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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE MEDICINA DERNEVAN RODRIGUES DOS SANTOS PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES SUBMETIDOS À COLECISTECTOMIA EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE SERGIPE ARACAJU-SE 2017

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

DEPARTAMENTO DE MEDICINA

DERNEVAN RODRIGUES DOS SANTOS

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES SUBMETIDOS À

COLECISTECTOMIA EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE SERGIPE

ARACAJU-SE

2017

DERNEVAN RODRIGUES DOS SANTOS

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES SUBMETIDOS À

COLECISTECTOMIA EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE SERGIPE

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao colegiado

do curso de Medicina da Universidade Federal de Sergipe

como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel

em Medicina.

Orientadora: Profa. Dra. Cristina Gama Matos Pereira

ARACAJU-SE

2017

DERNEVAN RODRIGUES DOS SANTOS

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES SUBMETIDOS À

COLECISTECTOMIA EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE SERGIPE

Trabalho de Conclusão de Curso aprovado pela banca

examinadora como requisito parcial para a obtenção do

grau de Bacharel em Medicina pela Universidade Federal

de Sergipe, sob a orientação da Profa. Dra. Cristina Gama

Matos Pereira.

APROVADO EM: ____/____/____

Autor: ____________________________________________________________

Dernevan Rodrigues dos Santos

Orientadora: ____________________________________________________________

Profa. Dra. Cristina Gama Matos Pereira – UFS/Campus Aracaju

BANCA EXAMINADORA

___________________________________________________________________________

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ARACAJU - SE, ____ DE ______________ DE 2017

Àqueles a quem tudo devo: Deus e minha família.

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pelo dom da vida, por ter me dado força e coragem para

superar todos os obstáculos, iluminando o meu caminho. Ao maior alicerce do

meu aprendizado, os pacientes que me confiaram suas dores.

Aos meus pais, por todo apoio durante a minha trajetória, que sempre

confiaram em mim e foram fundamentais nessa jornada tão importante em minha

vida. Nunca mediram esforços para que eu pudesse alcançar os meus ideais.

A minha namorada, Dyana, por todo amor, carinho, força e

companheirismo todo esse tempo. Pela ajuda na confecção deste trabalho

acadêmico e pela paciência quando foi necessário me aturar.

Agradeço aos meus amigos e familiares, presentes e sempre me apoiando e

entendendo as minhas ausências.

Aos mestres pela dedicação, compromisso e ensinamentos que

contribuíram para a minha formação, em especial, à minha orientadora, Profa. Drª

Cristina Gama Matos Pereira, por seus ensinamentos e seu compromisso em me

auxiliar na condução desse trabalho.

Enfim...nesse momento agradeço a todos que de alguma forma contribuíram

para a realização do meu sonho. Obrigado!

"Aliviar a dor é obra divina".

(Hipócrates)

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

LB: Litíase Biliar.

LVBC: Litíase na Via Biliar Comum.

QPD: Queixa Principal da Doença.

TC: Tomografia Computadorizada.

RNM: Ressonância Nuclear Magnética.

LC: Colecistectomia laparoscópica.

VL: Vídeo Laparoscópica.

CA: Colecistectomia aberta.

CPRE: Colangiopancreatografia retrógrada endoscópica.

UFS: Universidade Federal de Sergipe.

HU-UFS: Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe.

NHANES: National Health and Nutrition Examination Survey.

EUA: Estados Unidos da América.

DATASUS: Departamento de Informática do SUS.

SUS: Sistema Único de Saúde.

IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................................09

2. REVISÃO DE LITERATURA .......................................................................................... 10

2.1 Epidemiologia ..................................................................................................................... 10

2.2 Fisiopatologia e manifestação clínica da Litíase Biliar ...................................................... 11

2.3 Complicações das Litíases Biliares .................................................................................... 12

2.3.1 Colecistite Aguda ............................................................................................................ 12

2.3.2 Colecistite Crônica .......................................................................................................... 12

2.3.3 Litíase na Via Biliar Principal ......................................................................................... 13

2.3.4 Pancreatite Aguda Biliar .................................................................................................. 13

2.3.5 Síndrome de Mirizzi ........................................................................................................ 14

2.4 Diagnóstico por exame de imagem .................................................................................... 15

2.5 Colecistectomia .................................................................................................................. 16

3. REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 17

4. ARTIGO ORIGINAL ........................................................................................................ 21

4.1 Normas de Publicação da Revista ...................................................................................... 21

4.2 Artigo ..................................................................................................................................27

4.2.1 Resumo ............................................................................................................................28

4.2.2 Abstract ............................................................................................................................28

4.2.3 Introdução ........................................................................................................................29

4.2.4 Método .............................................................................................................................30

4.2.5 Resultados ........................................................................................................................31

4.2.6 Discussão .........................................................................................................................34

4.2.7 Conclusão ........................................................................................................................36

4.2.8 Referências ......................................................................................................................36

5. ANEXO 01 ...........................................................................................................................38

6. ANEXO 02 ...........................................................................................................................39

9

1 INTRODUÇÃO

A colecistolitíase é uma das doenças mais prevalentes do aparelho digestivo. A sua

formação é decorrente da interação entre fatores genéticos e ambientais. Trata-se de um

relevante problema de saúde pública mundial (COELHO et al., 2009; LAURA; SHAFFER;

SHAFFER, 2012, PARMAR et al., 2015).

Em aproximadamente 25 milhões de americanos é estimado que 10% a 15% desta

população, na sua idade adulta, tem ou terão cálculos biliares, e a taxa de recorrência dos

sintomas e complicações é de cerca de 35% (SCHIRMER; WINTERS; EDLICH, 2005;

LAURA; SHAFFER; SHAFFER, 2012).

A terceira Pesquisa Nacional de Saúde e Avaliação Nutricional (NHANES III), a qual

estudou a população dos EUA, demonstrou que 6,3 milhões de homens e 14,2 milhões de

mulheres, com idade entre 20 e 74 anos tiveram a doença. Tudo isso acarreta grandes custos,

avaliados em torno de 6,2 milhões de dólares anuais neste mesmo país (ASPERTIR et al.,

2016).

No Brasil, a colelitíase é uma das doenças cirúrgicas mais comuns do trato

gastrointestinal, principalmente, no doente idoso. A sua incidência está relacionada à

progressão da idade, com prevalência global na população em geral de 9,3% (ALTENFELDER,

1994; CASTRO et al., 2014).

A presença de cálculos biliares, uma das principais causas de morbidade do aparelho

digestivo no mundo, deve aumentar nos próximos anos devido à obesidade e ao aumento da

expectativa de vida, fatores de risco conhecidos no desenvolvimento da colelitíase (CASTRO

et al., 2014).

Assim, torna-se importante conhecer o perfil epidemiológico dos pacientes submetidos

à colecistectomia para contribuir com a otimização da qualidade da assistência aos portadores

de doenças das vias biliares, em particular àqueles atendidos pelo Sistema Único de Saúde

(SUS). Nesse sentido, o objetivo deste estudo é avaliar aspectos epidemiológicos dos pacientes

colecistectomizados em um hospital escola, o Hospital Universitário da Universidade Federal

de Sergipe (HU-UFS).

10

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Epidemiologia

A prevalência de cálculos biliares, nos adultos, estimada mediante estudos

epidemiológicos de necropsia e de investigação clínica, varia de 15 a 20%. A litíase vesicular

é rara na criança, começa a ser identificada na adolescência, apresenta um marcado acréscimo

na incidência entre os 35 e 55 anos e aumenta, gradualmente, a partir dos 55 anos (SANTOS et

al., 2008).

Estima-se que 20% dos adultos com mais de 40 anos de idade e 30% com mais de 70

anos tenham cálculos biliares. Durante os anos reprodutivos, a proporção entre homens e

mulheres é de cerca de 4:1, com a discrepância sexual diminuindo na população mais velha até

a igualdade. Logo, ficou bem demonstrado que a presença de cálculos biliares aumenta com a

idade (SCHIRMER; WINTERS; EDLICH, 2005).

A incidência da litíase biliar é maior nas mulheres com múltiplas gestações e está

discretamente aumentada em pacientes obesos (SANTOS et al., 2008). Segundo Ferreira e

colaboradores (2004), pesquisas sobre a incidência da colelitíase são escassos e limitados.

Em um estudo, foram avaliadas 1.303 vesículas biliares em autópsias, onde foi

encontrada uma taxa de 7,8% de cálculos biliares. Nessa mesma pesquisa, foi relatado que a

incidência de cálculo biliar foi mais expressiva no sexo feminino (5,3%) do que no masculino

(3,9%). Os autores deste estudo realizaram ultrassonografia em indivíduos hospitalizados com

mais de 20 anos de idade, encontrando-se uma prevalência da colelitíase de 14,8%. Na

população geral, também avaliada por meio de ultrassonografia, os autores citados

anteriormente encontraram prevalência de 9,3% (COELHO et al., 2009).

Segundo Menezes e colaboradores (2013), em um estudo randomizado, constatou-se

que a colelitíase é quatro vezes mais frequente no sexo feminino, dado compatível com a

literatura. As influências hormonais parecem ser os fatores responsáveis por tal discrepância.

O uso de anticoncepcionais na mulher fértil e estrogênio na pós-menopausa aumentam o

potencial litogênico da bile.

Considerando-se que a população do Brasil seria de 150 milhões de habitantes e que 82

milhões têm idade igual ou acima de 20 anos, estima-se que 12 milhões de brasileiros com mais

de 20 anos de idade apresentarão litíase vesicular (FERREIRA et al., 2004).

11

No estado de Sergipe, no período de janeiro de 2008 a julho de 2017, foram realizadas

18.505 internações hospitalares no SUS por colelitíase e colecistite, sendo 15.586 (84,22%)

para o sexo feminino e 2.919 (15,78%) do sexo masculino. A maioria das internações ocorreu

na cidade de Aracaju, representando 13.537 (73,15%) de todos os pacientes internados

(BRASIL, 2017).

2.2 Fisiopatologia e manifestação clínica da Litíase Biliar

Os principais fatores que participam da formação da litíase biliar são a alteração na

composição da bile, a redução na motilidade da vesícula biliar (estase biliar) e a presença de

muco e de cálcio na vesícula. A formação de cristais devido à bile litogênica e o seu

aprisionamento no muco vesicular, associado à estase na vesícula biliar (hipomoitilidade),

levam à formação de cálculos (COELHO, 2005).

Dessa forma, indivíduos que apresentem desordem genética com incapacidade de conjugar,

de modo efetivo, bilirrubina (Síndrome de Crigler-Najar) e/ou mulheres grávidas com abdômen

agudo, possuem um risco aumentado para o desenvolvimento de doenças de cunho biliar, sendo

necessária a avaliação clínica detalhada (FERNANDES et al., 2016; KOSMIDIS et al., 2016).

A alteração primária que causa a formação de todos os tipos de cálculos biliares é a

secreção de bile litogênica pelo fígado (COELHO, 2005). A bile supersaturada ou litogênica

caracteriza-se pelo aumento de colesterol (cálculos de colesterol) ou de bilirrubinato de cálcio

(cálculos pigmentares) acima da sua solubilidade (COELHO et al., 2009).

A cólica biliar é a apresentação clínica mais comum da doença sintomática do cálculo

biliar, qualquer que seja a sua localização (colelitíase ou coledocolitíase). É descrita como

localizada no quadrante superior direito. Na verdade, a dor biliar é mais frequente em região

epigástrica, com início abrupto e que persiste sem flutuação, com resolução gradual ao longo

de duas a quatro horas (REGENT et al., 2006). A dor pode ocasionalmente irradiar para a

escápula direita. Outros sintomas podem estar associados, como náuseas e vômitos. O exame

físico pode ser normal ou apresentar sensibilidade em região epigástrica ou hipocôndrio direito

(KASPER et al., 2016).

A litíase biliar clinicamente silenciosa é cada vez mais diagnosticada como achado

incidental durante exames de imagem, sobretudo através da ultrassonografia abdominal

12

(NUNES; MEDEIROS; SILVA, 2014). Para Sakorafas, Milingos e Peros (2007), em adultos,

50% a 70% dos casos são assintomáticos, e a progressão para doença sintomática varia de 10%-

25%.

2.3 Complicações das litíases biliares

2.3.1 Colecistite Aguda

A colecistite aguda pode resultar da estase biliar, da infecção ou da isquemia da vesícula.

A infecção é provavelmente um evento secundário. Entretanto, a inflamação, a estase e a

isquemia favorecem a proliferação bacteriana (BROWNING; SREENARASIMHAIAH, 2006;

SANTOS et al., 2008).

Na maioria dos casos (90%), há obstrução do ducto cístico por cálculo. O processo

inflamatório, inicialmente, é de natureza química e há indícios de que concentrações elevadas

de sais biliares, colesterol e lisolecitina iniciem esse processo. Logo, a estase aumenta a pressão

vesicular e impede o fluxo sanguíneo e linfático, propiciando o aparecimento de isquemia

(BROWNING; SREENARASIMHAIAH, 2006).

A colecistite aguda acalculosa, que representa 2 a 10% de todos os casos de colecistite

aguda, ocorrem mais frequentemente em pacientes que estão gravemente enfermos, com

traumatismos, queimaduras, sepse, neoplasias e diabetes (SANTOS et al., 2008).

A crise típica começa com dor abdominal aguda, contínua, geralmente em pacientes que

já apresentam dor biliar; o ataque na maioria dos casos é noturno, entre 23 e 2 horas, o que

talvez possa ser atribuído à migração dos cálculos para o infundículo facilitada pelo decúbito

dorsal, além de outros sintomas associados como, febre, sudorese, náuseas, vômitos, dispepsia

(RIGAS et al., 1990; SANTOS et al., 2008).

2.3.2 Colecistite Crônica

A colecistite crônica é uma inflamação crônica da parede vesicular que está associada

quase sempre, à presença de cálculos na vesícula biliar, e é considerada uma consequência de

episódios repetidos de colecistite aguda ou subaguda ou de irritação mecânica persistente da

13

parede vesicular. As bactérias são detectadas no bile em mais de 25% dos pacientes com

colecistite crônica (KASPER et al., 2016).

O sintoma primário na colecistite crônica é a dor, geralmente referida como uma cólica

biliar, constante e em geral dura de 1 a 5 horas. Os ataques geralmente duram menos de uma

hora, mas abrandam por volta de 24 horas, se a dor persistir por mais de 1 dia, provavelmente

a colecistite aguda é a etiologia subjacente. Outros sintomas, que podem estar associados em

50% dos casos, são: náuseas e vômitos, distenção abdominal, e eructação (SABISTON;

TOWNSEND, 2010).

2.3.3 Litíase na Via Biliar Principal

A litíase da via biliar principal é a presença de cálculos biliares no colédoco. A grande

maioria desses cálculos forma-se na vesícula biliar e migra para o colédoco através do ducto

cístico. Estes cálculos são chamados de cálculos secundários, já os que se formam no próprio

colédoco são chamados de cálculos primários (ORTIGARA; GUERRA, 2005). A incidência

de litíase na via biliar principal (LVBP) varia de 8 a 18% em pacientes portadores de colelitíase

sintomática (KO; LEE, 2002).

Dentre os pacientes submetidos à colecistectomia para tratamento de colelitíase, cerca

de 10 a 15% apresentam cálculos no hepatocolédoco (MOREAUX, 1994; SANTOS et al.,

2008).

A grande maioria dos cálculos presentes no hepatocolédoco são pequenos e

provenientes da vesícula biliar. Estes cálculos podem passar para o duodeno, espontaneamente,

ou impactar-se na papila, provocando obstrução biliar, colangite e pancreatite biliar (FINK,

1993; SANTOS et al., 2008).

Sinais e sintomas de obstrução biliar incluem icterícia, dor em hipocôndrio direito ou

epigástrio, acolia e colúria (ORTIGARA; GUERRA, 2005). A colangite geralmente apresenta

febre, dor em hipocôndrio direito e icterícia (tríade de Charcot) (KASPER et al., 2016).

2.3.4 Pancreatite Aguda Biliar

14

A pancreatite aguda biliar é definida como processo inflamatório do pâncreas e possui

amplo espectro de manifestações e variações clínicas (ZAHEER et al., 2013; SOUZA et al.,

2016).

Embora na maioria dos casos apresente-se de forma leve e limitada, cerca de 20% dos

casos evoluem de forma severa, com complicações sistêmicas, acompanhados de alta

mortalidade (CRUZ-SANTAMARIA; TAXONERA; GINER, 2012; BEDUSCH, 2016).

Segundo Busireddy e colaboradores (2014), a pancreatite de origem biliar é considerada

a doença pancreática mais comum em crianças e adultos. Sua incidência varia de 50-80 casos

por ano/100.000 habitantes nos Estados Unidos (CAMPOS et al., 2008). No Brasil, a incidência

varia geograficamente, sendo que a média para cada 100.000 é de 19, segundo dados do

Departamento de Informática do SUS (DATASUS) e Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística (IBGE) referentes a 2014 (BLUM et al., 2001; BOLLEN et al., 2012).

A pancreatite aguda biliar acomete cerca de 5% dos pacientes submetidos à

colecistectomia, especialmente aqueles portadores de cálculos pequenos, menores do que 5 mm

de diâmetro ou com minilitíase (WHITCOMB, 2006).

O quadro clínico clássico é dor contínua em andar superior do abdome associada a

náuseas e vômitos. A dor pode ser caracterizada como em barra com irradiação para o dorso,

se manter por dias, e com alívio ao assumir posição genupeitoral (SABISTON; TOWNSEND,

2010).

O diagnóstico é baseado na presença de pelo menos dois dos três critérios que se

seguem: 1) dor em abdome superior; 2) amilase e/ou lípase séricas iguais ou maiores a três

vezes o valor normal; 3) achados na TC ou RNM característicos de pancreatite aguda (BANKS;

FREEMAN, 2006).

2.3.5 Síndrome de Mirizzi

A Síndrome de Mirizzi consiste na obstrução, seja do ducto hepático comum ou do

colédoco, secundária à compressão extrínseca devido à impactação de cálculos no ducto cístico

ou no infundíbulo da vesícula (LACERDA et al., 2014). Esta condição mecânica provoca a

compressão do ducto biliar adjacente, resultando em obstrução parcial ou completa do ducto

hepático comum e, finalmente, desencadeia disfunção hepática. É acompanhada por inflamação

15

da vesícula biliar e, em alguns casos, a fístula colecistocoledociana pode estar presente

(VALDERRAMA-TREVIÑO, 2017).

A primeira descrição deve-se a Pablo Mirizzi (1948), quando observou alguns fatores

que poderiam causar colestase extra-hepática em determinados grupos de pacientes portadores

de colelitíase. Incide geralmente em paciente do sexo feminino e com idade avançada. Além

disso, dependendo do grau de acometimento da via biliar podem ser agrupadas em cinco grupos

distintos de acordo com a nova classificação da Síndrome de Mirizzi (LACERDA et al., 2014).

Os sinais e sintomas mais frequentes são dor abdominal, seguida de icterícia e colangite.

Podem se associar também a náuseas, vômitos, colúria, prurido, hepatomegalia e, menos

frequentemente, pancreatite aguda, perfuração da vesícula biliar e perda ponderal (CREMA et

al, 2004; FONSECA NETO; PEDROSA; MIRANDA, 2008; IBRARULLAH; MISHRA; DAS,

2008).

2.4 Diagnóstico por exame de imagem

A ultrassonografia abdominal superior é o método diagnóstico de primeira escolha.

Além de ser um exame não invasivo, é amplamente disponível e de baixo custo. Apresenta

sensibilidade e especificidade maiores que 95%, e capacidade de demonstrar o tamanho e a

localização do cálculo. Sendo assim, a imagem é caracterizada por hiperrefringência e produção

de sombra acústica, além da mobilidade aos movimentos de decúbito (DOMICINI, 2010;

NUNES; MEDEIROS; SILVA, 2014; KAWAI et al., 2016).

A tomografia computadorizada (TC) também é uma estratégia de escolha para

diagnóstico geral da dor abdominal aguda, em resultados negativos ou inconclusivos na

ultrassonografia de abdome. Em situação de urgência clínica, como, por exemplo, em algumas

complicações da litíase biliar, este exame apresenta uma melhor acurácia diagnóstica, por ter

uma melhor sensibilidade, detectando a formação de gás, hemorragia intraluminal, perfuração

entre outros achados. Logo, nestas situações, a solicitação da TC é uma boa alternativa, pois o

conhecimento prévio desses achados na imagem poderá ajudar o médico na abordagem

cirúrgica apropriada (YARMISH et al., 2014; KAWAI et al., 2016).

A ressonância magnética e colecistografia também são úteis para o diagnóstico de

colecistite aguda, embora sejam menos disponíveis (KAWAI et al., 2016).

16

A icterícia obstrutiva pode causar problemas à imagem diagnóstica. Dessa forma, o

médico deve escolher o exame mais adequado que forneça a informação completa mais

importante, pois as diferenças entre uma obstrução litiásica e uma tumoral são vitais. Esta

informação ajuda o cirurgião a acelerar o processo de tomada de decisão, pois o tratamento

pode ser muito diferente em relação à natureza da obstrução (PETRESCU et al., 2014).

Para Franchi-Teixeira e colaboradores (1997), a ressonância nuclear magnética (RNM)

no estudo do sistema biliar tem apresentado resultados desanimadores. Primeiramente, porque

é bastante difícil diferenciar estruturas densas desta região, que são hiperintensas na RNM, da

própria bile. Além disso, esse exame não apresenta grande definição dos limites anatômicos da

região hilar e ainda é bastante dispendioso. Porém, em outro estudo mais recente, Altun e

colaboradores (2007) afirmam que particularmente, a ressonância magnética associada à

colangiografia tem alta sensibilidade e especificidade na diferenciação entre colecistite crônica

e aguda.

A colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE) é o exame diagnóstico e

potencialmente terapêutico preferido para pacientes com suspeita de coledocolitíase. A

cateterização da ampola de Vater e a colangiografia diagnóstica são atingidas em mais de 90%

dos casos. Taxas de morbidade mínimas ou inferiores a 5% são agora atingidas em mãos

experientes e consistem principalmente em colangite e pancreatite (SABISTON; TOWNSEND,

2010).

2.5 Colecistectomia

A remoção cirúrgica da vesícula biliar (colecistectomia) é uma cirurgia que começou a

ser realizada no final do século dezenove. Este procedimento cirúrgico está indicado para o

tratamento da litíase biliar e suas complicações e nas neoplasias da vesícula biliar. Inicialmente,

as colecistectomias para tratamento da litíase biliar eram realizadas por meio de laparotomia

(SANTOS et al., 2008).

A colecistectomia aberta tornou-se um procedimento raro. Agora, em geral, é realizada

como uma conversão de uma tentativa de colecistectomia laparoscópica ou como segundo

procedimento em pacientes que exigem laparotomia por outra razão. Deve ser realizada no

17

paciente que não pode tolerar o pneumoperitônio em função de reserva cardíaca ou pulmonar

deficiente (SABISTON; TOWNSEND, 2010).

Entretanto, pode-se verificar que, nos dois últimos anos, no SUS, de acordo com o

Datasus, a colecistectomia convencional representa 88% das operações contra 12% da

colecistectomia laparoscópica (BRASIL, 2013). Entretanto, isto provavelmente se explica

porque a distribuição de equipamentos e oferta de serviços relacionados ao procedimento é

bastante desigual, sendo as técnicas mais modernas adotadas em um número limitado de

municípios.

Porém, se for observado o segmento privado no Brasil, fica claro o predomínio absoluto

da colecistectomia laparoscópica sobre a colecistectomia laparotômica durante todo o período

(90% ou mais do total) (ALTENFELDER, 1994; CASTRO et al., 2014).

Desde a sua introdução por Mühe, em 1986, a colecistectomia laparoscópica ganhou

popularidade, sendo considerada hoje o tratamento de escolha para as colecistopatias (MUHE,

1992).

A difusão do diagnóstico e da técnica videolaparoscópica permitiu aumento expressivo

das indicações cirúrgicas da colecistectomia, sobretudo em pacientes sem complicações da

litíase (SHAFFER, 2006; DEL GRANDE et al., 2017).

A colecistectomia laparoscópica eletiva é um procedimento seguro, principalmente nos

pacientes idosos, sem risco maior de complicações comparado ao procedimento aberto. A recuperação

é mais rápida e o tempo de internação hospitalar mais curto, além de uma obtenção de resultados

estéticos superiores, quando comparada à colecistectomia convencional (ABAID;

CECCONELLO; ZILBERSTEIN, 2014; RUBERT; HIGA; FARIAS, 2015).

Hoje, a colecistectomia laparoscópica (LC) é o padrão-ouro para a doença da vesícula

biliar. Mais de um milhão de procedimentos são realizados anualmente nos Estados Unidos, e

com isso tornou-se uma alternativa popular à colecistectomia aberta (CA) (HERSHKOVITZ et

al., 2016).

REFERÊNCIAS

ABAID, R. A.; CECCONELLO, I.; ZILBERSTEIN, B. Simplified laparoscopic

cholecystectomy with two incisions. Arquivos Brasileiros de Cirurgia Digestiva, v.27, n.2,

p. 154-156, 2014.

18

ALTENFELDER, S. R. Complicações da colecistectomia vídeo laparoscópica. In:

MARGARIDO, N.F.; SAAD JUNIOR, R.; CECCONELLO, I.; MARTINS, J.L.; PAULA,

R.A.; SOARES, L.A. Videocirurgia. São Paulo: Robe, 1994; p. 223-43.

ALTUN, E. et al. Acute cholecystitis: MR findings and differentiation from chronic

cholecystitis. Radiology. v. 244, p. 174-183, 2007.

ASPERTI, A. M., et al. The Lowest Prevalence of Cholelithiasis in the Americas-An Autopsy-

based Study. Clinics, v. 71, n. 7, p. 365-369, 2016.

BANKS, P.A.; FREEMAN, M.L. Practice Guidelines in acute Pancreatitis. Am. J.

Gastroenterol, v.101, p. 2379-400, 2006.

BEDUSCHI, M. G., et al. The PANC 3 score predicting severity of acute pancreatitis. Arquivos

Brasileiros de Cirurgia Digestiva, v.29, n.1, p.5-8, 2016.

BLUM, T., et al. Fatal outcome in acute pancreatitis: its occurrence and early prediction.

Pancreatology, v.1, p. 237-241, 2001.

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the early prediction of severity in acute pancreatitis. Am J Gastroenterol., v. 107, n. 4, p. 612-

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BRASIL. Ministério da Saúde. Datasus. Sistema de Informações Hospitalares do SUS.

Informações de Saúde: Morbidade Hospitalar do SUS – Sergipe/Brasil. Brasília, 2017.

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3. ARTIGO ORIGINAL

3.1 Normas de Publicação da Revista

ARQUIVOS BRASILEIROS DE CIRURGIA DIGESTIVA

INSTRUÇÕES AOS AUTORES

Escopo e política

22

ABCD – ARQUIVOS BRASILEIROS de CIRURGIA DIGESTIVA é periódico

trimestral com um único volume anual, órgão oficial do Colégio Brasileiro de Cirurgia

Digestiva – CBCD e tem por missão a publicação de artigos de estudos clínicos e

experimentais que contribuam para o desenvolvimento da pesquisa, ensino e assistência na

área gastroenterologia cirúrgica, clínica, endoscópica e outras correlatas. Tem como seções

principais artigos originais, artigos de revisão ou atualização, relatos de casos, artigos de

opinião (a convite) e cartas ao editor. Outras seções podem existir na dependência do interesse

da revista ou da necessidade de divulgação.

Os trabalhos enviados para publicação devem ser inéditos e destinarem-se

exclusivamente ao ABCD e não podem ter sido publicados anteriormente em forma

semelhante. Toda matéria relacionada à investigação humana e pesquisa animal deve ter

aprovação prévia do Comitê de Ética em Pesquisa – CEP – da instituição onde o trabalho foi

realizado, ou em outra instituição local ou regional se não houver este comitê onde ela foi

desenvolvida. Seguindo as normas correntes da boa prática em pesquisa humana, os pacientes

arrolados no estudo devem ter formulário de consentimento livre e informado assinado.

O ABCD apóia as políticas para registro de ensaios clínicos da Organização Mundial

de Saúde (OMS) e do International Committe of Medical Journal Editors (ICMJE),

reconhecendo a importância dessas iniciativas para o registro e divulgação internacional de

informação sobre estudos clínicos, em acesso aberto. Sendo assim, somente serão aceitos para

publicação, a partir de 2007, quando os artigos encaminhados forem controlados aleatórios

(randomized controlled trials) e ensaios clínicos (clinical trials), pesquisas que tenham

recebido número de identificação em um dos Registros de Ensaios Clínicos validados pelos

critérios estabelecidos pela OMS e ICMJE, cujos endereços estão disponíveis no site do

ICMJE (www.icmje.org). O número de identificação deverá ser registrado ao final do resumo.

FORMA E PREPARAÇÃO DE MANUSCRITOS

MANUSCRITOS

Os originais, escritos em português ou inglês, devem ser enviados eletronicamente por

e-mail para [email protected](telefone (41) 3240 5488), quando então o(s) autores(s)

receberão resposta, também por essa via, notificando seu recebimento. Esta confirmação não

23

garante a publicação do artigo, mas sim confirma o recebimento e o encaminhamento para

análise editorial. A redação dos manuscritos deve obedecer à forma escolhida pelo autor dentre

as seções do ABCD e detalhadas mais adiante.

Os artigos devem ser digitados em espaço simples em fonte Arial tamanho 12,

numerando-se as páginas consecutivamente, iniciando a contagem na do título. O tamanho

máximo do texto, incluindo referências, tabelas e ilustrações, deve ser de até 15 páginas para

artigos originais e artigos de revisão, cinco para relatos de caso e artigos de opinião e duas

para as cartas ao editor (esse último não deverá conter tabelas e ilustrações). As tabelas e

ilustrações devem vir logo após terem sido citadas no texto e não ao final do trabalho. Todos

os conceitos e assertivas científicas emanadas pelos artigos, ou as publicidades impressas, são

de inteira responsabilidade dos autores ou anunciantes. Afim de efetuar uniformização da

linguagem de termos médicos, os autores deverão utilizar a Terminologia Anatômica, São

Paulo, Editora Manole, 1ªEd., 2001, para os termos anatômicos. O ABCD tem a liberdade se

fazê-la caso o(s) autor(es) não a tenham seguido.

Todo artigo submetido à publicação, escrito de maneira concisa e no todo na terceira

pessoa do singular ou plural, deve constar de uma parte pré/pós-textual e uma textual.

PARTE PRÉ/PÓS TEXTUAL

Deve ser composta por: 1) título em português e em inglês; 2) nome(s) completo(s)

do(s) autor(es); 3) identificação do(s) loca(is) onde o trabalho foi realizado, ficando clara a(s)

instituição(s) envolvidas, cidade, estado e país; 4) nome e endereço eletrônico do autor

responsável; 5) agradecimentos após as conclusões, quando pertinentes; 6) resumo, que não

deve conter abreviaturas, siglas ou referências, em até 300 palavras, parágrafo único e

estruturado da seguinte forma: artigo original – racional, objetivo, método(s), resultados e

conclusão(ões); relato de caso: introdução, (objetivo – opcional), relato do caso e

conclusão(ões); artigo de revisão: introdução, (objetivo – opcional), método – mencionando

quantos artigos foram escolhidos do universo consultado, os descritores utilizados e quais

foram as bases de dados pesquisadas – com síntese das subdivisões do texto e conclusão; 7)

abstract, contendo as mesmas divisões, informações científicas e obedecendo a mesma forma

redacional usada para o em português redigidas da seguinte forma: original article –

background, aim, method(s), results, conclusion; case report – background, (aim – opcional),

24

case report, conclusion; review article – background, (aim – opcional), method, conclusion;

8) descritores, no máximo cinco palavras-chave, que estejam contidas nos Descritores de

Ciências da Saúde – DeCS http://decs.bvs.br/ ou no MESH

site www.nlm.nih.gov/mesh/meshhome.html (atenção: não devem ser citadas palavras-

chave que não constem no DeCS/MESH, pois elas serão recusadas); 9) headings (palavras-

chave em inglês), da forma como aparecem no DeCS ou MESH.

PARTE TEXTUAL

Pode conter siglas – evitadas ao máximo -, e usadas somente para palavras técnicas

repetidas mais de dez vezes no texto. Elas devem ser posta entre parênteses na primeira vez

em que aparecer e a seguir somente as siglas. A divisão do texto deve seguir a seguinte

orientação:

Artigos originais – introdução (cujo último parágrafo será o objetivo), método(s), resultados,

discussão, conclusão(ões) (se o artigo não tiver conclusões, a sugestão final pode ser dada no

último parágrafo da discussão) e referências;

Artigos de revisão – introdução, método (referir as palavras-chave procuradas, as bases de

dados pesquisadas e o período de tempo analisado), revisão da literatura (pode ser dividido

em sub-temas aglutinando os achados encontrados, podendo ser incluída a experiência dos

autores), conclusão(ões) (sumário das tendências atuais) e referências;

Artigos de opinião (Editoriais) – deverão ser feitos sob convite do Conselho Editorial;

Relatos de casos – introdução, relato do caso, discussão (com revisão da literatura se houver),

conclusão e referências;

Cartas ao Editor – redação clara sobre o comentário que se pretende publicar em no máximo

três páginas, podendo ou não conter referências;

Referências – normalizadas segundo as Normas de Vancouver (Ann Inter Med 1997; 126:36-

47 ou site www.icmje.org itens IV.A.9 e V), sendo que serão aceitas até 30 referências para

artigos originais e de revisão, e até 15 para relatos de casos. Relacionar a lista de referências

com os autores por ordem alfabética do sobrenome do primeiro autor e numerá-las em

números arábicos sequenciais. Na citação no texto, utilizar o número da referência de forma

sobrescrita. Os títulos dos periódicos devem ser referidos de forma abreviada de acordo com

List of Journal Indexed in Index Medicus.

25

O texto do trabalho deve ser auto-explicativo, ou seja, ele deve trazer claramente a

interpretação e sintese dos dados sem que o leitor tenha a necessidade de, para tanto, recorrer

aos gráficos, tabelas, quadros ou figuras. Deve-se evitar dizer: “Os resultados estão descritos

na Tabela 1” e não descrevê-los no texto. Da mesma forma as tabelas, gráficos, quadros e

figuras devem ser autoexplicativos, ou seja, se o leitor quiser evoluir sua leitura somente

utilizando-os, ao final ele poderá interpretar os resultados da mesma maneira que lendo

unicamente o texto.

GRÁFICOS, QUADROS, TABELAS E FIGURAS

Adicionalmente ao texto podem ser enviados gráficos, quadros, tabelas e figuras.

Todos devem ser citados no manuscrito no local onde devem aparecer – quer entre parênteses,

quer referidos na própria redação -, e serem colocados no manuscrito logo após terem sido

citados no texto e não ao final do trabalho. Cuidado especial deve ser tomado para que não

haja redundância entre eles, ou seja, ter um gráfico que mostre a mesma coisa que uma tabela,

por exemplo. Se isso ocorrer, o revisor do artigo sugerirá ao Editor a eliminação do que achar

redundante.

Gráficos e quadros devem ser encaminhados em preto e branco, numerados com

algarismos arábicos e com seu título e legendas localizadas no rodapé.

Tabelas devem ser numeradas com algarismos arábicos, tendo seu título na parte

superior e explicações dos símbolos e siglas no rodapé.

Figuras, numeradas em algarismos arábicos, são fotografias ou desenhos (no máximo

seis) e devem ser enviados em resolução mínima de 300 dpi em preto e branco (figuras

coloridas são de custo pago pelos autores). O título e legendas devem vir localizados no

rodapé. Figuras previamente publicadas devem ser citadas com a permissão do autor.

PEER REVIEW

Os estudos submetidos ao ABCD são encaminhados a dois revisores de reconhecida

competência no tema abordado, designados pelo Conselho Editorial da revista (peer-review)

e que são orientados a verificar a relevância da contribuição médica do artigo, originalidade

existente, validade dos métodos empregados, validade dos resultados e o aspecto formal da

26

redação. O anonimato é garantido durante todo o processo de avaliação. Os artigos recusados

serão devolvidos. Os artigos aprovados ou aceitos sob condições, poderão retornar aos autores

para aprovação de eventuais alterações maiores no processo de revisão e editoração e que

possam modificar o sentido do exposto no texto enviado.

CONDIÇÕES OBRIGATÓRIAS (LEIA COM ATENÇÃO)

Fica expresso que, com a remessa eletrônica, o(s) autor(es) concorda(m) com as

seguintes premissas: 1) que no artigo não há conflito de interesse, cumprindo o que diz a

Resolução do CFM no.1595/2000 que impede a publicação de trabalhos e matérias com fins

promocionais de produtos e/ou equipamentos médicos; 2) que não há fonte financiadora; 3)

que o trabalho foi submetido a CEP que o aprovou; 4) que concede os direitos autorais para

publicação ao ABCD; e 5) que autoriza o Editor-Chefe e/ou Corpo Editorial da revista e

efetuar alterações no texto enviado para que ele seja padronizado no formato lingüístico do

ABCD, podendo remover redundâncias, retirar tabelas e/ou ilustrações que forem

consideradas não necessárias ao bom entendimento do texto, desde que não altere seu

sentido. Caso haja discordâncias quanto às estas premissas, os autores deverão escrever

carta deixando explícito o ponto em que discordam e o ABCD terá então necessidade de

analisar se o artigo pode ser encaminhado para publicação ou devolvido aos autores.

Caso haja conflito de interesse ele deve estar mencionado ao final das referências com o texto:

“O(s) autores (s) (nominá-los) receberam research grant da empresa (mencionar o nome) para

a realização deste estudo”. Quando houver fonte financiadora ela deve, também no mesmo

local, ser identificada.

Envio de manuscritos

ABCD – ARQUIVOS BRASILEIROS DE CIRURGIA DIGESTIVA

Al. Augusto Stellfeld, 1980 – Bigorrilho

CEP 80370-150 – Curitiba – PR – Brasil

Tel./Fax: (0xx41) 3240-5488 (Bruno L. Ariede)

e-mail: [email protected]

Não há taxa para submissão e avaliação de artigos.

27

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES SUBMETIDOS À

COLECISTECTOMIA EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE SERGIPE

EPIDEMIOLOGICAL PROFILE OF PATIENTS SUBMITTED TO

COLECISTECTOMY IN A UNIVERSITY HOSPITAL OF SERGIPE

Dernevan Rodrigues dos Santos1; Cristina Gama Matos Pereira2

1Acadêmico do Curso de Medicina. Universidade Federal de Sergipe – UFS. Aracaju-SE, Brasil. 2Professora Adjunta do Departamento de Medicina da Universidade Federal de Sergipe – UFS. Aracaju-SE, Brasil. Este estudo não teve nenhuma fonte de financiamento. Não há conflitos de interesse. Trabalho realizado no Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe, Campus da Saúde, Aracaju-SE, Brasil. Autor para correspondências e contatos pré-publicação. Dernevan Rodrigues dos Santos Endereço: Rua Maruim, N12244, bairro cirurgia CEP: 49055-440 Aracaju – Sergipe. Celular (79) 999297769 E-mail: [email protected]

28

RESUMO Racional: A colecistolitíase representa um problema de saúde pública mundial, sendo uma das doenças mais prevalentes do aparelho digestivo. Trata-se de uma doença cirúrgica comum do sistema digestório. Apresenta importantes complicações, com tendência a aumentar a sua incidência nos próximos anos, sendo de grande importância a intervenção cirúrgica através da colecistectomia. Objetivo: Avaliar o perfil epidemiológico dos pacientes submetidos à colescitectomia no Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe. Métodos: Trata-se de estudo observacional, longitudinal e retrospectivo, através da pesquisa de prontuários dos pacientes submetidos à colecistectomia no período de 2012 a 2015. A análise estatística adotou o teste de Shapiro Wilk, para variáveis aleatórias. O teste de Mann-Whitney e binominal foram usados para as variáveis não paramétricas, considerando p≤0,05 como significância estatística. Resultados: Foram submetidos à colecistectomia eletiva 220 pacientes, sendo 79,1% mulher. A idade média por sexo foi de 49,91 anos em homens e 44,66 anos em mulheres. Cerca de 50,9% dos pacientes residem na capital do estado. Na variável queixa principal da doença 95% eram sintomáticos e 5,0% assintomáticos. Ao exame físico do abdome, a maioria dos pacientes apresentou abdome indolor à palpação (47,7%), 23,2% com abdome doloroso em região de hipocôndrio direito e 23,2% com dor abdominal difusa. O período médio do início da sintomatologia ao diagnóstico da colelitíase foi 25,03 meses, e 17,83 meses para coledocolitíase. O exame diagnóstico complementar predominante foi a ultrassonografia de abdome, revelando 91,3%(189) de colelitíase, 6,3%(13) de coledocolitíase e 2,4% de colecistite (5) p≤0,05. Conclusão: A maioria dos pacientes submetidos a colecistectomia são do sexo feminino, sintomáticos, principalmente com cólica biliar e submetidos à ultrassonografia de abdome, revelando diagnóstico ecográfico de colelitíase. A coledocolitíase foi diagnosticada com menor tempo de início dos sintomas do que a colelitíase. Houve uma procedência maior dos pacientes da capital, no entanto, sem significância estatística. Descritores: Colelitíase. Epidemiologia. Colecistectomia. Hospitais Universitários. ABSTRACT

BACKGROUND: Cholecystolithiasis is a worldwide public health problem, one of the most prevalent diseases of the digestive system. It is a common surgical disease of the digestive system. It presents important complications, with a tendency to increase its incidence in the coming years, being of great importance the surgical intervention through the cholecystectomy. AIMS: This paper evaluates the epidemiological profile of patients submitted to colescitectomy at the University Hospital of the Federal University of Sergipe. METHODS: This was an observational, longitudinal and retrospective study, through the medical records of patients submitted to cholecystectomy between 2012 to 2015. The statistical analysis used was the Shapiro Wilk test for random variables. The Mann-Whitney and binominal tests were

29

used for non-parametric variables, considering p≤0.05 as statistical significance RESULTS: 220 patients were submitted to elective cholecystectomy, of which 79.1% were female. The mean age by sex was 49.91 years for men and 44.66 years for women. About 50.9% of the patients reside in the state capital. In the variable main complaint of the disease, 95% were symptomatic and 5.0% asymptomatic. Physical examination of the abdomen has shown that the majority of the patients presented painless abdomen on palpation (47.7%), 23.2% had a painful abdomen in the right hypochondrium region and 23.2% had diffuse abdominal pain. The mean period from the beginning of the symptomatology to the diagnosis of cholelithiasis were 25.03 months, and 17.83 months for choledocholithiasis. The predominant complementary diagnostic test was abdominal ultrasonography, revealing 91.3% (189) of cholelithiasis, 6.3% (13) of choledocholithiasis and 2,4% of cholecystitis (5) p≤0,05. Conclusion: The majority of patients undergoing cholecystectomy are female, symptomatic, mainly with biliary colic and submitted to ultrasound of the abdomen, revealing an ultrasound diagnosis of cholelithiasis. Choledocholithiasis was diagnosed with a shorter time onset of symptoms than cholelithiasis. There was a greater origin of the patients of the capital, however, without statistical significance.

Headings: Cholelithiasis. Epidemiology. Cholecystectomy. Hospitals, University. INTRODUÇÃO

A colecistolitíase é uma das doenças mais prevalentes do aparelho digestivo.

A sua formação é decorrente da interação entre fatores genéticos e ambientais. A geração do cálculo ocorre através das alterações na composição da bile, a redução na motilidade da vesícula biliar (estase biliar) e a presença de muco e de cálcio na vesícula 1,2,3.

A prevalência estimada, em adultos, mediante estudos epidemiológicos de necropsia e de investigação clínica, varia de 15 a 20%. É rara na criança, começa a ser identificada na adolescência, e apresenta um expressivo acréscimo na incidência entre os 35 e 55 anos, e aumenta, gradualmente, a partir dos 55 anos. Além de apresentar uma taxa de recorrências dos sintomas e complicações, em torno de 35% 4,5,6.

Indivíduos com faixa etária acima de 60 anos, sexo feminino e de etnia branca apresentam uma maior predisposição a desenvolver colelitíase7. Além disso, a frequência na mulher é quatro vezes maior, em comparação a observada nos homens. As influencias hormonais parecem ser os fatores responsáveis, como também o uso de anticoncepcionais na mulher fértil e estrogênio na pós-menopausa, que aumentam o potencial litogênico da bile8.

Pode apresenta-se nas seguintes formas clínicas: assintomática, sintomática e complicada. O estado assintomático é muitas vezes um achado incidental cada vez mais frequente. Existem controvérsias quanto à conduta a ser tomada nessa situação9,10.

30

Os sintomas típicos da colecistite litiásica são dor abdominal em hipocôndrio direito e icterícia. A presença isolada de dispepsia, flatulência, náusea e/ou dor abdominal que não no hipocôndrio direito, não caracteriza colelitíase sintomática11.

As principais complicações da colelitíase são: colecistite aguda, colecistite crônica, coledocolitíase com ou sem colangite, pancreatite e íleo biliar. Logo, são afecções que colocam a vida em risco e merecem pronto tratamento12.

A ultrassonografia abdominal superior é o método diagnóstico de primeira escolha. É um exame não invasivo, amplamente disponível e de baixo custo. Apresenta uma sensibilidade e especificidade maior que 95%, e capacidade de demonstrar o tamanho e a localização do cálculo13,14.

A colelitíase é uma doença de resolução cirúrgica com cerca de 60.000 internações por ano no Sistema Único de Saúde7. A colecistectomia é uma cirurgia que começou a ser realizada no final do século dezenove. Inicialmente, as colecistectomias para tratamento da litíase biliar eram realizadas por meio de laparotomia6.

A colecistectomia laparoscópica eletiva é um procedimento seguro, principalmente nos pacientes idosos, sem risco maior de complicações comparado ao procedimento aberto. A recuperação é mais rápida e o tempo de internação hospitalar mais curto, além de uma obtenção de resultados estéticos superiores, quando comparada à colecistectomia convencional15,16.

A incidência de cálculos biliares, uma das principais causas de morbidade no mundo, deve aumentar nos próximos anos devido à obesidade e ao aumento da expectativa de vida, fatores de risco conhecidos no desenvolvimento da colelitíase17.

O presente estudo tem como objetivo avaliar o perfil epidemiológico dos pacientes submetidos à colecistectomia em um hospital escola, o Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe (HU-UFS). Nossos resultados contribuirão para otimizar a qualidade do serviço, além de reduzir o custo da assistência aos pacientes portadores de doença das vias biliares atendidos no HU-UFS. Podem ainda contribuir para análise comparativa com estudos realizados em outros serviços, públicos ou privados no Estado de Sergipe, na região Nordeste ou com outras regiões do país.

MÉTODOS

Trata-se de um estudo observacional, longitudinal e retrospectivo para avaliar

os pacientes submetidos à colecistectomia no Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe, localizado em Aracaju, capital do estado de Sergipe. Pesquisa realizada em um banco de dados contendo os prontuários médicos.

A coleta ocorreu entre os meses de setembro de 2016 a maio de 2017, e foram estudadas todas as cirurgias das vias biliares, porém, enfatizando a colecistectomia, realizadas no período de 2012 a 2015 na instituição citada. Critérios de inclusão: foram incluídos todos os pacientes de qualquer faixa etária, admitidos para submeter-se a colecistectomia eletiva.

As variáveis pesquisadas foram dispostas em uma tabela contendo os seguintes dados: sexo, idade, procedência, queixa principal da doença, exame físico do abdome, período médio do início dos sintomas até a resolução cirúrgica e exame complementar.

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Foi realizada análise descritiva dos dados. O teste de Shapiro Wilk (1965) foi utilizado para verificar associação entre as variáveis aleatórias. Os testes não paramétricos de Mann-Whitney (1947) e binominal foram utilizados para comparação das amostras independentes. As análises estatísticas foram realizadas através do programa Excel (Microsoft). O nível de significância de p estipulado foi ≤0,05.

Este estudo foi submetido e aprovado através da Plataforma Brasil, pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Federal de Sergipe, com o número de protocolo 64809816.7.0000.5546. RESULTADOS

Foram incluídos neste estudo 220 pacientes internados na enfermaria da

Clínica Cirúrgica do Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe (HU-UFS). Desses pacientes rastreados e avaliados foi percebível que 20,9% pertencem ao gênero masculino e 79,1% ao gênero feminino (p-valor=0,000) (Tabela 1).

Tabela 1 – Percentual por sexo dos pacientes submetidos a colecistectomia no HU-UFS, entre

os anos 2012-2015.

Sexo Frequência Percentual

Masculino 46 20,9

Feminino 174 79,1

Total 220 100

A idade média geral, observada em estudo, foi de 45,8 anos. Sendo a masculina 49,91 anos e a feminina 44,66 anos (p=0,057). Nota - se que existe semelhança entre as idades médias. Além disso, foi encontrada a idade mínima de 02 anos e a máxima de 84 anos (Gráfico 1).

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Gráfico 1 – Idade média entres os gêneros masculino e feminino dos pacientes

submetidos a colecistectomia no HU-UFS entre os anos 2012-2015.

Quanto à procedência dos pesquisados, 49,1% residiam no interior do Estado e 50,9% na capital (p-valor=0,840). Não houve diferença significativa entre as proporções dos pacientes do interior e os da capital.

Na variável queixa principal da doença, demonstrou-se que 95,0% dos pacientes eram sintomáticos e 5,0% assintomáticos (p-valor=0,000). Isto é, a proporção dos pacientes sintomáticos é superior à dos pacientes assintomáticos. O que ficou notório que houve diferença significativa. Dentre os sintomáticos, 90,9% referiram cólica biliar e 9,1% outros sintomas inespecíficos para colelitíase. No que concerne aos assintomáticos, esses procuraram o serviço motivados a achados incidentais em ultrassonografia de abdome (Tabelas 2 e 3).

Tabela 2 – Relação da queixa principal da doença entre os pacientes sintomáticos e os

assintomáticos submetidos a colecistectomia no HU-UFS entre os anos 2012-2015.

QPD Frequência Percentual

Assintomáticos 10 5,0

Sintomáticos 188 95,0

Total 198 100

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Tabela 3 – Descrição da queixa principal da doença na consulta pré-operatória para realização da colecistectomia no HU-UFS entre os anos 2012-2015.

Sintomas Frequência Percentual

Cólica Biliar 171 90,9

Outros Sintomas 17 9,1

Total 188 100,0

Ao exame físico, 23,2% dos pacientes apresentaram abdome doloroso em região de hipocôndrio direito à palpação, em 23,2% encontrou-se dor abdominal difusa, enquanto 1,8% apresentaram dor em epigástrio. Em 47,7% dos indivíduos estudados o abdome era indolor. Ainda, 4,1% dos pacientes não apresentavam dados ao exame físico em prontuário médico. A proporção dos pacientes com dor abdominal localizada ou difusa, foi semelhante a proporção dos pacientes que não apresentavam dor a palpação (p-valor= 0,362) (Tabela 4).

Tabela 4 – Distribuição do exame físico de abdome dos pacientes submetidos a colecistectomia no HU-UFS entre os anos 2012-2015.

Exame físico Frequência Percentual

Sem dados 9 4,1

Indolor à palpação 105 47,7

Dor em hipocôndrio direito 51 23,2

Dor em epigástrio 4 1,8

Dor abdominal difusa 51 23,2

Total 220 100

Nesta pesquisa, o período médio do início da sintomatologia ao diagnóstico da

colelitíase foi 25,03 meses, e 17,83 meses para coledocolitíase (p=0,017). A média da evolução da doença em meses dos pacientes com colelitíase é superior, em comparação aos pacientes com Coledocolitiase (Tabela 5).

Tabela 5 – Descrição da evolução da doença em meses, no comparativo entre os pacientes com colelitíase e coledocolitíase, do início da sintomatologia até a resolução

cirúrgica através da colecistectomia no HU-UFS entre 2012-2015.

Evolução em meses N Média Mín Máx

Colelitiase 123 25,03 0,2 240

Coledocolitiase 9 17,83 0,5 120

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O exame complementar predominante para diagnóstico, a nível ambulatorial, foi a ultrassonografia de abdome. Como achados à ecografia, encontraram-se 91,3% referentes à colelitíase, 6,3% à coledocolitíase e 2,4% à colecistite (Gráfico 2).

Gráfico 2 – Percentual da Colelitíase, Coledocolitíase e Colecistite de acordo com os achados ecográficos do abdome dos pacientes submetidos a colecistectomia

no HU-UFS entre os anos 2012-2015. DISCUSSÃO

Várias doenças podem acometer o aparelho digestivo. Entre as mais prevalentes está a colelitíase1. Nesse estudo foi avaliado, através da revisão de prontuários, o perfil epidemiológico dos pacientes submetidos à colecistectomia. Analisaram-se as seguintes variáveis: sexo, idade, procedência, queixa principal da doença, exame físico do abdome, período médio do início dos sintomas até o diagnóstico e exame complementar.

A fila de espera dos pacientes que aguardam a realização da colecistectomia no Hospital Universitário – UFS, segundo o Sistema de Gerenciamento de Cirurgias – SIGEC e o Setor de Regulação e Avaliação em Saúde – SRAS, lista atualmente 361 pacientes, sendo 342 adultos e 19 pediátricos.

O funcionamento da referida lista segue alguns critérios. Dentre os mais importantes, encontram-se gravidade, quadro clínico e idade do paciente18. Diante da magnitude da demanda, evidencia-se a importância dos nossos serviços para a população usuária do Sistema Único de Saúde no Estado de Sergipe.

Percebe-se no presente estudo que existe uma expressiva disparidade entre os gêneros masculino e feminino, em relação aos pacientes submetidos à colecistectomia, achado que está de acordo com a literatura, na qual refere-se uma frequência de três a quatro vezes maior no sexo feminino19,20,21,22.

Observamos que a idade média geral foi condizente com a literatura19,21,22. No que concerne à idade média no sexo masculino e feminino, foi verificado, respectivamente, uma idade média de 53,50 anos e 44,50 anos (p=0,057). Seguindo o padrão de um estudo atual que também demostrou que os homens são mais velhos

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que as mulheres no tocante à colecistectomia19. Nossos dados são similares aos encontrados na literatura, nos quais observa-se que o aumento da faixa etária incrementa a incidência da colelitíase, em ambos os sexos.19,20,21,22,23.

No tocante à procedência dos pacientes, comparando-se os provenientes da capital do estado com aqueles do interior, houve predominância discreta dos primeiros, fato que pode estar relacionado à facilidade de acesso a um serviço de saúde nos centros urbanos maiores.

Um estudo epidemiológico mostrou que a prevalência da litíase vesicular pode ser variável de acordo com o continente, país, estado e cidade. Pode variar, inclusive, de acordo com os grupos de pacientes analisados24.

Quanto aos achados clínicos na anamnese, observou-se que a maioria dos pacientes eram sintomáticos. Apresentavam como queixa principal da doença, em sua grande maioria, cólica biliar. No entanto, outros estudos demonstram o contrário, uma prevalência de pacientes assintomáticos que procuram atendimento médico, motivados ao achado diagnóstico acidental, em exames de imagem25,26,27. Talvez, isso seja decorrente do longo tempo na fila de espera em nossa instituição, a qual recebe os pacientes provenientes de todos os serviços do Estado, nos quais não houve resolução ou tratamento definitivo.

Apesar da maioria dos pacientes serem sintomáticos, ao exame físico houve leve predominância de indivíduos com o abdome indolor, não confirmada estatisticamente. De acordo com Flasar e colaboradores, o exame físico geralmente é normal, mas alguns pacientes podem apresentar dor em epigástrio e hipocôndrio direito28.

De acordo com os dados obtidos, percebemos que o tempo médio entre o início dos sintomas até o diagnóstico definitivo, no comparativo entre os pacientes portadores de colelitíase ou coledocolitíase, foi mais curto naqueles que apresentavam coledocolitíase. No entanto, esta análise pode estar relacionada à magnitude dos sintomas desta última afecção. Não encontramos estudo algum contendo a avaliação desta variável.

Em relação ao exame complementar, a ultrassonografia de abdome foi padrão ouro como método de diagnóstico, certamente, por ser um exame não invasivo, amplamente disponível e de baixo custo. Além de apresentar uma sensibilidade e especificidade maior que 95%, e capacidade de demonstrar o tamanho e a localização do cálculo29. Quando analisadas as frequências dos laudos da ultrassonografia, foi perceptível que o achado mais prevalente nesse exame, foi a colelitíase (91,3%). Conforme demostrado um estudo realizado em Santiago de Cuba (CUBA), no qual foi observada uma frequência de 86,1%30.

Considerando – se a relevância do papel do HU-UFS, como referência estadual para o tratamento de doenças das vias biliares, além do valor epidemiológico dos dados obtidos neste estudo, abre-se perspectivas de padronização de ferramentas de triagem e avaliação dos pacientes colecistectomizados. Embora trate-se de um serviço completo e comprovadamente eficaz para seu diagnóstico e tratamento, ações como: a instituição de protocolos e a educação continuada, podem resultar em diagnóstico precoce e tratamento adequado dessas importantes afecções, cujo o impacto repercute na fila de espera como também nos custos hospitalares finais.

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CONCLUSÕES

1- O presente estudo demostrou que a maioria dos pacientes submetidos à colecistectomia no Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe é do sexo feminino, sintomáticos e tem o diagnóstico estabelecido por ultrassonografia abdominal.

2- O tempo médio entre o início dos sintomas e a colecistectomia foi de 25,03 meses na colelitíase.

3 – O intervalo entre o início dos sintomas e a realização da colecistectomia na coledocolitíase foi menor do que na colelitíase.

4- No exame físico, à admissão do paciente, o abdome foi indolor a palpação na maioria dos pacientes, porém sem significância estatística.

5- Não houve diferença significativa estatisticamente, em relação a procedência dos pacientes. REFERÊNCIAS 1. Parmar AD, Sheffield KM, Adhikari D, Davee RA, Vargas GM, Tamirisa NP, Riall

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23. Santos JS et al. Colecistectomia: aspectos técnicos e indicações para o tratamento da litíase biliar e das neoplasias. Medicina. 2008; 41(4): 449-464.

24. Ferreira AC et al. Litíase vesicular assintomática em mulheres: aspectos epidemiológicos e clínicos. Rev Col Bras Cir. 2006; 33(4):235-241.

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29. Marília MDA, Medeiros CC, Silva LR. Cholelithiasis in obese adolescents treated at an outpatient clinic. J ped. 2014; 90(2): 203-208.

30. Musle AM et al. Parámetros ecográficos específicos de la vesícula biliar en pacientes con colecistitis aguda. Medisan. 2011; 15(8):1091-1097

ANEXO 01

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ANEXO 02

COMPROVANTE DE ENVIO DO PROJETO

DADOS DO PROJETO DE PESQUISA

Título da Pesquisa: Perfil dos pacientes submetidos a colecistectomia em Hospital Universitário de Sergipe no período de 2012 a 2016

Pesquisador: Cristina Gama Pereira Lucena

Versão: 2

CAAE: 64809816.7.0000.5546

Instituição Proponente: FUNDACAO UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

DADOS DO COMPROVANTE

Número do Comprovante: 011455/2017

Patrocionador Principal: Financiamento Próprio

Informamos que o projeto Perfil dos pacientes submetidos a colecistectomia em Hospital

Universitário de Sergipe no período de 2012 a 2016 que tem como pesquisador responsável Cristina Gama

Pereira Lucena, foi recebido para análise ética no CEP UFS - Hospital Universitário de Aracajú da

Universidade Federal de Sergipe / HU-UFS em 15/02/2017 às 10:57.

UFS - HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE ARACAJÚ DA UNIVERSIDADE FEDERAL

Endereço: Rua Cláudio Batista s/nº

Bairro: Sanatório CEP: 49.060-110

UF: SE Município: ARACAJU

Telefone: (79)2105-1805 E-mail: [email protected]

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Perfil epidemiologicos dos Pacientes submetidos à colecistectomia

em Hospital Universitário de Sergipe no periodo de 2012 a 2016

Pesquisador: Dernevan Rodrigues dos Santos

Orientadora: Profª Drª Cristina Gama Matos Pereira

Tabela de Coleta

Sexo

Idade

Procedência

Queixa Principal da Doença

Exame físico do abdome

Evolução da doença

Exame complementar