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UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO CIÊNCIAS DA SAÚDE E BIOLÓGICAS Sandra Leite de Oliveira PROTÓTIPO PARA ADAPTAÇÃO DE CÉLULA DE CARGA EM EQUIPAMENTO DE TREINAMENTO DE FORÇA MULTIARTICULAR PARA AVALIAÇÃO DA FORÇA MUSCULAR ISOMÉTRICA E ATIVIDADE ELÉTRICA MUSCULAR Petrolina 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO

CIÊNCIAS DA SAÚDE E BIOLÓGICAS

Sandra Leite de Oliveira

PROTÓTIPO PARA ADAPTAÇÃO DE CÉLULA DE CARGA

EM EQUIPAMENTO DE TREINAMENTO DE FORÇA

MULTIARTICULAR PARA AVALIAÇÃO DA FORÇA

MUSCULAR ISOMÉTRICA E ATIVIDADE ELÉTRICA

MUSCULAR

Petrolina

2017

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SANDRA LEITE DE OLIVEIRA

PROTÓTIPO PARA ADAPTAÇÃO DE CÉLULA DE CARGA

EM EQUIPAMENTO DE TREINAMENTO DE FORÇA

MULTIARTICULAR PARA AVALIAÇÃO DA FORÇA

MUSCULAR ISOMÉTRICA E ATIVIDADE ELÉTRICA

MUSCULAR

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação Ciências da Saúde e Biológicas da Universidade Federal do Vale do São Francisco como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Ciências com ênfase na linha de pesquisa Fundamentação Conceitual e Metodologias Inovadoras de Integração em Ciências Ambientais, Tecnologia e Saúde.

Orientador: Prof. Dr. André Luiz Demantova Gurjão Coorientador: Prof. Dr. Rodrigo Pereira Ramos

Petrolina

2017

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Oliveira, Sandra Leite de

O48p

Protótipo para adaptação de célula de carga em equipamento de treinamento de força multiarticular para avaliação da força muscular isométrica e atividade elétrica muscular/ Sandra Leite de Oliveira. -- Petrolina-PE, 2017.

xiii, 57 f. : il. ; 29 cm. Dissertação (Mestrado em Ciências da Saúde e Biológicas) -

Universidade Federal do Vale do São Francisco, Campus Petrolina, Petrolina-PE, 2017.

Orientador: Prof. Dr. André Luiz Demantova Gurjão. Coorientador: Prof. Dr. Rodrigo Pereira Ramos.

1. Musculação - Equipamento e acessórios. 2. Exercícios físicos

para idosos. 3. Aptidão física em mulheres. 4. Envelhecimento. I. Título. II. Universidade Federal do Vale do São Francisco.

CDD 796.41 Ficha catalográfica elaborada pelo Sistema Integrado de Bibliotecas da UNIVASF.

Bibliotecária: Luciana Souza Oliveira CRB5/1731

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO

PÓS-GRADUAÇÃO CIÊNCIAS DA SAÚDE E BIOLÓGICAS

FOLHA DE APROVAÇÃO

SANDRA LEITE DE OLIVEIRA

PROTÓTIPO PARA ADAPTAÇÃO DE CÉLULA DE CARGA EM EQUIPAMENTO DE TREINAMENTO DE FORÇA MULTIARTICULAR

PARA AVALIAÇÃO DA FORÇA MUSCULAR ISOMÉTRICA E ATIVIDADE ELÉTRICA MUSCULAR

Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Ciências com ênfase na linha de pesquisa: Fundamentação Conceitual e Metodologias Inovadoras de Integração em Ciências Ambientais, Tecnologia e Saúde, pela Universidade Federal do Vale do São Francisco.

Aprovada em: 16 de Fevereiro de 2017.

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Aos meus pais Severino e Áurea (in memoriam), aos meus irmãos Vera, Walter, Vilma, Valmir e Valker e ao meu querido filho André Luís.

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...”Deus não escolhe os capacitados, capacita os escolhidos. Fazer ou não fazer algo só depende de nossa vontade e perseverança.”

Albert Einstein

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AGRADECIMENTOS

Agradeço à Deus e à Jesus Cristo pela vida, pelas graças recebidas, por

sabedoria e discernimento para as escolhas e por serem presenças constantes em

minha existência.

Aos meus pais, Áurea Leite de Oliveira e Severino Félix de Oliveira (in

memoriam) pelo amor incondicional e educação que me permitiu chegar até aqui.

Aos meus irmãos, Vera, Walter, Vilma, Valmir e Valker, meus sobrinhos

Jean, Júnior, Vitor, Felipe, Henrique, Renata e Rafael, meu cunhado Jurandir

Lima e minha nora Bárbara Cavalcanti pelos incentivos.

Especialmente ao meu filho André Luís que entendeu minha luta, acreditou

no meu sonho, sempre me incentivou a ir em frente e por me fazer feliz. Te amo

muito filhote.

À Paulo Henrique Oliveira pela confecção do adaptador, dedicação e

compromisso, sou muito grata por tudo.

À minha querida avó Olivia Bezerra Leite (in memoriam), à minha tia Helena

(in memoriam) pelas orações e carinhos.

Ao programa de Pós-graduação Ciência da Saúde e Biológicas, aos

professores Dra. Patrícia Avello Nicola, Dr. Ferdinando Oliveira Carvalho, Dra.

Márcia Bento Moreira, Dr. Ricardo Argenton Ramos, Dr. José Fernando Vila

Nova de Moraes e aos demais professores e à assistente administrativa Alinny

Paulina.

Ao professor Dr. André Luiz Demantova Gurjão, por promover meu

crescimento pessoal e profissional, pela amizade, liderança, disponibilidade,

orientações constantes, reuniões, mensagens, emails e paciência. Obrigada pelas

palavras de conforto nos momentos difíceis “calma Sandrovisk tudo vai dar certo”

... sou grata mesmo, pelo sonho realizado e oportunidade de fazer ciência! E por

participar do Grupo de Estudo e Pesquisa em Fisiologia e Envelhecimento –

GEPEFE.

Em especial aos colegas que divulgaram o projeto, participaram da coleta

Antônio, Hiago, Narcélio, Amanda, Camila, Jamile e Sebastião.

Aos companheiros do GEPEFE que tornaram os dias de estudos no

laboratório produtivos, com integração e alegria. Laísla, Matheus, Gelbia, Aline,

Geovanne, Júlia, Jéssica, Pedro, Philipe Alves, Edward, Solon e Phlilipe

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Jonatâ.

À todas as senhoras voluntárias que se propuseram a participar dos longos

quatro dias de testes.

À coordenadora da Associação Brasileira de Alzheimer – ABRAz Recife

Cleonice Vasconcelos e membros da unidade da ABRAz Petrolina.

Às Educadoras Físicas Leidjane e Elis Regina do Serviço Social do

Comércio – SESC.

Ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sertão

Pernambucano – IFSertão, à Reitora Dra. Leopoldina Veras, à professora Dra.

Luciana Azevedo Cavalcanti, ao Diretor Geral professor Fabiano Marinho à

Chefe de Departamento professora Alessandra Latorre e todos os colegas

professores.

Ao professor Dr. Rodrigo Pereira Ramos pela coorientação, sugestões e

contribuições para o desenvolvimento deste trabalho.

Aos colegas do Mestrado Ciência da Saúde e Biológicas, turma 2015, ao

nosso querido colega Marcelo Soares (in memoriam), não finalizou esta etapa,

deixou muitas lembranças positivas, alegria e saudade. Meu muito obrigada a

todos e gratidão, pois muito contribuiram e fizeram parte desta fase muito

significativa em minha vida!

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RESUMO

O objetivo do estudo foi desenvolver um adaptador para utilização de célula de carga em equipamento de treinamento de força multiarticular para avaliação da força muscular isométrica, atividade elétrica muscular e processamento dos sinais em idosas. Para verificar a reprodutibilidade da avaliação de força muscular isométrica multiarticular foi adotado um delineamento, com medidas repetidas nos mesmos sujeitos. Participaram do estudo 15 idosas com idade superior a 60 anos que não relataram desordens musculoesqueléticas, cardiovasculares e/ou neurológicas recentes. Cada participante compareceu ao local de avaliação em quatro ocasiões diferentes, intervaladas por no mínimo 24 horas no primeiro dia e nas demais avaliações, mínimo de 48 horas. No primeiro encontro foram assinados o termo de consentimento livre e esclarecido, mensurações antropométricas (massa corporal e estatura) e determinação dos locais para fixação dos eletrodos empregados no registro da atividade eletromiográfica (EMG). Nos três encontros subsequentes realizou-se o registro de três curvas força-tempo isométrica máxima e atividade EMG dos vastos medial e lateral no exercício LEG PRESS, com intervalo de 2 minutos entre medidas. Excelentes coeficientes de correlação intraclasse foram observados para a contração voluntária máxima (0,97) e taxa de desenvolvimento de força (0,86) entre a segunda e a terceira sessão de teste. Nenhuma mudança significativa na média foi verificada para todas as variáveis ao longo do tempo. Os resultados do presente estudo mostram que é possível desenvolver o adaptador para utilizar célula de carga em equipamento de treinamento multiarticular para avaliar a função neuromuscular de mulheres idosas de forma reprodutível.

Palavras-chave: Adaptador. Transdutor de Força. Força Muscular. Envelhecimento.

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ABSTRACT

The objective of the study was to develop an adapter for use of load cell in multi-articular force training equipment to evaluate isometric muscle strength, muscular electrical activity and signal processing in the elderly. In order to verify the reproducibility of the assessment of multi-articular isometric muscular strength, a design was adopted, with repeated measures in the same subjects. Fifteen women over 60 years of age who did not report recent musculoskeletal, cardiovascular and / or neurological disorders participated in the study. Each participant attended the evaluation site on four different occasions, at intervals of at least 24 hours on the first day and in the other evaluations, at least 48 hours. At the first meeting, the informed consent form, anthropometric measurements (body mass and height) and determination of the electrode fixation sites were recorded. In the three subsequent encounters, three maximum isometric force-time curves and EMG activity of the medial and lateral extensions were recorded in the LEG PRESS exercise, with an interval of 2 minutes between measurements. Excellent intraclass correlation coefficients were observed for maximal voluntary contraction (0.97) and strength development rate (0.86) between the second and third test sessions. No significant change in mean was verified for all variables over time. The results of the present study show that it is possible to develop the adapter to use load cell in multi-joint training equipment to evaluate the neuromuscular function of reproducible elderly women.

Key-words: Adapter. Strength Transducer. Muscular Strength. Aging.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Fluxograma do processo de seleção e participação dos sujeitos ao longo do estudo....................................................................................................................30 Figura 2 – Dimensionamento do protótipo.................................................................31 Figura 3 – Placa adaptadora – 1º modelo.................................................................32 Figura 4 – Placa adaptadora – modelo atual.............................................................33 Figura 5 – Visualização da placa adaptadora em sequência....................................33 Figura 6 – Placa adaptadora posicionada no LEG PRESS.......................................34 Figura 7 – Posicionamento da participante...............................................................34 Figura 8 – Determinação da frequência de corte do filtro por meio da análise residual.......................................................................................................................37 Figura 9 - Análise do sinal da célula de carga após ser filtrada para determinação das variáveis de força.................................................................................................37 Figura 10 – Representação esquemática do processo de atividade eletromiográfica e o retardo eletromecânico.........................................................................................38

Figura 11 – Delineamento do estudo.........................................................................39 Figura 12 – Atividade eletromiográfica de idosas .....................................................41

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LISTAS DE TABELAS

Tabela 1 – Valores de força isométrica de idosas.....................................................40 Tabela 2 – Confiabilidade relativa entre sessões.......................................................41

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LISTA DE ABREVIATURA E SIGLAS

ANOVA Análise de variância

CEDEP Comitê de Ética e Deontologia em Estudos e Pesquisa

Cf-t Curva força-tempo

CNDI Conselho Nacional dos Direitos do Idoso

CVM Contração Voluntária Máxima

EMG Electromyography

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

MATLAB Matrix Laboratory

OMS Organização Mundial de Saúde

PNAD Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios

RMS Root Mean Square

SENIAM Surface Electromyography for the Non-Invasive Assessment of Muscles

SDH Secretaria de Direitos Humanos

SPSS Statistical Package for Social Sciences

SUS Sistema Único de Saúde

TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

TDF Taxa de Desenvolvimento de Força

TPM Tempo para alcançar pico máximo

TR Tempo de relaxamento

UNIVASF Universidade Federal do Vale do São Francisco

UM Unidades Motoras

VL Vasto Lateral

VM Vasto Medial

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 15

2 OBJETIVOS .................................................................................................. 18

2.1 OBJETIVO GERAL .................................................................................... 18

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ...................................................................... 18

3 REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................... 19

3.1 ALTERAÇÕES MORFOFISIOLÓGICAS DO SISTEMA NEUROMUSCULAR NO

ENVELHECIMENTO ........................................................................................ 19

3.2 FORÇA MUSCULAR ISOMÉTRICA (FMI) E FAMILIARIZAÇÃO .............. 26

4 MATERIAIS E MÉTODOS ........................................................................... 29

4.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO E ASPECTOS ÉTICOS ...................... 29

4.2 PARTICIPANTES ....................................................................................... 29

4.3 INSTRUMENTOS DE COLETA E DADOS ............................................... 30

4.3.1 Reestruturação do protótipo ................................................................ 32

4.3.2 Avaliação e tratamento dos sinais da curva força tempo isométrica e

eletromiografia ............................................................................................... 35

4.4 REPRODUTIBILIDADE DAS VARIÁVEIS .................................................. 38

4.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA ............................................................................ 39

5 RESULTADOS ............................................................................................ 40

6 DISCUSSÃO ................................................................................................ 42

7 CONCLUSÃO .............................................................................................. 44

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 45

APÊNDICE A - FICHA DE AVALIAÇÃO ......................................................... 50

APÊNDICE B - FICHA DE COLETA FORÇA MUSCULAR ISOMÉTRICA ..... 51

ANEXO A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO - TCLE

................................................................................................................... ......52

ANEXO B – Aprovação do Comitê de Ética e Deontologia em Estudos e

Pesquisas – CEDEP da UNIVASF ................................................................. 55

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1 INTRODUÇÃO

A capacidade do sistema neuromuscular em gerar tensão influencia

diretamente a ação do ser humano em realizar suas atividades da vida diária

(CORTTELETTI, 2004). Tal capacidade pode se manifestar de forma dinâmica, na

qual a tensão exercida por um ou mais músculos supera a resistência externa

produzindo movimento articular, ou isométrica, cuja tensão não promove movimento

expressivo da articulação.

A avaliação da força muscular isométrica e de outras variáveis, como a

atividade elétrica muscular, fornece importantes informações a respeito da função

neuromuscular, permitindo a monitoração de mudanças associadas ao

envelhecimento, programas de treinamento físico e de reabilitação. Testes de força

muscular isométrica são relativamente simples e rápidos de serem realizados,

possibilitam que um grande número de sujeitos sejam avaliados, apresentam alta

reprodutibilidade e possuem maior segurança em comparação aos testes dinâmicos

(JARIC, 2002; PEKÜNLÜ e ÖZSU, 2014; WILSON e MURPHY, 1996).

Em linhas gerais, os testes isométricos envolvem que o avaliado exerça força

muscular máxima contra uma resistência imóvel, a qual está em linha com uma

célula de carga, plataforma de força ou dispositivo similar que mensure a força

aplicada (WILSON e MURPHY, 1996).

Vários equipamentos computadorizados com sensibilidade e validade

dedicados à avaliação da função muscular estão disponíveis comercialmente, tais

como os dinamômetros isocinéticos. No entanto, devido a sua complexa engenharia

e seu grande volume, possuem custo de aquisição elevado e não são práticos de

serem transportados, limitando sua utilização a ambientes específicos (TERRERI,

2001). Em adição, estes equipamentos avaliam a função muscular em articulações

isoladas (TERRERI, 2001) e as atividades funcionais da vida diária envolvem a

produção de força muscular em múltiplas articulações (e.g. levantar da cadeira, subir

escadas, evitar uma queda) (AAGAARD, 2010).

Assim, a avaliação simultânea da força muscular isométrica em múltiplas

articulações pode ser mais apropriada quando se objetiva investigar a relação entre

função neuromuscular e a capacidade funcional de idosos ou a resposta a

treinamentos realizados em exercícios multiarticulares (KRAEMER, 2002).

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Devido à grande popularização do treinamento de força muscular (i.e.

musculação), são facilmente encontrados em academias, clubes esportivos, clínicas

de reabilitação ou mesmo em universidades, inúmeros equipamentos para o

treinamento multiarticular da força muscular de membros superiores e inferiores.

Os avanços em outras áreas do conhecimento, como as engenharias

mecânica, elétrica e ciências da computação, também tornaram amplamente

disponíveis condicionadores de sinais elétricos com conversores analógico-digitais

para diferentes sensores (e.g. aceleração, força e atividade elétrica muscular), além

de softwares que permitem a criação de algoritmos para o processamento digital

adequado destes sinais e subsequente extração da informação necessária. Assim, é

possível desenvolver adaptações de baixo custo para avaliar o desempenho de

força muscular isométrica multiarticular em idosas sincronizado à aquisição de dados

eletromiográficos. O desenvolvimento de diferentes protótipos com objetivo de

avaliar a força muscular isométrica tem sido relatado na literatura (ALLISON et al.,

2013; CAMARGO et al., 2009; MOURA et al., 2003; RUSCHEL et al., 2015). Ruschel

et al. (2015), por exemplo, desenvolveram um protótipo para avaliação do torque

isométrico dos extensores do joelho utilizando uma cadeira extensora disponível em

academias.

Avaliação da força muscular isométrica, por meio da curva força-tempo,

permite avaliar em uma única medida duas importantes características da força

muscular: a taxa de desenvolvimento de força (TDF) e a contração voluntária

máxima (CVM). A TDF é uma medida de desempenho do sistema neuromuscular

que representa a capacidade de desenvolver força muscular rapidamente. A mesma

influencia a magnitude da aceleração de um determinado movimento e é um fator

determinante para a expressão da potência muscular máxima, possuindo importante

papel funcional especialmente em idosos (BARBOZA et al., 2009). A CVM, também

considerada uma medida de desempenho do sistema neuromuscular, é atingida

quanto maior for o nível de excitação dos motoneurônios pelo sistema nervoso

central e maiores taxas de recrutamento das unidades motoras (KOMI, 1995, apud

SIMÃO, 2003). Esse comportamento neural, juntamente com as propriedades

mecânicas da unidade músculo-tendão, são fatores determinantes para o

desempenho da TDF e CVM. Neste contexto, avaliar o desempenho de força

muscular (TDF e CVM), simultaneamente com a atividade elétrica muscular

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(eletromiografia), permite conhecer importantes variáveis do sistema neuromuscular

(MELDRUM, 2007).

Vale ressaltar que mulheres possuem reservas funcionais menores do que

homens, apresentam maior declínio da força muscular de membros inferiores e têm

maior expectativa de vida, permitindo maior tempo de ação dos efeitos

degenerativos do envelhecimento (FIEDLER & PERES, 2008). Assim, submetê-las a

avaliação de força muscular situa suas condições funcionais neuromusculares e

permite a proposição de ações de prevenção ou intervenção no retardo de danos

degenerativos para melhora da qualidade de vida e das atividades da vida diária

nesta população.

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2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Analisar a viabilidade do uso de equipamento de treinamento de força

multiarticular, com célula de carga adaptada, para avaliação da força muscular

isométrica concomitante à avaliação de sinais eletromiográficos em idosas.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

a) Desenvolver um adaptador para utilização de célula de carga no equipamento

LEG PRESS horizontal;

b) Desenvolver rotina computacional em ambiente MATLAB para análise dos sinais

da célula de carga e amplitude da atividade elétrica muscular;

c) Testar a reprodutibilidade da avaliação de força muscular isométrica multiarticular

em mulheres idosas.

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3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 ALTERAÇÕES MORFOFISIOLÓGICAS DO SISTEMA NEUROMUSCULAR NO

ENVELHECIMENTO

O envelhecimento é um processo dinâmico e progressivo, envolvendo

alterações morfológicas, funcionais, sociais e psicológicas, tornando o indivíduo

mais suscetível às agressões intrínsecas; doenças degenerativas e uso de fármacos

e agressões extrínsecas; desde seu comportamento, aspectos sociais e ambiente

(ONAGA & D’ELBOUX, 2007). Convém salientar que hábitos de vida interagem

comumente com a genética, fazendo as consequências do envelhecimento se

diferenciar de indivíduo para indivíduo.

As alterações morfofisiológicas associadas ao envelhecimento e estilo de vida

vão desde as mudanças na composição e forma do corpo, como a redução da

estatura, aumento do tecido adiposo, perda de massa magra e óssea, até ao

declínio no desempenho de diferentes manifestações da força muscular, em

especial, a capacidade de produzir força muscular rapidamente. Em conjunto, estas

alterações podem provocar a instabilidade postural ou a incapacidade de

manutenção do equilíbrio, aumentando o risco de quedas e reduzindo a capacidade

de realização das atividades de vida diária (DEL DUCA et al., 2011; MAZO, 2007).

A redução da massa muscular é devido ao processo fisiológico natural de

remodelagem das unidades motoras com o envelhecimento, a desnervação seletiva

das fibras musculares, principalmente a do tipo II, gerando o processo denominado

sarcopenia.

Nos tempos atuais, a definição de sarcopenia conglomera além da redução

de massa muscular, a redução de força e o agravo do desempenho físico, como

descrito no documento publicado no ano de 2010 pelo Grupo Europeu de Trabalho

com Pessoas Idosas (CRUZ-JENTOFT et al., 2010). Este consenso documental

define a sarcopenia em três níveis; pré-sarcopenia que é a redução apenas de

massa muscular, sarcopenia moderada quando existe além de forma associada da

redução de massa muscular, redução de força ou desempenho físico, e a

sarcopenia severa que ocorre quando há alteração nas três variáveis.

As principais causas da sarcopenia pode ter origem primária ou secundária.

No primeiro caso tem relação ao processo de envelhecimento, porém o segundo

caso tem relação a outros fatores desencadeantes, como a inatividade física,

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repouso prolongado, sedentarismo e situações de gravidade zero (CRUZ-JENTOFT

et al., 2010).

A nutrição é considerada um importante fator, como ingestão inadequada de

energético e proteína, presente em desordens gastrointestinais (má absorção) ou

uso de medicações que causam anorexia podem ocasionam sarcopenia. Além de

inúmeras doenças associadas a falência orgânica avançada, distúrbios inflamatórios

e endócrinos também podem promover um efeito catabólico, com consequente

maior degradação proteica (CRUZ-JENTOFT et al., 2010). Outras doenças como as

crônicas-degenerativas podem estar associadas a sarcopenia, incluindo a doença

pulmonar obstrutiva crônica, câncer, insuficiência renal crônica, infecções e

insuficiência cardíaca congestiva (BAUMGARTNER et al., 1998).

A prevalência de sarcopenia é aproximadamente de 25% em indivíduos

menores de 70 anos e 40% em indivíduos com 80 anos ou mais (BAUMGARTNER,

1998). Estando a força muscular prejudicada, é um preditivo de incapacidade física e

mortalidade para indivíduos com idade avançada (RANTANEN, 1999; ROUBENOFF

2000).

A perda de massa magra afeta a capacidade para geração de potência

muscular, diminuindo mais rapidamente que a força máxima. Sendo as mulheres

mais afetadas com a diminuição da força de membros inferiores em comparação aos

membros superiores. Consequentemente a mobilidade limitada, baixa aptidão

favorece a perda de força e a dificuldade de realizar atividades funcionais da vida

diária no envelhecimento, além de um potencial para maior incidência de acidentes

devido à fraqueza muscular, à fadiga e ao equilíbrio precário (DEL, 2011).

Homens e mulheres acima de cinquenta anos tem redução na força muscular

em torno de 8 a 15% por década, e o mesmo padrão de diminuição da força durante

o envelhecimento (DESCHENES, 2004; KAUFFMAN, 2001). Contudo, pesquisas

longitudinais têm mostrado aumento na diminuição da força em idosos, maior do que

os apresentados por estudos transversais (DESCHENES, 2004).

Além disso, mulheres possuem reservas funcionais menores do que homens,

apresentam maior declínio da força muscular de membros inferiores e tem maior

expectativa de vida permitindo maior tempo de ação dos efeitos degenerativos do

envelhecimento. Como observado no estudo LYNCH (1999), a qualidade muscular

(QM) de braço e perna declinou em uma taxa similar com a idade nos homens,

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enquanto a QM da perna declinou aproximadamente 20% mais que a QM do braço

com o aumento da idade nas mulheres.

Segundo Candow & Chilibeck (2005), indivíduos com fraqueza dos membros

inferiores, no geral, utilizam mais grupos musculares de membros superiores,

realizando ações compensatórias pelos músculos do braço, induzindo-os, dessa

forma, a estresses regulares, o que favoreceria à manutenção da massa muscular e

a força desses membros. Ocorrem oscilações nos níveis de força, não só pela idade

do indivíduo como também do grupo muscular, tipo e intensidade da contração, e do

estado de atividade física (ENOKA et al., 2003).

Em adição ocorrem reduções da capacidade de recrutamento neural,

mecanismo que poderá também contribuir de forma significativa para alterações

funcionais em idosos (HAKKINEN et al 1996; URBANCHEK et al. 2001). Também

considerado um componente causal das situações de fragilidade e incapacidade do

indivíduo idoso (FRIED & GURALNIK, 1997).

Em relação ao número de fibras musculares, é sabido que ocorre o fenômeno

da hipoplasia muscular (redução do volume de um órgão ou de uma parte do corpo

em consequência da fraca atividade de formação dos tecidos) com o

envelhecimento. Vários artigos têm reportado quanto além da atrofia e da hipoplasia,

têm sugerido existir reduções da capacidade de recrutamento neural, mecanismo

que poderá também contribuir efetivamente para as alterações funcionais.

Idade e gênero afetam a força e a potência muscular, com a magnitude de

cada efeito, sendo influenciada pelo grupo muscular estudado e pelo tipo de

contração muscular (MCARDLE, 2013). O declínio da força na meia-idade,

associado a perda de peso aumenta a predisposição as doenças crônicas

degenerativas.

Variáveis do sistema neuromuscular como por exemplo a taxa de

desenvolvimento da força (TDF), definida como a inclinação da curva força-tempo

(∆força/∆tempo) obtida durante contração muscular isométrica, para a avaliação da

capacidade de desenvolver força rapidamente de jovens e idosos, tanto dos

membros superiores (WATANABE et al., 2011) quanto dos membros inferiores

(ANDERSEN & AAGAARD, 2006; SUETTA et al., 2007), têm sido alvo de atenção

da comunidade científica nos últimos anos.

Maffiuletti e colaboradores (2016), reporta que fatores neurais e musculares

ao desempenho de uma contração rápida tem uma contribuição relativa, pois foi

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investigada comparando TDF em contrações induzidas por ativação e estimulação

elétrica. Usando tal abordagem, vários estudos têm demonstrado que a ativação

muscular, como avaliado por eletromiografia (EMG) de superfície, é um fator

importante que influencia a expressão de TDF em vivos (BLAZEVICH et al. 2009; DE

RUITER et al. 2004; DEL BALSO e CAFARELLI 2007; FOLLAND et al. 2014; KLASS

et al. 2008).

A capacidade de produzir força depende predominantemente do aumento da

ativação muscular.

Fatores morfológicos e fatores neurais são determinantes na produção de

força muscular (CORMIE, 2011).

O tipo de fibra muscular, características no arranjo arquitetônico do músculo,

a área de secção transversa, ângulo de penação e comprimento das fibras, além

das propriedades dos tendões são fatores morfológicos que influenciam diretamente

na produção de força (WIDRIEK et al. 2002; KUROKAWA et al. 2003).

O recrutamento de unidades motoras, a frequência de estimulação de

unidades motoras, sincronização ou coordenação intramuscular, intermuscular,

ativação dos músculos sinergistas e co-contração dos antagonistas são fatores

neurais (CORMIE, 2011). Além de mecanismos como o tipo de ação muscular e a

capacidade de armazenamento e de utilização da energia elástica também exercem

efeitos na produção da força (KOMI, 1986).

Outros mecanismos, como as propriedades musculares intrínsecas, também

explicam parte da TDF voluntária. A contribuição relativa das funções neurais e

fatores musculares intrínsecos podem variar durante as fases inicial e tardia de força

crescente durante uma contração rápida.

Composição, tipo fibra muscular, embora seja necessária cautela ao deduzir

significância das diferenças nas propriedades de fibra única (ENOKA &

DUCHATEAU, 2015), o tipo de fibra é frequentemente considerado um fator

importante que influencia a TDF muscular, sendo observada que a taxa de

desenvolvimento da tensão é mais rápida no tipo II do que as fibras do tipo I. Este

fenômeno é relacionado com fibras de tipo II com maior libertação total de Ca2 + por

potencial de ação (BAYLOR & HOLLINGWORTH, 1988) e constantes de tempo mais

rápidas de correntes de Ca2 +, bem como miosina rápida, troponina e isoformas de

tropomiosina (SCHIAFFINO & REGGIANI 1996) e, portanto, uma ponte cruzada de

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mais rápida ciclagem (BOTTINELLI et al., 1996). Existe uma grande variabilidade na

composição entre vários tipos de fibra no sistema musculoesquelético.

A TDF é uma das variáveis do sistema neuromuscular, tem sido utilizada para

identificar a capacidade de um grupo muscular de gerar força explosiva, e esta

depende da TDF que atinge seus valores máximos entre 80-120 ms (AAGAARD et

al., 2002), é fundamental para performance esportiva (AAGAARD et al., 2010) e

atividades da vida diária (AAGAARD et al., 2011).

A força muscular voluntária declina com o envelhecimento e esta relação é

evidenciada por diversas alterações nos sistemas musculoesquelético e nervoso

(KLASS, BAUDRY, & DUCHATEAU, 2007).

A maior debilidade funcional dos idosos tem associação com o declínio da

velocidade de contração muscular (ZHONG, CHEN, & THOMPSON, 2007). Além

disso, estudos têm mostrado que a potência muscular (força × velocidade de

contração) possui maior potencial de influência no desempenho funcional do que a

força muscular, além de exibir declínio mais rápido com o processo de

envelhecimento (CLARK et al., 2010; WATANABE, TSUBOTA, CHIN, & AOKI,

2011).

Com o envelhecimento surgem principais alterações tais como; o avanço do

decréscimo da função muscular, que afeta diretamente a capacidade de realizar

tarefas do dia-a-dia, reduzindo a independência funcional e, desse modo, refletindo

negativamente na qualidade de vida do idoso. Nesse sentido, ao longo deste

referencial veremos os principais fatores envolvidos com o prejuízo da função

muscular associado ao envelhecimento e a sua influência na qualidade de vida dos

indivíduos idosos, pois tanto a força máxima (CLACK et al., 2013; LIBERDI et al.,

2015; SCHIMIDT et al., 2014) quanto a resistência e a potência sofrem significativa

redução com o avançar da idade.

A capacidade de produzir um rápido aumento da força contráctil na fase inicial

de uma contração voluntária (0-300 ms), como refletido por uma alta TDF, é vital não

só para o atleta treinado, mas também para o indivíduo idoso que apresenta

perturbações súbitas no equilíbrio postural (AAGAARD, 2003).

Aagaard et al. (2010) realizaram uma revisão de literatura acerca do papel do

sistema nervoso e suas perdas com o envelhecimento e a mudanças do sistema

neuromuscular com o treinamento de força para indivíduos idosos. Concluem que o

envelhecimento é caracterizado pela perda da motoneuronios (MNs) espinhal,

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devido à apoptose, aos valores elevados de citocinas circulantes, e ao aumento do

estresse oxidativo celular.

A perda relacionada com a idade de MNs espinhal é acompanhada por uma

redução no músculo, número de fibras e tamanho (sarcopenia), consequentemente

levando a um desempenho prejudicado e a capacidade funcional reduzida durante

as tarefas diárias.

Diminuições simultâneas na força muscular máxima, potência muscular e TDF

são observadas com o envelhecimento, mesmo em atletas maduros altamente

treinados. O comprometimento da função muscular é acompanhada e parcialmente

causada por uma perda relacionada com a idade na função neuromuscular que

compreendem alterações na frequência máxima de disparo MN, ativação muscular

agonista, coativação muscular antagonista, força firmeza e circuito inibitório da

coluna vertebral.

No entanto, os indivíduos idosos demonstram plasticidade adaptativa

substancial em ambos os músculos esqueléticos e o sistema neuromuscular em

resposta ao treinamento de força (musculação), o que para compensar o declínio no

tamanho do músculo e função neuronal respectivamente relacionado a idade, ser

uma grande medida pode compensar e levar a melhora da capacidade funcional

mesmo em idade muito avançada.

Na isometria os músculos têm uma ação de tensão estática muscular e estão

diretamente envolvidos na produção do movimento da articulação. Eles tanto podem

exercitar uma ação de restrição, quanto uma de manutenção, como a necessária

para manter o corpo em uma posição vertical em oposição à força da gravidade

(NORDI & FRANKEL, 2003).

A tensão em um músculo varia com o tipo de contração. Contrações

isométricas produzem maior tensão do que as contrações concêntricas. O tempo de

contração mais longo das contrações isométricas e excêntricas permite maior

formação de ligações cruzadas pelos componentes contráteis, permitindo gerar

assim maior tensão (KROLL, 1987 apud NORDI & FRANKEL, 2003).

A força, ou tensão, gerada por um músculo é proporcional ao tempo de

contração: quanto mais longo o tempo de contração, maior a força desenvolvida, até

o ponto de tensão máxima. Contração mais lenta conduz a maior produção de força,

porque o tempo necessário está disponível para que a tensão produzida pelos

elementos contráteis seja transmitida pelos componentes elásticos paralelos ao

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tendão. Embora a produção de tensão no componente contrátil possa alcançar um

máximo dentro de 10 ms, até 300 ms podem ser necessários para que a tensão seja

transferida aos componentes elásticos (OTTOSON, 1983 apud NORDI & FRANKEL,

2003).

A potência muscular pode ser ainda mais importante do que a força máxima

em pessoas mais velhas. A capacidade de desenvolver alta força rapidamente

contribui no desempenho com sucesso, as atividades da vida diária do idoso como

levantar de uma cadeira, subir escadas ou evitar uma queda (AAGAARD, 2010;

SKELTON, 2003).

Encontra-se na literatura diversos estudos que utilizam a TDF, que é a curva

força-tempo obtida durante a contração muscular isométrica, para a avaliação da

capacidade do jovem ou idoso, desenvolver força rapidamente em ambos os

membros (WATANABE et al.,2011, ANDERSEN & AAGAARD, 2006; SUETTA et al.

2007).

No estudo de Amaral et. al. (2012) que observaram a TDF muscular de

membros superiores e inferiores (pressão manual e extensão do joelho) em

mulheres idosas, por meio dos resultados, concluiu-se que o processo de

envelhecimento pode afetar negativamente a capacidade de desenvolver força

rápida de mulheres idosas. Para a amostra estudada, foram encontrados valores

semelhantes das variáveis relacionadas ao desenvolvimento da força para ambos os

membros, porém, os dados sugeriram um declínio mais acentuado nos membros

inferiores decorrente do processo de envelhecimento.

Importantes características da força muscular: a TDF e a contração voluntária

máxima (CVM) são variáveis dependentes importantes a serem analisadas de forma

multiarticular (YAMAUCHI, 2009), já que em sua grande maioria os estudos têm

reportado a avaliação da força muscular isométrica de forma monoarticular

(WALLERSTEIN, 2010).

O estudo de Allisson e colaboradores (2013) realizaram avaliação

comparativa de homens mais velhos (66 ± 3 anos) homens jovens (24 ± 2 anos) que

completaram uma série de contrações isométricas (máximas e explosivas) e

dinâmicas em um dinamômetro de prensa de pernas instrumentado para registrar

força e deslocamento e concluíram que embora a força e a velocidade fossem mais

baixas nos homens mais velhos, o decréscimo em vigor era maior e, portanto,

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resulta a principal explicação para a atenuação da potência durante um movimento

articular múltiplo relevante funcionalmente.

O estudo de Camargo e colaboradores (2009), descreveram uma forma de

avaliação da força de tornozelos. Com objetivo de avaliar a força isométrica

monoarticular, criaram uma ferramenta utilizando a célula de carga do dinamômetro

digital portátil, adaptado a uma pequena mesa de dois andares, onde o avaliado

sentado posicionava a articulação do joelho em 90°. O indivíduo realizava, ora

dorsiflexão, ora plantiflexão de maneira isométrica, sendo assim quantificada a força

de tornozelo a partir do posicionamento de 90°. A adaptação se torna uma

ferramenta útil para avaliação da força muscular dessa articulação.

Estudo de revisão sistemática de Meereis e colaboradores (2013), identificam

que métodos de avaliação de força muscular isométrica de membros inferiores

tiveram um índice elevado de utilização do equipamento isocinético. Concluído que

foi verificado que são utilizados diversos métodos para a avaliação de força de

membros inferiores, dentre os quais o dinamômetro isocinético foi o mais utilizado.

Moura e colaboradores (2003) desenvolveram um aparelho para avaliar o

torque isométrico dos rotadores do ombro. Foi chamado de Plataforma Torsional do

Ombro (PTO), após a definição do modelo e padronização das medidas o PTO foi

construído e utilizado na avaliação bilateral dos ombros de indivíduos normais

permitindo verificar o desempenho dos rotadores do ombro em toda sua amplitude.

3.2 FORÇA MUSCULAR ISOMÉTRICA (FMI) E FAMILIARIZAÇÃO

A medição da força isométrica pode ser realizada em vários ângulos

articulares. O teste isométrico consiste geralmente em duas ou três tentativas de

contração máxima (com duração de cinco segundos). O melhor desempenho é

considerado a medida da força (POWERS & HOWLEY, 2005).

Na avaliação da força muscular isométrica recomenda-se realizar a

familiarização, a execução de um número suficiente de ensaios de teste, é o método

mais simples e mais conveniente de minimizar os efeitos da aprendizagem, assim

evitando erros sistemáticos nos resultados do estudo (HOPKINS, 2000 apud

PEKÜNLÜ & ÖZSU, 2014). Este processo denominado familiarização é um grande

componente na avaliação dos valores de patamar máximos “reais” nos testes

realizados em participantes (WALLERSTEIN et al., 2010).

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Uma sessão de pré-familiarização é um importante fator a ser considerado na

avaliação das medidas de força isométrica. Em procedimentos de testes em

humanos, a variabilidade interindividual dos participantes deve ser levada em conta.

A técnica utilizada durante o teste, os efeitos de aprendizagem, fadiga, motivação,

incentivo verbal, feedback visual e instruções recebidas pelos participantes são

alguns fatores relacionados à variabilidade (VERDERA et al., 1999; HOPKINS, 2000

apud PEKÜNLÜ & ÖZSU, 2014).

Testes de familiarização são importantes, pois indivíduos que realizam teste

de força e potência musculares podem ter pouca ou nenhuma experiência em

executar as manobras do teste. Mostrando-se confiáveis a maioria dos testes de

força muscular, indivíduos novatos provavelmente melhorarão seus escores em

testes subsequentes, simplesmente devido à familiarização e conforto durante o

teste. Isso é especialmente verdadeiro para testes de força muscular que requerem

níveis relativamente altos de habilidade motora, como o teste isotônico com pesos

livres ou alguns outros testes, conforme seu objetivo. Se possível, aos indivíduos

novatos devem ser oferecidas uma sessão de familiarização antes de cada teste em

si. Essa deve envolver o procedimento do indivíduo por meio de todo o protocolo de

teste, procurando se esforçar ao máximo, resultando em facilitar as sessões de

testes subsequentes.

Wilson e Murphy (1996), após estudos de revisão de testes de força muscular

isométrica, concluíram que para manter a confiabilidade e a validade de

instrumentos desenvolvidos, faz-se necessário que os sujeitos sejam previamente

familiarizados com o método; mais de uma repetição deve ser realizada para

melhorar a acurácia dos dados; as instruções dadas devem ser claras e apropriadas;

tentativas devem ser permitidas antes do início do teste, o qual deve ser realizado

na posição específica para desempenho de seu interesse. Os mesmos sugeriram

que estudos futuros com mais descrições de métodos, em diferentes articulações,

devem ser incentivados no sentido de se buscar uma padronização dos tipos de

aparelhos, técnicas, posicionamentos, visando aprimorar a metodologia geral da

dinamometria e a sensibilidade e a especificidade de uma técnica padrão para todos

os perfis de indivíduos.

Devido à necessidade de maximizar a confiabilidade das medidas TDF,

recomenda-se que os participantes completem um mínimo de uma sessão de

familiarização antes de qualquer medição. Embora não existam dados quantitativos

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que influenciam o número de contrações na confiabilidade, devem ser feitos pelo

menos cinco ensaios aceitáveis (linha de base estável, contrações explosivas) e a

média entre os três melhores esforços para fornecer medidas máximas de TDF. Se

houver clara tendência para um aumento ou diminuição de TDF, ou seja, variáveis

em diferentes ensaios, então isso pode significar potencialização ou efeitos de

fadiga. Procedimentos prolongados de aquecimento/prática e/ou períodos de

descanso inter-ensaio podem potencialmente aliviar o problema (MAFFIULETTI,

2016).

Atualmente o processo de familiarização tem sido bem utilizado em testes de força

muscular estática e/ou dinâmica para o bom desenvolvimento do protocolo que cada

estudo exige.

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4 MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO E ASPECTOS ÉTICOS

Estudo experimental, delineamento com medidas repetidas nos mesmos

sujeitos. Foi aprovado pelo Comitê de Ética e Deontologia em Estudos e Pesquisas

(CEDEP) da Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), sobre o

Parecer Nº 1.400.781 (ANEXO B), todo o protocolo utilizado na pesquisa foi

realizado em conformidade a Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde,

sobre pesquisas envolvendo seres humanos. E todas as participantes assinaram um

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), anexo A.

4.2 PARTICIPANTES

Quinze idosas ativas praticantes de Hidroginástica e Pilates participaram e

concluíram voluntariamente este estudo. Como critérios iniciais de inclusão, as

participantes deveriam fazer atividade física regular superior a duas vezes por

semana e sistematizada por mais de 6 meses, não apresentar desordens

musculoesqueléticas, neurológicas e/ou cardiovasculares que impossibilitassem a

prática de exercícios físicos. O recrutamento das voluntárias foi realizado por meio

de convite em universidades, grupos de terceira idade e clubes da cidade de

Petrolina/PE.

O tamanho da amostra foi definido a partir de um cálculo amostral, realizado

no pacote computacional G*Power, versão 3.1.9.2, adotando um alfa de 95%, poder

estatístico de 80%, efeito do tamanho para F de 0,25 e correlação entre medidas

repetidas de 0,5.

Uma vez atingidos os critérios de elegibilidade, foram dados os

esclarecimentos referentes à finalidade do estudo e aos procedimentos propostos.

Após receberem informações verbais referentes às finalidades do estudo e os

procedimentos aos quais foram submetidas, as 16 participantes assinaram o TCLE

aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UNIVASF. Foram excluídas sete

voluntárias que não completaram todas as etapas de avaliação ou por vontade

própria se recusaram a participar.

Ao total, foram recrutadas 23 participantes. Sete participantes atendiam os

critérios de elegibilidade, porém, se recusaram a participar do estudo. Uma

participante não realizou todas as avaliações propostas (faltou um dos testes),

completando o estudo 15 voluntárias idosas (idade: 66,8 ± 5,5 anos; massa corporal:

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59,1 kg ± 8,2 kg; estatura: 1,52 m ± 0,8 m; índice de massa corporal: 25,26 ± 2,95

kg/m2). A Figura 1 apresenta o fluxograma das participantes ao longo do estudo.

Figura 1 - Fluxograma de seleção e participação dos sujeitos ao longo do estudo.

Fonte: Autoria própria

4.3 INSTRUMENTOS DE COLETA E DADOS

Para a avaliação da força muscular isométrica, a princípio, foi construída uma

adaptação de um dinamômetro de compressão no equipamento LEG PRESS

horizontal (marca Evidence). A confecção da placa adaptadora foi dimensionada e

composta por três peças metálicas (FIGURA 2). A peça metálica C servia de

acoplagem ao LEG PRESS e tanto poderia ser ajustada ao membro dominante do

avaliado, como do não dominante. A peça metálica B fixava a célula de carga e

permitia a regulação da amplitude da articulação do joelho e quadril (flexão 90º) e a

peça metálica A servia de plataforma para apoio do pé do participante, com um

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ajuste em “L” para que a região dos metatarsos do avaliado tomasse posição

centralizada à célula de carga.

Além disso foi realizada a calibragem do instrumento. Utilizou-se anilhas de 5,

10 e 15 quilogramas, previamente pesadas em uma balança calibrada. As medidas

foram correlacionadas por uma equação de primeiro grau e o coeficiente de

determinação (R2 = 0,97) foi calculado para os parâmetros a e b encontrados (31,09

e -14,58, respectivamente). Para avaliar a reprodutibilidade da medida, este mesmo

procedimento foi realizado em duas ocasiões distintas. Em adição, previamente ao

início de cada coleta, era feita a configuração da célula de carga no EMG Lab (EMG

System®) com os coeficientes encontrados e em seguida, verificados os valores de

linha de base do sinal.

Figura 2 - Dimensionamento do Protótipo

Fonte: Autoria própria

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Figura 3 - Placa adaptadora – primeiro modelo.

Legenda: (1) – Área em L que delimitava a pressão do pé centralizada a célula de carga; (2) – ponto de apoio de fixação das lâminas A e B; (3) – célula de carga de formato em S; (4) - acoplamento da lâmina C para engate no LEG PRESS. Fonte: Autoria própria

Após as análises iniciais, observou-se uma série de limitações deste primeiro

protótipo, em especial, as variações da força externa mensurada em virtude da

célula de carga do tipo “S” sofrer influência do efeito de torção quando forças fora do

eixo longitudinal são aplicadas. Por essa razão, foi necessário reestruturar todo o

protótipo, desde às peças metálicas ao modelo de célula de carga. O novo protótipo

está descrito a seguir

4.3.1 Reestruturação do protótipo

O novo protótipo foi desenvolvido com ferragens mais espessas para

minimizar ao máximo as deformações e se utilizou de célula de carga de ponto único

(single point) que não sofre influências de forças de torção, conforme exemplificado

nas figuras 4 a 7.

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Figura 4 - Placa adaptadora - atual

Legenda: Vista lateral da placa adaptadora: (1) - local de pressão do pé; (2) - célula de carga; (3) - alça de engate para posicionamento da placa no LEG PRESS horizontal. Fonte: Autoria própria

Figura 5 - Visualização da placa adaptadora em sequência (vista lateral e acoplada ao LEG PRESS).

Fonte: Autoria própria

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Figura 6 – Placa adaptadora vista de frente posicionada no LEG PRESS.

Fonte: Autoria própria

Figura 7 - Posicionamento da participante.

Legenda: Posicionamento da participante durante a avaliação no LEG PRESS horizontal. Fonte: Autoria própria

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4.3.2 Avaliação e tratamento dos sinais da curva força tempo isométrica e

eletromiografia

As participantes foram posicionadas sobre o assento do equipamento, com

suporte para as costas (FIGURA 7). Com auxílio de um goniômetro digital, o joelho

do membro dominante das participantes era posicionado no ângulo de 90° (extensão

total = 0°).

Os ajustes individuais realizados no equipamento foram cuidadosamente

registrados e utilizado em todas as avaliações. Nos momentos precedentes ao início

de cada avaliação, as participantes eram instruídas a pressionar a placa realizando

um esforço isométrico máximo “tão rápido quanto possível” e sustentá-lo por três

segundos observados no feedback visual e orientado pelo avaliador.

Na avaliação foram realizados três exercícios, com intervalo de recuperação

entre eles de 2 minutos.

As participantes foram encorajadas verbalmente a realizarem seus esforços

máximos e feedback visual do desempenho da força muscular era ofertado. Para a

análise estatística foi considerada a média da força das três avaliações.

A atividade EMG de superfície do quadríceps femoral (vastos medial e lateral)

foi captada por meio de eletrodos circulares (prata/cloreto de prata), com área de

captação de 10 mm e distância centro a centro inter-eletrodos de 20 mm,

sincronicamente com o registro da força muscular. Para diminuir a impedância da

pele, os locais de fixação dos eletrodos foram cuidadosamente preparados, sendo

realizada a abrasão e limpeza com álcool. O posicionamento de cada eletrodo,

sobre os pontos anatômicos seguiu as recomendações do Surface

Electromyography for the Non-Invasive Assessment of Muscles (HERMENS et al.,

2000). O eletrodo de referência foi colocado sobre a tuberosidade da tíbia. Foi

utilizada uma caneta tipo pincel atômico para marcação do ponto anatômico do

ventre dos músculos vastos (medial e lateral) e era solicitado a participante que não

apagasse a marca do pincel, para nos dias da avaliação, para que pudéssemos

colocar os eletrodos no mesmo local, durante as medidas da força muscular

isométrica.

Todos os sinais foram registrados por meio de um amplificador de sinais

analógicos (modelo CS 800 AFTM, EMG system TM, SP, Brasil), consistindo de um

condicionador de sinal com placa conversora A/D com 12 bits de resolução.

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Os sinais EMG foram adquiridos com filtro passa banda (frequências de corte

em 20 e 500 Hz), ganho de amplificação de 1000x e modo de rejeição comum >

120dB. Para todos os canais a frequência de amostragem foi de 2000 Hz e

amplitude de entrada de 5 mV.

O desenvolvimento da rotina em ambiente MATLAB para o processamento

dos sinais foi realizada da seguinte forma:

a) O sinal da célula de carga teve filtragem digital butterworth (zero lag) de

segunda ordem;

b) A frequência de corte do filtro foi obtida por meio da análise residual

proposta por Winter (1990). Neste procedimento, o sinal da célula de

carga com ruído foi filtrado com frequências de corte 1 a 20 Hz. Após, a

raiz do erro médio quadrático (resíduo médio) de cada sinal filtrado, em

função do sinal com ruído, foi calculada. O resíduo de cada sinal filtrado,

em função da respectiva frequência de corte utilizada, foi analisado

graficamente.

Segundo Winter (1990), a projeção entre os resíduos e as frequências de

corte do filtro fornece um perfil de curva com um aumento abrupto num

determinado instante. Este aumento abrupto no perfil da projeção entre

resíduos e as frequências de corte determina a frequência de corte teórica

ótima do filtro (figura 8);

c) Determinou-se o início da produção de força no sinal filtrado definido como

o instante de tempo no qual o valor de tensão mensurada exceder 7,5 N

acima da linha de base (figura 9);

d) A TDF máxima foi determinada pelo teste da primeira derivada do sinal do

transdutor de força (KLASS et al., 2008) (figura 10);

e) A contração voluntária máxima (CVM) foi considerada como o maior valor

registrado dentro da janela de um segundo a partir da estabilização da

força muscular (quando a derivada cruzar o zero após o início da força)

(figura 10);

f) O início da atividade EMG foi determinado quando os valores EMG

ultrapassassem 15 uV acima da média do ruído de base (RISTANIS et al.,

2011);

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g) A amplitude da atividade EMG foi obtida por meio da raiz quadrada da

média dos quadrados (RMS) no sinal previamente filtrado dentro da janela

de um segundo utilizada para determinar a CVM (figura 11).

Figura 8 - Determinação da frequência de corte do filtro por meio da análise residual.

Figura 9 - Análise do sinal da célula de carga após ser filtrada para determinação das variáveis de força.

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Figura 10 - Representação esquemática do processamento da atividade eletromiográfica e retardo eletromecânico.

4.4 REPRODUTIBILIDADE DAS VARIÁVEIS

Para avaliar a reprodutibilidade das mensurações de força muscular e

atividade eletromiográfica, as participantes compareceram ao laboratório em quatro

ocasiões diferentes, intervaladas por no mínimo 24 horas para registro da curva

força-tempo isométrica máxima e atividade eletromiográfica (EMG) no exercício LEG

PRESS horizontal (APÊNDICE B).

Durante todos os dias das avaliações a sala se encontrava com a temperatura

ambiente de 23ºC e com iluminação natural. Na primeira visita ocorreu o

preenchimento da ficha de avaliação (APÊNDICE A) com dados pessoais,

assinatura do Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE), mensurações

antropométricas (massa corporal e estatura) e conforme orientação do SENIAM,

foram determinados os locais para fixação dos eletrodos empregados no registro da

atividade EMG (vastos medial e lateral) (HERMENS et al., 2000).

As três visitas subsequentes foram realizadas na mesma hora do dia com

objetivo de minimizar as possíveis variações circadianas no comportamento do

sistema neuromuscular, com intervalo de 48 horas. As participantes foram

orientadas a não realizarem atividades físicas intensas nas 24 horas precedentes as

avaliações. O delineamento do estudo é apresentado na figura 11.

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Figura 11 - Delineamento do estudo.

Legenda: TCLE- Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, TDF- Taxa de Desenvolvimento de Força, CVM- Contração Voluntária Máxima.

4.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA

A distribuição normal dos dados foi verificada pelo teste de Shapiro-Wilk. A

confiabilidade relativa para a CVM e TDF máxima foi analisada pelo coeficiente de

correlação intraclasse (CCI) entre as sessões de testes 1 e 2 (visitas 2 e 3) e entre

as sessões 2 e 3 (visitas 3 e 4). A confiabilidade absoluta foi analisada pelo erro

padrão de medida. Análise de variância (ANOVA) para medidas repetidas foi

utilizada para verificar a presença de erros sistemáticos na CVM, TDF máxima e

atividade EMG obtidas nas três sessões. O teste post-hoc de Bonferroni foi

empregado para identificação das diferenças específicas nas variáveis em que os

valores de F encontrados foram superiores ao critério de significância estatística

estabelecido (P < 0,05).

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40

5 RESULTADOS

A Tabela 1 apresenta os valores de força isométrica obtidos pelo protótipo de

adaptação da célula de carga em cada um dos três dias de avaliações. A ANOVA

não identificou diferenças significativas para a média das tentativas entre as três

sessões de testes (p > 0,05) tanto para a CVM quanto para a TDF máxima. O erro

padrão de medida para a CVM foi maior entre as sessões 1 e 2 (32,6 N) em

comparação a sessões 2 e 3 (17,3 N). Para a TDF máxima o erro padrão de medida

entre as sessões 1 e 2 foi de 389,8 N.s-1 e de 240,6 N.s-1 entre as sessões 2 e 3.

Tanto para a CVM quanto para a TDF máxima, a variação percentual entre os

valores mínimos e máximos foi menor para as sessões 2 e 3 em relação a sessão 1.

Tabela 1 - Valores de força isométrica de idosas obtidos pelo protótipo de adaptação da célula de carga no exercício LEG PRESS horizontal. Valores em média ± desvio-padrão. CONTRAÇÃO VOLUNTÁRIA MÁXIMA (n = 15)

SESSÃO 1 SESSÃO 2 SESSÃO 3

TENTATIVA 1 (N) 427,7 ± 81,6 444,5 ± 93,1 449,6 ± 91,5

TENTATIVA 2 (N) 439,8 ± 78,8 454,6 ± 100,4 463,0 ± 92,0

TENTATIVA 3 (N) 444,3 ± 93,9 450,4 ± 94,3 457,2 ± 95,8

MÍNIMO (N) 419,2 ± 80,6 434,1 ± 93,6 441,7 ± 92,9

MÁXIMO (N) 457,1 ± 86,5 463,0 ± 97,6 469,0 ± 91,9

VARIAÇÃO MIN-MAX (%) 9,4 ± 6,9 6,8 ± 3,8 6,5 ± 4,5

MÉDIA DAS TENTATIVAS (N) 437,3 ± 82,9 449,8 ± 95,0 456,6 ± 92,1

TAXA DE DESENVOLVIMENTO DE FORÇA (n = 15)

SESSÃO 1 SESSÃO 2 SESSÃO 3

TENTATIVA 1 (N.s-1) 1973,4 ± 1171,3 1789,9 ± 734,7 1804,1 ± 735,2

TENTATIVA 2 (N.s-1) 1767,2 ± 823,0 1786,2 ± 742,1 1815,3 ± 620,9

TENTATIVA 3 (N.s-1) 1928,6 ± 734,0 1857,6 ± 657,5 1826,4 ± 678,3

MÍNIMO (N.s-1) 1590,3 ± 723,6 1528,9 ± 578,1 1596,0 ± 667,3

MÁXIMO (N.s-1) 2247,5 ± 1101,6 2057,6 ± 757,7 2019,1 ± 677,3

VARIAÇÃO MIN-MAX (%) 42,8 ± 35,5 35,2 ± 22,2 33,8 ± 32,4

MÉDIA DAS TENTATIVAS (N.s-1) 1889,7 ± 854,4 1811,2 ± 652,8 1815,3 ± 642,5

Os resultados de confiabilidade relativa para a CVM e TDF máxima entre as

sessões de testes são apresentadas na Tabela 2. Tanto para a CVM quanto para a

TDF máxima, maiores valores de CCI foram observados entre as sessões 2 e 3 em

comparação a sessão 1.

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Tabela 2 - Confiabilidade relativa entre sessões obtidos pelo protótipo de adaptação da célula de carga no exercício LEG PRESS horizontal.

CONTRAÇÃO VOLUNTÁRIA MÁXIMA (n = 15)

CCI IC 95% P

SESSÃO 1 X SESSÃO 2 0,866 0,648 a 0,953 < 0,001

SESSÃO 2 X SESSÃO 3 0,966 0,902 a 0,988 < 0,001

TAXA DE DESENVOLVIMENTO DE FORÇA (n = 15)

SESSÃO 1 X SESSÃO 2 0,737 0,379 a 0,903 0,001

SESSÃO 2 X SESSÃO 3 0,862 0,638 a 0,951 < 0,001

A ANOVA não identificou erros sistemáticos nos valores de atividade EMG

para ambos os vastos, conforme verificado pela não diferença significativa entre os

valores médios de cada uma das sessões de testes (FIGURA 12).

Figura 12 - Atividade eletromiográfica de idosas (n = 15) obtida durante avaliação de força muscular isométrica no exercício LEG PRESS horizontal. Valores em média ± desvio-padrão.

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6 DISCUSSÃO

O presente trabalho buscava atender três objetivos específicos: a)

desenvolver adaptador para utilização de célula de carga no equipamento LEG

PRESS horizontal; b) desenvolver rotina computacional em ambiente MATLAB para

análise dos sinais da célula de carga e amplitude da atividade elétrica muscular; c)

testar a reprodutibilidade da avaliação de força muscular isométrica multiarticular em

mulheres idosas.

Os avanços nas áreas de engenharia elétrica e da computação permitem o

fácil acesso a condicionadores analógicos/digitais de sinais elétricos com diferentes

sensores, dentre eles as células de carga e atividade EMG, e softwares para

posterior processamento destes sinais. Com objetivo de reduzir ao máximo a

complacência do protótipo, placas de aço foram soldadas de forma a permitir que

uma célula carga fosse fixada a plataforma rígida do LEG PRESS horizontal.

A célula de carga do tipo single point, insensíveis às forças laterais (torção),

permitiu a montagem da adaptação diretamente sobre ela, aumentando a precisão

da medida por atenuar possíveis efeitos do posicionamento dos pés sobre a

adaptação. Da forma como foi desenvolvida, a adaptação se mostrou de fácil

confecção e possui grande liberdade de utilização, permitindo a avaliação tanto do

membro direito como esquerdo. Outro importante avanço advindo deste protótipo foi

a possibilidade de avaliar a força muscular de idosas em um exercício multiarticular.

Atualmente encontram-se disponíveis no mercado muitos equipamentos para

avaliação da função muscular monoarticulares, como a extensão de joelhos.

Contudo, a maior parte das atividades desempenhadas pelos membros inferiores

envolvem ações musculares em múltiplas articulações. Assim, a possibilidade de

avaliação da função neuromuscular de forma multiarticular pode ser melhor

relacionada as atividades da vida diária em comparação a avaliação monoarticular.

O desenvolvimento do algoritmo computacional em ambiente MATLAB para

análise dos sinais da célula de carga e amplitude da atividade elétrica muscular

mostrou-se de difícil execução. Grande parte da dificuldade está em aprender a

linguagem de programação utilizada em ambiente MATLAB e adquirir os

conhecimentos técnicos de análise e processamento de sinais elétricos. Porém, uma

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vez o algoritmo finalizado, o processamento das informações oriundas do

condicionador de sinais foi de rápida realização e baixa dificuldade.

Embora a avaliação da força muscular isométrica seja amplamente

empregada em estudos laboratoriais, por ser sensível ao detectar mudanças agudas

e crônicas na função neuromuscular, não existem diretrizes padronizadas a respeito

da duração do esforço, número de tentativas, intervalo de recuperação entre

tentativas, ângulo articular etc. O presente estudo adotou as sugestões de Brown e

Weir (2001) para avaliação de força muscular isométrica.

Tanto para a TDF máxima quanto para a CVM, as variáveis de confiabilidade

foram melhores para as sessões 2 e 3 de testes quando comparadas a sessão 1,

conforme Tabela 2.

Wallerstein et al. (2010) têm indicado que a estabilização do desempenho de

força isométrica de idosos ocorre entre a terceira e quarta sessão de familiarização.

No presente estudo, as variáveis de confiabilidade apresentaram excelente

reprodutibilidade a partir da segunda sessão de testes. A falta de diferenças

significativas na média das tentativas entre as três sessões de testes para a

atividade EMG de ambos os vastos corroboram com o estudo de Wallerstein et al.

(2010).

O menor erro padrão de medida observado entre as sessões 2 e 3 sugere

que ao menos uma sessão de familiarização seja realizada para adequada avaliação

da força muscular isométrica ao utilizar o protótipo desenvolvido.

Os CCI observados no presente estudo estão próximos aos reportados por

outros trabalhos. Webber e Porter (2010), por exemplo, têm reportado CCI de 0,97

para a CVM e 0,86 para TDF.

Ao atingir os objetivos propostos fica evidente a viabilidade de adaptar células

de cargas a equipamentos de treinamento de força muscular disponíveis em clubes

e academias e, dessa forma, avaliar adequadamente a função neuromuscular de

idosas.

O bom desempenho das variáveis de confiabilidade, associado ao

desenvolvimento do algoritmo para processamento dos sinais elétricos, permite que

outros estudos possam ser desenvolvidos buscando investigar o efeito agudo e

crônico de diferentes variáveis independentes na função neuromuscular de

humanos.

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7 CONCLUSÃO

O desenvolvimento do protótipo foi possível em virtude da disponibilidade de

equipamentos nas áreas de engenharia elétrica e da computação.

A placa adaptadora desenvolvida demonstrou eficácia na avaliação isométrica

muscular de membros inferiores de idosas e permite uso bilateral. Em adição, os

resultados do presente estudo mostram que a função neuromuscular de mulheres

idosas pode ser avaliada de forma reprodutível em equipamento multiarticular por

meio de adaptação de célula de carga disponível comercialmente.

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APÊNDICE A - FICHA DE AVALIAÇÃO

Data de Avaliação___/___/20___

Avaliador:______________________________

Nome: ________________________________________________________

Telefone: ( )_________________

Data de Nascimento:___/___/___ Idade:_____ anos

Peso: ___________ Estatura: ___________ IMC:___________

Dominância ( ) Direita ( ) Esquerda

1. Você apresentou alguma lesão óssea ou articular nos últimos seis meses?

( ) Sim ( ) Não

2. Participa de algum programa de exercício físico há pelo menos três meses?

( ) Sim ( ) Não

Frequencia semanal: ________ Duração: ______

3. Possui algum limitação cardiovascular ou neurológica que o impeça de realizar

exercícios físicos?

( ) Sim ( ) Não

4. Faz uso de algum medicamento?: ( ) Sim ( ) Não

( ) Diuréticos ( ) Anti-depressivo ( ) Pressão arterial ( ) Anti-inflamatórios ( ) Analgésicos ( ) Cardiovasculares ( ) Outro (s)_____________________________________________________

5. Já participou de algum teste de aptidão física (TAF)?

( ) Sim ( ) Não

6. Se respondeu SIM no item anterior, responda: você obteve no TAF o índice

mínimo exigido?

( ) Sim ( ) Não

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APÊNDICE B - FICHA DE COLETA FORÇA MUSCULAR ISOMÉTRICA

Avaliador:______________________________

Nome: ________________________________________________________ 1. Condições de bem-estar Bom ( ) Regular ( ), por quê? ____________ Ruim ( ), por quê?_____________ Realizou atividade física? Sim ( ), qual? _________________________ Não ( ) Alimentação do dia normal? Sim ( ) Não ( ), por quê? ____________________

Sessão 1ª Tent Rec 2ª Tent Rec 3ª Tent Data

Obs:

2. Condições de bem-estar Bom ( ) Regular ( ), por quê? ____________ Ruim ( ), por quê?_____________ Realizou atividade física? Sim ( ), qual? _________________________ Não ( ) Alimentação do dia normal? Sim ( ) Não ( ), por quê? ____________________

Sessão 1ª Tent Rec 2ª Tent Rec 3ª Tent Data

Obs:

3. Condições de bem-estar Bom ( ) Regular ( ), por quê? ____________ Ruim ( ), por quê?_____________ Realizou atividade física? Sim ( ), qual? _________________________ Não ( ) Alimentação do dia normal? Sim ( ) Não ( ), por quê? ____________________

Sessão 1ª Tent Rec 2ª Tent Rec 3ª Tent Data

Obs:

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ANEXO A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO - TCLE

Título da Pesquisa: “Protótipo para adaptação de célula de carga em

equipamento de treinamento de força multiarticular para avaliação da força

muscular e atividade elétrica”.

Nome do pesquisador: SANDRA LEITE DE OLIVEIRA

Nome do orientador: PROF. DR. ANDRÉ LUIZ DEMANTOVA GURJÃO

1. Natureza da pesquisa: a Sra. está sendo convidada a participar desta pesquisa

que tem como finalidade verificar a reprodutibilidade da avaliação de força

muscular isométrica multiarticular, ou seja, o quanto cinco sessões de medidas

pode influenciar a familiarização da força muscular isométrica dos músculos dos

membros inferiores. Para isso, a Sra. terá que comparecer aqui na universidade

em seis dias diferentes. Cada visita terá duração de 40 minutos

aproximadamente. A Sra. irá realizar as seguintes avaliações e procedimentos:

a) medida do peso e altura;

b) avaliação da força muscular da perna dominante no aparelho LEG PRESS

(teste de contração muscular máxima);

c) avaliação do sinal elétrico dos músculos da perna.

2. Participantes da pesquisa: 23 idosas com idade mínima de 60 anos.

3. Envolvimento na pesquisa: ao participar deste estudo a Sra. permitirá que o

pesquisador aumente o conhecimento sobre os efeitos da familiarização na

reprodutibilidade da força muscular isométrica em indivíduos de diferentes faixas

etárias. Esse conhecimento pode ajudar os professores de Educação Física a

prescrever programas de exercícios físicos voltados para estes grupos

específicos. A Sra. tem liberdade de se recusar a participar e ainda se recusar a

continuar participando em qualquer fase da pesquisa, sem qualquer prejuízo.

Sempre que quiser poderá pedir mais informações sobre a pesquisa através do

telefone do pesquisador do projeto e, se necessário, através do telefone do

Comitê de Ética e Deontologia em Estudos e Pesquisa da UNIVASF.

4. Riscos, Desconforto e Medidas de proteção: os riscos relativos ao teste força

muscular isométrica não diferem daqueles normalmente associados a prática de

exercícios físicos. Todos os protocolos de testes que que serão propostos no

estudo são amplamente utilizados para estudos científicos e recomendados para

a prescrição de exercícios físicos por diferentes organizações profissionais e

agências governamentais voltadas à saúde, como o Colégio Americano de

Medicina do Esporte. Em geral, o risco de lesões é pequeno e está associada a

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realização inadequada das técnicas. Pode ocorrer dor muscular tardia

característica a prática de exercícios físicos por indivíduos sedentários. Dessa

forma, visando reduzir ainda mais qualquer risco, todos os procedimentos serão

orientados e supervisionados por profissionais treinados, o exercício será

realizado na máquina e todos os participantes serão familiarizados aos exercícios

propostos, especialmente em relação a técnica.

5. Formas de Assistência: como forma de assistência imediata, caso ocorra

alguma intercorrência, os participantes poderão obter assistência médico

hospitalar do SUS (ex.: Emergência do Hospital de Urgências e Traumas).

6. Garantia de sigilo e privacidade: todas as informações coletadas neste estudo

são estritamente confidenciais. Somente o pesquisador (e/ou equipe de

pesquisa) terá conhecimento de sua identidade e nos comprometemos a mantê-

la em sigilo ao publicar os resultados dessa pesquisa.

7. Benefícios: será informado as participantes que a realização deste estudo trará

informações importantes sobre como avaliar a força muscular isométrica de

mulheres com diferentes faixas etárias, contribuindo na formação profissional de

educadores físicos e fornecendo subsídios à prescrição de programas de

exercício físicos voltados a melhora da qualidade de vida da comunidade.

8. Formas de ressarcimento e indenização: você não terá nenhum tipo de

despesa para participar desta pesquisa, bem como nada será pago por sua

participação. Em caso de danos comprovadamente relacionados a sua

participação nessa pesquisa fica garantida a indenização por parte dos

pesquisadores.

Após esses esclarecimentos, solicitamos o seu consentimento de forma livre para participar desta pesquisa. Portanto preencha, por favor, os itens que se seguem: Confiro que recebi cópia deste termo de consentimento e autorizo a execução do trabalho de pesquisa e a divulgação dos dados obtidos neste estudo.

Obs.: Não assine esse termo se ainda tiver dúvida a respeito.

Tendo em vista os itens acima apresentados, eu, de forma livre e esclarecida, confirmo minha participação na pesquisa.

Petrolina, PE ____/____/20__

_________________________________

Nome da participante da Pesquisa

_________________________________ Assinatura do Pesquisador

___________________________________

Assinatura do Orientador

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Orientador: Prof. Dr. André Luiz Demantova Gurjão (87) 2101-6856 Nome do pesquisador: Sandra Leite de Oliveira (87) 98809-9914.

E- mail [email protected] Coordenação do Comitê de Ética e Deontologia em Estudos e Pesquisas: Alvaro Rego Millen Neto (Coordenador) Deuzilane Muniz Nunes (Vice-Coordenadora) Telefone do Comitê: 87 21016797 E-mail: [email protected]

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ANEXO B – Aprovação do Comitê de Ética e Deontologia em Estudos e Pesquisas – CEDEP da UNIVASF

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