UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE · Distocias. 3. Piometra. 4. Canino. 5. Felino. I. Título...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE
CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL
CAMPUS DE PATOS-PB
CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA
MONOGRAFIA
CASUÍSTICA DE OVARIOHISTERECTOMIAS ELETIVAS E TERAPÊUTICAS EM
CADELAS E GATAS NO HOSPITAL VETERINÁRIO DA UNIVERSIDADE FEDERAL
DE CAMPINA GRANDE, NO PERÍODO ENTRE 2006 E 2016 - ESTUDO
RETROSPECTIVO
Julia Palmeira do Ó Bezerra
2017
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE
CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL
CAMPUS DE PATOS-PB
CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA
MONOGRAFIA
Casuística de Ovariohisterectomias eletivas e terapêuticas em cadelas e gatas no Hospital
Veterinário da Universidade Federal de Campina Grande, no período entre 2006 e 2016 -
Estudo retrospectivo
Julia Palmeira do Ó Bezerra
Graduanda
Prof. Dr. Pedro Isidro da Nóbrega Neto
Orientador
Patos
Novembro /2017
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA DO CSRT DA UFCG
B574c
Bezerra, Julia Palmeira do Ó
Casuística de ovariohisterectomias eletivas e terapêuticas em cadelas e
gatas no Hospital Veterinário da Universidade Federal de Campina Grande,
no período entre 2006 e 2016: estudo retrospectivo / Julia Palmeira do Ó
Bezerra. – Patos, 2017.
52f.: il. color.
Trabalho de Conclusão de Curso (Medicina Veterinária) – Universidade
Federal de Campina Grande, Centro de Saúde e Tecnologia Rural, 2017.
"Orientação: Prof. Dr. Pedro Isidro da Nóbrega Neto”
Referências.
1. Castração. 2. Distocias. 3. Piometra. 4. Canino. 5. Felino. I. Título.
CDU 616-089:619
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE
CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL
CAMPUS DE PATOS-PB
CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA
JULIA PALMEIRA DO Ó BEZERRA
Graduanda
Monografia submetida ao Curso de Medicina Veterinária como requisito parcial para
obtenção do grau de Médica Veterinária.
ENTREGUE EM ....../....../........ MÉDIA: ______
BANCA EXAMINADORA
_______________________________________________ NOTA: ______
Prof. Dr. Pedro Isídro da Nóbrega Neto
Orientador
_______________________________________________ NOTA: ______
Med. Vet. MSc. Lylian Karlla Gomes de Medeiros
Examinadora I
_______________________________________________ NOTA: _______
Med. Vet. MSc. Fernanda Vieira Henrique
Examinadora II
DEDICATÓRIA
Dedico a Deus, que ouviu o desejo do
meu coração e me presenteou com a
oportunidade de realizar meu sonho de
vida: a Medicina Veterinária!
AGRADECIMENTOS
O agradecimento de todos os dias sempre vai ser a Deus, que me deu a oportunidade
de cursar Medicina Veterinária na UFCG, um sonho que eu achava distante a sua realização,
mas que Jesus sonhou primeiro para mim, e me deu paciência e força pra realiza-lo.
Agradeço à mulher maravilhosa e batalhadora que Deus me deu como mãe, que
sempre me apoiou e que com muita garra sustentou meu sonho e foi meu alicerce nesses cinco
anos e durante toda a minha vida. Dona Branca, a senhora é perfeita e eu morro de orgulho de
ser sua única filha, de ter sido educada e cuidada pela senhora. Quem me dera ter pelo menos
metade do seu coração que é tão grande e tão cheio de amor!
Agradeço à minha família, em especial à minha tia Teninha, que não vive sem mim e
me ama demais, e à minha tia Nevinha, que mesmo não estando mais entre nós seu amor
ainda está presente no meu coração. Agradeço ao meu primo/irmão Neto e à minha cunhada
Andrezza, que trouxeram ao mundo a princesa especial da família, Ana Beatriz, que mesmo
com suas limitações pelo autismo é a criança mais amável que já vi na minha vida.
Agradeço aos professores, que com paciência passaram um pouco de conhecimento
para mim, em especial ao meu orientador, Professor Pedro, que me auxiliou nesse trabalho
com a paciência que só ele tem, mesmo com todo o tempo corrido.
Agradeço aos meus amigos e amigas, primeiro à Sabrina, que mesmo na distância
nunca saiu do meu lado, obrigada amiga pelos 11 anos de amizade! Agradeço às minhas
amigas que como eu vieram de longe para cursar a graduação, muito obrigada Samara, Maíza,
Lídia, Anielle, Diane, Laís,Juliana e em especial a Carmen, por trazer nosso mini vet (Miguel
Venâncio) ao mundo para gente morrer de amor e se encantar a cada dia com sua alegria.
Obrigada a vocês meninas, por se fazerem presentes sempre nesses longos anos e serem os
melhores ombros para chorar e propiciarem os melhores momentos de risadas.
Agradeço aos residentes Leonardo Barros e Ana Clara França, que cada um com seu
jeito único me ajudaram com paciência na rotina dos estágios durante os últimos semestres.
Agradeço também às anestesistas Lyllian e Fernanda por passarem tanta calma e confiança a
pessoas inseguras como eu (rsrs). Meu muito obrigada a vocês duas, torço muito pra vocês
serem professoras em suas áreas pois tenho certeza que esses futuros alunos serão mais do que
privilegiados.
SUMÁRIO
LISTA DE GRÁFICOS Páginas
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE ABREVIAÇÕES
RESUMO
ABSTRACT
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 14
2 REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................15
2.1 Anatomia do Sistema Reprodutor Feminino de Cadelas e Gatas ...............................15
2.2 Cirurgia de Ovariohisterectomia (OH) .....................................................................17
2.2.1 Patologias que podem ser consequências de falhas na ovariohistectomia .............20
2.2.1.1 Síndrome do ovário remanescente .....................................................................20
2.2.1.2 Piometra de coto ............................................................................................... 21
2.3 Patologias que são tratadas com o emprego da ovariohisterectomia ........................ 22
2.3.1 Distocias ...............................................................................................................22
2.3.2 Hiperplasia endometrial cística/ Piometra ..............................................................24
2.3.3 Prolapso Uterino ...................................................................................................27
2.3.4 Pseudogestação .....................................................................................................29
2.3.5 Cistos ovarianos foliculares ..................................................................................29
2.3.6 Hiperplasia fibroadenomatosa mamária felina ......................................................31
3 MATERIAL E MÉTODOS ......................................................................................34
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ...............................................................................35
5 CONCLUSÃO ...........................................................................................................47
REFERÊNCIAS ...........................................................................................................48
14
15
15
17
20
20
21
22
22
24
27
29
29
31
34
35
47
48
LISTA DE GRÁFICOS
Pág
Gráfico 1 - Quantidades anuais de ovariohisterectomias (OH) realizadas em
cadelas e gatas no Setor de Cirurgia de Pequenos animais do
Hospital Veterinário, da Universidade Federal de Campina Grande,
na cidade de Patos-PB, no período de janeiro de 2006 a dezembro
de 2016..................................................................................................
35
Gráfico 2 - Quantidades anuais de ovariohisterectomias (OH) realizadas no
Setor de Cirurgia de Pequenos animais do Hospital Veterinário
da Universidade Federal de Campina Grande, na cidade de
Patos- PB, no período de janeiro de 2006 a dezembro de
2016......................................................................................................
36
Gráfico 3 - Casuística de ovariohisterectomias (OH) realizadas em cadelas e
gatas no Setor de Cirurgia de Pequenos Animais do Hospital
Veterinário da Universidade Federal de Campina Grande, na
cidade de Patos- PB, no período de janeiro de 2006 a dezembro de
2016.......................................................................................................
37
Gráfico 4 - Percentual de ovariohisterectomias (OH) eletivas e terapêuticas
realizadas em cadelas e gatas no Setor de Cirurgia de Pequenos
animais do Hospital Veterinário da Universidade Federal de
campina Grande, na cidade de Patos-PB, no período de janeiro de
2006 a dezembro de 2016 .....................................................................
37
Gráfico 5 - Casuística de ovariohisterectomias (OH) realizadas em cadelas no
Setor de Cirurgia de Pequenos Animais do Hospital
Veterinário da Universidade Federal de Campina Grande, na
cidade de Patos- PB, no período de janeiro de 2006 a dezembro de
2016.......................................................................................................
38
Gráfico 6 - Percentual de ovariohisterectomias (OH) eletivas e terapêuticas
realizadas em cadelas no Setor de Cirurgia de Pequenos Animais do
Hospital Veterinário da Universidade Federal de Campina Grande,
na cidade de Patos-PB, no período de janeiro de 2006 a dezembro
de 2016 .................................................................................................
38
Gráfico 7 - Casuística de ovariohisterectomias (OH) realizadas em gatas no
Setor de Cirurgia de Pequenos Animais do Hospital Veterinário da
Universidade Federal de Campina Grande, na cidade de Patos-
PB, no período de Janeiro de 2006 a dezembro de 2016...................
.
39
Gráfico 8 - Percentual de ovariohisterectomias (OH) eletivas e
terapêuticas realizadas em gatas no Setor de Cirurgia de
Pequenos Animais do Hospital Veterinário da Universidade
Federal de Campina Grande, na Cidade de Patos- PB, no
período de janeiro de 2006 a dezembro de 2016.................................
39
Gráfico 9 - Percentual de afecções de cadelas nas quais realizou
Ovariohisterectomia como parte do tratamento, no Setor Cirurgia
de Pequenos Animais do Hospital Veterinário da Universidade
Federal de Campina Grande, na cidade de Patos- PB, no período
de janeiro de 2006 a dezembro de 2016 ..............................................
40
Gráfico 10 - Percentual de afecções de gatas nas quais realizou-se
Ovariohisterectomia como parte do tratamento, no Setor Cirurgia
de Pequenos Animais do Hospital Veterinário da Universidade
Federal de Campina Grande, na cidade de Patos- PB, no período
de janeiro de 2006 a dezembro de 2016............................................
41
Gráfico 11 - Faixas etárias das cadelas que apresentaram distocia gestacional e
foram tratadas com ovariohisterctomia, no Setor de Cirurgia
de Pequenos animais do Hospital Veterinário da
Universidade Federal de Campina Grande, na cidade de Patos-PB, no
período de janeiro de 2006 a Dezembro de 2016 ................................
42
Gráfico 12 - Faixas etárias das gatas que apresentaram distocia gestacional e
foram tratadas com ovariohisterctomia, no Setor de Cirurgia de
Pequenos animais do Hospital Veterinário da Universidade Federal
de Campina Grande, na cidade de Patos-PB, no período de janeiro
de 2006 a dezembro de 2016.............................................................
43
Gráfico 13 - Raças das cadelas que apresentaram distocia e foram tratadas
como Ovariohisterctomia no Setor de Cirurgia de Pequenos
animais do Hospital Veterinário da Universidade Federal de
Campina Grande, na cidade de Patos-PB, no período de janeiro de
2006 a dezembro de 2016 .....................................................................
43
Gráfico 14 - Faixas etárias das cadelas que apresentaram piometra e foram
tratadas como ovariohisterctomia, no Setor de Cirurgia de Pequenos
animais do Hospital Veterinário da Universidade Federal de
Campina Grande, na cidade de Patos-PB, no período de janeiro de
2006 a dezembro de 2016 .....................................................................
44
Gráfico 15 - Faixas etárias das gatas que apresentaram piometra e foram
tratadas como ovariohisterctomia, no Setor de Cirurgia de
Pequenos animais do Hospital Veterinário da Universidade Federal
de Campina Grande, na cidade de Patos-PB, no período de
janeiro de 2006 a dezembro de 2016 ...................................................
45
Gráfico 16 - Raças das cadelas que apresentaram piometra e foram tratadas
como ovariohisterctomia, no Setor de Cirurgia de Pequenos
animais do Hospital Veterinário da Universidade Federal de
Campina Grande, na cidade de Patos-PB, no período de janeiro
de 2006 a dezembro de 2016 ..............................................................
46
LISTA DE FIGURAS
Página
Figura 1 – Sistema reprodutor de cadela .......................................................................... 15
Figura 2 – Colo uterino de cadela e gata .........................................................................16
Figura 3 – Procedimento de ovariohisterectomia pela linha alba ....................................18
Figura 4 – Feto retido no canal de parto devido a estreitamento vulvar ..........................23
Figura 5 - Útero de cadela da raça poodle acometido por Piometra................................26
Figura 6 – Prolapso total de um corno uterino durante trabalho de parto em cadela .......28
Figura 7 – Ovários policísticos .......................................................................................30
Figura 8 – Cistos ovarianos ........................................................................................... 30
Figura 9 – Hiperplasia mamária fibroepitelial em gata de um ano e seis meses ...................32
15
16
18
23
26
28
30
30
32
LISTA DE ABREVIAÇÕES
OH- Ovariohisterectomia
OHs – Ovariohisterectomia(s)
HEC – Hiperplasia endometrial cística
FVU - Fator de virulência uropatogênica
SRD – Sem raça definida
RESUMO
BEZERRA, Julia Palmeira do Ó. Casuística de ovariohisterectomia em cadelas e gatas
no Hospital veterinário da Universidade Federal de Campina Grande, no período entre
2006 a 2016 - Estudo Retrospectivo. Patos-PB, UFCG, 2017, 52 p. Monografia (Trabalho de
Conclusão de Curso em Medicina Veterinária). Unidade Acadêmica de Medicina Veterinária,
Universidade Federal de Campina Grande.
A ovariohisterectomia é um dos procedimentos mais comuns na prática da Medicina
Veterinária como método de contracepção, controle da superpulação animal, como também
prevenção, tratamento e controle de doenças do sistema reprodutor. Este procedimento
também pode auxiliar no controle de doenças não relacionadas ao sistema reprodutor
feminino, como no caso da diabetes, epilepsia e sarna demodécia, por exemplo. O objetivo
desta monografia é relatar quantitativamente a frequência de ovariohisterectomias eletivas e
terapêuticas em cadelas e gatas no setor de Cirurgia de Pequenos Animais do Hospital
Veterinário da Universidade Federal de Campina Grande, entre os anos de 2006 a 2016, como
também identificar as principais patologias que necessitam da ovariohisterectomia para fins
terapêuticos, a faixa etária de ocorrência das principais doenças e as raças caninas e felinas
mais acometidas por tais patologias. No período estudado foram realizados 2890
procedimentos de ovariohisterectomia, sendo 46,1% em cadelas e 53,8% em gatas. Nas
cadelas 64% das ovariohisterectomias foram eletivas e 36% terapêuticas, enquanto nas gatas
60% foram eletivas e 40% terapêuticas. Observou-se a ocorrência de patologias como
piometra, distocias gestacionais, pseudogestação, prolapso uterino, hiperplasia
fibroadenomatosa mamária felina, piometra de coto, síndrome do ovário remanescente e
cistos ovarianos. Em cadelas a media de idade em distocias foi de 3,5 anos, já em gatas foi de
2,6 anos de idade. Em relação a piometra a média de idade em gatas foi de 3,6 anos,
entretanto em cadelas foi de 4,8 anos de idade. As principais raças acometidas por Piometra
foi SRD ( sem raça definida) com 191 casos, seguidas pelas raças poodle com 70 casos e 36
casos na raça pinscher, já no estudo de distocias foi constatado 89 casos em cadelas SRD , e
ao contrario da piometra foram 39 casos em pinscher e 33 casos em poodle. Em relação a
distocias em gatas cerca de 95 % eram SRD, 3% siamês,1% Persa e 1% Angorá, já nas gatas
com piometra cerca de 6% eram da raça Siamês e 94% SRD. Nas cadelas foram cerca de 346
piometras,177 distocias,2 pesudogestações,5 prolapsos uterinos, 2 rupturas uterinas, 3
retenções placentárias, 3 cistos ovarianos e uma retenção fetal, já nas gatas foram 338
distocias gestacionais, 151 piometras, 5 prolapsos uterinos, 4 hiperplasias mamárias, 2
retenções placentárias, 2 retenções fetais, um cisto ovariano e um feto mumificado.
Comparando-se os anos foi visto um aumento de 324% no número de OHs realizadas em
relação a 2006 á 2016. Este aumento pode ser devido à conscientização da população para a
importância do procedimento para a vida do animal, mas juntamente com o aumento das OH
eletivas houve também o aumento das OHs terapêuticas, assim havendo uma necessidade
maior de evitar tais patologias nas quais que foram necessárias essa intervenção cirúrgica.
Palavras-chave: canino, castração, distocias, felino, piometra.
ABSTRACT
BEZERRA, Julia Palmeira do Ó. Ovariohysterectomy in female dogs and female cats at
the Veterinary Hospital of the Federal University of Campina Grande, from 2006 to
2016 - Retrospective Study. Patos-PB, UFCG, 2017, 52 p. Monograph (Work of Completion
of Course in Veterinary Medicine). Academic Unit of Veterinary Medicine, Federal
University of Campina Grande.
Ovariohysterectomy is one of the most common procedures in the practice of Veterinary
Medicine as a method of contraception, control of animal overlap, as well as prevention,
treatment and control of diseases of the reproductive system. This procedure can also aid in
the control of diseases not related to the female reproductive system, as in the case of
diabetes, epilepsy and mange demodice, for example. The objective of this monograph is to
quantitatively report the frequency of elective and therapeutic ovariohysterectomies in bitches
and cats in the Small Animal Surgery sector of the Veterinary Hospital of the Federal
University of Campina Grande, between 2006 and 2016, as well as to identify the main
pathologies that require ovariohysterectomy for therapeutic purposes, the age range of the
main diseases and the canine and feline races most affected by such pathologies. During the
study period, 2890 ovariohysterectomy procedures were performed, 46.1% in bitches and
53.8% in cats. In the bitches, 64% of ovariohysterectomies were elective and 36% therapeutic,
whereas in the cats 60% were elective and 40% therapeutic. It was observed the occurrence of
pathologies such as pyometra, gestational dystocias, pseudogestation, uterine prolapse, feline
mammary fibroadenomatous hyperplasia, stump pyometra, remnant ovarian syndrome and
ovarian cysts. In bitches the average age in dystocias was 3.5 years, already in cats was 2.6
years of age. In relation to pyometra the average age in cats was 3.6 years, but in bitches was
4.8 years of age. The main breeds affected by Piometra were SRD (unprocessed) with 191
cases, followed by poodle breeds with 70 cases and 36 cases in the pinscher breed, whereas in
the study of dystocia, 89 cases were found in SRD bitches, and in contrast to pyometra 39
cases in pinscher and 33 cases in poodle. In relation to cat dystocia, about 95% were SRD, 3%
Siamese, 1% Persian and 1% Angorá, whereas in cats with pyometra about 6% were Siamese
and 94% SRD. In the bitches there were 346 pyometra, 177 dystocia, 2 pseudogestations, 5
uterine prolapses, 2 uterine ruptures, 3 placental retentions, 3 ovarian cysts and 1 fetal
retention, 338 gestational diseases, 151 pyometra, 5 uterine prolapses, 4 breast hyperplasias, 2
placental retentions, 2 fetal retentions, an ovarian cyst and a mummified fetus. Comparing the
years, a 324% increase in the number of OHs performed compared to 2006 to 2016 was
observed. This increase may be due to the population's awareness of the importance of the
procedure for the life of the animal, but together with the increase in OH, there was also an
increase in the therapeutic OHs, thus there was a greater need to avoid such pathologies in
which the surgical intervention was necessary.
Key words: canine, castration, dystocias, feline, pyometra
1 INTRODUÇÃO
A ovariohisterectomia (OH) é a cirurgia mais realizada em animais de pequeno porte e
a mais recomendada como método de neutralização sexual nestes animais, no Brasil e no
mundo.
É um dos procedimentos mais comuns realizados na prática Veterinária como método
de contracepção, como ferramenta de controle da superpopulação animal e de prevenção de
patologias do sistema reprodutor (HOWE, 2006).
Tanto a literatura quanto a maioria dos profissionais da área de medicina veterinária
afirmam que o procedimento traz muitos benefícios aos pacientes, como: evitar ninhadas
indesejadas, reduzir o risco de tumores mamários e infecção uterina, evitar a transmissão de
doenças sexualmente transmissíveis e a propagação de doenças genéticas.
Geralmente as gatas após o procedimento se tornam mais tranquilas e fogem menos de
casa, assim evitando brigas, atropelamentos e até maus tratos feitos por terceiros. As fêmeas
caninas não têm mais os desconfortos vistos nos cios, como uso de fraldas e a diminuição ou
ausência de passeios diários no período de cio, já que atrai vários machos durante o passeio.
Esse procedimento também auxilia a estabilizar doenças como diabetes, por exemplo,
e outras doenças como epilepsia e sarna demodécica generalizada, que são patologias não
diretamente relacionadas ao sistema reprodutor feminino (ROMAGNOLI, 2008).
A OH se torna um ponto chave para diminuição da população de cães e gatos das ruas,
sendo de grande importância para a saúde pública, já que diminui o risco de zoonoses e
aumenta a facilidade de adoção destes, por pessoas que assumam os seus cuidados. Por esses
e outros motivos que o procedimento se torna cada dia mais corriqueiro e necessário para uma
vida saudável e longa tanto das cadelas quanto das gatas.
Desta forma, objetiva-se com esta monografia relatar quantitativamente a frequência
de OHs eletivas e terapêuticas de cadelas e gatas, entre os anos de 2006 e 2016, no Setor de
Cirurgias de Pequenos Animais do Hospital Veterinário da Universidade Federal de Campina
Grande, identificando as principais patologias nas quais a OH foi empregada com fins
terapêuticos, como também as faixas etárias e as raças mais acometidas por tais patologias.
15
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Anatomia do Sistema Reprodutor Feminino de cadelas e gatas
Esse sistema é mais complexo que o masculino, embora algumas de suas funções
sejam similares, como a produção de hormônios sexuais e desenvolvimento das células
reprodutivas. Os órgãos reprodutivos principais - ovários, ovidutos e útero - são presos à
cavidade abdominal por folhetos largos de peritônio originados da parte dorsal da cavidade
abdominal (ligamentos largos direito e esquerdo). Estes são nomeados de acordo com o órgão
que estão presos, o mesovário ancora o ovário, o mesosalpinge ancora o oviduto e o
mesentério ancora o útero (COLVILLE, 2010) (Figura 1).
O ovário direito está mais cranial ao esquerdo, dorsal ao duodeno descendente, já o
esquerdo está dorsal ao cólon descendente e lateral ao baço. Os ovários de cadelas estão
ocultos na bolsa peritoneal, a bursa ovárica, que é coberta de tecido adiposo; na gata essa
bursa é menor e não contém tecido adiposo (FOSSUM, 2008; SLATTER, 2007).
Os ovários são elípticos e riniformes, medindo de 1 a 1,5 cm. O útero é formado
embriologicamente como a tuba uterina e a vagina através dos ductos de Muller, sendo
formado por três camadas: endométrio (mucosa), miométrio (musculatura não estriada) e
perimétrio (serosa) (KÖNIG; LIEBICH, 2004; GETTY, 1986).
Fonte: König; Liebich, 2016.
Figura 1: Sistema reprodutor de cadela.
16
A tuba uterina está envolvida pela mesossalpinge, sendo constituída por três porções:
infudíbulo, ampola e istmo. Nas cadelas essa tuba uterina pode ter de 5 a 9 cm de
comprimento, tortuosa e larga (SLATTER, 2007).
A extremidade ovariana do ligamento largo se estende cranialmente e prende-se à
parede abdominal na área da última costela, formando o ligamento suspensório do ovário. Há
também o ligamento redondo do útero, formado por tecido fibroso que se estende caudamente
à ponta do corno uterino e ventralmente à área do anel inguinal (COLVILLE, 2010).
O útero é formado pela cérvix, corpo e dois cornos uterinos. O comprimento desses
cornos varia de acordo com o peso do animal e a espécie, posicionado completamente dentro
da cavidade abdominal (SLATTER, 2007). É um órgão muscular oco em forma de Y que se
estende em direção caudal e seus cornos se projetam cranialmente, sendo suspensos pelo
ligamento largo. Sua parede possui o miométrio (um músculo liso que empurra o feto para
fora, no momento do parto) e o perimétrio (que é coberto pela camada visceral do peritônio).
A cérvix é a entrada do útero e é mais espessa que o corpo uterino e a vagina
(FOSSUM, 2008). Já Colville (2010) afirma que a cérvix é um esfíncter de músculo liso que
está entre o corpo do útero e a vagina, e se encontra sempre fechado, exceto durante o estro e
no parto. Segundo Slatter (2007) a cérvix felina possui um nó na junção uterovaginal, já nas
cadelas possuem 1 cm de comprimento (Figura 2).
Os ovários têm como principais funções a ovogênese (processo de produção dos
óvulos nos folículos) e são abastecidos, ao longo do desenvolvimento fetal, com ovócitos, que
amadurecerão e se tornarão óvulos. Os hormônios produzidos nos ovários são os estrógenos e
progestágenos, os primeiros responsáveis pelas alterações físicas comportamentais que
Fonte: Köng; Liebich, 2016.
Figura 2: Colo uterino de cadela e gata (representação esquemática).
17
preparam o animal para o acasalamento e gestação; e os últimos (principalmente a
progesterona) são produzidos pelo corpo lúteo que é gerado pelo folículo vazio após
ovulação, e ajudam a preparar o útero para implantação do óvulo fertilizado (COLVILLE,
2010).
2.2 Cirurgia de Ovariohisterectomia (OH)
A cirurgia de ovariohisterectomia (OH) consiste na remoção dos ovários, dos ovidutos
e do útero e pode ser realizada com o emprego de três técnicas: por videolaparoscopia, pelo
flanco (lateral do abdômen) e pela linha média ventral que é a mais usual (SCHIOCHET et
al., 2009; ELICES MINGUEZ et al., 2005; HOWE, 2006).
Após tricotomia, antissepsia e colocação de panos de campo na região abdominal
ventral, realiza-se uma incisão da pele na linha média ventral, nas cadelas no terço cranial do
abdome caudal e nas gatas no terço médio do abdômen caudal (FOSSUM, 2008; ARAÚJO et
al., 2009). Essa incisão deve expor a linha alba, a qual é aberta em seguida, em comprimento
suficiente para expor os ovários e a cérvix, facilitando assim a colocação das ligaduras
(HOWE, 2006).
O corno uterino direito é localizado com ajuda de um gancho de ovariohisterectomia
ou usando o próprio dedo indicador. Usando o gancho (Figura 3), desliza-se o mesmo voltado
para a parede abdominal, cerca de 2 a 3 cm caudamente ao rim. Gira-se o gancho
medialmente para agarrar o corno uterino, o ligamento largo ou o ligamento redondo e
gentilmente eleva-lo à incisão da cavidade abdominal. Uma pinça é colocada no ligamento
próprio do ovário, enquanto o ligamento suspensor é distendido ou lacerado com o dedo
indicador (SLATTER, 1998; FOSSUM, 2014). De acordo com Howe (1999) deve-se tomar
cuidado ao manipular os ovários, pois eles se escondem numa gordura na cavidade, assim
havendo rompimento do mesmo poderá provocar a síndrome do ovário remanescente.
Posteriormente é feita uma janela no mesovário, caudal aos vasos ovarianos. O
pedículo ovariano deve ser pinçado com três pinças, e o mesmo é seccionado entre a pinça
mais próxima do ovário e a pinça média. A pinça situada mais distante do ovário é removida,
de modo que a ligadura do pedículo possa ser realizada no sulco deixado pelo instrumento
(SLATTER, 1998; FOSSUM 2014).
19
Para a ligadura dos pedículos ovarianos e da cérvix há várias técnicas, tais como a
simples, a dupla ou a tripla. Os métodos dupla e tripla ligaduras são importantes
principalmente em casos de piometra e se a fêmea for adulta, enquanto que a ligadura simples
é usada para ligadura em fêmeas jovens (HOWE, 2006).
A ligadura caudal do corpo uterino deve ficar mais próxima possível da cérvix,
evitando uma possível piometra de coto. Caso empregue-se a dupla ligadura, a ligadura
superior deve estar posicionada cranialmente à primeira. Realiza-se uma sutura em forma de
oito que ligue os vasos uterinos de cada lado (FOSSUM, 2008).
Após a remoção dos ovários, ovidutos e útero, o coto uterino é recolocado no interior
do abdômen e fixado ao omento, para evitar possíveis aderências. Para fechar a parede
abdominal deve-se fazer preferencialmente em três camadas: primeira a linha alba e tecido
muscular, seguindo por tecido subcutâneo e pele (FOSSUM, 2008).
A ovariohisterectomia pelo flanco é indicada para casos de desenvolvimento mamário
excessivo, lactação ou hiperplasia da glândula mamária, com vantagens como a menor
evisceração se houver deiscência de sutura, possibilidade de monitorar a incisão de longe
(animais agressivos, por exemplo), avaliação da eficiência do procedimento como pressão
reduzida dos órgãos abdominais sobre a incisão da parede e incisão de menor comprimento.
Esta técnica cirúrgica é contraindicada para qualquer forma de distensão uterina, como
piometra ou gestação (MINGUEZ; MARTINEZ-DARVE; CUESTA, 2005).
A incisão lateral feita no método pelo flanco situa a cirurgia numa posição anatômica
favorável, já que o ovário proximal e o corno uterino estão imediatamente abaixo do acesso
cirúrgico, possibilitando assim fácil localização e diminuindo o tempo cirúrgico (MINGUEZ;
MARTINEZ-DARVE; CUESTA, 2005).
A incisão dorsoventral para OH pelo flanco é feita caudamente ao ponto médio entre a
última costela e a crista ilíaca, com comprimento de dois a três centímetros. O acesso à
cavidade abdominal é feito por dissecção romba dos músculos, sendo possível distanciar os
músculos oblíquos abdominais com um afastador (MINGUEZ; CUESTA, 2005).
Umas das desvantagens deste acesso é a limitada exposição do pedículo ovariano do
lado contralateral tendo importância se surgirem complicações ao decorrer da cirurgia, e uma
dificuldade de identificação da cicatriz de uma OH anterior, sendo assim importante colocar
no arquivo o histórico clínico do animal (LEVY, 2004).
A OH pelo flanco é mais comumente usada em gatas do que em cadelas pelo motivo
da diferença de condição física, pois as gatas apresentam uma estreita largura abdominal e
20
musculatura da região do flanco fina e flexível. Já em cadelas só é indicado para fêmeas
pequenas ou com estreita condição corporal (MCGRATH; HARDIE; DAVIS, 2004).
A ovariohisterectomia, independente se ser realizada pelo acesso ventral ou pelo
flanco, possui complicações como ligadura uretral (pela proximidade do corpo uterino com a
parte distal do ureter), sangramento intra- abdominal e vaginal (pelo maior diâmetro dos vasos
perto do corpo do útero), ovários remanescentes (incisão feita mais caudamente) e
complicações de coto uterino (GOETHEM; OKKENS; KIRPENSTEIJN, 2003 ).
Esse procedimento é irreversível e com desvantagens como: risco cirúrgico,
alterações comportamentais, obesidade, incontinência urinária e osteosporose, sendo a
incidência dessas complicações dependente do tipo de técnica de esterelização aplicada
(ROMAGNOLI, 2008).
Para uma boa cicatrização da ferida cirúrgica é necessário um bom aporte sanguíneo,
aproximação precisa dos tecidos e mínimo traumatismo cirúrgico. Esse processo é
favorecido com o uso de pomada cicatrizante e limpeza adequada da ferida cirúrgica. Para
evitar autotraumatismo na ferida cirúrgica adota-se o uso de colar elizabetano e proteção da
ferida com ataduras (FOSSUM, 2008).
Medicamentos analgésicos devem ser administrados conforme necessário para alivio
do desconforto. Se o animal apresentar anormalidades eletrolíticas, hídricas e ácido- básicas,
estes devem ser tratados no pré e no trans-operatório, através de reposição hidroeletrolítica
ou até transfusão sanguínea. O uso de antibióticos deve ser feito em casos de infecções pré
ou pós-operatórias (FOSSUM, 2008).
2.2.1 Patologias que podem ser consequência de falhas na ovariohisterectomia
2.2.1.1 Síndrome do Ovário Remanescente
Esta síndrome ocorre pela remoção incompleta dos ovários da cadela ou gata
submetida à ovariohisterectomia, o que faz com que a mesma demonstre sinais clínicos de
estro (GRAVES, 2008).
A circulação sanguínea colateral ao tecido ovariano pode ocorrer mesmo quando o
complexo arteriovenoso foi ligado e consequentemente interrompido. Ao contrário da maior
ocorrência nas vacas, gatas e mulheres, nas cadelas esses ovários ectópicos e acessórios são
vistos com menor frequência (STONE, 2003).
21
De acordo com Oliveira (2007) essa síndrome ocorre após ressecção incompleta de um
ou ambos os ovários, ou ainda pela presença de tecido ovariano ectópico na cavidade
abdominal mesmo após a técnica cirúrgica correta, sendo indicada a realização de
ultrassonografia abdominal e depois uma laparotomia exploratória. A colocação inadequada
de pinças hemostáticas, ligaduras ou pouca visualização do campo cirúrgico pode acarretar
em falha de remoção do tecido ovariano, sendo as gatas mais acometidas que as cadelas
(WALLACE, 1991; STONE, 2003).
Outra causa pode ser a queda de uma pequena porção de tecido ovariano no interior da
cavidade peritoneal após a exérese adequada dos ovários, podendo este tecido unir-se ao
mesentério e revascularizar-se, voltando assim a ser funcional em algum momento da vida da
paciente (ADIN, 2011).
As cadelas podem exibir sinais de proestro e estro, como edema na vulva, mudanças
de comportamento, secreção vaginal sanguinolenta e atração por machos, podendo algumas
cadelas apresentar também a pseudociese (WALLACE, 1991; LOPES; MACEDO, 2004;
SANGSER, 2005).
Já nas gatas pode haver comportamento comum em estro, como lordose, vocalizações,
movimentos giratórios e atração por machos (WALLACE, 1991; LOPES; MACEDO, 2004).
A síndrome pode estar associada ao porte ou obesidade do animal, como também às
condições em que foram realizadas a cirurgia, como a habilidade do próprio cirurgião,
ausência de um auxiliar ou anestesia inadequada que possa ter dificultado a retirada do(s)
ovário(s) (OLIVEIRA, 2015).
Exames como citologia vaginal e dosagem hormonal podem ajudar na confirmação do
diagnóstico, sendo constatado o aumento de progesterona e do hormônio LH, confirmando
assim a presença de tecido ovariano em fêmeas castradas. Após a realização dos exames e
confirmação do diagnóstico, o animal deve ser encaminhado à laparotomia exploratória, para
ressecção do tecido ovariano remanescente (GRAVES, 2008).
A cirurgia exploratória é indicada na época de proestro ativo, estro ou diestro, para
facilitar a identificação do tecido ovariano pela presença de folículos, do corpo lúteo e
aumento de tamanho do pedículo vascular do ovário (ADIN, 2011).
2.2.1.2 Piometra de coto
Tal patologia é rara e acontece devido a uma infecção bacteriana de uma porção
remanescente do corpo uterino após a OH (MELLO; SANTOS, 1999). Há também ocorrência
22
por infecção ascendente, via vaginal, sem a presença da porção de útero remanescente
(JOHNSTON et al. 2001; STONE, 2003; FELDMAN; NELSON, 20O4).
A piometra de coto pode ser evitada através da remoção completa do corpo e cornos
uterinos, realizando-a num local imediatamente cranial à cérvix. Em gatas pode ser necessária
a extensão da incisão abdominal caudalmente para que a cérvix seja corretamente manipulada
(STONE; CANTRELL; SHARP, 1998).
De acordo com Crivellenti e Borin-Crivellenti (2015) a vaginografia retrógada pode-se
constatar o aumento de volume em topografia de coto uterino e na ultrassonografia pode ser
vista a presença de conteúdo hipoecóico na região do coto uterino, sendo o tratamento a
ressecção do coto uterino e do ovário remanescente, caso a piometra de coto seja associada à
síndrome do ovário remanescente.
De acordo com Schaeffter (2015), no exame ultrassonográfico é importante que seja
feita uma varredura completa da região dos ovários, para a verificação de granuloma em
pedículo ovariano ou resquício de ovário sendo este associado a existência de cistos.
2.3 Patologias que são tratadas com o emprego da ovariohisterectomia
2.3.1 Distocias
O termo distocia significa dificuldade na expulsão normal do neonato, pela via
vaginal, do útero ao exterior. Esta alteração deve ser diagnosticada de maneira oportuna, para
que a intervenção clínica ou cirúrgica possa melhorar as chances de sobrevida dos neonatos.
A inércia uterina é a causa mais comum de distocia e pode ocorrer de duas formas: a primária
resulta em falha de expulsão de qualquer neonato, acreditando-se que seja uma falha
intrínseca em estabelecer um nível progressivo e funcional de contratilidade do miométrio; já
a secundária resulta em interrupção do trabalho de parto já iniciado e assim falha na expulsão
da ninhada completa (DAVIDSON; FELDMAN, 2003).
De acordo com Little (2015) a inércia uterina primária (incapacidade de iniciar as
contrações uterinas) ou secundária (fadiga uterina) é o fator mais comum que contribui para a
maioria das distocias de gatas. A inércia primária pode ter como causas como obesidade,
estimulação uterina inadequada devida à pequena quantidade de fetos, a distensão excessiva
do miométrio por grande quantidade de fetos, hipocalcemia e doença uterina. Já a secundária
pode ser causada por fadiga uterina após uma expulsão de uma ninhada muito numerosa.
23
As distocias de causa materna podem acometer todas as espécies domésticas, por uma
série de fatores anatômicos e pelas características fisiológicas do parto. Nos pequenos
animais, algumas distocias atribuídas à parturiente são provocadas pelo uso inadequado de
anticoncepcional (PRESTES, 2012).
Segundo Toniollo e Vicente (1993) anomalias pélvicas mais comuns em cadelas são:
pelve juvenil, exostoses, luxação sacroilíaca, fraturas e osteodistrofia. Já as anomalias
vulvares mais frequentes, de acordo com Prestes (2012), são: estreitamento por cicatrizes,
tumores, edema excessivo, defeitos anatômicos e infantilismo, já nas cadelas a mais comum é
dilatação vaginal insuficiente relativa ou absoluta, dependendo do porte do animal, tamanho
dos filhotes e número de partos ocorridos (Figura 4). A dilatação de um a dois dedos (1,5 a 3
cm) pode ser ótima para raças pequenas, mas insuficiente em animais de grande porte.
Para felinos há várias causas potenciais de distocia, sendo divididas em fatores
maternos ou fetais, sendo os fatores maternos mais comuns e classificados em obstrutivos ou
não obstrutivos. Doença, desnutrição, parasitismo e obesidade são tidos como fatores
maternos não obstrutivos, enquanto que o canal pélvico estreito ou anormalidades congênitas
ou adquiridas do trato reprodutor são conhecidos como causas maternas de distocias
obstrutivas (LITTLE, 2015).
Segundo Prestes (2012) nos pequenos animais, não há frequência no diagnóstico de
alterações exclusivas da cérvix que impeçam a passagem dos fetos. Um diagnóstico eficiente
da distocia vai depender do histórico e de um exame clínico minucioso para verificação do
estado geral da mãe e dos fetos (DAVIDSON; FELDMAN, 2003).
Figura 4: Feto retido no canal de parto devido a estreitamento
vulvar.
Fonte: Jericó (2015).
24
Na gestação normal no exame radiográfico pode-se visualizar em cadelas e gatas o
aumento uterino seguido de mineralização óssea fetal, podendo o esqueleto dos fetos ser
visualizado a partir do 43º dia de gestação em cadelas e do 37º dia em gatas (FARROW,
2005).
2.3.2 Hiperplasia endometrial cística / Piometra
A hiperplasia endometrial cística (HEC) é a principal causa de infertilidade em fêmeas
pela falha na implantação do embrião após a concepção, podendo estar associada ao insucesso
do implante e à morte embrionária precoce, podendo resultar numa ninhada de menor
tamanho ou em infertilidade (LITTLE, 2015). Normalmente não se percebe anormalidade
durante o cio e ovulação, podendo ser tratada em alguns casos com uso de prostaglandinas e
antiprogestágenos. (JOHNSTON; KUSTRITZ, 2001).
Segundo Lawler et al. (1991) a HEC facilita casos de infecções uterinas por mudanças
inflamatórias no útero ao avançar da idade, sendo as bactérias isoladas naturais da flora
vaginal.
A HEC precede a piometra em cadelas com mais de seis anos. Já as cadelas jovens
podem desenvolver a piometra sem hiperplasia endometrial cística associada (SHAEFFTER,
2015). De acordo com Little (2015) gatas com mais de 3 anos de idade apresentam risco mais
alto de ter o complexo hiperplasia endometrial cística-piometra. Na HEC os cornos uterinos
apresentam-se aumentados de volume com paredes que variam de espessura e regularidade e
com conteúdo líquido, que pode ser anecogênico ou hipoecogênico (SHAEFFTER, 2015).
Na hidrometra e na mucometra visualiza-se acúmulo de líquido não inflamatório,
aquoso ou viscoso, límpido ou turvo, no lúmen uterino, podendo seu volume chegar até 500
mL, causando aumento uterino difuso ou segmentar. Pode haver ausência de sinais clínicos ou
apenas a distensão abdominal, sendo esta vista na radiologia, ultrassonografia ou constatada
por palpação abdominal (LITTLE, 2015).
De acordo com Bosschere et al. (2001) alguns autores já sugerem a separação entre a
HEC e a piometra. Em uma avaliação microscópica do útero de 48 cadelas, sendo 26
saudáveis e 42 com sinais clínicos de piometra, foi visto que no grupo das pacientes
saudáveis, 20 apresentavam alterações histológicas, como o aumento discreto da área
glandular e cistos endometriais com pequena variação de tamanho, com maior área do
endométrio ocupada por tecido glandular e HEC, sem a presença de processo inflamatório. Já
no grupo de cadelas que já tinham o diagnóstico de piometra, 30 apresentavam intensa
25
inflamação uterina com sintomatologia com variação de intensidade, mas sem relação com as
alterações uterinas.
A piometra é um distúrbio uterino mediado pela progesterona, sendo uma condição
previsível em cadelas, em virtude dos ciclos repetitivos de estimulação desse hormônio
induzindo a proliferação glandular e a secreção do endométrio (DAVIDSON; FELDMAN,
2003). A estimulação progesterônica crônica a partir de ciclos estrais recorrentes que não
resultam em prenhêz, associada aos estrógenos que aumentam os receptores de progesterona
no endométrio e dilatam a cérvix, acabam por aumentar as chances de acometimento da fêmea
pela piometra (LITTLE, 2015).
Na fase luteínica do ciclo estral a progesterona inibe a resposta dos leucócitos aos
estímulos infecciosos no útero, reduz a contratilidade miometral e estimula a atividade e o
desenvolvimento das glândulas endometriais. Desta forma, no diestro o útero não gravídico
apresenta flacidez e acúmulo de secreções das glândulas endometriais, sendo um meio de
crescimento para as bactérias. Essas bactérias alcançam o útero pelo trato genitourinário ou
por via hematógena (menos comum). A falha em eliminar a população bacteriana após o estro
resulta na piometra, que se torna a condição inflamatória séptica do útero (DAVIDSON;
FELDMAN, 2003).
O microrganismo mais comum visto nesta patologia é a Escherichia coli sendo
identificado em espécies caninas e felinas, com afinidade pelo endométrio e pelo miométrio.
Este agente é o mais isolado em meios de cultura, pois possui genes de fator de virulência
uropatogênica (FVU) que favorecem a ligação da bactéria em locais específicos do
endométrio e que são devidamente favorecidos pela progesterona (FOSSUM; DUPREY,
2005; OLIVEIRA, 2015).
De acordo com Kustritz (2007) a E.coli é a mais vista, seguida por Streptococcus,
Proteus mirabilis e Pseudomonas aeruginosa advindos da vagina cranial. A infecção uterina é
estabelecida porque há uma excessiva quantidade de fluidos secretados dentro do lúmen
uterino, assim a hiperplasia endometrial cística induzida pela repetida e elevada concentração
de progesterona induzem à diminuição da imunidade local.
A piometra é melhor diagnosticada pela ultrassonografia, a qual permite avaliar a parte
externa e a parte interna da parede uterina, observando-se dilatação e conteúdo hipoecogênico
no lúmen do útero. A parede pode se encontrar espessada e com mucosa irregular (FARROW,
2005).
Esta patologia pode acometer fêmeas jovens e idosas. Nas jovens o estabelecimento da
infecção está relacionado ao uso de terapia de estrógeno e progesterona exógenos, enquanto
26
nas fêmeas idosas decorre da longa e repetida estimulação da progesterona na fase lútea
(MARTINS et al., 2002) (Figura 5).
A piometra é classificada quanto à forma da sua apresentação, podendo ser aberta ou
fechada (COUTO; NELSON, 1998). A fechada pode causar distensão e sensibilidade
abdominal, podendo evoluir para septicemia ou toxemia, quando observam-se sintomas como
choque, taquicardia, preenchimento capilar prolongado, pulso femoral fraco e temperatura
retal reduzida. Há outros sintomas como: letargia, depressão, anorexia, hiporexia, poliúria,
polidipsia, vômitos e desidratação (DE BOSSCHERE et al., 2001).
Já a piometra aberta é caracterizada por corrimento purulento, sanguinolento,
mucopurulento ou sanguinopurulento. Como sinais sistêmicos podem ocorrer anorexia ou
disorexia, polidpisia, poliúria, diarreia, vômito, letargia ou depressão, podendo em alguns
casos ocorrer febre, juntamente com a distensão abdominal, que vai depender das dimensões
uterinas. Em casos mais graves pode haver hipotermia, hiperglicemia ou hipoglicemia,
desidratação, septicemia, toxemia e choque (OLIVEIRA, 2015) .
Na patologia clínica é comum encontrar neutrofilia absoluta, com graus de maturidade
celular variáveis, induzidos pela infecção e septicemia, como também leucocitose por
neutrofilia à esquerda, granulações tóxicas em neutrófilos e monocitose. Pacientes podem
apresentar um leucograma normal ou leucopenia por intoxicação da medula óssea. Pode
Fonte: Hospital Veterinário, UFCG (2017).
Figura 5: Útero de cadela da raça Poodle com 8 anos de idade
acometida por piometra
27
causar desvio para esquerda degenerativo com neutrófilos tóxicos; podendo haver tanto
aumento de leucócitos quanto contagens normais ou mesmo reduzidas (DAVIDSON;
FELDMAN, 2003; OLIVEIRA, 2015)
A piometra é uma doença inflamatória crônica, assim não é surpresa encontrar uma
anemia normocítica normocrômica arregenerativa discreta, que decorre dos efeitos tóxicos da
patologia sobre a medula óssea, podendo diminuir assim a eritropoiese. Pode-se observar um
quadro mais grave, quando há desidratação, podendo levar ao aumento dos níveis de ureia e
creatinina, lembrando que também pode ocorrer esse aumento pela toxemia (DAVIDSON;
FELDMAN, 2003; OLIVEIRA, 2007).
Esta enfermidade pode ser considerada uma infecção sistêmica, pois uma vez que as
toxinas bacterianas entram na corrente sanguínea podem acarretar um comprometimento em
outros órgãos, principalmente os rins ( MARTINS, 2007).
De acordo com Feldman e Davidson (2014), os achados bioquímicos mais comuns são
hiperproteinemia (proteínas totais de 7,5 a 10,0 g/dL) e hiperglobulinemia, decorrentes da
desidratação e/ou estimulação antigênica crônica do sistema imunológico. Na urinálise pode-
se observar isostenúria (densidade urinária de 1,008 a 1,015) ou hipostenúria (densidade
urinária menor que 1,008). Importante ressaltar que a deposição de complexos imunes nos
glomérulos pode causar glomerulonefropatia membranoproliferativa mista reversível e
proteinúria, que autocontrolam-se com a correção da piometra (DAVIDSON; FELDMAN,
2003).
Azotemia pré-renal pode estar presente em quadros mais graves, podendo ser revertida
por fluidoterapia e correção de eletrólitos ou acarretar insuficiência renal aguda ou crônica
(OLIVEIRA, 2015)
O tratamento para esta enfermidade é a ovariohisterectomia, devendo o paciente, antes
da intervenção cirúrgica, ser estabilizado com fluidoterapia intravenosa adequada e
manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico, que promoverão a perfusão renal adequada; além
de antibioticoterapia de amplo aspectro para o controle e prevenção da sepse (SILVA, 2008).
2.3.3 Prolapso Uterino
De acordo com Johnson (2006) é a reversão de uma porção do útero através da cérvix
para o interior da vagina (Figura 6). Algumas possíveis causas são: dificuldades de parto,
excesso de esforço expulsivo, falta de exercício, flacidez de ligamentos, feto muito grande ou
segundo estágio do parto prolongado e retenção placentária. Pode causar comprometimento
28
no estado geral do paciente, depressão e hemorragia grave (PRESTES, 2012; PRESTES;
LEAL, 2015).
Já Little (2015) afirma que esta patologia é mais comum em gatas do que em cadelas,
devendo a cérvix está aberta pra que ocorra o prolapso, sendo visto durante ou imediatamente
após o parto. O tecido prolapsado é edematoso e pode estar ulcerado e necrótico e, se houver
rompimento de um vaso uterino ou ovariano, poderá ocorrer um choque hemorrágico fatal.
Através da cérvix dilatada pode prolapsar um ou ambos os cornos uterinos, e se situar na
vagina cranial e/ou ser invertido através da vulva (FOSSUM; DUPREY, 2005).
Prolapsos uterinos graves podem levar à laceração do ligamento largo do útero e
hemorragia da artéria uterina, podendo levar ao choque hipovolêmico. O paciente deve ser
estabilizado, a área prolapsada deve ser limpa com antisséptico e, nos casos de prolapso
irredutível ou com muito tecido desvitalizado, deve-se realizar a ovariohisterectomia (SILVA,
2008).
Segundo Prestes (2012), o tratamento de eleição é a laparotomia, com redução interna
e fixação do útero na musculatura abdominal, ou a ovariohisterectomia, sendo esta o mais
indicado, uma vez que pode haver fetos remanescentes no útero e variáveis graus de necrose
uterina, em função do tempo de evolução do prolapso.
Fonte: Jericó (2015).
Figura 6: Prolapso total de um corno uterino durante trabalho de parto
em cadela.
29
2.3.4 Pseudogestação
Também conhecida por pseudociese, a pseudogestação é caracterizada por sinais
comuns durante a gestação como: ganho de peso, desenvolvimento da glândula mamária e
lactação, descarga vulvar mucosa, inapetência, inquietação, comportamento de fazer ninho e
cuidados com objetos inanimados (DAVIDSON; FELDMAN, 2003).
Esta patologia é frequente em cadelas intactas, e ocorre devido ao desenvolvimento da
fase lútea sem gestação, ou seja, a concentração de progesterona permanece elevada mesmo
sem gravidez, resultando no desenvolvimento mamário e ganho de peso. Em cadelas é comum
após a administração de progestágenos exógenos e após ovariectomia realizada durante o
diestro. Já em gatas é mais raro, pois elas devem ser induzidas à ovulação, presumivelmente
pela cópula, mas não conceberam. Geralmente os sinais clínicos são autolimitantes e
usualmente se encerram após duas ou três semanas (JOHNSON, 2006).
O diagnóstico desta enfermidade pode ser feito através da anamnese e dos achados
físicos em cadelas não prenhes e gatas no final do diestro. A palpação abdominal e
ultrassonografia abdominal são os principais exames complementares, nos quais observa-se o
útero não gravídico (DAVIDSON; FELDMAN, 2003).
Os alcaloides de Ergot são utilizados como inibidores da prolactina, podendo abreviar
a pseudociese exacerbada. A acupuntura já foi relatada como benéfica em reduzir os sinais
clínicos da pseudociese, mas a resolução permanente desta afecção só é obtida com a
ovariectomia (DAVIDSON; FELDMAN, 2003).
Consecutivas pseudogestações apresentam riscos de desenvolvimento de piometra
futura em cadelas (PRESTES; LEAL, 2015). Já Egevall et al. (2001) afirmam que cadelas
com antecedentes de pseudogestação não apresentam maior risco de desenvolver piometra,
pois as concentrações séricas de hormônios não diferem de cadelas com cios normais.
2.3.5 Cistos ovarianos foliculares
Os cistos foliculares, também conhecidos como tumores de células da granulosa,
acometem mais frequentemente gatas idosas (JOHNSTON et al., 2001; OLIVEIRA, 2015).
Ao constatar um período de estro ou proestro superior a 30 dias suspeita-se de cisto folicular,
que pode ser diagnosticado através da ultrassonografia ou citologia vaginal. Os cistos
foliculares produzem excreção excessiva de estrógeno, levando a intervalos interestrais curtos
ou estros persistentes (FOUNTBONNE, 2011) (Figuras 7 e 8).
30
Geralmente os sinais clínicos mais comuns são: edema vulvar, corrimento genital
sanguíneo, sanguíneopurulento ou serossanguíneo, podendo haver distensão abdominal e em
menor frequência alterações de pele. Sendo essa exposição frequente do endométrio a ação do
estrógeno pode levar a hiperplasia endometrial cística, piometra ou até mesmo aplasia
medular, sendo um diferencial diagnóstico neoplasia ovariana (tumor de células da granulosa)
que também é produtor de estrógeno (OLIVEIRA, 2015).
Figura 7: Ovários policísticos.
Fonte: Jericó (2015).
Fonte: Little (2015).
Figura 8: Cistos ovarianos.
31
É recomendada a ovariohisterectomia quando o útero não se encontra mais íntegro,
como no caso da hiperplasia endometrial cística, podendo optar também pela
ovariohisterectomia unilateral para cadelas de alto valor reprodutivo (GRUNDY et al., 2002)
2.3.6 Hiperplasia fibroadenomatosa mamária felina
Comumente conhecida como hiperplasia mamária felina, hiperplasia fibroepitelial,
adenofibroma ou fibroadenoma, é uma proliferação glandular benigna com aumento de uma
ou mais glândulas mamárias, sendo esse aumento associado à ação de substâncias
progestacionais naturais ou sintéticas (LORETTI et al, 2005; VASCONCELLOS, 2003;
AMORIM, 2007).
Segundo Moulton (1990) a hiperplasia fibroepitelial é uma condição rara, que pode
acometer fêmeas ou machos. Ocorre em pacientes expostos a estímulos de progestágenos,
tanto exógenos quanto endógenos, mas a apresentação clínica ocorre em gatas, duas a quatro
semanas após o primeiro estro (NORSWORTHY, 2004).
Clinicamente ela é caracterizada pelo aumento maciço das glândulas mamárias, que
são firmes, indolores e não inflamatórias, mas podem tornar-se infectadas e necrosadas.
Geralmente mais de uma glândula é afetada, podendo haver edema, áreas de necrose,
ulceração e infecção bacteriana secundária. Tem como sinais clínicos sistêmicos apatia, febre,
anorexia e desidratação (AMORIM, 2007).
De acordo com Oliveira (2015) é mais comumente observada em gatas jovens e
gestantes, com menos de dois anos, em falsa gestação ou após tratamento com progestágenos.
Raramente acomete cadelas, como também gatos machos sob ação da progesterona.
As glândulas afetadas têm bordas bem definidas, firmes e separadas da parede
abdominal subjacente, podendo ter úlceras cutâneas em áreas mais elevadas pelo rápido
crescimento ou também por lambeduras excessivas no local (SHILLE; SOJKA, 1997;
PUKAY; STEVENSON, 1983).
Segundo Norsworthy (2004) o diagnóstico pode ser feito com base na anamnese,
sendo animal jovem, após primeiro cio ou após administração de progestágenos, junto com
achados clínicos que caracteriza (como o rápido crescimento das mamas). Entretanto o
diagnóstico definitivo deve ser feito através da citologia por punção de agulha fina. Mesmo
sendo uma condição benigna, deve realizada uma biópsia incisional para descartar possível
tumor (JOHNSTON, 2006).
32
Pacientes acometidos podem não ter mais nenhuma alteração clínica além do aumento
glandular, sendo clinicamente saudáveis (Figura 9). Entretanto pode ocorrer trombo venoso
mamário, levando a episódios embólicos com trombose arterial pulmonar. Pode haver
hemorragia e necrose extensa podendo ter anemia e em casos mais graves choque
hipovolêmico (CHISHOLM, 1993).
Prestes e Leal (2015) sugerem a OH e terapia com antiprolactínicos nas fêmeas
portadoras. Um grande número de hormônios têm sido citados na patogênese dessa patologia,
incluindo os progestágenos sintéticos como acetato de medroxiprogesterona e o acetato de
megestrol, que são utilizados como contraceptivos (LORETTI et al, 2005).
Como tratamento indica-se a retirada do estímulo hormonal, seja endógeno ou
exógeno, através da OH (principalmente se houver ulceração e necrose) ou da suspensão da
Fonte: Hospital Veterinário, UFCG (2017).
Figura 9: Hiperplasia fibroepitelial em gata de 1 ano e
6 meses de idade.
33
administração do medicamento à base de progesterona, respectivamente. Um dos protocolos
para tratamento sugere associar-se a mastectomia à OH para alguns casos (ALLEN, 1973).
Vasconcellos (2003) cita que a OH deve ser realizada apenas após a diminuição do
volume das mamas, para evitar recorrências. No entanto, Vitasek e Dendisova (2006)
informam que a OH é o tratamento de eleição, levando à regressão das mamas em três a
quatro semanas após o procedimento cirúrgico.
De acordo com Minguez et al., (2005) quando se opta pela cirurgia antes da
diminuição do volume das mamas deve-se optar pela OH pelo flanco, pois há uma dificuldade
de acesso pela linha medial.
34
3 MATERIAL E MÉTODOS
Para o desenvolvimento do presente trabalho foi realizado um estudo retrospectivo
acerca da casuística de ovariohisterectomia em cadelas e gatas, ocorrida no Setor de Cirurgia
de Pequenos Animais do Hospital Veterinário (HV) da Universidade Federal de Campina
Grande (UFCG), na cidade de Patos-PB, tento como objetivos quantificar o número total de
OH eletivas (realizadas com finalidade única de neutralização sexual), e terapêuticas
(realizadas como parte do tratamento de alguma afecção); obter informações sobre as
principais patologias nas quais se faz necessária a realização deste procedimento cirúrgico,
como também analisar a faixa etária dos animais acometidos pelas mesmas e as raças mais
comumente acometidas por tais patologias, no decorrer dos anos de 2006 a 2016.
Foi utilizado como material o livro de acompanhamento da rotina cirúrgica do Setor
de Cirurgia de Pequenos Animais do HV/UFCG, durante este período, no qual estavam
contidas informações como espécie, idade, raça e finalidade da ovariohisterectomia (eletiva
ou terapêutica).
A revisão de literatura foi feita através de livros, artigos científicos, monografias, teses
e dissertações, obtidas na Biblioteca Setorial do Centro de Saúde e Tecnologia Rural da
Universidade Federal de Campina Grande e na internet.
35
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Entre os anos de 2006 e 2016 realizaram-se 2890 cirurgias de ovariohisterectomia em
cadelas e gatas no Setor de Cirurgia de Pequenos Animais do HV/UFCG (Gráficos 1 e 2), das
quais 1335 (46,1%) foram realizadas em cadelas e 1555 (53,8%) em gatas. Nota-se que ao
longo do tempo houve um intenso aumento no número de ovariohisterectomias realizadas em
cadelas e gatas. Comparando-se o ano de 2006 com o de 2016, comprova-se um aumento de
324% no número de OHs realizadas. Este aumento na quantidade de OHs realizadas pode ser
devido à conscientização da população quanto a importância do procedimento para a vida do
animal, porém junto com o aumento de OHs eletivas também houve o aumento das OHs
terapêuticas, havendo assim há uma necessidade maior de realização de tal procedimento para
prevençãode patologias do trato reprodutivo de cadelas e gatas.
Gráfico 1: Quantidades anuais de ovariohisterectomias (OH) realizadas em cadelas e gatas
no Setor de Cirurgia de Pequenos animais do Hospital Veterinário, da
Universidade Federal de Campina Grande, na cidade de Patos-PB, no período
de janeiro de 2006 a dezembro de 2016.
78 65 59 95 90
145
107
151 174 144
227
86 68 76 88
140 135
118
195 193 149
307
164 133 135
183
230
280
225
346 367
293
534
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
Cadelas Gatas TOTAL DE OH
36
Gráfico 2:Quantidades anuais de Ovariohisterectomias realizadas no setor de Cirurgia de
pequenos animais do Hospital Veterinário da Universidade Federal de Campina
Grande, no período entre janeiro de 2006 a dezembro de 2016.
Quando realiza-se a OH antes do primeiro cio da cadela ocorre uma redução da
incidência do desenvolvimento de neoplasias mamárias para menos de 0,5%. Esta incidência
aumenta para 8% se a OH é executada após o primeiro ciclo ovariano, e para 26% se realizada
após o segundo cio. Após a idade de 2,5 anos a OH eletiva já não possui mais efeito
preventivo contra o desenvolvimento das neoplasias mamárias (SCHNEIDER; DORN;
TAYLOR, 1969).
A idade recomendada pra castração é de cinco a sete meses de idade, pois sendo nessa
inibindo comportamentos indesejáveis, como ansiedade de separação e fuga inapropriada,
além disso a formação de alguns tipos de tumores pode ser inibida. Se a OH for feita entre
oito a nove semanas pode haver um retardamento no o fechamento das placas de crescimento,
assim gerando animais com aumento no comprimento ósseo. É importante ressaltar ainda que
pode desenvolver um maior risco de incontinência urinária quando a fêmea é castrada antes
dos três meses de idade (FOSSUM, 2008).
Das 2890 cirurgias de ovariohisterectomia realizadas em cadelas e gatas no Setor de
Cirurgia de Pequenos Animais do HV/UFCG, 1845 (64%) foram consideradas eletivas e 1045
(36%) terapêuticas (Gráficos 3 e 4), estas últimas como parte do tratamento de várias
afecções, tais como piometra, distocias gestacionais, pseudogestação, prolapso uterino,
hiperplasia fibroadenomatosa mamária felina, piometra de coto, síndrome do ovário
164
133
135 183
230
280
225 246
367
293
534
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
TOTAL DE OH
37
remanescente e cistos ovarianos. Houve um aumento na conscientização dos tutores com
relação aos benefícios da OH na qualidade de vida desses animais, como também no conforto
que o procedimento trás para os proprietários, isso pode explicar a maior quantidade de OH
eletiva nessas espécies.
Gráfico 3: Casuística de ovariohisterectomias (OH) realizadas em cadelas e gatas no Setor
de Cirurgia de Pequenos Animais do Hospital Veterinário da Universidade
Federal de Campina Grande, na cidade de Patos- PB, no período de janeiro de
2006 a dezembro de 2016.
Gráfico 4: Percentual de ovariohisterectomias (OH) eletivas e terapêuticas realizadas em
cadelas e gatas no Setor de Cirurgia de Pequenos Animais do Hospital
Veterinário da Universidade Federal de Campina Grande, na cidade de Patos- PB,
no período de janeiro de 2006 a dezembro de 2016.
2890
1845
1045
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
Total de OH Total de OHEletivas
Total de OHTerapêuticas
Total de OH
Total de OH Eletivas
Total de OH Terapêuticas
64%
36%
% OH ELETIVAS % OH TERAPÊUTICAS
38
Foram realizadas no total 1335 OHs em cadelas, sendo que 797 (60%) destes
procedimentos foram OHs eletivas e 538 (40%) de OHs terapêuticas (Gráficos 5 e 6).
Gráfico 5: Casuística de ovariohisterectomias (OH) realizadas em cadelas no Setor de Cirurgia
de Pequenos Animais do Hospital Veterinário da Universidade Federal de Campina
Grande, na cidade de Patos - PB, no período de janeiro de 2006 a dezembro de 2016.
Gráfico 6: Percentual de ovariohisterectomias (OH) eletivas e terapêuticas realizadas em
cadelas no Setor de Cirurgia de Pequenos Animais do Hospital Veterinário da
Universidade Federal de Campina Grande, na cidade de Patos- PB, no período
de janeiro de 2006 a dezembro de 2016.
1335
797
538
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
TOTAL DE OH OH ELETIVAS OH TERAPÊUTICAS
TOTAL DE OH
OH ELETIVAS
OH TERAPÊUTICAS
40% 60%
% OH TERAPÊUTICA % OH ELETIVA
39
Com relação às gatas, no total foram realizadas 1555 cirurgias de ovariohisterectomia,
sendo 1048 (67%) OH eletivas e 507 (33%) para fins terapêuticos (Gráficos 7 e 8).
Gráfico 7: Casuística de ovariohisterectomias (OH) realizadas em gatas no Setor de
Cirurgia de Pequenos Animais do Hospital Veterinário da Universidade
Federal de Campina Grande, na cidade de Patos- PB, no período de
Janeiro de 2006 a dezembro de 2016.
Gráfico 8: Percentual de ovariohisterectomias (OH) eletivas e Terapêuticas
realizadas em gatas no Setor de Cirurgia de Pequenos Animais do
Hospital Veterinário da Universidade Federal de Campina Grande,
na Cidade de Patos- PB, no período de janeiro de 2006 a dezembro
de 2016.
Nas cadelas, as casuísticas de afecções cujas pacientes necessitaram de
ovarohisterectomia como parte do tratamento foram: 346 piometras, 177 distocias
1555
1048
507
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
TOTAL DE OH
TOTAL DE ELETIVAS
TOTAL DETERAPÊUTICAS
67%
33%
% OH ELETIVAS %OH TERAPÊUTICAS
40
gestacionais, duas pseudogestações, cinco prolapsos uterinos, duas rupturas uterinas, três
retenções de placenta, uma retenção fetal e três cistos ovarianos. Desta forma, das 538 OH
realizadas com finalidade terapêutica em cadelas, 64% foram como tratamento de piometra,
33% como tratamento de distocias gestacionais e 3% auxiliaram no tratamento das outras
patologias citadas acima (Gráfico 9).
Gráfico 9: Percentual de afecções de cadelas nas quais realizou-se ovariohisterectomia
como parte do tratamento, no Setor Cirurgia de Pequenos Animais do
Hospital Veterinário da Universidade Federal de Campina Grande, na
cidade de Patos- PB, no período de janeiro de 2006 a dezembro de 2016.
No caso das gatas as casuísticas das patologias nas quais utilizou-se a OH de caráter
terapêutico foram: 338 distocias gestacionais, 151 piometras, cinco prolapsos uterinos, três
rupturas uterinas, quatro hiperplasias mamárias, duas retenções placentárias, duas retenções
fetais, um cisto ovariano e um feto mumificado. Sendo assim, das 507 OH terapêuticas
realizadas nesta espécie, 67% foram empregadas como parte do tratamento de distocias
gestacionais, 29% como tratamento de piometras e 4% como tratamento das outras patologias
citadas acima (Gráfico 10).
64%
33%
3%
PIOMETRAS DISTOCIAS OUTRAS
41
Gráfico 10: Percentual de afecções de gatas nas quais realizou-se Ovariohisterectomia
como parte do tratamento, no Setor Cirurgia de Pequenos Animais do
Hospital Veterinário da Universidade Federal de Campina Grande, na
cidade de Patos- PB, no período de janeiro de 2006 a dezembro de 2016.
De acordo com Silveira et al. (2007) ocorre uma incidência maior de piometra em
cadelas do que em gatas, correspondendo esta afecção a 25% e 9 % das patologias vistas em
cadelas e gatas, respectivamente. Esse número pode ser explicado pela diferença que existe
entre o ciclo estral de cadelas e gatas, pois as gatas só ovulam se estimuladas por meio da
cópula, assim sofrendo menor efeito da progesterona durante sua vida, enquanto as cadelas
possuem uma fase luteínica extensa (TONIOLLO et al., 2000; SMITH, 2006).
Cerca de 40% das gatas que não têm contato com gatos machos podem ter ovulação
espontânea, o que pode justificar a alta incidência de piometra nessa espécie, embora seja
menor que em cadelas. Entretanto, na espécie felina a administração de hormônios exógenos é
o principal acelerador do desenvolvimento da hiperplasia endometrial cística, a qual pode
culminar em piometra (NISKANEN;THRUSFIELD,1998;DECOCK et al, 2002).
A idade em que verificou-se a maior incidência de distocias em cadelas (Gráfico 11)
foi aos dois anos (com 38 casos), seguida por um ano (22 casos), três anos (22 casos), quatro
anos (20 casos), seis anos (16 casos), cinco anos (11 casos), sete anos (8 casos), meses de vida
(5 casos), nove anos (2 casos), dez anos (2 casos) e quatorze anos (1 caso), obtendo uma
média de idade de 3,5 anos. Em 18 (10%) casos de distocia o tutor não soube informar a idade
da paciente.
29%
67%
4%
PIOMETRAS DISTOCIAS OUTRAS
42
Gráfico 11: Faixas etárias das cadelas que apresentaram distocia gestacional e foram
tratadas com ovariohisterctomia, no Setor de Cirurgia de Pequenos
animais do Hospital Veterinário da Universidade Federal de Campina
Grande, na cidade de Patos-PB, no período de janeiro de 2006 a Dezembro
de 2016.
Já nas gatas foram cerca de 338 procedimentos cirúrgicos de OH terapêutica em
decorrência de distocias gestacionais, sendo vistas principalmente animais com idade de um
ano (74 casos), dois anos (48 casos) e meses de vida (39 casos) seguindo por pacientes de três
anos (33 casos), cinco anos (22 casos), quatro anos (16 casos), seis anos (15 casos), oito anos
(9 casos), sete anos (8 casos), dez anos (8 casos), nove anos (2 casos), doze anos (2 casos),
onze anos (1 casos) e treze anos (1 caso) (Gráfico 12). Em 60 casos de distocia (18% do total)
o tutor não soube informar a idade da paciente. Assim, a idade média das gatas que foram
acometidas por distocia gestacional foi de 2,6 anos. Com relação à raça da paciente acometida
por distocia gestacional, 95% era sem raça definida, seguida das raças Siamês (3%), Persa
(1%) e Angorá (1%).
21%
12% 12% 11%
9%
7% 6% 5%
3% 1% 1% 1%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
Po
rce
nta
gen
s
43
Gráfico 12: Faixas etárias das gatas que apresentaram distocia gestacional e foram
tratadas com ovariohisterctomia, no Setor de Cirurgia de Pequenos animais
do Hospital Veterinário da Universidade Federal de Campina Grande, na
cidade de Patos-PB, no período de janeiro de 2006 a dezembro de 2016.
Dentre as raças caninas mais acometidas por distocias (Gráfico 13) onde foi realizada
a OH terapêutica, a maioria dos animais eram sem raça definida (89 casos), seguida pelos da
raça Pinscher (39 casos), Poodle (33 casos), Pequinês (3 casos) e as raças Pitbull, Dálmata,
Labrador, Dashound, Basset Hound, Chow Chow, Perdigueiro, Splitz Alemão, Pastor
Alemão, Maltês, Yorkishire, Pointer Inglês, Fox Paulistinha, cada uma com 1 caso.
Gráfico 13: Raças das cadelas que apresentaram distocia e foram tratadas com
Ovariohisterctomia no Setor de Cirurgia de Pequenos animais do Hospital
Veterinário da Universidade Federal de Campina Grande, na cidade de
Patos-PB, no período de janeiro de 2006 a dezembro de 2016.
22%
14%
12% 10%
7% 5% 4%
3% 2% 2% 1% 1% 1%
0%
5%
10%
15%
20%
25%P
orc
en
tage
ns
0
20
40
60
80
100
SRD Pinscher Poodle Outros Pequinês
89
39 33
13 3
Qu
anti
dad
es
44
A idade mais comum observada em cadelas com piometra foram cinco anos (44
casos), dois anos (43 casos), três anos (43 casos), seguido de um ano (29 casos), seis anos (28
casos), quatro anos (27 casos), e sete anos (27 casos), oito anos (20 casos), dez anos (18
casos), doze anos (10 casos), nove anos (9 casos), meses de vida (10casos), quatorze anos (4
casos), treze anos (5casos), dezesseis anos (2 casos), onze anos (1 caso), dezoito anos (1 caso)
(Gráfico 14). Em 25 casos de piometra em que a OH foi realizada (17% do total) os tutores
não souberam informar a idade da paciente.
Gráfico 14: Faixas etárias das cadelas que apresentaram piometra e foram tratadas com
ovariohisterctomia, no Setor de Cirurgia de Pequenos animais do Hospital
Veterinário da Universidade Federal de Campina Grande, na cidade de
Patos-PB, no período de janeiro de 2006 a dezembro de 2016.
Apesar de a hiperplasia endometrial cística (HEC) geralmente anteceder a piometra, é
importante afirmar que nem sempre ocorre essa evolução, pois todas as cadelas desenvolvem
HEC com a idade, mas nem sempre piometra. Assim de forma similar a piometra pode se
desenvolver em pacientes jovens sem evidências prévias de clínicas ou patológica de
hiperplasia endometrial cística (VERSTEGEN et al., 2008).
A piometra afeta cadelas adultas que tenham apresentado repetidos ciclos estrais. Num
estudo feito por Pretzer (2008) com 194 animais diagnosticados com piometra, a idade das
pacientes variou entre quatro meses e 16 anos de idade, tendo uma média de idade de 2,4
anos. Num estudo realizado em Botucatu-SP, entre os anos de 2003 e 2008, foi observado que
a idade média de cadelas com piometra foi de 7 a 10 anos (MARCEU et al., 2011). No
presente estudo retrospectivo a idade das pacientes cadelas com piometra variou de 4 meses a
13% 12% 12%
8% 8% 8% 8%
6% 5%
3% 3% 3% 1% 1%
1% 1%
0%
2%
4%
6%
8%
10%
12%
14%
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45
18 anos, sendo a média de idade de 4,8 anos, o que difere dos estudos citados acima. A
piometra em cadelas adultas pode ser justificada pelo efeito acumulativo prolongado e
repetido de estímulos de progesterona durante a fase lútea das pacientes (MARTINS et al.,
2002).
Já o aumento de pacientes mais jovens com piometra pode ser pelo uso de
contraceptivos (progestágenos, por exemplo) para supressão do estro ou estrógeno (aumenta o
número de receptores de progesterona no útero) para interromper a gestação, podendo assim
induzir a uma piometra (SMITH, 2006; BOWEN et al.1986; NELSON, COUTO, 1994).
Em gatas as faixas etárias da maior parte dos animais acometidos por piometra foram
um ano de idade (27 casos), dois anos (20 casos) e meses de vida (20 casos), seguidas por três
anos (13 casos), seis anos (12 casos), quatro anos (11 casos), cinco anos (8 casos), nove anos
(6 casos), sete anos (5 casos), dez anos (5 casos), oito anos (4 casos), doze anos (4 casos),
quatorze anos (1 caso), onze anos (1 caso) e quinze anos (1 caso), sendo que em 13 casos os
tutores não souberam informar a idade da paciente (Gráfico 17). Desta forma, a idade média
de acometimento pela piometra foi de 3,6 anos. Dos 151 casos de piometra em gatas 6% (9
casos) foram em pacientes da raça Siamês e 94% (142 casos) em pacientes de raça não
definida (SRD).
Gráfico 15: Faixas etárias das gatas que apresentaram piometra e foram tratadas com
ovariohisterctomia, no Setor de Cirurgia de Pequenos animais do Hospital
Veterinário da Universidade Federal de Campina Grande, na cidade de
Patos-PB, no período de janeiro de 2006 a dezembro de 2016.
18%
13% 13%
9% 8%
7%
5% 4%
3% 3% 3% 3%
1% 1% 1%
0%
2%
4%
6%
8%
10%
12%
14%
16%
18%
20%
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46
De acordo com Hagman et al. (2009) a piometra geralmente ocorre na meia idade em
gatas. Em relação ao período correto e à necessidade e realização da esterilização são ainda
controversos, pois ela confere uma mistura de benefícios e efeitos adversos que vão depender
da idade, da espécie, do sexo e da raça dos animais (REICHLER, 2009).
Dentre as raças caninas mais acometidas por piometra (Gráfico 16), foram 191 cadelas
SRD (sem raça definida),70 da raça Poodle e 36 pacientes Pinscher, seguido por Pitbull (17
pacientes), Rotweiller (10 pacientes), Cocker Spaniel (6 pacientes), Dálmatas (4 pacientes),
Pastor Alemão (3 pacientes), e 9 animais de outras raças como Pequinês (1 paciente), Maltês
(1 paciente), Dogue Alemão (1 paciente), Husky Siberiano (1 paciente), Lhasa Apso (1
paciente), Boiadeiro Australiano (1 paciente), Yorkshire (1 paciente), Labrador (1 paciente) e
Chow Chow (1 paciente).
Gráfico 16: Raças das cadelas que apresentaram piometra e foram tratadas com
ovariohisterctomia, no Setor de Cirurgia de Pequenos animais do Hospital
Veterinário da Universidade Federal de Campina Grande, na cidade de
Patos-PB, no período de janeiro de 2006 a dezembro de 2016.
As fêmeas caninas sem raça definida e da raça Dachshund têm uma menor
predisposição a desenvolver piometra. Há um risco elevado associado a fêmeas nulíparas e
que receberam terapia estrogênica. (NISKANEN; THURSFIELD, 1998). Nesse estudo vemos
que a grande maioria dos casos de piometra foram em cadelas sem raça definida que pode ser
justificado pela grande maioria dos paciente atendidos no hospital veterinário da UFCG serem
SRD.
Pacientes de raças como: Golden Retrievier, Schnauzer miniatura, São Bernardo,
Collie, Rottweiler, entre outros, possuem naturalmente uma predisposição à HEC/Piometra.
(SMITH, 2006).
0
50
100
150
200191
70
36 17
10 9 6 4 3
Qu
anti
dad
es
47
5 CONCLUSÃO
De acordo com os dados estudados, a ovariohisterectomia de caráter eletivo foi de
maior quantidade do que aquela para fins terapêuticos, sendo a OH para correção de piometra
a patologia mais recorrente em cadelas e a OH para distocia em gatas, tendo as demais
patologias pouco frequentes tanto em cadelas quanto em gatas.
Pudemos observar que a cada ano a cultura de castrar seus animais vem mudando, há
um aumento gradativo no número de OH eletivas que só tende a crescer, mas em
contrapartida houve o intenso aumento no número de patologias que precisam da OH
terapêutica, merecendo essas um conhecimento mais profundo sobre as mesmas. Esse
aumento significativo também pode ser justificado pelo aumento de animais domiciliados
como também pelo aumento na demanda de consultas no Hospital Veterinário da
Universidade Federal de Campina Grande.
48
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