UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Daiane Costa Bicalho A...

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Daiane Costa Bicalho A CONCEPC;;AO DO PROFESSOR SOBRE o PLANEJAMENTO ESCOLAR Curitiba 2004 v- ~'

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA

Daiane Costa Bicalho

A CONCEPC;;AO DO PROFESSOR SOBREo PLANEJAMENTO ESCOLAR

Curitiba2004

v- ~'

Daiane Costa Bicalho

A CONCEPC;AO DO PROFESSOR SOBREo PLANEJAMENTO ESCOLAR

Tffibillho de Conclus80 de Curso apresentadocorno requisito pard.,l part! obtenc;{!io do titulode Pedagogo do Curso de Pedagogia,Faculdade de Ci~ncias Humamu;, Letras (:Aries, dot Universidilde TlJiuti do PiuMcl.

Orienmdora: Mari'll Iolande Fontana.

Curitiba2004

iF Universidade Tuiuti do Parana

FACULDADE DE CIENCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES

Cursa de Pedagagia

TERMD DE APROVA<;:AO

NOME DO ALUNO: DAIANE COSTA BICALHO

TiTULO: A Concep~ao do professor sabre a Planejamento Escolar

TRABALHO DE CONCLUSAO DE CURSO APROVADO COMO REQUISITO PARCIAL

PARA A OBTEN<;:AO DO GRAU DE LlCENCIADO EM PEDAGOG lA, DO CURSO DE

PEDAGOGIA DA FACULDADE DE ClENCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES, DA

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA.

ORIENTADOR

/4/Io/tf!.-U-! ~)k..'PROF(a). MARISniA HEI)3!'MANN IAROZINSKI

MEMBRO DA BANCA Q,J7l1fLiu:rPROF(a) ROSILDA MARIA BORGES FERREIRA '--PJ!v~JMEMBRO DA BANCA

DATA: 19/1 0/2004MEDIA: _3•.s. _

CURITIBA - PARANA

2004

AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar quem agradecer a Deus par sempre estar me ajudando,

me iluminando e me abenc;oando em todas as haras de minha vida.

Aos meus pais que me incentivaram, me orientaram e aeirna de tudo me

amaram, fazendo com que eu me tomasse uma pessoa batalhadora, responsavel

e que nunca desistisse dos meus idea is. E a minha orientadora, que S8,

nao fosse pela sua ajuda, paci~ncia e persistencia, com certeza nao teria

realizado urn trabalho com sucesso e com determina9Bo.

SUMARIO

1INTRODUCAO. ...6

2 PLANEJAMENTO: IMPOSICAO OU TOMADA DE CONSCIENCIA 8

2.1 OBJETIVOS EDUCACIONAIS DA ESCOLA .. .... 11

2.1.1 Projeto politico pedagogico: articula<;fio com 0 planejamento de ensino 13

3 TIPOS DE PLANEJAMENTO DE ENSINO 15

3.1 A PRATICA DO PLANEJAMENTO NAS ESCOLAS 18

40 PLANEJAMENTO E AS SEQOENCIAS DlDATICAS 20

5 A AVALIACAO NO PLANEJAMENTO.. . 24

6 PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS.. . 27

6.1 PESQUISA DE CAMPO.. ..28

6.1.1 Apresentac;ao e analise dos resultados: questioniuio... . 28

7 CONSIDERACOES FINAlS ..

REFERENCIAS ..

ANEXO ...

. 35. 37

.................... 38

RESUMO

A presente pesquisa apresenta a concepc;ao que as professores tern sobre 0

planejamento de ensina. Tern como objetivQ apresentar 0 referendal teorice sobrea planejamento na pratica pedagogica; verificar quais as aspectos de ensina eaprendizagem valorizados pelo professor no planejamento; analisar como ocorre aorganiza~o da eseDla para a atividade de planejamento. Portanto, analisa comoos professores entendem e praticam 0 planejamento. Os autores consultadosestabelecem uma reflex80 sabre a praliGa pedagogica e resgatam 0 planejamentona escota, como necessaria e passive I para a melhoria dos processos de ensina eaprendizagem. Todos as autores citados trabalham com 0 tema especifico, berncomo, auxiliaram para 0 desenvolvimento e a construc;:~o dos capftulos. Apesquisa de campo foi realizada em uma escola estadual, na qual realizo est agiocunicular.

Palavras-chave: planejamento; pratica pedag6gica; processo de ensino eaprendizagem.

1 INTRODUCAo

No cotidiano das escolas, e rea1izada uma serie de pnilticas burocraticas que

pretendem organizar 0 trabalho pedagogica, como preencher formuh3rios de

planejamento,com lichas de avalia~o de alunos e indica~o de livros didaticos;

Qutras vezes, as professores sao convocados para discutirem a proposta

pedag6gica da escola. 0 que S8 percebe, no entanto, e que com frequencia estas

atividades 5:30 feitas quase que mecanicamente, bem como cumprindo prazos e

rituais formais.

Na organiza~o do trabalho pedag6gico a planejamento da a~o didi3tica e

fundamental, portanto, nao pode sar realizada mecanicamente, requer 0

compromisso com a consecu9Bo dos objetivos educacionais propostos na politica

pedag6gicada escola.

o que S8 verifica com freqOencia e que as professores, de fata, nao

acreditam nos pianos que fazem, paiS ao mesmo tempo em que nao negam a

imporH"mcia do planejamento, percebem serias Iimita96es em sua realiza9aO.

Para que a atividade de projetar acante~, e preciso que 0 educador tenha a

compromisso com a planejamento entendendo-o como necessaria e passive!.

Nesse senti do, esta pesquisa discute como a professor concebe 0

planejamento, e qual a dinamica da escola para a concretizag80 desta agao

pedag6gica.

Os abjetivos desta pesquisa sao: relatar 0 referencial te6rico sobre a pratica

pedag6gica; verificar quais os aspectos de ens ina valarizados pelo professor no

planejamento proposto e analisar como ocorre a organiza9aO da escola para 0

planejamento.

o trabalho do docente e uma atividade consciente e sistematica, e para que

isso ocorra, e preciso que a mesmo tenha um embasamento teorico consistente com

rela~o aos objetivos, conteudos e metodos educacionais.

Na organizac;flo do seu trabalho, a docente precisa levar em consideray:8o a

importancia do planejamento, bern como selecionar a que vai ser trabalhado,

preparar bern a conteudo, adequar a conteudo da aula ao tempo disponivel, enfim, e

preciso ter uma concepcao de planejamento como transformayao inovadora no

processo de ensino.

A pesquisa desenvolvida de abordagem qualitativa, utilizou para

conhecimento da realidade e levantamento de dados, a aplica~o de questionario

com perguntas abertas, farmuladas aos docentes de ensino fundamental e

pedagogas da Escola Estadual Ermelino de Leao, de 1III a 4;1 serie, com alunos entre

a faixa etaria de 07 a 10 anas de idade.

E, par fim as metodos usados foram a dialetico e a fenomenol6gico base ado

par observac;:6es, considerando as interferencias e a subjetividade na coleta de

opini6es e dados.

Neste trabalho apresentam-se as seguintes capitulas:

Planejamento: Imposir;:ao au tomada de consciencia; objetivos educacionais

na escola; projeto Politico Pedagogico: articulayao com a ptanejamento de ensino;

as tipos de planejamentos de ensino: a pratica do planejamento nas escolas; 0

planejamento e as sequ~ncias didaticas; Avalia930 do planejamento.

Esta pesquisa busca ressaltar aspectos significativos para a contribuic;:ao de

minha pratica escolar, bern como contribuir com a as outros docentes sabre a

importElncia e a valorizayao do planejamento de ensino, como parte integrante da

pratica pedagogica.

2 PLANEJAMENTO: IMPOSIC;AO OU TOMADA DE CONSCIENCIA

Para compreender a fun~o e a djn~mica do planejamento de ens ina na

pratica docente, buscou-se fundamentos te6ricos nos trabalhos de Libaneo (1994},

Pereira (1995) e Vasconcellos (2000). Para esses autores 0 trabalho do docente,

consiste em urna atividade consciente e sistematica, em cujo centro esta a

aprendizagem au a estudo dos alunos sob a direryao do professor. A aprendizagem,

ou seja a assimilac;ao de conhecimentos e habilidades decorrentes no processo de

ensina, visam instrumentalizar as alunos como participantes na vida social.

Nesse sentido, 0 planejamento e urn dos meios necessarios para organizar a

ac;ao docente na perspectiva da aprendizagem dos alunos.

Segundo Pereira (1995), planejar 0 ensino significa 0 processo de tomada

de decis~o tendo como alternativa, 0 methor caminho que conduz, com seguran9C3,

ao processo de ensinar e aprender.

° planejamento e um processo de racionalizacao. organizayao ecoordena~o da a9Ao docente, articulando a alividade esoolarproblematiCll do contexto social.{LlSANEO, 1994,P.222}.

Pais, no momento polftico de tomada de decisao, 0 professor deve estar

consciente de que todos os elementos de seu planejamento vao girar em torno de

sua proposta de objetivos. Eo importante que 0 professor tenha uma vi sao global e

unificada de planejamento.

Para LibAneo (1994), 0 planejamento e urna atividade de reflexao acerca de

nossas ac;Oes e op<;Oes e que ficaremos entregues aos rumos estabelecidos pelos

interesses dominantes na sociedade, se nao pensarmas sabre a rumo que devemas

dar ao nosso trabalho,

Outro aspecto a ressaltar dito par Libaneo (1994). oj a necessidade de um

planejamento participativD. 0 inter-relacionamento entre todas as disciplinas e serie

dara sentido unitario a pratica pedagogica, eliminando 0 problema de ter cada

professor trabalhando numa direc;ao.

Libaneo (1994), propoe que a planejamento escolar deve saguir as

seguintes fungoes:

Explicilar principia!, diretrizes e procedimentos de trabalho - 3'S.Segurararacionalizac;ao, organiz8yAo e coordena~o de trabalho docente - preyerobjetivos. contelklos e metodos a partir da considercu;ao das exig~nciaspastas pela realidade social - atualiz.ar 0 contelJdo do plano sempre que erevisto - facilitar a prepilf'fH,:ao das aulas.(LlBANEO, 1994, p.124).

Entretanto, Pereira (1995), chama atenc;ao para a necessidade do

planejamento participativD, quer dizer a troca de experiencias e conhecimentos,

entre as envolvidos nesse processo, mas que, 0 planejamento tambem precisa ser

estritamente pessoal, considerando a atendimento dos interesses e necessidades

pnjticas de cada turma.

Para este autor quando a planejamento oj impasto torna-se completamente

inviavel. Em muitas escolas, as supervisores escolares elaboram as planas para as

professores, que tern de seguir a risca a que e determinado_ Outras escolas exigem

urn tipo de padronizayao, chegando a fornecer impressos para serem preenchidos.

Com isso, os professores entregam as planas apenas para realizar urn

cumprimento as exig~ncjas da escola, realizando seu trabalho sem nenhuma

coerencia com a que e colocado no papel.

Quem nao planeja carre 0 risco de omitir elementos essenciais e nao dosar

adequadamente a trabalho em rela~o as possibilidades de tempo.

10

A pratica do planejamento entendida e assumida pelo docente, segundo

Pereira contribuiu para a melhoria e qualidade das aulas para a aprendizagem dos

alunos.

Planejar novas formas de ~pre5enlar conteudos reduz 0 problema daretina, tAo cornum em nOSSR $Bla de aula, e 0 lisa de umil metodologiaunico, que normalmenle causa cansaco, gera dcsinteres.'5e e na.o favorecca aprendizagem. (PEREIRA, 1995, p.118).

Para Vasconcellos (2000). a partir das refiexiles precedentes, pode-se

explicitar algumas finalidades do planejamento, sao elas:

"Ser urn instrumento de transforma~o da realidade - Com bater a alienayao-

dar coerlmcia a a980 da instituiyao - ajudar a prever e superar dificuldades."

Enfim, urn trabalho bern planejado propicia maior seguranc;a e tranquilidade

na dire~o da aprendizagem, transmit indo ao aluna 0 equilibria das a90es

executadas.

Encontra-se nos tres auto res a valoriza~o do planejamento, como um

instrumento de direcianamento dos objetivos de ensino tom ados coletivamente,

porem, muitas vezes este e imposto, tornando-se assim, apenas um ~dever~ a ser

cumprido e n~o recebendo a valor suficiente pelo que representa e que precisa ser

bern trabalhado.

o planejamento faz parte de vida profissional e 0 mesmo, dever ser

realizado independente da experiEmcia e da criatividade que possa ter, bem como 0

adequando a realidade de institui~o em que esta inserida.

Para que isto ocorra e preciso entao conhecer as objetivos educacionais da

escola, que devem orientar e infiuenciar tada a pratica educacional, pais se

constituem pantas de referencia para 0 trabalho cotidiano da escola.

II

2.1 OBJETIVOS EDUCACIONAIS NA ESCOLA

A necessidade do planejamento em toda a atividade humana e exigencia de

nossos dias. Urn educador ao planejar deve tsr claro as objetivos e as finalidades

educativas que pretende atingir, 0 tipo de homem que quer formar em fun~o de que

interesse quer educar. Para que isto acontec;a, e preciso que 0 professor conhec;a 0

projeto pedagogico da escola, bem como participe do masmo, pais ale precisa ser

modificado e aperfeiyoado a cada ana da pratica escolar, e principal mente tome-o

como base para 0 planejamento da a~o didatica.

A pratica educativa atua no desenvolvimento individual e social dos

individuDS, proporcionando-Ihes as meiDs de apropriayao dos conhecimentos e

experifmcias acumuladas. Oessas considerayOes podemos concluir que a pratica

educacional S8 orienta, necessaria mente, para alcan98r determinados objetivos, por

meio de uma a~o intencional e sistematica.

Sabe-se que finalidades e objetivos referem-se as metas a serem

atingidas.Toda pratica educativa e determinada pela concep~o que 0 educador tem

do homem, da sociedade e da educa9iio expresso no Projeto Politico Pedag6gico

assumido pelo coletivo da escola.

Para Libaneo (1994), e preciso ter pelo tres refer;mcias para os objetivos

educacionais serem formulados, sao alas: Os conteudos basicos; Os valores e

ideais proclamadas na legisla<;Bo educacional e as expectativas de formac;a,o

culturaL

Essas tres referencias nao podem ser tomadas isoladamente, pois estao

interligadas e sujeitas a contradi<;oes.

12

Os objetivos educacionais explicitam metas rna is concretas e da direc;ao e

significado ao processo ensino-aprendizagem. Sao definidos em fun~o das

finalidades propostas e em fung80 do contexto social, politico, economica, escolar.

Os objetivos educacionais sao, pOis, urna exigencia indispensavel para 0

trabalho docente, requerendo em sua explicita~o seja no planejamento escolar,

seja no desenvolvimento das aulas.

Segundo Pereira (1995), e impasslvel educar sem S8 posicionar, sem

assumir urna proposta polltica. 0 educador dave estar constantemente

questionando-se a respeito do tipo de educa~o que pretende fazer e a respeito de

que lado esta politicamente.

Essa op<;Zio darc~ ao educador as diretrizes a respeite dos objetivos que

deverao orientar 0 seu trabalho, dos conteudos que deverao S8 ensinados, do tipo

de metodologia e avalia~o que dever~o ser utilizados.

Para Zabala (1998), as tipos de atividade s~o uns dos trayos diferenciais que

determinam a especificidade de muitas propostas didaticas, onde 0 planejamento

tem que ser suficientemente diversificado para concluir atividades e momentos de

observagao do processo que os alunos seguem.

Portanto, 0 melhor caminho para fazer os alunos a alcan98ram as criterios

qua Ihas permitam se auto-avaliar tambem e urn processo de aprendizagem de

avaliagao do proprio esfon;o, sendo algo que convem ptanejar e tevar a serio. 0 que

importa nao e a forma de planejar, mas as decisoes a serem tomadas, as quais

indicarao 0 caminho a ser seguido, ° qual deve estar em consonancia com os

objetivos educacionais propostos no projeto politico pedagogico da escola.

2.1.1 Projeto politico pedag6gico: articula9iio com 0ensino

o Projeto Politico Pedag6gicoe 0 plano global da institui~o. Pode ser

entendido como a sistematiza~o, que se aperfeic;oa e S9 concretiza, ande define

clara mente 0 tipo de aeao educativ8 que S8 quer realizar. E urn instrumento te6rico -

metodologico para a interven<;ao ~mudan<;a da realidade~

o Projeto Politico Pedag6gico envolve tambem uma construyao coletiva de

conhecimento.

o Projeto, naG deve ficar 56 no nive1 filos6fico de uma especie de ideario,

pOis e uma forma de enfrentar a descrent;a e resgatar nos educadores 0 valor do

planejamento, tendo em vista que 56 S8 conclui enquanto elaborayao quando chega

a propor a96es concretas na escola.

Muitas vezes, no dia-a-dia, a preocupac;ao da direc;ao acaba sendo uque a

escola funcionev, e ados professores acaba girando em torn a do "manter a disciplina

e cumprir 0 programa~ 0 projeto educativo nao e alga que se celeca como urn ;"a

mais· para a escola realizar, pelo contrario, e uma metodologia de trabalho que

pas sibil ita re.significar a a~ao de todos os agentes da escola.

E preciso considerar que a pratica e fundamental, e a finalidade mesma da

instituic;:ao, mas par outro lado, a realidade e cornplexa, e como tal deve ser

enfrentada. 0 que S8 quer dizer e que atuar de qualquer forma, sendo condicionado

pelas pressoes do ambiente (rotinas, ideologias) e facil; diffcil e realizarmos uma

ayao consciente, que de fato correspond a as reais necessidades da escola, 56 que

de uma forma, refletida, sistematizada, a que e essencial, participativa.

Na elabora~o participativa do Projeto, todos tem oportunidade de se

expressar, inclusive aqueles que geralmente nao falam, mas que estao acreditando.

14

Muitas vezes, n~o falam par insegurant;a, par press~odo grupo, au par acomoda~o

em lun,ao daqueles que ·sempre lalamo.Antes de se iniciar a elabora,ao do Projeto

Politico Pedagogica, e preciso uma etapa de sensibilizayao, de motiv8c;ao, de

mobiliza~o para com a proposta de trabalho, a lim de que esta tarela seja assumida

e que tenha significado para a comunidade.

A questao do senti do do projeto e muito importante, pois e comum vermos

as escolas que passam rapidamente par asta etapa, considerando-a quase

desnecessaria. Pode-s8 dizer ent~o que 0 Projeto Politico Pedag6gico entra no

campo do planejamento, pois 0 mesma da consistencia, articular;ao e senti do de

conjunto para as Projetos de Ensino dos Professores.

E certa que, professores precisam de urn born referencial para 0 trabalho em

sala de aula, acontece que 0 Projeto nao e capaz de sozinho responder a isto, ja

que sua funyao e dar a horizonte de caminhada, a partir do qual cada um e todos

podem ter uma referencia. 0 projeto pode nao dizer a tipo de alfabetizayao que a

eseola fara, pais nao e um manual pedagogico, mas dara elementos para que se

julgue os metodos de allabetiza~o hoje em usa e se laye a opc;ao pelo que

apresentar maior coerencia com as objetivos e realidade escolar.

Portanto, a melhor caminho para fazer as alunos a alcan<;arem as criterios

que Ihes permitam se auto-avahar tambem e um processo de aprendizagem de

avalia~o do proprio eslon;o, sendo algo que convem planejar e levar a serio. 0 que

importa nao e a forma de planejar, mas as decis6es a serem tomadas, as quais

indicarao a caminha a ser seguida, par issa e impartante conhecermos as tipas de

planejamenta de ensina existentes em nassa pratica educative.

15

3 TIPOS DE PLANEJAMENTO DE ENSINO

o planejamento comec;a a avanc;ar com 0 passar dos tempos. Ao ser

analisado a hist6ria da educayao escolar, percebe-se diferentes concepc;6es do

processo de planejamento, de acordo com cada contexto s6cia-politico, econ6mico e

cultural.

Para Margot Ott, citada por Vasconcellos (2000), tres grandes conceP90es

sao manifestadas em diferentes momentos da hist6ria do planejamento, s~o elas:

Planejamento como Prindpia Pratico, Planejamento Instrumental Normativo e

Planejamento Participativo.

Para a mesma aut ora, 0 Planejamento como Principia Pratico, tern rela~o

com a tendencia tradicional de educavaa, em que a planejamento era feito sem

muita preocupayao de formaliz8yao, tendo como foco a tarefa a ser desenvolvida em

sala de aula.

Conforme Vasconcellos (2000), 0 planejamento pedag6gico do professor

destacado como tradicional, era considerado como urn cumprimento de urn "roteiro"

a ser seguido, do que um planejamento, no qual deveria ser aplicado qual fosse a

realidade.

Outro movimento que se destaca nesta concepyllo, e 0 movimento

escolanov;sta, enfatizando a liga~o do ensino com os interesses dos alunos.MQ

planejamento deveria ser feito em torno de temas amplos [... ] Neste sentido,

podemos dizer que havia ate uma cooperac;ao dos alunos no planejar".

(VASCONCELLOS,2000,p.29).

Ja no Planejamento Instrumental Normativo, esta concepc;ao -relaciona-se atendencia tecnicista de educayao,de carater positivista,onde 0 planejamento aparece

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como a grande solu9ao para os problemas da falta de produtividade da educac;ao

escolar, sem no entanto, questionar as fatares socia-politicos economicos" [... 1 Os

professores eram obrigados a tazer algo no seu tempo livre que era escasso, ja 0

atuno deveria aprender exatamente aquilo 0 que era ensinado e passado pelo

professor sendo assim uma mera transmissao de conteudo

(VASCONCELLOS,2000,p.29).

Segundo Vasconcellos (2000), para existir 0 Planejamento Participativo, epreciso que a professor tenha a consciencia e que 0 mesma participe da elaborac;ao

deste, Esta maneira de S9 enearar 0 planejamento passa a ser urn fruta da

resistencia de grupos de educadores, que foram buscar formas alternativas de tazer

educa9c30. Assim sendo, e valorizado entao, a construc;ao, a participac;ao e 0 dialogo

sobre a pratica de uma nova mudanc;a.

Para (VACONCELLOS,2000,p.31), "esta concepc;ao rompe com 0

planejamento funcional ou normativo das concep90es anteriores, on de as praticas

do professor e da escola sao vistas como isoladas em rela9ao ao contexto social."

Nesta, 0 planejamento e entendido como um instrumento de interven<;ao no real

para transforma-Ia na direc;ao de sociedade mais justa.

Muitas atividades dida.ticas sao realizadas sem um esboc;o, nao estando de

acordo com a realidade do aluno.O docente deve levar em conta a importancia e

tomar consciencia das influeneias e a defini9ao de uma nova inteneionalidade para

que se oriente a pra.tiea do seu planejar.

Conforme Libaneo (1994), 0 plano de aula e urn roteiro organizado, etambem um plano de eurso ou plano de unidades didaticas e contem os seguintes

eomponentes: justificativa da disciplina em relac;ao aos objetivos da eseola; objetivos

17

gerais; objetivos especificos; conteudo; tempo prov8vel e desenvolvimento

rnetodol6gico.

A sele<,:aoe organlza<,:aodos conteudos devem passar por determinados

requisitos e criterios, bern como pela especificidade da materia, para que 0

planejamento S8 tome claro, objet iva e enriquecedor para a sua aula.

Os procedimentos mais simples de organizayao do conjunto das unidades

didaticas do plano de ensina sao as seguintes: ter em mente a concepc;ao de

educagao e escola, a programa au cenlauctos para a serie; reconhecer S8 os t6picOS

de cada unidade podem ser transformados em tarefas de estudo para as alunos e

em objetivos de conhecimentos . habilidades e competencias.

A prepara<,:aodos pianos de aula e uma tarefa indispensavel, pois deve

resullar num documento escrito que servira na.o 56 para Ofientar as 8yoes do

professor com tambem para possibilitar constantes revisoes e aprimoramentos de

ana para ana.

Na elaborayao de plano de aula, deve-s8 levar em considerayao, em

primeiro lugar, que a aula e urn perf ado de tempo variavel. Na preparac;flo de aulas,

° professor deve reler os objetivos gerais da materia e a seqOencia de conteudos

para do plano de ensino. A previsao do tempo, ainda nao e definitiva, pois podera

ser alterada no momenta de detalhar ° desenvolvimento metodologico da aula.

o professor deve preyer formas de verificac;ao do rendimento dos alunos. 0

professor consciencioso devera fazer uma avaliayao da propria aula.

o projeto politico pedagogico da escola e urn guia de orienta<,:aopara 0

planejamento do processo de ensino. Os professores precisam ter em maos esse

plano, nao so para urna orientac;ao do seu trabalho, mas para garantir a unidade

teorico-metodol6gica das atividades escolares. E a plano pedagogico e

IR

administrativo da escola, cnde S8 explicita a conce~o pedagogica do corpo

docente, a organizat;ao didatica, a contextualizayao social, econ6mica. polltica e

cultural da escola.

3.1 A pRATICA DO PLANEJAMENTO NAS ESCOLAS

o saber do professor foi sendo com a passar dos tempos desvalorizado,

levando-o a uma perda de confianya naquilo que fazia. Para lela mente, criou-se urn

mito em torna do planejamento, como S8 planejar levasse necessaria mente a

acantecer, a lata de ser leita urna boa pratica pedag6gica.

1550 S8 distorceu a tal ponto que alguns professores ou tecnicos S8

dedicavam exclusivamente a elaborar ~bons pianos", e S8 sentiam realizados com

isso. desvinculando-se da pratica efetiva do planejado.

Planejar passou a significar preencher fonnulario5 com objetivoseducacionais gerais, objetillo5 inslrucionais operacionalizados, conleudosprogramaticos, eslrategios de ensino, avalincAo de acorda com osobjetillo5, etc.{VASCONCELLOS, 2000. p.30}.

Quando 5e tala em relacionar 0 ensino a realidade, nao signitica que 0

processo ensino-aprendizagem deva se limitar aos conteudos praticos, proximos ao

cotidiano da escola. 0 professor deve ter muita criatividade para fazer este

relacionamento, antes de abandonar 0 conteudo que vai ser trabalhado.

Uma exposic;ao, para que obtenha bans resultados precisa ser planejada,

bem executada e avaliada.

Para Pereira (1995), a lase do planejamenta envalve tarnada de decisaa a

respeito de quais objetivos se quer alcanc;ar, quais conteudos que deverao ser

apresentados, como incentivar os alunos.

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E de extrema import~nciaa personalidade e a atitude profissional. 0 professor

que tern clareza com as objetivos educativos da sua profissao e dos prop6sitos a

respeito, revel am urn verdadeiro interesse pala preparac;:a.o das crianc;aspara a vida

adulta.

Tais prop6sitos devem ser concretizados na pr1itica, atraves de aulasplanejadas onde se evidenciern 015 seguranyas nos conleudos enosmetodas de ensino; a constancia e firmeza no cumprimento das exigenciasescolnres peJos alunos.(LtBANEO, 1994, p. 115),

Eo importante ressaltar aqui 0 problema da flexibilidade. 0 planejamento deve

estar sujeito a possiveis reajustamentos, sem quebra de sua unidade e

continuidade. Ele deve S8 aberto e dinamico. Nessa perspectiva, pode-se entender a

planejamento como sendo uma hip61ese de trabalho a ser realizado na sala de aula,

recebendo a avaliavao necessaria.

20

40 PLANEJAMENTO E AS SEQUENCIAS DIDATICAS

As diferentes variaveis que configuram as propostas metodologicas, estao

dentro das diversas metodologias au formas de ansinar.

Os tipos de atividades, mas sobretudo sua maneira de se articular, sao um

dos trayos diferenciais que deterrninam a especificidade de muitas propostas

didaticas.

o primeiro elemento que identifica 0 metoda e 0 tipo de ordem em que S9

propOe a atividade. A maneira de situar algumas atividades em rela<;ilo as outras, e

nao apenas 0 tipo de tarafa, e urn criterio que permite realizar algumas identificac;Oes

au caracteriZ8c;ces preliminares da forma de ensinar.

Acredita-se que para dar importancia as intenc;Oes educacionais na defini<;ilo

dos conteudos de aprendizagem e preciso iniciar pela sequencia didatica.

Segundo Zabala (1998), atraves de um modelo geralmente expositivo e que

S8 pode considerar que cada vez mais a seqOencia didatica S8 torna mais complexa.

Portanto, a identifica~o das fases de urna sequencia didatica, as atividades que a

conformam e as relac;6es que se estabelecem devem servir para compreender a

valor educacional, que justificam a necessidade de introduzir mudanyas au

atividades novas que a melhorem.

Para que as criterios da analise das sequemcias, ou saja, os conteudos de

aprendizagem como intenc;a.o educativas seja realizada, e preciso, compreender se

os conteudos qua sa trabalham sao apropriados com rela~o aos objetivos

propostos pelo educador.

Para que haja sequencia didatica e precise que as atividades nos permitam

determinar as conhecimentos previos; as conteudos propostos sejam significativos a

21

funcionais: sejam adequados ao desenvolvimento de cada aluno; representando urn

desafio alcangavel para 0 aluno; que provoquem urn conflite cognitiv~ e promovam a

atividade mental do aluno.

Para Zabala (1998), ao analisar as sequ~ncias didaticas e que poderemos

chegar as conclus6es sabre a necessidade de insistir, modificar au amptiar as

mesmas com Qutras atividades. Portanto, as atividades propostas pelo educando

tern par objetivo a melhora da significancia na aprendizagem dos conte lidos

conceituais, procedimentais e atitudinais conhecida como caracterlsticas das

sequencias.

As sequencias dos conteudos procedimentais deverao canter atividades com

algumas condi¢es que fayam partir de situac;6es significativas e funcionais, a tim de

que 0 conteudo possa ser aprendido junto com a capacidade de poder utiliz8.-lo

quando seja conveniente.

As caracteristicas dos conteudos atitudinais fazem levar em conta nao tanto

as aspectos evidentes no momenta de debates au dialagos que s~o tratados, mas

sim, como toda a rede de relac;Oes que se estabelece em aula como par exempla, a

tipo de interayao entre professores e alunos.

Os conceitos requerem uma compreensao do significado. pais neles sao

totalmente necessarias as diferentes condigoes estabelecidas sabre a significancia

na aprendizagem: atividade que passibilitem a reconhecimenta dos conhecimentos

previos.

As sequencias didaticas, como conjunto de atividades, oferecem uma sarie

de oportunidades comunicativas, mas que por si mesmas nao possibilitam a chave

de todo ensina. As atividades sao um meio que mobiliza a trauma de comunic8gao

que pode se estabelecer ern classe.

22

A perspectiva denaminada Ktradicianalw atribui aas professares a papel de

transmissares de conhecimentos e control adores de resultados abtidos.

Ista 8, a intera9aa entre alunos e professor tern que permitir a quanta for

passive I, a acompanhamento entre as mesmas que vai se realizando na aula.

Do conjunto de rela90es interativas necessarias para facilitar a

aprendiza.gem se resume em uma serie de funl;oes dos professores, que tern como

partida 0 proprio planejamento.

A complexidade das processos educativos faz com que dificilmente se possa

prever com antecedencia a que acantecera na aula. E imprescindivel prever

prapastas de atividades articuladas e situa90es que favarec;am diferentes formas de

se relacionar e interagir.

Ao mesmo tempo a planejamento, tern que ser suficiente flexivel para pader

se adaptar as diferentes situa¢es de aula, como tambem levar em cansiderayaa as

contribui90es dos alunas desde 0 prindpia.

Nesse sentido, a atividade em correspondencia com a objetiva almejado, faz

com que 0 hom em se relaciane de forma rna is adequada com a mundo da natureza

e com 0 mundo da cultura.

De acordo com Lopes (1991,p.24), '0 educador consciente se obriga a

distanciar a caracteriza~o de metoda como um processa que se realiza par si

mesma e com for<;a propria. E preciso recanhecer, que nem tado problema

pedagogico pode ser comparado a pratica pedagogica educativa:

o entendimento dessa quest~o se faz presente, na medida que redefinimos

a metodologia de ensino.lssa muitas vezes se da pelo vfcio didatico ande a instruyao

escolarizada se expressa em um ensina relacionado ao tempo e espa90, au seja,

23

apenas a transmissao pura e simples do conteudo de ensino. sem qualquer conexao

com 0 mundo social.

24

5 A AVALlAc;:AO NO PLANEJAMENTO

A educac;.ao e hoje concebida como fator de mudan92, renova~o e

progresso. Nessa perspectiv8, pade-s8 dizer que a planejamento educacional deve

ser urn processo continuo, relacionando situ8c;oes presentes e possibilidades

futuras, para que 0 desenvolvimento da educacao atenda as necessidades do

desenvolvimento da sociedade.

As ideias de planejamento sao discutidas amplamente em nos 50S dias. 0

professor que deseja realizar urna boa atuac;ao docente sabe que deve participar,

elaborar e organizar pianos em diferentes niveis de complexidade para atender seus

alunos.

As \lazes, a planejamento e elaborado par urn professor, Qutras vezes, no

entante, varios professores compartilham a responsabilidade de sua elaboracao.

Planejando, executando e avaliando juntos, esses professores desenvolvem

habilidades necessarias a vida, proporcionando um cresci menta profissional.

o planejamento tende a prevenir as varia¢es do professor, oferecendo

maior seguranya na consecuyao dos objetivos previstos, bem como na verificaC;ao

da qualidade e quanti dade do ensino qua asta sendo orientado pelo mestre e peta

escola (TURRA, 1998).

Portanto, 0 planejamento deve ser elaborado de maneira clara, de facil

entendimento para que possa real mente espelhar seus objetivos.

Os principios pedag6gicos como forma de organizac;ao da pratica incidem na

previsao da vis~o global; seleC;8o de conteudos; procedimentos de ensino; recursos

de ensino; fontes de inforrnac;ao e a avaliac;ao do planejamento.

25

Muito se tala nesses objetivos, mas quando mencionamos a avaliayao do

planejamento e necessario que S8 entenda que esta deve ser pensada com um

controle, pois no planejamento e que 58 verificara a aC;80 programada para serem

realizadas de uma determinada forma.

A avatiaC;80 do planejamento deve ser concebida como qualidade do grupo

que planeja, sua teoria e metodologia de planejamento que se utilizam.

Para Gandin (1994), a principal pratica avaliativa Ii a mais importante no

processo de planejamento, e a propria implantagao completa deste processo.

Planejar a pratica e algo mais amplo que atender aos objetivos e conteudos

do curdculo, porque supOe preparar as condic;oes de seu desenvolvimento, uma vez

que se tambem se atende a este.

Segundo Sacristan (2000), 0 tema do planejamento para os professores tem

sido nos ultimos anos, um nucleo de atenc;ao desde uma perspectiva qualitativa e

cognitiva ao analisar as praticas reais e os processos que os protessores seguem

quando realizam a fun,ao do planejamento.

Quando os professores planejam, realizam urn processo de progressiva

aproximayao as condic;6es da realidade, no qual se envolvem os elementos basicos

que 0 docente leva em considerayAo.

A medida que se queira proporcionar aos docentes um esquema para sua

pn3tica, deve~se ressaltar os elementos basicos nos quais deseja-se que eles

centrem sua atenc;ao, sua reflexao e suas decis6es. Quem oferece um modelo de

planejar a pratica propee uma forma de pensa-Ia.

o professor deve ter 0 planejamento como inovador de sua pratica,

considerando a quantidade de horas que deve investir para refletir sabre sua

atuayao, para preparar as classes adaptando-se a nova metodologia de ensino.

26

Para Hernandez (2000) uma inova9lio, principal mente se for promovida

pelos proprios docentes, produz urn incremento em sua auto-estima profissional.

Contudo, 0 planejamento deve ser vista como instrumento de definiyao de

objetivos e estrategias de ensina e a avalia~o do planejamento como possibilidade

de revis~o destes para alcanc;.ar a qualidade do ensino-aprendizagem.

27

6 PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS

A presente pesquisa de abordagem qualitativa, resulta de pesquisa

bibliograJica de materiais ja publicados sobre 0 tema em questao e da coleta de

dados na institui(f80 escolar, tendo os sujeitos escolhidos como foco de

in"estiga~o. As descriyOes dos dados coletados foram analisadas considerando as

rela¢es entre os mesmas e foram interpretados atrav8S do referencial te6rico

levantado.

A pesquisa fai realizada na Escola Estadual Ermelino de Le~o, que atende

alunos do ensina fundamental das series iniciais, com faixa etaria de 7 a 10 anos de

idade. Cada serie conta com 35 alunos, de 1" a 4a serie, urn professor para cada

turma no periodo da tarde. Esta pesquisa foi realizada nesta escola, porque tive

contato com esta realidade no estagio curricular obrigat6rio e percebi que a pratica

do planejamento e diferente de urna escola particular onde atuD, e que 0 professor

se encontra muitas vezes "obrigado" a realizar lais atividades.

o levantarnento de dados foi realizado por meio de observat;;.ao e aplica'Yfio

de questionario com uma professora de cada serie e duas pedagogas, buscando

saber como a escola realiza 0 planejarnento e qual a concepc;ao dos professores

sobre 0 mesmo.

A pesquisa aplicada na instituiyao escolar teve como finaJidade, investigar de

urna forma rnais direta e pratica, tendo urn ambito maior sobre 0 problema escolhido,

fazendo observa90es mais precisas, observa¢es individuais; desta maneira

bus cando a aproxima,ao e compreens~o do problema abordado na pesquisa.

28

6.1 PESQUISA DE CAMPO

A presente pesquisa de carater explorat6rio e interpretativD utilizou como

instrumento de levantamento de dados a aplicay8.o de question aria para quatro

professoras e duas pedagog as. 0 criterio de sele9030 dos sujeitos da pesquisa foi

escolher uma professora de cada serie (1" a 4") e duas pedagog as de cada periodo.

Os professores desta pesquisa foram participativos bern como cooperaram

para 0 levantamento e a analise de dad as. A observa~o e 0 cantato com as

pedagogas, auxiliaram na constru~o e interpretaya;o dos resultados alcanyados.

6.1.1 Apresentayao e analise dos resultados: questionario

Pergunta 1: Para voce qual a importancia da realiza~o do planejamento?

Professor Respostas1~Serie: Para que os conteudos sejam reparados de maneira uniforme,

entre todos as professores de uma mesma disciplina durantetodo 0 cicio escolar e tambem para controle interno dasupervisao escolar.

2a Serie E importante porque sigo urn caminho onde facilite a

~. aorendizaaem dos alunos.3.11 Serie o planejamento serve para definir prioridades e objetivos e as

estrategias para que 0 desenvolvimento e resultado do trabalhoseiam produtivos.

411 Serie Com ele a professor nao fica perdido em suas aulas, vendo quea importancia do planejamento e a organiza~o do trabalho parao professor.

Pedagoga 1 o planejamento e importante para a professor para que ele sigaurn caminho onde facilite a seu trabalho e a aprendizagem dosalunos.

Pedagoga 2 o planejamento e rnuito importante porque tudo 0 que se querrealizar e necessaria se planejar para que seja urn ponto deapoio na oratica.

professores respondem que valorizam 0 planejamento, porem por raz6es diferentes.

Nesta questao que trata sobre a importancia do planejamento, todos os

Entre as justificativas 0 planejamento aparece como instrumento facilitador do

trabalho docente e da aprendizagem, aquele que organiza a pratica, uniformiza 0

trabalho entre os docentes da escola, define as prioridades e objetivos e um

professor menciona 0 carater controlador do planejamento.

momento?

Pergunta 2: Como e elaborado 0 planejamento da escola? Quem participa deste

Professor Rcspostas1a Serie Cad a professor elabora 0 seu. Depois as professores de uma

determinada disciplina re-elaboram urn 56 planejamentoespecifico para aquela epoca e para aquele grupo que ira!trabalhar junto durante 0 ana letivo e 0 entregam a superviseo, I,que analisa e da um parecer.

2' Serie o planejamento e realizado no inicio do ana letivo (planejamentoanual) com professores e equipe pedag6gica. 0 planejamentobimestral e realizado individual mente.

4' SariePedagog a 1

o planejamento e elaborado durante a semana pedag6gica pelosI professores sob a orientas:iio da eguipe pedaQ6gica.o planejamento e elaborado individualmente pelo professor.o planejamento anual e realizado no inicio do ana letivo com asprofessores e a equipe pedag6gica. 0 bimestral e realizadoindividualmente conforme 0 rendimento da cia sse.

Pedagoga 2 o planejamento deve ser elaborado em conjunto com osprofessores, coordenadores e supervisores, atendendo asnecessidades da escola.

o planejamento anual, e realizado no final do anD, na semana pedag6gica,

onde todos as presentes, bem como as professores, diretores e pedagogos, com 0

apoio do Projeto Politico Pedag6gica, S8 reunem para que sejam discutidos,

analisados e verificados as objetivos, conteudos, encaminhamentos metodol6gicos e

as avaliac;6es, a serem realizados no decorrer do ana seguinte.

30

Ja 0 planejamento bimestral e realizado individualmente, para que cada

professor trabalhe com a realidade de sua sala de aula.

Com base nessas respostas e atraves das observac;6es realizadas durante

dais meses, nas terc;as~feiras, no perfocto da tarde, pude constatar que as

professores realizam 0 planejamento e que as masmas entregam para sua

supervisora para que sejam avaliados.

Pergunta 3: Como sa:o definidos os conteudos, os objetivos, os conhecimentos

metodol6gicos e avalia9iio?

311 Serie

De acordo com 0 numera de turmas enumera de alunos para umadeterminada serie:De acordo com 0 nrvel de

aprendizado destes alunos;De maneira que seja viavel aos

professores da escola;Conforme consta no livro didatico

aplicado na escola.

4~Serie Sao definidos em reuni6es no inicio doana palos professares, orientadores e adire9iio da escola.

Professores Respostas

2" Serie Os conteudos sao retirados do curriculobasico.- A avaliayao e continua e diagn6stica.- Os conhecimentos metodol6gicos saoseguidos com diferentes linhas outend€mcias pedag6gicas.E definido num primeiro momentasegundo 0 projeto politico pedag6gicoda escola. Ao longo do ano acontecemajustes de acordo com a turmatrabalhada.

31

Pedagoga 1 Conteudos - Retirados do curriculabasico.Avalia90es - Continua e diagn6stica.Conhecimentos metodol6gicos - Seguediferentes linhas ou tendencias:pedao6oicas.

Pedagoga 2 Devem ser definidos em consolida9aOdo regimento escolar e as leis dediretrizes e bases da educacao.

Houve diferentes respostas para esta questao, pais dependeu de cada

interpreta~o utilizada. Alguns acham que as metodos, objetivos e a avaliayao

devem ser trabalhados e discutidos no infcio do ana, outros acreditam que 0

planejamento depende tambem do projeto politico pedag6gico e que ao longo do

ana vai sendo trabaJhado de acordo com a necessidade de cada turma. A maioria

acredita que 0 planejamento deve atender a necessidade de seu aluno.

Pergunta 4 : A organizayao didiltica dos conteudos e planejada em funyao das

necessidades educativas dos alunos?

Professores Rcspostas1aSerie rNem sempre. Pode acontecer de uma

turma acompanhar 0 ritmo e Qutra, de!mesma serie, nao acompanhar. Ent.ao10 professor nao pode trabalhar com 0mesma planejamenta "rigido" paratodas as turmas de me sma sene, mastambem n~a pode "deixar" 0 conteudalane· ado oassar em branco.

2:1 Serie Nem sempre, pois precisamos cumprir

I 0 planejamento, mas atendemos asdificuldades dos alunos com deficit deaorendizaaem.

3-Serie Sim, depois de definido 0 que e maisimportante 0 aluno aprender, quais ascondicroes e as interesses dos mesmas;define-se os metodos de trabalho.

4- Serie A escola tenta adaptar da melhormaneira possivel, y~~~

32

necessidade de cada aluno.Pedagoga 1 As vezes, pois temos que cumprir 0

planejamento, mas ficamos atentas asdificuldades dos alunos com deficit deaprendizagem.

Pedagoga 2 Nem sempre, ista devido a burocracia ecurriculos que fogem da realidade daescola.

Muitos acreditam que a organizayao didatica dos conteudos quase sempre e

realizada de acordo com a necessidade dos alunos, pais vai depender de condiy6es

reais de adaptar 0 planejamento com as necessidades dos mesmos.

Os professares falam sobre cumprir programas, passa ideia de que isto

dificulta um planejamento para atender as diversidades de aprendizagem.

Pergunta 5: Qual a seqOencia didatica que normal mente e mais utilizada por voce,

para 0 trabalho com 0 conteudo das areas de conhecimento?

Professores Respostas1a Serie l' lugar - 0 que ja estou habituada a

11 anos de sala de aula;- 2' lugar - 0 que esta praposto no livrodidatico utilizado;- 3° lugar - 0 que e mais viavel aoconhecimento do aluno;- 4' lugar - 0 que e prioritario aquelaserie;_ 5' lugar - 0 que e primordial aoestudo dos pr6ximos conteudos;6' lugar - 0 que e facilmente

assimilado pelo estudante.211 Sene A tendencia e s6cio-construtivista,

tradicionalista, na verdade 0 professorprecisa trabalhar e conhecer diferentestendencias para que 0 aluno sedesenvolva em seu processo deensino-aprendizagem.

311 Sene Procuro trabalhar com prajetos em

33

assuntos que despertam a curiosidadee necessidade dos alunos, sendo assimparto do momenta de dia.logo com osalunas sabre a que eles gostariam detrabalhar. motivando-os sabre osconteudas do bimestre.

4l:1 Serie Oepende do conteudo trabalhado,procuro a opiniao dos alunos para fazeruma sequ~ncia.

Pedagog a 1 A tendlmcia construtivista misturadacom a tradicionalista pois 0 professorprecisa conhecer diferentes tendenciaspara que ° aluno se desenvolva na suaaerendizaQem.

Pedagoga 2 ~ sequencia deve ser em vir1ude daj~ecessidade e 0 desenvolvimento da

L turma.

A sequencia didatica utilizada para uma professora e interpretada como

s6cio-construtivista, a pedagoga diz ser construtivista, para ambas as vezes e

tradicional, pois acreditam que se deve trabalhar com varias didaticas que

contribuam para a aprendizagem do aluno. E importante destacar nesta questao,

que uma das professoras colocou que costuma fazer de acordo com 0 que ja esta

acostumada ha 11 anos. Oiante deste fato. a mesma prova que nao pracura au ate

mesmo, nao se interessa em mudar as seus metod os.

Tendo em vista a investigac;ao sobre a concepyao do professor que tern

sobre 0 ato de planejar e a dinamica da eseola para este momenta de planejamento,

percebe-se que os professores concebem 0 planejamento como preconiza Lib~neo

(1994), quando colocam que 0 planejamento deve assegurar a erganizayao,

coordenayao do trabalho docente e tambem ajuda a prever objetivos, conteudes e

metodos a partir da considerac;ao das exigencias pastas pela realidade em que se

esta inserido.

Quanto a participa,ao e elaboragao do planejamento, a concep,iio dos

professores vai de encontro com a ideia de Pereira (1995), po is os mesmos colocam

34

que 0 planejamento deve ser participativo, enl/olvenda todos nesse processo,

atraves de troca de experiencia e conhecimentos, mas tambem, acreditam que 0

planejamento deve ser pessoal, considerando as interesses e necessidades prcHicas

de cada turma.

Ja na organizayao didi3.tica dos conteudos, eles acrescentam que tais

atividades sao elaboradas devida 80 cumprimento as exigemcias administrativas,

devida a burocracia exigida pela escata, esta ideia e confirmada par Vasconcellos

(2000), quando cita sobre a relagllo do planejamento imposto.

Com relagllo a seq(j~ncia didatica utilizada, encontra-se explica9ao em

Zabala (1998), pois trabalham com varias tendencias incluindo a tradicional,

tomando assim 0 papel do professor como apenas urn transmissor e controlador dos

resultados obtidos. Percebe-se que ha concep90es diferentes sobre a sequencia

didatica definida pelos professores.

35

7 CONSIDERACOES FINAlS

Esta pesquisa realizada em uma Escola Estadual Ermelina de Leaa, ande

sao executadas varias praticas pedag6gicas, dentro destas, foi destacada a

planejamento, que de modo geral 8 apresentada pelos auto res que pesquisam 0

assunto, como uma pratica nao consciente e sim burocratica. Estes auto res apontam

que as docentes as vezes, acabam nao selecionando 0 conteudo que vai ser

trabalhada, naa preparanda a aula de acarda com a tempo dispanivel, au seja, naa

tern uma concep9aO transformadora e inovadora de planejamento.

Atrav8s da observa~o e do contato com 0 supervisor da escola, pude

verificar que 0 mesmo analisa todos as planejamentos realizados. Sendo assim, a

planejamento constitui urn tipo de controle para a pedagogo da escola, para verificar

se 0 mesmo acontece, e se esta de acordo com as objetivos propostos.

Entendo que cabe a cada docente, S9 conscientizar da importancia que tern

a planejamento para melhoria da pratica educativa e assim. contribuir para atingir as

objetivos de urna educayao transformadora. 0 planejarnento e urna atividade de

reflexBo, e que se nao pensarmos sabre a rumo que devemos dar a esse trabalho,

ficaremos entregues aos interesses dominantes de nossa sociedade.

Sabe-se que a planejamento faz parte da vida profissional e 0 me sma deve

ser realizado com muita dedicac;ao e criatividade.

Os canteudas abordadas, bem como planejamenta: impasi~a au tamada de

consciencia; objetivos educacionais na escola; projeto politico pedag6gico; tipos de

planejamento de ensina; a pratica da planejamento: as seqLH~ncias didaticas e a

avaliayao no planejamento. al8m de contribuir com 0 conhecimento te6rico.

36

auxiliaram e ajudaram em minha formacao enquanto pedagoga e tambem em minha

pratica escolar, tornando-se assim um trabalho qualitativo e prazeroso.

Os docentes e pedagogas entrevistados contribuiram e ajudaram de

maneira espontanea e eficaz.

Contudo, 0 que for observado e que 0 planejamento real mente acontece par

parte dos envolvidos na pesquisa, e acompanhado pelas pedagog as, e que estes,

realizam 0 mesmo considerando a realidade de cada sala de aula e as necessidades

de aprendizagem dos alunos.

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REFERENCIAS

GANDIN, D. A pralica do planejamento participativo. Rio de Janeiro: Vozes. 1994.

GIMENO SACRISTAN, J. A educaq~o obrigal6ria: seu sentido educalivo. PortoAlegre: Artmed, 2001.

GIMENO SACRISTAN, J. 0 curriculo: uma reflextJo sobre a pralica. Porto Alegre:Artmed, 2000.

HERNANDEZ, F. Aprendendo com as inovaq(Jesnas escolas. Porto Alegre: ArtesMedica Sui, 2000.

LlBANEO, J.C. Didiltica. Sao Paulo: Cortez, 1994.

LlBANEO, J. C. Democralizaq8o da esco/a publica: a pedagogia, crilico-social dosconteudos. Sao Paulo: Loyola, 2001.

LOPES, A. O. Repensando a didillica. Sao Paulo: Papirus, 1991.

PEREIRA. M. I. As QuesUJes fundamenlais da didalica: enfoque politico-socialconslrulivisla. Rio de Janeiro: Ao livro tecnico, 1995.

TURRA, CI6dia M. G. Planejamento de ensino e avaliaqlJo. Porto Alegre: SagraLuzzatto, 1998.

VASCONCELLOS, C. S. Planejamento: projeto de ensino-aprendizagem e projetopolitico-pedag6gico. Sao Paulo: Libertad, 2000.

ZABALA, A. A pratica educativa: como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 1998.

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ANEXO

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QUESTIONARIO

1- Para voce qual a importfmcia da realizal'il0 do planejamento?

2- Como e elaborado 0 planejamento da escola? Quem participa deste

momento?

3- Como sao definidos as conteudos, as objetivos, as conhecimentos

melodol6gicos e avalial'il0?

4- A organizal'ilo didatica dos conteudos e planejada em funl'ilo das

necessidades educativas dos alunos?

5- Qual a sequencia didatica que normalmenle e mais utilizada por voce, para 0

trabalho com 0 conteudo das areas de conhecimento?