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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁSETOR DE COMUNICAÇÃO, ARTES E DESIGN

DEPARTAMENTO DE ARTESPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MÚSICA

3.º COLÓQUIO do PROGRAMA de PÓS-GRADUAÇÃO em MÚSICA da UFPR

Organização: Coordenação do PPG Música

O colóquio do PPGMúsica/UFPR é um evento para congregar professores, alunos e pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em música da UFPR e de outras instituições, com o objetivo de compartilhar e difundir as investigações e estudos desenvolvidos no âmbito do programa e de seus grupos de pesquisa. Este evento também oferece créditos aos alunos do PPGMúsica matriculados nas disciplinas de Seminário de Pesquisa I e II (nível mestrado) e Seminário Avançado de Pesquisa I e II (nível doutorado).Participam da orientação dos trabalhos os seguintes professores doutores: Ana Paula Peters, Daniel Quaranta, Danilo Ramos, Edwin Pitre, Felipe Ribeiro, Guilherme Romanelli, Maurício Dottori, Norton Dudeque, Roseane Yampolschi, Rosane Cardoso de Araújo, Silvana Scarinci, Valéria Lüders e Zélia Chueke.

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CRONOGRAMA GERAL

:: 24/11/2016 – quinta-feira (18h00 - 21h30):: 25/11/2016 – sexta-feira (09h00 - 18h30):: 26/11/2016 – sábado (09h00 - 11h30)

24/11 – Quinta-feira18:15 Introdução pela coordenadora do PPGMúsica, Profa. Dra. Rosane Cardoso de Araújo

SESSÃO 1:18:30 Márcia Eloíza Kaiser19:00 Sidiney Gomes Pereira19:30 Rubens Rosa A. Filho20:00 Thiago Duarte 20:30 Hugo Leonardo M. Correa21:00 Sérgio Monteiro Freire

25/11 – Sexta-feira

SESSÃO 2:09:00 Aglaê Frigeri09:30 Rafael S. Ferronato10:00 Jean Felipe Pscheidt10:30 Susan E. Volkman11:00 Jorge Fernando B. M. de Almeida11:30 Lilian Dalcol12:00 Julio César Matos Borba

SESSÃO 3:14:00 Bruno Brandalise Leonardi14:30 Jorge Augusto Scheffer15:00 Frederico Gonçalves Pedrosa15:30 Vera Regina Lunardi16:00 Gabriel Stocchero Floriani16:30 Rafael Palmeira da Silva17:00 Jorge Falcón17:30 Rodrigo L. S. Enoque18:00 Mirna Azevedo Costa18:30 Valentina Daldegan19:00 Fabio B. de Souza

26/11 – Sábado

SESSÃO 4: 09:00 Adailton Sérgio Pupia 09:30 Rafael Lopes dos Santos10:00 Francisco K. Wildt10:30 Thiago P. Teixeira11:00 Alexandre Gonçalves11:30 Dayane Battisti12:00 Bruna Kaiser Wasem12:30 Francisco Okabe

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Caderno do 3.º COLÓQUIO do PROGRAMA de PÓS-GRADUAÇÃO em MÚSICA da UFPR

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RESUMOSSESSÃO 1

EDICÃO CRÍTICA DA ÓPERA LE FORTUNE DI RODOPE E DAMIRA DE AURELIO AURELI E ANDREA ZIANI

Marcia Eloiza KayserOrientadora: Profª Drª Silvana Scarinci

A identidade de uma obra é impressa pelo seu tempo, uma vez que suas convenções se tornam conhecidas e associadas ao seu período histórico. Conforme Maria Caraci Vela, importante teórica do método fi lológico a ser empregado nesta investigação “o propósito da edição crítica é a restituição do texto e a visualização de suas relações com o autor e com a tradição” (CARACI, 2015, p.151). A obra a ser pesquisada é de Andrea Ziani (1616-1684), músico no cenário norte-italiano, organista e compositor de vários dramas, dentre eles, a ópera Le fortune di Rodope e Damira, relevante na produção do compositor e ainda não editada. A transcrição da obra musical será realizada a partir de dois testemunhos autorizados e ideográfi cos. Como exemplar de comparação, foi escolhido o manuscrito fotografado encontrado na Biblioteca Marciana de Veneza, por ter sido dedicado à cantora-atriz Anna Renzi, primeira prima donna na história da ópera. Com o objetivo geral de produzir uma edição crítica da obra de Andrea Ziani e Aurelio Aureli, os objetivos específi cos serão: transcrever a obra; identifi car, descrever, analisar e comparar os testemunhos que informam a mesma; estabelecer o texto musical; editar de forma crítica a obra através de revisão minuciosa das tradições; reconstituir uma obra do passado, levando em consideração seu contexto histórico e também estilo. Para tentar compreender a importância desta obra em particular dentro de um contexto maior, utilizaremos um quadro comparativo de peças do mesmo período da obra pesquisada, ou seja, a ópera veneziana de meados do século XVII.

Palavras-chave: musicologia, ópera veneziana do século XVII, fi lologia, edição crítica.

CONFLUÊNCIAS ENTRE AS ARIANE ET BACCHUS DE MARIN MARRAIS E MONTECLAIR: ANÁLISE ESTILÍSTICA E ESTRUTURAL ENTRE OS GÊNEROS ÓPERA E CANTATA FRANCESA

Sidiney Gomes PereiraOrientadora: Profª Drª Silvana Scarinci

A proposta desse projeto está ajustada em comparar e traçar parâmetros sobre as idéias musicais, a retórica, a dinâmica quanto aos afetos e sua disposição das fórmulas fi xas entre as peças homonimas de Marin Marais (tragédie lyrique) e Montecláir (cantata para soprano) sob o título de Ariane et Bacchus. A escolha deste tema é oportuna, pois se encaixa ao tema central do grupo de pesquisa em música antiga/LAMUSA - Laboratório de Música Antiga: repertórios e desdobramentos teóricos e práticos (UFPR), que vem produzindo pesquisa desde 2010 sobre a ópera Ariane et Bacchus, de Saint-Jean e Marin Marais. O “convite” à análise das duas peças surge por entender que a cantata francesa ou le petit poeme dramatique, como Verschaeve (2012, p.129) mostra em seu livro Traité de chant et mise en scéne baroques, traz fortes elementos da ópera, considerando aí a “trama poética e cênica” envolvida nos textos de ambas. Por fi m, objetivamente o trabalho tende a demonstrar a importância técnica da cantata, quanto ao suporte técnico, servindo aos muitos cantores em formação, como uma

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possibilidade de “experiência de palco”, pois apesar de ser concebida de forma pormenorizada, isto é, com formações orquestrais reduzidas, tempo de duração e quantidade de cantores, sua trama, musical, poética e teatral, a cantata pode ser considerada igualmente densa à tragédie lyryque.

ESTUDO SOBRE OS RECITATIVOS E ÁRIAS NA TRAGÉDIE EN MUSIQUE DE MARIN MARAIS, ARIANE ET BACHUS (1696).

Rubens Rosa A. FilhoOrientador: Profa. Drª Silvana Scarinci

Nessa pesquisa pretendemos analisar aspectos específicos da tragédie en musique, Ariane et Bachus. Buscando assim conhecer o estilo barroco francês mais profundamente e em particular a escrita na obra de Marais. Dois tipos de música vocal estão presentes na tragédie en musique: a ária e o recitativo. Por meio de análise detalhada buscaremos sua compreensão, e com isso, possibilitaremos criar ferramentas para a interpretação e a execução desse repertório. Para desenvolver a pesquisa será necessário abordar os seguintes conteúdos:

• A tragédia clássica francesa (Tragédie classique);• A versificação francesa na tragédia clássica; • Racine e a declamação; • A música de Lully e a relação com o teatro de Racine;• A representação musical da declamação• A métrica nos recitativos e árias;• Transposição da versificação da Tragédie Classique para Tragédie en Musique;• Caracterização dos personagens a partir da construção dos recitativos.

A SONORIDADE DO TRIO CORRENTE: UMA ANÁLISE DA RECONSTRUCÃO DO DISCURSO MUSICAL ATRAVES DO TEMPO.

Thiago Duarte Orientador: Prof. Dr. Danilo Ramos

Nos últimos anos, houve o surgimento de novos grupos de música instrumental brasileira com uma tendência em direção a maior liberdade rítmica, que assimilaram elementos polirrítmicos e polimétricos, atingindo, assim, um nível de complexidade que antes se restringia somente às questões harmonicas. Dentro desse contexto, o objeto da presente pesquisa é a obra do grupo paulistano de música instrumental Trio Corrente, que, desde o lançamento do primeiro disco em 2005, traz releituras de obras já conhecidas da música popular brasileira, reestruturadas e moldadas por meio da incorporação desses elementos. O objetivo dessa pesquisa é analisar a interpretação e improvisação realizada pelos músicos do grupo, sob o enfoque das alterações rítmicas e métricas. Para tanto, serão selecionados trechos de três interpretações do trio: Maçã (Djavan), Garota de Ipanema (Tom Jobim) e Refém da Solidão (Baden Powell/Paulo Cesar Pinheiro). Os trechos serão transcritos e, para explorar aspectos relacionados à interpretação musical, será feita uma análise com base em um recorte temporal, no qual serão apresentadas as partituras das melodias originais comparadas às interpretações do trio. Para o estudo sobre a improvisação, serão analisados o uso e a sobreposição de elementos de polirritmia e polimetria, bem como a interação não verbal entre os músicos a partir destes elementos. Essa interação será investigada por meio do registro audiovisual dos mesmos

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arranjos em um contexto de apresentaç ã o ao vivo, a fi m de averiguar diferenç as que possam servir de parâ metro para reconhecer a existê ncia de elementos que nã o foram previamente defi nidos nas gravaç õ es originais. Os dados da pesquisa serã o discutidos com o modelo de improvisaç ã o proposto por Kenny e Gellrich e com a Nova Filosofi a da Educaç ã o Musical proposta por Elliot, no intuito de apoiar o estudo da polirritmia e da polimetria na mú sica instrumental brasileira e contribuir para estraté gias de ensino neste contexto.

Palavras-chave: Mú sica instrumental brasileira; Trio corrente; Polirritmia; Polimetria; Expertise musical.

A SAGRACÃO DOS SOPROS: UMA EXPERIÊNCIA ESTETICA ATRAVES DO JOGO ELETRÔNICOHugo Leonardo Martins Correa

Orientadora: Profa. Dra. Roseane Yampolschi

Os jogos eletronicos consistem em uma série de imagens ou animações previamente programas eletronicamente sensíveis ao comando do jogador, que interage com esta programação através de uma interface (geralmente uma espécie de controle, denominada joystick). Os videogames “situam-se ele em um universo ilusório criado pelo ser humano, onde a linha da imaginação funde-se com uma realidade virtual criada por aparelhos eletronicos” (REIS, 2005).

A história dos videogames é recente, possuindo pouco mais de meio século. Intimamente ligada a evolução tecnológica e ao computador, os videogames hoje são objetos de destaque na economia mundial (LUZ, 2009, p.21). Devido a demanda e a cultura de massa o videogame tem sido questionado como forma de arte, contudo o autor Aaron Smuts em seu artigo Are Video Games Art? (Os videogames são arte?) explica de um ponto de vista estético, histórico o valor artístico que pode existir nos videogames (SMUTS, 2005) sendo uma importante justifi cativa para o presente trabalho.

O jogo A Sagração dos Sopros, objeto de estudo deste trabalho, tem por objetivo conduzir o jogador a montar uma Jazz Orchestra. Através de uma série quebra-cabeças musicais, o jogador vai adquirindo conhecimento sobre instrumentos musicais. O problema que impulsiona esta pesquisa é: como a trilha sonora somada ao jogo A Sagração dos Sopros proporciona uma experiência estética ao jogador?Intimamente ligado ao problema, o objetivo deste projeto é proporcionar através do jogo eletrônico A Sagração dos Sopros experiências estéticas ao jogador.Além das contribuições na área de música, este trabalho pode contribuir para futuras pesquisas nas áreas de multimeios, animação, ciências sociais, programação e artes visuais.

MULTIFÔNICOS DO SAXOFONE COMO PILARES PARA A COMPOSICÃO MUSICALSérgio Monteiro Freire

Orientadora: Profa. Dra. Roseane Yampolschi

A revisão crítica da literatura atual sobre os multifonicos de saxofone feita no último colóquio apontou três problemas pertinentes à escrita desses sons no que se refere à; (1) ausência de uma terminologia unifi cada para as características físicas e possibilidades modulatórias de sons simples para sons múltiplos e de múltiplos para múltiplos, que sirva para descrever categorias de multifonicos; (2) ao fato de que o conceito de acorde, convencionalmente usado para descrição de multifonicos, ofusca outras características sonoras do instrumento; (3) à disparidade que há entre os multifonicos como objeto de percepção e sua representação gráfi ca.

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O autor desta pesquisa em andamento inicia uma busca para aproximar as possibilidades sonoras do multifonico do saxofone a uma escrita compreensível, com a finalidade de elucidar suas características ao compositor e por consequência tornar o efeito sonoro claro e factível para o intérprete. Esta escrita que proponho como padrão para o projeto é uma mescla de notações já em uso, mas ainda sem organização sistemática. Em conjunto com a revisão da escrita de multifonicos, delimito dois tipos de multifonicos para o saxofone através do estudo de harmonicos proposto por Raschèr em Top Tones for the Saxophone (1941) e de multifonicos por Kientzy em Les Sons Multiples Aux Saxophones (1982), Phelps em A Thessaurus of Saxophone Multiphonics and a Guide to Their Practical Application (1998), Moore em A Multiphonic Reappraisal and the Alto Saxophone Concerto Radial (2014), e Spectral Immersions (2015) de Watts.

Para exemplificar esta proposta de escrita abrangente a estes dois tipos de multifonicos do saxofone e que visa amenizar os três problemas mencionados no primeiro parágrafo, usarei exemplos em áudio das obras Talerè : Phoné de Maurício Dottori (2015) e Amar vc é coisa de minutos… Leminski/Freire (2016).

SESSÃO 2

MODULACÃO METRICA, RÍTMICA E AUTORREGULACÃOAglaê Machado Frigeri

Orientadora: Profa. Dra. Rosane Cardoso de Araújo

Este estudo está relacionado à pesquisa de doutorado em andamento que estou desenvolvendo, cuja tema central é sobre a aprendizagem da rítmica no contexto do ensino superior. Neste colóquio será feita uma breve apresentação sobre a técnica de Modulação Métrica, uma ferramenta composicional e interpretativa, desenvolvida por Elliot Carter no final dos anos 40. Como elemento de análise, será utilizada a peça Canaries, uma das “Oito Peças para Quatro Tímpanos”, que representam uma das criações musicais mais importantes para tímpano solo no século 20. Para a devida compreensão do assunto, serão utilizados exercícios rítmicos relacionados à formação de compassos, mudanças de fórmulas de compasso, quiálteras e acentos, baseados no trabalho sobre rítmica de José Eduardo Gramani, e traçando um paralelo com a Teoria de Autorregulação, desenvolvida por Barry Zimmerman.

O ENSINO COLETIVO DE VIOLINO BASEADO NA TEORIA DE AUTODETERMINACÃO Rafael Stefanichen Ferronato

Orientadora: Prof. Dra. Rosane Cardoso de Araújo

O ensino coletivo de violino é um tema que tem sido colocado em prática em diversos cenários, mas ainda pouco explorado em trabalhos acadêmicos no Brasil. O objetivo dessa tese é de investigar a aplicação de estratégias de ensino coletivo do violino, adaptadas para um contexto de contraturno escolar, e que serão guiadas pela Teoria da Autodeterminação (DECI; RYAN, 2000). Essa teoria será utilizada para compreender os elementos da motivação intrínseca e extrínseca, assim como os fatores relacionados com a sua promoção. Ela também fornecerá explicações de como as tendências naturais para o crescimento e as necessidades psicológicas interagem com as condições socioculturais dos alunos de violino. Para fornecer o embasamento teórico do ensino coletivo de violino, serão utilizados diversos métodos e práticas pedagógicas, tanto do ensino coletivo do violino quanto do ensino

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individual. Utilizarei o ensino individual do violino por se tratar de uma área que se desenvolveu durante séculos, e que trará uma enorme contribuição por meio de seus principais autores (SEVCIK, CRICKBOOM, FLESCH, GALAMIAN, HAVAS, VARGA). Do ensino coletivo utilizarei práticas pedagógicas desenvolvidas pelos seguintes autores, desenvolvidas a partir da segunda metade do século XX: SUZUKI,ROLLAND,BRUCE-WEBER. Essateseserácolocadaempráticanum contexto de contraturno escolar, em uma escola da rede municipal de ensino de Curitiba - PR. A metodologia a ser utilizada será a pesquisa quase-experimental, onde aplicarei um questionário antes e outro após o procedimento experimental (sem um grupo de controle). Também utilizarei a análise de vídeos de aulas chaves no processo de aprendizagem, além da observação etnográfi ca. Estes serão os instrumentos para coletar os dados necessários para uma análise quantitativa e qualitativa dos resultados.

O PROCESSO CRIATIVO DE CRIANCAS INICIANTES EM BATERIA INSERIDAS EM UM CONTEXTO INTERATIVO-REFLEXIVO

Jean Felipe PscheidtOrientador(a): Profa. Dra. Rosane Cardoso de Araújo

Para Webster (2002), a criatividade deve estar presente desde o início do aprendizado, atuando como um fi o condutor de qualquer prática de educação musical. Desse modo, o primeiro passo para o desenvolvimento de um processo criativo em aulas de bateria é a construção de um ambiente que favoreça a criatividade. Addessi (2015), por sua vez, oferece um recurso pedagógico para a criatividade sob o viés do paradigma da interação refl exiva cujo o envolvimento entre criança e máquina é investigado: a Plataforma MIROR. Nesta plataforma, uma das interfaces é o MIROR-Impro. Este sistema funciona respondendo às ações da criança, assim, quando ela toca uma frase, o próprio sistema gera uma resposta súbita com base naquilo que foi tocado anteriormente. De acordo com Adesse (2015), este processo desenvolve a criatividade musical do indivíduo de modo que vários comportamentos humanos podem ser mapeados durante o tempo de interação com a máquina, como atenção, concentração e envolvimento, além de vários procedimentos criativos, como os mecanismos de execução/repetição, variação, construção de padrões e frases.  O objetivo geral desta pesquisa, portanto, é apresentar a perspectiva de investigação do processo criativo de crianças iniciantes em bateria inseridas em um contexto interativo-refl exivo. A metodologia utilizada é baseada na pesquisa qualitativa com um enfoque descritivo, por meio de um estudo de desenvolvimento (COHEN, MANION, MORRISON, 2007). Isto permite descrever e interpretar o processo criativo dos participantes da pesquisa sob um viés longitudinal, o que oportuniza observar e distinguir atentamente as mudanças durante um período de tempo (COHEN, MANION, MORRISON, 2007). Por fi m, esta abordagem amplia as discussões a respeito da utilização do MIROR-Impro ao focar no aspecto rítmico e contribui com o campo da educação musical e cognição no que tange o tema da criatividade.

UM ESTUDO SOBRE APLICACÃO DO PROGRAMA DE MODELACÃO DE DOMÍNIO NO ENSINO DE VIOLINO EM GRUPO

Susan Emanuelle Volkmann Orientadora: Profa. Dra. Rosane Cardoso de Araújo

O tema central desta pesquisa de mestrado foi o estudo da modelação e das crenças de autoefi cácia – sob a perspectiva da Teoria Social Cognitiva de Albert Bandura - no contexto de performance de violino voltada ao público jovem. O constructo de motivação proposto como aporte teórico para esta

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pesquisa se refere às crenças do indivíduo no que diz respeito aos seus julgamentos sobre si mesmo e o quanto ele acredita nas próprias habilidades. Assim, as crenças de autoeficácia são determinantes para o nível de motivação e confiança do indivíduo para enfrentar desafios e efetivar atividades. Para aumentar as crenças de autoeficácia, é possível utilizar o programa de modelação de domínio, que é uma proposta de uma ação baseada em atividades que se desenvolvem especialmente por observação, a partir de diferentes modelos. Assim, o objetivo geral desta pesquisa foi elaborar e analisar um modelo de programa de modelação de domínio no ensino de violino para jovens entre 14 e 21 anos com o intuito de aprimoramento e/ou aquisição de crenças de autoeficácia. Os objetivos específicos foram: elaborar o programa de modelação de domínio para a performance de violino em grupo; verificar o desenvolvimento das atividades para a performance do violino (exercícios de respiração, aquecimento físico-corporal e aquecimento instrumental) com base na experiência vicária; e verificar a motivação dos participantes da pesquisa a partir da aplicação do modelo. A metodologia utilizada foi a pesquisa-ação estratégica que se caracteriza pelo planejamento prévio das atividades e análise contínua das atividades. O programa consistiu em sete aulas coletivas com duração de uma hora e meia cada, e uma performance pública. Os resultados obtidos nesta pesquisa indicam possibilidades metodológicas para professores de violino interessados nos aspectos motivacionais dos alunos, especialmente para otimização da performance musical. Com esta pesquisa também é possível suscitar reflexões e questionamentos sobre programas de ensino de violino para jovens estudantes.

RODA DE CHORO EM CURITIBA: PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM DO VIOLÃOJoão Fernando Bueno Matos de AlmeidaOrientador: Profa. Dra. Ana Paula Peters

Segundo o Dicionário Cravo Albin o Choro teve seu possível início a partir de 1870, com a criação do gênero pelo flautista Joaquim Antonio da Silva Callado Junior na cidade do Rio de Janeiro. Originário da mistura de danças e instrumentos europeus como o violão, saxofone, cavaquinho entre outros, com a interpretação e influência de músicas africanas como o Lundu. O choro antes de ser “fundado” vinha sendo desenvolvido desde o começo do século XIX pela classe média baixa que passou a existir após a criação de cargos públicos, esta nova classe social que passou a ter uma condição financeira melhor, então puderam comprar instrumentos e praticá-los com maior liberdade. Desde então o choro se ampliou, teve e tem grandes nomes da música brasileira envolvidos com o estilo, como: Chiquinha Gonzaga, Ernesto Nazaré, Villa Lobos, Yamandú Costa. Esse estilo conta com uma vasta e complexa instrumentação, com grupos renomados e heterogêneos. O presente trabalho pretende investigar através de estudo de caso em alguns grupos de choro de Curitiba especificamente, qual é o processo de ensino/aprendizagem do violão desse estilo dentro desses grupos escolhidos, pois “não existe educação espontânea” (Sandroni, 2000 p.2). Para fazer essa análise será usada o método etnográfico de observação, “as grandes paisagens informam realidades não detalhadas onde as minúcias cotidianas não podem ser captadas” (de Barros in Velho, 2006 p.45), por isso poderá ser coletado vídeos, fotos, gravações de áudio, entrevistas, questionários e até mesmo uma possível inserção do pesquisador como integrante de algum grupo para assim como Prass (2004 p. 31) se aproximar dos atores (na atual pesquisa os chorões) e vivenciar com intensidade os processos de ensino e aprendizagem deles.

Palavras chave: Choro, violão, ensino e aprendizagem

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REPERTÓRIOS MUSICAIS DOS DOCENTES DA EDUCACÃO MUSICAL DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE CURITIBA: A RELACÃO ENTRE PREFERÊNCIAS PESSOAIS E

SELECÃO DE MÚSICAS PARA A SALA DE AULALilian Dalcol

Orientador: Profa. Dra. Ana Paula Peters

Essa pesquisa pretende identifi car as preferências musicais do professor que atua com a educação musical no Ensino Fundamental 1 na Rede Municipal de Ensino de Curitiba e a relação com o repertório musical selecionado por ele para suas aulas, procurando compreender seu entendimento sobre qual repertório musical deve ser ofertado ao estudante e como é selecionado. Levando-se em conta que a maioria dos docentes do município é composta por pedagogos, não licenciados em Música, parte-se da compreensão acerca da diversidade cultural e da importância do respeito à diversidade musical na educação musical.

Palavras-chave: educação musical, repertório, diversidade musical

O CHAMAME CAMPO GRANDENSSE NA OBRA DE DINO ROCHAJulio César Matos Borba

Orientador: Prof. Dr. Edwin Ricardo Pitre Vásquez

O presente trabalho é um estudo sobre o gênero musical chamamé, na cidade de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, a partir da obra do acordeonista Dino Rocha. Esta pesquisa busca encontrar os elementos de identifi cação pantaneiros na música instrumental do Estado nos anos 1970 e 1980. O chamamé surgiu na Argentina como uma nacionalização da polca paraguaia e chegou ao Estado brasileiro citado  pela migração gaúcha, tornando-se elemento característico desta cultura e confi gurando um variado repertório local. As gravações de música instrumental sul mato-grossense começaram em 1969, tendo o chamamé como principal elemento identitário e, desde os anos 1970, Dino Rocha é considerado a referência desse gênero musical na região, em razão da sua produção discográfi ca dentro e fora do país. A pesquisa obedece as seguintes etapas: revisão bibliográfi ca, utilizando como método uma  etnografi a do chamamé instrumental  na cidade de Campo Grande, além de transcrição, análise e processos de adaptações para o violão de sete cordas das músicas do acordeonista Dino Rocha.

SESSÃO 3

UM PANORAMA DO ENSINO DA TUBA NO BRASIL A PARTIR DA SELECÃO E UTILIZACÃO DE MANUAIS DIDÁTICOS.

Bruno Brandalise LeonardiOrientador: Prof. Dr. Guilherme Ballande Romanelli

A tuba é um instrumento que tem um papel importante e fundamental na história e na prática da música brasileira, sendo presente em formações como: bandas marciais, as tradicionais “bandinhas” (bandas musicais), regionais de choro, grupos de câmara e as grandes orquestras. A partir de sua ampla presença no meio musical brasileiro, surgem questionamentos relacionados a como esse instrumento vem sendo ensinado por docentes em várias regiões do Brasil; quais e como os métodos pedagógicos são utilizados; como é o interesse dos alunos nas propostas pedagógicas; e como são abordadas as características solísticas da tuba. O objetivo geral desta pesquisa, portanto, é investigar

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o ensino da tuba no contexto do ensino superior brasileiro. Como objetivos específicos busca-se: (a) apontadar quais as instituições de ensino superior no Brasil que possuem superior em tuba; (b) verificar quais os manuais didáticos que estão sendo abordados pelos docentes; (c) analisar de que forma os mesmos aplicam esses manuais com seus alunos. que forma os mesmos aplicam esses manuais com seus alunos. Do ponto de vista metodológico, será feita uma análise de conteúdo para estudo dos manuais e um estudo de levantamento (Survey) para compreender os critérios de seleção e modos de utilização.

CAMERATA ANTIQUA DE CURITIBA: EMISSÃO E RECEPCÃO DO CAPITAL ARTÍSTICO.Jorge Augusto Scheffer

Orientador: Prof. Dr. Guilherme Ballande Romanelli

O presente projeto de pesquisa investigará sob a ótica do conceito de capital artístico – emissão e recepção – as produções musicais realizadas pela Camerata Antíqua de Curitiba. Levar-se-ão em conta os músicos, o maestro e a direção artística e administrativa da orquestra como os agentes responsáveis, de forma direta ou indireta, pela emissão deste capital; e do público como o receptor do mesmo em quatro diferentes contextos. Como alternativa teórico-metodológica foi escolhida a etnografia, referenciando-se em autores como Seegers (2008) e Campbell (2003, 1998). A coleta de dados será realizada por meio de um registro etnográfico -   observação participante durante a temporada de concertos de 2017 – e também pelo emprego de questionários e entrevistas aos agentes envolvidos, sendo que os mesmos serão elaborados com base na análise de conteúdo e categorizações oriundas dos registros etnográficos realizados durante os concertos (n=16) entre os meses de setembro e dezembro de 2016. Os conceitos relacionados ao capital artístico, bem como, a relação entre a sociedade e a cultura serão apoiados nos estudos de Bourdieu (2007a, 2007b, 2007c); e os relacionados às instituições culturais, os meios de produção e os processos de reprodução da cultura nos estudos de Williams (1969, 1992). Espera-se, após a conclusão da análise e discussão dos dados com o referencial teórico, trazer à luz algumas respostas ao conjunto de fatores que estão relacionados com a emissão e a recepção do capital artístico entre a camerata e seu público em diferentes contextos.

O ENSINO E A APRENDIZAGEM DA VIOLA FANDANGUEIRA NO CONTEXTO DO FANDANGO CAICARA DA CIDADE DE PARANAGUÁ

Frederico Gonçalves PedrosaOrientador: Prof. Dr. Guilherme Gabriel Ballande Romanelli

O presente trabalho pretende expor uma pesquisa de mestrado em andamento onde se discute o processo de ensino e de aprendizagem da viola fandangueira no contexto do fandango da cidade de Paranaguá a partir das categorias da área de Educação Musical. Os dados serão coletados em campo, por meio de métodos da etnografia, como a observação participante e o caderno de notas, e posteriormente estudados a fim de se discutir a possibilidade da elaboração de material didático para o ensino deste instrumento. As formas de transmissão desses conhecimentos, ou seja, as suas ferramentas e práticas, também serão descritas no intuito de que estejam disponíveis para que educadores musicais e etnomusicólogos de diferentes práticas, reflitam e criem estratégias múltiplas para os seus trabalhos em contextos formais. Busca-se na presente pesquisa, a promoção do acesso facilitado ao entendimento da manifestação cultural em estudo e que futuros pesquisadores encontrem

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nesta investigação, aportes teóricos e práticos, pelos quais poderão guiar suas pesquisas, tanto sobre a viola fandangueira quanto sobre o fandango, e ainda, o estudo de transmissão de conhecimentos das tradições informais em educação musical. Por fi m, pretende-se discutir se é possível didatizar o toque da viola fandangueira e, a partir disto, se se pode propor um livro didático sobre este tema.

PROJETO MÚSICO DA FAMÍLIA AO VIVO: UMA PROPOSTA DE CONSTRUCÃO DE SABERES EM EDUCACÃO MUSICAL NA EDUCACÃO INFANTIL NO MUNICÍPIO DE CURITIBA.

Vera Regina LunardiOrientador: Prof. Dr. Guilherme Gabriel Ballande Romanelli

O presente projeto de pesquisa tem o propósito de investigar a construção de saberes em educação musical de profi ssionais da Educação Infantil (pedagogos e professores), que atuam nos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) e Centros Educação Infantil Contratados (CEIs) do Município de Curitiba, pelo contexto de formação continuada na implantação do projeto “Músico da Família ao Vivo”. Esse projeto é uma ação formativa que acontece desde o ano de 2011, sob a perspectiva de um trabalho colaborativo, desenvolvido pela Secretaria Municipal da Educação de Curitiba (SME) em parceira com a Universidade Federal do Paraná (UFPR). Os principais pressupostos teóricos adotados sobre as especifi cidades do profi ssional da educação infantil foram Oliveira-Formosinho (2002) e DCNEI (2010); sobre os saberes docentes Nóvoa (1995), Tardif (2014) e Charlot (2000, 2013); sobre a formação continuada e o processo de refl exão Nóvoa (1997), Schön (2000), Garcia (2003), Alarcão (2003, 2009) e Imbernón (2010); sobre o formação colaborativa, Gabre, (2016); e sobre educação musical Beyer (2003), Romanelli (2014), Delalande (1984), Fonterrada (2005) e Ilari (2009). A pesquisa é de caráter qualitativo, cujos instrumentos de coleta de dados serão entrevistas estruturadas e semi-estruturadas, narrativas. Para a pesquisas serão selecionadas duas unidades de Educação Infantil, que participaram do Projeto Músico da Família ao Vivo, uma delas, há mais de dois anos na ação formativa

Palavras-chave: saberes em educação musical, formação continuada, formação colaborativa, profi ssionais de Educação Infantil.

O GESTO NO OBJETO SONORO COMPLEXO Gabriel Stocchero Floriani

Orientador: Prof. Dr. Daniel Quaranta

As novas formas de manipulação musical exigem uma nova reinterpretação analítica para que se possa apreciar, ou até avaliar, todo o seu potencial quantitativo. Essas recentes formas de manipulação, que partiram com o advento da gravação magnética até a eram digital, trouxeram o som propriamente dito para o foco principal de análise e tornou a escrita musical tradicional inefi ciente para a compreensão desta abordagem sonora em sua total capacidade. Os conceitos de música acusmática e da escuta reduzida trazidos por P. Schaeff er se esforçaram para trazer uma nova perspectiva para o que acontecia de novo, com fundamental participação dos avanços tecnológicos de gravação sonora e de todas as possibilidades de manipulação que este recurso possibilitou, na primeira metade do século XX. Autores como T. Wishart, D. Smalley e S. Emmerson mais recentemente abordam os aspectos espectrais dos sons e de como estes sons se comportam no tempo e não apresentam padrões estáticos, assim como a partitura comumente tenta representar. O som se torna o centro da atenção, porém o gesto musical que antes estava explícito no intérprete, ou mesmo no imaginário do

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ouvinte ao se deparar com uma gravação contendo algum instrumento tradicional acústico (piano, violino, guitarra, etc), se torna abstrato se tratando de sons criados sinteticamente ou processados de maneira a perder grande parte da sua fonte originaria.

Dentro dessas várias possibilidades se encontra o conceito de gltich, no qual sons complexos são causados por iniciais erros de leitura que se tornam materiais nas mãos de criativos compositores interessados em aproveitar ao máximo toda a experiência sonora que lhes é dada. Porém, tais sons complexos seriam passivos de serem vinculados a gestos ou análises gráficas eficazes? Este presente projeto pretende verificar se tais gestos são identificáveis dentro da estética glitch.

CORRELACÕES ESTRUTURAIS ENTRE MÚSICA E MONTAGEM AUDIOVISUALRafael Palmeira da Silva

Orientador: Prof. Dr. Daniel Quaranta

Este artigo tem como intuito investigar e estabelecer as possíveis relações estruturais entre a linguagem musical e cinematográfica com o objetivo de utilizar esses elementos estruturais em uma composição audiovisual que trate tanto a imagem quanto os elementos sonoros com a mesma importância estrutural. Para isso será abordado nesse artigo as principais formas de montagem cinematográfica em “Estética da montagem” de Vicent Amiel (2007) e em “A arte do cinema” de David Bordwell, e as possíveis funções dos elementos sonoros no contexto de cada estilo de montagem a partir dos escritos de Michel Chion em “A audiovisão”. Em seguida será abordado o “Vídeo-Música” proposto por Lima (2011) e sua forma de estruturação composicional em que é possível trabalhar as imagens sonoras e visuais de forma contínua e integrada num processo de hibridização, evidenciando a forma trans-sensorial do processo perceptivo dessa forma de obra audiovisual.

DNA SOBRE DNA – A COEXISTÊNCIA DE MATRIZES ACENTUAIS DIFERENTES NA MÚSICA POPULAR

Jorge A. FalcónOrientador: Prof. Dr. Daniel Quaranta

Matrizes acentuais são representações que permitem descrever os processos cognitivos de reconhecimento de hierarquias em sucessões de eventos sonoros em música, a partir da classificação de acentos de Lerdahl e Jackendoff. A tese descreve alguns processos de sobreposição de acentos que resultam do uso das matrizes métricas derivadas da prática comum europeia junto às práticas rítmicas e métricas de origem africana. A sobreposição e o sincretismo geraram um repertório restrito e muito característico de matrizes rítmico/métricas. As hipóteses levantadas são que podem coexistir pelo menos dois matrizes acentuais diferentes na música popular mainstream entre 1950 e 1979, e que há uma mudança progressiva de comportamento na composição, criação e execução musical nesse período. Estúdios prévios realizados em mais de 100 músicas desse repertório indicam que há um comportamento que demonstra uma tendência: nas músicas de 1950 os acentos estão encaixados maiormente nas partes mais fortes do sistema métrico enquanto em 1979 podemos encontrar exemplos da músicas quase totalmente baseadas em off-beats e cross rhythms. Como subproduto introduz-se a teoria da Síncope Harmónica ou da Harmonia Fora de Fase (mudanças de harmonias em upbeats). O recorte escolhido corresponde à música popularizada e veiculada massivamente pelos meios de difusão (principalmente rádio e TV) independente de gênero ou categoria. As fontes documentais são cinco charts: tres de popularidade (Revista Billboard e dois sites especializados) e dois charts

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anónimos “de gostos” disponibilizados na internet. O processo prevê também a criação do conceito de mapas acentuais: representações gráfi cas que permitam a observação das relações estruturais da música a partir dos padrões acentuais. Essa transformação se demonstrará na prática através de Higway Star da banda Deep Purple.

DESENHO DE SOM E ESPACIALIZACÃO CRIATIVA PARA MÚSICA, MULTIMÍDIAS E ARTE SONORA

Rodrigo Leite Souza EnoqueOrientador: Prof. Dr. Daniel Quaranta

O presente projeto se propõe a analisar o termo Arte Sonora e suas implicações na nomeação de um grupo de obras artísticas interdisciplinares comumente agrupadas sob essa nomenclatura. O ponto de partida para a avaliação deste termo e sua aplicação na qualifi cação de algumas obras de arte e a relação que estas estabelecem entre si, ou seja, a relação criativa e material que interliga esse campo das artes e a defi nição do termo segundo alguns autores estudados pretende- se traçar a defi nição do termo na literatura disponível sobre o tema e estabelecer relações e diferenças entre essas defi nições. A noção de arte sonora tem sido abordada, nos últimos anos por diversos autores, principalmente com relação às difi culdades de se categorizar esse conjunto de obras ou inseri-las em uma metodologia de análise, tendo em vista a sua característica multidisciplinar. Porém, é certo afi rmar que a arte sonora possui características próprias que permitem classifi cá-las em um grupo específi co de obras que tem o som como material principal no processo de criação artística. Em arte sonora observa-se uma dimensão nova relativa à temporalidade e espacialidade dos materiais, além de processos de criação mediados pelas novas tecnologias de áudio, pelo tratamento do som de forma diferenciada às técnicas composicionais estabelecidas ou pela ideia de uma experiência multissensorial do trabalho composicional. Desse modo, esses novos processos composicionais que dão sentido à essa pesquisa têm por princípio que, o fato de que arte sonora apresenta uma dimensão múltipla, porém, também implica certa autonomia e defi nição dos limites de suas obras. A análise crítica do termo, segundo a perspectiva destes autores, guiará também um projeto de criação de duas obras originais que pretendem dialogar com esse conjunto de obras denominado Arte Sonora.

AQUISICÃO DE HABILIDADES MOTORAS NO ENSINO DE PIANO EM GRUPOMirna Azevedo Costa

Orientadora: Profa. Dra. Zélia Chueke

A presente pesquisa tem como objetivo principal investigar os processos de aquisição e desenvolvimento de habilidades motoras nas aulas de piano funcional do ensino superior de música, geralmente desenvolvidas em classes de piano em grupo. Em tal contexto, os alunos têm pouco tempo para adquirir habilidades motoras complexas relacionadas essencialmente à leitura, transposição e harmonização ao piano. Para aquisição e desenvolvimento de tais habilidades, faz-se necessário o conhecimento e domínio da topografi a do teclado, o que leva à questão da pertinência do estudo sistemático de escalas e exercícios técnicos com o intuito de otimizar a aprendizagem. A pesquisa será desenvolvida nas classes de Piano Funcional dos cursos de música da UFPR com base nos conceitos de desenvolvimento de habilidades motoras e estratégias de aprendizagem (BARTLETT, THORNDIKE, SCHIMIDT, WULF, LOTZE, BROTZ) especialmente no que se refere às questões de transferência de aprendizagem, prática variável, foco de atenção, referência pré-prática, autonomia, memória

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motora e retenção. Todos estes aspectos dialogam com as questões de aprendizagem cooperativa propostas por JOHNSON & JOHNSON, abordando demandas especificas que caracterizam o ensino de piano em grupo. A proposição desta pesquisa pretende observar as relações entre os elementos supracitados, averiguando a hipótese de que o estudo estruturado objetivando o estudo independente e a autonomia em situações de ensino coletivo possa resultar em maior desenvolvimento técnico e musical dos alunos, bem como melhor aproveitamento das aulas de piano funcional. Dessa forma busca-se contribuir para o desenvolvimento da área, gerando possíveis desdobramentos teóricos e pedagógicos.

POETICAS INTERPRETATIVAS DE MÚSICA NOVA PARA FLAUTA TRANSVERSALValentina Daldegan

Orientador: Profa. Dra. Zélia Schueke

Recentemente o número de flautistas que tocam música contemporânea vem aumentando. Obras que incluem técnicas estendidas são parte do repertório dos cursos de graduação e de concursos, e apresentadas com certa frequência em concertos. Por outro lado, não são muitos os intérpretes que se aventuram a construir uma interpretação de uma peça absolutamente nova e estreá-la. Isso é particularmente evidente quando a peça inclui técnicas estendidas e notação não convencional. Partimos do princípio de que é possível conceber um conjunto de práticas de interpretação de obras de vanguarda a partir da partitura, sem ouvir interpretações anteriores como um processo de criação, articulado numa poética no sentido que Carl Dahlhaus atribui ao termo. Assim, trataremos aqui da interpretação musical do ponto de vista da criação, buscando traçar o caminho que o intérprete pode percorrer para alcançar um nível de performance desejável, que vai muito além da técnica ou mesmo dos estudos sobre estilo e análise, que constroem a sua práxis com maior ou menor nível de proficiência.

O objetivo deste trabalho é analisar diferentes estratégias de profissionais que habitualmente estreiam peças de música nova, ao interpretar três miniaturas de diferentes estilos compostas especialmente para este trabalho; discutir com os intérpretes as dificuldades que possam vir a surgir a partir da notação e de que maneira seria possível alcançar maior clareza na escrita, relatando as diferentes visões/percepções dos intérpretes.

Sobre a notação, é importante frisar que seu papel é crucial na construção de uma interpretação, pois, ainda que tenha limitações, é o meio pelo qual o compositor pode registrar sua criação, portanto esse é um ponto importante da pesquisa.

SESSÃO 4

INTERTEXTUALIDADE NA BACHIANAS BRASILEIRAS N. 2 DE HEITOR VILLA-LOBOSAdailton Sergio Pupia

Orientador: Prof. Dr. Norton Dudeque

Esta apresentação consiste na exposição dos exemplos analíticos referentes a pesquisa em andamento intitulada: Intertextualidade na Bachianas Brasileiras n. 2 de Heitor Villa-Lobos. A obra em questão foi composta em 1930, após Villa-Lobos regressar ao Brasil de sua segunda viagem à Paris, demonstrando através das Bachianas o seu interesse em retornar à Europa, posicionando-se em sintonia com as

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novas linguagens dos meios musicais europeus. Discute-se a relação das infl uências sofridas pelo compositor levando em consideração o contexto musical e social no qual Villa-Lobos estava inserido. Além da alusão à música barroca de Johann Sebastian Bach e à música popular brasileira, já citada no título do ciclo, observa-se a infl uência de compositores precursores e contemporâneos a Villa-Lobos. O fenomeno intertextual na música é abordado através da análise tradicional associada com conceitos intertextuais, dispostos em categorias. Estas categorias englobam elementos motívicos, estilizações, apropriações, citações, paródias, paráfrases, compressões, dentre outras categorias. Para exemplifi car as estilizações cuja a infl uência procede da música popular brasileira, é empregado a teoria das tópicas em música, sendo tratada como uma subcategoria intertextual. Visando contribuir para a investigação dos processos de composicionais de Villa-Lobos, em especial na Bachianas Brasileiras n. 2, essa pesquisa observa com quais compositores Villa-Lobos dialogava e de que forma ele interagia com essas infl uências.

INTERTEXTUALIDADES EM CENTRAL GUITAR E VARIAÇÕES PARA VIOLÃO, DE EGBERTO GISMONTI.

Rafael Lopes dos Santos Orientador: Prof. Dr. Norton Dudeque

Objetivo deste projeto de pesquisa é analisar as peças Variações para Violão (1970) e Central Guitar (1973), de Egberto Gismonti, através uma perspectiva de análise musical intertextual. Paralelamente a análise do texto musical, busca-se compreender o ambiente em que o compositor estava inserido no período, assim como, de que forma o meio contribuiu para a construção das obras. A partir da análise musical, pretende-se relacionar as obras de Gismonti, que datam primeira metade da década de 1970, com obras de três compositores: Heitor Villa-Lobos, Leo Brouwer e Toru Takemitsu. A hipótese inicial é que, considerando a análise de Central Guitar e Variações para Violão, e das peças Choros n.7 e Uirapuru (Villa-Lobos), La Espiral Eterna e Tres Apuntes (Brouwer), Equinox e In the Woods (Takemitsu), é possível identifi car elementos musicais que podem ser interpretados como intertextualidade. A metodologia utilizada está apoiada na análise das partituras, audição de gravações das peças, artigos publicados na internet e entrevistas concedidas por Gismonti. Para a caracterização de relações intertextuais entre as obras, será utilizado o modelo análitico proposto por Barbosa e Barrenechea.

Palavras-chave: Gismonti. Análise Musical. Intertextualidade.

ESTRUTURA LINEAR E CONDUCÃO DE VOZES EM ORA DIZE-ME A VERDADE, OPUS 12 NO 1 DE ALBERTO NEPOMUCENO.

Francisco Koetz WildtOrientador: Prof. Dr. Norton Dudeque

De acordo com o Catálogo Geral da obra de Alberto Nepomuceno, o ano de 1894 viu a produção de 15 canções, todas compostas em Paris, das quais sete são em português e as demais em alemão ou francês. São deste ano as duas canções do op. 12, Ora Dize-me a Verdade (no 1) e Amo-te Muito (no 2). Em comparação com outras canções do mesmo período, as do opus 12 destacam-se pelo uso tradicional da harmonia e tonalidade. Se do ponto de vista da condução das vozes o opus 12 no 1 é marcado por refi namento e complexidade, deve-se reconhecer que é uma peça praticamente diatonica, sem a ambiguidade tonal de Madrigal op. 17 no 2 ou o cromatismo de Oraison. Mas, certa

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singeleza harmonica/tonal – identificada por Pignatari como “retrocesso” da linguagem musical – seria apenas um recurso para agradar o público (2009, p. 70), ou viria a constituir elemento característico também de outras canções em português, de composição mais tardia?

À superfície, certos elementos de Ora Dize-me a Verdade – tais como o tratamento idiomático do piano, o registro da linha vocal e o uso do modo menor – apontam para a influência de Brahms. Além disso, que características podemos identificar nesta canção, por meio do exame da sua estrutura linear e de condução de vozes? Este estudo apresenta a realização de uma análise Schenkeriana da canção Ora Dize-me a Verdade, op. 12 no 1, com o objetivo de identificar relações motívicas, bem como técnicas de prolongamento e condução das vozes empregadas por Nepomuceno numa de suas primeiras canções em português.

A ESTETICA GREGORIANA NA OBRA SACRA DE ALBERTO NEPOMUCENO (1864- 1920)Thiago Plaça Teixeira

Orientador: Prof. Dr. Norton Dudeque

Paralelamente à música de concerto europeia elaborada sobre a ideologia do Romantismo, encontra-se também no século XIX o chamado Cecilianismo, que é um movimento de retorno ao canto litúrgico medieval e aos mestres da polifonia renascentista, visando produzir um estilo musical baseado na História e comprometido com as exigências da Liturgia. Também no Brasil os ideais artísticos cecilianistas, aliados a uma enfática intervenção das autoridades da Igreja Católica em matéria de música sacra, tiveram uma influência direta na produção musical deste gênero. No presente trabalho, procuramos analisar especificamente se a obra sacra do compositor brasileiro Alberto Nepomuceno (1864-1920) evidencia a influência da estética gregoriana, aqui entendida como conjunto dos elementos constitutivos da estrutura musical do cantochão tradicional. Consideramos basicamente sete aspectos da forma musical gregoriana: (i) o caráter diatonico, (ii) o tríplice estilo melódico (silábico, neumático e melismático), (iii) a preeminência do acento tonico latino na estruturação melódica, (iv) a forma linear do período melódico, (v) a melodia como descrição musical do conceito verbal e (vi) as fórmulas melódicas como caracterizadoras do sistema modal. Investigando a presença destes aspectos em Nepomuceno , apresenta-se como conclusão preliminar que a influência do canto gregoriano em sua obra religiosa se dá em vários níveis de intertextualidade, a saber, como (i) citação estilística, (ii) citação textual e (iii) citação com intenção referencial.

A LEITURA MUSICAL À PRIMEIRA VISTA NOS CURSOS DE MÚSICA DE UNIVERSIDADES BRASILEIRAS DA REGIÃO SUL: UM ESTUDO COM BASE NA TEORIA SOCIOCOGNITIVA SOBRE

PROCESSOS DE ENSINO/APRENDIZAGEMAlexandre Gonçalves

Orientador: Profa. Dra. Rosane Cardoso de Araújo

Esta apresentação traz os dados da primeira etapa de desenvolvimento de uma pesquisa de doutorado sobre o estudo dos processos de ensino/aprendizagem envolvidos na Leitura Musical à Primeira Vista (LMPV) em cursos de música de Universidades Brasileiras da região Sul, com base na teoria sociocognitiva de Albert Bandura (1986;1997). A partir dessa teoria busca-se observar as variáveis comportamentais existentes entre aluno, colegas, professores e o ambiente de sala de aula, durante o ensino e a aprendizagem da LMPV, distanciando-se das concepções exclusivamente fisiológicas, tidas como responsáveis pela aprendizagem da LMPV (Kochevitsky, 1967; Kaplan, 1987; Wristen, 2005;

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Sloboda, 2005; Unglaub, 2006; Paiva e Ray, 2006; Fireman, 2010; Risarto, 2010). Essa primeira fase da pesquisa teve como escopo apresentar um panorama quantitativo de universidades brasileiras que possuem cursos superiores de música e que ofertam a disciplina de LMPV em sua grade curricular, e levantar dados (qualitativos) sobre como professores e alunos compreendem o ensino e aprendizagem dessa disciplina. A partir desses dados apresentam-se os direcionamentos para a elaboração do teste piloto que validará o instrumento de coleta de dados defi nitivo da pesquisa. Tal instrumento será aplicado em etapa posterior.

REPRESENTACÕES SOCIAIS DE PROFESSORES UNIVERSITÁRIOS SOBRE O ENSINO COLETIVO DE INSTRUMENTOS MUSICAIS E

AS SOLUCÕES PARA OS DESAFIOS ENCONTRADOS EM SUAS PRÁTICASDayane Batt isti

Orientadora: Profa. Dra.. Rosane Cardoso de Araújo

Este projeto de pesquisa tem como objetivo geral investigar, sob a ótica dos professores universitários que atuam com ensino coletivo de instrumentos musicais (ECIM), suas representações sociais sobre este ensino e as soluções para os desafi os encontrados em suas práticas. O principal referencial teórico utilizado na pesquisa será a Teoria das Representações Sociais, de Serge Moscovici, localizada na psicologia social, que busca explicar os fenomenos humanos a partir de uma perspectiva coletiva, sem perder de vista a individualidade. As representações sociais estão relacionadas com o conjunto de crenças, explicações e ideias sobre determinado acontecimento, pessoa ou objeto. Outro referencial importante para este estudo são os estudos sobre a criatividade, que embasarão as discussões sobre as estratégias criadas pelos professores para superar os desafi os do ensino de instrumento musical de forma coletiva. Considerando o crescente interesse de pesquisadores sobre o ECIM em diversos contextos e as poucas pesquisas sobre essas práticas dentro das universidades, esta pesquisa visa contribuir com o campo de estudos sobre o ECIM no contexto dos cursos de graduação em música, bem como com as discussões sobre estratégias pedagógicas para o ECIM, reunindo contribuições de professores experientes na área. Para tanto, a pesquisa será dividida em duas fases: na primeira fase será feito um estudo de levantamento para compreender como os professores que atuam com o ECIM compreendem esta prática, verifi cando, principalmente, suas representações sociais sobre tal ensino; e na segunda fase, serão convidados professores com maior experiência no ECIM para um estudo multicasos, onde buscar-se-á analisar suas práticas e destacar suas estratégias didáticas e metodológicas para lidar com os desafi os do ensino coletivo de instrumentos musicais.

A MÚSICA E O PROCESSO DE TRANSMISSÃO MUSICAL NA ACADEMIA DE CAPOEIRA PRAIA DE SALVADOR

Fábio Barbosa de SouzaOrientador: Edwin Ricardo Pitre Vásquez

O presente resumo é parte de um projeto de pesquisa em etnomusicologia, que tem como objetivo analisar a música e o seu processo de transmissão musical dentro da Academia de Capoeira Praia de Salvador. A ACAPRAS1 é uma rede de academias de capoeira que tem sua sede em Curitiba e fi liais em diversas cidades do estado do Paraná e Santa Catarina, além de inserida regularmente dentro do

1 Sigla Para Academia de Capoeira Praia de Salvador

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sistema penitenciário paranaense. Durante a pesquisa, deverá ser analisada a trajetória e influência do Mestre Silveira, Grão-mestre da ACAPRAS, dentro da esfera social em questão. As analises sobre o uso da música no contexto discutido serão apoiadas na categorização dos “Usos e Funções da Música”, propostas por Alan Merriam (1964), que segundo Julia Hummes (2003) é ‘o referencial para a análise das possibilidades que cercam o universo musical’. Outro aspecto a ser analisados é o processo de transmissão musical entre os membros da academia, onde será realizado um dialogo sobre o “ensino informal” de música proposto por Timothy Rice (2003) e Kati Szego (2002). Para fazer a aproximação entre a influência do Mestre na esfera social e as práticas e processos de transmissão musical, usaremos a teoria da “Refletividade ou Análise Contextual” de Kazadi Wa Mukuna (2008). As ferramentas de coletas de dados se constituirão a partir de referenciais e técnicas da etnografia, que tem como base a observação sistemática do campo e a criação de um ‘caderno de campo’, onde será organizada uma série de relatos construído a partir das anotações e da experiência vivida em campo.

MEMORIZACÃO DE PIANISTAS BRASILEIROS DE FORMACÃO EM MÚSICA DE CONCERTO E EM MÚSICA IMPROVISADA: UM ESTUDO COMPARATIVO.

Bruna Kaiser Wasem Orientador: Prof. Dr. Danilo Ramos

A expertise musical se refere ao conjunto de características, habilidades e conhecimentos que distinguem músicos experts de novatos e/ou com pouca experiência neste ramo de atividade artística. Uma das habilidades necessárias para que um músico atinja o nível de expert em sua performance musical é a memorização. Falhas de memória podem eventualmente ocorrer com qualquer músico nas mais variadas situações de performance. Nesse sentido, o objetivo da presente pesquisa é investigar as estratégias cognitivas empregadas por pianistas na assimilação e memorização musical de uma mesma obra musical em dois contextos de performance: música de concerto e música improvisada. Três pianistas de música de concerto e três pianistas de música improvisada serão convidados a memorizar uma mesma obra brasileira para piano solo. Para o primeiro grupo sera fornecida a partitura da peça e para o segundo grupo sera fornecido o lead sheet (melodia com harmonia cifrada). O protocolo a ser apresentado aos participantes de ambos os grupos contempla os guias de execução propostos por Roger Chaffin, o mapeamento musical de Rebecca Payne Shockley e o estudo mental de Caroline Palmer. Por meio dos registros em diários de estudo, gravações de áudio e filmagens das sessões de estudo de cada um dos participantes, as estratégias empregadas por eles para a memorização da peça em questão sera investigada em sete momentos distintos. Ao final da coleta de dados, três juízes externos serão convidados para a análise das estratégias cognitivas empregadas pelos pianistas. Os dados da pesquisa serão discutidos com os autores supracitados, no intuito de contribuir para a formação de músicos experts na performance do piano brasileiro nas duas tradições musicais em questão.

Palavras-chave: expertise musical; performance; memorização; piano brasileiro.

WALTEL BRANCO: OBRA E EXPERIÊNCIA MUSICAL Francisco Vital Okabe

Orientador: Prof. Dr. Edwin Pitre Vásquez

Waltel Branco é um músico natural de Paranaguá (PR), atualmente residente em Curitiba (PR), Brasil, que possui uma extensa e diversa carreira musical. Durante seus 86 anos de vida, percorreu vários

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países, como Cuba, Estados Unidos e Espanha e trabalhou com um grande número de gêneros musicais. Também atuou profi ssionalmente como compositor, maestro, intérprete, arranjador, professor e produtor. Este projeto de pesquisa tem como objetivo apresentar a produção musical de Waltel Branco e verifi car em sua obra as infl uências dos diferentes contextos sociais em que viveu. A pesquisa será realizada em duas fases: na primeira, o levantamento de dados sobre seu trabalho musical e sobre suas experiências nos diferentes locais onde viveu, a partir de documentos, gravações, partituras e relatos de pessoas com quem ele teve contato; também será realizada uma entrevista com o músico. Na segunda fase, serão realizadas “análises paradigmáticas” de três músicas de Waltel Branco, com a fi nalidade de encontrar elementos característicos de suas composições. Por fi m, os elementos encontrados serão discutidos utilizando as bases epistemológicas da etnomusicologia para evidenciar as relações entre os diferentes contextos sociais presentes na experiência de Waltel Branco e a música produzida por ele. O principal referencial teórico utilizado nesta pesquisa será o conceito de experiência segundo o etnomusicólogo John Blacking (1995). A justifi cativa para a realização deste trabalho parte do fato de que a obra de Waltel Branco ainda se encontra parcialmente desconhecida, apesar de ter recebido o título de Doutor Honoris Causa pela UFPR no ano de 2012.

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