite, quando se compara com criações criadas totalmente

ao sol.

A sombra diminui stress calórico, deixando os bovinos em melhores

condições de conforto, favorecendo assim, a adaptação dos animais.

Importância de sombra em pastagens

Faça sol ou chuva, frio ou calor a existência de sombra nas pastagens é de

grande importância para o bem estar dos animais, seja para proteção contra o sol

forte ou como abrigo para dias chuvosos entre outros fatores que,

consequentemente irá resultar no bom desempenho dos bovinos criados em

pastagens.

Experiências mostram que, num dia de insolação intensa, uma vaca

absorve calor suficiente para ferver 100 litros de água. Calor demais é péssimo para

o animal, o apetite cai e a produção diminui prejudicada pelo funcionamento

reduzido da Tireóide e pelo dispêndio de energia aplicada na transpiração e na

respiração intensificadas. Além disso, o alimento para ser digerido pelo organismo

há uma produção de calor resultante do processo metabólico. No entanto, o

decréscimo produtivo sob altas temperaturas pode ser facilmente evitado se o

animal, no pasto, dispuser de sombra, além de água fresca e de alimento. É o que

comprovam diversos experimentos desenvolvidos no Brasil e no exterior.

Zona de conforto para alguns mamíferos

BOVINOS EUROPEUS DE CORTE 0,5º C 16º C

RAÇAS DE LEITE 10º C 20º C

BOVINOS INDIANOS 15º C 26º C

CAPRINOS 13º C 21º C

CÃO 20º C 26º C

CARNEIRO 21º C 25º C

HOMEM 18º C 27º C

Benefícios proporcionados pela sombra nas pastagens

Nos dias de intenso calor, nas horas mais quentes, os animais procuram

reduzir os efeitos da radiação solar e altas temperaturas do ar, abrigando-se na

sombra das árvores. Aproveitam tais períodos para descansar, ruminar, ou mesmo

pastejar, desde que nesses locais haja disponibilidade de forragem.

A falta de opção por abrigos naturais dentro das pastagens provoca, em

momentos de tempestade, o agrupamento dos animais ao longo das cercas de

arame (a procura de proteção), submetendo-se aos riscos de morte devido à queda

de raio.

A presença de árvores também atende à necessidade do animal de se

roçar-se em troncos e galhos, uma atividade normal e útil no controle de

ectoparasitos.

Não menos importante é o aspecto nutricional, onde os ruminantes podem

consumir folhas verdes (banco de proteína) principalmente na época seca.

Ao contrário do que muitos pecuaristas pensam, arborizar um pasto traz

grandes benefícios, como a melhora da fertilidade do solo e conseqüentemente da

qualidade do capim, ajuda também a conter a erosão e proteger nascentes de água.

As arvores são capazes de aproveitar nutrientes que estão em camadas do solo fora

do alcance das raízes das forrageiras e colocá-los à disposição dessas plantas

quando as folhas, galhos secos, flores e frutos caem no chão alem de fixar

nitrogênio atmosférico no solo se esta for uma leguminosa. Funciona, assim, como

adubo natural.

O equilíbrio ecológico é bastante favorecido pela manutenção de matas ou

bosques, já que sua remoção provoca a morte ou fuga de inimigos naturais de

diferentes pragas das pastagens, resultando no aumento da população de insetos

daninhos. O problema causado pelas cigarrinhas é um exemplo típico da quebra do

equilíbrio biológico causado pela remoção excessiva da vegetação natural, quando

da implantação das pastagens.

A obtenção de madeira para uso na fazenda diminui os custos das cercas

ou pode servir para venda da madeira, assim aumentando a fonte de renda da

propriedade.

Características ideais das árvores para sombreament o

• Copa frondosa e alta: - mínimo de 3 metros, superfície de sombra

mínima de 20m² e copa alta para diminuir a incidência de Bernes.

• Folhas persistentes em todas as estações do ano;

• Não possuir raízes que afloram a superfície;

• Não produzir frutos grandes;

• Não possuir princípios tóxicos;

• Bom desenvolvimento vegetativo: mínimo de 0,5m / ano;

• Ser rústica e resistente à seca e ao frio;

• Fácil obtenção de mudas e adaptadas à região.

Características a serem observadas na escolha de pastagens

- Adaptação (fertilidade, clima e regime de chuvas);

- Resistência ao pisoteio;

- Resistência ao frio e geadas;

- Produtividade (produção da massa verde);

- Resistência às pragas;

- Resistência ao fogo.

Algumas espécies de árvores indicadas para diversas regiões

Região Sul

• Grevílea: (Grevillea robusta): desenvolvimento rápido, 8-10metros em

10 anos. Resistente ao frio. Quebra - vento e sombreamento de cafezais. Final do

ano, flor de cor alaranjada.

• Suinã-do-Mato (Erithirina falcata): porte alto propaga-se por meio de

estacas e sementes. Resistente ao frio e á seca.

• Ligustro (Ligustrum lucidum): florzinhas de cor palha, frutos não

comestíveis arroxeados e propaga-se por meio de sementes.

• Canela Amarela (Nectandra spp): mesma característica das

anteriores e propaga-se por meio de semeadura e dá madeira de lei.

• Açoita-Cavalo (Luhea divaricata): resistente ao frio e à seca, sua

madeira é usada na fabricação de instrumentos musicais e cabos de ferramenta.

• Eucalipto: (Eucalyptus sp): sementes, copa alta, quebra-ventos,

mourão de cercas.

• Angico Vermelho (Piptadenia rigida): nativa da Zona da Mata de

Minas Gerais, sementes, madeira é considerada nobre.

• Ingá (Inga sp): excelente sombreamento, frutos polpudos que são

aproveitados na alimentação animal e humana.

Região Centro-Sul e Centro-Oeste:

• Canela Sassafrás (Ocotea pretiosa): resistente ao frio e á seca,

projeta até 10 metros de sombra.

• Gameleira (Ficus sp): cresce em todo o Brasil, copa ultrapassa 10m.

• Copaíba (Copaifera langsdorffi): frutos comestíveis para o homem e

os animais e dela se extrai o óleo de copaíba, de uso medicinal.

• Sapucaia (Lecytis pisonis): resistente ao frio e à seca.

• Mangueira (Mangifera sp): muito usada nas pastagens no Sul de

Minas, principalmente a variedade que produz a manga Ubá. Esta manga tem a

vantagem de ser pequena, pois frutos maiores que 5 cm engasgam os animais.

• Mulungu (Erythrynas sp): frutos carnudos para alimentação humana

e animal.

• Sete Cascas ou Corticeira (Ptecolobium inopinatus): muito

difundida em toda a região dos cerrados, tem frutos e vagens comestíveis. A cortiça

que envolve o caule impede a transpiração da planta, fazendo-a reter água para

aproveitamento durante a seca.

Região Norte e Nordeste

• Jurema Preta (Piptadenia moniliformis): chega a até 2 metros em

cerca de um ano e meio. Suas folhas são boas para o gado.

• Juazeiro (Zizyphus sp): semelhante à jurema.

• Algaroba (Prosopis sp): resistente à seca, não ultrapassa os 5 metros

de altura e produz vagens comestíveis para os animais.

• Unha-De-Vaca (Bauninia): quando próxima da umidade, flora o ano

todo; caso contrário, só durante as águas. Não ultrapassa os 6 metros de altura e

tem folhagem comestível.

Consórcio de pastagens para produção de leite

O consórcio de pastagens de inverno pode ser muito atrativo para os

pecuaristas, mas a técnica, que não é uma novidade, andou esquecida pelos

produtores rurais durante algum tempo.

Em vez de fazer a consorciação, os pecuaristas começaram a plantar uma

única espécie de pastagem e a usar fertilizantes nitrogenados à base de petróleo

para aumentar sua produção. Com o tempo, descobriu-se que essa técnica era

extremamente prejudicial ao meio ambiente e também ao bolso do pecuarista: por

se derivado do petróleo, os adubos nitrogenados são caros.

A consorciação de pastagens consiste em um manejo de uma área

utilizando mais de uma espécie de gramíneas ou usando gramíneas e leguminosas,

espécies que fixam nitrogênio no solo. Com a consorciação, as pastagens são

usadas por mais tempo e o produtor economiza nos gastos com adubação.

Azevém x trevo branco

Azevém x trevo branco x brássica

Trevo x florakirk

Algumas gramíneas usadas em pastagens

COAST-CROSS TIFTON85 FLORAKIRK

Conclusão

Pode-se concluir que o sistema silvipastoril é de extrema importância para o

produtor rural que quer ter uma maior renda em sua propriedade e evitar a

degradação ambiental que assombra muitas propriedades e contribuir para a fixação

do homem no campo e através deste podemos ter o conhecimento de mais um

sistema de cultivo que surge como alternativa aos agricultores.

BIBLIOGRAFIA

� http://www.limousin.com.br/pages/artigos/vendo.asp?ID=118

� www.embrapa.com.br

� http://www.forragicultura.com.br/

� Livros (apostilas);

� Entre outro

� Reflorestamento de Propiedades Rurais para fins Produtivos e Ambientais

Autor: Antonio Paulo Mendes Galvão

� Carvalho et al., 2001s.

� Espécies Arbóreas Brasileiras – Vol. 1

Autor: Paulo Ernani Ramalho Carvalho