UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA Ronaldo M · pode tornar as aulas de diversas disciplinas muito...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA
Ronaldo Müller Soares
UMA ANÁLISE SOBRE A CONSTRUÇÃO DAS
HIDROELÉTRICAS NO RIO MADEIRA E SUA UTILIZAÇÃO
COMO FACILITADOR DIDÁTICO PARA DISCIPLINAS DO
ENSINO MÉDIO
JIPARANÁ – RO
2009
Ronaldo Müller Soares
UMA ANÁLISE SOBRE A CONSTRUÇÃO DAS
HIDROELÉTRICAS NO RIO MADEIRA E SUA UTILIZAÇÃO
COMO FACILITADOR DIDÁTICO PARA DISCIPLINAS DO
ENSINO MÉDIO
Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação apresentado ao Departamento de Física da Universidade Federal de Rondônia, como parte dos requisitos para colação de grau no curso de Licenciatura Plena em Física.Orientador: Prof. Dr. Walter Trennepohl Júnior
UNIRDepartamento de Física
JiParaná – RO2009
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RONALDO MÜLLER SOARES
UMA ANÁLISE SOBRE A CONSTRUÇÃO DAS HIDROELÉTRICAS NO RIO
MADEIRA E SUA UTILIZAÇÃO COMO FACILITADOR DIDÁTICO PARA
DISCIPLINAS DO ENSINO MÉDIO
Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação
apresentado ao Departamento de Física da Universidade
Federal de Rondônia, como parte dos requisitos para
colação de grau no curso de Licenciatura Plena em Física.
21 de dezembro de 2009.
Resultado: ____________________
BANCA EXAMINADORA:
Prof. Dr. Carlos Mergulhão Júnior(membro)
Assinatura _____________________
Prof. Dr. Ricardo(membro)
Assinatura _____________________
Prof. Dr. Walter Trennepohl Júnior(orientador)
Assinatura _____________________
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Dedico este trabalho à:
Minha mãe, Senhora Sibila, pela dedicação e apoio durante os anos que estive ocupado
cursando minha graduação.
Ao Meu pai, Senhor Gessy, pela paciência, pelo estímulo e pelo apoio financeiro, sem o qual
jamais teria conseguido meu objetivo.
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AGRADECIMENTOS
Ao Senhor Seiji, físico que me ajudou por diversas vezes no decorrer do curso, fornecendo
livros e dando dicas para que eu escolhesse o tema deste trabalho.
À Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Monteiro Lobato, por ter me concedido o
direito de efetuar meus estágios pedagógicos em suas dependências.
Aos funcionários da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Monteiro Lobato que
direta ou indiretamente colaboraram para o sucesso de meu estágio.
À Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio 28 de Novembro, que permitiu a
aplicação de questionário de pesquisa para levantamento de dados constantes neste trabalho.
À Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Joaquim de Lima Avelino, que permitiu a
aplicação de questionário de pesquisa para levantamento de dados constantes neste trabalho.
À minha incansável amiga Solange, que sempre me incentivou a lutar pelo objetivo e jamais
desistir.
À Minha cara amiga Carla, que me ajudou na execução da pesquisa utilizada no presente
trabalho, desde o levantamento dos dados até à manipulação dos mesmos.
Aos Professores Universitários que nesta caminhada sempre me ofereceram a mão para
atingir o objetivo final, a conclusão de minha graduação.
A todos os colegas de Universidade, não só aqueles do meu curso, mas também aos de
Matemática e Pedagogia que por vezes dividiram sala de aula comigo e que durante estes anos
se tornaram a minha família Universitária.
Por fim, à Universidade Federal de Rondônia, que nestes rincões do país me proporcionou a
oportunidade e fez um sonho se tornar realidade, sendo ela o meu estabelecimento de ensino
para a obtenção do título de graduado.
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“A criatividade é indispensável, porque é impossível conceber no centro, em detalhe, as ‘reformas do terceiro tipo’; é útil propor textos, mas eles não são suficientes; constituem, na melhor das hipóteses, ‘condições necessárias’, incitam e autorizam; mas a avaliação formativa, as pedagogias ativas, a diferenciação ou o diálogo com as famílias não são decretados por textos ministeriais; eles supõem a adesão profunda dos atores; nenhuma das reformas escolares dos últimos anos é uma verdadeira resposta; elas propõem mais um método, um procedimento e objetivos, deixando aos estabelecimentos e aos professores a tarefa de desenvolver caminhos e de representar intenções gerais em dispositivos e práticas”.
Perrenoud, Philippe,(Pedagogia Diferenciada – Das intenções à ação)
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RESUMO
O presente trabalho procura apresentar a realidade do sistema energético
brasileiro, sua história bem como os vários problemas por vezes encontrados ao longo dos
anos que se passaram. Relata também um pouco da realidade do sistema energético do estado
de Rondônia, onde atualmente se encontram em construção duas grandes Usinas
Hidroelétricas, cuja construção tem causado grandes debates na esfera regional, nacional e até
mesmo internacional.
Por fim, o trabalho apresenta uma pesquisa realizada com alunos do ensino
médio sobre o tema abordado e, a partir do resultado desta pesquisa, mostrase a importância
do professor utilizar temas atuais e regionais como meio de induzir o aluno a melhorar o
interesse pela disciplina que está sendo ministrada.
Palavraschave: Didática, Energia, Energia Elétrica, Meio Ambiente, Usinas Hidroelétricas.
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ABSTRACT
The present paper aims at presenting the reality of the Brazilian energetic system, its history as well as the various problems met during the years passed by. Also it relates something about the reality of the energetic system of the state of Rondônia, where currently two big hydro electricity power plants are under construction. The construction process has caused enormous debates regionally, nationally and even internationally.
Lastly, the paper presents a research carried out with secondary school students on the theme in question, and based on the results of this research is shown the importance it has the teacher making use of presentday and regional themes as a means of inducing the student to improve his interest for the discipline taught.
Key words: didactics, energy, electricity, environment, hydro electric power plants.
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SUMÁRIO
1 – INTRODUÇÃO..................................................................................................................09
1.1 – Apresentação..............................................................................................................09
1.2 – Metodologia...............................................................................................................10
1.3 – Fontes de Energia.......................................................................................................11
1.3.1 – Primeiras fontes de energia............................................................................11
1.3.2 – Fontes de energia mais utilizadas nos dias atuais..........................................12
1.3.3 – Fontes de energia mais utilizadas no Brasil...................................................13
1.4 – OBJETIVOS..............................................................................................................13
2 – USINAS HIDROELÉTRICAS COMO FONTE DE ENERGIA.......................................15
2.1 – Usinas Hidroelétricas no Brasil..................................................................................16
2.1.1 – Resumo histórico............................................................................................16
2.1.2 – Principais Usinas Hidroelétricas no Brasil.....................................................19
2.1.3 – Hidroelétricas em Rondônia...........................................................................21
2.1.3.1 – Hidroelétrica de Samuel..................................................................21
2.1.3.2 – Hidroelétrica de Santo Antônio.......................................................22
2.1.3.3 – Hidroelétrica de Jirau......................................................................24
2.2 – Os Impactos Diretos Provocados Pelas Construções no Rio Madeira.......................24
3 – A ESCOLA APROVEITANDO O TEMA PARA MELHORAR O ENSINO..................28
4 – CONCLUSÃO....................................................................................................................44
5 – REFERÊNCIAS..................................................................................................................45
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1 INTRODUÇÃO
1.1 – APRESENTAÇÃO
Nosso planeta já sofreu inúmeras transformações ao longo dos anos, muitas
delas catastróficas e que causaram grandes mudanças. Atualmente o planeta se encontra sob
novas alterações e uma das que mais chama a atenção é o aumento de temperatura que,
conforme o portal Folha Online, provocará ciclones, tempestades e o derretimento de geleiras
o que provocará, por sua vez, um aumento do nível dos oceanos, fazendo desaparecer ilhas e
regiões de terras férteis. (FRANCE PRESSE. 2007).
Estas transformações podem ser catastróficas para o planeta e para a vida
abrigada nele, e é o próprio homem o único capaz de frear este processo ou, até mesmo,
revertêlo. Para que isso possa acontecer é fundamental que o homem diminua a liberação de
CO2 na atmosfera e, para tal, terá de substituir as fontes de energia que utilizam o combustível
fóssil pelas chamadas fontes de energia limpa.
É sabido que as hidroelétricas são uma alternativa para o problema, mas
temse notado que até mesmo estas emitem gazes nocivos para a atmosfera, pois mesmo não
havendo a queima de combustíveis para a geração de energia, as hidroelétricas necessitam
muitas vezes de um grande lago para criar a energia potencial que será transformada em
cinética e, finalmente, em elétrica. E é bem aí a raiz do problema, estes grandes lagos
inundam grande quantidade de matéria orgânica que, apesar de não serem queimadas, sofre o
processo de decomposição e, assim, resulta na geração de gazes nocivos à atmosfera do
planeta.
Para a construção das usinas no Rio Madeira houve uma tentativa de
amenizar o fator lago utilizando apenas o potencial já existente das quedas naturais. No
entanto, não é possível construir uma hidroelétrica sem que haja ao menos uma pequena
barragem para direcionar o fluxo de água para as turbinas, fato que causa modificação no
curso natural da água e provoca alagamentos na parte superior do rio. (SANTO ANTÔNIO
ENERGIA – Home Page. 2009).
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As hidroelétricas do Rio Madeira são fonte de inúmeros estudos, tanto em
território brasileiro quanto internacional. Entre os ambientalistas, há aqueles que critiquem
este empreendimento e enumerem os impactos negativos da construção, mas há também
aqueles que vejam a construção como uma alternativa menos impactante para a produção da
energia que o país precisa para continuar a crescer. A verdade é que o assunto não deve ser
visto olhandose com apenas uma concepção, pois se for analisado apenas pelos impactos
negativos diretos, não só esta, mas praticamente todas as obras humanas sobre o planeta serão
abandonadas. No entanto, se o assunto for analisado apenas positivamente, correse o risco de
não serem tomados os devidos cuidados para minimizar os impactos que podem ser evitados
durante e após a construção.
O presente trabalho tem como objetivo debater o nível de conhecimentos
dos alunos do ensino médio sobre os impactos provocados pela construção das usinas no Rio
Madeira, por como este tema é considerado altamente relevante para a população regional, ele
pode tornar as aulas de diversas disciplinas muito mais atrativas. O que também se pretende
mostrar é que a interdisciplinaridade tão discutida ultimamente pode sim ser uma forma muito
interessante de o professor ministrar suas aulas, inclusive abordando temas regionais e
polêmicos, sendo, no entanto, necessário que o professor possua conhecimento do assunto
abordado e controle da situação para não transformar sua aula em um pandemônio.
1.2– METODOLOGIA
Com o intuito de desenvolver um levantamento sobre o conhecimento real
dos alunos de ensino médio sobre os impactos causados pela construção das Hidroelétricas no
Rio Madeira, elaborouse um levantamento de dados e coletas de informações que seguiu o
seguinte critério:
• Pesquisa de dados sobre as fontes de energia;
• Pesquisa sobre hidroelétricas como fontes de energia;
• Pesquisa sobre o projeto para a construção das hidroelétricas no Rio
Madeira;
• Pesquisa sobre os impactos (positivos e negativos) ocasionados pela
construção destas hidroelétricas;
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• Elaboração de questionário sobre o assunto, voltado para alunos de
ensino médio;
• Coleta de informações do conhecimento de alunos do ensino médio
sobre o impacto que as usinas devem causar, através do questionário elaborado anteriormente;
• Análise dos dados coletados;
• Produção de trabalho conclusivo relativo ao conhecimento dos alunos
sobre o tema;
1.3– FONTES DE ENERGIA
Para discutir as fontes de energia, devese antes identificar o que é energia:
“O conceito de energia está intimamente relacionado com o de trabalho. Podese mesmo definir energia como sendo a grandeza que mede a capacidade de um sistema realizar trabalho”. (CIVITA. 1976)."algo que é capaz de originar mudanças no mundo". (CARVALHO. 2009).
Sendo o primeiro um conceito mais mecânico da palavra e o segundo um
conceito mais abrangente, podese a partir destes dois conceitos identificar o significado do
termo energia como algo que está presente desde a queda de uma folha de árvore, ou na
correnteza de um rio, no funcionamento de uma nave espacial ou até mesmo no
funcionamento do Sistema Solar.
Para este trabalho, o estudo proposto é direcionado à energia elétrica, que
pode ser assim definida:
“Energia elétrica é uma forma de energia baseada na geração de diferenças de potencial elétrico entre dois pontos, que permitem estabelecer uma corrente elétrica entre ambos.” (WIKIPÉDIA. 2009).“A Energia Elétrica pode ser definida como a capacidade de trabalho de uma corrente elétrica. Como toda Energia é a propriedade de um sistema que permite a realização de trabalho... ... Logo, o que chamamos de “eletricidade” pode ser entendido como Energia Elétrica se no fenômeno descrito, a eletricidade realiza de trabalho por meio de cargas elétricas.” (Estevão. 2008).
1.3.1 As primeiras fontes de energia:
“A mais antiga fonte que o homem utilizou para mobilizar energia foram seus próprios músculos. Ainda no início de sua história conheceu outras: o vento, as correntes de água, o calor gerado pela queima de vegetais e ainda os músculos dos animais”. (CIVITA. 1976).
Na verdade, é bem provável que a seqüência não seja a acima relacionada.
Podese, por exemplo, afirmar que os animais sejam a segunda fonte de energia conhecida,
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pois o termo energia sendo tão abrangente, deve levar em consideração que os alimentos
utilizados pelo homem também são fontes de energia. Alem disso, o homem primitivo já
procurava explorar os animais como meios de transporte de cargas. A verdade é que o
homem, desde seus primórdios já utilizava os mais diversos tipos de energia produzidos pelas
mais diversas fontes.
1.3.2 Fontes de energia mais utilizadas nos dias atuais:
São inúmeras as fontes de energia utilizadas atualmente, desde as já
conhecidas desde os primórdios, como Sol, queima de vegetais, vento, corredeiras, etc., até as
mais modernas, que se utilizam da quebra de átomos. Por ser este trabalho voltado à energia
elétrica, neste tópico serão abordadas apenas as fontes mais utilizadas desta energia.
A energia elétrica é explorada pelo homem apenas há pouco tempo. Sabese
que esta energia existia desde tempos primórdios, por exemplo, nas descargas elétricas dos
raios. No entanto o seu estudo é mais atual e provocou grandes mudanças na vida humana e
do planeta como um todo.
As fontes de energia elétrica mais utilizadas pelo homem atualmente são:
• Energia hidráulica – Produzida através das hidroelétricas;
• Energia fóssil – Gerada a partir da queima de combustíveis fósseis
como o petróleo;
• Energia nuclear – Gerada a partir de reações nucleares, tem uso
bastante difundido atualmente, porém é muito questionado pelos danos que provoca no
ambiente;
• Energia eólica – Gerada a partir da energia dos ventos, é utilizada a
bastante tempo e está sendo impulsionada pela chamada “Energia Verde”, que consiste na
produção de energia sem resíduos prejudiciais ao Meio Ambiente;
• Energia solar – Gerada a partir da energia emitida pelo Sol, é
considerada uma fonte ideal para o meio ambiente, porém sua produção ainda é pequena,
devido aos elevados custos para a sua producao;
• Energia de biomassa – Forma de produção defendida por muitos e
tida como solução, por ser possível em um país como o Brasil, por exemplo, produzir
grande quantidade de energia desta forma. É um método que utiliza os resíduos de seres
vivos para a geração da energia e, desta forma, não traz alteração na produção de
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poluentes, pois apenas utiliza o produto naturalmente gerado pela decomposição da
matéria orgânica para a geração da energia;
• Energia gravitacional – Gerada a partir da variação do nível dos
oceanos com as marés, é pouco utilizada embora seja uma solução nao poluente.
• Energia geotérmica Pouco utilizada, esta forma de utilização se
aproveita do calor interno da Terra para a geração de energia elétrica. A Finlândia é um
país que explora este tipo de produção. (SUA PESQUISA.COM. 2005).
1.3.3 Fontes de energia mais utilizadas no Brasil:
Um país vasto como o Brasil, composto de diferentes culturas, também
possui uma diversidade de fontes de energia elétrica, embora exista atualmente uma
predominância de produção através das hidroelétricas, o que tem se tornado um referencial no
país. Mas meios alternativos ainda são muito utilizados e novos meios têm sua implantação
defendida com grande entusiasmo, o que pode provocar mudança neste referencial.
Embora o Brasil possua um potencial hídrico favorável à construção de
usinas para geração de energia, antes de desenvolver este potencial ele utilizou inúmeras
outras fontes. A energia eólica já foi utilizada em sítios na região sul do país, a energia
produzida pela queima de combustíveis fósseis foi e ainda é muito utilizada em regiões não
abastecidas pelo sistema elétrico nacional sendo que dentre os combustíveis fósseis existe
uma diversidade que não deve ser ignorada, pois existe a utilização de combustíveis como o
diesel, o gás natural ou até mesmo a queima de madeira ou pó de madeira. Este último, que
procura aproveitar restos de madeira beneficiada nas serrarias, é um método bastante utilizado
na região amazônica. Outro método utilizado para produção de energia elétrica no Brasil em
ascensão é o nuclear.
No Brasil a produção de energia elétrica através de usinas se distribui na
seguinte proporção: Hidrelétricas (82,5%), Termelétricas (14,9%) e Termonuclear (2,6%),
sendo que outras fontes de energia elétrica contribuem ainda com uma parcela muito pequena,
como é o caso da produção eólica e solar. (ALVARENGA. 2008).
1.4– OBJETIVOS
O principal objetivo do presente trabalho é demonstrar como um tema
regional e atual pode ser utilizado por educadores em sala de aulas para melhorar a eficiência
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da aprendizagem. A construção das usinas no Rio Madeira é um tema atual e que tem
produzido diferentes posicionamentos por partes de ambientalistas, governantes e população
em geral. No entanto notase que a proporção da população que participa ativamente dos
debates em torno deste tema é irrisória se comparado ao tamanho do impacto que tal obra
deve produzir. Em virtude disto foi elaborado uma pesquisa na qual se analisou o
conhecimento dos alunos sobre o tema abordado com o intuito de mostrar o potencial didático
do tema, potencial este que muitas vezes é ignorado pelos educadores. Assim, o que se propõe
neste trabalho é mostrar que um tema aparentemente simples e sem importância pode ser
utilizado como fonte de material didático para tornar uma aula interessante e ao mesmo tempo
descontraída.
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2. USINAS HIDROELÉTRICAS COMO FONTE DE ENERGIA
“Uma usina hidrelétrica ou central hidroeléctrica é um complexo arquitetônico, um conjunto de obras e de equipamentos, que tem por finalidade produzir energia elétrica através do aproveitamento do potencial hidráulico existente em um rio”.(WIKIPÉDIA. 2009).
Para um país de rico potencial hídrico as hidroelétricas são uma solução
atraente, pois apesar de serem de construção demorada, tem um custo operacional baixo, visto
que não gastam combustíveis, exigindo apenas trabalhos de manutenção e reposição de peças.
As usinas hidroelétricas têm como função principal transformar a energia
disponível dos rios em forma potencial e cinética para energia elétrica. Para isto elas precisam
normalmente de um reservatório de águas (represa) para elevar ainda mais o nível da água e
aumentar assim sua energia potencial. Junto à barragem é construído um sistema de turbinas e
geradores que são acionados pela passagem da água contida no reservatório. Com isto, a água
do reservatório, ao descer pela tubulação, transforma a energia potencial acumulada em
energia cinética e, sendo direcionada para uma turbina existente no gerador, ocorre
inicialmente a transformação da energia cinética da água em energia mecânica da turbina e,
com isto, o gerador transforma finalmente a energia mecânica da turbina em energia elétrica.
As hidroelétricas são consideradas geradoras de energia elétrica de forma
menos poluente, principalmente quando comparada com a gerada através da queima de
combustíveis fósseis. A verdade é que mesmo não produzindo resíduos poluentes diretamente
durante a geração de energia, as hidroelétricas possuem reservatórios de água que inundam
grandes áreas florestais, o que causa a decomposição do material orgânico das florestas
submergidas que, por sua vez, causa a liberação de gases poluentes. Esta conseqüência tem
impulsionado grandes estudos visando métodos para se tirar maior proveito do potencial
energético do rio com o menor reservatório de águas possível. (SANTO ANTONIO
ENERGIA – Home Page. 2009)
“Esse tipo de energia responde por apenas 2,5% do total da energia usada no mundo e 15% da eletricidade gerada no mundo são oriundas dessa fonte. Diante desses percentuais, notase que a participação desse tipo de geração de energia ainda é modesta. O início da utilização dessa fonte de energia ocorreu por volta de 1860, na Europa. No entanto, o seu uso foi efetivamente difundido após a Segunda Guerra Mundial, pois inúmeras usinas foram construídas.” (FREITAS. 2007)
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Como as hidroelétricas possuem como principal limitação a exigência de
recursos hídricos que possibilitem a sua produção, regiões que não disponham de rios com
volume de água necessário ou que não apresentem um desnível necessário para a produção de
energia não tem esta alternativa como meio viável. Outro fator que limita a construção de
hidrelétricas é a inundação que ela produz em grandes áreas, fato que provoca o deslocamento
de populações e muitas vezes a destruição de patrimônio natural, cultural e histórico. Sua
principal vantagem é o fator menos poluente, aliado ao fato de ser uma fonte de energia não
esgotável.
2.1 – USINAS HIDROELÉTRICAS NO BRASIL
2.1.1 – Resumo Histórico:
Durante o período em que era colônia de Portugal, o Brasil era visto como
uma fonte produtora de matéria prima e não havia o menor interesse português em implantar
aqui qualquer tipo de indústria que gerasse o desenvolvimento local. Assim, existiam no
Brasil apenas métodos rudimentares de produção, meios de transporte e praticamente não
havia indústrias. Com a Independência este quadro mudou e o país passou de apenas uma
fonte produtora para ser também o responsável por seus produtos. Daí surge a necessidade de
valorizar a matéria prima produzida antes que esta saia do domínio do próprio país.
Na mesma época da independência brasileira ocorre o início da utilização da
energia elétrica como fonte geradora de trabalho, fato que modificou hábitos e costumes tanto
na vida cotidiana do cidadão como das indústrias. Até aquele momento a indústria mundial
utilizava mãodeobra humana, força animal e máquinas a vapor como fonte de trabalho, mas
a descoberta da energia elétrica e, principalmente, do dínamo como gerador de energia,
impulsionou mudanças radicais no mundo industrializado.
Logo em seguida começouse a utilizar o petróleo como fonte de energia.
Esta exploração foi a que se desenvolveu mais rapidamente no mundo moderno, mas
encontrou os seguintes obstáculos: tratase de uma fonte de energia esgotável, poluente, tem
custo altíssimo e muitas áreas do planeta não dispõem de produção suficiente para abastecer
seu consumo. Em virtude disto a energia elétrica que, por poder ser gerada de várias formas
pode se adequar a muitas regiões, tem se tornado a alternativa mais viável para a produção de
energia.
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“A utilização de máquinas elétricas, baseada na teoria de indução eletromagnética que Faraday descobrira em 1931, começa a aparecer no fim do século: Thomas Alva Edison constrói a primeira central elétrica, em 1879, para o serviço público de distribuição de energia elétrica à cidade de Nova Iorque, e a primeira linha de transmissão a longa distância será construída em 1891, na Alemanha.Graças ao interesse que o Imperador Pedro II dispensava às inveções e descobertas científicas, o Brasil é também um dos pioneiros mundiais: no mesmo ano de 1879, ele inaugura a iluminação elétrica da antiga Estação da Corte (hoje Estação D. Pedro II), da Estrada de Ferro Central do Brasil, com 6 lâmpadas de arco voltaico, tipo Jablockhoff, que substituem 46 bicos a gás, e produzem melhor iluminação.”“Campos (RJ) se torna a primeira cidade do Brasil e da América do Sul a receber iluminação pública, elétrica em 1883. É também o Imperador quem inaugura, ali, a máquina térmica acionadora de 3 dínamos, com potência de 52 kW, fornecendo energia para 39 lâmpadas de 2000 velas cada uma. Seu serviço era de qualidade tão boa que até seu fechamento, dezoito anos depois, apenas uma vez, nas noites de 10 e 11 de junho de 1901, ela deixa de funcionar.”(BIBLIOTECA DO EXÉRCITO. 1977).Ocorreu ainda do século XIX a primeira experiência brasileira com
hidroelétricas. No ano de 1892, em Diamantina (MG), foi ativada a Usina do Ribeirão do
Inferno, usina esta de uso privado, para fornecer energia a uma mineradora. A primeira
hidroelétrica possuía uma casa de força com dois geradores de corrente contínua de cerca de 6
kW cada um, acionados por uma roda de madeira. Fazia ainda parte do conjunto hidroelétrico
uma linha de transmissão de 2 km que alimentava duas bombas de desmonte a jato para
exploração de diamante.
“A primeira usina Hidrelétrica instalada no Brasil para serviço de utilidade pública é a MarmelosZero, no Rio Paraibuna, próximo à recémconstruída estrada UniãoIndústria, exatamente a 5 de setembro de 1889 – último aniversário da Independência comemorado no Império.” .”(BIBLIOTECA DO EXÉRCITO. 1977).A primeira Hidrelétrica de utilidade pública foi construída no município de Juiz de Fora e logo impulsionou a indústria têxtil da região. Em conseqüência, o Brasil que como colônia não possuía nenhum incentivo industrial, agora se via em espantoso crescimento na área.“De 1883 a 1900 a potencia instalada aumenta consideravelmente. Alguns números podem dar uma visão desse crescimento: 1883 – 52 kW; 1889 – 4618 kW; 1890 – 5020 kW; e 1900 – 12085 kW.Para produzir esse 12085 kW há um mesmo número de usinas térmicas e de usinas hidrelétricas, porém a capacidade instalada das primeiras é maior: 6585 kW contra 5500 kW das segundas.” .”(BIBLIOTECA DO EXÉRCITO. 1977).
A partir daí o governo destinou cada vez mais recursos para a produção de
energia no país, sendo sua preferência pela produção através das hidroelétricas. Apesar de não
haver naquela época preocupação com o impacto ambiental, o motivo principal desta
preferência devese ao fato que a produção de energia através de hidroelétricas é muito mais
barata, pois depende apenas da manutenção dos equipamentos e do custo de instalação inicial,
visto que o combustível gerador é a água do rio e o desnível. Também já se acreditava que o
potencial hídrico para produção de energia elétrica no país fosse favorável em relação às
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termelétricas que utilizavam como combustível o carvão mineral, cuja quantidade disponível
acreditavase ser pequena no país.
Em 9 de outubro de 1899 o grupo Light começa a atuar em São Paulo
assumindo o fornecimento de energia elétrica para a cidade e, em 16 de outubro de 1905, o
grupo assume os mesmos serviços na cidade do Rio de Janeiro, sendo que entre 1899 e 1901 o
grupo constrói sua primeira hidroelétrica no país, a Usina Parnaíba no rio Tietê, cuja
capacidade é de 2.000 kW, sendo posteriormente ampliada até atingir em 1912 sua capacidade
maxima de 16.000 kW.
A história da exploração energética no Brasil se confunde com a própria
história do país, pois, a partir de sua independência, o país passou por inúmeros avanços e
mudanças, todos alavancados por bravos e patrióticos cidadãos que acreditavam no potencial
de crescimento da nação, que só seria possível se fosse baseado numa fonte geradora de
energia viável que se acreditava ser a hídrica. Assim, o país a revolução industrial produziu
um grande amparo no crescimento do potencial energético brasileiro baseado em
hidroelétricas.
Durante a II Guerra Mundial não houve crescimento na produção de energia
no país, devido a dificuldade de se importar o material necessário para construção de novas
usinas. Este fato, associado ao desenvolvimento pósguerra, com o implante de novas
indústrias no país, gerou problemas de racionamento no fornecimento de energia e crise
energética no país entre os anos de 1951 a 1964.
Para fazer frente à crise energética o país e os estados adotaram diferentes
medidas. Dentre elas destacamse a ampliação e geração de novos tributos, racionamento de
energia, incentivo ao aumento da produção de energia, investimentos públicos no setor, a
criação do BNDE para financiar os empreendimentos de eletrificação implantados depois de
1953, a constituição da ELETROBRÁS e a posterior consolidação da estrutura financeira do
setor com o fortalecimento do Fundo Federal de Eletrificação e os ajustes das tarifas.
Vale destacar que em 1945 foi criada a Cia. Hidro Elétrica do São
FranciscoCHESF, cujo principal objetivo era o de explorar o potencial energético do Rio São
Francisco, ao norte do estado de Minas Gerais e em grande parte do Nordeste brasileiro. Em
1957 é criada FURNAS cujo objetivo é o ingresso do Governo Federal no campo de energia
elétrica da Região CentroSul do país, até então em mãos de empresas privadas. FURNAS
projetou a construção de usinas no rio Grande, rio este que limita os estados de São Paulo e
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Minas Gerais, com o objetivo de se produzir energia elétrica próxima aos grandes centros
consumidores de energia na época. Posteriormente foi construído o complexo Urubupongá
também na região CentroSul do país, complexo este de enorme capacidade geradora para a
época. Com isto se conseguiu minimizar a deficiência de energia elétrica para um país cuja
indústria se encontrava impulsionada e em constante crescimento.
Para a ampliação de produção energética de um país em franco
desenvolvimento, a ELETROBRAS em parceria com a ANDE (Administracion Nacional de
Eletricidad) concretizaram posteriormente a construção da ITAIPUBinacional. Também foi
construída no Rio Tocantins a Usina de Tucurui.
O programa Energético Brasileiro também conta com a produção de energia
elétrica através de usinas nucleares no estado do Rio de Janeiro, composto pelo conjunto
Angra I e Angra II que hoje são administradas pela ELETRONUCLEAR, uma subsidiária da
ELETROBRAS. (BIBLIOTECA DO EXÉRCITO. 1977).
2.1.2 – Principais Usinas Hidroelétricas No Brasil:
A energia elétrica atualmente atende a aproximadamente 92% dos
domicílios no país. A produção de energia é realizada por usinas hidrelétricas e
termoelétricas, sendo que as usinas hidrelétricas respondem por cerca de 97% da energia
elétrica gerada. Para isto o Brasil dispõe de uma grande quantidade de usinas, sendo que as
principais, com geração de energia a uma taxa maior que 30 MW, são:
Usina Hidrelétrica de Itaipu Rio Paraná, 14.000 MW.Usina Hidrelétrica São Luiz do Tapajós Rio Tapajós, 8.381 MW. (projetada)Usina Hidrelétrica de Tucuruí Rio Tocantins, 8.370 MW.Usina Hidrelétrica de Belo Monte Rio Xingu, 11.000 MW. (projetada)Usina Hidrelétrica de Ilha Solteira Rio Paraná, 3.444 MW.Usina Hidrelétrica de Jirau Rio Madeira, 3.300 MW. (licitada)Usina Hidrelétrica de Xingó Rio São Francisco, 3.162 MW.Usina Hidrelétrica Santo Antônio Rio Madeira, 3.150 MW. (em contrução)Usina Hidrelétrica Paulo Afonso IV Rio São Francisco, 2.462 MW.Usina Hidrelétrica de Itumbiara Rio Paranaíba, 2.082 MW.Usina Hidrelétrica Teles Pires Rio Teles Pires, 1820 MW. (projetada)Usina Hidrelétrica de São Simão Rio Paranaíba, 1.710 MW.Usina Hidrelétrica de Foz do Areia Rio Iguaçu, 1.676 MW.Usina Hidrelétrica de Jupiá Rio Paraná, 1.551 MW.Usina Hidrelétrica de Itaparica Rio São Francisco, 1.500 MW.Usina Hidrelétrica de Itá Rio Uruguai, 1.450 MW.Usina Hidrelétrica de Marimbondo Rio Grande, 1.440 MW.Usina Hidrelétrica de Porto Primavera Rio Paraná, 1.430 MW.Usina Hidrelétrica de Salto Santiago Rio Iguaçu, 1.420 MW.Usina Hidrelétrica de Água Vermelha Rio Grande, 1.396 MW.Usina Hidrelétrica de Corumbá Rio Corumbá, 1.275 MW.Usina Hidrelétrica de Serra da Mesa Rio Tocantins, 1.275 MW.
20
Usina Hidrelétrica de Segredo Rio Iguaçu, 1.260 MW.Usina Hidrelétrica de Salto Caxias Rio Iguaçu, 1.240 MW.Usina Hidrelétrica de Furnas Rio Grande, 1.216 MW.Usina Hidrelétrica de Emborcação Rio Paranaíba, 1.192 MW.Usina Hidrelétrica de Machadinho Rio Pelotas, 1.140 MW.Usina Hidrelétrica de Salto Osório Rio Iguaçu, 1.078 MW.Usina Hidrelétrica de Estreito Rio Grande, 1.050 MW.Usina Hidrelétrica de Sobradinho Rio São Francisco, 1.050 MW.Usina Hidrelétrica Luiz Eduardo Magalhães Rio Tocantins, 902,5 MW.Usina Hidrelétrica Henry Borden C. do Rio Pinheiros e Rio das Pedras, 889 MW.Usina Hidrelétrica de Campos Novos Rio Canoas, 880 MW.Usina Hidrelétrica de Três Irmãos Rio Tietê, 807,5 MW.Usina Hidrelétrica de São Manoel Rio Teles Pires, 746 MW. (projetada).Usina Hidrelétrica de Capivara Rio Paranapanema, 619 MW.Usina Hidrelétrica de Taquaruçu Rio Paranapanema, 526 MW.Usina Hidrelétrica de Nova Ponte Rio Araguari, 510 MW.Usina Hidrelétrica Itaúba – Rio Jacuí, 500,00 MW.Usina Hidrelétrica de Sinop Rio Teles Pires, 461 MW. (projetada)Usina Hidrelétrica Mascarenhas de Morais Rio Grande , 458 MW.Usina Hidrelétrica de Cana Brava Rio Tocantins, 456 MW.Usina Hidrelétrica de Itapebi Rio Jequitinhonha, 450 MW.Usina Hidrelétrica de Moxotó Rio São Francisco, 440 MW.Usina Hidrelétrica de Jaguara Usina Hidrelétrica de Jaguara , 424 MW.Usina Hidrelétrica de Chavantes Rio Paranapanema, 414 MW.Usina Hidrelétrica de Miranda Rio Araguari, 408 MW.Usina Hidrelétrica de Três Marias Rio São Francisco, 396 MW.Usina Hidrelétrica de Volta Grande Rio Grande, 380 MW.Usina Hidrelétrica de Irapé Rio Jequitinhonha, 360 MW.Usina Hidrelétrica de Rosana Rio Paranapanema, 353 MW.Usina Hidrelétrica de Nova Avanhandava Rio Tietê, 347 MW.Usina Hidrelétrica de Aimorés Rio Doce, 330 MW.Usina Hidrelétrica de Promissão Rio Tietê, 264 MW.Usina Hidrelétrica de Dardanelos Rio Aripuanã, 261 MW. (em construção)Usina Hidrelétrica de Capivari Cachoeira Rio Capivari e Rio Cachoeira, 260 MWUsina Hidrelétrica de Balbina Rio Uatumã, 250 MW.Usina Hidrelétrica de Samuel Rio Jamari , 242,0 MW.Usina Hidrelétrica de Boa Esperanca Rio Parnaíba 237 MW.Usina Hidrelétrica de São Roque Rio Canoas 214 MW.Usina Hidrelétrica de Manso Rio Manso 212 MW.Usina Hidrelétrica Leonel de Moura Brizola (Jacuí) – Rio Jacuí, 180,00 MW.Usina Hidrelétrica Passo Real – Rio Jacuí, 158,00 MW.Usina Hidrelétrica Garibaldi – Rio Canoas, 150,00 MW.Usina Hidrelétrica de Bariri Rio Tietê, 143 MW.Usina Hidrelétrica de Barra Bonita Rio Tietê, 141 MW.Usina Hidrelétrica de Ibitinga Rio Tietê, 132 MW.Usina Hidrelétrica Castro Alves 130 MW.Usina Hidrelétrica Dona Francisca – Rio Jacuí, 125 MW.Usina Hidrelétrica de Fundão Rio Jordão, 118,0 MW.Usina Hidrelétrica de Santa Clara Rio Jordão, 118,0 MW.Usina Hidrelétrica Salto do Rio Verdinho Rio Verde, 108,0 MW. (em construção)Usina Hidrelétrica Salto GO CaçuItarumã, 108,0 MW. (em construção)Usina Hidrelétrica de Euclides da Cunha Rio Pardo, 109 MW.Usina Hidrelétrica de Queimado Rio Preto, 105,0 MW.Usina Hidrelétrica de Salto Grande rio Santo Antônio, 102 MW.Usina Hidrelétrica de Jurumirim Rio Paranapanema, 98,0 MW.Usina Hidrelétrica Barra dos Coqueiros Rio Claro, 90 MW. (em construção)Usina Hidrelétrica de Paraibuna Bacia do Rio Paraíba do Sul, 85 MW.Usina Hidrelétrica de Canoas I Rio Paranapanema, 81 MW.
21
Usina Hidrelétrica de Caconde Rio Pardo, 80 MW.Usina Hidrelétrica Coaracy Nunes Rio Araguari, 78 MW.Usina Hidrelétrica de Salto Grande Rio Paranapanema, 74 MW.Usina Hidrelétrica de Canoas II Rio Paranapanema, 72 MW.Usina Hidrelétrica Caçu Rio Claro, 65 MW. (em construção, conclusão: 2010)Usina Hidrelétrica de Santa Clara Rio Mucuri, 60 MW.Usina Hidrelétrica de São João Rio Chopim, 60 MW.Usina Hidrelétrica de Rosal Rio Itabapoana, 55 MW.Usina Hidrelétrica de Camargos Rio Grande, 48 MW.Usina Hidrelétrica de Cachoeirinha Rio Chopim, 45 MW.Usina Hidrelétrica Canastra – Rio Santa Maria, 44,00 MW.Usina Hidrelétrica Barra Bonita Rio Tietê, 36,02 MW.Usina Hidrelétrica de Espora Rio Corrente, 32 MW.Usina Hidrelétrica de Limoeiro Rio Pardo , 32 MW. (WIKIPÉDIA. 2009).
Vale ressaltar que toda usina com geração de 1 até 30 mW é também
comumente designada PCH Pequena Central Hidrelétrica Resolução ANEEL nº 652. Há
no país um grande número de PCH’s e existem várias outras projetadas e em construção. As
PCH´s fazem parte de um projeto de descentralização da fonte geradora de energia, que pode
evitar vários problemas, pois estas sofrem influências apenas regionais. Assim, caso haja
período de estiagem em determinada região, apenas o abastecimento local ficará
comprometido, já as grandes hidroelétricas, em caso de diminuição do nível do reservatório,
pode comprometer o fornecimento de energia para um imenso número de usuários.
(WIKIPÉDIA. 2009)
Outro fator importante é que devido aos problemas ocorridos atualmente no
país, que geraram falta de energia, para atender a demanda foi necessária a implantação de
várias termoelétricas em regiões mais carentes ou menos acessíveis. (PETROBRAS – RA.
2003). Este fator tem preocupado o governo, pois a energia gerada pelas termoelétricas além
de ser mais cara é também mais poluente e sua produção é oriunda de um combustível de
fonte não renovável. Estes fatores induziram o Governo Federal Brasileiro a fazer altos
investimentos em construção de novas hidroelétricas, como se pode ver na relação anterior,
que mostra um grande número de novas hidroelétricas sendo projetadas ou em construção.
2.1.3 – Hidroelétricas em Rondônia:
O estado de Rondônia possui grande potencial hídrico para a construção de
usinas hidroelétricas, visto que o mesmo se encontra em uma região limite entre o Planalto
Central Brasileiro e a Planície Amazônica. Prova disso é que entre as cidades de Vilhena
(altitude 612 m.) e Porto Velho (altitude 85 m.), há um desnível de mais de 500 m.
22
Vários estudos já foram elaborados para construção de novas hidroelétricas
no estado. No entanto, o grande impacto ocasionado pela construção do lago não permitiu o
desenvolvimento de alguns desses projetos. No presente momento o estado conta, para o
abastecimento de energia elétrica na região, com uma usina hidroelétrica, algumas PCH’s e
algumas termoelétricas. Os dois projetos atuais para a construção de hidroelétricas no Rio
Madeira são as obras de maior impacto no estado atualmente.
2.1.3.1 – Hidroelétrica de Samuel
Instalada no Rio Jamari, afluente da margem direita do Rio Madeira, a
Usina Hidroelétrica de Samuel teve sua construção iniciada no ano de 1982, com a
perspectiva de conclusão em quatro anos. No entanto, devido a falta de verbas, a obra foi
totalmente concluída apenas quatorze anos depois, sendo que a primeira turbina entrou em
funcionamento apenas em 1989, a segunda em 1990 e, posteriormente, a obra foi concluída
com o funcionamento de mais três turbinas, perfazendo assim um total de cinco turbinas que
geram 242 MW e respondem por 78% da energia elétrica gerada no Estado de Rondônia.
Por estar localizado em uma região de planície, o lago da hidroelétrica
exigiu a construção de 45 km de barragens nas suas duas margens. A construção da
hidroelétrica, no entanto, causou grandes impactos no estado, tanto econômicos quanto
sociais, ambientais e geográficos, além de outros. (FEARNSIDE. 2004).
“A implantação da Hidrelétrica de Samuel, que formou um reservatório de 540 km2
no Estado de Rondônia em 1988, fornece lições para tomada de decisões sobre desenvolvimento em toda a Amazônia e em outras áreas tropicais”.“Em 1990, Samuel emitiu 11,6 vezes mais gases de efeito estufa do que teria sido emitido gerando a mesma energia a partir de petróleo. Nos anos subseqüentes, até o ano 2000, estas emissões diminuíram para um patamar estável em um nível ainda 2,6 vezes maior que a emissão da alternativa de combustível fóssil”. (FEARNSIDE. 2004).
Além dos impactos comentados, o lago obrigou a retirada de 238 famílias de agricultores que moravam na região. A contaminação do lago com o Mercúrio existente no solo foi outro prejuízo. A retirada de animais que viviam na área e até mesmo a destruição da flora local, bem como impactos provocados sobre povos indígenas na região são apenas exemplos de tudo aquilo que a obra provocou. Como positivo, podese citar a melhoria na qualidade de vida do cidadão rondoniense, que até a conclusão da obra, sofria com a energia gerada pela queima de combustíveis fósseis e que além de possuir um custo elevado, muitas vezes era racionada devido a produção ser inferior à demanda. Outro fator positivo foi o alavancamento da indústria no estado e conseqüentemente a geração de empregos.Deve ser ressaltado que para a construção da hidroelétrica de Samuel, não foi necessária a realização de estudos prévios [Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto sobre o Meio Ambiente (RIMA)] que só começaram a ser exigidos em 1986, apenas para obras a serem iniciadas, isentando aquelas já em construção. (WIKIPÉDIA. 2009).
23
2.1.3.2 – Hidroelétrica de Santo Antônio:
Sendo construída 10 km acima da cidade de Porto Velho, o projeto da
Hidroelétrica de Santo Antônio prevê a inundação de uma área de 271 km2 e a geração de
3150 MW de energia, num projeto ambicioso e inovador para o Brasil.
“Nos esclarecimentos repassados ao Ibama, Furnas e Odebrecht avaliam que o assoreamento provocado pelas usinas é praticamente nulo porque, ao contrário das hidrelétricas tradicionais, que formam grandes lagos e retêm o transporte de terra pelos rios, as usinas do Rio Madeira funcionam a fio d’água. Nesse sistema, as turbinas estão deitadas e são movidas não por uma queda d'água, mas pela correnteza – o que, segundo o consórcio, mantém constantes a vazão e a velocidade do rio.” (MAXIMO. 2007)
Tratase de um sistema de turbinas instaladas dentro do próprio leito do rio,
o que minimiza a necessidade de um lago no local para gerar a queda necessária ao
acionamento das turbinas. No caso da Hidroelétrica de Santo Antônio, o que irá acionar a
turbina é o próprio volume de água do rio e não a queda por desnível. O desnível, pequeno
neste caso, se faz necessário principalmente para que a água que sai da turbina tenha vazão
livre e não provoque uma desaceleração durante o processo de geração de energia. O
resultado é um lago pequeno em relação à quantidade de energia gerada, um diferencial
favorável em termos de geração de energia na região amazônica, que é uma região de
planícies.
A elaboração de estudos sobre os impactos ambientais provocados pela
construção teve início em 2003, sendo sua primeira versão apresentada em 2005. A partir daí
o projeto sofreu várias modificações a pedido do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente, para
garantir as informações necessárias sobre o real impacto ambiental a ser provocado. (SANTO
ANTONIO ENERGIA –Home Page. 2009).
“UHE Santo Antônio Informações Técnicas.
• Localização: Rio Madeira, a 10 Km de Porto Velho (RO)• Coordenadas geográficas: 08 48’04,0" S e 63 56’59,8" W• Distância da foz: 1.063 Km;• Área de drenagem: 988.873 Km²;• Nível de montante: 70 metros;• Nível de jusante: 52,73 metros;• Potência: 3.150 MW;• Energia firme: 2.140 MW médios;• Número de turbinas: 44;• Tipo de turbina: Bulbo;• Reservatório: 271 Km²;• Interligação à Rede Básica (SIN): 500 kV, 5 km, circuito duplo;• Prazo de geração da primeira unidade: 48 meses;
24
• Prazo de conclusão da instalação: 90 meses (7,5 anos);”
(Santo Antonio Energia –Home Page)
“A construção desse empreendimento começou pela margem direita do rio Madeira, em Porto Velho (RO), em setembro de 2008 cerca de um mês após a concessão da licença de instalação pelo Ibama, em 18 de agosto. A Usina Santo Antônio será erguida em oito etapas construtivas, envolvendo o que há de mais moderno em tecnologia. Serão dois canteiros, um em cada margem do rio Madeira”. (SANTO ANTONIO ENERGIA –Home Page. 2009).
“Paralelo às construções principais, outras importantes estruturas serão edificadas:
Sistema de Transposição de Peixes Anualmente, os peixes nadam contra a corrente procurando locais mais adequados e seguros para reprodução. Esta construção, localizada na margem esquerda do rio e na ilha do Presídio, garantirá que os peixes não tenham seu ciclo de vida afetado pela construção da Usina Hidrelétrica, permitindo que transponham o empreendimento e cheguem à região do reservatório.
Interceptor de troncos Na UHE Santo Antônio existirá uma grande estrutura na região da superfície do reservatório localizado à montante das Tomadas D’água do Circuito de Geração. Fixadas por colunas de concreto no leito do rio, esta estrutura impedirá que troncos e outros objetos flutuantes alcancem as turbinas e causem danos aos equipamentos submersos”. (SANTO ANTONIO ENERGIA –Home Page. 2009).
A previsão é que em maio de 2012 as primeiras turbinas entrem em
funcionamento e, 36 meses após, já em 2015, esteja concluída toda a obra, com 44 turbinas
funcionando plenamente. As previsões são que no auge da obra, em 2011, haverá nos
canteiros de obras mais de 10.800 trabalhadores. Estimase também que a energia produzida
seja suficiente para suprir a necessidade de 44 milhões de brasileiros, o que corresponde a
quatro vezes a população da cidade de São Paulo. (SANTO ANTONIO ENERGIA –Home
Page. 2009).
2.1.3.3 – Hidroelétrica de Jirau:
Também construída no Rio Madeira, aproximadamente 90 km acima da
Hidroelétrica de Santo Antônio, Jirau terá capacidade instalada de 3.450 MW, com 44
turbinas instaladas, sendo para outubro de 2016 a previsão de conclusão da obra. Apesar de
provalvelmente provocar o alagamento de uma área de 258 km2, considerase este futuro lago
pequeno para a quantidade de energia produzida, pois esta usina utilizará os mesmos
princípios da Usina de Santo Antônio, com turbinas do tipo bulbo instaladas no leito do rio.
(WIKIPÉDIA. 2009).
25
2.2 – OS IMPACTOS DIRETOS PROVOCADOS PELAS
CONSTRUÇÕES NO RIO MADEIRA.
Antes mesmo de autorizadas, as hidroelétricas do complexo do Madeira já
provocaram alterações na região. A população local se posicionou parte favorável, parte
contrária às obras, e o debate tomou dimensões até mesmo fora do país. A Bolívia, vizinha
mais próxima e que provavelmente poderá ser atingida com as obras se manifestou
preocupada com o assunto, pois, segundo alegações, os lagos apesar de não atingirem o
território daquele país poderiam provocar o aumento de endemias regionais como a malária e
a dengue, devido ao alagamento de regiões de florestas e ao aumento da proliferação de
mosquitos transmissores destas doenças. Há também a questão do lençol freático fora da área
do lago que sofre elevação de nível. Esta elevação ocasionada pelo represamento da água do
rio provoca sua contaminação por elementos existentes no subsolo atingido, como o mercúrio,
que existe em abundância nos solos da região. Esta contaminação poderá atingir inclusive
áreas do território Boliviano. O Tribunal da Água, uma Corte Internacional, em 14 de março
de 2009 também condenou simbolicamente o Brasil pelas obras, considerando que as mesmas
prejudicam a vida das populações indígenas e ribeirinhas da região, além de produzir
impactos nos ciclos fluviais e na biodiversidade da região. (WIKIPÉDIA. 2009).
Os impactos diretos iniciaram imediatamente junto ao início das obras. A
construção das barragens e a instalação das turbinas no leito do rio exigiram a detonação e
retirada de rochas do local. É real que o som se propaga melhor na água e no solo que no ar.
Assim, numa região de cachoeiras, onde os peixes costumam se aglomerar no período da
piracema, a detonação de explosivos para quebrar as rochas provoca a morte de muitos
peixes, fator este que obrigou os órgãos ambientais a permitir a pesca na região até mesmo no
período de piracema, na tentativa de amenizar a exposição do estrago provocado pelas obras.
Outro grande impacto que as obras provocam é a destruição da floresta
nativa em áreas próximas aos canteiros para instalação de barracões de obras e depósitos de
materiais, áreas estas que não ficarão submersas e que não precisariam ser destruídas. Além
do desmatamento desta área externa, o entulho retirado do leito do rio, no local onde são
instaladas as turbinas, é outro fator prejudicial, pois este entulho é jogado em um terreno fora
do lago e, por ser composto de rochas e detritos, tornase praticamente um lixo abandonado.
Vale ressaltar que parte das rochas será utilizada na concretagem, mas uma grande parte dela
será considerada lixo.
26
Não bastassem os impactos à biodiversidade, existem os impactos de nível
social, pois a infraestrutura da região para os cuidados de saúde, sanitários, de educação e até
mesmo de alimentação e hospedagem não está preparada para um aumento repentino de
habitantes. Assim sendo, há um aumento no sofrimento da população durante o início desta
alteração até que o estado consiga preparar a região para tal mudança. Há aí um novo ciclo.
As obras exigem mais moradias e infraestrutura, que por sua vez, para ser produzida, exige
mais mão de obra e isto pode ser adquirido qualificando a já existente ou trazendo de outras
regiões. Estes fatores afetam a vida do cidadão que está acostumado a calmaria e faz com que
este tenha que se adaptar de forma abrupta a um novo tipo de vida, bem como a uma nova
realidade em sua região.
Quando terminadas as obras o impacto negativo não termina. Os lagos
estarão ali agora para sempre e junto a eles a proliferação dos mosquitos, a contaminação do
lençol freático e até mesmo da água do rio, bem como seus peixes e a população ribeirinha. A
paisagem local será alterada, belezas naturais serão perdidas e patrimônios ficaram submersos
sob a água do lago.
Mas não se deve considerar apenas os impactos negativos. Mesmo no
processo de construção existem fatores positivos e que merecem destaque. Como já foi
abordado, o estado teve que imediatamente se adaptar para uma nova realidade. O aumento da
capacidade de atendimento nos hospitais e o aumento da oferta de vagas nas escolas da região
só é possível com investimentos, tanto em estrutura física quanto em profissionais
qualificados para o trabalho, e isto implica em imediato aumento de emprego e geração de
renda para os profissionais que assumirem tais postos. O aumento da população na região
contribui diretamente para o aumento de consumo de bens, e isto impulsiona evidentemente o
comércio local e a agricultura, pois os produtos hortifrutigranjeiros produzidos na região
sempre tem a preferência na hora da compra, por se tratar de produtos mais frescos e com
menor índice de conservantes. (CUNHA. 2008).
Depois de concluídas as obras toda esta estrutura que foi montada para dar
suporte fica construída e, logicamente, será aproveitada. Profissionais foram treinados e
conhecimento não se perde. Assim o profissional que aproveita a oportunidade poderá pelo
resto de sua vida usufruir dos benefícios deste impacto positivo proveniente da construção das
hidroelétricas.
27
Além disso, com início de operação comercial previsto para 2012 (Santo
Antônio) e 2013 (Jirau), as duas usinas recolherão anualmente R$ 15 milhões à União, R$ 67
milhões ao estado de Rondônia e outros R$ 67 milhões ao município de Porto Velho, na
forma de compensação pelo uso dos recursos hídricos do rio Madeira.
(ADMINISTRADORES. 2008).
28
“Na educação, existe uma separação epistêmica que vê o aluno como um objeto, ao considerar apenas sua dimensão intelectual que despreza as origens deste aluno, sua cultura e seus valores. Para superação dessa dicotomia o caminho está em reconhecer nestes sujeitos o seu contexto, buscar uma proximidade, e assim, compreender isto como um autoconhecimento, como um guia para a prática educativa”.
Brito, Licurgo Peixoto de; Palheta, Franciney Carvalho Uma Experiência De Ensino Através De Temas Regionais
Na Amazônia: Sinais Do Paradigma Emergente.
29
3 – A ESCOLA APROVEITANDO O TEMA PARA MELHORAR O
ENSINO.
O tema educação tem sido debatido durante séculos. Formas de se transmitir
conhecimento são estudadas e já serviram para produção de inúmeras teorias. No entanto, é
notório que toda a obtenção de conhecimento é facilitada associandose à teoria um pouco de
prática. Também é indiscutível que todo elemento tem interesse maior por assuntos que lhe
convenham e para os quais ele dedica maior atenção. É baseado nesta premissa que o presente
trabalho propõe a utilização de um tema atual, impactante e de grande interesse para os alunos
desta região, que são os primeiros atingidos pela obra, direta ou indiretamente, para despertar
o interesse dos alunos no aprendizado de várias disciplinas.
“Esta forma de ver a educação mostra que Paulo Freire procurava fazer com que os sujeitos se vissem como sujeitos históricos, capazes de fazer a história, numa relação de açãoreflexãoação, que antes de tudo significa ver sua própria realidade, reconhecerse nela, problematizála, vislumbrar possibilidades e buscar, assim, sua superação e modificação. Assim, a proposta de Paulo Freire assume não aceitar a educação como um processo neutro, pelo contrário, como um processo de reconhecimento entre os sujeitos, o meio e o contexto, na mais íntima relação. Nesse sentido, as demais propostas de ensino por meio de temas partem dos mesmos pressupostos.” (Brito e Palheta)“Como o conhecimento local tem que ser total, este tem de avançar para alargar as interfaces, ao procurar a multiplicidade dos saberes, pois o conhecimento disciplinar é disciplinado, na medida que policia e reprime as transposições para outras fronteiras, para outras formas de conhecimento que foram tornadas marginais. Para superar a hegemonia de uma forma de conhecimento (ciência) sobre todos os demais, por exemplo, um caminho apontado por Boaventura de Sousa Santos é propor um tema de interesse social que traga um conhecimento capaz de ajudar na solução da temática, o que não será apenas local, também será total, uma vez que este tema pode ir além de se fazer um gerador elétrico, pode ajudar no posto de saúde, na iluminação, na comunicação, erradicar doenças, diminuir a mortalidade infantil e assim por diante. Isto configura a verdadeira busca pelo conhecimento pósmoderno, que se amplia a medida que o objeto de estudo e atuação se amplia, na busca de interfaces. Exatamente por estas características que ‘esta compreensão traz em si o desafio à interdisciplinaridade e à pluralidade metodológica’ (Freitas, 2006), isto porque ‘cada método é uma linguagem e a realidade responde na língua em que é perguntada. Só uma constelação de métodos pode captar o silêncio que persiste entre cada língua que pergunta’.(Santos, 2006a)” (BRITO e PALHETA. 2009).
O tema “Hidroelétricas do Rio Madeira” pode ser abordado de forma direta
nas disciplinas de geografia, em particular de Rondônia, história, física, estudos ambientais,
30
matemática, etc.. Necessário é, no entanto, que o professor ministrante de tal disciplina esteja
disposto a versatilizar sua forma de ensinar sua disciplina, para que possa inserir o conteúdo a
ser ministrado dentro do tema regional.
O que se sugere é a utilização do assunto como facilitador para a
compreensão do conteúdo a ser abordado na referida matéria. Não está sendo sugerido que o
professor deixe de ensinar o conteúdo da disciplina, trocando o mesmo pelo tema regional.
Diversas vezes se comenta sobre um vendedor de picolés, que tem facilidade em calcular que
três picolés de R$ 0,30 produzem um débito de R$ 0,90, mas que ao ser interrogado com uma
afirmação diferente daquela à qual ele está acostumado, terá dificuldades em responder que
trinta multiplicado por três resulta em noventa. É notável então que inserindo um fator do seu
dia a dia na operação matemática o aluno conseguirá raciocinar com maior facilidade o
assunto desejado. Logo, se para o ensino da matemática a utilização do tema relacionado ao
cotidiano do elemento é fator positivo, o mesmo pode ocorrer nas demais disciplinas.
Para saber como o tema tem sido utilizado em sala de aula e para saber
sobre o que os alunos sabem sobre o tema, foi aplicado um questionário entre alunos de
ensino médio em duas escolas da rede pública no município de Ouro Preto do Oeste. Os
resultados obtidos foram os seguintes, quando perguntados se tiveram alguma aula sobre
produção de energia no estado de Rondônia:
68% deles responderam que sim, o que se pode considerar um bom começo, pois
mostra que em alguma disciplina a maioria dos alunos já discutiu o tema geração de energia
em Rondônia. Vale lembrar que não foi perguntado qual forma de energia, mas acreditase
que o tema subtendido estava relacionado à energia elétrica;
23% disseram nunca ter tido uma aula sobre o assunto, o que pode ser ocasionado
pela mudança de escola de parte deles, ou até mesmo por estarem em séries diferentes onde o
tema realmente não foi abordado;
8% dos alunos disseram não recordar se tiveram alguma aula sobre o assunto;
1% não responderam a esta pergunta.
31
Você já teve alguma aula que comentasse o assunto produ ção de energia no estado de Rodônia?
68%
23%
8% 1%
Sim
Não
Não Recordo
Branco
Quando solicitados aos alunos que responderam afirmativamente a pergunta
anterior sobre a disciplina na qual haviam estudado o assunto, ressaltando que nesta opção é
permitido que se tenha estudado em mais de uma disciplina, os resultados foram: geografia
(54%), história (16%), física (14%), outras (10%) e Biologia (6%). Estes valores não
expressam que apenas 6% dos alunos obtiveram aulas sobre o assunto em biologia, mas sim,
que apenas estes se recordam de tal aula. Os 14% que recordam da aula de física são uma
decepção, pois se acredita que o tema pode ser amplamente utilizado para ministrar o
conteúdo desta disciplina, visto que o mesmo envolve conhecimentos de diversas áreas da
física, como, por exemplo, conceitos de mecânica, hidrostática e hidrodinâmica, trabalho e
energia, eletricidade, etc.. Todos estes temas envolvem a problemática da construção de uma
usina hidroelétrica.
32
Caso a resposta anterior seja sim, em qual disciplina?
4%11%
40%11%
7%
27%Biologia
Física
Geografia
História
Outra
Branco
Descartando os que responderam não na pergunta anterior.
6%14%
54%
16%
10%
Biologia
Física
Geografia
História
Outra
Surpresa é o resultado da pergunta na qual se questiona se algum professor
comentou em sala de aula sobre o assunto “construção das hidroelétricas no Rio Madeira”.
Para esta pergunta 79% dos alunos disseram que sim, o que implica que 11% destes alunos
não ligaram o tema à geração de energia, visto que quando perguntados se já haviam tido
alguma aula que comentasse sobre produção de energia na primeira pergunta, apenas 23%
afirmaram que não, já para a pergunta se algum professor comentou sobre a construção das
33
hidroelétricas, apenas 12% responderam que não, ou seja, 11% não estão ligando os dois
temas entre si. Este resultado é negativo para a conclusão do nível de conhecimento de alunos
do ensino médio, pois a geração de energia poderia ser maior que a construção das
hidroelétricas e não o contrário. Logo, notase que alguma informação não está sendo passada
ao aluno ou está sendo passada de forma incorreta.
Algum professor comentou em sala de aula sobre a constru ção das hidroelétricas no Rio Madeira?
79%
12%8% 1%
Sim
Não
Não recordo
Branco
Para a pergunta se os alunos já haviam ouvido falar ou lido sobre o assunto
“construção das hidroelétricas no Rio Madeira”, notase que se trata de um assunto de
interesse da grande maioria, pois 97% deles responderam que sim e quando questionados
sobre onde ficaram sabendo sobre o assunto, 52% afirmaram que foi na escola. Como esta
pergunta permitiu múltiplas respostas, vários alunos assinalaram mais de uma alternativa, o
que faz com que estes 52% mostram claramente a importância da escola como veículo
transmissor de informação para os cidadãos.
34
Você já ouviu falar ou leu algo sobre a construção das hidroelétricas no Rio Madeira?
97%
3%0%
Sim
Não
Branco
Onde ficou sabendo sobre as construções das hidroelétricas no Rio Madeira?
52%
17%
2%
16%
13%
Escola
Televisão
Revista
Internet
Amigos
O questionário também perguntou se o aluno possui algum conhecimento
dos benefícios que a construção das hidroelétricas poderão trazer. Neste caso podese notar
que a maioria dos alunos não se acha conhecedor do assunto. Somandose as respostas que
indicam falta de conhecimento ou pouco conhecimento, chegase a 70% dos entrevistados, ou
seja, a maioria não conhece os possíveis benefícios das obras que são destaque em seu próprio
estado e de relevância nacional. Um aluno que possua conhecimentos de física, ainda que não
35
aprofundados, sabe o quanto é importante a energia elétrica para a humanidade nos dias atuais
e os professores interessados em ensinar podem tornar a sua aula mais atraente adicionando os
conceitos do assunto ao tema relacionado às construções.
possui algum conhecimento dos benef ícios que a constru ção das hidroel étricas poder ão trazer?
17%
53%
17%
8% 3% 2%Não
Pouco
Sim
Bom conhecimento
Total conhecimento
branco
Perguntando sobre os impactos das hidroelétricas, as respostas mostraram
que 52% não tem conhecimento ou possuem pouco conhecimento do assunto. Este fator
também é negativo, pois é necessário que a população tenha conhecimento dos impactos que
esta obra produzirá no estado, sejam eles negativos ou positivos. Isto permite que os cidadãos
tenham consciência da realidade em que vivem para que não sejam manipulados por outras
pessoas.
Sobre os impactos que a constru ção causar á, voc ê tem que nível de conhecimento?
18%
34%26%
12%
8% 2%Não
Pouco
Sim
Bom conhecimento
Total conhecimento
branco
36
Mesmo que a maioria afirma não possuir ou possuir pouco conhecimento
sobre o assunto, ao ser questionado sobre o que ele acreditava ser superior, os benefícios ou
os malefícios das usinas, 40% acreditam que os malefícios são muito superiores aos
benefícios produzidos pela obra. Este quadro reflete que mesmo sem ter bom conhecimento
do assunto, as pessoas já possuem algum préconceito da obra, o que mostra o quão
importante é o papel do professor como transmissor de conhecimentos, para que as pessoas
possam formar suas opiniões sobre cada tema, com conhecimento do assunto. Também é
válido afirmar que o papel do professor neste caso deve ser apenas de transmitir
conhecimento e não de induzir o aluno, que deve ser capaz de tirar suas próprias conclusões
com o conhecimento transmitido pelo professor.
Você acretida que os benef ícios s ão superiores aos impactos negativos?
20%
40%7%
19%
11% 3%
Muito
Pouco
Iguais
Inferiores
Muito inferiores
Branco
Quando perguntados sobre o que eles achavam que as construções estão
gerando de imediato para o estado de Rondônia, 87% responderam que acreditam em
benefícios, sendo que destes, 53% acham que é pouco o beneficio gerado e 34% acreditam
que as construções de imediato trarão muitos benefícios. Esta informação mostra um
contraste, pois apesar da maioria ser contrária às construções, ela acredita que as construções
geram benefícios ao estado, o que pode ser considerado que mesmo sendo geradora de
benefícios, os alunos acreditam que as construções produzem fatores negativos que vão além
dos benefícios produzidos, tais como: perda de patrimônio turístico e impactos ambientais e
sociais nefastos.
37
Imediatamente, voc ê acredita que as constru ções podem gerar para o estado de Rond ônia:
34%
53%
4% 4% 2% 3%
Muito Beneficio
Pouco Benefício
Nenhum Benefício
Prejuizo
Muito Prejuizo
Branco
Perguntouse também aos alunos se eles acreditavam em possíveis
benefícios futuros gerados com as construções das hidroelétricas no Rio Madeira, e 54%
acreditam que continuará trazendo muitos benefícios, outros 30% acham que produzirá pouco
benefício ao estado e apenas 9% acreditam que trará prejuízos ou muitos prejuízos ao estado.
Notase então que a expectativa da maioria dos alunos entrevistados é, no mínimo, que o
estado de Rondônia seja favorecido no futuro.
E para o futuro, voc ê acredita que a constru ção pode gerar para o estado de Rond ônia?
54%30%
5%6% 3% 2%
Muito Beneficio
Pouco Benef ício
Nenhum Benef ício
Prejuizo
Muito Prejuizo
Branco
38
Voltando o questionário para a parte de conhecimentos de física, efetuouse
a pergunta sobre o conhecimento do aluno com relação à potência prevista para as
hidroelétricas no Rio Madeira e 55% dos alunos responderam não ter conhecimento, sendo
que 5% deles afirmaram não saber o que é potência. Notase aí o desperdício do tema para
abordar um assunto importantíssimo para conhecimentos de fenômenos físicos.
Você tem conhecimento sobre a potência prevista de instalação das hidroelétricas do Rio Madeira?
21%
55%
17%5% 2%
Sim
Não
Já ouvi falar mas não entendi
Nem sei o que é potência
Branco
Reforçando o questionário sobre temas voltados à física, perguntouse aos
alunos se já havia tido alguma aula sobre trabalho e energia. As respostas foram: 60% dos
entrevistados responderam sim, 12% responderam não, 4% responderam bem
aprofundadamente, 14% responderam superficialmente, 9% não recordavam e 1% não
respondeu a esta pergunta.
39
Já teve alguma aula sobre energia, trabalho ou algum tema relacionado?
60%12%
9%4%
14% 1%Sim
Não
Não recordo
Bem aprofundada
Pouco aprofundada
Branco
Quando perguntados se possuíam idéia do quanto a energia se faz
necessária no seu dia a dia, apenas 19% afirmaram ter pouco ou nenhum conhecimento, sendo
que 24% julgam ter total conhecimento da importância da mesma em sua vida. A verdade é
que nos dias atuais, as pessoas nem imaginam como seria sua vida sem a energia elétrica.
Tem idéia do quanto a energia se faz necessária no teu dia a dia?
10%9%
38%17%
24%2%
Não tenho conhecimento
Tenho pouco conhecimento
Tenho conhecimento
Tenho bom conhecimento
Tenho total conhecimento
Branco
Foram efetuadas perguntas sobre a utilização da energia elétrica nas
residências dos alunos, bem como os aparelhos que utilizam a energia elétrica como fonte de
40
alimentação para funcionarem, com a finalidade de despertar o raciocínio do aluno para esta
realidade. Também foram feitas perguntas sobre equipamentos que utilizam outras formas de
energia e o conhecimento dos mesmos por parte dos alunos, bem como o que estes pensam de
tais aparelhos. Por fim, foram checados os conhecimentos sobre as formas alternativas de
energia elétrica para o mundo moderno e, para a pergunta sobre a forma de obtenção de
energia elétrica mais adequada, 15% não expressaram opinião, 43% apostaram na energia
eólica transformada em energia elétrica, 26% acreditam que a energia obtida através das
hidroelétricas é a melhor opção.
Qual a forma de produção de energia elétrica que você acredita ser a mais adequada para o mundo moderno?
43%
26%
6%
2%8%
15% Eólica
Hidroelétrica
Termoelétrica (vegetais)
Termoelétrica (comb. Fósseis)
Atômica
Branco
Perguntados sobre os impactos que as construções provocarão na região,
40% afirmaram saber ou saber bem e 59% não sabem ou pouco sabem, reforçando a idéia de
que este é um assunto que pode ser abordado em sala de aula a fim de enriquecer bastante o
conhecimento dos alunos. Mesmo assim, quando perguntados sobre a opinião própria, apenas
25% afirmaram ainda estarem indecisos, sendo que 16% preferiram não opinar. As opiniões
favoráveis superam as contrárias, mas não se pode afirmar que há aí uma grande tendência,
pois é bem pequena a diferença entre os prós e os contrários às obras.
41
Sabe sobre os impactos que as construções irão causar na região?
23%
36%
33%
7% 0%1%
Não
Pouco Sei
Sei sim
Sei bem
O que é impacto
Branco
Qual a tua opinião com relação às construções no Rio Madeira?
17%
12%
16%14%
25%
16%Totalmente favorável
Totalmente contra
Favorável
Contra
Indeciso
Branco
Em se tratando da forma como a escola está tratando o assunto, 41% acham
que está normal, 18% afirma ser muito boa, e estes valores são favoráveis ao que está sendo
feito na escola, mas confrontado com o que os alunos afirmaram ter de conhecimento sobre
algumas áreas, mostram que os debates em sala tem sido voltados apenas para alguns pontos,
ou até mesmo para apenas algumas disciplinas, sendo que outras, de igual importância tem
ignorado o assunto. Já para 23% dos alunos o assunto tem sido tratado com descaso ou muito
42
descaso, o que retrata o descontentamento por uma parte com relação à abordagem do tema de
tamanha importância pela sua escola.
O que voc ê acha da forma como o assunto "Constru ção das Hidroelétricas no Madeira" tem sido tratado na sua escola?
18%
41%14%
9%
17% 1%
Muito boa
Normal
Descaso
Muito descaso
Sem opini ão
Branco
Importância esta que ao serem perguntados se achavam que o tema era
importante para ser debatido na escola, 68% responderam ser muito importante, enquanto
29% acreditam ser importante. A soma produz um total de 97% que acreditam ser importante
ou muito importante, enquanto os outros 3% restantes foram de alunos que afirmaram não
saber se é importante.
Você acha que o assunto é importante para ser debatido nas escolas do nosso estado?
68%
29%
0%0%
3%
0%Muito importante
Importante
Pouco importante
Sem importância
Não sei se é importante
Branco
43
De posse destas informações, é possível afirmar que o tema é realmente
atraente, pode ser proveitoso como facilitador para a compreensão de disciplinas a ele
relacionadas, e ainda serve para aumentar o conhecimento dos alunos sobre um assunto atual
e de grande interesse. O conhecimento de tal conteúdo pode ser muito proveitoso também
para os alunos de ensino médio ao prestarem o vestibular para ingresso em uma entidade de
ensino superior ou mesmo durante um concurso público, visto que nos dois casos sempre
existem questões relacionadas ao conhecimento dos temas atuais e relevantes.
É importante que o professor elabore métodos para trabalhar suas aulas de
forma atraente. Em relação a isto, Perrenoud (1997, p. 109) afirma:
“Podese considerar uma turma trabalhando durante um ano escolar, no âmbito de um grau de programa, como um espaçotempo de formação de um tipo particular, que nos seja mais familiar e parece, portanto, ‘natural’. Neste espaço tempo já podem desenvolverse, paralela e sucessivamente, dispositivos didáticos muito diversos, segundo a concepção pedagógica globalmente adotada: a alternância entre lições, exercícios e trabalhos escritos, às classes administradas de acordo com métodos ativos e procedimentos de projeto”.“A profissionalização do ofício de professor e a emergência do estabelecimento como ator coletivo talvez ampliem o círculo das pessoas envolvidas nesse ‘procedimento utópico’, que pode alimentarse em outras fontes ainda”.
Na verdade Perrenoud está tratando dos métodos pedagógicos em função de
um assunto diferente do abordado neste trabalho, mas com o mesmo intuito. Tratase de
apresentar uma possível oportunidade de melhorar o ensinoaprendizado nas escolas atuais.
O que não se é permitido atualmente é que o profissional, de qualquer área,
se acomode e não esteja disposto a encontrar formas mais modernas de desenvolver o seu
trabalho. O profissional da educação é também um profissional que precisa desenvolver
constantemente sua forma de trabalho, para encontrar meios de melhorar aprimorar o seu
ofício. Não é por não ser um negócio e por não haver uma concorrência de mercado que a
educação tem o direito de não se preocupar em modernizar.
Pretendese sugerir que os professores utilizem métodos e meios modernos
e eficientes para tornar a sua aula mais atraente e para que se consiga transmitir de forma
concisa e clara a maior quantidade de informação possível para o seu aluno. A
interdisciplinaridade induz o professor a não se limitar apenas no conteúdo de sua disciplina.
Desta forma, com o uso de conteúdos diversos, ele poderá transmitir conhecimentos aos
alunos de forma mais eficaz.
O tema abordado neste trabalho é de suma importância não só para o
conhecimento necessário no dia a dia do aluno, mas também para facilitar sua classificação
em vestibulares ou até mesmo em concursos de trabalho. Esta é a visão que o profissional de
44
educação diferenciado precisa enxergar, que sua missão não é apenas fazer com que o aluno
seja aprovado em mais um ano letivo, mas também transmitir durante esse ano letivo a maior
quantidade de conhecimento possível, de uma forma que o aluno consiga assimilar o conteúdo
para que este conteúdo seja útil para o aluno em sua vida.
45
5 – CONCLUSÃO
Observouse que a utilização do tema regional na pesquisa despertou
interesse na maioria dos alunos que participaram da mesma. Ao ser apresentado o tema da
pesquisa, muitos alunos expressavam sua motivação em participar. A dedicação na
participação e colaboração também servem para representar o interesse observado.
De posse destes conhecimentos, concluise que o tema abordado é
expressivo e tem importante valor didático, pois entendese como tema de valor didático, não
só aquele que possui o conteúdo a ser lecionado, mas também aquele que permite uma melhor
assimilação do conteúdo apresentado aos alunos. Isto confirma o que foi dito por Brito e
Palheta, de que o conhecimento de temas locais tem que ser um favorecedor para a
multiplicidade dos saberes.
Concluise ainda que o grande potencial histórico envolvido no tema,
somado aos conteúdos diversificados não está sendo aproveitado expressivamente pelos
educadores das escolas pesquisadas. Ainda que o assunto seja conhecido pela maioria dos
alunos, tratase de um conhecimento superficial sem ligação com os conhecimentos
adquiridos nas disciplinas da escola. Os questionários apresentados revelaram insatisfação por
grande parte dos entrevistados, visto que estes acreditam ser este um assunto importante e
pouco explorado pelos seus professores, sendo que muitos afirmaram ter pouco conhecimento
sobre vários tópicos consultados. Isto mostra uma necessidade imediata de medidas que
informem os professores de ensino médio sobre as vantagens da utilização de métodos
didáticos facilitadores através do uso de temas regionais para transmitir a disciplina lecionada
bem como fornecer ao aluno conhecimentos adicionais que podem lhe ser úteis por toda a
vida. Além deste tema, existem muitos outros temas da Região Amazônica que podem ser
utilizados para enriquecer a didática das aulas nas escolas locais.
46
6. REFERÊNCIAS
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47
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