Universidade Federal do Rio Grande do Norte Centro de ...removal efficiency of chemical species:...
Transcript of Universidade Federal do Rio Grande do Norte Centro de ...removal efficiency of chemical species:...
TESE DE DOUTORADO
Estudo da remoção de Ba2+, Ni2+, Cd2+, Cu2+, Cr3+, Sr2+, Zn2+ por eletrocoagulação em água associada à produção
de petróleo
Katia Regina Souza
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Ana Lúcia de Medeiros Lula da Mata
Coorientador: Prof. Dr. Wilson da Mata
Natal/RN Março/2012
Universidade Federal do Rio Grande do Norte Centro de Tecnologia
Departamento de Engenharia Química Programa de Pós Graduação em Engenharia Química
Katia Regina Souza
Estudo da remoção de Ba2+, Ni2+, Cd2+, Cu2+, Cr3+, Sr2+, Zn2+ por eletrocoagulação em água associada à produção de
petróleo
Tese de Doutorado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química - PPGEQ, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN, como parte dos requisitos necessários para obtenção do título de Doutor em Engenharia Química, sob a orientação da Profa. Dra. Ana Lúcia de Medeiros Lula da Mata e do Prof. Dr. Wilson da Mata.
Natal/RN Março/2012
Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / CT / PPGEQ
Biblioteca Setorial “Professor Horácio Nicolas Solimo”.
Souza, Katia Regina. Estudo da remoção de Ba2+, Ni2+, Cd2+, Cu3+, Cr3+, Sr2+, Zn2+ por eletrocoagulação em água associada à produção de petróleo / Katia Regina Souza. - Natal, 2012. 128 f.: il. Orientadores: Ana Lúcia de Medeiros Lula da Mata. Wilson da Mata.
Tese (Doutorado) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Tecnologia. Departamento de Engenharia Química. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química.
1. Água – Tratamento - Tese. 2. Remoção de contaminantes - Tese. 3.
Eletrocoagulação - Tese. 4. Água de produção - Tese. 5. Efluentes industriais – Tratamento - Tese. I. Mata, Ana Lúcia de Medeiros Lula da. II. Mata, Wilson da. III. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. IV. Título. RN/UF/BSEQ CDU 628.16(043.2)
SOUZA, Katia Regina - Estudo da remoção de Ba2+, Ni2+, Cd2+, Cu2+, Cr3+, Sr2+ e Zn2+ por
eletrocoagulação em água associada à produção de petróleo. Tese de Doutorado, UFRN,
Programa de Pós-graduação em Engenharia Química. Área de Concentração: Engenharia
Química.
Orientadora: Profa. Dra. Ana Lúcia de Medeiros Lula da Mata
Coorientador: Prof. Dr. Wilson da Mata.
RESUMO. Dentre os resíduos gerados na indústria petroquímica a água associada à produção de petróleo é a mais importante. Ela é considerada um dos grandes desafios devido à presença de substâncias químicas consideradas tóxicas presente na sua composição. A presença dessas substâncias dificulta a reutilização da água associada nos processos de recuperação avançada, fazendo com que antes da sua reutilização ou descarte, seja necessário seu tratamento. Este trabalho teve como objetivo o estudo da eficiência de remoção das espécies químicas: Ba2+, Ni2+, Cd2+, Cu2+, Cr3+, Sr2+e Zn2+, presentes na composição da água associada à produção de petróleo por eletrocoagulação. A avaliação de remoção dessas espécies químicas foi realizada por testes em laboratório utilizando reatores eletroquímicos de batelada e de fluxo contínuo. Os testes iniciais da eletrocoagulação foram realizados com efluente sintético em reator batelada utilizando eletrodo de ferro. Os resultados de remoção de Zn2+ e de Ni2+ foram de 78% e 59%, respectivamente. Enquanto que o percentual removido de Ba2+ foi de 19%, em 30 minutos de tratamento, aplicando corrente de 1,10A. Os testes com efluente foram realizados em reator batelada aplicando a técnica eletroquímica com eletrodos de inox 304, o objetivo foi remover parte do óleo disperso e também, de compostos orgânicos presentes no efluente. De acordo com as condições experimentais usadas, o resultado máximo obtido de TOG foi de 60% e de TOC foi aproximadamente de 50%, em relação à concentração inicial. Para os experimentos realizados em reator contínuo, com efluente semi-sintético, foram usados eletrodos de ferro e de alumínio e os resultados obtidos foram de 100% de remoção de Cd2+, Cu2+, Cr3+ e Zn2+ e 77% de Sr2+. Esses percentuais só foram possíveis de alcançar mediante o uso do eletrodo de ferro. Entretanto quando esse eletrodo foi substituído pelo de alumínio, ocorreu um decréscimo no percentual de remoção para 65%, utilizando-se a mesma vazão e corrente. Portanto segundo os resultados obtidos, a utilização do eletrodo de ferro mostrou-se mais eficaz na remoção desses metais e as condições de menor vazão e menor corrente foram satisfatórias, conforme observado no planejamento fatorial adotado.
Palavras chave: Eletrocoagulação, eletrodo de ferro, eletrodo de alumínio, água associada à
produção de petróleo.
ABSTRACT
Among the waste generated in the petrochemical industry water associated with oil
production is the most important. It is considered one of the great challenges due to the
presence of considered toxic chemicals present in this composition. The presence of these
substances difficult to reuse the water associated with the enhanced recovery processes, so
that prior to their reuse or disposal, treatment is necessary. This paper aimed to study the
removal efficiency of chemical species: Ba2+, Ni2+, Cd2+, Cu2+, Cr3+, Sr2+ and Zn2+, present in
the composition of the water associated with oil production by electrocoagulation. The
evaluation of removal of these chemical species was performed by laboratory tests using
electrochemical batch reactors and continuous flow. Initial tests were performed with
electrocoagulation of synthetic wastewater in batch reactor using iron electrode. Results of
removal of Zn2+ and Ni2+ were 78 % and 59 % respectively. While the percentage of removed
Ba2+ was 19 % by 30 minutes of treatment and by applying current of 1.10 A. The tests were
performed on effluent batch reactor applying the electrochemical technique with stainless
steel electrodes 304, the objective was to remove part of the dispersed oil and also of organic
compounds in the effluent. Under the experimental conditions used, the maximum result was
obtained TOG was 60 % and TOC was approximately 50 % compared to the initial
concentration. In the experiments carried out in continuous reactor, with effluent semi-
synthetic, have been used electrodes of iron and aluminum and the results were 100 %
removal of Cd2+, Cu2+, Cr3+ and Zn2+ and 77 % of Sr2+. These percentages were only
attainable through the use of the iron electrode. However, when the electrode was replaced by
aluminum, there was a reduction in the percentage of removal to 65 %, using the same flow
rate and current. Therefore according to the results obtained using the iron electrode was more
effective in removing these metals and the conditions of lower current and lower flow rate
was satisfactory, as observed in the experimental design adopted.
Word-keys: Electrocoagulation, Iron electrode, Aluminum electrode, Water associated with
oil production.
Dedicatória
Aos meus pais e irmãos
Maria Ozete F. de Souza
Erasmo Alves de Souza
Sara Jane Souza
Erasmo Claret F. Souza
Agradecimentos
A Deus, pela oportunidade de vida, pelos ensinamentos de amor, luz e evolução.
Aos Meus Pais, Erasmo Alves e Maria Ozete; aos meus irmãos, Sara e Junior; pelo
incentivo e compreensão dedicados ao longo de minha vida, que Deus sempre os ilumine.
À Professora Dra. Ana Lúcia de Medeiros Lula da Mata, pela amizade, orientações e
oportunidade.
Ao Professor Dr. Wilson da Mata, pela amizade e orientações.
Ao Professor Dr. Djalma Ribeiro, pela orientação, apoio e suporte necessário à
realização dos experimentos.
Ao Professor Dr. Carlos Alberto Martínez-Huitle pela orientação, que sempre com
muita presteza, esteve disposto a orientar, e tirar dúvidas.
Ao Professor Dr. Almir Mirapalheta, que sempre com muita paciência e presteza,
esteve disposto a orientar, tirar dúvidas, e discutir sobre o trabalho.
À empresa PETROBRÁS, pela doação das amostras.
Aos funcionários do PPGEQ: Mazinha e Medeiros, pela atenção e préstimos sempre
dedicados.
Ao CNPq pelo auxílio financeiro, da bolsa e da taxa de bancada, que proporcionou a
realização desse trabalho.
À direção e aos colegas do IFRN – Campus Pau dos Ferros – pelo apoio e
companheirismo.
À Aécia, Emily, Rina, Tarcila e Rayana as técnicas e amigas que conquistei e que
muito colaboraram nas análises realizadas.
À grande amiga Jennys, que sempre me apoiou, sempre esteve disposta a ajudar.
Aos amigos do LEAP, Rafel, Elton, Marcos, Janusa, Robson e Keyla.
Às minhas amigas maravilhosas: Adriana, Bia, Juliana, Daniela, Débora e Rayanna.
À André, Igor e Filipe, pela colaboração na realização dos experimentos.
Em especial, a Andreza, Ineuda, Fredinho, Olívia, Carlos Henrique, Chiquinho e
Márcio, amigos do IFRN, que dividiram comigo moradia e translado Natal – Pau dos
Ferros/RN.
Enfim, a todos os amigos, pela oportunidade de conquista de nossas amizades, ajuda e
incentivo que de algum modo, contribuíram, seja direta ou indiretamente, na minha vida para
o meu crescimento pessoal e profissional.
Sumário
1. Introdução Geral ...................................................................................................................................2
2 – Objetivos ............................................................................................................................................6
2.1 Geral ...............................................................................................................................................6
2.2 Específicos .....................................................................................................................................6
3. Revisão Bibliográfica ...........................................................................................................................8
3.1 O Petróleo .......................................................................................................................................8
3.2 Efluente da indústria de petróleo .................................................................................................. 10
3.2.1 Água associada à produção de petróleo ................................................................................ 10
3.2.2 Composição da água de produção ......................................................................................... 13
3.2.3 Espécies químicas e seus efeitos tóxicos ............................................................................... 15
3.2.4 Impactos ambientais causados pela água de produção .......................................................... 16
3.2.5 Custo de tratamento da água associada à produção de petróleo ............................................ 18
3.2.6 Tipos de métodos utilizados para o tratamento da água associada à produção de petróleo .. 19
3.2.7 Reuso da água associada à produção de petróleo .................................................................. 20
3.3 Princípio da eletroquímica ........................................................................................................... 21
3.3.1 Definição e funcionamento de uma célula eletroquímica ..................................................... 21
3.3.2 Lei de Faraday ....................................................................................................................... 23
3.3.5 Reatores eletroquímicos ........................................................................................................ 26
3.3.6 Objetivos da técnica eletroquímica ....................................................................................... 27
3.3.7 Vantagens e desvantagens dos processos eletroquímicos ..................................................... 27
3.3.8 Estudos e aplicações da eletroquímica na indústria de petróleo ............................................ 29
3.4 Eletrocoagulação .......................................................................................................................... 38
3.4.1 Fatores que afetam a eletrocoagulação .................................................................................. 41
4. Metodologia ....................................................................................................................................... 47
4.1 Montagem experimental ............................................................................................................... 48
4.1.1 Reator eletroquímico de batelada .......................................................................................... 48
4.1.2 Reator eletroquímico contínuo .............................................................................................. 51
4.1.3 Fonte de corrente contínua .................................................................................................... 55
4.1.4 Sistema: tanque de mistura, eletro bomba e rotâmetro.......................................................... 55
4.1.5 Eletrodos de trabalho ............................................................................................................. 56
4.2 Água associada à produção de petróleo ....................................................................................... 56
4.2.1 Reagentes .............................................................................................................................. 56
4.2.2 Efluente sintético (ES) .......................................................................................................... 57
4.3 Planejamento experimental .......................................................................................................... 58
4.3.1 Planejamento fatorial 2n ........................................................................................................ 58
4.4 Análise da viabilidade técnica do sistema de tratamento contínuo .............................................. 62
4.4.1 Taxa da velocidade de remoção de metais em função do tempo .......................................... 62
4.4.2 Análise dos custos de energia por consumo de material dos eletrodos ................................. 63
4.5 Procedimento experimental .......................................................................................................... 65
4.5.1 Procedimentos de lavagem e tipo de recipientes, técnica de coleta e preservação de amostras
para os tratamentos Batelada e Contínuo. ...................................................................................... 65
4.5.2 Pré-montagem do sistema de tratamento ............................................................................... 65
4.5.3 Preparo do efluente sintético ................................................................................................. 66
4.5.4 Inicio do tratamento – Batelada ............................................................................................ 66
4.5.5 Pré-montagem do sistema de tratamento ............................................................................... 67
4.5.6 Preparo do efluente semi-sintético ........................................................................................ 68
4.5.7 Inicio do tratamento – Contínuo ............................................................................................ 69
4.5.8 Limpeza dos reatores ............................................................................................................. 69
4.5.9 Limpeza, pesagem e conservação dos eletrodos ................................................................... 70
4.6 Análises ........................................................................................................................................ 71
5. Resultados e discussões ...................................................................................................................... 75
5.1 Resultados iniciais - reator batelada ............................................................................................. 76
5.1.1 Testes de eletrocoagulação para remoção de Zn2+, Ni2+ e Ba2+ em efluente sintético ........... 76
5.1.2 Testes de eletrofloculação para remoção de TOG e degradação de TOC em efluente de água
associada à produção de petróleo ................................................................................................... 77
5.2 Resultados dos testes realizados com o reator contínuo ............................................................... 79
5.2.1 Planejamento fatorial 23 - Tratamento eletrocoagulação (EC) para remoção de Cd2+, Cu2+,
Cr3+, Sr2+ e Zn2+ em efluente semi-sintético ................................................................................... 79
5.3 Análise da viabilidade técnica da eletrocoagulação na remoção de Cd2+, Cu2+, Cr3+, Sr2+ e Zn2+
presente em efluente semi-sintético ................................................................................................. 101
5.3.1 Efeito do pH e do material do eletrodo na eficiência de remoção ....................................... 101
5.3.2 Resultados da taxa de remoção de contaminantes em função do tempo de tratamento ...... 102
5.3.3 Quantidade de resíduos de ferro e alumínio presente no efluente após os testes de
eletrocoagulação ........................................................................................................................... 103
5.3.4 Análise dos custos de energia por consumo de material dos eletrodos ............................... 104
5.3.5 Análise dos resultados obtidos com outras referências bibliográficas ................................ 106
6. Conclusão ......................................................................................................................................... 108
Referências Bibliográficas ................................................................................................................... 112
Anexos.................................................................................................................................................. 123
Capítulo 3
LISTA DE FIGURAS
Figura 3.1 Gráfico da estimativa de produção Onshore e Offshore de água produzida. 09Figura 3.2 Ilustração de um aquífero natural ativo. 10Figura 3.3 Ilustração da água de injeção sendo colocada dentro do poço. 11Figura 3.4 Esquema da recuperação terciária por injeção de vapor. 12Figura 3.5 Direção do fluxo de elétrons do anodo para o catodo em uma célula
eletroquímica. 22
Figura 3.6 Esquema do processo de floculação dos poluentes de uma célula eletroquímica. 40Figura 3.7 Arranjo dos eletrodos de acordo com a conexão. 43Figura 3.8 Esquema da direção de fluxo de acordo com a posição dos eletrodos dentro do
reator de eletrocoagulação. 44
Figura 3.9 Direção do fluxo de fluido conforme a quantidade de canais. 44Figura 3.10
Geometria dos reatores de operações simples: a) batelada, b) contínuo com agitação e c) contínuo.
45
Capítulo 4 Figura 4.1 Vista frontal do reator de batelada pós-montagem. 49Figura 4.2 Vista da parte interna e do tarugo de nylon na base inferior do reator. 50Figura 4.3 Disposição dos 4 pares de eletrodos dentro do reator eletroquímico. 50Figura 4.4 Visão completa do sistema em batelada. 51Figura 4.5 Imagem da formação de bolhas na parte superior devido ao desprendimento de
gás 4.5a e a precipitação de partículas 4.5b. 52
Figura 4.6 Vista do posicionamento das calhas dentro do reator e suas respectivas dimensões.
53
Figura 4.7 Esquema de montagem do sistema de tratamento contínuo. 54Figura 4.8 Fonte de alimentação de corrente contínua. 55Figura 4.9 Componentes do sistema contínuo. 55Figura 4.10 Fotos dos eletrodos de alumínio, inox e ferro. 56Figura 4.11 Representação espacial, cubo 3D dos oitos experimentos no planejamento
fatorial 23. 59
Figura 4.12 Quadro dos valores utilizados para as variáveis de controle e de resposta, utilizando a eletrofloculação em reator batelada.
60
Figura 4.13 Parte superior do reator de bancada contínuo. 68Figura 4.14 Espectrofotômetro de emissão óptica com plasma indutivamente acoplado (ICP-
OES) – marca Thermo Analítica. 72
Figura 4.15 Analisador de óleos e graxas (TOG/TPH), InfraCal da Wilks Enterprise. 72Figura 4.16 Analisador TOC da Analytik Jena Multi NC® 3100. 73Figura 4.17 Cromatógrafo de íons – IC – Thermo Analítica. 73
Capítulo 5
Figura 5.1 a) Aspecto da camada de espuma composta por óleo e b) Aspecto da camada formada pela mistura de óleo e material dissolvido do eletrodo.
77
Figura 5.2 Gráficos dos percentuais de óleo e graxas (TOG) removidos e recuperados em 30 minutos de tratamento eletroquímico por diferentes correntes.
78
Figura 5.3 Concentração de TOC removida da amostra de efluente real de água associada à produção de petróleo pela técnica eletroquímica.
79
Figura 5.4 Superfícies tridimensional para a remoção de Cd2+ em função do eletrodo de (a) alumínio e do eletrodo de (b) ferro.
81
Figura 5.5 Gráfico de Pareto dos parâmetros lineares das variáveis x2 (corrente) e x3 (vazão) para o % de remoção de Cd2+ em função ao eletrodo de Alumínio.
82
Figura 5.6 Gráfico de Pareto dos parâmetros lineares das variáveis x2 (corrente) e x3 (vazão) para o % de remoção de Cd2+ em função ao eletrodo de ferro.
82
Figura 5.7 Diagrama de dispersão para os limites de confiança de ± 95% para o Cd2+ com eletrodo de alumínio.
84
Figura 5.8 Diagrama de dispersão para os limites de confiança de ± 95% para o Cd2+ com eletrodo de ferro.
84
Figura 5.9 Superfície tridimensional para a remoção de Cu2+ em função do eletrodo Alumínio (a) e do eletrodo de ferro (b).
85
Figura 5.10 Gráfico de Pareto dos parâmetros lineares das variáveis x2 (corrente) e x3 (vazão) para a remoção de Cu2+ em função do eletrodo de alumínio.
86
Figura 5.11 Gráfico de Pareto dos parâmetros lineares das variáveis x2 (corrente) e x3 (vazão) para a remoção de Cu2+ em função do eletrodo de ferro.
86
Figura 5.12 Diagrama de dispersão para os limites de confiança de ± 95% para o Cu2+ com eletrodo de alumínio.
88
Figura 5.13 Diagrama de dispersão para os limites de confiança de ± 95% para o Cu2+ com eletrodo de ferro.
88
Figura 5.14 Superfície tridimensional para a remoção de Cr3+ em função do eletrodo Alumínio (a) e do eletrodo de ferro (b).
89
Figura 5.15 Gráfico de Pareto dos parâmetros lineares das variáveis x2 (corrente) e x3 (vazão) para a remoção de Cr3+ em função ao eletrodo de alumínio.
90
Figura 5.16 Gráfico de Pareto dos parâmetros lineares das variáveis x2 (corrente) e x3 (vazão) para a remoção de Cr3+ em função ao eletrodo de ferro.
90
Figura 5.17 Diagrama de dispersão dos valores calculados em função dos valores observados para os limites de confiança de ± 95% para o Cr3+ com eletrodo de alumínio.
92
Figura 5.19 Superfície tridimensional para a remoção de Sr2+ em função do eletrodo Alumínio (a) e do eletrodo de ferro (b).
93
Figura 5.20 Gráfico de Pareto dos parâmetros lineares das variáveis x2 (corrente) e x3 (vazão) para a remoção de Sr2+ em função ao eletrodo de alumínio.
94
Figura 5.21 Gráfico de Pareto dos parâmetros lineares das variáveis x2 (corrente) e x3 (vazão) para a remoção de Sr2+ em função ao eletrodo de ferro.
94
Figura 5.22 Diagrama de dispersão dos valores calculados em função dos valores observados para os limites de confiança de ± 95% para o Sr2+ para o eletrodo de alumínio.
96
Figura 5.23 Diagrama de dispersão dos valores calculados em função dos valores observados para os limites de confiança de ± 95% para o Sr2+ para o eletrodo de ferro.
96
Figura 5.24 Superfície tridimensional para a remoção de Zn2+ em função do eletrodo Alumínio (a) e do eletrodo de ferro (b).
97
Figura 5.25 Gráfico de Pareto dos parâmetros lineares das variáveis x2 (corrente) e x3 (vazão) para remoção de Zn2+ em função do eletrodo de alumínio.
98
Figura 5.26 Gráfico de Pareto dos parâmetros lineares das variáveis x2 (corrente) e x3 (vazão) para remoção de Zn2+ em função do eletrodo de ferro.
98
Figura 5.27 Diagrama de dispersão dos valores calculados em função dos valores observados para os limites de confiança de ± 95% para o Zn2+ para o eletrodo de alumínio.
100
Figura 5.28 Diagrama de dispersão dos valores calculados em função dos valores observados para os limites de confiança de ± 95% para o Zn2+ para o eletrodo de ferro.
100
Figura 5.29 Gráficos a) comportamento do pH de acordo com o material do eletrodo e b) remoção dos contaminantes devido a mudança de pH para o eletrodo de ferro.
101
Figura 5.30 Curvas da taxa de remoção de Cd2+, Cu2+, Cr3+,Sr2+ e Zn2+ em 96 min. de tratamento da água associada à produção de petróleo semi-sintética por eletrocoagulação.
102
LISTA DE TABELAS
Capítulo 3
Tabela 3.1 Fenóis e compostos aromáticos voláteis em água associada à produção petróleo. 14Tabela 3.2 Hidrocarbonetos policíclicos aromáticos polinucleados (HPAs). 14Tabela 3.3 Metais presentes na composição química de uma água associada à produção de
petróleo 15
Tabela 3.4 Efeitos causados pelas substâncias presentes na água associada à produção de petróleo
18
Capítulo 4 Tabela 4.1
Condições experimentais usadas para os tratamentos no reator batelada no 1º e 2º teste.
61
Tabela 4.2 Valores experimentais das variáveis: eletrodo, corrente e vazão. 62Tabela 4.4 Tipos de análises e equipamentos usados
71
Capítulo 5 Tabela 5.1 Resultados de % de remoção de Zn2+, Ni2+ e Ba2+ 76Tabela 5.2 Resultados do % de remoção de Cd2+, Cu2+, Cr3+, Sr2+ e Zn2+ referente ao
planejamento fatorial 23 utilizando reator contínuo 80
Tabela 5.3 Análise de variância (tabela ANOVA) para o Cd2+ eletrodo de alumínio 83Tabela 5.4 Análise de variância (tabela ANOVA) para o Cd2+ eletrodo de ferro 83Tabela 5.5 Análise de variância (tabela ANOVA) para o Cu2+ eletrodo de Alumínio 87Tabela 5.6 Análise de variância (tabela ANOVA) para o Cu2+ eletrodo de Ferro 87Tabela 5.7 Análise de variância (tabela ANOVA) para o Cr3+ eletrodo de Alumínio 91Tabela 5.8 Análise de variância (tabela ANOVA) para o Cr3+ eletrodo de Ferro 91Tabela 5.9 Análise de variância (tabela ANOVA) para o Sr2+ eletrodo de Alumínio 95Tabela 5.10 Análise de variância (tabela ANOVA) para o Sr2+ eletrodo de Ferro 95Tabela 5.11 Análise de variância (tabela ANOVA) para o Zn2+ eletrodo de Alumínio 99Tabela 5.12 Análise de variância (tabela ANOVA) para o Zn2+ eletrodo de Ferro 99Tabela 5. 13 Valores da taxa de remoção de Cd, Cu, Cr, Sr e Zn no tempo de 96min. de
tratamento por eletrocoagulação 102
Tabela 5.14 Resíduo de ferro e alumínio gerado depois da coagulação 103Tabela 5.15 Valores dos custos operacional elétrico (COE) e os custos do material (CM) 105Tabela 5.16 Comparação dos resultados obtidos com outras referências 106
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ADE – Anodo Dimensionalmente Estável
CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente
COE – custo operacional elétrico R$m-3
CM – Custo do material R$m-3
DC – direct current (Corrente contínua)
DQO – Demanda Química de Oxigênio
EC – Eletrocoagulação
ER – Efluente real
ES – Efluente sintético
ESS – Efluente semi-sintético
ETE – Estação de tratamento de efluente
EUA – United States of America (Estados Unidos da América)
HPA – Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos
ICP-OES - Espectrometria de emissão ótica por plasma acoplado indutivamente
IOR – Improved Oil Recovery (Recuperação Avançada de Óleo)
Máx. – máximo
Mín. – mínimo
NEPGN – Núcleo de Estudos em Petróleo e gás natural
NORM – Naturally Occurring Radioactive Material (Material Radioativo Ocorrido
Naturalmente)
NUP-ER – Núcleo de Pesquisa de Petróleo e Energias Renováveis
NUPRAR – Núcleo de Pesquisas de Reuso da Água
OGP – International Association of Oil & Gas Producers
OSPAR – Commission Protecting and Conserving the North-East Atlantic and its Resources
(Comissão de Proteção e Conservação do Atlântico Norte e seus Recursos)
PA – Para análise
POA – Processos Oxidativos Avançados
PEE – Preço da energia elétrica
PME – Preço do material do eletrodo
PVC – Cloreto de polivinila
TOC – Total organic carbon (Carbono Orgânico Total)
TOG – Teor de Óleos e Graxas
TPH – Total Petroleum Hydrocarbon (Hidrocarboneto de Petróleo Total)
UFRN – Universidade Federal do Rio Grande do Norte
UN-RN/CE – Unidade de Negócio e Exploração do Rio Grande do Norte e Ceará da bacia
Potiguar
USEPA – United States Environmental Protection Agency (Agencia de Proteção Ambiental
dos Estados Unidos)
LISTA DE SIMBOLOS
A – Ampere
AgFe – área geométrica do ferro 128 cm²
AgAl – área geométrica do alumínio 89,63 cm²
Ci – concentração inicial mg L-1
Cf – concentração final mg L-1
d – densidade de corrente mA cm-2
E – potêncial V
Fcal – F calculado
Ftab – F tabelado
F – constante de Faraday 96.500 C mol-1
I – corrente A
MFe – massa molar do ferro 55,84 g mol-1
MAl – massa molar do alumínio 26,98 g mol-1
min. – minuto
nFe – nº de elétrons de ferro 2e-
nAl – nº de elétrons de alumínio 3e-
PEE – preço da energia elétrica R$ kWh-1
PMEFe – preço do material do eletrodo de ferro 3,86 x 10-03 R$ g-1
PMEAl – preço do material do eletrodo de alumínio 0,017 R$ g-1
Q – vazão mLmin.-1
Tr – tempo de residência dentro do reator min.
Vb – volume do reator de batelada L
Vc – volume do reator contínuo L
Veff – volume do efluente sem tratamento m3
∫– Integral
Introdução Geral
Capítulo
1
Capitulo 1 – Introdução Geral
Katia Regina Souza, Março de 2012 2
1. Introdução Geral
Ao longo dos anos o setor industrial, conforme o ramo de atividade e tipo de processo,
ela vem desenvolvendo técnicas para aumentar sua produtividade no que resulta, muitas
vezes, no aumento da geração de resíduos. Esses resíduos, antes de serem descartados, devem
ser caracterizados a fim de avaliar qual a sua classificação, a presença e a concentração de
possíveis contaminantes na sua composição química.
No Brasil a Resolução do CONAMA n° 357, de 17 de março de 2005, ‘dispõe sobre
classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como
estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes’, destacando que os artigos de
24 a 37 são específicos para efluentes industriais. Essas condições e os padrões de lançamento
de efluentes foram impostos pelos órgãos ambientais às indústrias a fim de que realizassem o
tratamento de seus resíduos de acordo com o tipo de atividade, carga poluidora e quantidade
gerada, e com isso se evitaria danos ao meio ambiente
Dentre as atividades industriais, pode-se destacar a exploração de petróleo como uma
das atividades de maior geração de resíduos e de carga poluidora, devido ao alto grau de
toxicidade.
Esse índice de toxicidade está associado aos constituintes presentes naturalmente na
composição do petróleo (hidrocarbonetos saturados e insaturados, hidrocarbonetos
aromáticos, compostos sulfurados, nitrogenados, oxigenados, asfaltenos, espécies químicas),
que se apresentam como sais dissolvidos na água emulsionada ao petróleo e também na forma
de compostos organometálicos complexos e além de outros aditivos químicos adicionados
durante a exploração, (THOMAS, 2001).
Além da Resolução do CONAMA nº357, existe especificamente a Resolução
CONAMA de n° 393, de 08 de Agosto de 2007, que ‘dispõe sobre descarte contínuo de água
de produção em plataformas marítimas de petróleo e gás natural’. Essa resolução ressalta que
deve ser feito o monitoramento semestral das espécies químicas pelas empresas operadoras de
plataformas, destacando: arsênio, bário, cádmio, cromo, cobre, ferro, mercúrio, manganês,
níquel, chumbo, vanádio e zinco.
A água de produção apresenta na sua composição minerais dissolvidos, constituintes
oleosos dissolvidos e dispersos, aditivos químicos empregados durante o processo de
produção, sólidos e gases dissolvidos e espécies químicas (Fe, Cu, Pb, Cd, Se, Sr), os quais
vêm recebendo atenção devido ao nível de toxicidade (TOREM e CASQUEIRA, 2003). Esses
Capitulo 1 – Introdução Geral
Katia Regina Souza, Março de 2012 3
elementos ocorrem no ambiente aquático sob diversas formas: i) em solução na forma iônica
ou na forma de complexos solúveis orgânicos ou inorgânicos, ii) formando ou ficando retidos
às partículas coloidais minerais ou orgânicas e iii) ficando também retidos no sedimento ou
incorporados à biota (FEEMA, 1992; MEYNBURG et al., 1995).
Algumas espécies químicas são substâncias altamente tóxicas e não são compatíveis
com alguns dos tratamentos convencionais, por exemplo, os biológicos. As espécies químicas
quando presentes nos efluentes industriais reduzem a capacidade autodepurativa das águas,
devido à ação tóxica que elas exercem sobre os microorganismos. Estes microorganismos são
os responsáveis pela recuperação das águas, através da decomposição dos materiais orgânicos
presente nos efluentes (FELLENBERG, 1980 apud AGUIAR et al., 2002).
Dessa forma, a escolha da técnica de tratamento para esse tipo de efluente deve já ser
bastante eficaz e considerar também determinados fatores, tais como, a carga poluidora do
efluente (composição e concentração), a localização do processo industrial (área física de
instalação da unidade e impactos ambientais), os custos operacionais (equipamentos,
manutenção, mão-de-obra e recursos energéticos), a segurança operacional (riscos ligados a
planta de tratamento), a destinação final, (reuso no processo ou lançamento em corpos d’água)
e o mais importante desses, a limitação a determinados contaminantes (eficiência de remoção
ou degradação de compostos tóxicos), os quais devem apresentar valores, depois do
tratamento, de acordo com os estabelecidos pela legislação.
A eletroquímica vem se destacando como uma técnica bastante promissora em
tratamentos de efluentes industriais, em pesquisa científica e no desenvolvimento de
equipamentos, como no caso dos reatores eletroquímicos, utilizados como unidades de
tratamento que auxiliam na transformação dos contaminantes tóxicos em substâncias mais
facilmente degradáveis.
Com base nos princípios da técnica de tratamento, no tipo de efluente a ser tratado
(água associada à produção de petróleo) e no volume gerado, este trabalho se propôs a estudar
o percentual de remoção das espécies químicas, tais como: Cd2+ (cádmio), Cr2+ (cromo), Cu2+
(cobre), Zn2+ (zinco), Ni2+ (níquel), Ba2+ (bário) e Sr2+ (estrôncio), utilizando os princípios da
técnica da eletrocoagulação.
Esta tese é composta de 6 capítulos, referências bibliográficas e os anexos.
No Capítulo II – Objetivos – são apresentados os objetivos, geral e os específicos
propostos para realização deste trabalho.
Capitulo 1 – Introdução Geral
Katia Regina Souza, Março de 2012 4
O Capítulo III – Revisão Bibliográfica – neste capítulo é apresentado os aspectos
mais relevantes em relação à água associada à produção de petróleo, as etapas de produção
onde é gerado esse efluente, suas características e composição química, danos causados ao
meio ambiente devido a sua toxicidade, tipos de tratamentos e os custos com o descarte da
água de produção. Além disso, foi realizado um levantamento em ordem cronológica dos
principais trabalhos que aplicaram a eletroquímica no tratamento da água de produção. Com
respeito à eletroquímica são enfocados os princípios e as reações de oxidação e redução,
definição da eletrocoagulação e como são formados os coagulantes naturais responsáveis pelo
tratamento, objetivos e os fatores que influenciam no processo da eletrocoagulação.
No Capítulo IV – Metodologia – apresenta os materiais e equipamentos utilizados nos
experimentos (reatores eletroquímicos), a metodologia usada e as variáveis de controle
escolhidas para o planejamento fatorial. Apresenta as equações usadas para calcular os
percentuais de remoção dos contaminantes e os custos relacionados ao consumo de energia e
à dissolução do material do eletrodo.
No Capítulo V – Resultados e discussões – esta parte da tese apresenta os resultados
obtidos com os experimentos mediante o planejamento fatorial, evidenciando os mesmos e
comparando com dados da literatura. Além disso, mostra os valores dos percentuais de
remoção dos contaminantes e em que condições foram a que melhor influenciou o processo
de remoção. Destaca a influência dos parâmetros mais importantes e como eles atuam sobre a
eletrocoagulação. Apresenta os resultados relacionados aos tipos de materiais dos eletrodos e
qual foi mais eficiente no processo de remoção dos contaminantes e quantifica o resíduo
gerado após o tratamento. Apresenta os custos mediante o consumo de energia e de material
dissolvidos dos eletrodos durante o processo de eletrocoagulação.
As conclusões obtidas neste trabalho e sugestões para trabalhos futuros estão
apresentadas no Capítulo VI.
Referências bibliográficas – são listadas segundo as normas da ABNT as referências
citadas no texto.
Anexos – Por fim nos anexos são apresentados os dados e tabelas que foram usadas
para análises de resultados no software STATISTICA© 7.0.
Objetivos
Capítulo
2
Capitulo 2 – Objetivos
Katia Regina Souza, Março de 2012 6
2 – Objetivos
2.1 Geral
Estudar a remoção de Ba2+, Ni2+, Cd2+, Cu2+, Cr3+, Sr2+, Zn2+ por eletrocoagulação em
água associada à produção de petróleo.
2.2 Específicos
Montar em escala de laboratório um reator eletroquímico em sistema de batelada e
contínuo;
Realizar testes iniciais em batelada para avaliar a eficiência do processo de
eletrocoagulação na remoção de Zn2+ (zinco), Ni2+ (níquel) e Ba2+ (bário) em efluente
sintético;
Avaliar os resultados de remoção dos testes iniciais e a influência dos parâmetros das
variáveis de processo: concentração de NaCl (g/ml), corrente (A), tempo de residência
(minutos);
Realizar experimentos com a finalidade de remover outros contaminantes, tais como,
Cd2+, Cr3+, Cu2+, Sr2+, Ni2+ presentes em solução sintética de água associada a produção de
petróleo;
Realizar testes da eletrocoagulação com efluente de água associada à produção de
petróleo e avaliar a eficiência de remoção do teor de óleos e graxas (TOG) e também, de
carbono orgânico total (TOC);
Analisar a viabilidade técnica e o consumo energético do processo de
eletrocoagulação.
Revisão Bibliográfica
Capítulo
3
Capitulo 3 – Revisão Bibliográfica
Katia Regina Souza, Março de 2012 8
3. Revisão Bibliográfica
Neste capítulo são apresentados os aspectos mais relevantes referentes ao petróleo, à
água associada à produção de petróleo, as técnicas de tratamento eletroquímico
(eletrofloculação, oxidação eletroquímica, eletroflotação e a eletrocoagulação), princípio e
fatores que afetam o tratamento e variáveis envolvidas, vantagens e desvantagens da
eletrocoagulação, principais reações envolvidas e os tipos de material dos eletrodos.
3.1 O Petróleo
O petróleo, do latim petra (pedra) e oleum (óleo), é constituído basicamente por uma
mistura de compostos orgânicos (hidrocarbonetos), podendo conter também quantidades
pequenas de nitrogênio, oxigênio, enxofre e metais. No estado líquido é uma substância
oleosa, inflamável, menos densa que a água, com cheiro característico e cor variando entre o
negro e o castanho-claro (THOMAS, 2001).
O petróleo é uma fonte energética de grande importância para a economia mundial.
Porém, seu valor comercial depende do tipo de óleo e esse, pode ser dividido em leve e
pesado, naftênicos ou parafínicos. Dependendo do tipo de óleo é que se define o processo a
ser usado nas etapas de exploração e explotação e associado a essas, estão os resíduos gerados
(SOUZA et al., 2010).
Naturalmente além dos hidrocarbonetos, ocorre a produção de água. Sua quantidade
vai depender das condições em que ela se encontra no meio poroso (THOMAS, 2001).
De acordo com Thomas, (2001), a água é um dos resíduos gerados intrínseco ao
processo de produção de óleo e gás, e por se encontrar adjacente às formações portadoras de
hidrocarbonetos, contém gotas de óleo que podem está dispersas ou dissolvidas.
Essas águas residuais do campo de petróleo ou água associada à produção de petróleo
são resíduos que contêm vários componentes orgânicos e inorgânicos, cuja disposição
inapropriada desse rejeito pode poluir superfícies, corpos d’ água e o solo (FAKHRU´L-RAZI
et al., 2009).
Fakhru´l-Razi et al., (2009), estimou que a produção global de água produzida para
2015 será em torno de 250 milhões de barril por dia, isso comparado com cerca de 80 milhões
de barris de óleo por dia (Figura 3.1). Como resultado, essa razão água/óleo é de cerca de 3:1,
ou seja, a produção de água é de 70% maior que a de óleo. A produção de água global vem
Capitulo 3 – Revisão Bibliográfica
Katia Regina Souza, Março de 2012 9
aumentando continuamente através da exploração de campos maduros, porém as melhores
técnicas de manejo e a exploração de campos novos tendem a diminuir essa produção.
Figura 3.1 – Gráfico da estimativa de produção Onshore e Offshore de água produzida.
Fonte: DAL FERRO E SMITH (2007)
Reynolds e Kiker, (2003) apud Fakhru´l-Razi et al., (2009), avaliaram diversos fatores
que podem afetar a quantidade de água de produção em relação à vida de um poço. Dentre
eles podem ser destacados, o método de perfuração de poços, a localização do óleo dentro de
reservatórios homogêneos ou heterogêneos, diferentes tipos de completação, única ou
múltiplas zonas de perfuração, tipos de tecnologias para separação de água, a injeção de água
em processo de recuperação avançadas de óleo, presença de furos causados pela corrosão ou
desgaste e comunicações subterrâneas.
Apesar da água está presente nos reservatórios, nem sempre a sua quantidade,
expressa pela sua saturação, segundo THOMAS, (2001), é o suficiente para seu
deslocamento, sendo necessária uma saturação mínima para que isso ocorra. Essa saturação
vai depender da rocha e dos fluídos nela contidos. Portanto só haverá produção de água nessa
rocha, se sua saturação for maior que o valor mínimo.
Capitulo 3 – Revisão Bibliográfica
Katia Regina Souza, Março de 2012 10
De acordo com Neto et al., (2005), no Rio Grande do Norte foi estimado uma
produção de petróleo aproximadamente 86.000 m3 por dia apenas de água originada da
extração e do refino do petróleo. Após tratamento esta água era injetada em poços ou era
descartada via emissário diretamente no mar ou em efluentes.
3.2 Efluente da indústria de petróleo
3.2.1 Água associada à produção de petróleo
A produção de petróleo e gás está associada à produção de água. Essa água pode
receber as seguintes denominações: água de formação, água de produção, água associada ao
petróleo ou ao efluente salino (FREIRE, 1999).
A água de formação refere-se à água existente no reservatório de óleo desde a sua
formação geológica. Sua origem pode ser também de acumulações de água, chamadas de
aquíferos, que podem estar adjacente às formações portadoras de hidrocarbonetos (GALVÃO,
2008). Segundo Almeida (2004), esse tipo de mecanismo de produção de petróleo que utiliza
a energia natural do reservatório é denominado de recuperação primária. A Figura 3.2 mostra
o esquema de um aquífero natural ativo.
Figura 3.2 – Ilustração de um aquífero natural ativo. (Fonte: ALMEIDA, 2004)
Capitulo 3 – Revisão Bibliográfica
Katia Regina Souza, Março de 2012 11
Além da água de formação, existem outras formas de geração de água associada à
produção de petróleo. Sendo a recuperação avançada de óleo IOR (Improved Oil Recovery)
uma delas. Em uma dessas técnicas, o petróleo é produzido mediante a suplementação da
energia natural do reservatório, denominado de recuperação secundária. Ela pode ser feita por
meio da injeção da mistura da água de formação e da água subterrânea dentro do poço para
manter as condições de pressão na rocha reservatório. Essa condição é fundamental para que
haja migração do petróleo para os poços produtores (SILVA, 2000). A Figura 3.3, mostra o
mecanismo de produção de óleo mediante a injeção de água.
Figura 3.3 - Ilustração da água de injeção sendo colocada dentro do poço (Fonte: CORREIA, 2009).
ÁGUA
ÓLEO
ÁGUA
ROCHA IMPERMEÁVEL
Gás Natural
Poço de injeção de água
Poço de injeção de água
Unidade de Produção de óleo + água
Capitulo 3 – Revisão Bibliográfica
Katia Regina Souza, Março de 2012 12
Outra forma de IOR é a recuperação terciária. Nesse mecanismo o petróleo é
produzido de forma assistida por outras fontes de energia e/ou efeitos físicos, químicos e
biológicos. A injeção de vapor é um dos métodos térmicos utilizados. Nessa técnica, a
formação da água associada à produção de petróleo é produzida ou formada pela condensação
de parte do vapor e da água aquecida presente no reservatório (Figura 3.4).
Figura 3.4 - Esquema da recuperação terciária por injeção de vapor. (Fonte: ALMEIDA, 2004)
A água é praticamente intrínseca ao processo de extração de petróleo, sendo produzida
tanto em operações em terra (onshore), quanto no mar (offshore). Ela é considerada o rejeito
de maior volume em todo o processo de exploração e produção de petróleo (FREIRE, 1999).
Os riscos associados à água de produção podem variar em função da sua composição,
das características do local de origem e da disposição final, representando um perigo potencial
para o meio ambiente (SILVA, 2000).
Vale ressaltar que essa quantidade de água de produção, depende das características
dos mecanismos naturais ou artificiais de produção e das características de composição das
rochas reservatórios. Essa água associada à produção de petróleo da rocha reservatório é
identificada por sua salinidade e composição de sais, normalmente sais de magnésio e
estrôncio.
Capitulo 3 – Revisão Bibliográfica
Katia Regina Souza, Março de 2012 13
Sabe-se que, durante a vida útil de um reservatório, o volume de água de produção
pode chegar a exceder o volume de produção de óleo (VIEIRA, et al., 2003 apud
HENDERSON et al., 1999). Um campo de petróleo novo quando no início de produção, pode
produzir água, em torno de 5 a 15 %, e na medida em que sua vida econômica vai se
esgotando, o volume de água pode aumentar chegando atingir uma faixa de 75 a 90 % (ALI et
al., 1998 apud VIEIRA, et al., 2003; THOMAS, 2001), o que além de representar um volume
de água bastante expressivo é um dos grandes gargalos na produção de Óleo e Gás.
Segundo o relatório emitido pela OGP (Associação Internacional de Produtores de
Óleo e Gás), o volume de água associada à produção de petróleo nos reservatórios produtores
de gás tende a produzir menor volume de água, porém essa água presente nesses reservatórios
possui altas concentrações de contaminantes orgânicos. Nos reservatórios produtores de óleo,
o volume de água associada à produção de petróleo é muito maior comparado com os
reservatórios de gás.
3.2.2 Composição da água de produção
De acordo com Stephenson (1991), o óleo pode está disponível na água de produção
tanto na forma de material insolúvel, como dissolvida. A quantidade desse material disperso
depende da influência de alguns fatores, tais como: densidade do óleo, forma e tamanho das
gotas de óleo e tensão interfacial entre a água e o óleo. Segundo Palmer et al., (1979) apud
Freire (1999), esses fatores influenciam na eficiência dos processos gravimétricos de
separação e/ou de flotação.
A fração insolúvel em água é constituída principalmente de hidrocarbonetos alifáticos,
cíclicos e aromáticos de alto peso molecular. A presença desses hidrocarbonetos na
composição das águas de produção de campos petrolíferos no Novo México, é em média, de
60 mg/L de n-alcanos na faixa de C10 a C30 (TELLEZ et al.,1995 apud FREIRE, 1999).
A composição e as concentrações mínima, média e máxima dos compostos presentes
na composição da água associada à produção de petróleo estão apresentados nas Tabelas 3.1 e
3.2.
Ó
Capitulo 3 – Revisão Bibliográfica
Katia Regina Souza, Março de 2012 14
Tabela 3.1 - Fenóis e compostos aromáticos voláteis em água associada a produção petróleo.
Tipo de produção Fenóis (µg.L-1) Benzeno (µg.L-1) Tolueno (µg.L-1)
Gás Média 4.743 5.771 5.190 Máximo 21.522 19.800 Mínimo 150 1.010
Petróleo Média 1.049 1.318 1.065 Máximo 3.660 8.722 4.902 Mínimo 0 2 60
Fonte: STEPHENSON, 1991
Tabela 3.2 - Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos polinucleados (HPAs)
Fonte: STEPHENSON, 1991
As águas produzidas são efluentes complexos, com altas salinidades e composição
química que pode variar amplamente, dependendo do tipo de campo, idade, origem e
qualidade do óleo. Os compostos que normalmente compõem esta água são: óleo disperso e
dissolvido, sais minerais dissolvidos, sólidos oriundos da corrosão, graxas e asfaltenos,
produtos químicos adicionados para prevenir e/ou tratar problemas operacionais, tais como
biocidas, inibidores de incrustação, quebradores de espumas, coagulantes, quebradores de
emulsão, surfactantes e inibidores de corrosão, e gases dissolvidos, incluindo CO2 e H2S
(STEPHENSON, 1991).
As águas produzidas apresentam em sua constituição diferentes concentrações de
cátions (Na+, K+, Ca2+, Mg2+, Ba2+, Sr2+, Fe2+) e ânions (Cl -, SO42-, CO3
2-, HCO3-), sendo
esses íons os responsáveis pelo potencial de incrustação destas águas. Além dos íons, outros
compostos estão presentes na água de produção, por exemplo, as espécies químicas (WANG e
MA, 2006). A Tabela 3.3 mostra a concentração de metais presentes em água de produção.
Naftaleno (µg.L-1) Outros HPAs (µg.L-1) Média 132 7 Máximo 1.179 108 Mínimo 0 0
Capitulo 3 – Revisão Bibliográfica
Katia Regina Souza, Março de 2012 15
Tabela 3.3 – Metais presentes na composição química de uma água associada à produção de petróleo.
Fonte: (STEPHENSON, 1991)
3.2.3 Espécies químicas e seus efeitos tóxicos
Os metais são classificados segundo Salgado (1996), em:
• elementos essenciais: sódio, potássio, cálcio, ferro, zinco, cobre, níquel e
magnésio;
• micro-contaminantes ambientais: arsênico, chumbo, cádmio, mercúrio, alumínio,
titânio, estanho e tungstênio;
• elementos essenciais e micro-contaminantes simultaneamente, cromo, zinco, ferro,
cobalto, manganês e níquel.
Os efeitos tóxicos dos metais são considerados como eventos de curto prazo, agudos e
evidentes. Atualmente, ocorrências a médio e longo prazo são observadas, e as relações
causa-efeito são pouco evidentes e quase sempre subclínicas. Geralmente os efeitos são
difíceis de serem distinguidos e perdem em especificidade, pois podem ser provocados por
outras substâncias tóxicas ou por interações entre esses agentes químicos (SALGADO, 1996).
Na produção de óleo os rejeitos de perfuração são cascalhos da formação e os fluidos
de perfuração, que podem ser à base de água ou de óleo. O primeiro pode conter em sua
formulação agentes controladores de viscosidades, por exemplo, argila, agentes controladores
de densidade (sulfato de bário ou barita), defloculantes (lignosulfato de cromo ou lignita),
hidróxido de sódio, inibidores de corrosão, biocidas, lubrificantes, materiais de perda de
circulação e outros agentes compatibilizantes com a formação. Os fluidos a base de óleo
também contêm hidrocarbonetos como fase contínua e outros produtos químicos para manter
a emulsão da água em óleo. O hidrocarboneto mais utilizado nesses fluidos é o diesel, seguido
pelos óleos minerais e sintéticos, que são menos tóxicos (REIS, 1996).
Os fluidos de perfuração caracteristicamente contêm espécies químicas como o bário,
cromo, cádmio, mercúrio e chumbo. Esses elementos podem entrar no sistema a partir dos
produtos adicionados ao fluido ou a partir dos minerais de ocorrência natural nas formações
Cd (µg.L-1)
Cr (µg.L-1)
Cu (µg.L-1)
Pb (µg.L-1)
Ni (µg.L-1)
Ag (µg.L-1)
Zn (µg.L-1)
Média 27 186 104 315 192 63 170 Máximo 98 390 1.455 5.700 1.674 152 1.600 Mínimo 0 0 0 2 0 12 17
Ó
Capitulo 3 – Revisão Bibliográfica
Katia Regina Souza, Março de 2012 16
que estão sendo perfurados. Esses metais, entretanto, não são tipicamente biodisponíveis
(REIS, 1996).
A toxicidade das espécies químicas encontrados no segmento upstream da indústria do
petróleo varia amplamente. Essa toxicidade das espécies químicas está relacionada à sua
interferência nas atividades enzimáticas, que pode limitar ou interromper os processos
bioquímicos nas células. Seus efeitos são gerais e incluem danos ao fígado, rins, ou sistema
reprodutivo, nervoso e sanguíneo. No caso de alguns metais, além desses efeitos podem ser
incluídas as mutações ou tumores. A concentração de espécies químicas permitida para a água
potável varia para cada metal, mas se encontra geralmente abaixo de 0,01 mg/L. As espécies
químicas presentes nos fluidos de perfuração que são descartados em alto mar (offshore)
normalmente se combinam rapidamente com os sulfatos encontrados em abundância na água
do mar, que formam sais insolúveis precipitando e sendo depositado no fundo do mar (REIS,
1996).
3.2.4 Impactos ambientais causados pela água de produção
O descarte inadequado de águas produzidas pode poluir o solo, águas subterrâneas,
bem como, águas superficiais, que pode implicar em efeitos nocivos e irreversíveis ao meio
ambiente, na repercussão negativa indesejada, bem como a aplicação de penalidades, diversas
ações corretivas e mitigadoras, que em geral são de alto custo.
Pensando nisso, as agências reguladoras ambientais estabelecem nos parâmetros
presentes nas águas produzidas os limites máximos permitidos para o descarte de água
associada à produção de petróleo.
A USEPA (United States Environmental Protection Agency) estipula que o limite
máximo diário para TOG é de 42 mg /L e o limite da média mensal é de 29 mg/L. A
preocupação de muitos países com relação ao meio ambiente é muito grande, por isso,
existem normas reguladoras mais rigorosas no descarte de água de produção. Os limites
mensais médios de TOG de descarga e demanda química de oxigênio (DQO), previsto pela
República Popular da China são de 10 e 100 mg/L, respectivamente (TELLEZ, et al., 2002).
Com base na Convenção para a Proteção do Meio Marinho do Atlântico Nordeste (OSPAR) o
limite médio anual para a quitação de dispersão de óleo para o mar, para água associada à
produção de petróleo, é de 40 mg/L. No Brasil, o Conselho Nacional do Meio Ambiente
(CONAMA), através da Resolução nº 393/2007, estabelece o limite de descarte com valores
Capitulo 3 – Revisão Bibliográfica
Katia Regina Souza, Março de 2012 17
de concentração média aritmética simples mensal do TOG de até 29 mg/L, e o valor máximo
diário de 42 mg/L.
Por outro lado, países que apresentam grande volume de água associada à produção de
petróleo, estão cada vez mais focando esforços para encontrar métodos de tratamento para
remoção de poluentes que sejam mais eficientes e de menor custo-benefício, assim poderão
complementar seus limitados recursos de água doce.
A reutilização e a reciclagem de água associada à produção de petróleo incluem a
injeção subterrânea para aumentar a produção de óleo, após tratamento, podendo também ser
usada em produção de pasto, ornamentação, e também, em aplicações industriais, tais como,
controle de diminuição de poeira, lavagem de veículos, pátios de jardinagem, controle do fogo
e em caldeiras (VEIL, et al., 2004).
Wathern (1988) apud Sánchez (2006) definiu impacto ambiental como sendo: “a
mudança em um parâmetro ambiental, num determinado período e numa determinada área,
que resulta de uma dada atividade, comparada com a situação que ocorreria se essa atividade
não tivesse sido iniciada.”
Os impactos ao meio ambiente causado pela água associada à produção de petróleo
são devido a vários elementos que a compõem. A combinação de um ou mais elementos a
torna potencialmente perigosa, podendo poluir rios, mares, lagos, aquíferos, solos, e causar
danos a fauna e a flora (SILVA, 2000).
O impacto ambiental causado pelo descarte de águas contendo óleo disperso em um
corpo receptor (onde será lançado o efluente) dependerá da localização do ponto de descarga,
da profundidade e de suas características. Além dessas, outras considerações devem ser
levadas em conta, por exemplo, as características de escoamento, taxas de diluição dos
constituintes presentes na composição da água de produção no ambiente, os quais estão
relacionados com a velocidade de corrente, da altura da coluna d’água, do volume total e das
taxas de circulação de água (RIBEIRO, 1995 apud FREIRE, 1999).
Segundo Silva (2000), as principais causas potenciais de perigo atribuídas à água
associada à produção de petróleo, é a presença da salinidade, de sólidos suspensos, metais
pesados, orgânicos insolúveis e solúveis, produtos químicos e radioativos.
A Tabela 3.4 apresenta os efeitos relacionados à as substâncias presentes na água de
produção.
Capitulo 3 – Revisão Bibliográfica
Katia Regina Souza, Março de 2012 18
Tabela 3.4 – Efeitos causados pelas substâncias presentes na água associada à produção de petróleo.
Causas Efeitos
Alta salinidade Uso na irrigação, a salinidade torna o solo improdutivo para a agricultura, devido ao sódio
Sólidos suspensos Grande quantidade de sólidos pode interferir na autopurificação de rios e ocasiona depósitos de lama, danifica pontos de pesca e pode impactar esteticamente os mananciais.
Metais pesados Capacidade de bioacumulação na cadeia alimentar.
Orgânicos insolúveis São tóxicos para peixes, reduzem a geração, causam gosto desagradável e aparência inaceitável á água.
Orgânicos solúveis Responsáveis por efeitos tóxicos agudos.
Produtos químicos Biocidas - podem ser tóxicos a muitos organismos. Biodegradáveis e surfactantes podem ser potencialmente perigosos em concentrações elevadas
Radioatividade Ra-226, Ra-228 e Es-90 os quais tendem a bioacumular, como os metais pesados, em peixes e crustáceos
Fonte: ELIAS-SAMLALSINGH e AGARD, (2003); HAMILTON e MEINHOLD, (1992) apud
AHMADUN et al., (2009).
A medida básica do impacto ambiental dos resíduos do petróleo é a sua toxicidade aos
organismos expostos. A toxicidade de uma substância é mais comumente empregada como
sendo a sua concentração em água que resulta na morte da metade dos organismos expostos
em um determinado intervalo de tempo (REIS, 1996).
3.2.5 Custo de tratamento da água associada à produção de petróleo
Quando um barril de água é produzido, os operadores têm duas opções: a água pode
ser eliminada das instalações de superfície ou reinjetada ao fundo de poço para controle de
pressão. Ambas as opções implicam em custos adicionais.
O custo de tratamento da água associada à produção de petróleo pode variar
dependendo da disponibilidade de instalações e de sua localização. No oeste dos Estados
Unidos da América (EUA), o custo varia de 0,03 US$/bbl a 6,50 US$/bbl para eliminação
e/ou reinjeção de água. Segundo Richard (2004), esses custos são representativos, baixos e/ou
altos, dependendo de outras áreas do país. Isso pode representar para os EUA entre US$5 e
US$25 bilhões de dólares de gastos anuais, o que é considerado um investimento alto que a
indústria gasta em tratamento de água como parte dos negócios.
Capitulo 3 – Revisão Bibliográfica
Katia Regina Souza, Março de 2012 19
Uma tendência recente da indústria petrolífera nos EUA é completar operações que
são iniciadas por IOR (recuperação avançada) de imediato, e não a longo prazo de produção,
como normalmente acontece. Muitas vezes, as propriedades são vendidas logo no início de
vida do reservatório, juntamente com todos os problemas associados, incluindo a produção de
água.
Registros precisos de geração de água de produção são difíceis de obter, mesmo assim
são necessários porque afeta a vida econômica dos poços produtores. Mais dinheiro é gasto
em água de processamento do que em todos os outros serviços do campo petrolífero. O custo
do tratamento da água associada à produção de petróleo varia muito, mas, na maioria dos
casos, uma abordagem mais pró-ativa no início da vida de um poço levará a uma melhor
economia para a indústria. Essa abordagem pró-ativa para o problema da água na produção de
petróleo e gás poderia reduzir significativamente os custos operacionais e aumentar a vida útil
econômica do bem (RICHARD, 2004).
No Rio Grande do Norte, em 2008, o custo para o tratamento e descarte da água
associada à produção de petróleo encontrava-se estimado no valor de US$ 1,00/bbl
(GALVÃO, 2008). Se o volume gerado de água produzida, por exemplo, fosse de 120.000
m3/d e considerando, que a capacidade de um (1) barril seja de 0,159 m3, tomando como base
o custo de tratamento segundo Galvão (2008) de US$ 1,00/bbl, logo, os custos do tratamento
desse volume de água produzida seriam de US$ 760.000,00 por dia.
Do ponto de vista econômico e devido à alta valorização do petróleo no mercado, o
tratamento da água associada à produção de petróleo pode ser considerado viável, apesar do
grande volume gerado e os custos envolvidos.
3.2.6 Tipos de métodos utilizados para o tratamento da água associada à produção de petróleo
O tratamento da água é uma opção eficaz desde que ao ser aplicado possa remover as
substâncias nocivas aos organismos que compõe as cadeias alimentares, deixando-a um
resíduo inofensivo, valioso e disponível para diversas atividades.
Em geral os objetivos do tratamento da água associada, segundo FAKHRU’L-RAZI
(2009), são:
• Remover óleo disperso e graxa (TOG);
• Remover orgânicos solúveis;
• Realizar a desinfecção;
• Remover Sólidos em Suspensão (SS): remover partículas suspensas e areia;
Capitulo 3 – Revisão Bibliográfica
Katia Regina Souza, Março de 2012 20
• Remover gás dissolvido: remover gases de hidrocarbonetos leves, dióxido de
carbono e sulfeto de hidrogênio;
• Dessalinizar: remover os sais dissolvidos;
• Abrandar: diminuir a dureza da água;
• Outros: remover Material Radioativo Ocorrido Naturalmente (NORM).
Os métodos comumente utilizados para realizar o tratamento são os físicos, os
químicos e os biológicos. De acordo com FAKHRU’L-RAZI (2009), esses processos podem
ser aplicados separadamente e/ou combinados.
Os tratamentos físicos são: adsorção de compostos orgânicos dissolvidos em carvão
ativado, argila organofílica, copolímeros, zeólito e resinas, filtros de areia, ciclones,
evaporação, precipitação de ar dissolvido, membrana filtrante e C-TOUR, uma tecnologia
patenteada, que é uma substância líquida condensada usada como líquido de extração para os
componentes dissolvidos na água produzida (FAKHRU’L-RAZI, 2009).
Os tratamentos químicos utilizados são: precipitação química, oxidação química,
processo eletroquímico, fotocatalítico, Fenton, uso de ozônio e desemulsificante.
O tratamento biológico é realizado com microrganismos aeróbios e anaeróbios.
3.2.7 Reuso da água associada à produção de petróleo
De acordo com CASTLE et al.(2011), cerca de 725.000 barris/d de água são
produzidos em uma região da África, sendo que 73 % (525.000 barris/d) dessa produção de
água é re-injetada em reservatório para manter a pressão, e 165.000 barris/d são dispersos em
superfície para irrigação.
Capitulo 3 – Revisão Bibliográfica
Katia Regina Souza, Março de 2012 21
3.3 Princípio da eletroquímica
3.3.1 Definição e funcionamento de uma célula eletroquímica
Segundo Bard et al. (1980), a eletroquímica é definida como sendo o estudo das
interfaces carregadas eletricamente e dos fenômenos que ocorrem nestas interfaces, as quais
são consideradas superfícies de separação entre um condutor eletrônico e um condutor iônico.
O condutor eletrônico pode ser um metal ou semicondutor e o condutor iônico, uma solução
eletrolítica, podendo ser soluções líquidas ou um sal fundido, por exemplo, NaCl (cloreto de
sódio) ou sólido, tal como, o sódio β-alumina, que tem íons móveis de sódio. Esse sistema
formado, quando posto em contato, é denominado de eletrodo (BARD et al., 1980).
De maneira geral pode-se dizer que a eletroquímica é o estudo de fenômenos químicos
associados a fenômenos elétricos. Segundo Ticianelli, et al. (2006), essa passagem de corrente
elétrica através de uma célula eletroquímica provoca um desequilíbrio no sistema e ela está
associado aos seguintes fenômenos:
• Transferência de carga, necessariamente ocorre um par de reações nos eletrodos;
• Condução iônica, a movimentação de espécies na solução eletrolítica;
• Polarização eletródica, deslocamento dos potenciais dos eletrodos.
A passagem de corrente gera um circuito elétrico na célula eletroquímica e pode ser
dividido em duas partes (SCHULTZ, 2003):
• A primeira refere-se ao circuito elétrico externo, onde a corrente (I) flui em direção do
anodo para o catodo ocorrendo um fluxo de elétrons;
• A segunda ocorre dentro da célula, na qual a corrente (I) flui eletricamente dentro da
estrutura dos eletrodos, os quais por estarem imersos em uma solução eletrolítica,
promove a passagem de fluxo da corrente (I) por migração de íons, onde os ânions
migram em direção ao anodo (pólo positivo) e os cátions em direção ao catodo (pólo
negativo).
A Figura 3.5 mostra os circuitos externo interno e também, a direção do fluxo de
elétrons na célula eletroquímica.
Capitulo 3 – Revisão Bibliográfica
Katia Regina Souza, Março de 2012 22
Figura 3.5 – Direção do fluxo de elétrons do anodo para o catodo em uma célula eletroquímica.
Os fenômenos químicos envolvidos na eletroquímica são reações diversificadas que
ocorrem nas células eletroquímicas, com variações de simples reações monofásicas do tipo
redox, que envolve desde a fase de transição (deposição de metal, evolução de gás,
precipitação e outras) a reações de múltiplos-estágios, combinando processos químicos e
eletroquímicos.
Essas reações simples de redox, por exemplo, com um metal (M), são favorecidas
quando é aplicado um potencial sobre os eletrodos através de uma fonte de corrente contínua.
O material anodo sofre a oxidação, enquanto no catodo, ocorre a redução do metal (M). As
reações 3.1, 3.2, 3.3 e 3.4 mostram como essas reações ocorrem em cada eletrodo (MOLLAH,
et al., 2004).
No anodo (ocorre a reação de oxidação):
(3.1)
(3.2)
e-
e-
Circuito externo
Circuito interno
Capitulo 3 – Revisão Bibliográfica
Katia Regina Souza, Março de 2012 23
No catodo (ocorre a reação de redução):
(3.3)
(3.4)
Onde n corresponde ao nº do nox (número de oxidação) do elemento químico, ou nº de
elétrons envolvidos na estequiometria das reações 3.1 e 3.3. Segundo Walsh (1993), essa
estequiometria, refere-se ao balaço de carga envolvida no processo de redução (no catodo),
que deve ser o mesmo para o processo de oxidação (no anodo). A Figura 3.4 mostra o fluxo
de elétrons distribuídos na célula eletroquímica.
3.3.2 Lei de Faraday
Segundo Scott (1995), a taxa de transferência de carga em uma célula eletroquímica é
dada pela taxa total das reações no eletrodo, que é medida pela corrente (I). A relação entre a
passagem de carga e a quantidade de reação é encontrada através da Lei de Faraday. Além
disso, a quantidade de carga passada (q) em um determinado intervalo de tempo (t), como
mostrado na Equação 3.5, indica a quantidade total da reação que ocorreu em uma célula
eletroquímica. Esse fenômeno denominado de eletrólise foi resumido por Faraday.
(3.5)
Faraday descobriu que íons de metal são depositados no estado de metal sólido quando
uma corrente elétrica flui através de uma solução iônica de um sal do metal, por exemplo, a
semi-reação Mn+ + ne- → M, representa a deposição desse metal (SALVADOR e USBERCO,
1997).
A massa eletrolisada (m) é diretamente proporcional à carga que atravessa a solução,
que é dada pela Equação 3.6 (SCHULTZ, 2003).
(3.6)
Onde β é uma constante e q a carga.
Essa massa eletrolisada é diretamente proporcional a Mi/ni (g mol-1 ), portanto:
Capitulo 3 – Revisão Bibliográfica
Katia Regina Souza, Março de 2012 24
(3.7)
Onde:
K : constante de proporcionalidade, Mi: massa molar da espécie química i (g.mol-1) e
ni: número de elétrons envolvidos na reação eletroquímica.
Após as substituições de parâmetros, a Equação 3.6 passa a ser representada pela
Equação 3.8:
(3.8)
O inverso do valor de K, ou seja, F = 1/K é denominado como sendo a constante de
Faraday (F), que é calculada pelo produto da carga de um elétron por 1 mol de elétrons. A
Equação 3.9 mostra o produto corresponde à quantidade de carga transportada pela passagem
de 1 mol de elétrons (SALVADOR e USBERCO, 1997).
(3.9)
Assim, substituindo as Equações 3.9 e 3.5 na Equação 3.8, resulta na quantidade de
massa que pode ser eletroprocessada a uma dada corrente que passa através da solução
eletrolítica num intervalo de tempo (PONTE, 1998).
(3.10)
3.3.3 Eficiência de corrente (EC)
De acordo com Chen, (2004), a eficiência de corrente indica a especificidade de um
processo, o desempenho da eletrocatalise das reações envolvidas na superfície do eletrodo,
bem como, a transferência de massa.
No entanto, um processo que resulta na perda da eficiência de corrente é a formação
de gás hidrogênio (Equação 3.11) proveniente da eletrólise da água (no catodo). Essa
produção de gás ocorre em paralelo à reação de redução do metal (Reação 3.3), ou da
recuperação de metal, (SCOTT, 1995).
Capitulo 3 – Revisão Bibliográfica
Katia Regina Souza, Março de 2012 25
(3.11)
A eficiência de corrente (EC) é o rendimento de um processo baseado na passagem de
carga e pode ser definida, como:
(3.12)
A eficiência de corrente é obtida a partir da medida da quantidade de produto formado, ou
reagente consumido, mi e a quantidade teórica, m, é mostrado pela Equação 3.13.
(3.13)
Substituindo o valor de m dado pela equação 3.10 tem-se, a Equação 3.14
(3.14)
3.3.4 Potencial do eletrodo e densidade de corrente
Quando a corrente flui, o eletrodo é dito polarizado e o potencial de equilíbrio da
célula é composto a partir dos dois componentes: o potencial de equilíbrio do anodo e o
potencial de equilíbrio do catodo, cada um desse representando uma meia-célula, como
mostra a Equação 3.15 (SCOTT, 1995).
(3.15)
Onde:
(Ee)c : Potencial de equilíbrio do catodo (V);
(Ee)a: Potencial de equilíbrio do anodo (V).
Por convenção o potencial do catodo tem valor negativo e o potencial do anodo tem
valor positivo. Na prática, isso significa que existe uma distribuição de potencial em solução
na interfase do eletrodo, que decai rapidamente em curta distancia dentro da solução. Isto
estabelece a taxa de reação em consideração à área do eletrodo (A), que é dado pela densidade
de corrente (j), conforme mostra a Equação 3.16 (SCOTT, 1995).
Capitulo 3 – Revisão Bibliográfica
Katia Regina Souza, Março de 2012 26
(3.16)
3.3.5 Reatores eletroquímicos
O reator eletroquímico é uma versão industrial da célula eletroquímica. Sua aplicação
depende largamente do seu projeto (design) industrial e da implementação de uma ou mais
unidades efetivas do reator (SCOTT, 1995).
Fatores que são importantes no projeto de um reator eletroquímico:
Produtividade - capacidade de tratamento;
Consumo energético e voltagem da célula (a aplicação de altas voltagens faz aumentar o
consumo de energia);
Controle de temperatura (alta voltagem possibilita dissipação de energia em forma de
calor, aumentando a temperatura do efluente durante o processo de tratamento);
Hidrodinâmica (vazão e fluxo de entrada e saída do efluente) e transporte de massa (perda
de massa do anodo de sacrifício);
Fatores operacionais do reator (densidade de corrente, tempo de residência, concentração
da solução eletrolítica, concentração dos contaminantes);
Material do eletrodo (ferro, alumínio, aço inox, ADE).
3.3.5.1 Capacidade de produção e rendimento
A capacidade de produção de um reator eletroquímico está relacionada diretamente à
aplicação da densidade de corrente que pode ser expressa pela Equação 3.17.
(3.17)
Enquanto que, o rendimento (YST) de um determinado reator é especificado pela
quantidade de produto formado, pela capacidade do reator (volume) por unidade de tempo e
pela influência da área especifica do eletrodo (a) de trabalho, que pode ser expressa pela
Equação 3.18 (CHEN, 2004).
(3.18)
Capitulo 3 – Revisão Bibliográfica
Katia Regina Souza, Março de 2012 27
3.3.5.2 Consumo energético (CE)
O consumo energético é dado pela quantidade de energia consumida para depositar
uma unidade de massa do metal, como mostra a Equação 3.19 (ÖNDER, et al., 2006).
(3.19)
Onde:
i: corrente aplicada (A);
V: valor do potencial (Volt);
t: tempo (h);
C0: concentração inicial do contaminante (mg L-1);
C: concentração no tempo ‘t’ (mg L-1);
Q: taxa de vazão da solução (L min-1).
3.3.6 Objetivos da técnica eletroquímica
Atualmente esses processos eletroquímicos têm sido desenvolvidos de acordo com a
tecnologia existente exigida ao tratamento e também o nível de toxicidade dos efluentes
industriais. Esses processos visam minimizar os efeitos nocivos dos contaminantes presentes
nesses dejetos, sendo parte integrante das unidades de tratamentos. Segundo pesquisadores, os
processos eletroquímicos seriam incluídos como uma das etapas subseqüente de forma
combinada com outros processos físicos, químicos e/ou biológicos em uma estação de
tratamento de efluentes (CHEN, 2004).
3.3.7 Vantagens e desvantagens dos processos eletroquímicos
A tecnologia eletroquímica tem alcançado um nível que pode ser comparada com
outras técnicas de tratamento de efluentes, segundo algumas vantagens e desvantagens
(SILVA, 2005a e RAJESHWAR e IBAÑEZ, 1997).
Vantagens:
Os equipamentos são simples e de fácil operação;
Aumenta a capacidade de tratamento do processo físico-químico tradicional,
possibilitando o tratamento de substâncias de difícil degradação, por exemplo, espécies
químicas (Cr6+) e HPAs (hidrocarbonetos policíclicos aromáticos);
Capitulo 3 – Revisão Bibliográfica
Katia Regina Souza, Março de 2012 28
A unidade eletroquímica pode ser acoplada como uma das seqüências das etapas de
processo em uma planta de tratamento de efluentes;
Pode ser utilizado como etapa de processo reduzindo ou degradando os compostos
químicos que podem influenciar na eficiência do tratamento biológico;
Não usa produtos químicos nocivos e prejudiciais ao meio ambiente;
Processo de tratamento a frio (tratamento a temperatura ambiente);
Plantas relativamente compacta;
A eletrocoagulação inclui alta eficiência na remoção de partículas em suspensão
(exemplo: óleos e graxas);
Atendimento à legislação ambiental (redução do teor de óleos e graxas);
Segurança (facilidade operação);
Seletividade (possibilidade de escolha do eletrodo específico para um determinado
contaminante);
Efetividade de custo (uso de células fotovoltaicas na conversão em energia elétrica para
redução de custo no consumo de energia utilizada no tratamento);
Flexibilidade na automação (substituição de energias renováveis, solar no lugar de energia
elétrica convencional, uso de eletrodos de variados tipos de metais).
Desvantagens:
Baixa atuação em compostos que não são eletroquimicamente degradados, por exemplo: o
Fenol;
Uso de alto potencial sobre contaminantes que requer potencial de redução elevado,
necessitando de maior consumo de energia. O Bário tem alto potencial de redução, para
sua redução é necessário aplicar um potencial (V) elevado o que leva ao aumento do
consumo de energia;
Os eletrodos são consumidos e necessitam de substituição regularmente. Esse desgaste
dependerá do tipo do material do eletrodo. No caso de eletrodos de ferro e alumínio que
possuem baixo custo, não é considerado como desvantagem;
O uso da eletricidade em determinados lugares pode ter custos elevados;
Capitulo 3 – Revisão Bibliográfica
Katia Regina Souza, Março de 2012 29
3.3.8 Estudos e aplicações da eletroquímica na indústria de petróleo
A eletricidade como método utilizado em técnica de tratamento tem sido usada desde
o século XIX. A primeira aplicação ocorreu em 1889, no Reino Unido, em tratamento de
água. Outra utilização se deu em 1904, quando Elmore fez uso da eletrólise para beneficiar o
mineral (Chen, 2004).
Atualmente, o processo eletroquímico tem sido usado numa ampla faixa de aplicação,
como por exemplo, na recuperação e remoção de metais pesados, separação e recuperação de
óleo e graxas, na oxidação de substâncias orgânicas e também, em técnicas para tratamento de
água e de efluentes industriais.
Vários estudos contribuíram para a aplicação da eletroquímica na indústria de petróleo,
tais como: Comninellis et al. 1997; Zanta et al. 2005; Santos et al. 2007; Nahui et al. 2008;
2010; Wei et al. 2010; Moussavi et al. 2011, conforme estudo destes pesquisadores, os
processos eletroquímicos podem ser incluídos como uma das etapas de tratamento em uma
estação de tratamento de efluentes combinado com outros processos físicos, químicos e/ou
biológicos. Sua aplicação tem sido desenvolvida de acordo com a tecnologia exigida ao
tratamento e pelos contaminantes presentes nos efluentes industriais.
A eletroquímica é uma tecnologia bastante versátil, pois permite a utilização de
eletrodos com diferentes tipos de materiais conforme o tipo de contaminante que se deseja
eliminar. Além do mais, pode ser considerada como uma tecnologia “limpa” por não
necessitar de reagentes químicos para realizar o tratamento.
Os estudos utilizando reatores eletrolíticos na descontaminação de efluentes industriais
têm-se intensificado, a exemplo disso, autores como Delgadillo (1991) realizou sua pesquisa
com dois tipos de reatores eletrolíticos, batelada e contínuo. Seu objetivo foi remover a
demanda química de oxigênio (DQO), fenol, sulfetos, óleos e graxas (TOG), presentes no
efluente de uma refinaria de petróleo. De acordo com seus resultados foi possível remover
1ppm de sulfetos em 10 minutos de tratamento, utilizando altas temperaturas e densidade de
corrente de 180 A/m². A remoção de óleos foi de 98 % em 15 minutos de tratamento. Os
resultados relacionados à remoção de DQO, óleos e graxas emulsificadas e sulfetos, foram
bem sucedidos e não foi necessária a adição de reagentes químicos. Porém, os fenóis foram os
únicos contaminantes que não obteve remoção durante o tratamento.
Capitulo 3 – Revisão Bibliográfica
Katia Regina Souza, Março de 2012 30
As técnicas de eletrodeposição, eletrocoagulação (EC), eletroflotação (EF) e oxidação
eletroquímica, foi revisada por Chen (2004), nesta pesquisa foram observados que os estudos
combinando as técnicas da eletrocoagulação com a eletroflotação apresentavam maior
eficiência na remoção de poluentes utilizando eletrodos de alumínio, ferro ou híbridos
(Al/Fe). Também foram observados vários tipos de células eletroquímicas com fluxo de
alimentação pela vertical e horizontal, várias unidades ou reatores eletroquímicos com
geometria cúbica e cilindrica, onde a melhor eficiência no tratamento dependia das
características dos efluentes e da carga de poluentes presentes.
3.3.8.1 Oxidação eletroquímica
Brasileiro et al. (2005) estudaram o efeito da oxidação eletroquímica do fenol presente
em águas de produção de campos de petróleo. O tratamento foi realizado em reator de fluxo
ascendente utilizando efluente sintético com as mesmas características e composição da água
de produção do Pólo Petroquímico de Guamaré-RN. O reator eletroquímico possuía uma
geometria cilíndrica com eletrodos de inox (o catodo) e ADE® (anodo). Para seus
experimentos foi realizado planejamento experimental do tipo fatorial 22 e com as variáveis
de controle, potencial elétrico e vazão. Os autores concluíram na sua pesquisa que o
coeficiente de correlação (R2) obtido para as variáveis respostas, o percentual de remoção de
sulfeto e consumo energético foram de 90 e 97 %, comprovando o ajuste dos seus dados
experimentais ao modelo quadrático utilizado na análise estatística. Através da relação,
FCalculado/FTabelado, aplicado para as taxas de remoção do N-NH4+ e fenol, observou-se que as
variáveis apresentavam uma tendência explicada pelo modelo. Além disso, verificou-se que a
vazão não teve influência significativa na remoção do N-amoniacal, indicando que o processo
oxidativo foi favorecido com o aumento linear do potencial. O percentual de remoção do
fenol que foi analisado a partir da análise de DQO, sofreu remoção devido à contribuição dos
parâmetros operacionais, indicando que a oxidação do fenol é provavelmente regida tanto
pelo aspecto cinético como pela difusão/convecção. Também foi verificado que o consumo
energético apresentou um aumento exponencial com o potencial aplicado. Os maiores
rendimentos de remoção foram alcançados pela escolha do potencial estudado que promoveu
maior rendimento com baixo consumo de energia, isso ocorreu nos experimentos com vazão
de 285 L/h e potencial de célula de 3 volts, cujos valores de remoção médios encontrados
foram: 70 % para o sulfeto, 20 % para o N-NH4- e 45 % para o fenol.
Capitulo 3 – Revisão Bibliográfica
Katia Regina Souza, Março de 2012 31
Já Santos et al. (2005) estudaram a viabilidade da aplicação da tecnologia
eletroquímica no tratamento da água associada à produção de petróleo. O reator utilizado em
sua pesquisa foi de bancada com funcionamento em batelada e agitação com tempo de
tratamento de 10 horas. Os autores utilizou 1 (um) par de eletrodos ADE® com composição de
Ti/Ru0,34Ti0,66O2, e área de 16 cm2. As amostras de efluente para realizar os experimentos
foram coletadas amostras da Estação Coletora de Pilar do Ativo de Produção de Alagoas. Em
seus experimentos foram avaliados a influência da densidade de corrente e da concentração do
efluente. Sendo que concentração desse efluente nos primeiros testes foi diluída em 50 % e os
valores das densidades de corrente foram de 25, 50 e de 100 mAcm-2. Estas faixas de
densidades de corrente possibilitaram a redução da concentração de carbono (TOC), em 8
horas de tratamento, obtendo valores com as suas respectivas densidades de corrente de 41, 47
e 50 % para 25, 50 e 100 mAcm-2. Os autores consideraram que o aumento da eficiência de
remoção não tinha sido proporcional ao aumento da densidade de corrente, provavelmente
devido à ocorrência de algumas reações paralelas. Essas reações poderiam ser a liberação de
oxigênio ou de cloro, que era produzida simultaneamente como produto da reação de
oxidação. Além disso, observou-se que ocorreu um consumo de 4,8 Coulomb de energia para
cada 1 ppm de carbono degradado. Na 2ª etapa da pesquisa, os autores utilizaram uma
densidade de corrente constante e igual a 100 mA cm-2, além disso, com variação das
concentrações das soluções de água produzida em 25 %, 50 % e 100 %. Conclui-se que o
tratamento mais promissor foi o da solução com concentração igual a 25% de água produzida,
cuja redução de carbono foi de 100 % em 8 horas.
3.3.8.2 Eletroflotação
Santos, A. C. (2006), desenvolveu um reator eletroquímico vertical para tratar efluente
da indústria de Petróleo. O material dos eletrodos usados no tratamento foi: o anodo (ADS)
com composição de Ti/Ru0,33Ti 0,67O2 e o catodo foi de inox 316. O efluente tratado foi real e
coletado na saída do vaso de tratamento termoquímico (Ativo de Produção de Alagoas da
PETROBRAS). Foram avaliados os materiais dos eletrodos e as condições experimentais
adequadas para serem utilizadas em reatores, propiciando o tratamento eletroquímico desse
resíduo. O material do anodo utilizado foi o do tipo (ADE) comerciais, com composição de
Ti/Ru0,34Ti0,66O2. Para os catodos foram usados o aço inox 316, ADE e o grafite. Dentre esses
materiais, o inox 316 foi o que apresentou melhor desempenho, tanto com relação à eficiência
do processo, quanto na redução de incrustação catódica. Nos estudos em batelada, verificou-
Capitulo 3 – Revisão Bibliográfica
Katia Regina Souza, Março de 2012 32
se que a diluição da solução e a densidade de corrente influenciam significativamente na
eficiência do processo de oxidação. O aumento da diluição aumenta acentuadamente a
eficiência do processo. Já a velocidade de redução da DQO aumenta com a densidade de
corrente, no entanto o aumento não é linear indicando que o processo é controlado por
difusão. A eficiência do processo eletroquímico na redução da DQO da amostra foi associada
a três fatores: a) oxidação direta do resíduo orgânico sobre o eletrodo; b) remoção do material
particulado pelos gases eletrogerados (eletroflotação); c) oxidação indireta através de espécies
intermediárias reativas. No caso do reator, pôde ser notado que, o controle da vazão e da
densidade de corrente, bem como da altura da coluna flotante influenciam na eficiência do
tratamento do efluente, além de minimizar a incrustação sobre os cátodos. Nas condições
otimizadas: vazão de 800 cm3h-1, densidade de 50 mAcm-2 e coluna flotante de 10 cm obteve-
se a redução considerável da DQO e do TOG, comprovando a possibilidade da aplicação da
tecnologia eletroquímica no tratamento da água produzida de petróleo.
Pesquisadores como Cruz et al. (2007), fizeram o tratamento de efluentes sintéticos da
indústria de Petróleo utilizando o método da eletroflotação. O efluente tratado foi uma mistura
de 33 litros de água para 50 mL de óleo bruto, em um reservatório provido de agitação
mecânica com duração de 30 minutos. As características da célula eletroquímica usada foram:
escala de bancada, unidade de compartimento único, e com fluxo de alimentação contínua,
sendo na parte superior a entrada e a saída do efluente tratado na parte inferior da célula. O
material do anodo do tipo ADE (Anodo Dimensionalmente Estável) comercial e o catodo de
aço inox 316. A avaliação do material do eletrodo foi através da voltametria cíclica. Neste
estudo foram realizadas as seguintes análises: DQO e TOG, esse último foi determinado a fim
de verificar a remoção de partículas oleosas em suspensão, cujo valor obtido foi
aproximadamente de 90 % para ambos os parâmetros.
Leite et al., (2007), fizeram a aplicação da eletroflotação para remoção de óleo
emulsionado em águas de produção de campos de petróleo. O processo utilizado por eles foi a
produção eletroquímica de gás hidrogênio (H2) e cloro (Cl2) gerados a partir de um conjunto
de células formadas por catodos de aço inox 316 e de anodos de ADE® (Ti/Ru0,3Ti0,7O2)
dispostos na base do reator. Durante o processo de eletroflotação, as bolhas de gás aderiram às
partículas de óleo da emulsão e arrastaram para o reservatório de separação situado na parte
superior do reator, a película de óleo formada por diferença de densidade. A partir deste
estudo, os autores pretendiam aperfeiçoar esse processo nos aspectos tecnológico, econômico
e ambiental, possibilitando a viabilidade em escala piloto e também industrial. As variáveis
Capitulo 3 – Revisão Bibliográfica
Katia Regina Souza, Março de 2012 33
independentes investigadas por eles foram: densidade de corrente elétrica e altura de
alimentação no reator. O consumo energético e parâmetros cinéticos de remoção do óleo
foram avaliados como respostas do desempenho do processo. De acordo com os resultados, o
sistema apresentou boa eficiência de separação apresentando uma taxa de remoção da ordem
de 83,07 %, para consumo energético o resultado calculado foi de 1,10 kWh.m-3 e a densidade
de corrente de 0,2 kA.m-2. A concentração final de óleo ficou abaixo de 20,0 ppm, valor
máximo recomendado pela resolução ambiental n°. 357 do CONAMA/05.
Souza et al., 2010, avaliaram o percentual de remoção do cádmio presente em solução
sintética com composição semelhante a de uma água produzida real utilizando a técnica de
eletrocoagulação testando dois tipos de eletrodo, ferro e alumínio. Os testes foram realizados
em um reator contínuo de escala de laboratório, de fluxo ascendente e com capacidade de 1,7
litros. Os autores realizaram um planejamento fatorial 2³ e estudaram como variáveis de
processo, a vazão, a corrente e o material do eletrodo. Os melhores resultados foram uma
remoção de cádmio de 100 %, utilizando baixas vazões, e o contrário ocorria quando a vazão
aumentava, para 65 %. Além disso, foi observado que o maior percentual de 100 % de
remoção de Cd2+ ocorreu quando o eletrodo era o de ferro.
3.3.8.3 Eletrocoagulação
Tir e Moulai-Mostefa (2008) utilizaram o processo da eletrocoagulação com ânodo
sacrificial de alumínio para separar o óleo de uma emulsão de águas residuais oleosas. Neste
estudo foi realizado um planejamento experimental para avaliar os parâmetros de
funcionamento mais preciso que serviram para a determinação da eficiência de remoção de
óleo, e através do método de superfície de resposta (RSM) aplicado puderam avaliar o
resultado de separação do óleo, pela medição da turbidez e também, pela demanda química de
oxigênio (DQO). Nos resultados, avaliando a superfície de resposta, encontraram uma região
ótima caracterizando baixos valores de turvação e de DQO. Os resultados experimentais
indicaram que a eletrocoagulação foi muito eficiente e capaz de alcançar uma turbidez de 99
% e DQO de 90 % em menos de 22 minutos aplicando uma densidade de corrente de
25mAcm-2. Pela análise de variância (ANOVA) observaram um elevado coeficiente de
variância calculado, R2 = 0,998, indicando um bom ajuste da regressão de segunda ordem, do
modelo com os dados experimentais.
Moussavi et al. (2011), estudaram a eficácia do processo da eletrocoagulação (EC) que
foi avaliada para o tratamento de petróleo contaminando águas subterrâneas e quantificada
Capitulo 3 – Revisão Bibliográfica
Katia Regina Souza, Março de 2012 34
como o hidrocarboneto de petróleo total (TPH) removido. Variáveis operacionais diferentes
foram examinadas pelos seus efeitos sobre a remoção de TPH; estas variáveis incluídos
materiais de elétrodo (alumínio, ferro e aço), pH da água (4 a 11), a densidade de corrente (2-
18 mA/cm2), tempo de reação (2 para 60 min.), o arejamento, e do modo de operação
(batelada e contínua). Experiências indicaram que o batelada de remoção de TPH máxima foi
conseguida utilizando ferro-como a combinação de elétrodos de ânodo-cátodo e um nível de
pH neutro. O aumento na densidade de corrente de 2 - 18 mA/cm2 em elétrodo e ótima
condições de pH aumentou a remoção de TPH 71,7 - 95,1% durante o ECP (Processo da
eletrocoagulação). A taxa de remoção de TPH seguiu uma reação de pseudo-segunda ordem.
Com o arejamento aumentou a reação de remoção de TPH 0,477 - 0,078 L/gmin. O aumento
do tempo de retenção hidráulica de 10 - 60 min., no modo de funcionamento contínuo do ECP
conduziu ao aumento da remoção de TPH de 67,2 - 93,4 %. Assim, os experimentos em
batelada e contínuo demonstraram que a ECP poderia ser eficaz na eliminação de TPH a partir
de água e, portanto, pode ser uma técnica promissora para o tratamento de águas subterrâneas
contaminadas por petróleo.
Souza et al., 2012, desempenharam o sistema da eletrocoagulação (EC) utilizando
eletrodos de alumínio e ferro para a remover íons de metais pesados (Cd²+, Cu²+, Cr³+, Sr²+ e
Zn²+) presentes na solução sintética de água produzida em escala de laboratório. O reator
utilizado nos testes foi de fluxo contínuo. Os parâmetros experimentais estudados foram a
corrente (2,5A e 4,0A), o material dos eletrodos (alumínio e ferro) e a vazão. Os resultados
foram satisfatórios e os percentuais de remoção As taxas de remoção, e (2,2 a 4,3 mL/min.).
Os resultados foram satisfatórios para menores vazões, a corrente, não teve influencia
significativa. Dentre os eletrodos usados o de ferro foi mais eficiente que o de alumínio. Os
percentuais de remoção utilizando o eletrodo de ferro para metais, Cd²+, Cu²+, Cr3+ e Zn²+
foram 100 %. Enquanto que para o Sr2+, a remoção foi de 77 %. Os valores dos custos
operacionais elétrico para os eletrodos de alumínio e de ferro foram aproximados e iguais a
R$m-3 1,20 e R$m-3 1,22 respectivamente.
3.3.8.4 Eletrofloculação
Machado et al. (2007), utilizaram o processo eletroquímico aplicando a corrente
elétrica para gerar coagulantes naturais íons de Fe2+ e/ou de Al3+ por oxidação eletrolítica a
partir do material do anodo. Estas espécies iônicas carregadas eram removidas do efluente
através de reações com íons de cargas opostas ou com flocos de hidróxidos metálicos gerados
Capitulo 3 – Revisão Bibliográfica
Katia Regina Souza, Março de 2012 35
dentro do efluente, ocorrendo coagulação e precipitação. Essa mesma técnica promoveu a
produção de gases durante a eletrólise da água e da dissolução do metal que resultou na
formação de flocos e promoveram a eletroflotação. O objetivo dos autores foi estabelecer
quais parâmetros ótimos de tempo e corrente elétrica para utilização da eletrofloculação,
utilizando eletrodo de alumínio no tratamento da água de produção de plataformas de
petróleo. A eficiência do processo foi avaliada através do pH, condutividade, cor, turbidez, %
de Boro e TOG. Os testes foram realizados em uma célula de vidro com capacidade para 1
Litro e os eletrodos foram inseridos em paralelo, as faixas de corrente aplicadas foram: 3, 4 e
5A e os tempos de tratamento foram 2, 3, 4 e 5 minutos. Os resultados apresentaram 90 % de
remoção de TOG, no tempo de 2 minutos a 4A. A máxima remoção de Boro foi de 15 %, a
técnica não foi eficaz, bem sucedida. O pH, a condutividade e a cor tiveram pouca variação,
mas foram consideradas como de fácil controle.
Souza et al. (2009a), utilizaram a técnica eletroquímica para remover óleos e graxas de
efluentes sintéticos de água de produção, a composição do efluente era fenol, xileno e tolueno
cada um deles com concentração de 5mg/L e 50mg/L foi a concentração de óleo bruto usado.
O processo da eletroflotação foi realizado em regime semi batelada, variando o tempo de 15 a
30 minutos, usando eletrodos de inox. Além do tempo de eletrólise, a corrente e concentração
de NaCl também foram estudas, e para avaliar os efeitos dessas variáveis no processo, os
autores realizaram um planejamento fatorial do tipo 23. Os valores estimados na variação da
corrente foram de 1,91 a 2,15 e para a concentração de NaCl foi de 10.000 a 20.000 mg/L. Os
autores observaram que utilizando baixas correntes e concentração de NaCl, o percentual de
remoção e recuperação de TOG eficiente foi de 71 % e de 62 % respectivamente. Porém a
técnica não foi eficaz para a degradação de TOC, porque o valor máximo obtido foi de 27 %.
3.3.8.5 Processos combinados com a eletroquímica
Silva et al. (2005b) estudaram o processo oxidativo avançado (POA), do tipo Fenton
(H2O2 + FeSO4) para formação radicais hidroxilas OH•, combinado com a técnica
eletroquímica, utilizando eletrodos ADE® no tratamento de água produzida de petróleo. Os
testes iniciais foram com a aplicação de corrente constante de 50 mA.cm-2 e uma solução com
composição de: sulfato de sódio 0,05 M, acidificada com ácido sulfúrico para ajuste do pH =
2,5 e 1000 ppm de um substrato modelo de anilina. A duração do tratamento foi de 24 horas.
No decorrer do tratamento foi observado que a combinação desses dois processos, oxidação
direta (Eletroquímica) e a oxidação indireta (POA), aumentavam a eficiência do tratamento
Capitulo 3 – Revisão Bibliográfica
Katia Regina Souza, Março de 2012 36
em 100 % de remoção de DQO. Os testes da eletrólise com substrato modelo (anilina), os
resultados foram: (anodo) ADE e (catodo) feltro de Carbono foi de 34 %, (anodo) ADE e
(anodo) C + Fe foi de 48 %, (anodo) ADE e (anodo) C + Fe + O2 foi de 100 %, (anodo) ADE
e (anodo) ADE foi de 70 %. Os estudos da eletrólise com o substrato real (água de produção)
a mistura de sulfato de sódio 0,05 M, na proporção de 1:1, para 12 horas de tratamento em
densidade de corrente constante de 50 mAcm-2, pH = 2,5, houve formação de material
particulado e óleo em suspensão, ocasionando diferença nos resultados. Além disso, os
autores observaram que na ausência de ferro, o processo eletroquímico teve maior eficiência
quando o material do catodo e do anodo era ADE®. Outro teste realizado com o catodo ADE®
e o anodo de feltro de carbono apresentou eficiência de remoção de 85 % de DQO. Os autores
concluíram em nos dois testes que a oxidação direta (Eletroquímica), ocorre apenas nos
compostos solúveis em solução, no caso, na presença de ferro, parte do material é coagulado
não permitindo sua degradação.
Neto et al. (2005) estudaram a eletroflotação e a eletrocoagulação como técnicas de
tratamento de água produzida da indústria de petróleo. As variáveis investigadas foram: a
geometria e material dos eletrodos, o pH, a temperatura e a densidade de corrente. A diferença
entre a geometria dos eletrodos de alumínio não mostrou mudanças significativas no resultado
da remoção de DQO, mas, o formato dos eletrodos tipo chapa ou placa favoreceram melhores
resultados. Ao comparar os eletrodos alumínio e ADE®, esse último apresentou maior
eficiência para a redução de DQO. Quando foi aplicado uma densidade de corrente de 10
mAcm-2, utilizando o eletrodo de alumínio, a redução foi de 3,5 % por hora (em 3h de
tratamento), mas, quando houve a troca de eletrodo para o tipo DAS, a redução passou para
4,1 % por hora. Além disso, houve formação de incrustação na superfície do cátodo de
alumínio, fazendo com que a eficiência de atuação desse eletrodo reduzisse. Essa deposição
de incrustantes sobre o cátodo intensificou-se, ainda mais, com o aumento da temperatura e
conseqüentemente aumentou a resistência entre os eletrodos. Os autores citam que, devido ao
aumento da resistência, ocorreu também, dissipação de parte do potencial aplicado em forma
de energia térmica. Com relação ao parâmetro pH, depois de uma hora de tratamento o
efluente tornou-se ácido e dificultou a formação e complexação de compostos hidróxido de
alumínio (agente coagulante natural), o contrário ocorria quando o pH era neutro ou alcalino,
ocorria formação dos compostos de hidróxido. Dentre os valores testados de densidade de
corrente, 10, 20, 25 e 50 mAm-2, a de 50 mAcm-2 ou superior a esse valor sacrificavam muito
o catodo e acelerava a reação de corrosão do anodo, sem uma compensação significativa na
Capitulo 3 – Revisão Bibliográfica
Katia Regina Souza, Março de 2012 37
eliminação dos contaminantes. O contrário observou-se com a densidade de corrente mais
baixa, a de 10 mAm-2, na aplicação o tempo de tratamento do efluente precisa ser maior para
os resultados finais, tendo em vista o volume de água produzida gerada na indústria de
petróleo por dia. Baseado nesses estudos, os autores concluíram que densidades entre 20 e 25
mAm-2 foram mais eficientes e econômicas ao processo em questão.
Outro estudo interessante foi a combinação da eletroquímica com o tratamento
biológico, realizado por La Rotta, et al., (2005), esses pesquisadores fizeram a degradação
bioeletroquimica de compostos fenólicos presentes em efluentes de refinaria através da
catálise da enzima cloroperoxidase (CPO) a partir de hidrogênio e da espécie Caldariomyces
fumago em presença de peróxido. Os autores realizaram dois tipos de testes em batelada, um
com adição direta de H2O2 usando o 4-clorofenol (4-CP) como contaminante do efluente
sintético, alvo da oxidação enzimática e outro, foi da eletrogeração a fim de determinar as
melhores condições a serem aplicadas posteriormente em efluentes de composição complexa.
Ambos sistemas usaram concentrações de CPO (6,0 UI/mL), de 4-CP (0,5mM) em tampão
fosfato de sódio e potássio 100 mM pH 6,0. Concentrações de H2O2 foram usadas nos ensaio
de adição direta (SD) de acordo com as concentrações atingidas nos experimentos da
eletrogeração (EG). Os experimentos de EG foram realizados numa célula com dois
compartimentos, contendo o eletrodo de trabalho tipo tela de cobre, a solução eletrolítica, o
fio de platina como eletrodo auxiliar e o eletrodo com solução de calomelano saturado, como
eletrodo de referencia. Nos teste os potenciais utilizados foram: -220, -420 e -620 mV,
avaliando a produção de H2O2. Através dos resultados obtidos os autores, observaram os
seguintes pontos: a oxidação enzimática ocorreu na região catódica; o produto nessa região
depende do potencial aplicado, nos tempos de maior reação ocorreu uma queda intensa na
remoção de fenol sugerindo a formação de produtos derivados da oxidação e de polimerização
de 4-clorofenol. Na região anódica, ocorreu o processo de oxidação e em potenciais inferiores
até – 620 mV a geração de peróxido foi máxima e a remoção por eletrogeração coincidiu com
as condições ótimas usadas para a remoção 4-CP.
Capitulo 3 – Revisão Bibliográfica
Katia Regina Souza, Março de 2012 38
3.4 Eletrocoagulação
A eletrocoagulação é um processo complexo envolvendo fenômenos químicos e
físicos que utiliza eletrodos consumíveis (de sacrifício) para fornecer íons para o meio. No
processo da eletrocoagulação, a coagulação dos íons é produzida in situ e envolve três (3)
etapas sucessivas: 1) formação de coagulantes pela oxidação eletrolítica do eletrodo de
sacrifício; 2) desestabilização dos contaminantes, partículas em suspensão e quebra de
emulsão; 3) agregação da fase desestabilizada em forma de flocos (Mollah et al., 2001).
O mecanismo de desestabilização de contaminantes, suspensão de partículas, e quebra
de emulsão podem ser resumido nas seguintes etapas (Mollah et al., 2001):
• Compressão da dupla camada difusa das espécies carregadas pela interação de íons
gerados pela oxidação do anodo de sacrifício;
• Neutralização da carga das espécies iônicas presente na água residual por íons opostos
produzidos pela dissolução eletroquímica do anodo de sacrifício. Estes íons opostos
reduzem a repulsão eletrostática inter partículas à medida que predomina a atração de Van
der Waals, causando assim, a coagulação;
• Formação de flocos: o floco formado como resultado da coagulação cria uma lama tipo
cobertor que prende as partículas coloidais que ainda restam no meio aquoso.
A eletrocoagulação envolve a geração de coagulante no meio através de reações de
eletro-oxidação do anodo de sacrifício, o qual geralmente é de alumínio ou ferro e envolve
duas reações em separado (Chen, 2004 e Ayedi, et al., 2007):
Primeira reação: Ferro (Fe)/Alumínio (Al) é dissolvido a partir da geração dos íons
do metal correspondente, que imediatamente hidrolisa para ferro polimérico ou hidróxido de
alumínio. Estes hidróxidos poliméricos são excelentes agentes coagulantes. O metal
consumível (de sacrifício) do anodo é usado para produzir continuamente esses hidróxidos
polímeros nas imediações do anodo. A coagulação ocorre quando estes cátions metálicos
combinam com partículas carregadas negativamente em torno do anodo pelo movimento da
eletroforese, migração de espécies carregadas eletricamente, que ocorre quando as mesmas
são dissolvidas ou suspensas em um eletrólito, através do qual uma corrente é aplicada
(Mollah et al., 2001; Chen, 2004). Os contaminantes presentes na água residual são tratados
seja por reações químicas e precipitação física, seja por ligação físico-química dos materiais
coloidais gerados do desgaste (corrosão) do eletrodo (anodo). Esses contaminantes são
Capitulo 3 – Revisão Bibliográfica
Katia Regina Souza, Março de 2012 39
removidos por eletroflotação, ou sedimentação e filtração. Em vez de adicionar coagulantes
químicos como no processo de coagulação convencional, estes agentes coagulantes são
gerados (naturalmente) in situ (Mollah et al., 2004).
As reações eletroquímicas envolvendo os eletrodos de ferro e alumínio, estão
apresentadas a seguir:
Para anodo de alumínio.
(3.20)
Nas condições alcalinas.
(3.21)
Nas condições ácidas.
(3.22)
Para anodo de ferro.
(3.23)
Nas condições alcalinas.
(3.24)
Nas condições ácidas.
(3.25)
Capitulo 3 – Revisão Bibliográfica
Katia Regina Souza, Março de 2012 40
Segunda reação: a água é hidrolisada em uma reação paralela, produzindo pequenas
bolhas de oxigênio no anodo (Reação 3.26) e hidrogênio no catodo (Reação 3.27). Estas
bolhas atraem as partículas floculadas e através da flutuabilidade natural, os flocos com
poluentes sobem para a superfície, como pode ser visto na Figura 3.6 (Mollah et al., 2004).
Reação de evolução de oxigênio.
(3.26)
A reação no catodo.
(3.27)
Figura 3.6 – Esquema do processo de floculação dos poluentes em
uma célula eletroquímica. (Fonte: Mollah et al., 2004).
Capitulo 3 – Revisão Bibliográfica
Katia Regina Souza, Março de 2012 41
3.4.1 Fatores que afetam a eletrocoagulação
3.4.1.1 Densidade de corrente
A fonte de corrente para o sistema da eletrocoagulação determina a quantidade de íons
de Al3+ ou de Fe2+ liberados dos respectivos eletrodos. Uma sobre-tensão pode significar uma
pequena eficiência na eletrocoagulação. Entretanto, quanto mais alta a corrente usada, maior a
chance de desperdiçar energia elétrica aquecendo a água, dissipando em forma de calor. A
densidade de corrente selecionada deve ser feita com outros parâmetros operacionais tais
como, pH, temperatura, taxa de fluxo e eficiência de corrente. A eficiência de corrente
depende tanto da densidade de corrente, quanto, da quantidade e dos tipos de ânions (Chen,
2004).
3.4.1.2 A presença de NaCl
O sal de NaCl é geralmente utilizado como solução iônica (solução que contém íons,
condutora de corrente) para aumentar a condutividade da água ou do efluente a ser tratado,
melhorando o fluxo de elétrons no meio e reduzindo o consumo de energia, o que
consequentemente faz aumentar o desempenho da carga elétrica. Segundo Wong (2002) foi
verificado que os íons cloreto poderiam reduzir o efeito de outros íons, tais como carbonatos e
sulfatos. A existência de íons carbonatos e sulfatos no meio conduzem a precipitação de Ca²+
e Mg2+ formando uma película isolante (incrustação) na superfície dos eletrodos. A
incrustação depositada sobre os eletrodos afeta de forma negativa o processo porque
dependendo da camada formada sobre a superfície do eletrodo, leva ao decréscimo do
potencial entre os eletrodos, resultando na redução significativa da eficiência de corrente. O
íon Cl- eletroquimicamente gerado na eletrólise do NaCl, tem função de desinfecção no caso
do tratamento da água, já no tratamento de efluentes ele atua como oxidante (Chen, 2004).
3.4.1.3 O efeito do pH
O pH do efluente na eletrocoagulação influencia na eficiência de corrente, bem como,
na solubilidade dos hidróxidos metálicos. Quando há íons cloreto presente, a liberação de
cloro também pode ser afetada. A eficiência do tratamento depende da natureza dos poluentes,
sendo que a melhor eficiência de remoção encontrada desses poluentes, foi em pH próximo de
7. O consumo de energia, entretanto, aumenta em pH neutro, devido à variação da
condutividade. Quando a condutividade é alta, o efeito do pH não é significativo. O pH do
Capitulo 3 – Revisão Bibliográfica
Katia Regina Souza, Março de 2012 42
efluente depois do tratamento por eletrocoagulação aumentaria para efluentes ácidos, mas
diminui para efluentes alcalinos. O aumento do pH em condições ácidas foi atribuído a
liberação de hidrogênio no catodo, quando o gás hidrogênio produzido é totalmente liberado
da célula eletroquímica, em meio ácido, resta em solução a presença de íons hidróxidos
resultante da hidrolise da água, o que ocasiona o aumento de pH. (Chen, 2004).
3.4.1.4 Temperatura
O efeito da temperatura no processo ainda não foi muito pesquisado. Sabe-se que, o
aumento da temperatura resulta no decréscimo da eficiência de corrente (EC). O aumento da
EC com a temperatura foi atribuído ao aumento da ação de destruição do filme de hidróxido
de alumínio (para eletrodos de alumínio) aderido a superfície do eletrodo. Quando a
temperatura é muito alta, há uma contração, reduzindo os grandes poros do hidróxido de
alumínio [Al(OH)3], no que resulta em flocos mais compactos e mais prováveis de aderirem à
superfície do eletrodo. A temperatura é diretamente proporcional a condutividade e
inversamente ao consumo energético. Isso para tratamento de águas residuais contendo óleo.
Temperatura mais elevada, portanto, dá uma maior condutividade e um menor consumo
energético (Chen, 2004).
3.4.1.5 Fonte de alimentação (Corrente Contínua – DC)
Quando aplicada uma corrente contínua no reator eletroquímico, essa deve superar a
diferença do potencial de equilíbrio, do sobrepotencial (diferença entre o potencial aplicado
I≠0 e o potencial de equilíbrio I=0 da célula) anódico, do sobrepotencial catódico e da queda
do potencial ôhmico da solução (Scott, 1995). O sobrepotencial anódico incluí o
sobrepotencial de ativação e de concentração, bem como, sobrepotencial de passivação,
resultando numa película de passivação na superfície do anodo, enquanto o sobrepotencial
catódico é composto principalmente pelo sobre potencial de ativação e do sobrepotencial de
concentração (Scott, 1995).
O potencial da célula pode ser calculado por meio da seguinte equação:
(3.28)
Onde:
Ecelula = potencial da célula (V);
Ee = potencial de equilíbrio (V);
Capitulo 3 – Revisão Bibliográfica
Katia Regina Souza, Março de 2012 43
ηa = sobrepotencial anódico (V);
ηc = sobrepotencial catódico (V);
I = corrente fornecida pela fonte (A);
RΩcélula = queda Ôhmica da célula.
3.4.1.6 Material dos eletrodos
Os materiais empregados para os eletrodos na eletrocoagulação são geralmente de
alumínio ou de ferro. Esses eletrodos podem possuir geometria plana (placas ou chapas),
cilíndrica (barras) ou tridimensional (3D).
Os eletrodos de ferro e de alumínio são comumente usados nos tratamentos de águas,
de efluentes e esgotos, sendo o ferro o material mais usado devido ao seu baixo preço. As
chapas de alumínio são também utilizadas em aplicações no tratamento de águas residuais,
seja de forma isolada ou combinada com chapas de ferro, devido à alta eficiência de
coagulação de Al3+ (Shen, 2003 apud Chen, 2004).
Quando há uma significativa quantidade de íons Ca2+ e Mg2+ presente na água ou no
efluente, é recomendado que o material do cátodo seja de aço inoxidável (material mais
estável) (Strokach, 1978 apud Chen, 2004).
Em relação aos eletrodos, na eletrocoagulação em sistemas simples, eles são
normalmente conectados no modo mono-polar (Figura 3.7a) ou bi-polar (Figura 3.7b).
Figura 3.7 - Arranjo dos eletrodos de acordo com a conexão
a)
b)
Capitulo 3 – Revisão Bibliográfica
Katia Regina Souza, Março de 2012 44
3.4.1.7 Projeto ou geometria do reator (Design)
Com relação ao tipo de reator, dependendo da orientação das chapas do eletrodo, esse
pode ser horizontal ou vertical conforme a direção do fluxo de alimentação, podendo ser fluxo
vertical (Figura 3.8a) ou de fluxo horizontal (Figura 3.8b).
Figura 3.8 - Esquema da direção de fluxo de acordo com a posição dos eletrodos dentro
do reator de eletrocoagulação. (Fonte: Chen, 2004).
A escolha da geometria do reator está relacionada ao direcionamento do fluxo através
do espaço entre as placas, o qual pode ser múltiplos canais (Figura 3.9b) ou de um único canal
(Figura 3.9a). O de múltiplos canais possui um arranjo de fluxo simples, mas a distribuição do
fluido em cada canal é pequena, o que reduz o tempo de residência (tempo de reação de
oxidação do metal do eletrodo). Já o direcionamento do fluxo feito por um único canal
permite controlar a vazão de fluxo conforme o tempo de tratamento desejado.
Figura 3.9 - Direção do fluxo de fluido conforme a quantidade de canais. (Fonte: Chen, 2004)
a)
b)
a) b)
Capitulo 3 – Revisão Bibliográfica
Katia Regina Souza, Março de 2012 45
Na engenharia eletroquímica os modelos desenvolvidos e mais elaborados de reatores
eletroquímicos, devem ser focados no tipo de geometria, característica, forma de operação e
no dimensionamento (escala de laboratório ou industrial). Portanto, uma atenção especial
deve ser dada a geometria dos mesmos para obter elevadas taxas de conversão dos reagentes
em produtos desejados (Walsh e Trinidad et al., 1998 apud Vasconcelos, 2002).
As variedades e os modelos de reatores (Figura 3.10) podem ser de operações simples
(contínuo ou batelada) e o combinado, de acordo com o modo de operação desejado. Os mais
utilizados são os reatores contínuos e os compostos. O contínuo permite a renovação de
efluente a ser tratado dentro do reator. O composto permite combinar dois tipos de processos
eletroquímicos diferentes, por exemplo, eletrocoagulação (óleos-graxas e metais pesados) e
eletrooxidação (compostos orgânicos). Já o de batelada, não permite e nem realiza a troca do
fluxo de efluente dentro do reator, que fica confinado de acordo com o tempo de tratamento
desejado e por isso, demora mais.
Figura 3.10 - Geometria dos reatores de operações simples: a) batelada, b) contínuo com
agitação e c) contínuo. Fonte: Oliveira et al., (2003).
a)
c)
b)
Metodologia
Capítulo
4
Capitulo 4 – Metodologia
Katia Regina Souza, Março de 2012 47
4. Metodologia
Materiais e Métodos
O presente trabalho foi desenvolvido no laboratório de química do Departamento de
Química do Centro de Ciências Exatas e da Terra e no Núcleo de Pesquisa de Petróleo e
Energias Renováveis (NUP-ER) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Para atingir os objetivos propostos a metodologia experimental foi organizada da
seguinte forma:
I. Montagem experimental – montagem dos reatores eletroquímicos de bancada e seus acessórios para a realização dos experimentos em sistema de batelada e contínuo.
II. Caracterização dos efluentes: sintético, semi-sintético, real e dos reagentes usados.
III. Metodologia experimental - planejamento experimental para a realização dos ensaios.
IV. Análise da viabilidade técnica do tratamento utilizado.
V. Procedimento experimental.
VI. Descrição das análises realizadas.
Capitulo 4 – Metodologia
Katia Regina Souza, Março de 2012 48
4.1 Montagem experimental
4.1.1 Reator eletroquímico de batelada
A priori o equipamento utilizado para a realização dos experimentos eletroquímicos
foi um reator de bancada em escala de laboratório. Sua confecção foi feita com tubulação de
PVC rígido do tipo comumente usado em poços de água e também em irrigação. A escolha
desse material ocorreu devido à sua resistência e a possibilidade de montar um reator
conforme as especificações desejadas.
Alguns autores utilizam, na maioria das vezes, o becker de vidro como célula
eletroquímica, devido à sua transparência e geometria cilíndrica. Apesar dessas
características, a baixa resistividade e fragilidade faz do vidro um material inadequado para
nosso propósito, por não permitir realizar modificações e/ou adaptações na sua estrutura, ao
contrário do PVC.
A base do reator foi feita com tubo de PVC rígido medindo 13,5 cm de comprimento e
diâmetro de 17,0 cm. Na parte frontal foi feito um corte retangular medindo 7,5 x 11,0 cm
para colocar uma janela de acrílico, fixada com parafusos e roscas inox. Nas laterais esquerda
(parte inferior) e direita (parte superior) foram colocadas conexões metálicas para entrada e
saída do fluxo.
A janela de acrílico foi colocada com o objetivo de melhorar tanto a visualização da
parte interna do reator, como para facilitar o acompanhamento dos ensaios experimentais no
caso de ocorrer qualquer alteração com o efluente durante o processo da eletrocoagulação.
O formato cilíndrico foi usado para evitar que resíduos provenientes dos ensaios
eletroquímicos ficassem aderidos em cantos “mortos” dentro do reator, como acontece em
reatores de formato tipo tanque (cúbico).
A Figura 4.1 mostra o reator após montagem e suas configurações, a saber:
• Geometria cilíndrica, capacidade de 2,5 litros;
• Corpo (base) de PVC rígido com visor de acrílico na parte frontal;
• Entrada e saídas laterais com conexões metálicas;
• Parte inferior do corpo fechada com tarugo de nylon;
• Parte superior (topo) aberta.
Capitulo 4 – Metodologia
Katia Regina Souza, Março de 2012 49
Figura 4.1 – Vista frontal do reator de batelada após montagem. Fonte: Souza et al., 2010.
As conexões colocadas nas laterais tinham a finalidade de fixar as mangueiras de
silicone para permitir o fluxo de entrada e saída do efluente no reator. A altura das conexões
de entrada e de saída eram diferentes, a primeira localizada a 2 cm da base e a segunda a 7
cm.
Na Figura 4.2, mostra o detalhe do tarugo de nylon vedando a base inferior do reator,
bem como, a abertura na parte superior. Essa abertura foi deixada para facilitar a colocação e
a remoção de eletrodos dentro do reator, ajudar na limpeza interna e também, para evitar o
acúmulo de gás produzido durante os experimentos.
Saída do efluente Tratado
Entrada do efluente
bruto
Capitulo 4 – Metodologia
Katia Regina Souza, Março de 2012 50
Figura 4.2 - Vista da parte interna do tarugo de nylon na base inferior do reator. Fonte: Souza et al., 2010.
Dentro do reator foram colocados 4 (quatro) pares de eletrodos com distância de 1,0
cm entre eles, conforme observado na Figura 4.3.
Figura 4.3 – Disposição dos 4 pares de eletrodos dentro do reator eletroquímico.
TARUGO DE NYLON
Eletrodos Anodo
( + ) Catodo
( - )
Capitulo 4 – Metodologia
Katia Regina Souza, Março de 2012 51
4.1.1.1 Componentes do sistema de tratamento do reator de batelada
O reator de batelada era alimentado por gravidade através de um tanque de PVC de 20
litros de capacidade (Figura 4.4). A ligação do tanque ao reator era por meio de mangueira de
polietileno flexível, com diâmetro de ¼ de polegada. Esse sistema foi montado para realizar
os testes iniciais e avaliar a eficiência da técnica de remoção dos contaminantes, Zn2+, Ni2+ e
Ba2+.
Figura 4.4 – Visão completa do sistema em batelada. Fonte: Souza et al., 2010.
4.1.2 Reator eletroquímico contínuo
A montagem do reator contínuo se deu a partir da reutilização de uma das bases
(corpo) do reator de batelada, realizando algumas alterações no corpo, e modificando o
percurso do fluido (efluente) dentro do reator e promovendo a separação do efluente bruto do
efluente tratado. Dentre as alterações realizadas, houve a colocação de duas novas conexões
metálicas na lateral direita e outra atrás do reator. A primeira conexão era destinada para a
saída do efluente e a outra para a entrada. A separação do efluente bruto do efluente tratado,
dentro do reator, ocorreu quando foram fixadas 03 (três) calhas na parte interna do reator.
Capitulo 4 – Metodologia
Katia Regina Souza, Março de 2012 52
4.1.2.1 Componentes internos do reator contínuo - calhas separadoras
A idéia de fixar as calhas dentro do reator surgiu dos testes iniciais com o reator de
batelada. Durante esses testes, ao aplicar corrente elétrica nos eletrodos, observou-se
fenômenos de eletroflotação, desprendimento de gás de hidrogênio representado pela
formação de bolhas na superfície e o da eletrocoagulação, dissolução do anodo de trabalho
gerando coagulantes. Baseado nisso, colocou-se 03 (três) calhas separadoras com as funções
de confinar parte do efluente bruto dentro da área destinada ao tratamento, e separar as
partículas flotadas das partículas precipitadas provocadas pelo desprendimento de gás. A
colocação dessas calhas evitou que os efluentes, bruto e tratado, fossem misturados após o
tratamento.
As Figuras 4.5a e 4.5b mostram a formação de bolhas de ar (eletroflotação) e a
precipitação de partículas (eletrocoagulação).
Figura 4.5 - Imagem da formação de bolhas na parte superior devido ao desprendimento de gás (4.5a) e a precipitação de partículas (4.5b). Fonte: Souza, et al., 2010.
A Figura 4.6 mostra como ficaram dispostas as 03 (três) calhas com relação à distância
e a altura de cada uma. A calha nº 02, localizada entre as calhas de nº 01 e nº 03, está distante
7,0 cm da calha nº 03 e a 2,0 cm da calha nº 01, além disso, está suspensa 2,0 cm da base
inferior do reator, enquanto que as calhas nº 01 e nº 03 estão fixas na base inferior deste. O
layout foi utilizado para reter o efluente bruto no local destinado ao tratamento durante um
tempo determinado. Essa disposição foi baseada na diferença de densidade, como nos tanques
de separação de água e óleo. As dimensões, distâncias e altura das calhas foram baseadas na
4.5a 4.5b
Capitulo 4 – Metodologia
Katia Regina Souza, Março de 2012 53
área dos eletrodos e na área onde ocorre o tratamento (Figura 4.6). As aturas das conexões,
mostradas na Figura 4.6b, são de 2 cm da base do reator.
Figura 4.6 - Vista do posicionamento das calhas dentro do reator e suas respectivas dimensões.
Fonte: Souza et al., 2010.
4.1.2.2 Componentes do sistema de tratamento do reator fluxo contínuo
A Figura 4.7 mostra os principais componentes utilizados para o sistema de tratamento
e funcionamento do reator contínuo. Onde T-1 corresponde ao tanque de mistura e
acondicionamento do efluente bruto; V-1, V-2 e V-3 são válvulas tipo registro de esfera; P-1,
P-2, P-3, P-4, P-5 e P-6 são tubulações PVC de ½ polegada; B-1 é a eletro bomba de 34W;
M-1 corresponde ao medidor de vazão (rotâmetro); R-1 representa o reator contínuo, T-2 é o
tanque de recepção do efluente tratado; A-1 é o anodo; C-1 é o catodo e F-1 corresponde a
fonte de corrente contínua.
a b
23
1Saída
contaminante precipitado Sa
ída
cont
amin
ante
flo
tado
Capitulo 4 – Metodologia
Katia Regina Souza, Março de 2012 54
Figura 4.7 - Esquema de montagem do sistema de tratamento contínuo. Fonte: Souza et al., 2012.
Capitulo 4 – Metodologia
Katia Regina Souza, Março de 2012 55
4.1.3 Fonte de corrente contínua
A fonte de alimentação de corrente contínua (marca Minipa) foi usada nos testes com
o reator de batelada e contínuo. A corrente em paralelo foi de 5A e em série 10A (Figura 4.8).
Figura 4.8 - Fonte de alimentação de corrente contínua. Fonte: Souza et al., 2010.
4.1.4 Sistema: tanque de mistura, eletro bomba e rotâmetro
O efluente contido no tanque de mistura era conduzido para dentro do reator por meio
de uma eletro bomba simples de 34 W de potência e a vazão de entrada era controlada por um
medidor de vazão do tipo rotâmetro (Figura 4.9).
Figura 4.9 – Componentes do sistema contínuo. Fonte: Souza et al., 2012.
Tanque de
Mistura Rotâmetro
Eletro bomba
Capitulo 4 – Metodologia
Katia Regina Souza, Março de 2012 56
4.1.5 Eletrodos de trabalho
Os eletrodos de trabalho utilizados nos experimentos foram de alumínio, inox e ferro
(Figura 4.10). O tipo de material escolhido nos testes tanto para o cátodo como para o ânodo
(eletrodo de trabalho) foi o mesmo. O eletrodo de inox foi usado para os testes da
eletroflotação, e os eletrodos de ferro e de alumínio para os da eletrocoagulação.
4.2 Água associada à produção de petróleo
4.2.1 Reagentes
Os efluentes sintéticos utilizados neste trabalho eram compostos pelos seguintes
reagentes: cloreto de bário di-hidratado (BaCl22H2O), cloreto de zinco (ZnCl2), cloreto de
níquel hexa-hidratado (NiCl26H2O), cloreto de sódio (NaCl) e uma solução multielementar de
padrão analítico para ICP-OES, marca SpecSol®, contendo os seguintes íons: Cd2+, Cr3+,
Cu2+, Sr2+ e Zn2+. Além desses reagentes, foram usadas as substâncias orgânicas: xileno
(C6H4(CH3)2), tolueno (C7H8) e fenol (C6H5OH). Todos os reagentes utilizados eram de grau
analítico (PA).
b ca
Figura 4.10 - Fotos dos eletrodos de alumínio (a), inox (b) e ferro(c).
Fonte: Souza et al., 2012.
Capitulo 4 – Metodologia
Katia Regina Souza, Março de 2012 57
4.2.2 Efluente sintético (ES)
Os primeiros ensaios experimentais neste trabalho foram realizados com efluentes
sintéticos que continham sais de Ba, Ni, Zn e solução de cloreto de sódio (NaCl) como
eletrólito. Todos foram diluídos em água destilada. A utilização deste primeiro teste foi
avaliar os percentuais de remoção dos contaminantes, adicionados intencionalmente pela
técnica da eletrocoagulação.
Além da adição dos metais acima citados, outro teste foi realizado sendo acrescentadas
as substâncias orgânicas, tolueno, xileno e fenol, com o mesmo propósito do ensaio anterior,
ou seja, avaliar a remoção também dos orgânicos presentes em solução.
4.2.2.1 Efluente semi-sintético (ESS)
Essa denominação foi adotada pela mistura de efluente de água associada à produção
de petróleo real uma solução de 2 a 3 ppm de padrão analítico multielementar contendo os
íons Cd2+, Cr3+, Cu2+, Sr2+ e Zn2+. A adição desse padrão analítico ocorreu em virtude do
recebimento de várias amostras de efluente apresentando baixas concentrações de metais, por
ser um efluente já tratado, mas o objetivo era testar a eficiência do processo da
eletrocoagulação em um efluente com composição química complexa. Por isso, a
concentração das espécies foi aumentada acima do que recomenda pela Resolução do
CONAMA nº 357.
4.2.2.2 Efluente (E)
Foram realizados também experimentos com efluentes, oriundos de águas produzidas
antes da entrada na ETE e após tratamento na ETE (efluente tratado) do pólo petroquímico de
Guamaré/RN, localizado na Bacia Potiguar na Unidade de Negócio e Exploração do Rio
Grande do Norte e Ceará (UN-RN/CE).
As amostras coletadas dos efluentes antes da ETE apresentavam concentração de
metais mais alta que o efluente na saída da ETE, sendo que a concentração de metais não
estava acima dos limites estabelecidos pela Resolução do CONAMA nº 357. A proposta seria
utilizar a eletrocoagulação como uma etapa de tratamento da água associada à produção de
petróleo na saída da ETE, com o intuito de deixar os parâmetros com valores no nível de
classe 4, de acordo com a Resolução do CONAMA nº 357.
Capitulo 4 – Metodologia
Katia Regina Souza, Março de 2012 58
Segundo Santana (2008), o pólo petroquímico de Guamaré recebe uma mistura de
água de formação de 44 campos diferentes de extração de óleo e gás e são parcialmente
misturadas nas estações coletoras centrais e posteriormente nas estações de tratamento de
óleos e nas ETEs. Isso explica a complexidade e variação na concentração de contaminantes
na composição química da água associada à produção de petróleo, pois essas misturas
parciais, segundo o mesmo autor, não são totais e nem homogêneas.
As coletas das amostras foram realizadas entre períodos de 2009 a 2011, era realizada
em dias e horários diferentes e de forma aleatórias.
Para não comprometer os resultados dos testes devido à instabilidade da água
associada à produção de petróleo, os ensaios experimentais não ultrapassavam 10 dias após a
coleta na ETE.
4.3 Planejamento experimental
4.3.1 Planejamento fatorial 2n
O objetivo do planejamento é obter informação que permita desenvolver novos
processos, compreender melhor o sistema, tomar decisões de como otimizar e melhorar a sua
eficiência.
De acordo com Ferré e Rius (2002), antes de realizar um experimento, é importante
fazer um planejamento para que possa obter maiores informações a cerca do sistema
estudado. Ressaltam também, que a escolha de um tipo de planejamento experimental está
relacionada a dois aspectos importantes: um deles seria com relação à realização dos ensaios,
que normalmente custa caro, pois dispõe de tempo para realizá-los, de aquisição de reagentes,
pessoal qualificado, metodologia específica e equipamentos para realizar análises. O outro diz
respeito à incerteza dos resultados observados.
Assim, determino-se que todos os experimentos realizados nesse trabalho seguissem
um determinado planejamento experimental, conforme a metodologia descrita por Neto et al.
(2005); Rodrigues e Iemma (2005). O planejamento aplicado foi o fatorial, do tipo 2n, onde n
corresponde ao número de fatores (variáveis de controle) analisados, e 2, representa o nº de
níveis de variação de cada fator. A variável resposta obtida nos experimentos foi o percentual
de remoção dos contaminantes, sendo representada pela equação linear modelo, Ŷ (Equação
4.1).
Capitulo 4 – Metodologia
Katia Regina Souza, Março de 2012 59
(4.1)
Os coeficientes e são os parâmetros estimados pela equação modelo e obtidos
através do método dos mínimos quadrados. As variáveis de controle são representas por xi e
xj, consideradas no planejamento fatorial, como variáveis codificadas e seus valores são
expressos em níveis de mínimo (-1) e de máximo (+1) de acordo com cada fator.
No planejamento fatorial 23, essas variáveis codificadas foram denominadas de x1, x2 e
x3, representadas pelos eixos da Figura 4.11. Os valores experimentais dessas variáveis são
estimados no intervalo de -1 a +1. Os resultados dos 8 experimentos estão representados nas
arestas do cubo e correspondem aos valores dos percentuais de remoção.
Figura 4.11 – Representação espacial dos oitos experimentos no planejamento fatorial 23.
Fonte: Mota, 2010.
4.3.1.1 Planejamento fatorial 23 para os testes em reator batelada
No reator batelada, foram feitos dois testes cada um com 8 experimentos e as variáveis
estudadas para planejamento experimental foram, corrente ( ), a concentração de NaCl ( )
e o tempo ( ). Seus valores foram baseado no estudo realizado por Souza et al., (2009b) e
estão descritos na Figura 4.12.
Capitulo 4 – Metodologia
Katia Regina Souza, Março de 2012 60
O 1º teste foi realizado com 8 experimentos, usando 8 eletrodos, sendo 4 de ferro
(anodo) e 4 de inox (catodo). A área geométrica de cada eletrodo era de 128 cm2. Os valores
dado as variáveis estão apresentados na Tabela 4.1. O efluente usado foi o sintético. Os
resultados foram expresso em percentuais de remoção dos contaminantes Zn2+, Ni2+ e Ba2+ e
calculado pela Equação 4.2 .
O 2º teste foi realizado com 8 experimentos, usando 8 eletrodos, sendo os 8 de inox,
anodo e catodo. A área geométrica de cada eletrodo era de 128 cm2. Os valores dado as
variáveis estão apresentados na Tabela 4.1. O efluente usado foi o real. Os resultados foram
expresso em percentuais de remoção de TOG e TOC e calculados pela Equação 4.2 .
(4.2)
Onde: Ci corresponde à concentração inicial do contaminante e Cf concentração final do
contaminante, após tratamento.
Variáveis de entrada
X1 - Corrente (A)
X3 - Tempo de residência (min.)
X2 - Concentração de NaCl (mg/l)
Valores Experimentais
Mín. = 0,98 Máx. = 1,10
Mín. = 15 Máx. = 30
Mín. = 5.000 Máx. = 10.000
Sistema de Tratamento
REATOR DE BATELADA
Variáveis de saída
% de remoção de TOC
% de remoção de TOG
% de remoção de Zn2+, Ni2+ e Ba2+
Figura 4.12 – Quadro dos valores utilizados para as variáveis de controle e de resposta,
utilizando a eletrofloculação em reator batelada. Fonte: Souza et al., 2009b.
Capitulo 4 – Metodologia
Katia Regina Souza, Março de 2012 61
Tabela 4.1 - Condições experimentais usadas para os tratamentos no reator batelada
no 1º e 2º teste.
Experimentos Valores experimentais C (A) CNaCl (mg/l) tr (min)
1 0,98 5.000 15 2 1,10 5.000 15 3 0,98 10.000 15 4 1,10 10.000 15 5 0,98 5.000 30 6 1,10 5.000 30 7 0,98 10.000 30 8 1,10 10.000 30
4.3.1.2 Planejamento fatorial 23 para os testes em reator contínuo
Neste reator contínuo foram verificados dois novos fatores, são eles: vazão e material
do eletrodo (Ferro e Alumínio), além da corrente. Portanto foi observada a influência deles
nos resultados do tratamento eletroquímico.
Os resultados obtidos foram ajustados pela equação geral do modelo estatístico
empregado para estimar as respostas do planejamento fatorial 23 no tratamento contínuo, em
termos dos efeitos estimados por unidade de variação dos fatores (x1, x2 e x3) ela é
representada pela Equação (4.1).
As condições e os valores experimentais correspondentes os novos fatores e da
corrente, estão apresentados na Tabela 4.2. O resultado obtido nos ensaios com o efluente
semi-sintético foi expresso em percentual de remoção dos contaminantes: Cd2+, Cr3+, Cu2+,
Sr2+ e Zn2+ e calculados pela Equação 4.2.
Os testes com reator contínuo foram realizados em triplicata, e depois calculado a
média dos resultados, para reduzir a margem de erro.
Capitulo 4 – Metodologia
Katia Regina Souza, Março de 2012 62
Tabela 4.2 – Valores experimentais das variáveis: eletrodo, corrente e vazão.
4.4 Análise da viabilidade técnica do sistema de tratamento contínuo
4.4.1 Taxa da velocidade de remoção de metais em função do tempo
A velocidade com que a concentração dos contaminantes era reduzida a cada 12
minutos2, até o tempo final do tratamento (96 minutos) da eletrocoagulação foi calculada pela
Equação 4.3.
(4.3)
Onde:
∆Tt taxa de remoção dos contaminantes por intervalo de tempo (mgL-1min-1).
C0 concentração inicial de cada contaminante no tempo t.
C concentração final de cada contaminante
Tt é o intervalo de tempo t (min)
1 Dados usados para os cálculos do custo operacional elétrico (COE), item 4.4.2. 2 O tempo de 12 minutos foi definido baseado nos testes realizados com o reator batelada.
Experimentos Valores Experimentais
Eletrodo Corrente(A)
Densidade de Corrente1 (mA/cm2) Vazão (ml/s)
1 Ferro 4,0 31,25 4,3 2 Ferro 2,5 19,53 2,2 3 Alumínio 2.5 27,89 4,3 4 Ferro 4,0 31,25 2,2 5 Alumínio 2,5 27,89 2,2 6 Ferro 2,5 19,53 4,3 7 Alumínio 4,0 44,63 2,2 8 Alumínio 4,0 44,63 4,3
Capitulo 4 – Metodologia
Katia Regina Souza, Março de 2012 63
4.4.2 Análise dos custos de energia por consumo de material dos eletrodos
Em toda tecnologia de tratamento ou processamento, além da avaliação da sua
eficiência é feito uma estimativa dos custos envolvidos na técnica empregada, principalmente
quando se trata de resíduos tóxicos e de grandes quantidades.
O custo operacional de um processo de tratamento de efluente está relacionado aos
investimentos com: mão de obra, produtos químicos, equipamentos, manutenção, análises de
laboratório antes e depois do tratamento e o consumo de energia elétrica. Para o tratamento
por eletrocoagulação da água associada à produção de petróleo, o consumo de energia é um
parâmetro importante a ser considerado na avaliação dos custos, dependendo do volume de
efluente a ser tratado, do material do eletrodo e o tempo que levará para realizar o tratamento.
Nesse estudo foi calculado o custo operacional para o tratamento por eletrocoagulação
do efluente de água associada à produção de petróleo considerando apenas dois (2)
parâmetros: a quantidade de energia consumida e a quantidade de material do eletrodo como
estudo econômico preliminar. O primeiro depende do volume de efluente a ser tratado, da
área do eletrodo e do preço da energia elétrica. Enquanto que o segundo parâmetro está
envolvido com as características do condutor, tais como área, massa molar e preço do metal
que constitui o eletrodo. Os outros parâmetros estão ligados, entre outros, a técnica
eletroquímica, por exemplo, densidade de corrente, tempo de eletrólise, número de elétrons.
O custo operacional elétrico (COE) de tratamento do efluente e o custo do material
(CM) foi estimado em R$/m3. Eles foram incluídos como parte do custo operacional e
calculados pela aplicação das Equações 4.4 e 4.5 respectivamente, segundo Espinoza-
Quiñones et al., (2009).
(4.4)
Onde V é a voltagem (V) aplicada, i é a densidade de corrente (Acm-2), Ae é a área
superficial geométrica (cm2), t é o tempo de eletrolise (h), Veff é o volume da amostra de
efluente tratado (m3) e PEE é o preço da energia elétrica consumida (R$/kWh).
Capitulo 4 – Metodologia
Katia Regina Souza, Março de 2012 64
(4.5)
Onde i é a densidade de corrente (Acm-2), Ae é a área superficial geométrica (cm2), t é
o tempo de residência (h), M é a massa molar relativa do material do eletrodo (gmol-1), n é o
número de elétrons da reação de oxidação-redução, F a constante de Faraday (96.500 Cmol-1),
PME é o preço do material do eletrodo (R$/g) e Veff é o volume da amostra de efluente
tratado (m3).
De acordo com Espinoza-Quiñones et al., (2009), a formação de CM leva em conta a
massa máxima possível de ferro teoricamente dissolvida pelo anodo por m3 de efluente
tratado. Além da massa de ferro, também foi considerada a massa do eletrodo de alumínio
dissolvida durante o tratamento do efluente.
Capitulo 4 – Metodologia
Katia Regina Souza, Março de 2012 65
4.5 Procedimento experimental
4.5.1 Procedimentos de lavagem e tipo de recipientes, técnica de coleta e preservação de
amostras para os tratamentos Batelada e Contínuo.
A metodologia de lavagem e o tipo de recipientes para cada análise, o método de
coleta e preservação das amostras para as análises de caracterização e de metais, foi baseado
nas normas da ABNT: a NBR 9897 - Planejamento de Amostragem de Efluentes Líquidos e
Corpos Receptores e a ABNT NBR 9898 - Preservação e Técnicas de Amostragem de
Efluentes Líquidos e Corpos Receptores.
A - Reator Batelada
4.5.2 Pré-montagem do sistema de tratamento
Esse sistema de tratamento foi formado pelos seguintes componentes: um reservatório
de 20 litros, um reator batelada de 2,5 litros, uma fonte elétrica de corrente contínua, um
conjunto com quatro pares de eletrodos e fios condutores com garras jacaré, mangueiras de
PVC (transparentes).
A sequência listada descreve como foi realizada a montagem do sistema de
tratamento:
a. Colocação de mangueiras de PVC do reservatório de 20 litros para o reator de
bancada;
b. Colocação de mangueiras na conexão de saída do reator para coleta de amostra;
c. Montagem dos pares de eletrodos obedecendo a distância de 1 cm entre eles;
d. Soldagem dos fios condutores às garras tipo jacaré e também aos conectores (pinos
banana) – cabos elétricos;
e. Inserção dos 4 pares de eletrodos dentro do reator;
f. Instalação dos cabos elétricos nos eletrodos e na fonte de corrente contínua;
g. Conexão da fonte de alimentação na tomada;
h. Colocação do termômetro digital na parte superior do reator;
Capitulo 4 – Metodologia
Katia Regina Souza, Março de 2012 66
4.5.3 Preparo do efluente sintético
O procedimento de preparação do efluente sintético seguiu as etapas:
a. Previamente os reagentes, cloreto de bário di-hidratado (BaCl2.2H2O), cloreto de zinco
(ZnCl2), cloreto de níquel hexa-hidratado (NiCl2.6H2O) e o cloreto de sódio (NaCl)
foram pesados e diluídos em água destilada para preparar 20 litros de solução;
b. Essa solução apresentou aproximadamente 4 ppm de concentração para cada íon;
c. O efluente sintético ficou sob agitação mecânica por 20 minutos para obtenção de uma
completa dissolução dos reagentes.
4.5.4 Inicio do tratamento – Batelada
Descrição das etapas do tratamento:
a. Depois do período de agitação o efluente sintético foi vertido no reservatório de 20
litros;
b. Antes de iniciar o tratamento foi coletada uma amostra na saída do reator, para
determinar a concentração dos contaminantes antes do tratamento;
c. Depois foi ajustada a vazão de saída do efluente bruto do reservatório de 20 litros
completando a capacidade do reator, cuja alimentação ocorria por gravidade;
d. Em seguida a fonte de corrente contínua foi ligada e ajustado o valor da tensão e da
corrente;
e. Ao acionar o cronômetro, deu-se inicio do tratamento até o tempo estipulado pelo
planejamento;
f. A cada coleta foram observadas e medidas, a temperatura, o pH, a tensão e a corrente,
além de outras características, tais como, a coloração e a formação de bolhas durante o
tratamento;
g. Durante cada ensaio, os valores de tensão e corrente, eventualmente eram ajustadas
conforme o planejamento experimental;
h. Durante os ensaios as amostras coletadas para análise de metais eram colocadas em
frascos de vidro, acidificadas e conservadas sob refrigeração até serem analisadas.
Capitulo 4 – Metodologia
Katia Regina Souza, Março de 2012 67
Observações:
• Os procedimentos de preparação e tratamento acima citados também foram realizados
para os experimentos com as substâncias orgânicas: xileno (C6H4(CH3)2), tolueno
(C7H8) e fenol (C6H5OH) para a avaliação do % de redução de TOC. Nesse caso, a
concentração total da solução foi de aproximadamente 15 ppm, ou seja, 5 ppm de cada
contaminante. Além disso, foi acrescentada a essa mistura uma solução de NaCl, cuja
concentração encontra-se especificada na Figura 4.12 do item 4.3.1.1. A presença do
NaCl foi fundamental para aumentar a quantidade de íons livres no meio, facilitando a
passagem da corrente elétrica.
• O efluente real foi tratado com o mesmo sistema em batelada e procedimento descrito
no item 4.5.2.
• A preservação das amostras para as análises de TOC e TOG foi realizada segundo a
ABNT NBR 9898.
B - Reator Contínuo
4.5.5 Pré-montagem do sistema de tratamento
Esse sistema de tratamento foi formado pelos seguintes componentes: um reservatório
de 20 litros, um reator batelada contínuo com área de tratamento de 1litro, uma fonte elétrica
de corrente contínua, um par de eletrodos e fios condutores (com garras jacaré e pinos),
mangueiras de PVC (transparentes), tubulação de PVC de ½ polegadas, conexões em PVC,
registros tipo borboleta, eletrobomba e medidor de vazão tipo rotâmetro. O sistema completo
usado no tratamento pode ser observado na Figura 4.7.
A montagem do sistema de tratamento foi dividida em duas partes: a parte inferior e a
superior, conforme descrito abaixo.
a. Na parte inferior do sistema foi acoplado um tanque reservatório de 20 litros a uma
eletro bomba e um rotâmetro com um tubo PVC de ½″ e duas válvulas de registro
(borboleta), uma para direcionar o fluido que sai do reservatório direto para o reator e
a outra, direciona esse fluido de volta para o reservatório que funciona como tanque de
mistura, promovendo a recirculação, agitação e homogeneização do efluente;
Capitulo 4 – Metodologia
Katia Regina Souza, Março de 2012 68
b. Na parte superior, ficou o reator de bancada contínuo, que era constituído por uma das
bases modificada sobreposta à base vazia internamente, usada apenas para receber o
efluente tratado (Figura 4.13);
c. Inseriu-se os eletrodos dentro do reator e a eles foi conectado através de cabos
condutores a fonte de corrente contínua;
d. Assim como no reator de batelada, um termômetro digital foi instalado na parte
superior do reator.
Figura 4.13 - Parte superior do reator de bancada contínuo. Souza et al., (2012)
4.5.6 Preparo do efluente semi-sintético
O procedimento de preparação do efluente sintético obedeceu as seguintes etapas:
a. A solução padrão analítico multielementar contendo os íons Cd2+, Cr3+, Cu2+, Sr2+ e
Zn2+ foi diluída para aproximadamente 4 ppm em 20 litros de água associada à
produção de petróleo;
Efluente Bruto
Efluente Tratado
Capitulo 4 – Metodologia
Katia Regina Souza, Março de 2012 69
b. O efluente ficou sob agitação por 20 minutos no tanque de mistura para a completa
dissolução dos reagentes.
4.5.7 Inicio do tratamento – Contínuo
A sequência descreve como foi realizado o tratamento:
a. Antes do tratamento foi coletada uma amostra;
b. Depois foi ajustada a vazão com a ajuda do rotâmetro e de acordo com o valor
estabelecido no planejamento experimental. Nesse sistema a alimentação do reator era
realizada com auxílio de uma eletro bomba;
c. Após o ajuste da vazão, conforme o planejamento experimental, a fonte de
alimentação contínua foi ligada e os valores da tensão e corrente, ajustados;
d. O cronômetro foi acionado dando inicio ao tratamento até o tempo estipulado pelo
planejamento;
e. A temperatura, o pH, a tensão e a corrente também foram medidas a cada coleta de
amostra;
f. Os ajustes da tensão e da corrente eram realizados durante os experimentos
eventualmente eram realizados, devido a oscilações da rede elétrica;
g. As amostras coletadas para análise de metais eram colocadas em frascos de vidro,
acidificadas e conservadas sob refrigeração até serem analisadas.
Observações:
• Esse experimento foi realizado para comparar a eficiência dos eletrodos de ferro e de
alumínio;
• Outro experimento com as mesmas condições de planejamento e com os mesmos
eletrodos foi realizado, sendo que o intervalo de tempo foi contínuo até 96 minutos, e
a cada 12 minutos foi coletada amostras para análise.
4.5.8 Limpeza dos reatores
Como a geometria dos reatores de batelada e contínuo era simples, não houve
nenhuma complicação na sua limpeza.
a. Batelada – as mangueiras conectadas ao reator foram removidas e colocadas imersas em
solução de água e detergente neutro até a remoção de sujidades. O reator era lavado com
Capitulo 4 – Metodologia
Katia Regina Souza, Março de 2012 70
solução de detergente com ajuda de esponja, escova para limpeza de vidraria e água em
abundância, tendo o cuidado de não deixar resíduos de detergente.
b. Contínuo – foi colocada solução de detergente neutro no tanque de mistura, a eletro
bomba era ligada na vazão máxima e deixava-se circular por toda tubulação, passando
pelo reator e voltando para o tanque de mistura novamente. Depois de um determinado
tempo recirculando com a solução de detergente, esta era retirada e em seguida era
substituída por água. Essa última etapa era repetida até que todo os resíduos de detergente
fossem removidos.
4.5.9 Limpeza, pesagem e conservação dos eletrodos
Com a finalidade de obter-se o peso real dos eletrodos, ou seja, peso sem a presença de
materiais aderidos realizou-se a limpeza dos eletrodos de ferro, alumínio e de inox. Esse
procedimento foi adotado antes e depois de cada experimento.
A limpeza dos eletrodos (catodo e anodo) foi feita com lixa de superfície abrasiva e
com auxílio de água, para reduzir o atrito e facilitar a remoção das sujidades acumuladas na
superfície do eletrodo e retiradas pela lixa, permitindo melhor acabamento e aspecto liso.
Em seguida, depois de lavados, os eletrodos eram secos com ajuda de secador (ar frio)
e mantidos em dessecador até seu uso.
Após a lavagem e a secagem, os eletrodos foram pesados numa balança de precisão,
fornecendo o valor referente ao peso real, podendo-se assim, estimar as variações de massa
ocasionadas por cada processo em batelada ou contínuo do tratamento eletrolítico.
Capitulo 4 – Metodologia
Katia Regina Souza, Março de 2012 71
4.6 Análises
Todas as análises foram realizadas na Central Analítica, laboratório de apoio do
Núcleo de Pesquisas de Reuso da Água (NUPRAR) da UFRN. As amostras de água associada
à produção de petróleo coletadas antes e depois do tratamento foram analisadas pelas técnicas
apresentadas na Tabela 4.4, as quais foram otimizadas e padronizadas pelos métodos segundo
a United States Environmental Protection Agency (USEPA), American Public Health
Association/Standard methods for the examination of water and wastewater (APHA).
Tabela 4.4 – Tipos de análises e equipamentos usados
Análises Equipamentos Figuras
Metais multivariados ICP-OES – Espectrometria de emissão óptica com plasma indutivamente – Thermo Analítica
4.14
Teor de óleos e graxas (TOG)
Infracal TOG/TPH - Wilks Enterprise 4.15
TOC (Carbono Orgânico Total)
Multi NC® 3100 TOC - Analytik Jena 4.16
Íons (Cloretos) IC – Cromatógrafo de íons - Thermo Analítica 4.17
Capitulo 4 – Metodologia
Katia Regina Souza, Março de 2012 72
Figura 4.14 – Espectrofotômetro de emissão óptica com plasma indutivamente acoplado
(ICP-OES) – marca Thermo Analítica, para análise de metais multivariados.
Fonte: Souza et al. (2012).
Figura 4.15 – Analisador de oleos e graxas (TOG/TPH),
InfraCal da Wilks Enterprise. Fonte: Souza et al., (2009a).
Capitulo 4 – Metodologia
Katia Regina Souza, Março de 2012 73
Figura 4.16 – Analisador TOC da Analytik Jena Multi NC® 3100. Fonte: Souza et al., (2009a).
Figura 4.17 - Cromatógrafo de íons – IC – Thermo Analítica. Fonte: Souza et al., (2012).
Resultados e Discussões
Capítulo
5
Capitulo 5 – Resultados e discussão
Katia Regina Souza, Março de 2012 75
5. Resultados e discussões
Os resultados apresentados neste capítulo estão relacionados às condições
experimentais descritas no capítulo 4, aos tipos de reatores utilizados (batelada e contínuo), as
variáveis de controle de processo estabelecidas, as variáveis respostas de interesse, as
amostras de efluentes usadas nos experimentos e também, as equações usadas nos cálculos
para obtenção dos resultados.
Este capítulo foi dividido em duas partes, conforme fluxograma abaixo.
% de remoção de Cd2+, Cu2+, Cr3+, Sr2+ e Zn2+;
Efeito das variáveis do processo na eficiência de
remoção;
Cálculo do custo de operação devido ao desgaste
do material e consumo de energia;
Quantidade de resíduo gerado após tratamento;
Parâmetros físicos e os efeitos sobre a eficiência
Capitulo 5 – Resultados e discussão
Katia Regina Souza, Março de 2012 76
5.1 Resultados iniciais - reator batelada
5.1.1 Testes de eletrocoagulação para remoção de Zn2+, Ni2+ e Ba2+ em efluente sintético
Nesse processo foram estudadas as seguintes variáveis: corrente (x1), a concentração
de NaCl (x2) e o tempo de tratamento (x3). Essas variáveis de acordo com o planejamento
experimental da Tabela 4.1 e utilizando a Equação 4.1 apresentaram os seguintes resultados
com relação a remoção dos contaminantes (Tabela 5.1).
Tabela 5. 1 - Resultados de % de remoção de Zn2+, Ni2+ e Ba2+
Experimentos 1 2 3 4
Níveis X1, X2, X3
- - - 0,98A; 5.000 mg/l;
15 min.
+ - - 1,10A; 5.000 mg/l;
15 min.
- + - 0,98A; 10.000 mg/l;
15 min.
+ + - 1,10A; 10.000 mg/l;
15 min. Contaminantes % Remoção % Remoção % Remoção % Remoção
Zn2+ 70 71 77 65 Ni2+ 43 42 45 30 Ba2+ 15 13 19 15
Experimentos 5 6 7 8
Níveis X1, X2, X3
- - + 0,98A; 5.000 mg/l;
30 min.
+ - + 1,10A; 5.000 mg/l;
30 min.
- + + 0,98A; 10.000 mg/l;
30 min.
+ + + 1,10A; 10.000 mg/l;
30 min. Contaminantes % Remoção % Remoção % Remoção % Remoção
Zn2+ 55 78 67 17 Ni2+ 27 56 33 59 Ba2+ 8 10 17 5
Conforme os resultados apresentados na Tabela 5.1 os maiores percentuais de remoção
obtidos foram de Zn2+ e Ni2+ com 78 % (experimento nº 6) e 59 % (experimento nº 8),
respectivamente. Com relação aos demais resultados foram observados uma pequena
diferença entre os valores de % de remoção do Zn2+ nos testes de nº 3 e de nº 6, indicando a
menor corrente e tempo de tratamento favorece a remoção desse metal. O contrário foi
observado com o Ba2+, cuja remoção máxima obtida foi de 19 % também no ensaio nº 3. Esse
baixo percentual de remoção se deve a uma determinada ordem para que uma reação redox
ocorra, de acordo com a Tabela da série eletroquímica que apresenta o potencial padrão de
redução (Anexo 1). Dessa forma, a natureza impõe condições para que haja reação entre um
determinado cátion, portanto, há uma sequência que indica a preferência em uma série de
Capitulo 5 – Resultados e discussão
Katia Regina Souza, Março de 2012 77
reatividade química. Logo, metais pouco reativos, como o Ni2+ e Zn2+ descarregam primeiro,
por possuírem maior tendência a aceitar os elétrons de volta e se descarregar. Por outro lado,
os metais altamente reativos como metais alcalinos e alcalinos terrosos, como o Ba2+, só
descarregam depois ou quando é aplicado um potencial mais alto que o potencial padrão de
redução.
5.1.2 Testes de eletrofloculação para remoção de TOG e degradação de TOC em efluente de
água associada à produção de petróleo
A remoção do óleo contido no efluente se deu por coagulação devido à dissolução do
ferro contido no eletrodo formando óxido de ferro (coagulante natural) e a outra parte
denominada de óleo recuperado, pelo processo de flotação. Ambas foram identificadas
durante o experimento, pela formação de uma camada de espuma com aspecto oleoso de cor
marrom escura e uma película de cor preta (óleo). A quantificação de TOG flotado e
dissolvido no meio foi feita pela coleta de amostras, tanto da camada superior, como do meio
da solução. O aspecto da camada de espuma contendo resíduos de óleo e ferro pode ser visto
nas Figuras 5.2a e 5.2b. O material do eletrodo usado para esse processo eletroquímico foi
inox 304, e sua dissolução se deu por corrosão eletroquímica. As condições utilizadas para
realização do teste de eletroquímico encontram-se descritas na Figura 4.12 do capítulo 4.
Figura 5.1 – a) Aspecto da camada de espuma composta por óleo e b) Aspecto da camada formada
pela mistura de óleo e material dissolvido do eletrodo. Fonte: Souza et al., (2009a).
a b
Capitulo 5 – Resultados e discussão
Katia Regina Souza, Março de 2012 78
A quantificação do óleo presente tanto na camada de espuma (parte superior do reator)
como dentro do reator (disperso no efluente) foi calculada pela aplicação da Equação 4.1
utilizando as concentrações de TOG analisadas no início e no final do tratamento. Os valores
de percentuais (%) referentes ao óleo recuperado (óleo flotado) e também, ao óleo disperso no
efluente bruto.
Os resultados mostram que o percentual de óleo recuperado aumenta gradativamente a
medida em que o teor de óleo disperso no efluente vai sendo removido, isso ocorreu em 30
minutos de tratamento com valores de correntes de 1,10A (Figura 5.2a) e de 0,98A (Figura
5.2b). Após 20 minutos de tratamento foi observado um percentual expressivo atingindo
aproximadamente 60 %, devido ao aumento da concentração de NaCl, que passou de 5.000
ppm para 10.000 ppm.
Figura 5.2 – Gráfico dos percentuais de óleo e graxas (TOG) removido e recuperado, em 30 minutos
de tratamento eletroquímico, para correntes diferentes. Fonte: Souza et al., (2009)
Após os testes de remoção de metais, óleos e graxas, foram realizados experimentos
para reduzir a concentração de substâncias orgânicas presentes na amostra coletada. De
acordo com a Figura 5.3, a curva de valores de concentração de TOC decresce no decorrer de
60 min. de tratamento e a concentração inicial de 15 mg/L chega a ser reduzida em
aproximadamente 50 %.
a) b)
Corrente 1,10A Corrente 0,98A
Capitulo 5 – Resultados e discussão
Katia Regina Souza, Março de 2012 79
Figura 5.3 – Concentração de TOC removida da amostra de efluente de água associada à produção de
petróleo pela técnica eletroquímica.
5.2 Resultados dos testes realizados com o reator contínuo
5.2.1 Planejamento fatorial 23 - Tratamento eletrocoagulação (EC) para remoção de Cd2+,
Cu2+, Cr3+, Sr2+ e Zn2+ em efluente semi-sintético
Para analisar os efeitos das variáveis, da corrente e da vazão em função do material do
eletrodo, foi realizado um planejamento fatorial 23 cujas condições experimentais estão
descritas na Tabela 5.2. Essas condições experimentais foram avaliadas separadamente para
cada tipo de eletrodo, e os valores estão nos anexos como tabelas: A.2, A.3, A.4, A.5 e A.6, e
utilizados como dados de entrada no software Statistica 7.0. Os resultados foram expressos
em forma de gráficos de superfície de resposta, diagrama de Pareto e gráficos de linhas e de
dispersão.
Tabela 5.2 mostra os resultados da eficiência de remoção dos contaminantes Cd2+,
Cu2+, Cr3+, Sr2+ e Zn2+ após o tratamento eletrocoagulação baseado nos dados apresentados na
Tabela 4.2. Os resultados tabelados são a média dos mesmos em triplicata variando as
condições experimentais, tais como a corrente, o material do eletrodo e a vazão.
Ainda de acordo com a Tabela 5.2, observa-se que a remoção de Cd2+, Cu2+, Cr3+ e
Zn2+ foram 100% independentes da corrente aplicada nos experimentos 2 e 4, sendo
fortemente dependente da vazão e do material do eletrodo (Fe). Em alta vazão (4,3 ml/s),
somente o Cr3+ foi completamente removido do efluente semi sintético (experimentos 1 e 6).
Capitulo 5 – Resultados e discussão
Katia Regina Souza, Março de 2012 80
O contrário ocorreu com os resultados utilizando o eletrodo de alumínio (Al) com máxima
eficiência de remoção obtida para os metais Cd2+, Cu2+, Cr3+ e Zn2+ variando de 50 a 70 %
(experimentos 3, 5, 7 e 8). O decréscimo da concentração de Sr2+ foi independente do material
do eletrodo e da corrente, embora, a eficiência de remoção foi aperfeiçoada quando eletrodos
de ferro foram usados em baixas taxas de vazões, a concentração de remoção alcançada foi
maior que 70 % (experimentos 2 e 4).
Tabela 5.2 – Resultados do % de remoção de Cd2+, Cu2+, Cr3+, Sr2+ e Zn2+ referente ao planejamento
fatorial 23 utilizando reator contínuo.
Experimentos 1 2 3 4 Níveis
X1, X2, X3 + + +
Ferro; 4,0A; 4,3ml/s + - -
Ferro; 2,5A; 2,2 ml/s- - +
Alumínio; 2,5A; 4,3ml/s + + -
Ferro; 4,0A; 2,2ml/sContaminantes % Remoção % Remoção % Remoção % Remoção
Cd2+ 69 100 53 42 53 54 44
100 100 100 77 100
Cu2+ 69 100 Cr3+ Sr2+
Zn2+
100 58 75
100 76 100
Experimentos 5 6 7 8
Níveis X1, X2, X3
- - - Alumínio; 2,5A; 2,2 ml/s
+ - +Ferro; 2,5A; 4,3ml/s
- + -Alumínio; 4,0A; 2,2ml/s
- + +Alumínio; 4,0A; 4,3ml/s
Contaminantes % Remoção % Remoção % Remoção % Remoção Cd2+ 64 65 55 57 Cu2+ 66 69 67 42 Cr3+ Sr2+
Zn2+
63 62 61
100 56 78
51 54 55
53 55 49
5.2.2 Efeito das variáveis, corrente (x2), vazão (x3) em função ao tipo de eletrodo (x1), na
eficiência de remoção de Cd2+, Cu2+, Cr3+, Sr2+ e Zn2+.
5.2.2.1 Análise da eficiência de remoção de Cd2+ utilizando eletrodos de Alumínio e de Ferro
Os gráficos de superfície mostram que a remoção de Cd2+ utilizando eletrodo de
alumínio foi de 64 % (Figura 5.4a), e com eletrodo de ferro foi de 100 % (Figura 5.4b). A
variável determinante para esse percentual foi o uso da baixa vazão. Enquanto que as
condições experimentais que promoveram a remoção de Cd2+ utilizando eletrodo de alumínio
foram, baixa vazão e baixa corrente.
Capitulo 5 – Resultados e discussão
Katia Regina Souza, Março de 2012 81
Figura 5.4 - Superfícies tridimensional para a remoção de Cd2+ em função ao eletrodo de alumínio (a)
e eletrodo de ferro (b).
Quando se utilizou o eletrodo de alumínio (Figura 5.5), observou-se que as interações
x23 (corrente e vazão) apresentaram uma probabilidade de significância (p) maior do que 0,05;
o que indica que ambas têm influência estatística significativa. Isso implica dizer que essas
duas variáveis estão estatisticamente correlacionadas, e a corrente só ganha força juntamente
com a variável vazão. Ao observar as variáveis, vazão e corrente isoladamente, a vazão (x3)
obteve maior influência na variável resposta (remoção do Cd2+). Por outro lado, a corrente
(x2) mostrou-se menos significativa, (p) menor que 0,05. Quando se utilizou o eletrodo de
ferro ocorreu o contrário com as interações x23 (Figura 5.6), e a correlação entre elas foi
menor, comparado ao resultado obtido com eletrodo de alumínio. As variáveis, vazão (x3) e
corrente (x2) influenciaram estatisticamente na variável resposta, sendo que a vazão foi mais
significativa que a corrente. Essa variou juntamente com as interações x23 (corrente e vazão)
na mesma proporção.
a) b)
Capitulo 5 – Resultados e discussão
Katia Regina Souza, Março de 2012 82
Figura 5.5 – Gráfico de Pareto dos parâmetros lineares das variáveis X2 (corrente) e X3 (vazão) para o
% de remoção de Cd2+ em função do eletrodo de Alumínio
Figura 5.6 – Gráfico de Pareto dos parâmetros lineares das variáveis X2 (corrente) e X3 (vazão) para o
% de remoção de Cd2+ em função do eletrodo de ferro
-1,47196
-3,2836
4,41588
p=,05
x2 - I (A)
x3 - Q (ml/min.)
x2 com x3
15,09967
15,36458
-259,343
p=,05
x1 com x2
x1 - I (A)
x2 - Q(m L/m in.)
Mais significativa
Mais significativa
Capitulo 5 – Resultados e discussão
Katia Regina Souza, Março de 2012 83
As Tabelas, 5.3 e 5.4 mostram os valores determinados na análise de variância para os
experimentos com eletrodo de alumínio e de ferro. O valor baixo do coeficiente de
determinação (R2 = 0,80) refere-se à falta de ajuste entre os resultados experimentais e o
modelo representado pela Equação 5.1. Quando comparado ao valor de R2 = 0,99 do eletrodo
de ferro, o Fcal (Tabela 5.4) foi 10 vezes superior o valor de Ftab, indicando que a regressão foi
estatisticamente significativa e preditiva para os testes realizados com o eletrodo de ferro.
O ajuste do modelo pode ser visto pelos diagramas de dispersão, Figura 5.7 e Figura
5.8, referentes aos valores calculados pelo modelo em relação aos valores observados
(experimental) para o eletrodo de alumínio e de ferro, respectivamente. Observa-se na Figura
5.7 que muitos pontos encontram-se dispersos, longe da linha de regressão (linha contínua).
Ao contrário acontece para o eletrodo de ferro (Figura 5.8), que a maioria dos pontos está
dentro dos limites de confiança estabelecidos e muitos pontos dentro e próximos da linha de
regressão (linha contínua).
(5.1)
(5.2)
Tabela 5.3 – Análise de variância (tabela ANOVA) para o Cd2+ eletrodo de alumínio
Soma Quadrática
Grau de liberdade
Média Quadrática
Fcalculado FTabelado R2
Regressão 210 3 70 10,77 4,07 0,80 Resíduos 52 3 6,5 Erro puro 52 8 6,5 Soma Total 262 11
Tabela 5.4 – Análise de variância (tabela ANOVA) para o Cd2+ eletrodo de ferro
Soma Quadrática
Grau de liberdade
Média Quadrática Fcalculado FTabelado R2
Regressão 3216,84 3 1072,28 22339,16 4,07 0,99 Resíduos 0,380 3 0,126 Erro puro 0,380 8 0,048 Soma Total 3217,23 11
Capitulo 5 – Resultados e discussão
Katia Regina Souza, Março de 2012 84
48 50 52 54 56 58 60 62 64 66
Valores Observ ados
50
52
54
56
58
60
62
64
66
Valo
res
Cal
cula
dos
Figura 5.7 – Diagrama de dispersão para os limites de confiança de ± 95% para o Cd2+ com eletrodo
de alumínio.
60 65 70 75 80 85 90 95 100 105
Valores Observados
60
65
70
75
80
85
90
95
100
105
Val
ores
Cal
cula
dos
Figura 5.8 – Diagrama de dispersão para os limites de confiança de ± 95% para o Cd2+ com eletrodo
de ferro.
Capitulo 5 – Resultados e discussão
Katia Regina Souza, Março de 2012 85
5.2.2.2 Análise da eficiência de remoção de Cu2+ para o eletrodo de Alumínio e de ferro
A remoção de Cu2+ para os eletrodos de alumínio foi de 67 % (Figura 5.9a) e de ferro,
100 % (Figura 5.9b). Esse percentual se deu em função da baixa vazão utilizada no
tratamento. Entretanto, a faixa de intensidade de corrente usada não foi determinante no
resultado da remoção.
Figura 5.9 - Superfície tridimensional para a remoção de Cu2+ em função do eletrodo Alumínio (a) e
do eletrodo de ferro (b).
Os gráficos de Pareto analisaram os efeitos dos parâmetros do modelo com intervalo
de confiança de 95 %.
Quando se utilizou o eletrodo de alumínio (Figura 5.10) e de ferro (Figura 5.11),
observa-se que as interações x23 (corrente e vazão) apresentaram resultados com menor
significância, ou seja, o valor de p menor que 0,05. Isso implica dizer que essas duas variáveis
não estão estatisticamente correlacionadas. Ao observar as variáveis, vazão e corrente
isoladamente, a vazão (x3) obteve maior influencia na variável resposta (remoção do Cu2+),
tanto para o tratamento utilizando eletrodo de alumínio como para o de ferro. Por outro lado, a
corrente (x2) mostrou-se menos significativa, (p) menor que 0,05.
a) b)
% d
e R
emoç
ão d
e C
u2+
Capitulo 5 – Resultados e discussão
Katia Regina Souza, Março de 2012 86
,3086067
-,308607
-22,52
p=,05
(x1 - I(A)
x1 com x2
x2 - Q(mL/min.)
Figura 5.10 – Gráfico de Pareto dos parâmetros lineares das variáveis x2 (corrente) e x3 (vazão) para a
remoção de Cu2+ em função do eletrodo de alumínio
-,316228
-,316228
-58,5021
p=,05
x1 - I (A)
x1 com x2
x2 - Q (mL/min.)
Figura 5.11 – Gráfico de Pareto dos parâmetros lineares das variáveis x2 (corrente) e x3 (vazão) para a
remoção de Cu2+ em função do eletrodo de ferro
Mais significativa
Mais significativa
Capitulo 5 – Resultados e discussão
Katia Regina Souza, Março de 2012 87
As Tabelas 5.5 e 5.6 mostram os valores determinados na análise de variância para a
remoção de Cu2+ utilizando eletrodos de alumínio e de ferro. Os valores dos coeficientes de
determinação referente ao modelo dado pela Equação 5.3 e Equação 5.4 foram iguais a R2 =
0,9976 tanto para o eletrodo de ferro, como para o de alumínio. Os Fcal foi 10 vezes maior que
o Ftabelado, indicando que houve regressão estatisticamente significativa, mas que não pode ser
considerada preditiva.
A Figura 5.12 e a Figura 5.13, apresentam os diagramas de dispersão referentes aos
dados ajustados pelo modelo e a relação entre os valores calculados e os observados (dados
experimentais) para os eletrodos de alumínio e de ferro, respectivamente. Observou-se na
Figura 5.12 que muitos pontos encontram-se dispersos longe da linha de regressão (linha
contínua). Ao contrário acontece para o eletrodo de ferro (Figura 5.13), onde existem poucos
pontos dispersos e um ponto está dentro do limite de confiança estabelecido ou próximo a
linha de regressão.
(5.3)
(5.4)
Tabela 5.5 – Análise de variância (tabela ANOVA) para o Cu2+ eletrodo de Alumínio
Soma Quadrática
Grau de liberdade
Média Quadrática Fcalculado FTabelado R2
Regressão 2852,25 3 950,75 1141,35 4,07 0,9976
Resíduos 6.667 3 2,222
Erro puro 6,67 8 0,833
Soma Total 2858,92 11
Tabela 5.6 – Análise de variância (tabela ANOVA) para o Cu2+ eletrodo de Ferro
Soma Quadrática
Grau de liberdade
Média Quadrática Fcalculado FTabelado R2
Regressão 2852,16 3 950,72 1141,32 4,07 0,9976
Resíduos 6.667 3 2,222
Erro puro 6,67 8 0,833
Soma Total 2858,92 11
Capitulo 5 – Resultados e discussão
Katia Regina Souza, Março de 2012 88
35 40 45 50 55 60 65 70 75
Valores Observ ados
35
40
45
50
55
60
65
70
Valo
res
Cal
cula
dos
Figura 5.12 – Diagrama de dispersão para os limites de confiança de ± 95% para o Cu2+ com eletrodo
de alumínio.
60 65 70 75 80 85 90 95 100 105
Valores observados
65
70
75
80
85
90
95
100
105
Val
ores
Cal
cula
dos
Figura 5.13 – Diagrama de dispersão para os limites de confiança de ± 95% para o Cu2+ com eletrodo
de Ferro.
Capitulo 5 – Resultados e discussão
Katia Regina Souza, Março de 2012 89
5.2.2.3 Análise da eficiência de remoção de Cr3+ para o eletrodo de Alumínio e de Ferro
A Figura 5.14a mostra o mecanismo de remoção para o ânion cromato, que depende
de menor vazão e menor corrente. Enquanto que na Figura 5.14b, o aumento do percentual de
remoção ocorreu com a maior vazão e corrente.
No caso de eletrodos de Fe, Cr3+ é oxidado a Cr4+ pelo Fe2+, uma reação adicional
eletroquímica de redução na superfície do cátodo, como já indicado por outros autores
(Barrera-Diaz et al., 2003). Em contraste, a redução do Cr4+ pelo Al3+ não é possível o
mecanismo só com eletrodos de Al, como redução direta na superfície do cátodo, seguido de
precipitação como Cr(OH)3. Este processo produziria quatro íons hidróxido por mol de Cr
precipitado, o que explica o aumento do pH rápido. Isso ainda explica a maior eficiência de
remoção de Cr3+ utilizando eletrodos Fe e menor em eletrodos de Al (Figura 5.14a).
Figura 5.14 - Superfície tridimensional para a remoção de Cr3+ em função do eletrodo Alumínio
(a) e do eletrodo de ferro (b).
Os efeitos dos parâmetros do modelo foram analisados no intervalo de confiança de 95
% através dos gráficos de Pareto. Na Figura 5.15, na remoção de Cr3+ utilizando o eletrodo de
alumínio, as interações x23 (corrente e vazão) apresentaram maior significância, em seguida a
corrente, (p) maior do que 0,05. A corrente teve maior influência na variável resposta, ou seja,
(p) maior do que 0,05. Na figura 5.16, nenhuma das variáveis teve significância estatística
sobre a variável resposta, apenas o uso do eletrodo de ferro que favoreceu no resultado.
a) b)
Capitulo 5 – Resultados e discussão
Katia Regina Souza, Março de 2012 90
-7,19285
-10,3012
10,9169
p=,05
x2 -Q (mL/min.)
x1 - I (A)
x1 com x2
Figura 5.15 – Gráfico de Pareto dos parâmetros lineares das variáveis x2 (corrente) e x3 (vazão) para a
remoção de Cr3+ em função do eletrodo de alumínio
,0512316
,461084
,5635471
p=,05
x3 - Q (mL/min.)
x2 com x3
x2 - I (A)
Figura 5.16 – Gráfico de Pareto dos parâmetros lineares das variáveis x2 (corrente) e x3 (vazão) para a
remoção de Cr3+ em função do eletrodo de ferro
Mais significativa
Capitulo 5 – Resultados e discussão
Katia Regina Souza, Março de 2012 91
As Tabelas 5.7 e 5.8 mostram os valores determinados na análise de variância para a
remoção de Cr3+ utilizando eletrodos de alumínio e de ferro. Os valores dos coeficientes de
determinação para o de alumínio o valor de Fcal foi maior que o Ftabelado. Sendo R2 = 0,9726,
coeficiente de determinação de 97,26 %, mostra que há relevância significativa entre os
valores experimentais e com os valores calculados, dado pelo modelo (Equação 5.5).
Enquanto que, para o modelo eletrodo de ferro, o coeficiente de determinação dado pela
Equação 5.6 foi R2 = 0,0322, ou 3,22 %, o modelo não apresentou significativa estatística
entre os valores experimentais e os valores calculados .
Pelo diagrama de dispersão referente à Figura 5.17 mostra que os dados apresentaram-
se ajustados ao modelo utilizando eletrodo de alumínio, os pontos encontram-se próximos a
linha de regressão (linha contínua). Na Figura 5.18, só 3 dos pontos apresentaram-se
próximos a linha de regressão (linha contínua) e a outra parte, a maioria dos pontos estão
dispersos, longe da linha de regressão. O modelo proposto não se ajusta aos dados
experimentais dos testes realizados com eletrodo de ferro.
(5.5)
(5.6)
Tabela 5.7 – Análise de variância (tabela ANOVA) para o Cr3+ eletrodo de Alumínio
Soma Quadrática
Grau de liberdade
Média Quadrática Fcalculado FTabelado R2
Regressão 0,0284 3 0,0095 95 4,07 0,9726
Resíduos 0,0008 3 0,0003
Erro puro 0,00082 8 0,0001
Soma Total 0,0292 11
Tabela 5.8 – Análise de variância (tabela ANOVA) para o Cr3+ eletrodo de Ferro
Soma Quadrática
Grau de liberdade
Média Quadrática Fcalculado FTabelado R2
Regressão 0,000067 3 0,00002 0,1539 4,07 0,0322
Resíduos 0,001 3 0,0003
Erro puro 0,00101 8 0,00013
Soma Total 0,00208 11
Capitulo 5 – Resultados e discussão
Katia Regina Souza, Março de 2012 92
0,48 0,50 0,52 0,54 0,56 0,58 0,60 0,62 0,64 0,66
Valores Observ ados
0,48
0,50
0,52
0,54
0,56
0,58
0,60
0,62
0,64
0,66
Valo
res
Cal
cula
dos
Figura 5.17 – Diagrama de dispersão dos valores calculados em função dos valores observados para
os limites de confiança de ± 95 % para o Cr3+ com eletrodo de alumínio.
97% 97% 98% 98% 99% 99% 100% 100% 101%
Valores observados
99%
99%
99%
99%
99%
99%
100%
100%
100%
100%
Val
ores
Cal
cula
dos
Figura 5.18 – Diagrama de dispersão dos valores calculados em função dos valores observados para
os limites de confiança de ± 95 % para o Cr3+ com eletrodo de ferro.
Capitulo 5 – Resultados e discussão
Katia Regina Souza, Março de 2012 93
5.2.2.4 Análise da eficiência de remoção de Sr2+ para o eletrodo de Alumínio
O gráfico de superfície (Figura 5.19a) mostra que a remoção de Sr2+ ocorre quando
utilizado eletrodos de Ferro com aplicação de menor corrente e menor vazão que, foi de 62 %.
A maior eficiência ocorreu no processo de tratamento utilizando eletrodo de ferro, aplicando a
menor vazão (Figura 5.19b), com 75 % de remoção de Sr2+.
Figura 5.19 - Superfície tridimensional para a remoção de Sr2+ em função do eletrodo Alumínio
(a) e do eletrodo de ferro (b).
As Figuras 5.20 e 5.21 mostram os parâmetros de maior relevância e de significância
estatística que contribuíram para a remoção de Sr2+ no intervalo de confiança de 95 %.
Observou-se que as interações x23 (corrente e vazão) apresentaram resultados de maior
significância, (p) maior do que 0,05, implica em dizer que essas duas variáveis estão
estatisticamente correlacionadas. Quando avaliadas (vazão e corrente) isoladamente, ambas
apresentaram aproximação entre seus valores, podendo ser visto pelas áreas quase que
correlatas, (p) maior do que 0,05.
a) b)
Capitulo 5 – Resultados e discussão
Katia Regina Souza, Março de 2012 94
-10,1656
-10,3207
13,61159
p=,05
x3 - Q (mL/min.)
x2 - I (A)
x2 com x3
Figura 5.20 – Gráfico de Pareto dos parâmetros lineares das variáveis x2 (corrente) e x3 (vazão) para a
remoção de Sr2+ em função do eletrodo de alumínio
2,764793
8,715414
-89,975
p=,05
x2 com x3
x2 - I (A)
x3 - Q (mL/min.)
Figura 5.21 – Gráfico de Pareto dos parâmetros lineares das variáveis x2 (corrente) e x3 (vazão) para a
remoção de Sr2+ em função do eletrodo de ferro.
Mais significativa
Mais significativa
Capitulo 5 – Resultados e discussão
Katia Regina Souza, Março de 2012 95
As Tabelas 5.7 e 5.8 mostram os valores determinados na análise de variância para a
remoção do Sr2+ utilizando eletrodos de alumínio e de ferro. Os valores dos coeficientes de
determinação foram para o de alumínio o valor de Fcal que foi maior que o Ftabelado. Sendo R2 =
0,9802, um coeficiente de determinação de 98,02 %, mostra que há relevância significativa
entre os valores experimentais e com os valores calculados, dado pelo modelo (Equação 5.7).
No entanto, o modelo para o eletrodo de ferro foi o que melhor se ajustou aos dados, visto que
o coeficiente de correlação dado pela Equação 5.8 foi maior que o do alumínio, que foi de
99,91 %.
Pelo diagrama de dispersão referente à Figura 5.22 verifica-se que os dados
apresentaram-se ajustados ao modelo utilizando eletrodo de alumínio, porém alguns pontos
encontram-se dispersos e outros próximos a linha de regressão (linha contínua). Na Figura
5.23, a maioria dos pontos apresentou-se próximos a linha de regressão (linha contínua).
(5.7)
(5.8)
Tabela 5.9 – Análise de variância (tabela ANOVA) para o Sr2+ eletrodo de Alumínio
Soma Quadrática
Grau de liberdade
Média Quadrática Fcalculado FTabelado R2
Regressão 0,0149 3 0,0049 128,94 4,07 0,9802
Resíduos 0,0003 3 0,0001
Erro puro 0,0003 8 0,000038
Soma Total 0,0152 11
Tabela 5.10 – Análise de variância (tabela ANOVA) para o Sr2+ eletrodo de Ferro
Soma Quadrática
Grau de liberdade
Média Quadrática Fcalculado FTabelado R2
Regressão 0,1167 3 0,0389 3890 4,07 0,9991
Resíduos 0,0001 3 0,00003
Erro puro 0,0001 8 0,00001
Soma Total 0,1168 11
Capitulo 5 – Resultados e discussão
Katia Regina Souza, Março de 2012 96
51% 52% 53% 54% 55% 56% 57% 58% 59% 60% 61% 62% 63% 64%
Valores Observados
52%
53%
54%
55%
56%
57%
58%
59%
60%
61%
62%
63%
64%
Valo
res
Cal
cula
dos
Figura 5.22 - Diagrama de dispersão dos valores calculados em função dos valores observados para os
limites de confiança de ± 95% para o Sr2+ para o eletrodo de alumínio.
50% 55% 60% 65% 70% 75% 80%
Valores Observ ados
50%
55%
60%
65%
70%
75%
80%
Val
ores
Cal
cula
dos
Figura 5.23 - Diagrama de dispersão dos valores calculados em função dos valores observados para os
limites de confiança de ± 95% para o Sr2+ para o eletrodo de ferro.
Capitulo 5 – Resultados e discussão
Katia Regina Souza, Março de 2012 97
5.2.2.5 Análise da eficiência de remoção de Zn2+ para o eletrodo de Alumínio e de Ferro
O gráfico de superfície (Figura 5.24a) mostra que houve remoção de Zn2+ de 62%
quando foi utilizado eletrodo de alumínio, independente da faixa de corrente usada. Da
mesma forma, na Figura 5.24b, a eficiência de remoção do Zn2+ foi de 100 %, incrementada
quando a vazão é reduzida, independente da faixa de corrente usada.
Figura 5.24 - Superfície tridimensional para a remoção de Zn2+ em função do eletrodo Alumínio
(a) e do eletrodo de ferro (b).
Quando a vazão e a corrente foram avaliadas isoladamente, a corrente foi a variável de
maior significância estatística sobre a variável resposta e a corrente não teve nenhuma, (p)
menor que 0,05. Por outro lado, observou-se sua interação com a corrente x23 que teve maior
influencia significativa, (p) maior que 0,05, havendo uma correlação entre duas variáveis
(Figura 5.25). Na Figura 5.26, a vazão foi a variável de maior significância estatística sobre a
resposta, quando analisada separadamente. Em relação a corrente essa também foi
estatisticamente significativa, mas em menor proporção que a vazão. A interação x23 não teve
influencia significativa, provavelmente devido a pouca correlação entre essas duas variáveis.
a) b)
Capitulo 5 – Resultados e discussão
Katia Regina Souza, Março de 2012 98
-,556455
2,92896
-6,94691
p=,05
x2 - I (A)
x2 com x3
x3 - Q (mL/min.)
Figura 5.25 – Gráfico de Pareto dos parâmetros lineares das variáveis x2 (corrente) e x3 (vazão) para
remoção de Zn2+ em função do eletrodo de alumínio.
-58,6311
-59,7205
-1048,95
p=,05
x2 com x3
x2 - I (A)
x3 - Q (mL/min.)
Figura 5.26 – Gráfico de Pareto dos parâmetros lineares das variáveis x2 (corrente) e x3 (vazão) para
remoção de Zn2+ em função do eletrodo de ferro.
Mais significativa
Mais significativa
Capitulo 5 – Resultados e discussão
Katia Regina Souza, Março de 2012 99
As Tabelas 5.7 e 5.8 mostram os valores determinados na análise de variância para a
remoção de Zn2+ utilizando eletrodos de alumínio e de ferro. O valor dos coeficientes de
determinação para o de alumínio mostra que o valor de Fcal foi maior que o Ftab. Sendo R2 =
0,8772, um coeficiente de determinação de 87,72 %, observa-se que há relevância
significativa entre os valores experimentais e com os valores calculados, dado pelo modelo
(Equação 5.9). No entanto, o modelo para o eletrodo de ferro foi o que melhor ajustou aos
dados, visto que o coeficiente de correlação dado pela Equação 5.10 foi maior que o do
alumínio, que foi de 99,99 %.
Pelo diagrama de dispersão referente à Figura 5.27 verifica-se que os dados
apresentaram-se ajustados ao modelo utilizando eletrodo de alumínio, porém alguns pontos
encontram-se dispersos e outros próximos a linha de regressão (linha contínua). Na Figura
5.28, a maioria dos pontos apresentou-se dentro da linha de regressão (linha contínua).
(5.9)
(5.10)
Tabela 5.11 – Análise de variância (tabela ANOVA) para o Zn2+ eletrodo de Alumínio
Soma Quadrática
Grau de liberdade
Média Quadrática Fcalculado FTabelado R2
Regressão 0,05 3 0,017 19,54 4,07 0,8772
Resíduos 0,007 3 0,0002
Erro puro 0,007 8 0,00087
Soma Total 0,057 11
Tabela 5.12 – Análise de variância (tabela ANOVA) para o Zn2+ eletrodo de Ferro
Soma Quadrática
Grau de liberdade
Média Quadrática Fcalculado FTabelado R2
Regressão 0,1709 3 0,0569 437692,30 4,07 0,9999
Resíduos 0,000001 3 0,0000001
Erro puro 0,000001 8 0,00000013
Soma Total 0,17099 11
Capitulo 5 – Resultados e discussão
Katia Regina Souza, Março de 2012 100
40% 42% 44% 46% 48% 50% 52% 54% 56% 58% 60% 62% 64%
Valores Observ ados
42%
44%
46%
48%
50%
52%
54%
56%
58%
60%
62%
64%
Valo
res
Cal
cula
dos
Figura 5.27 - Diagrama de dispersão dos valores calculados em função dos valores observados para os
limites de confiança de ± 95% para o Zn2+ para o eletrodo de alumínio.
70% 75% 80% 85% 90% 95% 100% 105%
Valores Observ ados
70%
75%
80%
85%
90%
95%
100%
105%
Val
ores
Cal
cula
dos
Figura 5.28 - Diagrama de dispersão dos valores calculados em função dos valores observados para os
limites de confiança de ± 95% para o Zn2+ para o eletrodo de ferro.
Capitulo 5 – Resultados e discussão
Katia Regina Souza, Março de 2012 101
5.3 Análise da viabilidade técnica da eletrocoagulação na remoção de Cd2+, Cu2+, Cr3+, Sr2+ e Zn2+ presente em efluente semi-sintético
5.3.1 Efeito do pH e do material do eletrodo na eficiência de remoção
Durante os experimentos observou-se que ocorreu o aumento do pH, 25 minutos após
o inicio do tratamento, quando utilizou-se o eletrodo de ferro (A Figura 5.29a). Da mesma
forma pode ser visto na Figura 5.29b, que em virtude do aumento do pH de 6 para 9, a
eficiência de remoção dos metais aumentou. Esse comportamento pode estar relacionado à
redução direta dos cátions metálicos na superfície do cátodo e aos íons OH- produzidos no
cátodo que precipitam íons metálicos na forma de hidróxidos, favorecendo o aumento do pH
da solução.
De acordo com a Figura 5.29b, o aumento da remoção ocorreu em virtude do aumento
do pH e o incremento da eficiência de remoção foi promovido devido a presença de íons OH-
no meio reagindo com o Fe2+, produto da dissolução do eletrodo de ferro, formando Fe(OH)2
e Fe(OH)n. Essas substâncias permanecem no fluxo aquoso como uma suspensão gelatinosa,
que pode remover os contaminantes dos efluentes, quer por complexação ou atração
eletrostática, seguida de coagulação (Mollah, et al., 2001).
Figura 5.29 – Gráficos do a) comportamento do pH de acordo com o material do eletrodo
e b) remoção dos contaminantes devido a mudança de pH para o eletrodo de ferro
6 6
7
9
6 6 6 65
6
7
8
9
10
12 24 36 48
pH
Tempo (min.)
Eletrodo de ferro
Eletrodo de aluminio
50%
60%
70%
80%
90%
100%
110%
6 7 9
% R
emoç
ão
pH
Cd (%) Cu (%)Cr (%) Sr (%)
a) b)
Capit
Katia
5.3.2
do ca
por c
da el
Tab
Figu
tulo 5 – Result
Regina Souza
2 Resultados
A veloci
apítulo 4, e
curvas (Figu
letrocoagula
ela 5. 13 – V
t (min
12 24 36 48 60 72 84 96
ura 5.30 – Cu
águ
0,00
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
tados e discus
a, Março de 2
s da taxa de
idade de rem
os resultad
ura 5.30) qu
ação no perí
Valores da tax
n.) Cd 0,440,140,150,060,060,040,040,03
urvas da taxa
ua associada
0
0
0
0
0
0
0
12
ssão
2012
e remoção d
moção de c
dos encontra
ue mostram
íodo de 96 m
xa de remoçãp
C
4 04 05 06 06 04 04 03 0
a de remoção
à produção d
24
de contamin
cada contam
ados estão a
o comporta
min.
ão de Cd, Cupor eletrocoa
∆Tt (cCu
,36,12,12,06,05,03,04,02
o de Cd2+, Cu
de petróleo s
36 48
Tempo
Cd C
nantes em fu
minante foi
apresentado
amento da c
u, Cr, Sr e Znagulação
conc./min.)Cr
0,320,100,110,040,060,030,050,02
u2+, Cr3+,Sr2+
semi-sintétic
8 60
(min.)
Cu Cr
unção do tem
calculada s
os na Tabel
concentraçã
n no tempo d
Sr
0,350,140,110,060,050,040,040,03
+ e Zn2+ em 9
a por eletroc
72
Sr Zn
mpo de trata
egundo a E
a 5.13 e rep
ão durante o
de 96min. de
Zn 0,51 0,16 0,17 0,07 0,08 0,04 0,06 0,03
96 min. de tra
coagulação
84
n
102
amento
Equação 4.3
presentados
o tratamento
tratamento
atamento da
96
3
s
o
Capitulo 5 – Resultados e discussão
Katia Regina Souza, Março de 2012 103
De acordo com a Figura 5.30, as velocidades que ocorrem um decréscimo da
concentração durante o processo de tratamento apresentaram comportamentos parecidos para
todos os contaminantes, sendo mais acentuado inicialmente, entre 12 e 24 minutos para as
espécies Cd2+ e Zn2+, considerando que a concentração inicial dessas duas espécies era maior
que as outras, Cu2+, Cr3+ e Sr2+. Após os 48 minutos observa-se que os valores referentes às
taxas de remoção de todos os contaminantes estão muito próximos, e essa redução deve-se a
formação de hidróxidos intermediários (FeOH)n e também, de outras substâncias
manoméricas que atuam como agentes coagulantes promovendo a remoção dos metais
presentes no efluente removendo sua concentração.
5.3.3 Quantidade de resíduos de ferro e alumínio presente no efluente após os testes de
eletrocoagulação
Além das análises para determinar a concentração dos íons Cd2+, Cu2+, Cr3+, Sr2+ e
Zn2+, foi pesquisado uma estimativa da quantidade de concentração de Ferro total e Alumínio
resultante da dissolução de cada material do eletrodo após os experimentos. A Tabela 5.14
mostra as concentrações de resíduos geradas em cada experimento após a eletrocoagulação.
Observa-se que as maiores concentrações de ferro e alumínio foram obtidas quando ocorreu
um aumento da corrente aplicada e o decréscimo do fluxo de vazão, experimentos 4 e 7,
respectivamente.
Para que a Eletrocoagulação seja considerada uma tecnologia alternativa apropriada
para remoção de metais pesados, é necessário ajustar as condições experimentais para que ela
gere menor quantidade de resíduos, pois o resíduo gerado precisa de um tratamento e um
destino adequado.
Tabela 5.14 – Resíduo de ferro e alumínio gerado depois da coagulação
Experimentos Condições Experimentais Resíduo
Eletrodo Corrente (A)
Vazão (ml/s)
[Fe] (mg/L)
[Al] (mg/L)
1 Ferro 4,0 4,3 50,09 0,000 2 Ferro 2,5 2,2 0,242 0,076 3 Alumínio 2,5 4,3 0,001 0,000 4 Ferro 4,0 2,2 60,39 0,183 5 Alumínio 2,5 2,2 0,092 0,00 6 Ferro 2,5 4,3 0,001 0,131 7 Alumínio 4,0 2,2 0,393 0,000 8 Alumínio 4,0 4,3 0,091 0,149
Capitulo 5 – Resultados e discussão
Katia Regina Souza, Março de 2012 104
5.3.4 Análise dos custos de energia por consumo de material dos eletrodos
Para aplicação em grande escala é importante que os custos do tratamento sejam
estimados em função do volume de efluente a ser tratado. A Tabela 5.15 apresenta o custo
operacional elétrico (COE) composto principalmente da energia elétrica consumida e do custo
de material (CM) do anodo usado no processamento. Como pode ser notado, durante a
eletrólise do efluente semi-sintético, o consumo de energia parece ser proporcional à
densidade de corrente aplicada. No entanto, o consumo de energia para a remoção de metais
para esse tipo de efluente depende fortemente da natureza do material do eletrodo. Observa-se
na Tabela 5.15 que o tratamento EC realizado com eletrodos de ferro (Fe) apresentou maior
COE comparado ao uso de eletrodos alumínio (Al) nas mesmas condições experimentais. Por
outro lado, o custo de material utilizado no processo, eletrodos de alumínio, é maior que o de
ferro (experimentos 1 e 8), devido ao preço do material ser mais caro que do ferro. Além
disso, vale ressaltar que, a maior eficiência de remoção de metais foi bem mais sucedida por
meio de eletrodos de ferro que com eletrodos de alumínio. Embora EC seja muito eficaz, o
consumo de energia é relativamente maior para a aplicação prática como processo de
tratamento devido ao tempo empregado, que poderia ser empregado como um pré-tratamento
de refino dividido em dois processos, 1º passo consiste em um tratamento eletroquímico
seguido por adsorção tratamento ou vice-versa, como também, para realizar um tratamento de
polimento da água associada à produção de petróleo tratada, como proposto no inicio desse
trabalho.
Os valores apresentados na Tabela 5.15 representam o custo R$ por m³ para descarte
de efluente. Os dados foram calculados segundo as Equações 4 e 5 respectivamente (capítulo
4), e também, com as seguintes considerações:
Capitulo 5 – Resultados e discussão
Katia Regina Souza, Março de 2012 105
Tabela 5.15 - Valores dos custos operacional elétrico (COE) e os custos do material (CM)
Experimento Condições Experimentais Valores dos Custos
Eletrodo Voltagem aplicada (V)
Densidade de corrente (mA/cm²)
CM (R$/m³)
COE (R$/m³)
1 Fe 21,50 31,25 1,29 1,22 2 Fe 19,00 19,53 0,80 0,68 3 Al 13,60 27,89 1,14 0,48 4 Fe 15,30 31,25 1,29 0,87 5 Al 15,60 27,89 1,14 0,56 6 Fe 21,50 19,53 0,80 0,77 7 Al 15,00 44,63 1,83 0,85 8 Al 21,00 44,63 1,83 1,20
Dados usados calcular o custo operacional elétrico (COE) e o custo de material (CM)
descritos na tabela 5.15.
• t = 0,2h (tempo de tratamento)
• MFe = 55,84 g/mol (massa molar do ferro)
• MAl = 26,98 g/mol (massa molar do alumínio)
• nFe = 2 (nº de elétrons de ferro)
• nAl = 3 (nº de elétrons de alumínio)
• F = 96.500C/mol (constante de Faraday)
• Vef = 0,0025 m³ (volume do efluente tratado)
• PMEFe = 3,86 x 10-03 R$/g (preço do material do eletrodo de ferro)
• PMEAl = 0,017 R$/g (preço do material do eletrodo de alumínio)
• 1 Ah = 3600C
• 1 KWh = 0,178 R$/m³
• AgFe = 128 cm²
• AgAl = 89,63 cm²
Capitulo 5 – Resultados e discussão
Katia Regina Souza, Março de 2012 106
5.3.5 Análise dos resultados obtidos com outras referências bibliográficas
A Tabela 5.16 mostra alguns trabalhos que utilizaram a eletroquímica na remoção de óleos e graxas (TOG), orgânicos e metais. Apesar das
condições aplicadas serem diferentes em cada estudo, os resultados obtidos deste trabalho foi comparado com Santos et al., (2005) que, reduziu em
50% o TOC, o mesmo percentual, foi encontrado por Souza et al., (2012). Ramalho (2008) removeu Zn em 36% e Cu em 69%, valores inferiores
aos de Souza et al., (2012). Isso mostra que a técnica usada é eficiente e pode ser utilizada para remover, oxidar ou reduzir alguns contaminantes.
Tabela 5.16 - Comparação dos resultados obtidos com outras referências * B – reator batelada
N º Referência Contaminantes Técnica Reatores Eletrodos Densidade de corrente
Tempo Resultados Efluente
1 Delgadillo (1991)
DQO, fenol, TOG e sulfetos
Eletroquímica Batelada
A: alumínio C: ferro 180 A/m²
10 min.
1ppm - Sulfeto 98% - TOG e DQO ---- - fenol
Real Refinaria de petróleo Eletrocoagulação Contínuo A: ferro
C: ferro 15 min.
2 Brasileiro et al. (2005) Fenol Eletroxidação Contínuo A: inox
C: ADE 3V 2 horas 70 % - sulfeto, 20 % - N-NH4
- 45 % -fenol
Sintético
3 Santos et al. (2005) TOC Eletroquímica Batelada A: ADE
C: Inox 25, 50 e 100 mA/cm² 8 horas 41, 47 e 50 % Real
4 Santos et al. (2007) TOG Eletroflotação Contínuo A: ADE
C: Inox 50 mA/cm² 180 min. 90% Sintético
5 Ramalho et al. (2010)
BETX Fenol
Eletroquímica Eletroxidação Contínuo
RuO2–TiO2–SnO2
89 mA/cm², 0.5–2.5h
98%, 97%, 95% e 84%
Sintético
6 Ramalho (2008) Cu, Zn Eletrofloculação Batelada Contínuo
A: ADE C: Inox 89 mA/cm2 10 min.
(B*) Cu – 69% Zn – 36 % Sintético
7 Souza et al. (2012)
Ba, Zn, Ni TOG e TOC
Eletroquímica Batelada
A: Ferro e C: inox A e C: inox
1,91mA/cm² e mA/cm²
15 a 30 min.
19%, 78%, 59% 60% e 50%
Sintético Real
Cd, Cu, Cr, Zn, Ni e Sr Eletrocoagulação Contínuo A: Ferro
C: Ferro 19 mA/cm2
44 mA/cm2
12 min. a 1h e 36 min.
100% Sr – 75% Semi-
sintetico
Conclusão
Capítulo
6
Capitulo 6 – Conclusão
Katia Regina Souza, Março de 2012 108
6. Conclusão
O estudo da remoção de Ba2+, Ni2+, Cd2+, Cu2+, Cr3+, Sr2+ e Zn2+ por eletrocoagulação
em água associada à produção de petróleo permitiram as seguintes conclusões:
Reator batelada
a. Na eletrocoagulação a remoção de Zn2+, Ni2+ e Ba2+ nas condições experimentais testadas,
foram de 78 % para o Zn2+, 59 % para o Ni2+ e 19 % para o Ba2+em efluentes sintéticos.
b. A remoção do TOG do efluente real pelo processo eletroquímico foi de 60 %.
c. Houve uma redução no TOC de 50%, na eletrocoagulação.
Reator contínuo
a. pode ser usada como uma técnica alternativa no polimento da água associada à produção
de petróleo, removendo Cd2+, Cu2+, Cr3+e Zn2+ em 100%, Sr2+ em 77%.
b. o processo da eletrocoagulação tem uma forte influência da natureza do material do
eletrodo, alcançando maior eficiência de remoção com os eletrodos Fe e baixas vazão.
c. O eletrodo de alumínio também favoreceu na remoção dos contaminantes presentes no
efluente, mas com menor eficiência, máxima foi de 67%. Enquanto que a eficiência
atingida com o eletrodo de ferro foi de 100%.
d. o eletrodo de ferro, aumentou o pH do meio, devido a presença de OH- reagindo com o
Fe2+, formando como produtos da reação, Fe(OH)2 e Fe(OH)n, à medida que o tempo
aumenta.
e. o aumento da turbidez foi em função do tempo e da presença de Fe(OH)2.
f. o planejamento fatorial foi importante para a realização dos experimentos, visto que
proporcionou a redução do número de ensaios, por outro lado foi possível avaliar as
variáveis de controle, e como elas puderam influenciar nos processos de tratamentos de
batelada e no contínuo.
g. o uso de gráficos de superfície tridimensional obtido pelo planejamento fatorial 23 e pelo
software Statistica7.0, com os dados da Tabela 5.2 do capítulo 5, permitiu que a analise
dos fatores de maior influencia no processo da eletrocoagulação fossem identificados.
h. a tendência do aumento da remoção de Cd2+, Cu2+, Cr3+, Zn2+ e Sr2+ só foi possível devido
ao aumento do pH, promovido pela formação de coagulantes naturais que por atração
Capitulo 6 – Conclusão
Katia Regina Souza, Março de 2012 109
eletrostática favoreceram a redução da concentração desses metais no efluente semi-
sintético.
i. no caso da remoção de Cu2+, o eletrodo de alumínio mostrou-se eficiência de 70 % usando
baixas vazões, uma vantagem é que no final do processo gera menos resíduo.
j. o modelo estatístico apresentou um bom coeficiente de correlação para os 8 experimentos
realizados indicando que a regressão foi estatisticamente significativa, esse
comportamento é visto nos diagramas de dispersão, das Figuras 5.8, 5.13, 5.23 e 5.28 para
o eletrodo de ferro.
k. pela taxa de remoção o tempo de 12 a 24 minutos foi o intervalo que a velocidade de
redução da concentração dos contaminante foi mais rápida.
l. a maior concentração de resíduo gerado após o tratamento foi de 60 mg/L de Fe, em
seguida 0,39 mg/L de Al, ambas ocorreram quando aplicou-se alta corrente.
m. COE (R$/m3) o consumo de energia torna inadequada para a completa eliminação de
efluentes com metais pesados, mas pode ser uma alternativa viável como um processo de
polimento da água associada à produção de petróleo. Levando em consideração um custo
de energia elétrica de cerca de R$ 0,42/kWh (Agência Nacional de Energia Elétrica -
ANEEL, Brasil), as despesas do processo foi estimado e apresentado na Tabela 5.15,
mostrando a viabilidade do processo como um tratamento alternativo, a obtenção e custos
modestos utilizando eletrodos de Fe.
n. do ponto de vista industrial o uso do eletrodo de ferro foi mais eficiente, porque promoveu
maior % remoção dos contaminantes, além de ser mais barato, possui menor custo
operacional de energia. Por outro lado, do ponto de vista ambiental, gerou mais resíduos.
o. o resíduo de ferro gerado pode ser removido por filtração simples, dependendo da
substância formada após a eletrocoagulação, pode ser reutilizado em processos
combinados, por exemplo, Fenton (POA).
p. o sistema de fluxo contínuo montado foi mais eficiente na remoção dos contaminantes que
o sistema em batelada, devido a utilização de calhas promovendo a separação do efluente
bruto do efluente tratado. Sendo que no sistema batelada não foi possível separar os
efluentes após o tratamento.
Capitulo 6 – Conclusão
Katia Regina Souza, Março de 2012 110
Trabalhos futuros
• Análise de Voltametria Cíclica e Pontenciometria do sistema de tratamento por
eletrocoagulação;
• Determinação do potencial de corrosão e de remoção para cada eletrodo (ferro,
alumínio, inox) em meio salino, a partir das curvas de polarização de Tafel;
• Determinação das áreas específica onde ocorre a reação eletroquímica;
• Simulação e modelagem matemática dos valores de potencial, área, e de outras
variáveis eletroquímicas, a fim de ampliar os experimentos para escala piloto;
• Realização de testes toxicológicos para avaliar os efeitos causados pelos
contaminantes e resíduos gerados;
• Realizar outros experimentos para otimizar a técnica de tratamento;
• Realizar o tratamento com outros tipos de eletrodos.
Referências Bibliográficas
Referências Bibliográficas
Katia Regina Souza, Março de 2012 112
Referências Bibliográficas
ABNT- Associação Brasileira de Normas Técnicas, NBR 9897 - Planejamento de
Amostragem de Efluentes Líquidos e Corpos Receptores.
ABNT- Associação Brasileira de Normas Técnicas, NBR 9898 - Preservação e Técnicas de
Amostragem de Efluentes Líquidos e Corpos Receptores.
AGUIAR, M. R. M. P.; NOVAES, A. C.; GUARINO, A. W. S. Remoção de Espécies
químicas de Efluentes Industriais por Aluminossilicatos, 2002.
AHMADUN, F.; PENDASHTEH, A.; CHUAH, L. Journal of Hazardous Materials.
Production, v. 170, p. 530-551, 2009.
ALI, S. A.; DARLINGTON, L. W.; OCCAPINTI, J. “New Filtration Process cuts
Contaminations from Offshore Produced Water”. Oil and Gas Journal, nov.2, p.73-78, 1998.
ALMEIDA, A. S. Recuperação secundária em campos de produção. Seminário de Recursos
Energéticos do Brasil: Petróleo, Gás, Urânio e Carvão, Rio de Janeiro, Clube de Engenharia,
2004.
APHA – American Public Health Association – Standard Methods for the Examination of
Water and Wastewater. 19 ed. Washington, 1995.
ARTHUR, J. D., LANGHUS, B. G., PATEL C., Technical Summary of Oil and Gas
Produced Water Treatment Technologies, http://www.rrc.state.tx.us/commissioners/williams/
environment/producedwatertrtmnttech.pdf, 2005.
AYEDI, H. F.; PETRIS WERY, M.; FEKI, M.; MOUEDHEN, G. Behavior of aluminum
electrodes in electrocoagulation process. Journal of Hazardous Materials. 2007.
AZETSU-SCOTT, K.; YEATS, P.; WOHLGESCHAFFEN, G.; DALZIEL, J.; NIVER, S.;
LEE, K. Precipitation of heavy metals in produced water: influence on contaminant transport
and toxicity. Marine Environmental Research. V. 63. p. 146-167. 2007.
Referências Bibliográficas
Katia Regina Souza, Março de 2012 113
BARD, A. J.; FAULKNER, L. R. Electrochemical methods: Fundamentals and applications.
NewYork: John Wiley & Sons, 1980.
BARRERA-DIAZ, C.; PALOMAR-PARDAVE, M.; ROMERO-ROMO, M.; MARTINEZ, S.
“Chemical and electrochemical considerations on the removal process of hexavalent
chromium from aqueous media,” Journal of Applied Electrochemistry, 33, 61–71, 2003.
BARROS NETO, B. de; SCARMINIO, I. S.; BRUNS, R. E. Como fazer experimentos:
pesquisa e desenvolvimento na ciência e na indústria. 2ª Edição, Editora Unicamp. 2002.
BIANCHI, J. C. Análise do Efeito da Área Anódica na Distribuição de Sobrepotenciais em
Reatores Eletroquímicos de Leito Fluidizado. 2002. p.99f. Dissertação (Grau de Mestre) –
Setor de Tecnologia, Departamento de engenharia química, Programa Interdisciplinar de pós-
graduação em engenharia – PIPE, Universidade Federal do Paraná. Curitiba.
BRASILEIRO, I. M. N.; VILAR, E. O.; CAVALCANTI, E. B.; TONHOLO J.
Eletrooxidação do fenol presente em águas de produção de campos de petróleo. 3º Congresso
Brasileiro de P&D em Petróleo e Gás Natural. Salvador, 2005.
CHEN, G. Electrochemical technologies in wastewater treatment. Separation and Purification
Technology, V. 38, p.11-41. 2004.
COMNINELLIS, C.; BATTISTI, A. D. E. Service life of Ti/SnO2 - Sb2O5 anodes. Journal of
Applied Electrochemistry, v. 27, n. October 1996, p. 970-974, 1997.
CONAMA. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº 357 de 17 de março de
2005. ‘Dispõe sobre classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes’.
Diário Oficial da União n.53, de 18 de Março de 2005.
CONAMA. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução nº 393 de 08 de Agosto de
2007. ‘Dispõe sobre o descarte contínuo de água de processo ou de produção em plataformas
marítimas de petróleo e gás natural, e dá outras providências’. Diário Oficial da União de 09
de Agosto de 2007.
Referências Bibliográficas
Katia Regina Souza, Março de 2012 114
CORREIA. M. Formação de Rochas Sedimentares. Acesso em 03 de Agosto de 2009.
Disponível em: http://miguelcorreia25.googlepages.com/formaçãoderochassedimentares
CRUZ, S. M.; SANTOS, A. C.; SOLETTI, J. I.; CARVALHO, S. H.; TONHOLO, J.;
ZANTA, C. L. P. S.; MIRAPALHETA, A. Tratamento de efluentes sintéticos da industria de
petróleo utilizando o método da eletroflotação. 4º PDPETRO, Campinas-SP. 2007.
DAL FERRO, B.; SMITH, M. Global Onshore and Offshore Water Production, Exploratíon
& Production – oil & gas review, otcedition, 2007.
DELGADILLO, S. A. M. Tratamento Eletrolítico de Efluentes de Refinaria de Petróleo. Tese
de D.Sc., UNICAMP, Campinas, SP, 1991.
ELIAS-SAMLALSINGH, N., AGARD J.B.R. Application of toxicity identification
evaluation procedures for characterizing produced water using the tropical mysid,
metamysidopsis insularis, Environ. Toxicol. Chem. 23, p. 1194–1203, 2003.
ESPINOZA-QUIÑONES, F. R.; FORNARI, M. M. T.; MÓDENES, A. N.; PALÁDIO, S. M.;
SILVA JR, F. G.; SZYMANSKI, N.; KROUMOV, A. D.; TRIGUEROS, D. E. G.; Pollutant
removal from tannery effluent by Electrocoagulation, Chemical Engineering Journal, 151, p.
59-65, 2009.
FAKHRU’L-RAZI, A.; PENDASHTEH, A.; ABDULLAH, L. C. BIAK, D. R. A.;
MADAENI, S. S.; ABIDIN, Z. Z. Review of technologies for oil and gas produced water
treatment. Journal of Hazardous Materials, v. 170, n. 2-3, p. 530-51, 30 out 2009.
FEEMA; Poluição hídrica da Baía de Guanabara por metais pesados cromo e zinco, Rio de
Janeiro, Brasil, 1992.
FELLENBERG, G.; Introdução aos Problemas da Poluição Ambiental, Ed. Pedagógica e
Universitária Ltda: São Paulo, 1980.
FERRÉ, J.; RIUS, F. X. Introducción al Diseño Estadístico de Experimentos. Departamento
de Química Analítica y Química Orgánica. Universitat Rovira i Virgili. 2002.
FERRO, B. D.; SMITH, M. Global Onshore and Offshore Water Production. p. 34-36, 2007.
Referências Bibliográficas
Katia Regina Souza, Março de 2012 115
FREIRE, D. D.C., Tratamento Biológico aeróbio de Efluentes Salinos – Água de produção de
Petróleo. 1999. 169f. Tese (Grau de Doutor) - Setor de Ciências, Departamento de engenharia
química, Programa de pós-graduação em engenharia química – COPPE, Universidade Federal
do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro.
GALVÃO, E. R. V. P., Injeção de vapor e solvente como um método de recuperação
avançada em reservatórios de óleo pesado. Dissertação de Mestrado, UFRN, Programa de
Pós-Graduação em Ciência e Engenharia de Petróleo. Natal-RN, 2008.
HENDERSON, S. B.; GRIGSON, S. J. W.; JONHSON, P. RODDIE, B. D. “Potencial Impact
of Production Chemicals on the Toxicity of Produced Water Discharges from North Sea Oil
Platforms”. Marine Pollution Bulletin, v.38, n.12, p.1141-1151, 1999.
LA ROTTA, C. E. H.; ELIA, E. D.; BON, E. P. S. Bioelectrochemical degradation of
phenolic compounds from refinary waste-waters using chloroperoxidase from Caldariomyces
fumago and electrogenerated hydrogen peroxide. 3º Congresso Brasileiro de P&D em
Petróleo e Gás Natural. Salvador, 2005.
LEITE, J. C. A.; VILAR, E. O.; CAVALCANTI, E. B.; SALES FILHO, I. O. Aplicação da
eletroflotação para remoção de óleo emulsionado em águas de produção de campos de
petróleo. 4º Congresso Brasileiro de P&D em Petróleo e Gás Natural. Campinas-SP, 2007.
MACHADO, F. G.; RODRIGUES, B. M.; RUSSO, C.; CERQUEIRA, A. A.; AGUIAR, M.
R. M. P. Eletrofloculação aplicada ao tratamento de água de produção. XI Encontro de SBQ –
Rio de Janeiro. Universidade Federal Fluminense, 2007.
MEYNBURG, G.; HOLTZ, C.; GOETZ, D.; Internat. Conf. - Heavy Metals in the
Environment, Hamburg, 1995.
MOLLAH, M. Y. A.; SCHENNACH, R.; PARGA, J. R.; COCKE, D.L., Electrocoagulation
(EC) – Science and Applications. Journal of Hazardous Materials. , B84. p 29-41, 2001.
MOLLAH, M. Y. A; MORKOVSKY, P.; GOMES, J. A G. et al. Fundamentals, present and
future perspectives of electrocoagulation. Journal of hazardous materials, v. 114, n. 1-3, p.
199-210, 2004.
Referências Bibliográficas
Katia Regina Souza, Março de 2012 116
MOTA, A. L. N., Desenvolvimento de um sistema foto-oxidativo visando aplicação no
tratamento de águas produzidas em campos de petróleo. Tese de Doutorado, UFRN, Programa
de Pós-Graduação de Engenharia Química, Natal-RN, 2010.
MOUSSAVI, G.; KHOSRAVI, R.; FARZADKIA, M. Removal of petroleum hydrocarbons
from contaminated groundwater using an electrocoagulation process: Batch and continuous
experiments. Desalination, v. 278, n. 1-3, p. 288-294, 2011.
NAHUI, F. N. B.; NASCIMENTO, M. R.; CAVALCANTI, E. B.; VILAR, E. O.
Electroflotation of emulsified oil in industrial wastes evaluated with a full factorial design.
Brazilian Journal of Chemical Engineering, v. 25, n. 03, p. 435-442, 2008.
NETO, A. C. S.; TONHOLO, J. ; ZANTA, C. L. P. S. Desenvolvimento de eletroflotadores
para o tratamento de água de produção de petróleo. 3º Congresso Brasileiro de P&D em
Petróleo e Gás Natural. Salvador, 2005.
OLIVEIRA, G. A.; SALES, P. T. F.; BRITO, N. N.; MONTEIRO, F. S.; WERNECK, L. E.
M.; PINTO, W. S. V.; LOPES, T. A.; BARROS, R. M.; TONSO, S.; PELEGRINI, R.
Eletroquímica e Meio Ambiente - Estudos Mecanisticos e Possibilidades de Aplicação. III
Fórum de Estudos Contábeis 2003.
OGP, 2005. The International Association of Oil & Gas Producers. Fate and effects of
naturally occurring substances in produced water on marine environment. Report 364.
February 2005, 36p.
ÖNDER, E.; KOPARAL, A. S.; OGÜTVEREN, Ü.B., An alternative method for the removal
of surfactants from water: electrochemical coagulation. Separation and Purification
Technology, p. 1-25, 2006.
OSPAR Commission, Report on Discharges Spills and Emissions from Offshore Oil and Gas
Installations,http://www.ospar.org/documents/dbase/publications/p00221Offshore%20report
%202003.pdf, 2005.
PALMER, L.L.; BEYER, A.H.; STOCK, J. Biological oxidation of dissolved compounds in
oil field produced water by a field pilot biodisc. SPE 8308. 1979.
Referências Bibliográficas
Katia Regina Souza, Março de 2012 117
PESSOA, A. D. Processo de Eletrocoagulação para Tratamento de Esgotos Sanitários e
Efluentes Industriais, 1996. 36p. Projeto de Graduação IV-B (Graduação em Engenharia
Civil, HabilitaçãoSanitária) Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 1996.
PETROBRAS. Rede Temática de Gerenciamento de Água no Segmento Produção de
Petróleo. 2006.
PETROBRAS. Acessado em: 18 de junho de 2009. Disponível em:
http://www2.petrobras.com.br/portugues/index.asp.
PONTE, M. J. J. S. Estudo da remoção do íon cobre de solução aquosa diluída em eletrodos
de leito particulado. São Carlos, 1998. 216 f. Tese de Doutorado em Engenharia Química –
Setor de Pesquisa e Desenvolvimento de Processos Químicos, Universidade Federal de São
Carlos.
RAJESHWAR, K.; IBAÑEZ, J. G. Environmental electrochemistry. Londres: Academic
Press, 1997.
RAMALHO, A. M. Z. Estudo de Reatores Eletroquímicos para Remoção de Cu2+, Zn2+, Fenol
e BTEX em Água Produzida. Dissertação de Mestrado, UFRN, Programa de Pós-Graduação
em Ciência e Engenharia de Petróleo. Natal-RN, 2008.
RAMALHO, A. M. Z.; MARTÍNEZ-HUITLE, C. A.; SILVA, D. R. D. Application of
electrochemical technology for removing petroleum hydrocarbons from produced water using
a DSA-type anode at different flow rates. Fuel, v. 89, n. 2, p. 531-534, 2010.
REIS, J. C. Environmental Control in Petroleum engineering. Gulf Publishing Company.
1996.
REYNOLDS, R. R.; KIKER, R.D. Produced Water and Associated Issues. A Manual for the
Independent Operator, http://www.pttc.org/pwm/produced water.pdf, 2003.
RIBEIRO, C. M. S. (1995), Ozonização de efluentes da indústria de petróleo. Dissertação de
Mestrado, PEQ/COPPE/UFRJ.
Referências Bibliográficas
Katia Regina Souza, Março de 2012 118
RODRIGUES, M. I., IEMMA, A. F. Planejamento de experimentos e otimização de
processos – 2ª edição – Campinas, SP: Casa do Espírito Amigo Fraternidade Fé e Amor,
2009.
SALGADO, P. E. T. Toxicologia dos metais. In: OGA, S. Fundamentos de Toxicologia. São
Paulo, 1996. Caps. 3.2, 5.2, p.154-172, 443-460. Acesso em: 27 de Julho de 2009. Disponível
em: http://www.mundoquimico.hpg.ig.br/metais_pesados_e_seus_efeitos.htm.
SALVADOR, E.; USBERCO, J. Físico-química 2. 3ª edição, Editora Saraiva. 1997.
SÁNCHEZ, L. E. Avaliação de impacto ambiental: conceitos e métodos. São Paulo: Oficina
de Textos, 2006. p.495.
SANTANA, D. C. Extração de metais pesados de efluentes da indústria do petróleo utilizando
derivados de óleos vegetais como extratantes. Tese de doutorado UFRN, programa de pós-
graduação em Engenharia Química. Áreas de concentração: engenharia ambiental e
termodinâmica e processos de separação. 2008.
SANTOS, A. C.; SILVA, S. R.; TONHOLO, J.; ZANTA, C. L. P. S. Tratamento de Água
Produzida de Petróleo Através da Tecnologia Eletroquímica. 3º Congresso Brasileiro de P&D
em Petróleo e Gás Natural. Salvador, 2005.
SANTOS, A. C. Desenvolvimento de reatores eletroquímicos para o tratamento água de
produção de petróleo. Dissertação de Mestrado. UFAL. Programa de Pós-Graduação em
Química e Biotecnologia. Maceió-AL, 2006.
SANTOS, A. C.; CRUZ, S. M.; SOLETTI, J. I.; CARVALHO, S. H. D.; TONHOLO; J.;
ZANTA, C. L. P. S.; MIRAPALHETA, A. Tratamento de efluentes sintéticos da indústria de
petróleo utilizando o método da eletroflotação. 4º Congresso Brasileiro de P&D em Petróleo e
Gás Natural. Campinas-SP, 2007.
SCHLUMBERGER, Mudança no clima global e energia - Captura e armazenamento de
carbono. Disponível em: http://199.6.131.12/pt/scictr/watch/climate_change/capture.htm.
Acessado em 30/07/09. 2009.
Referências Bibliográficas
Katia Regina Souza, Março de 2012 119
SCHULTZ , D. R., Recuperação de metais pesados (Pb, Cu e Ni) de efluentes industriais
utilizando reator eletroquímico de leito particulado. Curitiba, 2003. Dissertação (Mestrado em
Engenharia) - Setor de Tecnologia, Universidade Federal do Paraná.
SCOTT, K. Electrochemical process for clean technology. Cambridge: The Royal Society of
Chemistry, 1995.
SHEN, F.; GAO, P.; CHEN, X.; CHEN, G. Electrochemical removal of fluoride ions from
industrial wasterwater, Chem. Eng. Sci. 58 (2003) 987-993.
SILVA, C. R. R., Água Produzida na Extração de Petróleo. Salvador, 2000. Monografia
(Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria) – Departamento
de Hidráulica e Saneamento, Escola Politécnica - Universidade Federal da Bahia – UFBA.
Acesso em: 13 de Julho de 2000. Disponível em:
http://intranet/monografias/petroleo/completa.htm
SILVA, P. C. F; MAINIER, F. B. Tecnologia Eletroquímica Aplicada ao Tratamento de
Efluentes Industriais. VII Semana de Engenharia da Universidade Federal Fluminense.
Niterói, 2005a.
SILVA, R. S.; TONHOLO, J.; ZANTA, C. L. P. S. Aplicação dos processos oxidativos
avançados no tratamento de água produzida de petróleo. 3º Congresso Brasileiro de P&D em
Petróleo e Gás Natural. Salvador, 2005b.
STEPHENSON, M.T. “Components of Produced Water: A Compilation of Results from
Several Industry Studies”. SPE, n.23313, p.25-38, 1991.
STROKACH, P. P.; KUL’SKII, L. A.; SLIPCHENKO, V. A.; SAIGAK, E. I. Water
Purification by Electrocoagulation, Kiev, Budivel’nik, 1978.
SOUZA, K. R.; MATA, A. L. M. L.; MATA, W.; SILVA, D. R. Removal of TOC, oil and
grease from production water by electroflotation. In 8th World Congress of Chemical
Engineering (WCCE), Montreal, Canadá. 2009a.
SOUZA, K. R.; MATA, A. L. M. L.; MATA, W.; SILVA, D. R. Removal of Ba2+, Ni2+ and
Zn2+ from petroleum wastewater by electrocoagulation. SFGP, Marseille, França. 2009b.
Referências Bibliográficas
Katia Regina Souza, Março de 2012 120
SOUZA, K. R.; MATA, A. L. M.; MATA, W.; SILVA, D. R.; BARILLAS, J. L. M., Estudo
comparativo entre eletrodos de ferro e alumínio na remoção de Cd²+ da água de produção de
petróleo por eletrocoagulação. Rio Oil & Gas Expo and Conference, Rio de Janeiro-RJ, 2010.
SOUZA, K. R.; SILVA, D. R.; MATA, W.; MARTÍNEZ-HUITLE, C. A.; MATA, A. L. M.
L. Electrochemical technology for removing heavy metals present in synthetic produced
water. Latin American Applied Research. Vol. 42, No. 2, 2012.
TELLEZ, G. T.; NIRMALAKHANDAN, N.; GARDEA-TORRESDEY, J. L. Evaluation of
biokinetic coeficients in degradation of oilfield produced water under varyring salt
concentrations, Water Research, 29 (7), 1711-1718. 1995.
TELLEZ, G.T.; NIRMALAKHANDAN, N.; GARDEA-TORRESDEY, J.L. Performance
evaluation of an activated sludge system for removing petroleum hydrocarbons from oilfield
produced water, Adv. Environ. Res. 6, p. 455–470, 2002
TICIANELLI, E. A.; GONZALEZ, E. R. Eletroquímica: Princípios e Aplicações. 2ª Ed. 1ª
reimpressão. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo. 2006.
TIR, M.; MOULAI-MOSTEFA, N. Optimization of oil removal from oily wastewater by
electrocoagulation using response surface method. Journal of hazardous materials, v. 158, n.
1, p. 107-115, 2008.
THOMAS, J. E. Fundamentos de Engenharia de Petróleo. Ed. Interciência. Petrobras, 2001.
TOREM, M. L.; CASQUEIRA, R. G. Flotação Aplicada à Remoção de Metais Pesados. Rio
de Janeiro: CETEM/MCT, 2003.
USEPA – United States Environmental Protection Agency, http://www.epa.gov.
VASCONCELOS. A.L. Eletroquímica Aplicada na Degradação de Substâncias Orgânicas
Presentes em Soluções Aquosas. UFCG/ PB. Campina Grande, 2002.
VEIL, J.; PUDER, M.G.; ELCOCK, D.; REDWEIK, R.J.J.. A White Paper Describing
Produced Water from Production of Crude Oil, Natural Gas and Coal Bed Methane,
http://www.netl.doe.gov/publications/oil pubs/prodwaterpaper.pdf, 2004.
Referências Bibliográficas
Katia Regina Souza, Março de 2012 121
VIEIRA, D. S.; CAMMAROTA, M. C.; CAMPORESE, E. F. S. Redução de Contaminantes
Presentes na Água de Produção de Petróleo. 2º Congresso Brasileiro de P & D em Petróleo e
Gás, 2003.
WALSH, F. A first course in electrochemical engineering. Romsey: The Electrochemical
Consultancy, 1993.
WALSH, F.; TRINIDAD, P.. Expresión for Electrochemical Reactors which operate under
mass transport controlled reaction conditions, Part I: Batch Reactor, PFR and CSTR, Int. J.
Eng. Ed. Vol. 14, No. 6, 1998.
WANG, B.; MA, H. Electrochemical pilot-scale plant for oil field produced wastewater by
M/C/Fe electrodes for injection. Journal of Hazardous Materials. B 132. 237 – 243, 2006.
WATHERN, P. An introductory guide to EIA. In: WATHERN, P. (Org). Environmental
impact assessment: theory and practice. London: Unwin Hyman. p. 3-30. 1988.
WEI, L.; GUO, S.; YAN, G.; CHEN, C.; JIANG, X. Electrochemical pretreatment of heavy
oil refinery wastewater using a three-dimensional electrode reactor. Electrochimica Acta, v.
55, n. 28, p. 8615-8620, 2010.
WONG, H. M., SHANG, C., CHEUNG, Y.K., CHEN. G. Chloride Assisted Electrochemical
Disinfection, in: Proceedings of the Eighth Mainland-Taiwan Environmental Protection
Conference, Tsin Chu, Taiwan, 2002.
ZANTA, C. L. P. S; SANTOS, M. R. G.; GOULART, M. O. F.; TONHOLO, J. The
application of electrochemical technology to the remediation of oily wastewater.
Chemosphere, v. 64, p. 393-399, 2006.
Anexos
Anexos
Katia Regina Souza, Março de 2012 123
Anexos
Anexo 1 – Tabela do potencial padrão de redução das principais reações a 25°C. (Fonte:
http://www.colegioweb.com.br/quimica/tabela-de-potenciaispadrao-de-reducao-.html)
Anexos
Katia Regina Souza, Março de 2012 124
Anexo 2 – Valores codificados das variáveis e a média dos resultados experimentais do percentual de remoção de Cd2+ inseridos no software
Statistica 7.0.
Eletrodo Valores codificados Variável resposta Corrente Vazão % Remoção Cd2+
AL
UM
ÍNIO
-1 1 57-1 -1 54-1 -1 641 -1 621 -1 64-1 -1 541 1 511 1 541 -1 54-1 1 53-1 1 631 1 53
FER
RO
-1 1 65,7 -1 -1 100 -1 -1 99,8 1 -1 100 1 -1 99,9 -1 -1 100 1 1 69,4 1 1 69 1 -1 100 -1 1 65 -1 1 65,5 1 1 69,3
Anexos
Katia Regina Souza, Março de 2012 125
Anexo 3 – Valores codificados das variáveis e a média dos resultados obtido através do planejamento fatorial 2³ e a média dos resultados experimentais do
percentual de remoção de Cu2+ inseridos no software Statistica 7.0.
Eletrodo Valores codificados Variável resposta Corrente Vazão % Remoção Cu2+
AL
UM
ÍNIO
1 -1 68%1 1 42%-1 -1 69%1 1 42%-1 -1 66%1 -1 65%-1 1 40%1 -1 68%1 1 43%-1 1 44%-1 -1 64%-1 1 43%
FER
RO
-1 1 69%-1 -1 100%-1 -1 100%1 -1 100%1 -1 100%-1 -1 100%1 1 71%1 1 68%1 -1 100%-1 1 69%-1 1 70%1 1 68%
Anexos
Katia Regina Souza, Março de 2012 126
Eletrodo Valores codificados Variável resposta Corrente Vazão % Remoção Cr3+
AL
UM
ÍNIO
1 -1 51%1 1 52%-1 -1 63%1 1 53%-1 -1 64%1 -1 51%-1 1 51%1 -1 51%1 1 54%-1 1 54%-1 -1 64%-1 1 54%
FER
RO
-1 1 100%-1 -1 100%-1 -1 100%1 -1 100%1 -1 100%-1 -1 100%1 1 100%1 1 100%1 -1 100%-1 1 100%-1 1 100%1 1 100%
Anexo 4 – Valores codificados das variáveis de processo para o planejamento fatorial 2³ e a média dos resultados experimentais do percentual de remoção de
Cr3+ inseridos no software Statistica 7.0.
Anexos
Katia Regina Souza, Março de 2012 127
Anexo 5 – Valores codificados das variáveis de processo para o planejamento fatorial 2³ e a média dos resultados experimentais do percentual de remoção de Sr2+ inseridos
no software Statistica 7.0.
Eletrodo Valores codificados Variável respostaCorrente Vazão % Remoção de Sr2+
AL
UM
ÍNIO
1 -1 54%1 1 55%-1 -1 62%1 1 55%-1 -1 62%1 -1 54%-1 1 52%1 -1 54%1 1 55%-1 1 54%-1 -1 62%-1 1 55%
FER
RO
-1 1 56%-1 -1 75%-1 -1 76%1 -1 77%1 -1 77%-1 -1 76%1 1 58%1 1 58%1 -1 77%-1 1 56%-1 1 55%1 1 58%
Anexos
Katia Regina Souza, Março de 2012 128
Anexo 6 – Valores codificados das variáveis de processo para o planejamento fatorial 2³ e a média dos resultados experimentais do percentual de remoção de
Zn2+ inseridos no software Statistica 7.0.
Eletrodo Valores codificados Variável respostaCorrente Vazão % Rem Zn2+
AL
UM
ÍNIO
1 -1 56%1 1 45%-1 -1 61%1 1 55%-1 -1 62%1 -1 55%-1 1 43%1 -1 55%1 1 45%-1 1 45%-1 -1 61%-1 1 45%
FER
RO
-1 1 78%-1 -1 100%-1 -1 100%1 -1 100%1 -1 100%-1 -1 100%1 1 75%1 1 75%1 -1 100%-1 1 78%-1 1 78%1 1 75%