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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE - UFRN
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS
CLARA MONISE SILVA
ANÁLISE DA EFETIVIDADE DA APRENDIZAGEM BASEADA EM PROJETOS NO
DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS, HABILIDADES E ATITUDES NO
ENSINO SUPERIOR DE CONTABILIDADE
NATAL – RN
2018
CLARA MONISE SILVA
ANÁLISE DA EFETIVIDADE DA APRENDIZAGEM BASEADA EM PROJETOS NO
DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS, HABILIDADES E ATITUDES NO
ENSINO SUPERIOR DE CONTABILIDADE
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Ciências Contábeis da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte,
em cumprimento às exigências para obtenção
do grau de Mestre em Ciências Contábeis.
Orientada por: Profa. Dra. Aneide Oliveira
Araújo
NATAL – RN
2018
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro Ciências Sociais Aplicadas -
CCSA
Silva, Clara Monise.
Análise da efetividade da aprendizagem baseada em projetos no
desenvolvimento de competências, habilidades e atitudes no ensino superior de contabilidade / Clara Monise Silva. - 2018.
88f.: il.
Dissertação (Mestrado em Ciências Contábeis) - Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências Sociais
Aplicadas, Programa de Pós- Graduação em Ciências Contábeis. Natal, RN, 2018.
Orientador: Profa. Dra. Aneide Oliveira Araújo.
1. Aprendizagem Baseada em Projetos - Dissertação. 2.
Aprendizagem Ativa - Dissertação. 3. Contabilidade - Dissertação.
4. Competências - Dissertação. I. Araújo, Aneide Oliveira. II.
Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título.
RN/UF/Biblioteca Setorial do CCSA CDU 378:657
CLARA MONISE SILVA
ANÁLISE DA EFETIVIDADE DA APRENDIZAGEM BASEADA EM PROJETOS NO
DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS, HABILIDADES E ATITUDES NO
ENSINO SUPERIOR DE CONTABILIDADE
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, em cumprimento às exigências para obtenção
do grau de Mestre em Ciências Contábeis.
Data da Aprovação: __/__/__
COMISSÃO AVALIADORA
______________________________________________
Prof. Dra. Aneide Oliveira Araújo
Orientadora
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
________________________________________________
Prof. Dra. Edzana Roberta Ferreira da Cunha Vieira
Membro Examinador Interno
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
_______________________________________________
Prof. Dra. Ana Carolina Kruta de Araújo Bispo
Membro Examinador Externo
Universidade Federal da Paraíba - UFPB
À Deus, pois sem Ele nada seria possível.
Á minha família, por todo amor e carinho.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, pela minha vida e por ter me dado forças para
suportar todos os momentos de dificuldades e chegar até aqui.
Agradeço também a toda minha família, que esteve ao meu lado nos momentos bons
e ruins, me apoiando e incentivando a não desistir e continuar até o final da jornada,
compreendendo meus momentos de ausência.
Agradeço em especial, à minha irmã Claudia, meu cunhado Jailton e meu sobrinho
Gabriel por me acolherem tão bem no lar de vocês e me darem forças nos momentos em que
nem eu mesma achava que as coisas dariam certo.
À Joan, que sempre me apoiou e compreendeu a minha ausência.
À minha orientadora, professora Doutora Aneide Oliveira Araújo, por ter confiado
em mim, por todos os ensinamentos e conselhos, e pela disponibilidade e dedicação em prol
da conclusão dessa dissertação.
Aos membros da banca, Prof. Doutora Edzana Roberta Ferreira da Cunha Vieira e a
Prof. Doutora Ana Carolina Kruta de Araújo Bispo, pela disponibilidade em participar da
qualificação e da defesa de dissertação, e por todas as contribuições para melhoria deste
trabalho.
Agradeço a todos os professores do Programa do Mestrado, em especial Adilson
Tavares, Anailson Gomes, Anderson Mol, Clayton Melo, Diogo Lima e Edzana Lucena, que
contribuíram para minha formação profissional e pessoal ao longo desses dois anos.
Também gostaria de agradecer a equipe administrativa do Mestrado, em especial a
Leila, que foram muito importantes no decorrer dessa trajetória.
À minha querida turma do mestrado, Arianne, Égon, Felipe, Ivanielly, João
Evangelista, João Victor, Vanessa e Yuri, muito obrigada por todas as experiências que
vivenciamos nesses dois anos. E também aos alunos especiais, Ana Lídia, Márcio e Picter,
muito obrigada!
Agradecimento mais que especial, as minha amigas Arianne, Ivanielly e Vanessa por
toda irmandade e companheirismo nesses dois anos. Obrigada por sempre estarem ao meu
lado nessa trajetória me incentivando e auxiliando nos momentos mais difíceis.
Agradeço aos meus mestres, colegas e alunos do CERES/Caicó e da Faculdade
Católica Santa Terezinha, por todo apoio e incentivo para que eu conseguisse chegar até aqui.
Especialmente, aos amigos Izabel e Sócrates, que me incetivaram e me apoiaram em todos os
momentos dessa etapa.
Agradeço ainda aos motoristas de Inacinho e Pedrinho Viagens por todo cuidado e
atenção durante as viagens no trecho Caicó/Natal/Caicó.
E por fim, agradeço a todos os amigos que contribuiram direta ou indiretamente para
a conclusão de mais uma etapa tão importante em minha vida.
Muito obrigada a todos!
"O Senhor é a minha força e o meu escudo;
nele o meu coração confia, e dele recebo
ajuda. Meu coração exulta de alegria e com
meu cântico lhe darei graças."
Salmos 28:7.
RESUMO
O exercício da profissão contábil tem desafiado seus praticantes a orientar e a tomar decisões
em contexto de variáveis complexas e ambiente dinâmico. Para melhorar cabe um preambulo
sobre novos paradigmas de aprendizagem e metodologias ativas. A Aprendizagem Baseada
em Projetos é uma estratégia de ensino ativa que possibilita o aluno desenvolver competências
e habilidades na resolução de problemas do ambiente empresarial através da consecução de
um projeto. Esta pesquisa tem por objetivo analisar a efetividade da aplicação da metodologia
Aprendizagem Baseada em Projetos (ABP) no desenvolvimento de competências na
disciplina Controladoria Empresarial. Para alcançar o objetivo deste estudo, foi realizada uma
pesquisa descritiva, com abordagem do problema de forma quanti-qualitativa. A coleta de
dados foi feita através da observação participante, da aplicação de questionários com os
discentes e análise documental. A análise dos questionários foi feita por meio de planilhas
eletrônicas, pelo teste t-student e em seguida foi feita uma análise do conteúdo dos relatórios
entregues ao final da aplicação do método. Os resultados evidenciaram que os alunos
concordam que o ABP permitiu o desenvolvimento de competências, habilidades e atitudes
para o exercício da profissão contábil. Os alunos ainda afirmaram aprender mais com os
métodos tradicionais de ensino, porém consideram a ABP também uma boa metodologia de
ensino e traz boas contribuições ao ensino de Contabilidade. E por fim, conclui-se que a
aplicação da Aprendizagem Baseada em Projetos, mostrou ser efetiva no desenvolvimento de
competências, habilidades e atitudes no ensino de Contabilidade, especificamente na
disicplina de Controladoria Empresarial.
Palavras-chave: Aprendizagem Baseada em Projetos. Aprendizagem Ativa. Contabilidade.
Competências.
ABSTRACT
The exercise of the accounting profession has challenged its practitioners to guide and make
decisions in the context of complex variables and dynamic environment. To improve it, a
preamble to new paradigms of learning and active methodologies is needed. Project Based
Learning is an active teaching strategy that enables students to develop skills and abilities to
solve problems in the business environment through the achievement of a project. The
purpose of this research is to analyze the effectiveness of the application of the Project Based
Learning - ABP methodology in the development of competencies in the Business
Controllership discipline. To reach the objective of this study, a descriptive research was
carried out, with quantitative-qualitative approach to the problem. The data collection was
done through participant observation, application of questionnaires with the students and
documentary analysis. The analysis of the questionnaires was done by spreadsheets, by the t-
student test and then it was made an analysis of the content of the reports delivered at the end
of the application of the method. The results showed that the students agree that the ABP
allowed the development of skills, abilities and attitudes for the exercise of the accounting
profession. Students still claim to learn more from traditional methods of teaching but
consider ABP also a good teaching methodology and it brings good contributions to
accounting teaching. Finally, it is concluded that the application of Project Based Learning
has shown to be effective in the development of skills, abilities and attitudes in the teaching of
Accounting, specifically in the Discipline of Corporate Controllership.
Keywords: Project Based Learning. Active Learning. Accounting. Skills.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Aplicação da ABP em Sala de Aula .......................................................................... 47
Figura 2 Organograma da Execução das Atividades Realizadas ............................................. 48
Figura 3 Acompanhamento Feito Pela Professora Durante a Execução da ABP .................... 49
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 Perspectivas sobre a realização do projeto ................................................................ 52
Gráfico 2 Desenvolvimento de Competências e Habilidades na Construção do Projeto .......... 53
Gráfico 3 Envolvimento do Professor e Aluno na construção do projeto ................................. 54
Gráfico 4 Desempenho dos componentes do grupo e Aprendizagem com o método ABP ...... 56
Gráfico 5 Contexto de consolidação dos conteúdos, desafio e motivação na construção do
projeto ................................................................................................................................... 57
Gráfico 6 Papel do aluno e professor na execução do projeto ................................................... 58
Gráfico 7 Conhecimentos inicias da disciplina de Controladoria Empresarial ......................... 60
Gráfico 8 Conhecimentos sobre os sistemas, o modelo de gestão e as etapas do processo de
gestão ................................................................................................................................... 61
Gráfico 9 Pontos fortes da aplicação da metodologia Aprendizagem Baseada em Projetos ..... 63
Gráfico 10 Pontos fracos da aplicação da metodologia Aprendizagem Baseada em Projetos .... 64
Gráfico 11 Contribuições da aplicação da ABP para o ensino de Contabilidade ........................ 65
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 Metodologias de Ensino .............................................................................................. 22
Quadro 2 Metodologias de Aprendizagem Ativa ........................................................................ 26
Quadro 3 Execução do ABP na perspectiva de Bento (2011) ..................................................... 30
Quadro 4 Execução do ABP na perspectiva de Nascimento, Behrens e Torres (2016) .............. 30
Quadro 5 Estudos sobre a aplicação do ABP no ensino de Contabilidade .................................. 35
Quadro 6 Estudos sobre a aplicação do ABP no ensino de áreas diversas .................................. 37
Quadro 7 Conteúdos integrantes da disciplina: Controladoria Empresarial ................................ 41
Quadro 8 Composição do Grupo ................................................................................................. 46
Quadro 9 Critérios de Avaliação da Aplicação do Método ABP ................................................ 49
Quadro 10 Cronograma de ações desenvolvidas durante o Projeto de Intervenção ...................... 49
LISTA DE SIGLAS
ABP Aprendizagem Baseada em Projetos
IES Instituição de Ensino Superior.
MP Metodologia de Projetos.
PBL Problem Based Learning.
PjBL Project Based Learning.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Estatística Descritiva da Autoavaliação dos discentes na aplicação do
ABP..........................................................................................................................................66
Tabela 2: Estatística Descritiva da Avaliação dos Pares dos discentes na aplicação do
ABP..........................................................................................................................................67
Tabela 3: Teste t-student..........................................................................................................68
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 16
1.1 Contextualização e Problemática do Tema ......................................................... 16
1.2 Objetivos Da Pesquisa ........................................................................................... 18
1.2.1 Geral ........................................................................................................................ 18
1.2.2 Específicos............................................................................................................... 18
1.3 Justificativa ............................................................................................................ 18
2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................ 21
2.1 Metodologias De Ensino E Aprendizagem .......................................................... 21
2.2 Metodologias De Ensino Ativas ............................................................................ 24
2.3 Aprendizagem Baseada Em Projetos .................................................................. 28
2.3.1 Estrutura de Aplicação da Aprendizagem Baseada em Projetos ............................. 30
2.3.2 Vantagens e Limitações........................................................................................... 31
2.4 Estado Da Arte....................................................................................................... 33
3 METODOLOGIA ................................................................................................. 40
3.1 Unidade De Análise ............................................................................................... 40
3.1.1 Participantes e Local da Pesquisa ............................................................................ 40
3.1.2 Disciplina Controladoria Empresarial ..................................................................... 41
3.2 Instrumentos De Coleta De Dados ....................................................................... 42
3.3 Análise Dos Dados ................................................................................................. 43
3.4 Hipóteses Da Pesquisa ........................................................................................... 44
4 ESTRUTURAÇÃO DO ABP NA DISCIPLINA DE CONTROLADORIA
EMPRESARIAL .................................................................................................................. 45
4.1 Identificação Do Projeto ....................................................................................... 45
4.2 Objetivos................................................................................................................. 45
4.3 Metodologia ............................................................................................................ 46
4.4 Cronograma De Realização Das Atividades ....................................................... 49
5 ANÁLISE DOS RESULTADOS .......................................................................... 51
5.1 Análise Da Implementação Da Abp Na Disciplina De Controladoria
Empresarial .......................................................................................................................... 51
5.1.1 Análise da Percepção dos alunos quanto à Aplicação do Projeto ........................... 51
5.1.2 Análise da Percepção dos alunos quanto ao Papel do aluno e professor ................ 58
5.1.3 Análise da Percepção dos alunos quanto a Avaliação do conhecimento
adquirido ................................................................................................................................ 59
5.1.4 Análise da Percepção dos alunos quanto a outras sugestões sobre o método ......... 62
5.2 Análise Da Autoavaliação E Da Avaliação Dos Pares Na Aplicação Da Abp .. 66
5.3 Análise Da Aplicação Do Abp .............................................................................. 68
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................ 71
REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 74
APÊNDICE A ...................................................................................................................... 80
APÊNDICE B ....................................................................................................................... 82
APÊNDICE C ...................................................................................................................... 85
16
1 INTRODUÇÃO
1.1 Contextualização e Problemática do Tema
No contexto da educação, em particular a de nível superior, as Diretrizes
Curriculares Nacionais estabelecem que os alunos egressos dos cursos devem ser capazes de
desenvolver um pensamento crítico, reflexivo e criativo na identificação e resolução de
problemas cotidianos (GEMIGNANI, 2013).
Atualmente, existem dificuldades em relacionar as práticas pedagógicas e
profissionais quando se utiliza o sistema tradicional de ensino. O sistema tradicional se
caracteriza pela transmissão unilateral de conhecimento do docente para o aluno (PINHEIRO;
SARRICO; SANTIAGO, 2011). Em contrapartida aos métodos tradicionais de ensino,
surgem as metodologias ativas, que auxiliam o aluno no sentido de consolidar os
conhecimentos adquiridos anteriormente, comunicar as suas ideias de forma efetiva, analisar
os problemas de forma crítica, desenvolver a capacidade de tomar decisões e aumentar o
interesse em aprender (MASSON et al., 2012; SCHNEIDER; SANTOS, 2014; NEUMANN;
BORELLI; OLEA, 2016).
As teorias de aprendizagem ativas, como o construtivismo, almejam a construção do
conhecimento e competências pelo próprio discente como uma forma mais efetiva e
motivadora de aprendizagem. Nessa perspectiva de ensino, a relação professor/aluno é
fundamental para o êxito do processo (SCHNEIDER; SANTOS, 2014; NEUMANN,
BORELLI; OLEA, 2016).
Nas metodologias ativas os alunos deparam-se com problemas e casos complexos,
reais ou não, e serão responsáveis por aprender como solucioná-los. Enquanto isso, o
professor busca auxiliar no processo de aprendizagem, assumindo um papel de facilitador e
não de fornecedor de conhecimento.
Diante da complexidade dos problemas vivenciados pela sociedade, percebe-se que
os métodos tradicionais de ensino acabam limitando a prática dos alunos com as situações
presentes no mercado de trabalho, dificultando o processo de desenvolvimento de
competências e habilidades requeridas para o exercício de sua profissão (SCHNEIDER;
SANTOS, 2014).
As exigências atuais do mercado de trabalho implicam em novos desafios para o
ensino, especialmente no que diz respeito aos aspectos pedagógicos e metodológicos. Assim,
17
uma das medidas, para promover o processo de mudança e inovação no ensino, é o incentivo
à utilização de metodologias de ensino ativas e de aprendizagem participativa (MARQUEZ;
JIMÉNEZ-RODRIGO, 2014).
As metodologias ativas de ensino têm por objetivo motivar os estudantes, a fim de
ativar os seus conhecimentos prévios, e atribuir um novo significado às suas descobertas de
forma crítica. Esse método busca ainda favorecer a solução de problemas do cotidiano, bem
como o desenvolvimento do próprio aluno como aprendiz para a vida.
Dentre as metodologias ativas, a aprendizagem baseada em projetos é uma
abordagem de ensino que possibilita o desenvolvimento de uma aprendizagem eficaz. Essa
abordagem promove um maior envolvimento e desempenho dos alunos, uma vez que os
incentivam a atuarem cooperativamente na busca de soluções reais para o cotidiano,
propiciando, assim, um ensino diferenciado e com resposta as questões e os problemas reais
do mundo do trabalho (NEUMANN; BORELLI; OLEA, 2016).
Segundo Nascimento, Behrens e Torres (2016), a utilização da metodologia baseada
em projetos na sala de aula exige uma mudança significativa na ação pedagógica do professor.
Essa perspectiva de ensino requer uma postura criativa, crítica e transformadora frente aos
processos de aprendizagem, fazendo com que os docentes também estejam num permanente
processo de “aprender a aprender”.
A Aprendizagem Baseada em Projetos surge como uma metodologia inovadora e
visa aperfeiçoar os futuros profissionais para as novas exigências do mercado de trabalho
(PRADO, 2011). Ademais, essa abordagem busca promover a integração entre a teoria e a
prática, de maneira a estimular os alunos a fazerem uma reflexão acerca de diferentes práticas
profissionais discutidas pelo professor e pelo aluno (NEUMANN; BORELLI; OLEA, 2016).
Os trabalhos de pesquisa realizados sobre a metodologia baseada em projetos
evidenciam que esse modelo é amplamente utilizado nas áreas das engenharias, da tecnologia
da informação e de administração de negócios (BASBAY; ATES, 2009; FERNANDES,
2014; MARQUEZ; JIMÉNEZ-RODRIGO; 2014; NOGUEIRA, 2014; NEUMANN;
BORELLI; OLEA, 2016; GÓMEZ-PABLOS; POZO; MUÑOZ-REPISO, 2016), não tendo a
mesma representatividade no ensino da contabilidade (WORM; KAIBER, 2009; BALSELLS;
CHAMORRO; PEREA, 2012; RADIANTO, 2013; CARRASCO et al, 2015; KUMARI;
NANDAL, 2016; AZEVEDO; ARAUJO; MEDEIROS, 2017).
Diante desse contexto, o presente estudo tem por objetivo responder a seguinte
problemática: Qual a efetividade da aplicação da metodologia Aprendizagem Baseada em
Projetos no desenvolvimento de competências na disciplina Controladoria Empresarial?
18
1.2 Objetivos Da Pesquisa
1.2.1 Geral
Analisar a efetividade da aplicação da metodologia Aprendizagem Baseada em
Projetos - ABP no desenvolvimento de competências na disciplina Controladoria Empresarial.
1.2.2 Específicos
a) Descrever a percepção dos discentes do curso de Ciências Contábeis acerca do
método de ensino.
b) Verificar a viabilidade do projeto em relação ao papel do aluno e professor.
c) Aferir o conhecimento adquirido com a aplicação do método.
d) Evidenciar o desempenho dos alunos em relação a autoavaliação e a avaliação
dos pares.
e) Identificar as competências desenvolvidas com a aplicação da
metodologia Aprendizagem Baseada em Projetos;
f) Demonstrar a percepção do docente em relação a utilização do ABP.
1.3 Justificativa
As crescentes transformações que vem ocorrendo no ambiente contábil, e tem como
um dos fatores o processo de convergência às Normas Internacionais de Contabilidade,
requerem uma mudança na postura profissional do contador. Isso exige que os profissionais
contábeis assumam uma postura ativa dentro da entidade, e desenvolvam competências e
habilidades necessárias para avaliar e resolver situações cotidianas do mercado de trabalho.
Dentro desse contexto, surge a necessidade da Instituição de Ensino Superior (IES),
em utilizar metodologias de ensino que desenvolvam as competências indispensáveis para se
alcançar um bom desempenho para a prática da ciência contábil. As estratégias de ensino
ativas se enquadram nessa perspectiva, uma vez que almejam a construção do conhecimento e
competências pelo próprio discente como uma forma mais efetiva e motivadora de
aprendizagem (SCHNEIDER; SANTOS, 2014).
19
A escolha da aplicação da ABP justifica-se por ser uma prática de ensino ativa, de
característica sistêmica, onde os discentes têm a oportunidade de adquirir conhecimentos e
competências através de um processo de investigação de questões desafiadoras, tarefas
relacionadas com a realidade de sua profissão, e com projetos planejados de forma cuidadosa
que visa fomentar uma aprendizagem eficiente e eficaz (MASSON et al, 2012).
Além disso, percebe-se que os diversos estudos empíricos relacionados com a prática
da ABP no ensino de Contabilidade (WORM; KAIBER, 2009; BALSELLS; CHAMORRO;
PEREA, 2012; RADIANTO, 2013; CARRASCO et al, 2015; KUMARI; NANDAL, 2016;
AZEVEDO; ARAUJO; MEDEIROS, 2017) não evidenciam o conhecimento adquirido com a
utilização do método, nem demonstram de forma conjunta a percepção do discente e docente
quanto a aplicação do mesmo.
Worm e Kaiber (2009) investigaram a viabilidade de desenvolver os conteúdos
conceituais e procedimentais da disciplina de Matemática financeira, nos cursos de graduação
de Administração e Ciências Contábeis, mediante a organização de projetos de trabalho. Por
sua vez, Balsells, Chamorro e Perea (2012) buscaram analisar a adoção de uma metodologia
de aprendizagem baseada em projetos e trabalhos em equipe em uma disciplina de “Sistemas
de Informações Contábeis”.
Radianto (2013) visou investigar o papel da contabilidade gerencial como uma
ferramenta que possibilite aumentar o desempenho dos projetos de negócios dos alunos. Já o
estudo de Carrasco et al (2015) buscou realizar o desenho e a validação de um questionário
que sirva para medir a efetividade das metodologias de participação ativa, conforme a
Aprendizagem Baseada em Projetos (ABPrj) na percepção dos alunos.
O propósito de Kumari e Nandal (2016) foi medir a eficácia da aprendizagem
baseada em projetos em educação profissional, especialmente no programa de MBA. E, por
fim, Azevedo, Araújo e Medeiros (2017) tiveram como objetivo identificar os conhecimentos,
as habilidades e as atitudes desenvolvidas pelos discentes de Contabilidade por meio da
Aprendizagem Baseada em Projetos (ABP) na disciplina Orçamento Empresarial.
Logo, ao analisar o propósito dos estudos já realizados sobre o tema, percebe-se o
diferencial desta pesquisa em relação às demais. Este estudo pretende mostrar a efetividade do
PjBL no ensino de contabilidade através da percepção dos discentes, do docente e da
avaliação do conhecimento adquirido ao longo do processo.
Desse modo, espera-se que a realização deste trabalho contribua para a discussão do
uso de metodologias ativas na educação, especialmente o método ABP. Como também,
fomente a utilização das abordagens ativas no ensino da contabilidade, e sirva de subsídio
20
para reflexões no processo de formação acadêmica dos docentes. E, por fim, permita avaliar a
efetividade da metodologia em questão para a consolidação do conhecimento dos discentes
envolvidos nesse processo.
21
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Metodologias De Ensino E Aprendizagem
Atualmente, um dos princípios essenciais do processo de ensino e aprendizagem está
ligado ao modo de ensinar, aprender e apreender (NEUMANN; BORELLI; OLEA, 2016).
O ensino está relacionado com a função do professor de planejar as aulas com a
finalidade de transmitir seus conhecimentos aos alunos, como uma forma de dar respostas aos
questionamentos que surgem dentro do processo de aprendizagem (KRÜGER; ENSSLIN,
2013; SANTOS, 2001).
O Processo de Aprendizagem é a maneira de a inteligência manifestar-se, e a
construção do conhecimento ocorre mediante a interação do indivíduo com o seu meio, com o
intuito de adaptar-se e sobreviver diante do contexto em que está inserido (SANTOS, 2001).
Segundo a Taxonomia de Bloom o processo de aprendizagem engloba a aquisição de
conhecimentos, habilidades, atitudes e competências, em que estes são obtidos com a
mediação do docente. Paralelo à essa taxonomia, está o estudo de Stanton (1980) que também
enfatiza a ligação da aprendizagem com o desenvolvimento dos aspectos básicos de
aprendizagem: o conhecimento, a habilidade e a atitude (NEUMANN; BORELLI; OLEA,
2016).
Existem diversas metodologias de ensino que podem ser utilizados para a
transmissão de conhecimento nos cursos de ensino superior e ligado a essas metodologias
estão as estratégias de ensino utilizadas pelos professores para repassarem o conteúdo das
disciplinas que ministram (KRÜGER; ENSSLIN, 2013). Dentre esses métodos, cabe destaque
o tradicional e o construtivista.
No método tradicional de ensino, o professor é o sujeito ativo do processo de
construção do conhecimento. Segundo essa linha de raciocínio, esse método propõe que o
professor transmita o seu conhecimento para os alunos por meio de aulas teórico-expositivas
(KRÜGER; ENSSLIN, 2013). Nesse método, o professor é o detentor de todo o
conhecimento, tendo em vista que os alunos possuem um espaço bastante limitado (ou até
mesmo inexistente) em razão de não possuírem autonomia na busca de seu conhecimento
(GOMES et al, 2013).
22
Já o método construtivista busca a construção do conhecimento e das competências a
partir do próprio aluno, visto que ele é o sujeito ativo do processo de construção do seu
conhecimento.
Nessa perspectiva, percebe-se que o centro detentor do conhecimento passa a ser o
aluno, uma vez que ele possui autonomia e é o responsável pela construção do seu
conhecimento, enquanto que o professor atua como um coadjuvante e um mero instrutor
(GOMES et al, 2013). Dessa forma evidencia-se que o envolvimento do discente com o
docente é fundamental para o êxito do processo de aprendizagem do aluno (SCHNEIDER;
SANTOS, 2014; NEUMANN; BORELLI; OLEA, 2016).
No processo de ensino aprendizagem, o docente deve propor ações que desafiem ou
possibilitem a construção do conhecimento por parte dos discentes, tornando-se necessária a
utilização de metodologias de ensino. Anastasiou e Alves (2007, p. 68) "justifica a adoção do
termo estratégias, no sentido de estudar, selecionar, organizar, propor as melhores
ferramentas facilitadoras para que os estudantes se apropriem do conhecimento". Desse modo,
o uso do termo “estratégias de ensino” refere-se aos meios utilizados pelos docentes na
articulação do processo de ensino e aprendizagem.
No desenvolvimento da sua prática docente, o professor deve levar em consideração
o método que melhor se enquadre nas características dos seus alunos, bem como as
características relacionadas com os conteúdos da disciplina proposta (MAZZIONI, 2013).
A adoção da metodologia de ensino e aprendizagem deve levar em consideração as
características dos alunos e dos conteúdos a serem apresentados na disciplina, assim como os
objetivos propostos no plano de curso. O Quadro 01 apresenta algumas Estratégias de Ensino
propostas pelos autores, Anastasiou e Alves (2004); Marion e Marion (2006); Petrucci e
Batiston (2006); Lima (2012) e Frezzati e Martins (2016).
QUADRO 1 - METODOLOGIAS DE ENSINO Métodos Autores
Brainstorming (Anastasiou; Alves, 2004)
Case-Based Learning (Frezzati; Martins, 2015)
Coperative Learning (Lima, 2012)
Discussão e debate (Marion; Marion, 2006)
Dramatização ou psicodrama (Anastasiou; Alves, 2004); (Marion; Marion, 2006)
Ensino com pesquisa (Anastasiou; Alves, 2004)
Ensino em pequenos grupos (Petrucci; Batiston, 2006)
Escritório ou empresa modelo (Petrucci; Batiston, 2006)
23
Métodos Autores
Estudo dirigido e aulas orientadas (Anastasiou; Alves, 2004); (Marion; Marion, 2006); (Petrucci;
Batistin, 2006)
Estudo de caso (Anastasiou; Alves, 2004); (Marion; Marion, 2006); (Petrucci;
Batistin, 2006)
Estudo de texto (Anastasiou; Alves, 2004); (Marion; Marion, 2006); (Petrucci;
Batistin, 2006)
Estudo do meio (Anastasiou; Alves, 2004)
Exposições,excursões e visitas (Marion ;Marion, 2006); (Petrucci; Batiston, 2006)
Expositiva dialogada (Anastasiou; Alves, 2004); (Marion; Marion, 2006); (Petrucci,
Batiston, 2006)
Fórum (Anastasiou; Alves, 2004)
Grupos de verbalização e observação (Anastasiou; Alves, 2004)
Jogos de empresas (Marion; Marion, 2006); (Petrucci; Batiston, 2006)
Júri simulado (Anastasiou; Alves, 2004)
Mapa conceitual (Anastasiou; Alves, 2004)
Oficina, laboratório ou workshop (Anastasiou; Alves, 2004); (Marion; Marion, 2006)
Painel (Anastasiou; Alves, 2004)
Palestras (Marion; Marion, 2006); (Petrucci; Batiston, 2006)
Phillips 66 (Anastasiou; Alves, 2004)
Portfólio (Anastasiou; Alves, 2004)
Problem based learning (Frezzati; Martins, 2015)
Project based learning (Frezzati; Martins, 2015)
Resolução deexercícios (Marion; Marion, 2006)
Seminário (Anastasiou; Alves, 2004); (Marion; Marion, 2006); (Petrucci;
Batistin, 2006)
Simpósio (Anastasiou; Alves, 2004)
Solução de problemas (Anastasiou; Alves, 2004)
Fonte: Adaptado de Frezzati e Martins (2016); Mazzioni (2013); Lima (2012).
O processo de ensino-aprendizagem apresenta diversos fatores que podem interferir
no alcance dos resultados esperados. Conforme Mazzione (2013), esses fatores estariam
relacionados com as condições físicas da instituição de ensino, as condições de trabalho e os
recursos disponíveis aos discentes, bem como as metodologias de ensino utilizadas pelos
professores.
O autor ainda afirma que as condições sociais dos discentes também podem
influenciar nos resultados de ensino aprendizagem. Cada um tem uma forma diferente de
24
assimiliar conteúdos, pensar, agir e elaborar conclusões para a solução de problemas, ou seja,
adotam estilos de aprendizagem diferentes.
Conforme Silva (2006), os estilos de aprendizagem estão relacionados com as
características e preferências que os indivíduos apresentam para adquirir conhecimento e
desenvolver competências, habilidades e atitudes. Schmitt e Rodrigues (2016) descrevem em
seu estudo que existem 4 estilos de aprendizagem diferentes: visual, auditivo, leitura/escrita e
o sinestésico.
Portanto, cabe ao docente analisar quais metodologias de ensino-aprendizagem são
adequadas ao contexto da instituição, como também os diferentes estilos de aprendizagem dos
estudantes, com o intuito de selecionar aquela que propicie uma aprendizagem ativa aos seus
alunos.
2.2 Metodologias De Ensino Ativas
As metodologias de ensino compõem o arcabouço de abordagens e procedimentos
didáticos que os docentes utilizam para permitir aos seus alunos a produção do conhecimento
(NEVES JÚNIOR; ROCHA, 2010). Marion e Marion (2006) afirmam que a metodologia de
ensino é o caminho utilizado para transmitir o conhecimento e fazer a relação com a sua
prática.
Com a transformação do cenário do processo de ensino/aprendizagem no ensino
superior, o aluno deixa de ser espectador passivo e torna-se o centro da aprendizagem,
passando a ser o responsável pela construção de seu conhecimento. Essa mudança é o eixo
fundamental para se compreender as metodologias ativas de ensino e aprendizagem.
As metodologias de ensino ativas têm o intuito de gerar maior interação, autonomia
na busca e construção do conhecimento, e permite que os alunos desenvolvam um
pensamento crítico e reflexivo, bem como o trabalho em equipe. Essas metodologias são
mediadas pelo docente, cujo papel é viabilizar a formação crítica do estudante diante do
contexto real e do mundo do trabalho (NEUMANN; BORELLI; OLEA, 2016).
Ressalta-se que, além da mudança em termos metodológicos do ensino, existe a
mudança no sentido de que se exige cada vez mais da universidade que as disciplinas
ofertadas busquem uma correlação direta com o mercado de trabalho (MARQUEZ;
JIMÉNEZ-RODRIGO, 2014). Convém destacar que os modelos de ensino ativo servem como
25
pontos de referência para a aprendizagem por meio de experiências do mundo real para
estudantes de graduação e de pós-graduação (FREZZATI; MARTINS, 2016).
As metodologias ativas devem ser capazes de permitir aos alunos aprender a pensar,
a correlacionar teoria e prática, a fim de buscar adequar as necessidades da sociedade e a
resolver os problemas que emergem do cotidiano (GEMIGNANI, 2013).
A aprendizagem ativa deve partir de problemas que gerem instabilidade intelectual
sobre a realidade do sujeito, que precisa ser mobilizado para entender a realidade e seus
problemas (NEUMANN; BORELLI; OLEA, 2016). Há de se concordar com esse ponto de
vista, uma vez que se deve buscar a motivação dos estudantes, para que ativem os
conhecimentos prévios e, de forma crítica, atribuam um novo significado as suas descobertas,
favorecendo a solução de problemas do cotidiano, bem como o desenvolvimento do aluno.
Conforme Pinheiro, Sarrico e Santiago (2011), os métodos de ensino ativos
estimulam o desenvolvimento de competências sociais de crescimento intelectual e pessoal e
acaba por tornar tais competências mais eficazes. Nesse sentido, os alunos são responsáveis
por buscar respostas para seus próprios questionamentos, selecionar, e responder suas
dúvidas, justificando as conclusões encontradas.
No processo de implantação das metodologias ativas, são fundamentais a presença de
três figuras: o aluno, o docente e a Instituição de Ensino superior (IES).
Nessa perspectiva, o aluno assume o papel de sujeito ativo na construção do saber,
deixando de ser mero receptor de conteúdos, e adotando o papel de sujeito responsável por
buscar os conhecimentos necessários à resolução de seus problemas, com o intuito de atingir
os objetivos da aprendizagem (NEUMANN; BORELLI; OLEA, 2016; SESOKO;
MATTASOGLIO NETO, 2014; KRÜGER; ENSSLIN, 2013). O discente deve desenvolver
as características de criatividade, curiosidade científica, espírito crítico-reflexivo, capacidade
para autoavaliação, cooperação para o trabalho em equipe, senso de responsabilidade, ética e
sensibilidade (MILTRE et al, 2008).
Em contrapartida, o docente deve adotar uma postura de coadjuvante, deixando de
ser o centro do processo de aprendizagem e assumindo o papel de instrutor/tutor/facilitador na
construção do conhecimento (SESOKO; MATTASOGLIO NETO, 2014; MITRE et al, 2008).
Por sua vez, as IES devem proceder de forma a facilitar essas transformações,
organizando espaços com estruturas flexíveis e adaptáveis às necessidades dos usuários para a
realização de intervenção que possa estimular as capacidades que serão exigidas do egresso de
um curso superior pelo mercado profissional (MASSON et al, 2012).
26
A literatura apresenta algumas estratégias de aprendizagem ativas que podem ser
aplicadas em sala de aula, tais como: Case-Based Learning, Cooperative Note-Taking Pairs,
Design Thinking, Flipped Classroom, Guided Reciprocal Peer Questioning, Jogos de
Empresas, Just-In-Time Teaching, One-Minute Paper, Peer Instruction, Problem Based
Learning - PBL, Project Based Learning - PjBL, Think-Pair-Share (MEDEIROS; MOURA;
ARAÚJO, 2017; NEUMANN; BORELLI; OLEA, 2016; SANTOS; CATÂNIO;
CAMACHO, 2016; FREZZATI; MARTINS 2015).
QUADRO 2 - METODOLOGIAS DE APRENDIZAGEM ATIVA Estratégias Descrição
Case-Based Learning Esse método propõe ao aluno o desenvolvimento de soluções baseadas em
evidências para um problema existente em alguma organização e definido pelos
alunos e dentro do seu alcance.
Cooperative Note-Taking
Pairs
Propõe que os estudantes formem duplas durante a aula para trabalharem juntos.
Após um período curto, um aluno sintetiza suas anotações as quais incluem
informações ou correções para transmitir a outro.
Design Thinking É um método que viabiliza o tratamento de problemas, aparentemente não
solucionáveis, e desperta a inovação por meio de vídeos, teatros, apresentações
visuais, metáforas e músicas, compatibilizados com estatísticas, planilhas e
modelos de gestão.
Flipped Classroom Conhecido como método da sala de aula invertida. Propõe a reversão do ensino
tradicional, em que os estudantes fazem, primeiramente, a atividade reflexiva
fora da sala de aula e, posteriormente, em sala de aula é feita a assimilação do
conhecimento.
Guided Reciprocal Peer
Questioning
Nessa estratégia, o docente faz uma exposição oral brevesobre o conteúdo a ser
abordado, fornecendo, em seguida, uma relação de tópicos essenciais ao
conteúdo. Os estudantes individualmente elaboram questões sobre esses pontos
sem as respostas. Posteriormente, o professor organiza os alunos em grupos
para que discutam as questões e levanta as que são mais relevantes em cada
grupo. No final, o professor amplia a discussão das questões mais interessantes
com o grande grupo.
Jogos de Empresas Esta metodologia consiste em uma ferramenta de simulações com aspectos
inerentes à realidade empresarial. Com tal ferramenta, os jogadores devem
executar tarefas que se assemelham àquelas condizentes com suas atividades
profissionais.
27
Estratégias Descrição
Just-In-Time Teaching Antes da aula, os estudantes respondem algumas questões no ambiente virtual
sobre o conteúdo que será abordado na sala de aula. As respostas são colocadas
no ambiente poucas horas antes do início da aula. O professor define um prazo
máximo para a inserção das respostas, as quais serão analisadas e (utilizadas na
preparação das atividades) para preparar as atividades, dos exercícios e dos
problemas para a turma com o objetivo de sanar lacunas de aprendizagem
identificadas no processo.
One-Minute Paper Esse método propõe que o professor, antes do término da aula, incentive os
estudantes, de forma anônima e individual, a escreverem os pontos principais da
aula e os pontos que não ficaram muito claros. No final da aula, o professor
recolhe as anotações e avalia o entendimento dos estudantes sobre os assuntos
tratados em aula. Na próxima aula, o professor apresenta as questões anotadas
pelos estudantes e procura sanar as lacunas e os pontos que não ficaram claros.
Peer Instruction Nesse método, é necessário que os alunos façam uma leitura prévia do
conteúdo. Em sala de aula, nas aulas expositivas, os, esclarecem as dificuldades
potenciais, aprofundam a compreensão, criam confiança e fornecem exemplos
adicionais.
Problem Based Learning
(PBL)
Aprendizagem baseada na Resolução de Problemas na qual são ordenadas
situações que o estudante deverá dominar de acordo com sua formação,
resultará em uma problemática que será discutida entre tutores, docentes e
estudantes, com o objetivo de levantar hipóteses para explicá-las.
Project Based Learning
(PjBL)
Aprendizagem baseada em projetos configura-se em um método no qual o
professor mobiliza os seus estudantes rumo ao processo de aprendizado através
da resolução de problemas reais do mundo do trabalho.
Think-Pair-Share Esse método propõe que os estudantes trabalhem em conjunto na resolução de
um problema ou respondam a uma questão sobre uma leitura solicitada. Tal
leitura requer que os alunos pensem individualmente sobre uma pergunta
definida pelo professor. Posteriormente, os estudantes compartilhamcom seus
pares as ideias cuja discussão tem o objetivo de promover a participação, a
atenção e o envolvimento na compreensão e reflexão do conteúdo.
Fonte: Adaptado de Medeiros; Moura; Araújo (2017); Neumann; Borelli; Olea (2016); Santos;
Catânio; Camacho, (2016); Frezzati; Martins (2015).
As metodologias ativas, apoiadas pelas teorias construtivistas, propiciam ao aluno
uma autonomia na construção individual do conhecimento. Dessa forma, as várias estratégias
de ensino e aprendizagem para uma formação centrada no aluno vêm crescendo dentre as
diversas áreas de conhecimento.
28
Nesse contexto, aparece a Aprendizagem Baseada em Projetos como uma
metodologia de aprendizagem que visa a proporcionar um ambiente interativo focado no
trabalho em equipe e pautado na realização de um projeto. Tal projeto culmina em uma
solução, a partir de um problema real, articulada com o futuro contexto profissional, cujo
envolvimento proporciona o desenvolvimento de competências essenciais. Entre essas
competências podem ser citadas a capacidade de resolver problemas, apresentar resultados,
gerir e liderar pessoas, pensamento crítico, planejamento e organização, comunicação
interpessoal, criatividade, entre outros.
2.3 Aprendizagem Baseada Em Projetos
O desenvolvimento da metodologia da Aprendizagem Baseada em Projetos ocorreu
por volta de 1900, através de John Dewey, filósofo que comprovou por meio de seus
experimentos “aprender mediante o fazer”. Esse processo comprovado por Dewey é apoiado
no construtivismo, o qual explica que os indivíduos constroem o conhecimento por
intermédio das interações com seu ambiente (NOBRE et al, 2006; MASSON et al, 2012).
A Aprendizagem Baseada em Projetos (ABP) é uma metodologia de ensino que
busca o desenvolvimento de habilidades mediante a construção de projetos e a
contextualização de problemas ligados a realidade vivenciada (SESOKO; MATTASOGLIO
NETO, 2014; SCHNEIDER; SANTOS, 2014; FERNANDES; FLORES; LIMA, 2010).
Radianto (2013) afirma que o uso da ABP tem como propósito promover a inovação,
enfatizando a aprendizagem contextual por meio da complexidade das atividades que são
trabalhadas com os alunos.
Esse método favorece a aprendizagem, reconstrói o conhecimento e molda-o às
necessidades e imagem do aluno, promovendo uma construção ativa de significados para
quem aprende, tornando-a, simultaneamente, mais duradoura pela interiorização que promove
(PINHEIRO; SARRICO; SANTIAGO, 2011).
Nascimento, Behrens e Torres (2016) descrevem que a Metodologia de Projetos
(MP) é um método de ensino-aprendizagem com estratégias pedagógicas de natureza
inovadora, que objetiva superar o sistema de ensino baseado na “educação bancária”, uma vez
que esse sistema se caracteriza pela reprodução de conteúdos rígidos e acumulados
sistematicamente. Para Marquez e Jímenez-Rodrigo (2014), a aprendizagem baseada em
projetos consiste no fato de os alunos atuarem de forma colaborativa e planejarem ativamente,
29
desenvolvendo e avaliando um projeto de aplicação prática. Isso implica que os alunos
tenham a proposta de resolver problemas ou encontrar respostas para questões complexas,
exigindo, para tanto, um plano de ação.
De acordo com Worm e Kaiber (2009), a principal função do projeto é favorecer a
criação de estratégia de organização dos conhecimentos escolares em relação a dois aspectos:
o tratamento da informação e a relação entre os diferentes conteúdos em torno de problemas e
hipóteses que facilitem aos alunos a construção de seus conhecimentos, a transformação da
informação procedente dos diferentes saberes disciplinares em conhecimento próprio.
Conforme Barbosa e Moura (2013), existem algumas diretrizes que são essenciais
para o desenvolvimento do PjBL. Inicialmente, deve-se proceder à formulação de grupos de
alunos para a realização do projeto, definindo-se um período de tempo para execução do
projeto. Posteriormente, os alunos devem providenciar o uso de diversos recursos para
desenvolver o projeto, buscando fontes diversas, dentro ou fora do ambiente de ensino. E, por
fim, ao concluírem o projeto, os alunos devem socializar os resultados em diversos níveis de
comunicação.
Os principais objetivos da aplicação dessa metodologia são: promover a
aprendizagem centrada no aluno; fomentar o trabalho em equipe; desenvolver o espírito de
iniciativa e a criatividade; desenvolver competências de comunicação; desenvolver o
pensamento crítico e a interdisciplinaridade (FERNANDES, 2010; FERNANDES; FLORES;
LIMA, 2010).
Na perspectiva da ABP o aluno torna-se um sujeito ativo no processo de
aprendizagem, contribuindo com seu conhecimento e experiências prévias, e com os novos
conhecimentos adquiridos (MASSON et al, 2012). O aluno adquiri uma postura autônoma no
desenvolvimento dos saberes, bem como busca agir de forma cooperativa, ajudando o grupo
na construção do projeto (FERNANDES, 2010).
Por outro lado, o professor assume o papel de mediador no processo de ensino e deve
ser capaz de estimular o envolvimento e a participação ativa do aluno no seu processo de
aprendizagem (FERNANDES, 2010). O professor deixa de ser o transmissor do saber e passa
a ser um estimulador e parceiro do estudante na descoberta do conhecimento (MASSON et al,
2012).
30
2.3.1 Estrutura de Aplicação da Aprendizagem Baseada em Projetos
Segundo Bento (2011), as fases para a aplicação da Aprendizagem Baseada em
Projetos seguem a seguinte sequência: planejamento, execução, análise e depuração,
apresentação e por fim, a avaliação.
QUADRO 3 - EXECUÇÃO DO ABP NA PERSPECTIVA DE BENTO (2011) Etapa Descrição
1 - Planejamento Nessa fase, os alunos apresentarão um plano de trabalho, estabelendo as tarefas
que serão desenvolvidas, definindo as responsabilidades de cada componente do
grupo e elaboram um cronograma para execução das etapas do projeto.
2 - Execução Nessa etapa, os alunos irão procurar e reunir informações necessárias para
elaboração do projeto.
3 - Análise e Depuração Nesta fase, os alunos vão apresentar as informações colhidas, e o grupo irá
compartilhar e discutir as ideias e informações para começar a estruturar o
projeto.
4 - Apresentação Nessa fase, os alunos colocarão em prática suas habilidades ao exporem
claramente o que aprenderam e ao responderem o problema desafiador proposto
pelo professor. Dentro da apresentação, haverá um momento para fazer um
balanço e analisar todas as equipes e o professor conjuntamente. O intuito é que,
após exporem e verem os trabalhos uns dos outros, os grupos se comuniquem e
compartilhem suas ideias para gerar uma resposta consensual para a questão
desafiadora.
5 - Avaliação A avaliação é formativa e baseada no desempenho (a autoavaliação e avaliação
pelos pares). Nessa etapa, os grupos podem verificar em quais aspectos foram
bem-sucedidos, se houve pontos que poderiam melhorar, etc.
Fonte: Adaptado de Frezzati; Martins (2016); Gallego et al, (2015); Bento (2011).
Já Nascimento, Behrens e Torres (2016), evidenciam que a execução do ABP deve
percorrer onze etapas diferentes.
QUADRO 4 - EXECUÇÃO DO ABP NA PERSPECTIVA DE NASCIMENTO, BEHRENS
E TORRES (2016) Etapa Descrição
1 - Proposição do Tema Nessa fase, ocorre a escolha do tema. Essa fase é o ponto de partida para
definição de uma proposta.
2 - Proposta de
Problematização
É proposta a problematização, mediante a qual o docente apresenta a questão
desafiadora aos alunos.
31
Etapa Descrição
3 - Contextualização do
Tema
Nessa etapa, o problema é situado a partir de vivências, experiências,
conhecimentos prévios e hipóteses.
4 - Exposição Teórica Nessa etapa, o docente instigará os alunos a pesquisarem nos mais variados
recursos, visando o compartilhamento das informações encontradas.
5 - Pesquisa Inicial O aluno irá participar efetivamente na busca das informações tanto na
bibliografia disponível, quanto na rede informatizada.
6 - Produção Individual Essa etapa é caracterizada pelo aprofundamento e elaboração teórica.
7 - Discussão Coletiva Tem como finalidade a oportunização de situações de questionamentos que
gerem momentos compartilhados de maneira crítica e reflexiva.
8 - Produção Coletiva Nessa fase, são reunidas as produções individuais, as reflexões e as
contribuições da discussão coletiva.
9 - Produção Final Tem como papel o estímulo ao registro da produção do conhecimento que foi
construído ao longo do processo.
10 - Avaliação da
Aprendizagem
Essa fase possibilita que os alunos se manifestem e discutam a avaliação,
buscando o consenso sobre os critérios que deverão ser propostos com clareza e
com transparência.
11 - Avaliação Coletiva Essa é a etapa de acolhimento de impressões, opiniões e sugestões dos alunos,
que servirão como subsídios para a estruturação de novos projetos.
Fonte: Adaptado de Nascimento; Behrens; Torres (2016).
Embora apresentem etapas diferentes para o processo de execução do PjBL, tais
propostas oferecem elementos semelhantes. Dessa forma, evidencia-se que essas estruturas de
aplicação da ABP poderão ser adaptadas de acordo com as características do trabalho/ação
que se objetive realizar, podendo ser perfeitamente alteradas conforme as suas
especificidades.
2.3.2 Vantagens e Limitações
A Aprendizagem Baseada em Projetos, assim como todo método de ensino, possui
vantagens e limitações na sua aplicação.
32
Em seu estudo, Oliveira (2013) elenca algumas vantagens com a utilização da
metodologia de aprendizagem baseada em projetos, como por exemplo: orientação holística
para a prática profissional, consolidação de conhecimentos existentes, permite a prática
multidisciplinar, desenvolvimento de habilidades para solucionar problemas, interação entre
educandos e educadores, capacidade de respeitar as opiniões adversas, estimula o trabalho
dirigido e a autonomia na busca do conhecimento, e por fim, possibilita o aluno assumir
responsabilidades.
Sesoko e Mattasoglio Neto (2014) também apresentam algumas vantagens oriundas
da aplicação do ABP, como: a existência de uma maior interação entre o aluno e o professor,
e dos alunos entre si; o contato com temas atuais; a interdisciplinaridade e o entendimento da
relação entre a teoria e a prática; a ativação do conhecimento prévio; o desenvolvimento da
análise crítica e a responsabilidade compartilhada com o aluno, relativamente a sua
aprendizagem, contribuindo para a automotivação do estudante para aprender.
Márquez e Jiménez-Rodrigo (2014) identificaram, através dos relatos dos alunos,
diversas vantagens da utilização do método, dentre as quais: facilidade de comunicação entre
os membros do grupo por meio da plataforma virtual; possibilidade de trabalhar em conjunto;
flexibilidade no horário de trabalho e nas reuniões de grupo por meio da plataforma; materiais
de consulta para a realização do projeto permanentemente disponíveis na plataforma; ação
tutorial como um recurso indispensável na orientação; e trabalho do aluno guia.
Ribeiro (2016) em sua pesquisa aborda vantagens do uso do ABP como metodologia
de ensino, dentre as quais destaca-se: o desenvolvimento de habilidades comunicativas,
sociais e interpessoais, estimula a parceria entre docente e aluno, desenvolve a capacidade de
aprender a crumprir prazos e planos, promove uma autonomia nos estudos,
interdisciplinariedade, estimula o senso crítico, trabalho em grupo.
Alguns autores apontam algumas limitações na prática do ABP relacionadas ao
professor, ao aluno, à distribuição do conteúdo e ao processo de avaliação, na prática do ABP
(RIBEIRO, 2016; SESOKO; MATTASOGLIO NETO, 2014; OLIVEIRA, 2013).
33
Para o professor, apresentam-se como limitações as seguintes situações: a difícil
adaptação e a aceitação de mudança na forma de condução dos alunos; a dificuldade em
identificar de que forma e quando o aluno necessitará de instruções adicionais, e como
fornecê-las com isenção de sua opinião, sem interferir na autonomia do discente (RIBEIRO,
2016; SESOKO; MATTASOGLIO NETO, 2014); dificuldade em avaliar o aluno de forma
individual (RIBEIRO, 2016); exige uma maior carga administrativa, diminuindo o tempo
dedicado a pesquisas institucionais (RIBEIRO, 2016), e por fim, a dificuldade em elaborar um
problema desafiador rico, consistente e com base em um grupo de informações (SESOKO;
MATTASOGLIO NETO, 2014).
Com relação ao aluno, a limitação refere-se a dificuldade em mudar de postura,
passando da postura de sujeito passivo para ativo, assumindo uma certa autonomia na
construção do conhecimento; o tempo insuficiente para solucionar os problemas e
desenvolver os projetos; dificuldades dos educandos individualistas, competitivos e
introvertidos de se adaptarem à natureza participativa e colaborativa; necessidade de enfrentar
reuniões para refletir em conjunto sobre o projeto; diversidade de graus de envolvimento e
trabalho dentro da equipe; exigência de um elevado compromisso com o projeto; canais de
comunicação (RIBEIRO, 2016; SESOKO; MATTASOGLIO NETO, 2014; MÁRQUEZ,
JIMÉNEZ-RODRIGO, 2014; OLIVEIRA, 2013).
Outra limitação apresentada é a dificuldade em distribuir os conteúdos ao longo do
semestre; avaliar a eficiência do método e do conteúdo aprendido pelo aluno, existência de
lacunas nos conhecimentos conceituais (RIBEIRO, 2016; SESOKO; MATTASOGLIO
NETO, 2014; OLIVEIRA, 2013).
2.4 Estado Da Arte
Com base na literatura existente, o Quadro 3 apresenta estudos relacionados à
abordagem de ensino Aprendizagem Baseada em Projetos e sua aplicabilidade no ensino de
Contabilidade. Essas pesquisas fornecem evidências empíricas relacionadas a aplicação do
PjBL como estratégias de ensino (WORM; KAIBER, 2009; BALSELLS; CHAMORRO;
PEREA, 2012; RADIANTO, 2013; CARRASCO et al, 2015; KUMARI; NANDAL, 2016;
AZEVEDO; ARAUJO; MEDEIROS, 2017).
34
Dentre as pesquisas que aplicam o PjBL no ensino de Contabilidade, destaca-se o
estudo de Worm e Kaiber (2009) que investigaram a viabilidade de desenvolver os conteúdos
conceituais e procedimentais da disciplina de Matemática financeira, nos cursos de graduação
de Administração e ciências contábeis, mediante a organização de projetos de trabalho. Por
meio do trabalho com projetos, os alunos desenvolveram os conteúdos específicos previstos
nas disciplinas, bem como as competências inerentes aos profissionais da área. E a aplicação
do método ainda possibilitou o professor atuar como um orientador no processo, abrindo
espaço para o aluno se tornar um sujeito ativo do processo com autonomia na construção do
conhecimento e com pensamento crítico.
Balsells, Chamorro e Perea (2012) analisaram a adoção de uma metodologia de
aprendizagem baseada em projetos e trabalhos em equipe em uma disciplina de “Sistemas de
Informações Contábeis”. O trabalho foi realizado em duas partes, sendo uma individual e
outra parte feita em grupos de três alunos. Ao final da intervenção, os grupos deveriam
entregar um projeto conforme estabelecido pelo professor. A pesquisa apontou que os
estudantes se sentiram motivados a participar do projeto e trabalharam em equipe. Também se
pode identificar que os alunos se esforçam mais quando sabem a forma que serão avaliados.
Radianto (2013) investigou o papel da contabilidade gerencial como uma ferramenta
que possibilita aumentar o desempenho dos projetos de negócios dos alunos. Os resultados da
pesquisa mostraram que, com a aplicação da aprendizagem baseada em projetos, os alunos
entenderam a teoria e aplicaram-na em seus projetos de negócios reais. Logo, os autores
concluiram do estudo que a aprendizagem experiencial, como ABP, pode se tornar um
método alternativo para ensinar contabilidade.
Carrasco et al (2015) realizaram através de um estudo empírico um trabalho que
tinha como objetivo realizar o desenho e a validação de um questionário que servisse para
medir a efetividade das metodologias de participação ativa, conforme a aprendizagem baseada
em projetos (ABPrj). Através dos dados da pesquisa, os autores concluem que a estrutura do
modelo é aceita.
Kumari e Nandal (2016) buscaram medir a eficácia da aprendizagem baseada em
projetos em educação profissional, especialmente no programa MBA. Este estudo revela que
aprendizagem baseada em projetos (ABP) na educação profissional melhora as habilidades
analíticas, interpessoais, de liderança, técnicas e colaborativas dos estudantes. Em geral, os
participantes concordaram que o ABP contribuiu para ampliar o conhecimento e aptidões de
pesquisa dos estudantes.
35
Azevedo, Araújo e Medeiros (2017) que buscou identificar os conhecimentos,
habilidades e atitudes desenvolvidas pelos discentes de contabilidade através da aprendizagem
baseada em projetos, especificamente, na disicplina de Orçamento Empresarial. Os principais
resultados do trabalho apontam que quanto às habilidades, o trabalho em equipe, o
planejamento e a visão sistêmica foram as que apresentaram um maior desenvolvimento por
parte dos alunos. Com relação as atitudes, as mais desenvolvidas foram o comprometimento,
a proatividade e o respeito pela opinião dos outros.
QUADRO 5 - ESTUDOS SOBRE A APLICAÇÃO DO ABP NO ENSINO DE
CONTABILIDADE Autor(es) / Ano Resultados
Azevedo, Araújo e Medeiros (2017). - As habilidades mais desenvolvidas ao longo período foram o
trabalho em equipe, o planejamento e a visão sistêmica.
- As atitudes mais desenvolvidas foram o comprometimento, a
proatividade e o respeito pela opinião dos outros.
- Maior parte dos respondentes concordam totalmente com a
importância de cursar a disciplina utilizando o método.
Kumari e Nandal (2016). - A aprendizagem baseada em projetos (ABP) na educação
profissional melhora as habilidades analíticas, interpessoais, de
liderança, técnicas e colaborativas dos estudantes.
- Os participantes concordaram que o ABP contribuiu para ampliar o
conhecimento e aptidões de pesquisa dos estudantes.
Carrasco et al (2015). - O trabalho trouxe relevante contribuição metodológica, sobretudo
por despertar a discussão e por apresentar uma proposta de
questionário já validado que pode ser útil para medir a percepção dos
estudantes sobre a aquisição de habilidades e capacidades através da
aprendizagem baseada em projetos, como metodologia ativa de
ensino.
Radianto (2013). - A aplicação da aprendizagem baseada em projetos permitiu uma
consolidação dos conhecimentos teóricos através da prática em um
contexto real.
- O estudo evidenciou que aprendizagem experiencial, como PjBL,
pode se tornar um método alternativo para ensinar contabilidade.
Balsells, Chamorro e Perea (2012). - A aplicação do ABP foi um fator motivacional para os estudantes
se participarem do projeto e trabalharam em equipe.
- Também se pode identificar que os alunos se esforçam mais
quando sabem a forma que serão avaliados.
Worm e Kaiber (2009). - A aprendizagem baseada em projetos possibilitou desenvolver os
conteúdos específicos previstos para a disciplina e competências
36
Autor(es) / Ano Resultados
próprias aos profissionais da área.
- Permitiu o aluno ser o sujeito ativo, crítico, capaz de construir seu
conhecimento através da pesquisa.
- E por fim, foi possível contextualizar, revisar e introduzir novos
conteúdos, específicos da Matemática Financeira
Fonte: Dados da Pesquisa.
Outros estudos evidenciam a abordagem da aprendizagem baseada em projetos
também nas áreas das engenharias, da tecnologia da informação e de administração de
negócios (BASBAY; ATES, 2009; FERNANDES, 2014; MARQUEZ; JIMÉNEZ-
RODRIGO; 2014; NOGUEIRA, 2014; NEUMANN; BORELLI; OLEA, 2016; GÓMES-
PABLOS; POZO, MUÑOS-REPISO, 2016).
Basbay e Ates (2009) examinou os efeitos da aprendizagem baseada em projetos em
estudantes de informática e investigou a auto-avaliação de alunos versus avaliação de
professores também. Os principais achados do estudo foram a ênfase em certos
desenvolvimentos pessoais, tais como habilidades de pensamento e pesquisa, autoconfiança,
orientação profissional, habilidades de comunicação e espírito de equipe e a consideração do
instrutor como guia para a aprendizagem e o prazer de fazer parte da avaliação foram os
outros significantes resultados. Por outro lado, os alunos relataram que seu trabalho se
limitava ao desenvolvimento de projetos, e que as equipes sem colaboração efetiva pareciam
apresentar mais problemas.
Fernandes (2014) buscou apresentar as percepções de alunos e professores sobre a
eficácia da Aprendizagem Baseada em Projetos resultante para preparar graduados para a
prática profissional. A coleta de dados foi baseada em uma abordagem qualitativa, por meio
de questionários e grupos de discussão com estudantes e entrevistas semiestruturadas com os
professores. O resultado do estudo aponta que é possível reconhecer a importância da ABP
para melhorar a aprendizagem e preparar graduados para a prática profissional.
Nogueira (2014) buscou analisar se alunos adquiriram e consolidaram conhecimentos
na construção de um Projeto, em que registrem as competências e aptidões adquiridas ao
longo do Curso. A avaliação das aprendizagens dos alunos demonstrou que os objetivos de
aprendizagem propostos pelo projeto foram atingidos. Os alunos afirmam que aprenderam, de
forma autônoma, com a metodologia de projeto e revelaram que este, por ter sido aplicado em
um contexto real, gerou mais motivação no desenvolvimento do mesmo, concluindo-se desta
forma que a estratégia foi adequada e revelou-se um sucesso.
37
Gómez-Pablos, Pozo e Muñoz-Repiso (2016) destacaram as opiniões dadas por
professores em diferentes escolas na Espanha em relação à aprendizagem baseada em projetos
(ABP). A coleta de dados foi baseada em um questionário que foi construído e validado pelos
autores. O questionário foi aplicado a uma amostra de 310 professores. Os resultados apontam
que a maioria dos professores indicaram que os projetos promovem a participação ativa dos
alunos (95%), os motivou a aprender (96%) e os ajudaram a adquirir diversas habilidades
curriculares (90%). No entanto, os professores encontraram algumas dificuldades na
implementação do ABP nas escolas. Estes incluíram falta de apoio das equipes de gestão
escolar (33%) e o fornecimento inadequado de ferramentas tecnológicas (34%), o que
impediu a realização de algumas tarefas.
Neumann, Borelli e Olea (2016) buscaram aprofundar os estudos nas estratégias de
ensino e aprendizagem, com foco nas estratégias de aprendizagem ativa e na aprendizagem
baseada em projetos que podem ser incorporadas no ensino dos Cursos de Administração.
Através do estudo, constatou-se que, apesar das iniciativas e dos esforços da Instituição e dos
docentes, permanece o desafio da inserção de estratégias de aprendizagem ativa, notadamente,
a aprendizagem baseada em projetos.
QUADRO 6 - ESTUDOS SOBRE A APLICAÇÃO DO ABP NO ENSINO DE ÁREAS
DIVERSAS Autor(es) / Ano Área da Pesquisa Síntese da pesquisa
Gómez-Pablos, Pozo,
Muñoz-Repiso (2016).
Área - Educação - A maioria dos professores indicaram que os
projetos promovem a participação ativa dos
alunos (95%), os motivou a aprender (96%) e os
ajudaram a adquirir diversas habilidades
curriculares (90%).
- Dificuldades encontradas na implementação do
PjBL nas escolas foram falta de apoio das equipes
de gestão escolar (33%) e o fornecimento
inadequado de ferramentas tecnológicas (34%), o
que impediu a realização de algumas tarefas.
Neumann, Borelli e Olea
(2016).
Área - Administração - Existência de uma forte herança do modelo de
aula expositiva, apesar da tentativa frustrada de
implementação do ensino baseado em casos.
- Permanece o desafio da inserção de estratégias
de aprendizagem ativa, notadamente, a
aprendizagem baseada em projetos.
Fernandes (2014). Área- Engenharia - Reconhecer a importância do ABP para
38
Autor(es) / Ano Área da Pesquisa Síntese da pesquisa
melhorar a aprendizagem e preparar graduados
para a prática profissional.
- Os alunos e professores identificaram um
conjunto de benefícios do ABP, tais como
habilidades de trabalho em equipe, motivação,
articulação entre teoria e prática, resolução de
problemas, entre outros.
- As dificuldades e as desvantagens do ABP são
identificadas pelos alunos como as vantagens do
ensino e da aprendizagem tradicionais, que a nota
final dos alunos não depende de um grupo e a
carga de trabalho é também muito menor,
deixando os alunos com mais tempo livre.
Nogueira (2014). Área - Gestão e
Programação de
Sistemas Informáticos
- Os alunos afirmaram que aprenderam, de forma
autônoma com a metodologia de projeto e
revelaram que o fato de este poder ser aplicado
num contexto real, gerou mais motivação no
desenvolvimento do mesmo, concluindo-se desta
forma que a estratégia foi adequada e revelou-se
um sucesso.
- As avaliações obtidas pelos alunos tanto no
processo de desenvolvimento do produto, como
na avaliação do produto final, revelaram que as
atividades de ensino-aprendizagem planificadas e
desenvolvidas ao longo da intervenção
pedagógica foram cumpridas.
Basbay e Ates (2009) Área - Informática - Desenvolvimentos de habilidades de
pensamento e pesquisa, autoconfiança, orientação
profissional, habilidades de comunicação e
espírito de equipe.
- O papel do instrutor como guia para a
aprendizagem e o prazer de fazer parte da
avaliação foram os outros significantes resultados.
- O método apresentou limitações como o
desenvolvimento de projetos, e que as equipes
sem colaboração efetiva pareciam apresentar mais
problemas.
Fonte: Dados da Pesquisa
39
Os resultados dos estudos sobre a abordagem ABP convergem para a ideia que esta
metodologia de ensino contribui para o desenvolvimento de competências, habilidades e
atitudes dos discentes. Porém, como as demais metodologias de ensino, apresentam também
desvantagens e limitações na sua aplicação.
40
3 METODOLOGIA
A presente pesquisa pode ser classificada, quanto à sua abordagem, como qualitativa
e quantitativa.
Na pesquisa qualitativa as análises são mais profundas em relação ao fenômeno que
está sendo estudado, bem como apresenta as reflexões dos pesquisadores a respeito de suas
pesquisas como parte do processo de produção de conhecimento (FLICK, 2009).
A pesquisa quantitativa tem como característica o uso de quantificação durante a
coleta de informações, realizando o tratamento destas por meio de técnicas estatísticas desde
as mais simples (como por exemplo, teste de média), até as mais complexas (SILVA, 2010).
Para Creswell (2010), a utilização de um modelo misto de abordagem do problema
de pesquisa justifica-se de modo que o propósito geral do estudo não seja qualitativo ou
quantitativo de forma isolada.
Assim, essa pesquisa classifica-se como descritiva, pois, em consonância com o
definido por Gil (2002), tem como objetivo primordial descrever e analisar fatos e suas
particularidades, em específico, analisar a percepção dos discentes do curso de Ciências
Contábeis no desenvolvimento de competências e habilidades com a aplicação da
metodologia de Aprendizagem Baseada em Projetos na disciplina Controladoria Empresarial.
Trata-se de um estudo de caso. Para Yin (2005), o estudo de caso é um tipo de
pesquisa de campo que busca o entendimento da realidade sobre determinado tema, focando
uma ou várias unidades de análise.
3.1 Unidade de Análise
3.1.1 Participantes e Local da Pesquisa
Os sujeitos da pesquisa são 12 (doze) estudantes, do 7º período do Curso de Ciências
Contábeis, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - Campus Natal. Inclui os alunos
regularmente matriculados e com frequência regular na disciplina "Controladoria
Empresarial", ministrada no turno matutino, na referida instituição, oferecida no 1º semestre
de 2017.
41
Durante a primeira unidade da disciplina, foi realizado um projeto de intervenção
intitulado "Metodologia de Ensino Aprendizagem Baseada em Projetos no desenvolvimento
de um modelo de controladoria empresarial", com a finalidade de obter os dados necessários
para o alcance do objetivo desse estudo.
A amostragem é não-probabilistica (por conveniência), ou seja, é definida a partir da
experiência do pesquisador no campo de pesquisa. Essa amostragem busca um
aprofundamento de conhecimentos teóricos da relação entre o fenômeno estudado e o
contexto em que o mesmo está inserido (FONTANELLA et al, 2011).
Conforme Polit e Beck (2011), a amostragem em estudos fenomenológicos é
composta por indivíduos que estão inseridos no contexto do fenômeno e que são capazes de
expressar o significado de ter vivenciado essa experiência. Esse tipo de amostra também
busca evidenciar a diversidade das experiências individuais.
3.1.2 Disciplina Controladoria Empresarial
A unidade curricular, objeto da aplicação da Aprendizagem Baseada em Projetos, é a
disciplina Controladoria Empresarial. Essa disciplina integra um dos componentes
obrigatórios do Curso de Ciências Contábeis e tem como objetivo permitir o aluno identificar
o papel da controladoria no processo de gestão empresarial e no sistema de informação
gerencial.
Também apresenta os principais fundamentos teóricos e práticos de controladoria
empresarial e possui um conjunto mínimo de ferramentas para a efetivação da controladoria
em um ambiente empresarial. O Componente Curricular possui uma carga horária total de 60
horas/aula. Os conteúdos estão distribuídos conforme o quadro a seguir:
QUADRO 7 - CONTEÚDOS INTEGRANTES DA DISCIPLINA: CONTROLADORIA
EMPRESARIAL Número Conteúdo
1 A Controladoria como Ciência
2 O Sistema Empresa como Objetivo da Eficácia
3 O Modelo de Gestão e o Processo de Gestão
4 Missão e Estrutura da Controladoria e Papel do Controller
5 Sistema de Informação de Controladoria
6 Valor da Empresa: O Foco da Controladoria
42
Número Conteúdo
7 Gestões Complementares: Gestão de Impostos e Controle Patrimonial
8 Relações com Investidores
9 Controladoria Estratégica e Planejamento Estratégico
10 Sistema de Informação de Acompanhamento do Negócio
11 Balanced Scorecard (Controle de Metas Estratégicas)
12 Gerenciamento de Risco
13 Determinação da Estrutura do Ativo
14 Determinação da Estrutura do Passivo
15 Gestão Operacional
16 Modelos de Decisão para Execução dos Eventos Econômicos
17 Avaliação Global do Resultado e Desempenho e Análise da Geração de Lucros
18 Avaliação de Desempenho Setorial
19 Avaliação de Empresas e Decisão de Investimentos
Fonte: Ementa do Componente Curricular Controladoria Empresarial (CON4703).
Após cursar a disciplina, os discentes deverão ser capazes de entender a importância
da controladoria no ambiente empresarial, bem como as características básicas de um
controller. Os discentes também deverão ser capazes de conhecer as ferramentas básicas
utilizadas pela controladoria empresarial, tanto no aspecto teórico como prático.
3.2 Instrumentos De Coleta De Dados
Foram aplicados dois questionários (Ver apêndice A), adaptados dos estudos de
Soares (2008) e Nogueira (2014), e respondidos após a vivência prática dos alunos que
compõem a amostra do estudo. O primeiro questionário tem o formato semipadronizado e
busca avaliar a aplicabilidade do projeto proposto, a sua percepção em relação ao papel do
aluno e ao papel do professor, bem como aferir o conhecimento adquirido com a aplicação do
método no desenvolvimento de competências e habilidades.
No segundo questionário, que possui o formato padronizado, o aluno avaliou o seu
desempenho e o desempenho do grupo no desenvolvimento do projeto, como também atribuiu
uma nota a cada componente do seu grupo (inclusive a ele próprio), avaliando a postura e a
contribuição de cada integrante para construção do projeto.
Foi utilizada a escala likert como parâmetro para a autoavaliação e a avaliação do
grupo: 1 - Discordo totalmente, 2 - Discordo, 3 - Não concordo nem discordo, 4 - De acordo,
43
5 - Totalmente de acordo. Já com relação as notas que serão atribuídas aos componentes do
grupo variam de: 1- Pouquíssimo, 2 - Pouco, 3 - Moderado, 4 - Muito e 5 - Tudo em absoluto.
Por meio da aplicação de questionários, será possível levantar informações
relacionadas a percepção dos alunos sobre a aplicabilidade da metodologia Aprendizagem
Baseada em Projetos, como: o papel desempenhado pelo aluno e professor na aplicação do
método; avaliar o conhecimento adquirido como método ABP; fazer uma avaliação da sua
postura e do seu grupo no desenvolvimento do projeto; apresentar as contribuições e os
pontos fracos desse método e apresentar sugestões de como melhorar sua aplicabilidade no
ensino de Contabilidade.
A coleta de dados também ocorreu por meio da observação participante, uma vez que
existe a interação do pesquisador com o campo e com as pessoas objeto do problema de
estudo (FLICK, 2009).
E por fim, também foram utilizados para coleta de dados os relatórios entregues
pelos discentes com o projeto desenvolvido com a aplicação do método.
3.3 Análise Dos Dados
As respostas do questionário semipadronizado foram transcritas com o intuito de
compreender e analisar a percepção dos alunos sobre a aplicabilidade da ABP no
desenvolvimento de competências e habilidades. Em seguida as respostas dos questionários
serão apresentadas em forma de gráfico para facilitar a descrição do conteúdo das análises.
As respostas do questionário padronizado foram tabuladas em planilhas do Excel®.
Logo após, foi aplicado o teste de média aritimética nas respostas sobre a autoavaliação e a
avaliação dos pares feita pelos discentes.
Em relação à média atribuída pelos discentes a cada componente do grupo, foi
utilizado o teste comparativo de média - t-student - para verificar se as médias de
autoavaliação e avaliação dos pares são estatisticamente iguais, em relação a efetividade do
método ABP no desenvolvimento de competências e habilidades na disciplina Controladoria
Empresarial.
Os testes de médias aritiméticas e o teste t-student foram realizados através da
utilização do software Stata/SE 12.0.
44
Posteriormente, foi feita a análise qualitativa dessas respostas com a finalidade de
investigar o problema de pesquisa proposto, utilizando-se de teorias para explanar os achados
da pesquisa.
Em seguida, foi realizada a análise dos relatórios dos projetos desenvolvidos em sala.
De fronte às informações colhidas no relatório, foi analisado se o objetivo da aplicação do
projeto de intervenção foi efetivamente alcançado.
3.4 Hipóteses Da Pesquisa
Segundo Martins e Theóphilo (2016), as hipóteses são suposições formuladas pelo
pesquisador a partir de suas conjecturas sobre o fenômeno.
Ainda conforme os autores, a H0 é chamada de hipótese nula, ou seja, a hipótese
estatística a ser testada. A hipótese nula expressa uma igualdade.
Este estudo tem como problemática: "Qual a efetividade da aplicação da metodologia
Aprendizagem Baseada em Projetos no desenvolvimento de competências, habilidades e
atitudes na disciplina Controladoria Empresarial?"
Portanto, diante deste problema pode-se levantar a seguinte hipótese: H0: as médias
de autoavaliação e avaliação dos pares são estatisticamente iguais, em relação a efetividade do
método ABP no desenvolvimento de competências e habilidades na disciplina Controladoria
Empresarial.
45
4 ESTRUTURAÇÃO DO ABP NA DISCIPLINA DE CONTROLADORIA
EMPRESARIAL
4.1 Identificação Do Projeto
O projeto de intervenção pedagógica foi desenvolvido na Universidade Federal do
Rio Grande do Norte, especificamento no Curso de Ciências, na disciplina "Controladoria
Empresarial - Turno Matutino", ao longo da primeira unidade. O Projeto tem como tema
"Metodologia de Ensino Aprendizagem Baseada em Projetos no desenvolvimento de um
modelo de Controladoria Empresarial", e apresenta como questão problema: Qual o
modelo de Controladoria Empresarial para a empresa X?
A intervenção pedagógica justifica-se pelo fato do mercado de atuação dos
contadores necessitar de profissionais que apresentem competências para a resolução dos
problemas cotidianos, como por exemplo, comunicação, pensamento crítico, criatividade,
coperativismo e capacidade de inovação.
Alinhado ao desenvolvimento dessas competências está a utilização das
metodologias ativas de ensino, que são capazes de fomentar essas competências e
implementar novas estratégias no ensino de contabilidade.
4.2 Objetivos
O projeto tem como objetivos:
a) Geral
• Os alunos devem projetar o modelo de controladoria adequada para uma empresa
escolhida.
b) Específicos
• Desenvolver nos alunos competências na resolução de problemas existentes no
contexto real de mercado;
46
• Promover a ativação de conhecimentos prévios adquiridos em disciplinas anteriores;
• Motivar o aluno na busca por conhecimentos necessários à resolução da questão
desafiadora.
4.3 Metodologia
Para realização do projeto os alunos formaram 3 grupos que inicialmente seriam
compostos por 5 componentes cada, porém, dois alunos realizaram o trancamento da
disciplina, e um dos grupos ficou composto apenas por 3 discentes.
Os grupos foram compostos por 1 líder, 1 secretário e os demais eram membros.
Cada dos componentes desempenharão suas atividades conforme a função atribuída.
QUADRO 8 - COMPOSIÇÃO DO GRUPO Função Atribuições
Líder São responsáveis pelo “gerenciamento” dos encontros e das discussões, garantindo
a participação de todos (IOCHIDA, 2000).
Secretário Transcreve tudo que foi discutido na etapa de discussão com também, fazem a
anotação da lista de objetivos, referências a serem usadas e, ao final, entregam um
relatório ao tutor/docente (SOARES, ARAÚJO E LEAL, 2008).
Membro Participam ativamente de todas as etapas do processo de construção do projeto
auxiliando o líder e secretário.
Fonte: Adaptado (IOCHIDA, 2000; SOARES; ARAÚJO; LEAL, 2008)
O projeto de intervenção teve como base a aplicação da Aprendizagem Baseada em
Projetos e consistiu na construção de um projeto, que foi organizado em cinco fases:
apresentação do método; planejamento; execução; análise e depuração e avaliação, conforme
sugerido por Bento (2011) - Quadro 3.
Na primeira fase, foi feita uma explanação sobre os conceitos de Controladoria
Empresarial necessária para aplicação da metodologia de projetos, bem como uma
apresentação do método Aprendizagem Baseada em Projetos em sala de aula, expondo seu
conceito, suas características, o papel do aluno e do professor dentro do método, as
competências e habilidades que podem ser desenvolvidas com a aplicação da metodologia, as
vantagens e desvantagens dessa metodologia, a aplicação no curso de Ciências Contábeis e as
fases para realização da metodologia. Na etapa do planejamento do projeto, os alunos
47
identificaram o desafio, prepararam o projeto, fizeram a divisão dos membros do grupo e
ativaram os conhecimentos prévios para construção do projeto.
Na etapa da execução, os alunos fizeram a seleção dos conteúdos e a formulação de
questionamentos para levantamento de dados na empresa. Também nessa fase de execução, os
alunos foram a campo e coletaram informações da empresa para a elaboração do projeto.
Nessa etapa, os alunos formavam os grupos em sala e faziam a pesquisa,
levantamento e discussão sobre os assuntos pertinentes para elaboração dos questionamentos
necessários para coletar os dados na empresa analisada, conforme ilustrações abaixo:
FIGURA 1 - APLICAÇÃO DA ABP EM SALA DE AULA
Fonte: Imagens cedidas pela pesquisadora.
Na etapa de análise e depuração, os grupos fizeram a apresentação dos
questionamentos, cada grupo compartilhou e discutiu as ideias e informações com o intuito de
estruturar e melhorar o projeto.
E, por fim, a etapa da avaliação, em que os alunos fizeram as apresentações e as
entregas dos projetos e, posteriormente, foi realizada a avaliação individual dos membros de
cada grupo, a avaliação dos pares e a avaliação dos docentes.
48
FIGURA 2 - ORGANOGRAMA DA EXECUÇÃO DAS ATIVIDADES REALIZADAS
Fonte: Elaboração própria.
A função do professor na execução do projeto foi auxiliar os componentes do grupo
na construção do projeto, incentivar todos os membros a participar ativamente do projeto,
direcionar os alunos para a elaboração dos questionamentos, aferir o conhecimento adquirido
com a utilização do ABP, e por fim, avaliar o desempenho individual e dos pares.
49
FIGURA 3 - ACOMPANHAMENTO FEITO PELA PROFESSORA DURANTE A
EXECUÇÃO DA ABP
Fonte: Imagens cedidas pela pesquisadora.
O processo de avaliação se baseou no desenvolvimento de competências, habilidades
e atitudes dos discentes. A nota final foi atribuída conforme o seguinte quadro:
QUADRO 9 - CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DA APLICAÇÃO DO MÉTODO ABP Tarefa Pontos
1. Controladoria é uma ciência que se distingue da contabilidade? 1
2. Como as teorias Institucional da Contingencia, do Ciclo de vida e da Restrição de recursos se
aplicam à Controladoria
1
3. Apresentação oral dos questionamentos levantados para construção da proposta de
Controladoria Empresarial
2
4. Apresentação oral do Projeto de Implantação de uma Controladoria Empresarial na Empresa X 2
5. Projeto Escrito de Implantação de uma Controladoria Empresarial 4
Fonte: elaboração própria.
4.4 Cronograma de Realização das Atividades
O projeto foi realizado durante a primeira unidade da disciplina que compreende o
período de 13/02/2017 até 05/04/2017. O quadro a seguir especifica as tarefas executadas em
cada dia de aula:
QUADRO 10 - CRONOGRAMA DE AÇÕES DESENVOLVIDAS DURANTE O
PROJETO DE INTERVENÇÃO Etapas Atividades Data
Explanação sobre os
conceitos de
Controladoria
Empresarial
Apresentação de conceitos relacionados a Controladoria
Empresarial necessários para elaboração do Projeto.
13/02 a 06/03
50
Etapas Atividades Data
Apresentação do método Apresentação da Metodologia Aprendizagem Baseada em
Projetos em sala de aula, mostrando seu conceito, suas
características, o papel do aluno e do professor dentro do
método. As competências e habilidades que podem ser
desenvolvidas com a aplicação da metodologia; as vantagens e
desvantagens dessa metodologia; a aplicação no curso de
Ciências Contábeis e as Etapas para realização da
metodologia.
13/03
Planejamento Quais os conhecimentos relevantes para projetar uma
controladoria?
Quais eu possuo?
Quais preciso buscar?
13/03
Execução Reunião de conteúdo teórico e formulação de questionário
para levantamento de dados da empresa e outras fontes.
15/03
Análise e Depuração Apresentação dos questionamentos;
Reunião de conteúdo teórico e formulação de questionário
para levantamento de dados na empresa e outras fontes.
20/03
Execução Levantamento de dados na empresa e outras fontes 22/03
Execução Elaboração do projeto de implantação de uma controladoria na
empresa X.
27/03
29/03
Conclusão e avaliação Apresentação oral e escrita do projeto;
Avaliação individual e pelos pares.
03/04
Avaliação do professor (feedback)(*). 05/04
Fonte: Elaboração própria.
51
5 ANÁLISE DOS RESULTADOS
5.1 Análise da Implementação da ABP na disciplina Controladoria Empresarial
A análise do processo de implementação da Aprendizagem Baseada em Projetos na
disciplina de Controladoria Empresarial constitui a primeira forma de avaliação da eficácia
desse método de ensino. Nesta primeira parte são analisadas as percepções do aluno e
professor quanto à aplicação do método, ao papel do aluno e professor, avaliação do
conhecimento adquirido e são apresentadas algumas sugestões de sobre a ABP.
Nessa etapa da utilização do método, buscou-se obter um feedback, por partes dos
diversos participantes, de toda a execução do método e fazer levantamentos sobre a eficácia
do mesmo como estratégias de ensino e também apontamentos de pontos que podem ser
melhorados ao longo da execução.
5.1.1 Análise da Percepção dos alunos quanto à Aplicação do Projeto
Inicialmente, este estudo buscou evidenciar a perceção dos alunos em relação a
aplicação do método na disciplina de Controladoria Empresarial. E para tal, são apresentados
os resultados provenientes da análise das respostas dos alunos ao questionário de avaliação da
ABP.
Foram elaborados 17 questionamentos com o intuito de que o aluno analisasse a
efetividade da aprendizagem do ensino de Controladoria Empresarial com a utilização da
aprendizagem baseada em projetos.
Os primeiros questionamentos abordaram as perspectivas dos discentes sobre a
realização do Projeto, conforme o gráfico 1:
52
GRÁFICO 1: PERSPECTIVAS SOBRE A REALIZAÇÃO DO PROJETO
Fonte: Dados da Pesquisa.
Em relação à execução do projeto, metade dos alunos avaliaram que foi fácil de
realizar, enquanto a outra metade avalia que não. Segundo Sesoko e Mattasoglio (2014) uma
das dificuldades dos alunos em realizar o projeto é a mudança na postura na busca de
conhecimento, passando de passivo para ser ativo no processo de aprendizagem. Nesse
estudo, os autores ainda apontam como possível solução para esta dificuldade um período de
adaptação ao método, iniciando com um pouco mais de orientação por parte do docente.
Quanto a possuir conhecimentos prévios, percebe-se que 58% dos discentes
responderam que não possuíam conhecimento prévio suficiente para conclusão do projeto,
divergindo dos resultados apresentados na pesquisa de Nogueira (2014), em que todos os
alunos afirmam possuir conhecimentos prévios para a conclusão do projeto.
Em contrapartida, os 42% dos respondentes afirmaram possuir conhecimento
suficiente. Um dos respondentes justificou que "esse conhecimento foi adquirido através da
base teórica da grade curricular do curso". E outro respondente afirmou que "o conhecimento
foi sendo somado e adquirido com avançar da disicplina".
Em relação ao desenvolvimento de habilidades na construção do projeto, observa-se
que 83% dos alunos afirmaram que o método ABP permitiu o desenvolvimento de
habilidades na construção do projeto. Enquanto que, os outros 17% acreditam que não.
53
Os alunos que afirmaram que o método permite o desenvolvimento de habilidades e
justificaram suas respostas apontando algumas das habilidades que puderam ser
desenvolvidas, como: controle do tempo e planejamento das atividades, análise crítica,
iniciativa, compreensão, trabalho em equipe, autonomia, pesquisa, assumir responsabilidades
e por fim, poder de síntese.
Os questionamentos seguintes buscaram evidenciar se os alunos teriam desenvolvido
competências e habilidades na construção do projeto, de acordo com o gráfico a seguir:
GRÁFICO 2 - DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS E HABILIDADES NA
CONSTRUÇÃO DO PROJETO
Fonte: Dados da Pesquisa.
Do total de respondentes, 83% afirmaram que o método ABP permitiu o
desenvolvimento da capacidade de análise crítica, convergindo com os achados do estudo
empírico de Sesoko e Mattasoglio Neto (2014), em que os alunos afirmam que o método ABP
permitiu o desenvolvimento da sua capacidade de análise crítica.
Pode-se verificar que 83% dos alunos afirmaram que o método também permitiu o
desenvolvimento da capacidade de reconhecer quais seriam os conhecimentos relevantes,
enquanto que 17% afirmaram que não desenvolveram essa capacidade.
Dentre os alunos que deram o "sim" como resposta, um deles justificou que "o
método realmente premitiu essa capacidade de reconhecer os conhecimentos relevantes,
porém com o auxílio do professor". Outro aluno alegou que "o desenvolvimento dessa
habilidade só foi possível em virtude das discussões em grupos". E por fim, outro respondente
54
afirmou que "no começo foi díficil fazer esse reconhecimento, mas depois foi possível
identificar".
Ainda foi possível evidenciar que 92% dos respondentes afirmaram que o método
permitiu o desenvolvimento da capacidade de trabalhar em equipe, enquanto que 8%
afirmaram que não. Dente os alunos que responderam "sim", um deles destacou que "o
método também permitiu o aluno lidar com as opiniões adversas".
A capacidade de trabalhar em equipe também foi uma habilidade apresentada pelos
discentes com a utilização do método ABP nas pesquisas de Nogueira (2014), Sesoko e
Mattasoglio Neto (2014).
Os resultados também apontaramm que 83% dos alunos responderam que o método
ABP permitiu o desenvolvimento da capacidade de apresentação oral, corroborando com os
achados da pesquisa de Sesoko e Mattasoglio Neto (2014), na qual também se pode
evidenciar que os alunos envolvidos na metodogia ABP apresentaram essa habilidade.
Ainda em relação ao gráfico 2, observou-se que os dois alunos que responderam não
ter desenvolvido habilidades na construção do projeto, conforme o gráfico 1, são exatamente
os mesmos que afirmaram não ter desenvolvido as capacidades de análise crítica, reconhecer
os conhecimentos relevantes e apresentação oral, de acordo com o gráfico 2.
Logo após, foram feitos questionamentos quanto ao envolvimento do aluno e
professor na construção do projeto, em conformidade com o gráfico 3:
GRÁFICO 3 - ENVOLVIMENTO DO PROFESSOR E ALUNO NA CONSTRUÇÃO DO
PROJETO
Fonte: Dados da Pesquisa.
55
Conforme o Gráfico acima, 67% dos respondentes afirmaram que sim, todos os
alunos foram envolvidos no processo ABP, 25% responderam que não e 8% responderam que
foram envolvidos de forma parcial. Um dos alunos que respondeu "Sim", ainda justificou que
todos participaram do processo, mas cada um com um envolvimento diferente e demanda de
tempo distinta.
Quanto ao auxílio do professor no processo, todos os respondentes concordaram que
sim, o auxílio do professor ajudou na conclusão do projeto. E isso torna evidente o papel
fundamental do professor na execução desse método de ensino.
A maior parte dos respondentes afirmou assumir responsabilidades no processo ABP,
correspondendo a 84% do total, e apenas um aluno respondeu que não assumiu
responsabilidades e outro aluno afirmou que assumiu responsabilidades de forma parcial. Um
dos respondentes justificou que cada um tinha sua parte desde a pesquisa teórica até a
consolidação do projeto. Outro aluno relatou que assumiu a responsabilidade de estudar e
buscar informações que auxiliassem na conclusão do projeto. E outras responsabilidades
foram apresentadas, como: leitura de conteúdo abordado, elaboração de questões pertinentes,
dedicar-se ao projeto, liderança, pesquisa, organização, conclusão do projeto, apresentação do
projeto, coordenar e atribuir funções dentro do processso, entregar o projeto dentro prazo
estipulado.
Quanto ao desenvolvimento da aprendizagem de forma autônoma, 84% afirmaram
que sim, corroborando com os resultados dos estudos de Lee (2014), Márqueze Jiménez-
Rodrigo (2014), Nogueira (2014), Sesoko e Mattasoglio Neto (2014) e Worm e Kaiber
(2009), em que os alunos também conseguiram aprender de forma autônoma com a utilização
da Aprendizagem Baseada em Projetos.
Em seguida, os alunos foram questionados sobre o desempenho dos componentes do
grupo e aprendizagem com a utilização do método ABP:
56
GRÁFICO 4 - DESEMPENHO DOS COMPONENTES DO GRUPO E APRENDIZAGEM COM O
MÉTODO ABP
Fonte: Dados da Pesquisa.
Em conformidade com os dados apresentados no gráfico 4, 83% dos alunos
conseguiram identificar a figura do líder dentro da equipe, enquanto que os outros 17% não
conseguiram identificar. Um aluno justificou que todas as decisões eram realizadas em
conjunto e era feita a consulta do grupo diante de qualquer ideia de algum integrante. Diante
disso, o aluno afirma que não conseguiu identificar a figura do líder, apesar de saber que
havia um.
Verifica-se ainda que 34% dos alunos afirmaram conseguir identificar a figura do
secretário, enquanto que 58% responderam que não conseguiram identificar a figura do
secretário e por fim, apenas 1 aluno identificou de forma parcial.
Quanto ao processso de aprendizagem com a utilização do método ABP, observa-se
que metade dos alunos afirmaram que não conseguiram aprender mais com a metodologia do
ABP em relação as metodologias tradicionais. Em contrapartida, 42% responderam que sim,
que conseguiram aprender mais com o ABP do que com os métodos tradicionais. Um dos
alunos respondentes alegou que prefere não opinar em virtude do pouco tempo de execução
do método.
Mesmo afirmando aprender mais com os métodos tradicionais de ensino, 2 (dois)
alunos afirmaram que a ABP também é uma boa metodologia de ensino. Na análise da
pesquisa de Nogueira (2014), todos os alunos concordaram que aprendem mais com a
Aprendizagem Baseada em Projetos, divergindo um pouco dos resultados desse estudo.
57
Os alunos ainda foram questionados quanto ao projeto permitir a demonstração de
conhecimentos prévios, ser algo desafiador e o contexto real ser um fator motivacional para
utilização dessa metodologia, conforme o gráfico abaixo:
GRÁFICO 5 - CONTEXTO DE CONSOLIDAÇÃO DOS CONTEÚDOS, DESAFIO E
MOTIVAÇÃO NA CONSTRUÇÃO DO PROJETO
Fonte: Dados da Pesquisa.
Por meio da análise do gráfico, verifica-se que 75% dos respondentes afirmaram que
conseguiram demonstrar os conhecimentos adquiridos ao longo do curso com a construção do
projeto, 17% responderam que não e um aluno respondeu que conseguiu apenas de forma
parcial.
A maior parte dos alunos, concordaram que criar esse projeto foi desafiador,
correspondendo a 75% do total dos respondentes, ao mesmo tempo que 25% consideram que
a criação do projeto não foi algo desafiador.
Por fim, ainda observa-se que 67% dos alunos responderam que consideram o
contexto real da construção do projeto como um fator motivacional, convergindo com as
afirmações dos estudo de Nogueira (2014), Sesoko e Mattasoglio Neto (2014) e Balsells,
Chamorro e Perea (2012), sobre o aspecto do contexto real ser um fator motivacional.
58
Depois de analisar a percepção dos alunos quanto à aplicação do ABP como método
de ensino, percebe-se que os alunos possuem boas perspectivas em relação a sua utilização.
Pode-se observar que através do projeto proposto os alunos conseguiram demonstrar os
conhecimentos adquiridos ao longo do curso, além do desenvolvimento de habilidades como
análise crítica, iniciativa, trabalho em equipe, autonomia, poder de síntese entre outras.
5.1.2 Análise da Percepção dos alunos quanto ao Papel do aluno e professor
Este tópico apresenta a percepção dos alunos de parâmetros que avaliam o papel do
aluno e do professor na metodologia ABP.
Foram feitos questionamentos quanto ao papel do professor e do aluno na execução
do projeto, conforme o gráfico 6:
GRÁFICO 6 - PAPEL DO ALUNO E PROFESSOR NA EXECUÇÃO DO PROJETO
Fonte: Dados da Pesquisa
A maioria dos alunos concordaram que tiveram iniciativa na busca de soluções para
conclusão do projeto, representando 84% do total de respondentes, em contraponto, um aluno
considera que não teve iniciativa nenhuma e outro afirma que agiu de forma parcial.
Os alunos ainda concordaram que colaboraram com sugestões e ideias para
construção do projeto, representando 84% do total dos respondentes. Somente um aluno
afirma que não colaborou com sugestões e ideias, e outro que colaborou de forma parcial.
59
Quanto ao papel do professor, todos os alunos afirmaram que este deu feedback ao
longo do desenvolvimento do projeto. Inclusive, um dos respondentes justificou que "o
professor ajudou, porém sem nortear totalmente os alunos".
E por fim, os alunos concordaram, de forma unânime, que o professor demonstrou
interese pelas dificuldades dos alunos e sugeriu estratégias para a solução dos problemas no
decorrer da construção do projeto.
Em relação às respostas dos alunos sobre a avaliação do papel do professor e do
aluno na aplicação do ABP, nota-se que ambos os papéis foram desempenhados de forma
satisfatória, uma vez que esse método permite que o professor assuma o papel de tutor,
norteando os alunos na busca de estratégias e soluções para a construção do projeto. Já o
aluno, assume suas responsabilidades e buscam demonstrar, através dos conhecimentos
adquiridos, ideias, propostas e soluções para conclusão do projeto.
5.1.3 Análise da Percepção dos alunos quanto a Avaliação do conhecimento adquirido
Neste tópico será evidenciada a percepção dos alunos quanto à fixação dos
conhecimentos básicos da disciplina Controladoria Empresarial com a aplicação do método
em sala de aula.
Inicialmente, os alunos foram questionados sobre conhecimentos iniciais da
disciplina de Controladoria Empresarial, e obteve-se como respostas:
60
GRÁFICO 7 - CONHECIMENTOS INICIAS DA DISCIPLINA DE CONTROLADORIA
EMPRESARIAL
92% 92%
83%
8% 8%
17%
0
2
4
6
8
10
12
Adquirir Conhecimento de
Controladoria Empresarial
Adquirir conhecimento
sobre o conceito de
Controladoria
Adquirir conhecimentos
sobre os elementos que
compõem a Controladoria
Sim
Não
Fonte: Dados da Pesquisa.
A maioria dos alunos afirmaram que adquiriram conhecimentos relacionados a
Controladoria Empresarial. Apenas 1 (um) aluno respondeu que não adquiriu conhecimentos
relacionados com a disciplina. Além disso, 2 (dois) alunos ainda justificaram que adquiriram
bastante conhecimento de Controladoria Empresarial com a aplicação do método.
As respostas seguintes também evidenciaramm que a maioria dos alunos adquiriram
conhecimentos sobre o conceito de Controladoria (92% dos respondentes), bem como os
elementos que compõem a Controladoria (83% dos respondentes).
Ao analisar o conteúdo dos relatórios, percebe-se que os alunos conseguiram
absolver os conceitos básicos aplicados a Controladoria. Inclusive, eles também detectaram
que mesmo os gestores afirmando que não possuem um setor específico de Controladoria, as
empresas analisadas apresentam os requisitos que se encaixam numa empresa com pleno
controle.
Em seguida, os alunos foram indagados se adquiriram conhecimentos sobre os
sistemas, o modelo de gestão e as etapas do processo de gestão, conforme o gráfico 8:
61
GRÁFICO 8 - CONHECIMENTOS SOBRE OS SISTEMAS, O MODELO DE GESTÃO E AS
ETAPAS DO PROCESSO DE GESTÃO
Fonte: Dados da Pesquisa.
Percebe-se que 75% dos alunos respondentes afirmaram que adquiriram
conhecimentos sobre os sistemas que compõem a Controladoria.
Através da análise dos relatórios, nota-se que discentes conseguiram verificar e
classificar os subsistemas existentes na empresa e que compõem a Controladoria, e entender
que esses sistemas são responsáveis por produzir informações úteis para empresa, por isso
precisam estar bem estruturados. Inclusive, identificaram a presença dos subsistemas formal,
de gestão, de informação, social e físico-operacional.
Observa-se ainda que, 75% dos alunos respondentes afirmaram que adquiriram
conhecimento sobre o modelo de gestão empresarial. E esse conhecimento está refletido nos
relatórios entregues ao final da execução do método. Foi possível apontar o modelo de gestão
de cada empresa analisada.
O grupo 1 conseguiu identificar o modelo de gestão da empresa, objeto do seu
projeto, adota um padrão de gestão aberta e participativa, a gestão não se mantém presa a
hierarquia dos cargos, e todos os colaboradores possuem voz ativa e poder de participar e
deliberar.
Ao passo que, o grupo 3 classificou o modelo de gestão da empresa analisada como
centralizado nas mãos do sócio, porém eles utilizam um sistema integrado com o qual é
possível tomar decisões averiguando seus impactos em cada um dos departamentos da
empresa.
62
E por fim, verifica-se que a maior parte dos alunos consideram que adquiriram
conhecimentos sobre as etapas do processo de Gestão, representando 75% do total dos
respondentes.
Percebe-se que os alunos entenderam as etapas do processo de gestão, ao examinar
os relatórios finais sobre os projetos de cada grupo. O grupo 1 identificou e descreveu como é
feito o processo de planejamento da empresa. Um processo flexível e dividido em dois
semestres, e faz o planejamento das ações a serem alcançadas ao longo do ano. Já o grupo 2
verificou que a empresa planeja, executa e controla suas atividades em concordância com seus
objetivos e avalia o desempenho das áreas e dos gestores. E o grupo 3 aferiu que o
planejamento da empresa é feito de forma setorial e que cada setor é responsável apenas pela
função dos etor.
Apesar de alguns alunos terem afirmado que não adquiriram conhecimentos sobre
conceitos e elementos básicos de Controladoria Empresarial, cabe ressaltar que foi orientado
pela professora que os alunos necessitariam fazer a leitura e a pesquisa sobre esse conteúdo
para poder fazer o levantamento das questões que deveriam ser aplicadas na empresa, objeto
do projeto, para obterem os dados necessários para a construção de um modelo de
controladoria para a mesma.
Através dos relatórios constatou-se que os alunos adquiriram conhecimentos básicos
sobre Controladoria, conseguiram aplicá-los dentro da análise feita na empresa, verificaram os
pontos fortes e fracos em relação a função de controle e fizeram sugestões de como
implementar um modelo de Controladoria mais adequado para a realidade cotidiana de cada
uma das empresas.
5.1.4 Análise da Percepção dos alunos quanto a outras sugestões sobre o método
Nessa etapa do questionário buscou-se analisar a percepção dos discentes quanto aos
pontos fortes e fracos do método, assim como, algumas sugestões de como melhorar a
aplicação dessa metodologia no ensino de Contabilidade.
A princípio, foi solicitado ao aluno que apontasse os pontos que ele considera fortes
na aplicação da metodologia Aprendizagem Baseada em Projetos, e estes foram elencados
através do gráfico 9:
63
GRÁFICO 9 - PONTOS FORTES DA APLICAÇÃO DA METODOLOGIA APRENDIZAGEM
BASEADA EM PROJETOS
Fonte: Dados da Pesquisa.
Percebe-se que os alunos consideram a autonomia na busca do conhecimento como o
ponto mais positivo da aplicação do método, seguido pela capacidade de trabalhar em equipe
e também pela análise crítica. Também foram apresentados como pontos positivos a inovação,
o poder de síntese e a autoavaliação.
Um aluno ainda justificou que ter pelo menos uma disciplina com uma metodologia
diferente ajudou a dissipar a pressão de lidar com uma “semana de provas”, por exemplo. Só
por se diferenciar de outras metodologias de ensino já é uma coisa boa, pois ajuda a variar as
perspectivas.
Todos os pontos fortes da aplicação do Project apontados nessa pesquisa corroboram
com os achados de outros estudos empíricos apresentados pela literatura (RIBEIRO, 2016;
LEE, 2014; MÁRQUEZ; JIMÉNEZ-RODRIGO, 2014; NOGUEIRA, 2014; SESOKO;
MATTASOGLIO NETO, 2014; OLIVEIRA, 2013; WORM; KAIBER, 2009)
Logo após, foi feito o seguinte questionamento: Quais os pontos fracos da aplicação
da metodologia Aprendizagem Baseada em Projetos?
64
GRÁFICO 10 - PONTOS FRACOS DA APLICAÇÃO DA METODOLOGIA
APRENDIZAGEM BASEADA EM PROJETOS
Fonte: Dados da Pesquisa.
Observa-se que o principal ponto franco apontado pelos alunos foi a insegurança
sobre o que fazer, seguido do tempo de aplicação. Os alunos ainda citam como pontos fracos:
a complexidade na execução do projeto, a falta de conhecimentos prévios, dificuldade para
trabalhar em equipe, ausência de um fator motivacional, dificuldade para executar o método,
distância entre professor e aluno.
Um respondente ainda argumentou que o método só é efetivo e superior a
metodologias tradicionais se existir um real interesse do aluno quanto ao assunto a ser
estudado. É essencial que exista uma motivação por trás do estudo aplicando o método ABP.
Caso contrário, não há muita diferença entre outros métodos de ensino/estudo e o ABP.
Com relação aos pontos fracos, todos citados no gráfico 10 convergem com as
desvantagens apresentadas em outras pesquisas (RIBEIRO, 2016; SESOKO;
MATTASOGLIO NETO, 2014; OLIVEIRA, 2013).
Seguidamente, o aluno foi interrogado sobre quais as contribuições da aplicação do
ABP para o ensino de Contabilidade.
65
GRÁFICO 11 - CONTRIBUIÇÕES DA APLICAÇÃO DA ABP PARA O ENSINO DE
CONTABILIDADE
Fonte: Dados da Pesquisa
Os alunos apresentaram muitas contribuições da aplicação da ABP para o ensino da
Contabilidade, como por exemplo: trabalho em equipe, objetividade, análise crítica, inovação
no ensino, aprender com a prática, autonomia, incentivo a leitura, poder de síntese, maior
assimililação do conteúdo, desafiar o aluno, habilidade oral.
Um aluno ainda esclareceu que para disciplinas mais teóricas, faz com que o aluno
busque o conhecimento até um ponto que ele julgue satisfazer suas necessidades. Além disso,
pode contribuir para a capacidade de interpretação do aluno.
E por último, foi questionado se os alunos teriam alguma sugestão de como melhorar
a aplicação do método. Um aluno sugeriu que o método fosse aplicado através de um software
de simulação empresarial e de gestão. Outro respondente prôpos melhorar a realização do
projeto, como por exemplo, ter um roteiro pré-definido para elaboração do projeto. Um aluno
recomendou que o professor buscasse mostrar que a ABP pode ser mais útil e interessante do
que outras metodologias.
66
5.2 Análise Da Autoavaliação E Da Avaliação Dos Pares Na Aplicação Da Abp
Nesse tópico são apresentadas as médias da autoavaliação do discente e a avaliação
por pares, por meio da qual cada aluno avalia o seu desempenho e o desempenho do seu
grupo ao longo da construção do projeto. O número de observações é apenas 11, em virtude
de um dos alunos ter respondido o questionário de forma incompleta.
A Tabela 1 apresenta a estatística descritiva das médias de autoavaliação dos alunos
durante a execução da Aprendizagem Baseada em Projetos.
TABELA 1 - ESTATÍSTICA DESCRITIVA DA AUTOAVALIAÇÃO DOS DISCENTES NA
APLICAÇÃO DA ABP Critérios da autoavaliação Obs. Média Desvio
Padrão
Mínima Máxima
Cumprimento das normas definidas na sala de aula. 1
1
4,54 0,69 3 5
Execução das tarefas propostas. 1
1
4,72 0,47 4 5
Empenhei-me na realização das tarefas propostas. 1
1
4,45 0,82 3 5
Interesse ao longo do projeto. 1
1
4 0,77 3 5
Apresentação de questões pertinentes. 1
1
4,09 0,54 3 5
Contribuição de sugestões para o projeto. 1
1
4,18 0,87 3 5
Eficiência no desempenho das tarefas. 1
1
4,18 0,6 3 5
Capacidade de resolução de problemas. 1
1
4,09 0,7 3 5
Autonomia no desenvolvimento do projeto. 1
1
4,36 0,81 3 5
Cumprimento do prazo de entrega do projeto. 1
1
4,72 0,65 3 5
O aluno conseguiu desenvolver habilidades na construção
do projeto.
1
1
3,82 1,17 2 5
O aluno conseguiu desenvolver a capacidade de análise
crítica.
1
1
3,55 1,13 1 5
O aluno desenvolveu a capacidade de reconhecer qual seria
os conhecimentos relevantes.
1
1
3,73 0,79 3 5
O aluno desenvolveu a capacidade de trabalhar com outras
pessoas em equipe.
1
1
4,27 0,79 3 5
O aluno desenvolveu a capacidade de apresentação oral. 1
1
3,81 0,87 2 5
Média Geral 4,17
Fonte: Dados da Pesquisa.
Ao analisar a Tabela 1, percebe-se que os alunos avaliaram que a sua postura perante
a aplicação do projeto foi satisfatória. Observa-se que a maioria das médias foram acima de 4,
67
comprovando que os alunos consideram que tiveram um bom desempenho individual na
realização do projeto.
Os critérios que receberam melhor avaliação por partes dos alunos foram sua atitude
na execução das tarefas propostas e o cumprimento do prazo de entrega do projeto, ambos
com média 4,72.
E o critério que obteve a menor média, foi se o aluno conseguiu desenvolver a
capacidade de análise crítica, ficando com 3,55 respectivamente.
Ainda verificando os dados da tabela supracitada, pode-se observar que os alunos
atribuiram notas acima de 4 para o desenvolvimento das competências de autonomia,
capacidade de resolução de problemas e trabalho em equipe.
A Tabela 2, traz os dados da avaliação por pares, ou seja, a média das notas
atribuídas por cada aluno em relação a postura do seu grupo no desenvolvimento do projeto.
TABELA 2 - ESTATÍSTICA DESCRITIVA DA AVALIAÇÃO DOS PARES DOS DISCENTES
NA APLICAÇÃO DO ABP Critérios da avaliação dos pares Obs. Média Desvio Padrão Mínima Máxima
1 - Cumprimento das normas definidas na sala de aula. 1
1
4,55 0,52 4 5
2 - Contribuição de sugestões para o projeto. 1
1
4,18 0,6 3 5
3 - Projeto bem estruturado. 1
1
4,36 0,5 4 5
4 - Zelo na apresentação. 1
1
4,27 0,47 4 5
5 - Interesse no Projeto. 1
1
4 0,63 3 5
6 - Eficiência no desempenho das tarefas. 1
1
4,36 0,5 4 5
7 - Contextualização do projeto. 1
1
4,55 0,52 4 5
8 - Demonstrou os conhecimentos adquiridos. 1
1
4,36 0,67 3 5
9 - Apresentação oral. 1
1
4,27 0,65 3 5
10 - Avaliação global do projeto. 1
1
4,36 0,81 3 5
Média geral 4,33
Fonte: Dados da Pesquisa.
Conforme a Tabela 2, observa-se que os alunos avaliaram como satisfatória a postura
do seu grupo na aplicação do projeto. Percebe-se que todas as notas foram acima de 4. Logo,
os alunos também consideram que o seu grupo teve um bom desempenho na construção do
projeto.
68
É de se notar, que a maior média atribuída ao grupo foi em relação ao cumprimento
das normas definidas na sala de aula e contextualização do problema, ambos com média 4,55.
O critério com a menor média foi interesse no projeto, que obteve a média 4.
Através da análise dos valores apresentados nas tabelas 1 e 2, percebe-se que de uma
forma geral, a média da autoavaliação dos alunos foi muito próxima da média da avaliação
dos pares, existindo um desvio geral médio de -0,16 valores. Esse resultado evidencia que os
alunos conseguiram avaliar de forma responsável e coerente a sua postura e a postura da sua
equipe no processo de execução do método.
E por fim, os alunos também atribuiram notas a cada componente do grupo. Essas
notas foram somadas e depois calculadas as médias das notas de autoavaliação que cada
componente atribuia a si mesmo, e a nota que atribuia a cada componente do grupo. Depois
de calculadas as médias de autoavaliação e avaliação do grupo, estas foram submetidas ao
teste comparativo de média - t-student - para verificar se são estatisticamente iguais, em
relação a efetividade do método PjBL no desenvolvimento de competências na disciplina
Controladoria Empresarial.
TABELA 3 - TESTE T-STUDENT* Variável n Média Desvio-Padrão Intervalo de Confiança p-valor
Autoavaliação
1
1 4,45 0,687 3,99 - 4,92 0,7605
Avaliação dos Pares
1
1 4,36 0,692 3,90 - 4,82 0,7605
Fonte: Dados da Pesquisa,* Há normalidade nos erros.
Percebe-se que as médias são estatisticamente iguais, pois o nível de significância de
0,05 é menor do que o p-valor de 0,7605, portanto, aceita-se H0.
Ao analisar as médias gerais de autoavaliação e avaliação pelos pares demonstradas
nas tabelas 1 e 2, respectivamente, percebe-se que as médias são praticamente iguais,
convergindo com o resultado apresentado no teste t-student.
5.3 Análise da Aplicação do ABP
A aplicação da metodologia ABP na disciplina de Controladoria Empresarial
revelou-se uma experiência desafiadora, porém importante para a vida profissional da
pesquisadora.
69
Através da utilização deste método, foi possível refletir sobre a importância de
adaptar as metodologias de ensino ao contexto em que os alunos estão inseridos, levando em
consideração os diferentes estilos de aprendizagem.
No primeiro momento da aplicação do método, houve uma certa resistência por parte
dos alunos em aderir a essa metodologia de ensino, inclusive, dois alunos acabaram efetuando
o trancamento da disciplina por não aceitar a aplicação do método. Estes, justificaram que o
método era muito "trabalhoso" e exigia muita dedicação do aluno. Entretanto, ao longo que o
método ia sendo executado, os alunos foram demonstrando interesse na sua aplicação.
Algumas dificuldades foram apresentadas ao longo da aplicação do método, como
por exemplo, identificar de que forma e quando o aluno necessitará de instruções adicionais, e
fornecê-las sem tirar a autonomia do aluno. A administração do tempo para executar o projeto
também foi algo que dificultou a prática desse método. Outro fator limitante foi a falta de um
fator motivacional para os alunos, uma vez que parte deles mostraram-se desmotivados na
execução do projeto. A ausência de um fator motivacional para os alunos foi o ponto mais
frustante do processo.
Entretanto, a avaliação do conhecimento adquirido com o método ABP demonstrou
que os objetivos de aprendizagem propostos pelo projeto foram atingidos. A percepção dos
alunos quanto à auto avaliação e a avaliação dos pares mostrou-se coerente e revelou que as
atividades desenvolvidas no projeto foram cumpridas por todos os componentes das equipes.
Através do método, pôde-se perceber que várias habilidades foram desenvolvidas
pelos alunos, como por exemplo, a capacidade de trabalhar em equipe, análise crítica,
iniciativa, autonomia, poder de síntese, bem como a comunicação oral e escrita através da
entrega e apresentação do projeto. Também se verificou o desenvolvimento de atitudes ao
longo do projeto, tais como, comprometimento, respeitar as opiniões adversas, colaboração,
experiência prática, entre outras.
Percebe-se que a Aprendizagem Baseada em Projetos é um método mais complexo,
mais amplo do que os métodos tradicionais, porque envolve diferentes etapas e em
quantidades maiores e tende um maior envolvimento dos discentes em cada etapa, sendo algo
mais completo, e que requer um conhecimento aprofundado por parte dos discentes.
A metodologia de aprendizagem baseada em projetos pode ser aplicada em outras
disciplinas de Contabilidade, porém requer um planejamento do tempo para a execução do
projeto. Sugere-se que ao invés de aplicar em apenas uma unidade, seja trabalhado esse
método ao longo de todo o semestre. Dessa forma, acredita-se que os resultados da aplicação
do PjBL trarão ainda mais vantagens para a processo de ensino aprendizagem.
70
Desta forma, percebe-se que a partir da utilização dessa metodologia o aluno passa a
ser um sujeito ativo no processo de ensino-aprendizagem consolidando o seu conhecimento e
experiências prévias e adquirindo novos conhecimentos de forma autônoma e pautado no
contexto real da prática de mercado.
71
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esta pesquisa teve como objetivo a efetividade da aplicação da metodologia
Aprendizagem Baseada em Projetos (ABP) no desenvolvimento de competências na
disciplina Controladoria Empresarial. Para alcançar este objetivo, foi realizada uma
intervenção pedagógica na disciplina de Controladoria Empresarial, através da aplicação do
Aprendizagem Baseada em Projetos, no qual os alunos deveriam construir um projeto de
modelo ideal de controladoria para uma empresa.
As informações referentes a percepção dos alunos em relação a utilização do método
PjBL, foram captadas através da aplicação de dois questionários, bem como os relatórios
entregues ao final da construção do projeto. Outro objeto de coleta de dados foi a observação
participante da pesquisadora, que através de suas notas de campo emite a sua percepção em
relação a aplicação e efetividade da metodologia no desenvolvimento de competências.
Os resultados evidenciaram que os alunos concordam que o ABP permitiu o
desenvolvimento de competências, habilidades e atitudes para o exercício da profissão
contábil. Dentre as habilidades citadas pelos discentes e observadas pela pesquisadora, pode-
se destacar a capacidade de trabalhar em equipe, análise crítica, iniciativa, autonomia, poder
de síntese, bem como a comunicação oral e escrita.
A aplicação desse método também permitiu aos alunos o desenvolvimento e
aprimoramento de atitudes como comprometimento, respeitar as opiniões adversas,
colaboração, experiência prática, entre outras. E isso pôde ser observado ao longo da
execução do projeto.
Foi constatado também que o professor e o aluno desempenharam seus papéis de
forma satisfatória. Os alunos afirmaram que o professor os auxiliou na busca de estratégias e
soluções para a construção do projeto. Enquanto que, os alunos assumiram suas
responsabilidades e buscaram demonstrar, através dos conhecimentos adquiridos, ideias,
propostas e soluções para conclusão do projeto.
O estudo também permitiu que o aluno avaliasse o conhecimento adquirido sobre
conceitos básicos de Controladoria Empresarial, e pode-se constatar que a maior parte destes
afirmaram ter absorvido os conhecimentos trabalhados ao longo da execução desse projeto.
Ainda foi possível avaliar o conhecimento dos alunos através dos relatórios entregues ao final
da unidade, e foi possível comprovar que estes absolveram os conceitos, conseguiram aplicá-
los dentro da análise feita na empresa, verificaram os pontos fortes e fracos em relação a
72
função de controle e fizeram sugestões de como implementar um modelo de Controladoria
mais adequado para a realidade cotidiana de cada uma das empresas.
Os alunos ainda apontaram como pontos fortes da aplicação da ABP o
desenvolvimento de habilidades e atitudes como: a autonomia, trabalho em equipe, análise
crítica, inovação, poder de síntese, autoavaliação. Esses resultados da pesquisa corroboram
com os achados de outros estudos empíricos apresentados pela literatura (RIBEIRO, 2016;
LEE, 2014; MÁRQUEZ; JIMÉNEZ-RODRIGO, 2014; NOGUEIRA, 2014; SESOKO;
MATTASOGLIO NETO, 2014; OLIVEIRA, 2013; WORM; KAIBER, 2009).
No que se refere aos pontos fracos do método, os alunos evideciaram a complexidade
na execução do projeto, a falta de conhecimentos prévios, dificuldade para trabalhar em
equipe, ausência de um fator motivacional, dificuldade para executar o método, distância
entre professor e aluno.
Quanto à autoavaliação e a avaliação dos pares, observa-se que, no geral, as médias
estão bem próximas e evidencia que os alunos conseguiram avaliar de forma responsável e
coerente a própria postura e a da sua equipe no processo de execução do trabalho. Na
autoavaliação, os critérios que receberam melhor avaliação por partes dos alunos foram a
atitude na execução das tarefas propostas e o cumprimento do prazo de entrega do projeto,
enquanto a menor média refere-se a se o aluno desenvolveu capacidade de análise crítica. Na
avaliação dos pares, as maiores médias foram atribuídas ao cumprimento das normas
definidas na sala de aula e contextualização do problema, já a menor média foi para o
interesse no projeto. E isso pôde ser comprovado pelo teste de hipótese, que comprovou que
as médias de avaliação e autoavaliação são estatisticamente iguais.
Os alunos ainda afirmaram aprender mais com os métodos tradicionais de ensino,
porém consideram a ABP também uma boa metodologia de ensino e traz boas contribuições
ao ensino de Contabilidade. Eles sugerem como melhoria desta prática a utilização de um
software de simulação empresarial e de gestão, e a definição prévia de um roteiro para a
elaboração do projeto.
E por fim, conclui-se que a aplicação da Aprendizagem Baseada em Projetos,
mostrou ser efetiva no desenvolvimento de competências no ensino de Contabilidade,
especificamente na disicplina de Controladoria Empresarial. Por meio desse método, o aluno
passa a ser um sujeito ativo no processo de ensino-aprendizagem, consolidando o seu
conhecimento e experiências prévias, e construindo novas competências e habilidades de
forma autônoma e pautado no contexto real da prática de mercado.
73
Recomenda-se a realização de futuras pesquisas que busquem a aplicação da
metodologia ABP num intervalo de tempo maior, como por exemplo, no semestre inteiro. De
forma complementar, sugere-se realizar um experimento, com a existência de um grupo de
controle para analisar as variações que as manipulações e controle produzem em relação ao
método.
74
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pressupostos para as estratégias de trabalho em aula. 7. ed. Joinvile, SC: UNIVILLE, 2007.
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80
APÊNDICE A
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS
MESTRADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS
Esse questionário faz parte da pesquisa que está sendo desenvolvida pela Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, em nível de mestrado, sob a Orientação da Dra. Aneide
Oliveira Araújo. O estudo pretende analisar a prática da metodologia de ensino Aprendizagem
Baseada em Projetos no ensino de Contabilidade, especificamente, na disciplina de
Controladoria Empresarial.
Desde já, agradecemos a sua participação.
Clara Monise Silva
Mestranda em Ciências Contábeis/PPGCCon/UFRN
Questionário de Avaliação do Método ABP1
Caro aluno, o objetivo da aplicação desse questionário é avaliar a aplicabilidade do projeto
proposto, a sua percepção em relação ao papel do aluno e o papel do professor e a avaliação
do conhecimento adquirido com a aplicação do método.
I - Aplicação do Projeto
1 - Na sua opinião, foi fácil a realização do projeto?
2 - O aluno já possuía conhecimento suficiente para concluir o projeto?
3 - O método ABP permitiu o desenvolvimento de habilidades na construção do projeto?
Quais?
4 - O método ABP permitiu o desenvolvimento da capacidade de análise crítica?
5 - O método ABP permitiu o desenvolvimento da capacidade de reconhecer qual seria os
conhecimentos relevantes?
6 - O método ABP permitiu o desenvolvimento da capacidade de trabalhar com outras
pessoas em equipe?
7 - O método ABP permitiu o desenvolvimento da capacidade de apresentação oral?
8 - Na sua opinião, todos os alunos foram envolvidos no processo ABP?
9 - O auxílio do professor ajudou no processo de conclusão do projeto?
10 - O aluno assumiu responsabilidades no processo ABP? Quais?
11 - O aluno desenvolveu a aprendizagem de forma autônoma na construção do projeto?
1 Adaptado de Nogueira (2014) e Soares (2008)
PPGCCon
81
12 - O aluno conseguiu identificar a figura do líder da equipe?
13 - O aluno conseguiu identificar a figura do secretário da equipe?
14 - O aluno conseguiu aprender mais com a metodologia do ABP, em relação as
metodologias tradicionais?
15 - Nesse projeto, o aluno conseguiu demonstrar os conhecimentos adquiridos ao longo do
curso?
16 - Criar esse projeto foi desafiador?
17 - O contexto real da construção do projeto foi um fator motivacional?
II - Papel do aluno e papel do professor
1 - O aluno teve iniciativa na procura de soluções?
2 - O aluno colaborou com sugestões e ideias nesse projeto?
3 - O professor deu feedback ao longo do desenvolvimento do projeto?
4 - O professor demonstrou interesse pelas dificuldades dos alunos (sugeriu estratégias para a
solução dos problemas)?
III - Avaliação do Conhecimento Adquirido como Método ABP
1 - O aluno adquiriu conhecimentos relacionados a Controladoria Empresarial?
2 - O aluno adquiriu conhecimento sobre o conceito de Controladoria?
3 - O aluno adquiriu conhecimentos sobre os elementos que compõem a Controladoria?
4 - O aluno adquiriu conhecimento sobre os sistemas que compõem a Controladoria?
5 - O aluno adquiriu conhecimento sobre o Modelo de Gestão Empresarial?
6 - O aluno adquiriu conhecimento sobre as etapas do processo de Gestão?
IV - Outras Sugestões sobre o método:
1 - Na sua opinião, quais os pontos fortes da aplicação da metodologia Aprendizagem
Baseada em Projetos?
2 - Na sua opinião, quais os pontos fracos da aplicação da metodologia Aprendizagem
Baseada em Projetos?
3 - Na sua opinião, quais as contribuições da aplicação do ABP para o ensino de
Contabilidade?
4 - Você teria alguma sugestão para melhor aplicação do método? Se sim, qual?
82
APÊNDICE B
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS
MESTRADO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS
Este questionário faz parte da pesquisa que está sendo desenvolvida pela Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, em nível de mestrado, sob a Orientação da Dra. Aneide
Oliveira Araújo. O estudo pretende analisar aprática da metodologia de ensino Aprendizagem
Baseada em Projetos no ensino de Contabilidade, especificamente, na disciplina de
Controladoria Empresarial.
Desde já, agradecemos a sua participação.
Clara Monise Silva
Mestranda em Ciências Contábeis/PPGCCon/UFRN
Questionário de Avaliação
I - Autoavaliação2
Nesse tópico do questionário, o aluno irá avaliar o seu desempenho no desenvolvimento do
projeto.
Classifique a sua resposta, àsseguintes afirmações, tendo por base uma escala de 1 a 5 (1 -
Discordo totalmente, 2 - Discordo, 3 - Não concordo nem discordo, 4 - De acordo, 5 -
Totalmente de acordo).
Perguntas 1 2 3 4 5
1 - Cumprimento das normas definidas
na sala de aula.
2 - Execução das tarefas propostas.
3 - Empenhei-me na realização das
tarefas propostas.
4 - Interesse ao longo do projeto.
5 - Apresentação de questões
pertinentes.
6 - Contribuição de sugestões para o
projeto.
7 - Eficiência no desempenho das
tarefas.
8 - Capacidade de resolução de
problemas.
9 - Autonomia no desenvolvimento do
projeto.
10 - Cumprimento do prazo de entrega
do projeto.
11 - O aluno conseguiu desenvolver
habilidades na construção do projeto.
2 Adaptado de Nogueira (2014) e Soares (2008).
PPGCCon
83
12 - O aluno conseguiu desenvolver a
capacidade de análise crítica.
13 - O aluno desenvolveu a capacidade
de reconhecer qual seria os
conhecimentos relevantes.
14 - O aluno desenvolveu a capacidade
de trabalhar com outras pessoas em
equipe.
15 - O aluno desenvolveu a capacidade
de apresentação oral.
II - Avaliação do Grupo3
Nessetópico do questionário, o aluno irá avaliar o desempenho do grupo no desenvolvimento
do projeto.
Classifique a sua resposta, as seguintes afirmações, tendo por base uma escala de 1 a 5 (1 -
Discordo totalmente, 2 - Discordo, 3 - Não concordo nem discordo, 4 - De acordo, 5 -
Totalmente de acordo).
Perguntas 1 2 3 4 5
1 - Cumprimento das normas definidas
na sala de aula.
2 - Contribuição de sugestões para o
projeto.
3 - Projeto bem estruturado.
4 - Selo na apresentação.
5 - Interesse no Projeto.
6 - Eficiência no desempenho das
tarefas.
7 - Contextualização do projeto.
8 - Demonstrou os conhecimentos
adquiridos.
9 - Apresentação oral.
10 - Avaliação global do projeto.
III - Avaliação de Contribuição de cada membro do grupo4
Nesse tópico, cada aluno vai atribuir uma nota a cada componente do seu grupo (inclusive a
ele próprio), avaliando o seu desempenho e sua contribuição para construção do projeto. (As
notas variam de 1 a 5).
NOME DO ALUNO:
MEMBRO DA EQUIPE NOTA ATRIBUÍDA
______________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
3 Adaptado de Nogueira (2014).
4 Adaptado de Soares (2008).
84
___________________________________Comentários:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
85
APÊNDICE C
NOTAS DE ENSINO
Aulas Iniciais (13/02/2017 a 06/03/2017)
Nas aulas iniciais da disciplina, foram abordados conceitos relacionados a
Controladoria Empresarial.
Inicialmente, foi apresentado aos alunos o conteúdo "Controladoria como ciência".
Foi aberto um espaço para diálogo, em que os alunos puderam ler sobre o tema e discutir com
os colegas suas opiniões. Esse processo de discussão já dava início ao processo de
aprendizagem ativa por parte dos alunos. Ao final da aula, foi proposto aos discentes o
seguinte questionamento: "controladoria é uma ciência que se distingue da contabilidade?".
Os alunos emitiriam suas opiniões quanto ao questionamento e entregar na aula seguinte.
Em seguida, foi ministrado em sala de aula o conteúdo " Abordagens Teóricas de
Apoio à Controladoria". Foi feita uma breve explanação do conteúdo, depois aberta a
discussão com os alunos e por fim, foi proposto que os alunos relacionassem as Abordagens
Teóricas com a prática da Controladoria Empresarial. Como na tarefa anterior, os alunos
emitiriam suas opiniões e entregar em na aula seguinte.
Aula nº 8 (08/03/2017)
O objetivo dessa aula foi propiciar aos discentes uma visão geral sobre
Controladoria, de forma que os mesmos conseguissem relacionar os conceitos à prática da
Controladoria no dia a dia das empresas. Foram trabalhados os seguintes conteúdos: "O
Sistema Empresa com o Objetivo da Eficácia"; "O Modelo de Gestão e o Processo de Gestão;
Missão e Estrutura da Controladoria e o Papel do Controller" e "Sistema de Informação de
Controladoria".
Essa aula foi dividida em três momentos. Inicialmente, foi aberto um espaço para
leitura do conteúdo programático pelos componentes do grupo. Em seguida, após a leitura e
entendimento do conteúdo por parte dos membros, o grupo buscou relacionar os conceitos
apresentados na leitura com a realidade prática das empresas no dia a dia. E, por fim, no
terceiro momento, o grupo começou a elaboração da proposta de Modelo de Controladoria
Empresarial, tendo como base o conhecimento adquirido nos momentos anteriores.
86
A prática da aula foi da seguinte forma: Os discentes foram divididos em grupos
heterogêneos (3 grupos, sendo 2 grupos de 5 componentes e 1 de 3 componentes, devido a
desistência de 2 alunos), por escolha dos mesmos, e tiveram a tarefa de ler o conteúdo,
discuti-lo e fazer um confronto com a realidade de mercado das empresas, e, em seguida,
começaram a elaboração de uma proposta de Modelo de Controladoria Empresarial.
Aula nº 9 (13/03/2017)
Essa aula teve como objetivo a apresentação da Metodologia Aprendizagem Baseada
em Projetos em sala de aula, mostrando seu conceito, suas características, o papel do aluno e
do professor dentro do método, as competências e habilidades que podem ser desenvolvidas
com a aplicação da metodologia, as vantagens e desvantagens dessa metodologia, a aplicação
no curso de Ciências Contábeis e as etapas para realização da metodologia.
A aula foi dividida em 4 momentos. A princípio, foi realizada uma apresentação pela
docente da aplicação da metodologia de aprendizagem ativa – Aprendizagem Baseada em
Projetos. Logo após, foi aberta uma discussão sobre as propostas iniciais de Modelo de
Controladoria Empresarial de cada grupo. Nesse momento, os grupos interagiram de forma
contributiva, apresentando sugestões, quando necessário. Na sequência, foi feita a
consolidação do conteúdo apresentado. E, por fim, os grupos entregaram o esboço inicial do
Modelo de Controladoria.
A prática da aula se deu da seguinte forma: Apresentação expositiva pela docente.
Em seguida os grupos fizeram uma discussão sobre as propostas iniciais de Modelo de
Controladoria. E, ao final, foi feita a consolidação do conteúdo apresentado.
3.1.4.4 Aula nº 10 (15/03/2017)
Essa aula teve por intuito reunir conteúdo teórico para embasar a elaboração dos
questionamentos e, em seguida, formular questionário para o levantamento de dados na
empresa e outras fontes.
A aula foi dividida em três momentos. No primeiro momento, os alunos foram
convidados a formar grupos para discutir os conhecimentos prévios para solução do problema.
No segundo momento, os três grupos formados já possuíam elementos para se reunirem,
então, desfez-se o grupo inicial, e a tarefa passou a ser a procura de novos conhecimentos
(leitura sugerida). No terceiro momento, houve dispersão do grupo em virtude de poucos
87
alunos terem levado o material de leitura. Porém, eles entenderam que deveriam preparar um
questionário a fim de levarem para empresa e, posteriormente, discutirem na aula do dia
20/03/2017.
3.1.4.5 Aula nº 11 (20/03/2017)
O escopo dessa aula foi a apresentação dos questionamentos, bem como apresentar
aos discentes conceitos relacionados a Controladoria Empresarial. Foram trabalhados os
seguintes conteúdos: "Valor da Empresa: O Foco da Controladoria ","Gestões
Complementares: Gestão de Impostos e Controle Patrimonial" e "Relações com Investidores".
Essa aula foi dividida em quatro momentos. Primeiramente, foi feita a apresentação
dos questionamentos elaborados pelos grupos. Posteriormente, foi aberto um espaço para
leitura do conteúdo programático pelos componentes do grupo. Em seguida, o grupo buscou
relacionar os conceitos apresentados na leitura com a realidade prática das empresas no dia a
dia. E, por fim, o grupo elaborou novos questionamentos relacionados ao conteúdo para o
levantamento dos dados da empresa.
3.1.4.6 Aula nº 12 (23/03/2017)
Essa aula destinou-se a ida dos alunos ao campo a fim de realizarem o levantamento
dos dados, bem como à aplicação dos questionários com os empresários e/ou colaboradores
das empresas objeto da construção do projeto.
3.1.4.7 Aulas nº 13 e 14 (27/03/2017 e 29/03/2017)
As aulas 13 e 14 foram reservadas para os alunos se reunirem em sala e darem
continuidade ao processo de elaboração do projeto de implantação de uma controladoria na
empresa X.
3.1.4.8 Aula nº 15 (03/04/2017)
A aula 15 foi destinada à apresentação oral final do Projeto por parte dos grupos,
bem como à entrega do Projeto escrito.
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Cada um dos grupos devia realizar a apresentação do Projeto (de 10 a 15 minutos),
entregando posteriormente a versão final escrita do projeto à docente. Durante as
apresentações, os grupos iriam apresentar o projeto e identificar, quando possível, os pontos
que deveriam ser implementados e melhorados dentro da empresa de acordo com o seu
projeto.
Após cada apresentação, havia um espaço para discussão com os colegas sobre o
projeto e, em seguida, a docente emitia um breve comentário sobre a apresentação do grupo.
Na parte final da aula, os alunos preencheriam o questionário sobre a avaliação do
método Aprendizagem Baseada em Projetos, bem como o questionário de autoavaliação e
avaliação dos pares.