UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA CÂMPUS...
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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA
CÂMPUS DE PRESIDENTE PRUDENTE
PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA
GEOMORFOLOGIA E PEDOLOGIA: ANÁLISE INTEGRADA DA
PAISAGEM
MARIA CRISTINA PERUSI
JOÃO OSVALDO RODRIGUES NUNES
Presidente Prudente – SP
setembro – 2007
CONCEITO DE SOLO
De acordo com a pedologia (pedon = solo + logia =
estudo), ... solo é a coleção de corpos naturais
dinâmicos, que contém matéria viva e é resultante da
ação do clima e da biosfera sobre a rocha, cuja
transformação em solo se realiza durante certo tempo
e é influenciada pelo tipo de relevo (LEPSCH, 2002).
FATORES DE FORMAÇÃO DO SOLO
- Clima;
- organismos;
- Material de origem;
- Relevo e
- Tempo.
Material de origem-rochas
• ...um agregado natural, formado de um ou mais
minerais, que constitui parte essencial da crosta
terrestre e é nitidamente individualizado.
• Ígneas ou magmáticas: intrusivas (ex. granito);
extrusivas (basalto);
• Metamórficas: ex. quartizito e ardósia;
• Sedimentares: ex. arenitos e argilitos (LEINZ e
AMARAL, 2001).
Material de Origem
O relevo e a distribuição da água
Relevo
Tempo
Perfil e horizontes do solo
• ...horizonte é uma seção de constituição mineral ou
orgânica, geralmente paralela à superfície, que
possui propriedades geradas por processos
formadores do solo. O conjunto de horizontes e/ou
camadas que vão desde a superfície até a rocha é
denominado perfil do solo. Apresenta basicamente
quatro horizontes principais: O, A, E, B e C
(LEPSCH, 2002).
Perfil do solo
Processos de formação-Intemperismo
• Conjunto de processos mecânicos, químicos e
biológicos que ocasionam a desintegração e
decomposição das rochas.
• A rocha, depois que se altera, recebe o nome de
regolito ou manto de intemperização.
Intemperismo
• Mecânico ou físico: desintegração da rocha
• Químico: dissolução e desagregação – H2O
• Físico-biológico: ação das raízes e microrganismos
Natureza 17:00h oC 5:00h oC Temperatura da atmosfera 36 22
Temperatura do Norito (rocha escura) 63 26 Temperatura do Gnaisse (rocha clara) 55 23
Composição geral dos solos
Fase sólida: partículas minerais
• Minerais - classificados quanto à: • origem: primários e secundários;• Tamanho: areia, silte e argila;• Composição.
Fase sólida: partículas orgânicas
• Macro e micro fauna/flora
Partículas sólidas e a relação com a química do solo
Espaços porosos• Microporos - água
• Macroporos - ar
Descrição morfológica: principais propriedades físicas dos solos
COR
• “Tabela de cores de Münsell”: • Matiz – cor pura, ex. (R = red = vermelho =
100% essa cor; Y = yellow = amarelo = 100% essa cor; YR = vermelho-amarelo = 50% de cada cor.
• Valor – tons de cinza presentes (entre branco e preto); 0 (preto absoluto) – 10 (branco puro).
• Croma – mistura da cor fundamental c/ a tonalidade de cinza (0-10)
TEXTURA• Proporção relativa das frações areia, silte e argila – Classe
textural.
ESTRUTURA
• ...agregação das partículas primárias do solo em unidades estruturais composta. Refere-se ao tamanho, forma e estabilidade dos agregados.
PorosidadeCerosidade
Consistência
• ...intervalo entre uma e outra partícula sólida.
• ...aspecto brilhoso (encerado) na superfície
das estruturas.
• Força física de coesão e adesão entre as
partículas do solo (seco, úmido e molhado).
• Espessura e arranjamento dos horizontes;
• Transição entre os horizontes.
Descrição geral do perfil de solo
• - Latitude, longitude, altitude;• - Condição: corte de estrada, erosão...• - Relevo;• - Cobertura vegetal;• - formação geológica/material de origem;• - Clima;• - Tempo;• - Presença ou não de erosão;• - Uso atual.
CLASSIFICAÇÃO BRASILEIRA DE SOLOS (EMBRAPA, 1999) E PRINCIPAIS CLASSES DE SOLOS DO OESTE DO ESTADO DE SÃO PAULO
• 1 ALISSOLOS (A): material mineral
(argilosos); B textural; susceptível à erosão;
alto conteúdo de alumínio – solos ácidos;
baixa fertilidade e pequena expressão
geográfica.
2 ARGISSOLOS (P) • Material mineral; argila Tb; Bt abaixo de
horizonte A ou E. ARGISSOLOS VERMELHO-
AMARELOS e ARGISSOLOS VERMELHOS;
mudança textural abrupta; relevos mais
acentuados; altamente susceptível à erosão;
acidez pronunciada; escassez de nutrientes;
ocupa cerca de 29% da área do E.S.P.
Argissolo Vermelho-Amarelo
3 CAMBISSOLOS (C)
• Material mineral; fase embrionária; solo
adolescente (pode evoluir para um
Latossolo); terreno escarpado; severas
restrições ao uso agrícola; elevada
erodibilidade; pobres em nutrientes e ácidos.
Cambissolo
4 CHERNOSSOLOS (M)
• Material mineral; áreas mais quentes e
úmidas; intemperização intensa; naturalmente
férteis e bastante porosos; terrenos
escarpados ou em relevo ondulado –
restringindo seu uso; argilosos – resultando
em limitações para uso mecanizado.
Chernossolo
5 ESPODOSSOLOS (E)
• Material mineral; horizonte Bt abaixo do A ou E;
húmus ácidos e intensa translocação de
compostos de ferro, alumínio e matéria orgânica
que se acumulam no horizonte B; clima frio,
úmido e substrato arenoso; pouco férteis e com
baixa capacidade de retenção de água (regiões
litorâneas).
Espodossolo
6 GLEISSOLOS (G)
• Material mineral; horizonte glei (cinzento,
esverdeado ou azulado – intensa redução de
ferro pela presença da água); limitações de
uso pela presença do lençol freático; pouco
férteis e bastante ácidos.
7 LATOSSOLOS (L)
• Material mineral, B latossólico (Bw); argila: caulinítica – vermelha; transição entre os horizontes: gradual ou difusa; textura uniforme ao longo do perfil; 4 subordens: LATOSSOLOS BRUNOS, LATOSSOLOS AMARELOS, LATOSSOLOS VERMELHOS e LATOSSOLOS VERMELHOS-AMARELOS; ocupam cerca de 52% do E.S.P.; resistente aos agentes erosivos.
Latossolo
8 LUVISSOLOS (L)
• Material mineral, argila Ta; Bt abaixo do A ou E;
férteis; bom potencial nutricional; pouco
profundos (nordeste brasileiro). baixa
permeabilidade do horizonte; processos
erosivos; desaconselhável o uso para aterros
sanitários = pouca profundidade e acentuada
declividade.
Luvissolo
9 NEOSSOLOS (R)
• Material mineral ou orgânico com menos de
40cm de espessura; rasos; relevo forte
ondulado ou montanhoso; susceptível à
erosão; bem providos de nutrientes (devido à
proximidade com o substrato rochoso).
Neossolo
10 NITOSSOLOS (N)
• Material mineral; maior risco de erosão que
os Latossolos; discreto aumento de argila em
profundidade; boa drenagem interna;
predominantemente férteis e adequados para
aterros sanitários e outras formas de
deposição de resíduos.
11 ORGANOSSOLOS (O)
• Material orgânico; horizonte O; matéria
orgânica acima de 20%; planícies aluviais;
lençol freático elevado; densidade muito
baixa; elevada porosidade e capacidade de
retenção de água; profundidade variada;
impróprios para aterros sanitários bem como
recebimento de efluentes .
Organossolo
12 PLANOSSOLOS (S)
• Material mineral; horizonte A ou E acima de
um horizonte Bt (densidade elevada, baixa
porosidade, redução da permeabilidade);
planícies aluviais; horizonte B extremamente
resistente quando seco e muito pegajoso
quando úmido.
Planossolo
13 PLINTOSSOLOS (F)
• Material mineral com horizonte plíntico (rico
em ferro) dentro de 40cm ou dentro de 200cm
quando imediatamente abaixo do horizonte A
ou E; diminuição da água e nutrientes; solos
ácidos e pobres quimicamente - corretivos e
fertilizantes para produzirem adequadamente.
Tocantins e Amazônia.
Plintossolo
14 VERTISSOLOS (V)
• Material mineral; cinza escuro; elevado conteúdo de
argilas expansivas (argilito); baixadas ou parte
inferior de encostas; constante fendilhamento e
contração (apresentam fraca formação de
horizontes). Horizonte A de 15 a 20cm assentado
sobre uma massa argilosa de 50 a 150cm de
espessura. Limitado uso agrícola (molhado=muito
pegajoso; seco= muito duro).
Vertissolo