UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ CENTRO DE ... MÁRCIA RAMOS...prevenção e o diagnóstico precoce...
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA
MESTRADO ACADÊMICO EM SAÚDE COLETIVA
LEYLA MÁRCIA RAMOS OLIVEIRA
TECNOLOGIA MHEALTH E LETRAMENTO EM SAÚDE NA PREVENÇÃO E
CONTROLE DE OBESIDADE EM ADULTOS
FORTALEZA - CEARÁ
2017
LEYLA MÁRCIA RAMOS OLIVEIRA
TECNOLOGIA MHEALTH E LETRAMENTO EM SAÚDE NA PREVENÇÃO E
CONTROLE DE OBESIDADE EM ADULTOS
Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado Acadêmico em Saúde Coletiva do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Estadual do Ceará, como requisito parcial à obtenção do título de mestre em Saúde Coletiva. Área de Concentração: Saúde Coletiva. Orientadora: Prof.a Dr.a Clarice Maria Araújo Chagas Vergara.
FORTALEZA - CEARÁ
2017
LEYLA MÁRCIA RAMOS OLIVEIRA
TECNOLOGIA MHEALTH NA PREVENÇÃO E CONTROLE DE OBESIDADE EM
ADULTOS
Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado Acadêmico em Saúde Coletiva do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Estadual do Ceará, como requisito parcial à obtenção do título de mestre em Saúde Coletiva. Área de Concentração: Saúde Coletiva.
Aprovada em: 14 de dezembro de 2017.
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________________
Prof.a Dr.a Clarice Maria Araújo Chagas Vergara (Orientadora) Universidade Estadual do Ceará - UECE
_____________________________________________________
Prof.a Dr.a Thereza Maria Magalhães Moreira Universidade Estadual do Ceará - UECE
_____________________________________________________
Prof.a Dr.a Helena Alves de Carvalho Sampaio Universidade Estadual do Ceará - UECE
_____________________________________________________
Prof.a Dr.a Soraia Pinheiro Machado Arruda Universidade Estadual do Ceará- UECE
Dedico este trabalho a Deus, a força que
nos impulsiona ir mais além, aos meus
pais, José Maria e Fátima a prova do
amor incondicional.
AGRADECIMENTOS
Não tenho palavras suficientes para agradecer a todas as pessoas que me
acompanharam, apoiaram ao longo desta trajetória de estudos, ajudando-me a realizar
mais esta etapa da minha formação acadêmica e profissional.
Agradeço e dedico este trabalho à minha família, ao meu marido Tavares e aos filhos
Clara e Davi, por acreditarem em mim e nos meus estudos. Espero retribuir-lhes o
apoio e compensá-los com o meu carinho.
Às minhas irmãs Juliana, Ana Virginia e Camila obrigada pela confiança e amizade.
À minha sogra Amparo pela torcida e incentivo durante este período.
À Prof.a Dra.a Clarice Maria Araújo Chagas Vergara pela sua colaboração, orientação,
paciência, apoio incondicional e em nenhum momento ter desistido de mim. Obrigada
por todo empenho durante nosso convívio.
Ao Prof. Dr. José Eurico Vasconcelos Filho pelas valiosas contribuições, disponibilidade
e colaboração prestada no decorrer deste estudo.
À Prof.ª Dr.ª Helena Alves de Carvalho pela oportunidade de participar do grupo
Nutrindo e pela aprendizagem.
À Prof.a Dr.a Thereza Maria Magalhães Moreira pelo ensinamentos oferecidos, no
âmbito profissional e pessoal. Obrigada pela sua participação nas bancas de
qualificação e defesa.
À Prof.ª Dr.ª Ilse Tigre por toda delicadeza, ensinamento. Você é um exemplo de
profissional e ser humano. Obrigada
Aos amigos do mestrado, em especial Camila Brasileiro, Dafne Lopes e Emanuel por
compartilharem conhecimentos e dúvidas desde a entrada no programa até a
conclusão desta etapa tão importante em nossas vidas, meus sinceros
agradecimentos.
À equipe do Mestrado em Saúde Coletiva pela prontidão e atenção a mim
dispensadas.
Às amigas Andrea Janebro e kátia pela ajuda, incentivo e apoio no momento em que
tudo parecia que não daria certo.
Ao Aglauberto pela valiosa participação durante a etapa de elaboração do designer.
Obrigada pela sua disponibilidade e profissionalismo.
Aos meus colegas de trabalho Adolfo, Flávia, Lucyana e Mauro pela compreensão
nos momentos de minha ausência, muito obrigada.
Agradeço ao apoio recebido pela instituição de trabalho - Associação das Pioneiras
Sociais - SARAH- Fortaleza, a qual também dedico este trabalho.
Às minhas lideranças Carolina e Fabíola pela compreensão e inúmeras solicitações
de ajustes na escala de trabalho para permitir a minha participação nas aulas.
Agradeço aos profissionais que participaram como juízes especialistas deste estudo,
pela disponibilidade e compromisso.
Às amigas “queridas” Laismar e Eveline pelo companheirismo e compreensão em
minhas frequentes ausências.
A todos vocês, minha eterna gratidão.
RESUMO
As doenças crônicas não transmissíveis são a principal causa de morte no mundo,
sendo a obesidade um dos fatores de maior risco para o adoecimento neste grupo.
A prevenção e o diagnóstico precoce da obesidade são importantes aspectos para a
promoção da saúde e redução de morbimortalidade. A utilização de tecnologia digital
voltada para saúde tem se tornado importante estratégia na prevenção de doenças.
Dento deste contexto ganha espaço positivo e relevante os aplicativos para
dispositivos móveis, chamados de mHealth. O desenvolvimento de tecnologias
mHealth voltadas para saúde é importante, desde que os conteúdos sejam
analisados e validados por profissionais que conheçam as reais necessidades dos
usuários. O objetivo do estudo foi desenvolver uma tecnologia mhealth, de educação
em saúde à luz do letramento em saúde, o Lisa Obesidade, visando prevenção e
controle da obesidade. Trata-se de um estudo metodológico apoiado na interface da
promoção da saúde, tecnologia da informação e comunicação por meio do
desenvolvimento de uma tecnologia voltada para prevenção e controle em adultos. A
tecnologia foi concebida no período de julho a novembro de 2017 como parte de um
projeto de pesquisa do mestrado acadêmico em Saúde Coletiva da Universidade
Estadual do Ceará, o que gerou uma revisão integrativa e desenvolvimento de
design de protótipo alta e baixa fidelidade. O projeto foi delineado de acordo com a
Resolução 466/2012 que rege pesquisas com seres humanos e aprovado pelo
Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Estadual do
Ceará. Espera-se que essa concepção tecnológica contribua para que o usuário
desenvolva competências e habilidades que o possibilitem, sob um baixo custo e
alta interatividade, prevenção e controle da obesidade.
Palavras-chave: Obesidade. Letramento em saúde. Aplicativos móveis. Promoção
da saúde.
ABSTRACT
Non-communicable chronic diseases are the leading cause of death in the world,
with obesity being one of the highest risk factors for illness in this group. The
prevention and early diagnosis of obesity are important aspects for the promotion of
health and reduction of morbidity and mortality. The use of digital technology for
health has become an important strategy in disease prevention. In this context,
mobile applications, called mHealth, gain positive and relevant space. The
development of health-driven mHealth technologies is important as long as the
content is analyzed and validated by professionals who know the real needs of users.
The objective of the study was to develop a mhealth technology, from health
education to the light of health literacy, aimed at prevention and control of obesity. It
is a methodological study based on the interface of health promotion, information
technology and communication through the development of a technology focused on
prevention and control in adults. The technology was conceived from July to
November 2017 as part of a research project of the academic master's degree in
Collective Health of the State University of Ceará, which generated an integrative
review and development of high prototype design and low fidelity. The project was
outlined in accordance with Resolution 466/2012 that governs researches with
human beings and approved by the Committee of Ethics in Research with Human
Beings of the State University of Ceará. It is hoped that this technological conception
will contribute to the user's development of skills and abilities that enable him / her,
under a low cost and high interactivity, prevention and control of obesity.
Keywords: Obesity. Health literacy. Mobile app. Health promotion.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Quadro 1 – Classificação do estado nutricional e risco de
comorbidades..........................................................................
18
Figura 1 –
Atividades do Modelo de Design de Interação.....................
39
QUADROS DO ARTIGO 1
Quadro 1 – Descrição dos estudos que utilizaram aplicativos
relacionados à prevenção e controle da obesidade.............
46
Quadro 2 – Descrição do local e objetivos e população dos
aplicativos relacionados à prevenção da obesidade...........
47
FIGURAS DO ARTIGO 2
Figura 1 – Telas de cadastro no aplicativo do protótipo de baixa
fidelidade......................................................................................
60
Figura 2 – Telas de perfil do usuário do protótipo de baixa fidelidade 61
Figura 3 – Telas de metas e gráfico de peso, avaliação de prato,
cálculo do IMC e informações gerais do protótipo de baixa
fidelidade......................................................................................
61
Figura 4 – Telas de cadastro no aplicativo do protótipo de alta
fidelidade.......................................................................................
62
Figura 5 – Telas de perfil do usuário do protótipo de alta fidelidade....... 62
Figura 6 – Telas de metas e gráfico de peso, avaliação de prato,
cálculo do IMC e informações gerais do protótipo de alta
fidelidade.......................................................................................
63
Figura 7 – Telas de informações gerais e personalizadas do protótipo
de alta fidelidade..........................................................................
63
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
DCNT Doenças Crônicas Não Transmissíveis
PNAD Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
MDM Metas de Desenvolvimento do Milênio
OMS Organização Mundial de Saúde
WHO World Health Organization
SUS Sistema Único de Saúde
IMC Índice de Massa Corporal
ABESO Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome
Metabólica
RCQ Relação Circunferência Abdominal/Quadril
VIGITEL Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por
Inquérito Telefônico
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
LS Letramento em Saúde
CHPA Canadian Public Health Association
IHA Institute for Healthcare Advancement
TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
GPNUTDC Grupo de Pesquisa Nutrição e Doenças Crônico-Degenerativas
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 13
2 REFERENCIAL TEÓRICO............................................................................. 17
2.1 OBESIDADE................................................................................................... 17
2.1.1 Aspectos conceituais e situação epidemiológica............................... 17
2.1.2 A obesidade como fator de risco para doenças crônicas não
transmissíveis...............................................................................................
20
2.2 LETRAMENTO EM SAÚDE E A INOVAÇÃO TECNOLÓGICA A SEU
SERVIÇO......................................................................................................
23
2.2.1 Letramento em saúde – aspectos conceituais, econômicos e
operacionais............................................................................................................
23
2.2.2 Tecnologias em saúde................................................................................. 27
2.2.3 Tecnologias educativas segundo pressupostos do letramento em
saúde.............................................................................................................
29
2.3 TECNOLOGIA MHEALTH PARA PROMOÇÃO DA SAÚDE ........................ 33
3 OBJETIVOS................................................................................................... 36
3.1 GERAL........................................................................................................... 36
3.2 ESPECÍFICOS............................................................................................... 36
4 MÉTODO ....................................................................................................... 37
4.1 TIPO DE ESTUDO......................................................................................... 37
4.2 PERÍODO E PÚBLICO ALVO DO ESTUDO.................................................. 37
4.3 ASPECTOS ÉTICOS...................................................................................... 37
4.4 FASES DA PESQUISA.................................................................................. 38
4.4.1 Identificação de necessidades e estabelecer requisitos.......................... 39
4.4.2 Design e redesign........................................................................................ 40
4.4.3 Construção de uma versão interativa........................................................ 41
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO..................................................................... 42
5.1 ARTIGO 1....................................................................................................... 42
5.2 ARTIGO 2 ...................................................................................................... 54
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................... 68
REFERÊNCIAS.............................................................................................. 68
APÊNDICES................................................................................................... 81
APÊNDICE A – DOCUMENTO DE REQUISITOS – TECNOLOGIA
CONECTA SAÚDE.........................................................................................
82
APÊNDICE B – TUTORIAL INICIAL 1........................................................... 86
ANEXOS........................................................................................................ 101
ANEXO A – NORMATIZAÇÃO REVISTA SAÚDE E SOCIEDADE .............. 102
ANEXO B – NORMATIZAÇÃO DA REVISTA SAÚDE EM DEBATE............. 106
13
1 INTRODUÇÃO
As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) causaram 70% das
mortes em todo o mundo, variando entre 37% nos países de baixa renda a 88% nos
países de alta renda. Em termos de número absoluto de óbitos, no entanto, 78% das
mortes globais por DCNT ocorreram em países de baixa e média renda
(ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE, 2017).
Em 2016, mais de 1,9 bilhão de adultos tinham sobrepeso e 650 milhões
eram obesos. Pelo menos 2,8 milhões de pessoas por ano morrem devido excesso
de peso ou obesidade. A prevalência de obesidade quase triplicou entre 1975 e
2016. Uma vez associada a países de alta renda, a obesidade agora também
prevalece em países de baixa e média renda (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE
SAÚDE, 2017).
No Brasil, as doenças e agravos não transmissíveis têm aumentado;
similar ao que ocorre mundialmente, são as principais causas de óbitos em adultos,
sendo a obesidade um dos fatores de maior risco para o adoecimento neste grupo. A
prevenção e o diagnóstico precoce da obesidade são aspectos essenciais para a
promoção da saúde e redução de morbimortalidade, não só por ser um fator de risco
importante para outras doenças, mas também por interferir na duração e qualidade
de vida, e ainda ter implicações diretas na aceitação social dos indivíduos quando
excluídos da estética difundida pela sociedade contemporânea (SCHMIDT et al.,
2011).
A obesidade é uma doença metabólica crônica não transmissível que se
caracteriza pelo excesso de gordura corporal e resulta do desequilíbrio crônico entre
o consumo alimentar e o gasto energético (SARTORELLI, 2003; BERALDO; VAZ;
NAVES, 2004; MENDONÇA; ANJOS, 2004; VELASQUEZ-MELENDEZ; PIMENTA;
KAC, 2004; PEIXOTO et al., 2006).
Mudanças sóciocomportamentais da população também estão implicadas
no aumento da ingestão alimentar e, portanto no aparecimento da obesidade. A
diminuição do número de refeições realizadas em casa, o aumento compensatório
da alimentação em redes de fast food e o aumento do tamanho das porções
“normais” levam ao aumento do conteúdo calórico de cada refeição (ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA OBESIDADE E DA SÍNDROME METABÓLICA,
2016).
14
O estilo de vida moderno também favorece o ganho de peso por diversos
fatores que interferem na ingestão alimentar e atividades de lazer podem resultar em
alterações comportamentais relacionadas ao hábito alimentar em que o sistema de
prazer e recompensa (não homeostático) se sobrepõe ao sistema regulador
homeostático (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA OBESIDADE E
DA SÍNDROME METABÓLICA, 2016).
A utilização de estratégias de tecnologia digital voltada para saúde tem se
tornado importante estratégia na prevenção de doenças. É alvo de atenção
acadêmica e um número crescente de estudos é identificado na literatura científica
brasileira. Estudos recentes destacam ainda, a importância de ferramentas que
incentivem a interdisciplinaridade. E os aplicativos móveis oferecem um ambiente
propício para tal prática (TIBES; DIAS; MASCARENHAS, 2014).
A Organização Mundial da Saúde define e-Health como o uso das
tecnologias de informação e comunicação (ICT) na saúde. Numa definição mais
ampla, e-Heatlh consiste em melhorar o fluxo de informação por meios eletrônicos,
para melhorar a prestação de serviços e a coordenação dos sistemas de saúde
(OMS, 2011).
Um aliado tecnológico importante são as redes e terminais de
comunicação móveis, que oferecem capacidades emergentes e convergentes de
aplicações e colaboração multimídia em dispositivos móveis. Esta área é conhecida
como m-Health, termo criado pelo Professor Robert Istepanian no uso de
comunicações móveis e redes emergentes para área da saúde (“emerging mobile
communications and network technologies for healthcare”) (OMS, 2011).
A definição de mHealth pela OMS é “a prática de cuidados de saúde e
médicos com suporte de dispositivos móveis, como telemóveis, aparelhos de
monitorização pessoal, assistentes pessoais digitais e aparelhos wireless”(OMS,
2011).
O uso de aplicativos voltados para a saúde tem conquistado muito
adeptos. Essas tecnologias são chamadas mobiles health applications (aplicativos
móveis de saúde), também denominados de mHealth, que, segundo Tirado (2011),
podem auxiliar no monitoramento e gerenciamento das doenças crônicas.
Existem oito áreas de aplicação para o mHealth: promoção da saúde e
prevenção de doenças, ponto de suporte de atendimento e diagnóstico,
monitoramento dos usuários, rastreamento de doenças infecciosas em tempo real,
15
sistema de suporte médico em caso de acidentes, sistema de informação de saúde,
plataforma móvel no suporte educacional de profissionais da saúde e aplicativo de
pagamento/financiamento em saúde (ROYAL TROPICAL INSTITUTE, 2012).
Entende-se que o desenvolvimento de aplicativos móveis voltados para
saúde é importante, desde que os conteúdos sejam analisados e validados por
profissionais que conheçam as reais necessidades dos usuários, pois esse
conhecimento prático é essencial para planejar e implementar novas tecnologias de
maneira coerente e adequada, de acordo com as demandas específicas (TIBES;
DIAS; MASCARENHAS, 2014).
No processo do desenvolvimento de aplicativo deve-se utilizar
terminologias que possam ser compreendidas pelos usuários, de forma a atingir
aqueles com baixo nível de letramento em saúde que não estejam necessariamente,
correlacionado ao seu nível de instrução. Por exemplo, uma pessoa com boa
escolarização pode não compreender bem as informações correlacionadas a uma
doença de base, como diabetes e, assim, não aderir ao tratamento nutricional,
clínico e medicamentoso.
Segundo Sorensen et al. (2012), letramento em saúde significa “o
conhecimento, motivação e compreensão das pessoas para acessar, compreender,
avaliar e aplicar informação em saúde, de forma a fazer julgamentos e tomar
decisões no dia a dia, em relação ao cuidado da saúde, prevenção de doenças e
promoção da saúde, para manter ou melhorar a qualidade da vida”.
No entanto, percebe-se que não há um domínio sobre o tema por parte
dos profissionais de saúde, no sentido de incorporar os conceitos e procedimentos
teóricos em suas práticas educativas a luz da promoção e prevenção da obesidade
(SAMPAIO et al., 2014b). Identifica-se ainda que o letramento em saúde da
população brasileira é insatisfatório para o entendimento, interpretação, avaliação e
execução das mensagens recebidas, como já demonstrado na ainda limitada, mas
crescente produção científica nacional sobre o tema (OLIVEIRA; NITRINI; BRUCKI,
2014; SALES et al., 2015; SAMPAIO et al., 2015).
Diante do exposto, somando-se a falta de domínio dos profissionais,
associado ao baixo letramento da população, as tecnologias apresentam
inadequações de conteúdo, de utilização de imagens e demanda por anos de
estudo, aspectos que comprometem sua adequada leitura, interpretação e utilização
(SAMPAIO et al., 2014b).
16
Com a formação acadêmica em enfermagem e atuando em reabilitação,
percebemos lacunas de conhecimento, tanto de usuários, quanto de profissionais de
saúde no uso de tecnologias para prevenção e controle de fatores de risco para
doenças crônicas, dentre elas a obesidade como um fator de alteração física,
fisiológica e mental do indivíduo.
Com isso, surgiu o interesse em conceber uma tecnologia mhealth para
prevenção e controle de obesidade em adultos na perspectiva do letramento em
saúde. O processo de comunicação em saúde através de computadores e celulares,
acessando a internet, veiculando mensagens direcionadas à capacidade de leitura e
entendimento da população ainda é incipiente no país. O design do aplicativo
pretendido pode suprir esta lacuna.
Diante do exposto, considerando a inclusão digital e o número cada vez
maior de uso de dispositivos móveis, é possível desenvolver uma tecnologia mhealth
com a finalidade de reduzir e controlar a obesidade em adultos, por meio do
empoderamento dos usuários e que possibilitem, sob um baixo custo e
interatividade, prevenção de agravos, o controle da obesidade, objetivando melhor
qualidade de vida e maior adesão terapêutica.
Neste estudo, optou-se pelo desenvolvimento do design de uma
tecnologia mhealth na perspectiva do letramento em saúde. Assim, pode- se
contribuir em pesquisas com a população com obesidade, trazendo evidências
cientificas para a prática cotidiana dos profissionais de saúde, como também na
promoção da autonomia dos usuários no controle e prevenção da obesidade.
17
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 OBESIDADE
2.1.1 Aspectos conceituais e situação epidemiológica
A obesidade, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), pode ser
compreendida como um agravo de caráter multifatorial, decorrente de balanço
energético positivo que favorece o acúmulo de gordura, associado a riscos para a
saúde devido a sua relação com complicações metabólicas, como aumento da
pressão arterial, dos níveis de colesterol e triglicerídeos sanguíneos e resistência à
insulina. Entre suas causas, estão relacionados os fatores biológicos, históricos,
ecológicos, econômicos, sociais, culturais e políticos, além de fatores emocionais
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA O ESTUDO DA OBESIDADE E DA SÍNDROME
METABÓLICA, 2016).
A obesidade apresenta uma etiologia multifatorial, sendo que a causa
fundamental é apontada para um desequilíbrio energético entre as calorias
consumidas e as calorias gastas. Genericamente, esse desequilíbrio pode ser
originado, por um lado, pelo aumento da ingestão de alimentos altamente
energéticos e, por outro lado, pelo aumento da inatividade física, devido à natureza
cada vez mais sedentária de muitas formas de trabalho, das alterações dos modos
de transporte da crescente urbanização. Infelizmente as mudanças nos padrões
alimentares e de atividade física são muitas vezes o resultado de modificações
ambientais e sociais, associados ao desenvolvimento e à falta de políticas de apoio
em setores, como a saúde, agricultura, transportes, urbanismos, meio ambiente,
indústria alimentar, distribuição, marketing e educação (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL
DE SAÚDE, 2015).
Apesar da sua etiologia, a obesidade, é uma doença capaz de ser
prevenida. Estima- se que apenas 5% das situações de obesidade e excesso de
peso tenham uma causa endócrina, hereditária ou genética, tendo os restantes 95%
dos casos uma causa exógena, destacando-se o incorreto comportamento alimentar
e a prática insuficiente de exercício físico (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE,
2015).
18
Em estudos epidemiológicos, o diagnóstico do estado nutricional de
adultos é realizado a partir do Índice de Massa Corporal (IMC), obtido pela divisão
do peso, em quilogramas, pela altura ao quadrado, em metros (WHO, 2000). A
obesidade é diagnosticada com valor de IMC igual ou superior a 30 kg/m². Segundo
a ABESO (2016), o diagnóstico de obesidade é feito através do IMC e da análise da
distribuição da gordura corporal. O Quadro 1 expõe a classificação adotada pela
ABESO (2016), a partir do IMC.
Quadro 1 – Classificação do estado nutricional e risco de comorbidades
Classificação de peso pelo IMC
Classificação IMC(kg/m²) Riscos de comorbidades
Baixo peso < 18,5 Baixo
Peso normal 18,5 – 24,9 Médio
Sobrepeso 25,0 a 29,9 Aumentado
Obeso I 30,0 a 34,9 Moderado
Obeso II 35,0 a 39,9 Grave
Obeso III ≥ 40 Muito grave
Fonte: Adaptada de Associação Brasileira para o estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (2016).
Para análise da distribuição da gordura corporal, existem diversas formas,
dentre elas: relação circunferência abdominal/quadril (RCQ), medida da espessura
das pregas cutâneas, medida da circunferência abdominal, bioimpedância e exames
de imagem como, ultrassonografia, tomografia computadorizada e ressonância
magnética. Na prática são mais utilizadas, por serem de fácil aplicação e de não
exigir recursos financeiros, a RCQ e a medida da circunferência abdominal.
A rotina adotada pelas pessoas, na atualidade, é fruto dos processos de
industrialização, urbanização, desenvolvimento econômico e uma crescente
globalização do mercado alimentício (MATOSO, OLIVEIRA, BEZERRA, 2013).
Nesse contexto aparecem os fasts foods, que tem como características a rigidez,
agregação a serviços simples e produtos poucos complexos (FISCHER, 2007).
Em 2016, mais de 1,9 bilhão de adultos tinham sobrepeso e 650 milhões
eram obesos. Pelo menos 2,8 milhões de pessoas por ano morrem devido excesso
de peso ou obesidade. A prevalência de obesidade quase triplicou entre 1975 e
19
2016. Uma vez associada a países de alta renda, a obesidade agora também
prevalece em países de baixa e média renda (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE
SAÚDE, 2017).
Segundo o Ministério da Saúde brasileiro, o número de pessoas com
excesso de peso é cada vez maior no país e já atinge 53,8% da população adulta.
Esse crescimento é de 26,3% comparado ao ano de 2006 que tinha uma taxa de
42,6%. A pesquisa Vigitel 2017 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para
Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) mostra que 18,9% da população acima
de 18 anos está obesa. Atualmente o índice de excesso de peso entre os homens é
de 57,7% e 50,5% entre as mulheres. Em relação à idade, os jovens (18 a 24 anos)
são os que registram as melhores taxas, com 30,3% pesando acima do ideal,
enquanto as pessoas de 45 a 64 anos ultrapassam 62%. A cidade de Fortaleza em
relação ao número de pessoas com excesso de peso está acima da média do Brasil,
ou seja, 57,5%. (BRASIL, 2017).
A pesquisa demonstra ainda que a população com menor escolaridade, 0
a 8 anos de estudo, registra o maior índice, 59,2%, enquanto 48,8% do grupo que
estudou 12 anos ou mais está acima do peso. O impacto da escolaridade é ainda
maior entre as mulheres, em que o índice entre os mais escolarizados é ainda
menor, 42,5%.
Segundo dados do Vigitel (2017): 53,8% estão acima do peso ideal
(sobrepeso e obesidade). A obesidade atinge 18,9% da população adulta,
ligeiramente maior em mulheres (19,6%) do que em homens (18,1%). Em ambos os
sexos, a frequência da obesidade aumenta duas vezes da faixa de 18 a 24 anos
para a faixa de 25 a 34 anos de idade. A frequência de obesidade diminui com o
aumento da escolaridade.
O consumo regular de frutas e hortaliças pela população adulta é de
apenas 35,2%, sendo a proporção maior entre as mulheres (40,7%). Em ambos os
sexos, o consumo regular de frutas e hortaliças tendeu a aumentar com a idade e
com a escolaridade. O hábito de consumir carnes com excesso de gordura está
presente em um terço (32,0%) das pessoas, sendo duas vezes mais frequente em
homens (43,1%) do que em mulheres (22,5%); em ambos os sexos a frequência
diminui com o aumento da faixa etária. O consumo de alimentos doces em cinco ou
mais dias da semana é de 18,0%, sendo maior entre mulheres (19,7%) do que entre
homens (16,0%) e tende a aumentar de acordo com o nível de escolaridade.
20
A população adulta estudada (45,1%) não apresentou nível suficiente de
atividades físicas, sendo maior entre mulheres (54,5%) do que entre homens
(34,1%). A frequência de prática insuficiente de atividade física aumentou com a
idade e diminuiu com a escolaridade em ambos os sexos (BRASIL, 2017).
O estilo de vida da atualidade configura-se como um somatório dos maus
hábitos alimentares (horários irregulares, opções alimentares insalubres), das
atividades laborais com pouco esforço físico e que ocupam todo o dia, da oferta
abundante de alimentos industrializados e de baixo custo que substituem a
alimentação saudável, além de outras transformações socioeconômicas que, juntos
contribuem para o quadro de excesso de peso instaurado na humanidade
(SANTIAGO, 2012).
A prática de atividade física também é fator importante para a prevenção
e controle do excesso de peso e obesidade, assim como de outras doenças crônicas
não transmissíveis, mas infelizmente este fator componente de estilo de vida
saudável vem sofrendo redução com o passar dos anos (ALVES; PONTELLI, 2015).
O excesso de peso tem como determinantes imediatos, a alimentação
hipercalórica, rica em gorduras trans e saturada, o consumo excessivo do açúcar e
sal, além do sedentarismo e outros hábitos não saudáveis do estilo de vida ocidental
(WHO, 2014), contudo são fatores de riscos modificáveis, mas são os principais
responsáveis pelo aumento na incidência de DCNT, de mortes anuais e do risco de
complicações em pessoas que já têm estas doenças (BRASIL, 2011; GOULART,
2011; IBGE, 2014).
O modo de viver na atualidade tem sido desfavorável à saúde da
população e a obesidade aponta como um grande desafio no contexto atual. As
políticas públicas de saúde precisam intervir na quebra desse ciclo, incentivando os
cuidados em saúde e o empoderamento para o autocuidado. O panorama mundial e
brasileiro de doenças crônicas não transmissíveis tem se revelado como um novo
desafio para a saúde pública.
2.1.2 A obesidade como fator de risco para doenças crônicas não
transmissíveis
A obesidade é uma condição complexa, com dimensões sociais e
psicológicas sérias, que afeta praticamente todos os grupos etários e
21
socioeconômicos. Embora os homens tenham taxas mais elevadas de excesso de
peso, as mulheres têm maiores taxas de obesidade. Para ambos, a obesidade
representa um risco importante nas doenças graves não transmissíveis relacionadas
à dieta, incluindo diabetes mellitus, doenças cardiovasculares, hipertensão arterial,
acidentes vasculares cerebrais e certas formas de câncer. As suas consequências
para a saúde variam desde o aumento do risco de morte prematura até condições
crônicas graves que reduzem a qualidade de vida (OMS, 2017).
Segundo Goulart (2011) as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT)
são hoje responsáveis pela maioria das doenças e principal causa de mortalidade na
maioria dos países do mundo e no Brasil, seja de alta, média ou baixa condição
socioeconômica.
Em 2013, após efetuar a correção para subregistro e a redistribuição das
causas mal definidas de óbitos, observou-se que 72,6% do total de óbitos
registrados no país foram por DCNT e, dentre esses, 79,4% foram devidos às quatro
principais DCNT: doenças cardíacas, neoplasias, doenças respiratórias crônicas e
diabetes mellitus (BRASIL, 2015a).
A obesidade, além de ser um fator de risco para uma série de doenças
crônicas como diabetes e hipertensão arterial, possui evidências convincentes que
também aumenta o risco para o desenvolvimento do câncer. Atualmente, o excesso
de peso corporal está fortemente associado ao risco de desenvolver 13 tipos de
câncer: esôfago (adenocarcinoma), estômago (cárdia), pâncreas, vesícula biliar,
fígado, intestino (cólon e reto), rins, mama (mulheres na pós-menopausa), ovário,
endométrio, meningeoma, tireóide e mieloma múltiplo e possivelmente associado
aos de próstata (avançado), mama (homens) e linfoma difuso de grandes células B.
(BRASIL, 2014; INCA, 2016).
O Instituto Nacional do Câncer (INCA) lançou em Agosto de 2017 o
documento acerca do Sobrepeso e Obesidade que se trata de um alerta importante
para sensibilizar a população de que as medidas propostas por esta instituição são
reconhecidas como efetivas para a prevenção e controle desse grave problema de
saúde pública. Esse documento é embasado no Relatório da Comissão para o Fim
da Obesidade Infantil, da Organização Mundial de Saúde (OMS), discutido na
Assembleia Mundial da Saúde em 2017 e no Plano de Ação para a Prevenção da
Obesidade em Crianças e Adolescentes, da Organização Pan-Americana de Saúde
(OPAS/OMS, 2014). O texto está alinhado ainda aos Objetivos do Desenvolvimento
22
Sustentável, adotados pela Assembleia Geral das Nações Unidas e ao Plano de
Ação Global para Prevenção e Controle de Doenças Não-Transmissíveis (2013-
2020), da OMS (INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER, 2016).
Uma população em processo rápido de envelhecimento significa um
crescente incremento relativo das condições crônicas, em especial das doenças
crônicas, porque elas afetam mais os segmentos de maior idade (MENDES, 2012).
Este dado é constatado na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios PNAD
(2008). Esta pesquisa demonstrou que na medida em que a idade avança,
aumentam as doenças crônicas, de tal modo que 79,1% dos brasileiros de 65 ou
mais anos relatam ser portadores de um grupo de doze doenças crônicas. Ademais,
31,3% da população geral, 60 milhões de pessoas, têm essas doenças crônicas e
5,9% dessa população total tem três ou mais tipos dessas doenças crônicas.
Estimativas para o Brasil sugerem perda de produtividade no trabalho e a
diminuição da renda familiar resultantes das DCNT. O forte impacto socioeconômico
das DCNT e seus fatores de risco estão afetando o alcance das Metas de
Desenvolvimento do Milênio (MDM) que abrange temas como saúde, educação e
combate à pobreza, aspectos também verificados, aliás, na maioria dos países,
segundo revela estudo da OMS. Devido ao curso prolongado dessas doenças, esses
gastos oneram o indivíduo, familiares e o próprio Sistema Único de Saúde (SUS),
reduzindo o acesso a outras necessidades básicas, tais como alimentos mais
saudáveis, moradia e educação, bem como na formação da poupança individual e
familiar (GOULART, 2011).
São inúmeros os fatores de risco para o desenvolvimento de doenças
crônicas como tabagismo (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE, 2011), consumo
de álcool, inatividade física (BRASIL, 2015) e alimentação inadequada (MENDES,
2012), sendo a obesidade um dos fatores de maior risco para o adoecimento em
adultos.
O excesso de peso e a obesidade são fatores de risco para as doenças
crônicas, como as do coração, hipertensão e diabetes, que respondem por 72% dos
óbitos no Brasil (BRASIL, 2015a).
Acredita-se, caso forem alcançadas as metas globais de redução de seis
fatores de risco (tabagismo, consumo abusivo de álcool, ingestão de sal, obesidade,
pressão arterial e glicemia elevadas), que a probabilidade de morrer
prematuramente (entre as idades de 30 e 70 anos) pelas quatro principais doenças
23
não transmissíveis (cardiovasculares; respiratórias crônicas; cânceres; diabetes)
diminuirá em proporções significativas, entre homens (22%) e mulheres (19%), no
período de 2010 a 2025. O alcance dessas metas impediria mais de 37 milhões de
mortes (16 milhões na idade de 30-69 anos e 21 milhões com 70 anos ou mais)
pelas principais doenças não transmissíveis, ao longo desses 15 anos (KONTIS et
al., 2014).
Ao propor que o enfrentamento das DCNT enfocasse prioritariamente as
quatro doenças, a OMS elegeu também como alvo, seus quatro principais fatores de
risco – fumo, inatividade física, alimentação inadequada e uso prejudicial de álcool
(DUNCAN et al., 2013).
Enquanto os fatores de riscos (tabagismo, consumo abusivo de álcool,
inatividade física, alimentação não saudável e obesidade) são associados à maior
probabilidade de desenvolver DCNT, a adoção de hábitos saudáveis é considerada
fator de proteção para condições crônicas como doenças do aparelho circulatório,
doenças respiratórias crônicas, câncer e diabetes (OMS, 2011, BRASIL, 2011).
O investimento na prevenção da obesidade com uso de fatores protetivos
para doenças crônicas não transmissíveis, infere que os custos na saúde secundária
e terciária podem ser reduzidos, assim favorecendo investimentos na saúde
primária.
2.2 LETRAMENTO EM SAÚDE E A INOVAÇÃO TECNOLÓGICA A SEU SERVIÇO
2.2.1 Letramento em saúde – aspectos conceituais, econômicos e operacionais
Considerando a crescente prevalência das doenças crônicas e a
importância da compreensão das informaçõs fornecidas pela equipe de saúde para
prevenção, manutenção e tratamento dessas; o letramento surge como uma
ferramenta valiosa neste contexto, no qual a capacidade da comprensão das
informaçõs é fundamental para a adesão.
Letramento em saúde (LS) e letramento funcional em saúde não são
sinônimos, pois o segundo implica numa aplicação do conceito. No entanto, com
vistas a tornar mais práticas as considerações do presente estudo, ambos serão
tomados como sinônimos, uma vez que o conceito isolado nada significa se não for
pensada a sua utilização.
24
Letramento em saúde é um conceito que ainda está em desenvolvimento,
não havendo consenso quanto à sua definição. Devido às inúmeras habilidades
necessárias para que o indivíduo seja considerado letrado, torna-se difícil chegar a
um conceito concreto de letramento em saúde (BERKMAM et al., 2004; PASSAMAI
et al., 2011).
Embora não haja uma definição unanimemente aceita de letramento em
saúde, recentemente Sorensen et al. (2012) propuseram um modelo conceitual que
capta as principais dimensões de todos os modelos anteriores. Para estes autores,
letramento em saúde é a capacidade de acessar, compreender, avaliar e aplicar
informações relacionadas à saúde.
Machado cita Colbert (2007) que o LS é um tema que indica o quanto a
pessoa é capaz de ser bem sucedida no contexto de saúde, como compreender
uma informação adquirida do profissional de saúde e aplicá-la em sua vida diária
(2015).
De acordo com McCormack (2009), para a compreensão do nível de LS
de uma pessoa, é preciso identificar as dimensões que o definem, quais sejam:
HABILIDADES: leitura e escrita (letramento de material impresso),
numeramento (habilidades matemáticas), comunicação (escuta, fala e
negociação) e busca de informação ou movimentação no sistema de saúde.
CAPACIDADES: visão, audição, habilidade verbal, memória, cognição /
raciocínio / processamento.
COMPREENSÃO DAS INFORMAÇÕES: entendimento das informações
contidas em materiais educativos ou nas orientações dos profissionais de
saúde.
FATORES MODERADORES INDIVIDUAIS: motivação, autoeficácia,
percepção dos resultados/comportamento, atitude para resultados,
estratégias de enfrentamento, apoio social, emoções, intenção
comportamental, confiança na fonte de informação, habilidades de tomada de
decisão, fatalismo e conhecimento.
RESULTADOS EM SAÚDE: adoção de comportamentos favoráveis ou não à
saúde, participação no plano de cuidados e compreensão dos seus direitos,
enquanto usuário.
Diversos estudos têm evidenciado que é frequente o baixo nível de
letramento em saúde e que tal situação pode resultar em maiores taxas de
25
hospitalização, gerenciamento inadequado da própria saúde e do processo de
adoecimento com baixa adesão às medidas de promoção e prevenção de doenças,
tratamento e, finalmente, baixos níveis de conhecimento sobre doenças crônicas,
serviços de saúde e saúde global (PARKER et al., 1995; DE WALT, 2004; OLNEY et
al., 2007; JOVIC-VRANES; BJEGOVIC-MIKANOVIC; MARINKOVIC, 2009;
RAWSON et al., 2009; WHCA, 2010).
As ocorrências citadas elevam os custos em saúde. Dados americanos
mostram que o custo anual individual envolvido no cuidado de pessoas com
letramento em saúde insatisfatório atinge $ 13000 (treze mil dólares), em
comparação a $3000 (três mil dólares) despendidos com uma pessoa com
letramento adequado, ou seja, um custo quatro vezes maior (ROSALES, 2012).
A partir do conhecimento do letramento em saúde do público alvo é
possível adequar todo o processo de comunicação e educação. No entanto, tem
sido percebido que as informações de saúde não são apresentadas de maneira que
o usuário com limitado letramento em saúde possa compreendê-las (CANADIAN
PUBLIC HEALTH ASSOCIATION - CHPA, 2006).
Para Mayer e Villaire (2007) há uma abundância de materiais escritos em
saúde, mas as instruções se tornam ineficientes se a pessoa para quem tais
materiais se destinam, não é capaz de compreendê-los. A maioria dos adultos lê em
nível correspondente ao 8º ano, sendo que 20% leem em nível correspondente ao 5º
ano. No entanto, os materiais são elaborados para quem tem o 10º ano.
Dessa forma, para que se promova o empoderamento dos usuários a
partir de materiais educativos em saúde, estes devem ser avaliados quanto à sua
adequação, se já em uso, ou serem elaborados para atender a esta demanda
(WEISS, 2007; SHAB et al., 2010).
No Brasil, as pesquisas que evidenciam o LS da população ainda são
escassas, destacando o estudo pioneiro desenvolvido por Carthrery - Goulart et al.
(2009). Nesta pesquisa os autores traduziram para o português e aplicaram uma
versão breve do instrumento TOFHLA (Test of Functional Health Literacy in Adults)
para medir o letramento em saúde dos pacientes adultos atendidos pelo SUS.
Outros estudos desenvolvidos no País são voltados para contextos bastante
específicos, como: as pesquisas de Berberian et al. (2006) na área da
Fonoaudiologia; a revisão sistemática de Volpato et al. (2009), que analisaram como
as bulas de medicamentos são elaboradas e a compreensão das mesmas pelos
26
pacientes; a investigação de Maragno (2009), que buscou a possível associação
entre letramento em saúde e adesão à terapia medicamentosa, desenvolvendo e
validando um instrumento, o Teste de Letramento em Saúde, adaptado do TOFHLA;
Oliveira et al. (2009), que mediram o alfabetismo funcional em pacientes com
doença de Alzheimer Leve e Comprometimento Cognitivo Leve, comparados com
controles saudáveis; a pesquisa “Plano AlfaNutri: um novo paradigma, a
alfabetização nutricional, para promoção da alimentação saudável e prática regular
de atividade física na prevenção e controle de doenças crônicas” desenvolvido por
Sampaio et al. (2012); o estudo reflexivo realizado por Passamai et al. (2012) que
analisou conceitos de letramento funcional em saúde versus interação usuários-
profissionais-sistemas de saúde; a pesquisa de Apolinario et al. (2012), a qual
desenvolveu e validou um instrumento breve para avaliação de alfabetismo em
saúde na língua portuguesa. Destaca-se o projeto de Paskulin et al.
(2012),“Envelhecimento saudável no Sul do Brasil: enfrentando desafios e
desenvolvendo oportunidades para profissionais de saúde e pessoas idosas”, o qual
teve como objeto de investigação, a alfabetização em saúde de pessoas idosas e se
propôs a preparar os profissionais de saúde para promover o envelhecimento ativo
em suas comunidades. Há também o estudo realizado por Sampaio et al. (2015)
com o objetivo de analisar fatores associados ao letramento em saúde e sua relação
com o controle glicêmico em pacientes diabéticos. Observa-se que são estudos
bastante recentes, evidenciando o crescente interesse no Brasil pela temática em
questão.
Existem testes validados que permitem classificar o grau de letramento
em saúde e determinam a intervenção mais apropriada para que sejam alcançadas
as ações planejadas em saúde. Marques e Lemos (2016), ressaltam que os
instrumentos da avaliação do letramento em saúde mais utilizados são TOFHLA
(Test of Functional Health Literacy in Adults e o REALM (Rapid Estimate of Adult
Literacy in Medicine). Esses autores analisaram 27 artigos e identificaram 36
instrumentos de avaliação. Sampaio et al. (2015), já consideram como mais
conhecido o TOFHLA e utilizaram este instrumento em estudo para avaliar fatores
associados ao letramento em saúde e sua associação com o controle glicêmico em
pacientes diabéticos tipo 2. Os autores referem que a escolha ocorreu por dois
fatores: devido a maior parte dos estudos nacionais o terem aplicado e por Carthery
– Goulart et al. (2009) terem concluído ser um instrumento adequado para avaliar o
27
letramento funcional em saúde no Brasil. Dentre os resultados apontados por este
estudo, aliado aos relatos existentes na literatura, os autores ressaltam a
necessidade de planejar e executar ações educativas adaptadas ao nível de
letramento em saúde do grupo alvo, com maior ênfase nos tópicos associados ao
numeramento em saúde.
O letramento em saúde torna-se importante para a prevenção,
diagnóstico, prevenção de doenças crônicas assim como para o autocuidado dos
pacientes. O déficit do letramento em saúde dificulta a compreensão e aquisição de
hábitos diferenciados pelo não entendimento da patologia (SAMPAIO et al., 2015).
2.2.2 Tecnologias em saúde
O desenvolvimento de tecnologias e os elevados custos em saúde tem
estimulado o desenvolvimento de nova área de fronteira: a saúde eletrônica
(eHealth). Esta pode ser definida como a utilização de informações e de tecnologias
de comunicação para oferta e melhoria de serviços de saúde (ROCHA et al, 2016).
A relevância do tema acabou por conduzir a Organização Mundial da Saúde (OMS)
a criar um Observatório Mundial de Saúde Eletrônica e promover a questão ao nível
de estratégia de ação para os próximos anos (OMS, 2016).
A disseminação da internet via dispositivos móveis levou ao surgimento
de uma subdivisão da saúde eletrônica (eHealth, denominada e difundida como
Saúde Móvel (mHealth). Embora não exista, segundo a OMS, uma definição
padronizada do novo conceito, pode-se entender como a oferta de serviços médicos
e/ou de Saúde Pública que se valem do apoio tecnológico de dispositivos móveis,
como telefones celulares e sensores (OMS, 2011).
O uso de mhealht é baseado na premissa que a integração da tecnologia
no setor de saúde tem grande potencial para através da comunicação, alcançar
estilos de vida saudáveis, melhorar a tomada de decisão pelos profissionais de
saúde e pacientes, assim como melhorar a qualidade de cuidados de saúde.
Possibilita a comunicação instantânea entre pacientes e a equipe de saúde mesmo
em locais de difícil acesso, facilitando o acesso a informações em saúde (OMS,
2005).
Iniciativas de mHealth em todo o mundo estão fornecendo os primeiros
indícios acerca do potencial de utilização das tecnologias móveis e sem fio na
28
saúde. Aplicações de mHealth estão sendo testadas em cenários bastante diversos,
como no contexto do acesso oportuno a serviços de emergência, gestão de
atendimento ao paciente, redução da falta de medicamentos em postos de saúde,
melhoria no diagnóstico clínico e adesão dos pacientes ao tratamento, entre outros
(OMS,2011).
A possibilidade de obter informações sobre dados clínicos de modo
confiável, disponíveis a qualquer tempo e lugar, e conceber intervenções
terapêuticas customizadas tem modificado as formas como são ofertados alguns
serviços de saúde. A saúde móvel abre novas perspectivas para a coleta de dados
ambientais, biológicos, comportamentais e emocionais, inclusive para intervenções
terapêuticas (ROCHA et al., 2016).
Diferentes estudos defendem a ideia de que as tecnologias da informação e
comunicação podem auxiliar os profissionais de saúde na motivação dos pacientes
para adoção de hábitos mais saudáveis, contribuindo para a melhoria da saúde, bem
como qualidade de vida e bem- estar. Os dispositivos mhealth podem ser promissor
no apoio a indivíduos com excesso de peso e obesidade. Diante disso, os aplicativos
móveis representam um importante instrumento para tomada de decisões em
relação às condições de saúde pela população, seja pela busca da prática de
hábitos saudáveis, como para o controle de uso de fármacos de forma efetiva.
Contudo as tecnologias em saúde trazem desafios em relação a interdisciplinaridade
já que trabalha com campos heterogêneos (saúde, informática e comunicação).
(CASTELNUOVO; MAURI, 2016; BENTLEY et al, 2016; ROCHA et al., 2017;
PANDOLFO; GOTTLIEB, 2016).
No mundo atual as inovações tecnológicas não param de emergir e
ganham cada vez mais espaço nas sociedades modernas. Vive-se na era da
tecnologia, onde o conhecimento é difundido através da internet. Qualquer que seja
o ramo da atividade humana, o mecanismo tecnológico estará presente, contribuindo
para novos avanços e para uma produção mais ágil e qualificada. Contudo, tais
avanços trazem também algumas adversidades para a vida, uma vez que a
comodidade que um bem gera, acaba por substituir as formas mais artesanais de
locomoção, tornando as pessoas dependentes e mais sedentárias diante dessas
tecnologias. Alguns exemplos simples e que já estão enraizados no quotidiano das
pessoas, são os telecomandados, os telemóveis e computadores portáteis que são
ferramentas que permitem aos utilizadores maior comodidade e conforto no seu uso
29
face aos seus semelhantes mais antigos, que exigem uma maior movimentação
para a sua utilização (MENDES, 2013).
Se por um lado a evolução tecnológica aumentou o sedentarismo e a
diminuição da atividade física, por outro pode ser uma aliada na promoção de
comportamentos mais saudáveis (FINCO, 2009).
A promoção de comportamentos mais saudáveis não se limita ao
desenvolvimento de novos jogos que estimulem a atividade física. A informação
veiculada e presente a qualquer hora do dia e em qualquer lugar pode incentivar a
adoção de novos comportamentos, fazendo a diferença na vida das pessoas
(DELGADO, 2015).
A saúde móvel cria condições para a avaliação contínua de parâmetros
de saúde, configura um novo cenário de incentivo a comportamentos saudáveis e
auxilia a autogestão de condições crônicas, entre outras vertentes de aplicação
(ROCHA et al., 2016).
A tecnologia não substitui o acompanhamento pela equipe de saúde,
devido à necessidade da análise de dados clínicos para tomada de decisão sobre
tratamentos e acompanhamento longitudinal, mas é um importante aliado na
disseminação de informações e meios de gerenciamento prático e eficaz da saúde
individual.
2.2.3 Tecnologias educativas segundo pressupostos do letramento em saúde
No mundo moderno, é fácil encontrar informações sobre saúde na
internet. Este fato acarreta dois problemas principais: o primeiro refere-se à
confiabilidade do site, pois muitas informações disponibilizadas, infelizmente, não
são respaldadas em estudos científicos. O segundo refere-se à compreensão das
mensagens, que tanto é motivo de preocupação em sites que não levam o aval de
instituições responsáveis pelo cuidado à saúde, como também merece consideração
em sites referendados, ou mesmo desenvolvidos por órgãos de saúde.
Pode-se tomar como exemplo, estudos recentes desenvolvidos sob a
coordenação do GRUPESQNUT-DC da UECE, onde foram avaliados materiais
educativos e se concluiu que há possibilidade do público-alvo não estar
compreendendo as informações, de forma a avaliá-las e aplicá-las em seu dia-a-dia
(SAMPAIO et al., 2012; COELHO et al., 2014; SAMPAIO et al., 2014b).
30
O estudo realizado por Vasconcelos (2015) avaliou 48 materiais
elaborados pelo Ministério da Saúde e encontrou demanda superior a seis anos de
estudo para uma correta compreensão em 70.8% destes materiais.
Durante a 14th Annual Health Literacy Conference, organizada pelo
Institute for Healthcare Advancement – IHA (INSTITUTE FOR HEALTHCARE
ADVANCEMENT, 2015), ocorreram várias discussões sobre a questão do acesso
online à informação em saúde. Um conferencista é um dos responsáveis pelo site
“www.thebiggerpicture.org”, onde o surgimento cada vez maior de diabetes mellitus
tipo 2 entre crianças e adolescentes é enfocado de forma a ajudar o jovem a adquirir
conhecimento e lutar contra os vilões ambientais e sociais, associados ao risco de
surgimento desta doença. Trata-se de um site lúdico, integrado por vários vídeos
que tenta empoderar o jovem, usando sua realidade.
Embora não com foco no letramento em saúde, atualmente já são
aplicadas tecnologias da informação e comunicação no cuidado à saúde de
indivíduos e populações, o e-saúde (eHealth) e a saúde móvel ou mobile health –
mHealth (SCHULZ; HULSMAN, 2009; WHO, 2011; HANDEL, 2011).
A tecnologia melhora o letramento funcional em saúde, na medida em que
fornece às pessoas, a possibilidade de escolherem a informação que pode ser
acessada. O problema é que a tecnologia digital é um fator de segregação maior
que qualquer desigualdade em saúde ou renda. Além desses fatores, a formação de
educadores e profissionais em saúde, por meio da capacitação em técnicas de
comunicação e sensibilização para a compreensão da diversidade cultural, é de
suma importância para elevar o LFS dos usuários do sistema de saúde (WHCA,
2010).
Eichner e Dullabh (2007) elaboraram um guia para orientar o
desenvolvimento de tecnologias da informação em saúde (websites e aplicativos
móveis) para população com baixo letramento em saúde. Os principais princípios
são:
• Linguagem clara – usar linguagem simples e clara, apresentar informações
de uma forma que facilite a compreensão das pessoas. O objetivo é que os
usuários entendam um documento a primeira vez que o lerem. Deve conter:
• Palavras curtas, simples e familiares (1-2 sílabas, sem jargões, siglas,
abreviaturas).
• Termos médicos e técnicos inevitáveis devem ser explicados.
31
• Frases são curtas.
• Conteúdo deve ser escrito na voz "ativa" (em vez de na voz "passiva").
• O uso do Word é consistente ao longo de todo conteúdo.
• O nível de leitura não deve estar acima da 6ª série.
Estudos mostram que o nível de leitura para a maioria dos materiais de TI
está muito além do nível de leitura das populações de alfabetização limitada e que a
maioria dos materiais de educação para a saúde está escrita em um nível superior.
Embora possa ser difícil escrever ou reescrever materiais abaixo do nível da 6ª
série, mais de um quinto dos adultos não consegue ler acima do nível da quinta
série.
Conteúdo relevante para o público – a informação deve ser relevante para
os usuários, devem haver necessidade e desejo de informações, e deve
ajudá-los a atender suas necessidades de cuidados de saúde. O conteúdo
deve ser adequado, podendo ser usadas ilustrações gráficas; limitar as
informações ao mesmo tempo, pode fazer com que os usuários saiam do
aplicativo de saúde e não retornem.
Formato propício para leitura e compreensão- O formato do documento
influencia a capacidade de leitura e compreensão de uma pessoa. Os adultos
com alfabetização limitada podem ser particularmente prejudicados por um
formato difícil de ler. O formato da TI em saúde é especialmente importante
porque muitos recursos de TI, como rolagem, objetos em movimento,
animação e funções de pesquisa, são difíceis para adultos com alfabetização
limitada.
• Para facilitar o formato da TI deve conter:
• Mais espaço em branco (menos palavras ou texto menos denso).
• Comprimento de linha curta, de preferência um máximo de 40-50 caracteres.
• Informações semelhantes agrupadas em subseções ou "fragmentadas".
• Perguntas e respostas usadas para quebrar o texto.
• Texto escuro (de preferência preto) em um fundo claro ou branco.
• Fonte grande e familiar (pelo menos 12 pontos, Arial, Helvética, Verdana ou
Times New Roman).
• Uso consistente de tamanhos e estilos de fontes em todo o país.
32
• Letras maiúsculas e minúsculas (não use todas as palavras maiúsculas, pois
são mais difíceis de ler).
• Justificação da margem esquerda.
Conteúdo que atrai diversos grupos raciais e étnicos - importante prestar
atenção à cultura e à linguagem. A TI de saúde pode ser mais atraente para
um público multicultural, recorrendo a exemplos de etnias diversas. Todas as
informações sobre qualquer grupo racial ou étnico devem ser precisas e não
promover estereótipos.
Para promover o uso da TI em saúde entre usuários racial, étnico,
culturalmente e linguisticamente diversificados, assegure-se de que:
• O conteúdo é culturalmente apropriado e sensível aos usuários.
• Os membros desses grupos são retratados com precisão em imagens e
outras ilustrações gráficas.
• A tradução do inglês ou outra língua é precisa e os idiomas e as expressões
são apropriados.
• A população alvo é especificada (se apropriado).
Conteúdo que sofreu testes e revisão interativos - Seguir as diretrizes
recomendadas ajuda a aumentar a acessibilidade das populações de
alfabetização limitada. No entanto, é tão importante que a TI de saúde seja
testada repetidamente, ao longo do processo de design e que os potenciais
usuários estejam incluídos no teste. O design conceitual deve ser avaliado ao
longo do processo de design. Isso pode incluir uma revisão do protótipo da
amostra através de discussões, brainstorming ou storyboard (uma série de
imagens simples para mostrar a seqüência para completar uma tarefa) com
potenciais usuários. Após a revisão, a TI de saúde deve ser submetida a uma
avaliação inicial de acessibilidade pela equipe de projeto e ser testada por
potenciais usuários. O teste por potenciais usuários - também chamado de
teste de usabilidade - deve abordar as seguintes questões:
33
• O aplicativo é fácil de usar e navegar?
• O conteúdo é apropriado, aceitável e aplicável?
• Os participantes querem e optam por usar o aplicativo?
Novamente, a TI de saúde deve ser revisada com base nos resultados do
teste. O teste e a revisão devem continuar até que haja pouco a ser aprendido com
testes adicionais.
2.3 TECNOLOGIA MHEALTH PARA PROMOÇÃO DA SAÚDE
O uso de aplicativos voltados para a saúde tem atraído muitos adeptos.
Essas tecnologias são chamadas, mobiles health applications (aplicativos móveis de
saúde), também denominados de mHealth, que segundo Tirado (2011), podem
auxiliar no monitoramento e gerenciamento das doenças crônicas.
Apesar do reduzido número de trabalhos desenvolvidos no Brasil com
esta temática, vê-se um crescimento contínuo ao longo dos anos. Entende-se que o
desenvolvimento de aplicativos móveis voltados para saúde é importante, desde que
os conteúdos sejam analisados e validados por profissionais que conheçam as reais
necessidades dos usuários, pois esse conhecimento prático é essencial para
planejar e implementar novas tecnologias de maneira coerente e adequada, de
acordo com as demandas específicas (TIBES; DIAS; MASCARENHAS, 2014).
Os mHealths já foram utilizados em algumas pesquisas em que se
constatou ser uma ferramenta de baixo custo, atrativa, de fácil acesso, com bom
aceite da população pesquisada e adequada para as intervenções de controle de
doenças em países em desenvolvimento (JORDAN; LANCASHIRE; ADAB, 2011;
DÉGLISE; SUGGS; ODERMATT, 2012).
Lee et al. (2010) utilizaram esta tecnologia para controle do peso de
adultos por meio do programa SmartDiet, tendo-se constatado aumento na prática
de exercício físico, regularidade na alimentação, diminuição na composição corporal
(massa corporal, massa gorda e índice de massa corporal). Além disso, relatos das
pessoas estudadas dão conta que esse tipo de ferramenta é de fácil utilização e
acesso, e os conteúdos foram transmitidos de forma interessante e motivadora.
34
Morris (2012) considera que a expansão no uso de dispositivos móveis no
contexto da saúde pode ser explicada pela concentração de três fatores: o aumento
das doenças crônicas, diminuição do acesso aos cuidados clínicos, e as inovações
no âmbito das tecnologias móveis. Com isso, vários estudos na área de saúde e
tecnologia estão surgindo na tentativa de compreender e criar sistemas tecnológicos
persuasivos que são efetivos. Por exemplo, sistemas de informação do paciente tem
a capacidade de rastrear problemas de saúde individuais e auxiliar no tratamento ao
longo do tempo, uma vez que permitem analisar dados que podem levar a uma nova
visão e compreensão da saúde e da doença, sendo particularmente mais eficazes
para as doenças crônicas, onde um registro de saúde e tratamento ao longo de um
período de tempo é necessário (WHO, 2012). Além disso, tratando-se de aplicativos
móveis que visam promover hábitos saudáveis, destacam-se três temas de grande
importância: a persuasão, que incentiva à prática de hábitos saudáveis; o “estado”
de saúde em si, que visa compreender o usuário e suas necessidades; e o design
de interação, uma vez que as tecnologias persuasivas são sistemas computacionais
interativos intencionalmente criados para mudar o comportamento ou atitude de uma
pessoa (FOGG, 2011).
Nos serviços de assistência social, os aplicativos (apps) tem uma série de
utilidades. Eles desempenham um papel fundamental no empoderamento dos
usuários e no apoio aos profissionais. Nos serviços de assistência social, a internet e
a comunicação digital oferecem novas formas de comunicação com os pacientes
usuários; entretanto, alguns dos pacientes mais necessitados ainda não são
capazes de aproveitar esses avanços, embora tais desigualdades estejam sendo
sanadas com bastante rapidez. As pessoas idosas são o grupo de internautas que
mais cresce (OFCOM, 2012).
Assim, considerando a inclusão digital que está ocorrendo no Brasil e a
maior presença de smartphones, atrelados à maior utilização das redes sociais, é
possível pensar que um aplicativo deste tipo possa ser útil para aumentar a
abrangência das mensagens que são dirigidas aos usuários do SUS na atenção
básica e em outros locais de atendimento à saúde, ambientes de trabalho e escolas.
Para tanto, é útil direcioná-lo à promoção da saúde e à prevenção e controle da
obesidade, incentivando um estilo de vida saudável.
O uso da tecnologia digital para este fim aumenta a exposição da
população a mensagens de saúde e, com seu desenvolvimento apoiado nos
35
pressupostos do letramento em saúde, pode efetivamente propiciar satisfatório
empoderamento da população sobre cuidado e autogestão da saúde.
Para o ambiente acadêmico, além de aplicativos de suporte aos
profissionais, tornam-se necessários aplicativos de suporte aos pacientes. Assim, os
pacientes poderão se envolver mais com aspectos relacionados a própria saúde, ter
acesso a informações e, quando necessário, receber apoio remoto para o
autocuidado e seu tratamento (TIBES; DIAS; MASCARENHAS, 2014).
Considerando os benefícios dos avanços da tecnologia móvel na área da
saúde e por essa ser atrativa e presente no dia a dia de grande parte da população,
presume- se que o seu uso pode facilitar o processo de empoderamento e incentivar
as escolhas saudáveis dos usuários. Desta forma, o presente estudo, inicialmente,
realizou uma revisão integrativa e levantamento das tecnologias existentes sobre o
tema, para subsidiar o desenvolvimento do design de tecnologia mHealth para
prevenção e controle da obesidade apoiada nos pressupostos do letramento em
saúde.
36
3 OBJETIVOS
3.1 GERAL
Conceber design de uma tecnologia mhealth para prevenção e controle da
obesidade à luz do letramento em saúde.
3.2 ESPECÍFICOS
a) Realizar levantamento de estudos e estratégias para prevenção e controle da
obesidade através de tecnologias móveis;
b) desenvolver protótipo de design de baixa e alta fidelidade.
37
4 MÉTODO
4.1 TIPO DE ESTUDO
Trata-se de um estudo metodológico, este relacionado à elaboração,
validação e avaliação de instrumentos com técnica de pesquisa que possa ser
empregada por outros pesquisadores (POLIT; BECK; HUNGLER, 2011). Trata-se de
uma pesquisa metodológica que será constituída de duas fases, sendo a primeira
uma revisão da literatura e a segunda uma fase laboratorial de desenvolvimento
tecnológico.
A pesquisa metodológica investiga, organiza e analisa dados para
construir, validar e avaliar instrumentos e técnicas de pesquisa, centrada no
desenvolvimento de ferramentas específicas de coleta de dados, com vistas a
melhorar a confiabilidade e validade desses instrumentos (POLIT, 2011).
4.2 PERÍODO E PÚBLICO ALVO DO ESTUDO
O público-alvo desta pesquisa são adultos com sobrepeso e obesidade
com interesse na prevenção, no controle de sobrepeso e obesidade, mediante estilo
de vida saudável.
Considera-se adulta a pessoa na faixa etária dos 18 aos 60 anos,
tomando como referência o Estatuto da Criança e do Adolescente (1990), que se
refere ao fim da adolescência aos 18 anos, e o Estatuto do Idoso (2003), que
define a pessoa idosa aquela que tem 60 anos ou mais (BRASIL, 1990; BRASIL,
2003).
A tecnologia foi concebida no período de junho a novembro de 2017.
4.3 ASPECTOS ÉTICOS
A presente dissertação foi delineada de acordo com a Resolução 466/2012
que rege pesquisas com seres humanos e faz parte de projeto maior intitulado
“Plano Conecta Saúde: aliando inovação tecnológica e letramento em saúde na
luta contra as doenças crônicas não-transmissíveis” aprovado pelo Comitê de
38
Ética em Pesquisa em Seres Humanos da Universidade Estadual do Ceará sob
número CAAE 69459317.0.0000.5534.
4.4 FASES DA PESQUISA
A pesquisa foi realizada em duas fases: 1) revisão da literatura; 2) fase
laboratorial de desenvolvimento tecnológico.
A primeira fase procurou responder ao objetivo específico 1 “analisar as
estratégias utilizadas na prevenção e controle da obesidade através de tecnologias
móveis” e contemplou uma revisão de literatura, onde a problemática sobre a
obesidade e suas repercussões na vida do indivíduo com esta doença e as
estratégias relacionadas à prevenção, controle e tratamento e eHealth foram
estudados. Resultou na elaboração de uma revisão integrativa e no levantamento
dos aplicativos móveis existentes para prevenção e controle da obesidade.
Para levantamento dos aplicativos foi realizada uma avaliação
comparativa, com o objetivo de apresentar as principais funcionalidades dos
aplicativos móveis na prevenção e controle da obesidade, existentes nos sistemas
operacionais OS (Apple®) e Android (Google®).
Na segunda fase, laboratorial, procurou responder ao objetivo específico
2 “desenvolver protótipo de design de baixa e alta fidelidade”, adotou- se o processo
de design interativo proposto por Rogers, Sharp e Preece (2015), bem como o
conceito do Design Centrado no Usuário, cujo principal objetivo é a concepção e
construção de produtos interativos que melhoram e aumentam o leque de
possibilidade de comunicação, interação e trabalho entre as pessoas. O processo de
design de interação contempla quatro atividades (vide Figura 1). A primeira etapa
prevê a identificação das necessidades do(s) cliente(s) e /ou usuário(s) e com base
nelas estabelece os requisitos do sistema. A atividade seguinte é o design de
possíveis “soluções” para as necessidades identificadas com base nos requisitos.
Seleciona-se uma proposta de design, inicia-se a atividade de construção de um
protótipo funcional, uma versão interativa. Com o protótipo funcional pronto realiza-
se a última etapa de avaliação. É possível que durante a execução de uma
atividade, identifique-se ser necessário retomar uma etapa anterior para correção ou
melhora, por isso é interativo. A quarta e última etapa contempla a compilação e
análise dos resultados obtidos.
39
O processo de design envolve, portanto, quatro atividades básicas
1. Identificar necessidades e estabelecer requisitos;
2. Desenvolver design e redesign desses requisitos;
3. Construir uma versão interativa que possa ser avaliada;
4. Avaliar a versão interativa.
Figura 1 – Atividades do Modelo de Design de Interação
Fonte: Adaptada de Preece et al. (2013)
Segundo Thaler e Fialho (2015), o design centrado no usuário não é o
mesmo que usabilidade, mas, ao projetar interfaces com foco no usuário, garante-se
a usabilidade do sistema. Nesse sentido, o design centrado no usuário se contrapõe
a processos menos focados no ser humano, que costuma prever seu
comportamento. Para que os usuários sejam abarcados por esse desenvolvimento,
as etapas metodológicas do design centrado no usuário compreendem a construção
de protótipos avaliáveis, que produzirão material sólido para que o produto seja
favorável, agradável, usável e suficiente. Esse material terá condições de ser
coletado pelo julgamento crítico da interação com esses protótipos, entrevistas e
questionários.
4.4.1 Identificação de necessidades e estabelecer requisitos
De modo a identificar as necessidades, atendendo a hipótese verificada,
foi realizada a priori uma revisão de literatura que embasou e aprofundou os
conteúdos, associada a reuniões com discussões entre a equipe e membros do
laboratório de Inovação Tecnológica da Universidade de Fortaleza (julho a novembro
de 2017).
40
Durante as reuniões de brainstorming, foram identificados os requisitos
técnicos/funções que o sistema deveria contemplar, visando mitigar a problemática
apresentada.
4.4.2 Design e redesign
O processo de design da solução é parte da definição de como será o
produto. No caso dos artefatos tecnológicos, o design contempla os protótipos das
interfaces (telas) do sistema aplicativo. Esses protótipos apresentam como os
requisitos identificados serão atendidos nas telas por meio dos elementos de
interface e do layout.
Um protótipo é uma representação da interface com a qual o usuário pode
interagir e oferecer informações para propor mudanças e melhorias. Pearrow (2000)
afirma que um protótipo é um modelo semifuncional do produto final. Usar uma
versão parcialmente finalizada do site/aplicativo é uma maneira comum de realizar
testes de usabilidade já nas fases iniciais do ciclo de vida do projeto (SANTOS,
2006).
São considerados os seguintes níveis de prototipagem: baixa fidelidade,
média fidelidade e alta fidelidade. Santos (2006) afirma que cada um desses três
níveis de fidelidade de protótipo apresenta benefícios singulares importantes de
serem incluídos no processo de projeto (design) de interface.
Na fase de design adotamos a concepção dos protótipos de baixa
fidelidade. Segundo Santos (2006), um protótipo de baixa fidelidade possui baixo
grau de detalhamento, somente apresenta visualmente a funcionalidade, não possui
recursos de interação. O objetivo é oferecer uma visão geral do layaout de tela e dos
elementos de interface, permitindo uma discussão mais clara sobre a proposta.
Nesta fase deu- se o inicio a criação do design da ferramenta com a
participação dos membros da equipe nas discussões, tendo como base os passos
de criação de material, segundo o letramento em saúde, com o intuito de aproximar
as funcionalidades do sistema a linguagem e entendimento do usuário. Discutido
sobre quais as motivações de um profissional de nutrição entrar no aplicativo.
O processo de design dos protótipos de baixa fidelidade produzidos pela
equipe de designer utilizou a ferramenta photoshop.
41
4.4.3 Construção de uma versão interativa
Nessa etapa foi construído o protótipo de alta fidelidade que já contempla
além das características presentes no protótipo de baixa fidelidade, tipografia,
iconografia, paleta de cores e oferece interatividade ao usuário, permitindo sua
testagem. O processo de design dos protótipos de alta fidelidade produzidos pela
equipe de designer utilizou também a ferramenta photoshop.
A tecnologia foi concebida com recursos financeiros da pesquisadora por
meio de parceria do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva com o
Laboratório de Inovação em Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) do
Núcleo de Aplicação em Tecnologia da Informação (NATI) da Universidade de
Fortaleza.
Para nortear a elaboração desta tecnologia centrado no letramento em
saúde foi utilizado o Guia elaborado por Eichner e Dullabh (2007) e a metodologia
do processo de Design de Interação Participativo Centrado no Usuário por Rogers,
Sharp e Preece (2013) que fornecem estrutura, estratégias e outros recursos para o
desenvolvimento de tecnologias para populações com baixo nivel de letramento.
No primeiro momento foi realizada a concepção e o desenvolvimento de
23 telas no protótipo de baixa fidelidade. Nesta etapa, propiciou a avaliação prévia,
pela equipe interdisciplinar, das telas e interfaces, havendo uma especial
preocupação com a sua estrutura, conteúdo e compreensão.
No segundo momento foi realizado o protótipo de alta fidelidade com
desenvolvimento de 14 telas que após discussões entre a equipe interdisciplinar,
percebemos a necessidades de ajustes relacionadas à interatividade e imagens;
assim posteriormente foram elaboradas 34 telas de alta fidelidade. O que
proporcionou telas mais limpas, com conteúdo mais acessível, sendo algumas
transformadas em duas.
42
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Esta dissertação gerou dois artigos. O primeiro levou ao desenvolvimento
de uma revisão integrativa que será submetido à Revista Saúde e Sociedade. O
segundo trata da concepção tecnológica que será submetido à Revista Saúde em
Debate.
5.1 ARTIGO 1
APLICATIVOS MÓVEIS PARA PREVENÇÃO E O CONTROLE DA OBESIDADE:
UMA REVISÃO INTEGRATIVA
MOBILE APPLICATIONS FOR OBESITY’S PREVENTION AND CONTROL: AN
INTEGRATIVE REVIEW
Leyla Márcia Ramos Oliveira1
Clarice Maria Araújo Chagas Vergara2
Helena Alves de Carvalho Sampaio3
Dafne Lopes Salles4
Resumo Objetivo: Realizar uma revisão integrativa sobre as publicações que utilizam a tecnologia mhealh e levantamento dos aplicativos voltados para prevenção e controle da obesidade. Método: Foi conduzida uma revisão integrativa, realizado através de busca pareada nas bases de dados eletrônicas Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde, Scientific Electronic Library Online), PubMed Central, Medline. Em paralelo, foi realizado o levantamento dos aplicativos disponíveis nas lojas virtuais Google play® (htts://play.google.com/store/apps) e App Store® (https://itunes.apple.com/br/ genre/ios-saude-efitness/id6013). Em ambos foi selecionada a categoria “saúde e fitness”. Resultados: Na revisão integrativa foram selecionados seis artigos que atenderam aos critérios de inclusão. Identificados nove aplicativos na loja Google play e cinco aplicativos na loja App Store. Conclusões: Há escassez de publicações sobre o assunto e necessidade de desenvolvimento de aplicativos com foco na prevenção e tratamento da obesidade.
Palavras-chave: Aplicativos móveis; Obesidade; Promoção da saúde.
1 Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva. Mestrado Acadêmico em Saúde Coletiva. Universidade
Estadual do Ceará. Fortaleza. Ceará. Brasil. (85) 999538035. Correspondência: Avenida Eusébio de Queiroz,
5400, casa 401. CEP 61760000. Eusébio, CE, Brasil. [email protected] 2 Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva. Mestrado Acadêmico em Saúde Coletiva. Universidade
Estadual do Ceará. Fortaleza. Ceará. Brasil. [email protected] 3 Doutorado em Saúde Coletiva. Universidade Estadual do Ceará. Fortaleza. Ceará. Brasil. [email protected]
4 Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva. Mestrado Acadêmico em Saúde Coletiva. Universidade
Estadual do Ceará. Fortaleza. Ceará. Brasil. [email protected].
43
Abstract Objective: to carry out an integrative review on the publications that use mheath technology and survey of the application directed prevention and control of obesity. Method: an integrative review, based on the PRISMA Protocol, was conducted through a paired search in the eletonic databases Latin American and Caribbean Literature in Health Sciences, Scientific Eletronic Library Online, PubMed Central Medline. In parallel, the survey of apps available at Google play® virtual stores (htts://play.google.com/]store/apps) and AppStore® (https://itunes.apple.com/br/genre/ios-saude-efitness/id6013). In both, the category “health and fitness” were selected. RESULTS: In the integrative review, eight articles were selected that met the inclusion criteria. Nine apps were identified in the Google play store and five apps in the App Store. Conclusions: there is a shortage of publications on the subject and the need for application development focused on the prevention and the treatment of obesity.
Keywords: Mobile applications; obesity, health promotion.
Introdução
A obesidade pode ser compreendida como um agravo de caráter multifatorial
decorrente de balanço energético positivo que favorece o acúmulo de gordura,
associado a riscos para a saúde devido a sua relação com complicações
metabólicas, como aumento da pressão arterial, dos níveis de colesterol e
triglicerídeos sanguíneos e resistência à insulina. Entre suas causas, estão
relacionados fatores biológicos, históricos, ecológicos, econômicos, sociais, culturais
e políticos, além de fatores emocionais (ABESO, 2016).
Dados do Ministério da Saúde (2017) revelam que em dez anos a obesidade
aumentou 60% no Brasil, contribuindo para uma maior prevalência de algumas
doenças crônicas, como hipertensão arterial e diabetes mellitus. O consumo de
alimentos ultraprocessados e o sedentarismo podem ocasionar um avanço destas
doenças crônicas.
No mundo atual as inovações tecnológicas não param de emergir e ganham
cada vez mais espaço nas sociedades modernas. Vive-se na era tecnológica, onde
o conhecimento é difundido através da internet, equipamentos de alta tecnologia,
entre outros. Qualquer que seja o ramo da atividade, o mecanismo tecnológico
estará presente, contribuindo para novos espaços e para uma produção mais ágil e
qualificada (DELGADO, 2015).
44
Conforme descrito pela OMS (2013), atualmente já são aplicadas tecnologias
da informação e comunicação no cuidado à saúde de indivíduos e populações – um
conceito conhecido como e-saúde, ou e-Health, sendo definida por Eysenbach
(2001) como a utilização de informações e tecnologias de comunicação para
promover melhorias em serviços de saúde. Um dos componentes da e-health é a m-
health, sendo conceituada como o fornecimento de serviços e informações de saúde
através de suporte de dispositivos móveis, como telefones celulares, aparelhos de
monitoramento de pacientes e outros dispositivos sem fio (OMS, 2011).
As tecnologias mhealth podem ser aplicadas em diferentes cenários como a
melhoria da adesão dos pacientes ao tratamento. O acesso a esta tecnologia,
mesmo em países em desenvolvimento, é ascendente especialmente, na utilização
de telefones celulares (OMS, 2011). Portanto o acesso a esta tecnologia pode
contribuir com a prevenção e tratamento do excesso de peso e da obesidade na
população (SCHULZ; HULSMAN, 2009).
Método
Esta pesquisa foi realizada a partir de uma revisão integrativa da literatura,
um método apontado como ferramenta de grande relevância no campo da saúde,
tendo como base análise do material, ressaltando a organização e a interpretação
no atendimento do objetivo da investigação (MENDES, SILVEIRA; GALVÃO, 2008).
Para sistematizar esta revisão integrativa foram seguidos criteriosamente os
seis passos metodológicos recomendados pelos autores Mendes, Silveira e Galvão
(2008): elaboração da questão norteadora; definição das características das
pesquisas primárias da amostra; seleção, por pares, das pesquisas que
compuseram a amostra da revisão; análise dos achados dos artigos incluídos na
revisão; interpretação dos resultados; e relato da revisão, proporcionando um exame
crítico dos achados.
Para guiar o estudo, definiu-se a seguinte questão norteadora: “Quais os
aplicativos móveis utilizados para prevenção e controle da obesidade”?
Foi realizado um levantamento da literatura por meio da busca pareada nas
bases de dados eletrônicas disponíveis na Literatura Latino-Americana e do Caribe
em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Electronic Library Online (SciELO),
PubMed Central (PMC), Medline. A pesquisa foi realizada no mês de novembro de
2016. O período delimitado para a pesquisa dos artigos foi de 2010 a 2016. Foram
45
utilizados os descritores: obesity, mobiles apps, health promotion de acordo como a
terminologia em saúde DeCS, da Biblioteca Virtual em Saúde. Para sistematizar as
buscas foram utilizados os operadores boleanos com o seguinte esquema: (mobile
app and obesity /obesity and mobile app and healph promotion/ mobile app and
health promotion) nas buscas subsequentes utilizamos esse padrão, modificando
consecutivamente o descritor, contemplando sistematicamente todos os descritores.
Os critérios de inclusão adotados foram: artigos sobre aplicativos na
prevenção e controle da obesidade; disponíveis na íntegra; em língua portuguesa,
espanhola ou inglesa, publicado de 2010 a 2016. Os critérios de exclusão foram: ser
comunicação prévia, editoriais, revisão de literatura ou revisão teórica, dissertações
e teses.
Com o resultado da pesquisa identificamos 155 artigos potenciais para o
estudo, sendo realizadas leituras do título e resumo, fazendo-se uma triagem quanto
à relevância e à propriedade que responderam ao objetivo do estudo.
Após a leitura dos títulos e resumos, foram pré-selecionados 31 artigos.
Novamente relidos e selecionados. Desses, excluímos: um editorial, 19 não
abordavam o tema obesidade, cinco eram revisões de literatura. Assim, chegou-se a
um número de seis artigos dentre os quais abordam o tema em estudo que foram
codificados e organizados de A1 a A06.
A pesquisa dos aplicativos foi realizada até a data de 17/11/2016. Foi
pesquisado nas lojas virtuais da Google play® (htts://play.google.com/store/apps) e App
Store®(https://itunes.apple.com/br/genre/ios-saude-efitness/id6013). Em ambas, foi
selecionada a categoria “saúde e fitness” e após, iniciada a busca dos aplicativos, que
contemplasse as temáticas: prevenção e /ou controle da obesidade. Para a seleção dos
aplicativos seguiram- se as seguintes etapas: leitura do título, acesso do aplicativo e
descrição dos requisitos presentes.
Os critérios de inclusão adotados foram: aplicativos que tratasse de prevenção e
controle da obesidade nos idiomas português e espanhol. Os critérios de exclusão
foram relacionados apenas com atividade física, treino funcional, corrida, caminhada,
Índice de massa corporal - IMC, contador de calorias e controle de peso, ou seja, itens
de forma isolada. Para direcionar a verificação elaborou-se uma lista de itens para
avaliação dos aplicativos selecionados, que segue: fácil acesso, rápido/ágil, claro,
gratuito, cálculo de IMC, sugere peso ideal, meta de peso, cadastro das
refeições/registro de alimentos que consome, contagem de calorias/tabela de alimentos,
46
seguir/acompanhar pessoas que fazem dieta, criação de desafios diários, espaço para
dúvidas, indicação do aplicativo (adultos, crianças, idosos, patologia específica), manter
seu acompanhamento com profissionais de saúde, recompensas (elogios, pontuação),
recomenda atividade física, sugere tipos de atividades física, pedômetro,
dietas/receitas, recomendações de alimentos saudáveis, leitura de código de barras
para cadastro de alimentos, horário de alimentação, alerta de consumos de alimentos
perigosos, lembrete de consumo de água.
Para a seleção dos aplicativos seguiram-se as seguintes etapas: leitura do título
e acesso do aplicativo e descrição dos requisitos presentes.
Resultados e Discussões
O quadro 1 descreve o título dos artigos e ano de produção dos mesmos.
Podemos observar que 50% dos artigos foram produzidos em 2014, seguido por
33% em 2016 e 17% em 2015.
Quadro 1 – Descrição dos estudos que utilizaram aplicativos relacionados à
prevenção e controle da obesidade Autor Título do Artigo Código
Blackburn, et al. (2016) Um jogo sério para aumentar o consumo de alimentação saudável em adultos com sobrepeso e obesidade.
A1
Patrick et al. (2014) Projeto SMART: perda de peso em estudantes adultos jovens
A2
O'Malley et al. (2014) Explorando a usabilidade de um App mobile para a obesidade na adolescência
A3
Nollen et al. (2014) Tecnologia móvel para prevenção da obesidade: um estudo randomizado com meninas de minoria étnica
A4
Hales et al. (2016); Redes sociais para melhorar os comportamentos de perda de peso para adultos com sobrepeso e obesidade: um ensaio clínico randomizado
A5
Finkelstein et al. (2015) Aplicativo móvel para redução da obesidade em mulheres com sobrepeso.
A6
Fonte: Elaborado pela autora, 2017.
A: aplicativo
O Quadro 2 apresenta a descrição do local, população e amostra e objetivo
do instrumento e da população.
47
Quadro 2 – Descrição do local e objetivos e população dos aplicativos relacionados à prevenção da obesidade
Código
Local População e
amostra
Objetivo do Instrumento e população A1 Austrália 58 participantes
Adultos Mensurar um aumento da função cognitiva e uma diminuição da fome após aplicação do questionário.
A2 Califórnia 404 estudantes com sobrepeso ou obesidade
Descrever o projeto de intervenção SMART, que possui como função gerar um programa para estudantes que desejam perder peso.
A3 Irlanda 10 adolescentes 12 a 17 anos
Testar a usabilidade (eficiência técnica, eficiência e satisfação do usuário) de uma aplicativo móvel em adolescentes obesos.
A4 Kansas 51crianças 9 a 14 anos
Testar uma tecnologia móvel de 12 semanas para uso e estimativa do tamanho do efeito.
A5 Carolina do Sul Testar a eficácia de um aplicativo móvel de perda de peso com base em sistemas de recomendação e desenvolvido por especialistas em promoção da saúde e ciência da computação para direcionar o apoio social e auto-monitoramento da dieta, atividade física (AP) e peso. Uma dieta comercialmente disponível e um aplicativo PAtracking (padrão).
A6 Baltimore 30 mulheres Idade média de 52
anos
Avaliar o potencial do aplicativo móvel para reduzir o sedentarismo na população alvo.
Fonte: Elaborado pela autora, 2017.
A análise da metodologia encontrada nos artigos selecionados mostra que
100% utilizou a metodologia quantitativa, sendo que 71% destes estudos foram
randomizados. O artigo que utilizou a metodologia qualitativa trabalhou com
entrevista semiestruturada e amostragem intencional.
A temática abordada em 67% dos artigos estudados (A3, A4, A5, e A6) tratava
de análise de conteúdo e aplicabilidade dos dispositivos móveis para perda de peso.
33% procurou verificar a eficácia de intervenções para perda de peso (A1 e A2).
Nollen et al. (2014) referem em seus estudos que o uso de tecnologias
móveis, como smarthones, tem a capacidade e são as oportunidades de alcançar
grupos socioeconomicamente mais desfavorecidos; como minorias étnica e
população de baixa renda, tendo em vista que o alcance destes grupos a essa
tecnologias vem crescendo rapidamente. Corroboramos com os autores, visto que
tecnologias móveis são acessíveis com estes tipos de dispositivo e que no Brasil
75,5% da população acima de 10 anos de idade tem telefone móvel para uso
pessoal (BRASIL, 2014).
A faixa etária predominante nos artigos estudados foi de adulto,
correspondendo a 50% dos artigos, seguida por 37,5% de crianças e adolescentes.
48
O’Malley et al. (2014), e Hales et al. (2016) relatam que o desenvolvimento de
dispositivos móveis para gerenciamento da obesidade não são validados com base
em evidências. Martinez et al. (2015), em seu estudo sobre a visão dos profissionais
acerca de aplicativos moveis para tratamento e prevenção da obesidade, afirma que
é necessário avançar na produção de evidências científicas para tornar os
aplicativos validados e confiáveis. Com isso, os aplicativos móveis para prevenção e
tratamento da obesidade poderão se tornar uma ferramenta utilizada com maior
segurança pelos profissionais e usuários. No entanto, como limitação, os autores
referem que na esfera privada, apesar de haver uma maior capacidade de adoção
destas tecnologias, uma dificuldade poderia ser o receio da redução da margem de
lucro por esses profissionais.
Nollen et al. (2014) referem como limitação no uso de dispositivos móveis,
manter o interesse para uso a longo prazo, sendo esta uma área para realização de
estudo, futuramente. Defendemos a ideia que existe a necessidade de validar
cientificamente o tempo de uso de cada aplicativo para alcance dos objetivos
almejados.
O’Malley et al. (2014) e Hales et al. (2016) enfatizam a necessidade da
participação de especialistas na área de promoção da saúde para o
desenvolvimento de aplicativos móveis na prevenção e tratamento da obesidade.
Sabemos que o conhecimento cientifico desenvolvido e constantemente
aperfeiçoado pelos profissionais de saúde é de grande relevância para auxiliar na
construção dos aplicativos associando a visão técnica às necessidades dos
usuários.
Martinez et al. (2015) procuraram conhecer a visão dos profissionais sobre os
aplicativos móveis e referem que é necessário avançar na produção de evidências
científicas sobre a confiabilidade e validação dos aplicativos. Requer maior
participação do profissional tanto no processo de design quanto na participação do
tratamento.
O’Malley et al. (2014) ressaltam ainda que é vital o usuário final ser
considerado ao longo do processo de desenvolvimento do aplicativo. Camargo e
Fazani (2014) defendem que as necessidades dos usuários devem ser o enfoque
principal no processo de desenvolvimento de sistemas de informação, de forma a
promover uma satisfação efetiva por meio do alto grau de usabilidade, acessibilidade
e qualidade da ferramenta. Ao realizarem uma pesquisa sobre o Design Participativo
49
na criação de sistemas de informação, esses autores obtiveram como resultados a
participação dos usuários de várias formas, quais sejam: depoimentos, oficinas,
maquetes, descrição de cenários, card-sorting, análise de redes sociais, braindraw e
prototipação Design centrado no usuário.
Com relação ao local de produção dos artigos, no período da seleção dos
estudos, observou-se grande variabilidade geográfica. O número de trabalhos que
abordam a temática ainda é insipiente, o que foi evidenciado pelo tamanho da
amostra de artigos selecionados. Com esses resultados, verifica-se a escassez de
aplicativos voltados para prevenção e controle da obesidade.
Desta forma percebe-se a importância da criação de um aplicativo móvel
voltado para a população adulta, uma vez que estes aplicativos estão se tornando
importantes ferramentas da mHealth à medida que permitem suporte remoto a
pacientes ou até mesmo a autopromoção de cuidados a saúde (BARBOSA;
ROESLER; CAZELLA, 2016). Segundo Handel (2011), uma das principais
aplicações, considerando - se o âmbito da saúde, tem sido auxiliar as políticas
públicas no combate a doenças e epidemias, entre elas a da obesidade, a fim de
estimular o usuário a manter ou iniciar práticas benéficas à sua saúde e bem-estar.
Encontramos como resultados na busca dos aplicativos, segundo os critérios
mencionados, nove aplicativos na loja Google play® e cinco na loja App Store®,
esses selecionados também constaram na loja do Google play®.
No contexto de obesidade o número de aplicativos se mostrou ainda escasso.
Baseados nestes resultados se percebe que, apesar de todos os aplicativos em sua
tela inicial serem apresentados como gratuitos, a sua grande maioria tem seus
acessos com algumas funcionalidades limitadas, ou são gratuitos por período de
tempo. Possuem layout atrativos e são cheio de informações. Quanto à clareza,
chamou atenção os nomes técnicos utilizados, sem explicação prévia, como por
exemplo: massa magra, IMC, doenças cardiovasculares. Somente um aplicativo fez
referência a importância de manter o acompanhamento com profissionais de saúde
(dicas para emagrecer). Os aplicativos que sugeriram atividades física, ou que
mostraram módulos de exercícios não mencionaram o cuidado de restrição de
algumas atividades físicas, como exemplo, para usuário cardíaco.
Foi notória a presença de algumas funcionalidades, na maioria dos
aplicativos: gráfico de progresso, atividade física, receitas/dietas, tabela de
alimentos, lembrete de consumo de água.
50
Os aplicativos móveis como ferramenta na área da saúde já são uma
realidade em nosso meio e de crescente expansão.
Considerações finais
Os dados analisados revelaram que as publicações na linha de pesquisa de
tecnologia móvel aplicada à obesidade é um campo novo e em crescente expansão.
A publicação encontrada entre os anos de 2010 a 2016 apresentou maior
concentração no ano de 2014, com 03 estudos. Acredita-se que o número de
publicações deverá ser ainda maior, em decorrência da popularização dos
smatphones.
Entende-se que o desenvolvimento de aplicativos móveis relacionados a
pesquisas científicas é importante, pois os conteúdos tendem a ser analisados e
testados por profissionais que conhecem as reais necessidades dos usuários.
Conhecer estas necessidades é essencial para planejar e implementar novas
tecnologias de maneira coerente e adequada, de acordo com as demandas
específicas, testadas na pesquisa e implementadas na prática.
Para trabalhos futuros, sugere-se que, o desenvolvimento de aplicativos que
dão suporte aos usuários utilize o letramento em saúde, assim os mesmos poderão
atingir com maior eficácia o público alvo, pois o conteúdo trabalhado terá real
significado.
Contribuições dos Autores
LMRO, participou da concepção, planejamento, análise, interpretação e
redação do trabalho;
CMACV, participou na interpretação dos dados e análise da redação do
presente artigo;
DSL, contribuiu com discussão de eleição de alguns artigos;
HACS, trouxe contribuições na revisão crítica do artigo.
51
Referências
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54
5.2 ARTIGO 2
DESCRIÇÃO DE UMA TECNOLOGIA MHEALTH NA PREVENÇÃO E CONTROLE DE OBESIDADE EM ADULTOS NA PERSPECTIVA DO LETRAMENTO EM
SAÚDE
DESCRIPTION OF A MHEALTH TECHNOLOGY IN THE PREVENTION AND CONTROL OF OBESITY IN ADULTS IN THE PERSPECTIVE OF HEALTH CARE
Leyla Márcia Ramos Oliveira1
Clarice Maria Araújo Chagas Vergara2 Helena Alves de Carvalho Sampaio3
José Eurico de Vasconcelos Filho4 Resumo Objetivo: Descrever uma tecnologia mhealth para auxiliar na prevenção e controle da obesidade em adultos à luz do letramento em saúde. Método: A tecnologia foi desenvolvida pelo método do Design Participativo por uma equipe interdisciplinar que envolveu enfermeira, nutricionista, um designer e um analista de sistemas. Resultados: Os autores desenvolveram um desing de baixa e alta fidelidade baseado no desing interativo centrado no usuário à luz do letramento em saúde. Conclusões: O estudo proporcionou desenvolver conhecimento do uso do letramento para desenvolvimento de tecnologia móvel, visando maior acessibilidade aos indivíduos na prevenção e controle da obesidade. Foi considerada a percepção de equipe interdisciplinar sobre as questões relacionadas à saúde, o desenvolvimento e a aplicação da tecnologia m-health para o enfrentamento do problema. Obteve-se tecnologia denominada Lisa Obesidade com objetivo de empoderamento ao usuário e espera-se ser uma ferramenta para auxiliar profissionais da saúde a realizar ações promotoras de saúde.
Descritores: Aplicativos móveis; Obesidade; Letramento em saúde; Promoção da saúde. Abstract Objective: To describe a mhealth technology to assist in the prevention and control of obesity in adults in the light of health literacy. Method: The technology was developed by the method of Participatory Design by an interdisciplinary team that involved nurse, nutritionist, a designer and a systems analyst. Results: The authors developed a low and high fidelity desing based on user-centered interactive desing in the light of health literacy. Conclusions: The study provided an understanding of the use of literacy for the development of mobile technology, aiming at greater accessibility to individuals in the prevention and control of obesity. The perception of an interdisciplinary team on issues related to health, the development and application of m-health technology to address the problem was considered. Technology was obtained that was denominated Lisa Obesidade with the purpose of empowering the user and it is expected that it will be a tool to help health professionals to carry out actions promoting health.
Keywords: Mobile applications; Obesity; Health literacy; Health promotion. 1Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva. Mestrado Acadêmico em Saúde Coletiva. Universidade
Estadual do Ceará. Fortaleza. Ceará. Brasil. E-mail: [email protected] (85) 999538035.
Correspondência: Avenida Eusébio de Queiroz, 5400, casa 401. CEP . Eusébio, CE Brasil. 2Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva. Universidade Estadual do Ceará. Fortaleza. Ceará. Brasil:
clarice.araú[email protected]. 3Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva. Universidade Estadual do Ceará. Fortaleza. Ceará. Brasil-
[email protected]. 4Coordenador do Laboratório de Inovação em TIC - NATI. Trabalha em pesquisa e desenvolvimento nas áreas
de tecnologias em saúde (eHealth), Interação Humano-Computador, Jogos Sérios e Gamificação. Universidade
de Fortaleza. E-mail: [email protected].
55
"Declaro que não houve conflito de interesses na concepção deste trabalho" na folha de apresentação do artigo será suficiente.
Introdução
O Brasil tem cerca de 18 milhões de pessoas consideradas obesas, segundo
a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. Somando o total de
indivíduos acima do peso, o montante chega a 70 milhões, o dobro de há três
décadas. A obesidade é caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal
no indivíduo. Suas causas podem estar relacionadas ao patrimônio genético do
indivíduo, maus hábitos alimentares, disfunções endócrinas, sedentarismo. É fator
de risco para uma série de doenças, como hipertensão arterial sistêmica, doenças
cardiovasculares, diabetes tipo 2, dentre outras (ABESO, 2016; SOCIEDADE
BRASILEIRA DE ENDOCRINOLOGIA E METODOLOGIA, 2017).
A obesidade é hoje reconhecida como uma pandemia e, já há algumas
décadas, tem sido apontada como prioridade na agenda das políticas públicas em
âmbito internacional e nacional. Alguns progressos pontuais podem ser observados.
No entanto, nenhum país conseguiu controlar essa epidemia. Estão correlacionados
a esse fato o lobby do setor privado comercial, a falta de prioridade de política
específica dos governos para implementarem políticas efetivas ao não entendimento
pela população da real dimensão dos problemas correlacionados a essa patologia e
assim, insuficiente pressão da sociedade civil para a ação política e a escassa
avaliação empírica de medidas implementadas (ABRASCO, 2017).
As mhealths podem ser definidas como a utilização de informações e de
tecnologias de comunicação para oferta e melhoria de serviços de saúde. A saúde
móvel cria condições para a avaliação contínua de parâmetros de saúde, configura
um novo cenário de incentivo a comportamentos saudáveis e auxilia a autogestão de
condições crônicas, entre outras vertentes de aplicação (ROCHA et al., 2016).
O alcance dessa tecnologia, apesar de facilitado pelo maior acesso da
população, precisa não só ser acessível, mas agregar o fator do real entendimento
do conteúdo vinculado para sensibilizar o seu uso. Nessa perspectiva, o letramento
em saúde é uma ferramenta que permite aos usuários dessas tecnologias
entenderem e interagirem com os conteúdos que devem ser validados e, se
possível, retroalimentados.
Letramento em saúde pode ser definido como o grau pelo qual os indivíduos
têm a capacidade para obter, processar e entender informações básicas e serviços
56
necessários para a tomada de decisões adequadas em saúde (PASSAMAI et al.,
2011). Por acreditar nessa concepção, nos propusemos a desenvolver de forma
interdisciplinar, uma ferramenta tecnológica mhealth designada Conecta Saúde; cujo
objetivo é empoderar os indivíduos para prevenção e controle da obesidade. Nossa
perspectiva é que possamos contribuir para auxiliar na redução dos índices de
obesidade que tem trazido tanto sofrimento a população devido às comorbidades
por ela associadas.
Procedimentos Metodológicos
No processo de concepção da tecnologia mhealth Lisa Obesidade, adotou-se
a metodologia do processo de Design de Interação Participativo Centrado no
Usuário por Rogers, Sharp e Preece (2013), cujo principal objetivo é a concepção e
construção de produtos interativos que melhorem e aumentem o leque de
possibilidade de comunicação, interação e trabalho entre as pessoas. Essa
metodologia destaca-se por considerar as necessidades e a participação contínua
dos usuários (pesquisadores) em todas as fases de concepção e desenvolvimento
do projeto. O objetivo desse processo é tornar a interação do usuário com a
ferramenta, o mais simples e eficiente possível.
Esta tecnologia foi elaborada por um profissional de designer, com orientação
de uma enfermeira mestranda em saúde coletiva, Professores Doutores em nutrição
e um professor Doutor em Ciências da Computação.
O processo de design de interação contempla quatro atividades: 1) A primeira
etapa prevê a identificação das necessidades do(s) cliente(s) e /ou usuário(s) e com
base nelas estabelecer os requisitos do sistema. A atividade seguinte é o design de
possíveis “soluções” para as necessidades identificadas com base nos requisitos.
Seleciona uma proposta de design, inicia-se a atividade de construção de um
protótipo funcional, uma versão interativa. Com o protótipo funcional pronto, realiza-
se a última etapa de avaliação. É possível que durante a execução de uma
atividade, identifique-se ser necessário retomar uma etapa anterior para correção ou
melhora, por isso é interativo. A quarta e última etapa contempla a compilação e
análise dos resultados obtidos.
Nesse estudo para cumprir a primeira etapa, ocorreram reuniões de
brainstorming, onde foram identificados os requisitos técnicos/funções que o sistema
deveria contemplar, visando mitigar a problemática apresentada.
57
A seguir são apresentados os principais requisitos identificados:
Identificação do perfil clínico – cadastro clínico do usuário. Permite que o
usuário preencha características de saúde a fim de ser associado ao tipo de
perfil clínico. Através deste item saberemos se o usuário tem comorbidades,
como diabetes ou hipertensão arterial sistêmica.
Cálculo do índice de massa corporal (IMC), permitindo ao usuário que ao
colocar o seu peso (Kg) e sua altura em (m), conheça sua classificação,
segundo a tabela de classificação de peso (ABESO, 2016). O resultado do
cálculo do IMC permite a visualização através de sinalizações de cores
(verde, amarelo e vermelho). O usuário saberá se está em risco para
obesidade ou se está obeso, bem como sua classificação e a partir daí
receberá informações para possíveis condutas.
Informações sobre obesidade à luz do letramento em saúde, baseado
centrado no Guia elaborado por Eichner e Dullabh (2007) e na metodologia
do processo de Design de Interação Participativo Centrado no Usuário por
Rogers, Sharp e Preece (2013).
Controle e alerta de alimentos perigosos a determinadas patologias através
da foto do seu prato com a participação de profissionais de saúde.
Centros mais próximos de tratamento da obesidade. Receberá possíveis
localizações de centros para tratamento de obesidade.
Após esse levantamento prévio, foram estabelecidos os requisitos funcionais
da ferramenta e elaborado um documento de requisitos:
1. Acessar o sistema: local de inclusão do usuário (login e logoff);
2. Registrar dados cadastrais: uma opção na tela inicial para inserção dos dados
dos usuários: senha, e-mail, idade, sexo e nível de escolaridade;
3. Realizar cálculo do IMC por meio da fórmula ao inserir seu peso e altura, o
usuário será “classificado” ou terá o seu risco para obesidade. De acordo com
a classificação: Baixo peso (< 18,5), peso normal (18,5 – 24,9), sobrepeso (≥
25), pré-obeso (25,0 a 29,9), obeso I (30,0 a 34,9), obeso II (35,0 a 39,9),
obeso III (≥ 40). Desse modo, ele pode estabelecer sua meta de perda de
peso e acompanhar seu progresso;
4. Avaliação da refeição, o usuário tira a foto e posta no aplicativo seu prato que
será avaliado por uma rede de colaboradores (usuários, nutricionista e alunos
de nutrição);
58
5. Notícias e Eventos ferramenta para visualização dos principais eventos sobre
promoção da saúde que esteja ocorrendo.
A segunda etapa consta dos processos de design e redesign. Esta etapa foi
o momento de definir como seria o produto. No caso dos artefatos tecnológicos, o
design contempla os protótipos das interfaces (telas) do sistema aplicativo. Esses
protótipos contemplam os requisitos identificados que foram atendidos nas telas por
meio dos elementos de interface e do layout.
Um protótipo é uma representação da interface com a qual o usuário pode
interagir e oferecer informações para propor mudanças e melhorias. Pearrow (2000)
afirma que um protótipo é um modelo semifuncional do produto final. Usar uma
versão parcialmente finalizada do site/aplicativo é uma maneira comum de realizar
testes de usabilidade já nas fases iniciais do ciclo de vida do projeto (SANTOS,
2006).
São considerados os seguintes níveis de prototipagem: baixa fidelidade,
média fidelidade e alta fidelidade. Santos (2006) afirma que cada um desses três
níveis de fidelidade de protótipo apresenta benefícios singulares importantes de
serem incluídos no processo de projeto (design) de interface.
Na fase de design adotamos a concepção dos protótipos de baixa fidelidade.
Segundo Santos (2006), um protótipo de baixa fidelidade possui baixo grau de
detalhamento, somente apresenta visualmente a funcionalidade, não possui
recursos de interação. O objetivo foi oferecer uma visão geral do layout de tela e dos
elementos de interface, permitindo uma discussão mais clara sobre a proposta.
Nesta fase deu- se o início a criação do design da ferramenta com a
participação dos membros da equipe nas discussões, tendo como base os passos
de criação de material, segundo o letramento em saúde, com o intuito de aproximar
as funcionalidades do sistema a linguagem e entendimento do usuário. Discutido
sobre quais as motivações de um profissional de nutrição que o levam a entrar no
aplicativo.
O processo de design dos protótipos de baixa fidelidade produzido pelo
designer utilizou a ferramenta photoshop.
Na etapa de construção da versão interativa é que foi construído o protótipo
de alta fidelidade que já contempla, além das características presentes no protótipo
de baixa fidelidade, tipografia, iconografia e paleta de cores.
59
As discussões entre os membros da equipe continuaram durante todo o
processo, gerando adaptações e mudanças como a alteração do nome da
tecnologia, a interatividade e formatos que despertassem o maior interesse do
usuário.
Na elaboração das telas de alta fidelidade, utilizou-se também a ferramenta
photoshop.
O estudo foi finalizado nessa etapa na qual obtivemos a finalização do design
interativo.
Resultados e discussão
Segundo Pressman (2011), no contexto da engenharia de software, a
prototipação é um processo que capacita o desenvolvedor criar um modelo do
produto final que será posteriormente desenvolvido.
Os modelos de prototipação podem ser de baixa e alta fidelidade. O
protótipo de alta é muito semelhante à versão final, pois é um programa que executa
parte ou todas as características que serão melhoradas no produto final
(PRESSMAN, 2011; PRECEE, 2013).
Sarno et al. (2014) referem que revisões sistemáticas têm mostrado que
as abordagens tradicionais para o excesso de peso, em especial os tratamentos
clínico e farmacológico, têm obtido pouco êxito no controle da doença e que existe
consenso quanto à necessidade de adotarem-se modelos ecológicos nas ações de
saúde pública para prevenção e controle do excesso de peso e obesidade. Tais
modelos reconhecem a existência de múltiplos fatores associados ao ganho de
peso. Além disso, o apoio das tecnologias atualmente disponíveis pode ser outro
ponto importante na condução das estratégias para o enfrentamento dos aumentos
da prevalência da doença. O desenvolvimento de uma tecnologia para prevenção e
tratamento da obesidade à luz do letramento em saúde para auxiliar usuários e
profissionais como um instrumento de promoção da saúde concretizou-se com o
design Lisa Obesidade, o qual se dispõe ser uma ferramenta de aprendizagem e de
interação com o usuário, além de disponibilizar interfaces que possibilitam hábitos
saudáveis.
E esta abordagem é reforçada por Fabrício et al. (2015), quando
destacam a importância da preocupação com o usuário no desenvolvimento de uma
interface, essa só se mostra eficaz, quando o usuário é capaz de realizar a ação por
60
meio da ferramenta. A partir desse pensamento, surgiram processos de design que
colocavam o usuário como figura central e partiam de suas características para
definir o resultado final do artefato criado. Esse conjunto de métodos é englobado no
conceito do design centrado no usuário, cuja principal característica está no
envolvimento efetivo dos usuários finais no processo de design e na maneira como
eles influenciam na forma do projeto.
A pesquisa favoreceu aprofundar o conhecimento do contexto apresentado,
considerando a percepção da equipe interdisciplinar (nutrição, enfermagem, designer e
tecnologia) sobre as questões relacionadas à saúde, o desenvolvimento e a aplicação
da tecnologia m-health para o enfrentamento do problema.
No primeiro momento foi realizada a concepção e o desenvolvimento de
23 telas no protótipo de baixa fidelidade (Figuras 1 a 3). Nesta etapa, propiciou a
avaliação prévia, pela equipe interdisciplinar, das telas e interfaces, havendo uma
especial preocupação com a sua estrutura, conteúdo e compreensão.
Figura 1 – Telas de cadastro no aplicativo do protótipo de baixa fidelidade
Fonte: Elaborada pela autora, 2017.
61
Figura 2 – Telas de perfil do usuário do protótipo de baixa fidelidade
Fonte: Elaborada pela autora, 2017.
Figura 3 – Telas de metas e gráfico de peso, avaliação de prato, cálculo do IMC
e informações gerais do protótipo de baixa fidelidade
Fonte: Elaborada pela autora, 2017.
No segundo momento foi realizado o protótipo de alta fidelidade com
desenvolvimento de 14 telas que após discussões entre a equipe interdisciplinar (figuras
4 a 7), percebemos a necessidades de ajustes relacionadas à interatividade e imagens;
assim posteriormente foram elaboradas 34 telas de alta fidelidade. O que proporcionou
62
telas mais limpas, com conteúdo mais acessível, sendo algumas transformadas em
duas.
Figura 4 – Telas de cadastro no aplicativo do protótipo de alta fidelidade
Fonte: Elaborado pela autora, 2017.
Figura 5 – Telas de perfil do usuário do protótipo de alta fidelidade
Fonte: Elaborado pela autora, 2017.
63
Figura 6 – Telas de metas e gráfico de peso, avaliação de prato, cálculo do IMC
e informações gerais do protótipo de alta fidelidade
Fonte: Elaborado pela autora, 2017.
Figura 7 – Telas de informações gerais e personalizadas do protótipo de alta
fidelidade
Fonte: Elaborado pela autora, 2017.
64
A tecnologia desenvolvida para prevenção da obesidade permite um melhor
controle por parte dos profissionais dos cuidados prestados pelos usuários. O
cuidado por meio da equipe multidisciplinar deve ser repensado, porque muito
daquilo que cada profissional pode oferecer, ou efetivamente oferece aos pacientes,
perde-se em ações estanques e dissociadas do cuidado construído pelo grupo. Por
outro lado, tal realidade não parece ser um fenômeno relacionado unicamente no
Brasil, no qual a experiência aqui relatada se desenvolve. O material desenvolvido
pela Advisory Board Company (2015) demonstra que tem sido uma preocupação de
diferentes países o esforço em encorajar as partes interessadas a trabalharem
juntas em uma abordagem centrada na pessoa para tratar pacientes de forma
eficaz no cenário adequado. A expressão maior de tal esforço resulta na
compreensão de que uma nova definição de trabalho deve ser pensada em favor da
transformação do cuidado.
O vínculo entre o profissional de saúde e o usuário é fundamental para o
controle e prevenção da obesidade. O trabalho em grupo permite melhor estímulo à
adesão e gera melhor qualidade de vida para os pacientes. A Organização Mundial
de Saúde (OMS) define a adesão ao tratamento de enfermidades crônicas como
um fenômeno multidimensional determinado pela conjugação de cinco conjuntos de
fatores, denominados de dimensões: sistema de saúde, doença, tratamento,
paciente e fatores relacionados ao cuidador. Essa classificação deixa claro ser
enganosa a crença de que os pacientes são os únicos responsáveis pelo
tratamento (OMS, 2003).
A metodologia proposta para o desenvolvimento da tecnologia se mostrou
bastante eficiente, tanto nas fases iniciais quanto na atividade de elaboração dos
requisitos para a compreensão das necessidades dos usuários. A importância da
participação de uma equipe interdisciplinar durante todo o processo para melhor
definição das etapas, parâmetros e avaliações de alternativas que melhor atendesse
o nosso objetivo, bem como o produto gerado. O uso dos protótipos de baixa e alta
fidelidade, ao longo de todo o processo de design contribuiu para identificar e
selecionar as formas mais precisas, as melhores alternativas que permita a melhor
interação e aprendizado do usuário.
Acreditamos que os princípios que embasaram a metodologia centrada em
protótipos tornaram o processo de design mais interativo, ampliando o uso de
protótipos para todas as fases do processo de design; criando um número maior de
65
ciclos interativos; adequando o protótipo em cada fase e considerando as
características das fases, área de design, finalidades, propósitos e nível de
fidelidade a cada ciclo.
Ampliamos a visão dos protótipos para algo além de uma ferramenta de
apresentação do projeto, entendendo que elas podem contribuir desde a
compreensão do problema e do que deve ser projetado, nas fases iniciais de design,
como para levantamento de parâmetros com usuários, realização de avaliações com
as alternativas e aprovação do produto final.
Acreditamos que esses princípios podem contribuir para tornar o processo de
design e os produtos desenvolvidos a partir dele mais eficientes. Nesse momento foi
importante a associação do design centrado no usuário e a aplicação dos princípios
do letramento em saúde. Para as informações e conteúdo abordados tentou - se a
utilização de linguagem clara e de fácil entendimento, as telas com
informações/imagens foram contextualizadas e acessíveis. No desenvolvimento de
tecnologias à saúde não se pode dissociar o design centrado no usuário do
letramento em saúde.
Com o número expressivo de usuários de aplicativos móveis, a equipe de
saúde deve aproveitar este interesse e fazer desta ferramenta um aliado nas
orientações de prevenção, tratamento da obesidade, bem como em manter hábitos
de vida saudável. A seleção de aplicativos de maneira criteriosa pode promover uma
maior aproximação do profissional e melhorar a compreensão do usuário sobre seu
estado de saúde e aguçar o interesse em seu cuidado com a sua saúde.
Sarno et al (2014), corroboram que as tecnologias móveis já fazem parte de
nossas vidas cotidianas, e, pelos motivos expostos, têm o potencial de impactar na
promoção de saúde de forma positiva, especialmente na prevenção e tratamento do
excesso de peso e obesidade, que são atualmente grandes desafios para a saúde
pública no mundo.
Considerações Finais
Após todas as etapas percorridas e discussões constantes da equipe
interdisciplinar de desenvolvimento do design Lisa Obesidade, obteve-se um recurso
tecnológico e espera-se que possa oferecer aos usuários a adoção de medidas
amplas de cuidado à saúde favorecendo o seu empoderamento e configurando
66
como uma ferramenta a mais para auxiliar profissionais da saúde a realizar ações
promotoras de saúde.
A tecnologia desenvolvida neste estudo está disponível para a etapa de
avaliação de juízes e do público.
Diante do exposto, fica claro que a ferramenta ora desenvolvida faz parte
de uma metodologia e que não dispensa o acompanhamento periódico com os
profissionais de saúde.
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68
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A tecnologia mHealth proposta foi concebida à luz do letramento em saúde
na perspectiva de oferecer aos usuários a adoção de medidas de cuidado à saúde
favorecendo o seu empoderamento e configurando como uma ferramenta a mais para
auxiliar profissionais da saúde a realizar ações promotoras de saúde. Destaca-se
neste estudo o trabalho interdisciplinar, possibilitando diálogos com profissionais de
diferentes áreas, com isso oportunizando trocas e gerando aprendizado.
A realização desta pesquisa possibilitou a imersão da pesquisadora no
universo da tecnologia da informação e da computação, bem como na compreensão
da problemática da obesidade. Para isso, foi utilizado o design centrado no usuário
para a construção da tecnologia, associado ao letramento em saúde, os quais
também respaldaram a construção desta tecnologia.
A revisão integrativa e avaliação comparativa dos aplicativos disponíveis
subsidiaram o embasamento para o desenvolvimento da tecnologia m-health.
Os requisitos e funções desenvolvidos para esta tecnologia foram
centrados no letramento em saúde. Os protótipos de design de baixa e alta
fidelidade desenvolvidos tiveram como função a criação de um layout agradável,
intuitivo e coerente com o tema da tecnologia mhealth contribuindo com o avanço na
produção científica baseado em evidência.
A impossibilidade da realização da validação de juízes apresentou-se
neste estudo como um fator limitante e também como perspectiva de estudo futuro.
Sugere-se o desenvolvimento de material para construção de tecnologias
fundamentadas no letramento em saúde.
Um grande passo a ser tomado é inserir definitivamente o letramento em
saúde nas diretrizes curriculares de todos os cursos, principalmente na área da
saúde, esta “disciplina/módulo” contribuiria com a construção de um perfil
acadêmico/ profissional capaz de reconhecer e intervir no processo saúde - doença,
bem como preparar profissionais para lidar com indivíduos com dificuldades de
compreensão relacionadas à saúde.
Sugere-se o uso desta tecnologia concebida como ferramenta de apoio
ao ensino, no processo de aprendizagem nas universidades estimulando alunos a
participar da realidade, dificuldades e problemas de saúde dos usuários, no sentido
de contribuir para formação educacional e crítica do profissional em formação.
69
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APÊNDICES
APÊNDICE A – Documento de Requisitos – Tecnologia Conecta Saúde
1. Introdução
Este documento especifica a tecnologia mhealth Saúde Leve que tem por
objetivo a criação de protótipos de baixa e alta fidelidade de uma aplicação para
dispositivos móveis que irá apoiar na prevenção e no tratamento da obesidade
motivando a adoção de hábitos saudáveis.
2. Visão geral deste documento
Esta introdução fornece as informações necessárias para fazer um bom
uso deste documento, explicitando seus objetivos e as convenções que foram
adotadas no texto, além de conter uma lista de referência para outros documentos
relacionados. As demais seções apresentam a especificação da tecnologia mhealth
Lisa Obesidade.
a. Seção 2 - Descrição geral do sistema: apresenta uma visão geral do sistema,
caracterizando qual é o seu escopo e descrevendo seus usuários.
b. Seção 3 - Requisitos funcionais (casos de uso): especifica todos os requisitos
funcionais do sistema, descrevendo os fluxos de eventos, prioridades, atores,
entradas e saídas de cada caso de uso a ser implementado.
c. Seção 4 - Descrição da interface com o usuário: apresenta desenhos, figuras
ou rascunhos de telas do sistema.
3. Convenções, termos e abreviações
A correta interpretação deste documento exige o conhecimento de
algumas convenções e termos específicos, que são descritos a seguir.
● Prioridade dos Requisitos
Para estabelecer a prioridade dos requisitos foram adotadas as
denominações “essencial”, “importante” e “desejável”.
Essencial é o requisito sem o qual o sistema não entra em funcionamento.
Requisitos essenciais são requisitos imprescindíveis, que tem que ser
implementados impreterivelmente.
Importante é o requisito sem o qual o sistema entra em funcionamento,
mas de forma não satisfatória. Requisitos importantes devem ser implementados,
mas, se não forem, o sistema poderá ser implantado mesmo assim.
Desejável é o requisito que não compromete as funcionalidades básicas
do sistema, isto é, o sistema pode funcionar de forma satisfatória sem ele.
Requisitos desejáveis são requisitos que podem ser deixados para versões futuras
do sistema, caso não haja tempo hábil para implementá-los na versão que está
sendo especificada.
4. Requisitos funcionais (casos de uso)
Os requisitos funcionais referem-se aos requisitos que estão relacionados
com a maneira com que a plataforma deve operar, onde se especificam as entradas
e saídas da plataforma e o relacionamento comportamental entre elas, assim como
a interação com o usuário.
ID Requisito Descrição Prioridade
RF01 Cadastro no
aplicativo
O aplicativo deverá permitir que o usuário faça seu cadastro através de uma opção na tela inicial. Para realizar o cadastro serão necessário os campos de:
E-mail, como identificador de login (obrigatório)
Senha (obrigatório)
Repetir a senha
Data de nascimento
Sexo
Escolaridade
Essencial
RF02 Validação
profissional
Após o cadastro, o sistema irá validar se o usuário é um profissional de nutrição a partir do seu CRN.
Essencial
RF03 Acesso por senha ao sistema (login)
O usuário poderá realizar o login no aplicativo diretamente pelo Facebook ou outras redes sociais. Para tal ele deverá ter cumprido o requisito RF01.
Importante
RF04 Acesso sem senha
O usuário poderá acessar o sobre do aplicativo e informações gerais sem necessidade de acesso por senha
Importante
RF05 Recuperação de
senha
O sistema deverá, na tela inicial de acesso, oferecer a funcionalidade de recuperação de senha de conta do usuário
Essencial
RF06 Tela Onboard
Inicialmente o aplicativo irá apresentar uma tela onboard, apresentando brevemente as funcionalidades do sistema
Importante
RF07 Tutorial
Sempre que o usuário realizar o login pela primeira vez no aplicativo, ele será direcionado à um tutorial inicial explicando:
● Para que serve o sistema ● Funções do sistema ● Como deve ser utilizado
Importante
RF08 Cadastro Clínico
O usuário logado será solicitado a preencher um cadastro de suas características de saúde a fim de ser associado a um perfil clínico. Para o cadastro clínico serão necessários saber se o usuário é:
● DM ● HAS ● Cardíaco
Essencial
RF09 Perfil do usuário O sistema irá permitir a edição dos dados de perfil
Essencial
RF10 Cálculo do IMC Após o cadastro clínico, o usuário irá verificar seu IMC no aplicativo.
Essencial
RF11 Informações
Personalizadas
Com base no perfil identificado o usuário receberá informações específicas para seu perfil
Importante
RF12 Informações
Gerais
O sistema deverá possuir uma área contendo informações sobre:
1. Obesidade 2. Notícias e Eventos 3. Centros próximos que
tratam de obesidade
Importante
RF13 Avaliação de prato
A tecnologia oferecerá para o usuário logado a avaliação, por uma rede de colaboradores (alunos de nutrição), de refeições (pratos) a partir de fotos postadas via tecnologia.
Essencial
RF14 Meta de
peso/gráfico de progresso
A tecnologia permitirá ao usuário criar metas para seu peso bem como o acompanhamento dessa meta via gráfico de progresso
Importante
RF15 Notificação
personalizada
A tecnologia irá enviar uma notificação para o usuário(com a opção de desativar) com base no cadastro patológico, essas notificações podem ser de:
• Prato saudável • Eventos • Informações • Cuidados • Dicas
Desejável
RF16 FAC
O sistema irá possuir uma área de perguntas frequentes, dúvidas de usuários que podem ser respondidas por profissionais da área.
Desejável
RF17 Sobre a tecnologia
concebida
A tecnologia deverá possuir uma área de apresentação do sistema contendo as instituições envolvidas, sua equipe desenvolvedora, data da versão, versão atual.
Importante
APÊNDICE B – Tutorial
Tutorial Inicial 1
O aplicativo irá apresentar uma tela de
boas vindas no início do primeiro tutorial
Tutorial Inicial 2
O aplicativo irá apresentar algumas de
suas funcionalidades
Tutorial Inicial 3
O aplicativo irá apresentar algumas de
suas funcionalidades
Alerta cadastro
O aplicativo irá solicitar o cadastro ou
login do usuário
Login
Tela onde o usuário poderá realizar o
login caso já esteja cadastrado, ou entrar
com as redes sociais
Cadastro
Tela onde o usuário poderá realizar o
cadastro para acessar todas as
funcionalidades do aplicativo
Cadastro Clínico 1
Após o cadastro, o usuário irá realizar um
cadastro clínico para obter informações
personalizadas de cuidados com a saúde,
a primeira tela do cadastro clínico
pergunta se o usuário possui diabetes.
Cadastro Clínico 2
Caso o usuário possuir diabetes, o
aplicativo irá perguntar qual o tipo de
diabetes afim de obter informações
personalizadas para o tipo de diabético
que o usuário seja.
Cadastro Clínico 3
Em seguida, o aplicativo perguntará se o
usuário possui pressão alta, caso
responda sim ele obterá informações
personalizadas para usuários com
hipertensão.
Cadastro Clínico 4
Caso o usuário designar anteriormente a
opção que não possui pressão alta, em
seguida o aplicativo irá perguntar se ele
utiliza medicamentos para pressão alta,
podendo assim, também ser hipertenso e
obter informações personalizadas para
hipertensos.
Cadastro Clínico 5
Em seguida, o aplicativo perguntará se o
usuário possui problemas no coração,
caso responda sim ele obterá informações
personalizadas para usuários com
doenças cardíacas.
Cadastro Clínico 6
Em seguida, o aplicativo perguntará se o
usuário possui problemas nos rins, caso
responda sim, ele obterá informações
personalizadas para usuários com
doenças renais.
Validação do
profissional
Após o cadastro clínico o aplicativo irá
perguntar se o usuário é um profissional
da nutrição, caso ele seja um profissional,
ele precisará validar com o CRN para
obter um perfil profissional no aplicativo.
Início (usuário
cadastrado)
Ao acessar o aplicativo, o usuário irá
diretamente para a tela de início, caso
esteja cadastrado ele poderá avaliar
refeições de outros usuários, definir uma
meta de peso, visualizar o prato do
dia(refeição mais bem avaliada pelos
usuários), informações personalizadas e
mensagens motivacionais.
Início (usuário visitante)
Ao acessar o aplicativo sem realizar o
cadastro, o usuário irá diretamente para a
tela de início podendo somente visualizar
o prato do dia(refeição mais bem avaliada
pelos usuários), informações e
mensagens motivacionais.
Definir meta de peso
(usuário cadastrado)
O usuário cadastrado poderá definir uma
meta de peso e acompanhar seu
desempenho.
Adicionar refeição
(refeição recomendada)
Antes de adicionar uma refeição, o
usuário cadastrado visualizará uma
refeição adequada para o seu IMC.
Adicionar refeição (foto)
O usuário cadastrado poderá capturar
uma foto de sua refeição e compartilhar
no aplicativo para que todos os usuários e
profissionais cadastrados possam avaliar
sua refeição.
Refeições
O usuário cadastrado poderá visualizar
todas as refeições já compartilhadas por
ele no aplicativo, podendo visualizar as
avaliações positivas e negativas de
usuários e profissionais da nutrição,
compartilhar a refeição nas redes sociais,
excluí-la ou visualizar os comentários da
mesma.
Refeições(avaliações)
O usuário cadastrado poderá visualizar
quem avaliou positivamente e
negativamente suas refeições, podendo
ser usuários comum ou profissionais da
nutrição.
Comentários
O usuário cadastrado poderá visualizar
comentários de usuários e profissionais
da nutrição sobre suas refeições
Informações
O usuário poderá visualizar informações
sobre obesidade, notícias e eventos,
centros mais próximos para obesos e
alimentos perigosos, podendo assim ser
personalizados de acordo com seu perfil
clínico.
Informações(obesidade)
O usuário poderá visualizar informações
sobre obesidade.
Informações(notícias e
eventos)
O usuário poderá visualizar informações
sobre notícias e eventos municipalizados
de acordo com sua localização.
Informações(centros
mais próximos para
obesos)
O usuário poderá visualizar onde se
encontra os centros mais próximos a ele
para obesos.
Informações(alimentos
perigosos)
O usuário poderá visualizar alimentos
perigosos a saúde.
Perfil
O usuário cadastrado poderá visualizar e
atualizar seus dados, assim como calcular
o seu IMC e sair da sua conta.
Cálculo do IMC
O usuário cadastrado poderá calcular seu
IMC e obter informações sobre.
ANEXOS
ANEXO A – Normatização Revista Saúde e Sociedade
ANEXO B – Normatização da Revista Saúde em Debate
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