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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE INSTITUTO DE ARTE E COMUNICAÇÃO SOCIAL PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO MESTRADO EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO ANA CLAUDIA FELIPE DA SILVA ÁLBUNS DE FAMÍLIA: UM ESTUDO SOBRE AS SUAS CARACTERÍSTICAS COMO REGISTRO PRIVADO E ACESSO PÚBLICO NAS UNIDADES DE MEMÓRIA E INFORMAÇÃO Niterói 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

INSTITUTO DE ARTE E COMUNICAÇÃO SOCIAL

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO

MESTRADO EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO

ANA CLAUDIA FELIPE DA SILVA

ÁLBUNS DE FAMÍLIA: UM ESTUDO SOBRE AS SUAS CARACTERÍSTICAS COMO

REGISTRO PRIVADO E ACESSO PÚBLICO NAS UNIDADES DE MEMÓRIA E

INFORMAÇÃO

Niterói

2016

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ANA CLAUDIA FELIPE DA SILVA

ÁLBUNS DE FAMÍLIA: UM ESTUDO SOBRE AS SUAS CARACTERÍSTICAS COMO

REGISTRO PRIVADO E ACESSO PÚBLICO NAS UNIDADES DE MEMÓRIA E

INFORMAÇÃO

Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado

em Ciência da Informação da Universidade

Federal Fluminense como requisito parcial

para obtenção do título de Mestre em Ciência

da Informação.

Linha de Pesquisa: Fluxos e Mediações Sócio-

Técnicas da Informação

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Rosa Inês de Novais

Cordeiro

Niterói

2016

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S586

Silva, Ana Claudia Felipe da.

Álbum de família: um estudo sobre as suas características como registro privado e

acesso público nas unidades de memória e informação / Ana Claudia Felipe da Silva. –

2016.

121 f.: il.

Orientadora: Rosa Inês de Novais Cordeiro.

Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal Fluminense, Instituto de Arte e

Comunicação Social.

Bibliografia: f. 88-92.

Acompanha 1 CD-ROM.

1. Álbum de família. 2. Memória familiar.3. Arquivo de família. 4. Retratos de

família. 5. Fotografia de família. 6. Descrição e representação documentária. 7.

Organização da informação. I. Cordeiro, Rosa Inês de Novais. II. Universidade Federal

Fluminense. Instituto de Arte e Comunicação Social. III. Título.

CDD 025.17

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ANA CLAUDIA FELIPE DA SILVA

ÁLBUNS DE FAMÍLIA: UM ESTUDO SOBRE AS SUAS CARACTERÍSTICAS COMO

REGISTRO PRIVADO E ACESSO PÚBLICO NAS UNIDADES DE MEMÓRIA E

INFORMAÇÃO

Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado

em Ciência da Informação da Universidade

Federal Fluminense como requisito parcial

para obtenção do título de Mestre em Ciência

da Informação.

Linha de Pesquisa: Fluxos e Mediações Sócio-

Técnicas da Informação

Aprovada em: _____/______/_______

BANCA EXAMINADORA

Profª. Drª. Rosa Inês de Novais Cordeiro (Orientadora)

Universidade Federal Fluminense – UFF

Profª. Drª. Vera Lucia Doyle Louzada de Mattos Dodebei

Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO

Profª. Drª. Sandra Lucia Rebel Gomes

Universidade Federal Fluminense – UFF

Profª. Drª. Márcia Elisa Lopes Silveira Rendeiro (Suplente externo)

Universidade Veiga de Almeida - UVA

Prof. Dr. Vitor Manoel Marques da Fonseca (Suplente interno)

Universidade Federal Fluminense - UFF

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À minha grande amiga Claudia Mara (In memoriam)

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AGRADECIMENTOS

Aos meus pais João Felipe (in memoriam) e Wanda Silva, com os seus princípios e

ensinamentos.

Às minhas filhas, Vitória e Sofia, pela paciência e principalmente por compreender as

minhas ausências.

Ao meu marido Francisco Hélio, sempre presente nos momentos de grandes

dificuldades.

Aos meus queridos irmãos, Wanderlei Felipe da Silva e Ana Cristina Felipe da Silva,

amigos e companheiros.

Aos meus colegas da turma do mestrado do curso do Programa de Pós-Graduação em

Ciência da Informação da Universidade Federal Fluminense de 2014.

Aos funcionários da secretaria do Programa de Pós-Graduação de Ciência e

Informação da Universidade Federal Fluminense.

Aos meus queridos colegas da Biblioteca do Aterrado de Volta Redonda, Rosiane

Pedro, Maria das Graças Pacheco, Renata Lemos, Ariane Franco, Larissa Vitória, João

Adalberto e Francisco Machado, que torceram pelo sucesso e conclusão dessa dissertação.

À Paula Mello, pela colaboração na fase do projeto, enriquecido pelos seus

comentários.

À Fabiana Amaral, minha inspiração profissional e acadêmica.

À minha amiga Cristiane Ferreira, que sempre compreendeu as minhas ausências e

mostrou ser uma verdadeira amiga.

Ao Joao Carlos Quintanilha, meu querido sobrinho, pelo suporte computacional.

À minha sobrinha Ana Carolina Santana, pelo carinho e pelas palavras de incentivos.

À minha cunhada Helena Santana, incluindo-me sempre em suas orações.

Aos amigos e familiares, que mesmo não comparecendo aos eventos sociais da

família, sempre se mostraram compreensivos com as minhas ausências.

Ao Sergio Miranda, supervisor da equipe de documentos iconográficos do Arquivo

Nacional, por sua ajuda fundamental para o desenvolvimento da pesquisa.

À Francisca Helena, bibliotecária do setor de iconografia da Biblioteca Nacional, pelas

informações essenciais para o desdobramento da pesquisa.

À Daniela Santos, arquivista do Museu Histórico Nacional, pelo carinho e

informações para o enriquecimento da pesquisa.

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À Regina Luz, historiadora do CPDOC/FGV, pela paciência e principalmente em

disponibilizar o seu tempo para a nossa entrevista.

À Sônia, arquivista do Instituto Histórico Geográfico Brasileiro, por estar sempre

disposta a me receber para conversarmos sobre os álbuns de família da instituição.

Ao Leandro Jacooud, arquivista da Fundação da Casa de Rui Barbosa, funcionário

atencioso e sempre à disposição para tirar todas as minhas dúvidas referentes ao acervo da

FCRB.

À Fátima Aragon, arquivista do Museu Imperial, pela sua simpatia e gentileza em me

receber em seu ambiente de trabalho.

À minha colega Amanda Antunes, pelas orações e palavras de carinho nos momentos

de grandes dificuldades.

Aos professores doutores do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação.

Aos professores doutores que aceitaram participar da banca da defesa da dissertação,

Vera Lucia Dodebei, Sandra Rebel, Vitor Fonseca, Marcia Elisa Rendeiro.

E, finalmente, a minha orientadora, professora doutora Rosa Inês de Novais Cordeiro,

pela sua paciência e generosidade, e, principalmente por não me deixar desistir do meu sonho;

sem a sua ajuda não conseguiria chegar tão longe.

A Deus, por estar sempre presente na minha vida.

Muito obrigada a todos!

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Fonte: acervo da autora

A fotografia, antes de tudo, é um testemunho. Quando se aponta a câmara para

algum objeto ou sujeito, constrói-se um significado, faz-se uma escolha, seleciona-

se um tema e conta-se uma história; cabe a nós, espectadores, o imenso desafio de

lê-las.

Ivan Lima

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RESUMO

Apresenta um estudo comparativo sobre a organização, a descrição, a representação

documentária e o acesso às informações dos álbuns de família em acervos de memória e

informação como os arquivos, bibliotecas e museus. Por meio de um referencial teórico,

expõe a discussão sobre os álbuns de família em diferentes perspectivas, apontando suas

características e sua natureza. Conceitos e fundamentos da Arquivologia, Biblioteconomia,

Ciência da Informação subsidiam a interlocução do objeto de pesquisa com essas áreas do

saber. Trata-se de uma pesquisa exploratória sobre as imagens fotográficas e itens de

informação que são anexados aos álbuns de família. Nos procedimentos metodológicos,

realizam-se pesquisa bibliográfica, pesquisa de campo e levantamento de conceitos e

principais categorias recorrentes na literatura de álbuns de família. Elas são comparadas às

categorias estabelecidas na representação documentária dos álbuns de família nos acervos das

unidades de memória e informação. A pesquisa procura oferecer indicativos para estudos

posteriores no que tange a representação documentária dos álbuns de família em acervos de

memória e informação.

Palavras-chave: Álbuns de família. Memória familiar. Arquivo de família. Retratos de

família. Fotografia de família. Descrição e representação documentária. Organização da

informação.

.

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ABSTRACT

This research presents a comparative study on the organization, the description, the

documentary representation and the access to family albums information in memory and

information holdings from archives, libraries and museums. Through a theoretical framework,

it exposes the discussion about family albums in different perspectives, pointing its

characteristics and its nature. Concepts and foundations of archival science, librarianship,

information science subsidize the interaction of the research object with these areas of

knowledge. This is an exploratory research about photographic images and items of

information attached to family albums. Concerning methodological procedures, a

bibliographical research, a field research and a survey of concepts and the main family albums

literature recurring categories are done. These are compared with the categories established in

the documentary representation of family albums in memory and information units. The

research seeks to provide indications for subsequent studies regarding the documentary

representation of family albums in memory and information holdings.

Keywords: Family albums. Family memory. Family archive. Family portraits. Family

pictures. Documentary description and representation. Information organization.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Carte de visite de Pamphila Cavalcanti de Queiroz Monteiro..................... 29

Figura 2 – Carte de visite da Família Silva Barroca...................................................... 29

Figura 3 - Carte de visite de Sebastião Antônio Accioly Lins..................................... 30

Figura 4 – Carte de visite de Cândida Ernestina de Sá e Albuquerque, Viscondessa

de Guararapes ..................................................................................................................

30

Figura 5 – Álbum da família Frothingham (1).............................................................. 31

Figura 6 – Álbum da família Frothingham (2)............................................................... 31

Figura 7 – Primeira câmara fotográfica Kodak.............................................................. 32

Figura 8 – Imagens do Facebook da autora .................................................................. 47

Figura 9 – Álbum da família de D. Vicentina Goulart.................................................. 63

Figura 10 - Álbum da família Lynch............................................................................. 64

Figura 11 - Álbum da família de D. Alzira Vargas........................................................ 66

Figura 12 - Álbum da família Lucia Sanson.................................................................. 67

Figura 13 - Álbum da família de Américo Jacobina Lacombe....................................... 68

Figura 14 - Álbum da família de Francisco I.................................................................. 69

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Categoria – Atuantes (Personagens)........................................................... 81

Gráfico 2 – Categoria – Cenários................................................................................... 81

Gráfico 3 – Categoria – Regiões.................................................................................... 82

Gráfico 4 – Categoria – Atuantes inanimados (Objetos)............................................... 82

Gráfico 5 – Categoria – Ritos de passagem.................................................................... 83

Gráfico 6 – Categoria – Objetos preferidos ................................................................... 83

Gráfico 7 – Categoria – Objetos encontrados nos álbuns.............................................. 84

Gráfico 8 – Categorias – Gerações e Gênero................................................................. 84

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Teorias focadas nas questões da representação dos documentos................ 26

Quadro 2 – Relação de usuários versus necessidades de informação.......................... 51

Quadro 3 – Conceitos das categorias definidas por Armando Silva (2008)................... 60

Quadro 4 – Principais categorias e subcategorias identificadas na literatura de álbuns

de família ........................................................................................................................

61

Quadro 5 – Aquisição e seleção dos álbuns de família.................................................. 70

Quadro 6 – Conservação e restauração dos álbuns de família....................................... 71

Quadro 7 – Descrição e representação dos álbuns de família........................................ 72

Quadro 8 – Tipos de álbuns de família........................................................................... 73

Quadro 9 – Acesso aos álbuns de família....................................................................... 74

Quadro 10 - Resultado do processo de categorização da literatura versus acervos das

unidades de memória e informação................................................................................

76

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AACR Anglo American Cataloguing Rules

AN Arquivo Nacional

BN Biblioteca Nacional

BRAPCI Base de Dados Referenciais de Artigos de Periódicos em Ciência da

Informação

CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

CODAC Coordenação de Documentos Audiovisuais e Cartográficos

CONARQ Conselho Nacional de Arquivos

CPDOC Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil

DICOP Divisão de Controle e Patrimônio

FCRB Fundação Casa de Rui Barbosa

FGV Fundação Getúlio Vargas

IBICT Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

IBRAN Instituto Brasileiro de Museus

ICOM International Council of Museums

IFLA International Federation of Library Associations

IHGB Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro

IPHAN Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional

LACOR Laboratório de Conservação e Restauração

LC Library of Congress

MHN Museu Histórico Nacional

MN Museu Nacional

NOBRADE Norma Brasileira de Descrição Arquivistica

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PRODASEN Centro de Informática e Processamento de Dados do Senado Federal

SEP Serviço de Preservação da Fundação Casa de Rui Barbosa

SIAN Sistema de Informações do Arquivo Nacional

SciELO Scientific Electronic Library Online

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ……………………………………………………….…………… 16

2 MARCO TEÓRICO-CONCEITUAL……………………………….……………. 22

3 O OBJETO DE ESTUDO: O ÁLBUM DE FAMÍLIA…………..……………… 29

3.1 O ÁLBUM DE FAMÍLIA E A MEMÓRIA FAMILIAR………………………….. 39

3.2 O ÁLBUM DE FAMÍLIA DIGITAL…………….…………………………………. 43

4 O ÁLBUM DE FAMÍLIA NO CONTEXTO INSTITUCIONAL: ARQUIVOS,

BIBLIOTECAS E MUSEUS ………………………………….......………...……..

48

4.1 ARQUIVOS ……………………………………….……….........………………… 48

4.2 BIBLIOTECAS………………………………..…..……….........………………… 50

4.3 MUSEUS……………………………………………………...............…………… 52

5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ………………...……………...……. 57

5.1 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA………………………...…………………………… 57

5.2 PESQUISA DE CAMPO ……………………………………………………...……. 59

5.3 PRINCIPAIS CATEGORIAS E CONCEITOS IDENTIFICADOS NA

LITERATURA SOBRE ÁLBUNS DE FAMÍLIA .....................................................

59

5.4 PRINCIPAIS CATEGORIAS IDENTIFICADAS NA REPRESENTAÇÃO

DOCUMENTÁRIA DOS ÁLBUNS DE FAMÍLIA NOS ACERVOS ......................

62

5.4.1 Arquivo Nacional…………………………………………………………………… 62

5.4.2 Biblioteca Nacional…………………………………………………………………. 64

5.4.3 Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil…... 65

5.4.4 Fundação Casa de Rui Barbosa…………………………………………………… 66

5.4.5 Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro……………………………………...... 67

5.4.6 Museu Histórico Nacional………………………………………………………….. 68

6 ANÁLISE DOS RESULTADOS ………………………………………………….. 70

6.1 ORGANIZAÇÃO, DESCRIÇÃO, REPRESENTAÇÃO DOCUMENTÁRIA E

ACESSO AOS ÁLBUNS DE FAMÍLIA....................................................................

70

6.2 CATEGORIAS DA LITERATURA NA REPRESENTAÇÃO DOCUMENTÁRIA

DOS ÁLBUNS DE FAMÍLIA NOS ACERVOS ......................................................

76

6.2.1 Arquivo Nacional…………………………………………………………………… 77

6.2.2 Biblioteca Nacional………………………………………………………………… 77

6.2.3 Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil…. 78

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6.2.4 Fundação Casa de Rui Barbosa…………………..……………………………….. 78

6.2.5 Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro……….…………………………….. 79

6.2.6 Museu Histórico Nacional.......................………………………………………….. 79

6.3 DISCUSSÃO................................................................................................................ 79

7 CONCLUSÃO................................................…………………………..………….. 85

REFERÊNCIAS………………………………………………………..……………….....…. 88

APÊNDICE A - Entrevista semiestruturada aplicada aos gestores das unidades de memória

e informação....................................................................................................

93

ANEXO A - Resultado da busca dos álbuns de família de Mario Lago e de D. Vicentina

Goulart no Arquivo Nacional........................................................................

96

ANEXO B - Resultado da busca do álbum da Família Lynch na Biblioteca Nacional ..... 103

ANEXO C - Resultado da busca do álbum de família de D. Alzira Vargas e de Lucas

Lopes no Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea

do Brasil..........................................................................................................

106

ANEXO D - Resultado da busca do álbum da família de Lucia Sanson na Fundação

Casa de Rui Barbosa .....................................................................................

110

ANEXO E - Materiais de conservação e preservação dos álbuns de família da Fundação

Casa de Rui Barbosa………...........................................................................

112

ANEXO F - Resultado da busca dos álbuns de família de Américo Jacobina Lacombe e

de Jackson de Figueiredo Martins no Instituto Histórico e Geográfico

Brasileiro..........................................................................................................

113

ANEXO G - Planilha de tratamento arquivistico de iconografia do Museu Histórico

Nacional……………………………………………………………………

115

ANEXO H - Materiais de conservação e preservação dos álbuns de família do Museu

Histórico Nacional….......................................................................................

117

ANEXO I - Ficha catalográfica do álbum de família de Francisco I no Museu Histórico

Nacional...........................................................................................................

118

ANEXO J - Fichas catalográficas do álbum da Família Imperial no Museu Histórico

Nacional……………………………………......…….…..............................

119

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1 INTRODUÇÃO

A presente pesquisa visa analisar os álbuns de família e suas particularidades como

fonte de informação da história e acervo familiar constituído no espaço privado da família.

Em um segundo momento, os álbuns de família são vistos na esfera do acesso público no

âmbito das unidades de memória e informação, quando são examinados quanto à sua

organização, processamento técnico (descrição e representação documentária) e acesso para a

sociedade.

De acordo com Langford (2005), os primeiros álbuns surgiram por volta de 1830 a

1840, como cadernos de experimentos mantidos por pesquisadores. Esses álbuns evoluíram

para guardar os cartes de visite de pessoas famosas que era comum na época as famílias

burguesas distribuírem entre amigos e parentes. Os álbuns tornaram-se mais acessíveis

quando essas fotografias tornaram-se “objetos colecionáveis”; logo os álbuns surgiram para

preservar e apresentar essas coleções. Com o tempo, os estúdios começaram a desenvolver

cartões maiores, os cartões cabinet, o que levou o mercado a desenvolver álbuns de diversos

formatos para atender a essa nova demanda.

Esses álbuns evoluíram para os álbuns de família, que, desde a sua origem, sempre

buscaram registrar momentos especiais e singulares por meio de fotos e objetos de

determinado grupo familiar. Os álbuns expõem as origens, registram momentos das vidas e

possuem histórias para serem narradas. Barros e Strozenberg (1992) relatam a importância da

presença de um guardião da família para transmitir a história dela aos seus descendentes;

geralmente esses guardiões são representados pela figura da mulher.

Silva (2008) declara que o álbum é constituído de cenas de um grupo familiar ou não,

mas que de alguma forma tem relação com um dos seus membros. O autor afirma que o

álbum mostra a intimidade de uma família por meio de seus ritos e poses.

Esse arquivo pessoal pode revelar fatos surpreendentes, não só referentes à

organização familiar, mas também da sociedade.

As imagens fotográficas e itens incluídos nos álbuns de família são uma fonte de

informação de grande relevância para a memória individual e coletiva, uma vez que, por meio

das imagens representadas neles, é possível reconstruir a trajetória e a cultura de um

determinado período da história.

Procurou-se verificar como esses álbuns são constituídos, pois não são formados

exclusivamente por fotografias; fazem parte desse documento outros tipos de objetos e itens,

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também visuais, que são anexados a ele, como mechas de cabelo, gotas de sangue, pedaços de

unhas, folhas secas, cartões postais e recortes de jornais, entre outros, e os quais foram

denominados por Silva (2008, p.11, 18 e 64) como “restos” das famílias. Para este autor, o álbum

de família é um “livro aberto, não só porque está disposto a receber o que vier no futuro, mas

porque nele entram diferentes objetos, da mais variada natureza, que se mesclam as fotos”.

Entretanto, cabe ressaltar que a fotografia é o elemento predominante nos álbuns.

Este estudo é uma pesquisa exploratória sobre as imagens fotográficas e os itens de

informação que são anexados ao álbum de família.

Vale observar que, desde o seu surgimento, os proprietários dos álbuns de família

sempre buscaram guardar imagens e objetos de alguns ritos familiares, a fim de eternizar

esses momentos e possibilitar o seu uso para a posteridade.

A partir da literatura pesquisada, verificou-se que, a partir do século XX, após a

segunda guerra, com o advento de novas tecnologias e a origem das máquinas fotográficas

domésticas, os pesquisadores passaram a ter um interesse maior nesses arquivos pessoais;

vários estudiosos vêm dedicando atenção especial a esse objeto de estudo. Esse fato nos levou

a identificar a importância de uma análise criteriosa desse documento.

Ao longo da pesquisa, foi possível verificar que os álbuns de família, no espaço

privado, têm valor sentimental imensurável, são considerados verdadeiros tesouros, diferente

de quando armazenados em arquivos, bibliotecas e museus. O acesso a esses documentos

pessoais não é tarefa fácil; os álbuns somente são doados por algum membro da família após

o falecimento do seu proprietário.

O “álbum de família” encontra-se em três tipos de unidades de memória e informação:

no arquivo, na biblioteca e no museu; logo, observou-se a necessidade de investigar como é

realizada a sua organização física, a sua descrição e representação e como se dá o seu acesso

nessas unidades.

Ao fazer um estudo comparativo nos acervos dessas instituições, foi possível pontuar

as diferenças e as semelhanças das metodologias utilizadas no processamento técnico do

álbum de família em cada uma delas. Em consequência, destacamos a importância deste

estudo para refletir sobre a organização, o processamento técnico e o acesso a esses registros.

Nesse contexto, a presente proposta está aliada aos preceitos da Ciência da

Informação, pois discorre sobre as fotografias dos álbuns de família como documento social1

1 “As fotografias são consideradas verdadeiros documentos sociais por conter informações que se referem às

atividades políticas, sociais, cientificas e culturais” (GASTAMINZA, 1999, p. 14).

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que merece ser tratado e organizado. O álbum de família oferece importantes contribuições à

história da sociedade, pois informa sobre os hábitos das pessoas que marcaram uma geração;

sendo assim, procurou-se compreender como esses documentos são organizados e

preservados nessas unidades de memória e informação e explicitar os critérios e instrumentos

utilizados na sua representação.

Esses documentos possuem princípios de um discurso histórico, e, diante disso, esse

acervo de memória familiar deve ser disponibilizado e analisado pelos profissionais da

informação, ou melhor, são fontes históricas que devem ser tratadas e disponibilizadas à

comunidade científica e à sociedade.

É importante destacar que o objeto de pesquisa, no que diz respeito à sua investigação,

é tema de estudo das áreas de Arquivologia, Biblioteconomia, Museologia e Ciência da

Informação: é um documento de natureza arquivística quanto à sua produção e pode ser

classificado como documento de família que faz parte do conjunto documental dos arquivos

pessoais.

Esses documentos integram os acervos das unidades de informação, principalmente

por doações de famílias públicas ou não. O álbum de família é inserido no acervo conforme a

política de avaliação e organização do acervo pela instituição.

A pesquisa visou identificar a organização, a descrição, a representação documentária

e o acesso aos álbuns por meio de um estudo comparativo no que tange à sua organização

física e a seu processamento técnico e acesso. Foram analisadas as seguintes atividades

desenvolvidas pelos profissionais da informação: catalogação, classificação e indexação,

considerando a natureza das áreas da Arquivologia, Biblioteconomia e Museologia.

Esta investigação está aliada aos preceitos da Ciência da Informação, principalmente

por se tratar da organização da informação e da construção da memória social, visto que a

informação imagética do álbum de família está carregada de informações, pois se referem à

história e à cultura de uma sociedade de determinado período da história, e essas informações

são fundamentais para que possamos entender nosso presente e deixar registros para o futuro.

Para Guimarães (2009), a organização da informação pode ser entendida como um

conjunto de procedimentos variáveis, dependendo do contexto e da finalidade em que ela está

inserida. Dessa forma, a organização e a representação dos álbuns de família podem variar de

acordo com o domínio ao qual pertence.

No que concerne à organização e o acesso aos álbuns de família, esta pesquisa tem

relação relevante e singular com a história e a memória da sociedade, afirmando a sua

importância como objeto de estudo.

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É importante ressaltar que a organização e a representação documentária do nosso

objeto de estudo amparam-se nos fundamentos da Arquivologia, Biblioteconomia,

Museologia e Ciência da Informação, pois o álbum de família é localizado nas unidades de

memória e informação regidas pelas áreas citadas, mas, parece-nos, com objetivos distintos.

Em relação às características e às especificidades dos álbuns de família, foram

utilizados basicamente os trabalhos desenvolvidos pelos pesquisadores Armando Silva

(2008), Miriam Leite (2001), Myriam Moraes Lins de Barros e Ilana Strozenberg (1992).

No âmbito da metodologia da pesquisa, no que tange ao processo de categorização,

foram analisadas as obras de Minayo (2008) e Selltiz et al. (1965).

O referencial teórico foi constituído por um conjunto de conceitos e terminologias das

áreas da Arquivologia, Biblioteconomia, Museologia, Antropologia, História e Sociologia.

Sendo assim, ao definirmos o problema de pesquisa, fez-se necessário indicar os

critérios utilizados por cada instituição no que concerne à organização, descrição e

representação e ao acesso a esse documento, tendo em vista que esses registros são

constituídos com fundamentos teóricos de áreas específicas.

Um estudo desse objeto de pesquisa poderá corroborar para o reconhecimento de

novas possibilidades de análise e representação da informação, com o objetivo de ampliar a

discussão sobre descrição, representação documentária, recuperação e acesso da informação

dos álbuns de família.

O objetivo principal da pesquisa foi conhecer os álbuns de família e apresentar os

princípios que são aplicados na sua organização, processamento técnico, descrição,

representação documentária e o acesso aos acervos do Arquivo Nacional (AN), da Biblioteca

Nacional (BN), do Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil

da Fundação Getúlio Vargas (CPDOC/FGV), da Fundação Casa de Rui Barbosa (FCRB), do

Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) e do Museu Histórico Nacional (MHN)e

verificar se as categorias extraídas da literatura dos álbuns de família estão presentes na

representação documentária (termos de indexação ou resumos2) dos acervos das instituições

mencionadas.

A fim de atingirmos o nosso objetivo principal, procurou-se:

2 No CPDOC os termos de indexação não estavam disponíveis na ambiente web, assim a análise foi realizada

nos resumos disponibilizados eletronicamente.

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Compreender o contexto de produção e a natureza dos álbuns de família, bem como as

suas características e particularidades;

Estudar os principais fundamentos das áreas da Arquivologia, Biblioteconomia e

Museologia, considerando a interlocução com o objeto de estudo;

Explicitar e contextualizar a descrição, a representação documentária e o acesso aos

álbuns de família em acervos de memória familiar das unidades de memória e

informação;

Levantar os conceitos e as principais categorias de análise recorrentes na literatura de

álbuns de família;

Comparar as categorias levantadas na literatura de álbuns de família com as categorias

estabelecidas na representação documentária dos álbuns de família nos acervos das

unidades de memória e informação.

Para tratar essas questões, estruturamos este trabalho em sete seções.

Após o texto introdutório, na seção 2, iniciamos com a apresentação do “Marco

teórico conceitual”; abarcamos a literatura da Memória, História e Antropologia, no que

concerne aos fundamentos dos álbuns de família; no âmbito da Arquivologia,

Biblioteconomia, Museologia e Ciência da Informação, buscamos na literatura fontes que

discorressem sobre a organização, representação e acesso à informação. Esse subsídio teórico

foi fundamental para o desenvolvimento da pesquisa.

A seguir, na seção 3, relatamos as características e as especificidades do nosso objeto

de estudo, constituído no espaço privado da família.

Na seção 4, apontamos o álbum de família no contexto institucional e a sua

interlocução com o arquivo, a biblioteca e o museu.

Na seção 5, são indicados os procedimentos metodológicos da pesquisa, assim

definidos: a) Subseção 5.1, pesquisa bibliográfica; b) Subseção 5.2, pesquisa de campo; c)

Subseção 5.3, principais categorias e conceitos identificados na literatura sobre álbuns de

família; d) Subseção 5.4, principais categorias identificadas na representação documentária

dos álbuns de família nos acervos.

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A seção 6 apresenta a análise e os resultados da pesquisa, assim dispostos: a) Subseção

6.1, organização, descrição, representação documentária e o acesso aos álbuns de família nas

unidades de memória e informação; b) Subseção 6.2, categorias da literatura na representação

documentária dos álbuns de família nos acervos; c) Subseção 6.3, discussão.

Finalmente, na seção 7, estão a conclusão e recomendações para futuras pesquisas.

Após as seções, são expostos os elementos pós-textuais do trabalho: as referências, os

apêndices e os anexos.

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2 MARCO TEÓRICO - CONCEITUAL

Para a construção do referencial teórico desta pesquisa, foram selecionados estudos

que aprofundam a discussão sobre os álbuns de família em suas diferentes perspectivas,

apontando para sua natureza, características e dimensão social. Soma-se a isso a literatura que

fundamenta os princípios para a organização, o processamento técnico e o acesso aos

documentos nos arquivos, nas bibliotecas, nos museus, tendo em vista compreender a

formação desses acervos e sua relação com os álbuns de família.

No que tange à Ciência da Informação, durante a pesquisa foram identificados os

conceitos representativos da área para a organização dos álbuns de família e ampliação da

discussão sobre memória familiar.

A fim de fundamentar o estudo quanto à análise das fotografias do álbum de família e

suas categorias, foram utilizadas as seguintes obras: de Armando Silva, O álbum de família: a

imagem de nós mesmos, de 2008; de Miriam Moreira Leite, Retratos de família, de 2001; de

Myriam Moraes Lins de Barros e Ilana Strozenberg, Álbuns de família, de 1992.

Armando Silva, pesquisador colombiano, propõe um estudo da fotografia familiar

como parâmetro para análise de um grupo familiar. Na sua opinião,

o álbum de família é construído por um ou vários membros ou contado por um ou

vários familiares. Nele entram cenas da vida familiar ou alheias a ela, mas que de

algum modo, têm correlação com algum de seus membros, os quais em sua condição

de autoridade, resolveram não só bater a foto, mas especialmente colocá-la no livro

de sua propriedade e criação coletiva (SILVA, 2008, p. 24-25).

Silva (2008, p. 21) esclarece que fazem parte desse documento outros membros

escolhidos pelo proprietário do álbum. O autor nomeia de família conexa as pessoas que

“convivem em lares transitórios, mães ou pais com filhos de outros casamentos ou de origens

diversas, que ocasionalmente dividem o mesmo teto ou algum tipo de reunião”.

Outra importante contribuição de Armando Silva se dá quando relata os tipos de

álbuns que podem ser localizados no universo familiar, como “Fotos em caixas ou fotos

misturadas – álbuns desordenados, mas como indícios de um tipo de arquivo, sem nenhuma

classificação técnica ou pretensão de livro” (SILVA, 2008, p. 44).

Segundo Silva (2008, p. 64), “aquilo que culturalmente chamamos de álbum familiar

costuma ser ainda outra coisa, e não apenas um arquivo de fotos. Nele incluem-se outros

objetos, também visuais, mas nem sempre de natureza fotográfica”. Como foi citado,

podemos encontrar diversos tipos de objetos anexados aos álbuns de família: cartas, recortes

de jornais, cartões postais e mechas de cabelo, dentre outros. Por meio dessas imagens

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fotográficas e objetos, o álbum tem como objetivo narrar histórias de uma determinada

família.

Silva (2008, p. 147) comenta que os antropólogos chamam de rito de passagem “tudo

aquilo que constitui um movimento preliminar de transição de um estado para outro.

Diferentes cerimoniais que vão se tornando constantes com o passar do tempo na vida social”.

Nesse sentido, podemos mencionar que o álbum conta histórias por meio dos ritos familiares,

a família escolhe o tema e as fotos que irão fazer parte dessa narrativa, ou seja, as reuniões ou

eventos familiares, a festa de quinze anos da filha, o batizado, o casamento, a primeira

comunhão, o aniversário, o noivado, entre outros.

O proprietário do álbum de família insere imagens de diversos eventos no álbum com

o objetivo de resgatar esses momentos para que possa eternizá-los. Nesse sentido, para Silva

(2008),

quando a família abre o álbum para contá-lo, reinstala ali mesmo seu imaginário de

eternidade, evocando o tempo passado em um presente contínuo; como se estivesse

ocorrendo agora, sem intervalo entre o antes e o presente. Quando o fecha, retorna à

máxima irrevogável e à única verdade possível: todo o tempo passado está perdido

para sempre (SILVA, 2008, p. 39).

Por se tratar de um documento repleto de informações relevantes para a história e para

a memória individual e coletiva, faz-se necessário um estudo apurado desse objeto de

pesquisa.

Para Leite (2001, p. 143), as fotografias do álbum de família são um importante

“recurso de documentação, de análise, como meio de recuperação, retenção e transmissão de

conhecimento”. Cabe destacar, diante de tal afirmativa, a importância da análise e reflexão

dos seus itens. Assim, mesmo que esses documentos estejam organizados e descritos, é

fundamental analisar os procedimentos e metodologias utilizadas na organização dos álbuns

de família.

Leite (2001, p. 143-144) descreve sua preocupação no que se refere à análise da

fotografia: “a fotografia pode ser uma reprodução de um recorte de alguma coisa existente,

mas frequentemente é mais a reprodução do que o retratado e o fotógrafo quiseram que ela

fosse”. Segundo Silva (2008), é preciso identificar na imagem da fotografia do álbum além

daquilo que não está fotografado; Leite (2001) propõe buscar nas imagens fotográficas do

álbum de família características que vão além de uma comunicação aparente.

Leite (2001) contribui com a seguinte afirmativa:

A fotografia é utilizada para reforçar a integração do grupo familiar, reafirmando o

sentimento que tem de si e de sua unidade, tanto tirar as fotografias, como conservá-

las ou contemplá-las emprestam à fotografia de família o teor de ritual de culto

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doméstico, em que a família pode ser estudada como sujeito e como objeto (LEITE,

2001, p. 87).

Convém observar que a fotografia familiar, além de apresentar um rico material de

memória familiar, permite uma vasta leitura de informações sobre a cultura e o

comportamento de uma determinada época da sociedade.

Barros e Strozenberg (1992, p. 19) fazem a seguinte contribuição: “a imagem

fotográfica representa, para nós, o mais fiel dos registros, o mais inquestionável dos

documentos”. Dessa forma, é possível discorrer sobre esse objeto e fazer uma análise apurada

sobre o processamento técnico desse documento presente nas bibliotecas, nos arquivos e nos

museus.

Para Barros e Strozenberg (1992), a análise da fotografia familiar permite observar

como um grupo social representa as suas experiências e as classifica a partir do momento em

que selecionam o que vai ser fotografado e o que irá fazer parte desse documento.

Entre os objetos, as cartas, os mil e um guardados que preservamos, com maior ou

menor cuidado, mas dos quais relutamos em nos desfazer – relíquias que são de

nossa própria história, as fotografias de família são talvez o nosso mais precioso e

definitivo documento de identidade (BARROS; STROZENBERG, 1992, p. 36).

De acordo com as autoras, é pertinente revelar que o álbum de família possui uma

história; portanto é necessário um narrador para apontar e identificar os personagens e as

paisagens que fazem parte dessa história: são os guardiões da memória familiar. Segundo

Barros e Strozenberg (1992),

Ser o guardião de fotografias de família é, portanto obrigatoriamente, ser o guardião

da memória familiar, seu narrador privilegiado. Aquele que, reunindo as pistas e

fragmentos das imagens faz e refaz a história que a torna sempre presente e viva,

transmitindo-a aos filhos, sobrinhos, netos, garantindo a sua continuidade através

das gerações (BARROS; STROZENBERG 1992, p. 83).

Durante a análise do material, o profissional deve estar atento ao seu conteúdo, pois,

como já foi descrito, a imagem fotográfica mostra além daquilo que podemos ver e informa o

contexto de produção. Assim, o processamento técnico do álbum de família visando à sua

organização e ao seu acesso, vai necessitar de uma análise criteriosa e fundamentada do

profissional da informação.

O nosso objeto de estudo no que se refere à análise dos álbuns de família possui

relação interdisciplinar com a Arquivologia, a Biblioteconomia e a Museologia. Portanto, este

estudo vai proporcionar uma ampla discussão sobre a representação e a recuperação da

informação do documento nesses domínios do saber.

Segundo Araújo (2014), foram criados entre os séculos XVI e XVII manuais e

normas para atender às instituições responsáveis pela guarda, preservação e conservação

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física dos documentos, pois já havia preocupação em resguardar esses documentos para as

gerações futuras. Conforme esse autor, nesse período, ainda não se aplicavam técnicas

arquivísticas, biblioteconômicas ou museológicas, apenas alguns procedimentos eram

aplicados sem qualquer tipo de compromisso técnico. Para Araújo (2014), somente após a

Revolução Francesa, quando ocorreram grandes transformações na política, na economia e no

direito, surgiram novos conceitos teóricos para esse tema.

Diante de tais transformações, Araújo (2014, p. 12) descreve que “o marco desse

processo foi a fundação, em 1800, nos Estados Unidos, da Library of Congress; em 1790, na

França, a criação dos Archives Nationales, o primeiro Arquivo Nacional do mundo, […] a

criação, em 1793, do Musée du Louvre”. O autor afirma que a partir desse período os

arquivos, as bibliotecas e os museus passaram a ser considerados ambientes de interesse de

vários pesquisadores.

De acordo com Araújo (2014), por volta do século XX, com o aumento da produção

científica, houve uma grande transformação no cenário dos arquivos, das bibliotecas, e dos

museus. O autor menciona que, “em meio a tudo isso, surgiu, em meados do século XX, a

Ciência da Informação, com uma proposta de cientificidade capaz de acolher e potencializar

os diferentes aspectos ressaltados pela produção teórica da Arquivologia, Biblioteconomia e

Museologia” (ARAÚJO, 2014, p. 17).

É oportuno frisar que desde as origens dos arquivos, das bibliotecas e dos museus já

existia a preocupação com o acesso e a representação das obras. Para Araújo (2014, p. 73), o

objetivo era “inventariá-las para fins de controle e guarda, catalogá-las e classificá-las para

fins de recuperação, descrevê-las para facilitar o acesso e o uso”, o que levou profissionais da

área da informação a desenvolver vários estudos a fim de alcançar esses objetivos.

Nessa direção, ainda Araújo (2014) menciona que na área da Arquivologia surgiram

vários estudos referentes à descrição e à organização dos documentos arquivísticos. Na

Biblioteconomia, foram criados vários instrumentos internacionais de formato de registros de

dados bibliográficos; ele cita como exemplo o controle de autoridade, os pontos de acesso e as

remissivas para vários tipos de documentos. Já na Museologia, várias teorias foram

desenvolvidas; esses estudos tinham como objetivo questionar o processo de representação

dos documentos museológicos.

Apresentaremos a seguir uma síntese das teorias de representação dos documentos

presentes na literatura nas três áreas do saber.

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Quadro 1: Teorias focadas nas questões da representação dos documentos

ARQUIVOLOGIA

Record Group, 1941

Critérios para descrição: ICA, 1964

Manuais de Matilla Tascón, Tanódi

Teoria estruturalista de Laroche

Diplomática: Duchein, Lodolini, Duranti

Normas de descrição: ISAD (G) e ISAAR (CPF)

BIBLIOTECONOMIA

Catalogação:IFLA, AACR, ISBD, OCLC, FRBR

Classificação bibliográfica: Dewey, Cutter, Otlet

Teoria da Classificação Facetada: Ranganathan, CRG

Teoria do conceito

Linguagens de indexação

MUSEOLOGIA

Documentação museológica: Taylor, Schnapper, Roberts

Práticas de significação: Semedo, Lorente, Duncan

Cultural Studies: Hooper-Greenhill, Pearce

Representação e evolução: Bennett

Iniciativas práticas

FFonte: Araújo (2014, p. 83).

Percebe-se que a preocupação no processo de representação dos documentos é uma

questão atuante nas três áreas representadas, pois verificou-se que vários estudos foram

desenvolvidos para atingir esse fim. Sendo assim, a prioridade sempre foi a descrição,

representação e o acesso à informação, independente do seu domínio.

Um dos objetivos da presente pesquisa foi discorrer sobre a representação

documentária e o acesso aos álbuns de família. Portanto, conforme foi apresentado, cada área

possui sua fundamentação teórica, suas técnicas e peculiaridades, porém com os mesmos

objetivos, a representação e o acesso à informação.

A pesquisa também analisou e estabeleceu o uso de categorias na representação

documentária dos álbuns de família nos acervos das unidades de memória e informação; logo,

verificou-se oportuno comentar o uso das categorias como prática e recurso teórico-

metodológico de pesquisa.

Utilizamos como recurso teórico-metodológico os procedimentos de pesquisa

utilizados por Minayo (2008) e Selltiz et al. (1965) para categorias. Esses autores dissertam

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acerca do método de estabelecimento de categorias como elemento chave para a análise e

interpretação de dados na pesquisa3.

Conforme Minayo (2008, p. 178), as categorias são “termos carregados de

significação, por meio dos quais a realidade é pensada de forma hierarquizada”. Diante dessa

perspectiva, é importante destacar que as pessoas, ao denominarem os objetos que as cercam,

estão classificando a sua realidade.

Minayo (2008) faz algumas considerações, separando as categorias em: Analíticas,

Operacionais e Empíricas.

Considero as categorias analíticas as que retêm, historicamente, as relações sociais

fundamentais para servir de base para o conhecimento de um objeto nos seus

aspectos gerais. […] ao contrário, as Categorias operacionais são construídas com

finalidade de aproximação ao objeto de pesquisa (na sua fase empírica), devendo ser

apropriadas ou construídas com a finalidade de permitir a observação e o trabalho de

campo […] Quando são construídas a posteriori, a partir da compreensão do ponto

de vista dos atores sociais, possibilitando desvendar relações específicas do grupo

em questão, são chamadas Categorias empíricas (MINAYO, 2008, p. 178-179,

grifo nosso).

Selltiz et al. (1965) ressaltam que, ao determinar as categorias que serão utilizadas na

pesquisa, é fundamental observar alguns princípios de classificação, pois, ao finalizar uma

pesquisa, observam-se várias respostas similares, e estas devem ser organizadas em um

número mínimo de categorias. Dessa forma, Selltiz et al. (1965) mencionam a importância de

considerar alguns princípios classificatórios ao estabelecer e agrupar as categorias para o

sucesso da pesquisa.

Selltiz et al. (1965, p. 458) apontam três características básicas que as categorias

devem obedecer:

1 – O jogo de categorias deve ser derivado de um único princípio de classificação;

2 – O jogo de categorias deve ser completo; isto é, deve oferecer a possibilidade de

colocar cada resposta em uma das categorias do jogo;

3 – As categorias do mencionado jogo devem ser mutuamente exclusivas; não ter a

possibilidade de colocar uma determinada resposta em mais de uma categoria da

série.

Partindo dessa premissa, Selltiz et al (1965) afirmam que um conjunto pode apresentar

mais de duas categorias, desde que as três características mencionadas sejam respeitadas.

Em relação à pesquisa, no que tange à análise do processo de categorização aplicada

na literatura sobre álbuns de família, recorreu-se aos livros de Armando Silva (2008), A

imagem de nós mesmos; de Miriam Leite (2001), Retratos de família; e de Myriam Barros e

3 É importante mencionar que desde a época de Aristóteles as categorias têm sido sujeitas às investigações

filosóficas. Lima (2004, p. 63) menciona que desde a época aristotélica “já havia a preocupação de nomear,

definir e categorizar objetos e fenômenos que fazem parte da natureza humana”.

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Ilana Strozenberg (1992), Álbum de família. Esses autores dissertam sobre as características e

a natureza dos álbuns de família e criam processos metodológicos para a análise das imagens

fotográficas e dos itens anexados aos álbuns.

Silva (2008), ao fazer a análise das imagens fotográficas e dos itens que são anexados

aos álbuns, utilizou na metodologia da sua pesquisa o processo de categorização para analisar

os resultados obtidos em seu estudo.

Leite (2001) também criou instrumentos de pesquisa para facilitar o método de leitura

das fotografias, pois as imagens necessitam de uma análise das condições internas e externas

na sua produção. Leite (2001) relata que o processo de coleta das fotografias e a tomada dos

depoimentos dos retratados e dos seus descendentes foi fundamental para compreender de

forma mais apurada as características das fotografias, ou seja, o que não estava visível. Logo,

é importante destacar que a intenção de Leite (2001) era estudar a imagem fotográfica como

fonte de documentação histórica.

Leite (2001) limitou sua pesquisa a um tipo de documentação fotográfica, os “retratos

de família”; ao reunir esse material, foi realizada uma análise do seu conteúdo, a fim de

corroborar informações pertinentes para uma melhor compreensão histórica. A autora usou o

recurso das categorias para analisar os álbuns de família dos imigrantes da cidade de São

Paulo no período de 1890 a 1930.

A pesquisa de Leite (2001) iniciou-se da seguinte maneira:

a partir da organização de um arquivo fotográfico, de 12 x 18, de retratos de família

tirados entre 1890 e 1930, que obedecerá a uma ordem cronológica dentro das

categorias: Casamento, Casais, Mães e filhos menores, Idades da mulher,

Família (uma ou mais gerações), Classe escolar, Piquenique (LEITE, 2001, p. 73,

grifo nosso).

De acordo com Leite (2001, p. 73), essas fotografias são “momentos retratáveis na

vida social de um grupo”. A autora também utilizou outras fotos de famílias tradicionais

brasileiras para servir de objeto de comparação, a fim de buscar maior aprofundamento na

leitura dessas imagens.

Barros e Strozenberg (1992) discorrem em sua obra sobre a história das fotografias

dos álbuns de família narradas pelos guardiões da memória familiar, resultado de uma

pesquisa realizada por volta dos anos 1980. Para essas autoras um simples olhar faz o

guardião do álbum reconstruir histórias.

A partir das narrativas pontuadas por Barros e Strozenberg (1992), procurou-se

identificar as principais categorias utilizadas pelas autoras ao descrever as imagens

fotográficas dos álbuns de família.

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3 O OBJETO DE ESTUDO: O ÁLBUM DE FAMÍLIA

De acordo com a literatura pesquisada, os primeiros álbuns fotográficos surgiram por

volta de 1830 a 1840, como cadernos de pesquisa ou livros de amostras; esses livros eram

organizados pelos pesquisadores para guardar os seus experimentos.

Langford (2005) relata que, com o passar dos anos, por volta de 1854 surgiram os

cartes de visite, patenteados por André Adolphe Eugène Disdéri (1819-1889), um importante

fotógrafo francês. Esses cartões eram fotografias pequenas, (impressos em albumina, com

aproximadamente 11,4cm x 6,4cm); passaram a ser encomendados em grande escala por

pessoas famosas da época e distribuídos como cartões de visita. De acordo com Langford

(2005), esse material tornou-se objeto colecionável, e o álbum, um instrumento para a

preservação e apresentação dessas coleções. A seguir, alguns cartes de visite servem para

ilustrar a presente pesquisa.

Figura 1: Carte de visite de Pamphila

Cavalcanti de Queiroz Monteiro4

Fonte: Acervo digital da Fundação Joaquim Nabuco.

Figura 2: Carte de visite da Família

Silva Barroca4

Fonte: Acervo digital da Fundação Joaquim Nabuco.

4 FUNDAÇÃO JOAQUIM NABUCO. Coleção Francisco Rodrigues. Disponível em: <

http://digitalizacao.fundaj. gov.br/fundaj2 /modules/busca/listar_projeto.php?cod=30&from=20# >. Acesso em:

23 abr. 2016.

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Figura 3: Carte de visite de Sebastião

Antônio Accioly Lins5

Fonte: Acervo digital da Fundação Joaquim

Nabuco.

Figura 4: Carte de visite de Cândida

Ernestina de Sá Albuquerque,

Viscondessa de Guararapes5

Fonte: Acervo digital da Fundação Joaquim

Nabuco.

Muaze (2006) relata que, no século XIX, era muito comum as famílias distribuírem

imagens fotográficas para parentes e amigos, a fim de manter o prestigio social da família. Os

álbuns também eram utilizados para armazenar e colecionar essas imagens.

Langford (2005) declara que os primeiros álbuns fotográficos surgiram como livros

encadernados:

Os álbuns eram como livros encadernados, com páginas divididas em faixas onde

exibiam as imagens fotográficas com segurança, além de permitir a organização das

fotos. Ter um álbum desses era como possuir uma coleção de selos ou autógrafos,

passatempos que eram comuns na época (LANGFORD, 2005, p. 2, tradução nossa).

Ainda, a autora citada afirma que os álbuns surgiram quando as fotografias tornaram-

se mais acessíveis como “lembranças e objetos colecionáveis”. Ou seja, após o surgimento

das câmaras fotográficas domésticas.

Ao dissertar sobre os álbuns de família, verificou-se que eles continuam sendo

utilizados para inserir fotos e objetos de algum momento do grupo familiar, a fim de deixar

registrada aquela data especial para que possa ser contemplada no futuro.

5 FUNDAÇÃO JOAQUIM NABUCO. Coleção Francisco Rodrigues. Disponível em:

<http://digitalizacao.fundaj. gov.br/fundaj2/modules/busca/listar_projeto.php? cod=30&from=20# >. Acesso em:

23 abr. 2016

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Esse documento é repleto de informações, tanto do grupo familiar ao qual pertence

como da sociedade. São imagens e objetos de uma determinada época, que merecem ser

analisadas por pesquisadores. É possível verificar que os álbuns de família já são objeto de

estudo de diversas áreas do conhecimento.

A seguir, apresentaremos os álbuns da família Frothingham, como modelo para

ilustrar a nossa pesquisa.

Figura 5: Álbum da família Frothingham (1)6

Fonte: © McCord Museum.

Figura 6: Álbum da família Frothingham (2)6

Fonte: © McCord Museum.

6 MUSÉE McCORD. Collections et recherche. Disponível em: < http://www.musee-

mccord.qc.ca/fr/collections/collection-de-may-et-jack-cole/>. Acesso em: 16 abr. 2016.

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Segundo Corrêa (2013), no final do século XIX, com o advento das câmaras com rolo

de filmes e o surgimento da máquina fotográfica Kodak, as fotografias se popularizaram,

ocasionando uma grande expansão das fotos domésticas. Essa câmara possuía um rolo de

filme com 100 poses, e as fotos eram reveladas em papel de 6,5cm x 6,5cm. Devido à

praticidade dessa câmara, a Kodak lançou o slogan: “Você aperta o botão e nós fazemos o

resto”.

Figura 7: Primeira câmara fotográfica Kodak7

Fonte: Focus Escola de Fotografia.

Langford (2005) esclarece que os álbuns de família estão condicionados à organização

de um grupo familiar, comenta:

Os álbuns de família servem para os mesmos fins, com ênfase na definição da

instituição social e afetiva chamada “a família”. O álbum de família pertence à

família, e une seus membros com o objetivo de contar histórias. Um álbum de

família é uma janela da vida de uma família, e é importante considerar que o álbum

foi organizado por alguém, seja pelo pai, mãe, tia ou irmão (LANGFORD, 2005, p.

4, tradução nossa).

Em História e memória, Le Goff (2003) identifica a definição dos álbuns de família

por Pierre Bourdieu:

A galeria de retratos democratizou-se e cada família tem, na pessoa do seu chefe, o

seu retratista. Fotografar as suas crianças é fazer-se historiógrafo da sua infância e

preparar-lhes, como um legado, a imagem do que foram [...]. O álbum de família

exprime a verdade da recordação social. Nada se parece menos com a busca artística

do tempo perdido que essas apresentações comentadas das fotografias de família,

ritos de integração a que a família sujeita os seus novos membros. As imagens do

passado dispostas em ordem cronológica, ‘ordem das estações’ da memória social,

evocam e transmitem a recordação dos acontecimentos que merecem ser

conservados porque o grupo vê um fator de unificação nos monumentos da sua

unidade passada ou, o que é equivalente, porque retém do seu passado as

7 FOCUS ESCOLA DE FOTOGRAFIA. Fotos incríveis tiradas com a Kodak 1: a primeira câmara popular há

125 anos. Disponível em:< http://focusfoto.com.br/fotos-incriveis-tiradas-com-a-kodak-1-a-primeira-camera-

popular-a-125-ano/ >. Acesso em: 16 abr. 2016.

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confirmações da sua unidade presente. É por isso que não há nada que seja mais

decente, que estabeleça mais confiança e seja mais edificante que um álbum de

família: todas as aventuras singulares que a recordação individual encerra na

particularidade de um segredo são banidas, e o passado comum ou, se quiser, o

menor denominador comum do passado, tem a nitidez quase coquetista de um

monumento funerário frequentado assiduamente (BOURDIEU, 1965 apud LE GOFF,

2003, p. 460).

Assim, do ponto de vista de Bourdieu (1965 apud LE GOFF, 2003), é possível

concluir que a prática de fotografar pretende eternizar os momentos da memória familiar e

principalmente reforçar a ideia de integração do grupo familiar, ou seja, o álbum de família é

um registro dinâmico dos vínculos familiares, nos quais se constrói uma “pseudonarrativa

familiar” com o propósito de conservar e eternizar os ritos familiares.

A fim de ampliar o presente estudo no que tange às imagens fotográficas, recorremos à

pesquisa de Cardoso e Mauad (1997) em que os autores expõem a fotografia como documento

– monumento, quando os autores se referem às imagens como documento. Para eles, cada

uma

revela aspectos da vida material de um determinado tempo do passado de que a mais

detalhada descrição verbal não daria conta. Neste sentido, a imagem fotográfica

seria tomada como índice de uma época, revelando, com riqueza de detalhes,

aspectos da arquitetura, indumentária, formas de trabalho, locais de produção,

elementos de infraestrutura urbana tais como tipo de iluminação, fornecimento de

água, obras públicas, redes viárias etc.; ou ainda, se a imagem for rural, tipo de mão-

de-obra, meios de produção, instalações diversas (CARDOSO; MAUAD. 1997, p.

405).

As fotografias como imagem – monumento, por sua vez, também merecem análise:

Concebida como monumento, a fotografia impõe ao historiador uma avaliação que

ultrapasse o âmbito descritivo. Neste caso, ela é agente do processo de criação de

uma memória que deve promover tanto a legitimação de uma determinada escolha

quanto, por outro lado, o esquecimento de todas as outras (CARDOSO; MAUAD,

1997, p. 406).

Dessa forma, quando nos referimos à imagem como documento é possível revelar que

as fotografias podem exibir fatos e representações de uma sociedade por intermédio das

imagens; referimo-nos à imagem como monumento implica seleção ou escolha, ao

registrarmos algo8.

Percebe-se que, ao organizarmos os álbuns, fazemos escolhas ao selecionar as fotos

que irão fazer parte desse documento. Kossoy (2001) faz o seguinte comentário:

8 É importante mencionar que Le Goff (1990, p. 535) declara que “a memória coletiva e a sua forma científica,

história, aplicam-se a dois tipos de materiais; os documentos e os monumentos [...] esses materiais da memória

podem apresentar-se sob duas formas principais: os monumentos, herança do passado e os documentos, escolha

do historiador”.

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Pelas fotos dos álbuns de família; constata-se a ação inexorável do tempo e as

marcas por ele deixadas, apesar de nos álbuns só aparecerem os momentos felizes,

as famílias constroem uma pseudonarrativa que dá realce a tudo o que foi positivo e

agradável na vida, com uma sistemática supressão do que foi sofrimento (KOSSOY,

2001, p. 100).

Para Kossoy (1999), as pessoas utilizam a fotografia para registrar momentos felizes

da vida para posterior recordação.

Os homens colecionam esses inúmeros pedaços congelados do passado em forma

de imagens para que possam recordar, a qualquer momento, trechos de suas

trajetórias ao longo da vida. Apreciando essas imagens, ‘descongelam’

momentaneamente seus conteúdos e contam a si mesmos e aos mais próximos suas

histórias de vida. Acrescentando, omitindo ou alterando fatos e circunstâncias que

advêm de cada foto, o retratado ou o retratista têm sempre, na imagem única ou no

conjunto das imagens colecionadas, o start da lembrança, da recordação, ponto de

partida, enfim, da narrativa dos fatos e emoções (KOSSOY, 1999, p. 138).

Assim, ao analisar nosso objeto de pesquisa conforme as contribuições acima podemos

inferir que o álbum de família é um documento – monumento.

A pesquisadora Miriam Leite (2001, p. 23) afirma que “tanto o documento escrito

quanto as imagens iconográficas ou fotográficas são representações que aguardam um leitor

que os decifre”.

Esse objeto de pesquisa é um documento que a maioria dos núcleos familiares possui,

e sempre há um leitor para decifrar essas imagens; Barros e Strozenberg (1992) chamam de “o

guardião da memória familiar”; geralmente é representado pela figura da mulher.

Segundo Barros e Strozenberg (1992), ser o guardião é necessariamente guardar a

memória familiar, é privilegiar os momentos, fazer e refazer histórias que a tornam sempre

presente, transmitindo a outros membros da família, garantindo a continuidade da história

para as futuras gerações.

Silva (2008, p. 18) relata que “nós somos o álbum, convertendo-se, ele mesmo, em

consciência visual de nosso trânsito pelo tempo e pela vida”. O autor menciona a necessidade

de identificar aquilo que não está fotografado, interpretar o que não está explicito, mas

necessário de ser narrado. De acordo com Rendeiro (2010, p. 6),

Toda fotografia é um texto, um texto-imagem, passível, portanto, de leitura e

interpretação e, muito embora não seja rigorosamente necessário um texto para que

haja uma narrativa, as fotografias familiares nascem do desejo de narrar para a

posteridade a trajetória do grupo, determinando a relevância de sua existência no

universo social.

Silva (2008) reporta o álbum de família como um livro onde são inseridas imagens

fotográficas para construir uma narrativa; essas imagens são momentos selecionados pelo

proprietário do álbum para fazer parte dessa história, isto é, a narrativa de uma vida. Para

Kuhn (2012),

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A história familiar, em alguns aspectos, é como uma narrativa clássica: linear,

cronológica […] O álbum é um momento na construção cultural da família; e não é

coincidência que as convenções do álbum – o que nele entra e como é arranjado –

são, culturalmente falando, bastante circunscritas (KUHN, 1995, p. 19-20 apud

MENDES, 2012, p.49).

Conforme Silva (2008, p. 23) o “álbum conta histórias”, e as quatro condições para

definir o álbum de família são: a família - o sujeito representado; a foto - o meio visual de

registro; o álbum - técnica de arquivo; o contar - a condição narrativa.

De acordo com Silva (2008), a família é o sujeito coletivo que narra a foto, é o meio

que produz a imagem e que visualiza a família; o álbum é o arquivo, a maneira de classificar

as fotos que foram colecionadas; a narrativa é o relato que dá aos narradores o poder de

manipular as histórias da família. Logo, podemos dizer que o álbum de família é um

documento que narra histórias mediante as imagens da família. Esse autor afirma que os

álbuns possuem cenas de um grupo familiar ou não, mas que têm alguma relação com um dos

seus membros.

Armando Silva descreve de maneira clara e objetiva a verdadeira função do álbum de

família:

A função do álbum não seria mostrar nada de novo, a não ser em casos

excepcionais, mas conservar o que já foi visto, anunciado muitas vezes, até se tornar

o rito do um ato reiterado. O álbum de fotos de família não tem por função anunciar,

mas conservar várias vezes o enunciado pela foto ou por outros meios. Compete ao

álbum mostrar o que já foi dito: o casamento dos pais; apontar o evidente: que a

menina completa 15 anos; reiterar o exigido pela pose: que a família vive feliz;

repetir uma ação: o gesto de felicitação dos pais diante da vitória da formatura ou de

uma competição esportiva dos filhos; ou repetir o beijo de carinho nos avós. Sua

interlocução visual é legítima porque cada foto me diz que o que se representa ali já

passou, confirma-o pela foto seguinte e torna a me mostrar o mesmo rito em outras

fotos, para confirmar que não há novidade possível. Assim, o tempo do álbum torna-

se circular (SILVA, 2008, p. 37).

Na opinião de Silva (2008, p. 64), o álbum é um “livro aberto”, pois, além de imagens

fotográficas, ali podemos encontrar variados tipos de objetos, como cartões postais, gotas de

sangue, mechas de cabelo, papel de presente, recortes de jornais, unhas das mãos e outros. Ou

seja, são inseridos objetos de diversas naturezas junto às imagens fotográficas. Silva (2008)

afirma que o álbum é considerado um “pedaço de nossos corpos”9. As imagens fotográficas

de um álbum mostram a intimidade de uma família e de uma sociedade por meio de seus ritos,

poses e segredos.

O álbum é constituído de ritos; são as cerimônias de casamento, batizado, aniversário,

primeira comunhão, dos quais as famílias selecionam as principais poses para serem

9 O autor em seu livro relata que “o álbum conta histórias, mas não somente por imagens fotográficas, pois a ele

são acrescentados outros objetos: cartões, lembretes, recortes de jornais, relíquias e partes do corpo: umbigos de

recém-nascidos, gotas de sangue, mechas de cabelo, unhas de mãos e marcas de pé”. (SILVA, 2008, p. 18).

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mostradas; dentro deles também são inseridos vários outros tipos de objetos, como foi citado.

Esses objetos podem ser de diversas naturezas: a vela do batizado, um pedaço do tecido do

vestido de quinze anos, o bilhete da passagem aérea da viagem realizada, dentre outros.

Para Dubois (2008), ao visualizar a fotografia,

Não acreditar (demais) no que se vê, saber não ver o que se exibe (e que oculta). E

saber ver além, ao lado, através. Procurar o negativo no positivo e a imagem latente

no fundo do negativo. Ascender da consciência da imagem ruma à inconsciência do

pensamento. Refazer de novo o caminho do aparelho psíquico-fotográfico, sem fim.

Atravessar as camadas, os extratos, como o arqueólogo. Uma foto não passa de uma

superfície. Não tem profundidade, mas uma densidade fantástica. Uma foto sempre

esconde outra, atrás dela, sob ela, em torno dela. Questão de tela, palimpsesto

(DUBOIS, 2008, p. 326).

Em Barros e Strozenberg (1992, p. 16) encontramos uma comparação: “A fotografia é

como um mapa de uma realidade mais profunda. Além da imagem da pessoa fotografada, há o

que ela está querendo dizer. São mistérios”.

A imagem pode ser interpretada de diversas formas; as pessoas têm maneiras

diferentes de percepção do que está sendo visualizado. Sendo assim, a mesma imagem ganha

novos significados na perspectiva do observador. Essa é uma das qualidades transmitidas pela

fotografia, são diversas informações e emoções captadas por quem a examina.

O álbum de família objetiva, principalmente, registrar e colecionar imagens da história

familiar. Como um documento histórico, a imagem fotográfica do álbum produz registros,

contendo informações de uma comunidade ou de uma determinada fase da história. Portanto,

é lícito afirmar que as imagens fotográficas dos álbuns de família merecem atenção especial.

O retrato de família tem a intenção de deixar registrada uma imagem para que

possamos resgatar e relembrar momentos únicos; principalmente nos retratos dos nossos avós,

encontramos traços da cultura e da história de uma determinada época e suas peculiaridades,

como a hierarquia familiar, a moda, o mobiliário, a arquitetura das casas e seus interiores, até

mesmo as festas e suas ornamentações.

Como afirmam Barros e Strozenberg (1992, p. 59),

no ato de fotografar existe, implícito, um ritual familiar. Colocam-se em evidência,

no instante fotografado, elementos considerados essenciais para a caracterização da

família em seu conjunto, ou dos diversos papéis que nela representam a mulher, o

homem ou a criança.

A fotografia traz memórias, emoções, sentimentos, saudades e histórias, de um

momento eternizado por meio das imagens congeladas. De acordo com Schapochnik (1998, p.

457),

A fotografia se afigura um suporte da memória, quando não a própria história visual

da família em que se entrecruzam a celebração da vida e a entronização dos mortos.

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O ato de revisitar esse tipo de fotografia quase sempre desperta um irrecusável

convite à especulação memorativa.

Assim, é possível observar que todos ou quase todos os indivíduos possuem um ou

mais retratos de seus entes queridos, independentemente de sua classe social.

Leite (2001, p. 75), ao comentar sobre retratos de família, afirma que a “fotografia

desempenha um papel simbólico na legitimação da família”. A pesquisadora também cita que

os retratos de família estão ligados aos ritos de passagem – aqueles que marcam uma mudança

de situação ou troca de categoria social. São fotografias tiradas em aniversários, batizados,

festas de fim de ano, casamentos e em enterros de algum membro da família, isto é, os ritos de

passagem.

As imagens fotográficas exibem relatos e interpretações da vida cotidiana da

sociedade de um determinado espaço e tempo, um rico material para o conhecimento da nossa

cultura e da nossa história.

A pesquisadora Miriam Leite, em seu trabalho “Retratos de família”, apresenta

relevantes contribuições para refletirmos sobre a documentação fotográfica do álbum de

família.

· chamou a atenção para as palavras empregadas: trato – re-trato – outro

tratamento; tirar um retrato implica a extração da imagem, separando-a do objeto

retratado, pose, usada como sinônimo de retrato significa postura estudada e

artificial;

· permitiu comprovar uma uniformidade da representação fotográfica das famílias,

de diversas procedências e níveis econômicos; · chamou a atenção para a auto-representação das famílias – hierarquia, dignidade,

estabilidade – conflitos e hostilidades não aparecem;

· sugeriu que raramente a imagem prescinde do código escrito; as legendas

frequentemente são indispensáveis, podendo até transformar o conteúdo observado,

ao mudar o foco e o em torno;

· existe muito em que aprofundar no sentido do que a imagem tem como legitimação

e memória para a família, como instituição, e para cada um de seus membros;

· as fotografias precisam ser examinadas levando em conta, sim, os interesses do

fotógrafo, a técnica desenvolvida, o desejo (individual ou social) dos fotógrafos,

mas, no caso do pesquisador, também os interesses do observador da imagem, que

podem determinar que não enxergue o conteúdo. Pode ver unicamente contornos,

interessar-se apenas pelo acabamento de molduras, pode ignorar as diversidades

sociais de um mesmo grupo social, pode não ter interesse por determinado tipo de

imagens, por não corresponderem a seu universo, ou pode deformar as observações

por carecer de informações no campo;

· através do recurso de ampliação de detalhes, a reprodução fotográfica tem uma

contribuição, a ser aprofundada, para as técnicas de análise. A ampliação de um

recorte da realidade é frequentemente o que se consegue fazer para analisar um

documento (ou um grupo social). A ampliação nos permite ver melhor o recorte –

obter nitidez, nuances, alterar a composição habitual revelando elementos antes

despercebidos. E também, como nos casos de análises da documentação escrita, a

ampliação do detalhe tem o efeito de afastar o observador da realidade observada, o

que pode não ter outras consequências, se o detalhe for expressivo do mundo que o

observador deseja conhecer (LEITE, 2001, p. 77-78).

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Por conseguinte, a partir dessas contribuições, é possível afirmar que o retrato de

família é um documento rico em informações e merece uma análise mais cuidadosa sobre o

tema.

Durante a pesquisa, verificou-se de forma unânime que os pesquisadores descrevem o

álbum de família como um documento com características narrativas, isto é, toda família

possui uma história para contar e essa história é narrada por intermédio das imagens

fotográficas do álbum de família. Toda família possui um acervo familiar; de fato, esse

arquivo pessoal pode revelar fatos surpreendentes, não só no âmbito familiar, mas também de

uma sociedade.

No texto de Rendeiro vamos encontrar o seguinte esclarecimento:

No universo familiar brasileiro, espaço doméstico que estrutura a família como

célula da sociedade, mesmo nas casas mais modestas, identificamos a presença da

imagem fotográfica. Ela aparece das formas mais variadas: emoldurada em lugares

de destaque, nos clássicos porta-retratos de penteadeira, no centro da parede como

quadro decorativo ou de forma improvisada, erguida e apoiada por outros objetos

como livros e vasos – seja como for, calculadamente à vista, a fotografia ali está

para chegar aos olhos da “visita”, endereço certo do remetente, informação imediata,

mensagem direta sobre o léxico familiar (RENDEIRO, 2010, p. 2).

Por meio do retrato de família, é possível compreender as relações familiares e a sua

hierarquia e mostrar o dia a dia das pessoas. Essas imagens registram desde momentos do

cotidiano até as grandes cerimônias familiares, isto é, os seus ritos familiares, como o

nascimento de um novo membro da família.

Ao contemplar uma fotografia de um álbum, é possível avivar momentos que foram

congelados por meio do processo fotográfico e atualizar a cada olhar aqueles ritos familiares

carregados de emoções, pois essas imagens nos remetem aos nossos mais profundos

sentimentos.

O álbum de família tem a função de preservar a memória; sua principal finalidade é

reconstituir a história de uma família mediante as fotos dos seus entes queridos ou não, que

são inseridas nas páginas do álbum. Ao visualizá-las, é imediata a lembrança de tal situação,

são momentos eternizados por meio de um clique.

Os álbuns são considerados verdadeiros arquivos pessoais, pois neles são guardadas

várias fotos, são organizados de diversas maneiras, em caixas, sacolas, gavetas, bolsas ou baú,

independente do seu suporte físico.

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3.1 O ÁLBUM DE FAMÍLIA E A MEMÓRIA FAMILIAR

A memória familiar tem como principal objetivo preservar a tradição e os valores da

família, por meio de documentos e objetos antigos. Portanto, o álbum de família é um arquivo

fundamental para manter a memória familiar.

Ao dissertar sobre essa memória, é curioso citar o filme Blade Runner: O Caçador de

Androides, dirigido por Ridley Scott, pois no filme é abordado de forma interessante o tema

da memória; durante o filme é possível comprovar que a posse das fotos de família está

relacionada à condição humana do protagonista, que é comparado a um androide.

Após a invenção da fotografia, como já abordado, surgiram os álbuns de família, um

arquivo doméstico que era utilizado para inserir imagens de parentes e amigos próximos. De

acordo com Silva (2008), esses álbuns eram constituídos de folhas soltas e guardados em

armários e escrivaninhas; por volta do século XIX, esses álbuns foram sofrendo sofisticações

em seu formato.

A fotografia de família é responsável pelo processo de recordação e rememoração;

Mendes, ao citar Anette Kuhn, apresenta a seguinte contribuição:

no século XX, foi oferecida a milhões de pessoas uma nova forma de aceder ao

passado através da democracia da fotografia da família, e no nosso tempo as

fotografias de família continuam a ser uma das mais importantes recordações que

guardamos (KUHN, 1995, p. 152 apud MENDES, 2012, p. 27).

Tal fato permite que o indivíduo, ao visualizar uma imagem fotográfica do álbum de

família, reavive aquele momento que foi registrado pela imagem congelada.

O registro olha para um tempo futuro em que as coisas serão diferentes, antecipando

uma necessidade de lembrar o que em breve será passado. Até mesmo para

estranhos, as fotografias de família têm frequentemente uma qualidade acutilante,

talvez porque falam indubitavelmente da insuficiência, da desesperança do desejo

que incorporam. O tempo passou, o tempo irá passar (KUHN, 1995, p. 49-51 apud

MENDES, 2012, p. 30).

Leite (2001, p. 76) utiliza a seguinte argumentação: “a fotografia de família poderia

talvez ser tomada como um equivalente da memória coletiva, como a imagem fixada de um

tempo que parou”.

De acordo com o Schapochnik (1989),

a eficácia da imagem fotográfica repousa na sua capacidade de mesclar a estranheza

do que mostra com a intimidade de nossa memória. Enquanto produção antecipada

de memória, ela guarda uma proximidade com o acervo de nossas recordações

pessoais (SCHAPOCHNIK, 1989, p. 459).

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Segundo Halbwachs, é possível encontrar uma relação entre a memória individual e a

coletiva; o autor afirma que não é possível o indivíduo recordar de lembranças de um grupo,

com as quais suas lembranças não se identificam.

Para que a nossa memória se aproveite da memória dos outros, não basta que estes

nos apresentem seus testemunhos: também é preciso que ela não tenha deixado de

concordar com as memórias deles e que existam muitos pontos de contato entre uma

e outras para que a lembrança que nos fazem recordar venha a ser constituída sobre

uma base comum (HALBWACHS, 2006, p. 39).

A leitura das fotografias traz um olhar que constrói histórias; são gerações registradas

por imagens congeladas por meio de um clique em que seus telespectadores contemplam um

passado por meio das imagens fotográficas. Ao visualizar essas imagens, passamos a

reconhecer características identificadas em algum parente, próximo ou não. Barros e

Strozenber (1992, p. 40) comentam que “nas fotos de nossos antepassados descobrimos traços

fisionômicos, um olhar ou um gesto presente, hoje, em algum de seus descendentes”.

Dessa forma, o sentimento de família se faz presente ao captar as imagens impressas

nos álbuns fotográficos. Barros e Strozenberg (1992) afirmam que essas fotos transmitem a

importância da família e as suas relações com os seus personagens.

Para Silva (2008), quando se abre o álbum para visualizar e resgatar a história da

família, reinstala-se nesse instante, o sentimento da eternidade, traz o passado para o presente;

quando se fecha, traz o sentimento do passado perdido para sempre.

As fotos podem levar a um tempo que as lembranças não atingem ou despertar outras

lembranças que estão envoltas nelas. A autora desta dissertação relata que, ao contemplar uma

fotografia que tirou com seus primos e irmãos, recorda-se de todas as situações que ocorreram

naquele dia. Portanto, é possível mencionar que, ao visualizar uma imagem, é possível avivar

outras lembranças e não somente aquele momento que foi registrado por meio da imagem

fotográfica; é possível avivar também o que ocorreu em volta dela.

O resgate da história da família se dá a partir de pequenos momentos registrados e

narrados. É fundamental que as fotos estejam devidamente anotadas, com datas e locais, para

que estes não se percam no vazio da história.

A autora, ao buscar os seus álbuns de fotografias, observou que todos eles estão

organizados por assunto e por ordem cronológica; todas as fotografias estão devidamente

anotadas com data e local, o que a faz pensar que deixará para os seus filhos e netos parte da

sua história registrada por meio das imagens fotográficas.

Para Barros e Strozenberg (1992), só é fotografia de família quando é possível

apontar, identificar e descrever os personagens. Para isso, é fundamental um guardião para

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manter essa narrativa, pois cada imagem possui uma história que merece ser contada aos seus

descendentes. Silva (2008) comenta que essa tarefa é muito complexa, pois, da mesma forma

que tem o privilégio de reviver esses instantes, o narrador também tem a angústia de perceber

que aquele momento interrompido não irá retornar.

Ao discorrer sobre a memória familiar, retornaremos à discussão sobre o guardião. Os

guardiões das fotografias são responsáveis pela continuidade da história da família. Os álbuns

são constituídos de histórias, e essas histórias são ritos que podem se originar de vários temas;

o guardião é o responsável pela narrativa dessas histórias.

Os guardiões são aqueles indivíduos responsáveis por transmitir a história da família;

são mediadores que têm a função de perpetuar a história de um grupo familiar. Geralmente

essa função é atribuída às mulheres da família; essas guardiãs têm o papel de manter o acervo

da família. Segundo Barros (1989, p. 33), o guardião é o “referencial fundamental para a

reconstrução do passado”.

Schapochnik (1998) faz o seguinte apontamento:

O papel desempenhado pelo guardião se assemelha ao de um dublê de arquivista que

reúne e atribui uma ordem de pertinência ao acervo, de curador, que decide quais as

imagens deverão passar à condição de objetos decorativos ou peças de exibição sob

a forma de retratos emoldurados nas paredes ou de ornamento sobre as peças do

mobiliário, de marchand, que determina a distribuição e circulação do espólio da

memória fotográfica familiar, e, ainda, de guia de visitantes de exposições,

legendando os retratos da família por meio da doce arte narrativa (SCHAPOCHNIK,

1998, p. 460).

Barros (1989) comenta que as fotografias não são os únicos elementos que o guardião

coleciona; outros objetos fazem parte do seu acervo, e esses objetos formam um pequeno

museu da família. Para a autora,

O guardião está referido à família quando constrói para si e para os familiares o

perfil desse papel social. Não é uma motivação individualizada que leva o

colecionador a procurar, investigar, encontrar e conservar seus

bens preciosos. Ele está imbuído de um papel que lhe confere o direito e também a

obrigação de cuidar da memória do grupo familiar. (BARROS, 1989, p. 38).

Assim, o guardião tem a função de armazenar objetos e documentos para dar sentido à

existência do grupo familiar. Podemos considerar que o álbum de família é uma fonte de

informação significante para a memória individual e coletiva, pois registra, por meio das

imagens, fatos relevantes da história de um grupo familiar que os perpetua para gerações

futuras.

Ao fazer algumas reflexões sobre os álbuns de família, levantou-se à seguinte

indagação: como esse documento de caráter particular se desloca para a esfera pública?

Como, por exemplo, nas unidades de memória e informação e nas redes sociais?

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Meneses (1998) em sua obra faz uma rica contribuição ao mencionar as implicações

sobre o deslocamento de objetos e coleções do campo privado para o público. Meneses (1998,

p. 90-91) faz inicialmente um questionamento: “que tipo de informação intrínseca podem os

artefatos conter especialmente de conteúdo histórico? ”. O autor menciona a importância de

verificar características que permitam a leitura de forma direta dos documentos. “à matéria-

prima, seu processamento e técnicas de fabricação, bem como a morfologia do artefato, os

sinais de uso, os indícios de diversas durações” (MENESES, 1998, p. 91), são observações

relevantes que nos levam a inferir dados referentes aos documentos. O autor também

menciona a importância de entender esses documentos e a sua interação social.

Meneses (1998, p. 97-98) relata que a “grade de significações entre pessoal e público é

ambígua e flexível, o ponto crítico transcende o nível individual e se refere a uma instância

coletiva”. É importante esclarecer “que não é a transferência do objeto pessoal para o espaço

público que é relevante, mas o controle dos significados que tal transferência implica”. Ele

relata que essa transferência implica manter a preservação da autoimagem que a exposição

pública provoca.

Em Leite (2001), o proprietário dos álbuns tem receios à exposição pública e se

preocupa principalmente pela banalização das imagens fotográficas, que para ele tem valor

emocional imensurável. Portanto, ao contextualizar o nosso objeto de estudo, o álbum de

família, percebeu-se uma resistência muito grande do seu proprietário em doar esse

documento para as unidades de memória e informação.

Porém vale lembrar que os álbuns fotográficos surgiram devido à necessidade de

guardar os cartes de visite de imagens de pessoas públicas e famosas; naquela época já existia

a prática de colecionar e trocar esses cartes. Portanto,

posar diante da câmara era um ato de “invenção de si”, no qual o biografado

(retratado) e o biógrafo (retratista) usavam seus atributos a fim de transformar em

realidade revelada sobre o papel emulsionado o tipo de representação social

desejada. (MUAZE, 2006, p. 77)

Para a autora mencionada enviar um carte de visite a algum membro da família ou

amigo era “dar um pouquinho de si”10. Esses cartes de visite não eram enviados apenas aos

membros da família nuclear, mas também a parentes distantes e amigos. Essa prática era

utilizada para fortalecer as relações da família em seu âmbito privado.

Muaze (2006) relata a importância da manutenção da ordem familiar oitocentista ao

criar estratégias para legitimar a importância do grupo familiar no âmbito público, a fim de

10 Registros fotográficos, cartes de visite como objetos de lembranças encaminhados aos parentes distantes e

amigos.

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criar uma condição para manutenção do seu prestígio; para isso, buscavam-se os estúdios

famosos, os fotógrafos premiados a fim de valorizar o seu produto; era um meio da família

oitocentista de expressar a amizade e manter o vínculo com a alta sociedade. Segundo Muaze

(2006, p. 84), “Os estúdios mais caros, os fotógrafos condecorados ou premiados nas

exposições nacionais e internacionais constituíam um status a mais na disputa pelo capital

simbólico”.

Nessa perspectiva, era comum às famílias oitocentistas frequentar lugares refinados, e

deixar-se fotografar; é importante destacar que o principal objetivo do retratado era tornar

públicas essas imagens que inicialmente estavam restritas à intimidade familiar. Conforme os

apontamentos de Muaze (2006, p. 92), “a fotografia foi importante para a publicização de

eventos que, anteriormente, estavam reservados à esfera familiar”.

A autora enfatiza que “aos poucos, seus cerimoniais passaram por sofisticação e

valorização pública, atuando como elemento de prestígio e delimitando os espaços de poder

privilegiados para a classe senhorial”. Assim, a autora faz uma relevante observação: “o

registro fotográfico também acompanhou esse processo, passando a ficar cada vez mais

presente à medida que tais eventos tomavam uma dimensão mais pública” (MUAZE, 2006, p.

92).

O registro fotográfico era um hábito frequente das famílias burguesas, tinha como

propósito manter essa prática para manter o seu prestigio social. Segundo essa autora, a

prática de troca e envio de imagens fotográficas para parentes e amigos passou a ser mais

frequente a partir de 1850.

Portanto, ao contextualizar os álbuns de família do nosso campo empírico, foi possível

identificar várias imagens dos retratados presentes em eventos públicos e particulares em um

único álbum. Percebeu-se a necessidade desses retratados de manter um certo prestigio na

sociedade por meio das imagens fotográficas.

3.2 O ÁLBUM DE FAMÍLIA DIGITAL

A história da fotografia no Brasil tem mais de 180 anos. Com o advento das novas

tecnologias, estamos em plena geração digital, principalmente devido ao fácil acesso às

máquinas digitais e aos celulares, que estão presentes em todos os meios sociais.

Com a popularização da fotografia, é possível constatar a sua democratização; as

pessoas fazem questão de registrar todos os momentos. Com isso, o ato de fotografar passou a

ser frequente na vida das pessoas.

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Com o surgimento das novas tecnologias, as máquinas fotográficas tradicionais foram

substituídas por variados tipos de equipamentos: tablets, celulares, maquinas digitais e outros,

o que facilita registrar inúmeras fotos; diante tal fato, é possível constatar imagens de

momentos - especiais ou não.

Na visão de Lister (2000 apud Mendes 2012, p. 2), “as lentes ópticas foram

substituídas por lentes digitais, o rolo de filme por discos de armazenamento, o equipamento

de revelação pelo computador e pelo software; em suma, a base química pela eletrônica”.

A transformação das fotografias tradicionais para as fotografias digitais acarretou um

fenômeno muito interessante, a banalização das imagens. Atualmente, podemos encontrar

vários álbuns de fotografia em redes sociais disponíveis na internet. Os usuários dessas redes

sociais estão sempre inserindo fotografias, vídeos e informações do seu dia a dia.

Observa-se no texto de Silva (2008) que o Álbum de família passou por três grandes

mudanças em seu formato: inicialmente, por volta do final do século XIX, o álbum era

reconhecido como um “Livro”, no qual a figura dos avós era dominante; no final do século

XX, mudou para o “formato em movimento”, isto é, os “vídeos de família”, em que passou a

predominar a figura da criança; nessa mesma época, era costume as pessoas criarem vários

vídeos com cenas de animais domésticos e crianças.

Finalmente, o “formato digital”, em que surge uma nova família ampliada, como a

família não sanguínea. Em Silva (2008) encontramos um significativo esclarecimento:

Trata-se de uma nova família ampliada, de natureza civil, que retoma em muitas

formas, o posto da nuclear e consanguínea. O reduzido número de membros das

famílias do novo milênio, o aumento de casais com um único filho ou sem nenhum,

a legitimação que vão ganhando outras formas de família baseada em afetos, e não

em vínculos de sangue nem na heterossexualidade, como as famílias gays, e, enfim,

as famílias mistas, em que cada membro do casal separado, ao entrar em uma nova

união, traz seus próprios herdeiros e forma-se um novo tipo de família não

sanguínea; enquanto tudo isso acontece, essas transformações correm paralelas às

novas tendências da tecnologia (SILVA, 2008, p. 185).

Atualmente, estão disponíveis no mercado vários aplicativos que possibilitam a

inserção de um número significativo de fotos em pastas conforme o evento, e essas fotos

podem ser editadas para melhorar a sua qualidade. As fotos que ficam disponíveis em redes

sociais (Facebook, Instagram, Snapchat, entre outros) podem ser compartilhadas entre os

amigos ou exibidas publicamente. As fotos nas redes sociais passam a ser públicas; existe

uma preocupação muito grande de alguns estudiosos quanto à banalização dessas imagens.

Silva (2008) menciona o Facebook por se tratar de uma rede social de grande uso e

acessibilidade às diversas camadas sociais, criada em 2004 por Mark Zuckerberg, Dustin

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Moskovitz, Eduardo Saverin e Chris Hughes, estudantes da Universidade de Harvard. Essa

rede social possibilita a inserção de vários aplicativos. Segundo Silva (2008, p. 190),

o Facebook também pode ser uma das redes que mais se inspirou no álbum de fotos

e, de diversas maneiras, segue a sua lógica na forma de arquivar imagens de família.

Neste caso, seu arquivo é virtual e não se trata da família nuclear, mas dessa outra

civil, formada por amigos e colegas de aventuras similares ou de coincidências de

perfis e interesses.

De acordo com a literatura pesquisada sobre o tema, o Facebook recebe milhões de

postagens de fotos, como selfies, paisagens e viagens. Essa rede social oferece uma exposição

muito grande, principalmente por disponibilizar aos seus usuários o compartilhamento dessas

imagens.

Atualmente, com a facilidade de acesso aos novos equipamentos digitais, é possível

capturar imagens com maior facilidade; basta visualizar as imagens que são posta em redes

sociais em tempo recorde. Atualmente, as novas tecnologias oferecem recursos significativos

ao colocar à disposição equipamentos de última geração. Não são mais as câmaras digitais

que predominam, e sim os celulares que os cidadãos utilizam diariamente, que facilitam a

captura de imagens em lugares os mais inusitados possíveis. São os verdadeiros paparazzis de

plantão. O que pode levar à falta de privacidade, principalmente das pessoas públicas, pois

muitos utilizam essas imagens de forma equivocada, uma verdadeira invasão da intimidade.

De acordo com Silva (2008), essas fotos compartilhadas em redes sociais não são postadas

para serem contempladas no futuro, mas sim, no exato momento em que são tiradas. Com

essas novas imagens digitais, perde-se a pose, aquela metodicamente postada, e ganham-se as

imagens espontâneas.

Percebe-se que o indivíduo faz questão de compartilhar as suas fotos nas redes sociais

para que todos os seus amigos (ou não) contemplem aquela imagem junto com o retratado. É

o momento em que a imagem deixa de ser privada e passa a ser pública. De acordo com Silva

(2008, p. 182), essa situação “aumenta o seu potencial visual ligado ao imprevisto, à “olhada”

repentina, uma vez que ganha espontaneidade e efemeridade”; essas imagens entram para a

“exposição do imediato”.

Para Silva (2008), com a inserção das imagens espontâneas, é possível perceber a

perda dos cenários tradicionais nos álbuns de família, como os interiores das casas e estúdios

fotográficos, e ganharam-se novos: os parques e as ruas, captando aleatoriamente novos

personagens que fazem parte desses cenários. Esses cidadãos desconhecidos passam a fazer

parte dos álbuns de família digitais. Na visão de Silva (2008, p. 183), “a cidade vai tomando o

espaço da família”.

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Estamos diante de um novo tempo, com diferentes meios de comunicação e exposição;

essa geração digital nos proporciona observar os objetos de diversas formas, Para Silva

(2008), são

novos modos capazes impactar de forma imediata o observador, como se fosse o

próprio real, de maneira que essa realidade virtual corre paralela à produzida no

mundo real referencial, gerando novas relações entre os sujeitos, a imagem e suas

representações (SILVA, 2008, p. 180).

Silva (2008) faz um comentário muito atual em sua obra quando comenta o

surgimento dos álbuns de usos políticos, empregados na época da campanha presidencial nos

Estados Unidos em 2008; atualmente é possível visualizar várias imagens postadas no

Facebook das grandes passeatas no que se refere à crise política em que nós nos encontramos,

são trocas de mensagens e imagens em tempo real.

Segundo Silva (2008), o álbum de família tradicional, em formato de livro, passa por

grandes transformações devido ao surgimento dessas novas tecnologias. O álbum de família

tradicional em formato de livro permanece, apenas mudou o seu formato para o digital. Esse

formato tradicional ainda existe, porém em menor quantidade, mas a migração dessas

imagens para as redes sociais é cada vez mais presente.

Com as novas tecnologias e o compartilhamento das fotografias digitais, perdeu-se o

guardião dessas fotos, pois na internet não há uma pessoa para apontar e identificar os

personagens, as imagens tornam-se públicas, fica sob a responsabilidade dos usuários virtuais

decifrá-las.

De acordo com Barros e Strozenberg (1992),

na ausência de um narrador que desvende suas pistas, de vínculo com uma

subjetividade que as situe numa memória existencial específica, as mesmas

fotografias se reduzem a registros de uma memória pública, genérica, impessoal e

anônima. Perdem sua personalidade e se misturam num universo de imagens

semelhantes, que só podem nos interessar por uma curiosidade eventual, despertada

por um qualquer detalhe percebido no objeto fotografado ou por sua qualidade

técnica ou estética (BARROS; STROZENBERG 1992, p. 83).

As imagens digitais compartilhadas na internet em redes sociais passam a ser apenas

objetos de contemplação que originalmente estavam restritos à intimidade familiar; com as

redes sociais, tornaram-se públicas sem a presença de um guardião para apontar e descrevê-

las.

A seguir estão algumas fotos do Facebook sem legendas. Observamos que são

imagens apenas de contemplação, pois ao compartilhar essas imagens com terceiros, o leitor

não reconhece os retratados e a temática das imagens, visto que as fotografias digitais

disponíveis em redes sociais são desprovidas de um guardião para apontar e decifrar as

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imagens. Segundo Leite (2001), é necessário visualizar além do que é visto, e o guardião tem

essa função de descrever e decifrar as imagens fotográficas.

Figura 8: Imagens do Facebook da autora

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4 O ÁLBUM DE FAMÍLIA NO CONTEXTO INSTITUCIONAL: ARQUIVOS,

BIBLIOTECAS E MUSEUS

Para o desdobramento da presente pesquisa, faz-se necessário conceituar e

contextualizar a natureza das instituições estudadas para analisar a interlocução do álbum de

família nos domínios do saber da Arquivologia, Biblioteconomia e Museologia.

Com efeito, cabe introduzir que o colecionismo é uma prática social presente em

todas as épocas e é resultante do seu contexto histórico, no qual coleções privadas e públicas

são formadas. As primeiras, as coleções privadas, podem permanecer, muitas vezes, no

circuito privilegiado do particular e, posteriormente, se deslocarem para a esfera pública. Por

outro lado, as segundas se constituem no âmbito do coletivo e compartilhado, e se inscrevem

em um circuito institucional memorialista, ou seja, na esfera dos “lugares de memória”11.

Essas coleções ou acervos são fontes singulares de informação e conhecimento e acolhem

produtos de contextos sociais e históricos da época que se inserem, como, por exemplo, os

álbuns de família.

As instituições estudadas têm como elemento de aproximação a intenção de abrigar,

ordenar e comunicar o conhecimento desses registros de memória, ou seja, dessa cultura

material.

4.1 ARQUIVOS

Na visão de Rosseau e Couture (1998), os arquivos são instituições públicas ou

privadas que possuem funções e processos de criação, avaliação, aquisição, classificação,

descrição, comunicação e conservação dos documentos que provêm das atividades jurídico-

administrativas.

Para Paes (2004, p. 16), um arquivo é a “acumulação ordenada dos documentos, em

sua maioria, criados por uma instituição ou pessoa, no curso de sua atividade, e preservados

para a consecução de seus objetivos, visando à utilidade que poderão oferecer no futuro”, quer

dizer, são documentos com valor probatório; esses documentos vêm de arquivos pessoais ou

instituições e, além de preservar a memória, servem para atestar fatos e validá-los

juridicamente.

11 Expressão e conceito criados por Pierre Nora (1984).

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Na concepção de Cook (1998, p. 143), “os arquivos são templos modernos - templos

da memória. Como instituições, tanto como coleções, os arquivos servem como monumentos

às pessoas e instituições julgadas merecedoras de serem lembradas”.

Para o Conselho Internacional de Arquivos (2000, p. 15) o documento de arquivo é a

“informação registrada, independentemente de forma ou suporte, produzida ou recebida e

mantida por uma instituição ou pessoa no decurso de suas atividades públicas ou privadas”.

Na visão de Bellotto (2004, p. 37),

Os documentos de arquivo são produzidos por uma entidade pública ou privada ou

por uma família ou pessoa no transcurso das funções que justificam sua existência

como tal, guardando esses documentos relações orgânicas entre si. Surgem, pois, por

motivos funcionais administrativos e legais. Tratam, sobretudo de provar, de

testemunhar alguma coisa. Sua apresentação pode ser manuscrita, impressa ou

audiovisual; são em geral exemplares únicos e sua gama é variadíssima, assim como

sua forma e suporte.

.

Nos arquivos, o ciclo de vida dos documentos, bem “como a noção de fundo ou o

princípio da proveniência, faz parte das bases que assenta a arquivística contemporânea”

(ROUSSEAU; COUTURE, 1998, p.112).

Diante de tal alusão, observa-se que o álbum de família é considerado um documento

de natureza arquivística e ficam assegurados no arquivo permanente, pois este documento tem

valor memorial e não deve ser descartado.

Retomando o conceito dos três ciclos de vida dos documentos na gestão documental

dos arquivos, cabe mencionar, que os documentos correntes são utilizados nas atividades

diárias da administração; os intermediários são documentos que já foram utilizados, porém

não têm mais uso frequente, mas permanecem em um arquivo centralizador que será

submetido a uma tabela de temporalidade para definir o seu destino, determinando se o

documento será descartado ou se irá para o arquivo permanente. Os documentos permanentes

serão enviados a um arquivo que irá manter seu valor informativo, probatório e memorial

(Bellotto, 2004).

Os documentos do arquivo têm as seguintes características: unicidade, organicidade,

indivisibilidade, integridade, autenticidade e heterogeneidade (Pozuello Campillos, 1006). A

partir desse princípio, o álbum de família como documento arquivístico é unívoco, indivisível,

pois as suas imagens estão dentro de uma narrativa, e as suas imagens fotográficas fazem

parte de vários ritos familiares que são narrados pelos seus guardiões.

Rousseau e Couture (1998, p. 137) afirmam que “o documento de arquivo é um

conjunto constituído por um suporte [peça] e pela informação que ele contém, utilizáveis para

efeitos de consulta ou como prova”.

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Schellenberg (2006, p. 41) define documentos no contexto dos arquivos como:

Todos os livros, papéis, mapas, fotografias ou outras espécies documentárias,

independentemente de sua apresentação física ou características, expedidos ou

recebidos por qualquer entidade pública ou privada no exercício de seus encargos

legais ou em função das suas atividades e preservados ou depositados para

preservação por aquela entidade ou por seus legítimos sucessores como prova de

suas funções, sua política, decisões, métodos, operações ou outras atividades, ou em

virtude do valor informativo dos dados neles contidos.

Como foi citado acima, o álbum de família é um documento arquivístico que,

independentemente de sua forma física, tem como prova de suas funções, sua política,

decisões, métodos, operações ou outras atividades em razão das informações contidas nele.

Nos arquivos, além de documentos institucionais, podemos encontrar conjuntos

documentais de origem privada, como os álbuns de família, que integram os arquivos

pessoais12.

Na opinião de Gonçalves, Guimarães e Peixoto (1996), o arquivo de família tem valor

afetivo, patrimonial e informativo. Certamente podemos considerar os álbuns de família como

um documento pertencente ao arquivo de família e no âmbito dos arquivos pessoais.

É possível verificar tais características intrínsecas ao nosso objeto de pesquisa

conforme contextualizado anteriormente. Os autores mencionados definem arquivo de família

como:

Conjunto de documentos produzidos e recebidos pelos elementos de uma família, no

normal desenvolvimento das suas atividades, particulares ou colectivas, organizados

de acordo com as suas actividades e tendo em conta uma necessidade de utilização

futura (GONÇALVES; GUIMARÃES; PEIXOTO,1996, p.8-9).

4.2 BIBLIOTECAS

Os álbuns de família que pertencem ao acervo das bibliotecas são adquiridos

geralmente por doações e têm como principal objetivo servir de suporte para informar e

divulgar as informações contidas ali, com fins educativos, informativos e culturais.

Os documentos das bibliotecas são catalogados de acordo com o Código de

Catalogação Anglo Americano (AACR2); segundo Mey (1995, p. 7), “a catalogação tem

como finalidade a representação desse item com o principal objetivo de alcançar integridade,

clareza, precisão, lógica e consistência” do documento.

12 Não foi objetivo deste trabalho enfocar a discussão sobre o caráter dos arquivos privados. Para aprofundar o

tema Cf. GONÇALVES;GUIMARÃES;PEIXOTO (1996).

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Segundo Bellotto (2004, p. 37), “os documentos de biblioteca são resultado de uma

criação artística ou de uma pesquisa; e podem ainda objetivar a divulgação técnica, científica,

humanística e filosófica etc. É material que trata de informar para instruir ou ensinar”.

Os vários tipos de usuários que frequentam as bibliotecas possuem hábitos e

necessidades diferentes; logo, esses usuários geralmente buscam diversos tipos de

informação. Guinchat e Menou (1994) descrevem no quadro abaixo a relação entre usuários e

necessidade de informação.

Quadro 2: Relação de usuários versus necessidades de informação

GRUPOS PRINCIPAIS

ATITUDE COM RELAÇÃO À

INFORMAÇÃO

TIPOS DE NECESSIDADES DE

INFORMAÇÃO

ESTUDANTES

APRENDIZADO

VULGARIZADA

PESQUISADORES

CRIAÇÃO

EXAUSTIVA

PESSOAL DE PRODUÇÃO

INTERPRETAÇÃO

PERTINENTE

PLANIFICADORES

ADMINISTRADORES E

POLÍTICOS

DECISÃO

PRECISA-ATUAL

PROFESSORES

VULGARIZAÇÃO

SINTETIZADA

CIDADÃOS

EXCESSO/FALTA DE INFORMAÇÃO

MÚLTIPLA

Fonte: Guinchat; Menou (1994, p. 484).

A Federação Internacional das Associações de Bibliotecários e de Bibliotecas (IFLA,

1999, [1]) afirma que:

As bibliotecas proporcionam acesso à informação, às ideias e às obras da

imaginação. Servem como portas de acesso ao conhecimento, ao pensamento e à

cultura; as bibliotecas proporcionam um apoio essencial à formação contínua, para a

tomada de decisão independente e para o desenvolvimento cultural dos indivíduos e

dos grupos; as bibliotecas contribuem para o desenvolvimento e a manutenção da

liberdade intelectual e ajudam a preservar os valores democráticos fundamentais e os

direitos cívicos universais; as bibliotecas têm a responsabilidade de garantir e

facilitar o acesso às expressões do conhecimento e da atividade intelectual. Com este

fim, as bibliotecas devem adquirir, preservar e disponibilizar a mais ampla variedade

de documentos, refletindo a pluralidade e a diversidade da sociedade; as bibliotecas

devem assegurar que a seleção e a disponibilidade dos documentos e dos serviços

sejam regidos por considerações de natureza profissional e não por critérios

políticos, morais ou religiosos; as bibliotecas devem adquirir, organizar e difundir a

informação livremente e opor-se a qualquer forma de censura; as bibliotecas deverão

disponibilizar os seus documentos, instalações e serviços a todos os utilizadores, de

forma equitativa. Não deve haver nenhuma discriminação com base na raça, credo,

sexo, idade ou em qualquer outro motivo; os utilizadores das bibliotecas deverão ter

o direito à privacidade e ao anonimato. Os bibliotecários e o restante pessoal das

bibliotecas não deverão divulgar a terceiros a identidade dos utilizadores nem

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identificar os documentos por eles utilizados; as bibliotecas financiadas com fundos

públicos e às quais o público tenha acesso deverão respeitar os princípios da

liberdade intelectual; os bibliotecários e outro pessoal das bibliotecas têm o dever de

respeitar estes princípios; os bibliotecários e outro pessoal das bibliotecas devem

assumir as suas responsabilidades tanto perante a entidade patronal como perante os

utilizadores. Em caso de conflito entre estas responsabilidades, prevalecerá o dever

para com o utilizador.

Dessa forma, as bibliotecas devem estar aptas para acolher usuários com perfis e

necessidades diversas. Os seus profissionais devem estar preparados para viabilizar a

informação aos seus usuários de acordo com o seu perfil. É importante mencionar que as

bibliotecas também são consideradas verdadeiros centros culturais, têm a função de propagar

a informação e o conhecimento.

Para a Unesco, a biblioteca é uma coleção organizada de livros, impressos, revistas e

outros materiais gráficos; tem como principal objetivo oferecer profissionais capacitados a

fim de facilitar os serviços aos usuários e atender às suas necessidades de informação,

investigação e educação.

Eco (1987) relata que a biblioteca é um espaço que proporciona informações

surpreendentes, de cuja existência jamais suspeitava. Dessa forma esse espaço deve ser

explorado pelos seus usuários.

Dentro desse contexto, o álbum de família atende a vários grupos de usuários

frequentadores da biblioteca, tem como finalidade de comunicar e divulgar informações

referentes à história e à memória de um determinado período da história da sociedade, isto é,

o álbum abarca a representação de uma época e seu material de conteúdo com fim informativo

é de grande relevância para a comunidade científica.

4.3 MUSEUS

O álbum de família também é um documento museológico, e podemos reconhecer

essa relação a partir da definição e da caracterização da instituição museu, na qual

identificamos o álbum de família como fonte histórica e patrimonial.

Na página oficial do Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM, 2016), localizamos a

seguinte informação:

Consideram-se museus, para os efeitos desta Lei, as instituições sem fins lucrativos

que conservam, investigam, comunicam, interpretam e expõem, para fins de

preservação, estudo, pesquisa, educação, contemplação e turismo, conjuntos e

coleções de valor histórico, artístico, científico, técnico ou de qualquer outra

natureza cultural, abertas ao público, a serviço da sociedade e de seu

desenvolvimento.

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Segundo o Código de Ética do Conselho Internacional de Museus, a missão de um

museu é adquirir, valorizar e preservar suas coleções com o objetivo de guarda do patrimônio

natural, cultural e científico (INTERNATIONAL COUNCIL OF MUSEUM, 2006).

De acordo com essa perspectiva, iremos introduzir uma breve relação da definição do

documento museológico com o álbum de família, que é um documento que deve ser tratado e

disponibilizado aos seus usuários para garantir o acesso a ele de forma eficiente.

Para Smit (2011 apud PADILHA 2014, p. 21) “acervo museológico é composto por

documentos (peças, objetos, artefatos) que intencionalmente são guardados, pois providos de

um valor documental que lhes foi intencionalmente atribuído”.

Nesse caso, o documento álbum de família é um livro que coleciona retratos de um

grupo de parentes de uma determinada família e que tem como objetivo transmitir a sua

cultura e deixar documentados os seus atos, a fim de que a sua história seja preservada.

“O museu é uma instituição permanente, sem fins lucrativos a serviço da sociedade e

de seu desenvolvimento, aberta ao público, que adquire, conserva, estuda, expõe e transmite o

patrimônio material e imaterial da humanidade e do seu meio, com fins de estudo, educação e

deleite” (ICOM, 2007).

Dentro dos museus há variados tipos de documentos em diferentes suportes, segundo

Hernandez (2006, p. 163) “qualquer suporte pode conter determinado conhecimento e servir

de meio de transmissão desse conhecimento”. Ainda a autora, afirma que a documentação

museológica deve apresentar as seguintes características: confiabilidade, flexibilidade e

economia.

Para Padilha (2014, p. 20-21), “o acervo museológico é formado por objetos bi ou

tridimensionais, de ampla variedade tipológica, podendo ser de cunho etnográfico,

antropológico, arqueológico, artístico, histórico, tecnológico, imagético, sonoro, virtual, de

ciências naturais, entre outros”. Nessa direção, ainda a autora, comenta que o acervo do

museu, “uma vez selecionado, interpretado, organizado e armazenado torna-se patrimônio

cultural. Essas ações são as que dão intencionalmente valor documental, patrimonial e

informacional a ele tornando-se um documento”.

Portanto, o álbum de família é um documento de grande importância para a memória

individual e coletiva, pois, por meio das imagens e objetos representados nesse documento, é

possível construir a história e a cultura de um determinado período da história da humanidade,

ou seja, esse documento tem como principal objetivo a transmissão de conhecimentos.

Ao falarmos do álbum de família como objeto museológico, nós o analisaremos

conforme o conceito de musealização.

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Conforme a literatura levantada para o desenvolvimento da pesquisa, verificou-se que

esse termo foi introduzido na museologia por Zbynek Stránský e, segundo Schreiner (1980

apud LOUREIRO, M.; LOUREIRO, J., 2013, p. 6), “Stránský define o museu como uma

instituição documentária que acumula, preserva e comunica testemunhos autênticos da

realidade objetiva”. Portanto, o álbum de família como documento museológico é um objeto

que acumula, preserva e comunica testemunhos históricos.

Na visão de Loureiro (2011),

A musealização consiste em um conjunto de processos seletivos de caráter info-

comunicacional baseados na agregação de valores a coisas de diferentes naturezas às

quais é atribuída a função de documento, e que por esse motivo tornam-se objeto de

preservação e divulgação. Tais processos, que têm no museu seu caso privilegiado,

exprimem na prática a crença na possibilidade de constituição de uma síntese a partir

da seleção, ordenação e classificação de elementos que, reunidos em um sistema

coerente, representarão uma realidade necessariamente maior e mais complexa

(LOUREIRO, 2011, p. 204-205).

Metzger, citado por M. Loureiro e J. Loureiro (2013), relata as seguintes funções dos

museus:

A primeira é uma “função de conservação”, na medida em que “todo objeto não

preservado e não registrado é condenado à inacessibilidade e à perda”. Essa

observação vale não apenas para objetos tangíveis, “que desaparecem da memória

dos homens e sofrem os estragos do tempo”, mas também para os intangíveis, como

“dados, enunciados, imagens e sons”. A segunda função relaciona-se ao acesso, pois

uma coleção é “concebida para permitir ou, ao menos, facilitar o acesso aos objetos

que a compõem”. Deve ser dotada de uma “dupla acessibilidade” simultaneamente

física e intelectual; deve ser não apenas acessível em seu conjunto, mas também

“propor os meios para o alcance e a apreensão de seus objetos”. A terceira função

relaciona-se à identificação e à descoberta, pois “o usuário de uma coleção que não

foi construída por ele próprio ou que ele não frequenta regularmente, tem acesso

frequentemente por acaso, a objetos cuja existência ignorava”. Uma das grandes

questões envolvidas na gestão das coleções seria, assim, “a busca do justo equilíbrio

entre boa conservação e boa acessibilidade”. Pois quanto maior o acesso à coleção

mais rápida é sua degradação. É por isso que as coleções patrimoniais são de acesso

muito mais limitado que outras (METZGER, 2006, p. 49 apud LOUREIRO M.;

LOUREIRO J. 2013, p. 7, grifo nosso).

Ainda, sobre a coleção de museu, Maroevic (2004 apud LOUREIRO; LOUREIRO ,

2013) esclarece que:

Uma coleção de museu é um conjunto multidimensional de objetos de museu. Mais

frequentemente, funciona como uma unidade composta por objetos individuais,

acumulando e transferindo o valor documentário do objeto de museu para um nível

mais alto. A coleção não é a mera soma de objetos de museu, porque por sua própria

natureza pode ser ampliada ou mesmo reduzida em escopo. É um organismo vivo

que, em certas situações, [...] pode desempenhar o papel de um objeto de museu e,

vista como um todo, tem o significado e o valor de um documento. Nesse caso, os

valores documentários dos objetos individuais são somados ao valor da coleção

como um todo (MAROEVIC, 2004, p. 26 apud LOUREIRO M.; LOUREIRO J.

2013, p. 7).

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Nessa direção, percebe-se que o museu é uma instituição cultural que constitui e

dissemina informações e conhecimentos.

Pode-se inferir que o documento museológico álbum de família possui características

próprias e funções específicas dentro do domínio ao qual pertence, o “museu” como um

objeto colecionável. Os arquivos, as bibliotecas e os museus são instituições com estocagem

de informações que podem variar de acordo com seus objetivos.

Por conseguinte, todas têm a mesma finalidade de tornar acessível o seu acervo.

Segundo Homulos (1990 apud SMIT, 2012, p. 90), os arquivos, as bibliotecas e os museus

são “Instituições coletoras de cultura”.

Após alguns estudos, observou-se que as três instituições apresentadas, possuem

preocupações comuns no que tange à sua representação e ao seu acesso. Posteriormente, essa

assertiva será abordada na subseção 6.1, quando iremos analisar a organização, a descrição, a

representação documentária e o acesso aos álbuns de família do nosso campo empírico.

Por último, de acordo com a literatura levantada, podemos inferir que o álbum de

família é um documento hibrido, pois é encontrado nos arquivos, nas bibliotecas e nos

museus, porém com atribuições e funções distintas ao documento conforme a instituição à

qual pertence.

Para Santaella (2008, p. 20), os termos “híbrido, hibridismo, hibridação, hibridização

são termos oriundos de diversos campos de conhecimento e podem ser aplicados, por

exemplo, às formações sociais, às misturas culturais”.

Ela descreve a origem da expressão da seguinte forma:

No sentido dicionarizado, ‘hibridismo’ ou ‘hibridez’ designa uma palavra que é

formada com elementos tomados de línguas diversas. “Hibridação” refere-se à

produção de plantas ou animais híbridos. ‘Hibridização’ proveniente do campo da

Física e da Química, significa a combinação linear de dois orbitais atômicos

correspondentes a diferentes elétrons de um átomo para a formação de um novo

orbital. O adjetivo ‘híbrido’, por sua vez, significa miscigenação, aquilo que é

originário de duas espécies diferentes (SANTAELLA, 2008, p. 20).

O álbum de família traz questões importantes para refletirmos sobre a sua natureza

hibrida ao enfatizar a sua interlocução com arquivos, bibliotecas e museus.

Conforme Santaella (2008), o conceito do documento hibrido concilia a integração de

várias espécies diferentes. Tomando como base a assertiva da autora, podemos considerar o

álbum de família como um documento hibrido quando é proveniente de três instituições com

características distintas, conforme citado.

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Somando-se a isso, é importante abordar o texto de Dodebei (2011) quando a autora

se refere aos espaços de memória, os arquivos, bibliotecas e museus em que destaca a forma

hibrida dos centros de memória.

É bem verdade que havia uma separação, nem sempre muito nítida, entre o

bem cultural, o bem informacional e o bem documental. Assim, deixava-se a

cultura para os museus, a informação para a biblioteca e os documentos

administrativos para os arquivos. Mas quando os centros culturais ou centros

de memória surgiram e se multiplicaram, esses tipos de “bem” foram

absorvidos pelo que hoje se pode chamar de patrimônio cultural. Todas essas

casas passam a ser “casas de patrimônios”, quer dizer, um pouco museus, um

pouco arquivos, um pouco bibliotecas, um pouco espaços de lazer e

encontros presenciais (DODEBEI, 2011, p. [2]).

Por essa colocação, podemos apontar que os álbuns de família estão presentes nessas

casas de patrimônios e podem serem considerados um “bem” cultural, um “bem”

informacional e um “bem” documental. Para Moran (2015, p. 27), o termo “Híbrido significa

misturado, mesclado, blended”. Portanto, esse caráter híbrido deve-se ao fato de o álbum

possuir essa junção de diferentes características presentes nos arquivos, bibliotecas e museus.

Vale destacar que essa “mistura” faz parte do caráter híbrido dos álbuns de família,

principalmente por se tratar de um documento cultural por estar presente nos museus,

informativo por fazer parte do acervo das bibliotecas, e documental por ser localizado nos

arquivos.

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5 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Para alcançar os objetivos propostos na nossa pesquisa, foram realizadas as seguintes

etapas:

Pesquisa bibliográfica – subseção 5.1;

Pesquisa de campo nas unidades de memória e informação selecionadas, a fim de

identificar a organização, a descrição, a representação documentária e o acesso aos

álbuns de família – subseção 5.2;

Principais categorias e conceitos identificados na literatura sobre álbuns de família –

subseção 5.3;

Principais categorias identificadas na representação documentária dos álbuns de

família nos acervos das unidades de memória e informação - subseção 5.4.

É importante destacar que, para dar corpo ao nosso trabalho, definimos como

amostra para o nosso estudo comparativo13 os álbuns de família dos acervos do Arquivo

Nacional, da Biblioteca Nacional, do Centro de Pesquisa e Documentação de História

Contemporânea do Brasil - (CPDOC/FGV), da Fundação Casa de Rui Barbosa, do Instituto

Histórico e Geográfico Brasileiro e do Museu Histórico Nacional.

5.1 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA

Foi realizada em âmbito nacional uma pesquisa bibliográfica no Portal de Periódicos

da Capes para levantar artigos pertinentes ao objeto de estudo. Esse levantamento

bibliográfico foi feito em periódicos de Biblioteconomia, Arquivologia, Museologia,

Antropologia, Sociologia, História e Ciência da Informação, pois o objeto de estudo da

pesquisa dialoga com essas diversas áreas do conhecimento.

Esta pesquisa teve como parâmetro os seguintes termos de busca: “Organização da

Informação”, “Álbum de família”, “Álbum de fotografia”, “Álbum fotográfico”, “Arquivos de

fotografias”, “Álbum de fotos”, “Retratos de família”, “Fotos de família”, “Arquivo de

família”, “Fotografias de família”, “Organização e tratamento técnico”, “Recuperação da

Informação”.

13 É um método de pesquisa aplicado para identificar as semelhanças e diferenças em diversos tipos de grupos, classes,

sociedades ou povos, a fim de pontuar as suas similitudes e explicar as suas divergências. (MARCONI; LAKATOS, 2003).

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A fim de localizar referências sobre o nosso objeto de pesquisa, foram realizadas

pesquisas em vários sites da internet e, por intermédio deles, encontramos vários repositórios

institucionais nacionais e estrangeiros. O levantamento bibliográfico foi realizado nos

seguintes repositórios nacionais: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações do Instituto

Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT); Biblioteca Digital da

Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Biblioteca Digital da Universidade Federal de

Santa Catarina; Biblioteca Digital da Universidade Federal da Bahia; Biblioteca Digital da

Produção Intelectual da Universidade de São Paulo; Biblioteca Digital da Unicamp;

Repositório Institucional da Universidade de Brasília. Dos Repositórios estrangeiros, foram

utilizados os seguintes: Repositório da Universidade de Lancaster; Repositório Científico de

Acesso Aberto de Portugal; Repositório da Universidade Nova de Lisboa; Repositório Digital

da Universidade de Barcelona. A busca nesses repositórios tinha como principal objetivo

extrair referências que discorressem sobre o nosso objeto de pesquisa, “a organização e o

tratamento técnicos dos Álbuns de família”. Também foi realizada uma pesquisa bibliográfica

na Base de dados referencial de artigos de periódicos em Ciência da Informação – BRAPCI e

na Scientific Electronic Library Online - SciELO.

No que tange às características e as especificidades do álbum de família, foram

utilizadas as obras Álbum de família: a imagem de nós mesmos, de Armando Silva; Retratos

de Família, de Miriam Moreira Leite; Álbum de família, de Myriam Moraes Lins de Barros e

Ilana Strozenberg.

No que concerne ao tema “álbum de família”, foram localizados alguns artigos nos

periódicos: Interin, Discursos Fotográficos, Em questão, O Olho da História, Intercom,

Estudos Históricos, Cadernos de Antropologia e Imagem, Revista do Arquivo Nacional,

Jornal da Unicamp, A Noite, Álbum Imperial e Revista de História da Biblioteca Nacional.

Em relação a “organização e processamento técnico de fontes de informações”, foram

localizados os títulos: Revista da Escola de Biblioteconomia da UFMG, Ciência da

Informação, Perspectivas em Ciência da Informação; Transinformação e Datagramazero.

Para discorrer sobre o processo de categorização recorremos às obras de Minayo (2008), O

desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde; Selltiz et al. (1965), Métodos de

Pesquisa das relações sociais.

Considerando o tema pouco explorado na literatura, a pesquisa foi realizada de forma

exaustiva e não houve preocupação em limitar o período de busca nas fontes de informações.

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5.2 PESQUISA DE CAMPO

A pesquisa de campo foi realizada por meio de entrevista semiestruturada (Apêndice

A) e tinha como objetivo identificar nas instituições visitadas os seguintes itens quanto aos

álbuns de família: política de aquisição (ou recolhimento) e seleção; diretrizes para

conservação e restauração; organização, descrição e representação documentária; tipos de

álbuns de família; usuários e acesso aos registros. A pesquisa foi realizada com os gestores

das unidades de memória e informação do Arquivo Nacional, da Biblioteca Nacional, do

Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil da Fundação

Getúlio Vargas, do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e do Museu Histórico Nacional.

O Álbum de família é um documento que pode ser localizado nessas seis unidades de

memória e informação. Observou-se que os álbuns recebem determinado processamento

técnico na unidade na qual está inserida; dessa maneira, a pesquisa tem o objetivo de

explicitar os princípios aplicados na organização, na representação e no acesso aos álbuns de

família nos acervos das unidades de memória e informação e verificar se as categorias

extraídas da literatura de álbum de família estão representadas na organização desses acervos.

5.3 PRINCIPAIS CATEGORIAS E CONCEITOS IDENTIFICADOS NA LITERATURA

SOBRE ÁLBUNS DE FAMÍLIA

Para identificar as principais “categorias analíticas e operacionais” (MINAYO, 2008,

p. 178), recorreu-se às obras de Armando Silva (2008), Miriam Leite (2001) e Myriam Lins

de Barros e Ilana Strozenberg (1992) já citadas. Procurou-se analisar e selecionar as ideias e

os termos recorrentes nos textos dos autores quando exploraram o objeto de estudo nas suas

diversas dimensões e características. Foram extraídas as principais categorias utilizadas na

pesquisa de Silva (2008) sobre álbuns de família e utilizamos essas categorias como

parâmetro para a seleção das categorias utilizadas por Leite (2001) e Barros e Strozenberg

(1992).

Dispomos a seguir o quadro das categorias e suas conceituações14 extraídas a partir de

Silva (2008).

14 Somente as categorias gênero e regiões não estavam conceituadas em Silva (2008), mas foram usadas pelo

autor.

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Quadro 3: Conceitos das categorias definidas por Armando Silva (2008).

Categorias Conceituação

Atuantes

Atores que desempenham papéis na família

fotografada e que podem ser humanos ou animais

(SILVA, 2008, p. 138).

Atuantes inanimados

Objeto que posa para a foto na qualidade de atuante e

não apenas como parte de um cenário: nesse caso, o

objeto faz o cenário e atua nele (SILVA, 2008, p.

141).

Cenários fotográficos

Fabricação de ilusões cênicas, de objetos

transformados em cenários e de cenários reais.

Aqueles para iludir, fazer acreditar que se está em

outro lugar (SILVA, 2008, p. 141).

Gênero

Princípios que transforma as diferenças biológicas

entre os sexos em desigualdade sociais estruturando a

sociedade sobre a assimetria das relações entre

homens e mulheres (BRUSCHINI; ARDAILLON;

UNBEHAUM, 1998, p. 89).

Gerações

São protagonistas das fotografias, no álbum; a árvore

genealógica é identificada assim: ascendentes (pais e

avós), descendentes (filhos e netos), estende-se para

irmãos e tios co-estende-se para famílias não-

consanguíneas e amplia-se para amigos e conhecidos

(SILVA, 2008, p. 137).

Objetos encontrados nos álbuns

Outros materiais, também visuais, mas nem sempre

de natureza fotográfica. Ou seja, o álbum é de forma

literal um livro aberto, não só porque está disposto a

receber o que vier no futuro, mas porque nele entram

diferentes objetos, da mais variada natureza que se

mesclam às fotos (SILVA, 2008, p. 64).

Objetos preferidos

Coisas que cercam ou constroem o cenário

fotográfico. […] Os objetos variam com a época, nas

fotos mais antigas o objeto mais registrado é a

cadeira, […] além das cadeiras, o mobiliário antigo

destaca como objetos de sua predileção peças de

roupa, chapéus e sapatos. No período intermediário,

aparecem com notoriedade os carros (SILVA, 2008,

p. 140).

Regiões

Áreas individualizadas identificadas por suas

características físicas, humanas e econômicas que

apresentam paisagens diferenciadas (GUERRA,

1972).

Ritos de passagem

Tudo aquilo que constitui um movimento preliminar

de transição de um estado para outro, são diferentes

cerimoniais que vão se tornando constantes com o

passar do tempo na vida social (SILVA, 2008, p.

147). Fonte: Elaborado pela autora.

Na sequência, apresentamos o quadro que sistematiza as categorias e as subcategorias

que foram extraídas das obras de Silva (2008), Leite, (2001) e Barros e Strozenberg (1992), e

essas se mostraram como recorrentes e significativas para a descrição das imagens

fotográficas dos álbuns de família.

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Quadro 4: Principais categorias e subcategorias identificadas na literatura de álbuns de

família15.

Fonte: Elaborada pela autora.

15 Verificou-se no presente estudo que Leite (2001) e Barros e Strozenberg (1992) nomearam as categorias de

forma mais específica do que Silva (2008), porém dentro da mesma classe conceitual. Dessa forma, foram

identificadas como subcategorias e colocadas entre parênteses para melhor compreensão.

CATEGORIAS E SUBCATEGORIAS IDENTIFICADAS NA LITERATURA

SILVA, Armando (2008) LEITE, Miriam (2001) BARROS, Myriam; STROZENBERG,

Ilana (1992)

Categorias Subcategorias Categorias Subcategorias Categorias Subcategorias

Atuantes Animais

Humanos

Atuantes

(Personagens)

Criados

Animais de estimação

Filhos menores

(Crianças) Mães

Casais

Professor Alunos

Atuantes

(Personagens)

Criança

Mulher-mãe Marido

Esposa

Atuantes

inanimados

Arvores

Bolos

Cadeiras

Flores

Matas

Atuantes

inanimados (Objetos)

Árvores

Almofada Presentes

Flores

Taça

Atuantes

inanimados (Objetos)

Sofás

Cadeiras Almofadas

Bonecas

Carrinhos Arcos

Mesa

Cenários

fotográficos

Estúdio

Igreja Quintal

Rua

Sala Sala de estar

Cenários

(Fotos interiores/fotos

exteriores)

Casa (interior)

Estúdio fotográfico (Interior)

Pátio interno

Frente da casa (externo)

Calçada (exterior)

Quintal (exterior) Varanda (exterior)

Classe escolar

(interior)

Cenários Casas

Varandas Fachadas das casas

Terraço

Jardim

Gênero Masculino

Feminino

Gênero

(Grupo)

Masculino

Feminino

Gênero

(Indivíduos)

Homens

Mulheres

Gerações Avós Bisavós

Filhos

Netos Pais

Gerações

Avós Filhos

Pais

Gerações Avós Bisavós

Filhos

Netos Pais

Objetos

encontrados nos álbuns

Cartões

Gotas de sangue

Lembretes

Mechas de cabelos

Recortes de jornais Selos

Objetos

encontrados nos álbuns

(Objetos)

Postais

Objetos encontrados

nos álbuns (Relíquias)

Cartas

Objetos preferidos Bolos

Carros

Garrafas

Objetos preferidos

(Objetos)

Automóvel

Charretes

Objetos preferidos

(Ornamentos)

Carro

Quadros

Jarros Camas

Mesas

Armários

Regiões Bogotá

Medellín

Santa Marta

Regiões

(Locais)

Cidade de São Paulo Regiões

(Locais)

Cidade do Nordeste

Praia do Flamengo

Parque Europeu

Ritos de passagem Batismo Crisma

Matrimonio

Quinze anos Primeira comunhão

Gravidez Funeral

Ritos de passagem

Aniversários Batizados

Casamentos

Enterros Festas de fim de ano

Piqueniques

Ritos de Passagem (Rituais

familiares/Ritual de

Congregação familiar)

Almoços Aniversários

Casamento

Festas de fim de ano Natal

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5.4 PRINCIPAIS CATEGORIAS IDENTIFICADAS NA REPRESENTAÇÃO

DOCUMENTÁRIA DOS ÁLBUNS DE FAMÍLIA NOS ACERVOS

Esta subseção aponta as categorias observadas na representação documentária dos

álbuns das unidades de memória e informação que foram consideradas aplicáveis para análise

do objeto de estudo.

5.4.1 Arquivo Nacional

Para iniciar o trabalho de seleção e identificação das categorias na unidade de

informação, recorreu-se aos álbuns de família de Mário Lago16 e de D. Vicentina Goulart17.

Os termos a seguir foram extraídos do campo de indexação do Relatório de Impressão do

Sistema de Informação do Arquivo Nacional – SIAN (ANEXO A).

Unidade de informação – Arquivo Nacional

Álbum de família – Mario Lago

Termos de indexação

Álbum de família - Mário Lago (Cont.)

Termos de indexação

1º de Abril: estórias para a história (Publicação)

Abravanel, Senor, 1930-

Albuquerque, Ivan, 1932-2007

Almeida, Carlos Alberto Ascenção de, 1939-

Arlete

Aurora (Música)

Avenida Paulista (Minissérie)

Braga, Carlos Alberto Ferreira, 1907-2006

Cabral, Julieta

Cabral, Márcia

Câmara Municipal do Rio de Janeiro (RJ)

Cão

Carneiro, Pedro Lago, 1977-

Carvalho, Afonso Cláudio

Carvalho, Elisabeth Santos Leal de, 1946-

Copacabana, Praia de (Rio de Janeiro, RJ)

Cordeiro, Carlos

Cordeiro, Henrique João

Cordeiro, Mafalda

Cordeiro, Vanda de Souza, 1945-

Cordeiro, Vladimir

Correio da Noite (Jornal)

Croccia, Giuseppe

Lago, Ricardo, 1981-

Lago, Zeli Cordeiro, 1925-1997

Legião Brasileira de Assistência

Lins, Ivan Guimarães, 1945-

Lins, Lúcia Maria Werner Vianna, 1953-

Louzada, Oswaldo, 1912-2008

Magalhães, Antônio Carlos Peixoto de, 1927-

2007

Magalhães, Arlete Maron

Marzo, Cláudio da Silva , 1940-

Mealhada (Portugal)

Medalha Pedro Ernesto

Michel

Movimento dos Trabalhadores Sem Terra

MPB4 (Conjunto musical)

Nada além (Disco)

Parreira, Carlos Alberto Gomes, 1943-

Pinheiro, Custódio Mesquita de, 1910-1945

Primeira Eucaristia

Programa Sílvio Santos (Programa de televisão)

Rede Globo de Televisão

Reis, Aquiles Rique, 1948-

Revolução dos Cravos, 1974

16 Mário Lago foi advogado, poeta, radialista, compositor e ator brasileiro. Autor de sambas populares como "Ai,

que saudades da Amélia" e "Atire a primeira pedra", ambos em parceria com Ataulfo Alves, fez-se popular entre

as décadas de 40 e 50.

WIKIPEDIA. Mário Lago. Disponível em: < https://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A1rio_Lago>. Acesso em: 5

mar. 2016. 17 Vicentina Marques Goulart, foi mãe de João Belchior Marques Goulart, ex-presidente da República.

CENTRO DE PESQUISA E DOCUMENTAÇÃO DE HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA DO BRASIL. João

Goulart. Disponível em: < http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/Jango/biografias/joao_goulart . Acesso em: 25

jun. 2016.

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Croccia, Maria

Faria, Ruy Alexandre, 1937-

Folha de São Paulo (Jornal)

Freire Filho, Aderbal, 1941-

Fróes, Aracy Cardoso, 1937-

Guagliardi, Catello Carlos, 1913-1985

Houaiss, Antônio, 1915-1999

Igreja de Santa Margarida Maria (Rio de Janeiro,

RJ)

Instituto São Paulo Apóstolo (Rio de Janeiro, RJ)

Lago Filho, Mário, 1955-

Lago Neto, Mário

Lago, Antônio de Pádua Jovita Correia do, 1887-

1955

Lago, Antônio Henrique, 1948-

Lago, César

Lago, Graça Maria, 1951-

Lago, Juliana

Lago, Luiz Carlos, 1953-

Lago, Mário, 1911-2002

Robson

Santos, Milton Lima dos, 1943-

Saquarema (RJ)

Sarney, Marli Macieira, 1932-

Selva de pedra (Telenovela)

Silva Filho, Antônio Pereira da, 1925-2001

Silva, Orlando Garcia, 1915-1978

Silveira, Antônio Modesto da, 1927-

Sôdade do Cordão (Bloco carnavalesco)

Teatro Municipal do Rio de Janeiro

Tempo e o vento, o (Minissérie)

Theotto, Mafalda, 1924-

Veiga, Artur

Ventura, Andrea Lago, 1970-

Waghabi Filho, Antônio José, 1943-

Zagallo, Mário Jorge Lobo, 1931-

Fonte: Arquivo Nacional

Unidade de informação – Arquivo Nacional

Álbum de família - Vicentina Goulart

Termos de indexação Aniversário

Brizola, Leonel de Moura, 1922-2004

Dantas, João Portela Ribeiro

Goulart, Denise, 1957 -

Goulart, João Belchior Marques, 1919 - 1976

Goulart, João Vicente, 1956 -

Goulart, Maria Teresa Fontela, 1936 -

Goulart, Vicentina Marques, 1883 - 1963

Igreja Matriz Nossa Senhora de Belém (Porto Alegre,

RS)

Ribeiro, Jair Dantas, 1900 – 1969

Valle, João Luís de Moura

Fonte: Arquivo Nacional

Figura 9: Álbum da família de D. Vicentina Goulart

Fonte: Acervo do Arquivo Nacional

O álbum contém 41 folhas de 25 x 33 cm

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5.4.2 Biblioteca Nacional

Foi disponibilizado o álbum da família Lynch18 do acervo da Biblioteca Nacional para

o desdobramento da pesquisa. Os termos a seguir foram extraídos do campo de assuntos dos

33 registros referentes ao álbum da família Lynch (ANEXO B).

Unidade de informação – Biblioteca Nacional

Álbum de família – Família Lynch

Assuntos Habitações – Rio de Janeiro (RJ)

Interiores – Rio de Janeiro (RJ)

Mobiliário – Rio de Janeiro (RJ)

Rio de Janeiro (RJ)

Rio de Janeiro (Estado)

Brasil

Cópia fotográfica de gelatina e prata

Piano – Rio de Janeiro (RJ)

Tapetes – Rio de Janeiro (RJ)

Jardins – Rio de Janeiro (RJ)

Morros – Rio de Janeiro (RJ)

Corcovado, Morro do Rio de Janeiro (RJ)

Lagos – Rio de Janeiro (RJ)

Piscinas – Rio de Janeiro (RJ)

Portões – Rio de Janeiro (RJ)

Álbum fotográfico

Interiores – Rio de Janeiro (RJ)

Varandas – Rio de Janeiro (RJ)

Fonte: Biblioteca Nacional

Figura 10: Álbum da família Lynch

Fonte: Acervo digital da Biblioteca Nacional

1 álbum (33 fotos: gelatina, p&b; 22 x 28 cm e 28,2 x 22,7 cm); 36,6 x 45,3 cm

18 A família Lynch teve início na história no Brasil com a chegada de Edward James Lynch, engenheiro, que

veio da Inglaterra com os irmãos para auxiliar o Barão de Mauá na construção de obras como o saneamento da

Cidade Nova e a construção do Canal do Mangue. Casou-se com Adèle Teresa Gosling, com quem teve três

filhos. Embora nascidos no Brasil, fizeram seus estudos na Inglaterra. Henry Joseph, Lynch o filho do meio, o

único que não se casou, foi o personagem mais importante da família. Colecionador e bibliófilo, líder da colônia

britânica, foi representante dos Rothschild e merecedor do título de Cavaleiro do Império Britânico ao ajudar um

navio britânico atingido pelos alemães a abastecer no Brasil

BIBLIOTECA NACIONAL (Brasil). Disponível em: <http://acervo.bn.br/sophia_web/index.html>. Acesso em:

5 mar. 2016.

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5.4.3 Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil –

CPDOC/FGV

Foram indicados os álbuns de família de D. Alzira Vargas19 e de Lucas Lopes20 para o

desenvolvimento da presente pesquisa. As descrições das imagens fotográficas foram

extraídas do campo Resumo (ANEXO C).

Unidade de informação – CPDOC/FGV

Álbum de família – Alzira Vargas Álbum de família Alzira Vargas (Cont.)

Resumo Resumo Getúlio Vargas junto a familiares no Palácio do Catete (Rio de

Janeiro, RJ, 1930)

Família Vargas, Família Aranh,

Ajudantes de Ordens de Getúlio Vargas, entre outros no

Palácio Rio Negro (Petrópolis, RJ, 1931)

Chegada da esquadrilha aérea italiana, comandada por Ítalo

Balbo (Rio de Janeiro, RJ, 1931)

Família Vargas, Família Aranha, Walder Sarmanho, Morena

Sarmanho Regina Taisses Sarmanho , Joaquim Pedro Salgado

Filho, Rubem Rosa e Egídio da Câmara Souza em Petrópolis

(Petrópolis, RJ, 1931)

Getúlio Vargas Filho, Manuel Antônio Sarmanho Vargas,

Alzira Vargas e Jandira Vargas no Palácio do Catete (Rio de

Janeiro, RJ, 1931)

Visita do Príncipe de Gales ao Brasil (Rio de Janeiro, RJ, 1931)

João de Deus Noronha Mena Barreto na Esplanada do Castelo

(Rio de Janeiro, RJ, 1931)

Coroação da Rainha do Brasil na Esplanada do Morro do

Castelo (Rio de Janeiro, RJ, 1931)

Dornier X (DO-X): maior hidroavião já construído (Rio de

Janeiro, RJ, 1931)

Lutero Sarmanho Vargas, Joaquim Luís Amaro da Silveira e

Manuel Antonio Sarmanho Vargas no Palácio Rio Negro

(Petrópolis, RJ, 1932)

Familiares de Getúlio Vargas juntos a Armênio da Rocha

Miranda e Luís Simões Lopes na Granja Brasil (Itaipava, RJ,

1932)

Churrasco na residência do Desembargador Armando Alencar

(Itaipava, RJ, 1932)

João Alberto Lins de Barros, Rubem Rosa, Joaquim Luís

Amaro da Silveira, e familiares de Getúlio Vargas em visita ao

interior do estado (Correias, RJ, 1931)

Visita da família Vargas à Granja Brasil (Itaipava, RJ, 1931)

Manuel Antonio Sarmanho, Getúlio Vargas Filho e

Alzira Vargas na praia do Arpoador (Rio de Janeiro,RJ

1932)

Darcy Sarmanho Vargas, José Carlos de Macedo Soares e

Matilde Melchert da Fonseca de Macedo Soares em Hotel

na Cidade de Santos (Santos, SP, 1932)

Alzira Vargas e outros em Botafogo (Rio de Janeiro, RJ,

1932)

Ernesto Francisco Dornelles, Benjamin Vargas e Omar

Mesquita Vargas juntos ao 14° Corpo Auxiliar da

Brigada Militar do Rio Grande do Sul (1932)

Morena Sarmanho, e Regina Taisses Sarmanho no

Palácio Guanabara (Rio de Janeiro, RJ, 1930)

Morena Sarmanho, Regina Taisses Sarmanho, Sr. Taisses

e Alice Taisses no Palácio Guanabara (Rio de Janeiro,

RJ, 1931)

Familiares de Getúlio Vargas no Palácio Guanabara (Rio

de Janeiro, RJ)

Família Vargas e Família Aranha no Palácio da

Guanabara (Rio de Janeiro, RJ, 1931)

Ademar Siqueira, Rubem Rosa, Egídio da Câmara Souza,

João de Deus Noronha Mena Barreto, Getúlio Vargas e

seus familiares no Palácio da Guanabara (Rio de Janeiro,

RJ, 1931)

(Palácio Guanabara, Rio de Janeiro, RJ, 1931)

(Itaipava, RJ, 1931)

Família Vargas no Palácio Guanabara (Rio de Janeiro,

RJ, 1932)

Regina Taisses Sarmanho (1932)

Família Vargas, Walder Sarmanho, Morena Sarmanho,

Regina Taisses Sarmanho e Lavínia Sarmanho de Abreu

e Silva (1932)

Fonte: CPDOC/FGV

19 D. Alzira Vargas foi auxiliar de gabinete da Presidência da República 1937 - 1939; membro da Comissão

Nacional do Bem-Estar Social 1951-1954; membro de delegação à Conferência Internacional do Trabalho 1952;

presidente da Fundação Darcy Vargas 1968-1992; presidente da Casa do Pequeno Jornaleiro 1968-1992.

CENTRO DE PESQUISA E DOCUMENTAÇÃO DE HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA DO BRASIL.

Disponível em: < http://www.fgv.br/cpdoc/guia/detalhesfundo.aspx?sigla=AVAP>. Acesso em: 5 mar. 2016. 20 Lucas Lopes foi Secretário estadual da Secretaria de Agricultura, Indústria e Ministro de Estado do Ministério

da Viação e Obras Públicas 1955,1956.

CENTRO DE PESQUISA E DOCUMENTAÇÃO DE HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA DO BRASIL.

Disponível em:< http://www.fgv.br/cpdoc/guia/detalhesfundo.aspx?sigla=LL>. Acesso em 5 mar. 2016.

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Figura 11: Álbum da família de D. Alzira Vargas

Fonte: Acervo do CPDOC/FGV

Álbum com 224 fotos: p&b; 5,9 cm x 8,4 cm a 6,1 cm x 9 cm.

Unidade de informação – CPDOC/FGV

Álbum de família - Lucas Lopes

Resumo Aspectos da casa de Divinópolis.

Lucas Lopes e outros em ocasiões informais diversas.

Lucas Lopes e Esther Lopes em família no Chalé Lavras.

Lucas Lopes e Esther Lopes em reuniões familiares.

Esther Lopes e Ana Lucia (recém nascida).

Rodrigo Lopes e Martinha em momentos diversos da infância.

Lucas Lopes e outros em visita a Copacabana.

Rodrigo Lopes e Norinha em momentos diversos da infância.

Lucas Lopes e Esther Lopes em viagem a Corumbá.

Lucas Lopes, Esther Lopes e outros em viagem a Vitória.

Criança não identificada.

Fonte: CPDOC/FGV

5.4.4 Fundação Casa de Rui Barbosa

Foram selecionados dois álbuns da Coleção de Lucia Sanson21 para analisar o processo

de categorização do acervo da Fundação Casa de Rui Barbosa. Os termos identificados

foram extraídos dos campos Assunto e Palavras-chave (ANEXO D).

Unidade de informação – Fundação Casa de Rui Barbosa

Álbum de família – Lucia Sanson ALB1

Assunto Palavras-Chave

Animal

Fantasia (vestuário)

Cavalo

Fazenda

José Mendes de Oliveira Castro III

Boi

Gado

Fonte: Fundação Casa de Rui Barbosa

21 Maria Lucia David de Sanson, é neta de Maria Mendes de Oliveira Castro, filha do segundo Barão de Oliveira

Castro com Maria Estephânia Pontes Câmara. Casou-se em 1967 com Luiz Alberto David de Sanson, neto de

Octávio Mendes de Oliveira Castro, irmão do segundo Barão de Oliveira Castro.

FUNDAÇÃO CASA DE RUI BARBOSA. Coleção Lucia Sanson. Rio de Janeiro, [199?].

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Unidade de informação – Fundação Casa de Rui Barbosa

Álbum de família – Lucia Sanson ALB2

Assunto Palavras-Chave

Animal

Fantasia (vestuário)

Cavalo

Fazenda

José Mendes de Oliveira Castro III

Fonte: Fundação Casa de Rui Barbosa

Figura 12: Álbum da família Lucia Sanson (Álbum 1)

Fonte: Acervo da Fundação Casa de Rui Barbosa

5.4.5 Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro

Para analisar o acervo dos álbuns de família do Instituto Histórico e Geográfico

Brasileiro, foram disponibilizados os álbuns de Américo Jacobina Lacombe e de Jackson de

Figueiredo Martins. As categorias foram extraídas do campo Indexação de assuntos e do

campo Onomástico (ANEXO F).

Unidade de informação – Instituto Histórico e Geográfico

Brasileiro

Álbum de família - Jackson de Figueiredo Martins22

Indexação de assuntos/Onomástico Funerais

Martins, Jackson de Figueiredo

Brito, Raimundo Farias

Rosa, Garcia

Lima, Alceu Amoroso

Silveira, Tarso

Paolielo, Camilo

Fonte: Acervo IHGB

22 Jackson de Figueiredo Martins, Bacharel em Direito, dedicou-se à política e ao jornalismo. Seu nome é ponto

de referência na história do catolicismo brasileiro como organizador do movimento católico leigo. Entre 1921 e

1922, fundou o Centro Dom Vital e a revista A Ordem, por meio dos quais combateu o comunismo, o

liberalismo e a revolução de modo geral.

CENTRO DE PESQUISA E DOCUMENTAÇÃO DE HISTÓRIA CONTEMPORÃNEA DO BRASIL.

Disponível em: <https://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/AEraVargas1/biografias/jackson_de_figueiredo>. Acesso

em: 6 mar. 2016.

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Unidade de informação – Instituto Histórico e

Geográfico Brasileiro

Álbum de família - Américo Jacobina Lacombe23

Indexação de assuntos

Álbum de retratos

Fonte: Acervo IHGB

Figura 13: Álbum da família de Américo Jacobina Lacombe

Fonte: Acervo do IHGB

5.4.6 Museu Histórico Nacional

O Museu Histórico Nacional disponibilizou para o presente estudo os álbuns de

família de Francisco I 24 e da Família Imperial.

Para análise das categorias do álbum de Francisco I, foram extraídos os termos do

campo do Conteúdo e Indexação da ficha. (ANEXO I).

Unidade de informação – Museu Histórico

Nacional

Álbum de família – Francisco I

Conteúdo Genealogia dos descendentes de Francisco I,

Rei das duas Sicílias em 31 de agosto de 1854.

Sua Alteza Real a Duquesa de Berry, Carolina

Ferdinanda Luísa.

Sua Alteza Real o Duque de Bordeaux, Henri Charles,

Conde de Chambord.

S.A.R. a Duquesa de Parma, Luísa Maria.

O Grande Duque da Toscana, Leopoldo II.

A Grande Duquesa de Toscana, Maria Antonieta.

23 Américo L. Jacobina Lacombe foi advogado, professor e historiador brasileiro. Fez seus estudos em Belo Horizonte, no

Colégio Arnaldo, onde foi colega do futuro escritor Guimarães Rosa. Américo Jacobina Lacombe nasceu no Rio de Janeiro,

RJ, em 7 de julho de 1909, e faleceu na mesma cidade em 7 de abril de 1993.

ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS. Biografia de Américo Jacobina Lacombe. Disponível em:

<http://www.academia.org.br/academicos/americo-jacobina-lacombe/biografia > . Acesso em: 6 mar. 2016. 24 Francisco I (Nápoles, 19 de agosto de1777 – Nápoles, 8 de novembro de 1830) foi o Rei das Duas Sicílias de 1825 até sua

morte. Era filho do Rei Fernando I e da Arquiduquesa Maria Carolina da Áustria. Pai da D. Teresa Cristina, esposa do

Imperador D. Pedro II.

WIKIPÉDIA. Francisco I das Duas Sicilias. Disponível em: <

https://pt.wikipedia.org/wiki/Francisco_I_das_Duas_Sic%C3%ADlias > Acesso em: 11 mar. 2016.

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Arquiduquesa de Toscana Maria Isabel.

O Arquiduque de Toscana, Fernando.

Arquiduquesa de Toscana, Maria-Cristina.

Arquiduque de Toscana, Charles.

Arquiduque e Arquiduquesa de Toscana, Luís e Maria-Luisa.

S.A.R. O Príncipe Leopoldo, Conde de Siracusa.

S.A.R. Infante da Espanha Maria-Amélia.

S.A.R. O Infante da Espanha Sebastien.

S.A.R. A Princesa Maria Carolina, Condessa de

Montemolino.

S.A.R. O Infante D. Luiz, Conde d’Aquila.

S.A.R. O Infante Charles, Conde de Montemolino.

S.A.R. O Príncipe D. Francisco, Conde de Trapani.

S.A.R. A Arquiduquesa D. Isabel, Condessa de Trapani.

S.A.R. O Príncipe de Salerne.

S.A.R. A Princesa de Salerne Maria Clementina.

S.A.R. A Duquesa d’Aumale, Maria Carolina .Duchesse.

A Majestade do Reino da Espanha, Maria Amélia.

Luigi Leopoldo di Augusto. Fonte: Museu Histórico Nacional

Figura 14: Álbum da Família de Francisco I

Fonte: Museu Histórico Nacional.

Álbum 57 x 44 cm – 74 pranchas.

Observou-se que para cada imagem fotográfica do álbum da família Imperial é

elaborada uma ficha com a sua descrição bibliográfica. Portanto, foram extraídos os termos de

indexação das fichas para análise posterior (ANEXO J).

Unidade de informação – Museu Histórico Nacional

Álbum de família – Família Imperial

Indexação Crianças

D’EU, Conde

D’EU, Condessa

Fotógrafos

Herman & CIE Imagens religiosas

Retratados

Santa Isabel de Hungria

Saxe, Duque de Fonte: Museu Histórico Nacional

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70

6 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Com base nos procedimentos metodológicos aplicados, foi possível verificar como são

desenvolvidas as atividades nas instituições no que se refere à organização, à descrição, à

representação documentária e ao acesso aos álbuns de família, proporcionando subsídios para

análise desses acervos.

Por meio dos quadros comparativos que serão apresentados a seguir, será possível

verificar a política de organização e acesso dos álbuns de família do nosso campo empírico,

como também identificar e comparar as categorias contempladas pela literatura com as

categorias estabelecidas nas unidades de memória e informação nos campos de indexação,

resumo e conteúdo. Cabe destacar que as informações aqui tecidas possuem caráter reflexivo,

a fim de apresentar uma indicação para futuras pesquisas no que concerne à organização e à

representação documentária dos álbuns de família, visto que esse documento já é objeto de

estudo de várias áreas do conhecimento e uma importante fonte de informação.

As pesquisas realizadas nas unidades de memória e informação buscaram compreender

as metodologias aplicadas nas instituições no que tange à sua organização e à sua

representação documentária.

6.1 ORGANIZAÇÃO, DESCRIÇÃO, REPRESENTAÇÃO DOCUMENTÁRIA E ACESSO

AOS ÁLBUNS DE FAMÍLIA

A seguir dispomos os resultados das entrevistas aplicadas nas unidades de memória e

informação de forma condensada sobre a organização, a descrição, a representação

documentária e o acesso aos álbuns de família.

Quadro 5: Aquisição e seleção dos álbuns de família I – AQUISIÇÃO E SELEÇÃO DOS ÁLBUNS DE FAMÍLIA 1.1 O setor possui uma política de aquisição e seleção para esse tipo de acervo? Sim Não Em andamento

Arquivo Nacional *

Biblioteca Nacional *

CPDOC/FGV *

Fundação Casa de Rui Barbosa *

Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro *

Museu Histórico Nacional *

1.2 Como esses álbuns de família são ou foram adquiridos

pela unidade de informação?

Doação Aquisição Coletados/Re

colhidos

Permuta Outros

Arquivo Nacional *

Biblioteca Nacional * *

CPDOC/FGV *

Fundação Casa de Rui Barbosa *

Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro * *

Museu Histórico Nacional * *

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A primeira etapa do estudo visou verificar se havia uma política de aquisição (ou

recolhimento) e seleção para atender esse tipo de acervo, e, após a análise dos dados obtidos,

observou-se que não há uma normativa exclusiva para atender esse tipo de documento nas

unidades de memória e informação; quando há, é para atender todo o acervo do setor. Em

seguida, a fim de identificar como esses documentos são adquiridos ou recolhidos nas

instituições, percebeu-se que os álbuns chegam geralmente por doações, como parte

integrante de um arquivo acompanhado de outros itens documentais. O IHGB recebe

geralmente esses documentos por doações ou arrematados em leilões. Os álbuns de família do

MHN também são adquiridos por doações, mas na época da criação do museu, a pedido do

diretor Gustavo Barroso, vários álbuns foram coletados no Museu Nacional para fazer parte

do seu acervo, que estava em desenvolvimento.

Quadro 6: Conservação e restauração dos álbuns de família

II – CONSERVAÇÃO E RESTAURAÇÃO DOS ÁLBUNS DE FAMÍLIA

2.1 Onde ficam armazenados os álbuns de família? Estantes fixas Arquivos

deslizantes

Armários de aço Mapotecas

Arquivo Nacional * *

Biblioteca Nacional *

CPDOC/FGV *

Fundação Casa de Rui Barbosa *

Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro *

Museu Histórico Nacional * *

2.2 Existe algum procedimento para manusear os álbuns de família? Sim Não

Arquivo Nacional *

Biblioteca Nacional *

CPDOC/FGV *

Fundação Casa de Rui Barbosa *

Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro *

Museu Histórico Nacional *

2.3 Os álbuns de família recebem algum tipo de procedimento de conservação e preservação? Sim Não

Arquivo Nacional * Biblioteca Nacional * CPDOC/FGV * Fundação Casa de Rui Barbosa * Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro * Museu Histórico Nacional *

2.4 Os álbuns de família possuem algum tipo de acondicionamento? Sim Não

Arquivo Nacional *

Biblioteca Nacional *

CPDOC/FGV *

Fundação Casa de Rui Barbosa *

Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro *

Museu Histórico Nacional *

2.5 Onde é realizada a restauração dos álbuns de família? Interna Externa

Arquivo Nacional *

Biblioteca Nacional *

CPDOC/FGV *

Fundação Casa de Rui Barbosa *

Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro25 - -

Museu Histórico Nacional * *

25 Devido à falta de recursos, os álbuns de família que pertencem ao acervo do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro não

possuem uma política de conservação e restauração.

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O armazenamento dos álbuns de família pode variar de acordo com a sua dimensão

física; são guardados em mapotecas, estantes abertas ou armários de aço. Por se tratar de um

material frágil, o seu acesso somente é autorizado com a utilização de luvas; os álbuns ficam

acondicionados em caixas de material alcalino, apenas o IHGB não faz uso desse

procedimento. O AN e a BN confeccionam as suas próprias caixas, já o MHN e o

CPDOC/FGV utilizam os serviços de empresa especializada para a confecção delas.

Quadro 7: Descrição e representação dos álbuns de família III – DESCRIÇÃO E REPRESENTAÇÃO DOS ÁLBUNS DE FAMÍLIA 3.1 O setor possui uma política de indexação exclusiva para esse tipo de acervo? Sim Não Em andamento

Arquivo Nacional *

Biblioteca Nacional *

CPDOC/FGV *

Fundação Casa de Rui Barbosa *

Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro *

Museu Histórico Nacional *

3.2 Quais os instrumentos de apoio utilizados pelos profissionais de informação no

processamento técnico dos álbuns de família?

Nobrade AACR2 Outros

Arquivo Nacional * *

Biblioteca Nacional * *

CPDOC/FGV *

Fundação Casa de Rui Barbosa * *

Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro *

Museu Histórico Nacional * *

3.3 Qual o tipo de Classificação/codificação (Arquivística ou bibliográfica) que os álbuns de

família recebem na unidade de informação?

Bibliográfica Arquivística Outros

Arquivo Nacional *

Biblioteca Nacional *

CPDOC/FGV *

Fundação Casa de Rui Barbosa *

Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro *

Museu Histórico Nacional *

3.4 Qual o tipo de arranjo aplicado na descrição dos álbuns de família? Arranjo

bibliográfico

Arranjo

Arquivístico

Outros

Arquivo Nacional *

Biblioteca Nacional *

CPDOC/FGV *

Fundação Casa de Rui Barbosa *

Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro *

Museu Histórico Nacional *

3.5 Quais são os tipos de termos de indexação aplicados no processamento técnico dos

álbuns de família?

Temática Onomástica Geográfico

Arquivo Nacional * * * Biblioteca Nacional * * * CPDOC/FGV * * * Fundação Casa de Rui Barbosa * * * Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro * * * Museu Histórico Nacional * * *

3.6 Qual o nível de descrição dos álbuns de família? 1° nível 2° nível 3° nível

Arquivo Nacional * * * Biblioteca Nacional * * * CPDOC/FGV * * * Fundação Casa de Rui Barbosa * * * Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro * * * Museu Histórico Nacional * * *

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No tocante à descrição e à representação documentária dos acervos, é possível

confirmar que nas instituições não há uma política de indexação exclusiva para atender esse

tipo de documento, mas quando há uma normativa é para atender todo o acervo do setor. Os

profissionais de cinco unidades de memória e informação utilizam a Nobrade26 como apoio

para descrição dos documentos; a BN faz uso de outros instrumentos27, que abrangem as

regras gerais da AACR228 e da Library of Congress para a catalogação dos álbuns e das

imagens fotográficas. Em relação a representação dos álbuns, a indexação é realizada com

base em vocabulários controlados (AN, CPDOC/FGV, FCRB e IHGB), listas de cabeçalhos

de assunto (BN) ou linguagem livre (MHN). Os termos de indexação são temáticos,

onomásticos e geográficos. Quanto ao sistema de classificação dos documentos, o AN e a

FCRB utilizam uma base notacional resultante de um arranjo arquivístico; as demais

instituições usam a notação fixa29 para o material.

Quadro 8: Tipos de álbuns de família IV – OS TIPOS DE ÁLBUNS DE FAMÍLIA

4.1 Quais são os tipos de álbuns de família presentes no acervo da unidade de

informação?

Específicos Diversificados Público/Privado

Arquivo Nacional * * *

Biblioteca Nacional *

CPDOC/FGV * * *

Fundação Casa de Rui Barbosa * *

Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro * *

Museu Histórico Nacional *

4.2 Quais os tipos de objetos anexados/incluídos nos

álbuns de família?

Notas de jornais Cartas Cartões-postais Outros Não soube

informar

Arquivo Nacional * * *

Biblioteca Nacional *

CPDOC/FGV *

Fundação Casa de Rui Barbosa * Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro * Museu Histórico Nacional *

4.3 Qual a quantidade de álbuns de família que fazem parte do acervo? Quantidade Não soube informar

Arquivo Nacional 3

Biblioteca Nacional 1

CPDOC/FGV 101

Fundação Casa de Rui Barbosa 2

Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro *

Museu Histórico Nacional 18

Durante as visitas técnicas, foi possível verificar que as unidades de memória e

informação, possuem dois tipos de álbuns: os específicos e os diversificados. Específicos são

26 Norma brasileira de descrição arquivística do Conselho Nacional de Arquivos (Conarq). 27 Manual para Indexação de Documentos Fotográficos de Mônica Carneiro Alves e Sergio Apelian Valério.

Manual de Catalogação da Funarte, que é utilizado na catalogação dos álbuns e das fotografias. 28 Anglo-American Cataloguing Rules. 29 Notação estabelecida de acordo com a ordem de entrada e localização do documento no setor.

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aqueles que registram apenas um único rito. Diversificados são aqueles que possuem registros

de vários eventos e temas em um único álbum.

Outra questão que consideramos oportuno comentar é a junção das imagens

fotográficas dos retratados em eventos públicos e privados. Esse fenômeno ocorre no álbum

de Mario Lago e de D. Alzira Vargas e de D. Vicentina Goulart. Percebe-se que esse fato se

dá principalmente por se tratar de pessoas públicas. Ao analisar esses materiais, foram

identificados apenas recortes de jornais no álbum do Mario Lago e cartões postais no álbum

de D. Alzira Vargas. No AN, esse material é retirado do álbum apenas se oferecerem risco à

integridade do documento. Os cartões postais localizados nos álbuns de família disponíveis no

CPDOC/FGV são retirados dos álbuns e acondicionados à parte. Verificou-se que esse tipo de

acervo não possui prioridade no que tange ao seu processamento técnico; por isso, os

profissionais não souberam precisar a quantidade de álbuns, pois vários deles estão

aguardando o seu tratamento técnico.

O CPDOC/FGV disponibilizou a quantidade de álbuns da família de D. Alzira Vargas,

e o MHN, a quantidade de álbuns da família Imperial. Os profissionais das outras unidades de

memória e informação apenas mencionaram a quantidade dos álbuns que estão disponíveis

para consulta.

Quadro 9: Acesso aos álbuns de família V – ACESSO AOS ÁLBUNS DE FAMÍLIA 5.1 Como é realizado o acesso físico aos álbuns de família? Imediato Agendamento prévio

Arquivo Nacional * Biblioteca Nacional * CPDOC/FGV *

Fundação Casa de Rui Barbosa *

Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro *

Museu Histórico Nacional *

5.2 Qual o nível de escolaridade dos usuários que procuram os álbuns de

família?

Graduação Mestrado Doutorado Outros30

Arquivo Nacional * * * *

Biblioteca Nacional * * *

CPDOC/FGV * * *

Fundação Casa de Rui Barbosa * *

Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro * *

Museu Histórico Nacional * * * *

5.3 Quais os profissionais que buscam os álbuns de família? Diversificado31 Não soube

informar

Arquivo Nacional *

Biblioteca Nacional *

CPDOC/FGV *

Fundação Casa de Rui Barbosa *

Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro *

Museu Histórico Nacional *

30 Ensino Fundamental, Ensino Médio, Iniciação Científica e outros. 31 Profissionais de diversas áreas: Historiadores, Jornalistas, Designers, Cenógrafos, Antropólogos, Sociólogos

etc.

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5.4 Os álbuns de família são encaminhados para alguma de exposição

interna ou externa?

Sim Não

Arquivo Nacional *

Biblioteca Nacional *

CPDOC/FGV *

Fundação Casa de Rui Barbosa *

Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro *

Museu Histórico Nacional *

5.5 O setor utiliza alguma medida de segurança para assegurar a

participação dos álbuns de família em exposições internas ou externas?

Sim Não Não soube

informar

Arquivo Nacional *

Biblioteca Nacional *

CPDOC/FGV *

Fundação Casa de Rui Barbosa * Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro * Museu Histórico Nacional *

5.6 Os álbuns de família estão disponíveis no site da instituição para

consulta on-line?

Sim Não Parcialmente

Arquivo Nacional *

Biblioteca Nacional *

CPDOC/FGV *

Fundação Casa de Rui Barbosa * Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro * Museu Histórico Nacional *

5.7 Qual o software utilizado pela unidade de

informação?

Sophia SIAN Fotoweb Caribe Accessus Não possui

Arquivo Nacional *

Biblioteca Nacional *

CPDOC/FGV *

Fundação Casa de Rui Barbosa *

Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro *

Museu Histórico Nacional *

5.8 Os álbuns de família estão disponíveis em formato digital para consulta on-line? Sim Não Parcialmente

Arquivo Nacional *

Biblioteca Nacional *

CPDOC/FGV * Fundação Casa de Rui Barbosa *

Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro *

Museu Histórico Nacional *

5.9 Quais tipos de Arquivos de imagens são gerados para

acessar as fotografias dos álbuns de família?

PDF GIF JPG ICO Outros Não possui

Arquivo Nacional *

Biblioteca Nacional *

CPDOC/FGV *

Fundação Casa de Rui Barbosa *

Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro * Museu Histórico Nacional *

5.10 Existe algum título sobre álbuns de família publicado pela unidade de informação? Sim Não Parcialmente

Arquivo Nacional *

Biblioteca Nacional *

CPDOC/FGV *

Fundação Casa de Rui Barbosa *

Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro *

Museu Histórico Nacional *

O acesso a esse acervo geralmente é realizado com agendamento prévio; apenas o

CPDOC/FGV e o IHGB disponibilizam-nos de forma imediata no local. O público-alvo

desses documentos são geralmente historiadores, jornalistas, designers e cenógrafos. Apesar

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de se tratar de um documento visual de grande notabilidade, apenas o CPDOC/FGV já o

utilizou em uma exposição externa; portanto, para autorizar a saída desse material é

necessária a realização de um seguro. Cabe mencionar que o CPDOC/FGV é a única

instituição do nosso campo empírico que possui uma publicação sobre esse tipo de acervo

publicado na época da exposição.

Os álbuns de família das instituições pesquisadas estão parcialmente disponíveis na

internet para consulta; somente o Museu Histórico Nacional não disponibiliza o seu acervo

on-line, pois o acervo da instituição não é informatizado.

6.2 CATEGORIAS DA LITERATURA NA REPRESENTAÇÃO DOCUMENTÁRIA DOS

ÁLBUNS DE FAMILIA NOS ACERVOS

Apontaremos o resultado por meio de uma matriz das categorias estabelecidas por

Armando Silva, Miriam Leite, Myriam Barros e Ilana Strozenberg com as categorias

presentes na representação documentária dos álbuns de família nos acervos das unidades de

memória e informação.

Quadro 10: Resultado do processo de categorização da literatura versus acervos das unidades

de memória e informação

LITERATURA UNIDADES DE MEMÓRIA E INFORMAÇÃO

Armando Silva (2008)

Miriam Leite (2001)

Barros e Strozenberg (1992)

AN

Campo

Termos de

Indexação

BN

Campo

Assuntos

CPDOC/FGV

Campo

Resumo

FCRB

Campos

Assunto

Palavras-chave

IHGB

Campo

Indexação

de

Assuntos

MHN

Campos

Conteúdo

Indexação

Atuantes - animais, humanos,

Criados, animais de estimação, filhos menores (crianças), mães, casais,

professor, alunos, mulher-mãe,

marido, esposa

Cão

Retratados

-- Retratados

Criança Recém-nascida

Retratados

Cavalo Boi

Gado

Animal

Retratados Retratados

Fotógrafos Crianças

Atuantes inanimados - árvores,

bolos, cadeiras, flores, matas,

almofada, presentes, flores, taça,

sofás, cadeiras, bonecas, carrinhos,

arcos, mesa.

--

Piano,

Tapetes

Portões

Álbum

fotográfico

-- -- Álbum de

retratos

Imagens

religiosas

Cenários - estúdio, igreja, quintal,

rua, sala, sala de estar, casa, estúdio, pátio interno, calçada, classe escolar,

varandas, fachadas das casas, terraço,

jardim

Igreja

Teatro Praia

Lagos

Jardins Interiores

Habitações

Piscinas

Varandas

Morros

Casa

Chalé Residência

Praia

Fazenda -- --

Gênero – masculino, feminino,

homens, mulheres

--

-- -- -- -- --

Gerações - avós, bisavós, filhos,

netos, pais

--

-- -- -- -- --

Objetos encontrados nos álbuns -

cartões, gotas de sangue, lembretes, mechas de cabelo, recortes de jornais,

selos, postais, cartas

Jornal - -- -- -- --

Objetos preferidos - bolos, carros,

garrafas, automóvel, charretes,

quadros, jarros, camas, mesas,

armários

--

Mobiliário -- Fantasia

(vestuários)

-- --

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Regiões - Bogotá, Medellín, Santa

Marta, Cidade de São Paulo, Cidade do Nordeste, Praia do Flamengo,

Parque Europeu

Locais

Locais

Locais -- -- Locais

Ritos de passagem - batismo, crisma,

matrimonio, quinze anos, primeira

comunhão, Gravidez, funeral,

aniversários, batizados, casamentos,

enterros, festas de fim de ano,

piqueniques, almoços, Natal

Aniversário -- Churrasco

Reuniões

familiares

-- Funerais --

Fonte: Elaborado pela autora

6.2.1 Arquivo Nacional

A descrição e a representação dos álbuns de família do Arquivo Nacional adota uma

política de indexação para todo o acervo iconográfico; essa política é utilizada para o

tratamento dos álbuns e das fotografias avulsas, não existe uma política de indexação

especifica para os álbuns de família ou para os álbuns fotográficos. As imagens fotográficas

dos álbuns são tratadas como itens, cada imagem é analisada e indexada conforme a política

de indexação do setor. O Arquivo Nacional utiliza a Nobrade para o processamento técnico

dos álbuns de família, e no processo de indexação são utilizados os vocabulários controlados

do CPDOC/FGV, IHGB e Prodasen.

Os objetos anexados aos álbuns também são descritos no campo de área do conteúdo,

conforme o Anexo A; esse material somente é retirado do álbum quando oferecem algum

risco à integridade do documento. Os termos utilizados para inserir na matriz da pesquisa

foram retirados do campo de indexação do relatório do sistema de Informação do Arquivo

Nacional - SIAN.

Ao analisar as categorias estabelecidas pela literatura, verificou-se que, de nove

categorias, são utilizadas cinco na representação dos álbuns de família do Arquivo Nacional.

São elas: Atuantes (Personagens), Cenários, Objetos encontrados nos álbuns, Regiões e Ritos

de passagem.

6.2.2 Biblioteca Nacional

A Biblioteca Nacional utiliza o Manual para Indexação de Documentos Fotográficos

de Mônica Carneiro Alves e Sergio Apelian Valério.

Na década de 1990, a Funarte solicitou aos funcionários da BN a elaboração de um

manual de catalogação para o processamento técnico dos documentos fotográficos. Esse

manual abrange as regras gerais da AACR2 e da Library of Congress, que originou o Manual

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de Catalogação da Funarte, que é utilizado atualmente na catalogação dos álbuns e das

fotografias.

Na representação documentária dos álbuns, as imagens fotográficas são indexadas

com termos extraídos de lista de cabeçalhos de assunto autorizados do Catálogo de

Terminologia da Biblioteca Nacional.

A instituição cataloga, classifica e indexa cada imagem fotográfica, sendo gerados

vários registros para uma única obra, conforme o Anexo B. As categorias extraídas para a

análise foram retiradas do campo Assuntos.

Ao analisar as categorias estabelecidas pela literatura, verificou-se que, de nove

categorias, são utilizadas quatro na representação do álbum de família da Biblioteca Nacional.

São elas: Atuantes inanimados (objetos), Cenários, Objetos preferidos e Regiões.

6.2.3 Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil

O CPDOC/FGV não possui política de indexação; os profissionais do arquivo utilizam

uma lista de descritores para o processamento técnico dos álbuns e dos demais documentos

que pertencem ao setor.

A unidade de informação faz a descrição das imagens fotográficas dos álbuns de

família no campo do resumo, conforme o Anexo C.

Foram identificados como pontos de acesso para recuperação das informações os

retratados, os locais e as datas das imagens fotográficas.

Ao analisar as categorias estabelecidas pela literatura, verificou-se que, de nove

categorias, são utilizadas quatro na representação dos álbuns do CPDOC/FGV. São elas:

Atuantes (Personagens), Cenários, Regiões e Ritos de passagem.

6.2.4 Fundação Casa de Rui Barbosa

Os profissionais da Fundação Casa de Rui Barbosa utilizam uma lista de termos

autorizados para indexar os documentos textuais e fotográficos do arquivo, nomeado como

Metadados: bases descritivas sobre arquivos pessoais e arquivos institucionais, elaborado pelo

próprio setor.

Todas as imagens do álbum são consideradas itens, cada imagem é catalogada e

indexada, gerando vários registros para uma única obra (Anexo D). Os termos utilizados para

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análise foram retirados dos campos: Assunto e Palavras-chave. Utiliza-se o campo Assunto

para os termos mais genéricos e Palavras-chave para os termos mais específicos.

Ao analisar as categorias estabelecidas pela literatura, verificou-se que, de nove

categorias, são utilizadas três na representação dos álbuns do acervo da Casa de Rui. São

elas: Atuantes (Personagens), Cenários e Objetos preferidos.

6.2.5 Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro

O Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro não possui política de indexação, utiliza

apenas a Nobrade como instrumento de apoio para descrever os documentos arquivísticos.

O IHGB possui grande quantidade de álbuns de família, porém apenas uma pequena

parte desse acervo está disponível; os demais aguardam o processamento técnico.

Ao analisar as categorias estabelecidas pela literatura, verificou-se que, de nove

categorias, são utilizadas três na representação dos álbuns do IHGB. São elas: Atuantes

(Personagens), Atuantes inanimados (objetos) e Ritos de passagem.

6.2.6 Museu Histórico Nacional

O arquivo do Museu Histórico Nacional possui política de indexação para atender todo

o seu acervo; esse procedimento é utilizado pelos profissionais para o processamento técnico

dos álbuns de família e dos demais documentos do acervo, porém não é uma normativa

exclusiva para os álbuns de família.

O seu acervo não é informatizado; portanto, esses documentos não estão disponíveis

on-line. O arquivo utiliza a planilha de tratamento arquivístico iconografia para descrever os

seus documentos (Anexo G).

Ao analisar as categorias estabelecidas pela literatura, verificou-se que, de nove

categorias, são utilizadas três na representação dos álbuns de família do Museu Histórico

Nacional. São elas: Atuantes (Personagens), Atuantes inanimados (objetos) e Regiões.

6.3 DISCUSSÃO

Retomando a análise dos resultados, é importante mencionar que cada instituição se

atribui uma metodologia no que tange à organização, à descrição, à representação

documentária e ao acesso aos álbuns de família.

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Em relação à organização desses álbuns, o estudo comparativo proporcionou meios

para identificar as semelhanças e diferenças no que concerne ao processamento técnico desse

acervo. Posto isso, vale mencionar que a política de conservação e preservação de algumas

instituições possui algumas peculiaridades; dessa forma, iremos abordar alguns

procedimentos: a Fundação Casa de Rui Barbosa difere das demais ao retirar as imagens

fotográficas dos álbuns, colocando-as à parte na caixa; esse procedimento é visto pela

instituição como necessário para a preservação das imagens fotográficas e dos álbuns (Anexo

E). As unidades de memória informação acondicionam os seus álbuns em caixas de material

alcalino confeccionadas pelas próprias instituições ou por uma empresa especializada; apenas

o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, devido à falta de verba, não faz uso desse

material. Os álbuns são acondicionados em caixas e guardados em prateleiras ou mapotecas

na posição horizontal, independente do seu tamanho. Na Biblioteca Nacional, as caixas

pequenas são armazenadas na posição vertical. O Museu Histórico Nacional utiliza um

travesseirinho para servir de suporte para manusear os seus álbuns; essa medida visa

preservar e conservar as capas dos álbuns (Anexo H).

Atualmente, as instituições do nosso campo empírico disponibilizam os seus acervos

parcialmente na world wide web; entretanto, o acervo do Museu Histórico Nacional encontra-

se indisponível, pois é o único que não foi informatizado devido à falta de recursos.

Já em relação à descrição e representação dos álbuns de família, observou-se que as

categorias contempladas pela literatura de álbuns de família - Atuantes (Personagens),

Atuantes inanimados (objetos), Cenários, Gênero, Gerações, Objetos encontrados nos álbuns,

Objetos preferidos, Regiões (Locais) e Ritos de passagem, são informações fundamentais para

a recuperação das imagens fotográficas dos álbuns de família. Esse nível de descrição

proporciona uma maior especificidade na recuperação e busca do documento. Somada a isso,

a utilização dessas categorias irá assegurar um maior número de pontos de acesso e uma

maior precisão no processo de busca do documento.

Posto isso, essas imagens são carregadas de informações e devem apresentar

contribuições significativas para a geração de novos conhecimentos. Dessa forma, as

fotografias necessitam de parâmetros para a sua análise e indexação, visto que são verdadeiros

testemunhos de eventos políticos e sociais. Corroborando essa visão, Burke (2004, p. 175)

afirma que “as imagens têm evidências a oferecer sobre a organização e o cenário de

acontecimentos”.

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As categorias identificadas na literatura de álbuns de família confrontadas com as

categorias estabelecidas pelos profissionais de informação apresentam algumas similitudes

com as categorias contempladas pela literatura de álbuns de família.

Ao confrontar as categorias utilizadas por Silva (2008), Leite (2001), Barros e

Strozenberg (1992) com a categorias identificadas na representação nos acervos do nosso

campo empírico, é possível demonstrar a seguir um panorama das categorias mais recorrentes.

Atuantes (Personagens) – Categoria utilizada por cinco unidades de memória e informação:

AN, CPDOC/FGV, FCRB, IHGB e MHN.

Gráfico 1: Categoria – Atuantes (Personagens)

Fonte: Elaborado pela autora

Cenários - Categoria utilizada por quatro unidades de memória e informação: AN, BN,

CPDOC/FGV e FCRB.

Gráfico 2: Categoria - Cenários

Fonte: Elaborado pela autora

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Regiões – Categoria utilizada por quatro unidades de memória e informação: AN, BN,

CPDOC/FGV e MHN.

Gráfico 3: Categoria - Regiões

Fonte: Elaborado pela autora

Atuantes inanimados (objetos) - Categoria utilizada por três unidades de memória e

informação: BN, IHGB e MHN.

Gráfico 4: Categoria Atuantes inanimados (Objetos)

Fonte: Elaborado pela autora

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Ritos de passagem - Categoria utilizada por três unidades de memória e informação: AN,

CPDOC/FGV e IHGB.

Gráfico 5: Categoria – Ritos de passagem

Fonte: Elaborado pela autora

Objetos preferidos – Categoria utilizada por duas unidades de memória e informação: BN e

FCRB.

Gráfico 6 – Categoria – Objetos preferidos

Fonte: Elaborado pela autora

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Objetos encontrados nos álbuns – Categoria utilizada por uma unidade de memória e

informação: AN.

Gráfico 7: Categoria – Objetos encontrados nos álbuns

Fonte: Elaborado pela autora

Gerações - Categoria não localizada na representação dos álbuns

Gênero – Categoria não localizada na representação dos álbuns

Gráfico 8: Categorias – Gerações e Gênero

Fonte: Elaborado pela autora

Posto isso, essas questões visam dar subsídios para futuras pesquisas, no que tange à descrição

e à representação documentária nos acervos de álbuns de família das unidades de memória e

informação.

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7 CONCLUSÃO

Ao longo da pesquisa buscamos desenvolver um estudo comparativo nas unidades de

memória e informação para identificar: a) os princípios aplicados pelas unidades no que tange à

organização, à descrição, à representação documentária e ao acesso aos álbuns de famílias; b)

as categorias extraídas da literatura de álbum de família que estavam presentes na representação

documentária dos álbuns de família nos acervos das unidades. Para atingir esse fim, foi

realizado um levantamento bibliográfico em periódicos, teses, dissertações, bases de dados

nacionais e internacionais nas áreas da Arquivologia, Biblioteconomia, Museologia, Ciência da

Informação, História, Antropologia e Sociologia, a fim de compreender a natureza e as

especificidades do nosso objeto de estudo.

Para a fundamentação teórica procuramos a interlocução da Ciência da Informação

com a Arquivologia, a Biblioteconomia e a Museologia, buscando apreender conceitos das

áreas para a analise o álbum de família.

Nesta dissertação, ao aplicarmos uma entrevista semiestruturada aos gestores das

unidades de memória e informação, com ela foi possível identificar a política de organização,

descrição, representação documentária e acesso aos álbuns de família do nosso campo empírico.

Ao visitar as instituições, verificou-se que os álbuns de família não têm prioridade em

relação aos demais documentos do acervo no que concerne ao seu processamento técnico,

porém esses registros, por conterem informações relevantes e únicas sobre a história e a

memória da nossa sociedade, poderiam ter diretrizes diferenciadas nas unidades quanto a

conservação, processamento e acesso.

Faz-se necessário o estabelecimento de políticas de conservação,

aquisição/recolhimento, descrição e indexação desse acervo, por se tratar de um acervo com

características únicas.

Atualmente não foi observada nenhuma normativa exclusiva para atender esse tipo de

acervo. Os álbuns de família são documentos históricos que merecem ser preservados e

divulgados.

Como já foi comentado ao longo da pesquisa, o álbum pode ser considerado um “bem”

presente nos centros de memória; é considerado um documento híbrido, por possuir

interlocução com as instituições do arquivo, da biblioteca e do museu.

Esses documentos, ao ingressarem nas instituições, são encaminhados ao setor do

arquivo das unidades de memória e informação. Verificou-se então que o álbum de família é

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mais bem acolhido no Arquivo Nacional, principalmente por se tratar de um documento de

natureza arquivística.

A experiência deste estudo proporcionou reflexão em relação ao processo de descrição,

representação e acesso aos álbuns de família. Esse exercício propiciou um olhar mais atento em

relação ao processo de categorização, corroborado por Minayo (2008) e Selltiz et al. (1965).

Ao estudar as experiências nas instituições do nosso campo empírico, buscamos

explicitar as normativas aplicadas em cada uma delas, a fim de verificar e apresentar as lacunas

presentes nessas instituições.

Os resultados obtidos por meio da análise das categorias mostraram a necessidade de

arcabouço teórico para subsidiar a identificação e as características representativas das imagens

fotográficas dos álbuns, a fim de potencializar o seu conteúdo e grau informativo, visto que o

presente estudo mostrou a carência na descrição e representação das imagens fotográficas dos

álbuns de família, pois as fotografias são reconhecidas como importante ferramenta de

transmissão de informações do patrimônio familiar.

Após identificar a carência nos métodos de análise das imagens fotográficas dos álbuns

no que tange à sua descrição e representação, é importante reconsiderar os atuais meios

aplicados no seu tratamento. Nesse sentido, vale destacar que o processo de organização e

representação documentária afeta diretamente o comportamento informacional e na recuperação

das informações dos álbuns de família.

As necessidades de informação podem variar por tipo de usuário, o que pode

diversificar as suas necessidades. Vale revelar que esse documento é acessado por usuários de

diferentes segmentos, o que nos leva a mencionar a importância de contextualizar ao extrair os

assuntos (reunião de conceitos) por meio das categorias das imagens fotográficas dos álbuns.

Aí está a importância de conhecer o potencial informativo do documento, os seus

usuários e as suas necessidades, com vista a atingir um resultado satisfatório em relação à

recuperação da informação das imagens ou dos itens (anexos) incluídos nos álbuns de família.

Posto isso, é importante buscar princípios metodológicos para contribuir na análise, na

representação e na descrição dos álbuns de família. Percebemos que trabalhar com esse tipo de

documento é uma tarefa muito complexa, porém de grande prazer por se tratar de documentos

históricos.

Entretanto, não foram localizados na literatura estudos quanto à descrição e à

representação documentária dos álbuns de família. Percebe-se carência de metodologia para

análise das imagens fotográficas e dos objetos anexados aos álbuns.

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No presente estudo foram identificados alguns “restos” de família que Silva (2008)

descreve em sua obra; encontrou-se apenas cartões postais e recortes de jornais, como já foi

mencionado; esses itens apenas são retirados dos álbuns quando oferecem algum tipo de perigo

à integridade do documento. Porém os postais localizados nos álbuns de D. Alzira Vargas foram

tratados e acondicionados à parte, conforme informações obtidas durante entrevista à sua

unidade de origem, o CPDOC/FGV.

Foram aplicadas as metodologias propostas para o desdobramento da pesquisa, a fim

de subsidiar a obtenção dos resultados almejados.

Dessa forma, esperamos que este estudo possa ampliar a discussão sobre a

importância histórica e social do objeto de estudo e da sua natureza híbrida. Também

desejamos que a pesquisa ofereça subsídios para que seja viabilizado o registro das narrativas

dos “guardiões” desses documentos nas unidades de memória e informação, além da análise

das imagens fotográficas dos álbuns no que se refere as variáveis que interferem no seu

processo de descrição, representação documentária, recuperação e acesso à informação.

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Informação e Documentação, Ribeirão Preto, v. 3, n. 2, p. 84-101, jul./dez. 2012. Disponível

em: < www.revistas.usp.br/incid/article/download/48655/52726>. Acesso em: 3 mar. 2016.

UNESCO. Disponível em: < http://www.unesco.org/library/>. Acesso em: 20 maio 2016.

VASQUEZ, Pedro Karp. História da fotografia: uma introdução. In: ___Curso: fotografia

documental. Rio de Janeiro: [s.n.], 2000.

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APÊNDICE A

ENTREVISTA SEMIESTRUTURADA

A presente pesquisa tem o objetivo de identificar os princípios aplicados sobre a organização, a descrição, a representação

documentária e o acesso dos álbuns de família da unidade de informação e verificar e se as categorias extraídas da literatura dos

álbuns de família estão presentes na representação documentária dos acervos na instituição. As informações coletadas fazem

parte da pesquisa que será desenvolvida por Ana Claudia Felipe da Silva do Programa de Pós-Graduação (Mestrado) em Ciência

da Informação, da Universidade Federal Fluminense, sob a orientação da Profª. Rosa Inês de Novais Cordeiro, doutora em

Comunicação e Cultura (UFRJ). Título da dissertação: “Álbuns de família: um estudo sobre as suas características como

registro privado e acesso público nas unidades de memória e informação”.

I - IDENTIFICAÇÃO

Gestor:______________________________________________________________________________________________

Formação: ___________________________________________________________________________________________

Unidade de informação:_________________________________________________________________________________

II - AQUISIÇÃO E SELEÇÃO DOS ÁLBUNS DE FAMÍLIA NAS UNIDADES DE INFORMAÇÃO

O setor possui uma política de aquisição e seleção exclusiva para esse tipo de acervo?

( ) Sim ( ) Não ( ) Em andamento

Como esses álbuns de família são ou foram adquiridos pela unidade de informação?

( ) Doação ( ) Aquisição ( ) Coletados/Recolhidos ( ) Permuta ( ) Outros. Quais?

____________________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________________

III - CONSERVAÇÃO E RESTAURAÇÃO DOS ÁLBUNS DE FAMÍLIA

Onde ficam armazenados os álbuns de família?

( ) Estantes fixas ( ) Arquivos deslizantes ( ) Armários de aço ( ) Mapotecas ( ) Outros. Quais?

__________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

Existe algum procedimento para manusear os álbuns de família?

( ) Sim.Quais?____________________________________________________________________ ( ) Não

Os álbuns de família recebem algum tipo de procedimento de conservação e preservação?

( ) Sim ( ) Não Quais?

__________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

Os álbuns de família possuem algum tipo de acondicionamento?

( ) Sim Qual?_____________________________________________________________________( ) Não

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Onde é realizada a restauração dos álbuns de família?

( ) Interna. Qual o setor? _____________________________________________________________________

( ) Externa. Onde? __________________________________________________________________________

IV - DESCRIÇÃO E REPRESENTAÇÃO DOS ÁLBUNS DE FAMÍLIA

O setor possui uma política de indexação exclusiva para esse tipo de acervo?

( ) Sim ( ) Não ( ) Em andamento

Quais os instrumentos de apoio (Nobrade, AACR2, etc) utilizados pelos profissionais da informação no

processamento técnico dos álbuns de família?

__________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

Qual o tipo de classificação/Codificação (arquivística ou bibliográfica) que os álbuns de família recebem na

unidade de informação?

( ) Bibliográfica ( ) Arquivística ( ) Outras. Quais? Exemplifique:

__________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

Qual o tipo de arranjo aplicado na descrição dos álbuns de família?

__________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

Quais os termos de indexação utilizados no processamento técnico dos álbuns de família?

__________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

Qual o nível de descrição dos álbuns de família?

Biblioteca:( ) 1° nível ( ) 2° nível ( ) 3° nível ( ) Outros. Quais? _________________________

Museu: ( ) 1° nível ( ) 2° nível ( ) 3° nível ( ) Outros. Quais? __________________________

Arquivo: ( ) 1° nível ( ) 2° nível ( ) 3° nível ( ) Outros. Quais? _________________________

V - OS TIPOS DE ÁLBUNS DE FAMÍLIA

Quais são os tipos de álbuns de família presentes no acervo da unidade de informação?

__________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

Quais são os tipos de objetos anexados/incluídos aos álbuns de família?

__________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________________________________

VI - ORGANIZAÇÃO FÍSICA E QUANTIDADE DOS ÁLBUNS DE FAMÍLIA

Qual a quantidade de álbuns de família que fazem parte do acervo?

__________________________________________________________________________________________

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VII - ACESSO AOS ÁLBUNS DE FAMÍLIA

Acesso físico aos álbuns de família

Como é realizado o acesso físico aos álbuns de família?

( ) Acesso imediato ( ) Agendamento prévio

Qual o nível de escolaridade dos usuários que procuram os álbuns de família?

( ) Graduação ( ) Mestrado ( ) Doutorado ( ) Outros. Quais? _______________________________________

Quais as atividades profissionais dos usuários que procuram os álbuns de família?

__________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

Os álbuns de família são encaminhados para fazer parte de exposições?

( ) Sim ( ) Internas ( ) Externas ( ) não

O setor utiliza algum procedimento de segurança para assegurar a participação dos álbuns de família em

exposições internas ou externas?

( ) Sim ( ) Não Quais?

__________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

Acesso on-line dos álbuns de família

Os álbuns de família estão disponíveis no site da instituição para consulta on-line?

( ) Sim ( ) Não ( ) Parcialmente Explicitar:

__________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

__________________________________________________________________________________________

Qual o software utilizado pela unidade de informação?

__________________________________________________________________________________________

O álbum de família digital

Os álbuns de família estão disponíveis em formato digital para consulta on-line?

( ) Sim ( ) Não

Quais os tipos de arquivos de imagens são gerados para acessar as fotografias dos álbuns de família?

( ) PDF ( ) GIF ( ) JPG ( ) ICO ( ) Outros. Quais? ( ) Não possui

___________________________________________________________________________

Existe algum título sobre álbuns de família publicado pela unidade de informação?

( ) sim ( ) não ( ) em andamento

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ANEXO A

ARQUIVO NACIONAL

1 - RELATÓRIO DE IMPRESSÃO DO SISTEMA DE INFORMAÇÕES DO ARQUIVO

NACIONAL (SIAN) – ÁLBUM DE FAMÍLIA DE MÁRIO LAGO

ÁREA DE IDENTIFICAÇÃO

Código de Referência BR AN,RIO ML.0.DPE , FOT.1

Título

Indicação do Título Fotografias, ilustrações e recortes de jornais referentes a Mário Lago em atividades profissionais e políticas e seus familiares

Local de Produção - Rio de Janeiro - Unidade de Federação-Rio de Janeiro – Brasil

Datas

Data de Produção 1881 - Atribuída - 1995 - Atribuída

Dimensão e suporte Iconográfico(s) -fotografia(s) - 93 item(ns)

Iconográfico(s) -ilustração(ões) - 8 item(ns)

Textual(is) -sem especificação - 5 item(ns)

Dimensão Específica 22,5 - altura - centímetros - ou menores

24 - largura - centímetros - ou menores

16,5 - altura - centímetros - ou menores

16 - largura - centímetros - ou menores

22,5 - altura - centímetros - ou menores

24 - largura - centímetros - ou menores

16,5 - altura - centímetros - ou menores

16 - largura - centímetros - ou menores

22,5 - altura - centímetros - ou menores

24 - largura - centímetros - ou menores

16,5 - altura - centímetros - ou menores

16 - largura - centímetros - ou menores

ÁREA DE CONTEXTUALIZAÇÃO

ÁREA DE CONTEÚDO E ESTRUTURA

Âmbito e conteúdo

Especificação do conteúdo

Identificados, da esquerda para a direita, foto 1/1: Maria Croccia e Giuseppe Croccia, avós maternos de Mário Lago; recorte de

jornal 1/2: artigo comentando sobre os 33 anos de casamento de Mário Lago e Zeli Cordeiro Lago; ilustração 1/3, Mário Lago em

reportagem sobre vida familiar; ilustração 1/4: Mário Lago (4º) com os filhos, Luiz Carlos Lago (1º), Mário Lago Filho (2º),

Antônio Henrique Lago (3º) e Graça Maria Lago (5ª); recorte de jornal 1/5: artigo sobre Mário Lago, sua esposa e seus filhos;

ilustração 1/6: Zeli Cordeiro Lago, esposa (1ª) e Mário Lago (2º); foto 1/7, César Lago, filho de Antônio Henrique Lago; foto

1/8: Artur Veiga (1º) e seu neto, César Lago (2º); ilustração 1/9: Mário Lago (2º) com os netos Pedro Lago Carneiro (1º) e

Andréa Lago Ventura (3ª), filhos de Graça Maria Lago; foto 1/10: César Lago (1º) e Zeli Cordeiro Lago (2ª); foto 1/11: Graça

Maria Lago (1ª) e Pedro Lago Carneiro (2º) tomando banho de mar; foto 1/12: César Lago, bebê (1º) e Antônio Henrique Lago

(2º); 1/13 é composto por quatro ilustrações e um texto; ilustrações 1/13, parte superior esquerda: Zeli Cordeiro Lago e Mário

Lago; parte inferior esquerda: Mário Lago (1º), Andréa Lago Ventura (2ª) e Pedro Lago Carneiro (3º); parte superior direita,

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Mário Lago e parte inferior direita: Antônio Henrique Lago (1º), Mário Lago (2º), Zeli Cordeiro Lago (3ª, de pé) e Graça Maria

Lago (4ª); recorte de jornal 1/13, artigo sobre a visita de Mário Lago a Portugal, refere-se a sua vida profissional e familiar e à

admiração por artistas portugueses; foto 1/14: Graça Maria Lago (1ª), Mário Lago (2º), Zeli Cordeiro Lago (3ª), Julieta Cabral

(4ª) e sua filha Márcia Cabral (5ª), durante entrega da medalha Pedro Ernesto a Mário Lago concedida pela Câmara Municipal do

Rio de Janeiro, RJ, 09/08/1984; foto 1/15, Zeli Cordeiro Lago, recebendo flores, durante entrega da medalha Pedro Ernesto a

Mário Lago; foto 1/16: Braguinha (1º), Graça Maria Lago (2ª), Mário Lago (3º), Antônio Pereira da Silva Filho, vereador (5º),

Antônio Houaiss (7º) e Osvaldo Louzada (9º) durante entrega da medalha Pedro Ernesto a Mário Lago; ilustração 1/17, Mário

Lago diante de uma máquina de escrever em reportagem sobre sua versatilidade como artista; foto 1/18: Vanda de Souza

Cordeiro (1ª), Mafalda Cordeiro (2ª), Andréa Lago Ventura (3ª), Zeli Cordeiro Lago (4ª), Afonso Cláudio Carvalho (5º), Carlos

Cordeiro (6º) e, ao fundo, Modesto da Silveira durante entrega da medalha Pedro Ernesto a Mário Lago; foto 1/19, Mário Lago

Filho cumprimenta Mário Lago durante entrega da medalha Pedro Ernesto; foto 1/20: Mário Lago (1º) e Antônio Pereira da Silva

Filho (2º, de bigode) durante entrega da medalha Pedro Ernesto a Mário Lago; foto 1/21: Mário Lago (1º) e Antônio Pereira da

Silva Filho (2º) durante entrega da medalha Pedro Ernesto a Mário Lago; foto 1/22: Carlos Galhardo (1º), Mário Lago (2º) e

Aracy Cardoso (3ª) durante entrega da medalha Pedro Ernesto a Mário Lago; foto 1/23, Mário Lago caracterizado como o

personagem Sebastião Vilhena diante da Igreja de Santa Margarida Maria na Lagoa, Rio de Janeiro, RJ, durante gravação da

telenovela Selva de pedra da Rede Globo de Televisão, 1972; foto 1/24: Heloísa Mafalda caracterizada como a personagem

Arminda Terra (1ª), Mário Lago como padre Lara (2º) e Ivan Albuquerque como Pedro Terra durante gravação da minissérie O

tempo e o vento da Rede Globo de Televisão, 1985; foto 1/25, Luiz Carlos Lago; foto 1/26: Graça Maria Lago e Andréa Lago

Ventura, bebê, no apartamento da rua Bulhões de Carvalho em Copacabana, Rio de Janeiro, RJ; foto 1/27, Mário Lago durante

refeição no restaurante da Rádio Nacional, 1951-1960; foto 1/28: Zeli Cordeiro Lago e Andréa Lago Ventura, bebê; foto 1/29,

Andréa Lago Ventura brincando na praça General Osório em Ipanema, Rio de Janeiro, RJ; foto 1/30, Luiz Carlos Lago; foto

1/31: Silvio Santos (1º), Vanda de Souza Cordeiro (2ª) com os braços sobre seu filho Vladimir Cordeiro (3º), Mário Lago Filho

(4º, cumprimentando Silvio Santos), Mário Lago (5º), Beth Carvalho (7ª) e Luiz Carlos Lago (8º) durante o Programa Silvio

Santos da Rede Globo de Televisão; foto 1/32, Pedro Lago Carneiro, criança, em Saquarema, Rio de Janeiro, RJ; foto 1/33:

Graça Maria Lago, vestida de Clóvis, e Mário Lago durante a reconstituição do desfile do bloco de carnaval Sôdade do Cordão

no ano do centenário de nascimento de seu idealizador Heitor Villa-Lobos, no centro do Rio de Janeiro, RJ, 1987; foto 1/34,

Graça Maria Lago; foto 1/35, Mário Lago caracterizado como o personagem Sebastião Vilhena diante da Igreja de Santa

Margarida Maria, na Lagoa, Rio de Janeiro, RJ, durante gravação da telenovela Selva de pedra da Rede Globo de Televisão,

1972; foto 1/36: Heloísa Mafalda caracterizada como a personagem Arminda Terra (1ª) e Mário Lago como padre Lara, durante

gravação da minissérie O tempo e o vento da Rede Globo de Televisão, 1985; foto 1/37, Mário Lago; foto 1/38: Mário Lago (1º),

Arlete Maron Magalhães (2ª), Marli Sarney, primeira-dama do Brasil (3ª) e Antônio Carlos Magalhães, ministro da Comunicação

(4º) durante o governo do presidente José Sarney; foto 1/39: Mário Lago Filho e Luiz Carlos Lago na janela do apartamento da

rua Gomes Carneiro em Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, 1985-1989; foto 1/40, Antônio Henrique Lago, bebê; foto 1/41, Diana,

cadela da família Lago; foto 1/42, Mário Lago Filho, bebê; foto 1/43, Mário Lago durante brincadeira em que imita o

personagem Hamlet de Shakespeare; foto 1/44: Mário Lago (1º) e Zeli Cordeiro Lago (2ª) durante viagem a Mealhada, Portugal;

foto 1/45, Mário Lago caracterizado como o personagem Sebastião Vilhena diante da Igreja de Santa Margarida Maria na Lagoa,

Rio de Janeiro, RJ, durante gravação da telenovela Selva de pedra da Rede Globo de Televisão, 1972; foto 1/46: Mário Lago

Filho (1º) e Michel (2º) em Teresópolis, RJ; foto 1/47: Ivan Albuquerque caracterizado como o personagem Pedro Terra (1º) e

Mário Lago como padre Lara (2º) durante gravação da minissérie O tempo e o vento da Rede Globo de Televisão, 1985; foto

1/48, Mário Lago no apartamento da rua Júlio Castilhos em Copacabana, Rio de Janeiro, RJ; foto 1/49, Henrique João Cordeiro

(2º), pai de Zeli Cordeiro Lago, no Estado do Paraná, 1910-1919; foto 1/50, Pedro Lago Carneiro; foto 1/51, Antônio Henrique

Lago, criança, na praia; foto 1/52, Mário Lago durante sessão de autógrafos de um de seus livros; ilustração 1/53, Mário Lago em

reportagem sobre a música Aurora no jornal Correio da Noite; foto 1/54: Zeli Cordeiro Lago (1ª) e Mário Lago (2º) durante

viagem à Portugal; foto 1/55: Luiz Carlos Lago (1º), Mário Lago (2º) e Zeli Cordeiro Lago (3ª) no apartamento da rua Júlio de

Castilhos em Copacabana, Rio de Janeiro, RJ; foto 1/56: Clara Carvalho (1ª) e Mário Lago Filho (2º) durante jantar de fim de ano

da Rede Globo de Televisão; foto 1/57, Graça Maria Lago com trajes de Primeira Comunhão; foto 1/58: Juliana Lago (1ª) e

Mário Lago Neto (2º), filhos de Mário Lago Filho, no apartamento da rua Júlio de Castilhos em Copacabana, Rio de Janeiro, RJ;

foto 1/59: Mário Lago (1º), Marcos Vilaça (3º) e Marli Sarney, primeira-dama do Brasil (4ª) na Legião Brasileira de Assistência

(LBA) em Brasília, DF; foto 1/60, Mário Lago na Legião Brasileira de Assistência (LBA); foto 1/61, Mário Lago caracterizado

como o personagem padre Lara durante gravação da minissérie O tempo e o vento da Rede Globo de Televisão; foto 1/62,

Andréa Lago Ventura, criança (2ª), na praia de Copacabana, Rio de Janeiro, RJ; foto 1/63, Graça Maria Lago na redação do

jornal Folha de São Paulo onde trabalhava; foto 1/64: Mário Lago (1º), Rui Alexandre Faria (2º), Aquiles Rique Reis (3º) e

Milton Lima dos Santos (4º), membros do conjunto musical MPB4, durante show comemorativo da Revolução dos Cravos; foto

1/65: Aderbal Freire Filho (1º), Graça Maria Lago (2ª) e Cláudio Marzo (3º) durante lançamento da minissérie Avenida Paulista

da Rede Globo de Televisão, 1982; foto 1/66, Mário Lago e Luiz Carlos Lago diante da casa de praia em Saquarema, RJ, 1980-

1989; foto 1/67: Zeli Cordeiro Lago (1ª), Mário Lago (2º) e Luiz Carlos Lago (3º) diante da casa de praia em Saquarema, RJ; foto

1/68: Antônio Henrique Lago (1º), Carlos Alberto Gomes Parreira (2º) e Mário Jorge Lobo Zagallo (3º); foto 1/69, Mário Lago

no apartamento da rua Júlio de Castilhos em Copacabana, Rio de Janeiro, RJ; foto 1/70, de pé: Mário Lago (1º) e Orlando Silva

(2º), sentado, Custódio Mesquita na capa do álbum Nada Além, 1937; foto 1/71, Apolo, cão da família Lago, no apartamento da

rua Júlio de Castilhos em Copacabana, Rio de Janeiro, RJ; foto 1/72: Mário Lago e Mário Lago Filho no apartamento da rua Júlio

de Castilhos em Copacabana, Rio de Janeiro, RJ; foto 1/73, Pedro Lago Carneiro, criança; foto 1/74, Mário Lago (2º) em um

congresso do Movimento dos Trabalhadores Sem-terra (MST); foto 1/75, Mário Lago; foto 1/76, de pé: Zeli Cordeiro Lago (4ª) e

Mário Lago (5º) durante viagem a Mealhada, Portugal; foto 1/77: Zeli Cordeiro Lago (de maiô preto, ao lado de mulher com

chapéu) e vizinhas na praia de Copacabana, Rio de Janeiro, RJ; foto 1/78, Antônio de Pádua Jovita Correia do Lago (2º), pai de

Mário Lago, com amigos em uma rua no centro do Rio de Janeiro, RJ; foto 1/79, Francisca Maria Vicência Croccia do Lago, mãe

de Mário Lago; foto 1/80: Marly Sarney, primeira-dama do Brasil (1ª) e Mário Lago (2º) na Legião Brasileira de Assistência

(LBA); foto 1/81, Mário Lago sentado nas escadas da Rádio Nacional; foto 1/82, Pedro Lago Carneiro no apartamento da rua

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Júlio de Castilhos em Copacabana, Rio de Janeiro, RJ; foto 1/83, Andréa Lago Ventura, criança; foto 1/84, Pedro Lago Carneiro

na praça da Baleia em Copacabana, Rio de Janeiro, RJ; foto 1/85: Antônio José Waghabi Filho (1º), Carlos do Carmo (3º), Mário

Lago (6º), Lucinha Lins (8ª) e Ivan Lins (9º) durante show comemorativo da Revolução dos Cravos, 1976-1977; foto 1/86: Arlete

(1ª) e Mário Lago Filho (2º) durante jantar de fim de ano da Rede Globo de Televisão; recorte de jornal 1/87: artigo sobre o

lançamento do livro "1º de abril-estória para a história" de Mário Lago, em Campinas; foto 1/88: Graça Maria Lago (1ª), Robson

(2º) e Clara Carvalho (3ª) durante jantar de fim de ano da Rede Globo de Televisão; foto 1/89: Mário Lago (1º) e Zeli Cordeiro

Lago (2ª) em Saquarema, RJ; foto 1/90: Graça Maria Lago (1ª), Vanda de Souza Cordeiro (2ª) com o filho Vladimir Cordeiro,

Silvio Santos (3º), Beth Carvalho (4ª), Mário Lago (5º) e, ao fundo, Antônio Henrique Lago (entre Beth Carvalho e Mário Lago)

no programa Silvio Santos da Rede Globo de Televisão, 1973; foto 1/91, Ricardo Lago (2º), bebê, filho de Antônio Henrique

Lago; foto 1/92, Mário Lago; foto 1/93, Ricardo Lago; foto 1/94, Luiz Carlos Lago de uniforme escolar no Instituto São Paulo

Apóstolo em Copacabana, Rio de Janeiro, RJ; foto 1/95, Pedro Lago Carneiro, bebê; foto 1/96: Mafalda Cordeiro (1ª) e Andréa

Lago Ventura (2ª); foto 1/97, Mário Lago durante sessão de autógrafos de um de seus livros; foto 1/98, Mário Lago autografando

o livro 1º de Abril, estórias para a história no restaurante La Fiorentina, no Leme, Rio de Janeiro, RJ; foto 1/99, Mário Lago

durante sessão de autógrafos de um de seus livros; foto 1/100: Mário Lago Filho (1º) e Mário Lago (2º) no apartamento da rua

Bolívar em Copacabana, Rio de Janeiro, RJ; foto 1/101: Luiz Carlos Lago (1º), Mário Lago Filho (2º) e Mário Lago (3º) no

apartamento da rua Bolívar em Copacabana, Rio de Janeiro, RJ; 1/102 é composto por três ilustrações e um texto; ilustrações

1/102, parte superior esquerda: Mário Lago e Ricardo Lago, seu neto recém-nascido; parte central: Zeli Cordeiro Lago e Mário

Lago com o neto Ricardo e parte inferior: Zeli Cordeiro Lago (1ª), Mário Lago (2º), César Lago (3º), Vera (4ª), esposa de

Antônio Henrique Lago, com Ricardo Lago no colo e Antônio Henrique Lago (5º); recorte de jornal 1/102, refere-se ao

nascimento do neto Ricardo Lago e a felicidade de possuir sete netos; foto 1/103, Luiz Carlos Lago (agachado) durante

apresentação teatral da turma do Instituto São Paulo Apóstolo no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, RJ; foto 1/104, Luiz Carlos

Lago no apartamento da rua Bolívar em Copacabana, Rio de Janeiro, RJ.

Sistema de arranjo

Estágio de tratamento Organizado totalmente

Organização Numérica

ÁREA DE CONDIÇÕES DE ACESSO E USO

Condições de Acesso Com restrição - Acessível por meio eletrônico

Idioma/Escrita Português

Características físicas e requisitos técnicos Os documentos iconográficos e textuais que compunham o álbum foram removidos do suporte em razão da baixa

qualidade do material que o compunha. Mantivemos a ordem aleatória original, conforme montagem realizada pela

família do titular.

ÁREA DE FONTES RELACIONADAS

Unidades de descrição relacionadas

Na Instituição Recortes de jornais sobre a participação de Mário Lago em eventos sociais e sobre os lançamentos de seus livros “16

Linhas Cravadas”, “Meia Porção de Sarapatel”, “Na Rolança do Tempo” e “Chico Nunes das Alagoas”; sobre o

lançamento do livro “Mário Lago - Boemia e Política”, de Mônica Pimenta Velloso; contendo charge com caricatura

de Mário Lago e poema de Mário Lago Filho. -BR AN, RIO ML.0.DPE, TXT.6 -

ÁREA DE NOTAS

Identificação

Dimensões

O álbum contém 15 folhas, 1 capa e 1 contracapa: 30 x 32 cm

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Outras Ver também fotos e cartaz do mesmo conjunto fotográfico existente nas séries Documentos Pessoais (DPE) e Família (FAM), a

saber:

Foto 1/23, 1/35 e 1/45 ver também ML.0.DPE,FOT.2/8; ML.0.DPE,FOT.8/4, 8/49, 8/61 e 8/73; ML.0.APR,FOT.27

Foto 1/24, 1/36 e 1/47 ver também ML.0.DPE,FOT.2/3 e 2/5; ML.0.DPE,FOT.8/3 e 8/43; ML.0.APR,FOT.43

Foto 1/33 ver também ML.0.DPE,FOT.2/30; ML.0.DPE,FOT.8/1

Fotos 1/44, e 1/76 ver também ML.0.DPE,FOT.2/69; ML.0.APR,FOT.35; ML.0.APR,CAR.1

Foto 1/57 ver também ML.0.DPE,FOT.4/36

Fotos 1/64 e 1/85 ver também ML.0.DPE,FOT.8/42

Foto 1/70 ver também ML.0.APR,FOT.2

Foto 1/75 ver também ML.0.DPE,FOT.8/6

Foto 1/79 ver também ML.0.FAM,FOT.2/38

Fotos 1/100 e 1/101 ver também ML.0.DPE,FOT.8/50 e 8/60; ML.0.DPE,FOT.2/9 e 2/12; ML.0.DPE,FOT.4/2 e 4/7;

ML.0.FAM,FOT.7/2

ÁREA DE CONTROLE

Nota do Arquivista

Termos de indexação 1º de Abril: estórias para a história (Publicação)

Abravanel, Senor, 1930- Albuquerque, Ivan, 1932-2007

Almeida, Carlos Alberto Ascenção de, 1939-

Arlete Aurora (Música)

Avenida Paulista (Minissérie)

Braga, Carlos Alberto Ferreira, 1907-2006 Cabral, Julieta

Cabral, Márcia

Câmara Municipal do Rio de Janeiro (RJ) Cão

Carneiro, Pedro Lago, 1977-

Carvalho, Afonso Cláudio Carvalho, Elisabeth Santos Leal de, 1946-

Copacabana, Praia de (Rio de Janeiro, RJ)

Cordeiro, Carlos Cordeiro, Henrique João

Cordeiro, Mafalda

Cordeiro, Vanda de Souza, 1945- Cordeiro, Vladimir

Correio da Noite (Jornal) Croccia, Giuseppe

Croccia, Maria

Faria, Ruy Alexandre, 1937- Folha de São Paulo (Jornal)

Freire Filho, Aderbal, 1941-

Fróes, Aracy Cardoso, 1937- Guagliardi, Catello Carlos, 1913-1985

Houaiss, Antônio, 1915-1999

Igreja de Santa Margarida Maria (Rio de Janeiro, RJ) Instituto São Paulo Apóstolo (Rio de Janeiro, RJ)

Lago Filho, Mário, 1955-

Lago Neto, Mário Lago, Antônio de Pádua Jovita Correia do, 1887-1955

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100

Lago, Antônio Henrique, 1948-

Lago, César

Lago, Graça Maria, 1951- Lago, Juliana

Lago, Luiz Carlos, 1953-

Lago, Mário, 1911-2002 Lago, Ricardo, 1981-

Lago, Zeli Cordeiro, 1925-1997

Legião Brasileira de Assistência Lins, Ivan Guimarães, 1945-

Lins, Lúcia Maria Werner Vianna, 1953-

Louzada, Oswaldo, 1912-2008 Magalhães, Antônio Carlos Peixoto de, 1927-2007

Magalhães, Arlete Maron

Marzo, Cláudio da Silva , 1940- Mealhada (Portugal)

Medalha Pedro Ernesto

Michel Movimento dos Trabalhadores Sem Terra

MPB4 (Conjunto musical)

Nada além (Disco)

Parreira, Carlos Alberto Gomes, 1943-

Pinheiro, Custódio Mesquita de, 1910-1945

Primeira Eucaristia Programa Sílvio Santos (Programa de televisão)

Rede Globo de Televisão

Reis, Aquiles Rique, 1948- Revolução dos Cravos, 1974

Robson

Santos, Milton Lima dos, 1943- Saquarema (RJ)

Sarney, Marli Macieira, 1932-

Selva de pedra (Telenovela) Silva Filho, Antônio Pereira da, 1925-2001

Silva, Orlando Garcia, 1915-1978

Silveira, Antônio Modesto da, 1927- Sôdade do Cordão (Bloco carnavalesco)

Teatro Municipal do Rio de Janeiro

Tempo e o vento, o (Minissérie) Theotto, Mafalda, 1924-

Veiga, Artur

Ventura, Andrea Lago, 1970-

Waghabi Filho, Antônio José, 1943-

Zagallo, Mário Jorge Lobo, 1931-

Unidade Custodiadora Coordenação de Documentos Audiovisuais e Cartográficos - CODAC

Responsável da descrição Sergio Miranda de Lima

Crédito Os trabalhos de arranjo e descrição dos documentos iconográficos foram realizados com a orientação técnica de Sérgio Miranda

de Lima e a participação de Bruna de Andrade Silva e Juliana Couto Guedes (estagiária de História) em 2009. Posteriormente,

Maria Lúcia Cerutti Miguel fez a revisão das planilhas, padronizando as entradas dos títulos, conteúdos, notas e indexação.

Auxílio à pesquisa de alguns nomes, locais e datas: Mariana Monteiro da Silveira.

Arquivo Digital: Sim

Termo Encerramento: Não

ARQUIVO NACIONAL (Brasil). Disponível em:

<http://www.an.gov.br/sian/Multinivel/Exibe_Pesquisa_Reduzida.asp?v_CodReferencia_ID=1026733>. Acesso em: 5 mar. 2016.

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101

ARQUIVO NACIONAL

2 - RELATÓRIO DE IMPRESSÃO DO SISTEMA DE INFORMAÇÕES DO ARQUIVO

NACIONAL (SIAN) – ÁLBUM DE FAMÍLIA DE D. VICENTINA GOULART

AREA DE IDENTIFICAÇÃO

Código de Referência BR RJANRIO D7.0.FAM, FOT.24

Título

Indicação do Título Fotografias da comemoração do 80º aniversário de Vicentina Marques Goulart, mãe de João Belchior Marques

Goulart, presidente da República

Local de Produção - - Unidade de Federação-Rio Grande do Sul - Brasil

Datas

Data de Produção 9/1/1963 - Atribuída

Dimensão e suporte Iconográfico(s) -fotografia(s) - 33 item(ns)

Dimensão Específica 19 - altura - centímetros - ou menores

23 - largura - centímetros - ou menores

ÁREA DE CONTEXTUALIZAÇÃO

ÁREA DE CONTEÚDO E ESTRUTURA

Âmbito e conteúdo

Especificação do conteúdo O evento foi realizado no sítio do genro, João Luis de Moura Valle e a missa em ação de graças foi celebrada na

Igrejinha de Belém Novo; O álbum possui 1 folha de apresentação com a inscrição: Aniversário de Dª Vicentina

Goulart oferece João Dantas. João Portela Ribeiro Dantas era diretor do jornal Diário de Notícias (Rio de

Janeiro) desde 1953. Durante o ano de 1959 acompanhou Jânio Quadros na viagem ao Leste Europeu e, em

1961, defendeu a posse do vice-presidente João Goulart. Presentes filhos, netos, bisnetos, genros e noras.

Identificados, da esquerda para a direita, foto 24/1: João Belchior Marques Goulart beijando sua mãe; foto 24/4:

Vicentina Marques Goulart (1º), João Belchior Marques Goulart (2º) e Leonel de Moura Brizola, governador do

Rio Grande do Sul (3º); foto 24/5: João Belchior Marques Goulart (1º) com Denise Goulart e Maria Teresa

Fontella Goulart (com cordão de pérolas); foto 24/6: João Belchior Marques Goulart e os filhos Denise e João

Vicente Goulart com Dona Vicentina na hora do bolo; foto 24/12: Vicentina Marques Goulart (1º), Jair Dantas

Ribeiro, comandante do III Exército (2º) e João Belchior Marques Goulart (3º).

Sistema de arranjo

Estágio de tratamento

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Organizado totalmente

Organização Numérica

ÁREA DE CONDIÇÕES DE ACESSO E USO

Condições de Acesso Com restrição - Acessível por meio eletrônico

Idioma/Escrita Português

ÁREA DE FONTES RELACIONADAS

ÁREA DE NOTAS

Identificação

Dimensões O álbum contém 41 folhas: 25 x 33 cm

ÁREA DE CONTROLE

Nota do Arquivista

Termos de indexação Aniversário

Brizola, Leonel de Moura, 1922-2004

Dantas, João Portela Ribeiro

Goulart, Denise, 1957-

Goulart, João Belchior Marques, 1919-1976

Goulart, João Vicente, 1956-

Goulart, Maria Teresa Fontela, 1936-

Goulart, Vicentina Marques, 1883-1963

Igreja Matriz Nossa Senhora de Belém (Porto Alegre, RS)

Ribeiro, Jair Dantas, 1900-1969

Valle, João Luis de Moura

Unidade Custodiadora Coordenação de Documentos Audiovisuais e Cartográficos - CODAC

Responsável da descrição Tereza Eleutério de Souza

Crédito Os trabalhos de arranjo e descrição dos documentos iconográficos foram realizados com a orientação técnica de

Maria Lúcia Cerutti Miguel e a participação de Mariana Monteiro da Silveira e Tereza Eleutério de Sousa sob a

supervisão de Sérgio Miranda de Lima, entre abril e agosto de 2009; auxílio à indexação de alguns termos:

Rodrigo Mendes de Queiroz.

Arquivo Digital: Sim

Termo Encerramento: Não

ARQUIVO NACIONAL(Brasil). Disponível em:

<http://www.an.gov.br/sian/Multinivel/Exibe_Pesquisa_Reduzida.asp?v_CodReferencia_ID=1020862> Acesso em: 5 mar.

2016.

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ANEXO B

BIBLIOTECA NACIONAL

1 – RESULTADO DE BUSCA – ÁLBUM DA FAMÍLIA LYNCH

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2 - FICHA PRINCIPAL DA OBRA – ÀLBUM DA FAMÍLIA LYNCH

Inf. publicação Documento Fotográfico - und

Localização Iconografia - ARM.12.4.5

Ent. princ. Huberti (Fotógrafo)

Título [Residência da família Lynch], Rua S. Clemente 388 [doc. fot.] / Photo Studio Huberti.

Imprenta [S.l.: s.n.].

Desc. física 1 álbum (33 fotos : gelatina, p&b ; 22 x 28 cm e 28,2 x 22,7 cm) ; 36,6 x 45,3 cm.

Notas

Gerais Estúdio: Photo Studio Huberti

Gerais Papel: 24 x 30 cm em cartão suporte: 33 x 42 cm.

Gerais Fotos ausentes: 9, 33 (ARM.12.4.5(9), (33))

Conteúdo [Jardim da residência da família Lynch]

Conteúdo [Jardim da residência da família Lynch]

Conteúdo [Jardim da residência da família Lynch]

Conteúdo [Jardim da residência da família Lynch]

Conteúdo [Jardim da residência da família Lynch]

Conteúdo [Jardim da residência da família Lynch]

Conteúdo [Jardim da residência da família Lynch]

Conteúdo [Jardim da residência da família Lynch]

Conteúdo [Jardim da residência da família Lynch]

Conteúdo [Portão da residência da família Lynch]

Conteúdo [Lago da residência da família Lynch]

Conteúdo [Varanda da residência da família Lynch]

Conteúdo [Varanda da residência da família Lynch]

Conteúdo [Interior da residência da família Lynch]

Conteúdo [Interior da residência da família Lynch]

Conteúdo [Interior da residência da família Lynch]

Conteúdo [Interior da residência da família Lynch]

Conteúdo [Interior da residência da família Lynch]

Conteúdo [Interior da residência da família Lynch]

Conteúdo [Varanda da residência da família Lynch]

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Conteúdo [Jardim da residência da família Lynch]

Conteúdo [Jardim da residência da família Lynch]

Conteúdo [Piscina interna da residência da família Lynch]

Conteúdo [Jardim da residência da família Lynch]

Conteúdo [Jardim da residência da família Lynch]

Conteúdo [Jardim da residência da família Lynch]

Conteúdo [Jardim da residência da família Lynch]

Conteúdo [Jardim da residência da família Lynch]

Conteúdo [Lago da residência da família Lynch]

Conteúdo [Jardim da residência da família Lynch]

Conteúdo [Jardim da residência da família Lynch]

Resumo A família Lynch teve o início da história no Brasil com a chegada de Edward James Lynch, engenheiro, que veio

da Inglaterra com os irmãos para auxiliar o Barão de Mauá na construção de obras, como o saneamento da Cidade

Nova e a construção do Canal do Mangue. Casou-se com Adèle Teresa Gosling, com quem teve três filhos.

Embora nascidos no Brasil, fizeram seus estudos na Inglaterra. Henry Joseph Lynch, o filho do meio, o único que

não se casou, foi o personagem mais importante da família. Colecionador e bibliófilo, líder da colônia britânica,

foi representante dos Rothschild e merecedor do título de Cavaleiro do Império Britânico ao ajudar um navio

britânico atingido pelos alemães a abastecer no Brasil. Henry também foi fundador de algumas instituições anglo-

brasileiras, como o Gávea Golf Club e a Sociedade Brasileira de Cultura Inglesa. A chácara foi adquirida pela

família Lynch após o falecimento de Edward James, e a família morou nesse endereço até 1936, quando o irmão

mais novo e a mãe já haviam falecidos. Porém, antes de vendê-la, Sir Henry contratou um pintor e um fotógrafo

para registrá-la em detalhes. Para as fotografias, Henry fez algumas dessas reproduções e entregou-as a cada um

dos 12 sobrinhos. Um álbum extra foi entregue à Biblioteca Nacional. A chácara foi vendida ao governo norte-

americano, que demoliu o palacete original e construiu em seu lugar um palácio muito maior, sede de sua

embaixada no Brasil. Após a mudança da embaixada norte-americana para Brasília, novamente a propriedade foi

vendida, e em 1970 o governo alemão tomou posse para sediar a atual Escola Alemã Corcovado

Fonte de aquisição Sir Henry Joseph Lynch

Locais Carimbo (relevo seco) do estúdio no papel fotográfico: "Photo Studio Huberti Rio Av. Rio Branco 122"

Locais Nome do fotógrafo sobre o papel fotográfico: "Huberti Rio de Janeiro" (fotos 3, 7, 11)

Locais Nome do fotógrafo sobre o papel fotográfico: "Huberti & CA Rio" (foto 6)

Locais Estado de conservação: regular; álbum: regular

Assuntos 1. Habitações - Rio de Janeiro (RJ)

2. Jardins - Rio de Janeiro (RJ)

3. Interiores - Rio de Janeiro (RJ)

4. Rio de Janeiro (RJ)

5. Rio de Janeiro (Estado)

6. Brasil

7. Álbum fotográfico

8. Cópia fotográfica de gelatina e prata

Ent. Sec. I. Lynch, Henry, 1878-1958

II. Photo Studio Huberti

BILBIOTECA NACIONAL (Brasil). Disponível em:< http://acervo.bn.br/sophia_web/index.html >. Acesso em: 5 mar. 2016.

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ANEXO C

CENTRO DE PESQUISA E DOCUMENTAÇÃO DE HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA

DO BRASIL – CPDOC/FGV

1 – RESULTADO DE BUSCA - ÁLBUM DE FAMÍLIA DE D. ALZIRA VARGAS

AUDIOVISUAL

Getúlio Vargas, junto a familiares, amigos, ajudantes e autoridades nacionais e

estrangeiras em eventos, ocasiões e comemorações oficiais e não oficiais.

Identificação

Classificação: AVAP foto 012 Série: foto - Fotografias Tipo: álbum fotográfico (Iconografia) Título: Getúlio Vargas, junto a familiares, amigos, ajudantes e autoridades nacionais e estrangeiras em eventos, ocasiões e comemorações oficiais e não oficiais. Data de produção: Entre 10 mar 1930 e 06 nov 1932 (Data certa) Quantidade de documentos: 224 Descrição física: 1 álbum fotográfico com 224 fots: p&b; 5,9 cm x 8,4 cm a 6,1 cm x 9 cm.

Cidade Estado Pais

Correias RIO DE JANEIRO Brasil

Itaipava RIO DE JANEIRO Brasil

Petrópolis RIO DE JANEIRO Brasil

Rio de Janeiro RIO DE JANEIRO Brasil

Santos SAO PAULO Brasil

Arquivo:

Alzira Vargas do Amaral Peixoto (AVAP) Saiba mais

Resumo:

Getúlio Vargas junto a familiares no Palácio do Catete (Rio de Janeiro, RJ, 1930 fotos 1; 9-12); Família Vargas, Família Aranha, Ajudantes de Ordens de Getúlio Vargas, entre outros, no Palácio Rio Negro (Petrópolis, RJ, 1931 - fotos 2-6; 8; 33-36; 42; 44-49; 52-57; 59-61; 66; 70-79; 81; 83); Chegada da esquadrilha aérea italiana, comandada por Ítalo Balbo, ao Rio de Janeiro (Rio de Janeiro, RJ, 1931 - fotos 21-24); Família Vargas, Família Aranha, Walder Sarmanho, Morena Sarmanho, Regina Taisses Sarmanho, Joaquim Pedro Salgado Filho, Rubem Rosa e Egídio da Câmara Souza em Petrópolis (Petrópolis, RJ, 1931 - fotos 37-40; 51; 62-65); Getúlio Vargas Filho, Manuel Antonio Sarmanho Vargas, Alzira Vargas e Jandira Vargas no Palácio do Catete (Rio de Janeiro, RJ,

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1931 - fotos 41; 43; 50; 58); Visita do Príncipe de Gales ao Brasil (Rio de Janeiro, RJ, 1931 - fotos 67-69); João de Deus Noronha Mena Barreto na Esplanada do Castelo (Rio de Janeiro, RJ, 1931 - foto 95); Coroação da Rainha do Brasil na esplanada do Morro do Castelo (Rio de Janeiro, RJ, 1931 - fotos 96-100); Dornier X (DO-X): maior hidroavião já construído (Rio de Janeiro, RJ, 1931 - foto 122); Lutero Sarmanho Vargas, Joaquim Luís Amaro da Silveira e Manuel Antonio Sarmanho Vargas no Palácio Rio Negro (Petrópolis, RJ, 1932 - foto 156); Familiares de Getúlio Vargas juntos a Armênio da Rocha Miranda e Luiz Simões Lopes na Granja Brasil (Itaipava, RJ, 1932 - fotos 157-158); Churrasco na residência do desembargador Armando Alencar (Itaipava, RJ, 1932 - fotos 159-162); João Alberto Lins de Barros, Rubem Rosa, Joaquim Luís Amaro da Silveira e familiares de Getúlio Vargas em visita ao interior do estado(Correias, RJ, 1931 - fotos 163-164; 166-167; 169); Visita da Família Vargas a Granja Brasil (Itaipava, RJ, 1931 - fotos 165; 171-176); Manuel Antonio Sarmanho Vargas, Getúlio Vargas Filho e Alzira Vargas na praia do Arpoador (Rio de Janeiro, RJ, 1932 - fotos 183-185); Darcy Sarmanho Vargas, José Carlos de Macedo Soares e Matilde Melchert da Fonseca de Macedo Soares em Hotel na cidade de Santos (Santos, SP, 1932 - foto 155); Alzira Vargas e outros em Botafogo (Rio de Janeiro, RJ, 1932 - fotos 189-190); Ernesto Francisco Dornelles, Benjamim Vargas e Omar Mesquita Vargas juntos ao 14º Corpo Auxiliar da Brigada Militar do Rio Grande do Sul (1932 - fotos 196-203); Morena Sarmanho e Regina Taisses Sarmanho no Palácio Guanabara (Rio de Janeiro, RJ, 1930 - fotos 13-16; 18); Morena Sarmanho, Regina Taisses Sarmanho, Sr. Taisses e Alice Taisses no Palácio Guanabara (Rio de Janeiro, RJ, 1931 - fotos 7; 20; 25-28; 31; 80; 82; 101-105; 107; 116; 118; 123; 126; 130-133; 136-138; 144-149; 151-152); Familiares de Getúlio Vargas no Palácio Guanabara (Rio de Janeiro, RJ, 1931 - fotos 17; 29; 30; 32; 84-87; 89; 108-109; 112; 114; 121; 125; 129; 134-135; 139; 170); Família Vargas e Família Aranha no Palácio Guanabara (Rio de Janeiro, RJ, 1931 - foto 19); Ademar Siqueira, Rubem Rosa, Egídio da Câmara Souza, João de Deus Noronha Mena Barreto, Getúlio Vargas e seus familiares, no Palácio Guanabara (Rio de Janeiro, RJ, 1931 - fotos 88; 90; 91-94; 106; 120; 140-143; 153); (Palácio Guanabara, Rio de Janeiro, RJ, 1931 - fotos 111; 113; 115; 124; 127; 128); (Itaipava, RJ, 1931 - foto 168); Família Vargas no Palácio Guanabara (Rio de Janeiro, RJ, 1932 - fotos 177-182; 186-188; 191-195; 205-207); Regina Taisses Sarmanho (1932 - fotos 208-210; 220); Família Vargas, Walder Sarmanho, Morena Sarmanho, Regina Taisses Sarmanho e Lavínia Sarmanho de Abreu e Silva (1932 - fotos 204; 211-216; 218; 221-222; 224). Notas:

Fotos 1-203; 205-210; 217; 219; 220; 223: identificadas por Alzira Vargas do Amaral Peixoto. Fotos 96-100: título original, identificadas por Alzira Vargas do Amaral Peixoto. Fotos 211; 219; 222-224: danificadas

CENTRO DE PESQUISA E DOCUMENTAÇÃO DE HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA DO BRASIL. Disponível em:

<http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/arquivo-pessoal/AVAP/audiovisual/getulio-vargas-junto-a-familiares-amigos-ajudantes-e-

autoridades-nacionais-e-estrangeiras-em-eventos-ocasioes-e-comemoracoes-oficiais-e-nao-oficia>. Acesso em: 5 mar. 2016.

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108

CENTRO DE PESQUISA E DOCUMENTAÇÃO DE HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA

DO BRASIL – CPDOC/FGV

2 – RESULTADO DE BUSCA - ÁLBUM DE FAMÍLIA DE LUCAS LOPES

AUDIOVISUAL

Lucas Lopes, Ester Lopes, Rodrigo Lopes e outros em diferentes ocasiões

informais. Em sua maioria, trata-se de imagens de natureza familiar e de lazer.

Identificação

Classificação: LL foto 191 Série: foto - Fotografias Tipo: álbum fotográfico (Iconografia) Título: Lopes Lopes, Ester Lopes, Rodrigo Lopes e outros em diferentes ocasiões informais. Em sua maioria, trata-se de imagens de natureza familiar e de lazer. Data de produção: Entre 1939 a mai. 1978 (Data provável) Quantidade de documentos: 163 Descrição física: 1 álbum fotográfico com 159 fots.: p&b e cor; 4 x 6 cm a 14,5 x 20,5 cm; 4 neg.: cor (incluir a dimensão).

Cidade Estado Pais

Vitória ESPÍRITO SANTO Brasil

Corumbá MATO GROSSO Brasil

Divinópolis MINAS GERAIS Brasil

Angra dos Reis RIO DE JANEIRO Brasil

Arquivo:

Lucas Lopes (LL) Saiba mais

Resumo:

Fotos 61 a 65: Aspectos da casa de Divinópolis. Fotos 75, 77 a 83: Lucas Lopes e outros em ocasiões informais diversas. Fotos 88 a 94: Lucas Lopes e Esther Lopes em família no Chalé Lavras. Fotos 101 a 105: Lucas Lopes e Esther Lopes em reuniões familiares. Fotos 106, 107 e 108: Esther Lopes e Ana Lucia (recém nascida). Fotos 109 a 111: Rodrigo Lopes e Martinha em momentos diversos da infância. Fotos 114 e 15: Lucas Lopes e outros em visita a Copacabana. Fotos 116 a 130: Rodrigo Lopes e Norinha em momentos diversos da infância. Fotos 131 a 145: Lucas Lopes e Esther Lopes em viagem a Corumbá. Fotos 143 a 158: Lucas Lopes, Esther Lopes e outros em viagem a Vitória. Foto 159: Criança não identificada.

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109

Notas:Fotos 1 a 23, 27 a 32, 36 a 41, 45 a 57, 84 a 87, 95 a 100, 113: Rodigos Lopes em momentos diversos de

sua infância. Foto 26: Lucas Lopes. Fotos 33, 34, 35, 42, 43, 44: Lucas Lopes e Esther Lopes em momentos

informais diversos. Fotos 58, 59 e 60, 66 a 74, 76: Martinha em momentos diversos de sua infância.

CENTRO DE PESQUISA E DOCUMENTAÇÃO DE HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA DO BRASIL. Disponível em:

<http://www.fgv.br/cpdoc/acervo/arquivo-pessoal/LL/audiovisual/lopes-lopes-ester-lopes-rodrigo-lopes-e-outros-em-diferentes-

ocasioes-informais-em-sua-maioria-trata-se-de-imagens-de-natureza-familiar-e-de-lazer> . Acesso em: 5 mar. 2016.

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ANEXO D

FUNDAÇÃO CASA DE RUI BARBOSA

1 – RESULTADO DE BUSCA – ÁLBUM DE FAMÍLIA DE LUCIA SANSON

FUNDAÇÃO CASA DE RUI BARBOSA. Disponível em:

<http://iconografia.casaruibarbosa.gov.br/fotoweb/Preview.fwx?position=1&archiveType=ImageFolder&albumId=5000&sortin

g=ModifiedTimeAsc&search=lucia%20sanson&fileId=9F7A2A6443178480F2D545C1CFDEBE6F8278F053D18E7A5DD6D1

7637996A999EB0C34F66BC0DBC7ABC411EA22865D8C58E2D4DB4A4492BF35C745A29116F612CDE864A1EB3A338C

50A84EE6ACB2DAAF26BB80956CCC4398404C78E7C43A643487CCDBFBBC74126191025EF5E51BD3BF8E7D6162DB

B28F1B5AA1A7EF72789D5FC6C54EBB3AFD40795C1A2605114D8843A18DB5654F7D5F76CA34B61C98BF344DDA24

9F30FFD41B4093C5CC9F2AAC13456.>. Acesso em: 6 mar. 2016.

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FUNDAÇÃO CASA DE RUI BARBOSA

2 – RESULTADO DE BUSCA – ÁLBUM DE FAMÍLIA DE LUCIA SANSON

FUNDAÇÃO CASA DE RUI BARBOSA. Disponível em:

<http://iconografia.casaruibarbosa.gov.br/fotoweb/Preview.fwx?position=45&archiveType=ImageFolder&albumId=5000&sorti

ng=ModifiedTimeAsc&search=lucia%20sanson&fileId=9F7A2A6443178480F2D545C1CFDEBE6F8278F053D18E7A5DD6D

17637996A999EB0C34F66BC0DBC7ABC411EA22865D8C58E2D4DB4A4492BF35C745A29116F612CDE864A1EB3A338

C50A84EE6ACB2DAAF26BB80956CCC4398404C78E7C43A64348F433B6C25491CA7D1025EF5E51BD3BF8092A11DE7

10E1232AA1A7EF72789D5FC6C54EBB3AFD40795A69B9412E42B3C338933E2DB9329A9F6166013C86C07D0C58BBC5

88D9B2BB30C3E3D49B9D4A74618> Acesso em: 6 mar. 2016.

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ANEXO E

FUNDAÇÃO CASA DE RUI BARBOSA

1 - MATERIAIS DE CONSERVAÇÃO E PRESERVAÇÃO

Pasta de poliéster utilizada para inserir as fotografias dos álbuns

Fonte: Acervo Fundação Casa de Rui Barbosa

Álbum sem as fotografias

Fonte: Acervo Fundação Casa de Rui Barbosa

Álbum acondicionado em caixa confeccionada pela Casa de Rui

Fonte: Acervo da Casa de Rui Barbosa

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INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO BRASILEIRO

2 – RESULTADO DE BUSCA – ÁLBUM DE FAMÍLIA DE JACKSOM DE FIGUEIREDO

MARTINS

INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRAFIA BRASILEIRO. Disponível em:

<https://www.ihgb.org.br/pesquisa/arquivo/iconografia/item/70910-álbum-de-fotografia-de-jackson-de-figueiredo-com-familiares-e-

amigos-capa-dura-azul-com-formato-retangular,-contendo-24-páginas-com-fotografias.html>. Acesso em: 6 mar. 2016.

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115

ANEXO G

MUSEU HISTÓRICO NACIONAL

PLANILHA DE TRATAMENTO ARQUIVÍSTICO DE ICONOGRAFIA

Arquivo: Fundo Coleção

Seção:

Série:

Subsérie:

Notação:

Patrimônio (SIGA) nº:

Nível de Descrição: seção série subsérie

Notação anterior:

Procedência: doação compra

Nome do doador (a): Processo nº:

Espécie/Tipo:

Unidade Conjunto Quantidade de documentos:

Autor:

Destinatário:

Título:

Local:

Data:

Tamanho: Tamanho da Moldura:

Suporte: Processo:

p&b color sépia

Marcas e Anotações:

Estado de Conservação: bom regular deteriorado

Tipo de Deterioração:

Resumo do conteúdo ou assunto:

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Indexação por assunto:

Indexação Onomástica:

Notas e Observações:

Planilhado por:________________________________________ Em:_____/_____/______

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117

ANEXO H

MUSEU HISTÓRICO NACIONAL

MATERIAIS DE CONSERVAÇÃO E PRESERVAÇÃO DOS ÁLBUNS DE FAMÍLIA

Travesseirinho do MHN

Fonte: Museu Histórico Nacional

Álbum de família de Francisco I

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ANEXO I

MUSEU HISTÓRICO NACIONAL

FICHA CATALOGRÁFICA DO ÁLBUM DE FAMÍLIA DE FRANCISCO I

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ANEXO J

MUSEU HISTÓRICO NACIONAL

FICHAS CATALOGRÁFICAS DO ÁLBUM DA FAMÍLIA IMPERIAL

Coleção Família Imperial

Álbum de Família

Álbum IMa2

IMa2

028.632/ 028.695

Álbum, em couro marrom, com fecho de metal dourado, medindo 34 x 28 cm, forrado internamente

com um papel verde com desenhos dourados. Século XIX (entre 1860 a 1890).

Procedência: Doação Argemira Paranaguá Moniz. Não se tem dados para afirmar com certeza se

trata-se de n° 63 do documento 2 contido no processo 14/22 de transferência do Museu Nacional.

Conteúdo: 62 Fotos retratando a Família Imperial, tamanhos “cabinet” e “carte de visite”, catalogadas

nas classes “T” e “V”, números 68 a 85T e 1323 a 1366V respectivamente.

Obs.: Algumas fotos estão dedicadas a Amandinha (Amanda de Paranaguá Dória, Baronesa de

Loreto). Terá sido de sua propriedade?

Número de Ordem: 2360

1323V

28.639

STAHL.

[Retrato da Princesa D. Leopoldina] / Stahl & Wahnschaffe. -- [186-].

01 foto: carte de visite, p&b; 10x6 cm.

Procedência: ver Coleção Família Imperial, IMa2.

Resumo: mais de meio corpo.

/Retratada/Fotógrafos/

1330V

28.646

MANGEON.

[Retrato de Gastão de Orleáns, conde d’Eu] / Mangeon & Van Nyvel. -- [187-?].

01 foto: carte de visite, p&b; 11x7 cm. Procedência: ver Coleção Família Imperial, IMa2. Resumo: mais de meio corpo, em pé, fardado e condecorado.

/Retratado/Fotógrafos/D’EU, conde/

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1331V

28.647

CHAMBAY.

[Retrato de D. Teresa Cristina Maria e dois de seus netos] / Cambay. -- [1879].

01 foto: carte de visite, p&b; 11x7 cm.

Procedência: ver Coleção Família Imperial, IMa2.

Inscrição: datado de Petrópolis, em 11/01/1879.

Resumo: mais de meio corpo, sentada tendo uma criança ao colo e a outra em pé, em campo

oval. Provavelmente filhos da Princesa Isabel.

/CRIANÇAS/

1335V

28.651

BERTHIER, Paul.

[Retrato da Princesa Isabel, Condessa d’Eu] / Photie Berthier. -- [188-].

01 foto: carte de visite, p&b; 11x7 cm.

Procedência: ver Coleção Família Imperial, IMa2.

Resumo: busto de perfil.

/Retratada/Fotógrafo/D’EU, Condessa/

1337V

28.653

BERTHIER, Paul.

[Retrato de Gastão de Orleáns, Conde d’Eu] / Photie Berthier. -- [188-].

01 foto: carte de visite, p&b; 11x7 cm.

Procedência: ver Coleção Família Imperial, IMa2.

Resumo: busto de perfil.

/Retratado/Fotógrafo/D’EU, Conde/

1343V

28.659

GEBHARD, A.

[Retrato de Pedro Augusto de Saxe-Coburgo e Bragança] / A. Gebhard. -- [1866].

01 foto: carte de visite, p&b; 11x7 cm. Procedência: ver Coleção Família Imperial, IMa2. Inscrição: dedicatória da princesa Leopoldina a amiga Amandinha, Amanda de Paranaguá Dória

[Baronesa de Loreto], datada de Pohorello, 28/07/1866. Resumo: corpo inteiro sentado, quando criança. Filho da Princesa Leopoldina com 01 ano de idade.

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/Retratado/Fotógrafo/CRIANÇA/

1358V

28.680

HENSCHEL.

[Retrato de Stª Isabel da Hungria e um menino] / Henschel & Benque. -- [187-].

01 foto: carte de visite, p&b; 11x7 cm.

Procedência: ver Coleção Família Imperial, IMa2.

Resumo: mais de meio corpo, em pé, servindo uma refeição ao menino que encontra-se

sentado.

/SANTA ISABEL DE HUNGRIA/IMAGENS RELIGIOSAS/Fotógrafos/

1364V

28.686

[Retrato de criança não identificada] / Hermann & Cie . -- [18--].

01 foto: carte de visite, p&b; 11x7 cm.

Procedência: ver Coleção Família Imperial, IMa2.

Resumo: mais de meio corpo.

/CRIANÇAS/HERMANN & CIE./

1341V

28.657

ANGERER, L.

[Retrato da Princesa Leopoldina com seu marido duque de Saxe e um de seus filhos] / l.

Angerer. -- [186-].

01 foto: carte de visite, p&b; 10x6 cm.

Procedência: ver Coleção Família Imperial, IMa2.

Inscrição: dedicatória da retratada a amiga Amandinha [Amanda de Paranaguá Dória,

Baronesa de Loreto].

Resumo: a duquesa encontra-se sentada com a criança ao colo, provavelmente seu filho, e o

duque em pé.

/Retratados/Fotógrafo/SAXE, duque de/