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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ
INSTITUTO DE SISTEMAS ELÉTRICOS E ENERGIA
Planejamento Avançado de Smart Grids em Redes de Distribuição com
Geração Fotovoltáica Distribuída
Leandro Naves Morita
Itajubá, outubro de 2017
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
ii
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ
INSTITUTO DE SISTEMAS ELÉTRICOS E ENERGIA
Leandro Naves Morita
Planejamento Avançado de Smart Grids em Redes de Distribuição com
Geração Fotovoltáica Distribuída
Monografia apresentada ao Instituto de
Sistemas Elétricos e Energia, da
Universidade Federal de Itajubá, como parte
dos requisitos para obtenção do título de
Engenheiro Eletricista.
Orientador: Paulo Fernando Ribeiro
Itajubá, outubro de 2017
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
iii
Resumo
Nesta monografia tem-se como objetivo discutir o planejamento de redes inteligentes
de energia elétrica com geração fotovoltaica distribuída e avaliar os impactos e desempenho
desta no sistema elétrico de potência. Cada vez mais novos pontos de geração distribuída (GD)
estão sendo instalados pelo país e ganhando cada vez mais participação na matriz energética.
Os impactos no sistema desses tipos de geração terão de ser cada vez mais estudados para
garantir o bom desempenho futuro da rede elétrica à medida que esses sistemas se tornem mais
significativos. É utilizado o software OPENDSS do Electric Power Research Institute (EPRI)
para efetuar a simulação do sistema. É também apresentada uma análise econômica do mercado
fotovoltaico no intuito de poder avaliar a viabilidade dessa geração.
Palavras chave: Energia Solar, Geração Distribuida, OPENDSS, Planejamento.
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Abstract
This monograph has the objective to discuss the planning of smart grids with
photovoltaic distributed generation and evaluate the impacts and performance in the grid. Even
more points of distributed generation are connecting to the grid around the country and are
gaining even more participation in the production of electrical energy. The effects in the grid
need to be study more and more to ensure the future operation of the grid as these technologies
grow. For this study it is used to do the simulation the Electric Power Research Institute (EPRI)
software OPENDSS. It is also presented an economical analysis of the photovoltaic market to
evaluate the viability of this type of generation.
Key words: Solar Energy, Distributed Generation, OPENDSS, Planning.
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
v
Lista de Figuras
Figura 1 – O Sistema Interligado Nacional .............................................................................. 14
Figura 2 - Usina Hidrelétrica São Simão....................................................................................16
Figura 3 - Sistema de transmissão..............................................................................................18
Figura 4 - Modelo π da linha de transmissão..............................................................................19
Figura 5 - Subestação de distribuição.........................................................................................20
Figura 6 - Representação de uma smart grid..............................................................................23
Figura 7 - Usina hidrelétrica Jirau..............................................................................................25
Figura 8 - Usina termelétrica Piratininga...................................................................................26
Figura 9 - Usina nuclear Angra 1 e 2..........................................................................................26
Figura 10 - Parque eólico...........................................................................................................27
Figura 11 - Velocidade do vento................................................................................................28
Figura 12 - Planta Heliotérmica Atacama-1...............................................................................29
Figura 13 - Painel fotovoltaico...................................................................................................30
Figura 14 - Inversores................................................................................................................31
Figura 15 - Sistema teste de 13 barras IEEE..............................................................................32
Figura 16 - Curva de carga diária...............................................................................................33
Figura 17 - Variação do rendimento do inversor SB 2100 em função da potência...................34
Figura 18 - Variação da potência de saída do painel com a temperatura...................................34
Figura 19 - Temperatura do painel do longo do dia....................................................................35
Figura 20 - Irradiação diária incidente no painel........................................................................35
Figura 21 - Potência na carga da fase “a” da barra 634 do sistema.............................................38
Figura 22 - Tensão na Barra 634................................................................................................39
Figura 23 - Potência Fornecida pelo Transformador Abaixador................................................40
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vi
Figura 24 - Potência Fornecida ao Sistema Pelo PV..................................................................41
Figura 25 - Tensão na Barra 634................................................................................................42
Figura 26 - Potência Fornecida à Barra 634 pelo Transformador Abaixador.............................43
Figura 27 - Correntes de Curto-Circuito na Barra 634 sem GD..................................................45
Figura 28 - Correntes de Curto-Circuito na Barra 634 com GD............................................... 47
Figura 29 - Contribuição do PV para o Curto-Circuito na Barra 634..........................................47
Figura 30 - Principais Desafios em Relação à Concorrência......................................................50
Figura 31 - Sistema Comercial 75 kWp.....................................................................................51
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Lista de Abreviaturas e Siglas
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
ISEE Instituto de Sistemas Elétricos e Energia
SI Sistema Internacional de Unidades
TFG Trabalho Final de Graduação
UNIFEI Universidade Federal de Itajubá
ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica
BIG Banco de Informações da Geração da ANEEL
PV Sistema Fotovoltaico
GD Geração Distribuída
OpenDSS software de simulação de sistemas de distribuição
SIN Sistema Interligado Nacional
MME Ministério de Minas e Energia
ONS Operador Nacional do Sistema Elétrico
EPE Empresa de Pesquisas Energéticas
CMSE Comitê de Monitoramento do Sistema Elétrico
CCEE Câmara de Comercialização de Energia Elétrica
V Volts
CC Corrente Contínua
CA Corrente Alternada
SEP Sistema Elétrico de Potência
PROREDE Procedimentos de Rede
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
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DIT Demais Instalações da Transmissão
PRODIST Procedimentos de Distribuição
REN Resolução Normativa
MW Mega Watts
IGBT Transistor Bipolar de Porta Isolada
IEEE Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos
CGH Central Geradora Hidrelétrica
PCH Pequena Central Hidrelétrica
UHE Usina Hidrelétrica
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
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Lista de Símbolos
t Tempo
Constante matemática com valor aproximado de 3,1415
δ Ângulo de carga do gerador
ω Velocidade Angular
ωs Velocidade angular síncrona, 377 radianos por segundo para 60 Hertz
H Constante de tempo de inércia da máquina
𝑃 Potência
Pm Potência mecânica
Pe Potência elétrica
Dm Coeficiente de atrito mecânico
𝑅 Resistência elétrica
V Diferença de potencial
I Corrente elétrica
𝜌 Massa específica
𝑔 Aceleração da gravidade
𝑄 Vazão
𝐻𝑏 Queda bruta
𝑛𝑇 Rendimento total
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x
Sumário
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 12
2 LEVANTAMENTO DO ESTADO DA ARTE ............................................................ 14
2.1 O Sistema Elétrico .................................................................................................. 14
2.1.1 Sistema de Geração ............................................................................................ 16
2.1.2 Sistema de Transmissão ............................................................................. 18
2.1.3 Sistema de Distribuição .............................................................................. 20
2.1.4 Cargas ................................................................................................................... 22
2.2 Smart Grids .............................................................................................................. 23
2.3 Fontes de Geração de Energia no Brasil .............................................................. 24
2.3.1 Geração Hidráulica ........................................................................................... 24
2.3.2 Geração Térmica ........................................................................................ 25
2.3.3 Geração Eólica ............................................................................................ 27
2.3.4 Geração Solar ............................................................................................. 28
2.4 Sistemas Fotovoltaicos ............................................................................................ 29
2.4.1 Painel Solar .......................................................................................................... 29
2.4.2 Bateria ......................................................................................................... 30
2.4.3 Controlador de Carga ................................................................................ 30
2.4.4 Inversor ....................................................................................................... 31
3 MODELAGEM DA REDE DE DISTRIBUIÇÃO COM FONTES DE GERAÇÃO
DISTRIBUIDA ....................................................................................................................... 32
3.1 Modelagem da Rede de Distribuição .................................................................... 32
3.2 Modelagem da Carga ............................................................................................. 33
3.3 Modelagem do Sistema Fotovoltaico .................................................................... 33
3.3.1 Curva da Eficiência do Inversor pela Potência ........................................... 33
3.3.2 Curva da Potência de Saída em função da Temperatura ....................... 34
3.3.3 Curva da Temperatura Diária do Painel ................................................. 34
3.3.4 Irradiação .................................................................................................... 35
4 SIMULAÇÃO DO SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO NO SOFTWARE OPENDSS 36
4.1 Estrutura e Elementos da Simulação .................................................................... 36
4.2 Operação Dinâmica ................................................................................................ 37
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
xi
4.2.1 Operação Dinâmica sem Geração Fotovoltaica Distribuída .................... 37
4.2.2 Operação Dinâmica com Geração Fotovoltaica Distribuída .................. 40
4.3 Condição de Falta ................................................................................................... 43
4.3.1 Condição de Falta sem Geração Fotovoltaica Distribuída ....................... 43
4.3.2 Condição de falta com Geração Fotovoltaica Distribuída ...................... 45
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES ................................................................................. 48
5.1 Resultados da Simulação ....................................................................................... 48
5.2 Análise Econômica do Mercado Fotovoltaico ...................................................... 50
6 CONCLUSÃO ................................................................................................................. 51
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 54
APÊNDICE A ......................................................................................................................... 59
APÊNDICE B .......................................................................................................................... 62
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
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1 INTRODUÇÃO
A geração de energia elétrica proveniente de fontes renováveis atualmente já é um
tópico bastante discutido e é tido como o futuro da matriz energética global devido a crescents
preocupações ambientais que envolvem atuais formas de geração de energia, tais como
termelétricas. Da mesma forma que cresce a demanda de energia, cresce a necessidade de se
encontrar formas de alternativas eficientes e de baixo impacto ambiental para produção de
energia elétrica.
Acordos internacionais como o Protocolo de Kyoto (1997) e o Acordo de Paris (2015)
foram estabelecidos para traçar medidas para reduzir a emissão de gases do efeito estufa, sendo
que uma fonte de emissão desses gases é a queima de combustíveis fósseis para geração de
energia em termelétricas. As termelétricas causam um grande impacto ambiental, porém são
consideradas geração de energia despacháveis, quando comparadas às renováveis, que
dependem de fatores naturais para efetuar a conversão de energia.
São promissoras as fontes de energia renováveis, tal como biomassa, energia solar,
energia eólica, etanol e biodiesel. Fontes de geração como maremotriz e geotérmica vêm
ganhando cada vez mais destaque nessa busca por fontes alternativas de geração de energia. No
Brasil, mais de 64% da potência instalada são de usinas hidroelétricas (ANEEL, 2017), outra
fonte de energia renovável.
No cenário nacional predomina a geração de energia por fontes renováveis, entre a
biomassa, eólica, hídrica e solar, totalizando mais de 70% da matriz energética, com destaque
para a hídrica contribuindo com aproximadamente 90% dentre as fontes limpas. Dentro deste
mesmo cenário de fontes renováveis e apresentando apenas uma pequena fatia da matriz a
energia solar vem ganhando espaço por ser uma das que apresentam menos impacto ao meio
ambiente.
A geração por fontes renováveis é intermitente, ou seja, por depender de fatores como
a água, o vento e o sol, para geração hidráulica, eólica e solar, respectivamente, a geração varia
de acordo com esses fatores. Essa variação causa pertubações no sistema ao qual essa geração
é conectada e esses impactos devem ser estudados e avaliados para não comprometer a
integridade da rede, seja em um pequeno ou em um grande evento.
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
13
Na geração solar fotovoltaica, que tem como insumo a irradiação solar, a produção é
afetada por diversos fatores como a intensidade da irradiação, nuvens sobre o painel e fatores
climáticos. Esses fatores causam no sistema, variações de corrente ou tensão que, dependendo
da capacidade instalada, podem afetar o bom funcionamento do sistema elétrico. Variações na
irradiação e na temperatura são os fatores que mais influenciam no sistema fotovoltaico, de
modo a aumentar e diminuir a potência fornecida, respectivamente, na medida que esses
aumentam.
Com a popularização dos sistemas PV, por meio da geração distribuída, aumentando
assim a capacidade instalada, é necessário avaliar os impactos que causam no sistema de
distribuição no qual estão conectados.
O objetivo desta monografia é, portanto, avaliar os possíveis impactos que o sistema de
distribuição possa sofrer com a inserção de cada vez mais geração fotovoltáica distribuída, bem
como investigar uma avaliação econômica dos custos envolvidos na implantação desses
sistemas. Para isso, é proposta a modelagem de um sistema elétrico através do software
OPENDSS para implementar um sistema fotovoltáico e uma curva de utilização de carga para
representar com a maior fidelidade possível um sistema real. Tendo modelado o sistema
completo, é necessário analisar a operação e os efeitos que o PV causa no sistema elétrico para
avaliar o estado operativo da rede.
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2 LEVANTAMENTO DO ESTADO DA ARTE
2.1 O Sistema Elétrico
O SIN é o sistema elétrico brasileiro de geração e transmissão que interliga as cinco
regiões do país, composto de diversos tipos de geração e inúmeras linhas de transmissão (Figura
1).
O SIN é um dos maiores e mais robustos sistemas elétricos do mundo. O interligamento
das cinco regiões do país favorece o bom funcionamento sistema como um todo, tendo em vista
que no Brasil existe grande diversidadede climática podendo algumas regiões serem mais
Fonte: ONS (2015)
Figura 1 – O Sistema Interligado Nacional
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
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afetadas que outras devido a condições adversas que possam interferir na geração ou na
transmissão.
A interligação permite aumentar a confiabilidade do sistema, uma vez que uma região
onde houver excesso de geração poder auxiliar outras regiões que estejam demandando mais
energia do que as geradoras locais possam gerar, mantendo o balanço energético do sistema
sem ter que haver corte de cargas.
A região Norte foi a última a integrar o SIN, pois teve início em 2008 com um leilão
definido pela ANEEL e o projeto foi finalizado somente em 2015 tendo como maior desafio a
transposição do rio Amazonas na qual foram necessárias torres de quase 300 metros de altura
para passar um trecho de linha de um lado a outro do rio Amazonas devido a altura da catenária
da linha.
O órgão máximo em assuntos de energia é o MME e vinculados a este estão a ANEEL e
o ONS que regulamenta e garante a operação do sistema elétrico brasileiro, respectivamente. A
ANEEL tem como principais atribuições regular a geração, transmissão, distribuição e
comercialização da energia elétrica. Cabe a ela também estabelecer tarifas e fiscalizar as
concessões, permissões e os serviços de energia elétrica.
O Operador Nacional do Sistema Elétrico foi criado em 1998 com o intuito de ser o órgão
responsável pela coordenação e controle da operação das instalações de geração e transmissão
de energia elétrica no SIN sob a fiscalização da ANEEL. Em 2004 foram lançadas as bases de
um novo modelo do sistema elétrico, com a criação da EPE, que realiza o planejamento do setor
elétrico a longo prazo, da CMSE, para avaliar permanentemente a segurança do suprimento de
energia elétrica e da CCEE relativa a comercialização de energia.
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16
2.1.1 SISTEMA DE GERAÇÃO
O sistema de geração é a alimentação do sistema elétrico, responsável por transformar
um tipo de energia, como mecânica, hídrica, eólica e solar em energia elétrica em corrente
alternada senoidal. O equipamento mais utilizado para fazer essa conversão é o gerador elétrico
presente na maioria das fontes de geração, que transforma energia mecânica em seu eixo em
energia elétrica em seus terminais. Há basicamente três tipos de geradores: síncronos,
assíncronos e de corrente contínua, sendo geradores síncronos os mais utilizados e presentes
em usinas hidrelétricas, predominantes no país. (Figura 2)
Fonte: Portal Brasil (2016)
Existem outros métodos para realizar a conversão de uma energia primária em energia
elétrica. No caso da geração solar fotovoltaica é feita a conversão a partir de células solares a
partir do efeito fotovoltáico, que converte a irradiação proveniente do sol em corrente elétrica
contínua.
Uma das maiores procupações do sistema elétrico é com a geração, pois pode ter um
maior impacto ao sistema em caso de má operação. O controle da geração é importante para
manter a estabilidade, pois em qualquer desbalanço de potência há consequências diretas no
Figura 2 – Usina Hidrelétrica São Simão
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
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sistema de potência. Toda energia gerada é consumida pelo sistema e por isso a preocupação
em manter esse balanço, devido a dois casos:
1) Se a energia gerada for maior que a consumida, a frequência do sistema tende a
aumentar;
2) Se a energia gerada for menor que a consumida, a frequência da rede tende a
diminuir.
Em corrente alternada, a frequência tem efeito direto na maioria dos elementos do
circuito e, portanto, não é de interesse que haja grandes variações na frequência. Além desta,
no gerador elétrico também há de haver um balanço entre a potência primária e a potência
elétrica fornecida considerando a equação de balanço da máquina síncrona (1):
∂2δ
∂t2=
ωs
2H(Pm − Pe − Dm(ω − ωs)) (1)
Havendo diferença entre potência elétrica e potência mecânica, o ângulo da máquina
tende a aumentar em relação a sua referência síncrona, se:
1) Pm > Pe a derivada é positiva, a máquina acelera;
2) Pm < Pe a derivada é negativa, a máquina desacelera.
Os efeitos de frequência e da potência comprometem a operação do sistema, podendo
resultar na instabilidade da rede.
Em sistemas PV a geração é em corrente contínua e para se conectarem ao sistema
elétrico devem passar por uma conversão de CC para CA, feita por intermédio da eletrônica de
potência. O conversor CC/CA ou inversor, por meio de componentes eletrônicos, realiza a
conversão efetuando chaveamentos, característicos da operação e controle dos transistores, mas
esse efeito de chaveamento por mais eficiente que seja produz uma quantidade de harmônicos,
que são devido a correntes diferente de senóides, que não são desejados no sistema. Mas um
dos maiores problemas é devido à intermitência da fonte primária e o efeito da temperatura, que
alteram a potência de saída e, consequentemente, também ocorrem variações na corrente a na
tensão que, em sistemas mais fracos, apresentam um impacto significativo.
O efeito da temperatura em uma célula solar é dado de modo que afeta diretamente a
tensão de saída diminuindo esta à medida em que a temperatura se eleva, porém tem muito
pouco efeito na corrente. O efeito da irradiação nas células faz com que a corrente de saída
aumente com o aumento da irradiação, com pouco efeito na tensão.
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
18
No sistema convencional de geração, a interligação com a transmissão é dada por uma
subestação na qual está presente um transformador, um dos elementos mais importantes do
sistema elétrico, equipamentos de medição e proteção.
2.1.2 SISTEMA DE TRANSMISSÃO
O sistema de transmissão é o elemento do SEP responsável em transportar a energia
vinda da geração para o restante do circuito (Figura 3).
Figura 3 – Sistema de Transmissão
Fonte: Ibama (2015)
A energia provinda da geração é em média tensão e devido à grande potência, a corrente
associada tem um valor elevado. Pela equação da dissipação de potência (2):
𝑃 = 𝑅 × 𝐼2 (2)
pode-se concluir que a potência dissipada aumenta com o quadrado da corrente, o que reflete
em mais perdas e consequentemente, menos potência entregue às cargas. A alternativa para
minimizar as perdas decorrentes da transmissão é elevar a tensão, para, consequentemente,
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
19
diminuir a corrente dada uma mesma potência transmitida. Dado o modelo ideal do
transformador é possível analisar esse efeito.
𝑃𝑖𝑛 = 𝑃𝑜𝑢𝑡 (3)
𝑉𝑖𝑛 × 𝐼𝑖𝑛 = 𝑉𝑜𝑢𝑡 × 𝐼𝑜𝑢𝑡 (4)
O transformador da subestação realiza a conexão entre a geração e a transmissão
também elevando a tensão para diminuir a corrente que flui pelas linhas.
A impedância da linha é uma característica que envolve, entre outros, o tipo e a
disposição dos condutores, podendo diminuir as perdas pela alteração da geometria dos
condutores nas torres. O modelo π equivalente da linha é dado pela Figura 4.
A energização de uma linha de transmissão envolve vários efeitos, entre eles o efeito Ferranti,
devido às capacitâncias presentes na linha (condutor-terra, condutor-condutor) e fazem com
que a tensão aumente ao longo da linha podendo chegar até valores duas vezes a nominal no
terminal receptor (da subestação da distribuição).
O ONS define regras, a serem aprovadas pela ANEEL, para a operação das instalações
da transmissão da rede básica (acima de 230 kV) do SIN. Os Procedimentos de Rede
estabelecem os requisitos técnicos necessários para garantir o livre acesso às instalações de
transmissão, a realização das atividades de planejamento e programação da operação
eletroenergética, administração de serviços de transmissão de energia elétrica, proposição de
ampliações e reforços para a rede básica e para as Demais Instalações da Transmissão (DITs),
bem como as atividades de supervisão, coordenação e controle da operação do SIN (ONS,
1998).
Uma torre de transmissão apresenta alguns equipamentos que oferecem características
elétricas e mecânicas que promovem segurança operativa. Alguns dos elementos são:
1) Condutor, responsável em promover a condução da corrente elétrica pelo circuito.
Existem diferentes tipos de condutores quanto a sua construção. Na transmissão, são
Fonte: Thiago Rhode (2010)
Figura 4 – Modelo π da linha de transmissão
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
20
utilizados condutores de alumínio, diferentemente dos de cobre usados nas
residências, por serem mais baratos, sendo possível inserir uma alma de aço para
oferecer melhor resistência mecânica.
2) Isoladores são utilizados para separar eletricamente partes com potenciais
diferentes, como o condutor e a torre, promover a fixação do condutor na torre e
devem suportar os esforços mecânicos envolvidos.
3) Cabos pára raios conduzem as grandezas envolvidas em uma descarga atmosférica
no próprio cabo, protege a linha e também podem ser utilizados para meios de
comunicação.
4) Torres de transmissão dão suporte aos condutores elevando-os a uma distância
segura do chão e são aterradas para não oferecer perigo a quem passe perto.
Há grandes consumidores que recebem energia do sistema de transmissão, porém a
maior parte da energia tem como destino o sistema de distribuição, através de subestações que
reduzem o nível de tensão para que a energia elétrica possa ser distribuída para os
consumidores.
2.1.3 SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO
Sistema de Distribuição é onde está localizado a grande maioria dos consumidores de
energia elétrica (Figura 5).
Figura 5 – Subestação de Distribuição
Fonte: Primeira Edição (2015)
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
21
Para poder distribuir essa energia é necessário reduzir a tensão que vem da transmissão.
Na subestação de distribuição esse nível de tensão é reduzido através de um transformador que
alimenta um barramento no qual é possível realizar a distribuição da potência através de
alimentadores, que podem alimentar cargas industriais de média tensão (13,8 kV), e também
para realizar a alimentação de cargas residenciais e comerciais em baixa tensão
(380/220/127V). Para alimentar cargas em baixa tensão é necessário a redução da tensão para
níveis mais baixos através de transformadores de distribuição, que são fixados em postes.
A rede de distribuição possui uma característica radial e apresenta ligeiro desbalanço
devido às cargas monofásicas presentes. Os procedimentos de distribuição são documentos
elaborados pela ANEEL e normatizam e padronizam as atividades técnicas relacionadas ao
funcionamento e desempenho dos sistemas de distribuição de energia elétrica (ANEEL, 2016).
Dividido em dez módulos, o PRODIST é composto por:
Módulo 1 – Introdução;
Módulo 2 – Planejamento da expansão do sistema de distribuição;
Módulo 3 – Acesso ao sistema de distribuição;
Múdulo 4 – Procedimentos operativos do sistema de distibuição;
Módulo 5 – Sistemas de medição;
Módulo 6 – Informações requiridas e obrigações;
Módulo 7 – Cálculo de perdas na distribuição;
Módulo 8 – Qualidade da energia elétrica;
Módulo 9 – Ressarcimento de danos elétricos;
Módulo 10 – Sistema de informação geográfica regulatório.
A tarifa de energia, que é o preço que se paga pela energia consumida e pelos encargos
da geração, transmissão e distribuição, é fixada pela ANEEL. O preço pago pela utilização da
energia é diferente para diferentes grupos de consumidores, podendo ser divididos em A e B,
alta tensão e baixa tensão, respectivamente. São considerados do grupo A os consumidores
supridos em níveis de tensão superiores a 2,3 kV, tendo subdivisões para diferentes níveis de
tensão. Para o grupo B é subdividido para residencial, residencial de baixa renda, rural, não
residencial nem rural e iluminação pública. Para chegar ao valor da tarifa alguns fatores são
levados em conta, como a sazonalidade, na qual a tarifa fica mais cara em tempos mais secos e
no horário de pico (18:00 às 21:00).
As redes de distribuição podem ser convencionais e compactas. As convencionais são
mais baratas, porém demandam mais manutenção e são mais sujeitas a defeito. As redes
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compactas ocupam menos espaço por terem os condutores isolados, exigem menos manutenção
e têm maior confiabilidade.
2.1.4 CARGAS
A demanda de energia no Brasil e no mundo é crescente, em função do modo com que
a população aumenta, mas também em função da quantidade de cargas instaladas, que
aumentam à medida que a tecnologia avança para cada vez mais promover conforto aos
consumidores. As cargas são uma das maiores incógnitas em estudos elétricos, pois o uso da
carga por cada pessoa ou empresa não é algo periódico, e envolve varios fatores que alteram
seu uso.
As cargas são a parte mais importante do sistema elétrico pois é devido ao seu uso que
se tem uma rede para gerar e transmitir energia para ser usada localmente, com qualidade e sem
interrupção. Assim como a geração, as cargas são um importante fator na rede elétrica, pois é
em função delas que se determina o quanto de energia será demandada do sistema, e para que
o sistema permaneça operando normalmente, tem que se conseguir o balanço entre geração e
consumo, mesmo havendo uma mudança repentina na carga.
As cargas também poluem o sistema elétrico uma vez que com o avanço da eletrônica
de potência, há um crescente número de cargas que utilizam da eletrônica, podendo gerar
elevados níveis de harmônicos na rede. Localizados na rede de distribuição, as cargas, na
maioria monofásicas, causam um leve desbalanço na rede, sendo que esses problemas devem
ser minimizados com intuito de melhorar a qualidade do sistema elétrico.
Para cargas residenciais e de médio porte tem-se tornado cada vez mais popular a GD
na qual a geração e o consumo é local. Esse novo tipo de geração também pode auxiliar o
sistema elétrico no despacho de energia, mas os impactos da sua operação sobre determinados
eventos devem ser estudados e levados em conta, a fim de não comprometer o bom
funcionamento da rede.
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
23
2.2 SMART GRIDS
As redes inteligentes, ou smart grids (Figura 6) são sistemas de geração, transmissão e
distribuição que são dotadas de tecnologias e automação que aumentam consideravelmente a
eficiência operacional da rede.
Fonte: John Toon (2014)
Uma das vantagens das smart grids é o alto nível de comunicação, que neste caso é
bidirecional e pode-se ter um maior controle da geração, intercâmbio de informações de
consumo, entre outros, de modo tornar a rede mais eficiente, confiável e segura. Medidores
inteligentes são uma inovação e um dos mais importantes componentes desse sistema.
Figura 6 – Representação de uma Smart Grid
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Do ponto de vista da operação do sistema, esse sistema irá ajudar a concessionária a
detectar e localizar defeitos na rede e a integração com a automação pode realizar manobras
automaticamente e diminuir o tempo em que possa vir a ter interrupção de energia.
Além de possibilitarem a integração de novas tecnologias à rede, como os veículos
elétricos, as smart grids possibilitam a geração local de energia (GD) em sintonia com toda
rede elétrica, ao contrário do atual modelo de geração centralizada em que o fluxo de potência
é unidirecional. A antiga REN N° 482 (ANEEL, 2012) possibilitou o aumento no número de
GD com incentivos como a possibilidade de gerar créditos com o excedente da sua produção.
A resolução normativa vigente é a 687 da ANEEL, que subtitui a antiga 482, regulamenta
o atual cenário de micro e mini geração. A REN N° 687 (ANEEL, 2015) criou o sistema de
compensação de energia em que o consumidor com pequena geração pode trocar energia com
a concessionária e também é possível realizar a geração compartilhada, na qual um grupo de
pessoas tem um empreendimento de micro ou mini geração e utiliza a energia para redução da
fatura dos associados.
2.3 FONTES DE GERAÇÃO DE ENERGIA NO BRASIL
Sendo a alimentação do circuito que é o sistema elétrico, a geração pode ser dada de
diversas maneiras e cada vez mais novas tecnologias surgem e as atuais são melhoradas. No
Brasil as fontes de geração de energia que compõem a maior parte da matriz energética do país
são, por ordem decrescente de contribuição, as de geração hidráulica, térmica, eólica e solar
(ANEEL, 2017).
2.3.1 GERAÇÃO HIDRÁULICA
A geração hidráulica (Figura 7) compreende mais de 65% da potência instalada da matriz
energética do Brasil, composto de CGH, PCH e UHE, é uma fonte renovável e limpa de geração
de energia.
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
25
Fonte: Secretaria de Energia e Mineração (2017)
Um dos pontos negativos é o impacto ambiental que sua construção traz, além de reduzir
a vazão do rio à jusante da barragem. A potência elétrica que uma usina pode produzir é dada
por (5).
𝑃 = 𝜌 × 𝑔 × 𝑄 × 𝐻𝑏 × 𝑛𝑇 (5)
A transformação da energia cinética da água em energia elétrica é feita pela captação da
água pela tomada d’água que através do canal de adução é levada até a turbina. O fluxo de água
que passa pelo sistema de adução aciona uma turbina que transfere a energia cinética da água
em energia mecânica no eixo de um gerador elétrico que por sua vez realiza a conversão
eletromecânica de energia, transforma a energia mecânica em seu eixo em energia elétrica em
seus terminais.
2.3.2 GERAÇÃO TÉRMICA
Atualmente no Brasil a geração de energia pelo calor é composta na grande maioria de
usinas termelétricas (Figura 8) e usinas termonucleares. As termelétricas utilizam do calor
decorrido da queima de um combustível, como o bagaço, diesel, gás natural, e carvão para
Figura 7 – Usina Hidrelétrica Jirau
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
26
aquecer um compartimento com água e o vapor d’água em alta pressão move uma turbina que
está ligado a um gerador.
Fonte: Petrobras (2014)
As usinas termonucleares partem do mesmo princípio, mas a diferença é que estas não
liberam gases do efeito estufa, pois, o calor para aquecer a água vem de uma reação nuclear. O
problema envolvendo as usinas nucleares são os resíduos tóxicos devido à sua operação, e
alguns países vêm gradativamente substituindo suas usinas nucleares por outras fontes de
geração após acidentes envolvendo usinas nucleares, como Chernobyl (1986) e Fukushima
(2011).
Fonte: Defesa Aérea & Naval (2016)
Figura 8 – Usina termelétrica Piratininga
Figura 9 – Usina nuclear Angra 1 e 2
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
27
2.3.3 GERAÇÃO EÓLICA
A geração eólica (Figura 10) já representa a terceira maior fonte de geração de energia no
país com quase 7% da capacidade instalada da matriz energética nacional. Na torre eólica é
localizado o gerador, que é conectado a um multiplicador que aumenta a rotação das pás no
eixo do gerador e esse é ligado às pás que captam a energia cinética do vento que será
transformada em energia elétrica. Há um controle nas pás que permite que elas se reajustem
para aumentar ou diminuir a rotação para haver um melhor controle na geração de energia, sem
haver flutuações ou que as turbinas entrem em colapso quando houver uma rajada de ventos
muito forte.
Figura 10 – Parque eólico
Fonte: Omega Energia (2014)
O potencial eólico brasileiro é maior na região Nordeste devido a condições climáticas
favoráveis a esse tipo de geração, sendo que no Brasil há mais de 60.000 MW (ANEEL, 2002).
(Figura 11)
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
28
2.3.4 GERAÇÃO SOLAR
O aproveitamento solar a fim de geração de energia elétrica pode-se dar através de sistemas
fotovoltaicos ou sistemas de concentração de calor. Os sistemas fotovoltaicos utilizam o efeito
fotoelétrico para produção de corrente elétrica contínua através da exposição de irradiação solar
a células fotoelétricas. O sistema fotovoltaico geralmente tem conjuntos de baterias que
armazenam determinada quantidade de carga que pode ser utilizada em outro momento quando
não tiver geração das células.
O efeito térmico também é utilizado para produzir eletricidade. Usinas heliotérmicas
(Figura 12) utilizam concentradores para concentrar os raios solares em um ponto e gerar
aquecimento do líquido de trabalho para acionar uma turbina conectada ao eixo de um gerador.
Fonte: ANEEL (2008)
Figura 11 – Velocidade do vento
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
29
Figura 12 – Planta Heliotérmica Atacama-1
Fonte: CSPWorld (2013)
2.4 SISTEMAS FOTOVOLTAICOS
A corrente produzida pelas células fotovoltaicas é contínua e esta não pode ser injetada
direto na rede elétrica. Logo, para isso, são necessários alguns equipamentos que vão auxiliar
essa conversão e melhorar a qualidade da energia.
Um sistema fotovoltaico tem como principais elementos: o painel, o banco de baterias, o
controlador de potência e o inversor. De acordo com sua finalidade, o sistema pode também ser
subdividido em off-grid e grid-connected, onde ele está desconectado ou conectado à rede
elétrica, respectivamente.
2.4.1 PAINEL SOLAR
O painel solar (Figura 13) tem a função de captar a energia da irradiação solar e
transformar em energia elétrica devido à característica do material que ele é construído, silício
em grande parte, de liberar elétrons devido à presença de radiação eletromagnética. Os painéis
solares podem ser compostos de 36, 60 ou 72 células ligadas em série. Existem vários materiais
utilizados para produção desses painéis, sendo que os mais populares são de silício
policristalino, silício monocristalino e filme fino. O rendimento de painéis solares comerciais é
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
30
em torno de 15%, havendo técnicas para alcançar maior rendimento, porém ainda é pouco
viável economicamente.
A produção de energia depende da irradiação incidente no painel, e há painéis com
mecanismos que seguem a posição do sol, a fim de garantir uma maior potência.
2.4.2 BATERIAS
As baterias são utilizadas para armazenar a energia em excesso que não possa vir a ser
consumida pela carga que o sistema está alimentando, mas seu principal papel é manter a
estabilidade do sistema fotovoltaico, de modo que, por meio do controlador de carga, a descarga
da bateria é controlada junto com a geração dos painéis para haver menos flutuação de potência
possível.
Dos tipos de bateria, as utilizadas em sistemas fotovoltaicos são as de chumbo, pois
permitem descargas profundas. Essas baterias possuem um filtro para evitar o vazamento de
soluções ácidas, de modo a liberarem apenas hidrogênio podendo ser colocadas perto de
espaços de trabalho.
2.4.3 CONTROLADOR DE CARGA
A carga e a descarga das baterias é feito através do controlador de carga, a energia
produzida pelo painel varia bastante de acordo com os fatores climáticos, o que seria prejudicial
Fonte: CAMIEEA (2011)
Figura 13 – Painel fotovoltaico
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
31
do ponto de vista da bateria. No intuito de prolongar a vida útil das baterias essa entrada de
energia nas baterias é feito da maneira controlada.
2.4.4 INVERSOR
A conversão de corrente contínua para corrente alternada é feita pelo inversor (Figura 14),
e assim é possível efetuar a conexão do sistema PV com a rede elétrica.
A alimentação do inversor vem em corrente contínua do controlador de carga e a converte
em corrente alternada com amplitude e frequência compatível com a rede. Um inversor é
composto de transistores que efetuam o chaveamento da tensão contínua e fornece tensão
alternada em sua saída, sendo que IGBT’s são os mais utilizados para essa finalidade. Devido
à intermitência da geração e da eletrônica do inversor, os sistemas PV injetam níveis de
harmônicos na rede. Os inversores de sistemas fotovoltaicos têm que ter uma proteção contra
ilhamento, ou seja, caso a rede seja desligada, ele não pode estar injetando potência na rede,
pois pode prejudicar eventuais tarefas de rotina na rede e promover risco à vida humana.
Fonte: Fronius
Figura 14 - Inversores
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
32
3 MODELAGEM DA REDE DE DISTRIBUIÇÃO COM
FONTES DE GERAÇÃO DISTRIBUÍDA
Utilizando o software OpenDSS é possível modelar uma rede de distribuição com geração
fotovoltaica distribuída. Para isso é preciso definir primeiro uma rede de distribuição, e um
perfil da utilização da carga. Com a rede modelada, é possível criar um sistema fotovoltaico e
integrá-lo ao sistema. Através da simulação ao longo de um dia é possível avaliar o
comportamento do sistema para diversos pontos de operação e reproduzir os efeitos que um
sistema real pode vir a sofrer.
3.1 MODELAGEM DA REDE DE DISTRIBUIÇÃO
A rede de distribuição escolhida foi o sistema teste de 13 barras do IEEE (Figura 15).
No OpenDSS a definição do circuito é dada por linhas de código de funções específicas do
programa. O sistema de 13 barras é composto de uma fonte de Thévenin equivalente de 115 kV
que representa a subestação, juntamente com seu transformador que reduz o nível de tensão
para 4,16 kV na barra 650. Há também um transformador de distribuição que reduz o nível de
tensão para 480 V na barra 634. Há capacitores posicionados nas barras 675 e 611, sendo que
o primeiro é um banco trifásico e o segundo é um capacitor monofásico na fase C. Onze linhas
fazem a conexão do sistema sendo 6 linhas trifásicas, 3 linhas bifásicas (fase-fase) e 2 linhas
monofásicas (fase-neutro) e seus parâmetros já são conhecidos e definidos.
Figura 15 – Sistema teste de 13 barras IEEE
Fonte: IEEE
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
33
3.2 MODELAGEM DA CARGA
O sistema teste é composto de 15 cargas, 1 trifásica em 4,16 kV, 9 monofásicas (fase-
neutro) em 2,4 kV e três em 270 V e 2 bifásicas (fase-fase) em 4,16 kV. O perfil de utilização
da carga são dados reais do ONS que modelam a utilização da carga durante o horizonte de um
dia, visto pelo SIN.
3.3 MODELAGEM DO SISTEMA FOTOVOLTAICO
A modelagem do sistema fotovoltaico no software OpenDSS é feito por curvas que
representam a operação do sistema, as curvas são:
3.3.1 CURVA DA EFICIÊNCIA DO INVERSOR PELA POTÊNCIA
O inversor apresenta um rendimento que varia de acordo com a potência de entrada,
sendo que os dados de rendimendo utilizados nessa simulação são referentes ao inversor Sunny
Boy 2100. (Figura 17):
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
0 5 10 15 20 25
pu
Horas
Figura 16– Curva de carga diária
Fonte: Acervo Pessoal (2017)
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
34
Figura 17 – Variação do rendimento do inversor SB 2100 em função da potência
Fonte: Acervo Pessoal (2017)
3.3.2 CURVA DA POTENCIA DE SAÍDA EM FUNÇÃO DA TEMPERATURA
O rendimento do painel fotovoltaico é consequência da temperatura na qual ele está
operando de modo que a elevação de temperatura prejudica a potência de saída, pois faz com
que a tensão nominal de operação diminuir com o aumento da temperatura. Esse efeito pode
ser representado pela Figura 18 utilizando o painel de sílicio policristalino da SOLAREX.
Figura 18 – Variação da potência de saída do painel com a temperatura
Fonte: Acervo Pessoal (2017)
3.3.3 CURVA DA TEMPERATURA DIÁRIA DO PAINEL
Para determinar o efeito da redução da potência com a temperatura, também é preciso
fazer o levantamento da temperatura do painel utilizadando temperaturas típicas de operação.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0% 20% 40% 60% 80% 100%
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
0 10 20 30 40 50 60 70
pu
Temperatura (°C)
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
35
Figura 19 – Temperatura do painel do longo do dia
Fonte: Acervo Pessoal (2017)
3.3.4 IRRADIAÇÃO
O insumo da geração fotovoltaica, a irradiação, é o último parâmetro que se precisa para
definir um sistema PV no OpenDSS.
0
10
20
30
40
50
60
70
0 5 10 15 20 25
Tem
pe
ratu
ra (
°C)
Horas (h)
-0,2
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
0 5 10 15 20 25
Irra
dia
ção
(p
u)
Horas(h)
Fonte: Acervo Pessoal (2017)
Figura 20 – Irradiação diária incidente no painel
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
36
4 SIMULAÇÃO DO SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO NO
SOFTWARE OPENDSS
O software OpenDSS (Open Distribution System Simulator) é utilizado desde 1997 em
várias pesquisas e projetos envolvendo análise de sistemas de distribuição devido a sua fácil
compreensão e menor requesito de esforço computacional quando comparado com softwares
como MATLAB. Essa poderosa ferramenta também se destaca devido a sua fácil
implementação e suporte de novos tipos de análises para atender demandas futuras nas áreas de
smart grid, grid modernization e energias renováveis devido a sua estrutura que permite a
expansão constante da sua biblioteca para que seja facilmente modificada para atender estas
novas tecnologias.
O programa apresenta linguagem de programação textual sendo assim seus arquivos são
facilmente compilados e permite interface com diversos outros programas como MATLAB e
Phyton e possui também representação da saída de dados em arquivo texto o que possibilita
utilizar esses dados com facilidade no Microsoft Excel.
Para este estudo é necessário montar a rede de distribuição com seus elementos e carga para
poder avaliar a operação dinâmica da rede e como a rede se comporta na presença de geração
fotovoltaica na baixa tensão. A modelagem da rede se dá de forma a tentar reproduzir os
diversos efeitos que estes elementos sofrem e o que essa dinâmica causa na rede como um todo.
Os efeitos de interesse deste trabalho estão envolvidos com os impactos devido à inserção
de novas fontes de geração de energia no sistema de distribuição com pequenos geradores de
energia perto do próprio local de consumo.
Na simulação o local de interesse é a baixa tensão para avaliar as grandezas elétricas
envolvidas neste ponto, onde são conectadas as residências e as microgerações (< 75 kWp) de
energia solar (REN N°687/2015, ANEEL).
4.1 ESTRUTURA E ELEMENTOS DA SIMULAÇÃO
O primeiro elemento a ser definido é o elemento Circuit que representa o equivalente
Thèvenin do sistema até a subestação de distribuição. Na estrutura do OpenDSS não é
necessário declarar as barras pois elas são automaticamente definidas ao informar em quais
terminais determinado elemento está conectado.
Para manter o código limpo o software possibilita redirecionar outros códigos na extensão
do OpenDSS (.dss) para outro código através do comando redirect. Este recurso com o
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
37
LineCode permite construir uma biblioteca com informações de condutores em outro arquivo e
apenas chamar essa biblioteca para o código principal para definir os condutores da rede
referente a esse condutor, seu comprimento, número de fases e entre quais barramentos este
está conectado.
Ao declarar o transformador é necessário informar sua potência nominal e tensão nominal
dos terminais de alta e baixa, a resistência percentual, número de enrolamentos, conexão, fases
e onde (barra) seus terminais estão conectados.
A carga é declarada levando eu consideração sua potência e tipo (Impedância constante,
potência constante, corrente constante ou combinação dessas três) e adicionalmente pode-se
impor um regime de utilização para estas cargas com o comando LoadShape.
Utilizando os parâmetros levantados na seção 3.3 é possível modelar os sitemas
fotovoltaico. Adicionalmente se informa a potência instalada e temperatura ambiente.
O programa permite obter informação de grandezas elétricas instantâneas em qualquer
barramento ou elemento do circuito e, para simulações ao longo do tempo é necessário declarar
monitores nos elementos de interesse para captar sua variação ao longo do tempo.
Aqui será utilizado os modos Snapshot que é a solução em uma determinada condição,
um ponto, o modo Daily que realiza a solução do circuito ao decorrer de um dia e o modo
Dynamics para avaliar os efeitos do curto-circuito.
4.2 OPERAÇÃO DINÂMICA
Será de extrema importância avaliar o comportamento da rede com condições de carga
diferentes e o sistema fotovoltaico funcionando em condições climáticas diversas para poder
tirar algumas conclusões sobre a operação do sistema.
Esse comportamento dinâmico é representado pelas curvas das Figuras 16 da Seção 3.2
e 20 da Seção 3.3.4 que representam a variação da carga e da irradiação ao longo de vinte e
quatro horas. Neste cenário será utilizado o modo Daily do OpenDSS que possibilita uma
simulação do longo do tempo, para os elementos que sofrem essa mudança.
4.2.1 OPERAÇÃO DINÂMICA SEM GERAÇÃO FOTOVOLTAICA DISTRIBUÍDA
Tendo modelado a rede de distribuição e seus componentes é de interesse impor um
regime de utilização para a carga que é demandada por esse sistema com o intuito de avaliar
como essa rede se comporta, em carga leve e em carga pesada para representar com maior
fidelidade as variações que ocorrem na rede.
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
38
A dinâmica da carga parte dos dados do SIN de carga por horário por submercado que
pode ser facilmente avaliado os períodos de maior e menor carga. Esses dados são exportados
para o Excel e ao ser implementado no OpenDSS através do comando LoadShape é necessário
apenas redirecionar esse arquivo .csv para o programa e relacioná-lo com as cargas de interesse
no momento de se declarar essas cargas.
Tendo em vista que as cargas na barra 634 do sistema são monofásicas e
desequilibradas, a Figura 21 apresenta a potência que a carga da fase “a” drena através de 48
horas, porém a simulação será realizada na janela de 24 horas.
As cargas da fase B e C apresentam comportamento semelhante, diferindo-as apenas
pela potência nominal. Através desse regime da carga é possível observar a tensão na barra 634
através dos monitores instalados na barra de baixa tensão e é medida no terminal secundário do
transformador abaixador (4,16 kV:480 V). Essa tensão é representada na Figura 22. (Vale
lembrar que a tensão base é 277 V fase-neutro e 480 V fase-fase).
Figura 21 – Potência na carga da fase “a” da barra 634 do sistema
Fonte: Acervo Pesssoal (2017)
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
39
Durante o período de análise, a potência que o transformador abaixador demanda do
sistema (Figura 23) para alimentar as cargas é a própria potência das cargas. As fases
apresentam tensões ligeiramente diferentes, menor que 2%, devido aos desbalanços presentes
na rede e em períodos de menor utilização de carga, é observada uma elevação na tensão.
Figura 22 – Tensão na Barra 634
Fonte: Acervo Pessoal (2017)
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
40
4.2.2 OPERAÇÃO DINÂMICA COM GERAÇÃO FOTOVOLTAICA DISTRIBUÍDA
Ao simular a operação dinâmica do sistema com geração fotovoltaica distribuída parte-
se do mesmo código usado na seção 4.2.1 em adicional com a declaração do sistema PV. Todos
os dados necessários para modelar o PV já foram levantados no capítulo anterior e é partir
dessas curvas que será possível modelá-lo.
Os painéis fotovoltaicos são representados através das curvas de potência em função da
temperatura, de temperatura diária do painel e irradiação, Figuras 18, 19 e 20, respectivamente.
Para o inversor é necessário da curva do rendimento pela potência, Figura 17. Não se viu
necessário modelar o banco de baterias devido ao tipo de análise que está sendo desenvolvido
neste trabalho. Para definir o sistema PV no OpenDSS além dessas características, é necessário
Figura 23 – Potência Fornecida pelo Transformador Abaixador
Fonte: Acervo Pessoal (2017)
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
41
informar a tensão nominal, a irradiação base e a potência de máximo pico (Pmpp). A potência
fornecida por esse sistema pode ser observada na Figura 24.
Interligando o PV ao barramento tem-se um transformador com relação de
transformação 1:1 (480 V:480 V) que servirá como elemento a ser monitorado para levantar os
dados de interesse para este estudo. A tensão no barramento 634 (Figura 25) é medida no
terminal do transformador conectado a essa barra.
Figura 24 – Potência Fornecida ao Sistema Pelo PV
Fonte: Acervo Pessoal (2017)
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
42
A potência fornecida pelo transformador abaixador para as cargas da barra 634 é medida
no secundário de baixa tensão deste transformador (Figura 26). O perfil de tensão se assemelha
ao do caso sem geração distribuída para os horários sem irradiação solar, no período de maior
incidência solar (por volta das 15 horas) é observado uma elevação de tensão, em torno de 0,5%.
Figura 25 – Tensão na Barra 634
Fonte: Acervo Pessoal (2017)
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
43
4.3 CONDIÇÃO DE FALTA
Falta ou curto-circuito se remete ao contato ou arco acidental entre partes vivas sob
potenciais diferentes (ABNT, 2008). Essas faltas podem envolver uma, duas ou três fases e a
terra, sendo a falta fase-terra a com maior probabilidade de ocorrência. A falta envolvendo três
fases com ou sem terra apesar de ser a menos provável de ocorrência é a que causa mais impacto
no sistema e será utilizada como base na análise deste trabalho para uma falta trifásica na barra
634 de baixa tensão, onde estão ligados as cargas e o sistema PV é de interesse avaliar o
desempenho da rede de distribuição com e sem a presença do PV para avaliar os efeitos que a
inserção de GDs provoca na ocorrência de um curto-circuito.
4.3.1 CONDIÇÃO DE FALTA SEM GERAÇÃO FOTOVOLTAICA DISTRIBUÍDA
Fonte: Acervo Pessoal (2017)
Figura 26 – Potência Fornecida à Barra 634 pelo Transformador
Abaixador
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
44
No OpenDSS a falta é um elemento do circuito que pode ser representado por uma
resistência que representa a resistência da falta. Logo, basta declarar o elemento Fault e indicar
o tipo de falta (uma duas ou três fases) e em qual barramento ela está localizada.
Para um curto-circuito trifásico na barra 634 com resistência de falta de 0,002 Ω as
tensões nodais das outras barras do circuito são dadas pela Tabela 1.
Tabela 1 – Tensões Nodais nas Barras da Rede de Distribuição sem GD
Barra V (kV) Vpu
Subestação 66.34 0.9992
650 2.399 0.9989
633 1.886 0.7854
634 0.03735 0.1348
671 2.04 0.8493
645 2.122 0.8835
646 2.118 0.882
692 2.04 0.8493
675 2.035 0.8474
611 1.942 0.8084
652 1.992 0.8295
670 2.068 0.8609
632 2.084 0.8676
680 2.04 0.8493
684 2.004 0.8342
Fonte: Arquivo Pessoal (2017)
O calculo da corrente de falta é feito no OpenDSS resolvendo o circuito no modo
instantâneo do fluxo de potência, alterna-se para o modo Dynamics e insere-se a falta e resolve-
se o fluxo de potência pelo modo instantâneo, ou Snapshot.
Para simular condições semelhantes, o curto será considerado às 15 horas, onde há o
maior índice de irradiação solar. Para essas situações as correntes de falta são apresentadas na
Figura 27.
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
45
4.3.2 CONDIÇÃO DE FALTA COM GERAÇÃO FOTOVOLTAICA DISTRIBUÍDA
Ao se inserir um gerador fotovoltaico muda-se a dinâmica do sistema e é necessário
avaliar os impactos que causam na rede. No programa OpenDSS o comando “!” comenta a frase
seguinte e ela não é inserida na simulação, o código mantem-se o mesmo, quando a condição é
sem GD apenas comenta-se a linha que redireciona o sistema PV ao código principal. A
localização e tempo de aplicação da falta mantem-se o mesmo da seção 4.3.1 para avaliar para
as mesmas condições o comportamento da rede elétrica com e sem a geração fotovoltaica
distribuída.
O cálculo da falta é feito de modo iterativo e para essa situação o resultado apresentou
erro de convergência de 5% nas tensões do PV e convergência menor que 0.1% nas outras
barras. As tensões nodais podem ser observadas através da Tabela 2.
Figura 27 – Correntes de Curto-Circuito na Barra 634 sem GD
Fonte: Acervo Pessoal (2017)
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
46
Tabela 2 – Tensões Nodais nas Barras da Rede de Distribuição com GD
Barra V (kV) Vpu
Subestação 66.35 0.9993
650 2.399 0.999
633 1.801 0.7499
634 0.03679 0.1327
671 1.948 0.8111
645 2.007 0.8355
646 2.003 0.8341
692 1.948 0.8111
675 1.944 0.8094
611 1.865 0.7763
652 1.913 0.7964
670 1.975 0.8222
632 1.99 0.8286
680 1.948 0.8111
684 1.924 0.8009
Fonte: Acervo Pessoal (2017)
As correntes de curto-circuito são mostradas na Figura 28. Na Ocorrência de um curto
circuito na barra que está conectado também é de interesse determinar a contribuição do sistema
PV, mostrado na Figura 29. Ao se comparar a contribuição do PV para as correntes totais de
curto-circuito envolvidas, percebe-se que esta representa uma mínima contribuição.
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
47
Fonte: Acervo Pessoal (2017)
Figura 28 – Correntes de Curto-Circuito na Barra 634 com
GD
Figura 29 – Contribuição do PV para o curto-circuito na Barra 634
Fonte: Acervo Pessoal (2017)
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48
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
O modelo tradicional da rede elétrica com fluxo de potência unidirecional da geração,
através das linhas até a carga vem sendo modificado na medida em que a geração distribuída
avança, sendo possível ter centros de geração e consumo mais pertos promovendo um menor
custo de transmissão. A rede convencional já é muito bem conhecida e suas características são
muito bem definidas, porém na medida com que essas novas tecnologias são inseridas cria-se a
necessidade de conhecer os impactos que estas causam na rede elétrica.
O conceito de smart grids vem ampliando a possibilidade de desenvolvimento de novas
tecnologias para melhorar o bem-estar dos cidadões criando uma rede inteligente com melhor
monitoramento, melhor qualidade e confiabilidade. Mostra-se também uma solução para as
preocupações com o meio ambiente, com a geração distribuída que é caracterizada por fontes
renováveis e limpas de geração de energia podendo assim, diminuir a contribuição das
termelétricas sendo que, estas que produzem uma grande quantidade de gases do efeito estufa.
Uma maior automação do sistema elétrico possibilita também melhorar sua confiabilidade
através de medições inteligentes em tempo real, redução do tempo de interrupção de energia,
detecção de falhas na rede, bem como essa aquisição de dados permite ter um banco de dados
sobre utilização de carga.
5.1 RESULTADOS DA SIMULAÇÃO
Ao se tomar o sistema de 13 barras do IEEE como modelo foi possível criar uma
referência para o estudo e avaliar os impactos da integração da GD na rede elétrica. O atual
cenário energético do país vem enfrentando divergências de opiniões uma vez que é necessário
ter mais unidades geradoras de energia para atender a demanda crescente de energia elétrica,
porém, questiona-se a origem desta energia. Mesmo sendo tomada como uma fonte renovável
e limpa de energia, a geração hidráulica é questão de debates envolvendo sua sustentabilidade.
Não há subprodutos que prejudicam o meio ambiente, mas ao mesmo tempo é a causa de
diversos fenômenos ambientais prejudiciais, como o alagamento da região à montante da
barragem e diminuição da vazão do rio à jusante, além dos impactos da sua construção.
Em primeira instância a energia solar e eólica são consideradas as mais limpas, porém
mesmo estas têm seus impactos ambientais, mesmo que reduzidos. Para integralizar-se por
completo ao sistema elétrico, tem de saber o máximo possível do comportamento dessas fontes
para não prejudicar o bom funcionamento do mesmo, mesmo com seus contras, a geração
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
49
hídrica se mostrou bastante confiável ao se comparar com as energias provindas do sol e do
vento. Devido suas intermitências o controle da geração em plantas eólicas e solares é mais
complexo porque não há como prever as condições climáticas com certeza e sendo este o
insumo dessas gerações suas relações são diretas. Outro problema é a variação da carga para a
qual o sistema tem que estar preparado para atender a demanda solicitada e as características
inerciais das máquinas geradoras rotativas para a estabilidade da rede.
Ao se analisar o perfil de tensão ao longo do dia para uma rede sem geração distribuída
pode-se perceber que esta sofre bastante variação devido a mudanças que acontecem na rede,
como a variação de carga. No caso com geração distribuída o perfil de tensão assemelha-se
bastante ao caso anterior, salvo que, no momento que a geração do PV se torna mais
significativa ela promove uma elevação de tensão no barramento ao qual ele está conectado.
Picos de irradiação durante o dia podem levar a potência de forma brusca, como o efeito borda
de núvem promove na irradiação incidente no painel no momento que ela entra ou sai da frente
do sol. Esta regulação de potência pode ser feita pelo controlador de carga em conjunto com as
baterias de modo a fornecer potência de maneira controlada para melhor aproveitamento
energético.
A ocorrência de um curto circuito no barramento que o PV está conectado, nas situações
avaliadas com e sem GD mostra que a contribuição deste para o curto é pequena tendo em vista
o tamanho do sistema PV com relação à rede, sendo que o erro de 5% na convergência pode
ser um fator para essas diferenças. Dispositivos de proteção são componentes dos equipamentos
de um sistema fotovoltaico e na presença de anormalidades na rede podem atuar de modo a
isolar o sistema promovendo a proteção dos equipamentos e evitar contribuições do PV para a
falta através do controlador de carga.
A energia demandada da rede para atender as cargas observadas com ou sem PV, a diferença
é nitidamente observada no momento de maior incidência solar onde uma parte da potência das
cargas da rede são supridas pelo sistema PV. Supondo uma situação geral, a energia consumida
pelas cargas da barra 634 que é a integral da curva da potência, sendo no caso com GD menor
e consequentemente haveria uma menor conta de energia devido ao menor consumo de energia
da concessionária.
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
50
5.2 ANÁLISE ECONÔMICA DO MERCADO FOTOVOLTAICO
Estudos realizados sobre o mercado fotovoltaico mostrou alguns pontos sobre a dinâmica
deste mercado em expansão. Os principais desafios em relação à concorrência nesse setor
(Figura 30) mostraram que o mercado ainda está amadurecendo e enfrenta problemas como
propagandas falsas e baixa qualidade de equipamentos mostrando a preferência por empresas
com financiamento próprio e maior força de venda.
Apesar do baixo volume de vendas, o mercado fotovoltaico apresentou um aumento da
força comercial, pois nos últimos 6 meses o volume médio de propostas e vendas no setor
dobrou. A queda do preço dos equipamentos no mercado internacional ocasionou uma redução
nos preços dos sistemas fotovoltaicos mostrando uma redução no custo de integração, que se
refere à maior eficiência das empresas, pois em um ano o preço por kilowatt de um sistema de
75 kWp (Figura 31) sofreu redução de aproximadamente 31% no período de junho de 2016 a
junho de 2017. Esse mercado, apesar de sofrer dificuldades está procurando meios de se
desenvolver rapidamente visto a aceleração do mercado nos primeiros meses de 2017.
Figura 30 – Principais Desafios em Relação à Concorrência
Fonte: Greener (2017)
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
51
Figura 31 – Sistema Comercial 75 kWp
Fonte: Greener (2017)
6 CONCLUSÃO
Os avanços na tecnologia possibilitaram o desenvolvimento de tecnologias alternativas para
solução dos problemas que são vividos há um tempo. A crise energética é um problema que
existe devido à crescente demanda de energia em descompasso com a produção e a solução de
muitos países é apostar nas usinas termelétricas pois são uma tecnologia com grande capacidade
de geração de energia. Porém esta se mostra uma tecnologia cara e poluidora do meio ambiente,
isso reflete em uma tarifa de uso da energia mais cara e sua emissão de gases do efeito estufa
na atmosfera causam danos irreversíveis ao meio ambiente.
Ao se perceber a possibilidade da conversão de outros tipos de energia em energia elétrica
houve um avanço no setor elétrico com a abertura da possibilidade de novos meios de geração.
A geração através da energia cinética dos ventos, ou energia eólica, é atualmente o meio de
geração que mais cresce na matriz energética do país e apesar de ser uma fonte de energia limpa,
a geração hídrica não se mostrou a solução para o problema energético do país visto à última
crise hídrica do país. Apesar do Brasil ser um dos países com maior potencial para geração
eólica e solar, são os países da europa que estão apostando cada vez mais nessas tecnologias
como solução para seus problemas energéticos.
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
52
Por ser uma tecnologia recente para a geração através da irradiação solar, é necessário
avaliar seu desempenho e impactos no sistema elétrico à medida em que ocorre sua inserção na
matriz energética do país para possibilitar o suprimento das cargas do sistema sem haver
interrupções ou violações das condições operativas e assim não se ter prejuizos. Fontes como a
geração eólica e solar se mostram um desafio maior que a hídrica visto à intermitência da
energia primária nestes primeiros casos. Sendo assim, é de interesse minimizar esses efeitos de
flutuação de potência no sistema.
A energia solar fotovoltaica já se mostra uma ótima opção de micro e mini geração como
forma de reduzir a dependência com a concessionária e reduzir os efeitos que uma outra crise
energética possa causar. A difusão desta tecnologia no Brasil ocorreu com a REN 482 da
ANEEL (atual REN 687/ANEEL) que promoveu incentivos a fontes alternativas de geração de
energia elétrica e beneficios em forma de crédito para o excesso de geração além de possilitar
usar este crédito em um outro lugar que não seja o da geração.
Conforme essa geração vai se tornando mais participativa é necessário avaliar os impactos
que causam em larga escala no sistema para não haver problemas na geração uma vez que a
tendencia é que a participação de energia eólica e solar se torne cada vez maior. A segurança
operativa do sistema elétrico é necessária e para que isso ocorra nesse cenário futuro é preciso
ter um bom fundamento sobre como funciona, quais são os impactos e a confiabilidade dessas
novas gerações.
Neste trabalho foi possível constatar alguns efeitos que a inserção da geração PV promove
em um sistema de distribuição, como a elevação de tensão no barramento onde está conectado
ao se ter uma elevação da irradiação, sendo esta elevação de tensão promovida na rede de
distribuição, para uma planta de geração de 100 kWp, inferior a 0,5% sendo este inferior aos
limites impostos pelo Módulo 8 do Prodist sobre qualidade de energia elétrica.
Pode-se constatar também que para um sistema como o estudado, planta de 100 kWp e um
sistema com potência de curto-circuito de 2000 MVA a contribuição para o curto-circuito é
pequena sendo que esta condição é ainda mais minimizada e contornada devido a dispositivos
de proteção do sistema fotovoltaico que na presença de anormalidades desconectam o sistema
da rede para proteção de ambos.
O mercado fotovoltaico ainda se mostra pouco maduro, mas com crescimento e
desenvolvimento significativo mostrando que mesmo através de dificuldades esta tecnologia
está arrumando meios para se desenvolver, podendo ressaltar o impacto no preço final do
produto devido à necessidade de importação de equipamentos. O Brasil além de ter um dos
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
53
maiores potenciais de geração do mundo, é um dos que tem a maior reserva de silício, matéria
prima dos paineis solares. Sendo assim, o país tem a possibilidade de aperfeiçoamento desta
tecnologia e ao se nacionalizar a produção dos equipamentos o preço diminui tornando os
sistemas de geração fotovoltaica mais atrativos.
Os estudos levantados nesse trabalho de conclusão de curso possibilitam criar uma base
para análise dos impactos dos sistemas PV na rede elétrica, podendo facilmente através do
software OpenDSS serem implementadas novas simulações com mais dados e dados mais
precisos além da implementação de diferentes topologias de elétricas podendo servir de análise
para casos reais.
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
54
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UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
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APENDICE A - Main Code
Clear new circuit.IEEE13Nodeckt ~ basekv=115 pu=1.0001 phases=3 bus1=SourceBus ~ Angle=30 ~ MVAsc3=20000 MVASC1=21000 !SUB TRANSFORMER DEFINITION New Transformer.Sub Phases=3 Windings=2 XHL=(8 1000 /) ~ wdg=1 bus=SourceBus conn=delta kv=115 kva=5000 %r=(.5 1000 /) XHT=4 ~ wdg=2 bus=650 conn=wye kv=4.16 kva=5000 %r=(.5 1000 /) XLT=4 New Transformer.Reg1 phases=1 XHL=0.01 kVAs=[1666 1666] ~ Buses=[650.1 RG60.1] kVs=[2.4 2.4] %LoadLoss=0.01 new regcontrol.Reg1 transformer=Reg1 winding=2 vreg=122 band=2 ptratio=20 ctprim=700 R=3 X=9 New Transformer.Reg2 phases=1 XHL=0.01 kVAs=[1666 1666] ~ Buses=[650.2 RG60.2] kVs=[2.4 2.4] %LoadLoss=0.01 new regcontrol.Reg2 transformer=Reg2 winding=2 vreg=122 band=2 ptratio=20 ctprim=700 R=3 X=9 New Transformer.Reg3 phases=1 XHL=0.01 kVAs=[1666 1666] ~ Buses=[650.3 RG60.3] kVs=[2.4 2.4] %LoadLoss=0.01 new regcontrol.Reg3 transformer=Reg3 winding=2 vreg=122 band=2 ptratio=20 ctprim=700 R=3 X=9 !TRANSFORMER DEFINITION New Transformer.XFM1 Phases=3 Windings=2 XHL=2 ~ wdg=1 bus=633 conn=Wye kv=4.16 kva=500 %r=.55 XHT=1 ~ wdg=2 bus=634 conn=Wye kv=0.480 kva=500 %r=.55 XLT=1 Redirect sistemapv.dss New Transformer.pv_up phases=3 xhl=5.750000 ~ wdg=1 bus=trafo_pv kv=0.48 kVA=75 conn=wye ~ wdg=2 bus=634 kv=0.48 KVA=75 conn=wye !LINE CODES redirect IEEELineCodes.dss New linecode.mtx601 nphases=3 BaseFreq=60 ~ rmatrix = (0.3465 | 0.1560 0.3375 | 0.1580 0.1535 0.3414 ) ~ xmatrix = (1.0179 | 0.5017 1.0478 | 0.4236 0.3849 1.0348 ) ~ units=mi New linecode.mtx602 nphases=3 BaseFreq=60 ~ rmatrix = (0.7526 | 0.1580 0.7475 | 0.1560 0.1535 0.7436 ) ~ xmatrix = (1.1814 | 0.4236 1.1983 | 0.5017 0.3849 1.2112 ) ~ units=mi New linecode.mtx603 nphases=2 BaseFreq=60 ~ rmatrix = (1.3238 | 0.2066 1.3294 ) ~ xmatrix = (1.3569 | 0.4591 1.3471 ) ~ units=mi New linecode.mtx604 nphases=2 BaseFreq=60 ~ rmatrix = (1.3238 | 0.2066 1.3294 ) ~ xmatrix = (1.3569 | 0.4591 1.3471 ) ~ units=mi New linecode.mtx605 nphases=1 BaseFreq=60 ~ rmatrix = (1.3292 ) ~ xmatrix = (1.3475 ) ~ units=mi New Linecode.mtx606 nphases=3 Units=mi ~ Rmatrix=[0.791721 |0.318476 0.781649 |0.28345 0.318476 0.791721 ] ~ Xmatrix=[0.438352 |0.0276838 0.396697 |-0.0184204 0.0276838 0.438352 ] ~ Cmatrix=[383.948 |0 383.948 |0 0 383.948 ] New linecode.mtx607 nphases=1 BaseFreq=60 ~ rmatrix = (1.3425 ) ~ xmatrix = (0.5124 ) ~ cmatrix = [236]
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
60
~ units=mi New LoadShape.curvadecarga npts=24 interval=1 ~ mult=(file=loadshapeteste.csv) !LOAD DEFINITIONS New Load.671 Bus1=671.1.2.3 Phases=3 Conn=Delta Model=1 kV=4.16 kW=1155 kvar=660 daily=curvadecarga New Load.634a Bus1=634.1 Phases=1 Conn=Wye Model=1 kV=0.277 kW=160 kvar=110 daily=curvadecarga New Load.634b Bus1=634.2 Phases=1 Conn=Wye Model=1 kV=0.277 kW=120 kvar=90 daily=curvadecarga New Load.634c Bus1=634.3 Phases=1 Conn=Wye Model=1 kV=0.277 kW=120 kvar=90 daily=curvadecarga New Load.645 Bus1=645.2 Phases=1 Conn=Wye Model=1 kV=2.4 kW=170 kvar=125 daily=curvadecarga New Load.646 Bus1=646.2.3 Phases=1 Conn=Delta Model=2 kV=4.16 kW=230 kvar=132 daily=curvadecarga New Load.692 Bus1=692.3.1 Phases=1 Conn=Delta Model=5 kV=4.16 kW=170 kvar=151 daily=curvadecarga New Load.675a Bus1=675.1 Phases=1 Conn=Wye Model=1 kV=2.4 kW=485 kvar=190 daily=curvadecarga New Load.675b Bus1=675.2 Phases=1 Conn=Wye Model=1 kV=2.4 kW=68 kvar=60 daily=curvadecarga New Load.675c Bus1=675.3 Phases=1 Conn=Wye Model=1 kV=2.4 kW=290 kvar=212 daily=curvadecarga New Load.611 Bus1=611.3 Phases=1 Conn=Wye Model=5 kV=2.4 kW=170 kvar=80 daily=curvadecarga New Load.652 Bus1=652.1 Phases=1 Conn=Wye Model=2 kV=2.4 kW=128 kvar=86 daily=curvadecarga New Load.670a Bus1=670.1 Phases=1 Conn=Wye Model=1 kV=2.4 kW=17 kvar=10 daily=curvadecarga New Load.670b Bus1=670.2 Phases=1 Conn=Wye Model=1 kV=2.4 kW=66 kvar=38 daily=curvadecarga New Load.670c Bus1=670.3 Phases=1 Conn=Wye Model=1 kV=2.4 kW=117 kvar=68 daily=curvadecarga !CAPACITOR DEFINITIONS New Capacitor.Cap1 Bus1=675 phases=3 kVAR=600 kV=4.16 New Capacitor.Cap2 Bus1=611.3 phases=1 kVAR=100 kV=2.4 !LINE DEFINITIONS New Line.650632 Phases=3 Bus1=RG60.1.2.3 Bus2=632.1.2.3 LineCode=mtx601 Length=2000 units=ft New Line.632670 Phases=3 Bus1=632.1.2.3 Bus2=670.1.2.3 LineCode=mtx601 Length=667 units=ft New Line.670671 Phases=3 Bus1=670.1.2.3 Bus2=671.1.2.3 LineCode=mtx601 Length=1333 units=ft New Line.671680 Phases=3 Bus1=671.1.2.3 Bus2=680.1.2.3 LineCode=mtx601 Length=1000 units=ft New Line.632633 Phases=3 Bus1=632.1.2.3 Bus2=633.1.2.3 LineCode=mtx602 Length=500 units=ft New Line.632645 Phases=2 Bus1=632.3.2 Bus2=645.3.2 LineCode=mtx603 Length=500 units=ft New Line.645646 Phases=2 Bus1=645.3.2 Bus2=646.3.2 LineCode=mtx603 Length=300 units=ft New Line.692675 Phases=3 Bus1=692.1.2.3 Bus2=675.1.2.3 LineCode=mtx606 Length=500 units=ft New Line.671684 Phases=2 Bus1=671.1.3 Bus2=684.1.3 LineCode=mtx604 Length=300 units=ft New Line.684611 Phases=1 Bus1=684.3 Bus2=611.3 LineCode=mtx605 Length=300 units=ft New Line.684652 Phases=1 Bus1=684.1 Bus2=652.1 LineCode=mtx607 Length=800 units=ft !SWITCH DEFINITIONS New Line.671692 Phases=3 Bus1=671 Bus2=692 Switch=y r1=1e-4 r0=1e-4 x1=0.000 x0=0.000 c1=0.000 c0=0.000 Set Voltagebases=[115, 4.16, .48, .220] calcVoltageBases New monitor.634_power element=transformer.XFM1 terminal=1 mode=1 ppolar=no New monitor.634_voltage element=transformer.XFM1 terminal=1 mode=0 ppolar=no New monitor.barra634a_power element=load.634a terminal=1 mode=1 ppolar=no New monitor.barra634a_voltage element=load.634a terminal=1 mode=0 ppolar=no New monitor.barra634b_power element=load.634b terminal=1 mode=1 ppolar=no New monitor.barra634b_voltage element=load.634b terminal=1 mode=0 ppolar=no New monitor.barra634c_power element=load.634c terminal=1 mode=1 ppolar=no New monitor.barra634c_voltage element=load.634c terminal=1 mode=0 ppolar=no New monitor.carga3f_power element=load.671 terminal=1 mode=1 ppolar=no New monitor.carga3f_voltage element=load.671 terminal=1 mode=0 ppolar=no New monitor.sub_power element=line.650632 terminal=1 mode=1 ppolar=no new monitor.sub_voltage element=line.650632 terminal=1 mode=0 ppolar=no new monitor.Potência_Barra_634 element=transformer.pv_up terminal=1 mode=1 ppolar=no new monitor.Barra_634 element=transformer.pv_up terminal=1 mode=0 ppolar=no new monitor.PV_variables element=PVSystem.PV terminal=1 mode=3 set mode = daily set stepsize = 1h set number = 24 calcv Solve
UNIFEI – ISEE Trabalho Final de Graduação
61
BusCoords IEEE13Node_BusXY.csv Solve mode=dynamics stepsize=0.00002 New Fault.F1 phases=3 Bus1=634 R=0.002 Solve Show Current Element Visualize Currents Fault.F1 visualize currents transformer.PV_Up
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APENDICE B – Código PV
New XYcurve.MyPvsT npts=2 xarray=[20 65] yarray=[1 0.822] New XYcurve.Myeff npts=7 xarray=[0.05 0.1 0.2 0.3 0.5 0.75 1] yarray=[0.757 0.845 0.894 0.909 0.916 0.914 0.909] new LoadShape.MyIrrad npts=24 interval=1 ~ mult=(file=mypvirrad.csv) new Tshape.Mytemp npts=24 interval=1 ~ temp=(file=pvtemperatura.csv) New PVSystem.PV phases=3 bus1=trafo_pv kv=0.48 irrad=.98 pmpp=25 temperature=25 pf=1 ~ %cutin=0.1 %cutout=0.1 effcurve=MyEff P-tCurve=MyPvst Daily=MyIrrad Tdaily=Mytemp New Transformer.pv_up phases=3 xhl=5.750000 ~ wdg=1 bus=trafo_pv kv=0.48 kVA=25 conn=wye ~ wdg=2 bus=C kv=0.22 KVA=25 conn=wye