UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA … · por esses efeitos causados por outras...
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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS
CAMPUS DE BOTUCATU
INTERFERÊNCIA DE Digitaria nuda NO DESENVOLVIMENTO
INICIAL DE PLANTAS DE CANA-DE-AÇÚCAR
EVANDRO BORDIGNON GAJEGO
Tese apresentada à Faculdade de Ciências Agronômicas da UNESP – Campus de Botucatu, para a obtenção do título de Doutor em Agronomia – Agricultura.
Botucatu – SP
Junho – 2016
UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS
CAMPUS DE BOTUCATU
INTERFERÊNCIA DE Digitaria nuda NO DESENVOLVIMENTO
INICIAL DE PLANTAS DE CANA-DE-AÇÚCAR
EVANDRO BORDIGNON GAJEGO
(Eng. Agrônomo)
Orientador: Prof. Dr. Dagoberto Martins
Tese apresentada à Faculdade de Ciências Agronômicas da UNESP – Campus de Botucatu, para a obtenção do título de Doutor em Agronomia – Agricultura.
Botucatu – SP
Junho – 2016
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA SEÇÃO TÉCNICA DE AQUISIÇÃO E TRATAMEN-TO DA INFORMAÇÃO – DIRETORIA TÉCNICA DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO - UNESP – FCA – LAGEADO – BOTUCATU (SP) Gajego, Evandro Bordignon, 1975- G145i Interferência de Digitaria nuda no desenvolvimento inicial de plantas de cana-de-açúcar / Evandro Bordignon Gajego. – Botucatu : [s.n.], 2016 vi, 81 f. : fots. color., tabs. Tese (Doutorado) - Universidade Estadual Paulista, Fa- culdade de Ciências Agronômicas, Botucatu, 2016 Orientador: Dagoberto Martins Inclui bibliografia 1. Cana-de-açúcar – Doenças e pragas. 2. Ervas danin-
has. 3. Alelopatia. I. Martins, Dagoberto. II. Universi-dade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Câmpus de Botucatu). Faculdade de Ciências Agronômicas. III. Tí-tulo.
III
O Senhor é meu pastor e nada me faltará
“O Senhor é meu pastor e nada me faltará. Restaura minhas forças, guia-me pelo
caminho certo, por amor do seu nome. Se eu tiver de andar por vale escuro, não
temerei mal nenhum, pois comigo estás. O teu bastão e teu cajado me dão
segurança.”
Sl 23, 1, 3-4.
IV
OFEREÇO
A Deus
À memória de meus Pais, Luciano Gajego e Vera Terezinha Bordignon Gajego, que sempre me
encorajavam, confiavam e acreditavam no meu potencial.
DEDICO
V
AGRADECIMENTOS
A Deus pelo dom da vida, o discernimento e a sabedoria por Ele concedido gratuitamente;
Ao meu irmão Luciano Bordignon Gajego, minha cunhada Rosangela Linguanoto Gajego
e minhas sobrinhas Marina Linguanoto Gajego e Beatriz Linguanoto Gajego;
Ao meu tio Walter Bordignon;
A todos os meus familiares que sempre me apoiaram e me deram forças em todas as
etapas de minha vida;
À Faculdade de Ciências Agronômicas da Universidade Estadual Paulista – UNESP,
juntamente com a coordenação do curso de Agricultura, pela oportunidade de realização
do curso;
Ao Prof. Dr. Dagoberto Martins, pela orientação, atenção, pelos comentários
construtivos, sugestões e ensinamentos valiosos que contribuíram para o meu crescimento
acadêmico;
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pela
concessão da bolsa de estudo;
A todos os funcionários do Departamento de Produção e Melhoramento Vegetal pela
atenção, amizade e profissionalismo.
A todos os docentes da FCA pelo apoio, convivência e pelos valiosos ensinamentos;
A todos os funcionários do Departamento de Produção e Melhoramento Vegetal;
Aos funcionários da seção de pós-graduação e da biblioteca da FCA, pelo excelente
atendimento e profissionalismo;
Aos amigos e companheiros de trabalho do Núcleo de Pesquisas Avançadas em Matologia
“NUPAM”’: Hermeson dos Santos Vitorino, Guilherme Sasso Ferreira de Souza, Murilo
Villas Boas Bagatta, pelo companheirismo e contribuição valiosa neste trabalho;
A todos os colegas e amigos (as) da Pós-Graduação minha imensa gratidão pelos
momentos de convivência tão agradáveis e importantes.
Ao amigo Prof. Dr. Ednaldo Antônio de Andrade pela ajuda nas análises estatísticas.
A todos que participaram deste trabalho de forma direta ou indireta contribuindo para o
seu desenvolvimento.
VI
SUMÁRIO
1 RESUMO........................................................................................................................ 01
2 SUMMARY.................................................................................................................... 03
3 INTRODUÇÃO.............................................................................................................. 05
4 REVISÃO DE LITERATURA....................................................................................... 07
4.1 Cultura da cana-de-açúcar.................................................................................. 07
4.2 Digitaria nuda Schumach................................................................................... 09
4.3 Interferência de plantas daninhas na cultura da cana-de-açúcar......................... 10
4.4 Efeitos inibitórios................................................................................................ 12
5 MATERIAL E MÉTODOS............................................................................................ 17
5.1 Local.................................................................................................................... 17
5.1 Efeito da massa seca de Digitaria nuda.............................................................. 17
5.1.1 Correção e tipo de solo............................................................................... 17
5.1.2 Tratamentos e delineamento experimental................................................ 18 5.1.3 Condução e parâmetros avaliados.............................................................. 19 5.2 Interferência de plantas de Digitaria nuda.......................................................... 19 5.2.1 Correção e tipo de solo............................................................................... 19 5.2.2 Tratamentos e delineamento experimental................................................. 20 5.2.3 Condução e parâmetros avaliados............................................................. 21
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................................... 22
6.1 Efeito da massa seca de Digitaria nuda.............................................................. 22
6.2 Interferência de plantas de Digitaria nuda.......................................................... 49
7 CONCLUSÕES.............................................................................................................. 73
8.1 Efeito da massa seca de Digitaria nuda............................................................. 73
8.2 Interferência de plantas de Digitaria nuda........................................................ 73
9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................... 74
10 APÊNDICE.................................................................................................................... 81
1
1 RESUMO
O objetivo deste trabalho foi avaliar a possível interferência de
Digitaria nuda sobre plantas de cana-de-açúcar, através de dois estudos conduzidos em
condições de casa-de-vegetação. No primeiro estudo foram avaliados os efeitos inibitórios
de massa da matéria seca de D. nuda no desenvolvimento inicial de plantas de cana-de-
açúcar, por um período de 42 dias. Foram utilizadas três variedades de cana-de-açúcar
RB855453, SP81-3250 e RB867515, e os tratamentos consistiram de diferentes
quantidades de massa de palha de D. nuda (0, 2, 4, 6, 8 e 10 t ha-1) e três formas de
incorporação de gema de cada variedade de cana-de-açúcar (GBMSS-gema brotada com
massa seca na superfície, GNBMSS-gema não brotada com massa seca na superfície e
GNBMSI-gema não brotada com massa seca incorporada). Adotou-se assim o
delineamento experimental inteiramente casualizado com os tratamentos dispostos em um
esquema fatorial 3 x 6. As avaliações foram realizadas semanalmente por quarenta e dois
dias, a partir do plantio da gema de cana-de-açúcar até o final do experimento. As variáveis
avaliadas nas avaliações foram: altura de plantas, número de folhas, diâmetro de perfilho,
bem como se avaliou a massa seca de plantas ao final das avaliações. Não houve sintomas
visuais de fitointoxicação nas plantas de cana-de-açúcar ou efeitos inibitórios das
diferentes quantidades de massa seca de D. nuda sobre as variáveis avaliadas, bem como
não houve efeito da forma de incorporação da gema das diferentes variedades de cana-de-
2
açúcar. No segundo estudo foi avaliado a interferência de diferentes densidades de plantas
de D. nuda (2, 4, 8, 16 e 32 plantas de D. nuda por vaso) no desenvolvimento inicial de
plantas de cana-de-açúcar utilizando-se as mesmas três variedades de cana-de-açúcar do
primeiro estudo, mais uma testemunha sem planta daninha, por um período de 35 dias.
Adotou-se o delineamento experimental inteiramente casualizado com os tratamentos
dispostos em um fatorial 3 x 5. Avaliou-se o dano visual, altura de plantas, número de
folhas, diâmetro de perfilho, massa de matéria seca e área foliar da cana-de-açúcar, e para a
planta daninha, a altura de plantas, a área foliar e a massa de matéria seca de plantas. Neste
estudo observou-se que a competição interespecífica atuou negativamente sobre todos os
parâmetros estudados das três variedades de cana-de-açúcar, bem como ocorreu
visualmente efeitos fitotóxicos em todas as densidades avaliadas de D. nuda. Verificaram-
se, também, efeitos negativos em características avaliadas da planta daninha devido à ação
competitiva da cana-de-açúcar.
Palavras-chave: Saccharum spp, capim colchão, interferência, competição, efeitos
inibitórios.
3
2 SUMMARY
INTERFERENCE OF DIGITARIA NUDA SCHUMACH ON INITIAL
DEVELOPMENT OF SUGAR CANE PLANTS. Botucatu, 2016. 83 f. Tese (Doutorado
em Agronomia/Agricultura) – Faculdade de Ciências Agronômicas, Universidade Estadual
Paulista.
Author: EVANDRO BORDIGNON GAJEGO
Adviser: DAGOBERTO MARTINS
This work aimed to assess the possible interference of Digitaria
nuda on sugar cane plants through two studies carried out under greenhouse conditions.
For the first study, inhibitory effects of dry matter of D. nuda were assumed on initial
development of sugar cane plants for 42 days. Three varieties of sugar cane plants were
used – RB855453, SP813250 and RB867515 – and the treatments consisted of three
different quantities of D. nuda straw (0, 2, 4, 6, 8 and 10 t ha-1) and three types of buds
incorporation (SYDMS – sprouted buds with dry matter on surface; NSYDMS – non-
sprouted buds with dry matter on surface; and NSYIDM – non-sprouted buds with
incorporated dry matter). It was then adopted an entirely randomized experimental
delineation with the treatments arranged under a factorial scheme 3 x 6. Assessments were
4
undergone weekly for fourth and two days from sugar cane’s planting. The parameters for
assemed were: plant height, quantity of leaves, diameter of culm, and dry matter of plants
was analyzed at the end of the experiment. There was no visual symptom of
phytointoxication on sugar cane plants or any inhibitory effect from the different quantities
of dry matter of D. nuda by the assessment parameters as well as there was no effect of
buds incorporation on tested varieties of sugar cane. The second study evaluated the
competition of different densities of D. nuda on initial development of sugar cane plants
utilizing three varieties of sugar cane – RB855453, SP81-3250 and RB867515. the
treatments were constituted by D. nuda species co-living with sugar cane plants in different
densities of infestation: 2, 4, 8, 16 and 32 weeds of D. nuda per pot, plus a witness without
any weed, for 35 days. It was adopted an entirely randomized experimental delineation
with treatments arranged under a factorial scheme 3 x 5. The avaliations were based on
visual phytotoxicity, height of plants, leaves quantity, diameter of culm, dry matter and
sugar cane leaf area and, for weeds, height of plants, leaf area and dry matter. In this study,
an interspecific competition was observed acting negatively upon all parameters studied on
each sugarcane varieties, as well as the occurrence of visually phytotoxic effects upon all
densities of d. nuda studied. They were also negative effects, on the weeds development
due to competition with sugar cane.
Key-words: Saccharum spp, grass mattress, interference, competition, allelopathy
inhibitory effects.
5
3 INTRODUÇÃO
A cana-de-açúcar é uma das culturas agrícolas mais importantes do
mundo tropical, gerando centenas de empregos diretos, e uma importante fonte de renda e
desenvolvimento, estando entre as mais importantes do Brasil ao produzir matéria-prima
para a indústria sucroalcooleira e cogeração de energia elétrica.
Ao conjunto de ações impostas sobre uma cultura agrícola em
decorrência da presença das plantas daninhas em um ambiente comum, dá-se o nome de
interferência. Este termo reúne os processos de interferência direta como a competição por
luz, água, nutrientes e espaço, os processos de natureza alelopática e o parasitismo e
também os processos indiretos como a interferência na colheita, na qualidade do grão
colhido ou ainda como abrigo alternativo para pragas, doenças e nematoides e plantas
parasitas da cultura (MULLER, 1969).
O termo alelopatia foi criado por Molisch (1937), citado por Rice
(1974), para referir-se tanto às interações bioquímicas benéficas como as prejudiciais de
todos os tipos de plantas, incluindo microorganismos, e pode também interferir no
crescimento das culturas agrícolas (BELL; KOEPPE, 1972; MULLER, 1966).
O fenômeno da alelopatia ocorre nos ecossistemas naturais e nos
agrecossistemas, através de substâncias biologicamente ativas liberadas por exsudação a
partir de raízes ou lixiviados de plantas vivas ou em decomposição da biomassa (Politycka,
6
2002). As substâncias alelopáticas liberadas por uma determinada planta podem afetar o
crescimento, prejudicar o desenvolvimento normal e até mesmo inibir a germinação das
sementes de outras espécies vegetais (REZENDE et al., 2003).
A diminuição da produtividade causada por plantas daninhas ou
resíduos de culturas anteriores pode ser resultado dos efeitos da competição e/ou
alelopatia. Diversas plantas daninhas também podem ter o seu desenvolvimento afetado
por esses efeitos causados por outras plantas, (PRATES et al., 2003).
Na agricultura a presença constante das plantas daninhas nas
culturas sempre foi uma preocupação dos agricultores, devido aos efeitos de competição
das plantas daninhas com a cultura causarem prejuízos na colheita e financeiros para o
produtor.
Um aspecto a ressaltar é o fato da competição e/ou alelopatia
ocorrer entre espécies diferentes (interespecífica) e dentro da mesma espécie
(intraespecífica). Os efeitos alelopáticos que algumas plantas exercem sobre outras no
ambiente são realizadas pela volatilização, exsudação pelas raízes e lixiviação liberada de
compostos químicos que são normalmente do metabolismo secundário.
A Digitaria nuda Schumach é uma planta nativa encontrada nas
regiões tropicais da América e da África onde, na costa ocidental, é uma das espécies mais
frequentes de Digitaria. No Brasil, é muito comum, predominantemente na região Sudeste.
Esta espécie é considerada uma planta daninha infestante em várias culturas, inclusive na
cultura da cana-de-açúcar e, se não controlada, causa perdas de produtividade.
Teixeira et al. (2010) estudaram diversas quantidades de massa
seca de capim-colchão ao solo, sendo que avaliaram a emergência e o crescimento
individual de soja, feijão e nabiça, e concluíram que a incorporação de massa de D.
horizontalis ao solo não exerceu influência sobre a porcentagem de emergência, mas
reduziu significativamente a altura e a massa seca de todas as espécies testadas.
Dessa forma, este trabalho tem como objetivos estudar, em
condições de casa-de-vegetação, a matointerferência e os possíveis efeitos inibitórios da
planta daninha D. nuda incorporada e superficial em diferentes quantidades de massa seca
sobre a brotação e desenvolvimento inicial de cultivares de cana-de-açúcar e também de
diferentes quantidades de plantas sobre a brotação e desenvolvimento inicial de cultivares
de cana-de-açúcar.
7
4 REVISÃO DE LITERATURA
4.1 Cultura da cana-de-açúcar
A cana-de-açúcar é uma espécie alógama, pertencente à tribo
andropogoneae, família Poaceae e gênero Saccharum (MATSUOKA et al., 2005). O
desenvolvimento das plantas ocorre em forma de touceira, a parte aérea é formada por
perfilhos, folhas e inflorescências, enquanto que a subterrânea é formada por raízes e
rizomas (CESNIK; MIOCQUE, 2004). As características varietais definem a altura, o
número e diâmetro dos colmos, comprimento, largura e a arquitetura das folhas, sendo que
a expressão destes caracteres são influenciados pelo clima, manejo e práticas culturais
(RODRIGUES, 1995).
Segundo Daniels & Roach (1987) a cana-de-açúcar tem ciclo semi-
perene e elevada rusticidade sendo originária do sudeste Asiático na região central da Nova
Guiné e Indonésia, onde existia no estado de planta silvestre ou ornamental. Houve maior
distribuição da cana-de-açúcar a partir do século VIII, pelo mar Mediterrâneo devido as
conquistas árabes no ocidente (MOZAMBANI et al., 2006).
Conforme Landell et al., (2006) os portugueses e espanhóis
introduziram a cana-de-açúcar nas Ilhas das Canárias, Cabo Verde, Madeira, São Thomé e
na África Ocidental. Foi introduzida na época do Brasil colônia quando os portugueses
trouxeram as primeiras mudas da Ilha da Madeira em 1502, fazendo parte da história
nacional, onde a mão-de-obra escrava movimentava os engenhos da época
(FIORAVANTE, 2000; MOZAMBANI et al, 2006).
8
A cana-de-açúcar é utilizada como matéria-prima para as
agroindústrias do açúcar, etanol, cachaça de alambique, açúcar mascavo, rapadura, melado,
na alimentação animal e geração de energia, sendo uma importante fonte de geração de
empregos e renda. Apesar da multiplicidade de seu uso, a quase totalidade da produção
nacional é destinada para a produção de etanol e açúcar (DIAS, 2011).
Esta cultura destaca-se entre as mais importantes do Brasil,
produzindo matéria-prima para a indústria sucroalcooleira e cogeração de energia elétrica.
A partir da década de 70, esta cultura tornou-se importante para o país na medida em que
este setor da agroindústria brasileira foi solicitado a contribuir para a solução da emergente
crise energética, frente a sua potencialidade de produzir energia a partir de uma fonte
renovável (KUVA, 2003; AZANIA, 2004).
No Brasil, a área que foi cultivada com cana-de-açúcar na safra
2014/15 foi de aproximadamente 9.130,1 milhões de hectares, distribuídas em todos
Estados produtores. São Paulo permanece como maior produtor com 51,7% (4.696,3
milhões de hectares) da área plantada, seguido por Goiás com 9,3% (878,27 milhões de
hectares), Minas Gerais com 8,9% (788,88 milhões de hectares), Mato Grosso do Sul com
7,4% (712,39 milhões de hectares), Paraná com 6,7% (644,64 milhões de hectares),
Alagoas com 4,7% (390,40 milhões de hectares) e Pernambuco com 3,2% (277,74 milhões
de hectares). Estes sete Estados são responsáveis por 91,9% da produção nacional, sendo
que os demais estados produtores possuem áreas menores com representações abaixo de
3,0%. (CONAB, 2014).
A área de cana-de-açúcar destinada a produção na safra 2014/15
apresentou um crescimento de 3,6% ou 318,67 mil hectares em relação à safra passada
concentrada nos Estados que tiveram o maior aumento de novas unidades de produção e
correspondem à consolidação das áreas dessas novas indústrias, sendo que São Paulo,
Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais e Paraná respondem por esse crescimento. A
produção total de cana-de-açúcar moída na safra 2014/15 foi estimada em 671,69 milhões
de toneladas, com aumento de 2% em relação à safra 2013/2014 que foi de 658,82 milhões
de toneladas, significando aumento de 12,87 milhões de toneladas de cana-de-açúcar para
processamento. Por outro lado, as adversidades climáticas ocorridas nas lavouras de cana-
de-açúcar em algumas regiões durante o período de desenvolvimento levaram a estimativas
de produtividade aquém das obtidas na safra passada em Estados importantes na produção
como São Paulo e Minas Gerais, que apesar do crescimento de áreas, estima uma produção
9
menor do que a obtida na temporada passada e a região Note/Nordeste prevê aumento de
3,7%, passando de 56,71 milhões de toneladas da safra 2013/14, para 58,78milhões na
safra 2014/2015 (CONAB, 2014).
4.2 Digitaria nuda Schumach
O gênero Digitaria pertence à família Poaceae (anteriormente
gramineae), subfamília Panicoideae, tribo Paniceae. No Brasil ocorre um complexo de
plantas do gênero Digitaria, com diferenciação visual a campo bastante difícil, por isso o
nome vulgar capim colchão é aplicado indistintamente (KISSMANN, 1997). Este gênero
inclui cerca de 300 espécies distribuídas em regiões tropicais e subtropicais de ambos os
hemisférios (CANTO-DOROW, 2001). Nas Américas, o Brasil é o país com o maior
número de espécies de Digitaria. A riqueza específica nas regiões Sul, Sudeste, Centro-
Oeste e Nordeste é mais ou menos equivalente, havendo um decréscimo expressivo na
região Norte. Nessas regiões, as espécies habitam formações geralmente abertas como
campos naturais, cerrados, sendo comum em locais alterados pelo homem. Algumas
espécies têm sido utilizadas como forragem e outras destacam-se por serem plantas
daninhas de culturas agrícolas (CANTO-DOROW; LONGHI-WAGNER, 2001).
Quanto ao habitat, crescem em ambientes variados, sendo muito
comum em locais perturbados, especialmente à beira de rodovias, terrenos baldio, lavouras
agrícolas e calçamentos, vegetando em solos arenosos, secos ou úmidos. Floresce o ano
inteiro, com predomínio de fevereiro a abril (CANTO-DOROW, 2001).
São plantas altamente agressivas como infestantes, sendo relatadas
como problema em 60 países, infestando mais de 30 culturas de importância econômica.
(KISSMANN, 1997) No Brasil, constituem problema sério em muitas culturas de
primavera e verão. Essas espécies são particularmente hábeis no processo de competição,
causando danos em culturas anuais e em viveiros. Também apresentam vantagem em
relação as culturas em condição de seca, além de apresentarem efeitos alelopáticos sobre
várias plantas cultivadas (KISSMANN, 1997).
A Digitaria nuda Schumach apresenta espiguetas em número de
duas por nó, de 2,4 mm de comprimento, 0,6-0,7 mm de largura até ½ do comprimento da
lema inferior, aguda, pilosa, tricomas agudos, esbranquiçados, esparços, nas margens e
entre as nervuras, ultrapassando o ápice da gluma; lema inferior de 2-2,1 mm de
10
comprimento, 0,6-0,7 mm de largura, aguda, pilosa nas margens e entre as nervuras
laterais, tricomas agudos, densos, ultrapassando o ápice da lema em 0,2-0,4 mm; pálea
inferior ausente; antécio superior de 1,8-2,2 mm de comprimento, 0,4-0,6 mm de largura,
com flor bissexuada, lanceolado, agudo com papilas em fileiras longitudinais, castanho
claro na maturidade. Pelas dimensões das espiguetas, assemelha-se a D. horizontalis, da
qual difere por ter gluma inferior e pela lema inferior com tricomas não ultrapassando o
seu ápice (CANTO-DOROW, 2001).
Em canaviais da região Sudeste tem sido observado uma alteração
na dinâmica populacional de ocorrência das espécies de Digitaria, popularmente conhecido
como “complexo de espécies de Digitarias”. Dentre as proporções observadas no complexo
de Digitarias, a D. nuda tem dominado este povoamento, em que anteriormente era ela
considerada rara. Uma das razões apontadas para estas alteração de dinâmica populacional
no complexo das espécies de Digitaria, é a aplicação consecutiva, por vários anos, de
alguns herbicidas em que a D. nuda apresenta uma suscetibilidade diferencial menor que as
demais espécies do mesmo gênero, justificando assim o aumento da frequência desta
espécie em áreas de cana-de-açúcar (DIAS et al., 2005).
4.3 Interferência de plantas daninhas na cultura da cana-de-açúcar
O termo interferência refere-se ao conjunto de pressões ambientais
que recebe uma determinada cultura agrícola em decorrência da presença das plantas
infestantes no agroecossistema (RAMOS; PITELLI, 1994). Entre os principais fatores
bióticos presentes no agroecossistema da cana-de-açúcar que tem a capacidade de interferir
no desenvolvimento e na produtividade da cultura encontram-se as plantas daninhas
(KUVA et al., 2003).
Segundo Kissmann (2004), as plantas daninhas possuem a
capacidade de interferir no desenvolvimento e na produtividade das culturas agrícolas,
portanto a infestação destas plantas é um dos mais importantes fatores dentro de um
agroecossistema comercial, podendo ser desejada, indiferente ou indesejada, de acordo
com as circunstâncias; por exemplo, é desejada como cobertura do solo para evitar erosão.
Essas plantas possuem características de rusticidade que lhes conferem grande capacidade
competitiva e, enquanto as culturas são melhoradas geneticamente, essas espécies
11
evoluíram naturalmente, adquirindo características que garantem sua capacidade de crescer
em ambientes alterados e condições adversas.
Na cana-de-açúcar, as plantas daninhas interferem tanto na cana-
planta como na cana-soca. Pelo fato do plantio ocorrer em períodos bem distintos
dependendo da região, as condições climáticas ocorrentes neste período é que determinam
as espécies de plantas daninhas predominantes e o período de interferência com a cultura
(VICTORIA FILHO; CHRISTOFFOLETI, 2004). Apesar da cultura da cana-de-açúcar ser
altamente eficiente na utilização de recursos disponíveis para o seu crescimento e
desenvolvimento, é afetada nas fases iniciais de crescimento pelas plantas daninhas, que
em alguns casos, utilizam os mesmos recursos, de forma eficiente, por apresentarem a
mesma rota metabólica de fixação de carbono (C4) (PROCÓPIO et al., 2003).
As características de velocidade de brotação, desenvolvimento
inicial, velocidade e intensidade de perfilhamento, desenvolvimento de área foliar e
arquitetura das plantas são fatores importantes na capacidade competitiva das diferentes
variedades da cana-de-açúcar. Geralmente cultivares de rápido crescimento inicial e alta
capacidade de sombreamento do solo são menos afetadas pela interferência das plantas
daninhas. Estes efeitos negativos proporcionados pela presença das plantas daninhas
podem ser minimizados por práticas de controle ao alcance dos produtores, como métodos
mecânicos, culturais e químico. Na condição de produção atual do Brasil, o método
químico é o mais utilizado, em razão da extensão das áreas cultivadas, escassez de mão-de-
obra, facilidade de aplicação, custo e eficácia do tratamento (ROSSI, 2004).
Conforme Kuva et al., (2001) o grau de interferência das plantas
daninhas na cultura pode ser definido como a redução percentual da produção econômica
provocada pela convivência com a comunidade infestante, e este grau depende de diversos
fatores que podem estar relacionados à comunidade infestante, como composição
específica, densidade e distribuição; à própria cultura, como o gênero, espécie ou cultivar,
espaçamento entre sulcos e densidade de semeadura; à época e a duração do período de
convivência que pode ser variável de acordo com as condições edáficas e climáticas e
pelos tratos culturais adotados na cultura.
A interferência negativa imposta pela presença das plantas
daninhas que infestam as áreas cultivadas é um dos pontos mais críticos no processo
produtivo da cana-de-açúcar. Essas plantas podem competir por recursos limitantes do
meio (principalmente por água, luz e nutrientes), liberar substâncias alelopáticas e, assim,
12
inibir a brotação da cana-de-açúcar, hospedar pragas e doenças comuns a cultura ou
interferir no rendimento da colheita (PITELLI, 1985).
A interferência pode ser direta (competição pelos recursos do
crescimento, alelopatia) e indireta (hospedeira de pragas e doenças, nematoides,
parasitismo, interferência na colheita e tratos culturais), contaminando lotes de sementes
(CARVALHO; VELLINI, 2001). Assim, em um sentido amplo, a interferência das plantas
daninhas refere-se ao conjuntos de ações que recebe determinada cultura em decorrência
da presença de uma comunidade infestante no ambiente comum. Especialmente em relação
aos efeitos diretos sobre as plantas cultivadas, os mais importantes mecanismos de
interferência são a competição e a alelopatia (PITELLI, 2014).
A competição é caracterizada como a tendência de plantas vizinhas
em disputar os mesmos recursos (RADOSEVICH et al., 1997), basicamente sendo um
processo predominantemente físico (ZIMDAHL, 2007). A competição é importante tanto
em comunidades naturais de plantas como em agroecossistemas. A composição botânica
de qualquer vegetação é fundamentalmente determinada pelo resultado da competição. Na
agricultura, a competição com as plantas daninhas reduz o crescimento, a massa vegetal e o
rendimento dos grão das culturas e a vantagem da consorciação entre culturas depende
basicamente da extensão pela qual as espécies não estão competindo entre si (WILSON,
1998).
Dependendo do local e do tipo de vegetação, os fatores
determinantes da competição são os mais importantes na caracterização da capacidade de
sobrevivência de uma espécie, como ocorre para as populações de longo ciclo vegetativo e
que se estabelecem em locais poucos sujeitos a distúrbios, mas com elevado estresse
nutricional. Esse tipo de vegetação normalmente ocupa os estágios serais intermediários da
sucessão ecológica (RADOSEVICH et al., 1997).
4.4 Efeitos inibitórios
Os vegetais liberam no ambiente uma grande variedade de
metabólitos primários e secundários a partir de folhas, raízes e serapilheira em
decomposição. Os estudos realizados sobre os efeitos desses compostos em plantas
próximas constituem o campo da alelopatia (TAIZ; ZEIGER, 2002). O efeito desses
compostos pode ser mais ou menos pronunciado e é determinado pelas características de
13
cada espécie e idade da planta, podendo ser exsudados pelas raízes, pela decomposição dos
órgãos da planta (acículas) ou por meio de chuvas que causam lixiviação desses compostos
do extrato superior das plantas para o solo (RICE, 1984).
Alelopatia, termo originário do grego Allelon (mútuo) e Pathos
(prejuízo) foi descrito por Molissh em 1937 (Rice, 1974) e compreende todo efeito direto e
indireto de uma planta sobre outra, incluindo a participação dos microrganismos por meio
de produção de substâncias químicas que são liberadas ao meio ambiente. No entanto,
Lovett e Rynunty (1992), indicaram que muitas das substâncias químicas produzidas pelas
plantas que afetam associação de plantas também influenciam outros organismos,
oferecendo uma perspectiva mais ampla para o termo alelopatia, que inclui aspectos de
defesas de plantas.
Segundo Rodrigues et al. (1992), os agentes alelopáticos são
comumente encontrados em exsudatos radiculares, substâncias lixiviadas de tecidos vivos
ou mortos e em substâncias liberadas durante a decomposição de materiais vegetais.
Muitas vezes, o composto alelopático é liberado lentamente pela decomposição de resíduos
vegetais (palhas) através da ação de microorganismos e o seu efeito demora para aparecer.
Os efeitos dos compostos alelopáticos estão relacionados a
processos fisiológicos na planta. Entretanto, os mecanismos de ação desses compostos
ainda não estão completamente esclarecidos. Sabe-se que alguns agentes alelopáticos são
inibidores da germinação e do crescimento, pois interferem na divisão celular, na
permeabilidade de membranas, na ativação de enzimas e na produção de hormônios na
planta. Outros como os ácidos fenólicos, chegam a inibir a absorção de fósforo e potássio
(RODRIGUES et al. 1992).
A liberação de metabólitos secundários traz benefícios à planta que
os libera, pois se uma planta pode reduzir o crescimento das plantas vizinhas pela liberação
de compostos químicos no solo, isso pode ter como consequência maior chance de acesso a
luz, à água e aos nutrientes, propiciando sua maior adaptação evolutiva (TAIZ; ZEIGER,
2004).
A manipulação de fatores relacionados com a ação alelopática pode
ser explorada para a melhoria e o aumento da produção, no controle ambiental de plantas
daninhas, pragas e doenças e na síntese de agrotóxicos naturais. A alelopatia pode ser
apresentada como autoxicidade (ou alelopatia intraespecífica), na qual a planta produz
compostos químicos que prejudicam a germinação e ou, o desenvolvimento da própria
14
espécie (CHON, 2004), e a outra forma de alelopatia é a interespecífica (indivíduos de
espécies diferentes) (FERREIRA; BORGHETTI, 2004).
Rice (1984), observou que bactérias e algas azuis, responsáveis
pela fixação de nitrogênio atmosférico e pela nitrificação são inibidas por Ambrosia
supina, Rhus copalina e Helianthus annuus, espécies estas que também são pouco
exigentes em nitrogênio, o que lhes confere uma vantagem seletiva na competição com
outras plantas mais exigentes em nitrogênio. Os efeitos alelopáticos de plantas daninhas
sobre agroecossistemas têm sido alvo de estudo de diversos pesquisadores.
Conforme Rice (1984), a maioria dos trabalhos de interferência de
plantas daninhas nas culturas agrícolas refere-se à competição. Portanto, atualmente sabe-
se que a interferência alelopática exercida pelas plantas daninhas sobre as culturas
agrícolas desempenham importante papel na interferência total. O conhecimento das
principais interações entre plantas cultivadas e plantas daninhas poderá ser de grande
utilidade prática para se estabelecer um controle eficiente de plantas daninhas, (ALTIERI;
DOLL, 1978).
No entanto, a alelopatia também é vista como um dos mecanismos
pelos quais as plantas daninhas interferem no crescimento das plantas, influenciando,
decisivamente na produtividade das espécies cultivadas, (SOUZA FILHO et al., 2002).
Quando substâncias dessas plantas são liberadas em quantidades suficientes causam
inibição ou estimulação (dependendo da concentração) da germinação, crescimento ou
desenvolvimento de plantas já estabelecidas e no desenvolvimento de microrganismos
(CARVALHO, 1993).
Almeida et al. (1986) demonstraram que a soja era suscetível aos
efeitos alelopáticos do capim-marmelada. Em estudos com vasos e preenchidos com solo, a
soja foi regada desde a semeadura com estratos da parte aérea dessa gramínea com diversas
concentrações e verificaram que, aos 45 dias, o estrato na concentração de 13,3% reduzia a
biomassa seca das raízes e da parte aérea da soja em 39% e 62%, respectivamente além da
altura em 27%. A nodulação das raízes também foi afetada quanto ao peso total (90%),
peso unitário (85%) e número de nódulos (63%).
Em estudos comparando os efeitos das plantas daninhas sobre
leguminosas, Weston e Putnan (1985) mostraram decréscimo no número de nódulos e na
fixação do nitrogênio em soja, em função da aplicação de extratos da planta daninha
Agropiron repens L.
15
Em um trabalho sobre o efeito de plantas daninhas sobre uma
cultivar comercial de tomate, Castro et al. (1983) estudaram o efeito de estratos aquosos de
tiririca (Cyperus rotundus L.), capim- massambará (Sorghum halepense (L.) Pers.), grama
seda (Cynodon dactylon (L.) Pers.), feijão de porco (Canavalia ensiformis DC) e colza
(Brassica napus L.) no tomateiro cv. Santa Cruz. A germinação das sementes e o
crescimento das plâtulas foram, com maior ou menor intensidade, afetados pelos extratos
das espécies testadas.
O cultivo de soja em área de reformas de pastagem tem sido uma
das principais alternativas para recuperação e renovação de pastagens degradada. Porém,
são vários os relatos de agricultores descrevendo efeitos de redução de crescimento,
amarelecimento e diminuição na produção de soja quando utilizado o sistema de plantio
convencional, no qual a palhada de braquiária é incorporada ao solo (NEPOMUCENO,
2009).
Ito et al. (1987) realizaram um estudo do potencial alelopático de
Digitaria adscendens, detectaram um efeito inibitório no solo sobre a emergência e o
crescimento das plantas daninhas.
A diferença entre cobertura morta e incorporação está na
velocidade de decomposição do material, que nas coberturas mortas é menor. A
incorporação dilui os aleloquímicos e como a ação desses produtos depende da
concentração, pode-se esperar que os resíduos colocados na superfície do solo, como
cobertura morta, seja a forma mais indicada para se manejar a ação alelopática das
culturas. Por outro lado, a decomposição do material sobre o solo é mais lenta, o que pode
afetar o nível de concentração de aleloquímicos no solo ou, se o nível crítico de
concentração de aleloquímicos for atingida, a decomposição lenta seria vantajosa pelo
maior período de ação alelopática (ALMEIDA, 1988).
A quantidade de palha que forma a cobertura morta é outro fator
que influencia a intensidade do efeito alelopatico, no entanto, Wu et al., (1999) afirmaram
que, a maior parte dos efeitos alelopáticos identificados são inibitórios. Esta inibição é
causada por substâncias fitotóxicas que são liberadas diretamente da raiz (exsudação e
volatilização), mas também passível de acontecer durante a decomposição da palha.
Os sintomas dos efeitos alelopáticos mais citados na literatura,
provocados pelas coberturas mortas nas culturas, são a inibição da germinação, a falta de
16
vigor vegetativo ou morte de plântulas, o amarelecimento ou clorose das folhas, a redução
do perfilhamento e o atrofiamento ou deformação das raízes (ALMEIDA, 1998).
Contudo, estudos sobre efeitos de matointerferência e alelopatia de
plantas daninhas sobre a cultura da cana-de-açúcar são escassos. Portanto estudar o
comportamento da cana-de-açúcar sobre os efeitos da planta e da palhada de Digitária
nuda vem ser uma forma real de analisar-se uma possível interferência de interesse
agronômico.
17
5 MATERIAL E MÉTODOS
5.1 Local
Os experimentos foram conduzidos em casa-de-vegetação em
condições controladas mantida a 26ºC no Núcleo de Pesquisas Avançadas em Matologia –
NUPAM, do Departamento de Produção e Melhoramento Vegetal, pertencente à Faculdade
de Ciências Agronômicas FCA/UNESP, Campus de Botucatu/SP, localizada na Fazenda
Experimental Lageado no município de Botucatu, Estado de São Paulo - Brasil. O local da
área apresenta as seguintes coordenadas geográficas: latitude 22°07’56’’ S, longitude
74°66’84’’ W Gr. e altitude de 762 m.
5.2 Efeito da massa seca de Digitaria nuda
5.2.1 Correção e tipo de solo
Utilizou-se vasos de plástico com capacidade de 4 L, preenchidos
com um solo de textura média. (Tabela 1). O solo foi coletado na camada arável de um
Latossolo vermelho-escuro distrófico classificado de acordo com o novo Sistema
18
Brasileiro de Classificação de Solos (EMBRAPA, 1999), localizado na Fazenda
experimental Lageado, área denominada de “Patrulha” da FCA/UNESP.
O solo, depois de coletado foi seco à sombra e peneirado em
peneira com malha 5 mm de textura, corrigido com calcário e adubado com a fórmula NPK
08-28-16, conforme a necessidade apresentada na análise de solo para a cultura da cana-de-
açúcar com base na análise química (Tabela 1).
Tabela 1. Análise físico-química do solo Latossolo Vermelho-escuro Distrófico utilizado
no estudo. Botucatu/SP, 2012.
Análise granulométrica (%)
Argila Silte Areia Classificação textural
35% 15% 50% Textura média
Análise química
pH M.O. Presina H+Al+3 K Ca Mg SB CTC V%
CaCl2 g dm-3 mg dm-3 -----------------mmolc dm-3-------------- ---------------------
4,1 22 2 56 0,2 2 1 3 60 6
A análise do solo foi realizada de acordo com a metodologia de
Raij et al. (2001) e as quantificações foram realizadas no Laboratório de Análise de Solo
do Departamento de Solos e Recursos Ambientais, FCA/UNESP.
O estudo teve início no dia 02 de outubro de 2013 com o
preenchimento dos vasos com solo, com as quantidades estabelecidas de massa seca de D.
nuda, e o plantio de uma gema por vaso de cada variedade de cana-de-açúcar estudada:
RB855453, SP81-3250 e RB867515.
5.2.2 Tratamentos e delineamento experimental
Os tratamentos experimentais consistiram de diferentes quantidades
de massa seca de palha seca de D. nuda (0, 2, 4, 6, 8 e 10 t ha-1) e três tipos de formas de
incorporação de gema de cada variedade de cana-de-açúcar (GBMSS-gema brotada com
massa seca na superfície, GNBMSS-gema não brotada com massa seca na superfície e
GNBMSI-gema não brotada com massa seca incorporada). Como parâmetro do efeito
inibitório houve um tratamento testemunha sem a presença de palha seca de D. nuda.
19
Adotou-se, assim, o delineamento experimental inteiramente
casualizado, com os tratamento dispostos em um esquema fatorial 3x6. (Três formas de
incorporação da gema e seis quantidades de massa seca de D. Nuda) e as variedade foram
avaliadas separadamente.
Foi utilizado o teste “F” para a análise de variância e o teste de
Tukey a 05% de probabilidade para a comparação de médias, utilizando o programa
estatístico computacional SISVAR 5.0.
5.2.3 Condução e parâmetros avaliados
A massa de D. nuda foi coletada em uma área experimental,
localizada na própria FCA/UNESP, ressaltando-se que a espécie encontrava-se em
grupamentos puros no local, mantendo outras espécies de plantas daninhas afastadas. A
parte aérea das plantas foi seca em estufa de circulação forçada de ar à 40o C por 72 horas e
em seguida, foi fracionada manualmente com auxílio de uma tesoura em partículas de
aproximadamente 3 cm.
Após a confecção dos vasos, eles foram irrigados frequentemente
para a manutenção da umidade adequada para o desenvolvimento das plantas de cana-de-
açúcar.
As avaliações foram realizadas a cada sete dias por quarenta e dois
dias, a partir do plantio da gema de cana-de-açúcar. (7, 14, 21, 28, 35 e 42 dias). Os
parâmetros utilizados nas avaliações intermediárias foram: altura de plantas da base até a
ponta das folhas, número de folhas, diâmetro de perfilho. Ao final do experimento no dia
13 de novembro de 20013, foi avaliada a matéria seca das plantas de cana-de-açúcar (em
estufa de circulação forçadas de ar a 60ºC por 72 horas).
5.3 Interferência de plantas de Digitaria nuda
5.3.1 Correção e tipo de solo
Utilizou-se vasos de plástico com capacidade de 10 L, preenchidos
com um solo de textura argilosa (Tabela 2), foi coletado na camada arável de um Neossolo
20
Litólico (SERGIO et al., 2005) em um local denominado Área 17. O solo, depois de
coletado foi seco à sombra e peneirado em peneira com malha 5 mm de textura, e corrigido
com calcário e adubado com a fórmula NPK 08-28-16, conforme a necessidade
apresentada na análise de solo para a cultura da cana-de-açúcar com base na análise
química (Tabela 2).
Tabela 2. Análise físico-química do solo Neossolos Litólicos, utilizado no experimento.
Botucatu/SP, 2012.
Análise granulométrica (%)
Argila Silte Areia Classificação textural
44% 16% 40% Textura argilosa
Análise química
pH M.O. Presina H+Al+3 K Ca Mg SB CTC V%
CaCl2 g dm-3 mg dm-3 -----------------mmolc dm-3-------------- ---------------------
4,8 22 11 46 1,6 33 14 48 94 51
A análise de solo foi realizada de acordo com a metodologia de
Raij et al. (2001) e as quantificações foram realizadas no Laboratório de Análise de Solo
do Departamento de Solos e Recursos Ambientais, FCA/UNESP.
O estudo teve início no dia 08 de outubro de 2014 com o
preenchimento dos vasos com solo, e o plantio de uma gema brotada por vaso de cada
variedade de cana-de-açúcar (RB855453, RB867515 e SP81-3250), bem como o
transplantio em diferentes proporções de mudas de D. nuda por vaso, provenientes de
bandeja com duas a quatro folhas
5.3.2 Tratamentos e delineamento experimental
Os tratamentos foram constituídos pela espécie da planta daninha
D. nuda convivendo com as plantas de cana-de-açúcar (variedades RB855453, RB867515
e SP81-3250), em seis densidades de infestação: 0, 2, 4, 8, 16 e 32 plantas daninhas por
vaso (30 cm de diâmetro), o que corresponde às densidades de 28,6; 57,1; 114,3; 228,6 e
457,1 plantas por m-2.
21
Assim, adotou-se o delineamento experimental inteiramente
casualizado, com os tratamentos dispostos em um fatorial 3x6 para todos os parâmetros
estudados nas plantas de cana-de-açúcar, exceção ‘fitotoxicidade visual’, pois a testemunha
‘0-zero’ foi utilizada neste caso apenas como referencial para atribuição das notas visuais.
Para todos os parâmetros avaliados na D. nuda adotou-se o fatorial
3x5, pois não existe a parcela ‘0-zero’ plantas de D. nuda por vaso. Também, apenas para a
planta daninha efetuou-se uma análise de variância adicional que se constituiu em
comparar-se a área foliar e o acúmulo de massa de matéria seca em suas plantas na
‘presença e ausência’ da cana-de-açúcar.
Os resultados foram submetidos à análise de variância pelo Teste
“F” e as médias dos tratamentos comparadas pelo teste de Tukey a 05% de probabilidade,
utilizando o programa estatístico computacional SISVAR 5.0, exceção a área foliar e o
acúmulo de massa seca nas plantas de D. nuda comparada na ‘presença e ausência’ da
cana-de-açúcar, onde foi aplicado o Teste ‘t’ de Student.
5.3.3 Condução e parâmetros avaliados
Após a confecção dos vasos com a gema de cana-de-açúcar e as
respectivas concentrações de plantas daninhas, avaliou-se a cada sete dias (7, 14, 21, 28 e
35 dias). Os vasos foram irrigados frequentemente para a manutenção da umidade
adequada para o desenvolvimento das plantas de cana-de-açúcar e das plantas daninhas.
Os parâmetros utilizados nas avaliações das plantas de cana-de
açúcar foram: altura de plantas da base até a ponta das folhas, número de folhas e diâmetro
de perfilho, bem como os danos visuais através de uma escala de notas de 0 a 100%, no
qual se considerou aspectos visuais como amarelecimento, necroses, altura de plantas em
relação a testemunha sem a D. nuda. Para as plantas daninhas foram avaliadas altura de
plantas e ao final do experimento no dia 12 de novembro de 2014, procedeu-se, tanto para
a planta daninha como a cana-de-açúcar, o corte da parte aérea das plantas, separando-se as
folhas do caule e medindo-se em seguida a área foliar, utilizando um medidor de área foliar
automático, marca Hayashi Denkoh, modelo AAM-7 e após foi avaliada a matéria seca
(em estufa de circulação forçada de ar a 60ºC por 72 horas).
22
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO
6.1 Efeito da massa seca de Digitaria nuda
Na Tabela 3 observa-se os resultados da análise de variância
referente ao número de folhas de cana-de-açúcar da variedade RB855453, obtidos em
diferentes épocas de avaliação. Nota-se que houve efeito significativo da forma de
incorporação da gema em todos os períodos de avaliação. Já, para o efeito da quantidade
de massa de Digitaria nuda (DIGNU), apenas aos 14 e 21 DAPG (dias após o plantio da
gema) observaram-se valores significativos. Ressalta-se, ainda, que a interação entre os
dois fatores estudados foi não significativa para todos os efeitos estudados.
23
Tabela 3. Resultados da análise de variância referente ao número de folhas de cana-de-açúcar da variedade RB855453 obtidos em diferentes épocas de avaliação. Botucatu/SP, 2013.
Fontes de variação Dias após o plantio da gema 7 14 21 28 35 42
F Incorp. Gema (IG) 0 0,000** 0,000** 0,000** 0,000** 0,0238* Massa DIGNU (MD) 0 0,045* 0,2713* 0,149ns 0,5151ns 0,477ns IG x MD 0 0,085ns 0,4994ns 0,536ns 0,1286ns 0,135ns CV (%) 50,4 28,6 16,5 12,5 11,6 ** Significativo ao 1% de probabilidade * Significativo ao 5% de probabilidade NS ‐ Não Significativo DIGNU: Digitaria nuda Incorp. = incorporação
Na Tabela 4 tem-se apresentado os resultados das principais
variáveis estudadas. Quanto a forma de incorporação de gema ao solo, verifica-se que até
42 DAPG o número de folhas da cana-de-açúcar da variedade RB855453 foi maior quando
utilizou-se ‘gema brotada com massa seca na superfície’ (GBMSS) do solo em relação as
duas outras formas de incorporação: ‘gema não brotada com massa seca na superfície’
(GNBMSS) e ‘gema não brotada com massa seca incorporada’ (GNBMSI).
Ressalta-se que aos 42 dias GNBMSI apresentou um número de
folhas semelhante a GNBMSS, sendo que a GNBMSI apresentou-se também semelhante a
GBMSS. Tais resultados evidenciaram que a forma de incorporação da gema ao solo
perdeu sua influência sobre o número de folhas de cana-de-açúcar com o avanço dos
períodos de avaliação e que, provavelmente, caso existissem avaliações mais tardias, todas
as três formas de incorporação de gema mostraram-se semelhantes em relação a produção
de folhas da variedade RB855453.
Em relação à quantidade de massa seca de DIGNU testada (Tabela
4), nota-se que não houve influência da quantidade de massa seca utilizada sobre o número
de folhas produzidas pelas plantas de cana-de-açúcar e em nenhuma das épocas estudadas.
Assim quantidades de até 10 t ha-1 não afetaram a emissão de folhas da variedade
RB855453, evidenciando não haver efeito da massa seca de DIGNU sobre esta variável.
24
Tabela 4. Valores médios verificados para o número de folhas de cana-de-açúcar da variedade RB855453 obtidos no desdobramento dos graus de liberdade das variáveis principais em diferentes épocas de avaliação. Botucatu/SP, 2013.
Dias após o plantio da gema Formas de
incorporação da gema (IG) 7 14 21 28 35 42 GBMSS 0 2,33A 4,29 A 5,25 A 5,87 A 6,50 AGNBMSS 0 0,37B 2,37 B 3,71 B 4,29 B 5,95 BGNBMSI 0 0,37B 2,37 B 3,33 B 4,37 B 6,04 AB
Massa Seca de DIGNU (MD)
(t ha‐1) 0 0 0,75 A 2,75 A 4,00 A 4,83 A 6,08 A2 0 1,08 A 3,08 A 4,17 A 4,83 A 6,41 A4 0 0,91 A 2,58 A 3,67 A 4,58 A 5,91 A6 0 0,83 A 3,33 A 4,08 A 4,91 A 6,25 A8 0 1,33 A 3,17 A 4,25 A 4,83 A 6,00 A10 0 1,25 A 3,17 A 4,41 A 5,08 A 6,33 A
DMS (IG) 0,36 0,60 0,47 0,42 0,49 DMS (MD) 0,62 1,04 0,81 0,72 0,86 Médias seguidas pela mesma letra na coluna, não diferem estatisticamente entre si pelo teste Tukey(p<0,05). GBMSS: Gema brotada com massa seca na superfície; GNBMSI: Gema não brotada com massa seca incorporada; GNBMSS: Gema não brotada com massa seca na superfície. DIGNU: Digitaria nuda
Na Tabela 5 verifica-se os resultados da análise de variância
referente ao número de folhas de cana-de-açúcar da variedade RB867515, obtidos em
diferentes épocas de avaliação. Observa-se que houve efeito significativo da forma de
incorporação da gema em todos os períodos estudados. Já, para o efeito da quantidade de
massa de DIGNU, aos 14 DAPG registrou-se valores significativos. Ressalta-se, que a
interação entre os dois fatores estudados mostrou-se significativo apenas na avaliação
realizada aos 14 DAPG.
25
Tabela 5. Resultados da análise de variância referente ao número de folhas de cana-de-açúcar da variedade RB867515, obtidos em diferentes épocas de avaliação. Botucatu /SP, 2013.
Fontes de variação Dias após o plantio da gema 7 14 21 28 35 42
F Incorp. Gema (IG) 0 0,0000** 0,0000** 0,0000** 0,0000** 0,0000** Massa DIGNU (MD) 0 0,0272* 0,5672ns 0,9335ns 0,8880ns 0,6581ns IG x MD 0 0,0080** 0,8763ns 0,6721ns 0,7912ns 0,4054ns CV (%) 37,2 26,6 19,9 17,1 13,3 ** Significativo ao 1% de probabilidade * Significativo ao 5% de probabilidade NS ‐ Não Significativo DIGNU: Digitaria nuda Incorp. = incorporação
Na Tabela 6 observa-se os resultados das variáveis principais
estudadas. Quanto a forma de incorporação de gema ao solo, verifica-se que até aos 42
DAPG o número de folhas de cana-de-açúcar da variedade RB867515 foi maior quando
utilizou-se GBMSS do solo em relação as duas formas de incorporação (GNBMSS e
GNBMSI). Quando da utilização de gema não brotada, a manutenção da massa seca de
DIGNU sobre a superfície do solo determinou reduções maiores no número de folhas em
relação a sua incorporação.
Em relação a quantidade de massa seca de DIGNU avaliada
(Tabela 6), registra-se que apenas aos 14 DAPG houve influência de massa seca nas
quantidades utilizadas sobre o número de folhas de cana-de-açúcar. Dos 21 até 42 DAPG
não ocorreu influência das quantidades utilizadas de massa seca sobre o número de folhas
da cana-de-açúcar. Portanto, quantidades até 10 t ha-1 não afetaram a emissão de folhas da
variedade RB867515.
26
Tabela 6. Valores médios verificados para o número de folhas de cana-de-açúcar da variedade RB867515 obtidos no desdobramento dos graus de liberdade das variáveis principais em diferentes épocas de avaliação. Botucatu/SP, 2013.
Dias após o plantio da gema Formas de
incorporação da gema(IG) 7 14 21 28 35 42 GBMSS 0 2,12 A 4,20 A 4,91 A 5,66 A 6,54 AGNBMSS 0 0,00 B 1,95 B 3,25 B 3,50 C 5,04 CGNBMSI 0 0,00 B 1,45 C 2,16 C 4,33 B 5,83 B
Massa Seca de DIGNU (MD)
(t ha‐1) 0 0 0,58 B 2,58 A 3,33 A 4,33 A 5,58 A2 0 0,75 AB 2,50 A 3,33 A 4,58 A 5,91 A4 0 0,66 AB 2,75 A 3,50 A 4,41 A 6,00 A6 0 0,91 A 2,66 A 3,58 A 4,58 A 5,83 A8 0 0,75 AB 2,25 A 3,41 A 4,41 A 5,58 A10 0 0,58 B 2,50 A 3,50 A 4,66 A 5,91 A
DMS (IG) 0,18 0,47 0,47 0,53 0,53 DMS (MD) 0,31 0,81 0,82 0,92 0,92 Médias seguidas pela mesma letra na coluna, não diferem estatisticamente entre si pelo teste Tukey (p<0,05). GBMSS: Gema brotada com massa seca na superfície; GNBMSI: Gema não brotada com massa seca incorporada; GNBMSS: Gema não brotada com massa seca na superfície. DIGNU: Digitaria nuda
Na Tabela 7, ao analisar-se a interação entre os fatores estudados,
aos 14 DAPG da variedade RB867515, observa-se que o número de folhas foi maior
quando da utilização da GBMSS, independente da sua quantidade de massa estudada
quando comparada as outras duas formas de incorporação da gema da cana-de-açúcar
(GNBMSS) e (GNBMSI).
27
Tabela 7. Valores médios verificados para o número de folhas de cana-de-açúcar da variedade RB867515 obtidos no desdobramento dos graus de liberdade da interação, aos 14 dias de avaliação. Botucatu/SP, 2013.
Massa seca de DIGNU (MD) (t ha‐1)
Dias após início do plantio da gema 14
Formas de Incorporação da Gema (IG)
GBMSS GNBMSS GNBMSI
0 1,75 aB 0,00 bA 0,00 bA 2 2,25 aAB 0,00 bA 0,00 bA 4 2,00 aB 0,00 bA 0,00 bA 6 2,75 aA 0,00 bA 0,00 bA 8 2,25 aAB 0,00 bA 0,00 bA 10 1,75 aB 0,00 bA 0,00 bA
DMS (IG)) 0,44 DMS (MD) 0,55 GBMSS: Gema brotada com massa seca na superfície; GNBMSI: Gema não brotada com massa seca incorporada; GNBMSS: Gema não brotada com massa seca na superfície Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na coluna e minúscula na linha, não diferem estatisticamente entre si pelo teste Tukey (p<0,05). DIGNU: Digitaria Nuda
Na Tabela 8 nota-se os resultados da análise de variância referente
ao número de folhas de cana-de-açúcar da variedade SP813250, obtidos em diferentes
épocas de avaliação. Houve efeito significativo da forma de incorporação da gema em
todos os períodos de avaliação estudados. Para o efeito da quantidade de massa de DIGNU
estudada, observa-se que não houve efeito significativo em todos os períodos de avaliação
analisados. Verifica-se, também, que a interação entre os fatores estudados mostrou-se não
significativa para todas as épocas.
28
Tabela 8. Resultados da análise de variância referente ao número de folhas de cana-de- açúcar da variedade SP813250, obtidos em diferentes épocas de avaliação. Botucatu/SP, 2013.
Fontes de variação Dias após o plantio da gema 7 14 21 28 35 42
F Incorp. Gema (IG) 0 0,0000** 0,0000** 0,0000** 0,0000** 0,0000** Massa DIGNU (MD) 0 0,7347ns 0,053ns 0,7001ns 0,0514ns 0,3803ns IG x MD 0 0,3495ns 0,8503ns 0,3194ns 0,230ns 0,5852ns CV (%) 36,8 20,5 17,1 15,1 12,9 ** Significativo ao 1% de probabilidade * Significativo ao 5% de probabilidade NS ‐ Não Significativo DIGNU: Digitaria nuda Incorp. = incorporação
Na Tabela 9 tem-se apresentado os resultados das variáveis
principais estudadas. Quanto a forma de incorporação de gema ao solo da variedade
SP813250, verifica-se que até aos 42 DAPG o número de folhas de cana-de-açúcar foi
maior quando utilizou-se GBMSS do solo em relação as duas formas de incorporação:
GNBSS e GNBMSI. Em todas as épocas de avaliação a GNBMSS apresentou um número
de folhas semelhante a GNBMSI. Em relação a quantidade de massa seca de DIGNU
estudada verifica-se que não houve influência das quantidades utilizadas de massa seca
sobre o número de folhas da cana-de-açúcar em nenhuma das épocas estudadas. Assim, as
quantidades de até 10 t ha-1 não influenciaram a emissão de folhas da variedade SP813250
(Tabela 9).
29
Tabela 9. Valores médios verificados para o número de folhas de cana-de-açúcar da variedade SP813250, obtidos no desdobramento dos graus de liberdade das variáveis nos desdobramentos principais obtidos, em diferentes épocas de avaliação. Botucatu/SP, 2013.
Dias após o plantio da gema Formas de
incorporação da gema (IG) 7 14 21 28 35 42 GBMSS 0 3,04 A 4,62 A 4,95 A 7,16 A 8,20 AGNBMSS 0 0,58 B 2,83 B 3,87 B 4,25 B 5,83 BGNBMSI 0 0,37 B 2,37 B 3,12 B 4,50 B 6,41 B
Massa Seca de DIGNU (MD)
(t ha‐1) 0 0 1,25 A 2,83 A 3,91 A 4,75 A 6,41 A2 0 1,25 A 3,00 A 3,83 A 5,00 A 6,58 A4 0 1,33 A 3,33 A 4,16 A 5,66 A 7,00 A6 0 1,25 A 3,58 A 3,83 A 5,66 A 6,83 A8 0 1,41 A 3,33 A 4,00 A 5,33 A 7,00 A10 0 1,50 A 3,58 A 4,16 A 5,41 A 7,08 A
DMS (IG) 0,34 0,46 0,47 0,56 0,61 DMS (MD) 0,59 0,81 0,82 0,97 1,06 Médias seguidas pela mesma letra na coluna, não diferem estatisticamente entre si pelo teste Tukey (p<0,05). GBMSS: Gema brotada com massa seca na superfície; GNBMSI: Gema não brotada com massa seca incorporada; GNBMSS: Gema não brotada com massa seca na superfície (p<0,05). DIGNU: Digitaria nuda
Na Tabela 10 observa-se os resultados da análise de variância
referente à altura de plantas de cana-de-açúcar da variedade RB855453 obtidos em
diferentes épocas de avaliação. Verifica-se que houve efeito significativo da forma de
incorporação da gema em todos os períodos de avaliação estudados. Já, para o efeito da
quantidade de massa de DIGNU foi significativa apenas aos 14 e 21 DAPG. Nota-se,
ainda, que a interação entre os fatores estudados mostrou-se não significativo para todos os
períodos estudados.
30
Tabela 10. Resultados da análise de variância referente à altura de plantas de cana-de-açúcar da variedade RB855453, obtidos em diferentes épocas de avaliação. Botucatu/SP, 2013.
Fontes de variação Dias após o plantio da gema 7 14 21 28 35 42
F Incorp. Gema (IG) 0,0000** 0,0000** 0,0000** 0,0000** 0,0000** 0,0050** Massa DIGNU (MD) 0,1847ns 0,0001* 0,0034 ** 0,0527ns 0,0681ns 0,0520ns IG x MD 0,6109ns 0,251ns 0,9123ns 0,4917ns 0,3616ns 0,6951ns CV (%) 44,2 23,9 19,5 17,9 17,7 18,5 ** Significativo ao 1% de probabilidade * Significativo ao 5% de probabilidade ns ‐ Não Significativo DIGNU: Digitaria nuda Incorp. = incorporação
Na Tabela 11 nota-se, quanto a forma de incorporação da gema ao
solo, que até aos 35 DAPG a altura de plantas de cana-de-açúcar da variedade RB855453
foi maior quando utilizada GBMSS do solo em relação as duas demais formas de
incorporação (GNBMSS e GNBMSI). Aos 42 dias, GNBMSI apresentou à altura de
plantas semelhante a GBMSS e GNBMSS, porém no uso de gema não brotada a
manutenção da massa seca de DIGNU sobre a superfície do solo foi pior ao crescimento
das plantas da variedade RB855453.
Em relação a quantidade de massa seca de DIGNU avaliada
(Tabela 11), verifica-se que houve influência da quantidade utilizada de massa seca sobre a
altura de plantas de cana-de-açúcar aos 14, 21 e 42 DAPG. Aos 14 DAPG, sem o uso de
massa seca de DIGNU (0 t ha-1) observa-se as maiores alturas de plantas sendo que o uso
da massa seca de DIGNU incrementou significativamente a altura de plantas, com exceção
da quantidade de 4 t ha-1. Aos 21 DAPG o mesmo efeito ocorreu, porém com exceção das
quantidades de 4 e 10 t ha-1 que foram semelhantes a quantidade de 0 t/ha-1. Aos 42 DAPG,
as parcelas que não receberam a massa seca de DIGNU apresentaram altura média inferior
aos demais tratamentos que receberam a massa seca de DIGNU, sendo estatisticamente
inferior somente quando do uso de 10 t ha-1.
Tais resultados evidenciam que não houve um efeito inibitório das
quantidades de massa seca de DIGNU sobre a altura de plantas de cana-de-açúcar e, sim
um efeito positivo com 10 t ha-1 quando do uso da massa seca de DIGNU sobre a altura de
plantas da variedade RB855453. Pereira et al. (2011) observaram resultados inversos
quanto à altura de plantas de milho e girassol, pois encontraram efeitos inibitório do
31
capim-colchão sobre essas espécies, com reduções de 26,5 e 14,6% na altura de plantas
com o uso de 10 t ha-1 de palhada, respectivamente.
Segundo Durigan & Almeida (1993), resíduos de plantas em
cobertura liberam, de forma lenta e contínua, quantidades de aleloquímicos com efeitos
negativos sobre as plantas. No entanto, contatou-se efeito benéfico causado, possivelmente,
por propriedades físicas da palhada, que possibilitou maior retenção de umidade e menor
variação de temperatura no solo e liberação de nutrientes (Vedoato, 1985). Contudo, o
efeito benéfico pode ter ocorrido pelo efeito de aleloquímicos quando liberados em
quantidades muito pequenas poderem ocasionar maior crescimento (Genzi; MC CALLA,
1966).
Tabela 11. Valores médios verificados para altura de plantas (cm) de cana-de-açúcar da variedade RB855453, obtidos no desdobramento dos graus de liberdade das variáveis principais em diferentes épocas de avaliação. Botucatu/SP, 2013.
Dias após o plantio da gema Formas de
incorporação da gema(IG) 7 14 21 28 35 42 GBMSS 3,43 A 9,06 A 11,24 A 14,14 A 16,80 A 19,05 AGNBMSS 0,26 B 3,16 B 5,58 B 9,86 B 12,63 B 15,87 BGNBMSI 0,61 B 2,74 B 6,56 B 9,45 B 13,90 B 17,32 AB
Massa Seca de DIGNU (MD)
(t ha‐1) 0 1,01 A 3,55 B 6,50 B 10,14 A 13,25 A 15,97 B2 1,48 A 5,25 A 8,43 A 11,38 A 14,21 A 17,30 AB4 1,40 A 4,38 AB 6,86 AB 9,94 A 13,34 A 16,53 AB6 1,48 A 5,69 A 8,52 A 11,92 A 14,92 A 17,77 AB8 1,52 A 5,42 A 8,37 A 11,44 A 14,98 A 18,63 AB10 1,71 A 5,65 A 8,12 AB 12,13 A 16,15 A 20,05 A
DMS (IG) 0,44 0,83 1,05 1,39 1,78 2,24 DMS (MD) 0,76 1,43 1,83 2,41 3,25 3 ,88 Médias seguidas pela mesma letra na coluna, não diferem estatisticamente entre si pelo teste Tukey (p<0,05). GBMSS: Gema brotada com massa seca na superfície; GNBMSI: Gema não brotada com massa seca incorporada; GNBMSS: Gema não brotada com massa seca na superfície (P<0,05). DIGNU: Digitaria nuda
Na Tabela 12 verifica-se os resultados da análise de variância
referente à altura de plantas de cana-de açúcar da variedade RB867515, obtidos em
32
diferentes épocas de avaliação. Registra-se que houve efeito significativo da forma de
incorporação da gema em todos os períodos estudados. Com relação ao efeito da
quantidade de massa seca de DIGNU somente aos 7, 21 e 28 DAPG observou-se valores
significativos. Ressalta-se, que a interação entre os dois fatores estudados mostrou-se
significativo apenas nas avaliações realizadas aos 7, 14, 21 e 28 DAPG.
Tabela 12. Resultados da análise de variância referente à altura de plantas (cm) de cana-de-açúcar da variedade RB867515, obtidos em diferentes épocas de avaliação. Botucatu/SP, 2013.
Fontes de variação Dias após o plantio da gema
7 14 21 28 35 42 F Incorp. Gema (IG) 0,0000** 0,0000** 0,0000** 0,000** 0,0000** 0,0000** Massa DIGNU (MD) 0,0011** 0,0653 ns 0,0485 * 0,0125 * 0,9986ns 0,8429ns IG x MD 0,0000** 0,0313 * 0,009 ** 0,0067 ** 0,4022 ns 0,5043 ns CV (%) 29,0 32,7 20,2 16,7 17,7 15,4 ** Significativo ao 1% de probabilidade * Significativo ao 5% de probabilidade ns ‐ Não Significativo DIGNU: Digitaria nuda Incorp. = incorporação
Na Tabela 13 estão-se apresentados os resultados das variáveis
principais estudadas para altura das plantas de cana-de-açúcar da variedade RB867515.
Quanto a forma de incorporação de gema ao solo, nota-se que em todas épocas avaliadas a
altura de plantas de cana-de-açúcar da variedade RB867515 foi maior quando utilizou-se a
GBMSS do solo em relação as outras variedades (GNBMSS e GNBMSI), sendo que
GNBMSS apresentou altura de plantas superior a GNBMSI, evidenciando um efeito
negativo do uso da massa seca de DIGNU sobre gemas não brotadas da variedade
RB867515, sendo maior quando incorporada ao solo em relação a sua manutenção na
superfície. Segundo Goldfarb et al. (2009), quimicamente, a palhada da cobertura pode
liberar substâncias no meio, que podem causar diminuição da germinação e do
desenvolvimento de plantas.
Em relação a quantidade de massa seca de DIGNU testada,
verifica-se que houve influência da quantidade de massa seca de DIGNU utilizada sobre a
altura de plantas de cana-de-açúcar aos 7, 21, e 28 DAPG. No final do estudo aos 35 e 42
DAPG, todas as quantidades de massa seca de DIGNU utilizadas influenciaram a altura de
33
plantas da cana-de-açúcar de forma semelhante. Assim, quantidades de até 10 t ha-1 não
afetaram a altura de plantas da variedade de cana-de-açúcar RB867515 (Tabela 13).
Tabela 13. Valores médios verificados para altura de plantas (cm) de cana-de-açúcar da variedade RB867515, obtidos no desdobramento dos graus de liberdade das variáveis principais em diferentes épocas de avaliação. Botucatu/SP, 2013.
Dias após o plantio da gema Formas de
incorporação da gema (IG) 7 14 21 28 35 42
GBMSS 3,35 A 10,50 A 12,45 A 14,46 A 17,75 A 20,42 AGNBMSS 0,07 B 2,03 B 5,69 B 9,70 B 13,14 B 16,02 BGNBMSI 0,29 B 0,52 C 2,91 C 6,90 C 10,59 C 15,00 C
Massa Seca de DIGNU (MD)
(t ha‐1) 0 1,65 A 5,20 A 8,02 A 10,30 AB 14,00 A 17,58 A2 1,25 AB 4,54 A 6,98 AB 10,52 AB 13,66 A 17,18 A4 1,28 AB 4,40 A 7,00 AB 10,77 A 13,88 A 16,55 A6 1,12 B 3,56 A 6,25 B 8,60 B 13,64 A 16,57 A8 1,01 B 3,72 A 6,63 AB 10,98 A 13,80 A 17,67 A10 1,11 B 4,68 A 7,33 AB 10,95 A 13,99 A 17,33 A
DMS (IG) 2,25 0,99 0,98 1,20 1,70 1,83 DMS (MD) 0,43 1,71 1,71 2,08 2,96 3,18 Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na coluna, não diferem estatisticamente entre si pelo teste Tukey (p<0,05). GBMSS: Gema brotada com massa seca na superfície; GNBMSI: Gema não brotada com massa seca incorporada; GNBMSS: Gema não brotada com massa seca na superfície DIGNU: Digitaria nuda
Na Tabela 14, ao analisar-se a interação entre os fatores estudados,
da variedade de cana-de-açúcar RB867515, nota-se aos 7 e 14 DAPG que a altura de
plantas de cana-de-açúcar foi maior na GBMSS, independente da quantidade de massa
seca de DIGNU testada sendo que a GNBMSS apresentou-se semelhante a GNBMSI. Aos
14 DAPG, observa-se que a altura de plantas de cana-de-açúcar foi maior da utilização da
GBMSS, independente da quantidade de massa seca estudada quando comparada as outras
duas formas de incorporação da gema, GNBMSS e GNBMSI.
34
Tabela 14. Valores médios verificados para altura de plantas (cm) de cana-de-açúcar da variedade RB867515, obtidos no desdobramento dos graus de liberdade da interação, aos 7 e 14 dias de avaliação Botucatu/SP, 2013.
Formas de incorporação da gema (IG) Dia após início do plantio da gema 7
14
Massa Seca de DIGNU (MD) (t ha‐1)
GBMSS GNBMSS GNBMSI GBMSS GNBMSS GNBMSI
0 3,22 aAB 0,00 cA 1,73 bA 10,62 aA 1,85 bA 3,12 bA 2 3,32 aAB 0,42 bA 0,00 bB 11,50 aA 2,12 bA 0,00 bB 4 3,85 aA 0,00 bA 0,00 bB 11,62 aA 1,57 bA 0,00 bB 6 3,38 aAB 0,00 bA 0,00 bB 8,87 aA 1,82 bA 0,00 bB 8 3,02 aB 0,00 bA 0,00 bB 9,00 aA 2,17 bA 0,00 bB 10 3,32 aAB 0,00 bA 0,00 bB 11,37 aA 2,67 bA 0,00 bB
DMS (IG) 0,61 2,42 DMS (MD) 0,75 2,97 GBMSS: Gema brotada com massa seca na superfície; GNBMSI: Gema não brotada com massa seca incorporada; GNBMSS: Gema não brotada com massa seca na superfície. Médias seguidas pela mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna, não diferem entre si estatisticamente pelo teste Tukey (p<0,05). DIGNU: Digitaria nuda
Na Tabela 15, ao verificar-se a interação entre os fatores estudados,
da variedade RB867515, observa-se aos 21 DAPG, que a altura de plantas de cana-de-
açúcar foi maior da utilização da GBMSS, independente da sua quantidade de massa seca
de DIGNU estudada quando comparada as outras duas formas de incorporação (GNBSS e
GNBMSI). A GNBMSI foi inferior a GNBMSS, porém as quantidades de massa seca de
D. nuda de 0, 2 e 10 t ha-1 foram semelhantes a GNBMSS. Aos 28 DAPG, a altura de
plantas de cana-de-açúcar foi maior quando da utilização da GBMSS, contudo, nas
quantidades de 6 e 8 t ha-1 de massa seca de D. nuda da GNBMSS foi semelhante a
GBMSS.
Quanto as formas de incorporação, GNBMSS apresentou médias
superiores a GNBMSI, e esta obteve resultados semelhantes a GNBMSS apenas nas
quantidades de massa seca de DIGNU em 0, 4 e 6 t ha-1.
35
Tabela 15. Valores médios verificados para altura de plantas (cm) de cana-de-açúcar da variedade RB867515, obtidos no desdobramento dos graus de liberdade da interação aos 21 e 28 dias de avaliação Botucatu/SP, 2013.
Formas de incorporação da gema (IG) Dias após início do plantio da gema 21
28
Massa Seca de DIGNU (MD)
(t ha‐1) GBMSS GNBMSS GNBMSI GBMSS GNBMSS GNBMSI
0 13,12 aA 5,25 bA 5,70 bA 15,00 aA 7,35 bB 8,55 bA 2 12,32 aA 5,50 bA 3,12 bAB 15,70 aA 10,17 bAB 5,70 cA 4 13,47 aA 5,55 bA 1,97 cB 15,62 aA 9,77 bAB 6,92 bA 6 10,85 aA 5,92 bA 2,00 cB 10,85 aAB 8,65 abAB 6,30 bA 8 11,32 aA 6,75 bA 1,82 cB 14,42 aAB 11,82 aA 6,70 bA 10 13,60 aA 5,20 bA 3,20 bAB 15,17 aA 10,42 bAB 7,25 cA
DMS (IG) 2,41 2,94 DMS (MD) 2,96 3,61 GBMSS: Gema brotada com massa seca na superfície; GNBMSI: Gema não brotada com massa seca incorporada; GNBMSS: Gema não brotada com massa seca na superfície. Médias seguidas pela mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna, não diferem entre si estatisticamente pelo teste Tukey (p<0,05). DIGNU: Digitaria nuda
Na Tabela 16, estão apresentados os resultados da análise de
variância referente à altura de plantas de cana-de-açúcar da variedade SP813250, obtidos
em diferentes épocas de avaliação. Nota-se que houve efeito significativo da forma de
incorporação da gema em todos os períodos de avaliação estudados. Para o efeito da
quantidade de massa seca de DIGNU testada, todos os períodos de avaliação estudados
foram não significativos. Ressalta-se ainda que a interação entre os dois fatores estudados
mostrou-se não significativo em todas as épocas avaliadas.
36
Tabela 16. Resultados da análise de variância referente à altura de plantas (cm) da cana-de-açúcar da variedade SP813250, obtidos em diferentes épocas de avaliação. Botucatu/SP, 2013.
Fontes de variação Dias após o plantio da gema 7 14 21 28 35 42
F Incorp. Gema (IG) 00000** 00000** 00000** 00000** 00000** 00000** Massa DIGNU (MD) 0,7408ns 0,7522ns 0,0982ns 0,3888ns 0,0908ns 0,1002ns IG x MD 0,5416ns 0,9455ns 0,7649ns 0,5300ns 0,4741ns 0,2765ns CV (%) 47,9 28,2 20,3 20,7 18,5 17,1 ** Significativo ao 1% de probabilidade * Significativo ao 5% de probabilidade ns ‐ Não Significativo DIGNU: Digitaria nuda Incorp. = incorporação
Na Tabela 17 tem-se apresentado os resultados das variáveis
principais estudados. Quanto a forma de incorporação da gema ao solo, verifica-se que até
aos 42 DAPG o número de plantas de cana-de-açúcar da variedade SP81-3250 foi maior
quando utilizada a GBMSS em relação as duas demais formas de incorporação (GNBMSS
e GNBMSI). Ressalta-se, ainda, que a forma de incorporação GNBMSI obteve maiores
médias que a GNBMSS aos 35 e 42 DAPG. Porém não diferiu nas avaliações aos 7, 14 e
21 DAPG evidenciando um efeito negativo no crescimento das plantas de cana-de-açúcar
quando da colocação da massa seca de DIGNU sobre o solo.
Porém, tais resultados evidenciam que a forma de incorporação da
gema ao solo pode ter influenciado a altura de plantas de cana-de-açúcar com o avanço dos
períodos de avaliação. Em relação a quantidade de massa seca de DIGNU testada (Tabela
17), verifica-se que não houve influência de nenhuma quantidade utilizada sobre a altura
de plantas de cana-de-açúcar em todas as épocas estudadas. Assim, quantidades de até 10 t
ha-1 não afetaram a altura de plantas da variedade SP813250. Pereira et al. (2011)
observaram que a incorporação de massa seca de capim-colchão não afetou o
desenvolvimento da cultura de triticale, não reduzindo a altura de suas plantas, o que
corrobora os dados ora encontrados.
37
Tabela 17. Valores médios verificados para altura de plantas (cm) de cana-de-açúcar da variedade SP813250, obtidos no desdobramento dos graus de liberdade das variáveis principais, em diferentes épocas de avaliação. Botucatu/SP, 2013.
Dias após o plantio da gema Formas de
incorporação da gema (IG) 7 14 21 28 35 42 GBMSS 2,67 A 5,61 A 9,41 A 12,47 A 19,53 A 22,49 AGNBMSS 0,47 B 3,57 B 5,67 B 10,40 B 10,29 C 12,70 CGNBMSI 0,44 B 2,94 B 5,52 B 7,51 C 13,64 B 17,90 B
Massa Seca de DIGNU (MD)
(t ha‐1) 0 1,04 A 3,64 A 6,07 A 9,00 A 13,17 A 15,85 A2 1,06 A 4,24 A 7,07 A 10,38 A 13,54 A 17,12 A4 1,27 A 4,25 A 6,34 A 10,76 A 16,05 A 19,43 A6 1,23 A 3,91 A 7,48 A 10,60 A 15,43 A 18,54 A8 1,35 A 4,20 A 7,39 A 9,95 A 14,19 A 17,68 A10 1,24 A 4,02 A 6,86 A 10,08 A 14,58 A 17,58 A
DMS (IG) 0,39 0,79 0,97 1,46 1,86 2,10 DMS (MD) 0,69 1,37 1,68 2,53 3,23 3,64 Médias seguidas pela mesma letra na coluna, não diferem estatisticamente entre si pelo teste Tukey (P<0,05). GBMSS: Gema brotada com massa seca na superfície; GNBMSI: Gema não brotada com massa seca incorporada; GNBMSS: Gema não brotada com massa seca na superfície. DIGNU: Digitaria nuda
Na Tabela 18, observa-se os resultados da análise de variância
referente ao diâmetro de perfilho de cana-de-açúcar da variedade RB867515, obtidos em
diferentes épocas de avaliação. Registra-se que houve efeito significativo da forma de
incorporação da gema em todos os períodos de avaliação estudados. Quanto ao efeito da
quantidade de massa seca de DIGNU, apenas aos 7 e 14 DAPG houve efeito significativo.
Ressalta-se, ainda, que aos 14 DAPG houve efeito significativo da interação entre os dois
fatores estudados.
38
Tabela 18. Resultados da análise de variância referente ao diâmetro de perfilho (cm) de cana-de-açúcar da variedade RB867515, obtidos em diferentes épocas de avaliação. Botucatu /SP, 2013.
Fontes de variação Dias após o plantio da gema 7 14 21 28 35 42
F Incorp. Gema (IG) 0,0000** 0,0000** 0,0000** 0,0000** 0,0000** 0,0000** Massa DIGNU (MD) 0,0009** 0,0253* 0,0548ns 0,1334ns 0,5830ns 0,6417ns IG x MD 0,1883ns 0,0167* 0,0558ns 0,1996ns 0,9485ns 0,8196ns CV (%) 47,6 49,8 14,0 11,8 10,6 9,00 ** Significativo ao 1% de probabilidade * Significativo ao 5% de probabilidade ns ‐ Não Significativo DIGNU: Digitaria nuda Incorp. = incorporação
Na Tabela 19, quanto a forma de incorporação de gema ao solo,
verifica-se que aos 7 e 14 DAPG os resultados para o diâmetro de perfilho para a variedade
de cana-de-açúcar RB867515 foram distintos e com diâmetro maior quando do uso das
GBMSS somente aos 7 dias. Para os períodos de 21 e 28 DAPG, os resultados observados
foram semelhantes com os diâmetros de perfilhos maiores quando do uso da GNBMSS e
semelhantes entre a GNBMSS e GBMSI. Aos 35 e 42 DAPG os diâmetros de perfilho
foram maiores também quando do uso da GNBMSS, porém os perfilhos das parcelas que
receberam GNBMSI apresentaram diâmetro superior as GBMSS.
Quanto a quantidade de massa seca de DIGNU, nota-se que todos
os tratamentos testados (0 a 10 t ha-1) proporcionaram diâmetros de perfilhos semelhantes
nas plantas da variedade RB867515, demonstrando não haver influência da quantidade de
massa seca de DIGNU sobre este parâmetro da cultura estudada. Porém, Santos (2002),
registra que a matéria seca de milho, quando incorporada ao solo na quantidade de 8 t ha-1,
afetou negativamente o incremento de diâmetro do caule do cafeeiro, em até 60 dias após o
plantio, no entanto as quantidades de 2 e 4 t ha-1 de matéria seca não apresentaram efeito
significativo.
39
Tabela 19. Valores médios verificados para diâmetro de perfilho (cm) de cana-de-açúcar da variedade RB867515, obtidos no desdobramento dos graus de liberdade das variáveis principais em diferentes épocas de avaliação. Botucatu/SP, 2013.
Dias após o plantio da gema Formas de
incorporação da gema (IG) 7 14 21 28 35 42 GBMSS 0,50 A 0,56 A 0,61 B 0,63 B 0,67 C 0,75 CGNBMSS 0,02 B 0,52 A 0,75 A 0,82 A 0,97 A 1,09 AGNBMSI 0,00 B 0,19 B 0,55 B 0,65 B 0,76 B 0,95 B
Massa Seca de DIGNU (MD)
(t ha‐1) 0 0,15 B 0,42 AB 0,59 A 0,70 A 0,78 A 0,91 A2 0,28 A 0,58 A 0,69 A 0,72 A 0,79 A 0,91 A4 0,15 A 0,48 AB 0,69 A 0,75 A 0,82 A 0,95 A6 0,15 A 0,28 B 0,61 A 0,65 A 0,78 A 0,91 A8 0,15 A 0,35 AB 0,65 A 0,70 A 0,80 A 0,95 A10 0,15 A 0,43 AB 0,61 A 0,68 A 0,83 A 0,95 A
DMS (IG) 0,05 0,14 0,06 0,05 0,05 0,05 DMS (MD) 0,10 0,25 0,10 0,10 0,10 0,10 Médias seguidas pela mesma letra na coluna, não diferem estatisticamente entre si pelo teste Tukey (p<0,05). GBMSS: Gema brotada com massa seca na superfície; GNBMSI: Gema não brotada com massa seca incorporada; GNBMSS: Gema não brotada com massa seca na superfície. DIGNU: Digitaria nuda
Na Tabela 20, ao analisar-se a interação entre os fatores estudados,
aos 14 DAPG da variedade de cana-de-açúcar RB867515, nota-se que o diâmetro de
perfilho na utilização de GBMSS, com exceção de 2 e 4 t ha-1, obteve resultados
semelhantes a GNBMSI, e superiores a GNBMSS dependendo da quantidade de massa
seca de DIGNU utilizada, sendo de forma mais intensa quando da utilização de
quantidades iguais ou superiores a 6 t ha-1. Ao analisar-se a quantidade de massa seca de
DIGNU dentro de cada forma de incorporação da gema, verifica-se que não houve efeito
da massa seca de DIGNU sobre o diâmetro de perfilho aos 14 DAPG.
40
Tabela 20. Valores médios verificados para diâmetro de perfilho (cm) de cana-de-açúcar da variedade RB867515 obtidos no desdobramento dos graus de liberdade da interação, aos 14 dias de avaliação. Botucatu/SP, 2013.
Dia após início do plantio da gema
14 Formas de incorporação (IG)
Massa Seca DIGNU (MD) t ha‐1
GBMSS GNBMSI GNBMSS
0 0,50 aA 0,52 aAB 0,250 aAB 2 0,55 abA 0,80 aA 0,40 bAB 4 0,55 aA 0,37 aAB 0,52 aA 6 0,52 aA 0,32 abB 0,00 bB 8 0,60 aA 0,47 aAB 0,00 bB 10 0,67 aA 0,62 aAB 0,00 bB
DMS (IG) DMS (MD)
0,36 0,44
GBMSS: Gema brotada com massa seca na superfície; GNBMSI: Gema não brotada com massa seca incorporada; GNBMSS: Gema não brotada com massa seca na superfície. Médias seguidas pela mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna, não diferem entre si estatisticamente pelo teste Tukey (P<0,05). DIGNU: Digitaria nuda
Na Tabela 21, verifica-se que não houve efeito significativo da
forma de incorporação da gema apenas somente aos 28 DAPG. Para o efeito de quantidade
de massa seca de DIGNU testada, apenas aos 42 DAPG registrou-se valores significativos.
Ressalta-se, que a interação entre os dois fatores estudados mostrou-se significativa aos 7,
28, 35 e 42 DAPG.
Tabela 21. Resultados da análise de variância referente ao diâmetro de perfilho (cm) de cana-de-açúcar da variedade RB855453, obtidos em diferentes épocas de avaliação. Botucatu/SP, 2013.
Fontes de variação Dias após o plantio da gema 7 14 21 28 35 42
F Incorp. Gema (IG) 0,0001** 0,012* 0,0184** 0,1205ns 0,0090** 0,0121* Massa DIGNU (MD) 0,1333ns 0,158 ns 0,7875 ns 0,1531 ns 0,5206 ns 0,0432 * IG x MD 0,0035** 0,115ns 0,0570ns 0,0116* 0,0106** 0,0100* CV (%) 65,5 32,8 22,2 17,5 14,6 11,3 ** Significativo ao 1% de probabilidade * Significativo ao 5% de probabilidade ns ‐ Não Significativo DIGNU: Digitaria nuda Incorp. = incorporação
41
Na Tabela 22, quanto a forma de incorporação de gema ao solo da
variedade RB855453, observa-se que o diâmetro de perfilho foi maior quando da utilização
da GBMSS até aos 21 DAPG sobre GNBMSS e GNBMSI. Já, a partir dos 35 DAPG a
GNBMSS apresentou diâmetro maior que a GNBMSI, porém semelhante a GNBMSS.
Em relação a quantidade de massa seca de DIGNU testada (Tabela
22), nota-se que não houve influência do montante utilizado sobre o diâmetro de perfilho
das plantas de cana-de-açúcar, independente da quantidade utilizada, em relação a
testemunha (0 t ha-1). No entanto, Santos (2002) observou que as palhadas de milho em
cobertura causaram maior acúmulo de biomassa seca de caule em plantas de café, que a
incorporada e a testemunha sem palha.
Tabela 22. Valores médios verificados para diâmetro de perfilho (cm) de cana-de-açúcar da variedade RB855453, obtidos no desdobramento dos graus de liberdade das variáveis principais em diferentes épocas de avaliação. Botucatu/SP, 2013
Dias após o plantio da gema Formas de
incorporação da gema (IG) 7 14 21 28 35 42 GBMSS 0,45 A 0,61 A 0,75 A 0,80 A 0,87 AB 0,96 ABGNBMSS 0,16 B 0,55AB 0,62 B 0,79 A 0,90 A 1,00 A GNBMSI 0,21 B 0,45B 0,68 AB 0,72 A 0,79 B 0,90 B
Massa Seca de DIGNU (MD)
(t ha‐1) 0 0,15 A 0,43 A 0,72 A 0,81 A 0,86 A 0,98 AB 2 0,32 A 0,52 A 0,64 A 0,81 A 0,90 A 1,03 A 4 0,29 A 0,51 A 0,64 A 0,77 A 0,86 A 0,96 AB 6 0,29 A 0,55 A 0,70 A 0,70 A 0,82 A 0,90 B 8 0,35 A 0,61 A 0,67 A 0,77 A 0,85 A 0,93 AB 10 0,25 A 0,60 A 0,67 A 0,74 A 0,81 A 0,91 AB
DMS (IG) 0,12 0,12 0,10 0,09 0,08 0,07 DMS (MD) 0,21 0,21 0,18 0,16 0,15 0,13 Médias seguidas pela mesma letra na coluna, não diferem estatisticamente entre si pelo teste Tukey (p<0,05). GBMSS: Gema brotada com massa seca na superfície; GNBMSI: Gema não brotada com massa seca incorporada; GNBMSS: Gema não brotada com massa seca na superfície. DIGNU: Digitaria nuda
Na Tabela 23, ao analisar-se a interação entre os fatores estudados,
aos 7 DAPG da variedade de cana-de-açúcar RB855453, nota-se que o diâmetro de
42
perfilho foi maior quando da utilização da GBMSS, independente da sua quantidade de
massa seca de DIGNU estudada quando comparada as outras duas formas de incorporação:
GNBMSS e GNBMSI, exceção quando utilizou-se 2, 4 e 6 t ha-1 de massa seca de DIGNU
com relação à GNBMSI somente. Aos 28 DAPG, verifica-se que o diâmetro de perfilho da
cana-de-açúcar foi semelhante dentro de cada forma de incorporação da gema de cada
quantidade de massa seca de DIGNU utilizada, com exceção da quantidade de 4 t ha-1
quando da utilização da GNBMSS que foi inferior as demais formas de incorporação de
gema (GBMSS e GNBMSI).
Tabela 23. Valores médios verificados para diâmetro de perfilho (cm) de cana-de-açúcar da variedade RB855453 obtidos no desdobramento dos graus de liberdade da interação, aos 7 e 28 dias de avaliação Botucatu/SP, 2013.
Formas de incorporação da gema (IG) Dia após início do plantio da Gema 7
28
Massa Seca de DIGNU (MD)
(t ha‐1) GBMSS GNBMSS GNBMSI GBMSS GNBMSS GNBMSI
0 0,45 aA 0,00 bB 0,00 bB 0,85 aA 0,75 aA 0,81 aA 2 0,45 aA 0,12 bAB 0,40 abA 0,70 aA 0,87 aA 0,87 aA 4 0,43 aA 0,10 bB 0,35 abAB 0,97 aA 0,72 bA 0,62 aA 6 0,52 aA 0,00 bB 0,35 aAB 0,77 aA 0,67 aA 0,67 aA 8 0,50 aA 0,45 aA 0,10 bAB 0,75 aA 0,90 aA 0,67 aA 10 0,42 aA 0,25 abAB 0,10 bAB 0,75 aA 0,82aA 0,65 aA
DMS (IG) 0,31 0,23 DMS (MD) 0,38 0,28
GBMSS: Gema brotada com massa seca na superfície; GNBMSI: Gema não brotada com massa seca incorporada; GNBMSS: Gema não brotada com massa seca na superfície. Médias seguidas pela mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna, não diferem entre si estatisticamente pelo teste Tukey (p<0,05). DIGNU: Digitaria nuda
Na Tabela 24, ao avaliar-se a interação entre os fatores estudados
da variedade de cana-de-açúcar RB855453, observa-se que em ambas as épocas, 35 e 42
DAPG, que não houve efeito da quantidade de massa seca de DIGNU sobre o diâmetro de
perfilho das plantas de cana-de-açúcar dentro de cada forma de incorporação da gema, pois
independente da quantidade utilizada (2 a 10 t ha-1) o diâmetro foi semelhante a
testemunha (0 t ha-1). Quanto ao efeito de cada quantidade de massa seca de DIGNU sobre
43
a forma de incorporação da gema, aos 35 e 42 DAPG, quando da utilização de 8 t ha-1, a
GNBMSS e GBMSS apresentou diâmetro superior em relação a GNBMSI.
Alves, (2003) encontrou diferença significativa em plantas de café,
em relação aos efeitos de palhada em superfície causado por cultivares de milho, para o
parâmetro incremento de diâmetro, em que o tratamento com a cultivar C-435 apresentou
valor superior à testemunha.
Tabela 24. Valores médios verificados para diâmetro de perfilho (cm) de cana-de-açúcar da variedade RB855453, obtidos no desdobramento dos graus de liberdade da interação, aos 35 e 42 dias de avaliação. Botucatu/SP, 2013.
Formas de incorporação da gema (IG) Dia após início do plantio da gema 35 42 Massa Seca de DIGNU (MD) t ha‐1
GBMSS GNBMSS GNBMSI GBMSS GNBMSS GNBMSI
0 0,87 aA 0,85 aA 0,87 aAB 1,02 aA 0,97 aA 0,95 aAB2 0,77 aA 0,97 aA 0,97 aA 0,92 aA 1,07 aA 1,10 aA 4 1,02 aA 0,82 abA 0,75 aAB 1,05 aA 0,97 aA 0,87 aB 6 0,87 aA 0,87 aA 0,72 aAB 0,92 aA 0,87 aA 0,90 aAB8 0,82 aA 1,00 aA 0,72 bAB 0,92 aA 1,10 aA 0,77 aB 10 0,85 aA 0,90 aA 0,70 aB 0,92 aA 1,00 aA 0,82 aB
DMS (IG) 0,21 0,18 DMS (MD) 0,26 0,22
GBMSS: Gema brotada com massa seca na superfície; GNBMSI: Gema não brotada com massa seca incorporada; GNBMSS: Gema não brotada com massa seca na superfície. Médias seguidas pela mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna, não diferem entre si estatisticamente pelo teste Tukey (p<0,05). DIGNU: Digitaria nuda
Na Tabela 25 observa-se os resultados da análise de variância
referente ao diâmetro de perfilho de cana-de-açúcar da variedade SP813250, obtidos em
diferentes épocas de avaliação. Verifica-se apenas aos 14 DAPG, que não ocorreu efeito
significativo da forma de incorporação da gema. Para o efeito da quantidade de massa seca
de DIGNU, nota-se que não houve efeito significativo em todos os períodos de avaliação,
bem como também para a interação entre os fatores estudados.
44
Tabela 25. Resultados da análise de variância referente ao diâmetro de perfilho (cm) de cana-de-açúcar da variedade SP81-3250, obtidos em diferentes épocas de avaliação. Botucatu/SP, 2013.
Fontes de variação Dias após o plantio da gema
7 14 21 28 35 42 F Incorp. Gema (IG) 0,0000** 0.0678ns 0,0000** 0,0000** 0,0000** 0,0000** Massa DIGNU (MD) 0,4027ns 0,4322ns 0,7972ns 0,1653ns 0,1351ns 0,3305ns IG x MD 0,0820ns 0,3399ns 0,6288ns 0,3004ns 0,1823ns 0.4906ns CV (%) 68,5 69,1 17,8 14,3 11,4 10,0 ** Significativo ao 1% de probabilidade * Significativo ao 5% de probabilidade ns ‐ Não Significativo DIGNU: Digitaria nuda Incorp. = incorporação
Na Tabela 26, verifica-se quanto a forma de incorporação de gema
ao solo que a partir dos 21 DAPG o diâmetro de perfilho da cana-de-açúcar da variedade
SP81-3250, foi maior quando utilizou-se a GNBMSS em relação as duas demais formas de
incorporação (GBMSS e GNBMSI). A possível explicação para tal resultado pode estar
relacionado a perda de água maior que deve ter ocorrido quando do uso da GBMSS e ao
contato pouco efetivo do solo com planta junto a GNBMSI.
Em relação a quantidade de massa seca de DIGNU testada (Tabela
26), registra-se que não houve influência da massa seca independente da quantidade
utilizada sobre o diâmetro de perfilho da cana-de-açúcar em nenhuma das épocas
estudadas. Assim, quantidades de até 10 t ha-1 não afetaram o diâmetro de perfilho da
variedade SP81-3250, indicando não haver efeito inibitório algum da massa seca de
DIGNU sobre o diâmetro de perfilho desta variedade de cana-de-açúcar. Santos (2002)
encontrou um efeito negativo causado pelo uso de massa seca das cultivares de milho AG-
1051 e C-333 sobre plantas de cafeeiro, com redução no crescimento, na área foliar e no
diâmetro do caule.
45
Tabela 26. Valores médios verificados para diâmetro de perfilho (cm) de cana-de-açúcar da variedade SP81-3250, obtidos no desdobramento dos graus de liberdade das variáveis principais, em diferentes épocas de avaliação. Botucatu/SP, 2013.
Dias após o plantio da gema Formas de
incorporação de gema (IG) 7 14 21 28 35 42 GBMSS 0,53 A 0,68 A 0,79 B 0,90 B 0,96 B 1,10 BGNBMSS 0,22 B 1,10 A 0,97 A 1,10 A 1,19 A 1,28 AGNBMSI 0,20 B 0,54 A 0,80 B 0,91 B 0,94 B 1,06 B
Massa Seca de DIGNU (MD)
(t ha‐1) 0 0,35 A 0,69 A 0,84 A 1,01 A 1,05 A 1,16 A 2 0,23 A 0,64 A 0,84 A 0,95 A 1,02 A 1,14 A 4 0,38 A 0,65 A 0,92 A 1,05 A 1,11 A 1,21 A 6 0,29 A 1,27 A 0,87 A 0,93 A 1,02 A 1,12 A 8 0,40 A 0,74 A 0,84 A 0,94 A 0,97 A 1,11 A 10 0,30 A 0,68 A 0,84 A 0,94 A 1,03 A 1,15 A
DMS (IG) 0,15 0,59 0,10 0,09 0,08 0,08 DMS (MD) 0,26 1,02 0,18 0,16 0,14 0,13 Médias seguidas pela mesma letra na coluna, não diferem estatisticamente entre si pelo teste Tukey (p<0,05). GBMSS: Gema brotada com massa seca na superfície; GNBMSI: Gema não brotada com massa seca incorporada; GNBMSS: Gema não brotada com massa seca na superfície. DIGNU: Digitaria nuda
Na Tabela 27, observa-se os resultados da análise de variância
referente a massa seca das plantas de cana-de-açúcar das variedades RB855453, RB867515
e SP81-3250, no qual verifica-se que houve efeito significativo quanto a forma de
incorporação da gema em todas as variedades de cana-de-açúcar estudadas. Para o efeito
de quantidade de massa seca de DIGNU, apenas a variedade SP81-3250 mostra-se
significativo, bem como a interação entre os dois fatores somente para esta variedade.
46
Tabela 27. Resultados da análise de variância referente à massa seca das plantas de cana-de-açúcar das variedades RB855453, RB867515, SP81-3250, obtidos aos 42 dias após o plantio das gemas. Botucatu/SP, 2013.
Na Tabela 28, quanto a forma de incorporação de gema ao solo,
observa-se que a massa seca da cana-de-açúcar da variedade RB855453 a forma de
incorporação GBMSS obteve as médias superiores as duas demais formas de incorporação
(GNBMSS e GNBMSI) e foram semelhantes entre si. Já, Para as variedades de cana-de-
açúcar RB867515 e SP81-3250 a forma de incorporação de gema GBMSS também obteve
médias superiores as demais, sendo que a GNBMSS foi superior a GNBMSI. As plantas
provenientes da GBMSS tiveram um ganho inicial de desenvolvimento que permitiu terem
um acúmulo de massa seca maior frente as plantas provindas das GNBMSS e GNBMSI e a
menor biomassa seca verificada para as plantas originárias das GNBMSI deve estar
relacionada a um contato deficiente do solo, mais o efeito de palha de DIGNU junto as
gemas, que acabou interferindo no desenvolvimento das plantas, como observado também
para o diâmetro de perfilho em todas as variedades testadas.
Ressalta-se que em alguns estudos com sementes de diferentes
espécies (ipê-amarelo, barbatimão e acácias) avaliaram o efeito do contato destas com
substratos de crescimento de diferentes granulometrias (Martins et al, 2011 e Martins et al.,
2012a e b), sendo que em todos estes estudos os substratos com granulometria fina ou
média proporcionaram maior germinação e crescimento das plântulas em relação a
granulometria maior. Tais resultados podem explicar os resultados ora encontrados, uma
vez que, a incorporação da massa seca de DIGNU em quantidades elevadas pode ter
modificado o contato da gema com o substrato, o que influenciou os resultados.
Ao analisar-se o efeito da quantidade de massa seca de DIGNU
sobre o acúmulo de massa seca das plantas de cana-de-açúcar das três variedades
Fonte de Variação RB855453 RB867515 SP813250 P‐valor P‐valor P‐valor
F Incorporação Gema (IG) 0,0000** 0,000** 0,0000** Massa seca DIGNU (MD) 0,0574ns 0,1959ns 0,0013** IG x MD 0,2575ns 0,4501ns 0,0228* CV (%) 34,9 34,8 29,9 ** Significativo ao 1% de probabilidade* Significativo ao 5% de probabilidade ns ‐ Não Significativo DIGNU: Digitaria nuda Incorp. = incorporação
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estudadas, nota-se que não houve efeito sobre as variedades RB855453 e RB867515,
independente da quantidade, porém em termos de médias, nota-se um incremento de 52 e
38% no acúmulo de massa seca da cana-de-açúcar com o uso de 10 t ha-1 de massa seca de
DIGNU nas variedades RB855453 e RB867515, respectivamente (Tabela 28).
Contudo, quanto a variedade SP81-3250, este efeito foi
significativo, com aumento de 65% no acúmulo de massa seca das plantas de cana-de-
açúcar quando da utilização de 10 t ha-1 de massa seca de DIGNU (Tabela 28). No entanto
Pereira (2011) verificou resultados distintos a esse estudo, quando avaliou tratamentos com
a incorporação da palhada de capim-colchão, este interferiu na massa seca de plantas de
girassol e milho, sendo essas espécies influenciadas, decrescendo de acordo com o
aumento da concentração da planta incorporada ao solo.
Tabela 28. Valores médios verificados para massa seca de cana-de-açúcar das variedades RB855453, RB867515 e SP81-3250, obtidos no desdobramento dos graus de liberdade das variáveis principais aos 42 dias de avaliação. Botucatu/SP, 2013.
Formas de incorporação da gema
(IG)
Variedades
RB855453 RB867515 SP813250
GBMSS 5,70 A 5,56 A 4,44 A GNBMSS 3,88 B 4,34 B 3,64 B GNBMSI 1,01 B 2,31 C 1,97 C
Massa Seca de DIGNU (MD)
(t ha‐1) 0 3,34 A 3,42 A 2,65 B 2 3,44 A 4,24 A 2,81 B 4 4,16 A 3,50 A 3,16 B 6 4,61 A 4,28 A 3,45 AB 8 4,25 A 4,29 A 3,64 AB 10 5,09 A 4,71 A 4,39 A
DMS (IG)) 1,01 0,98 0,70 DMS (MD) 1,75 1,71 1,21 Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na coluna, não diferem estatisticamente entre si pelo teste Tukey (p<0,05). GBMSS: Gema brotada com massa seca na superfície; GNBMSI: Gema não brotada com massa seca incorporada; GNBMSS: Gema não brotada com massa seca na superfície. DIGNU: Digitaria nuda
Na Tabela 29, ao analisar-se a interação entre os fatores estudados
da variedade de cana-de-açúcar SP81-3250, observa-se que ao comparar-se o efeito da
48
quantidade de massa seca de DIGNU dentro de cada forma de incorporação das gemas,
nota-se que não houve efeito sobre as GNBMSS e GNBMSI, sendo que apenas na GBMSS
a utilização de 10 t ha-1 de massa seca de DIGNU incrementou o acúmulo de massa da
parte aérea das plantas de cana-de-açúcar. Quando comparou-se o efeito de uma
determinada quantidade de massa seca de DIGNU entre as formas de incorporação da
gema desta variedade, verifica-se que o acúmulo de massa seca nas plantas de cana-de-
açúcar proveniente de GNBMSI foi inferior a GBMSS, independente da quantidade e foi
também inferior a GNBMSS, exceção ao uso de 2 e 10 t ha-1.
Tabela 29. Valores médios verificados para a massa seca de cana-de-açúcar da variedade SP81-3250, obtidos no desdobramento dos graus de liberdade da interação entre os fatores estudados aos 42 dias após o plantio das gemas. Botucatu /SP, 2013.
Massa seca de DIGNU (MD) (t ha‐1)
Variedade SP813250 Formas de Incorporação da Gema (IG)
GBMSS GNBMSS GNBMSI
0 3,58 aB 3,06 aA 1,32 bA 2 4,83 aAB 2,49 bA 1.13 bA 4 2,79 aB 3,95 aA 2,73 aA 6 4,49 aAB 3,98 aA 1,92 bA 8 4,70 aAB 4,24 aA 1,97 bA 10 6,28 aA 4,14 bA 2,74 bA
DMS (IG)) 1,71 DMS (MD) 2,10 GBMSS: Gema brotada com massa seca na superfície; GNBMSI: Gema não brotada com massa seca incorporada; GNBMSS: Gema não brotada com massa seca na superfície Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na coluna e minúscula na linha, não diferem estatisticamente entre si pelo teste Tukey (p<0,05). DIGNU: Digitaria nuda
Observou-se neste estudo do efeito da massa seca de DIGNU sobre
as plantas de cana-de-açúcar, nenhum efeito inibitório causado pelos resíduas de DIGNU,
sendo notados apenas nas primeiras avaliações, mas no decorrer do tempo as plantas
desenvolveram-se normalmente até o final das avaliações. Este período inicial de inibição
do crescimento, intercalado ou seguido de seca, poderia comprometer o crescimento das
plantas de cana-de-açúcar.
Contudo, ao final do estudo constatou-se que os resíduos da parte
aérea não foram suficientes para causar efeitos negativos no crescimento das plantas de
49
cana-de-açúcar. Outro aspecto importante é que no campo são também encontrados
resíduos de raízes de DIGNU, o que poderia talvez contribuir para aumentar os efeitos
deletérios sobre a cultura.
Assim, frente aos resultados encontrados pode-se inferir que em
áreas de cultivo de cana-de-açúcar, a presença de DIGNU seca ou dessecada em superfície
ou incorporada não ocasionará efeitos inibitórios na cana-de-açúcar.
6.2 Interferência de plantas de Digitaria nuda
Na Tabela 30 estão apresentados os resultados da análise de
variância referentes a avaliação da danos visuais observadas nas plantas das três variedades
de cana-de-açúcar (RB855453, RB867515 e SP81-3250). Nota-se que apenas ocorreu o
efeito significativo da convivência de diferentes densidades de plantas de Digitaria nuda
(DIGNU) com as plantas de cana-de-açúcar.
Tabela 30. Resultados da análise de variância referente a danos visuais em três variedades de cana-de-açúcar (RB855453, RB867515 e SP81-3250) em diferentes épocas de avaliação. Botucatu/SP, 2013.
Fontes de variação Dias após o plantio
7 14 21 28 35 F Variedade (V) 0 0 0,1585ns 0,5141ns 0,1313ns Densidade (D) 0 0 0,0001** 0,0001** 0,0035** V x D 0 0 0,257ns 0,1404ns 0,3889ns CV (%) 0 0 26,3 10,8 23,8 ** Significativo ao 1% de probabilidade * Significativo ao 5% de probabilidade ns ‐ Não Significativo
Na Tabela 31, quanto ao efeito de variedades, verifica-se que aos 7
e 14 dias após o plantio da gema (DAP) de cana-de-açúcar não foi observado qualquer
sintoma de danos visuais nas plantas das três variedades testadas. Já, aos 21 DAP,
registrou-se alguns sintomas de danos visuais nas folhas (amarelecimento) que evoluíram
até o final do estudo, aos 35 DAP para as três variedades de cana-de-açúcar, com sintomas
bem pronunciados, sendo que não ocorreu diferenças entre as variedades avaliadas. Estes
sintomas podem ser devido ao efeito da competição.
50
Quanto ao efeito da densidade de plantas de DIGNU em
convivência com a cultura da cana-de-açúcar, registra-se que somente observou-se
sintomas de danos visuais a partir dos 21 DAP de cana-de-açúcar. Os sintomas foram mais
severos quando do convívio da cana-de- açúcar com 8 ou mais plantas de DIGNU (aos 21
e 28 DAP). Aos 28 DAP a densidade de plantas daninhas promoveu danos visuais
estatisticamente superior a densidade de 2 plantas por vaso (Tabela 31). De acordo com
Almeida (1991), a redução da taxa de clorofila, que ocasiona o amarelecimento ou clorose
das folhas é o sintoma mais citado nas literaturas de possíveis efeitos alelopáticos.
Com o decorrer do período experimental, os sintomas visuais de
injúrias verificados nas plantas de cana-de-açúcar foram incrementados, porém ao final do
estudo apenas o convívio da cana-de-açúcar com 32 plantas de DIGNU foi superior ao com
2 plantas, sendo semelhantes as demais densidades estudadas, aos 35 DAP (Tabela 31).
Ressalta-se que, qualquer quantidade de plantas de DIGNU avaliada em convívio com as
plantas de cana-de-açúcar, aos 21 DAP determinou danos visuais (amarelecimento e
cloroses) devido a sua interferência (competição e/ou alelopatia).
Tabela 31. Valores médios verificados para danos visuais em plantas de cana-de-açúcar de três variedades (RB815453, RB867515 e SP81-3250), obtidos no desdobramento dos graus de liberdade das variáveis principais em diferentes épocas de avaliação. Botucatu/SP, 2013.
Dias após o plantio
7 14 21 28 35 Efeito de variedade (V)
RB855453 0 0 12,9 A 36,5 A 52,5 A RB867515 0 0 12,9 A 35,1 A 44,9 A SP81‐3250 0 0 14,8 A 35,6 A 48,8 A
Número de plantas (DIGNU) Efeito de Densidade (D) 2 0 0 9,8 B 27,8 C 37,8 B 4 0 0 10,6 B 32,6 B 47,8 AB 8 0 0 15,0 A 39,2 A 50,9 AB 16 0 0 15,5 A 38,6 A 49,6 AB 32 0 0 16,6 A 40,3 A 57,5 A
DMS (V) 2,7 3 8,9 DMS (D) 4,1 4,5 13,4 Médias seguidas pela mesma letra na coluna, não diferem estatisticamente entre si, pelo teste Tukey (p<0,05). DIGNU: Digitaria nuda
51
Observa-se na Tabela 32, quanto a análise de variância referente à
altura de plantas das variedades de cana-de-açúcar, aos 7, 21, 28 DAP, que apenas
ocorreram efeitos significativos das diferentes densidades de DIGNU aos 21, 28 e 35 DAP,
bem como a sua interação aos períodos de 21 e 28 DAP.
Tabela 32. Resultados da análise de variância referente à altura de plantas de cana-de-açúcar em três variedades (RB867515, RB855453 e SP81-3250) mantidas em convivência com plantas de Digitaria nuda, obtidos em diferentes épocas de avaliação. Botucatu/SP, 2013.
Fontes de variação Dias após o plantio
7 14 21 28 35 F Variedade (V) 0,0001** 0,2949ns 0,0082** 0,0337* 0,266ns Densidade (D) 0,3606ns 0,2643ns 0,0435* 0,0001** 0,0001** V x D 0,7986ns 0,7487ns 0,0057** 0,0001** 0,1269ns CV (%) 42,4 22,7 13,5 12,1 17,2 ** Significativo ao 1% de probabilidade * Significativo ao 5% de probabilidade ns ‐ Não Significativo
Na Tabela 33, quanto ao fator variedade, nota-se aos 7 DAP que as
variedades comportaram-se de forma distinta em relação à altura de plantas. Ressalta-se
que essas diferenças iniciais estão ligadas ao material genético, pois trata-se de variedades
com ciclo de maturação diferentes (precoce, médio e tardio), sendo que ao final do estudo,
aos 35 DAP, verificou-se alturas semelhantes entre as variedades estudadas.
Para o efeito de convivência, apenas nas duas últimas avaliações,
aos 28 e 35 DAP, registraram-se efeito da quantidade de plantas de DIGNU sobre a altura
das plantas de cana-de-açúcar. Ao final do estudo apenas duas plantas de DIGNU
determinaram reduções acentuadas na altura de plantas, da ordem de 26,1%. Ressalta-se
que a competição da cana-de-açúcar com quatro ou mais plantas de DIGNU, até 16
plantas, levaram a altura semelhantes, sendo que as plantas que conviveram com 32 plantas
de DIGNU apresentaram a menor altura de plantas de cana-de-açúcar com uma redução de
43%, sendo estatisticamente inferior a testemunha e ao uso de duas plantas de DIGNU.
Paula (2015) encontrou resultados distintos em um estudo ao comparar a altura média de
cana-de-açúcar convivendo com densidades crescente de Digitaria horizontalis em
diferentes épocas de avaliação, pois observou que a altura de plantas de cana-de-açúcar não
foi influenciada por nenhuma das densidades estudadas. No entanto, quando utilizou
52
densidades de Panicum maximum, verificou que a quantidade de quatro plantas por vaso
proporcionou redução significativa do desenvolvimento inicial da planta de cana-de-
açúcar. Carvalho et al. (2013) constataram que o uso de 16 plantas de capim amargoso
convivendo com uma muda de cafeeiro reduziu a altura de plantas em aproximadamente
10%.
Tabela 33. Valores médios verificados para altura de plantas (cm) em três variedades de cana-de-açúcar, obtidos no desdobramento dos graus de liberdade das variáveis principais, em diferentes épocas de avaliação. Botucatu /SP, 2013.
Dias após o plantio
7 14 21 28 35 Efeito de Variedades (V)
RB855453 4,48 a 0,12 c 6,30 b
10,04 a9,63 a 10,67 a
14,27 b 16,10 a 14,75 ab
16,29 b 17,90 a 17,17 ab
17,40 a 18,67 a 18,71 a
RB867515 SP81‐3250
Número de plantas (DIGNU)
Efeito de densidade (D)
0 3,06 a 3,90 a 3,95 a 3,66 a 3,06 a 4,16 a
9,26 a 10,22 a 11,46 a 9,79 a 9,63 a 10,32 a
14,83 a 15,46 a 15,80 a 16,13 a 14,33 a 13,71 a
19,54 a 17,30 abc 17,88 ab 17,08 abc 15,83 bc 15,08 c
25,67 a 18,96 b 16,75 bc 17,42 bc 16,13 bc 14,63 c
2 4 8 16 32
DMS (V) 1,08 1,60 1,41 1,44 2,19DMS (D) 1,87 2,79 2,45 2,50 3,80Médias seguidas pela mesma letra na coluna, não diferem entre si estatisticamente pelo teste de Tukey (p>0,05%). DIGNU: Digitaria nuda
Na Tabela 34, ao avaliar-se a interação entre variedade e densidade
de plantas, nota-se aos 21 DAP um comportamento distinto dentro de cada variedade, não
houve efeito da densidade de plantas de DIGNU no convívio com a variedade RB855453
de cana-de-açúcar, enquanto que respostas diferenciadas à densidades de DIGNU nas
variedades RB867515 e SP81-3250.
Ao avaliar-se a densidade de plantas de DIGNU dentro das
variedades, observa-se que a altura de plantas nas diferentes variedades de cana-de-açúcar
foi semelhante quando da ausência de plantas de DIGNU e o mesmo ocorreu quando
53
utilizou-se 16 e 32 plantas por vaso, no entanto o convívio com 2, 4 e 8 plantas de DIGNU
o comportamento da altura de plantas foi dependente da cultivar (Tabela 34).
Na avaliação de 28 DAP o efeito da densidade de plantas de
DGNU dentro de cada variedade foi distinto, sendo que apenas na variedade SP81-3250,
com 8 ou mais plantas daninhas por vaso verificaram-se decréscimos acentuados na altura
de plantas em relação a ausência de plantas de DIGNU (Tabela 34).
Ao analisar-se o efeito de cada densidade de plantas de DIGNU
entre as variedades, nota-se que na ausência da planta daninha a altura de plantas de cana-
de-açúcar foi semelhante em todas as variedades estudadas e o mesmo ocorreu com o uso
da densidade 4, 16 e 32 plantas de DIGNU (Tabela 34). Nas demais densidades, 2 e 8
plantas, o comportamento da altura de plantas foi diferente e modificou-se com a
variedade.
54
Tabela 34. Valores médios verificados para a altura de plantas (cm) em três variedades de cana-de-açúcar (RB855453, RB867515 e SP813250), obtidos no desdobramento dos graus de liberdade da interação entre as variedades e convivência com plantas de Digitaria nuda aos 21 e 28 dias de avaliação. Botucatu /SP, 2013.
Dias após o plantio 21
28
Número de Plantas DIGNU RB855453 RB867515 SP813250 RB855453 RB867515 SP813250
0 15,25 A,a 15,25 B,a 14,00 AB,a 20,00 A,a 18,00 AB,a 20,63 A,a 2 13,88 A,b 14,75 B,ab 17,75 A,a 15,50 B,b 15,90 B,b 20,50 A,a 4 14,00 A,b 18,00 AB,a 15,40 AB,ab 15,88 AB,a 19,38 AB,a 18,38 AB,a 8 14,38 A,b 19,88 A,a 14,13 AB,b 15,38 B,b 20,88 A,a 15,00 BC,b 16 13,75 A,a 14,75 B,a 14,50 AB,a 15,00 B,a 18,00 AB,a 14,50 BC,a 32 14,38 A,a 14,00 B,a 12,75 B,a 16,00 AB,a 15,25 B,a 14,00 C,a
DMS (V) 4,3 4,4 DMS (D) 3,47 3,55
Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na coluna e minúscula na linha, não diferem entre si estatisticamente pelo teste Tukey (p<0,05)DIGNU: Digitaria nuda
55
Na Tabela 35 estão apresentados os resultados da análise de
variância referentes à avaliação ao diâmetro de perfilho avaliado nas plantas das três
variedades de cana-de-açúcar (RB855453, RB867515 e SP81-3250). Observa-se que
ocorreu efeitos significativos para as variedades de cana-de-açúcar em todos os períodos
avaliados. Houve efeitos significativos da densidade de plantas apenas aos 21, 28 e 35
DAP da gema, bem como a sua interação nestes períodos estudados.
Tabela 35. Resultados da análise de variância referente ao diâmetro de perfilho (cm) de plantas de cana-de-açúcar em três variedades (RB855453, RB867515 e SP81-3250), em convivência com as plantas Digitaria nuda, obtidos em diferentes épocas de avaliação. Botucatu/SP, 2013.
Fontes de variação Dias após o plantio
7 14 21 28 35 F Variedade (V) 0,0001** 0,0029** 0,0001** 0,0001** 0,0004** Densidade (D) 0,3752ns 0,2665ns 0,0001** 0,0001** 0,0001** V x CO 0,4003ns 0,3737ns 0,0001** 0,0011** 0,0026** CV (%) 12,4 14,2 10,9 13,3 11,5 ** Significativo ao 1% de probabilidade * Significativo ao 5% de probabilidade ns ‐ Não Significativo
Quanto ao efeito de variedades, nota-se que até aos 14 DAP, as
variedades se comportaram de forma distinta em relação ao diâmetro de perfilho, e aos 28
e 35 DAP, a variedade SP81-3250 apresentou um diâmetro de perfilho maior que as
variedades RB855453 e SP867515, sendo estas semelhantes entre si (Tabela 36). Galon et
al. (2011), em um estudo para quantificar a interferência em densidades Bhachiaria
Brizantha sobre as cultivares de cana-de-açúcar RB72454, RB867515 e SP80-1816,
observou que, com o incremento da população da B. brizantha, aos 120 dias após a
emergência da cultura, houve um aumento do diâmetro dos perfilhos, com exceção da
variedade RB72454. O diâmetro de perfilhos está diretamente relacionado com a
disponibilidade de recursos para a cultura, sua restrição provoca abortamento de alguns
afilhos e o engrossamento do perfilho daqueles que permanecerem sobrevivendo
(PDROSA et al., 2005).
Para o efeito de convivência, na última avaliação, aos 28 e 35 DAP
foi verificado efeito da quantidade de plantas de DIGNU sobre a altura das plantas de
cana-de-açúcar, sendo que apenas duas plantas de DIGNU determinaram reduções
56
significativas no diâmetro de perfilho das plantas de cana-de-açúcar, porém semelhante as
demais quantidades de plantas de DIGNU utilizadas. De modo geral, as plantas são
extremamente responsivas aos estresses, sejam naturais ou impostos pelo homem,
alterando sua morfologia em prol de uma adaptação necessária a sua sobrevivência
(SANTOS et al., 2006).
Tabela 36. Valores médios verificados para o diâmetro de perfilho (cm) em três variedades de cana-de-açúcar (RB855453, RB867515 e SP81-3250) obtidos no desdobramento dos graus de liberdade das variáveis principais em diferentes épocas de avaliação. Botucatu/SP, 2013.
Dias após o plantio 7 14 21 28 35
Efeito de Variedades (V) RB815453 0,5 a 0,65 ab 0,73 b 0,81 b 0,96 b RB817515 0,02 b 0,61 b 0,74 b 0,85 b 0,97 b SP813250 0,75 a 0,71 a 0,87 b 0,96 a 1,09 a
Número de Plantas (DIGNU) Efeito de Densidade (D) 0 0,35 a 0,67 a 0,83 ab 1,09 a 1,28 a 2 0,37 a 0,68 a 0,88 a 0,93 b 1,03 b 4 0,4 a 0,68 a 0,87 a 0,93 b 0,98 b 8 0,74 a 0,68 a 0,73 bc 0,78 c 0,91 b 16 0,33 a 0,61 a 0,68 c 0,77 c 0,9 b 32 0,35 a 0,63 a 0,68 c 0,75 c 0,93 b
DMS (V) 0,37 0,06 0,06 0,08 0,08 DMS (D) 0,63 0,11 0,1 0,14 0,14 Médias seguidas pela mesma letra na coluna, não diferem entre si estatisticamente pelo teste Tukey (p<0,05). DIGNU: Digitaria nuda
Ao avaliar-se a interação entre variedade e densidade de plantas,
aos 21 DAP, nota-se que houve um comportamento distinto dentro de cada variedade não
houve efeito da quantidade de plantas de DIGNU em convívio com a variedade RB855453
de cana-de-açúcar, e respostas diferenciadas à densidades de DIGNU foram observadas nas
nas variedades RB867515 e SP81-3250 (Tabela 37).
Ao analisar-se a densidade de plantas de DIGNU dentro das
variedades aos 21 DAP, verifica-se que o diâmetro de perfilho nas diferentes variedades de
cana-de-açúcar foi diferentes. Na ausência de plantas de DIGNU o diâmetro de perfilho foi
maior na variedade SP81-3250 em relação à RB867515, mas estatisticamente semelhante à
57
RB855453 bem como quando se utilizou 2 e 4 plantas de DIGNU por vaso, sendo que foi
semelhante quando utilizou-se 8, 16 ou 32 plantas por vaso, o que demonstrou uma
superioridade desta variedade em relação as demais.
Na avaliação aos 28 DAP, verifica-se um comportamento distinto
dentro de cada variedade quanto ao diâmetro de perfilho, não foi verificado efeito da
densidade de plantas de DIGNU no convívio com a variedade RB867515 de cana-de-
açúcar (Tabela 37). Ao avaliar-se a densidade de plantas de DIGNU dentro de cada
variedade, nota-se que o diâmetro de perfilho nas diferentes variedades foi distinto quando
da ausência de plantas, sendo semelhantes quando utilizou-se 8, 16 e 32 plantas por vaso;
já o convívio com 0, 2 e 4 plantas de DIGNU afetou o diâmetro de perfilho diferentemente
para cada cultivar, como observado na avaliação de 21 DAP (Tabela 37).
Na avaliação aos 35 DAP, verifica-se um comportamento
semelhante ao observado nas avaliações de 21 e 28 DAP onde não houve efeito da
densidade de plantas de DIGNU no convívio com a variedade RB867515 de cana-de-
açúcar, e respostas diferenciadas à densidades de DIGNU nas variedades RB855453 e
SP81-3250. Assim, a quantidade de plantas de DIGNU testada não interferiu no diâmetro
de perfilho da variedade RB867515, independente da quantidade usada por vaso e no caso
da variedade RB855453, duas plantas já foram o suficiente para reduzir este parâmetro.
Para a variedade SP81-3250, quatro plantas foram necessárias para causar redução, o que
leva a ser a variedade RB867515 mais tolerante a interferência desta planta daninha,
seguida das variedades SP81-3250 e RB855453, respectivamente.
58
Tabela 37. Valores médios verificados para o diâmetro de perfilho (cm) em três variedades de cana-de-açúcar (RB855453, RB867515 e SP813250), obtidos no desdobramento dos graus de liberdade da interação entre as variedades e convivência com plantas de Digitaria nuda, aos 21, 28, e 35 dias de avaliação. Botucatu/SP, 2013.
Número de plantas DIGNU
Dias após o plantio
21
28
35 RB855453 RB867515 SP813250 RB855453 RB867515 SP813250 RB855453 RB867515 SP813250
0 0,83 Aab 0,73 Ab 0,78 Ab 0,68 Aa 0,68 Aa 0,68 Aa
0,73 ABb 0,75 ABb 0,85 Aab 0,73 ABa 0,73 ABa 0,65 Ba
0,93 Ba 1,18 Aa 0,98 Ba 0,8 BCa 0,65 Ca 0,7 Ca
1,15 Aa 0,75 Bb 0,83 Bb 0,7 Ba 0,73 Ba 0,73 Ba
0,95 Ab 0,85 Ab 0,9 Aab 0,75 Aa 0,85 Aa 0,78 Aa
1,18 Aa 1,2 Aa
1,05 ABa 0,88 BCa 0,73 Ca 0,75 Ca
1,3 Aab 0,88 Bb 0,9 Bb 0,85 Ba 0,93 Ba 0,9 Ba
1,13 Ab 0,95 Ab 0,95 Aab 0,93 Aa 0,93 Aa 0,95 Aa
1,43 Aa 1,28 ABa 1,1 BCa 0,95 CDa 0,85 Da 0,93 CDa
2 4 8 16 32
DMS ( V) 0,18 0,24 0,24 DMS (D) 0,18 0,20 0,20 Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na coluna e minúscula na linha, não diferem entre si estatisticamente pelo teste Tukey (5%). DIGNU: Digitaria nuda
59
Na Tabela 38 estão apresentados os resultados da análise de
variância referentes a avaliação do número de folhas observada nas plantas de três
variedades de cana-de-açúcar (RB855453, RB867515 e SP81-3250). Verifica-se que
ocorreu o efeito significativo da variedade em todos os períodos de avaliação e para as
diferentes densidades de plantas de DIGNU, apenas aos 21, 28 e 35 dias de avaliação, bem
como não ocorreu efeito da interação entre os fatores estudados.
Tabela 38. Resultados da análise de variância referente ao número de folhas de cana-de-açúcar em três variedades de cana-de-açúcar (RB855453, RB867515 e SP81-3250), obtidos em diferentes épocas de avaliação.
Quanto ao efeito de variedades, registra-se que as variedades
comportaram-se de forma distinta em relação ao número de folhas, sendo que a variedade
SP81-3250 apresentou sempre um número de folhas superior as variedades RB855453 e
RB867515, independente da época de avaliação (Tabela 39). Para o efeito de convivência,
a partir dos 21 DAP até a última avaliação, aos 35 DAP, houve efeito da presença das
plantas daninhas. Aos 28 e 35 DAP (ao final do estudo), o convívio da cultura de cana-de-
açúcar com 8 ou mais plantas de DIGNU reduziu significativamente o número de folhas da
cultura.
Galon, et al. (2011) verificaram que, com acréscimos na população
de B. brizantha, houve aumento da altura das plantas de cana-de-açúcar dos cultivares
RB867515 e SP81-3250. No entanto, a variável número de folhas por planta foi
influenciada negativamente com o aumento da população das plantas de B. Brizantha para
o cultivar RB72454. A competição por luz entre plantas em comunidades inicia-se muito
cedo, afetando precocemente a dominância apical (ALMEIDA; MUNDSTOCK, 2001).
Contudo, Amaral et al. (2015) observaram, em um estudo sobre relações de interferência
Fontes de variação Dias após o início do estudo
7 14 21 28 35 F Variedade (V) 0,0001** 0,0001** 0,0001** 0,0001** 0,0001** Densidade (D) 0,414ns 0,383ns 0,006** 0,01** 0,013* V x CO 0,648ns 0,158ns 0,591ns 0,319ns 0,067ns
CV (%) 75 22,1 16,3 13,6 12,6 ** Significativo ao 1% de probabilidade * Significativo ao 5% de probabilidade ns ‐ Não Significativo
60
entre plantas daninhas e a cultura do grão-de-bico, que o número de folhas aumentou
linearmente em todos os tratamentos, incluindo a testemunha. A convivência com as
plantas daninhas reduziu a emissão de folhas, sendo que os tratamentos com Digitaria
nuda e Eleusine indica foram os mais afetados, com acréscimos de 10 folhas a cada 15
dias, enquanto para as plantas sem convivência com plantas daninhas o aumento foi de 62
folhas a cada 15 dias.
Tabela 39. Valores médios verificados para o número de folhas de cana-açúcar em três variedades (RB815453, RB817515 e SP81-3250), obtidos no desdobramento dos graus de liberdade das variáveis principais, em diferentes épocas de avaliação. Botucatu /SP, 2013.
Dias após o plantio 7 14 21 28 35
Efeito de Variedades (V) RB855453 0 b 3 b 3 b 4 b 4 b RB867515 0 b 2 c 3 b 4 b 4 b SP81‐3250 2 a 4 a 5 a 5 a 5 a
Número de Plantas (DIGNU) Efeito de Densidade (D) 0 1 a 3 a 4 a 5 a 5 a 2 1 a 3 a 4 a 4 b 5 a 4 1 a 3 a 3 b 4 b 5 a 8 1 a 3 a 4 a 4 b 4 b 16 1 a 3 a 4 a 4 b 4 b 32 1 a 3 a 4 a 4 b 4 b
DMS (V) 0,5 0,5 0,5 0,5 0,4 DMS (D) 0,8 0,7 0,7 0,7 0,7 Médias seguidas pela mesma letra na coluna, não diferem entre si estatisticamente pelo teste Tukey (p<0,05). DIGNU: Digitaria nuda
Na Tabela 40, encontra-se apresentado o resultado da análise de
variância quanto a área foliar e massa seca de cana-de-açúcar e das plantas de DIGNU.
Nota-se que não houve significância apenas para o efeito da convivência de plantas de
DIGNU e da interação entre os fatores para a área foliar da DIGNU.
61
Tabela 40: Resultados da análise de variância, referente à área (dm2) foliar e massa seca (g) de variedades de cana-de-açúcar (RB867515, RB855453 e SP81-3250) e de plantas de Digitaria nuda, em convivência, aos 42 dias após transplantio das mudas. Botucatu/SP, 2013.
Fonte de variação Cana‐de‐açúcar Digitaria nuda
Área Foliar Massa seca Área Foliar Massa Seca
F Variedades (V) 0,0001** 0,0035** 0,00735** 0,0000** Densidade (D) 0,0000** 0,0000** 0,6213ns 0,0000** V x D 0,0013** 0,0435* 0,1952ns 0,0195* CV(%) 51,8 34,5 54,0 18,9
** Significativo ao 1% de probabilidade * Significativo ao 1% de probabilidade Ns ‐ Não Significativo
Quanto ao efeito das variedades, nota-se que a variedade SP81-
3250 apresentou maior área foliar e acúmulo de massa seca ao final do estudo, sendo
superior a variedade RB855453 para ambos parâmetros avaliados, porém semelhantes a
RB867515 (Tabela 41), sendo estes resultados inerentes as diferenças genéticas entre os
materiais estudados. Com relação ao número de plantas de DIGNU testadas, verifica-se
que tanto para área foliar como para o acúmulo de biomassa seca, 2 plantas de DIGNU por
vaso já determinaram decréscimos elevados, da ordem de 52,9 e 45,7%, respectivamente e
quando utilizou-se 32 plantas por vaso, chegaram a reduzir em 669 e 253,7% da área foliar
e o acúmulo de massa seca da cana-de-açúcar, respectivamente (Tabela 41).
Segundo Galon, (2011), a área foliar das plantas de cana-de-açúcar
foi menor com o aumento da B. brizantha, para as variedades RB72454 e SP80-1816.
Quanto à variedade RB867515, esta foi mais tolerante à competição com a planta daninha,
para a mesma variável estudada, pois com o aumento da população do competidor,
observou-se valor constante da área foliar. Ferreira et al. (2008) ao observarem que o
aumento da população de azevém, ao competir com o trigo, ocasionou a diminuição da
área foliar da cultura, mas não alterou a espessura das folhas.
Os resultados encontrados por Galon et al. (2011) demonstram que
houve menor acúmulo de massa seca na variedade de cana-de-açúcar RB72454 em função
do aumento da população de B. brizantha. As variedades RB867515 e SP80-1816 não
sofreram alterações com o aumento das populações de plantas daninhas, evidenciando a
menor a menor influência da competição na fase inicial de desenvolvimento da cultura.
62
Tabela 41. Valores médios verificados para a área foliar e acúmulo de massa seca de plantas em três variedades de cana-de-açúcar, obtidos no desdobramento dos graus de liberdade das variáveis principais, ao final do estudo (35 dias após o transplantio das mudas). Botucatu/SP, 2013.
Cana‐de‐açúcar Área Foliar (dm2) Massa seca (g)
Efeito de variedade (V)
RB855453 63,66 b 3,74 b RB867515 131,76 a 4,64 ab SP813250 131,92 a 5,35 a
Número de plantas (DIGNU) Efeito de densidade (D) 0 279,90 a 8,95 a 2 131,79 b 4,86 b 4 98,37 bc 4,32 bc 8 57,54 c 3,45 bc 16 52,60 c 3,35 bc 32 36,48 c 2,53 c
DMS (V) 39,50 1,09 DMS (D) 64,48 1,90 Médias seguidas pela mesma letra minúscula na linha, não diferem estatisticamente entre si pelo teste Tukey (p<0,05). DIGNU: Digitaria nuda
Na Tabela 42, ao analisar-se o desdobramento da interação entre os
fatores estudados quanto à área foliar das plantas de cana-de-açúcar, nota-se que para todas
as três variedades, a área foliar foi superior quando as plantas de cana-de-açúcar não
estavam em convivência com as plantas de DIGNU. Para a variedade RB855453 a
convivência com até 8 plantas de DIGNU por vaso mostrou-se semelhante a testemunha
sem planta daninha, sendo que a partir de 16 plantas ocorreram reduções significativas no
tamanho da área foliar desta variedade. Para a variedade RB867515, duas plantas por vaso
determinou decréscimos acentuados no tamanho da área foliar, mostrando ser esta
variedade mais sensível a interferência da planta daninha do que a variedade RB855453.
No caso da variedade SP81-3250 foi necessário 4 plantas por vaso de DIGNU para reduzir
a sua área foliar, colocando esta variedade como intermediária em relação a suscetibilidade
a interferência da planta daninha (Tabela 42).
Ao comparar-se uma densidade específica de plantas de DIGNU
entre as três variedades registra-se que sob a presença de 2 plantas por vaso, a variedade
SP81-3250 apresentou maior área foliar que as demais variedades. Com densidade de
63
quatro plantas a área foliar foi superior apenas na variedade RB855453 e quando sob a
interferência de oito ou mais plantas de DIGNU, todas as variedades comportaram-se de
forma semelhante quanto ao tamanho de sua área foliar. Tais resultados mostram que as
vantagens iniciais produzidas pela variedade SP81-3250 foram anuladas quando o número
de plantas de DIGNU foi incrementado.
Tabela 42. Valores médios observados para área foliar (dm2) da cana-de-açúcar em três variedades de cana-de-açúcar, obtidos no desdobramento dos graus de liberdade da interação entre variedades e densidade de plantas de Digitaria nuda, em densidade ao final do estudo (35 dias após o transplantio das mudas). Botucatu/SP, 2013.
Número de plantas (DIGNU) ‐ D
Variedades (V) RB855453 RB867515 SP813250
0 166,52 Ac 393,52 Aa 279,67 Ab 2 51,89 ABb 113,67 Bb 229,83 Aa 4 51,48 ABb 133,06 Ba 110,58 Ba 8 49,88 Aba 50,83 Ba 71,91 Ba 16 29,11 Ba 74,04 Ba 54,64 Ba 32 33,07 Ba 31,45 Ba 44,92 Ba
DMS (V) 96,77 DMS (D) 118,62 Médias seguidas de mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,05). DIGNU – Digitaria Nuda
Na Tabela 43, ao analisar-se o desdobramento da interação entre os
fatores estudados quanto ao acúmulo de massa seca das plantas de cana-de-açúcar,
observa-se que para as três variedades, a massa seca foi superior quando as plantas de
cana-de-açúcar não estavam em convivência com as plantas de DIGNU. Para as variedades
RB855453 e RB867515 duas plantas por vaso foram o suficiente para reduzir
drasticamente o acúmulo de massa seca em 182 e 159%, respectivamente, sendo que não
houve diferenças para as densidades de plantas de DIGNU. Para a variedade SP81-3250
foram necessárias quatro plantas para que houvesse redução significativa no acúmulo de
massa seca desta variedade e, que foi de ordem de 51,4%, sendo que densidades iguais ou
maiores do que oito plantas por vaso incrementaram ainda mais as perdas de massa seca
(Tabela 43).
Ao comparar-se uma densidade de plantas de DIGNU entre as três
variedades estudadas, observa-se que apenas quando do uso de duas plantas por vaso
64
houve superioridade da variedade SP81-3250 sobre as demais, o que evidenciou menor
suscetibilidade desta variedade a interferência da planta daninha. Já em qualquer outro
arranjo de plantas, todas as variedades apresentaram acúmulo de massa seca semelhante.
Tabela 43. Valores médios observados para massa seca (g) da cana-de-açúcar em três variedades de cana-de-açúcar, obtidos no desdobramento dos graus de liberdade da interação entre variedades e densidade de plantas de Digitaria nuda, em densidade no final do estudo (35 dias após o transplantio das mudas). Botucatu/SP, 2013.
N de Plantas de plantas (DIGNU) D
Variedades (V) RB855453 RB867515 SP813250
0 8,32 Aa 9,12 Aa 9,40 Aa 2 2,95 Bb 3,53 Bb 8,10 Aba 4 3,58 Ba 4,55 Ba 4,83 Ba 8 3,09 Ba 3,56 Ba 3,70 Ca 16 2,27 Ba 4,65 Ba 3,12 Ca 32 2,19 Ba 2,44 Ba 2,94 Ca
DMS (V) 2,69 DMS (D) 3,30 Médias seguidas de mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (5%). DIGNU ‐ Digitaria nuda
Quanto ao efeito de variedades, nota-se na Tabela 44 que a área
foliar das plantas de DIGNU foi superior nos vasos em convívio com a variedade SP81-
3250 em relação as demais variedades, o que demonstra uma capacidade competitiva
inferior desta espécie em relação a RB855453 e RB867515, pois nestas duas últimas a área
foliar das plantas de DIGNU foi reduzida (Tabela 44). Quanto ao acúmulo de massa seca
nas plantas de DIGNU, nota-se maior biomassa seca desta planta daninha quando em
convívio com a variedade RB867515, seguida das variedades RB855453 e SP81-3250,
respectivamente (Tabela 44). Tal fato, demonstrou ser a variedade RB867515 menos
competitiva que as demais variedades estudadas, sendo o oposto do verificado para os
resultados de área foliar.
Ao analisar-se os resultados de ambos parâmetros de forma
conjunta, pode-se inferir que o ganho em área foliar por parte das plantas de DIGNU
quando em convívio com a variedade SP81-3250 não se traduziu em aumento da biomassa
seca de plantas de DIGNU, talvez por algum efeito alelopático ou por um estiolamento das
plantas de DIGNU que estavam em convívio com esta variedade.
65
Quanto ao efeito de convivência das variedades de cana-de-açúcar
com diferentes densidades de DIGNU por vaso, nota-se que a área foliar não foi afetada
por nenhuma das quantidades de plantas de DIGNU testadas (Tabela 44). Com relação ao
acúmulo de massa seca nas plantas de DIGNU, nota-se que densidades maiores de plantas
em convívio com a cana-de-açúcar determinou acúmulos maiores de massa seca na planta
daninha, sendo semelhantes quando do uso de 4 a 8 plantas de DIGNU por vaso e, 16 e 32
plantas por vaso.
Tabela 44. Valores médios verificados para a área foliar e massa seca de plantas de Digitaria Nuda em densidades com variedades de cana-de-açúcar, obtidos no desdobramento dos graus de liberdade das variáveis principais, ao final do estudo (35 dias após o plantio das mudas). Botucatu/SP, 2013.
Massa seca (g) Área foliar (dm2)
Efeito de variedade (V) RB855453 624,8 b 23,70 b RB867515 831,4 b 35,32 a SP81‐3250 1.105,7 a 19,75 c
Número de plantas (DIGNU) Efeito de densidade (D) 2 610,6 a 15,83 c 4 816,6 a 23,87 b 8 813,1 a 27,85 b 16 843,0 a 29,00 ab 32 864,0 a 34,73 a
DMS (V) 270,2 3,79 DMS (D) 424,1 5,75 Médias seguidas pela mesma letra minúscula na linha, não diferem estatisticamente entre si pelo teste Tukey (p<0,05). DIGNU: Digitaria nuda
Ao analisar-se a interação entre os fatores estudados (Tabela 45),
quanto ao acúmulo de massa seca, verifica-se para as três variedades que o aumento da
densidade de plantas de DIGNU por vaso resultou num incremento de massa seca das
plantas. Porém para a variedade RB855453, necessitou-se de 16 plantas para ocorrer um
aumento significativo. Para a variedade RB867515 foi de 4 plantas e para a variedade
SP81-3250 16 plantas. Quando compara-se uma determinada densidade de plantas de
DIGNU entre as três variedades, nota-se que ao utilizar-se 2, 4 e 8 plantas de DIGNU por
vaso, sempre a variedade RB867515 foi superior as demais (RB855456 e SP81-3250) e,
estas, foram semelhantes entre si. Contudo, para 16 plantas por vaso não se observou
66
diferenças entre as variedades no acúmulo de massa nas plantas de DIGNU e quando se
compara o uso de 32 plantas de DIGNU por vaso, registra-se o menor acúmulo de massa
seca quando do uso da variedade SP81-3250, demonstrando ser esta variedade mais
competitiva dentre as três estudadas.
Tabela 45, Valores médios observados para massa seca (g) das plantas de Digitaria nuda em densidade com três variedades de cana-de-açúcar, obtidos no desdobramento dos graus de liberdade da interação entre variedades e quantidade de plantas de Digitaria nuda, ao final do estudo (35 dias após o plantio dos mudas), Botucatu/SP, 2013.
Número de Plantas (DIGNU) ‐ D
Variedades (V) RB855453 RB867515 SP813250
2 14,53 Cb 23,89 Ca 9,09 Bb 4 19,14 BCb 34,04 Aba 18,44 ABb 8 22,09 BCb 42,69 Aa 18,77 ABb 16 27,41 Aba 32,63 BCa 26,98 Aa 32 35,31 Aa 43,36 Aa 25,50 Ab
DMS (V) 8,49 DMS (CO) 9,95 Médias seguidas de mesma letra minúscula na linha e maiúscula na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,05). DIGNU: Digitaria nuda
Na Tabela 46, estão apresentados os resultados da análise de
variância referentes a avaliação da altura das plantas de DIGNU em convivência com
plantas de cana-de-açúcar. Observa-se que não ocorreu o efeito significativo para o fator
variedade apenas aos 7 DAP. Para o efeito de convivência de DIGNU com plantas de cana-
de-açúcar, foi significativo em todos os períodos avaliados. Ressalta-se, ainda que a
interação entre os dois fatores foi significativo aos 14, 21 e 28 DAP.
67
Tabela 46. Resultados da análise de variância referente à altura de plantas de Digitaria nuda em densidade com plantas das três variedades de cana- de- açúcar (RB855453, RB867515, SP81-3250) obtidos em diferentes épocas de avaliação. Botucatu /SP, 2013.
Fontes de variação Dias após o plantio da gema
7 14 21 28 35 F Variedade (V) 0,6614ns 0,0001** 0,0001** 0,0002** 0,0001** Densidade (D) 0,0039** 0,0001** 0,0001** 0,0001** 0,0001** V x CO 0,0783ns 0,0049** 0,0112* 0,0074** 0,1945ns CV (%) 7,6 5,65 3,82 4,13 3,95 ** Significativo ao 1% de probabilidade * Significativo ao 5% de probabilidade ns ‐ Não Significativo
Na Tabela 47 observa-se, quanto ao efeito das variedades sobre a
altura de plantas de DIGNU, que a planta daninha desenvolveu-se melhor quando em
convivência com a variedade RB855453, ou seja, esta variedade foi menos competitiva em
relação as outras duas variedades, RB867515 e SP81-3250. Já, a partir dos 14 DAP e que
se estendeu até o final do estudo (35 DAP). Ressalta-se, ainda, que a altura das plantas de
DIGNU foram semelhantes quando do uso das variedades RB867515 e SP81-3250, o que
evidencia uma pressão competitiva semelhante sobre a planta daninha.
Quanto ao efeito de convivência de DIGNU com as plantas de
cana-de-açúcar, nota-se que desde os 7 DAP a utilização de 2 plantas de DIGNU por vaso
proporcionaram alturas superiores as encontradas nas demais densidades, sendo
estatisticamente superior quando do uso de 32, 16, 8 e 4 plantas por vaso para os 7, 14, 21,
28 e 35 DAP, respectivamente (Tabela 47). Assim, ao final do estudo verifica-se que
apenas 4 plantas por vaso foram o suficiente para a competição intraespecífica atual sobre
a altura das plantas de DIGNU.
68
Tabela 47. Valores médios verificados para altura (cm) de plantas de Digitaria nuda obtidos no desdobramento dos graus de liberdade das variáveis principais em diferentes épocas de avaliação. Botucatu/SP, 2013.
Dias após o plantio de cana‐de‐açúcar
7 14 21 28 35 RB855453 6,1 A
6,0 A 6,0 A
44,8 A 40,5 B 39,6 B
60,5 A 55,8 B 53,4 C
61,3 A 58,8 B 58,1 B
62,5 A 60,2 B 58,4 B
RB867515 SP81‐3250
Numero de plantas (DIGNU)
Densidade (D)
2 6,4 A 6,0 AB 6,1 AB 5,9 AB 5,6 B
37,3 A 40,0 AB 42,0 CB 43,5 CD 45,3 D
60,5 A 56,6 B 55,6 B 56,4 BC 53,7 C
63,4 A 58,1 B 58,6 B 59,0 B 57,9 B
64,4 A 59,5 B 59,3 B 60,3 B 58,4 B
4 8 16 32
DMS (V) 0,4 1,8 1,7 1,8 1,8 DMS (CO) 0,5 2,7 2,5 2,8 2,8 Médias seguidas pela mesma letra na coluna, não diferem estatísticamente entre si pelo teste Tukey (p<0,05) DIGNU: Digitaria nuda
Na Tabela 48 ao avaliar-se a interação entre variedade e densidade
de plantas, que ocorreu apenas nas avaliações intermediárias, verifica-se aos 14 DAP, que
o aumento da densidade de plantas também incrementou a altura da planta daninha, com
exceção da variedade SP-81-3250. Aos 21 e 28 DAP a altura de plantas foi reduzida com o
aumento da densidade de plantas nas variedades RB855453 e SP81-3250 e semelhante na
variedade RB867515.
Ao analisar-se o efeito de cada densidade de plantas de DIGNU
estudada, entre as variedades, verifica-se, aos 14 DAP, que independente da quantidade de
plantas por vaso avaliada, a altura de plantas de DIGNU quando em convívio com a
variedade RB855453 foi superior a observada com a variedade SP81-3250, exceção
quando da utilização de 2 plantas por vaso, o que indica ser a variedade RB855453 menos
competitiva (Tabela 48).
Aos 21 DAP, também com 2 plantas por vaso a altura de plantas de
DIGNU foi menor quando do convívio com a variedade SP81-3250. Aos 28 DAP o
comportamento observado para a altura de plantas de DIGNU foi de uma forma geral
semelhante ao verificado aos 14 DAP (Tabela 48), com exceção à 2 e 4 dias.
69
Tabela 48. Valores médios verificados para a altura (cm) de plantas de Digitaria nuda, obtidos no desdobramento dos graus de liberdade da interação entre variedades e convivência com plantas de muda aos 14, 21, 28 de avaliação. Botucatu / SP, 2013.
Dias após o plantio de cana‐de‐açúcar
14 21 28 Número de plantas
de DIGNU RB855453 RB867515 SP813250
RB855453 RB867515 SP813250
RB855453 RB867515 SP813250
2 37,1 Ca 44,9 Ba 43,9 Ba
47,8 ABa 50,3 Aa
37,9 BCa37,6 Cb
42,5 ABab40,8 ABCb
44,0 Ab
37 Ba37,6 ABb39,5 ABb41,9 Ab
41,7 ABb
65,5 Aa59,7 BCa60,2 BCa60,9 Ba56,3 Ca
56,8 Ab56,6 Aab
55 Ab57,3 Aa
53,3 Aab
59,3 Ab53,5 Bb51,8 Bb50,9 Bb51,4 Bb
66,4 Aa57,9 Ba61 Ba
60,8 Ba60,4 Ba
59,5 Ab58,1 Aa
58,3 Aab60,2 Aa
58,1 Aab
64,3 Aa 58,2 Ba 56,6 Bb 56,1 Bb 55,3 Bb
4 8 16 32
DMS (Variedade) 4,9 4,5 4,7 DMS (Convivência) 1,2 3,7 3,8
Médias seguidas pela mesma letra maiúscula na coluna e minúscula na linha, não diferem estatisticamente entre si pelo teste Tukey (p<0,05)
DIGNU: Digitaria nuda
70
A altura de plantas de DIGNU, sem conviver com a cana-de-
açúcar, foi afetado pela densidade apenas a partir de 21 DAP quando se observa uma
redução significativa com o convívio de 32 plantas por vaso. Aos 28 e 35 DAP a
competição entre as plantas de DIGNU foi incrementada e, o convívio de 4 plantas por
vaso determinou reduções significativas. Ressalta-se que entre as densidades de 4, 8 e 16
plantas por vaso os resultados foram semelhantes (Tabela 49).
Tabela 49. Valores médios observados para altura das plantas de Digitaria nuda, com diferentes densidades de plantas, sem a presença da cultura da cana-de-açúcar, em diversas épocas após o transplantio das mudas. Botucatu/2013.
Dias após o transplantio das mudas Número de plantas
(DIGNU) 7 14 21 28 35 2 7,62 a 46,25 a 67,25 a 69,87 a 72,62 a 4 7,18 a 44,37 a 64,62 ab 67,31 b 69,12 b 8 7,18 a 46,06 a 63,56 ab 65,56 bc 67,56 bc 16 6,93 a 45,18 a 64,50 ab 66,43 bc 67,68 bc 32 6,87 a 45,56 a 62,81 b 64,43 c 66,06 c
F Densidade 0,2557ns 0,7708ns 0,0270* 0,0001** 0,0000** CV(%) 6,8 4,9 2,7 1,7 1,5 DMS 1,05 4,87 3,80 2,53 2,20
Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,05). DIGNU – Digitaria nuda
Quanto a área foliar das plantas de DIGNU convivendo
isoladamente, sem a presença da cultura da cana-de-açúcar (Tabela 50), verifica-se que a
área foliar foi incrementada quando se utilizou maiores quantidades de plantas de DIGNU
por vaso. Este incremento foi significativo nas densidades de 8, 16 e 32 em relação a
presença de 2 plantas, e na densidade de 32 plantas em relação a 2 e 4. As densidades de 4,
8, e 16 plantas não diferiram estatisticamente entre si.
Em relação a massa seca de plantas de DIGNU, o seu acúmulo foi
mais intenso com o aumento da quantidade de plantas por vaso, com as maiores médias
ocorrendo com a utilização de 32 plantas por vaso. Ressalta-se que, mesmo com uma
competição intraespecífica intensa (32 plantas), ainda ocorreu ganhos no acúmulo de
massa seca nas plantas de DIGNU, o que demostra que a densidade que levaria a redução
no acúmulo de massa seca é superior a 32 plantas por vaso (Tabela 50).
71
Tabela 50: Valores médios observados para área foliar e massa seca de plantas de Digitaria nuda, aos 35 dias após o transplantio, sem a presença da cultura da cana-de-açúcar. Botucatu/SP, 2013.
No de Plantas de D. nuda Cana‐de‐açúcar
Área Foliar (dm2) Massa seca (g)
2 745,52 c 25,62 d 4 1014,27 bc 35,74 c 8 1138,20 ab 45,19 b 16 1214,24 ab 50,61 b 32 1416,23 a 59,18 a
F Densidade 0,0003 0,0000 CV (%) 14,00 7,23 DMS 338,09 6,83 Médias seguidas de mesma letra minúscula na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,05). DIGNU – Digitaria nuda
Observa-se que na Tabela 51 que a área foliar das plantas de
DIGNU foi significativamente menor quando comparada ao tratamento sem a convivência
com as plantas de cana-de-açúcar, o que evidencia uma competição interespecífica intensa
por parte da cana-de-açúcar, o que levou a uma redução de 38,8% na formação da
superfície foliar da planta daninha.
Quando se compara o acúmulo de massa seca nas plantas de
DIGNU (Tabela 52), nota-se também um efeito drástico da competição interespecífica,
com uma redução ainda mais acentuada, de 64,8%. Tais resultados, demonstram que a
planta daninha também apresenta perdas quando se estabelece uma relação de competição
com uma planta cultivada.
Tabela 51: Teste de comparação de médias para a Área foliar da Digitaria nuda em convivência e não com a cana-de-açúcar.
Medidas Área foliar da Digitaria nuda (dm2)
Em convivência com cana Não convivência com cana Média 677,01 1105,69
Desvio padrão 383,52 266,44 n 60 20
Teste t de Student para comparação médias Diferença entre médias - 428,68
T calculado (tc) - 4,63 p-valor 0,0000*
*Teste significativo a 1%.
72
Tabela 52: Teste de comparação de médias para a Massa seca da Digitaria nuda em convivência e não com a cana-de-açúcar.
Medidas Massa seca da Digitaria nuda (g)
Em convivência com cana Não convivência com cana Média 26,26 43,27
Desvio padrão 10,57 12,27 n 60 20
Teste t de Student para comparação médias Diferença entre médias - 17,01
T calculado (tc) - 5,98 p-valor 0,0000*
*Teste significativo a 1%.
Quanto à interferência das plantas de DIGNU mantidas em
competição com as plantas de cana-de-açúcar, nota-se que a presença das plantas de
DIGNU em convivência com as plantas de cana-de-açúcar, independente da variedade,
promoveu decréscimo em todos os parâmetros estudados da cana-de-açúcar. Ressalta-se
que, neste estudo, os efeitos deletérios observados podem ser devido a dois fatores,
competição e/ou alelopatia. Este período de inibição pode ser determinante para o
desenvolvimento da planta em condições de campo, em que não há condições de ambiente
controlado como em casa de vegetação.
73
8. CONCLUSÕES
8.1 Efeito da massa seca de Digitaria nuda
− O número de folhas, a altura de plantas, o diâmetro de perfilho e o acúmulo de
massa seca das variedades de cana-de-açúcar, não foram afetados negativamente pela
matéria seca de Digitaria nuda incorporada ou mantida na superfície do solo;
− Quanto ao efeito da forma de incorporação de gema de cana-de-açúcar ao solo, a
GBMSS levou uma vantagem sobre a GNBMSS e GNBMSI, devido provavelmente a
brotação inicial já existente nas gemas.
− Não houve inibição por nenhuma quantidade de palha de Digitaria nuda testada
sobre as três formas de incorporação da gema.
8.2 Interferência de plantas de Digitaria nuda
− O dano visual, a altura de plantas, o diâmetro de perfilho, o número de folhas, a
área foliar e a massa seca de plantas de cana-de-açúcar das variedades testadas foram
afetados negativamente pela convivência com as plantas de Digitaria nuda.
− O convívio da cana-de-açúcar com apenas duas plantas de Digitaria nuda provocou
redução significativa em seu desenvolvimento, independente da variedade utilizada.
− O convívio com a de cana-de-açúcar reduziu a altura, área foliar e massa seca das
plantas de Digitaria nuda.
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