UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE … · Andréa Vasconcelos Carvalho, ... Profº Dr....
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO
CURSO DE GRADUAÇÃO EM BIBLIOTECONOMIA
Rafael Galvão de Melo
USO DE REDES SOCIAIS POR ESTUDANTES DO ENSINO
MÉDIO DE UMA ESCOLA PRIVADA DE NATAL: ANÁLISE DO
COMPORTAMENTO INFORMACIONAL
Profª Orientadora: Dra. Andréa Vasconcelos Carvalho
NATAL - RN
2014
RAFAEL GALVÃO DE MELO
USO DE REDES SOCIAIS POR ESTUDANTES DO ENSINO
MÉDIO DE UMA ESCOLA PRIVADA DE NATAL: ANÁLISE DO
COMPORTAMENTO INFORMACIONAL
Monografia apresentada ao curso de
Biblioteconomia do Centro de Ciências
Sociais Aplicadas da Universidade Federal
do Rio Grande do Norte, sob a orientação
da Profª Dra. Andréa Vasconcelos
Carvalho, como requisito parcial para a
conclusão do Curso.
NATAL – RN
2014
RAFAEL GALVÃO DE MELO
USO DE REDES SOCIAIS POR ESTUDANTES DO ENSINO
MÉDIO DE UMA ESCOLA PRIVADA DE NATAL: ANÁLISE DO
COMPORTAMENTO INFORMACIONAL
Monografia apresentada ao curso de
Biblioteconomia do Centro de Ciências
Sociais Aplicadas da Universidade Federal
do Rio Grande do Norte, sob a orientação
da Profª Dra. Andréa Vasconcelos
Carvalho, como requisito parcial para a
conclusão do Curso.
MONOGRAFIA APROVADA EM ___/___/ 2014
BANCA EXAMINADORA
Profª. Dra. Andréa Vasconcelos Carvalho
(Orientadora)
______________________________________________________________________
Profª. Dra. Eliane Ferreira da Silva
(Membro)
______________________________________________________________________
Profº Dr. Pedro Alves Barbosa Neto
(Membro)
Aos meus amigos verdadeiros (vocês sabem
quem são), e a todas as pessoas que, direta
ou indiretamente me deram apoio na dura
jornada de graduação e conclusão do
curso.
“Se ficar apegado a uma folha, não enxergará a árvore. Se ficar apegado a uma árvore,
não enxergará a floresta”.
RESUMO
A questão motivadora deste estudo é a observação do comportamento
informacional das pessoas, em especial os adolescentes, no tocante ao modo de interagir
entre eles em tempo real e através da utilização das redes sociais digitais em seu
cotidiano. Esta temática foi escolhida devido ao interesse por este fenômeno existente
na atualidade. O objetivo geral é analisar o comportamento informacional dos
estudantes do ensino médio de uma escola privada de Natal no que diz respeito ao uso
das redes sociais digitais. A operacionalização deste objetivo se dá através dos seguintes
objetivos específicos, que são eles: a) verificar a implicação do uso das redes sociais nas
atividades educacionais dos estudantes; b) verificar quais os tipos de conteúdos
pesquisados por estes adolescentes nas redes sociais em seu cotidiano; e c) detectar a
frequência na qual as redes sociais são utilizadas pelos jovens, bem como quais
ferramentas tecnológicas eles preferem no momento de obter acesso às redes sociais. Os
procedimentos metodológicos desta pesquisa incluíram a pesquisa bibliográfica e a
pesquisa de campo, onde nesta última, houve a aplicação de questionários a sessenta
alunos matriculados nas três séries do ensino médio de uma escola privada de Natal. As
respostas dos informantes foram tabuladas e foi aplicada a estatística descritiva básica,
apresentando os dados em gráficos para facilitar a visualização. Além disso, os
resultados obtidos foram analisados também a luz das referências utilizadas nesta
pesquisa, a fim de compará-las com outras pesquisas. Como consideração final,
constatou-se que os adolescentes, apesar de terem a conversa entre os amigos como
principal objetivo de uso das redes sociais, utilizam-nas também como fonte de
pesquisas escolares.
Palavras-chave: Redes Sociais. Web 2.0. Comportamento informacional. Estudantes
do ensino médio.
ABSTRACT
The motivating question of this study is the observation of the information
behavior of people, especially adolescents, as to how to interact with them in real time
and through the use of online social networks in their daily lives. This theme was
chosen because of the interest in this phenomenon exists today. The general objective is
to analyze the information behavior of high school students of the city Natal, with
respect to the use of online social networks. The implementation of this goal is through
the following specific objectives, which are: a) verify the implication of the use of
social networks in the educational activities of students; b) determine which types of
content searched by these teens on social networks in their daily lives; and c) detecting
the frequency at which social networks are used by young people, and which
technological tools they prefer at the moment to get access to social networks. The
methodological procedures of this research included literature and field research, where
in the latter, there was the questionnaires to sixty students enrolled in the three middle
schools in the high school of a private school in Natal. The responses of the informants
were tabulated and applied the basic descriptive statistics, presenting data in graphs for
easy viewing. In addition, the results were also analyzed in light of the references used
in this study in order to compare them with other studies. As a final consideration, it
was found that adolescents, despite having the conversation between friends as the main
purpose of using social media, use them as a source of school research.
Keywords: Social Networks. Web 2.0. Information behavior. High school students.
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1 IDADE ........................................................................................... 41
GRÁFICO 2 SEXO ............................................................................................. 41
GRÁFICO 3 PREFERÊNCIA DE ACESSO ..................................................... 42
GRÁFICO 4 FACILIDADE EM LIDAR COM RECURSOS
TECNOLÓGICOS.............................................................................. 43
GRÁFICO 5 CONHECIMENTO DO QUE É WEB 2.0......................................... 43
GRÁFICO 6 PARTICIPAÇÃO EM REDES SOCIAIS.......................................... 44
GRÁFICO 7 OBJETIVO DE ACESSO ÀS REDES SOCIAIS.............................. 45
GRÁFICO 8 TIPO DE CONTEÚDO PESQUISADO NAS REDES SOCIAIS..... 46
GRÁFICO 9 TEMPO POR DIA USADO NAS REDES SOCIAIS........................ 47
GRÁFICO 10 FORMA PREFERIDA DE CONVERSA COM AMIGOS............... 48
GRÁFICO 11 ANSIEDADE PARA CHECAR O PERFIL NAS REDES
SOCIAIS AO CONVERSAR PESSOALMENTE COM AMIGOS.. 49
GRÁFICO 12 VÍCIO EM REDES SOCIAIS............................................................ 49
GRÁFICO 13 CONTRIBUIÇÃO DAS REDES SOCIAIS PARA OS ESTUDOS.. 50
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................... 9
2 REDES SOCIAIS BASEADAS NA WEB 2.0..................................................... 12
2.1 INTERNET E REDES SOCIAIS............................................................................ 12
2.2 WEB 2.0: ORIGEM, CONCEITOS E EVOLUÇÃO.............................................. 17
2.3 RECURSOS DA WEB 2.0...................................................................................... 21
3. COMPORTAMENTO INFORMACIONAL...................................................... 25
3.1 NECESSIDADES INFORMACIONAIS................................................................ 26
3.2 FATORES QUE INFLUENCIAM NA BUSCA DA INFORMAÇÃO.................. 28
3.3 COMPORTAMENTO INFORMACIONAL: DA ATENÇÃO VOLTADA
PARA O SISTEMA À ATENÇÃO VOLTADA PARA O USUÁRIO.................. 29
3.4 MODELOS DE COMPORTAMENTO INFORMACIONAL................................ 29
3.5 COMPORTAMENTO INFORMACIONAL NA WEB 2.0.................................... 33
3.6 COMPORTAMENTO INFORMACIONAL DE ADOLESCENTES.................... 34
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS........................................................ 39
5 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS............................................... 41
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................ 51
REFERÊNCIAS.................................................................................................... 53
APÊNDICES
APÊNDICE A: OFÍCIO ENVIADO AO CENTRO DE EDUCAÇÃO
INTEGRADA (CEI)................................................................................................ 58
APÊNDICE B: QUESTIONÁRIO.......................................................................... 60
9
1. INTRODUÇÃO
O presente estudo tem como tema o comportamento de adolescentes e jovens da
cidade do Natal no uso das redes sociais digitais. Dentro desta pesquisa, está presente a
busca da compreensão para alguns questionamentos com relação ao uso que esses
adolescentes e jovens fazem em suas relações interpessoais mediadas pelas redes sociais
digitais.
Sabe-se que, com o passar das décadas, as pessoas estão cada vez mais
familiarizadas com as novas tecnologias, estando cada vez mais comum o uso de
aparelhos eletrônicos portáteis com acesso à Internet, mediante os quais se acessam
especialmente às redes sociais. Nisto, um crescente número de estudos como os de
Salazar et al (2007), Bauman (2008), Lanzi et al (2012) e Domínguez (2010) vem
surgindo para esclarecer esse fenômeno que se faz cada vez mais comum, especialmente
entre os chamados nativos digitais.
Desse modo, os adolescentes e sua interação com as novas tecnologias e com as
redes sociais digitais se mostram um interessante objeto de estudo, visto que,
socialmente falando, um novo fenômeno está cada vez mais aparente, que é o uso das
redes sociais digitais como catalisador dos estudos, bem como uma forma cada vez mais
significativa de interação entre os amigos, familiares, etc.
A motivação para a realização deste estudo se deve a observação do
comportamento informacional das pessoas, em especial os adolescentes, no tocante ao
modo de interagir entre eles em tempo real e através da utilização das redes sociais
digitais em seu cotidiano. Esta temática foi escolhida devido ao interesse por este
fenômeno existente na atualidade e pela possibilidade de contribuir para a compreensão
do comportamento informacional de adolescentes no uso das redes sociais digitais. A
relevância desta temática, e também o crescimento da Internet e tecnológico se dão
como nunca fora visto antes, com diversos aparelhos com aplicativos e disponibilidade
de interação virtual. Também motivou este trabalho as pesquisas desenvolvidas por
diversos autores, como Juan González (2011), T.D. Wilson (2000) e Carol Kuhlthau
(1991) que mostram modelos de comportamento informacional, bem como os tipos de
informações que os jovens buscam na web 2.0. Tem a finalidade de contribuir para um
10
maior entendimento acerca desse novo e crescente comportamento social, bem como
contribuir para um melhor entendimento do comportamento informacional, e também,
contribuir socialmente, especialmente para pais e professores, para um melhor
entendimento do que se passa no cotidiano de busca de informação dos adolescentes.
Neste sentido, esta pesquisa procura respostas para os seguintes
questionamentos: que tipo de implicação podem causar as redes sociais nas atividades
educacionais dos jovens? Nas redes sociais, quais os comportamentos informacionais
são predominantes? Que tipo de conteúdo é pesquisado, em seu cotidiano, pelos
estudantes nas redes sociais? Através de quais ferramentas tecnológicas os jovens
preferem acessar as redes sociais, e com qual freqüência?
Diante de tais questionamentos, o objetivo geral desta pesquisa é: analisar o
comportamento informacional dos estudantes do ensino médio do Centro de Educação
Integrada (CEI) da cidade do Natal no tocante ao uso das redes sociais digitais. A
operacionalização deste objetivo se dá através dos seguintes objetivos específicos:
Verificar a implicação do uso das Redes Sociais nas atividades educacionais dos
estudantes;
Verificar que tipo de conteúdos são pesquisados pelos estudantes nas redes
sociais em seu cotidiano;
Detectar a freqüência na qual os jovens utilizam as redes sociais, e através de
quais ferramentas tecnológicas eles preferem obter o acesso às mesmas.
Esta monografia está estruturada em seis capítulos. Depois da introdução, no
segundo capítulo, é tratado um pouco sobre a história da Internet e das redes sociais
digitais, bem como a origem, conceitos e evolução da web 2.0, além de seus recursos.
Em seguida, no terceiro capítulo, é abordado sobre o comportamento informacional,
visto tanto de um modo geral, como especificamente na web 2.0, bem como o
comportamento informacional dos adolescentes na web 2.0. Além disso, este capítulo
abordará o que vem a ser necessidades informacionais, quais são os fatores que
influenciam na busca de informação, e também quais são os modelos de comportamento
informacional. No quarto capítulo, será mostrado quais foram os procedimentos
metodológicos utilizados nesta monografia. O quinto capítulo trará a análise e discussão
11
dos dados, e o sexto capítulo mostrará as considerações finais. Em seguida, são expostas
as referências consultadas e os apêndices.
12
2. REDES SOCIAIS BASEADAS NA WEB 2.0
O capítulo a seguir abordará a Internet e sua origem, conceituando-a e falando
de sua evolução durante as décadas. Tratará também das redes sociais e como se deu seu
início, em especial as redes sociais digitais. Também apontará a origem, os conceitos e a
evolução da web 2.0, bem como seus recursos, indicando que tipo de uso pode ser feito
por essa web totalmente centrada no usuário.
2.1 INTERNET E REDES SOCIAIS
Nos dias atuais, diante de uma enorme facilidade em se obter os recursos da
Internet, e tendo em vista que existe uma facilidade crescente com relação ao uso e
obtenção de meios para acessá-la, está cada vez mais freqüente a visão a respeito da
Internet como “lugar comum” entre as pessoas, principalmente entre os mais jovens. É
muito comum, atualmente, os estabelecimentos comerciais, as instituições federais e até
mesmo nos lares das pessoas a fácil obtenção do acesso à Internet através da Internet
banda larga, dos sinais wi-fi, dentre outros recursos.
A Internet pode ser compreendida como uma rede mundial de redes de
computadores. Seu nome é a fusão das palavras “internacional” e net (redes). A Internet,
composta por milhões de redes particulares, composta por órgãos governamentais,
empresas, universidades, entre outros, possibilita o acesso a quase todos os tipos de
informação em qualquer localidade do planeta, e está ligada por uma enorme variedade
de tecnologias de rede eletrônica, sem fio e ópticas.
Entretanto, esta Internet de fácil acesso que conhecemos nos dias de hoje não foi
sempre assim. Surgindo durante a Guerra Fria entre os Estados Unidos e a URSS, a
Internet se chamava ARPANET, que era uma rede de troca de informações militares.
Depois, a ARPANET se subdividiu em MILNET, que tratava de assuntos militares, e a
Nova ARPANET, que estava ligada as universidades. Com o chaveamento de pacotes
para proporcionar mais segurança e agilidade às informações, houve finalmente a
evolução da ARPANET para a Internet. Dado o surgimento da Internet, a web,
13
idealizada por Tim Berners-Lee, surgiu na década de 1990, e com os e-mails, houve na
Internet as primeiras formas de relacionamento virtual entre as pessoas, com a
possibilidade de trocas de informações. Só depois que as redes sociais surgem, em
meados dos anos 1990, com o Classmates.com. De acordo com Aguiar (2007):
Os primeiros desses sites foram lançados nos Estados Unidos em meados dos
anos 1990, tendo como referência os vínculos diretos estabelecidos entre
colegas de classe e de colégio, e as ligações indiretas entre “amigos de amigos”
e “conhecidos”, sob a inspiração de duas pesquisas acadêmicas: o experimento
sobre o “mundo pequeno” (small world), realizado em 1967 pelo sociólogo e
psicólogo estadunidense Stanley Milgran, que gerou a idéia dos “seis graus de
separação”; e o estudo de Mark Granovetter sobre a “força dos vínculos fracos”
(sobretudo nos contatos profissionais).
Nessa época, nos anos 1990, a principal referência para a criação das redes
sociais eram os vínculos estabelecidos diretamente entre colegas de classe, de colégio, e
amigos de amigos (ligações indiretas). A criação desses sites foi baseada no estudo de
Stanley Milgran, Outras redes sociais como o Friendster (que se embasava no modelo
“Círculo de Amigos”, desenvolvido por Jonathan Bishop) e o MySpace surgiram com o
passar do tempo. Mas foi em 2004 que surgiram as redes sociais digitais Orkut e
Facebook, que atingiram popularidade gigantesca no mundo, inclusive no Brasil.
Mas no que se trata de redes sociais, podemos afirmar que estas existem há
muito tempo, desde os primórdios da humanidade. O conceito de rede social representa
interação social, troca social, gente. Desde quando o homem se reunia com seus
semelhantes em torno de uma fogueira nos tempos primitivos, as redes sociais estavam
presentes, em forma de troca de informações, contato com familiares e amigos e
compartilhamento de gostos e interesses. O fenômeno que assistimos hoje em dia não é
o surgimento de redes sociais, e sim o surgimento de redes sociais digitais. Sobre redes
sociais, Aguiar (2007, p.2) afirma que
Redes sociais são, antes de tudo, relações entre pessoas, estejam elas
interagindo em causa própria, em defesa de outrem ou em nome de uma
14
organização, mediadas ou não por sistemas informatizados; são métodos de
interação que sempre visam algum tipo de mudança concreta na vida das
pessoas, no coletivo e/ou nas organizações participantes. As interações de
indivíduos em suas relações cotidianas [...] caracterizam as redes sociais
informais, que surgem espontaneamente, sob as demandas das subjetividades,
das necessidades e das identidades. Mas redes sociais também podem ser
constituídas de forma intencional [...], podem ser fomentadas por indivíduos ou
grupos com poder de liderança, que articulam pessoas em torno de interesses,
projetos e/ou objetivos comuns.
As redes sociais digitais “...permitem: i) a construção de uma persona através de
um perfil ou página pessoal; ii) a interação através de comentários; e iii) a exposição
pública da rede social de cada ator.” (BOYD, ELLISON, 2007 apud RECUERO, 2011).
Entendendo o conceito de redes sociais digitais, pode-se perceber que este tipo de
recurso da web 2.0 permite a interação e troca de informações entre seus usuários.
Percebe-se também que a estrutura das redes sociais, como seu próprio nome sugere, se
antagoniza com qualquer tipo de rede piramidal, onde existe uma relação hierárquica
direta entre seus membros. Na “rede”, todos os integrantes estão ligados entre si de
forma horizontal, não havendo hierarquias, e todos os usuários se encontram em plena
igualdade nessa situação (WHITAKER, 1993, apud AGUIAR, 2007, p.3). Retomando
Recuero (2011, p.81), “O primeiro elemento que é trazido para o estudo das redes
sociais como elemento dinâmico é o aparecimento da cooperação, da competição e do
conflito como processos sociais que influenciam a rede”.
Diante disso, podemos analisar todas as possibilidades que uma rede social
digital pode oferecer à um indivíduo: uma cópia da vida real, com o usuário sendo a
“estrela” da vez. Estas redes sociais permitem à seus usuários maior visibilidade de si
próprios, uma construção de uma reputação e a uma idéia de popularidade que se dá
através de mecanismos como comentários, compartilhamentos e curtidas que os
usuários conectados à elas podem fazer. Segundo Del Mora (2005 apud DOMÍNGUEZ,
2010, p.52) existem quatro finalidades principais para o uso das redes sociais, que são
manter contato com os amigos; a criação de novas amizades; entretenimento; e por fim,
gestão interna de organizações empresariais.
15
De acordo com Dominguez (2010), devemos compreender as redes sociais a
partir de cinco palavras chave, que são a interatividade, a personalização, a multimedia,
a retroalimentação, e a revolução lingüística/legal. O que antes parecia uma coisa
impossível, hoje já se mostra algo perfeitamente possível e comum, como o envio de
fotos, mensagens e diversos tipos de arquivos, mesmo estando a quilômetros de
distância, de forma instantânea. O que antes nos custava meses ou anos, hoje fazemos
muitas vezes em segundos. Através dessa interatividade, pode-se obter não somente os
benefícios das trocas de arquivos, mas também de idéias.
Sobre a personalização, é possível que se crie, à maneira do usuário, suas
próprias regras, quem ele pode ver, permitir que veja seus conteúdos, quem poderá
conversar com ele etc. Perfis diferentes em redes sociais, um para o trabalho, outro para
os amigos etc, são possíveis graças à personalização. Com relação à multimedia, os
novos formatos digitais, como vídeos, áudios, imagens, entre outros, fazem com que
permite multidimensionalidade na internet. A retroalimentação, que está ligada à
interatividade, permite que qualquer usuário possa ser emissor, transmissor e receptor
de informação., permitindo uma “inteligência coletiva” (LÉVY, 2004, apud
DOMÍNGUEZ, 2010, p.58). Isto, apesar de ser vantajoso, pelo fato de reunir
informações de muitas pessoas, pode ser prejudicial para pesquisas sérias, estudos
acadêmicos e afins, já que recursos como as wikis possuem completa abertura ao
público, podendo qualquer usuário alterar os dados de uma informação. Sobre isso, é
afirmado por Domínguez (2010, p.58) que
A atualização permanente da informação, em sistemas de enciclopédias
virtuais, como por exemplo, a Wikipédia [...] permite, por um lado, obter
informação muito completa e confiável já que centenas de usuários atribuem
juízo de valor já que qualquer pessoa pode editar uma entrada, o qual também
supõe um risco de segmentação ou perda de informação objetiva (Tradução
nossa).1
1 La actualización permanente de la información, em sistemas de enciclopédia virtuales, como por
ejemplo la Wikipédia [...] permite, por um lado, obtener información muy completa y fiable ya que
cientos de usuários la juzgan y soportes ya que cualquier persona puede editar uma entrada, lo cual
también supone um riesgo de segmentación o perdida de información objetiva
16
Sobre a revolução lingüística/legal, pode-se perceber que existe um código
próprio com relação à linguagem e a legalidade, assim como uma carência relacionada
ao controle de dados nas redes sociais, podendo estas seguirem de acordo com a
inteligência coletiva. (DOMÍNGUEZ, 2010, p.58). Tudo isso se mostra totalmente
atrativo para as pessoas, especialmente para os jovens, que nascem no meio virtual.
Ainda dentro dessa visão, a palavra “amigo”, ou “amizade”, se torna cada vez mais
frágil e deturpada. Como antes mencionado, as relações interpessoais dentro das redes
sociais, na sua maioria, são meras “cópias” das relações interpessoais reais. Assim, onde
antes se pressupunha intimidade, confiança, sinceridade, entre outros, os círculos de
“amigos” podem facilmente incluir eventuais conhecidos ou até mesmo pessoas
famosas, com o intuito de atribuir, à quem adiciona essas pessoas à seus círculos, as
características desses novos “amigos”, nos quais geralmente são profissionais de
renome, mulheres consideradas atraentes por seu padrão de beleza social, entre outros.
De acordo com Rosen, (2007, p.20 apud AGUIAR, 2007, p.11)
As atuais redes sociais online são uma acumulação [congeries] de vínculos
majoritariamente fracos – ninguém que liste milhares de “amigos” no MySpace
pensa nessas pessoas da mesma forma que pensa em seus parentes distantes,
por exemplo. Certamente não é coincidência, então, que as atividades que os
sites de redes sociais promovem são justamente aquelas que os vínculos fracos
fomentam, como rumores, boatos, mexericos busca de pessoas e a trilha dos
efêmeros movimentos da cultura popular [no sentido da cultura de massa] e das
modas passageiras.
Entre este grupo de pessoas, a cibervida já se apresenta como algo totalmente
atrelado à sua cultura. A maioria dos adolescentes passam a maior parte do seu tempo
na companhia de um computador, de um iPod ou de um smartphone, checando a todo
instante como está sua popularidade nas redes sociais, além de compartilhando cada
momento de suas vidas. Se por acaso um adolescente não está conectado aos demais,
sua “morte social” passa à espreitá-lo e este se vê apavorado diante da sensação de
perda da popularidade entre os amigos. Portanto, estes jovens se vêem numa “sociedade
confessional” (BAUMAN, 2008, p. 9). “... aqueles que zelam por sua invisibilidade
tendem a ser rejeitados, colocados de lado ou considerados suspeitos de um crime. A
17
nudez física, social e psíquica está na ordem do dia.” (ENRIQUEZ, 2004, apud
BAUMAN, 2008, p.9).
2.2 WEB 2.0: ORIGEM, CONCEITOS E EVOLUÇÃO
Nos dias de hoje, com a enorme quantidade de recursos disponíveis na Internet,
e por sua natureza quase onipresente no cotidiano das pessoas, seja na busca de
informações, nos relacionamentos, ou nos afazeres do cotidiano, como no ato de fazer
compras, por vezes esquecemo-nos de como se dava a Internet antes do uso desta que
chamamos web 2.0. Web 2.0 é um termo criado por Tim O’Reilly, dono da empresa
O’Reilly Media, e Dale Dougherty, e que, durante uma sessão de brainstorming, foi
utilizado pela primeira vez em 2004, e teve seu marco em 2005, no artigo intitulado
“What Is Web 2.0? Design Patterns and Business Models for the Next Generation of
Software”. Sustentada no tripé plataforma – usuário – conteúdo, a web 2.0, diferente da
web 1.0, promove a interação e participação total entre seus usuários, deixando de ser
uma mídia passiva e vertical para ser uma mídia colaborativa e horizontal, visando
especialmente a inteligência coletiva. Dentro da web 2.0, os usuários podem acrescentar
ou modificar conteúdos. Um claro exemplo disso são as wikis, um tipo de recurso
próprio da web 2.0, que permite ao usuário acrescentar e modificar informações de
diferentes tipos, dependendo de que tipo de wiki ele esteja acessando. Com relação à
web 2.0, Tim O’Reilly, segundo consta na Wikipédia, afirma que
Web 2.0 é a mudança para uma internet como plataforma, e um entendimento
das regras para obter sucesso nesta nova plataforma. Entre outras, a regra mais
importante é desenvolver aplicativos que aproveitem os efeitos de rede para se
tornarem melhores quanto mais são usados pelas pessoas, aproveitando a
inteligência coletiva.
Para O’Reilly, estas regras são, basicamente, o comprometimento com os
usuários, a disponibilização de serviços e dados para outros, bem como a utilização de
serviços e dados pelo usuário, e a conservação de lucros.
18
A web 2.0 é uma evolução do que antes era chamado de web 1.0. A web 1.0,
surgida nos anos 1990, era estática, com pouca ou nenhuma interatividade entre seus
usuários (denominados internautas), e não havia a possibilidade de haver acréscimo ou
modificação de conteúdo pelos usuários finais. Deste modo, havia a participação
passiva dos usuários, dentro de uma web completamente verticalizada. A web 1.0
possuia, como recursos, sites de empresas e instituições, bem como o Hotmail
(hotmail.com) Cadê e Yahoo (Yahoo.com), Google (Google.com), entre outros.
Evoluindo da web 1.0, surge, nos anos 2000, a web 2.0, ou web participativa.
Nesse momento, a Internet ganhou força e passou a se popularizar cada vez mais ao
redor do mundo, através dos recursos da web 2.0, que será tratado no tópico seguinte.
Maness (2007) conceitua a web 2.0 da seguinte forma:
O termo é agora amplamente usado e interpretado, mas Web 2.0,
essencialmente, não é uma Web de publicação textual, mas uma Web de
comunicação multi-sensitiva. Ela é uma matriz de diálogos, e não uma coleção
de monólogos. Ela é uma Web centrada no usuário de maneira que ela não tem
estado distante de ser.
Ainda sobre a web 2.0, esta “possui ferramentas que permitem que os usuários
usem a internet da forma como desejam” (CARVALHO et al, 2013). Assim, o usuário
(agora identificado como web ator) tanto pode se comportar de forma passiva, apenas
navegando na internet e acessando seus conteúdos, ou de forma ativa, criando e
disseminando conteúdo na web para que outros usuários venham a ter acesso. Sobre
isso, Burhanna et al (2009, p.523), afirma que
A World Wide Web ficou mais rápida e robusta. Web 2.0 descreve um
conjunto de utilitários baseados na Web interativas possibilitadas por esses
avanços. Entre os aplicativos mais comuns na web 2.0 estão os sites de redes
sociais (por exemplo, MySpace, Facebook), bookmarking social e sites de
marcação (por exemplo, del.icio.us), e sites de hospedagem de imagens, (por
exemplo, Flickr). Um aspecto fundamental de todos os aplicativos e sites da
web 2.0 é sua interatividade. Sites que são considerados da web 2.0 oferecem
19
oportunidade aos seus usuários de se expressarem, conectar-se com outros no
ambiente da web e organizar suas experiências neste ambiente para seu próprio
uso e de outros usuários (Tradução nossa)2.
Um ponto interessante à ser compreendido com relação à web 2.0 é que, apesar
de ela ser amplamente utilizada pelos usuários de Internet, poucos entendem sobre esta
conceituação. Como exemplo disso, podemos citar a pesquisa relatada entre os
estudantes do curso de graduação em Biblioteconomia da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte (UFRN), que se encontra no artigo “Comportamento informacional na
web 2.0: caracterização dos estudantes de Biblioteconomia da UFRN”. Nele, Carvalho
et al (2012, p.9), afirma que 21% dos usuários desconhecem o significado do termo web
2.0, e 24% “já ouviram falar”. Levando em consideração que os entrevistados eram
estudantes universitários, estes percentuais são considerados altos, já que, nesta mesma
pesquisa, muitos entrevistados responderam que usam os recursos da web 2.0 como
bastante freqüência.
Após a web 2.0, muito se fala da web 3.0, termo criado pelo Jornalista John
Markoff, do New York Times. Surgindo em 2005 e também conhecida como web
inteligente, ou web semântica, a web 3.0 visa a organização das informações para
proporcionar o entendimento tanto por parte dos usuários, quanto por parte das
máquinas, onde haverá uma conexão e interação perfeitas. Assim, onde houver qualquer
tipo de dúvida sobre determinado conteúdo, a web 3.0 soluciona estes questionamentos
através de soluções personalizadas, seguras e concretas. Jenkins (2001, apud
MARINHO et al, 2009, p.5), afirma que
Ao invés [de um único aparelho], graças à proliferação dos canais e à natureza
cada vez mais ubíqua da computação e das comunicações, nós estamos
entrando numa era onde a mídia estará em toda parte, e nós usaremos todos os
tipos dos meios de comunicação relacionando-os uns aos outros.
2 The World Wide Web has gotten faster and more robust. Web 2.0 describes a suite of interactive Web-
based utilities made possible by these advances. Among the most common Web 2.0 applications are
social networking sites (e.g., MySpace, Facebook), social bookmarking and tagging sites (e.g.,
del.icio.us), and image-hosting sites (e.g., Flickr). A key aspect of all Web 2.0 sites and applications is
their interactivity. Sites that are considered Web 2.0 offer users opportunities to express themselves,
connect to others in the Web environment, and organize their Web experience for their own use and the
use of others
20
A computação ubíqua, termo citado pela primeira vez por Mark Weiser em seu
artigo “The Computer for the 21st Century”, consiste numa internet conectada através
de diversos dispositivos, e não somente de um aparelho. A computação ubíqua se
constrói através dos benefícios que a computação móvel trouxe para os usuários da web,
que podem ser exemplificados como as redes wi fi, os iPods, os celulares que permitem
acesso à web, , dentre outros. A computação ubíqua permite que seja integrada os
benefícios da computação móvel com a distribuição inteligente dos softwares,
beneficiando os usuários. Assim, permite que computadores e homens estejam numa
completa interatividade, e sua condição entre as pessoas poderia ser considerada
onipresente. Com relação à computação ubíqua, Cirilo (20??) afirma que
com a convergência das tecnologias de rádio, dos microprocessadores e dos
dispositivos eletrônicos digitais de uso pessoal, tornou-se possível fazer com
que os dispositivos com certo poder de processamento computacional, tanto
móveis quanto estacionários, cooperem entre si para fornecer ao usuário acesso
instantâneo a novos serviços de forma transparente. Essa característica levou
ao surgimento do conceito de ubiqüidade na computação. A computação
ubíqua abrange um modelo de computação no qual usuários móveis, serviços e
recursos são capazes de descobrir outros usuários, serviços e recursos. Nesse
paradigma computacional, as responsabilidades pela execução de determinado
serviço necessário para o usuário são distribuídas entre uma variedade de
dispositivos, cada qual com suas tarefas e funcionalidades específicas.
O fato de terem surgido, ao longo do tempo, diversos tipos de web, não quer
dizer necessariamente que as webs anteriores tenham desaparecido. Podemos citar
claramente como exemplo a web 1.0: após o surgimento da web 2.0, recursos como web
sites, portais e mecanismos de busca não desapareceram, eles incorporam funcionalidades
da web 2.0, tornando assim muito mais amplo o repertório de recursos que o usuário pode
dispor. Com relação a isso, Curty (2008, p.77), afirma que
O fato de a coexistência das chamadas “versões web” ser real intensifica as
confusões terminológicas, pois o surgimento de um novo modelo, embora
evidencie novas características, não declina a existência do anterior por
21
completo, em face da possibilidade de as gradações serem constantes, visto que
os números pertencem a um conjunto infinito. Talvez o mais importante seja
refletirmos sobre os avanços, sem nos preocuparmos de antemão com o
encaixe nominal perfeito ou predito. Esse encaixe vem de uma evolução
natural, de um processo, e não por modismos ou estratégias de marketing.
Deste modo, percebe-se que, do mesmo modo que o surgimento da televisão não
fez desaparecer o rádio, por exemplo, o surgimento da web 3.0 ou Internet ubíqua não
significa dizer que a web 1.0 ou 2.0 necessariamente irão desaparecer, mas sim coexistir
em um mesmo contexto.
2.3 RECURSOS DA WEB 2.0
A web 2.0, como visto anteriormente, possui uma gama de ferramentas e
recursos que permite ao usuário não somente ser passivo diante das informações, mas
também ser um colaborador, acrescentando e modificando conteúdos na internet. De
acordo com Maness (2007, p.46), estes recursos da web 2.0 são:
Blogs;
Microblogs;
Redes Sociais;
Ferramentas de compartilhamento;
Wikis;
RSS.
Produzidas por um indivíduo, grupo ou instituição, os blogs (abreviação de
weblogs) são páginas web de construção simples, que apresentam, de forma
cronológica, o seu conteúdo. Este conteúdo é pré-determinado, possuindo geralmente
um tema central. Os blogs podem apresentar textos, fotos (neste, ao invés de blog, ele
passa a chamar-se fotolog) ou vídeos. Nos blogs, encontramos conteúdos de diferentes
tipos, para diferentes públicos. Reflexões, serviços de notícias, diários pessoais, dicas de
beleza, tudo isto pode ser encontrado nos blogs. Os blogs geralmente têm seu conteúdo
atualizado com freqüência, e são organizados de modo que a última atualização seja a
22
primeira a ser visualizada pelo usuário, enquanto que as últimas vão ficando nas páginas
anteriores, podendo ser acessíveis da mesma forma que a primeira. Além disso, como
característico da web 2.0, eles permitem o contato e a colaboração com o responsável
pelo conteúdo do blog. Pode-se ter como exemplos de plataformas que permitem a
criação e gestão de blogs o Hipertextual (hipertextual.com), o Blogger (Blogger.com), o
Diarist (Diarist.net) etc.
Os microblogs, versões reduzidas dos tradicionais weblogs, permitem um
movimento muito mais acelerado da informação, graças as rápidas atualizações e ao
tipo de informação que é compartilhada, que são informações bastante curtas. Nos
microblogs, é possível que as informações transmitidas sejam feitas desde um
computador pessoal até um celular, sendo estas informações compartilhadas com outras
pessoas de um modo público ou restrito. Estes conteúdos compartilhados podem ser de
diferentes tipos, desde fotos, textos, vídeos, áudios etc. Alguns microblogs possuem um
limite de caracteres para cada postagem, restringindo o usuário à transmissão da
informação curta; entretanto, existem outros microblogs que não o fazem, dando maior
autonomia para quem estiver compartilhando informações. Exemplos de microblogs são
o Tumblr (tumblr.com), o Meme (meme.yahoo.com), o Twitter (twitter.com) etc.
Possibilitando a criação de um perfil e o compartilhamento de imagens, vídeos e
informações diversas, e possibilitando o registro das informações intercambiadas entre
os usuários, as redes sociais, mais precisamente redes sociais digitais, constituem-se em
uma plataforma que estimula a interação entre seus membros. Facebook.com,
classmates.com, myspace.com e xing.com constituem exemplo de redes sociais digitais.
No artigo “Comunidades virtuales y producción de inteligencia econômica y
competitiva”, Carvalho (2007), afirma que
As comunidades virtuais são agrupamentos de pessoas que se reúnem em
função de suas afinidades e utilizam o ciberespaço como meio para
intercambiar e difundir suas idéias, estabelecer relações sociais, realizar
atividades conjuntas e lograr objetivos comuns. Oferecem o ambiente e as
ferramentas necessárias para que seus usuários interatuem entre si, de modo
23
espontâneo e democrático, e se gere, armazene e difunda a informação
associada a seus processos de comunicação. (Tradução Nossa)3
Estas redes sociais digitais também podem ser rica fonte de informação. Elas
podem ser de natureza científico-acadêmicas, de relacionamento profissional ou
organizacional ou de relacionamento pessoal e lazer.
Outro tipo de recurso próprio da web 2.0 são as ferramentas de
compartilhamento, também conhecidas como streaming media, que permitem ao
usuário da web 2.0 o armazenamento, a publicação, o compartilhamento, a avaliação e
os comentários que este possa vir a fazer diante dos conteúdos por ele acessados. Estes
conteúdos podem ser diversos, desde textos, imagens, fotos, apresentações, áudio,
vídeos etc. Exemplos de ferramentas de compartilhamento são o Youtube
(youtube.com), o 4shared (4shared.com), o Flickr (flickr.com), entre outros.
Wikibooks (pt.wikibooks.org), Wikipédia (pt.wikipedia.org), wikcionário
(pt.wiktionary.org), wikicrimes (wikicrimes.org), entre outros, constituem exemplos
deste próximo recurso da web 2.0, denominado wikis. De acordo com Carvalho (2013),
as wikis são
[...] um modelo de construção colaborativa de redes de documentos
hipertextuais. São conjuntos de páginas web de um tipo específico interligadas
entre si. Estão baseadas em uma tecnologia que permite a fácil e rápida criação
e alteração colaborativa das páginas. Constituem-se em recursos livres, uma
vez que qualquer parte pode ser transcrita, modificada ou ampliada. Permitem
que qualquer usuário seja um colaborador do projeto, tendo em vista que são
elaboradas mediante a cooperação dos usuários.
3 Las comunidades virtuales son grupos de personas que se reúnen de acuerdo con sus afinidades y
utilizan el ciberespacio como un medio para intercambiar y difundir sus ideas, establecer relaciones
sociales, llevar a cabo actividades conjuntas y el logro de objetivos comunes. Proporcionar el medio
ambiente y las herramientas para sus usuarios interatuem entre sí, espontánea y democrática forma, y
generar, almacenar y difundir la información asociada con sus procesos de comunicación.
24
O Really Simple Sindication (RSS) é um formato XML, e é utilizado para a
difusão de informações que são atualizadas com freqüência para os usuários que fazem
algum tipo de assinatura de alguma fonte de conteúdos. Este formato permite agregar e
compartilhar conteúdo na web, permitindo distribuir conteúdos fazendo uso de um
software específico ou o navegador para ler os conteúdos RSS. A Digital Public Library
of America (http://dp.la/info/feed/) oferece serviço de RSS.
Assim, pode-se perceber que a web 2.0 dispõe de uma série de recursos que
facilitam a interação do usuário na rede, permitindo que este seja um produtor de
informação, e não somente um receptor passivo. Entendendo sobre estas ferramentas da
web 2.0, é dado prosseguimento na pesquisa no capítulo seguinte, que tratará sobre
comportamento informacional.
25
3. COMPORTAMENTO INFORMACIONAL
Há mais ou menos 32 anos, tiveram início os estudos sobre o Comportamento
Informacional, e graças à crescente demanda de informações pelas pessoas ao redor do
globo, este objeto de estudo vem se tornando cada vez mais alvo de estudiosos no
mundo inteiro. Autores como Krikelas (1983), Ingwersen (1984), Ellis (1989), Kuhlthau
(1991), entre outros, vêm abordando este assunto desde então. Entretanto, a origem
destes estudos remonta à primeira metade do século XX, durante a Royal Society
Scientific Information Conference, em Londres, mais precisamente em 1948. Nesta
reunião, objetivou-se entender a forma como as pessoas se utilizavam da informação no
campo da ciência e tecnologia, e no trabalho em geral. De acordo com Salazar et al
(2007), existem diversas nomeações para descrever o processo na busca de informação,
sendo que os que mais se destacam são comportamento na busca de informação,
conduta informativa, processo de busca de informação, e comportamento informacional.
À respeito de comportamento informacional, de acordo com Wilson (2000, p.49),
Comportamento informacional é todo comportamento humano relacionado às
fontes e canais de informação, incluindo a busca ativa e passiva de informação
e o uso da informação. Isso inclui a comunicação pessoal e presencial, assim
como a recepção passiva de informação, como a que é transmitida ao público
quando este assiste aos comerciais da televisão sem qualquer intenção
específica em relação à informação fornecida. (Tradução nossa)4
No tocante à busca de informação, o comportamento informacional busca
estudar da interação entre as pessoas, conhecimento, informação, bem como os diversos
formatos de dados, todos estes reunidos em diferentes contextos de interatividade.
Baseados na idéia de que para um bom funcionamento e interação entre as pessoas,
grupos sociais, sociedades, bem como para a melhoria da qualidade de vida geral nesses
4 Information behavior is the totality of human behavior in relation to sources and channels of
information, including both active and passive information seeking, and information use. Thus, it includes
face-to-face communication with others, as well as the passive reception of information as in, for
example, watching TV advertisements, without any intention to act on the information given.
26
grupos, é que entram os conceitos de contextos informacionais e necessidades de
informação entre as pessoas, modelos de acesso à informação e comportamento de
busca, recuperação, disseminação e uso da informação, bem como processamento
humano, no que diz respeito ao campo de comportamento informacional humano. Ainda
sobre busca informacional, através da necessidade de satisfazer um objetivo, acontece a
busca intencional, podendo o indivíduo deparar-se com diferentes tipos de sistemas de
informação. Esta busca de informação, como sugere Wilson (1997), é proveniente do
reconhecimento de determinada necessidade que o usuário tenha percebido, e que este
pode tentar procurar em diferentes tipos de fontes, sejam sistemas formais ou através de
troca interpessoal, ou seja, em outras pessoas.
3.1 NECESSIDADES INFORMACIONAIS
A necessidade informacional, precedente do comportamento informacional, é
denominada, segundo Wilson (1981), como algo que está diretamente ligado única e
exclusivamente à mente de cada pessoa, sendo esta necessidade impossível ser
descoberta por outras pessoas, a menos que quem possui a necessidade informe sobre
ela, ou que a necessidade seja descoberta por dedução. Estas necessidades surgem de
acordo com o contexto que cerca o indivíduo, para buscar por ordem em seu universo.
A informação pode ser conceituada como um conjunto de dados organizado, que
compõe uma mensagem a respeito de determinado evento ou fenômeno, permitindo a
resolução de problemas, bem como a tomada de decisões. Ela nos proporciona sentido
ou significado as coisas. Segundo Ferreira (1995, p.7),
Informação é essencialmente vista como uma ferramenta valiosa e útil para os
seres humanos em suas tentativas de prosseguir com sucesso suas vidas.
Conforme o indivíduo se move através do tempo e espaço, assume-se que a
informação tanto pode descrever como predizer a realidade e, na verdade,
permite ao indivíduo mover-se de modo mais eficiente.
27
Autores como Morgan e King, em 1971, argumentavam que as necessidades de
informação surgiam a partir de três diferentes razões. São elas: fisiológicas, que seria a
sede, ou a fome; o desconhecimento da informação, que poderiam ser movidos pela
própria curiosidade ou estímulo sensorial; e sociais, por exemplo, status, desejo de
aprovação das pessoas, dentre outros. Dentro da ótica de Dervin e Nilan, (1986 apud
FERREIRA, 1995, p.7), as necessidades de informação podem ser identificadas e
generalizadas por meio de padrões de comportamento através de objetivos, valores ou
símbolos completamente susceptíveis de serem divididos. De acordo com Dervin (1992,
apud SILVEIRA, 2007, p.119), seguindo a linha de que as necessidades informacionais
possuem natureza não observável e cognitiva, seus estudos apontam que existem
lacunas que causariam uma espécie de descontinuidade no conhecimento humano, o que
levaria ao surgimento da necessidade de informação, assim que o usuário a perceba.
Entretanto, contrariando os estudos de Dervin, Derr (1983) afirma que a
necessidade informacional não se mostra como um estado psicológico, mas como uma
condição unicamente objetiva. Assim, de acordo com Derr (1983, apud SILVEIRA,
2007, p.119),
[...] a necessidade informacional residiria na condição observável de que
determinada informação contribuiu para atender ao propósito ou motivo que a
gerou. Derr examinou o conceito em diversas etapas, começando por afirmar
que a falta de informação não significa, forçosamente, uma necessidade de
informação. O desejo de ter uma informação também não é razão suficiente
para dizer que há necessidade de informação, assim como o fato de possuir a
informação não elimina a necessidade da mesma. As duas condições que
devem estar presentes para que se possa dizer que há necessidade de
informação são (a) presença de um “propósito” para a informação e (b) que a
informação em questão contribua para alcançar este propósito.
As necessidades de informação possuem algumas variáveis, por exemplo, as que
estão ligadas à elementos demográficos; elementos de caráter contextual; as que estão
diretamente relacionadas com necessidades novas ou que surgem com freqüência; as
necessidades inesperadas ou mesmo antecipadas; necessidades que possuem maior ou
28
menor nível de exigência; e por fim, as que se classificam como fáceis ou difíceis de se
resolver.
3.2 FATORES QUE INFLUENCIAM NA BUSCA DA INFORMAÇÃO
Dentro do campo do comportamento informacional, existem fatores que
influenciam fortemente dentro da busca da informação. Estes fatores irão influenciar
diretamente o usuário, e são de diferentes tipos de natureza. Os motivos para uma busca
de informação podem ser bem variados, desde razões pessoais ou emocionais, por
exemplo, a solução de algum problema de saúde ou obtenção de conhecimento acerca
de determinado hobby, de meio ambiente, por exemplo, como lidar com desmatamento
em áreas de preservação ambiental, sociais, demográficas etc. Dentro desses fatores,
existem as fontes de informação, que podem ser diferenciadas a partir das características
da informação que se está procurando. Pode-se obter informação de diferentes meios,
desde a forma oral, considerada a mais primitiva e antiga dentre todas as formas de
obtenção de conhecimento e informação, através da escrita, troca de conhecimentos
interpessoais, até a forma virtual. Podem ser exemplos de fontes também colegas de
profissão ou pessoais, bibliotecas, artigos, livros, periódicos, internet, dentre muitos
outro. Algo que também deve ser levado em consideração a respeito de fontes de
informação é que o usuário possui informações e conhecimentos através de uma gama
de aprendizados e experiências adquiridas ao longo da vida.
Muito do sucesso da busca de informação também se dá graças ao procedimento
de busca e da recuperação da informação em si, bem como do conhecimento direto ou
indireto das fontes de informação. Fatores como custo, acessibilidade da informação,
sucesso nas buscas antecedentes, são considerados decisivos para o sucesso da busca.
29
3.3 COMPORTAMENTO INFORMACIONAL: DA ATENÇÃO VOLTADA PARA O
SISTEMA À ATENÇÃO VOLTADA PARA O USUÁRIO
Algo que causou uma enorme influência no que diz respeito ao comportamento
informacional, foi o redirecionamento do estudo do mesmo. Através das observações de
Dervin e Nilan (1986), ao invés de seguir a linha voltada para o sistema, onde se
afirmava que a informação, vista como algo concreto com significado constante e vida
própria, era um fenômeno objetivo, tendo o usuário como receptor passivo desta
informação objetiva, e onde o usuário tem pouca atenção dada ao que ele realmente faz
com a informação, seguiu-se um paradigma concentrado nos aspectos tanto subjetivos
quanto individuais dos usuários. Assim, estes usuários ocupam o centro de todas as
atenções, e que não mais os artefatos ou aparelhos eram os atores centrais de quaisquer
que fossem os sistemas de informação, e sim os usuários, sendo substituídas as técnicas
quantitativas pelas técnicas qualitativas. Nessa linha, o que importa são as necessidades
de informação que são satisfeitas a partir do conhecimento interno, individual que cada
pessoa constrói para si. Deste modo, ainda de acordo com Dervin e Nilan (1986),
através de ajustes que dêem a possibilidade de encontrar as necessidades intrínsecas de
cada ser humano, torna-se muito mais possível que o sucesso dos serviços de
informação sejam alcançados.
3.4 MODELOS DE COMPORTAMENTO INFORMACIONAL
Dentre todos os modelos importantes de comportamento informacional, é
ressaltado nos mesmos que o ponto principal do comportamento informacional se trata
da necessidade informacional, a situação, ou contexto onde ele tem início. Os modelos
mais requisitados por diversos autores, e que mais aparecem na literatura, são:
Comportamento na busca de informação, de James Krikelas;
Modelo de comportamento humano na busca de informação, de D. Ellis;
Processo de busca de informação, de Carol C. Kuhlthau;
Comportamento informacional, de Tom D. Wilson.
30
Dentro do modelo proposto por Krikelas, este está basicamente fundamentado na
tendência psicológica chamada condutismo, ou seja, a relação direta entre os estímulos
do meio sobre o organismo. De acordo com este autor, é de acordo com a natureza do
problema que o comportamento na busca da informação toma forma. De acordo com
Krikelas (apud SALAZAR et al, 2007, p. 138),
As características do problema podem ser um indicador mais crítico do
comportamento potencial que irá variar dependendo da pessoa e do trabalho
que desempenha. Menciona que uma pessoa pode se tornar ciente do estado de
incerteza sobre um problema e tentar reduzir esse estado de incerteza a um
nivel aceitável. Mas a causa dessa incerteza pode ser um um evento específico
ou um simples processo contínuo associado com o trabalho, a vida ou ambos.
(Tradução nossa)5
Também é possível que o processo de busca de informação possa estar voltado a
um objetivo futuro associado com comunicações compartilhadas. O comportamento de
busca de informação tem duas vertentes: a informação acumulada e a informação
produzida. Os estímulos que são aceitos e armazenados na memória para ser acessados
quando se quer compõem a primeiro grupo. E através das mensagens comunicadas por
escrito, verbalmente, visualmente ou de forma tátil, representam informação produzida.
Envolvendo um encadeamento de atividades de busca de informação, onde estas
atividades são o início da busca, o prosseguir a busca propriamente dita, a busca
semidirigida, a seleção, o monitoramento, a extração, a verificação e a finalização, o
modelo de Ellis se mostrou bastante importante, principalmente pela sua natureza
empírica e por ter sido testado em muitos estudos. Este modelo tem sido muito utilizado
como apoio para os programas de navegadores na web. De acordo com Choo, Detlor e
Turnbull (1998, apud SILVEIRA, 2007, p.124),
5 Las características del problema pueden ser un indicador más crítico del comportamiento potencial que
variará según la persona y el trabajo que desempeña. Menciona que una persona puede llegar a estar
consciente del estado de incertidumbre acerca de um problema e intentar reducir esse estado de
incertidumbre a um nível aceptable. Pero la causa de esa incertidumbre puede ser um evento específico o
um simple processo continuo asociado com el trabajo, la vida o ambos.
31
[...] um indivíduo pode começar a busca em algumas páginas (começar); seguir
alguns links para recursos relacionados (encadear); percorrer as páginas e
fontes (browsing); selecionar como favoritos algumas fontes para futuras
visitas (diferenciar); assinar serviços de alerta por correio eletrônico para
receber informações (monitorar); pesquisar uma fonte específica sobre todas as
informações necessitadas ou sobre um tópico em particular (extrair)
No terceiro modelo de comportamento informacional, proposto por Carol C.
Kuhlthau, esta autora baseia nas premissas do sense-making, que, de acordo com
Salazar et al (2007, p.139), o modelo proposto por Kuhlthau:
...é um conjunto de proposições metateóricos sobre três aspectosda relação
informação-usuário: a natureza da informação; a natureza do uso da
informação; e a natureza da comunicação humana. O princípio destas
proposições repousam na ideia de descontinuidade a qual é concebida como
um elemento fundamental da condição humana, e em consequência deve
considerar-se como a base para estudar o uso da informação, o projeto e
administração dos sistemas de informação (Tradução Nossa).6
O modelo de Khulthau (1991) tem embasamento no processo espontâneo que
uma pessoa avança no momento que usa a informação e, mais concretamente, no
momento que busca a informação. Este modelo identifica as etapas que o concretiza,
bem como os momentos que delimitam cada etapa, tal qual a continuidade ou
descontinuidade. Ainda assim, é levado em consideração pela autora três teorias,
representando diferentes aspectos do usuário que busca informação: a construção
pessoal de Kelly, que considera que o sujeito assimila novas informações e constrói
uma visão sobre a vida através das experiências cognitivas e afetivas; o processo
construtivo de busca de informação de Belkin, que propõe que, é pelo estado anômalo
6 ...es um conjunto de proposiciones metateóricas sobre três aspectos de la relación información-usuario:
la natureza de la información; la natureza del uso de la información; y la natureza de la comunicación
humana. El principio de estas proposiciones descansa em la idea de descontinuidad, la cual es concebida
como un elemento fundamental de la condición humana y em consecuencia debe considerarse como la
base para estudiar el uso de la información, el diseño y administración de los sistemas de información
32
de conhecimento à um conhecimento coerente que se dá o caminho da recuperação de
informação; e os níveis de necessidades de informação de Taylor, onde é estabelecido,
de acordo com a bagagem cognitiva do usuário, a base da busca de informação.
O modelo de comportamento informacional, proposto por Tom D. Wilson,
baseia-se na tendência cognitivista, onde são estabelecidos conceitos de necessidade,
comportamento informativo, comportamento na busca, bem como o processamento e o
uso da informação. Assim, de acordo com Wilson (2000, p.49), comportamento
informacional pode ser conceituado como:
a busca intencional de informação como conseqüência de satisfazer algum
objetivo. No percurso da busca, o indivíduo pode interagir com sistemas de
informação manuais (como um jornal ou uma biblioteca), ou com sistemas
baseados em computadores (como a World Wide Web) (Tradução Nossa)7
Dentro do seu modelo, é incluído por Wilson (2000) conceitos básicos, como
necessidade, comportamento na busca de informação, teorias de tensão/solução, entre
outros. Este modelo é apresentado dentro do contexto de necessidade de informação,
que para Wilson, ocorre unicamente dentro da cabeça do indivíduo, não podendo ser
acessível; de mecanismo de ativação, que se trata do estímulo que move a pessoa em
direção da satisfação de sua necessidade; e da teoria de tensão/solução, onde a tensão
pode ser definida como a relação entre pessoa e meio ambiente, e seus riscos que podem
contribuir para seu mal-estar; e a solução, como efeito cognitivo para reduzir o estresse
criado pela demanda de informação.
7 [...] the purposive seeking for information as a consequence of a need to satisfy some goal. In the course
of seeking, the individual may interact with manual information systems (such as a newspaper or a
library), or with computer-based systems (such as the World Wide Web)
33
3.5 COMPORTAMENTO INFORMACIONAL NA WEB 2.0
Percebe-se, atualmente, que o uso da web 2.0 cresce aceleradamente, bem como
o uso da web 3.0 e da web ubíqua. Com isso, o uso destas webs com relação à busca de
informação cresce paralelamente, e os usuários utilizam cada vez mais os recursos
destas webs para melhor suprirem suas necessidades informacionais. As facilidades de
conexão entre os usuários da web 2.0 são diversas, e isso faz com que haja uma enorme
quantidade de produção de conteúdo, troca de informações e interação entre os
indivíduos, causando uma notável diferença no comportamento informacional das
pessoas. Também, as ferramentas tecnológicas, como celulares, iPhones, tablets entre
outros, reforçam ainda mais o fato de o comportamento informacional dos indivíduos
se modificarem. Sobre comportamento informacional, Davenport (2000) afirma que ele
se refere “ao modo como os indivíduos lidam com a informação. Inclui a busca, o uso, a
alteração, a troca, o acúmulo e até mesmo o ato de ignorar os informes”
De acordo com Wilson (2000, apud CARVALHO, ALCOFORADO, SANTOS,
2013), a busca de informação na World Wide Web é um tópico de pesquisa crescente
nos estudos atuais do comportamento informacional, ao mesmo tempo que sobre a web
2.0. Como antes mencionado, na web 2.0, os usuários tem ativa participação, pois eles
tanto podem produzir quanto consumir informação.
Diferentes autores, como Hoffmann e Gracioso, afirmam que os usuários se
subdividem de acordo com suas gerações, ou seja, seu comportamento informacional
pode variar dependendo da época em que nasceram. Nesse sentido, os usuários se
dividem em tradicionalistas, baby boomers, geração x, geração y e geração z. De acordo
com Novelli, Hoffmann e Gracioso (2011, apud CARVALHO, ALCOFORADO,
SANTOS, 2013),
Em relação aos tradicionalistas as autoras afirmam que tem pouco contato com
a web. Os Baby Boomers são usuários da Web 1.0. A Geração X utiliza a
internet, contando com poucos recursos da Web 2.0, para resolver eventuais
ações do dia a dia. Já a Geração Y é mais dinâmica e está mais ligada à
internet, principalmente no âmbito profissional, e possui uma boa familiaridade
com a Web 2.0. A Geração Z, denominada “nativos digitais” é constituída por
34
indivíduos que preferem trabalhar em grupos, possuem um perfil colaborativo,
o que evidencia um alto índice de utilização da Web 2.0. Seu diferencial é não
apenas buscar informações, mas selecionar com precisão o que se é necessário.
Algo que também é perceptível, através das pesquisas, como por exemplo o
artigo “No natives here: a focus group study of student perception of web 2.0 and the
academic library”, de Burhanna, Salem Jr. e Seeholzer (2009), é que muitas pessoas,
embora teoricamente devessem ter mais familiaridade com o meio virtual, não possuem
tanta familiaridade assim. O comportamento informacional de universitários norte-
americanos não se mostrou tão “digital”, assim, como esperado por muitos. Tais autores
observaram que estudantes universitários não estão tão familiarizados assim com a web
2.0, pelo menos não no sentido do uso coerente da busca da informação.
Desta forma, pode-se perceber que a interação com a web 2.0 é influenciada
fortemente pela idade que o indivíduo possui, embora não seja um fator determinante. A
web 2.0 permite uma grande articulação entre seus usuários e seu conteúdo
informacional, e graças a facilidade proporcionada pela própria web 2.0 e pelas
tecnologias atuais, é cada vez maior a freqüência com que essas informações e seu
modo de buscá-las tenha a ver com o modo de vida das pessoas, e estejam
intrinsecamente ligados.
3.6 COMPORTAMENTO INFORMACIONAL DE ADOLESCENTES
Nos dias atuais, devido ao “boom” informacional causado pelos avanços
tecnológicos e pela produção em massa de informação, é cada vez mais comum o
excesso, e por vezes, a sobrecarga de informação. Para pessoas de mais idade, como os
baby boomers, por exemplo, torna-se mais difícil lidar com essa explosão
informacional, principalmente no ambiente virtual. Entretanto, para os usuários que
nasceram à mesma época do surgimento da web, os adolescentes de hoje, parece muito
mais simples e comum lidar com essas novas tecnologias. Esses indivíduos que
nasceram após 1993, de acordo com Lanzi et al (2012, p.51), são pertencentes à
“geração Google”, e “[...] nasceram e aprenderam a utilizar recursos tecnológicos nos
35
primeiros anos de vida, estando atrelados conjuntamente ou mesmo anteriormente ao
aprendizado da leitura e escrita” (LANZY et al , 2012, p.51). Ainda sobre isso, “Os
jovens que ainda não assimilaram integralmente a cultura do papel, adaptam-se com
mais facilidade que os adultos ao uso das tecnologias [...] porque já nasceram nessa
nova cultura, a cultura digital” (PRENSKY, 2001, apud MOURA, 2010, p.82).
Embora esses adolescentes tenham uma maior facilidade ao lidar com as novas
tecnologias, eles também sofrem de grande ansiedade informacional. Com relação à
busca informacional feita por crianças, Akin (1998, apud FIALHO e ANDRADE, 2007,
p.29) aponta que
[...] as crianças tem experimentado a sobrecarga informacional da rede [...]
experimentam sentimentos de confusão, frustração, irritação, fúria, estresse,
tensão e pânico, além de sintomas físicos, como dor de cabeça, cansaço,
depressão, fadiga e doenças.
Uma possível razão para esta ansiedade informacional seja o surgimento de
recursos tecnológicos, por exemplo o smartphone. Esta ferramenta tecnológica permite
a realização de mais de uma tarefa ao mesmo tempo, tendo em vista que o usuário pode
estar, por exemplo, assistindo televisão, pesquisando conteúdos escolares em seu tablet
ao mesmo tempo em que está conectado à uma ou mais redes sociais por seu
smartphone.
Esse grupo de indivíduos, denominado “geração google”, possui muita
familiaridade com as novas tecnologias, mas pode-se observar que, no que diz respeito
ao comportamento informacional e a forma correta de busca de informação na Internet,
eles não estão tão familiarizados assim. Percebe-se, atualmente, como é veloz e
progressivo o crescimento de acessos de adolescentes à busca de informação na
Internet. Deste modo, surge a necessidade de algum tipo de treinamento sobre como
buscar corretamente as informações na Internet. De acordo com Todd (2003, apud
FIALHO e ANDRADE, 2007, p.30),
36
[...] um aspecto consistente [...] é a necessidade de desenvolver competências
informacionais e críticas nos aprendizes, desenvolvendo as bases intelectuais
para que possam usar apropriadamente a informação, questioná-la, criticá-la e
acessá-la de forma bem-sucedida em suas necessidades de aprendizado e obter
resultados desejáveis de conhecimento, bem como a habilidade de conduzir e
usar efetivamente a quantidade de informação com a qual eles se confrontam
em suas questões para construção de novo conhecimento.
Todo esse treinamento direcionado aos adolescentes na questão do
comportamento informacional na Internet é bastante importante, já que estes, em sua
maioria, desconhecem um mundo sem as novas tecnologias digitais.
Dentro das necessidades informacionais dos adolescentes, um importante estudo
desenvolvido por Savolainen (1995, 2006) chamado Everyday Life Information Seeking
(ELIS) se mostra bastante pertinente, apesar de o mesmo não ter sido feito para um
público específico. Este estudo “se caracteriza como uma tentativa de abordar o
fenômeno de busca de informação para o cotidiano, combinando fatores sociais e
psicológicos” (SAVOLAINEN, 2006, apud LANZI et al, 2012, p.52). Este modelo
possui como ponto chave o estilo de vida, o qual possibilita que se investiguem
elementos sociais e individuais. Nisso, de acordo com Lanzy (2012), a teoria do hábito,
de Bourdieu (1984), respalda prontamente o modelo ELIS. Segundo Savolainen (2006,
p.143, apud LANZI et al, 2012, p.54)
Hábito pode ser definido como um sistema social e culturalmente determinado
de pensamento, percepção e avaliação internalizados pelo indivíduo. Hábito é
um sistema relativamente estável de temperamentos pelos quais indivíduos
integram suas experiências e avaliam a importância de diferentes escolhas, por
exemplo, a preferência por determinados canais e fontes de informação.
Esta conceituação sobre o hábito se revela importantíssima, visto que é de
acordo com os hábitos das pessoas que suas atividades do dia-a-dia são realizadas.
Dentro do modelo ELIS, de acordo com Hughes-Hassel e Agosto (2007, p.34-35, apud
LANZI et al, 2012, p.55), quatro são as categorias e tipologias para a aquisição da
informação, levando em conta o cotidiano dos adolescentes. Estas categorias são: a)
37
canais e fontes pessoais: estes seriam amigos, familiares, funcionários da escola, etc; b)
mídia de comunicação preferida: face a face, computador, etc; c) fontes de mídia e
tópicos da necessidade de informação: . É possível, através desses estudos, perceber
que, de acordo com Lanzi et al (2012, p.57)
[...] a busca de informação e conhecimento está presente no processo de
amadurecimento e passagem da condição de indivíduo adolescente para
indivíduo adulto. Assim, o modelo de ELIS pode auxiliar a identificação das
necessidades informacionais [...]
Muitos jovens utilizam a Internet e os web sites, de acordo com Lanzi et al
(2012, p.68), como fonte confiável para diferentes tipos de assuntos. De acordo com os
dados coletados pelos pesquisadores, a solução para inúmeros questionamentos e
dúvidas, por exemplo, sobre interesses políticos e filosóficos, herança cultural e
identidade, carreira etc, se encontra plenamente disposta na Internet. De acordo com
esta mesma pesquisa. Observa-se que outros assuntos, como rotina, finanças pessoais,
auto-atualização etc também possuem na Internet as suas respostas.
Este estudo nos mostra, em convergência com os resultados da pesquisa da
University College London (2008), que, no que diz respeito à busca informacional dos
adolescentes, a Internet se mostra como a fonte de informação dos mesmos, sendo que
os portais de informação e buscadores se sobressaem, por exemplo, em relação aos
livros, na preferência deste público.
De acordo com os estudos de Lanzi et al (2012), os adolescentes entrevistados
sentiam desconforto e incredulidade com relação à consulta em livros, além de
imobilidade, burocracia e dificuldade nos sistemas de busca de bibliotecas, sendo por
vezes estressante para eles. Sobre as observações indiretas feitas pela bibliotecária do
colégio em que os adolescentes foram entrevistados, tais autores afirmam que
Pôde-se verificar que, ao procurar a informação na internet, os adolescentes
demonstraram agilidade, decisão, alto nível de satisfação, certeza do resultado
rápido e preciso. Entretanto, eles não demonstraram ter habilidades para criar
38
estratégias de busca mais efetivas. Nota-se que os estudantes vêem na internet
o ambiente ideal para pesquisa sobre assuntos atuais e modernos.
Desta maneira, pode-se perceber, através destas pesquisas, que os adolescentes
atualmente têm maior preferência pelos meios digitais de acesso à informação através
da Internet, do que de outras formas, como por exemplo, o acesso a livros e bibliotecas
escolares. Nota-se que não há uma maior preocupação por parte dos adolescentes com
as origens das fontes pesquisadas, sendo agregada na maioria das vezes uma natureza
atual e moderna aos conteúdos disponibilizados. Nisto, faz-se de grande importância
que o profissional da informação adeque sua postura a tais comportamentos, evitando
que as bibliotecas, principalmente as escolares, sejam ambientes burocráticos e sem
atrativos para este público, incorporando, por exemplo, meios digitais que cativem os
jovens, e proporcione um maior dinamismo em sua busca da informação.
39
4. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A consecução dos objetivos de pesquisa demandou a realização de pesquisa
bibliográfica e de pesquisa de campo.
No tocante a pesquisa bibliográfica, para realizar as buscas, foram utilizados os
termos “comportamento informacional”, “web 2.0”, “recursos 2.0”, “comportamento
informacional na web 2.0”, “comportamento informacional de adolescentes”. Os termos
foram buscados no Google Acadêmico (http://scholar.google.com.br/), E-lis
(http://eprints.rclis.org/) e BDTD (http://bdtd.ibict.br/) em português, espanhol e inglês.
Com base nestas buscas, foram recuperados diferentes materiais, sendo eles livros
impressos e digitais, monografias, teses, dissertações, artigos de periódicos, artigos em
blogs e sites especializados e vídeos.
No que se refere à pesquisa de campo, foi realizado um estudo de caso em uma
escola privada de ensino médio da cidade de Natal. O instrumento de coleta de dados
utilizado foi um questionário aplicado entre jovens do ensino médio, mais precisamente
a aqueles matriculados no 1º, 2º e 3º anos da referida escola, adotando-se a técnica de
amostragem.
Este público foi selecionado devido ao interesse em pesquisar, mais
precisamente, os nativos digitais, pois sua familiaridade com as novas tecnologias e
com as redes sociais digitais se dá com muito mais intensidade do que qualquer outro
tipo de público. Além disso, a escolha dos informantes serem alunos de uma escola
privada ao invés de, por exemplo, serem alunos de escola municipal ou estadual, se dá
devido a maior probabilidade do acesso à Internet e dos usos de diferentes recursos
eletrônicos, como modernos aparelhos celulares, smartphones, iPads, entre outros, ser
maior neste público, devido às suas melhores condições socioeconômicas.
A aplicação dos questionários ocorreu nos dias 17 e 18 de Novembro de 2014.
Houve a mediação no contato com a escola por intermédio da bibliotecária, que foi
muito prestativa em seu atendimento. Ela nos explicou que, devido aos procedimentos
adotados pela escola, a aplicação dos questionários seria realizada pela coordenação
pedagógica. Para que fossem aplicados os questionários, foi enviado um ofício do
Departamento de Ciência da Informação (DECIN) assinado pela Profª Dra. Andréa
40
Vasconcelos Carvalho, com a finalidade de obtenção da autorização formal da escola
para a aplicação dos mesmos.
As turmas do 1º, 2º e 3º ano do ensino médio do estabelecimento de ensino
selecionado são compostas por 120 alunos, sendo 40 alunos matriculados no 1º ano, 40
no 2º ano e 40 no 3º ano. Ao considerar a quantidade de 120 questionários extensa,
resolveu-se fazer as aplicações dos mesmos em uma amostra de 50%, que são 60
alunos. Destes 60, 20 são de cada turma, e desses 20, dez são do sexo masculino e dez
do sexo feminino.
O questionário foi elaborado de modo a obter as respostas para as questões
motivadoras, possibilitando o entendimento sobre o comportamento dos estudantes
frente às redes sociais, e como se dá seu uso no cotidiano escolar. Trata-se de um
questionário elaborado com quinze questões, sendo quatorze fechadas e a décima quinta
mista. São abordadas questões como: o que os leva a escolher interagir virtualmente;
quanto tempo passa nas redes sociais; se já houve escolha de interação virtual em
detrimento à interação real; se já houve déficit no rendimento escolar devido às
interações virtuais; através de que meios acessam as redes sociais; se existem grupos de
estudo que promovam a interação entre os colegas de classe, entre outros.
41
5. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Este capítulo trará os resultados, em gráficos, da aplicação dos questionários
entre os jovens do ensino médio do estabelecimento de ensino selecionado, bem como a
análise destes resultados e a discussão e comparação com pesquisas realizadas por
outros autores.
Gráfico 1: Idade (anos)
Fonte: elaboração própria
Com relação à idade do público escolhido, de acordo com o objetivo da
pesquisa, que era conhecer o comportamento informacional e o uso das redes sociais por
adolescentes da cidade de Natal, o Gráfico 1 mostra que os questionários foram
respondidos pelo público esperado: adolescentes entre 15 e 18 anos. Também percebe-
se que os alunos encontram-se em suas idades esperadas de acordo com suas respectivas
turmas, não havendo assim um desnivelamento entre eles.
Gráfico 2: Sexo
Fonte: elaboração própria
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
15 16 17 18
26,7%
33,3% 31,7%
8,3%
50% 50%
Feminino Masculino
42
No tocante ao sexo do público escolhido, pode-se constatar no Gráfico 2 que
houve uma igual divisão no momento em que os jovens responderam os questionários.
Isso foi intencional em virtude do tipo de amostragem adotada. Deste modo, metade dos
informantes era do sexo masculino, e a outra metade, do sexo feminino
Dos 60 adolescentes que participaram da pesquisa, 100% deles afirmaram ter
conexão à Internet. Desta maneira, o motivo da escolha em serem entrevistados alunos
de uma escola particular da zona sul de Natal também se deu com sucesso, já que a
probabilidade de conhecer o comportamento informacional de adolescentes frente às
redes sociais seria maior diante da escolha de uma escola da zona sul de Natal.
Gráfico 3: Preferência de acesso
Fonte: elaboração própria
De acordo com o Gráfico 3, a grande maioria dos jovens mostram preferência
em acessar a Internet e as redes sociais através de smartphones. Isto corrobora com os
estudos de alguns autores, como Cirilo (20??), a respeito da computação ubíqua, uma
Internet totalmente conectada por ferramentas tecnológicas, como celulares que
permitem acesso à web, e que beneficiam os usuários pela natureza da interação que
proporcionam com o uso inteligente de softwares específicos para conexão.
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
Smatphone iPod Notebook Tablet Desktop
60,0%
3,3%
18,3%
8,3% 10,0%
43
Gráfico 4: Facilidade em lidar com recursos tecnológicos
Fonte: elaboração própria
Com relação ao uso dos recursos tecnológicos como computadores e
smartphones, a grande maioria dos adolescentes, como se vê no Gráfico 4, responderam
que sentem facilidade em utilizar estas ferramentas. De todos os informantes, apenas
quatro deles responderam que sentem dificuldades. Isto se mostra um dado interessante,
visto que é esperado que os adolescentes se sintam mais familiarizados com este tipo de
tecnologia do que outros grupos.
Ainda assim, pode-se notar que os resultados obtidos através dessa pergunta, em
sua maioria, confirmam os estudos de alguns autores, como por exemplo, Novelli,
Hoffmann e Gracioso (2011), que mencionam os adolescentes como os “nativos
digitais”, e possuem bastante facilidade em lidar com as novas tecnologias, diferente de,
por exemplo, os baby boomers ou a geração X
Gráfico 5: Conhecimento do que é web 2.0
Fonte: Elaboração própria
93%
7%
Sim Não
2%
98%
Sim Não
44
Apesar de os adolescentes se sentirem bastante familiarizados com as
ferramentas tecnológicas e usarem largamente os recursos da Web 2.0, como será
mostrado no Gráfico 6, pode-se perceber através do Gráfico 5 que eles desconhecem
completamente o que é a Web 2.0. Dentre os informantes, apenas 2% (que corresponde
à um adolescente) respondeu que conhecia a Web 2.0, afirmando que esta seria a
“segunda geração da Internet, que dinamiza a estrutura dos sites e da navegação em
geral”. De acordo com a pesquisa de Carvalho, Alcoforado e Santos (2013), ao
questionar discentes do ensino superior sobre o conhecimento do conceito de Web 2.0,
identificaram também o desconhecimento. O curioso é que tanto os informantes desta
pesquisa quanto do estudo citado, são usuários dos recursos da Web 2.0, mesmo não
conhecendo o conceito. No artigo “No natives here”, de Burhanna, Seeholzer e Salem Jr
(2009) também é mostrado resultado semelhante em pesquisa realizada com estudantes
norte-americanos.
Gráfico 6: Participação em redes sociais
Fonte: elaboração própria
Os adolescentes que participaram desta pesquisa fazem uso de muitos serviços
da Web 2.0, e todos eles afirmaram possuir conta em alguma rede social. Como
demonstrado no Gráfico 6, a rede social Facebook lidera com quase 25% do número de
jovens, seguido pelo Instagram, com 23,6%.
Outros
Slideshare
Vine
Skype
Tumblr
Snapacht
Youtube
3,5%
0,9%
0,9%
1,3%
1,3%
2,2%
7,0%
7,4%
7,4%
19,7%
23,6%
24,9%
45
Gráfico 7: Objetivo de acesso às redes sociais
Fonte: elaboração própria
É constatado, através do Gráfico 7, que a maioria dos adolescentes que
participaram da pesquisa tem como objetivos principais, ao acessar as redes sociais,
conversar com os amigos, postar e ver postagens dos amigos e atualizar-se,
representando 26,8%, 23,2% e 21,1%, respectivamente. Isso aponta uma necessidade de
estar sempre em contato com os amigos, interagindo e participando ativamente nas
redes sociais. Os outros objetivos de acesso às redes sociais, como atualizar-se, fazer
pesquisas em geral e realizar trabalhos escolares através das redes sociais, apesar de
terem sido indicadas como em menor percentual, são ações que podem interferir
positivamente no desempenho escolar dos adolescentes.
Assistir vídeos e escutar música
Realizar trabalhos escolares
Fazer pesquisas em geral
Atualizar-se
Postar e ver postagens de amigos
Conversar com amigos
1,10%
12,60%
15,30%
21,10%
23,20%
26,80%
46
Gráfico 8: Tipo de conteúdo pesquisado nas redes sociais
Fonte: elaboração própria
No Gráfico 8, observa-se que tipo de conteúdo é pesquisado pelos jovens
informantes. A maioria deles afirmou que fazem pesquisas escolares e sobre eventos,
vindo em seguida esportes, cultura popular, carreira, etc. Relacionar isso com a vida
escolar do estudante. Percebe-se que, a despeito do que muitos pensam, o uso das redes
sociais pelos adolescentes não tem como fim apenas o lazer, mas também fins escolares
e culturais. Esse resultado também é compatível com o que foi observado no estudo de
Carvalho, Alcoforado, Santos (2013) que revelou que os estudantes de Biblioteconomia
da UFRN também utilizam as redes sociais para fins acadêmicos.
Outros (Música)
Outros (Vídeos)
Outros
Religião
Filosofia
Saúde
Moda
Carreira
Cultura popular
Esportes
Pesquisas escolares
Eventos
3,0%
2,0%
4,5%
2,0%
3,5%
8,0%
9,5%
10,1%
11,1%
13,6%
16,1%
16,6%
47
Gráfico 9: Tempo por dia usado nas redes sociais
Fonte: elaboração própria
Em relação ao tempo que os estudantes passam por dia conectados às redes
sociais, percebe-se no Gráfico 9 que, a maioria dos informantes, que corresponde a
38,3%, respondeu que passam mais de três horas. Em contrapartida, apenas 1,7%
respondeu que usa as redes sociais por menos de uma hora ao dia. Isto nos mostra o
quão dependentes esses adolescentes se mostram diante do uso das redes sociais, usando
boa parte de seu tempo conectados através deste recurso da web 2.0. Isto pode ser
associado ao fato de os nativos digitais realizarem várias atividades ao mesmo tempo,
de modo que as horas que passam nas redes sociais, provavelmente, são empregadas,
concomitantemente, para a realização de várias outras atividades. Este tipo de
comportamento informacional é ainda mais estimulado pelo acesso às redes sociais
através de smartphones, já que estes recursos tecnológicos permitem o acesso à Internet
em praticamente qualquer lugar em que estes adolescentes estejam.
0%
10%
20%
30%
40%
Menos de 1 hora
1 hora 2 horas 3 horas Mais de 3 horas
1,7%
13,3%
21,7% 25,0%
38,3%
48
Gráfico 10: Forma preferida de conversa com amigos
Fonte: elaboração própria
Contrariando as expectativas do Gráfico 9, onde esses adolescentes
demonstraram passar boa parte do seu tempo conectados às redes sociais, no que se
refere à forma de conversar com os amigos, é constatado no Gráfico 10 que 93% dos
informantes, os quais correspondem à cinquenta e seis dos sessenta adolescentes que
participaram da pesquisa, afirmaram que têm preferência pela conversa “face-a-face”, e
apenas quatro afirmaram preferir conversar virtualmente. Dentre esses quatro, dois deles
afirmaram que a razão para a preferência no contato virtual era a comodidade, um deles
respondeu que era a preguiça em sair de casa e um respondeu que era a opção por não se
expor fisicamente.
Nisto, pode-se observar um resultado inesperado, se levarmos em consideração
os estudos de Bauman (2008) e Keen (2012), onde estes afirmam que as redes sociais
estão tornando frágeis ou quebrando os laços tradicionais entre as pessoas,
especialmente os mais jovens.
7%
93%
Virtualmente Pessoalmente
49
Gráfico 11: Ansiedade para checar o perfil nas redes sociais ao conversar pessoalmente com amigos
Fonte: elaboração própria
De acordo com o Gráfico 11, 85% dos adolescentes que participaram da
pesquisa responderam que não se sentem ansiosos para checar seus perfis nas redes
sociais, enquanto nove deles responderam o contrário. Desta forma, nota-se que os
jovens, em sua maioria, além de preferirem conversar pessoalmente com seus amigos,
não demonstram ansiedade em checar seus perfis enquanto conversam ou se divertem
entre si.
Gráfico 12: Vício em redes sociais
Fonte: elaboração própria
Pelo que se pode constatar no gráfico 12, mais da metade dos informantes
responderam que são viciados em redes sociais apenas “em parte”, enquanto o resto dos
informantes se dividia entre viciados, com 15%, e não viciados, com 32%. Este vício
total ou parcial no uso das redes sociais pode impactar no desempenho escolar dos
15%
85%
Sim Não
15%
53%
32%
Sim Em parte Não
50
informantes, pois pode gerar dispersão. Embora, como visto anteriormente, parte do uso
das redes sociais inclui atividades que contribuem para as atividades escolares.
Gráfico 13: Contribuição das redes sociais para os estudos
Fonte: elaboração própria
Com relação à contribuição das redes sociais para os estudos, pode-se observar
no Gráfico 13 que 82% dos adolescentes responderam que elas podem contribuir para
seus estudos, enquanto 18% dos informantes responderam que não. Dentre as respostas
afirmativas, foi constatado que a maioria (43,3%) dos adolescentes considera as redes
sociais como fonte de pesquisa de conteúdos adicionais, contribuindo assim com o
aprendizado. As outras respostas, tanto positivas quanto negativas, se subdividiam em
percentuais aproximados, variando entre 5% e 11%.
Outras respostas positivas foram que as redes sociais permitem a troca de
informações para estudos, além de estudar e tirar dúvidas com os amigos sobre os
conteúdos ministrados em sala de aula.
Dentro das respostas negativas, os informantes afirmaram que ou não fazem uso
das redes sociais para os estudos, ou que elas são uma distração, muitas vezes somente
atrapalhando.
82%
18%
Sim Não
51
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Sabe-se que, de algumas décadas até o presente momento, os recursos
tecnológicos como os computadores, iPods e smartphones vem crescendo e se
popularizando de tal maneira que está cada vez mais comum as pessoas terem acesso à
esses tipos de recursos. Além destes recursos tecnológicos, o uso da Web e,
particularmente, a Web 2.0 cresce de forma muito veloz a cada dia, atingindo uma gama
cada vez mais ampla de pessoas.
Junto ao crescimento da Web 2.0, as redes sociais digitais, um de seus recursos,
surgem com a finalidade inicial de aproximar pessoas e facilitar a consecução de
objetivos comuns e convivência entre as pessoas. Estas redes sociais se expandiram e
continuam a crescer até hoje, atingindo cada vez mais um maior número de usuários, em
especial, os chamados nativos digitais.
Estas redes sociais atreladas aos recursos tecnológicos fazem emergir um novo
fenômeno entre estes jovens, que é a massiva interação virtual entre eles, onde as redes
sociais fazem importante papel intermediário, permitindo a troca de informações e
conversas entre os mesmos.
Esta pesquisa demonstrou que, apesar de estes jovens terem como objetivo
principal nas redes sociais a conversa entre amigos, é perfeitamente viável a aplicação
do uso deste tipo de recurso da web 2.0 nas atividades educacionais destes adolescentes.
Isto se dá devido ao fato, demonstrado por esta pesquisa, que eles possuem, entre suas
preferências de conteúdos a serem pesquisados nas redes sociais em seu cotidiano, as
pesquisas escolares. Inclusive os informantes consideram, em sua maioria, que as redes
sociais são importantes para a realização de atividades educacionais, pois constituem em
fontes de pesquisa e troca de informações ou materiais de aula entre os colegas.
Também foi possível constatar, que os jovens utilizam, em sua maioria, as redes
sociais com bastante freqüência, chegando a passar mais de três horas por dia
conectados a elas através de seus smartphones, recurso tecnológico apontado por eles
como preferido no momento do acesso às redes sociais. Constatou-se também que,
embora façam uso frequente da web 2.0, eles desconhecem este conceito.
Deste modo, percebe-se que o comportamento informacional dos estudantes do
ensino médio do Centro de Educação Integrada (CEI) da cidade do Natal fazem uso das
52
redes sociais digitais como ferramenta de estudo, pois, além de utilizar as redes sociais
para conversar informalmente com os colegas e se entreter, utilizam-nas também para a
realização de atividades educacionais.
53
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WOLTON, Dominique. Internet, e depois? Uma teoria crítica das novas mídias. 2. ed.
Porto Alegre: Sulina, 2007. 231 p.
58
APÊNDICE A:
OFÍCIO ENVIADO AO CENTRO DE EDUCAÇÃO INTEGRADA (CEI)
59
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO
Ofício nO 02/2014 - DECIN Natal, 07 de Novembro de 2014. Ao Centro de Educação Integrada - Colégio CEI
Para Sheila Lemos
Prezada senhora,
Solicitamos autorização para realizar pesquisa acadêmica com alunos do ensino médio do Colégio CEI. Trata-se de uma pesquisa vinculada à elaboração do trabalho de conclusão de curso desenvolvido pelo discente do curso de graduação em Biblioteconomia, Rafael Galvão de Meio, matrícula nO 2009008898 sob a orientação da profa Dra. Andréa Vasconcelos Carvalho do Departamento de Ciência da Informação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. A referida pesquisa objetiva analisar o comportamento informacional dos estudantes em relação às redes sociais.
Certos de contar com sua colaboração, antecipadamente agradecemos.
Cordialmente,
UFRN/CCSA/DECIN
Campus Universitário Lagoa Nova - NatallRN; Av. Senador Salgado Filho, 3000. CEP 59078-970.
Fone: (84) 3215-3515.
60
APÊNDICE B:
QUESTIONÁRIO
61
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
CURSO DE GRADUAÇÃO EM BIBLIOTECONOMIA
QUESTIONÁRIO
Este questionário destina-se a coletar dados necessários para a elaboração de um
trabalho de conclusão de curso que está sendo realizado no Curso de Graduação em
Biblioteconomia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte pelo discente Rafael
Galvão de Melo, sob a orientação da Profa. Dra. Andréa Vasconcelos Carvalho. O
objetivo desta pesquisa é analisar o comportamento informacional de estudantes do
ensino médio residentes na cidade de Natal-RN em relação às redes sociais. Assim, sua
participação é muito importante e, antecipadamente, agradecemos.
I – CARACTERIZAÇÃO DO INFORMANTE
1. Idade:
( ) 14 ( ) 15 ( ) 16 ( ) 17 ( ) 18 ( ) 19
2. Sexo:
( ) F ( ) M
3. Possui conexão a Internet?
( ) Sim
( ) Não
4. Como você prefere acessar a Internet?
( ) Smatphone
( ) iPod
( ) Notebook
( ) Tablet
( ) Desktop
5. Você sente facilidade em lidar com computadores, celulares e outros recursos
tecnológicos?
( ) Sim
( ) Não
62
6. Você sabe o que é Web 2.0?
( ) Sim
( ) Não
Se respondeu afirmativamente, indique o que você entende por web 2.0.
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
II – COMPORTAMENTO INFORMACIONAL NAS REDES SOCIAIS
7. Você possui conta em uma ou mais redes sociais (Facebook, Twitter, Instagram,
Flicker, Slideshare, Pinterest...)?
( ) Sim
( ) Não
8. De qual(is) desta(s) rede(s) social(is) você participa?
( ) Youtube
( ) Flicker
( ) Slideshare
( ) Outros _______________________
9. Com qual objetivo você acessa as redes sociais?
( ) Conversar com amigos
( ) Postar e ver postagens de amigos
( ) Fazer pesquisas em geral
( ) Atualizar-se
( ) Realizar trabalhos escolares
( ) Outro________________________
10. Que tipo de conteúdo você costuma pesquisar nas redes sociais?
( ) Moda
( ) Cultura popular
( ) Religião
( ) Filosofia
( ) Carreira
( ) Saúde
( ) Pesquisas escolares
( ) Eventos
( ) Esportes
( ) Outros: ______________________________
63
11. Quanto tempo por dia, em média, você passa nas redes sociais?
( ) Menos de 1 hora
( ) 1 hora
( ) 2 horas
( ) 3 horas
( ) Mais de 3 horas
12. De que forma você prefere conversar com seus amigos?
( ) Virtualmente
( ) Pessoalmente
Se respondeu virtualmente, qual a razão da sua escolha?
( ) Comodidade
( ) Timidez
( ) Traumas de Bullyng
( ) Medo de assaltos, roubos ou assassinato
( ) Preguiça de sair de casa
( ) Opção por não se expor fisicamente
( ) Outro________________________
13. Quando está interagindo “face a face” com os amigos, sente-se ansioso para
checar seu perfil nas redes sociais?
( ) Sim
( ) Não
14. Você acha que é viciado em redes sociais?
( ) Sim
( ) Em parte
( ) Não
15. Para você, as redes sociais contribuem de algum modo para os seus estudos?
( ) Sim
( ) Não
Justifique sua resposta:
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________