UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE …...combinando com o aumento da diversidade de peixes para...
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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
Marcelo Horikoshi Candido da Silva
IDENTIFICAÇÃO E PREVALÊNCIA DE MACRO PARASITAS
ENCONTRADOS EM CORVINAS, Micropogonias furnieri (DESMAREST,
1823) E PESCADAS BRANCAS, Cynoscion leiarchus (CUVIER, 1830),
ORIUNDAS DA PESCA ARTESANAL REALIZADA NO ESTADO DE SÃO
PAULO
São Paulo
2014
UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
Marcelo Horikoshi Candido da Silva
IDENTIFICAÇÃO E PREVALÊNCIA DE MACRO PARASITAS
ENCONTRADOS EM CORVINAS, Micropogonias furnieri (DESMAREST, 1823)
E PESCADAS BRANCAS, Cynoscion leiarchus (CUVIER, 1830) ORIUNDAS
DA PESCA ARTESANAL REALIZADA NO ESTADO DE SÃO PAULO
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao Centro de Ciências
Biológicas e da Saúde da Universidade
Presbiteriana Mackenzie, como
requisito parcial à obtenção do título de
Bacharel em Ciências Biológicas.
Orientadora: Profª. Drª. Paola Lupianhes Dall’Occo
São Paulo
2014
Marcelo Horikoshi Candido da Silva
IDENTIFICAÇÃO E PREVALÊNCIA DE MACRO PARASITAS
ENCONTRADOS EM CORVINAS, Micropogonias furnieri (DESMAREST, 1823)
E PESCADAS BRANCAS, Cynoscion leiarchus (CUVIER, 1830) ORIUNDAS
DA PESCA ARTESANAL REALIZADA NO ESTADO DE SÃO PAULO
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao Centro de Ciências
Biológicas e da Saúde da Universidade
Presbiteriana Mackenzie, como
requisito parcial à obtenção do título de
Bacharel em Ciências Biológicas.
Aprovada em:
BANCA EXAMINADORA
______________________________________________
Prof.ª Dr.ª Paola Lupianhes Dall'Occo
_____________________________________________
Prof.ª Dr.ª Camila Sacchelli Ramos
_____________________________________________
Prof.ª Dr.ª Monica Ponz Louro
AGRADECIMENTOS
A todos os preciosos membros da minha família, pois em nenhum
momento ouve falta de apoio e incentivo para superar esta etapa de vida e que
continuarão a me ajudar a vencer todos os obstáculos que estão por vir.
Aos melhores amigos que o universo poderia me fornecer, por toda
compreensão e suporte que tive durante todo este percurso e espero que
nossa amizade dure o tempo que nossas vidas permitirem.
A todos os meus colegas que conviveram durante todo este tempo e que
me proporcionaram momentos de alegria e me ajudaram em momentos que
muitos não ajudariam.
A Universidade Presbiteriana Mackenzie (Centro de Ciências Biológicas
e da Saúde – CCBS - UPM) pela oportunidade de aprimorar meus
conhecimentos e pela base profissional que adquiri.
À minha orientadora, Profª Drª. Paola Lupianhes Dall’Occo, por me
aceitar como aluno, por todas as dúvidas que me foram esclarecidas, por toda
ajuda e suporte que me foi ofertada, pela paciência que teve comigo em meus
momentos de perdição e acima de tudo por acreditar e não desistir de mim.
Aos professores da UPM, que durante todos os semestres me ajudaram
a amadurecer, desenvolver meu senso crítico e também a enxergar melhor o
mundo a minha volta.
Talent is cheaper than table salt. What separates the talented
individual from the successful one is a lot of hard work.
Stephen King
RESUMO
Os peixes constituem, há muito tempo, um item básico para a dieta de muitos
povos e um elemento importante para a economia de muitas nações. Porém, a
partir do final do século passado, houve intensificação na pesca, provocando
impactos ecológicos, sociais e econômicos. Como forma alternativa de reduzir
a pressão da pesca sobre os estoques disponíveis, destaca-se a aquicultura,
porém essa prática pode facilitar infestações parasitárias, causando perdas
econômicas. Uma das famílias de peixes mais importantes comercialmente da
costa Sudeste e Sul do Brasil é a Sciaenidae. Dentre seus representantes
estão a corvina, Micropogonias furnieri (Desmarest, 1823), considerada uma
espécie sobreexplorada desde os anos 90 e a pescada branca, Cynoscion
leiarchus (Cuvier, 1830). Assim este estudo, teve como objetivo identificar os
macro parasitas encontrados na corvina e na pescada branca oriundas da
pesca extrativista comercial realizada no estado de São Paulo, e verificar a
prevalência dos parasitas nestas duas espécies. As duas principais
observações e coletas foram realizadas em uma peixaria localizada, na cidade
de Santos, SP. Foram observadas 200 pescadas brancas e 90 corvinas que
foram capturadas na região Sudeste do Brasil, nas proximidades de Santos e
São Paulo. Foi encontrado uma prevalência relativamente alta (33,11%) de
sanguessugas nas corvinas e não foi encontrado nenhum espécime de macro
ectoparasita nas pescadas, portanto estas últimas não foram coletadas. Estes
dados podem estar associados aos diferentes hábitos de vida dos peixes e à
salinidade do local onde os espécimes foram capturados, ao ciclo de vida dos
mesmos e os mecanismos de sobrevivência dos parasitas. Estudos com
parasitas são importantes, pois podem servir como bioindicadores da qualidade
da água para estudos populacionais, além de também, possivelmente
causarem doenças ao ser humano.
Palavras-chave: Pesca, estoques pesqueiros, corvina, Micropogonias furnieri,
pescada branca, Cynoscion leiarchus, parasita, sanguessugas, cestóides,
salinidade, aquicultura.
ABSTRACT
Fish have constituted, for a long time, a basic item diet of many people and an
important element to the economy of many nations. However, from the end of
the last century, there was intensification in fishing, causing ecological, social
and economic impacts. As an alternative way to reduce the fishing pressure on
the stocks available, aquaculture stands out, but this practice may facilitate
parasitic infestations, causing economic losses. One of the families of most
commercially important fishes of southern and southeastern Brazil coast is the
Sciaenidae. Among its representatives are whitemouth croaker, Micropogonias
furnieri (Desmarest, 1823), considered an overfished species since the 90s and
smooth weakfish, Cynoscion leiarchus (Cuvier, 1830). Therefore, the aim of this
study was to identify the macro parasites found in whitemouth croaker and
smooth weakfish coming from commercial extractive fisheries conducted in the
state of São Paulo, and determine the prevalence of parasites in these two
species. The two main observations and collections were made in a fishmonger
located in the city of Santos, Brazil. 200 smooth weakfish and 90 whitemouth
croakers captured in the Southeast region of Brazil, near São Paulo and Santos
were observed. A relatively high prevalence (33.11%) of leeches on whitemouth
croakers and no specimen of macro ectoparasite was found in smooth weakfish
was found, so the latter were not collected. These data may be associated with
different habits of the fish, with the salinity of the location where the specimens
were captured, the life cycle and the mechanisms of survival of parasites.
Research with parasites are important, because can serve as bio-indicators of
water quality for population studies, and also possibly cause illness to humans.
Keywords: Fishing, fish stocks, whitemouth croaker, Micropogonias furnieri,
smooth weakfish, Cynoscion leiarchus, parasites, leeches, cestodes, salinity,
aquaculture.
Sumário
INTRODUÇÂO.................................................................................1.
1- Peixes..................................................................................1.
2- Pesca...................................................................................2.
3- Aquicultura...........................................................................6.
4- Parasitismo..........................................................................8.
5- Recursos Importantes........................................................11.
6- Objetivos............................................................................13.
MATERIAIS E MÉTODOS......................................................14.
RESULTADOS...............................................................................16.
DISCUSSÃO..................................................................................21.
CONCLUSÃO................................................................................25.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................26.
1
Introdução
1- Peixes.
Os peixes formam um grande grupo animal, contendo aproximadamente
50% dos craniatas, ocupantes dos mais diversos ambientes aquáticos,
ocorrendo inclusive em locais com baixa quantidade de oxigênio, temperaturas
elevadas (40º em lagos africanos) ou abaixo de zero, e até mesmo locais onde
a pressão é de várias centenas de atmosferas. Sua grande adaptabilidade se
deve principalmente a sua grande flexibilidade fenotípica, permitindo a
expressão de diferentes opções ecomorfológicas ao ambiente variado
(VAZZOLER, 1996).
Peixes não representam um táxon natural, sendo uma “escada”
filogenética, constituída pelos Ciclostomados (lampréias e peixes bruxas),
Chondrichthyes (tubarões, quimeras e raias), Actinopterygii (peixes com
nadadeiras raiadas), Actinistia (celacantos) e Dipnoi (peixes pulmonados), além
de grupos extintos (ROSA; LIMA, 2008).
Atualmente composto por pelo menos 25.000 espécies, sendo que 58%
das espécies vivem em água salgada e 41% em água doce; assim, essa
distribuição nos ambientes aquáticos é bastante desproporcional, quando
considera-se que 99% da água que existe no planeta é salgada e apenas 1% é
doce (VAZZOLER, 1996).
A ictiofauna brasileira é composta por 2.300 espécies de água doce e
1.298 espécies marinhas. No entanto, dezenas de espécies de peixes são
descritas anualmente no Brasil, de modo que é de se prever que a riqueza total
seja muito maior (ROSA; LIMA, 2008). Destas quase 3.600 espécies, 617 são
demersais e estuarinas, distribuídas em 26 ordens e 118 famílias, sendo que
pouco mais da metade dessas espécies (337) pertencem a ordem dos
Perciformes (Actinopterygii). No ambiente pelágico, ocorrem 151 espécies de
peixes, de pequeno porte, espalhadas em 37 famílias; já os grandes pelágicos
totalizam 41 espécies, separadas em 14 famílias (BRASIL, 2006).
Os peixes possuem imenso valor para os seres humanos, constituindo a
muito tempo um item básico para a dieta de muitos povos, e nos dias atuais
2
são um elemento importante para a economia de muitas nações, sendo
utilizados não somente para alimentação, como também para pescarias
esportivas, ornamento em aquários, estudos comportamentais, ecológicos,
evolutivos, genéticos e fisiológicos, além de algumas espécies serem usadas
como biondicadores de poluição (NELSON, 1994).
A carne dos peixes destaca-se nutricionalmente de outros alimentos de
origem animal, pois normalmente possui baixas taxas de gordura saturada,
carboidratos e colesterol. Contêm grandes quantidades de vitaminas
lipossolúveis A e D, cálcio, fósforo, ferro, cobre, selênio e, em peixes de água
salgada, iodo, além de conter diversos aminoácidos essenciais para os seres
humanos. Tem destaque a sua composição lipídica, com elevada proporção
(mais de 40%) de ácidos graxos poli-insaturados de cadeia longa, o que
contrasta com a composição de mamíferos. Estes valores nutricionais,
impactam na saúde e também na tecnologia aplicada durante seu
processamento já que implicam em rápida deterioração e rancificação (FAO,
2012; SARTORI; AMANCIO, 2012).
2- Pesca.
O fornecimento de peixes para o mundo, através da pesca e da
aquicultura em 2012, foi em torno de 249,3 milhões de toneladas, sendo 136,2
milhões de toneladas utilizadas como alimento para consumo humano (Tabela
1). Com a ampliação na produção e melhoria nas formas de distribuição, a
pesca tem crescido 3,2% ao ano, no período de 1961-2009, ultrapassando o
aumento de 1,7% da população mundial. O consumo mundial de peixes
também aumentou, de 9,9 kg de peixes por pessoa em 1960, para 18,4 kg em
2009, sendo responsável por 16,6% do consumo de proteínas de origem
animal pela população global e de 6,5% de toda a proteína consumida (FAO,
2012; 2014).
A China tem sido a grande responsável pelo enorme acréscimo no
consumo de peixes. A taxa de consumo per capta da China aumentou em 6%
ao ano entre o período de 1990 à 2010, resultando em um consumo de 35,1 kg
por pessoa em 2010 (em comparação com o restante do mundo, este valor é
aproximadamente 15,4 kg). Esta ampliação do consumo doméstico,
3
combinando com o aumento da diversidade de peixes para consumo, causou
uma elevação substancial na produção pesqueira, principalmente pela
aquicultura, (de 7% em 1961 para 35% em 2010) (FAO, 2012; 2014).
Tabela 1: Produção e utilização de peixes provenientes da pesca e aquicultura entre 2006 e 2012 em
milhões de toneladas.
Fonte: (FAO, 2014).
De acordo com dados de captura de peixes entre 2005 e 2009, o
Noroeste do Pacifico é o maior contribuinte para a pesca global, representando
cerca de 25% das capturas (Tabela 2). A produção oriunda da pesca extrativa
marinha no Brasil, a partir da década de 90, manteve-se estagnada, oscilando
entre 400 e 500 mil toneladas. Em contraste com baixos valores quantitativos,
melhorou muito em quesito de qualidade, sendo que mais peixes nobres
passaram a ser capturados, tais como atuns, albacoras, espadartes e merluzas
(BRASIL, 2006; FAO, 2011).
Tabela 2. Porcentagem de captura mundial de peixes entre 2005 e 2009.
Região Oceânica Captura
Noroeste do Pacífico 25%
Sudeste do Pacífico 16%
Pacífico Central Oeste 14%
Nordeste do Atlântico 11%
Leste do Oceano Índico 7%
Outras áreas >5%
Fonte: FAO (2011).
4
Em 2010, o Brasil contribuiu com 0,75% (1.264.765 toneladas) da
produção mundial de pescado (proveniente tanto da pesca extrativa quanto da
aquicultura), ocupando o 19º lugar, caindo uma posição em relação ao ranking
geral de 2009 (Tabela 3) (BRASIL, 2011).
A pesca artesanal tem um papel importante no cenário da pesca
nacional, correspondendo a 53% da produção marinha e estuarina entre 2000
e 2003, apresenta maior importância nas regiões Central (95%), Norte (89%) e
Nordeste (76%), com um menor percentual na região Sul-Sudeste (15%), que
possui um maior agrupamento da pesca industrial, devido a maior
concentração de biomassa de recursos pesqueiros (BRASIL, 2006).
Tabela 3: Produção mundial em toneladas dos 22 maiores produtores de pescados em 2009 e
2010.
Fonte: BRASIL(2011).
As espécies mais capturadas em 2010 no Brasil, representando 31,5%
do desembarque total de peixes marinhos, foram: sardinha-esverdeada,
corvina, pescada-amarela e bonito-listrado, sendo que a sardinha foi a que
apresentou maior volume de captura, com 62.134 t., porém, 25,4% menor em
relação a 2009. A segunda espécie mais capturada em 2010, foi a corvina, com
43.191 t., seguida pela pescada-amarela, com 20.879 t., sendo que ambas as
espécies sofreram uma redução de aproximadamente 5% na produção em
5
relação a 2009. O bonito-listrado, ocupava em 2009, a terceira posição,
contudo, em 2010, a produção desta espécie diminuiu 11,5% (BRASIL, 2010).
Como recurso renovável, as populações de peixes podem apresentar
rendimento sustentável caso existam poucas ações antrópicas, sendo
reguladas por fatores biológicos e ambientais, de modo que conseguem
manter-se enquanto as atividades pesqueiras permaneçam reduzidas. Porém a
partir do final do século passado, houve intensificação na pesca, devido ao
aparecimento de novas tecnologias e métodos. Assim a sobre-exploração
pesqueira tem diminuído gradualmente os estoques pesqueiros do mundo,
provocando sérios impactos ecológicos, sociais e também econômicos, de tal
forma, que a situação parece mais crítica para os recursos pesqueiros
migratórios (PAEZ, 1993; FAO, 2012.)
Segundo Barroso et al. (2007), desde o final dos anos 80 a pesca
marinha não apresenta incrementos significativos em sua produção. Nos anos
50, a produção mundial foi de 20 milhões de toneladas, época em que houve
crescimento pesqueiro, principalmente por conta do desenvolvimento
tecnológico que passou a ser aplicado diretamente na captura. Com isto, em
1985, este valor subiu para 80 milhões de toneladas, e a partir deste período as
taxas oscilaram entre 70 e 80 milhões de toneladas, provavelmente devida
atividade ter alcançado o seu máximo rendimento sustentável (Figura 1).
A concepção do ambiente marinho como fonte inexaurível de recursos e
capacidade inesgotável de suprir as necessidades humanas, principalmente
em termos de alimentos, tem causado significativas perturbações nos
ecossistemas marinhos (BARROSO et al., 2007).
A estagnação e decréscimos nas taxas de capturas e o incremento das
demandas por peixes e frutos do mar indicam que a produção de alimentos de
origem marinha seja insuficiente para atender as necessidades globais sem a
suplementação pela aquicultura. Por conta disto, os principais estoques
pesqueiros do país requerem a adoção de medidas de ordenamento para
assegurar o uso sustentável e o aumento da produção pesqueira nacional, que
nos próximos anos, deverá ocorrer principalmente pelo aumento da produção
provinda da aquicultura, que consiste na manipulação da produção de
6
organismos aquáticos, por diferentes técnicas de estocagem, alimentação,
proteção de predadores e controle de fatores ambientais desfavoráveis ao
crescimento dos organismos cultivados (BARROSO et al., 2007; VIANA, 2013).
Figura 1: Pesca mundial em águas marinhas, milhões de toneladas por ano. Fonte: FAO, (2014).
Como forma alternativa de reduzir a pressão da pesca sobre os
estoques disponíveis, destaca-se a aquicultura, cuja produção global está em
constante crescimento, sendo que no decorrer de 50 anos, teve uma grande
expansão, de valores não significativos, para valores realmente altos, com
desenvolvimento tecnológico marcado por grandes inovações e adaptações
para produção (PAEZ, 1993; FAO, 2012).
3- Aquicultura
O Brasil se destaca como um dos países de maior potencial para
crescimento da aquicultura em diversos segmentos, em que é crescente a
demanda mundial por alimentos de origem aquática, tanto por conta da
expansão populacional, mas também pela preferência por alimentos mais
saudáveis (EMBRAPA, 2002).
Na América do Sul, o Brasil é o segundo país em importância com
relação a produção aquícola, ficando abaixo somente do Chile. Em
comparação com outras atividades nacionais, a aquicultura apresenta
resultados de crescimento superiores aos da produção de aves, suínos,
7
bovinos e até mesmo, da pesca extrativa, que nos últimos anos, apresentaram
taxas de crescimento dificilmente superiores a 5% ao ano (BOSCARDIN,
2008).
Dentre os vários segmentos da aquicultura, a piscicultura marinha é um
dos setores que apresentam as mais altas taxas de desenvolvimento em todo o
mundo, tendo crescimento, mantido acima de 10% ao ano no período de 1990
a 2008 e apesar desta atividade ter tido um início promissor no século XVII, a
piscicultura marinha não consta nas estatísticas atuais de produção de
pescados do Brasil, por conta dos baixos valores, exceção a alguns poucos
produtores de peixes ornamentais. Portanto a piscicultura marinha ainda não é
uma atividade comercial em nosso país, estando praticamente limitada às
iniciativas das instituições de pesquisa. Mesmo neste caso, somente algumas
poucas espécies vêm sendo sistematicamente estudadas, além de várias
outras, possuírem potencial de cultivo, sendo inclusive consideradas para a
aquicultura em outros países, porém ainda há enorme deficiência de
informação sobre a biologia e a tecnologia de cultivo (CAVALLI et al., 2011).
Existem diferentes níveis de manejo para o cultivo dos organismos, o
que é definido de acordo com a densidade de estocagem e intensidade de
alimentação artificial. Considerando os níveis de menor a maior intensidade de
estocagem e alimentação, os cultivos aquícolas podem ser classificados em
sistemas extensivo, semi-extensivo e intensivo. Sistemas intensivos de cultivo
geralmente resultam em elevada produção por unidade de área, porém, em
muitos casos à custa de baixa sustentabilidade (BARROSO et al., 2007).
Na aquicultura marinha enfermidades podem dissuadir
significativamente esta prática, de tal forma, que pode determinar o sucesso ou
fracasso de uma cultura. O cultivo de organismos marinhos, também é
acompanhada com o aumento da mortandade através de doenças
(SINDERMANN, 1970). Um dos problemas é que os criadouros facilitam
possíveis infestações parasitarias, isso devido a maior concentração de
indivíduos por unidade de espaço, quando comparado ao ambiente natural,
além da limitação imposta aos predadores de peixes doentes. Assim, parasitas
são uma das principais causas de perdas econômicas em peixes cultivados em
8
regiões do neotrópico, devido as características climáticas da região que
propiciam uma rápida e constante propagação de parasitoses (DIAS et al.,
2001).
4- Parasitismo.
Além de suas influências na aquicultura, o parasitismo tem sido
reportado como um dos fatores reguladores das populações de peixes no
ambiente natural, influenciando na estrutura da ictiofauna. Como consequência,
podem ocorrer perdas econômicas para a indústria da pesca extrativista, pois o
parasitismo pode causar inúmeros danos para as espécies alvo, como morte,
diminuição do crescimento, redução da fecundidade ou da expectativa de vida,
entre outros problemas (LOUREIRO et al., 2012).
Praticamente todas as espécies de peixes carregam um ou mais
parasitas durante alguma parte do seu ciclo de vida, com momentos em que
um único indivíduo pode ter associado quatro, cinco ou mais espécies
parasitas. É frequente encontrar animais com aparência saudável, mas com
alguma parte do corpo infestada por uma parasitose (BIZERRIL; COSTA,
2001).
Podendo ocorrer na superfície dos peixes (ectoparasitas) ou nos órgãos
internos e/ou musculatura (endoparasitas), apresentam dois tipos de ciclo de
vida; direto ou indireto. Espécies de ciclo direto (monoxeno) infectam apenas
um hospedeiro durante sua vida e aquelas com ciclo indireto (heteroxeno)
necessitam passar por dois ou mais hospedeiros para tornarem-se adultos.
Animais parasitados por estágios larvais são chamados de hospedeiros
intermediários, e aqueles que carregam as formas adultas são os hospedeiros
finais. Um mesmo peixe pode ser hospedeiro final de alguns parasitas e
intermediário das formas larvais de outras espécies (BIZERRIL; COSTA, 2001).
Os peixes podem ser infectados por diversos organismos como vírus,
bactérias, protozoários e metazoários, sendo os vertebrados os que
apresentam os maiores índices de infecção causada por parasitas, por conta
do ambiente aquático que facilita a propagação, reprodução e complementação
do ciclo de vida de cada grupo de parasitas (LIMA et al., 2011).
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Ocasionalmente, peixes destinados ao consumo humano podem estar
infectados por determinadas espécies de parasitos. Alguns podem transmitir
doenças aos consumidores e outros, mesmo não sendo prejudiciais à saúde
humana, adquirem importância sanitária quando causam um aspecto
repugnante no pescado (JUNIOR, 2010).
Os Helmintos, conjunto formado pelos vermes, Monogenea, Trematoda,
Cestoidea, Acanthocephala e Nematoda, apresentam representantes marinhos
que podem causar grandes prejuízos, tais como, danos mecânicos aos tecidos,
retirada de substâncias importantes para o metabolismo do hospedeiro, efeitos
tóxicos e ainda facilitar a entrada de microrganismos patogênicos. Estresse
ambiental pode reduzir a resistência para parasitas, incluindo Helmintos,
podendo promover reações inflamatórias nos tecidos atingidos, que pode ser
aguda ou mesmo crônica, após o encapsulamento dos patógenos.
(SINDERMANN, 1970).
Os cestóides são endoparasitas de ciclo de vida complexo, com pelo
menos um hospedeiro intermediário, sendo popularmente conhecidos como
tênias. Possuem formato de fita, variando em comprimento, desde alguns
milímetros até vários metros. Em meio aquático, o primeiro hospedeiro
normalmente é um crustáceo, geralmente copépodos, e o definitivo pode ser
representado por peixes, aves e mamíferos, inclusive o homem (PAVANELLI et
al., 2002; ROBERTS, 1981; SINDERMANN, 1970).
Todos os cestóides são ovíparos e eliminam seus ovos com as fezes do
hospedeiro definitivo, que podem eclodir na água dando origem a uma larva
nadadora (coracídio), que se ingerida por um copépodo, atravessa a parede
gastrointestinal e se desenvolve dentro da hemocele em uma forma conhecida
como procercóide, que se ingerida por um peixe hospedeiro, perfura as
paredes intestinais e se aloja nas vísceras e músculos, transformando se em
plerocercóide, que pode sofrer encapsulamento, e se transforma em cisto. O
ciclo se completa quando este hospedeiro intermediário é ingerido por um outro
peixe, ave ou mamífero, sendo que no intestino há o desenvolvimento da forma
adulta (tênia), que produz ovos que serão liberados no ambiente por meio das
fezes do hospedeiro final, podendo reiniciar o ciclo de vida. O ser humano pode
10
servir como hospedeiro final de algumas espécies de cestoides, caso venha a
ingerir um peixe infestado com larvas procercóides em seus tecidos
musculares (SINDERMANN, 1970; ROBERTS, 1981; PAVANELLI et al., 2002).
Sanguessugas também podem parasitar peixes, mas somente o grupo
das sanguessugas verdadeiras, conhecidas como Euhirudinea, são
ectoparasitas de fato. Esta infraordem contêm cerca de 350 espécies
dulcícolas, marinhas e terrestres e algumas são carnívoras e não hematófagas.
A maioria das espécies aquáticas vive em água doce e são poucas as espécies
que toleram correntezas fortes, preferindo permanecer em locais protegidos por
vegetação. Apesar da falta de órgãos sensoriais altamente especializados,
podem detectar baixos níveis de muitos tipos de estímulos, uma adaptação que
é frequentemente usada para encontrar presas ou hospedeiros (RUPPERT et
al., 2005).
As sanguessugas hematófagas correspondem a cerca de 75% das
espécies conhecidas, aderindo a uma variedade de hospedeiros, vertebrados e
invertebrados, raramente restringindo-se a uma espécie, mas normalmente
limitando-se a um grupo de hospedeiros (RUPPERT et al., 2005; UTEVSKY;
TRONTELJ, 2004; BURRESON, 2006).
Sanguessugas da ordem Rhynchobdellida, família Piscicolidae,
parasitam peixes de água doce e salgada, alimentando-se e permanecendo
presas ao hospedeiro por longos períodos. São encontradas em todos os
mares, mas são mais abundantes em regiões polares e temperadas e estão
presentes primariamente, em espécies de peixes demersais, incluindo
lampreias, elasmobrânquios e teleósteos (RUPPERT et al., 2005; UTEVSKY;
TRONTELJ, 2004; BURRESON, 2006).
Podem potencialmente afetar a saúde dos peixes de formas diversas,
sendo um importante transmissor de diferentes patógenos, especialmente se
estiverem em grande número e em espaço limitado com seus hospedeiros.
Tanto em água doce, quanto em água salgada, é conhecido que as
sanguessugas transmitem hemoflagelados do gênero Trypanossoma e
Cryptobia. Além disso, também são hospedeiras intermediarias de vermes da
11
classe Trematoda, abrigando larvas de diversas espécies destes parasitas
(BURRESON, 2006).
Existe uma grande evidência de que as sanguessugas podem transmitir
vírus e bactérias, além de afetarem o hospedeiro sugando seu sangue,
enquanto se alimentam. O local onde as sanguessugas se aderem, também
pode servir como local de entrada de patógenos secundários presente no meio.
De modo que, a presença de sanguessugas na aquicultura, deve ser sempre
motivo de preocupação, pois além dos peixes perderem sangue, são
responsáveis pela transmissão de doenças, que podem afetar a produção de
peixes (BURRESON, 2006).
Parasitas podem afetar espécies economicamente importantes, uma das
famílias é a Sciaenidae que contém peixes de grande valor comercial da costa
Sudeste e Sul do Brasil que são encontrados em águas costeiras, como a
corvina, o goete e as pescadas. De modo que a corvina é o mais respeitável
recurso pesqueiro dessa família, tendo uma grande importância, tanto na pesca
artesanal, quanto na industrial (MENEZES; FIGUEIREDO, 1980; SOARES;
VAZZOLER, 2000).
Em escala global são poucas as espécies registradas como vulneráveis
ou ameaçadas de extinção, e são raros os santuários para conservação da
ictiofauna, já que o estabelecimento de unidades de conservação marinhas é
demorado e de menor prioridade quando comparado com ecossistemas
terrestres (ROSA; MENEZES, 1996).
5- Recursos Importantes.
Uma espécie considerada sobreexplorada desde os anos 90 é a corvina,
Micropogonias furnieri (Desmarest, 1823), peixe eurialino (tolera grandes
variações de concentração salina) (ALBUQUERQUE et al., 2009; NIELSEN,
2002). Presente nas águas tropicais e subtropicais da costa atlântica das
Américas Central e do Sul, distribuídas desde a península de Yucatan ao longo
das Antilhas, até a costa do Uruguai, são particularmente abundante na costa
brasileira (SZPILMAN, 2000).
12
São organismos demersais costeiros de águas rasas que habitam
fundos arenosos e também lodosos, sendo muito comuns nos estuários, que
utilizam como área de alimentação e crescimento. É encontrada em pequenos
a grandes cardumes com hábitos alimentares que variam de acordo com o
tamanho e a estação, sendo que os espécimes juvenis alimentam-se de
pequenos invertebrados bentônicos, enquanto os adultos capturam também,
pequenos peixes (SZPILMAN, 2000). A época reprodutiva pode variar de
acordo com a região, mas de maneira geral, a desova pode ocorrer o ano
inteiro. No sudeste brasileiro, nos meses de abril, setembro e novembro,
ocorrem picos de reprodução e deslocam-se para foz ou regiões de baixo rio,
onde ocorre a desova (ISAAC-NAHUM; VAZZOLER, 1983; ISAAC, 1988). Sua
carne é considerada excelente e possui grande importância comercial,
especialmente no Sudeste (SZPILMAN, 2000).
Outro peixe desta família utilizado neste estudo é a Cynoscion leiarchus
(Cuvier,1830) (pescada branca), que possui baixa representatividade
econômica, sendo mais popular na região Sudeste do Brasil (BRASIL, 2010).
Segundo Szpilman (2000), ocorrem nas águas tropicais e subtropicais da costa
atlântica das Américas Central e do Sul. No Brasil, ocorrem do Norte, ao
Sudeste e parte do Sul. São nectônicas demersais costeiras de águas rasas,
habitam fundos arenosos e também lodosos, sendo mais comuns em estuários,
mas podem ser encontradas desde as águas litorâneas até 50 metros de
profundidade, em pequenos e grandes cardumes próximo ao fundo,
alimentando-se principalmente de peixes e crustáceos
Além dos efeitos negativos que a ocorrência de parasitoses em peixes
podem causar, elas podem fornecer importantes informações para estudos
sobre populações de peixes, e também podem ser usados como bioindicadores
para a qualidade da água (SCHOLZ, 1999).
13
6- Objetivo.
Assim este estudo, tem como objetivo identificar os macro parasitas
encontrados em espécies de interesse comercial, como a corvina,
Micropogonias furnieri (Desmarest, 1823) e a pescada branca, Cynoscion
leiarchus (Cuvier, 1830) oriundas da pesca extrativista comercial realizada no
estado de São Paulo, e verificar sua prevalência nestas duas espécies.
14
Materiais e Métodos.
As duas principais observações e coletas foram realizadas em uma
peixaria localizada, na cidade de Santos, SP. Foram observadas 200 pescadas
brancas (Cynoscion leiarchus) no dia 28/01/2014, e 90 corvinas (Micropogonias
furnieri) no dia 18/02/2014 (Figura 2).
Figura 2. Micropogonias furnieri (Desmarest, 1823).
Os peixes observados, tanto as corvinas, quanto as pescadas foram
capturados na região Sudeste do Brasil, nas proximidades de Santos e São
Paulo, por pescadores artesanais, durante a madrugada, não sendo possível
verificar o exato local de pesca e nem que tipo de equipamentos os pescadores
utilizaram. Os peixes foram entregues, ao estabelecimento no mesmo dia
durante o período da manhã. Das corvinas que estavam parasitadas por
sanguessugas, apenas 3 foram coletadas aleatoriamente, de uma amostra total
de 90 observadas, acondicionadas em sacos plásticos e colocadas em um
recipiente de isopor contendo gelo para conservação, sendo então
armazenadas no laboratório de Taxonomia e Ecologia Animal da Universidade
Presbiteriana Mackenzie, em freezer -20ºC.
15
Durante as observações dos peixes, os opérculos, cavidade bucal e
tegumento externo foram examinados em busca de ectoparasitos que
poderiam estar aderidos a cavidade branquial, mucosa e epiderme. Os
parasitas encontrados, foram retirados e conservados em álcool 70%.
Antes da dissecação das corvinas, realizada poucos dias após sua
captura, estas foram pesadas em balança de precisão e a obtenção de dados
morfométricos (comprimento total) foi realizada com o auxílio de fita métrica
(Figura 3).
Figura 3. Dissecação de corvina fêmea (presença de saco de ovos)
Todas as corvinas coletadas foram dissecadas para verificar a presença
de macro endoparasitas, nas paredes dos tecidos internos. Para confirmação
da espécie de peixe, foi realizada a identificação destes exemplares, utilizando
a chave de identificação de Szpilman (2000).
Como base para identificação dos ectoparasitos encontrados nas
corvinas, foi utilizada, a chave presente em Davies e Govedich (2001).
16
Resultados.
As 200 pescadas brancas observadas e apresentavam comprimento
médio de 30 cm e peso de 1 kg, sendo que como não foi observado nenhum
indicio de macro ectoparasitas, por conta disso, não foram coletadas (Figura 4).
Figura 4. Cynoscion leiarchus (Cuvier, 1830). Fonte: CARVALHO (1997).
Das 90 corvinas que foram observadas, 28 estavam parasitadas e
destas, 3 foram coletadas com peso e comprimento acima de 1 kg e 50 cm
(Quadro 1 e 2), identificou-se um total de 8 sanguessugas (Figura 5) presas
nas brânquias e pele dos peixes, além de sanguessugas que não estavam
aderidas nas corvinas com tamanhos que variaram de 2,1 cm até 4,6 cm
(Figura 6). Além disso, também foram encontrados diversos endoparasitas
cestoides aderidos a musculatura e órgãos internos dos espécimes, não foi
encontrado nenhum parasita dentro do sistema digestório, sendo somente
registrada a presença de copépodos (Figura 7) no estômago de um dos peixes.
Quadro 1: Peso, comprimento e sexo das corvinas.
Indivíduo
Corvina 1
(♂)
Corvina 2
(♀)
Corvina 3
(♂)
Peso 1,500 kg 1,906 kg 2,273 kg
Comprimento 55 cm 56 cm 70 cm
17
Quadro 2: Quantidade de parasitas em cada corvina.
Parasitas Corvina 1 Corvina 2 Corvina 3
Sanguessugas 1 3 4
Cestoides 13 8 16
Figura 5: 4 Sanguessugas encontradas na corvina fêmea (corvina 2).
Figura 6:Tamanho em centímetros das sanguessugas encontradas nas brânquias (verde escuro)
e pele (azul) das corvinas coletadas e (verde claro) de corvinas não coletadas.
2,1 2,1 2,2 2,22,5 2,5 2,7
3,23,5
4 4,24,6
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
4,5
5
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
CEN
TÍM
ETR
OS
SANGUESSUGAS
18
Figura 7: Copépodo encontrado no estômago da corvina 1.
Os endoparasitas (Figura 8; 9; 10) não foram identificados, mas
possuem formato de cistos, com prolongamentos que se estendem por todo o
tecido envolvendo até mesmo órgãos internos como, coração, bexiga natatória
e rins, podendo ter mais de 7 cm de comprimento.
Figura 8. Corvina dissecada, círculos vermelhos indicam presença de endoparasitas e seta
amarela mostra a gônada da fêmea.
19
Figura 9. Círculos vermelhos indicam presença de 5 endoparasitas e a seta amarela mostra a
bexiga natatória
Figura 10: Endoparasitas encontrados na musculatura das corvinas, observados no
estereomicroscópio.
Também foi observado dentro da caixa craniana dos peixes, uma massa
disforme semelhante a cistos, de modo que houve suspeita de que se tratava
de um conjunto de cestoides emaranhados pelos próprios prolongamentos.
As sanguessugas foram identificadas taxonomicamente segundo a
chave de identificação de Davies e Govedich (2001), como pertencentes a
20
família Piscicolidae, por conta de características diagnosticas, como o corpo
cilíndrico e alongado, presença de um traquelossomo fino, urossomo largo e
ventosa anterior expandida e distinta do corpo (Figura 11 e 12).
Figura 11: Diferenças morfológicas entre as famílias de sanguessugas. Fonte: Modificado de
Govedich, F. R. et al., (2004).
Figura 12: Sanguessuga retirada da corvina, esquematizada.
21
Discussão.
A diferença entre os tamanhos das sanguessugas encontradas na pele
(2 cm) e nas guelras (4 cm) das corvinas analisadas pode ser explicada pela
capacidade desses organismos de multiplicarem seu tamanho após a
alimentação, segundo Ruppert (2005). Assim segundo Bemvenutti e Fisher
(2008) a presença de escamas seria um mecanismo de proteção contra o
parasitismo, evitando que as sanguessugas consigam acessar o sistema
circulatório em áreas cobertas de escamas, que representam a maior parte do
corpo da corvina.
A ausência de sanguessugas nas pescadas brancas, pode estar
relacionada com escamas do tipo cicloides, que de acordo com Szpilman
(2000) possuem superfície lisa, o que pode então, dificultar a aderência das
sanguessugas, reduzindo a prevalência nesta espécie, ao contrário das
corvinas que segundo o mesmo autor, possuem escamas ctenóides, portanto
dotadas de dentículos na extremidade distal, sendo que estas poderiam facilitar
a fixação das sanguessugas. Outros fatores morfológicos como formato do
opérculo, fisiológicos como mecanismos de defesa próprios, e
comportamentais poderiam ser considerados para justificar a prevalência de
sanguessugas, porém estes necessitariam de um estudo mais aprofundado, o
que foge da proposta do presente trabalho.
Embora ocupem nichos e locais semelhantes, as pescadas brancas
analisadas não estavam parasitadas pelas sanguessugas, isto pode ser
explicado também pelo fato de que talvez estivessem em uma região com
maior salinidade do que as corvinas, pois segundo Velloso e Pereira (2010), as
sanguessugas tem preferência por águas com menor salinidade. Assim a
permanência das pescadas brancas em regiões estuarinas conforme descrito
por Szpilman (2000) também pode ter contribuído para a ausência desses
parasitas no material observado.
Isto pode ser reforçado, comparando os resultados sobre a prevalência
de sanguessugas em corvinas presentes em Luque et al. (2010) e Alves e
Luque (2001) que constataram baixa prevalência de sanguessugas (1,9% a
8,3%) em regiões costeiras do Brasil (CE, BA, RJ, SC e RS). Além destes
22
autores, Velloso e Pereira (2010) coletaram 181 corvinas de um estuário no Rio
Grande do Sul (Lagoa dos Patos) em duas zonas diferentes, sendo que na
região pré-limnica (zona com menor salinidade) a prevalência foi mais alta
(60,64%) e na região estuarina a prevalência foi menor (21,84%), podendo se
notar que a salinidade e a prevalência são inversamente proporcionais.
Tanto a prevalência das corvinas parasitadas por sanguessugas
(31,11%), quanto a presença de gônadas maduras na fêmea analisadas no
presente trabalho, indicam que as corvinas foram pescadas em uma região
estuarina próxima da foz de um rio, visto que segundo Vazzoler (1968) a
desova ocorre próxima a foz ou partes baixas de rios e a primeira maturação
sexual ocorre aos 28 cm, e todos os indivíduos apresentaram mais do que 50
cm de comprimento. Estes dados indicam que as corvinas estavam em época
reprodutiva, entretanto por terem sido coletadas no mês de fevereiro e ter sido
observada a presença de gônada madura na fêmea, caracterizadas por Isaac-
Nahum e Vazzoler (1983) pela coloração amarelo alaranjado (Figura 5), fica
evidente uma discrepância dos dados da literatura e os dados obtidos neste
estudo. Isaac (1988) afirma que na região sudeste do Brasil, esta época
reprodutiva ocorre nos meses de abril, setembro e novembro e Isaac-Nahum e
Vazzoler (1983) afirmam que há presença de ovários maduros em todas as
épocas do ano, exceto fevereiro. Para melhor compreensão das épocas
reprodutivas, seria necessário um estudo mais aprofundado. O que pode servir
de subsídios para atualização na legislação pesqueira, como a época do
defeso da corvina.
Foram coletadas 3 corvinas parasitadas com endoparasitas em formato
de cisto na musculatura, com prevalência de 100% e com número de cistos por
individuo variando de 6 a 16, porém Porto et al., (2009) encontrou resultados
diferentes, com prevalência de 26,7% de plerocercos de cestoides de 1 a 3
larvas por peixe, todavia o número coletado neste trabalho, não permite que se
faça uma afirmação conclusiva sobre este índice de peixes parasitados na
amostra de 90 indivíduos observados.
Como foram encontrados copépodos dentro do estômago de uma das
corvinas analisadas de um total de 3 individuos e estes servem como
23
hospedeiro primário para algumas espécies de cestoides, isso pode explicar o
porquê das corvinas apresentarem infestação nos tecidos musculares e órgãos
por cistos (plerocercóides), servindo como hospedeiras secundárias
intermediárias. Mendonza-Carranza e Vieira (2008), afirmam que a corvina
possui hábitos oportunistas generalistas bentônico, consumindo desde plantas
aquáticas, invertebrados e até mesmo pequenos peixes, incluindo copépodos.
Existem cestóides que podem causar doenças em seres humanos,
exemplos comuns são as tênias que se adquire da ingestão de carnes mal
cozidas, de porco ou de boi. Segundo Emmel et al. (2006), Diphyllobothrium
latum (tênia do peixe) é uma espécie de verme que pode parasitar o ser
humano se for ingerida a carne do peixe crua ou mal cozida, este parasita
desenvolve a maturidade sexual no trato intestinal de mamíferos e pode ser
encontrado na carne de peixes frescos de água doce ou anádromos de água
salgada e os humanos podem ser hospedeiros definitivos. Entretanto, não
foram realizadas análises taxonômicas aprofundadas para averiguar se de fato,
os plerocercóides encontrados nas corvinas, são pertencentes a esta ou a
outra espécie de cestoides que possam causar algum dano, seria necessário
um estudo mais detalhado para comprovar que estes parasitas causam
prejuízos à saúde humana.
Segundo Scholz (1999) parasitas de peixes comuns em meios naturais e
cultivados. Em condições naturais, muitos deles não causam danos sérios e
morte aos indivíduos, não causando mudanças em níveis populacionais, pois a
presença de parasitas, muitas vezes não manifesta doenças em peixes.
Entretanto, enfermidades causadas por parasitas são muito mais frequentes
em culturas de peixes, que sofrem com condições artificiais e fatores de
estresse que influenciam a capacidade dos indivíduos de se protegerem contra
infecções. Em aquicultura, alguns parasitas são capazes de se reproduzir
rapidamente e parasitar uma grande quantidade de peixes, que pode levar a
uma grande perda econômica.
Segundo Burreson (2006), a presença de sanguessugas em cultivos de
peixes, deve ser motivo de preocupação, pois além de causarem danos nos
tecidos branquiais e perda de sangue, são responsáveis pela transmissão de
24
diversos patógenos como hemoflagelados, vírus, bactérias e ainda servem
como hospedeiros de vermes tremátodas, também podem ser responsáveis
por ocasionar doenças de maneira indireta, devido a zona perfurada para
extração de sangue.
Muito provavelmente, as sanguessugas e os cestoides, não estão
relacionados, pois como visto anteriormente, o meio de transmissão é
diferente. Aparentemente, ambos os parasitas não causaram danos aos peixes
pescados, pois segundo Szpilman (2000), o comprimento e peso médio das
corvinas, são respectivamente, 40 cm e 1,2 kg e proporcionalmente os valores
das corvinas coletadas (1,5 kg, 55 cm; 1,9 kg, 56 cm; 2,3 kg, 70 cm) estão
próximos dos da literatura, de modo que provavelmente estavam saudáveis.
Acredita-se que, por terem sido coletadas em ambiente natural, os
parasitas e hospedeiros, estavam em equilíbrio, de modo que não causavam
sérios danos as corvinas. O único problema, seria talvez o aspecto repugnante
que os cestoides causam ao se observar os tecidos internos dos peixes.
25
Conclusão
Observou se ausência de macro ectoparasitas nas pescadas e a
prevalência relativamente alta (33,11%) de sanguessugas nas corvinas. Estes
dados podem estar associados aos diferentes hábitos de vida dos peixes e a
salinidade do local onde os espécimes foram capturados, o ciclo de vida dos
mesmos e os mecanismos de sobrevivência dos parasitas.
Um maior esforço de coleta seria importante para proporcionar dados
quantitativos e qualitativos mais aprofundados para poder verificar se de fato,
os parasitas poderiam causar sérios danos aos peixes analisados.
Essas relações podem ser muito importantes para a aquicultura no
Brasil, pois como mencionado por Scholz, (1999) parasitas podem servir como
bioindicadores da qualidade da água para estudos populacionais, além de
possivelmente causarem doenças ao ser humano.
Por conta da pressão nos estoques pesqueiros, a aquicultura poderia ser
um meio sustentável para diminuir os efeitos negativos em meio ecológico,
porém seria necessário uma expansão neste campo de pesquisas.
26
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31
Estou ciente do conteúdo do Trabalho de Conclusão de Curso “Identificação e
prevalência de macro parasitas encontrados em corvinas, Micropogonias furnieri
(Desmarest, 1823) e pescadas brancas, Cynoscion leiarchus (Cuvier, 1830)
oriundas da pesca artesanal realizada no estado de São Paulo”
Profª Drª Paola Lupianhes Dall'Occo – Universidade Presbiteriana Mackenzie
Marcelo Horikoshi Candido da Silva – 3115249-1
Trabalho a ser apresentado em Novembro de 2014.