UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ Eloise Pereira...
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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
Eloise Pereira Cury
VALORES SOCIAIS DO ESPORTE ESPETÁCULO - PERSPECTIVA
DOS MEMBROS DA COMISSÃO ORGANIZADORA DA COPA DO
MUNDO DE FUTEBOL 2014, CIDADE SEDE CURITIBA.
CURITIBA
2011
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
Eloise Pereira Cury
VALORES SOCIAIS DO ESPORTE ESPETÁCULO - PERSPECTIVA
DOS MEMBROS DA COMISSÃO ORGANIZADORA DA COPA DO
MUNDO DE FUTEBOL 2014, CIDADE SEDE CURITIBA.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Educação Física da Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para a obtenção da graduação.
Orientadora: Euza Cagnato
CURITIBA
2011
Dedicatória...
Dedico este trabalho às pessoas que vêm me apoiando nesta jornada.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a todas as pessoas do meu convívio que acreditaram e contribuíram,
mesmo que indiretamente, para a conclusão deste curso.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 1
1 CAPÍTULO 1 ............................................................................................................. 5
1.1 SOCIEDADE E ESPORTE ESPETÁCULO ............................................................ 5
2 CAPÍTULO 2 COPA DO MUNDO 2014 ................................................................. 9
2.1 HISTÓRICO DA COPA DO MUNDO ..................................................................... 9
2.1.1 Copa do Mundo no Brasil ..................................................................................... 12
2.1.2 Informações Técnicas ........................................................................................... 15
2.2 COPA DO MUNDO E FUTEBOL BRASILEIRO ................................................. 18
2.2.1 Seleção Brasileira de Futebol Copa do Mundo 2014 ......................................... 20
3 METODOLOGIA .................................................................................................................. 24
4 ENTREVISTA ....................................................................................................................... 26
4.1 ANÁLISE E DISCUSSÃO ..................................................................................... 26
5 CONCLUSÃO ........................................................................................................................ 38
6 REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 39
7 ANEXOS ................................................................................................................. 42
7.1 ESTRUTURA DA ENTREVISTA .......................................................................... 42
7.2 CADERNO CURITIBA 2014 - CIDADE SEDE ..................................................... 43
RESUMO
VALORES SOCIAIS DO ESPORTE ESPETÁCULO - PERSPECTIVA DOS
MEMBROS DA COMISSÃO ORGANIZADORA DA COPA DO MUNDO DE
FUTEBOL 2014, CIDADE SEDE CURITIBA.
Investigar os valores do esporte espetáculo é uma forma de poder entendê-lo
como agente de transformação social, é possível percebê-lo como responsável por
ações e realizações dos indivíduos, e ainda contribuir para a pesquisa e
desenvolvimento das ciências sociais e do esporte. O objetivo do trabalho foi
investigar como o esporte rendimento pode influenciar na transformação e aquisição
de valores por parte da sociedade, segundo a perspectiva de autoridades da comissão
organizadora da Copa do Mundo 2014, para isso foram identificados conceitos de
esporte e sociedade e investigados valores atribuídos ao esporte de rendimento e alto
nível. Para chegar ao objetivo proposto foram aplicados questionários compostos de
oito questões sobre o esporte rendimento na Copa do Mundo e sua influencia na
sociedade. Por fim, entendemos que o esporte rendimento possui uma parcela
importante de responsabilidade social, desta forma o desporto de alto nível necessita
de cuidados especiais por parte das federações, equipes, técnicos e jogadores.
Palavras-chave: esporte, sociedade, Copa do Mundo de Futebol.
1
INTRODUÇÃO Investigar os valores do esporte espetáculo é uma forma de poder entendê-
lo como agente de transformação social, é possível percebê-lo como responsável
por ações e realizações dos indivíduos, e ainda contribuir para a pesquisa e
desenvolvimento das ciências sociais e do esporte.
A escolha deste estudo encontra sua principal justificativa no fato de que
existem poucas referências práticas (referenciais teóricos que relatem
experiências práticas) para o estabelecimento de projetos de pesquisa atraentes e
eficazes que criem tarefas que possam servir de instrumento para a promoção de
mensagens do fenômeno esportivo. Alguns trabalhos foram desenvolvidos
centrados na mesma temática, bem como estudos e pesquisas foram realizadas,
projetos vêm sendo desenvolvidos (Educação pelo Esporte IAS, Projeto
Segundo Tempo Paraná Esporte, Projeto Cestinha Unisc, entre outros),
porém a pretensão é fazê-lo de forma inovadora, utilizando de recursos
(entrevista com autoridades responsáveis pela Copa) que darão uma visão
diferenciada do tema, a qual buscará identificar uma visão diferente do fenômeno
esportivo.
O esporte é tido enquanto produto de consumo e produtor de cultura,
considerando a dimensão dada a ele que justifico o interesse em buscar
explicações práticas da sua influência na sociedade.
O esporte é visto como uma grande manifestação cultural e social, seu
potencial pode ser explorado como forma de obter uma transformação da
sociedade como um todo. Para Guttmann apud RUBIO (2002),
forma genuína de adaptação a vida moderna. Apresenta, ainda, características
como disciplina, autoridade, iniciativa, perfeição, destreza, racionalidade,
organização e burocracia, provas do mimetismo e da dependência existentes
entre o esporte e o capitalis
A Copa do Mundo de 2014 será uma forma de expressão do esporte, que
atingirá de forma direta ou indireta milhares de pessoas desde atletas e
2
expectadores até o cidadão menos interessado; esta abrangência do fenômeno
esportivo pode interferir na sociedade em diversos aspectos econômicos e
culturais (Ferreira, 2007).
Para Rubio (2002),
alheio ao movimento e organização sociais presente ou sem considerar a
influência dos meios de comunicação de massa na produção desse espetáculo. O
esporte é um fenômeno cultural complexo e de grande importância para a
sociedade contemporânea, capaz de anunciar e denunciar inúmeras manifestações
É importante considerar todas as faces do esporte espetáculo, pois ele
mobiliza a sociedade e toda sua estrutura. Conforme Vaz apud Sousa e Pelegrini
(2008),
-se um fenômeno cultural de enormes proporções, com grande espaço na mídia, gerador de lucros estrondosos e um dos principais produtos culturais do capitalismo. O uso de eventos esportivos, pelos responsáveis pelo grande capital historicamente, mostra-se sobre duas formas: a primeira caracteriza-se pela busca da rentabilidade financeira e a segunda pela busca em ofuscar o senso
O esporte de rendimento é o que tentamos investigar, o esporte como
auxiliar no processo de transformação social, seu valor enquanto possibilidade de
modificações históricas, não limitado ao desempenho do atleta em campo, mas
sim no reflexo que sua atuação representa para a sociedade (Ferreira, 2007).
Dentro deste contexto, o questionamento deste trabalho é: Como o
esporte rendimento poderia influenciar na transformação e aquisição de
valores por parte da sociedade, segundo a perspectiva de autoridades da
comissão organizadora da Copa do Mundo 2014.
O objetivo geral é identificar como o esporte rendimento poderia
influenciar na transformação e aquisição de valores por parte da sociedade,
segundo a perspectiva de autoridades da comissão organizadora da Copa do
Mundo 2014.
3
O chamado esporte-espetáculo 1 é o desporto praticado no alto
rendimento, que é produzido por diferentes meios de informação, sendo o mais
poderoso a mídia eletrônica (Internet, TV, rádio) para o esporte educacional2
(praticado nas escolas) e para o participativo 3 esporte com finalidade de
socialização e promoção de saúde. O Esporte-Espetáculo, ou seja, a
mercadorização4 do esporte tem influenciado nas outras manifestações esportivas
presentes na sociedade. Ele é um fenômeno inserido em uma sociedade de
consumo e comunicação de massa organizada de tal maneira a difundir sons,
imagens e informações, configurando-se meio de reproduzir a sociedade de
consumo. Através desta relevância dada ao esporte enquanto produto de consumo
e produtor de cultura é que buscamos explicações práticas da sua manifestação e
influência na sociedade.
Tal pesquisa possibilitará o entendimento do esporte rendimento e
espetáculo, calcado de exigências, como produtividade e eficiência, e sua
interferência na sociedade, servindo talvez como incentivo a prática de esporte no
meio social como parece ocorrer, explorando seu potencial educativo ou ainda
uma nova forma de compreensão do esporte, esclarecendo seu papel na
sociedade. O trabalho desenvolvido será uma forma de sinalizar a participação do
Brasil na organização de uma competição de grande repercussão mundial. A
intenção do estudo será focada nos relatos produzidos e opiniões dos membros da
1 metáfora das batalhas de então, em que adversários reais ou simbólicos serão sempre o alvo de superação. Isso quer dizer que a espetacularização do esporte foi construída relacionada ao desenvolvimento da própria prática esportiva e com as intervenções e alterações propostas pelos distintos atores envolvidos. Essa narrativa, preocupada em reforçar os aspectos competitivos como igualdade e equilíbrio entre os oponentes, tem reforçado o imaginário da batalha
justa, emocionante, de resultado imprevisível, facilitando a emergência de consciências coletivas, identidades nacionais e protagonistas carismáticos, transformando o campo da competição em cenário de representação de
2 Barbieri (2001) apresenta o esporte educacional como uma possibilidade de restauração do humano no homem. A partir de uma análise histórica, o autor contextualiza a questão educacional nos dias atuais, enquadrando-a na visão
- educação dá suporte ao conceito de esporte educacional apresentado no seu estudo, por valorizar os significados de participação, de totalidade, de coeducação, de emancipação, de cooperação, de solidariedade, de integração, de liberdade, de autonomia e de preservação da identidade cultural. 3 O esporte participativo visa a promover o bem estar dos praticantes, apoiando-se no prazer lúdico, no lazer e na utilização construtiva do tempo livre; é a forma de manifestação de esporte que propicia a integração social, assim como a promoção de saúde. ( Bohme, 2003) 4 A mercadorização do esporte significa, evidentemente, que não apenas ao rendimento do atleta agrega-se valor tornando-o comercializável, mas também que um sem-número de produtos esportivos entram na esfera da circulação no âmbito da indústria do tempo livre (Rigauer, 1992). Segundo Rigauer (1979), teríamos hoje, no esporte, um comportamento determinado esteticamente pela mercadoria.
4
comissão organizadora da Copa do Mundo 2014.
5
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1. CAPÍTULO 1
1.1 SOCIEDADE E ESPORTE ESPETÁCULO
A dimensão dos valores educacionais do esporte atinge a sociedade de
forma direta, a relação estabelecida entre a sociedade e o esporte possui ampla
representação e significado no mundo e para o homem. Assim sendo é necessário
compreender o desenvolvimento da sociedade e do esporte no seu interior.
O mundo vem passando por um processo de transformações intensas e em
ritmo acelerado. Hoje, como nunca, os sistemas de comunicação e informação
permitem a circulação de muitas idéias e inovações que influenciam modos de
pensar e agir e que ocasionam mudanças nas relações sociais, no mundo do
trabalho, na vida das organizações.
Segundo Aurélio (1986),
relações que se estabelecem entre as pessoas que vivem numa comunidade ou
grupo social, ou entre grupos sociais diferentes que vivem no seio de uma
esporte é uma atividade individual e coletiva, em
conseqüência disso social, a qual tem merecido, de parte dos sociólogos estudo
mais profundo, para que entendamos melhor suas relações e valores, sendo uma
atividade sócio-histórico-cultural da mais alta relevância.
O esporte é um patrimônio cultural, como paixão popular ele encena um
ritual coletivo de intensa densidade social e histórica, em consonância com a
realidade brasileira. É a combinação de simbologias, por meio das quais podemos
estudar o desenvolvimento e a formação do ser humano. Para melhor entender o
desenvolvimento do esporte e sua influência no desenvolvimento humano, busca-
se a compreensão histórica e cultural nele incutida e sua ligação direta à
sociedade e sua formação.
De acordo com Marchi Jr (2001) o esporte como o fenômeno de maior
impacto sociocultural do final do século XX e início do XXI. Aspectos como
esses motivam pesquisas, gerando modelos de análises voltados à compreensão
6
das especificidades do esporte moderno, distinguindo-o dos jogos e das formas
ancestrais de competição física que estes esportes assumiram.
O esporte que investigamos nesta pesquisa é o alto rendimento calcado de
exigências como produtividade e eficiência, tornando-o elitizado e exclusivo.
Desta forma, o esporte como instituição social passa a ser um fenômeno que
precisa ser explorado como agente de transformação da sociedade que estamos
inseridos.
Para Rubio (2001), o esporte chamado de alto rendimento é um tipo de
prática que pode se relacionar ao esporte-espetáculo, protagonizado pelo atleta
profissional, ou, ainda, a um tipo de atividade esportiva que não é
necessariamente remunerada, mas que exige do praticante dedicação e
rendimento que superam uma prática de tempo livre ou amadora. Originalmente
o atleta buscava não a vitória em si, mas a superação do próprio limite.5 Essa
busca não representava um individualismo egoísta de ideais de amor a si mesmo,
mas a busca incessante pelo absoluto da beleza e do valor. Daí a atitude de
agradecimento do atleta vencedor de provas atléticas a seus oponentes. Mais do
que tê-los como inimigos, o atleta que praticava a areté via no adversário o
parâmetro para a realização de seu limite e não alguém a ser superado, vencido e
humilhado. O outro era o referencial para a superação de si mesmo.
Estas são algumas das faces que o esporte pode assumir na sociedade, para
cada expectador ele possui um significado diferente, para alguns é a necessidade
de sentir-se campeão através do papel de torcedor, para outros é a identidade com
o caráter heróico do jogador, enfim a subjetividade dos valores expressos é dada
através daquilo que é transmitido e espetacularizado, bem como pela forma como
as informações são interpretadas por cada indivíduo.
Conforme estudo realizado Rubio (2001) o imaginário presente no esporte
contemporâneo permanece atrelado a dois modelos imaginários heróicos: um que
é mítico e está associado ao esporte desde a Antiguidade; outro, pautado na
5 Ao conceito que pautava essa prática era dado o nome de areté, equivalente ao latino virtus, que representava hombridade, valor. No sentido cavalheiresco da palavra estava expresso o conjunto de qualidades que fazem do homem um herói, e a vitória seria a confirmação desse valor. A areté seria, portanto, a afirmação da condição pessoal daquele que pratica e vence um desafio e sua realização estava associada à luta contra tudo o que tentasse impedi-la.
7
cultura contemporânea, que privilegia o vencedor em qualquer âmbito da vida
social. Se nos primórdios o atleta tinha a preparação física e atlética como um
elemento de educação e de formação enquanto cidadão, cujos desdobramentos
eram a preparação para a guerra e a proteção da pólis, associando os papéis de
esportista e guardião, o atleta de alto rendimento contemporâneo tem sua imagem
vinculada ao espetáculo e ao lazer. Seus feitos são capazes de levar multidões a
estádios e ginásios em momentos de espetáculo ou causar dor e comoção coletiva
em caso de acidente ou morte. O papel social do atleta e do esporte
contemporâneo ultrapassou já há algumas décadas o âmbito apenas competitivo
para alcançar funções que transcendem o cenário esportivo. Em alguns
momentos históricos esses personagens foram os representantes de seus países no
cenário mundial, exercendo função semelhante à diplomática. São até hoje
guardiães do orgulho nacional por significar a superação de dificuldades comuns
à população média. Esse quadro de expectativa leva aqueles que acompanham e
torcem a se relacionar com seus ídolos com uma espécie de intimidade, gerando
esperança de sucesso, desejo de realização e expectativa de conduta exemplar
ditada pelo ideal olímpico. Ao ganhar uma medalha olímpica ou realizar algum
feito de destaque, o atleta vê seu nome impresso na memória social do país pelo
qual competiu afirmando sua condição de mito.
Quando é realizado um evento como a Copa do Mundo 2014 - momento
em que o esporte é difundido na mídia e leva espectadores amantes e não adeptos
a participar desse universo, de forma direta e indireta, intencional e por meio da
estratégia de marketing, o futebol e os jogadores ganham amplo espaço,
aproximando o espectador dos seus heróis.
Para Rubio (2001), O herói enquanto figura mítica vem representar o
mortal que, transcendendo essa sua condição, se aproxima dos deuses em razão
de um grande feito. Essa proeza é quase sempre uma soma de elementos, como
força, coragem e astúcia, caracterizando o herói não como alguém dotado apenas
de força bruta, mas como um ser particular, capaz de realizações prodigiosas.
Temos nos jogadores de futebol de alto rendimento uma espécie de herói e
o campo de futebol se assemelha ao campo de batalha em dias de grandes
8
competições. Varias questões identificam o atleta como herói, não apenas a
disputa, mas também a superação de questões individuais e sociais dá vida a este
personagem.
Penetrar no imaginário esportivo desse final de século é, de certa forma,
buscar compreender por onde passa o parâmetro de projeção e de criação de
identidade de uma parcela de adolescentes e jovens adultos na sociedade
contemporânea. Isso porque os feitos esportivos não estão apenas relacionados à
apresentação de comportamentos, mas também ao preenchimento de um vácuo
de feitos de destaque. Para tanto é fundamental conhecer um pouco mais sobre o
fenômeno esportivo atual e como o atleta se transformou no personagem que ele
é hoje (Rubio, 2001).
Buscando responder aos objetivos de nossa pesquisa e baseada nas
afirmações definidas por Rubio (2001) e Marchi Jr (2001) vemos o esporte como
capaz de interferir de forma direta ou indireta na sociedade e nos espectadores,
sendo essa fusão uma forma de possibilitar a transformação e aquisição de
valores por parte da sociedade.
9
2. CAPÍTULO 2 Copa do Mundo 2014
2.1 - HISTÓRICO DA COPA DO MUNDO
Historicamente, a Copa do Mundo surgiu como fruto do antigo Torneio
Olímpico de Futebol em 1924, na França, organizado pela FIFA. O sucesso do
evento foi tão grande que se pensou em eleger o melhor time internacional de
futebol a cada quatro anos, independente dos Jogos Olímpicos. A primeira Copa
aconteceu em 1930, no Uruguai. A escolha pelo país se deveu em virtude de o
Uruguai ser considerado o melhor time na época, por ter vencido o Torneio
Olímpico duas vezes consecutivas. A primeira Copa do Mundo ainda havia sido
organizada nos mesmos moldes dos Jogos Olímpicos, em que apenas uma cidade
oferecia as instalações esportivas. A partir da segunda edição, em 1934, tornou-
se regra distribuir os jogos pelo país que sedia o evento.
Conforme estudo Duarte (2003) apresenta o aumento da popularidade da
Copa do Mundo desde 1930 até o evento de 2002. Os dados variam de 434.500
pessoas no evento inicial, atingindo, em 2002, 2,5 bilhões de espectadores. É
preciso lembrar que em 1930 não existia televisão e havia muitas limitações nos
meios de comunicação, fato inimaginável nos dias de hoje. Essa visibilidade
mundial que a Copa do Mundo possui, faz dela um grande evento comercial. Isso
significa que a FIFA construiu um negócio bilionário, vendendo a sua marca e
seus direitos televisivos, ao oferecer às empresas globais a maior oportunidade
publicitária do mundo.
Outra coisa importante para pensar é que não é apenas de futebol que vive
a Copa do Mundo: economia e política também fazem parte do pacote. A escolha
do país-sede do evento ocorre a partir de acordo entre investidores provados e
instituições governamentais, a partir de interesses políticos e econômicos
comuns. Além disso, a tensão da realização do mega evento é tão grande que a
FIFA tem recorrido a coberturas financeiras contra possíveis cancelamentos de
Copa do Mundo. Um exemplo que ficou bastante famoso foi o da Copa de 2002,
10
ocorrida no Japão e na Coréia do Sul, em que a FIFA se assegurou contra
cancelamentos decorrentes de terremotos ou de instabilidade política.
Isso porque os interesses envolvidos num evento do nível da Copa do
Mundo de Futebol são muito maiores do que o simples amor pelo esporte. Mas é
claro que isso acontece por parte de quem organiza. O lado de quem torce não
tem economia e não tem política: o espectador quer ver o seu país vencer. E de
preferência, com futebol bonito. É só quando vemos um país inteiro parar para
ver um jogo de futebol na televisão que conseguimos compreender as palavras de
Kofi Annan6.
Organizado pela Federação Inglesa de Futebol, o evento somente era
disputado por atletas amadores e era considerada uma competição menor dentro
dos Jogos Olímpicos. A seleção amadora da Inglaterra foi campeã em 1908 e
1912.
A FIFA tentou organizar um torneio entre seleções fora do contexto
olímpico em 1906, na Suíça, mas a tentativa fracassou. Como os Jogos
Olímpicos eram disputados somente por equipes amadoras, as competições
envolvendo equipes profissionais começaram a aparecer. Em 1908, foi realizado
em Turim, Itália, o Torneo Internazionale Stampa Sportiva e, no ano seguinte, Sir
Thomas Lipton organizou o Troféu Sir Thomas Lipton, também realizado em
Turim. Ambos os torneios foram disputados apenas por clubes, cada qual de um
país diferente.
Por não terem sido disputados por seleções, não são considerados
antecessores diretos da Copa do Mundo, apesar do Troféu Sir Thomas Lipton ser
citado algumas vezes como a primeira Copa do Mundo de Futebol, sendo que o
seu predecessor é quase sempre ignorado por ser menos conhecido.
6 -geral das Nações Unidas está escrevendo sobre futebol. Mas a Copa do Mundo faz com que nós, nas Nações Unidas, morramos de inveja. Como o único jogo realmente global, praticado em todos os países, por todas as raças e religiões, é um dos poucos fenômenos tão universais quanto as Nações Unidas. Podemos até dizer que é ainda mTrecho retirado de artigo escrito por Kofi Annan, ex-secretário-geral da ONU, para a Folha de São Paulo, em 09 de junho de 2006.
11
Em 1914, a FIFA reconheceu as competições de futebol dos jogos
olímpicos como campeonatos mundiais de futebol amador, e passou a ficar
responsável pela organização do evento. Isso possibilitou a oficialização do
futebol nos Jogos Olímpicos de Verão de 1920, onde o torneio foi vencido pela
Bélgica. O Uruguai foi campeão em 1924 e 1928, ano em que a FIFA decidiu
organizar seu próprio campeonato. Devido aos dois títulos olímpicos e à
comemoração do centenário da independência, o Uruguai foi eleito sede da
primeira Copa do Mundo.
O comitê organizador dos Jogos Olímpicos de Verão de 1932 não queriam
incluir o futebol na competição, devido à sua baixa popularidade nos Estados
Unidos. A FIFA e o Comitê Olímpico Internacional também divergiam a respeito
da definição de "atleta amador" e, então, o futebol ficou fora dos jogos.
Então, o francês Jules Rimet criou a primeira Copa do Mundo, em 1928,
após ter assumido o comando da instituição mais importante do futebol mundial:
a FIFA (Federation International Football Association).
A competição foi realizada em 1930, no Uruguai, convidando um grupo
de visionários administradores futebolísticos franceses, liderado na década de
1920 pelo inovador Jules Rimet, que teve a ideia original de juntar as melhores
seleções de futebol do mundo para lutar pelo título de campeões mundiais. A taça
de ouro original levou o nome de Jules Rimet e foi disputada três vezes nos anos
de 1930, antes da Segunda Guerra Mundial interromper o campeonato por doze
anos. Foram escolhidas treze seleções previamente selecionadas pela FIFA para
participar do evento sem disputa de eliminatórias.
A escolha do Uruguai como sede constituía um obstáculo à participação
de equipes europeias, devido a longa jornada através do Oceano Atlântico, à
época realizada em navios. A Seleção Uruguaia sagrou-se campeã e pode ficar,
por quatro anos, com a taça Jules Rimet.
12
Em 2014, a Copa do Mundo será realizada no Brasil. O evento retornará
ao território brasileiro após 64 anos, pois foi em 1950 que ocorreu a última copa
no Brasil.
2.1.1 Copa do Mundo no Brasil
"Passam os regimes. Passam as revoluções. Passam os generais ou os
bacharéis. Pouco importa. O Brasil resistirá à passagem de todos eles.
Mas se um dia passar o futebol, ai de nós!" (Alceu Amoroso Lima)
Importantes dimensões estavam imbricadas no Brasil do pós-II Guerra
Mundial. O fim do Estado Novo e a incipiente Guerra Fria impuseram novas
posturas ao país do governo Dutra (1946-1950). A constituição de 1946, que se
pautava no predomínio de princípios liberais, o estreitamento da aliança com os
Estados Unidos e o progresso econômico evidenciado pela inauguração da
Companhia Siderúrgica Nacional (1946), reconhecida como ponto fundamental
para a fomentação do setor industrial brasileiro, indicavam para um otimismo
reinante no país.
E o Brasil buscava novas referências, precisava mostrar para o mundo que
tinha mudado. Após 15 anos de governo Vargas, éramos um país mais urbano,
com uma capacidade industrial respeitável e necessitados de vender uma imagem
positiva, ligada ao progresso, para o mundo.
A oportunidade de propagandear uma boa imagem do Brasil seria a IV
Copa do Mundo de Futebol, a primeira após a Grande Guerra, o que elevava
ainda mais o interesse por ela. A guerra ressaltou a importância do esporte no
mundo moderno, como símbolo de uma preparação física adequada. O esporte
tinha o status de um eficaz instrumento de aperfeiçoamento da nacionalidade e da
raça, capaz de tornar um povo mais forte. No Brasil, a realização de um torneio
tão importante tinha a responsabilidade de divulgar o poder do país e de seu
povo.
13
Esta responsabilidade estava contida em todos os aspectos que se
relacionavam com o evento. Além da vitória dentro das quatro linhas, o Brasil
precisava de grandes estádios para confirmar nossa imagem de país
empreendedor; precisava organizar um evento que tivesse êxito financeiro,
técnico e disciplinar; e precisava de uma torcida que não comprometesse o ar de
civilidade que desejávamos.
A realização da IV Copa do Mundo de Futebol no Brasil seria utilizada
para propagandear uma nação que teria um grande destino a cumprir, que
empolgaria os europeus por nosso futebol, pela nossa capacidade de organização
e realização, por nossos grandes estádios, por nossas encantadoras cidades e por
nosso povo gentil e hospitaleiro - provas insofismáveis do virtuosismo do país e
de seu povo. Assim, o Brasil tinha a oportunidade de vender a imagem de um
país vencedor ao mundo. De fato, a IV Copa do Mundo seria um "evento que
projetaria no exterior todo um modelo de país que se desejava brilhante, criativo,
genial, promissor".7
A fim de tornar realidade todos estes propósitos, a Confederação
Brasileira de Desportos (CBD)8 começou a trabalhar. Em agosto de 1948, a
entidade máxima do esporte nacional criou o Diretório Geral, que passaria a
responder por todas as questões que competiriam ao país anfitrião do IV
Campeonato Mundial de Futebol. A este Diretório Geral ficaram subordinadas 10
comissões: de propaganda; de assuntos internacionais; de recepção e assistência
social; técnica de futebol; de arbitragem; de finanças; de serviço de alojamento;
serviço de recepção e atendimento; serviço de transporte e serviço médico.
7 MOURA. O Rio Corre para o Maracanã, p. 123.
8 Entidade eclética criada em 1916 e reconhecida pela FIFA em 1923, responsabilizava-se pela organização de vários esportes em nível nacional. Em 1979, foram criadas várias entidades específicas para cada esporte e o futebol ficou a cargo da CBF (Confederação Brasileira de Futebol).
14
Ao Diretório Geral caberia a organização e direção geral do evento,
cuidando para que suas medidas fossem uniformemente observadas em todos os
estados em que se realizariam os jogos. Neste diretório, passaria a funcionar uma
Secretaria que se responsabilizaria pelos serviços de comunicação, informações,
intérpretes, taquigrafia e estatística relacionadas à Taça Jules Rimet, além de
cuidar da expedição de convites para solenidades, passeios e jogos.
O "projeto nacional" que estava sendo elaborado para a Copa do Mundo,
com o objetivo de fazer da competição uma vitrine de uma nação virtuosa,
deveria ser obedecido em todos os locais onde se realizassem jogos da
competição. Além das cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo, principais
centros econômicos, políticos e esportivos do Brasil, Belo Horizonte, a capital de
Minas Gerais, surgia como uma candidata natural para sediar jogos do
importante certame. Além de se destacar como grande centro esportivo do Brasil,
abaixo apenas das cidades já citadas, Belo Horizonte reunia condições de sobra
para satisfazer as questões que estavam colocadas desde quanto o Brasil se
candidatou para sediar a IV Copa do Mundo de Futebol: vender uma imagem
positiva do país e de seu povo.
A tristeza da inesperada derrota do Brasil frente o Uruguai, em um
Maracanã inundado de gente, calou fundo no brasileiro. O antropólogo Roberto
Da Matta analisou esta derrota como "a maior tragédia da história contemporânea
do Brasil". Já Joel Rufino dos Santos a caracterizou como "o dia mais triste da
História do Brasil".
Para Nelson Rodrigues: "cada povo tem a sua irremediável catástrofe
nacional, algo assim como hiroxima. A nossa catástrofe, a nossa hiroxima, foi a
derrota frente ao Uruguai, em 1950".9
9 Respectivamente: DaMATTA. Explorações -Ensaios de Sociologia Interpretativa, p. 109. SANTOS. História Política do Futebol Brasileiro, p. 61. RODRIGUES. A pátria em chuteiras, p.116.
15
O sentimento de tristeza absoluta que atingiu o povo brasileiro foi
levemente suavizado pelo sucesso logrado pela competição. O IV Campeonato
Mundial de Futebol rendeu a cifra de Cr$ 36.577.360,50, enquanto as despesas
não passaram de Cr$ 16.000.000,00. Apesar da derrota para os uruguaios, o
futebol apresentado pelos brasileiros encantou o mundo. A civilidade de nossa
torcida, contribuindo para o desenrolar primoroso do grande evento, levou Jules
Rimet, presidente da FIFA, a considerar o Brasil como o campeão mundial da
disciplina, do cavalheirismo e da hospitalidade. A realização da Taça Jules
Rimet, portanto, cumpriu seu compromisso, propagandeando uma boa imagem
do nosso país.10
Apesar do desfecho trágico para os brasileiros, a Copa do Mundo cumpriu
seus objetivos. A competição logrou um enorme êxito financeiro, o futebol
apresentado pelos brasileiros encantou o mundo e a participação da torcida
brasileira foi alvo de inúmeros comentários lisonjeiros dos estrangeiros. A
realização da Taça Jules Rimet propagandeou uma boa imagem do Brasil e o
envolvimento de toda uma nação em torno de uma competição futebolística
coroou a imagem do Brasil como "país do futebol".
Assim, a realização da IV Copa do Mundo no Brasil, aliada à construção
de grandes estádios, representou um momento-chave de afirmação da força e
popularidade do futebol. Mediante o evento especial, o Brasil procurou mostrar
ao mundo a capacidade e as qualidades de seu povo. Rio de Janeiro, São Paulo e
Belo Horizonte, vitrines do Brasil, buscaram propagandear positivamente a nação
brasileira.
2.1.2 Informações Técnicas
O Brasil construiu o maior estádio de futebol do planeta para sediar a
Copa do Mundo da FIFA 1950, mas a esperança de consagrar o gigantesco
10 Sobre estas informações, ver MOURA (1998). O Rio Corre para o Maracanã, p. 136.
16
Maracanã com o primeiro título mundial foi destruída após uma das maiores
surpresas da história da competição.
A Copa do Mundo da FIFA 1950 não teve final, pois foi decidida em um
quadrangular. Mesmo assim, Brasil e Uruguai fizeram justamente na última
rodada da fase final a partida que decidiu o torneio. Precisando de somente um
empate, a seleção brasileira abriu o marcador com Friaça aos dois minutos do
segundo tempo, mas o Uruguai conseguiu a virada com gols de Juan Schiaffino e
Alcides Ghiggia. Um silêncio ensurdecedor de 200 mil vozes foi ouvido no
Maracanã, e o pequeno país vizinho comemorou no Brasil o seu segundo título
mundial.
O Uruguai, campeão mundial em 1930, só precisou disputar uma partida
(goleou a Bolívia por 8 a 0) para chegar ao quadrangular final. Na fase decisiva,
o selecionado saiu perdendo todas as três partidas, mas conseguiu na última a
virada que entrou para a história como o Maracanazo.
A competição no Brasil foi a primeira Copa do Mundo da FIFA após a
Segunda Guerra Mundial. Durante todo o conflito, o cobiçado troféu ficara
escondido em uma caixa de sapatos sob a cama do italiano Ottorino Barassi,
vice-presidente da FIFA. Com o retorno da paz, ele ganhou o nome de Taça Jules
Rimet para comemorar o renascimento da competição.
Apenas 13 seleções disputaram o título no Brasil devido à ausência de
países do Leste Europeu e a uma série de desistências de peso, especialmente de
Argentina e França esta última em protesto contra um itinerário que
envolveria uma viagem de 3.500 km entre uma partida e outra.
A Inglaterra estava presente pela primeira vez, depois de vencer um
torneio entre os países das Ilhas Britânicas. Por outro lado, a Escócia, que teria o
direito de viajar depois de ficar em segundo lugar, recusou a oportunidade. Quem
também se classificou, mas não quis jogar, foi a Turquia. Já a Índia disse não
porque a FIFA não permitiria que seus atletas jogassem de pés descalços. Os
17
cinco participantes sul-americanos não precisaram disputar nenhuma partida nas
eliminatórias.
O torneio teve uma primeira fase bastante incomum, com as seleções
divididas em dois grupos de quatro países, um grupo de três e ainda um grupo
com somente Uruguai e Bolívia.
O Maracanã era um monumento à ambição brasileira, e os homens
comandados por Flávio Costa superaram a expectativa na estréia e abriram a
campanha com uma goleada de 4 a 0 sobre o México.
Porém, o empate em 2 a 2 com a Suíça deixou o Brasil precisando de uma
vitória no último jogo diante da Iugoslávia. Na partida que decidiu o grupo, os
brasileiros tiveram um pouquinho de sorte quando o atacante iugoslavo Rajko
Mi
Ele ainda estava sendo atendido quando Ademir abriu o placar para o Brasil, que
definiu o marcador com Zizinho no segundo tempo.
Enquanto o Brasil avançava, a campeã Itália era eliminada ao ser
derrotada pela Suécia por 3 a 2. Os escandinavos, todos amadores, haviam
perdido Gunnar Gren, Gunnar Nordahl e Nils Liedholm para a Série A italiana
após o título olímpico em 1948. Mas os jogadores dirigidos pelo inglês George
Raynor ainda tinham o suficiente para superar a Itália, que perdera muitos dos
seus principais atletas no ano anterior em um terrível acidente aéreo que tirara a
vida de 19 jogadores do Torino.
No quadrangular final, o Brasil estreou com tudo ao golear a Suécia por 7
a 1 com quatro gols de Ademir, artilheiro da competição anotados. Com uma
nova goleada por 6 a 1 diante da Espanha, os brasileiros ficaram com uma mão
no troféu. Só precisavam empatar na última rodada com o Uruguai, que vinha de
um empate em 2 a 2 com a Suécia e uma vitória por 3 a 2 sobre a Espanha, em
ambos os casos chegando ao intervalo em desvantagem.
18
Embora o Uruguai tivesse vencido um dos três amistosos entre os dois
países dois meses antes da competição, a confiança era tanta no Brasil que o
jornal Gazeta Esportiva trouxe a manchete "Venceremos o Uruguai". O prefeito
do Rio proclamou o Brasil campeão do mundo antes do pontapé inicial, e poucas
almas em uma torcida estimada em 174 mil espectadores mas que pode muito
bem ter superado a marca dos 200 mil imaginavam qualquer coisa diferente.
O Brasil abriu o placar com tranquilidade em uma jogada armada por
Zizinho e Ademir e concluída por Friaça. Mas o Uruguai, comandado pelo
capitão Obdulio Varela, empatou aos 21 do segundo tempo depois de Gigghia
passar por Bigode pela ponta direita e cruzar para Schiaffino marcar. Então,
faltando apenas 11 minutos, veio o imponderável: Gigghia deixou Bigode mais
uma vez para trás e chutou entre Barbosa e o poste, levando a Celeste Olímpica
ao paraíso e o Brasil ao desespero.
2.2 - COPA DO MUNDO E FUTEBOL BRASILEIRO
O futebol no Brasil é hoje (e tem sido nos últimos cinqüenta anos) uma
atividade de enorme importância social, cujas conseqüências transcendem as
linhas do campo de jogo, tornando-se mesmo questões de Estado. Os valores e
número de pessoas envolvidas com este esporte chegam ambos à casa dos
milhões. Milionárias também são as cifras ostentadas pelo mercado.
A Copa do Mundo é um fato social de enorme importância na cultura
brasileira contemporânea, e cujo acesso está estreitamente vinculado ao seu
caráter mediatizado. Desde as primeiras transmissões internacionais de jogos de
futebol por rádio, nos anos 1950, a cobertura dos jogos do Brasil na Copa do
Mundo tem sido fenômeno de audiência. O grande interesse dos brasileiros pelo
futebol, catalisado pela participação da seleção na Copa leva ao entendimento da
amplitude de sua relevância social.
Podemos perceber que, a par de um interesse social pré-existente em torno
da seleção brasileira e de sua participação na Copa do Mundo, existe toda uma
por parte do estado e da mídia. Esta construção opera
dessa demanda social, magnificando esse interesse e
19
tornando-o central e quase exclusivo na definição da realidade no país,
colaborando para gerar fenômenos a cada jogo do Brasil na competição.
A realidade definida nestes termos (e as relações de poder que esta
realidade representa) parece imutável, e no que depender do discurso da mídia e
da disposição política, assim será.
Vaz (2001) faz um comentário sobre o esporte na sociedade
contemporânea:
[...] tem origem na constatação de que seria ele, com suas técnicas e
regras, uma forma de domínio do corpo e de suas expressões, que por sua vez,
estaria relacionado com o predomínio da ordem econômica-social capitalista .
É importante ressaltar, que o esporte na sociedade capitalista assumiu um
caráter ideológico e interesseiro na busca do rendimento financeiro pautado,
entre outros aspectos, no consumo de roupas esportivas, na criação de complexos
multinacionais esportivos e na exploração da imagem televisiva. Esses
complexos patrocinam eventos esportivos com a intenção de elevar suas vendas e
expandir seu capital, levando ao público consumidor o fetichismo da marca. A
comercialização do espetáculo esportivo comprova que o objetivo do esporte de
competição é o lucro, porque os organizadores e promotores se interessam,
sobretudo pela rentabilidade econômica (PRONI, 1998).
Desta forma, o futebol de heróis passa a ser o futebol do consumismo,
produto vendido pela mídia e consumido pelos espectadores. A visão restrita e
limitada do futebol não nos permite visualizar suas outras faces.
Para Rubio (2002), O atleta profissional do esporte contemporâneo tem
sido, graças ao poder e influência que os meios de comunicação de massa têm
sobre o espetáculo esportivo, tratado e reconhecido como personalidade pública,
ídolo, herói e ideal de ego de grande parte da juventude e dos adultos, porque à
sua figura estão associados o sucesso, a fama e uma vida vitoriosa, valores
cultivados e desejados pela sociedade atual.
[...] O atleta profissional é um novo tipo de trabalhador que vende a um
patrão sua força de trabalho (capaz de produzir um espetáculo que atrai
20
multidões); é valor de troca de sua força de trabalho, regulado pelas leis de oferta
e procura do mercado. O amadorismo deixou de existir desde que o atleta
profissional se tornou um profissional do espetáculo muscular (Rubio, 2002).
Considerando o futebol brasileiro e sua eficiente participação nas Copas
do Mundo, podemos visualizar tanto seu potencial comercial quanto seu
potencial de transformação social. A expressão do futebol brasileiro em Copas
vai além do seu valor financeiro e calculável, ela excede os limites de
entendimento e a cada experiência vivida, a cada nova participação, é expresso
seu valor enquanto mito, onde os atletas assumem o papel do herói, o qual tem
uma simbologia e representação social inexplicáveis.
2.2.1 - Seleção Brasileira de Futebol Copa do Mundo 2014
O Brasil foi escolhido pela FIFA para sediar a Copa do Mundo de
Futebol em 2014. A escolha foi divulgada no dia 31 de maio de 2009 e gerou
muita alegria e comemoração popular no Brasil. Como será sede da Copa, a
seleção brasileira já está automaticamente classificada para disputar a Copa de
2014.
Os jogos da Copa de 2014 ocorrerão entre os dias 13 de junho (jogo de
abertura) e 13 de julho (partida final).
Informações importantes:
- Provavelmente a partida de abertura da Copa ocorrerá no Estádio do Morumbi
em São Paulo, enquanto a partida final deverá ser realizada no Estádio do
Maracanã (Rio de Janeiro).
- A competição contará com a participação das seleções nacionais de 32 países.
As cidades-sedes da Copa 2014 e seus estádios:
- Belo Horizonte: Estádio Mineirão
21
- Brasília: Estádio Mané Garrincha
- Cuiabá: Arena Pantanal
- Fortaleza: Estádio Castelão
- Manaus: Arena Amazônia
- Natal: Estádio das Dunas
- Porto Alegre: Estádio Beira Rio
- Recife: Estádio Cidade da Copa
- Rio de Janeiro: Estádio do Maracanã
- Salvador: Estádio da Fonte Nova
- São Paulo: Arena do Corinthians
- Curitiba: Arena da Baixada
A realização do evento Copa do Mundo para a cidade de Curitiba será um
marco na sua história, desde a data de 22 de setembro de 2008, quando através do
decreto estadual nº 3448/2008 foi criado o Comitê Executivo e a Comissão
Gestora para assuntos da Copa do Mundo da FIFA de 2014 que se vem pensando
e trabalhando em prol da Copa do Mundo.
Na data de 27 a 30 de setembro de 2008 em um seminário das cidades
candidatas a sede da copa, realizado no Rio de Janeiro, o estado do Paraná
representado por Curitiba foi apresentado ao comitê da FIFA, ABDIB
Associação Brasileira da Infra estrutura e Indústrias de Base e CBF. Na mesma
data a Arena da Baixada, estádio de Curitiba também foi apresentado aos órgãos.
O Estádio Joaquim Américo apresenta como uma de suas principais
características a facilidade de acessos, devido a sua excelente localização na
22
cidade, numa área estritamente urbana, muito próxima dos principais pontos de
interesse da cidade e, no entanto à margem das principais vias de circulação.
O Estádio Joaquim Américo foi fundado em 1924, foi construído nos anos
1997-1998 e foi inaugurado em 1999, a sua conclusão começou no ano 2008,
prevendo a sua finalização para 2012.
Atualmente o estádio tem uma área construída de 45475m² uma
capacidade de 25415 cadeiras, quando concluído integralmente terá uma
capacidade total de 41293 cadeiras.
Para a Copa espera-se a conclusão da arquibancada baixa, a conclusão da
arena Rua Madre Maria e estacionamento setor Rua Basílio Itiberé.
A revitalização esta sendo pensada no sentido de melhorar a
acessibilidade, teremos um novo acesso pela Rua Coronel Dulcidio integrado
com a praça.
Haverá melhorias nas circulações interiores: esquina nova da Rua Coronel
Dulcidio e Rua Buenos Aires; nova localização das lojas de alimentação e
alongamento das circulações.
Serão fechados o fosso e as bocas de acesso. Será construída cobertura
nova dos setores existentes e serão eliminadas as torres 3 e 4 com a eliminação
dos pontos cegos.
O Estádio Joaquim Américo conta com uma capacidade total para público
de 40.933 cadeiras, mais o setor de imprensa com 360 cadeiras em mesas de
trabalho. Esta capacidade permite que a cidade de Curitiba e o estádio Joaquim
Américo possam ser sub sede da Copa do Mundo até as quartas de final.
Para a cidade de Curitiba ficará como legado: a construção de um estádio
multiuso; a cidade será promovida nacional e internacionalmente; Curitiba será
consolidada como uma cidade para realização de grandes eventos;
desenvolvimento da infra-estrutura de transporte; investimento em transporte,
segurança, serviço de turismo, dentre outros; geração de emprego e renda;
promoção do esporte e estilo de vida saudável; melhoria da integração social;
estimulo à auto estima e orgulho da população; grande investimento em projetos,
sendo a maior parte em infra estrutura e estádios; desenvolvimento de vários
23
setores da economia (infra estrutura, esportes, hotéis, mídia, logística, segurança,
saúde, entre outros).
24
3. METODOLOGIA
O tipo de estudo escolhido é a pesquisa qualitativa, pois é utilizada cada
vez mais para os estudos sobre experiências, através de narrativas expressas
pelos sujeitos participantes, com dimensões cognitivas, sociais e emotivas,
expressando suas vivências, a complexidade, relações e singularidades da
participação no esporte, como forma de transformação social. Godoy (1995),
explica algumas características principais de uma pesquisa qualitativa, considera
o ambiente como fonte direta dos dados e o pesquisador como instrumento
chave. Para enriquecer a teoria e fazer um paralelo da mesma com a realidade, foi
utilizada a metodologia que consiste em entrevista escrita, a qual foi estruturada e
aplicada a oito membros da comissão organizadora da Copa do Mundo 2014,
cidade sede Curitiba. Para cumprir com os objetivos propostos foi necessário o
embasamento teórico constituído de referencial bibliográfico que deu subsídio à
pesquisa de campo. O embasamento teórico foi subdividido em capítulos, nos
quais serão abordados os temas: Esporte e sociedade, Copa do Mundo 2014.
Como parte central do estudo realizou-se a entrevista com os membros da
comissão organizadora do campeonato, a qual, após analisada e discutida, buscou
corresponder aos objetivos.
O instrumento utilizado foi o questionário aberto, é uma forma de coleta
de dados constituída por uma série ordenada de perguntas, que devem ser
respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador.
Os questionários abertos expressam a dimensão emotiva da experiência
vivida, a complexidade, relações e singularidade de cada ação frente às
diferenças.
Desta forma é permitido ao informante responder livremente, usando
linguagem própria e emitir opiniões. Entretanto o questionário aberto apresenta
alguns inconvenientes: dificulta a resposta ao próprio informante, que deverá
redigi-la; o tratamento estatístico e a interpretação; a análise é difícil, complexa,
cansativa e demorada.
A análise dos dados, após interpretação, evidenciou falhas existentes:
inconsistência ou complexidade das questões; ambigüidades ou linguagem
25
inacessível; questões que obedeceram uma determinada ordem e tornaram o
assunto repetitivo.
A escolha dos participantes da pesquisa foi intencional e contou com
membros da comissão organizadora da Copa do Mundo 2014 que atenderam o
seguinte critério de inclusão, levando-se em conta o locus da investigação,
valores sociais e Copa do Mundo: membros da comissão organizadora da Copa
2014, residentes na Cidade de Curitiba.
Para chegar a este locus de investigação, foi desenvolvido um processo de
análise e busca de direcionar a entrevista escrita para que fossem respondidas
conforme as necessidades e expectativas do trabalho, para tanto foram contatados
diversos membros da comissão organizadora via telefone e e-mail. De todos os
contatos realizados, apenas obtivemos quatro respostas, sendo através delas
realizada a análise e discussão final do trabalho.
Enfim, a entrevista foi realizada com os membros da comissão
organizadora da Copa do Mundo 2014 residentes na cidade sede Curitiba, sendo
esta a técnica e instrumento utilizado para alcançar os objetos de estudo. Laville
e Dionne (1999) apontam que as técnicas e os instrumentos que apelam para o
testemunho são próprios das Ciências Humanas. O recurso a esses depoimentos
permite a exploração dos conhecimentos das pessoas, mas também de suas
representações, crenças, valores, opiniões, sentimentos, esperanças, desejos,
projetos, entre outras.
26
4. ENTREVISTAS
4.1 ANÁLISE E DISCUSSÃO
Pensando o esporte espetáculo no Brasil, podem-se perceber as marcas e
estigmas atribuídos a ele, onde o imprevisível e a improvisação, que parecem
diferentes, são marcantes no esporte.
Na Copa do Mundo 2014, poderemos visualizar a maior comprovação
sociológica de que o brasileiro é capaz, independente da camada social, de
organizar-se nas ruas e espaços comunitários para numa ação conjunta mostrar
toda a sua cidadania e coletividade em prol do espetáculo esportivo. Prova disso
é o fato dos brasileiros terem se unido em função da realização dos Jogos Pan
Americanos 2007, o Pan do Rio passou a ser Pan do Brasil. Movidos e unidos
pelo esporte, pessoas de todos os estados e de diversas culturas podem ocupar um
mesmo espaço para a efetivação de um sonho, a magia do esporte pode fazer com
que a sociedade se solidifique, que a individualidade seja deixada de lado e que
as diferenças sejam superadas. Enfim, a cultura da massa brasileira pode vir a
comprovar que nenhuma outra manifestação tem paralelo com o esporte.
Conforme Nuzman apud Marchi Jr. (2001
mundo moderno que gere mais entusiasmo e emoção que o esporte. Nunca, na
história da humanidade um ramo de nossa vida cultural e social foi tão dominante
quanto é
Para entender o fenômeno esportivo de forma ampla, é necessário
investigar o porquê de o esporte espetáculo entusiasmar e emocionar tanto e
compreender o misto de necessidades que representa. Para isso é preciso
identificar quais valores são originados do esporte espetáculo e como o homem e
a sociedade em sua formação, são influenciados por ele.
Para isso, entrevistas foram realizadas com membros da comissão
organizadora da Copa do Mundo 2014, onde se buscou responder aos objetivos
do projeto de monografia.
A entrevista foi estruturada em forma de questionário, composta por oito
questões e encaminhada a diversos membros da comissão, foram obtidas quatro
27
respostas ao questionário, as quais serão analisadas e discutidas de forma
conjunta tendo como referência os autores Katia Rubio (2001) e Dunning e Elias
(1994).
A primeira questão fala sobre o que a Copa do Mundo 2014 representará
para o Brasil e a cidade de Curitiba. Para Susana Lins Affonso da Costa11 e para
Luiz de Carvalho12 A Copa do Mundo representa além da própria competição
esportiva uma oportunidade ímpar para as cidades-sede e o Brasil. Somente em
infra-estrutura, estádios, aeroportos e mobilidade, teremos investimentos em
torno de R$ 33 bilhões. No turismo, 3,7 milhões de visitantes só no mês dos
jogos. Eles virão em 2014 e trabalharemos para que voltem. Vão levar a imagem
do país e das nossas cidades mundo afora. Para o Brasil, visibilidade
internacional e necessidade de integração técnica e política. Aperfeiçoamento
institucional é a ordem: muito controle da gestão pública. Transparência e a
necessidade de profissionais aptos, gerenciamento técnico adequado, recursos
financeiros, projetos inovadores e sustentáveis, que garantam um legado para a
população, sem desperdícios. Os jogos não se resumem a futebol no estádio e
Fanfests. Sediaremos o megaevento para prover o país com infraestrutura,
qualidade nos serviços, projetos sociais consistentes, esporte em destaque, meio
ambiente como prioridade, segurança em teste, saúde com qualidade, comércio
ativo, tecnologia em evidência, cultura, emprego e renda em alta. Essa imensa
Para Mario Celso Cunha13
visibilidade internacional, geração de impostos, de empregos, qualificação
profissional em diversas áreas, aumento do luxo de turistas, ampliação do
turismo interno, obras de infra-estrutura como legado, liberação de recursos
federais. Sem falar na enorme janela de oportuni
Segundo Elias (1989, 1993, 1994), o "saber" é desenvolvido através de
configurações sociais ao longo da evolução da sociedade, também o tempo
aparece como produto da evolução de nossa sociedade. Evolução essa que não
11 Assistente de Assuntos da Copa do Mundo da FIFA 12 Gestor da Cidade Sede - Copa 2014. 13 Secretário de Estado da Copa do Mundo 2014
28
significa necessariamente progresso, mas que é formada por progressos e
retrocessos e que, no caso do tempo, está fundamentada no desenvolvimento da
capacidade humana de síntese e representação simbólica. Faz-se importante
salientar que Elias não utiliza os termos "desenvolvimento", "evolução" e
"progresso", no sentido de uma necessidade automática ou intrínseca à sociedade
(significado usado no século XIX). Ele refere-se a tais termos no sentido de
explicitar, empírica e teoricamente, mudanças estruturais que aconteceram na
sociedade a longo prazo. O tempo é postulado como um, dentre vários, elementos
que têm acompanhado a evolução da humanidade.
Outro aspecto que subsidia suas afirmações é que ações e autores não são
tratados separadamente, assim como indivíduo e sociedade não são dissociáveis.
Elias denuncia a cisão entre ciências humanas e naturais como produto do
desenvolvimento de um conhecimento estanque e particularizado. Como
conseqüência disso, fica mais difícil captar as múltiplas relações estabelecidas
entre homem e tempo.
São mudanças como Elias sugere que esperamos acontecer em nossa
sociedade com a realização do evento, não limitadas em infra-estrutura, mas
conforme Mario Celso Cunha ressalta a Copa do Mundo irá fortalecer o orgulho
cívico e reforçar o sentimento de patriotismo. Desta forma podemos vislumbrar
um ganho além dos recursos materiais, será uma forma de exacerbar valores a
nação brasileira e seu povo.
Para André Luiz Macias 14 a Copa do Mundo será uma grande
oportunidade para o país e as cidades sedes mostrarem ao mundo o novo Brasil,
país em franco desenvolvimento, com crescimento acima da média global e com
potencial turístico ímpar. Deverá ser um grande marco no posicionamento do
Brasil perante o mundo, apresentaremos através da mídia espontânea todas as
nossas riquezas, nossas virtudes e nossas belezas naturais.
Baseado nisso podemos entender a ampla representação da Copa do
Mundo 2014 para a sociedade brasileira, curitibana e a sua população, não
14Vice Presidente da Federação Paranaense de Futebol. Membro do Comitê Executivo para Assuntos da Copa do Mundo 2014.
29
limitada a transformações estruturais, mas também transformações sociais,
econômicas e culturais. A qual poderá ampliar possibilidades e criar
oportunidades para toda a sociedade.
legado fica, ou seja, todas as obras de infra estrutura de base necessárias para
atender as exigências do caderno de encargo da FIFA serão de proveito do Brasil
e sua população.
Sabemos que existem exigências da FIFA para que as cidades possam ser
sede da Copa do Mundo, desta forma argumentamos aos membros da comissão
organizadora da Copa do Mundo 2014 quais serão as transformações sofridas
pela cidade de Curitiba para receber o evento e quais modificações já foram
realizadas (infra estrutura, organização social, cultural e política).
Para responder a pergunta, ambos os entrevistados usaram como fonte a
Secretaria Municipal da Copa 2014:
Infra estrutura:
A cidade vai sofrer uma grande transformação física, com várias obras de
infra estrutura sendo executadas simultaneamente, ainda em fase de
planejamento e início de execução:
- Reforma e ampliação do estádio-sede: Estádio Joaquim Américo;
- Adequações de 03 Campos Oficiais de Treinamento, para treinos das seleções
que aqui vão jogar;
- Adequações de até 14 potenciais locais para Centros de Treinamento de
seleções, bem como melhorias nas cidades do Paraná em que estes se localizam;
- Melhorias de serviços e infra estrutura na rede hoteleira;
- Preparação do trade turístico;
- Preparação e capacitação de voluntariado;
- Capacitação e oportunidades de emprego;
- Melhoria e adequação da segurança pública;
- Aumento da sensibilidade quanto à Sustentabilidade Ambiental;
- Melhorias no Aeroporto Afonso Pena;
30
Obras de Mobilidade na cidade-sede e RMC, com as seguintes obras,
perto de R$ 500 milhões:
1. Corredor Aeroporto Rodoferroviária (Curitiba e RMC)
2. Sistema Integrado de Monitoramento (Curitiba e RMC)
3. Corredor Av. Cândido de Abreu
4. Requalificação da Rodoferroviária e seus acessos
5. Extensão da Linha Verde Sul
6. Reforma e Ampliação do Terminal Santa Cândida
7. Requalificação do Corredor Marechal Floriano (Curitiba e RMC)
8. Corredor Metropolitano
9. Vias de Integração Radiais
Organização Social:
A preocupação e cobrança da população pelo legado da Copa é evidente e
tem sido sentida através das inúmeras formas de controle, como abaixo
relaciono:
Governo Federal Sistema de Monitoramento da Copa - SMC
Controladoria Geral da União Portal Transparência
Câmara dos Deputados Rede de Fiscalização e Controle da Copa 2014
Advocacia Geral da União Monitoramento ações judiciais relacionadas
Ministério Público Federal e Estadual
Tribunal de Contas da União e do Estado
Procuradoria-geral do Estado e do Município
Comitê Executivo Estadual: Governo e sociedade civil organizada
31
Assembléia Legislativa do Paraná - Comissão da Copa 2014
Câmara Municipal de Curitiba - Comissão da Copa 2014
CONCITIBA Conselho da Cidade de Curitiba IPPUC
Senado Federal Subcomissão de Acompanhamento e Monitoramento
Audiências Públicas diversas com participação da comunidade local
Carvalho e Costa te projeto há a necessidade de integração
entre atores diversos, governo federal, estadual, municipal, iniciativa privada,
comunidade local, órgãos de controle, FIFA e LOC15, complexa na prática, com
conflitos e interesses em diversos momentos, mas sem deixar de ter ao fim um
tolerância, independente de governo ou política partidária, e que estamos vivendo
Esta citação permite-nos visualizar o evento além do seu interesse restrito
em buscar valorizar o país sede da Copa, mas conseguindo enxergar as
entrelinhas e os bastidores, onde muita coisa acontece e precisa ser valorizada, tal
qual a questão da resolução dos conflitos entre partes diferentes e busca de
equidade para obtenção do resultado final satisfatório. Somente no momento em
que todos no sentido coletivo trabalharem em prol do mesmo espetáculo que este
terá aplausos da multidão de expectadores.
Carvalho e Costa
oportunidade de mostrar ao mundo a diversidade de suas raízes, cores e cultura,
Para que o país mostre ao mundo a sua diversidade e que ela possa ser
entendida e admirada por turistas do mundo todo que surge o terceiro
questionamento. Para receber o evento Copa do Mundo, a sociedade precisa estar
preparada, perguntamos o que será feito em Curitiba pensando em bem atender
nossos visitantes.
15 Comitê Organizador Local
32
A preparação da cidade para receber o maior evento
mundial (Copa do Mundo) vem sendo feita há muitos anos. Inclusive com corpo
técnico e de voluntários que já atuaram no COP/MOP, o grande evento do Meio
Ambiente. Hoje muitas entidades como: Fecomercio, Abrasel, Fiep, Sebrae,
Senac, Sindehoteis, ABIH e Fundação Roberto Marinho, já estão atuando com
ceria com o Ministério do Turismo .
exemplo de como tem recebido turistas e visitantes nos eventos de negócios,
competição WTCC de carros, shows como Lupaluna, COP/MOP. De qualquer
forma haverá oficinas de preparação para a população, em especial com
de Curitiba já foi testado e aprovado e se pretende indicá-lo a ser usado no
voluntariado oficial FIFA, que também terá treinamento específico, diretamente
um evento deste porte. Toda a engrenagem do turismo deve ser capacitada. A
comunicação não pode ser um obstáculo para o turista. Curitiba e sua sociedade
estarão sem duvidas alguma preparadas para receber os estrangeiros, como já
Os membros da comissão organizadora da Copa do Mundo 2014 afirmam
que a população curitibana estará bem preparada para recepcionar atletas e
turistas durante a realização do evento, mas em termos práticos a capacitação e o
treinamento necessários não foram identificados em suas respostas, desta forma
percebemos uma brecha na organização da Copa que precisa ser pensada pelos
Comitês e demais órgãos responsáveis pois nossa população será o cartão de
visita da cidade, estado e país, não preparando os indivíduos que estarão direta e
indiretamente ligados ao evento, corremos o risco de não satisfazer as
expectativas dos visitantes.
33
Outra questão pertinente que foi abordada é em relação às mudanças
ocorridas para Curitiba a partir do momento em que foi confirmada como sede da
Copa, e o que vai mudar após a realização do evento.
Os membros da comissão organizadora Carvalho e Costa relatam que
cidade que se prepara para o evento, da mídia nacional e internacional. Inúmeras
redes como Globo, Sportv, CNN, Discovery Channel, Revista Time, tem
publicado matérias de Curitiba. Essa mídia vai aumentar, especialmente se
tivermos aqui um bom resultado. E o turismo e taxa de retorno dos turistas
mudança é na
exposição através da mídia espontânea, algo que só tende a crescer até a
trazendo novas receitas e novos negócios através da indústria do turismo e a infra
Segundo
em diversos setores. O legado que fica, que é o mais importante, são as obras e
investimentos estrangeiros, principalmente do aquecimento em setores como
Com as respostas das autoridades da Copa podemos perceber que já ouve
uma valorização da cidade sede por parte da mídia16, a qual atrai curiosos e
turistas, esta é a melhor forma de divulgar a cidade e difundir suas qualidades.
Porém até a data de realização do evento muita divulgação acontecerá
16 Em termos de senso comum, se entende por mídia os meios de comunicação de massa, versão em português da expressão mass media, ou seja, os veículos de comunicação, tomados como dimensão tecnológica, que, a partir da produção centralizada, veiculam seus produtos de modo massificado, isto é, a um publico numeroso e indistindo, sem levar em conta a individualidade de cada um dos participantes
Futebol, Mídia e Sociedade no Brasil: reflexões a partir de um jogo. Édison Luis Gastaldo.
34
evidenciando pontos positivos e negativos das cidades sede, desta forma a FIFA
e demais envolvidos na realização da Copa do Mundo no Brasil deverão ter todo
o cuidado para que informações sejam divulgadas a favor do evento, atraindo
assim uma gama de expectadores.
Buscando uma visão social do evento, voltando diretamente ao problema
pesquisado, investigamos a opinião dos membros da comissão organizadora da
Copa 2014 sobre o papel do futebol como formador da sociedade e em que
aspectos ele é capaz de exercer influencia.
qualquer brasileiro, rico ou pobre, ou seja, é uma ferramenta que pode ser
utilizada facilmente e de uma capilaridade imensa na sociedade .
que prática esportiva, é uma oportunidade prática de se exercer a cidadania.
Portanto, mais do que constatação, interpretação e paradigma do Brasil, o futebol
Carvalho e Costa ainda entendem que a partir do fato do país do futebol
ter sido escolhido como país sede, já despertou maior interesse pelo assunto.
Toda a sociedade está discutindo a preparação da Copa e avaliando outras
experiências para comparar, como um legítimo fiscal de seus recursos,
questionando os gastos e acompanhando tudo.
Devido à grandiosidade da Copa do Mundo, grande
parte da sociedade se volta ao evento de uma forma ou outra. Seja por despertar
maior interesse ao esporte, ou pelo potencial turístico e de negócios que o evento
atrairá. A indústria do turismo é hoje a principal geradora de empregos no
mundo. Através do futebol e o seu maior evento, há de se evidenciar o
desenvolvimento do turismo de forma sustentável no país sede .
Desta forma percebemos que há um envolvimento maior por parte da
sociedade para buscar realizar o evento. A coletividade, a união do povo
brasileiro será importante para que seja realizada com êxito a Copa do Mundo
2014.
35
Copa do Mundo pode exercer
papel de formador da sociedade. Evidente que uma Copa traz aprendizado em
todos os sentidos, além de uma grande estrutura na área de segurança pública.
Mas, é bom lembrar que a FIFA não faz caridade, ela visa lucro. É um evento
altamente comercial .
Cunha consegue perceber o outro lado do evento, onde os interesses são
lucrativos e a visão é voltada ao potencial econômico da Copa do Mundo, a qual
influenciará toda a economia do país, estados e cidades sede, além de render aos
organizadores, sendo neste caso, o principal objetivo. A competição é preparada
para lograr um enorme êxito financeiro. Ela está sendo realizada no Brasil porque
existem interesses maiores que desconhecemos, os quais ficarão ocultados, longe
da nossa visão e entendimento.
Buscando entender o esporte e seu potencial transformador da sociedade,
percebemos a necessidade de buscar compreender o papel do atleta e sua
influencia sobre as torcidas e expectadores em geral. Para Rubio (2001) temos no
atleta de alto rendimento uma espécie de herói, mas qual será a influencia do
comportamento dos atletas no comportamento social?
ponsabilidade perante aos jovens e devem ser
preparados para dar bons exem
As expectativas geradas em torno da prática esportiva
levam a determinados padrões de comportamento que irão, de certa forma,
influenciar a conduta daqueles que escolheram o esporte como profissão e opção
de vida . Da mesma forma que aqueles que escolhem ser atletas são
influenciados pelo esporte, eles são influenciadores de comportamento e de
condutas sociais, são exemplos para muitos expectadores e este reflexo que
exercem nos indivíduos tem muito peso na sociedade.
A afirmação de Cunha evidencia que o comportamento dos atletas tem
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dele e vice versa. Por isto existe uma preparação altamente qualificada, com
treinamentos e todo um esquema de segurança para evitar tumultos e
A ação negativa em campo pode resultar em uma reação negativa fora dos
gramados, violência em campo será disseminadora de violência entre torcidas.
Desta forma é evidente a influencia do comportamento dos atletas no
comportamento dos fãs e expectadores, sendo necessário um controle da
excitação dos atletas em campo para evitar atitudes secundárias errôneas
daqueles que os seguem.
Neymar, Ganso e Kaká. Eles têm a responsabilidade de dar bons exemplos. Pelé
A carreira de um atleta não é fruto apenas de uma
disposição e talento individuais, da afirmação de uma vontade latente ou da
determinação em perseguir objetivos. Fatores externos, como influência parental,
políticas institucionais e papel dos formadores, sejam eles professores de
educação física ou técnicos, podem influenciar ou determinar a transformação de
um aspirante em atleta. Depois de iniciada a trajetória, outros elementos se
somam aos primeiros e alocam o atleta entre os que adquirem fama e status, e se
tornam a referência presente da modalidade, ou entre aqueles que buscam pela
ação e pelo gesto o prestígio, condição que em certa medida favorece a
permanência .
Um atleta completo é aquele que possui técnica e caráter, agilidade e
personalidade, responsabilidade em campo e responsabilidade social,
compromisso e comprometimento. Não basta ser uma máquina preparada para
partida considerando a influencia de suas atitudes na sociedade que o contempla.
O esporte exige comportamentos dos atletas e influencia comportamentos
sociais, mas quais os valores que podemos identificar e instigar através do
esporte de alto rendimento?
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aumento da auto-estima, competitividade, respeito, disciplina, persistência,
noção de certo e errado, aumento da auto-estima, orgulho, conhecimento de
Os valores citados podem ser identificados, instigados e transmitidos
através do esporte de alto rendimento, o qual é calcado de produtividade e
eficiência, mas que tem na sua essência um valor social atribuído.
As questões analisadas possibilitam o entendimento da dimensão do
esporte espetáculo, visto de forma individual e coletiva, sob diversos enfoques e
com inúmeras interpretações. Porém no fechamento da análise e discussão das
respostas vem à mente um número maior de perguntas e argumentações acerca
do seu valor. Na busca de entendê-lo e de resolver questionamentos percebo que
há necessidade de muito investigar e pesquisar seu papel como transformador da
sociedade. Finalizamos com poucas respostas e novos questionamentos.
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5. CONCLUSÃO
O estudo realizado possibilitou entender a importância da realização da
Copa do Mundo no Brasil cidade sede Curitiba; discutiu-se a influencia do
esporte na transformação da sociedade e o reflexo do comportamento dos atletas
no comportamento social. Entretanto ficou evidente com a pesquisa realizada a
necessidade de profissionais de educação física na elaboração e na execução do
projeto, bem como a necessidade de aprofundamento na pesquisa realizada para
se ter um melhor resultado.
A Copa do Mundo 2014 será uma forma de valorizar nosso país, nossos
estados e cidades, através dela divulgaremos nossas riquezas e belezas naturais,
disseminaremos a cultura do nosso povo, sua diversidade e cores.
Será um evento de grande porte, que deixará como legado infra estrutura e
demais investimentos, além disso, possibilitará aos brasileiros participar de um
evento mundial, tendo diversos acessos e oportunidades.
Nada melhor que o futebol para totalizar o país. A Copa do Mundo será
um exercício de totalidade, de união, de integração, onde todos trabalharão juntos
para realizar um espetáculo.
Para Curitiba será um impulso na economia, com investimentos de infra
estrutura em diversos setores, será a abertura para o turismo e divulgação na
mídia. Para o Brasil trará enorme legado e simbolizará um marco para o
desenvolvimento.
O Futebol é uma paixão nacional, conquista corações, emociona multidões
e paralisa o país para assistir a Copa do Mundo. Chico Buarque de Holanda já
havia declarado: "Minha primeira paixão é o futebol". E de todas, talvez a única
paixão que ainda não tenha apagado a chama.
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6. REFERÊNCIAS
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Acesso em 09 maio. 2011.
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7. ANEXOS
7.1 ESTRUTURA DA ENTREVISTA
1 - O que a Copa do Mundo 2014 representará para o Brasil e para a cidade de
Curitiba?
2 - A cidade de Curitiba sofrerá transformações para receber a Copa do Mundo
2014? Cite quais transformações já ocorreram, estão ocorrendo e outras que
serão realizadas (infra-estrutura; organização social, cultural e política).
3 - A sociedade curitibana está preparada para recepcionar atletas e turistas
durante a Copa do Mundo no Brasil? Não estando preparada, quais melhorias
serão realizadas?
4 O que mudou para Curitiba a partir do momento que foi confirmada a sede da
Copa?
E o que vai mudar após a realização do evento?
5 - Em qual momento o futebol na Copa do Mundo 2014 poderá assumir o papel
de (de)formador da sociedade? Em quais aspectos ele pode exercer esta
influência?
6
concorda com a afirmação? O que você, como organizador do evento, pensa
sobre isso?
7 - O fenômeno esporte é capaz de se efetivar uma prática transformadora em
nossa sociedade? Cite exemplos.
8 - Quais os valores que podem ser transmitidos e quais podem ser instigados
através do esporte alto-rendimento?
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7.2 CADERNO CURITIBA 2014 CIDADE SEDE