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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE DEPARTAMENTO DE PRÁTICAS EDUCACIONAIS E CURRÍCULO CENTRO DE EDUCAÇÃO CURSO DE PEDAGOGIA MARIA ELZILENE SILVA DOS SANTOS O USO DE NOVAS TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO AOS JOVENS E ADULTOS Natal/RN 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

DEPARTAMENTO DE PRÁTICAS EDUCACIONAIS E CURRÍCULO

CENTRO DE EDUCAÇÃO

CURSO DE PEDAGOGIA

MARIA ELZILENE SILVA DOS SANTOS

O USO DE NOVAS TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO AOS JOVENS E ADULTOS

Natal/RN

2016

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MARIA ELZILENE SILVA DOS SANTOS

O USO DE NOVAS TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO AOS JOVENS E ADULTOS

Artigo Científico apresentado ao curso de

Pedagogia do Centro de Educação, da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte,

como requisito parcial para a obtenção do grau

de licenciada em Pedagogia.

Orientadora: Ms, Fernanda Mayara Sales de

Aquino

Natal/RN

2016

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MARIA ELZILENE SILVA DOS SANTOS

O USO DE NOVAS TECNOLOGIAS NA EDUCAÇÃO AOS JOVENS E ADULTOS

Artigo Científico apresentado ao curso de

Pedagogia do Centro de Educação, da

Universidade Federal do Rio Grande do Norte,

como requisito parcial para a obtenção do grau

de licenciada em Pedagogia.

Aprovado em: 23/06/2016

BANCA EXAMINADORA

____________________________________

Profa. Ms. Fernanda Mayara Sales de Aquino

Orientadora

Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN

____________________________________

Profa. Ms.Ivone Priscilla de Castro Ramalho

Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN

____________________________________

Profa. Ms.Mônica Karina Santos Reis

Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN

Natal/RN

2016

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 05

FUNDAÇÃO BRADESCO: MEU CAMPO DE PESQUISA 08

SABERES DOCENTES NECESSÁRIOS AO USO DAS TICS EM TURMAS DA EJA 13 PRÁTICAS DOCENTES VOLTADAS PARA INCLUSÃO DAS TICS EM TURMAS DA EJA NA FUNDAÇÃO BRADESCO 17 FORMAÇÃO CONTINUADA 22

CONCIDERAÇÕES FINAIS 28

REFERÊNCIAS 29

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RESUMO

O presente artigo tem como objetivo discutir o uso da Tecnologia da Informação e

Comunicação (TIC) em turmas de Educação aos Jovens e Adultos (EJA),

considerando os recursos disponíveis na escola. A pesquisa foi realizada em três

etapas: diagnóstico inicial da escola, entrevista com professores que lecionam em

turmas de EJA na Fundação Bradesco e discussão teórico-metodológica dos dados

levantados. O aspecto central aqui abordado refere-se ao avanço tecnológico e a

necessidade das escolas e toda a equipe que atua e que nela trabalhe com essa

nova realidade. Neste texto, abordo questões sobre recursos que estão disponíveis

na Escola Fundação Bradesco e de como eles são trabalhados no processo de

ensino-aprendizagem dos/aos alunos da EJA, os possíveis saberes de que os

docentes necessitam para trabalharem com as TICs em turmas da EJA, uma breve

abordagem das práticas docentes voltadas para a inclusão das TICs na instituição e,

por fim, a importância dar formação continuada para esses profissionais atuarem em

sua área com uso das TICs. A pesquisa conclui que se faz necessário repensar a

prática educacional na perspectiva de uma reconfiguração na formação do

pedagogo para atuar com as TICs, permitindo conhecer mais sobre esses recursos

para intervir positivamente em seu trabalho como um todo, possibilitando o

conhecimento e reflexão de sua prática, como também promover uma educação

mais significativa aos alunos.

Palavras-chaves: EJA; TICs; Ensino-aprendizagem; Formação docente.

INTRODUÇÃO:

O uso das novas tecnologias na Educação aos Jovens e Adultos é fundamental

na prática do ensino-aprendizagem, pois, na atualidade, favorece a mediação do

professor com o aluno de forma prazerosa e eficaz. Sabemos que a dificuldade é

notória pela falta da praticidade, mas no dia a dia se torna algo natural. Cabe à

escola ter o recurso tecnológico e preparar o aluno juntamente com o professor na

busca por uma melhor aprendizagem. O uso de novas tecnologias pode facilitar a

aprendizagem do aluno, haja vista que essa mediação tornará algo prazeroso, pois

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os artifícios tecnológicos favorecem meios eficazes de comunicação e informação

para todos, por meio de novas mídias que educam e programas computacionais que

podem favorecer a aprendizagem desses jovens e adultos, seja por meio do áudio

ou do visual.

Na era das novas tecnologias e da necessidade de inclusão digital, torna-se

necessário repensar a prática educacional a partir do uso de recursos tecnológicos,

em especial, no campo da Educação aos Jovens e Adultos (EJA). Essa modalidade

de ensino é o espaço de aprendizagem, no ensino regular, para jovens e adultos

que, atualmente vem sendo realizada com alunos que não tiveram a oportunidade

de frequentar a escola ou concluir as séries iniciais na idade considerada ideal pelos

sistemas de ensino. Com isso, ao se perceberem, atualmente, em uma sociedade

desenvolvida que demanda conhecimento tecnológico, seja para inserção no mundo

do trabalho e\ou para inserção em práticas de lazer e comunicação, buscam

atualização. Há avanço na área da tecnologia e isso implica o fato de o aluno

precisar estar constantemente atualizado para compreender melhor as

transformações na sociedade, como a cultura, os hábitos e a economia do país.

Assim, como afirma Álvaro Pinto (2000, p. 29) “[...] o processo da escola é,

sobretudo, o de assegurar a seus estudantes os instrumentos necessários para a

participação ativa e cidadã no contexto em que estão inseridos”. Nesse contexto, a

EJA, é o direito que possibilita a igualdade e a inclusão para aqueles jovens e

adultos que por alguma situação não tiveram oportunidade de começar ou concluir

seus estudos. Os jovens e adultos que procuram a modalidade EJA vão em busca

de aprendizagem, a fim de alcançarem o direito à aprendizagem e à qualificação

para o mercado de trabalho. Ter um diploma de concluinte para muitos é o de que

precisam para conseguirem emprego. Vale salientar que reconhecemos que existem

outros motivos que levam essas pessoas a irem em busca de concluir os estudos,

além desse aqui tratado.

O interesse pelo objeto de pesquisa ocorreu durante o processo de estágio

obrigatório I e II, em turmas da EJA, especificamente nas observações em sala de

aula, sobretudo no uso dos recursos pedagógicos para auxiliar as professoras em

suas aulas. Nos referidos ambientes educacionais notei que existiam algumas

formas de rotular alunos como fracassados, incapazes e até mesmo imaturos para

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assumirem perfil de alunos capazes de adquirirem seu conhecimento a partir de seu

próprio interesse. De acordo com Brasileiro (2002, p.01),

Realizar uma pesquisa discutindo a relação das Novas Tecnologias da Informação e da Comunicação com a Educação de Jovens e Adultos (EJA) significa romper com a concepção de uma educação voltada para jovens fracassados, e apontar para a formação de um cidadão crítico e participante do seu tempo. (BRASILEIRO, 2002, p.1)

Neste sentido, não adianta promover uma educação para um mundo que não

existe mais, que já passou. Desse modo, percebe-se a importância das novas

tecnologias no processo de ensino-aprendizagem de estudante da EJA.

Compreendendo que o uso dessas tecnologias permite ao aluno a possibilidade de

aprendizagem, em que os alunos possam ser investigadores e criadores do seu

conhecimento. Ou seja, uma educação frente às Novas Tecnologias de Informação

e Comunicação (TIC), que permite ao educando interagir mais eficazmente com a

sociedade, tornando também a aula mais divertida e estimulante.

Com o avanço das tecnologias da comunicação as escolas devem se integrar

obtendo equipamentos que auxiliem os professores, e que contribuam para o

aprendizado mais significativo dos alunos. É nessa perspectiva que o tema deste

artigo se embasa, pois, entendo que o uso das novas tecnologias na Educação aos

Jovens e Adultos pode trazer inúmeras contribuições para a aprendizagem e para a

qualificação profissional dos estudantes da EJA, bem como garantir maior eficácia

na atuação docente.

Segundo Moran (2001), “Educar com novas tecnologias é um desafio que até

agora não foi enfrentado com profundidade, são feitas apenas adaptações,

pequenas mudanças.”, Ele coloca que “ensinar com novas tecnologias será uma

revolução se mudarmos simultaneamente os paradigmas convencionais do ensino,

que mantêm distantes professores e alunos, caso contrário conseguiremos dar um

verniz de modernidade, sem mexer no essencial” (MORAN, 2001, p. 8). Logo, é

necessário que haja uma formação concreta com assuntos bem explicados, em que

o aluno e professor, juntos, venham abrilhantar o sucesso em sala de aula de forma

moderna e atualizada.

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Assim, faz-se necessário questionar sobre como integrar pedagogicamente as

TICs na EJA, considerando os recursos disponíveis na escola. Diante disso, este

estudo pretende investigar a relação entre as TICs e o ensino-aprendizagem na EJA

mais pertinente às demandas formativas dos estudantes aproximando-os, em boa

medida, do seu tempo, considerando o desafio que tem a educação escolar para a

formação de um cidadão crítico e participativo.

O ponto de partida da pesquisa é analisar o que os professores da EJA

pensam sobre o uso das TICs em turmas de Educação aos Jovens e Adultos,

considerando os recursos disponíveis na escola. A pesquisa está organizada a partir

dos recursos disponíveis na Instituição Fundação Bradesco. Em seguida, foca nos

saberes docentes necessários ao uso das TICs em turmas de EJA, e nas práticas

docentes voltadas para inclusão das TICs em turmas de Educação aos Jovens e

Adultos e por fim, faz uma breve discussão sobre a importância da formação

continuada para o professor que almejar trabalhar com as TICs no cotidiano da sua

prática educativa.

2. FUNDAÇÃO BRADESCO: MEU CAMPO DE PESQUISA

A fim de conhecer e compreender a realidade de como se integram hoje em

sala de aula os usos das TICs escolhi a instituição Fundação Bradesco na cidade do

Natal/ RN, localizada no bairro de Felipe Camarão desde1989, que atende desde a

Educação básica, Educação profissional Técnica e Educação aos Jovens e Adultos.

A ida a essa instituição resultou pesquisas exploratórias e descritivas e na

discussão e levantamento de dados. No primeiro momento, pude observar que o

ambiente possui laboratórios de informática e recursos tecnológicos para uso diário

dos professores em sala de aula, como também para os alunos, sob orientação de

um responsável. No segundo momento, tive a oportunidade de conversar com

professores da EJA que fazem uso das tecnologias em suas aulas, a professora

Rosa e a professora Branca (nomes fictícios). Utilizei para esse momento um roteiro

de entrevista semiestruturado o qual permitiu que as entrevistadas discorressem

acerca do tema questionado, a saber: o uso das novas tecnologias na EJA.

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Conversando com as professoras sobre o que elas entendiam sobre as TICs,

ambas demostraram ter conhecimento e interesse sobre o assunto, porém não

negaram que precisavam se aperfeiçoar para desenvolverem sua prática

pedagógica com recursos tecnológicos, considerando a sua formação inicial, pouco

satisfatória e insuficiente em relação a essa temática.

O motivo que me levou a essa instituição decorre do fato de ter estagiado no

período de 2 anos, em turmas do ensino fundamental. Nela, pude participar de aulas

onde as TICs se faziam presente quase sempre, por meio de vídeo, música, projetor

multimídia, bem como, aulas no laboratório de informática, onde todas as turmas da

escola, desde educação infantil e EJA, tinham aulas semanalmente como parte do

currículo escolar e do projeto da escola. Essas aulas eram planejadas e discutidas

em reuniões de planejamentos junto a outras disciplinas e os alunos tinham um

desempenho fantástico, eles adoravam as aulas que usavam as TICs.

Observei que eram essas as aulas que eles mais comentavam e na quais

mais se envolviam. Assim, quando me coloquei frente à outra realidade diferente da

Fundação Bradesco fiquei perplexa e inquieta.

Essa outra realidade que vivenciei ocorreu durante o processo de estágio

obrigatório I e II, em turmas da EJA, em escolas púbicas, onde pude observar que

ambas só faziam uso do livro didático, caderno e lousa em suas aulas, embora a

escola observada possuísse sala de informática, biblioteca com TV e som, os

recursos tecnológicos eram muito pouco utilizados pelos professores, logo pude

perceber que ao contrário da Fundação Bradesco essas escolas não dispunham de

projetos que integravam as TICs na Educação aos Jovens e Adultos.

Portanto retornei à Fundação Bradesco a fim de investigar sobre a prática

pedagógica de docentes que inserem as TICs no cotidiano de suas práticas,

considerando os recursos disponíveis na escola. Buscava realizar a pesquisa com

professores que trabalham com a perspectiva da inclusão digital em suas aulas para

saber como desenvolvem essas práticas.

2.1 RECURSOS DISPONÍVEIS NA ESCOLA FUNDAÇÃO BRADESCO

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A Fundação Bradesco é uma instituição bem estruturada, nela pude encontrar

diversos equipamentos e recursos didáticos como também pessoas capacitadas

para trabalhar com esses equipamentos junto aos professores desde o nível infantil

a EJA. A instituição busca trabalhar com as novas tecnologias a fim de viabilizar a

aprendizagem dos alunos para além das fronteiras físicas. Nesse sentido, a

Fundação Bradesco trabalha formando os seus profissionais para o uso das TICs

em sua prática educativa.

Diante das mudanças voltadas para as inovações tecnológicas, os estudantes

cada vez mais vêm adquirindo uso de celulares, computadores e outros aparelhos

com acesso à Internet, fazendo com que aumente o uso desses aparelhos de forma

inadequada na sala de aula, desafios que hoje o professor e a escola enfrentam

para acompanhar esse processo, muitas vezes proibido o mau uso dos

equipamentos no momento da aula. Resultado de professores que desconhecem a

potencialidade desses equipamentos ou que não sabem como empregar em suas

aulas por conhecê-los menos do que os próprios alunos.

Frente as TICs o docente passa a se posicionar como um orientador de

diversas linguagens e oportunidades educativas, tomando as tecnologias como

recursos didáticos nesse processo de ensino aprendizagem. Sendo assim, a

capacitação do docente torna-se uma questão chave. Porém, a maioria das escolas

não está equipada, e quando está, falta formação docente para manuseio dos

recursos, dificultando esse trabalho e, consequentemente, a aprendizagem dos

alunos.

Os recursos são imprescindíveis para as turmas da EJA. Cada vez mais a

tecnologia ocupa espaço em todas as esferas e estruturas da sociedade e se faz

necessário que esses jovens e adultos tenham envolvimento ou noções básicas

sobre essas ferramentas. O avanço dessas tecnologias é notório quando paramos

para imaginar que nos anos setenta as pessoas passavam dias e até meses para

receber uma carta e hoje em questão de segundos podemos nos comunicar com

outra pessoa do outro lado do mundo, podendo enviar e receber anexos, estudar a

distância, fazer pesquisas, ver e enviar vídeos, entre outras possibilidades de

interagir com o mundo. Assim, percebemos que com o passar dos anos a sociedade

modernizou-se e com essa modernização o avanço das tecnologias chegou às

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escolas trazendo melhorias significativas, mas por outro lado, trouxe impacto

negativo em razão da falta de formação docente para o trabalho com as TICs.

Esse avanço tem modificado, e criado diferentes meios de comunicação e

interação entre pessoas, como também um novo modelo de sociedade, uma

sociedade informatizada, a qual preocupa aqueles que não conseguem acompanhar

esse avanço.

Magda (2001, p.103) firma que: “Oportunizar o acesso às tecnologias e suas

linguagens poderá possibilitar uma melhoria nas interações diárias dos cidadãos no

trabalho e no meio em que vivem”. É nessa perspectiva que a Fundação Bradesco

desenvolve seu trabalho, dando não somente a oportunidade aos seus alunos de

terem acesso às novas tecnologias, mas também de se formatizarem nessas

tecnologias, através de cursos presencial, semipresencial e a distância.

No meio educacional as novas Tecnologia da Informação e Comunicação

(TIC), também devem estar inseridas, seja de forma direta, onde as escolas tenham

salas de informática implantadas pelos projetos do governo, ou de forma indireta,

através das referências que os alunos trazem do meio em que vivem entre outros

meios, pois a escola e a sociedade devem caminhar juntas, quando uma muda a

outra consequentemente acompanha as mudanças e evoluem juntas, não na

mesma velocidade. Mas, espera-se com isso que ocorram mudanças positivas na

qualidade da educação e evolução dos estudantes. Nesse sentido, Mortari afirma “A

educação, inserida em um novo cenário, requer uma nova escola: escola dos

ambientes virtuais, do correio eletrônico, do navegar nos sites da internet, enfim, de

muitos outros meios que favoreçam o encontro com a ciências e com a tecnologia. ”

(MAGDA 2001. p. 101).

O encontro com a tecnologia quando mediado de forma a beneficiar os alunos

e alunas propiciando melhorias na aprendizagem e no seu desenvolvimento

cognitivo. É nesse sentindo que se faz crucial a capacitação do professor para ele

compreender as possibilidades que ele tem com aquele equipamento, para se tonar

um produtor do conhecimento. Nesse sentindo, Magda (2001) destaca:

Os recursos tecnológicos podem contribuir tanto para manter o ensino tradicional, de modo muito fácil, como para despertar o

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“apetite” para a aprendizagem e a motivação para o encontro com o saber. Tudo depende da orientação e do caminho a ser percorrido para modificar o comportamento passivo dos estudantes, levá-los a participar ativamente e a aprender, e não apenas ter um simples contato com os conteúdos. (MAGDA 2001, 103)

Entende-se assim que com o advento da tecnologia, a sala de aula passou por

modificações. Ao invés do uso exclusivo do quadro, agora as escolas passaram a

utilizar o data-show, um aparelho moderno que pode deixar as aulas mais

prazerosas; os estudantes não precisam se preocupar em copiar do quadro, apenas

participar da discussão em sala de aula, uma vez que o assunto poderá ser

publicado, posteriormente, nas redes sociais.

As professoras Rosa e Branca reconhecem que as novas tecnologias são,

hoje, ferramentas decisivas para fazerem a diferença na relação dos estudantes da

EJA e nos conhecimentos a serem aprendidos. Relatam que quando os seus alunos

estão diante dessas maquinas os resultados são satisfatórios, pois as TICs

beneficiam o pensar o criar e o memorizar dos/as estudantes.

Segundo Brasileiro, “Dada à significação crucial de tecnologias eletrônicas

nos tempos modernos, habilitar estudantes para compreender e acessarem

diferentes opções para utilizar estas tecnologias torna-se uma das principais

propostas educacionais” (BRASILEIRO, 2002, p. 2). Logo, outros recursos além do

quadro, giz e caderno, são utilizados como instrumentos para o/a professor/a

desenvolver suas aulas.

Com o advento tecnológico surge uma nova forma de se comunicar e, com

isso, a possibilidade de novas práticas educativas necessitando assim desenvolver

um conjunto de atividades didático-pedagógicas a partir das tecnologias disponíveis

na sala de aula e as que os alunos trazem consigo. Em sala de aula, as principais

tecnologias usadas pelas professoras Rosa e Branca são o data-show, a TV – DVD,

computador, quadro e o piloto; pelos alunos são os materiais escolares (lápis,

caneta, caderno,), mas também aqueles que eles trazem de casa, a calculadora,

pendrive e celular. Os recursos que estão disponíveis na instituição são: aparelho de

DVD,TV, pendrive, data-show câmera digital, som, computadores, lousa interativa,

impressora, entre outros.

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Pensando nos desafios que a EJA assume para incluir os estudantes na

formação escolar, pode-se dizer que as TICs podem contribuir para essa inclusão.

Como afirma os autores Alexandre, Kueirislene e Borges (2012):

Esse novo panorama da educação seria como um incentivo maior a construção de uma escola renovada, crescente nas ideias de que o aluno é um ser pensante em pleno desenvolvimento social, educacional e comportamental. Isso levaria a uma maior inclusão social e diminuiria os problemas considerados graves, como evasão escolar, abandono e repetência.(ALEXANDRE; KUEIRISLENE; BORGES, 2012, p. 2).

Frente a isso, compreende-se a importância das TICs na Educação a Jovens

e Adultos, como meio de mantê-los na escola, garantindo seu direito de autonomia,

sem esquecer de prepará-los com criticidade acerca da utilização desses recursos.

Vale salientar também que é direito do aluno que escola busque alternativas junto ao

MEC para a melhoria da infraestrutura e qualidade do ensino em relação ao uso das

tecnologias. Acredita-se que com a inclusão dos recursos tecnológicos no ensino,

possam ocorrer melhorias de forma significativa e inovadora, algo além do que eles

estão acostumados a vivenciar diariamente em sala de aula.

É necessária a inclusão das TICs na EJA para que todos tenham as mesmas

oportunidades e possam ter acesso a esses recursos, diante do grande

desenvolvimento das mesmas, para que assim o jovem não venha ser alienado

apenas aos conteúdos em sala de aula, mas que tenha oportunidade de ampliar

suas concepções em relação ao uso operacional desses recursos.

SABERES DOCENTES NECESSÁRIOS AO USO DAS TICS EM TURMAS DE EJA

Atualmente, vivenciamos um período de democratização do Ensino Superior no

Brasil. Há algumas décadas a possibilidade de cursar uma graduação era restrita a

grupos socialmente privilegiados. Além disso, houve uma expansão dos cursos de

especialização, bem como oferta de educação à distância e a formação continuada

no cotidiano das práticas educativas nas instituições de ensino. O aumento das

possibilidades formativas tem permitido aos docentes melhores condições de

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formação. Nesse contexto, situo os saberes relacionados ao uso das tecnologias na

prática de professoras da EJA.

A tecnologia disponibiliza vários artifícios que podem ajudar na formação de

cidadãos críticos, no uso de instrumentos funcionais que melhore a capacitação e

relações internas do cérebro humano. Essa ajuda ocorre na didática mediante as

aulas práticas, com conceitos atualizados, aulas extras, informações atualizadas e a

tecnologia no favorecimento da mediação entre educador, professor e aluno, como

por exemplo, trabalhar filmes em sala de aula, pode ajudar os alunos a

compreenderem melhor alguns fatos históricos e a desenvolver seu senso crítico.

A experiência com as novas tecnologias será essencial para a construção de

projetos pedagógicos, proveniente dos conceitos ministrados independente das

disciplinas que capacitem o aluno de forma coerente em busca de um aprendizado

sólido e eficaz com o auxílio dos recursos tecnológicos diariamente usados em sala,

trazendo assim o saber real dos assuntos passados pelo professor, mostrando a

satisfação do aluno no ensino e aprendizagem. De acordo com Pedro Andrade

(2003):

Motivar ou produzir motivos significa predispor a pessoa para a aprendizagem. O aluno estará motivado para aprender quando está disposto a iniciar e continuar o processo de aprendizagem, ou quando está interessado em aprender certo assunto ou resolver um dado problema (ANDRADE, 2003, p.71).

Segundo a professora Rosa, os seus alunos da EJA ficaram mais motivados

quando foram usadas as TICs no processo de ensino-aprendizagem. O aluno da

EJA tem o direito de conhecer e trabalhar com esses instrumentos e pode-se dizer

que o professor tem hoje o papel de guiar os alunos, incentivando-os a fazer uso das

tecnologias, mostrando os benefícios que eles poderão obter.

Conforme Andrade (2003), de modo geral não está claro para os educadores

como integrar as TICs em suas aulas nem mesmo para os que estão envolvidos com

uma nova dinâmica de formação e educação apoiada pela tecnologia. Ainda de

acordo com Andrade (2003), o uso das tecnologias na educação não resulta em

aulas tradicionais moldadas por equipamentos com programas específicos, nem no

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ensino mediado por maquinas, mas sim, em um ensino inovador de estratégias,

metodologias e atitudes que superem o trabalho educativo tradicional ou mecânico.

No centro dessa construção está o conhecimento, que no mundo atual, vem

sendo totalmente redimensionado, em função de sua aplicabilidade, já não há

certezas para o conhecimento que não sejam provisórios, destacando-se

aprendizagem como um dos elementos de desenvolvimento da qualidade do ser

humano. Ou seja, ter os alunos como centro do processo de aprendizagem.

Segundo Paulo Freire (2014)

Não há outro caminho senão o da prática de uma pedagogia humanizadora, em que a liderança revolucionária, em lugar de se sobrepor aos oprimidos e continuar mantendo-os como quase “coisas”, com eles estabelece uma relação dialógica permanente. (FREIRE, 2014, p.77).

Os alunos não devem ser vistos pelos professores como um depositório do

saber. Os professores devem desenvolver uma prática de ensino favorável, respeitar

seus alunos e fazerem da sala de aula um ambiente de construção do seu

conhecimento.

Visto que o conhecimento nos leva a desejar ir mais além do que conhecemos,

somos seres humanos que a cada dia ultrapassa os limites, apesar de não usar 10%

do nosso cérebro, mas conseguimos fazer grandes descobertas e desenvolver um

equilíbrio entre o homem e meio modificador. A aprendizagem é um processo

pessoal, ninguém aprende por outra pessoa, cada qual adquire seu conhecimento,

alguns aprendem com muita dificuldade, os professores precisam estar sensíveis em

perceberem que em sala de aula há alunos/as com dificuldades de aprendizagens.

Na prática, podemos aqui citar o relato da professora Rosa, “Tenho alunos que

sentem muita dificuldade na hora de copiar o que está no quadro, por não

enxergarem bem ou por dificuldades de escrever e acabam atrasando os outros.”

Assim, em sua sala de aula sempre teve o cuidado de adaptar suas atividades de

acordo com as dificuldades dos alunos. Com o uso das TICs ela diz ter ajudado em

questão de conteúdo, pois, antes quando não usava, os alunos tinham dificuldade

de copiar e muitas vezes ficavam sem o assunto no caderno para estudar, por

alguns serem idosos e não enxergarem direito ou até mesmo por estarem sem

vontade de escrever. Hoje eles prestam atenção nas aulas e depois vão ao portal do

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estudante e baixam o conteúdo ou imprimem na própria escola a fim de utilizarem o

material para estudos. As professoras reconhecem que as tecnologias ajudam, mas

sabem que é essencial a mediação delas nesse processo.

Neste novo contexto em que as novas tecnologias estão inseridas os

professores precisam rever seu papel, para que o mesmo venha entender o porquê

e como integrar as TICs em sua prática pedagógica. É primordial que os professores

tenham conhecimento da potencialidade educacional das TICs no momento do

planejamento das aulas, levando em consideração o que foi aprendido e a

experiência de sua formação para a sua realidade de sala de aula, como também,

as necessidades de seus alunos e os objetivos que almeja alcançar. Enfatizo que

para isso é preciso que o professor tenha condições de construir tais

conhecimentos, buscando meios de uma educação continuada para inovar sua

prática. Para Sérgio Haddad (2007), a ideia de uma educação continuada associa-se

à própria característica distintiva dos seres humanos, a capacidade de conhecer e

querer saber mais, ultrapassando o plano puramente instintivo de sua relação com o

mundo.

No Portal do Aluno usado nas aulas da EJA na Fundação Bradesco, por

exemplo, há materiais os quais os professores podem usar em suas aulas, e que

estão sempre à disposição dos alunos; são textos, atividades, vídeos, revisões,

cursos e jogos educativos. É possível também com esses recursos integrar nas

aulas, bate papo, chats, correio eletrônico para troca de correspondência, portfólio

para postagem de trabalhos e compartilhamento de saberes, criação de vídeos,

onde envolva conteúdos de disciplinas curriculares, blog, rádio escola entre outros,

que partam da criatividade e principalmente da necessidade da turma ou da

dificuldade individual de cada aluno e da realidade em que estão inseridos, levando

em consideração os recursos que estão disponíveis na escola.

Quando a professora Rosa começou a utilizar as TICs em sala foi preciso

fazer uma pesquisa para conhecer o potencial dessas ferramentas digitais,

buscando experiências já vivenciadas por outras pessoas, em sites e artigos, para

assim fazer relação com a sua pratica. No início quando ela só conhecia as noções

básicas da informática buscou ajuda na aquisição de conhecimentos técnicos.

Assistindo vídeos de tutoriais, textos que explicam passo a passo o funcionamento

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de programas e recursos, como também atividades e metodologias aplicadas na

modalidade de ensino EJA.

Já dentro de sala de aula quando ocorria alguma dúvida ou problemas sobre

a tecnologia e não tinha um especialista por perto, os próprios alunos resolviam os

problemas, não desmerecendo o professor, mas sim mantendo o respeito em que ali

todos estão aprendendo um com o outro. Porém, é importante que o professor

planeje suas aulas de acordo com os seus saberes e certifique-se que compreende

as funções elementares dos aparelhos e aplicativos que pretende usar na aula, para

que caso não tenham quem ajude a aula e a aprendizagem dos alunos não sejam

prejudicadas.

É importante antes de tudo, discutir com os alunos as preocupações no uso

da internet, principalmente sobre as redes sociais, pois não são só crianças que

precisam ter cuidado, o Jovem e Adultos também, explicar sobre o que devemos e

não devemos fazer, bem como os cuidados que devemos ter com os conteúdos que

vemos e utilizamos ou gostaríamos de utilizar, pois muitas das coisas que estão nas

redes sócias estão regidas por direitos autorais ou são conteúdos impróprios para

compartilhamento ou até mesmo para download. Assim, cabe ao professor leva para

à classe textos que orientem a turma para uma navegação segura e ter

responsabilidade de proporcionar momentos que ajudemos alunos a refletir sobre os

conteúdos, pode ser por meio de blogs e fotologs, radio escola, jornal.

É importante que os professores levem em consideração o nível da turma

antes de planejar as atividades que serão usadas nas aulas, avaliando quais

conteúdos são mais bem abordados com a tecnologia e quais os saberes,

necessárias ao mundo de hoje, podem ser inseridos.

PRÁTICAS DOCENTES VOLTADAS PARA INCLUSÃO DAS TICS EM TURMAS

DE EDUCAÇÃO AOS JOVENS E ADULTOS NA FUNDAÇÃO BRADESCO

A tecnologia nos leva a repensar a prática educacional. Os aparelhos

tecnológicos estão interferindo no cotidiano em sala de aula, com isso, se faz

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necessário que o docente compreenda os aparelhos tecnológicos como recursos

que podem auxiliá-lo na relação de ensino-aprendizagem.

Como já destacou José Valente (2003), por meio das TICs é possível criar um

ambiente de aprendizagem baseado na confirmação de conhecimentos similares ao

que acontece presencial, quando se utiliza de software online e que propiciam a

interação do professor-aluno constante, de forma que o professor seja mediador e

que os alunos solicitem de suas orientações sempre que necessário para

realizações de atividades.

No mundo contemporâneo a sociedade passou por uma transformação

radical, e atingiram todas as classes sociais, ela trouxe consigo novas tecnologias,

contribuindo para aprendizagem de milhares de seres humanos, deixando o modelo

tradicional e adquirindo um conhecimento modernizado. Para constatar tais

mudanças, temos: computadores, tablete e celulares, que estão nas mãos de quase

todos os alunos, são poucos os que não possuem, mas em geral têm contato com

esses equipamentos. Nessa perspectiva se faz necessário conhecer as

possibilidades ou potencialidades desses equipamentos, ou seja, o professor e os

alunos devem ter conhecimento de como usar tais recursos para o desenvolvimento

da aprendizagem. Assim, como cita Sérgio Haddand (2007) frente ao avanço

tecnológico espera-se que a escola garanta a aquisição de habilidades e atitudes

que tornem o indivíduo apto para aprender sempre e de forma autônoma.

Neste tópico abordo as falas das professoras entrevistadas. Busco, portanto,

partir dos relatos sobre a inclusão das TICs em suas práticas pedagógicas

desenvolvidas na EJA, o motivo que as levaram a integrar as TICs em suas aulas.

Em relação ao motivo pela qual as professoras passaram a trabalha com as novas

tecnologias, elas afirmam que isso ocorre devido a própria demanda da instituição

que trabalha com “Portal do Aluno” uma área virtual na qual os estudantes da EJA

têm acesso a materiais como: vídeos, textos e atividades. O outro motivo que levou

as professoras a usarem as TICs foi o reconhecimento acerca das potencialidades

desses instrumentos para seu trabalho e para o aprendizado dos alunos/as. A

professora Branca conta que a inserção das TICs na EJA possibilitou uma maior

participação dos alunos em suas aulas, ela acredita que seja pelo fato do mundo

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estar cada vez mais informatizado. Para ela, a aula com o uso das TICs prende a

atenção dos alunos.

O cotidiano escolar não deve ser visto como algo repetitivo, sem importância,

mas como um local de reflexão e diálogo com as demandas que esses alunos têm

na sociedade digital de expressar seus sentimentos escondidos, promovendo um

novo sentido para que eles sintam-se preparados e incluídos na sociedade digital na

qual vivemos atualmente através também da escola. Promovendo uma nova relação

que essa experiência o ajude na elevação de sua autoestima.

O uso das tecnologias digitais tem contribuído de forma positiva no ensino e

na aprendizagem. Com auxilio desses equipamentos, jovens e adultos com

dificuldades têm ajudado e, assim, permitindo a integração no ambiente social, no

desenvolvimento do ser humano e nas habilidades gerais de solução de problemas.

Em relação ao trabalho com as novas tecnologias, as professoras

entrevistadas buscaram se reinventar, pois com o avanço das tecnologias, o desafio

do professor parece ainda maior. Segundo Oliveira (2001, p. 62):

O uso da informática na educação exige em especial um esforço constante do educador para transformar a simples utilização do computador numa abordagem educacional que favoreça efetivamente o processo de conhecimento do aluno. Dessa forma, a interação com os objetos de aprendizagem, o desenvolvimento de seu pensamento hipotético e dedutivo, de sua capacidade de interpretação e análise da realidade tornam-se privilegiados e a emergência de novas estratégias cognitivas do sujeito é viabilizada (OLIVEIRA, 2001 p. 62)

Assim, a contingências da vida nos arrastam a uma construção e

reconstrução constante e contínua de novos conhecimentos, havendo nestes

processos um constante revezamento entre necessidade e equilibro. Há sempre

desafios e problemas de desenvolvimento e de sobrevivência a destrinchar e a

solucionar. Sobre a inclusão das TICs no dia a dia das suas práticas pedagógicas na

Educação de Jovens e Adultos as professoras afirmaram que:

[...] Já que trabalhamos com o portal Virtual, em quase todas as etapas do estudo os alunos fazem uso das TICs[...] Vê o aluno estudando “fuso Horário” por exemplo, através de um recurso que lhe mostre não apenas a hora, mas também outros aspectos como

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cultura do pais, dá significado ao conteúdo e possibilita um conhecimento global. [...] As TICS tornaram o ambiente da sala de aula mais atrativo e essa atração é um fator essencial para a abstenção de bons resultados.(ROSA)

[...] Quando levei uma turma da EJA para o laboratório de informática e um aluno de 65 anos se emocionou ao escrever palavras usando o computador, aquilo me deu força para continuar buscando meios para melhor ensinar [...] Os resultados melhoram quando os alunos seguem a nossa orientação e acessam o portal EJA para estudar e realizar exercícios online.[...] sinto que os alunos se sentem mais participativos das aulas , quando são submetidos a fazer pesquisa na sala de aula , fazendo uso dos computadores sob nossa orientação. (BRANCA, 2016).

Estes depoimentos revelam que é possível integrar as TICs na EJA de forma

que venham a trazer resultados positivos e satisfatórios tanto para a aprendizagem

dos alunos, como para a formação das professoras entrevistadas, que cada vez

mais buscam inovar-se para acompanhar os avanços da sociedade e trazer para

dentro de sala de aula o que existe de mais novo. Dessa forma, é possível levar a

todos os alunos a terem acesso ao conhecimento como afirma Brasileiro (2008).

É imprescindível a utilização das novas tecnologias na escola, pois, através destas ferramentas, o acesso ao conhecimento será ofertado a todos que nela estiverem inseridas, uma vez que sua forma de pensamento, em nossos dias, está sendo estruturada a partir dos diferentes meios de comunicação. (BRASILEIRO, 2008, p.10).

Em relação aos benefícios oriundos do uso das tecnologias em sala de aula,

a professora Rosa ressalta que o maior benefício de se trabalhar com as TICs na

EJA é o fato de conseguir trazer para os alunos, através da tecnologia, um

diferencial na qualidade da aula, pois muitos deles trabalham o dia inteiro e chegam

cansados à aula. Se não houver um motivo externo para a presença dele na escola

ele irá evadir-se. É nessa perspectiva que a formação do professor e a sua

capacidade em convencer o aluno a aderir à novidade, seja também o grande

desafio. Segundo a Professora Branca, o benefício de integrar as tecnologias o

ensino, é de tornar o aluno mais autônomo na busca pela construção do seu

conhecimento.

Para lidar com os alunos que tinham mais dificuldades ou medo, as

professoras usavam uma estratégia bastante empregada em sala de aula, onde

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esses alunos ficavam em dupla ou ao lado de outro aluno em quem ele tivesse mais

confiança de pedir ajuda quando necessário.

Durante a aula os alunos usavam o computador de forma adequada em sala,

colocando em primeiro lugar a sua aprendizagem, havendo um ótimo rendimento na

escola. Os computadores eram usados somente para pesquisas, trabalhos e para

entrar no portal do aluno, onde eles tinham acesso a materiais de estudo, outros

recursos também eram usados pela professora, como TV, DVD, som, data-show

para assistirem a vídeo-aulas, filmes e ouvirem áudios e músicas que eram

trabalhadas dentro dos conteúdos.

As novas tecnologias de informação e comunicação (TIC) podem contribuir

para Educação de Jovens e Adultos através de novos modelos de interação entre

professor e aluno. É possível aos estudantes autonomia na relação de ensino-

aprendizagem, quando, por exemplo, se torna possível aos alunos ou alunas da EJA

buscarem informações e conhecimentos para além da sala de aula. Nesse sentido, o

professor precisa orientar os seus alunos e alunas quanto ao uso das TICs uma vez

que eles\as precisam compreender que a tecnologia tem recursos que ajudam na

sua aprendizagem.

Segundo Cavalcante e Silva (2002, p.134) “Através da informática educativa

os alunos podem adquirir uma melhor maneira de refletir, manipular, questionar,

construir, pesquisar, analisar, desenvolver atenção, raciocínio e criatividade nas

atividades curriculares”. Mas para que isso ocorra, faz necessário um/a professor/a

que esteja preparado para trabalhar com esse recurso, deixando de ser um

reprodutor de conhecimento e passando a ser um mediador dentro e fora da sala de

aula, usufruindo de outros ambientes, que favoreça o ensino-aprendizagem dos

alunos e alunas voltado para seu tempo.

Na entrevista, quando mencionando a perguntei sobre quais seriam os

desafios para se trabalhar com as TICs em sala de aula com alunos da EJA. As

professoras relataram sobre as suas dificuldades em relação às demandas técnicas

que poderiam ocorrer durante as aulas. Elas sabiam operacionar os recursos

computacionais, mas a sua recontextualização no trabalho envolvia outro tipo de

conhecimento.

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Não só o saber fazer, mas ter condições de entender as necessidades e

dificuldades dos/as alunos/as para poder auxiliá-los no desenvolvimento de uma

tarefa usando a informática. Segundo Pretto (2006, p.24) que, “[...] obviamente,

intensifica-se dessa forma o trabalho do professor, já que a escola e todo o sistema

educacional passam a funcionar como outros tempos e em múltiplos espaços,

diferenciados”. Ou seja, o docente diante disso, deve repensar sua prática, e seus

métodos de ensino. Surgem outros ambientes a serem trabalhados fora da sala de

aula, de uma forma contraria da educação bancaria citada por Freire (2014,p.78),

em quer “o educador aparece como o seu indiscutível agente, como seu sujeito, cuja

tarefa indeclinável é “ encher” os educandos dos conteúdos de sua narração”. Algo

desmotivador para um aluno que já se sente oprimido na sociedade.

FORMAÇÃO CONTINUADA

A educação aos jovens e adultos procura formar cidadãos formadores de

opiniões, verdadeiros críticos, ao longo dos anos, além de os professores explicarem

os assuntos, eles mostram formas mais fáceis de ensinar, visto que isso antes não

era valorizado como hoje.

Mediante as pesquisas realizadas, através da entrevista com as professoras,

compreende-se em seus discursos a importância da formação continuada para o

desenvolvimento de uma prática eficaz e significativa com uso das TICs.

Elas afirmam que sua formação inicial não foi suficiente para se sentirem

preparadas para usarem as TICs. Por essa razão elas participaram de cursos

oferecidos pela instituição, a fim de aprenderem a usar recursos tecnológicos em

suas práticas na Fundação Bradesco. Nessa instituição são disponibilizados para os

professores e equipe escolar cursos online, presencias e semipresenciais de

capacitação e formação continuada. Segundo a professora Rosa, “deve- se investir,

essencialmente, na formação do professor, ter conhecimento dos recursos, ter

clareza do que se deve e pode fazer, bem como ter os recursos disponíveis”

(ROSA).

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Um dos cursos realizados por Rosa e Branca foi o de Uso de Projetores

Interativos - educadores (20 horas), disponível na escola virtual com uma aula

prática. Neste curso as professoras puderam tirar todas as dúvidas sobre o novo

equipamento que tinha chegado na escola, bem como descobriram diversas

ferramentas que poderiam usar em suas aulas, como por exemplo a lousa interativa

que permite as professoras novas possibilidades de interação com os alunos e

alunas através dos conteúdos em multimídia. A professora Branca diz que antes de

conhecer sobre o funcionamento da lousa pensava que a mesma tinha função da

lousa negra. Após o curso a professora passou a usar a lousa e percebeu a

praticidade do equipamento uma vez que não era mais necessário transcrever ou

ditar o conteúdo para os/as alunos/as. O conteúdo é salvo com intervenções feitas

pelo professor e depois é lançado no portal virtual da escola, onde os alunos

poderão acessar de qualquer lugar e a qualquer hora. Segundo Arroyo (2005):

Caberá aos profissionais da EJA a grande luta pela conquista do sistema escolar, pois, somente nessa forma e lógica escolar, será garantido o direito dos jovens e adultos populares ao conhecimento e ás competências que a inserção no mundo moderno exige. (ARROYO 2005, p. 45).

Nesse sentido, cabe ao professor dominar o saber através de exemplos

esclarecidos que mantenham o aluno em sala de aula propondo a ele direitos e

deveres nas práticas tecnológicas em busca da modernidade que hoje a tecnologia

nos traz. Para que tanto o professor como aluno obtenham grandes resultados,

destaco a importância da formação continuada, uma formação que capacite

professores quanto ao uso das TICs em sua prática pedagógica cotidiana na EJA.

Especialmente no caso das professoras que participaram deste estudo,

destaco a importância da referida formação continuada em razão delas não terem

tido acesso aos conhecimentos referentes à área da tecnologia educacional.

Durante o período da formação inicial dessas professoras, as mesmas não tiveram

acesso aos conhecimentos referente ao trabalho com o uso de tecnologias de

comunicação e informação, portanto, se faz imprescindível a formação continuada

oferecida pela instituição a fim de que as professoras possam lançar mão das TICs

em suas aulas.

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Na perspectiva de que este seja um espaço tempo de reflexão do docente

para melhor desenvolver seu trabalho com uso das tecnologias em sala de aula,

cabe principalmente a escola por direto disponibilizar meios de garantir ao professor

formação continuada, mas para isso, cabe também a eles terem iniciativa de

buscarem garantir esse direito de estarem se aperfeiçoando, e não ficarem

esperando que a escola disponibilize meios para isso, pois o interesse deve partir

primeiro dos professores, quanto um profissional que requer de qualificação, para

que venha desenvolver o ensino-aprendizagem da melhor forma possível ao aluno.

A escola quando programada e bem estrutura podem trazer e desenvolver a

educação continuada para os professores sim, mas, se a realidade for outra? Os

alunos vão deixar de terem acesso às tecnologias e os benefícios que elas possam

trazer? Acredito que o professor que almeja o bom desempenho de seus alunos,

busca de diversas metodologias e ferramentas para garantir o desenvolvimento da

aprendizagem de todos. Nesse sentido, o/a professor/a pode assumir a posição de

professor pesquisador, no que diz respeito desenvolver a ação investigativa acerca

da sua própria prática. Segundo Freire (2011) fazem parte da natureza da prática

docente a indagação, a busca, a investigação. Logo, é preciso que o professor se

perceba e se assuma, porque docente, como pesquisador.

Na instituição visitada, a primeira ação com os professores foi ajudá-los a

desenvolver um conhecimento inicial a respeito das possibilidades de atividades

com o computador, consequentemente, favorecendo a todos que a escola acolhe,

ajudando na rotina diária de modo que as relações entre si percebam que juntas

podem constituir uma educação de qualidade, levando em consideração os recursos

disponíveis na escola e assim favorecer um melhor ensino e aprendizagem.

Segundo Pretto (2006, p.24) que:

Essas tecnologias passam, portanto, em uma dimensão diferente das antigas, de extensão dos sentidos do homem, passando a operar com as ideias. Em outras palavras, máquinas que não mais estão apenas (apenas?!). A serviço do homem, mas que com ele interagem, formando um conjunto homem-máquina pleno de significado (PRETTO 2006, p.24)

Frente a esta realidade a educação escolar atualizada se configura não só

com os novos ambientes físicos computacionais para aprendizagem, incluindo as

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demais dimensões da vida na lógica de construção do conhecimento que implicam

na formação do cidadão tais como: experiências anteriores, contextos,

subjetividades, comunicação e integração entre as áreas de conhecimento,

convivência social.

Para atuar com as TICs é fundamental um professor mediador, que venha

facilitar, incentivar e motivar a aprendizagem do aluno, dar a liberdade aos Jovens e

adultos para buscarem seu próprio conhecimento e assim poder intervir na

sociedade. Desta feita, é necessária uma prática docente em que o planejamento

esteja bem definido, mas isso não quer dizer que os alunos irão prender mais. Pois

como afirma Magda (2001) o computador como qualquer outra ferramenta precisa

do/a professor/a no processo de ensino-aprendizagem, pois ele sozinho não vai

garantir o ensino do aluno.

As Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica (DCN)

(2013) vêm mostrando que o uso da mesma se dá a “Uma formação mais criativa,

diferenciada, levando em consideração potencialidades dos jovens e os desafios

que enfrentam no mundo de hoje”. É certo dizer que esses jovens e adultos têm

capacidade para aprender, e assim, inserirem na sociedade, sendo um cidadão

crítico e participativo do seu tempo.

Destaco a importância do apoio institucional e de um trabalho sistematizados

a ser desenvolvidos na escola para uma melhor formação dos professores em

exercício, no que se refere ao uso das novas tecnologias na EJA. Conforme Lino,

(2010):

A valorização dos processos de aprendizagem dos próprios professores, ou seja, no investimento pessoal e institucional de seu aperfeiçoamento contínuo, segundo a criação ou produção de diferentes contextos de aprendizagem também para o professor e não só para o aluno. (LINO ,2010 , p.36-37).

Sabe-se que a formação continuada é parte da base da política de

valorização profissional e é direito do professor assegurado na Constituição Federal

(1988) como direito a ser cumprido pelos sistemas de ensino. Entendemos que a

formação continuada deve ser permanente na vida do docente e que existem

diversas formas da formação continuada a ser efetivada. A professora Rosa diz que

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as TICs são recursos básicos na modalidade que ela atua, busca sempre a

formação continuada para poder aprender mais sobre o trabalho com essas

tecnologias, pois a formação inicial nunca será suficiente para ela, e ressalta que

devemos estar sempre em formação continuada.

A formação continuada como a própria nomenclatura diz deve ser um

processo contínuo na prática docente. A formação deve ser promovida pelas

instituições de ensino, mas também deve ser de interesse do docente buscar

atualizar-se e melhorar sua prática educativa, buscando promover uma educação de

qualidade para os seus alunos. Nesse sentido, Jose Valente (2003) cite que:

A formação do professor não pode se restringir à passagem de informação sobre o uso pedagógico da informática. Ela deve oferecer condições para o professor construir conhecimentos sobre técnicas computacionais e entender por que e como integrar o computador em sua prática pedagógica. Além disso, essa formação deve acontecer no local de trabalho e utilizar a própria prática do professor como objetivo de reflexão e de aprimoramento, servindo de contexto para construção de novos conhecimentos. (VALENTE, 2003, P. 3).

É nessa perspectiva que a Fundação Bradesco trabalha, implantando

diversas atividades de formação de professores, constantemente, que permitam a

construção do conhecimento necessário para lidar com os desafios, auxiliando e

facilitando seu trabalho. Para que isso ocorra de forma mais eficiente os professores

contam também com a participação de especialistas para solucionar possíveis

problemas que surjam durante as aulas. Segundo Jose Valente (2003) “as

interações com os professores devem ser realizadas enfatizando a construção de

conhecimento. Isto somente pode acontecer quando o especialista participa das

atividades de planejamento, observação, reflexão e análise do trabalho que o

professor está realizando”. Assim, percebemos a importância do trabalho em equipe,

onde é imposto criar condições para quer o/a professor/a e especialistas possam

estar juntos no planejamento dessas atividades que tenham as TICs com

ferramentas de auxílio.

Pois os aparelhos tecnológicos mostram que a prática tem seus imprevistos,

para utilizá-los para isso é importante ter conhecimento acerca do seu

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funcionamento. A parecença constate de um especialista em maquinas, é uma das

formas de propiciar informações necessárias para os professores quando surgir um

imprevisto e não tiver alguém por perto para ajudar. Visto que pode acontecer do

professor possui dificuldades em aprender informação sobre meios tecnológicos,

sendo assim isso seria um passo essencial, pois muitas escolas que estão

recebendo laboratórios de informática e necessitam de orientadores capacitados.

O professor deve estar atento às sugestões e ideias que seus alunos e

trazem e assim buscar colocá-las em prática e quando surgirem dificuldades ou

dúvidas, pode contar com o apoio de especialistas. São inúmeras as atividades que

podem realizar usando as mídias digitais.

Compreendo que tanto a formação inicial quanto a formação continuada são

importantes porque ambas garantem momentos de aprendizado e de reflexão em

sua prática pedagógica. O aprendizado tem que ser continuo ao longo de toda a vida

profissional do professor. Visto que a formação continuada de professores é um

processo que se desenvolve ao longo da trajetória pessoal e profissional.

Freire (1996, p. 58) confirma essa ideia quando cita que somos seres

inacabados e que “é na inconclusão do ser, como tal, que se funda a educação

como processo permanente. Mulheres e homens se tornaram educáveis na medida

em que se reconhecerem inacabados”.

Nessa perspectiva, faz-se necessária a reflexão crítica do professor sobre sua

prática. É essencial para sua carreira estar em continuo aprendizado. Sendo assim,

atualmente os alunos que ocupam as salas de aula da EJA necessitam de

professores preparados para lidar com recursos e estratégias inovadoras que amplia

os novos horizontes do ensino, de forma motivadora, critica e prazerosa, para que

assim a evasão escolar nesta modalidade seja menor e ao decorrer dos anos acabe,

pois como qualquer outra modalidade de ensino, existem desafios a serem

percorridos.

Portanto, os/as professores/as precisam fazer uma reflexão sobre a sua

prática, bem como participar de formação continuada, a fim de que possam oferecer

oportunidades para os alunos interagirem e estudarem com o auxílio das TICs.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

De acordo com a realização dessa pesquisa, pode-se concluir que as novas

tecnologias no ambiente educacional vêm adquirindo cada vez mais relevância no

cenário pedagógico. Sua inclusão vem contribuindo no processo de ensino-

aprendizagem como recurso pedagógico nas aulas de EJA.

As novas tecnologias vêm passando por mudanças estruturais e funcionais e

são hoje quase indispensáveis como ferramentas de acesso à informação, interação

social e profissional. Assim, espera-se que sejam usadas no âmbito educacional de

forma que permitam aos alunos independência e autonomia para participarem no

mundo profissional e no seu ambiente sócio-cultural, proporcionando-lhes e

garantindo-lhes os recursos adequados de acordo com o momento em que vivem.

Assim, há necessidade que mídias educacionais sejam integradas nas escolas

públicas e privadas e que suas metodologias de ensino passem por uma

restruturação/adaptação para atender às necessidades de cada aluno, para que não

seja trabalhado num paradigma tradicional de ensino.

É nesse sentido que apontamos a importância da garantia de uma formação

continuada para os professores. Eles podem, com o auxílio das TICs, mediar uma

aprendizagem significativa, estimulante, criativa e prazerosa. Portanto, cabe não

somente ao docente, mais também ao Coordenador Pedagógico, facilitar e

oportunizar o acesso aos meios tecnológicos de forma transformadora, crítica e

autônoma, como também é necessário que o professor tenha formação qualificada

para saber fazer o uso adequado das novas tecnologias.

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