UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY … · sanguíneo, o que corresponde à ocorrência...

38
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY RIBEIRO GUSTAVO LEITE LOPES ESTUDO ELETROFORÉTICO E ELETROLÍTICO DA ERLIQUIOSE CANINA EM CAMPOS DOS GOYTACAZES, RJ CAMPOS DOS GOYTACAZES 2008

Transcript of UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY … · sanguíneo, o que corresponde à ocorrência...

Page 1: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY … · sanguíneo, o que corresponde à ocorrência de 12,4% e 13%. Segundo Skotarczak (2003) a infecção por Ehrlichia canis é caracterizada

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY RIBEIRO

GUSTAVO LEITE LOPES

ESTUDO ELETROFORÉTICO E ELETROLÍTICO DA ERLIQUIOSE CANINA EM CAMPOS DOS GOYTACAZES, RJ

CAMPOS DOS GOYTACAZES 2008

Page 2: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY … · sanguíneo, o que corresponde à ocorrência de 12,4% e 13%. Segundo Skotarczak (2003) a infecção por Ehrlichia canis é caracterizada

GUSTAVO LEITE LOPES

ESTUDO ELETROFORÉTICO E ELETROLÍTICO DA ERLIQUIOSE CANINA EM CAMPOS DOS GOYTACAZES, RJ

Dissertação apresentada ao Centro de Ciências e Tecnologias Agropecuárias da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre em Produção Animal na área de Concentração de Clínica Médica Veterinária.

ORIENTADOR: Prof. Antônio Peixoto Albernaz

CAMPOS DOS GOYTACAZES

2008

Page 3: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY … · sanguíneo, o que corresponde à ocorrência de 12,4% e 13%. Segundo Skotarczak (2003) a infecção por Ehrlichia canis é caracterizada
Page 4: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY … · sanguíneo, o que corresponde à ocorrência de 12,4% e 13%. Segundo Skotarczak (2003) a infecção por Ehrlichia canis é caracterizada

Deus, que sempre me deu

muita força e Fé para atingir

os meus objetivos.

Page 5: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY … · sanguíneo, o que corresponde à ocorrência de 12,4% e 13%. Segundo Skotarczak (2003) a infecção por Ehrlichia canis é caracterizada

AGRADECIMENTOS

A Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, por ter me dado

condições de chegar até aqui

Aos meus pais e familiares, por sempre me incentivarem e acreditarem em meu

potencial.

Ao meu orientador Prof. Antônio Peixoto Albernaz, pela paciência, amizade e

dedicação.

A banca examinadora pela atenção e dedicação na avaliação do trabalho em questão.

A minha noiva Monique Jorge Gomes, pelo incentivo, amizade e carinho.

Aos técnicos Josias Alves Machado (Técnico nível médio – UENF) e Orlando Augusto

Melo Júnior (Técnico de nível superior – UENF) a quem devo muito respeito e

admiração pelo companheirismo e dedicação que tiveram comigo.

Aos animais que tanto colaboram com as descobertas da ciência.

Aos colegas de profissão por colaboram com este trabalho.

Page 6: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY … · sanguíneo, o que corresponde à ocorrência de 12,4% e 13%. Segundo Skotarczak (2003) a infecção por Ehrlichia canis é caracterizada

RESUMO

LOPES, GUSTAVO LEITE; Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro; fevereiro de 2008; ESTUDO ELETROFORÉTICO E ELETROLÍTICO DA ERLIQUIOSE CANINA EM CAMPOS DOS GOYTACAZES, RJ; Professor orientador: Antonio Peixoto Albernaz.

A Erliquiose canina é uma doença infecciosa com significativa prevalência em

várias regiões do Brasil, inclusive na região Norte fluminense. As bactérias Erhlichia

canis e Anaplasma platys são as principais causadoras da enfermidade, sendo

pertencentes à família Anaplasmatacea e a ordem Rickettsiales. A doença é transmitida

pelo carrapato Rhipicephalus sanguineus e apresenta três formas clínicas: aguda, sub-

aguda e crônica. A eficácia do tratamento depende de um diagnóstico precoce, este é

reforçado pela suspeita clínica e confirmado pela identificação microscópica do agente

etiológico em lâmina, ou, por imunofluorescência indireta, ELISA e PCR. O fármaco

mais utilizado no tratamento é a doxiciclina. O prognóstico é variável, e é fato que

quanto mais precocemente for diagnosticada a doença, maiores são as chances de

êxito no tratamento e recuperação. Objetivou-se melhor conhecimento da doença e

consequentemente informações mais sedimentadas acerca do paciente infectado.

Foram realizados testes de eletroforese e mensuração de sódio e potássio em sessenta

cães na cidade de Campos dos Goytacazes, RJ, divididos em dois grupos de trinta

animais, sendo: grupo controle e grupo positivo (Ehrlichia spp. ou Anaplasma spp.). Os

dados foram tabulados e analisados estatisticamente. Evidenciou-se hipoalbuminemia e

hipergamaglobulinemia no grupo positivo, as concentrações de sódio e potássio

mantiveram-se dentro da normalidade neste grupo. Concluiu-se que a erliquiose canina

em Campos dos Goytacazes, RJ não alterou a capacidade renal de manutenção de

equilíbrio hídrico-eletrolítico e suscitou evidente reação imunológica no paciente

infectado.

Palavras-Chave: Norte fluminense, patologia clínica, caninos, hemoparasitoses.

Page 7: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY … · sanguíneo, o que corresponde à ocorrência de 12,4% e 13%. Segundo Skotarczak (2003) a infecção por Ehrlichia canis é caracterizada

ABSTRACT LOPES; GUSTAVO LEITE; Universidade Estadual do Norte Fluminense; february 2008; ELECTROPHORETIC AND ELECTROLYTIC STUDY OF CANINE EHRLICHIOSIS IN CAMPOS DOS GOYTACAZES, RJ; Professor orientador: Antônio Peixoto Albernaz.

Canine Ehrlichiosis is a major infectious disease whose prevalence has been

increased significantly in several regions of Brazil mainly in Norte Fluminense. Usually

transmitted by ticks Rhipicephalus sanguineus has as etiological agent a microorganism

belonging to the family of Anaplasmatacea,

being Erhlichia canis and Anaplasma platys the species most commonly found. The

disease may present clinics in three stages: acute, sub-acute and chronic. The

effectiveness of treatment depends on an early diagnosis. The diagnosis is based and

reinforced by the clinical suspect confirmed by microscopic identification of the causative

agent in blade, or by indirect immunofluorescence, ELISA and PCR. The drug most

used in the treatment of canine Ehrlichiosis has been doxycycline. The prognosis is

variable, it is known that the earlier diagnosis is made there are more chances of

success in treatment. As goal to create the grant to improve knowledge of the disease

were performed electrophoresis tests and measurement of sodium and potassium in 60

dogs in the city of Campos dos Goytacazes - RJ, divided into 2 groups, one called

control group and other positive group for canine Ehrlichiosis. Looking to the distribution

of serum proteins with the result the positive group for canine Ehrlichiosis there was a

hypoalbuminemia with a hypergammaglobulinemia, besides sodium and

potassium concentration that not demonstrated alteration when compared with the

control group.

Keywords: Norte Fluminense, clinical pathology, dogs, hemathological parasitosis

Page 8: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY … · sanguíneo, o que corresponde à ocorrência de 12,4% e 13%. Segundo Skotarczak (2003) a infecção por Ehrlichia canis é caracterizada

SUMÁRIO

1 – INTRODUÇÃO 9

2 – JUSTIFICATICA 11

3 – REVISÃO DE LITERATURA 12

3.1 – Histórico 12

3.2 – Taxionomia 12

3.3 – Agentes etiológicos mais importantes da região 13

3.3.1 – Ehrlichia canis 13

3.3.2 - Anaplasma platys 14

3.4 - Transmissão da Ehrlichia canis e Anaplasma platys 14

3.5 - Forma de multiplicação intra-celular 15

3.6 - Caracterização clínica da doença 16

3.7 - Alterações laboratoriais 16

3.7.1 - Alterações hematológicas 16

3.7.1.1 - Alterações no eritrograma 16

3.7.1.2 - Alterações no leucograma 17

3.7.1.3 - Alterações na plaquetometria 17

3.7.2 – Alterações bioquímicas 17

3.7.2.1 – Proteínas séricas 17

3.7.2.2 - Sódio (Na+) e potássio (K+) 19

3.8 – Diagnóstico 20

3.9 – Prognóstico 20

3.10 – Tratamento e profilaxia 20

4 – MATERIAL E MÉTODOS 22

4.1 – Amostragem 22

4.2 - Coleta de material e procedimento laboratorial 22

4.2.1. - Coleta e acondicionamento 22

4.2.2 - Procedimento laboratorial 23

4.2.2.1 – Pesquisa de hemoparasitas 23

Page 9: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY … · sanguíneo, o que corresponde à ocorrência de 12,4% e 13%. Segundo Skotarczak (2003) a infecção por Ehrlichia canis é caracterizada

4.2.2.2 - Eletroforese de proteínas séricas 24

4.2.2.2.1 – Procedimento 24

4.2.2.3 - Mensuração de Proteínas Totais 24

4.2.2.4 - Mensuração de sódio e potássio 24

4.3 – Análise estatística 25

5 – RESULTADOS 28

5.1 - Eletroforese de proteínas séricas e eletrólitos 26

6- DISCUSSÃO 28

6.1 - Eletroforese de proteínas séricas 28

6.2 - Sódio (Na+) e potássio (K+) 30

7- CONCLUSÕES 32

8 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 33

Page 10: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY … · sanguíneo, o que corresponde à ocorrência de 12,4% e 13%. Segundo Skotarczak (2003) a infecção por Ehrlichia canis é caracterizada

9

1. INTRODUÇÃO

A Erliquiose canina é uma doença diagnosticada com freqüência na rotina do

médico veterinário e os caninos domésticos podem ser afetados, apresentando

distribuição mundial (WANER et al., 1997; CASTRO et al., 2003). O agente

etiológico é uma bactéria intracelular obrigatória, da ordem Rickettisiales, sendo a

Ehrlichia spp. e a Anaplasma platys os gêneros comumente observados no Brasil,

infectando leucócitos e plaquetas (ALMOSNY ; MASSARD, 2002; STICH et al.,

2002; BULLA et al., 2004).

Hoskins (1991) relatou que a Rickettsiose canina é transmitida por carrapatos

Rhipicephalus sanguineus que infectam os hospedeiros quando se alimentam e sua

secreção salivar é inoculada no local da picada (GROVES et al., 1975 e MCDADE,

1990).

O diagnóstico pode ser baseado em achados clínicos e laboratoriais. Os

achados clínicos incluem febre, anorexia, depressão, perturbações cardíacas e

respiratórias, hemorragias, linfadenopatia, esplenomegalia e anorexia (INOKUMA et

al. 2002; MYLONAKIS et al., 2002; STICH et al., 2002), e os laboratoriais são:

trombocitopenia, anemia, leucopenia e hipergamaglobulinemia (DAGNONE et al.,

2003; SKOTARCZAK, 2003; BULLA et al., 2004). O diagnóstico da riquetisiose

canina pode ser confirmado por meio de esfregaços sangüíneos corados pelo

método May-Grunwald-Giemsa mediante à visualização do parasita em microscopia

óptica no interior de plaquetas e/ou no citoplasma de monócitos circulantes, coleta-

se preferencialmente sangue periférico de animais suspeitos (EWIN et al., 1996;

ALMOSNY, 1998).

Na cidade de Campos dos Goytacazes RJ esta doença vem sendo

encontrada com freqüência. Miranda et al. (2004) e Fajardo (2005), observaram

respectivamente 557 e 1300 canídeos suspeitos de erliquiose, onde 69 e 170

apresentaram-se positivos a partir de avaliação hematoscópica em esfregaço

sanguíneo, o que corresponde à ocorrência de 12,4% e 13%.

Segundo Skotarczak (2003) a infecção por Ehrlichia canis é caracterizada por

três fases: aguda, sub-clínica, e crônica. A fase aguda ocorre entre o 8º e o 20º dia

após a transmissão, com alterações clínicas de dispnéia, depressão, anorexia leve

perda de peso e febre. As alterações laboratoriais são trombocitopenia, leucopenia,

anemia branda, e hipergamaglobulinemia. A fase subclínica ocorre num período

Page 11: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY … · sanguíneo, o que corresponde à ocorrência de 12,4% e 13%. Segundo Skotarczak (2003) a infecção por Ehrlichia canis é caracterizada

10

entre 40º e o 120º dias, podendo não apresentar nenhum sinal clínico, ou ainda,

apresentando apenas leve trombocitopenia como alteração laboratorial. A fase

crônica é caracterizada por epistaxe, petéquias edema e pancitopenia, podendo

ocorrer óbito (SWANGO et al., 1989; RIKIHISA et al., 1993; ALMOSNY, 1998).

O presente trabalho objetivou criar subsídios para melhor conhecimento da

doença, observando-se a distribuição das proteínas séricas, além da concentração

do sódio e potássio em cães infectados por Ehrlichia spp ou Anaplasma spp, e com

os resultados, suscitar protocolos terapêuticos mais seguros.

Page 12: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY … · sanguíneo, o que corresponde à ocorrência de 12,4% e 13%. Segundo Skotarczak (2003) a infecção por Ehrlichia canis é caracterizada

11

2. JUSTIFICATIVA

A doença é freqüentemente observada na espécie canina. Os testes

laboratoriais relacionados ao seu diagnóstico, como hemograma, pesquisa de

hemoparasitas, a técnica de cultivo in vitro e a imunofluorescência indireta e PCR

(polymerase chain reaction), merecem aprimoramento, portanto, há evidente

possibilidade de serem criadas informações que possam sedimentar uma avaliação

investigativa clínico-laboratorial na nossa região.

Page 13: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY … · sanguíneo, o que corresponde à ocorrência de 12,4% e 13%. Segundo Skotarczak (2003) a infecção por Ehrlichia canis é caracterizada

12

3. REVISÃO DE LITERATURA

3.1 – Histórico

Segundo Castro et al. (2003), a Erliquiose monocítica canina foi descrita em

cães por Donatien & Lestoquard, em 1935 na Argélia. Desde então, foi identificada

em grande parte do mundo, com maior freqüência nos paises tropicais. (IQBAL e

RIKIHISA et al., 1991; ALMOSNY, 1998; CASTRO et al., 2003)

Em 1945, o microorganismo Ehrlichia canis foi renomeado por Moshkovski em

homenagem a Paul Ehrlich (MCDADE, 1990).

A disseminação mundial da doença ocorreu em cães militares no final da

década de 60, na Guerra do Vietnã, onde os mesmos foram acometidos com

hemorragia grave (HUXSOLL, 1976; ALMOSNY, 1998). Aproximadamente 160 cães

da raça Pastor Alemão contraíram a erliquiose na guerra do Vietnã. (HOILIEN et al.,

1981; RIKIHISA et al.,1991).

A Erliquiose canina foi descrita no Brasil pela primeira vez na cidade de Belo

Horizonte, em 1973, citado por Costa et al. (1973). Carrilo et al. (1976) relataram a

doença em cães da polícia militar do Rio de Janeiro, o primeiro caso da doença no

estado.

Miranda et al. (2004), observaram na cidade de Campos dos Goytacazes, RJ

557 canínos suspeitos de Rickettsiose dos quais 69 apresentaram-se positivos após

avaliação microscópica óptica, correspondendo a uma ocorrência de 12,4% na

citada região. Na mesma região, Fajardo (2005) estudou 1300 caninos suspeitos de

Rickettsiose e constatou que 170 foram positivos após avaliação microscópica

óptica, caracterizando freqüência de 13%.

3.2 -Taxionomia

DumLer et al. (2001) avaliando as características genéticas das bactérias

contidas na ordem Rickettisiales, descreveram uma reestruturação da classificação

taxionômica destas, algumas modificações foram sugeridas, dente elas, a

reorganização dos gêneros Ehrlichia spp. e Anaplasma spp., alteração importante foi

Page 14: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY … · sanguíneo, o que corresponde à ocorrência de 12,4% e 13%. Segundo Skotarczak (2003) a infecção por Ehrlichia canis é caracterizada

13

a renomeação da espécie Ehrlichia platys, passando a ser denominada Anaplasma

platys.

Abaixo descreve-se a classificação taxionômica postulada pelos autores

citados para as espécies existentes em Campos dos Goytacazes, RJ.

Ordem: Rickettsiales,

Família: Anaplasmatacea,

Gênero: Ehrlichia,

Espécie: Ehrlichia canis.

Ordem: Rickettsiales,

Família: Anaplasmatacea,

Gênero: Anaplasma,

Espécie: Anaplasma platys.

3.3 - Agentes etiológicos mais importantes na regiã o

3.3.1 Ehrlichia canis

A Ehrlichia canis é uma bactéria intracelular, infecta monócitos e granulócitos,

causando doença denominada Erliquiose canina ou Pancitopenia tropical (RIKIHISA

et al., 1993; BULLA et al., 2004). Apresenta-se em três formas: Mórulas, que se

apresentam em forma de colônias arredondadas com grânulos que se apresentam,

como corpúsculo elementares de coloração azul escuro quando corados pelo

Giemsa. Os corpúsculos elementares apresentam tamanhos variados, podendo ser

visualizados em vacúolos no citoplasma de monócitos. Os corpúsculos iniciais são

caracterizados pela sua forma granular, sendo compostos por múltiplos grânulos no

citoplasma de monócitos, estes grânulos precisam ser diferenciados das

granulações azurófilas, que podem ocorrer em citoplasma de mononucleares de

cães sadios (Immelman e Button (1973) apud ALMOSNY, 1998).

A multiplicação da bactéria nos cães ocorre por divisão binária.

(HILDEBRANDT et al., 1972; ALMOSNY, 1998).

Page 15: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY … · sanguíneo, o que corresponde à ocorrência de 12,4% e 13%. Segundo Skotarczak (2003) a infecção por Ehrlichia canis é caracterizada

14

Segundo Stich et al. (2002) as alterações clinico-laboratoriais observadas em

30 cães experimentalmente infectados foram febre, depressão, anorexia, leucopenia

e trombocitopenia.

3.3.2 Anaplasma platys (Ehrlichia platys)

A Anaplasma platys é uma rickettsia específica das plaquetas de cães,

causando trombocitopenia persistente (INOKUMA et al., 2002).

Podem ser visualizadas em esfregaços sangüíneos corados por Giemsa,

apresentam-se como uma granulação de coloração basofílica, medindo entre 0.4 a

1,2 mm, podendo ser arredondada, oval ou achatada, é rodeada por membrana

dupla e se reproduz por fissão binária (RISTIC e HUXSOLL, 1984; INOKUMA et al.,

2003).

GAUNT et al. (1990) observaram redução da agregação plaquetária

associada a E. platys. afirmaram, após observação da medula óssea, haver

hiperplasia megacariocítica, caracterizando uma trombocitopenia regenerativa.

Nos achados laboratoriais pode ocorrer um leve decréscimo nos valores de

eritrócitos e leucócitos e uma acentuada trombocitopenia com valores próximos a

10.000 plaquetas por milímetro cúbico de sangue (HOSKINS, 1991).

3.4 – Transmissão da Ehrlichia canis e Anaplasma platys

O carrapato Rhipicephalus sanguineus é o principal agente transmissor da

doença no cão. As bactérias da ordem Rickttsiales são transmitidas pela saliva do

carrapato, ocorrendo quando os carrapatos infectados se alimentam, e sua secreção

salivar é inoculada no local da picada (ALMOSNY, 1998; INOKUMA et al. 2002;

STICH et al. 2002; BULLA et al. 2004; FISHMAN et al. 2004). No carrapato, o

microorganismo se multiplica nos hematócitos e células da glândula salivar, onde

penetram no trato digestivo (RIKIHISA et al., 1991).

Alvarado et al. (2003) descreveram que a Trombocitopenia cíclica infecciosa

dos cães pode ser transmitida por injeção de sangue contendo Anaplasma platys

obtido durante o período parasitêmico e em condições naturais pode ser transmitida

pela picada de um carrapato infectado (Rhipicephalus sanguineus).

Page 16: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY … · sanguíneo, o que corresponde à ocorrência de 12,4% e 13%. Segundo Skotarczak (2003) a infecção por Ehrlichia canis é caracterizada

15

Segundo Maretzi et al. (1994), os carrapatos da espécie Dermacentor variabilis

estão relacionados a Rickettsia rickettsii.

3.5 – Forma de multiplicação intra-celular

Quando as bactérias são inoculadas no animal parasitado são fagocitadas

pelos monócitos, aonde irão se multiplicar, formando dentro dos fagossomas os

corpúsculos elementares. Estes corpúsculos vão se replicar por divisão binária,

vindo a formar um pequeno número de estruturas compactas formadas por

corpúsculos elementares, formando estruturas pleomórficas, que são os corpúsculos

iniciais. Nos próximos 7 a 12 dias estes corpúsculos iniciais se desenvolvem no

interior da inclusão madura, que é característica do gênero Ehrlichia. As mórulas se

rompem liberando vários corpúsculos elementares que finalmente irão infectar novas

células (SWANGO et al., 1989, McDADE, 1990; ALMOSNY, 1998).

Figura 1 – Esfregaço sanguíneo de cão, corado com Panótico rápido, contendo

Ehrlichia spp. ou Anaplasma spp. na forma de corpúsculo inicial em monócito canino

(seta A), corpúsculo elementar em neutrófilo felino (seta B) e mórula em monócito

canino (seta C). Aumento de 1000x, objetiva de imersão.

Fonte: Gustavo Leite Lopes (2006).

3.6 – Caracterização clínica da doença

Os animais com erliquiose apresentam alterações clínicas graves, que podem

variar conforme o estágio da doença. Estas alterações clínicas são febre, depressão,

anorexia, edema de membros, hemorragias petequiais, uveites, vômito, diarréia,

magreza, hepatomegalia, esplenomegalia, linfadenopatia, distúrbios cardíacos,

A B C

Page 17: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY … · sanguíneo, o que corresponde à ocorrência de 12,4% e 13%. Segundo Skotarczak (2003) a infecção por Ehrlichia canis é caracterizada

16

respiratórios e nervosos (HARRUS et al., 2001; ALMOSNY ; MASSARD, 2002;

INOKUMA et al., 2002; STICH et al., 2002; CASTRO et al., 2003; DAGNONE et al.,

2003).

A anorexia leva a uma hipoalbuminemia com perda de fluidos sangüíneos,

como conseqüência ocorre um aumento na viscosidade do sangue propiciando as

vasculites (HARRUS et al., 1996b).

A E. canis possui predileção por células encontradas na micro vascularização

dos pulmões, rins e meninges de cães (HOSKINS, 1991; HARRUS et al., 1998)

sendo a epistaxe causada por hemorragias características dos pulmões ou da

mucosa nasal (RIKIHISA et al., 1993), a E. sennetsu está predominantemente

localizada nos linfonodos, causa grave linfadenopatia (HOSKINS, 1991; RIKIHISA et

al., 1991).

Skotarczak (2003) descreveu que a Ehrliquiose monocítica canina (EMC)

apresenta três fases: aguda, subclínica e crônica. A primeira delas começa após o 8o

dia após infecção, ocorrendo febre, depressão, dispnéia e anorexia, ocorre inclusive

trombocitopenia, leucopenia, leve anemia e hipergamaglobulinemia. A fase

subclínica ocorre entre 40o e 120o dias, ou até alguns anos sem sinais clínicos, com

leve trombocitopenia. A fase crônica, se caracterizada por, epistaxe, edema e com

achados laboratoriais semelhante à fase aguda.

3.7 – Alterações laboratoriais

Segundo Dagnone et al. (2003), os achados laboratoriais em cães com

Rickettsiose são principalmente a trombocitopenia, leucopenia e anemia.

3.7.1 – Alterações Hematológicas

3.7.1.1 – Alterações no eritrograma.

Em cães infectados com E. canis, comumente ocorre uma anemia normocítica

normocrômica, que caracteriza redução na resposta medular (HARRUS et al.,

1996b; ALMOSNY ; MASSARD, 2002; MIRANDA et al., 2004).

Anemias mais severas podem ocorrer de acordo com estágio da doença

(WANER et al., 1997)

Page 18: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY … · sanguíneo, o que corresponde à ocorrência de 12,4% e 13%. Segundo Skotarczak (2003) a infecção por Ehrlichia canis é caracterizada

17

3.7.1.2 – Alterações no leucograma

Em geral as alterações hematológicas podem variar de acordo com o estágio

da doença, podendo ser: leucopenia com declínio nos números de neutrófilos

(WANER et al., 1997), linfocitopenia, eosinopenia, hipoalbominemia,

hipergamaglobulinemia (HARRUS et al., 1996b; WANER et al., 1997; ALMOSNY,

1998; DAGNONE et al., 2003).

A monocitose é um achado freqüente na Ehrliquiose canina, geralmente com

a presença de monócitos ativados e/ou sinais de eritrofagocitose (HOSKINS, 1991;

HARRUS et al., 1997).

Na cidade de Campos dos Goytacazes, Miranda et al. (2004), observaram

que 69 animais positivos apresentaram leucocitose neutrofílica com DNNE leve,

neutrofilia relativa e absoluta, linfocitopenia relativa e absoluta.

3.7.1.3 – Alterações na plaquetometria

Para Martin et al. (2005) uma das maiores causas de trombocitopenia são as

infecções por rickettsias do gênero Ehrlichia.

Trombocitopenia com um moderado aumento no tamanho de plaquetas

podem ser observado em cães infectados por Anaplasma platys (HARRUS et al.,

1996b; WANER et al., 1997; ALMOSNY, 1998; DAGNONE et al., 2003)

3.7.2 – Alterações bioquímicas

3.7.2.1 – Proteínas séricas

Harrus et al. (1996a) descreveram algumas possíveis causas de alterações

nas frações das proteínas do soro. Para a hipoalbuminemia, os autores descreveram

como possíveis causas a: anorexia, vasculite e proteinúria. As globulinas α1 e α2

podem se apresentar aumentadas devido a inflamações agudas, afecções

hepáticas, necrose e até neoplasias. Já as β1 e β2 globulinas o mesmo autor citou

que não possuem uma explicação exata para suas alterações séricas, entretanto

KANEKO et al, 1997 e TRHALL, 2007 descreveram que estas podem estar elevadas

quando ocorre doença crônica.

Page 19: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY … · sanguíneo, o que corresponde à ocorrência de 12,4% e 13%. Segundo Skotarczak (2003) a infecção por Ehrlichia canis é caracterizada

18

A pré-albumina é uma proteína produzida no fígado, com a função de

transportar a tiroxina e a vitamina A. Sua diminuição pode sugerir diminuição na

síntese ou maior eliminação renal (HARRUS et al., 1996a).

Vários fatores incluindo parasitários e doenças infecciosas podem influenciar

na flutuação de uma única proteína do soro, sendo estas mensuradas através de

eletroforese (ABATE et al., 2000).

A hiperproteinemia na fase inicial da infecção é devido a

hipergamaglobulinemia, ocorrendo posteriormente uma hipoalbuminemia devido à

má nutrição, causa renal, doença hepática associada e devido ao edema secundário

a vasculite (HOSKINS, 1991; WOODY ; HOSKINS, 1991).

O aumento da α1 globulina, segundo Abate et al. (2000), pode estar

relacionado a uma inflamação aguda, e as α2 globulinas, também estão aumentadas

devido à inflamações agudas, necrose tecidual, neoplasias e até em inflamações

crônicas e subclínicas, onde podem estar aumentadas as α1 e α 2 globulinas.

Segundo Abate et al. (2000) vários fatores, incluindo infecciosos e

parasitários, podem influenciar na concentração de uma ou mais proteínas no soro.

Ao comparar os valores de proteínas do soro de cães saudáveis com cães

apresentando ehrliquiose canina, os mesmos mostraram-se diminuídos para

albumina e α1 globulinas (HARRUS et al., 1996a; WANER et al., 1997). Os valores

de α2 globulina, β1, β2 globulinas, gama globulinas e proteínas totais apresentaram-

se superiores aos parâmetros normais (HARRUS et al., 1996a; WANER et al., 1997;

ALMOSNY e MASSARD, 2002).

As elevações das γ-globulinas podem ser devidas a processos denominados

gamapatias policlonais e monoclonais (GONZÁLES et al, 2006). As gamapatias

policlonal está relacionada com processos inflamatórios de tipo crônico, como

infecções-infestações crônicas ou doenças imunomediadas. As gamapatias

monoclonais são produzidas por proliferação clonais de células neoplásicas da série

de linfócitos B (tumores de células plasmáticas) e em leucemia linfocítica crônica de

células B (GONZÁLES et al, 2006; THRALL 2007).

No que se trata de gamapatias policlonais e monoclonais para cães

portadores de Ehrlichiose canina, pode estar relacionadas a infecções secundárias

(ALMOSNY ; MASSARD, 2002).

Page 20: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY … · sanguíneo, o que corresponde à ocorrência de 12,4% e 13%. Segundo Skotarczak (2003) a infecção por Ehrlichia canis é caracterizada

19

3.7.2.2 – Sódio (Na +) e potássio (K +).

Segundo Hoskins, (1991), na fase aguda da erliquiose, elevações séricas dos

valores de uréia, são atribuídas a azotemia pré-renal, pois a densidade elevada seria

um indicativo de habilidade em concentrar líquidos, caracterizando um leve dano

glomerular, podendo até levar a uma hipocalemia (MILLER et al. 2005).

Ochiai et al. (2006) descreveram que o potássio e o cloro, sendo ambos co-

transportados, participam de estímulos fisiológicos fundamentais, como por exemplo

a regulação do volume globular. Os mesmos autores citaram ainda que falhas neste

mecanismo de transporte podem ocasionar perda de cloreto de potássio e

conseqüente aumento da resistência vascular.

Certas bombas de membrana trocam uma espécie de molécula ou íons de um

lado da membrana para o outro. O transporte de Na+ e K+ é mantido pela bomba de

Na+ e K+, ocorre constantemente o transporte de íons Na+ para o meio extra-celular

e o transporte concomitante de íons K+ em sentido contrário (RANDAL et al., 2000).

A concentração de K+ é cerca de 10 a 20 vezes mais alta no interior da célula

e para Na+, é o oposto. Porem o número de íons Na+ transportados para fora da

célula, é equivalente ao que entra (RANDAL et al., 2000; GUYTON ; HALL, 2001).

Ito et al. (2006) enfatizaram que o sódio quando aplicado em concentração

elevada (solução salina hipertônica) é capaz de aliviar edemas cerebrais, portanto é

importante no protocolo terapêutico utilizado nestas situações em pacientes caninos.

Os mesmos autores descreveram que o sódio participa ativamente no processo de

transporte de água do espaço intracelular e cérebro espinhal para os capilares

cerebrais, portanto é evidente a importância do trabalho renal.

Segundo Cunningham (1999) o potencial de repouso da membrana é o

resultado indireto dos gradientes de concentração de íons existentes nos dois lados

da membrana plasmática, são causados pela atividade da ATPase de Na+/ K+,

relatou ainda que em parte, este potencial de membrana é resultado na assimetria

nas quantidades de íons bombeados pela ATPase de Na+/ K+, postulou inclusive que

a maior parte do potencial de membrana deve-se ao fluxo passivo de K através dos

canais sem portões (canais de saída de K+), o que estabelece uma força elétrica

direcionada (voltagem) que equilibra a força de concentração, finalmente afirmou

que estes processos vão causar um equilíbrio nas cargas elétricas que vão acabar

equilibrando a força de concentração.

Page 21: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY … · sanguíneo, o que corresponde à ocorrência de 12,4% e 13%. Segundo Skotarczak (2003) a infecção por Ehrlichia canis é caracterizada

20

3.8 – Diagnóstico

O diagnóstico pode ser feito por vários métodos: baseado em sinais clínicos,

visualização de formas reprodutivas da bactéria no interior de monócitos, neutrófilos

e plaquetas de esfregaço de sangue periférico, detecção de anticorpos para E. canis

pela técnica de imunofluorescência indireta de anticorpos (IFA), técnica de cultivo in

vitro e ELISA (HOSKINS, 1991; ALMOSNY ; MASSARD, 2002).

Martin et al. (2005) citou que o PCR é um método diagnóstico bastante eficaz,

pois a visualização de mórulas em esfregaço sanguíneo pode ser de baixa acurácia,

principalmente se o animal estiver com pouca concentração plaquetária.

3.9- Prognóstico

Para obter um maior êxito no tratamento, a doença deve ser diagnosticada o

mais breve possível. Quanto antes se inicia o tratamento na fase aguda, melhor o

prognóstico (WOODY ; HOSKINS, 1991; BIRCHARD e SHERDING 2003;

MYLONAKIS et al. 2003).

O prognóstico para a Rickettsiose canina é excelente com um tratamento

adequado, caso a doença esteja em uma fase mais avançada ou mesmo na fase

crônica, entretanto, se existir hipoplasia medular o prognóstico passa a ser

desfavorável (MYLONAKIS et al. 2003).

Com o inicio do tratamento no tempo adequado, a resposta clínica ocorre

geralmente 48 horas após o uso da doxiciclina, mas na forma crônica pode levar 3 a

4 semanas (BIRCHARD e SHERDING, 2003).

3.10- Tratamento e profilaxia

Uma variedade de agentes terapêuticos foram utilizados, dentre eles a

sulfonamidas, penicilina, cloranfenicol, tetraciclinas, dipropionato de imidocarb, foram

utilizados para tratamento, com os mais variados graus de sucesso (IQBAL e

RIKIHISA, 1994)

As tetraciclinas são clinicamente o mais efetivo, por isso são as mais

utilizadas para o tratamento (ALMOSNY 1998; HARRUS et al., 1998)

Page 22: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY … · sanguíneo, o que corresponde à ocorrência de 12,4% e 13%. Segundo Skotarczak (2003) a infecção por Ehrlichia canis é caracterizada

21

A doxiciclina, um sintético similar à tetraciclina, inibe a síntese protéica da

bactéria, sendo mais utilizada nas dose de 5 a 10 mg/Kg de peso, na administração

oral ou endovenosa de 12 em 12 horas por 7 a 10 dias (IQBAL e RIKIHISA, 1994).

Segundo Harrus et al. (2001), o tratamento longo de 28 a 42 dias com

doxiciclina oral, eliminou a rickettsia em três dos quatro cães infectados estudados.

Para animais mais debilitados, recomenda-se a realização de um tratamento

de suporte, principalmente na fase crônica, utilizando fluidoterapia, transfusões

sangüíneas podem ser utilizadas, dependendo de cada caso (ALMOSNY;

MASSARD, 2002)

Em curto prazo, doses de antiinflamatórios ou doses imunossupressivas de

prednisona ou dexametasona, podem ajudar na doença imunomediada secundária,

entretando o uso prolongada pode atrapalhar no tratamento (ALMOSNY 1998;

ALMOSNY; MASSARD, 2002).

O controle do carrapato constitui o melhor meio de prevenção contra as

doenças rickettsiais canina (BIRCHARD e SHERDING, 2003).

Page 23: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY … · sanguíneo, o que corresponde à ocorrência de 12,4% e 13%. Segundo Skotarczak (2003) a infecção por Ehrlichia canis é caracterizada

22

4. MATERIAL E MÉTODOS

4.1 – Amostragem

Foram utilizados 60 cães, sendo 30 cães positivos para Erliquiose canina e 30

cães clinicamente sadios, portanto, assintomáticos, todos adultos (idade variando

entre um e sete anos), sem definição de raça, machos e fêmeas, domiciliados em

Campos dos Goytacazes, RJ.

Foram divididos em dois grupos:

• Positivos, composto de 30 animais, denominado grupo P

o Neste grupo estão os animais infectados, ou seja, aqueles que

apresentaram confirmação da doença (presença de formas

reprodutivas intra-celulares) em avaliação de esfregaço

sangüíneo à microscopia óptica, independente da fase clínica.

• Assintomáticos, composto de 30 animais, caracterizando o grupo

controle, denominado grupo C.

o Neste grupo estão os animais sem a presença de formas

reprodutivas intra-celulares em avaliação de esfregaço

sangüíneo e sem nenhum tipo de alteração clínico-laboratorial.

4.2 - Coleta de material e procedimento laboratoria l

4.2.1 – Coleta e acondicionamento

Foram coletados 3mL de sangue total da veia cefálica de cada animal com a

utilização de agulha hipodérmica (25x7mm) e seringas descartáveis (3 mL),

armazenado um tubo sem anticoagulante, com gel separador de coágulo, visando

realização de eletroforese de proteínas séricas e mensuração de sódio e potássio.

A pesquisa de hemoparasitas foi feita mediante a coleta da primeira gota de

sangue capilar da região auricular de cada animal, com auxílio de contenção

mecânica local, objetivando confecção de esfregaço sanguíneo.

Page 24: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY … · sanguíneo, o que corresponde à ocorrência de 12,4% e 13%. Segundo Skotarczak (2003) a infecção por Ehrlichia canis é caracterizada

23

4.2.2 – Procedimento laboratorial

4.2.2.1 – Pesquisa de hemoparasitas

Os esfregaços foram corados utilizando-se corante Panótico NEWPROV.

Posteriormente foram avaliados à microscopia óptica, em objetiva de imersão,

avaliando suas bordas e franja (cauda) com o intuito de visualizar o hemoparasita.

Figura 2 – Esfregaço sanguíneo corado com Panótico NEWPROV, contendo uma forma reprodutiva de Ehrlichia spp. ou Anaplasma spp (seta) parasitando neutrófilo segmentado de canino. Aumento de 100x, objetiva de imersão. Fonte: Gustavo Leite Lopes (2006)

Figura 3 - Esfregaço sanguíneo corado com Panótico NEWPROV, contendo uma forma reprodutiva de Anaplasma spp. (seta) parasitando plaqueta de canino. Aumento de 100x, objetiva de imersão. Fonte: Gustavo Leite Lopes ( 2006)

Page 25: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY … · sanguíneo, o que corresponde à ocorrência de 12,4% e 13%. Segundo Skotarczak (2003) a infecção por Ehrlichia canis é caracterizada

24

4.2.2.2 – Eletroforese de proteínas séricas

A eletroforese de proteínas séricas foi realizada em equipamento da marca

CELM, modelo SE-250.

4.2.2.3.1 – Procedimento

1. Colocar 80 mL de tampão tris, na cuba.

2. Aplicar 0,4 µL de cada soro no filme de agarose.

3. Colocar op filme de agarose no porta filme.

4. Colocar o porta filme na cuba e deixar por 20 minutos a 100 volts.

5. Retirar a tampa do filme e o porta filme, colocando-a sobre uma folha

de papel filtro para eliminar o excesso de tampão das bordas do filme.

6. Retirar o filme do porta filme.

7. Mergulhar o filme em 200 mL de corante (Amido Black) por 5 minutos

sem agitação.

8. Retirar o filme do corante e colocar em 200 mL de descorante por mais

5 minutos.

9. Retirar o excesso de descorante do filme e seca-lo com secador de

cabelo com aquecimento.

10. Ler no scaner.

4.2.2.3 – Mensuração de Proteínas Totais

Proteínas totais. A análise foi realizada em equipamento semi-automatizado

da marca Merck, modelo Microlab 200/Merck®, com kits reagentes da marca

LABTEST.

4.2.2.4 – Mensuração de sódio e potássio

A mensuração de sódio e potássio foi realizada através de espectrofotometria

de chama, utilizando equipamento da marca Benfer, modelo BSC 150.

Page 26: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY … · sanguíneo, o que corresponde à ocorrência de 12,4% e 13%. Segundo Skotarczak (2003) a infecção por Ehrlichia canis é caracterizada

25

4.3 - Análise Estatística

Os dados foram tabulados e analisados estatisticamente utilizando-se o Teste

de Scott-Knott (p≤ 0,05) para comparação dos valores médios obtidos (SAS,

1996).

Page 27: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY … · sanguíneo, o que corresponde à ocorrência de 12,4% e 13%. Segundo Skotarczak (2003) a infecção por Ehrlichia canis é caracterizada

26

5. RESULTADOS

Os resultados estão dispostos nas tabelas 1 e 2, disponibilizadas abaixo.

5.1 – Eletroforese de proteínas séricas e eletrólit os

Tabela 1 – Valores médios e desvios-padrão da avaliação eletroforética protéica em 30 positivos para Ehrlichia spp. ou Anaplasma spp. e 30 caninos assintomáticos. na cidade de Campos dos Goytacazes, RJ.

Proteínas Totais e frações / média ±±±± desvio-padrão Proteínas Totais e

frações Animais positivos / n=30 Animais assintomáticos / n=30

Proteínas Totais (g/dL) 7,07 ± 1,62 A 6,72 ± 0,76 A

Albumina (g/dL) 1,36 ± 0,85 A 2,18 ± 1,04 B

α 1 (g/dL) 0,86 ± 0,62 A 0,91 ± 0,56 A

α 2 (g/dL) 0,76 ± 0,37 A 0,65 ± 0,24 A

β (g/dL) 0,91 ± 0,60 A 0,98 ± 0,62 A

γ (g/dL) 2,78 ± 1,59 A 1,23 ± 0,76 B

Letras diferentes na horizontal demonstram diferença significativa (p≤ 0,05).

α 1 - Alfa 1 globulinas

α 2 – Alfa 2 globulinas

β - Beta globulinas

γ − − − − Gama globulinas

Page 28: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY … · sanguíneo, o que corresponde à ocorrência de 12,4% e 13%. Segundo Skotarczak (2003) a infecção por Ehrlichia canis é caracterizada

27

Tabela 2 – Valores médios e desvios-padrão da concentração de sódio e potássio em 30 positivos para Ehrlichia spp. ou Anaplasma spp. e 30 caninos assintomáticos na cidade de Campos dos Goytacazes, RJ.

Sódio e Potássio / média ±±±± desvio-padrão

Eletrólitos Animais positivos / n=30 Animais assintomáticos / n=30

Sódio (mEq/L) 144,20 ± 9,15 A 145,86 ± 3,61 A

Potássio (mEq/L) 4,88 ± 0,69 A 4,74 ± 0,44 A

Letras diferentes na horizontal demonstram diferença significativa (p≤ 0,05).

Page 29: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY … · sanguíneo, o que corresponde à ocorrência de 12,4% e 13%. Segundo Skotarczak (2003) a infecção por Ehrlichia canis é caracterizada

28

6. DISCUSSÃO

6.1 - Eletroforese de proteínas séricas.

Comparando os resultados das médias entre os grupos P e C no que se

refere à concentração de proteínas totais, não houve diferença significativa

Harrus et al. (1996a) realizaram testes em 42 animais sendo divididos em três

grupos, um grupo controle, e o outro grupo de animais positivos divididos em

pancitopênicos e não pancitopênicos. O grupo pancitopênico não apresentou

diferença significativa comparando com os valores dos animais do grupo controle, no

que se refere à concentração de proteínas séricas, corroborando com o que foi

observado no presente trabalho.

Entretanto, em outros trabalhos, em relação à concentração de proteínas

totais, evidenciou-se diferença entre os grupos positivos para Erliquiose e grupos

compostos por animais sadios (HARRUS et al., 1996a, 1998; ALMOSNY, 1998;

ALMOSNY ; MASSARD, 2002).

Hoskins (1991) descreveu que é aceitável observar hiperproteinemia, o que

deve estar relacionado a uma hipergamaglobulinemia, ocorrendo posteriormente

uma hipoalbuminemia devido à má nutrição, disfunção renal, diminuição da captação

das proteínas, doença hepática associada e devido ao edema secundário ao

processo de vasculite.

A hiperproteinemia também esta relacionada à redução da função plaquetária

(ALMOSNY ; MASSARD, 2002).

Vale ressaltar que vários fatores incluindo parasitários e doenças infecciosas

podem influenciar na flutuação de uma única proteína do soro, sendo estas

mensuradas através de eletroforese (ABATE et al., 2000).

Houve diferença significativa em relação às médias das concentrações de

albumina entre os grupos, sendo que a média do grupo P foi mais baixa do que o

grupo C.

Almosny (1998) descreveu que os níveis de albumina tendem a uma redução

em relação ao grupo controle de seu experimento, após a segunda semana de

inoculação da E. canis.

Page 30: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY … · sanguíneo, o que corresponde à ocorrência de 12,4% e 13%. Segundo Skotarczak (2003) a infecção por Ehrlichia canis é caracterizada

29

Uma diminuição na concentração sérica da albumina pode atuar como um

mecanismo compensatório para manter o estado hiperglobulinêmico objetivando

prevenir inclusive, a viscosidade do sangue (WOODY ; HOSKINS, 1991).

A cirrose hepática segundo FRANKLIN et al, 1951, foi evidenciada a

concentrações muito baixas de albumina, que resultado de uma síntese defeituosa,

equilibro dietético alterado, queda da concentração de proteínas, e perdas de

albumina em fluido ascítico.

Harrus et al. (1996a) descreveram que de em experimento realizado com 42

beagles infectados experimentalmente com erliquiose, verificou-se, em seis destes,

uma albuminúria temporária durante a fase aguda da erliquiose, relatou-se ainda

que como as moléculas de albumina são menores do que as moléculas de

globulinas, elas passam mais facilmente pelas membranas glomerulares lesadas,

portanto uma doença glomerular grave, pode acarretar uma hipoalbuminemia

(THRALL, 2007).

No que se refere as Alfa globulinas 1 e 2, não houve diferença significativa

entre os grupos P e C.

Harrus et al. (1996b) citaram que em 57 cães de caça da raça beagle não

houve diferença significativa no que se refere aos valores das α globulinas 1 e 2, ao

comparar as médias do grupo pancitopênico positivos para erliquiose com as médias

dos animais do grupo controle.

Entretanto, em pesquisa realizada por Harrus et al. (1996a), onde foram

observados testes em 42 cães, sendo 15 saudáveis e 27 soropositivos para

erliquiose canina, sendo estes divididos em pancitopênicos e não pancitopênicos,

demonstrou que o grupo de soropositivos/não pancitopênicos apresentou maior

concentração de α2 globulinas.

As α1 e α2 globulinas podem estar aumentadas devido liberação de fatores

como α1-antitripsina (AT) e α1-βácido glicoproteínas (AGP), em resposta a

processos inflamatórios agudos, nefrite, traumatismo, tumores, infestação parasitária

e animais tratados com corticoide (KANEKO et. al, 1997; ABATE et al., 2000;

CAMACHO et al, 2005; GONZÁLEZ et al., 2006).

Uma queda na concentração de α1 e α2 globulinas pode estar associada à

hemólise intravascular (GONZÁLEZ et al., 2006).

Os valores médios de βglobulinas dos grupos P e C não apresentaram

diferença significativa.

Page 31: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY … · sanguíneo, o que corresponde à ocorrência de 12,4% e 13%. Segundo Skotarczak (2003) a infecção por Ehrlichia canis é caracterizada

30

No experimento realizado por Harrus et al. (1996a), as médias da β1

globulina, não apresentaram diferença significativa entre os grupos controle,

positivos/pancitopênicos e positivos/não pancitopênicos.

Entretanto, o mesmo Harrus et al. (1996a), no mesmo experimento, declarou

que só houve diferença significativa na concentração das β2 globulinas, sendo que o

grupo não pancitopênico teve uma média mais alta do que o grupo controle.

As betaglobulinas podem estar aumentadas em doença inflamatória aguda,

síndrome nefrótica, doença hepática (HARRUS et al., 1996a, THRALL 2007).

Segundo Camacho et al, 2005, o resultado da concentração das β-globulinas

em cães soropositivos para outras hemoparasitoses, como Babesia canis, foram

maiores do que os valores observados no grupo controle.

No presente experimento, no que se refere à comparação dos valores médios

das γ−globulinas, observou-se diferença significativa entre os grupos P e C, sendo

as médias maiores no grupo P.

Em experimento realizado por Waner et al. (1997), onde foi inoculada a

Ehrlichia canis experimentalmente em 9 cães de caça da raça Beagle, evidenciou-se

aumento na concentração de γ−globulinas em 6 destes cães, em comparação com o

grupo controle.

As hipergamaglobulinemias podem estar associadas a diversos fatores, como

infecções crônicas, neoplásicas, cirrose hepática, erliquiose crônica e demais

processos infecciosos denominados gamopatias que podem ser monoclonais e

policlonais (FRANKLIN et al, 1951; HARRUS et al., 1996a; HARRUS et al., 1996b;

KANEKO et, al. 1997; CAMACHO et al, 2005; GONZÁLEZ et al., 2006; THRALL

2007). Segundo Camacho et al. (2005) e Gonzáles et al. (2006), as gamopatias

monoclonais e policlonais são diferenciadas mediante o proteinograma. Para isso

compara-se a fração globulina com base na fração albumina. Se o pico do gráfico da

eletroforese tiver base larga comparada com albumina, conterá diferentes proteínas

(policlonal), se for similar a albumina (estreita), estará integrada por uma só proteína

(monoclonal).

6.2 - Sódio (Na +) e potássio (K +).

Os resultados mostrados na tabela 1, em relação ao sódio e potássio,

mostraram que não houve diferença significativa entre os grupos P e C.

Page 32: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY … · sanguíneo, o que corresponde à ocorrência de 12,4% e 13%. Segundo Skotarczak (2003) a infecção por Ehrlichia canis é caracterizada

31

Reforçando esse achado, Almosny ; Massard (2002) relataram que em alguns

pacientes portadores de erliquiose, a concentração de uréia é mantida dentro dos

parâmetros de normalidade, portanto, pode-se concluir que a funcionalidade renal é

mantida, o que foi evidenciado a partir dos valores de sódio e potássio obtidos nesta

abordagem.

A normopotassemia e a normonatremia indicaram que há equilíbrio orgânico e

que este, tem como importante contribuinte o bom funcionamento dos néfrons

(GONZÁLEZ et al. 2006) corroborando com o que foi encontrado no presente relato.

A concentração sérica de sódio e potássio mantida dentro dos padrões de

normalidade caracteriza-se como uma das principais funções dos rins, o está

diretamente ligado ao trabalho de transporte de íons que ocorre na região tubular

(CUNNINGHAM 1999; GUYTON ; HALL, 2001).

Entretanto, Hoskins (1991) e Miller et al. (2005) citaram que na fase aguda da

erliquiose, elevações séricas dos valores de uréia são atribuídas a uma azotemia

pré-renal, elevando a densidade, o que, neste caso, caracteriza dano glomerular,

podendo até levar a uma hipopotassemia. Hoskins (1991), afirmou que a cronicidade

observada em alguns pacientes caninos portadores de erliquiose pode resultar em

grave dano hepático e renal, o que certamente suscitaria um “pane” orgânica.

Woody ; Hoskins, (1991) citaram que na erliquiose canina nefropatias podem

ser observadas, o que alteraria a capacidade dos rins em reabsorver praticamente

99 % do sódio filtrado pelos glomérulos, resultando em um aumento excreção do

sódio filtrado e uma diminuição na concentração de sódio reabsorvido (JEONG et, al,

2006; THRALL et, al, 2007).

Na maioria das espécies, uma hiperpotassemia pode ocorrer em animais com

falência renal, podendo também resultar em vários outros distúrbios, dentre eles,

defeitos na bomba de sódio-potássio e cardiotoxidade (KANEKO et, al. 1997;

JEONG et, al. 2006; THRALL et, al, 2007).

Page 33: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY … · sanguíneo, o que corresponde à ocorrência de 12,4% e 13%. Segundo Skotarczak (2003) a infecção por Ehrlichia canis é caracterizada

32

7. CONCLUSÕES

A Erliquiose canina, em Campos dos Goytacazes, RJ, apesar de seu

potencial reconhecidamente agressivo, não alterou a capacidade renal de

manutenção do equilíbrio hídrico-eletrolítico, especialmente relacionada à

concentração de sódio e potássio nos animais estudados.

Os cães portadores de Erliquiose, em Campos dos Goytacazes, RJ,

demonstraram evidente capacidade reacional imunológica, haja vista a

hipergamaglobulinemia evidenciada.

Os exames laboratoriais utilizados mostraram-se adequados e absolutamente

relevantes em relação à avaliação clínico-laboratorial do paciente canino suspeito de

erliquiose.

A continuidade dos estudos relacionados ao tema deve ser valorizada,

principalmente devido à existência da cronicidade da doença.

Page 34: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY … · sanguíneo, o que corresponde à ocorrência de 12,4% e 13%. Segundo Skotarczak (2003) a infecção por Ehrlichia canis é caracterizada

33

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABATE, O. ; ZANATA, R.; MALISANO, T.; DOTTA, U.. Canine Serum Protein Patterns Using High – Resolution Eletrophoresis (HRE). The Veterinary Journal, v. 159, p. 154 – 160, 2000.

ALMOSNY, N. R. P. Ehrlichia canis (DONATIEN & LESTOQUARD, 1935): Avaliação Parasitológica, Hematológica e bioquímica Sérica da fase Aguda de Cães e Gatos Experimentalmente Infectados. U.F.R.R.J. Tese de Doutorado, 1998.

ALMOSNY, N. R. P.; MASSARD, C. L.. Erliquiose em pequenos animais domésticos e como zoonose. Rio de Janeiro. L. F. Livros de Veterinária Ltda. p. 174, 2002.

ALVARADO, C. A.; PALMAR, M.; PARRA, O.; SALAS P. Ehrlichia platys (Anaplasma platys) in Dogs from Maracaibo, Venezuela: An Ultrastructural Study of Experimental and Natural Infections. Vet. Patology. v. 40, n. 2, p.149 – 156, 2003.

BIRCHARD, S. J.; SHERDING, R. G. Manual Saunders: Clínica de Pequenos Animais, Roca; 2003, 139p.

BULLA, C. TAKARIRA, K. R.; ARAÚJO, P. J.; TRINCA, A. L.; LOPES, S. R.; WIEDMEYERD, E. CH. The relation between the degree of thrombocytopenia and infection with Ehrlichia canis in na endemic área. Vet. Res. v. 39, p.141-146, 2004.

CAMACHO, A. T., GUITIAN, F. J., PALLAS, E., GUESTAL, J.J., OLMEDA, S., GOTHERT, H., TELFORD, S., SPIELMAN, A. Derum protein response and renal failre in canine Babesia annae infection. Vet. Res. v. 36, p.713-722, 2005.

CARRILLO, B. J.; RESENDE, H. E. B.; MASSARD, C.L. Erliquiose canina no Estado do Rio de Janeiro, Brasil. XV CONGRESSO BRASILEIRO DE MEDICINA VETERINÁRIA. Rio de Janeiro. Anais... p.162, 1976.

CASTRO, M. B.; MACHADO, R. Z.; AQUINO, L.P.C.T.; ALESSI, A.C.; COSTA, M. T. Experimental acute canine monocytic ehrlichiosis: clinicopathological and immunopathological findings. Veterinary Parasitology. v. 119 p.73-86, 2003.

COSTA, J. O.; BATISTA Jr, J. A.; SILVA, M.; GUIMARÃES, M. P. Ehrlichia canis infection in dog in Belo Horizonte – Brazil. Arquivos da Escola Veterinária, v. 25, n.2, p.199-200, 1973.

CUNNINGHAM, G. J. Tratado de Fisiologia Veterinária. 2 ed. Rio de Janeiro: Ganabara Koogans S. A., 1999, 516p.

Page 35: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY … · sanguíneo, o que corresponde à ocorrência de 12,4% e 13%. Segundo Skotarczak (2003) a infecção por Ehrlichia canis é caracterizada

34

DAGNONE, A. S.; MORAIS, H. S. A.; VIDOTTO, M. C; JOJIMA, F. S.; VIDOTTO, O. Ehrlichiosis in anemic, thrombocytopenic, or tick – infested dogs from a hospital population in South Brazil. Veterinary Parasitology. v. 117, p. 285-290, 2003.

DUMLER, J. S.; BARBET, A. F.; BEKKER,C. P. J.; DASCH, G. A.; PALMER, G. H.; RAY,S. C.; RIKIHISA, Y. Reorganization of genera in the families Rickettsiaceae and Anaplasmataceae in the order Rickettsiales: unification of some species of Ehrlichia with Neorickettsia, descriptions of six new species combinations and designations of Ehrlichia equi and ‘HGE agent’ as subjective synonyms of Ehrlichia phagocytophila. International journal of systematic and evolutionary microbiology, v. 51, p. 2145-2165, 2001.

EWING, S. A; DAWSON, J. E.; PANCIERA, R. J; MATHEW, J. S; PRATT, K. W; KATAVOLOS, P & TELFORD, S. R. Dogs infected with a human granulocitic Ehrlichia spp. (Rickettsiales: Ehrlichieae).Med Entomol, v. 34, n. 6, p. 710-718, 1996.

FAJARDO, H. V. Aspectos hematológicos das rickettsioses caninas diagnosticadas na cidade de Campos dos Goytacazes, RJ. Campos dos Goytacazes – RJ, Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro – UENF, 2005.

FRANKLIN, M., BEAN, W. B., PAUL, W. D., ROUTH, J. I., HUERGA, J., POPPER, H. Electrophoretic studies in liver diase II gamaglobulin in chronic live disease. The journal of clinical investigation, v. 30, n. 7, p. 729 – 737, 1951.

FISHMAN, Z.; GONEN, L.; HARRUS, S., STARSS-AYALI, D.; KING, R.; BANETH, G. A serosurvey of Hepatozoon canis and Ehrlichia canis antibodies in wild red foxes (Vulpes vulpes) from Israel. Veterinary Parasitology, v. 119, p. 21-26, 2004.

GAUNT,S. D; BAKER,D. C & BABIN,S. Platelet aggregation studies in dogs with acute Ehrlichia platys infection. Am. J. Vet. Res., v. 51, n. 2, p. 290 – 293, 1990.

GONZÁLEZ, F. H. D., SILVA, S. C. Introdução à bioquímica clínica veterinária. 2. ed. Porto Alegre: editora da UFRGS, 2006, 358p.

GUYTON. A. C., HALL. J. E. Medical Physiology. 10. ed. New York: W. B. Sauders Company, 2001, 1064p.

GROVES, M. G.; DENNIS, G. L.; AMYX, H. L.; HUXSOLL, D. L. Transmission of Ehrlichia canis to dogs by Tics (Rhipicephalus sanguineus) Am.J.Vet.Res., v. 36, n.7, p. 937- 941,1975.

HARRUS, S.; BARK, H.; WANER, T. Canine Monocytic Ehrlichiosis: An Update. Continuing Education, v. 19, n. 4, p. 431-444, 1997.

Page 36: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY … · sanguíneo, o que corresponde à ocorrência de 12,4% e 13%. Segundo Skotarczak (2003) a infecção por Ehrlichia canis é caracterizada

35

HARRUS, S.; WANER, T.; AIZENBERG, I.; BARK, H. Therapeutic effect of doxycycline in experimental subclinical Canine Monocytic Ehrlichiosis: evaluation of a 6-week course. Journal of Clinical Microbiology, v. 36, n. 7, p. 2140-2142, 1998.

HARRUS, S.; WANER, T.; AVIDAR, Y.; BOGIN, E.; PEH, H.; BARK, H. Serum protein alterations in canine ehrlichiosis. Veterinary Parasitology, v. 66, p. 241-249, 1996a.

HARRUS, S.; WANER, T.; AYALI, D. S.; BARK, H.; JONGEJAN, F.; HECHT, G.; BANETH, G. Dynamics of IgG1 and IgG2 subclass response in dogs naturally and experimentally infected with Ehrlichia canis. Veterinary Parasitology, v. 99, p. 63-71, 2001.

HARRUS, S.; WANER, T.; WEISS, J. D.; KEYSARY, A.; BARK, H. Kinetics of serum antiplatelet antibodies in experimental acute canine ehrlichiosis. Veterinary immunology and imunopathology, v. 51, p. 13 – 20, 1996b.

HILDEBRANDT, P. K.; CONROY, J. D.; MCKEE, A. E.; NYINDO, M. B. A.; HUXSOLL, D. L. Ultrastructure of Ehrlichia canis. J. Clin. Microbiol, v. 7, n. 2, p. 265-271, 1972.

HOSKINS, J. D. Tick-Borne Zoonoses: Lyme Disease, Ehrlichiosis, and Rocky Montain Spotted Fever. Small Anim. v. 6, n. 3, p. 236-243, 1991.

HOILIEN, C. A.; RISTIC, M.; HUXSOLL, D.L.; RAPMUND, G. Rickettsia sennetsu in human bloodmonocyte cultures: Similarities to the browth cycle of Ehrlichia canis. Infection and Immunity, v. 35, n. 1, p. 314-319, 1981.

HUXSOLL, D.L. Canine Ehrlichiosis ( Tropical canine Pancytopenia) : A Review. Veterinary Parasitology, v. 2, p. 49-60, 1976.

INOKUMA, H.; BEPPU, T.; OKUDA, M.; SHIMATA, Y.; SAKATA, Y. Epidemological survey of Anaplasma platys and Ehrlichia canis using ticks collected from dogs in Japan. Veterinary Parasitology, v. 115, p. 343–348, 2003.

INOKUMA, H.; FUJII, K.; MATSUMOTO, K.; OKUDA, M.; NAKAGOME, K.; KOSUGI, R.; HIRAKAWA, M.; ONISHI, T. Demonstration of Anaplasma (Ehrlichia) platys inclusions in peripheral blood platelets of a dog in Japan. Veterinary Parasitology, v. 110, p. 145-152, 2002.

IQBAL, Z.; RIKIHISA. (1994). Reisolation of ehrlichia canis from blood and tissues of dogs after doxycycline treatment. J. Clin. Microbiol, v. 32, n. 7, p. 1644-1649, 1994.

Page 37: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY … · sanguíneo, o que corresponde à ocorrência de 12,4% e 13%. Segundo Skotarczak (2003) a infecção por Ehrlichia canis é caracterizada

36

ITO, N.; SUZUKI, K.; KOIE, H.; TSUMAGARI, S.; KANAYAMA, K.; MIYAHARA, M.; ASANO, R. Transport and temperature effects on measurement of serum and plasma potassium. J. Vet. Med. Sci, v. 68, n. 2, p.183 – 185, 2006.

JEONG, W., DO, S. H., JEONG, D. H., CHUNG, J., YANG, H., YAN, D., PARK, H. J., GOO, M. J., JEONG, K. S. Canine renal failure syndrome in three dogs. J. Vet. Sci, v. 7, n. 3,p. 299 - 301, 2006.

KANEKO J.J., HARVEY J.W., BRUSS M.L. Clinical Biochemistry of Domestic Animals. 5 ed. San Diego: Academic Press, 1997, 932p.

McDADE, J. E. Ehrlichiosis- A disease of Animals and Humans. J. Inf. Dis. v. 161, p. 609 – 617, 1990.

MARTIN, R. A.; BROWN, K. G.; DUNSTAN, H. R.; ROBERTS, K. T. Anaplasma platys: an improved PCR for its detection in dogs. Experimental Parasitólogy, v. 109, p. 176 – 180, 2005.

MARETZI, C. H.; FISHER,D. J.; GREENE,C. E. Granulocitc ehrlichiosis and meningitis in a dog. JAVMA, v. 205, n. 11, p. 1554 – 1556, 1994.

MILLER, B. F., LINDINGER, M. I., FATTOR, J. A., JACOBS, K. A., LEBLACK, P. J., DUONG, M., HEIGENHAUSER, G. J. F., BROOKS, G. A. Hematological and acid-base changes in men during prolonged exercise with and without sodium-lactate infusion. J. Appl. Physiol, v. 98, p. 856 - 865, 2005.

MIRANDA, F. J. B.; FAJARDO, H. V.; ALBERNAZ, A. P.; MELO Jr., O. A.; MACHADO, J. A. Abordagem hematológica de canídeos portadores de Erliquiose canina no município de Campos dos Goytacazes, RJ. in: ANAIS DO XIII CONGRESSO BRASILEIRO DE PARASITOLOGIA VETERINÁRIA E I SIMPÓSIO LATINO-AMERICANO DE RICKETTSIOSES. Anais... Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária, 2004, p13, ref. 01–396.

MYLONAKIS E. M.; KOUTINAS, F. A.; BILLINIS, L. S.; LEONTIDES, S. L.; KONTO, V.; PAPADOPOULOS, O.; RALLIS, T.; FYTIANOU, A. Evaluation of cytology in the diagnosis of acute canine monocytic ehrlichiosis (Ehrlichia canis): a comparison between five methods. Veterinary Microbiology, v. 90, p. 197 – 204, 2003.

OCHIAI H.; HIGA, K.; HISAMATSU S.; FUJISE H. Comparariosom of cotranporte expression in hingh and Low K. Dog Erytrocytes. Exp. Anim., v. 55, n. 1, p. 57 – 63, 2006.

RANDAL, D., BURGGREN, W., FRENCH, K. Fisiologia Animal: mecanismos e adaptações. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S. A., 2000, 729p.

Page 38: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY … · sanguíneo, o que corresponde à ocorrência de 12,4% e 13%. Segundo Skotarczak (2003) a infecção por Ehrlichia canis é caracterizada

37

RIKIHISA, Y.; EWING, S. A.; FOX, J. C.; SIREGAR, A. G.; PASARIBU, F. H.; MALOLE, M.B. Analyses of Ehrlichia canis and a canine granulocytic Ehrlichia infection. J. Clin. Microbiol, v. 30, n. 1, p. 143 – 148, 1991.

RIKIHISA, Y.; YAMAMOTO, S.; KWAK, I.; IQBAL, Z.; KOCIBA, G. C-Reactive Protein and al-Acid Glycoprotein Levels in Dogs Infected With Ehrlichia canis. J. Clin. Microbiol, v. 32, v. 4, p. 912 – 917, 1993.

RISTIC, M & HUXSOLL, D. L. Tribe EHRLICHIAE (Philip,1957). In: Bergey's Manual of Systematic Bacterology, v.1, p. 704 – 709, 1984.

SAS. Statistical Analysis System. Inc, Cary, NY, 1996.

SKOTARCZAK, B. Canine ehrlichiosis. Ann Agric Environ Med. v. 10, p. 137-141, 2003.

STICH, W. R.; RIKIHISA, Y.; EWINGA. S.; NEEDHAM, R. G.; GROVER, L. D.; JITTAPALAPONG, S. Detection of Ehrlichia canis in canine Carrier Blood and in Individual Experimentally Infected Ticks Winth a p30-Based Assay. J. Clin. Microbiol, v. 40, p. 540 – 546, 2002.

SWANGO, L. J.; BANKEMPER, K. W.; KONG, L. I. Bacterial, Rickettsial, Protozoal and Miscelalaneous infections. In: Ettinger.S.J.(ed): Textbook of Veterinary Internal Medicine. Philadelphia, W.b. Saunders Co, p. 265-297, 1989.

THRALL, M. A. Hematologia e bioquímica clínica veterinária. São Paulo: Roca, 2007, 582p.

WANER, T.; HARRUS, S.; BARK, H.; BOGIM, E.; AVIDAR, Y.; KAYSARY, A. Characterization of the subclinical phase of canine ehrlichiosis in experimentally infected beagle dogs. Veterinary Parasitology, v. 69, p. 307 – 317, 1997.

WOODY, B. J.; HOSKINS, J. D. Ehrlichial diseases of dogs. Veterinary Clinical of North American Small Animal Practice, v. 21, n. 1, p. 75 – 97, 1991.