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Universidade Estadual de Londrina CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO ASSOCIAÇÃO ENTRE ESTADO NUTRICIONAL, PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA E HÁBITOS NUTRICIONAIS COM A (IN)SATISFAÇÃO CORPORAL DE ADOLESCENTES MICHELE CAZOTO LONDRINA – PARANÁ 2010

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Universidade Estadual de Londrina

CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

ASSOCIAÇÃO ENTRE ESTADO NUTRICIONAL,

PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA E HÁBITOS

NUTRICIONAIS COM A (IN)SATISFAÇÃO

CORPORAL DE ADOLESCENTES

MICHELE CAZOTO

LONDRINA – PARANÁ 2010

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MICHELE CAZOTO

ASSOCIAÇÃO ENTRE ESTADO NUTRICIONAL,

PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA E HÁBITOS

NUTRICIONAIS COM A (IN)SATISFAÇÃO

CORPORAL DE ADOLESCENTES

Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito para a Conclusão do Curso de Bacharelado em Educação Física do Centro de Educação Física e Esporte da Universidade Estadual de Londrina.

Orientadora: Profª. Ms. Aline Mendes Gerage

Londrina, 02 de dezembro de 2010

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MICHELE CAZOTO

ASSOCIAÇÃO ENTRE ESTADO NUTRICIONAL, PRÁTICA

DE ATIVIDADE FÍSICA E HÁBITOS NUTRICIONAIS COM A

(IN)SATISFAÇÃO CORPORAL DE ADOLESCENTES

Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito para a Conclusão do Curso de Bacharelado em Educação Física do Centro de Educação Física e Esporte da Universidade Estadual de Londrina.

COMISSÃO EXAMINADORA

______________________________________ Prof. Ms. Aline Mendes Gerage

Universidade Estadual de Londrina

______________________________________ Profª. Ms. Catiana Leila Possamai Universidade Estadual de Londrina

______________________________________ Prof. Dr. Hélio Serassuelo Junior

Universidade Estadual de Londrina

Londrina, 02 de dezembro de 2010

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DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho a minha família (Edevaldo, Madalena e Camila), que é meu porto

seguro, a razão da minha vida.

E a Deus, que é a minha força e a minha esperança, sempre!

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AGRADECIMENTOS

Ao Prof. Dr. Enio Ricardo Vaz Ronque e a Profª. Ms. Aline Mendes Gerage, pela confiança,

incentivo e aprendizado durante as etapas deste trabalho de conclusão de curso.

A minha família, pela força e motivação. Principalmente, a minha mãe pela preocupação e

ajuda com os dados coletados, além de agüentar desabafos e reclamações. Você é essencial na

minha vida!

Aos meus amigos que de alguma forma me ajudaram a concluir este trabalho e que estiveram

ao meu lado não me deixando desanimar. Em especial, minhas amigas - Mariana, Sandra,

Verônica, Laísa e Renata, que de maneiras diferentes foram grandes colaboradoras.

Aos professores e alunos das escolas que participaram do estudo, pela colaboração, ajuda e

concessão de informações valiosas para a realização deste trabalho.

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EPÍGRAFE

“Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma, Até quando o corpo pede um pouco mais de alma,

A vida não para.

Enquanto o tempo acelera e pede pressa, Eu me recuso faço hora vou na valsa,

A vida é tão rara...”

Lenine

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CAZOTO, Michele. Associação entre estado nutricional, prática de atividade física e hábitos nutricionais com a (in)satisfação corporal de adolescentes. Trabalho de conclusão de curso. Curso de Bacharelado em Educação Física. Centro de Educação Física e Esporte. Universidade Estadual de Londrina, Londrina. 2010.

RESUMO

A obesidade se constitui em um problema de saúde pública mundial e quando associada à influência da mídia, que mostra homens e mulheres com corpos esculturais, é capaz de modificar auto-conceitos de adolescentes e implicar em comportamentos prejudiciais à saúde ou na adoção de um estilo de vida saudável. Neste sentido, este estudo tem como objetivo analisar a associação entre o estado nutricional, a prática de atividade física e os hábitos alimentares com a (in)satisfação da imagem corporal de adolescentes, estudantes de escolas públicas e particulares da cidade de Londrina – PR. Foram avaliados 227 adolescentes voluntários, com idades entre 12 e 15 anos, de duas escolas do município de Londrina, uma pública e uma privada. A Escala de Silhuetas foi utilizada para avaliar a (in)satisfação com a imagem corporal, a percepção do estado atual e desejado da imagem corporal dos adolescentes. A massa corporal foi mensurada através de uma balança de plataforma digital, e a estatura a partir de uma fita antropométrica fixada à parede, e com esses valores o índice de massa corporal (IMC) foi calculado para a classificação do estado nutricional de acordo com Cole et al. (2000). A prática de atividade física e os hábitos nutricionais foram avaliados por meio do questionário de Baecke (BQHPA) e do questionário Saúde na boa (QSB), respectivamente. Para verificar a associação entre as variáveis dependentes e independentes foi utilizado o teste do Qui-quadrado, com nível de significância estatística de 5% (P < 0,05). A maioria dos alunos foi classificada como eutrófico e insatisfeita com a imagem corporal, e grande parte dos obesos se encontram na escola privada e dos alunos com baixo peso na escola pública. Indivíduos com baixo peso superestimaram o peso, e sobrepesados e obesos subestimaram. Alunos com níveis mediano e alto de atividade física habitual tendem a estar insatisfeitos com a imagem corporal. O maior consumo de doce foi entre adolescentes satisfeitos da escola privada. A imagem corporal não apresentou associação com a atividade física habitual, mas associou-se com o estado nutricional e consumo de doces dos adolescentes analisados, sendo que a maioria apresentou-se insatisfeita, embora tenha sido classificada como tendo peso normal e, entre os satisfeitos, a maioria reportou um consumo inadequado de doces. Na comparação entre alunos de escola pública e privada, foram identificadas diferenças apenas no estado nutricional, com tendência de alunos de escola privada e pública apresentarem, respectivamente, maior prevalência de obesidade e baixo peso.

Palavras - chave: Satisfação corporal, atividade física, hábitos nutricionais, adolescentes.

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CAZOTO, Michele. Association between nutricional state, practice of physical activity and the eating habits with the (in) satisfaction of the body image of adolescents. Ending University Degree Project. Physical Education Course – bachelor’s degree. Center of Physical Education and Sports. Londrina State University, Londrina. 2010.

ABSTRACT

The obesity represents a problem of public health world-wide and when associated to the influence of the media, which shows men and women with slim and perfect bodies, is able to modify the concept about body image of adolescents and to imply in damaging behaviours to the health or in the adoption of a healthy way of life. In this sense, this study aims to analyse the association between the nutricional state, the practice of physical activity and the eating habits with the (in) satisfaction of the body image of adolescents, students from public and private schools of Londrina's city – PR. The research had the participation of 227 volunteers adolescents, with ages between 12 and 15 years, from two schools of the Londrina's town. The Scale of Silhouettes was used to value the (in) satisfaction with the body image, the perception of the modern and wanted body image of the adolescents. The body mass was measured with a balance of digital platform, and the stature with a strip antropometric fixed to the wall, and with these values the body mass index (IMC) was calculated for the classification of the state nutricional in agreement with Cole et al. (2000). The practice of physical activity and the eating habits were valued by the questionnaire of Baecke (BQHPA) and by the questionnaire “Saúde na boa” (QSB), respectively. To check the association between the dependent and independent variables was used the test of Qui-square, with level of statistical signification of 5% (P < 0,05). Most of the students were classified how eutrófico and dissatisfied with the body image, and great part of the obese ones are in the private school and of the students with low weight in the public school. Individuals with low weight overestimated the weight, and individuals with overweight and obesity underestimated. Adolescents with levels medium and high of physical usual activity have a tendency to be dissatisfied with the body image. The biggest consumption of sweet was between satisfied adolescents of the private school. The body image didn`t present association with the physical usual activity, but it was associated with the nutricional state and consumption of sweets, however the majority presented itself dissatisfied, though it has been classified like having normal weight and, between the satisfied ones, the majority showed an inadequate consumption of sweets. In the comparison between adolescents of public and private school, differences were identified only in the nutricional state, with tendency of private and public school students present, respectively, bigger predominance of obesity and low weight.

Key Words: Body Satisfaction, physical activity, eating habits, adolescents.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Características dos adolescentes das escolas privada e pública.................... 12 Tabela 2 Relação entre a auto-percepção da imagem corporal e o estado nutricional

dos adolescentes de cada escola.................................................................... 13

Tabela 3 Comparação da (in)satisfação com a imagem corporal entre as escolas. 14 Tabela 4 Comparação do nível de atividade física habitual entre as escolas............... 14 Tabela 5 Comparação do consumo de salgadinhos entre os adolescentes de cada

escola............................................................................................................. 15

Tabela 6 Comparação do consumo de doces entre os adolescentes de cada escola.... 15 Tabela 7 Comparação do consumo de refrigerante entre os adolescentes de cada

escola............................................................................................................. 15

Tabela 8 Associação entre estado nutricional e (in)satisfação com a imagem corporal..........................................................................................................

16

Tabela 9 Associação entre o nível de atividade física habitual e a (in)satisfação com a imagem corporal dos adolescentes de cada escola.....................................

16

Tabela 10 Associação entre o consumo de salgadinhos, doces e refrigerante, e a (in)satisfação com a imagem corporal entre as escolas.................................

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LISTA DE ANEXOS

Anexo 1 Termo de consentimento livre e esclarecido............................................... 26 Anexo 2 Escala de Silhuetas...................................................................................... 27 Anexo 3 Pontos de corte sugeridos por Cole para classificação do estado

nutricional.................................................................................................... 28

Anexo 4 Questionário voltado à estimativa do nível de prática habitual de atividade física proposto por Baecke...........................................................

29

Anexo 5 Fórmulas para cálculo dos escores do questionário Baecke de AFH.......... 31 Anexo 6 Questionário Saúde na Boa (QSB).............................................................. 32

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SUMÁRIO

RESUMO

iv

ABSTRACT

v

LISTA DE TABELAS

vi

LISTA DE ANEXOS

vii

1 INTRODUÇÃO....................................................................................................

1

1.1 Problema...............................................................................................................

1

1.2 Justificativa............................................................................................................

2

1.3 Objetivos................................................................................................................

3

1.3.1 Objetivo Geral.......................................................................................................

3

1.3.2 Objetivos Específicos............................................................................................

3

2 REVISÃO DE LITERATURA............................................................................

4

2.1 Adolescência e Imagem Corporal.........................................................................

4

2.2 Estado nutricional na adolescência........................................................................

5

2.3 Hábitos alimentares na adolescência.....................................................................

5

2.4 Atividade física na adolescência...........................................................................

6

3 MÉTODOS...........................................................................................................

8

3.1 Tipo de Pesquisa....................................................................................................

8

3.2 Caracterização da amostra.....................................................................................

8

3.3 Satisfação Corporal..............................................................................................

8

3.4 Estado Nutricional.................................................................................................

8

3.5 Prática de Atividade Física....................................................................................

9

3.6 Hábitos Nutricionais..............................................................................................

10

3.7 Coleta de dados.....................................................................................................

10

3.8 Análise Estatística................................................................................................. 11

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4 RESULTADOS.............................................................................................

12

5 DISCUSSÃO.................................................................................................

18

6 CONCLUSÃO...............................................................................................

21

REFERÊNCIAS

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1 INTRODUÇÃO

1.1 Problema

Atualmente, a obesidade se constitui em um problema de saúde pública mundial,

afetando desde países desenvolvidos como países em desenvolvimento, como o Brasil. E esse

problema quando associado à influência da mídia, que mostra homens e mulheres com corpos

esculturais, é capaz de modificar opiniões sobre a imagem corporal e até comportamentos,

principalmente, de adolescentes que sejam ou não obesos. A distorção da imagem corporal é a

consequência mais comum e pode desencadear fatores de riscos para distúrbios alimentares,

como a bulimia e a anorexia nervosa em adolescentes, doenças que causam depressão,

desnutrição e que, se não tratadas, podem levar até a morte (CORSEUIL, 2009; PAPALIA;

OLDS, 2000).

Para entender como ocorre a distorção é necessário saber o conceito de imagem

corporal e este aponta para a maneira como se vê o próprio corpo, dependendo do estado

psicológico que está constantemente sendo influenciado por diversas situações (TAVARES,

2003). E quando essa imagem é vista de uma forma negativa, os adolescentes muitas vezes

podem buscar estratégias para uma perda de peso rápida, adotando comportamentos

prejudiciais à saúde (PAPALIA; OLDS, 2000).

E a adolescência, por ser uma fase de formação da identidade e de adaptação com o

mundo dos adultos, proporciona uma vulnerabilidade às pressões culturais e sociais

(CAMPAGNA; SOUZA, 2006). Através dos meios de comunicação, pais, amigos e outras

influências, que ainda devem ser descobertas, os adolescentes idealizam uma imagem

corporal que gostariam de ter, como se fosse um modelo de beleza padrão - corpo magro e

atributos positivos para as mulheres, e um corpo forte e musculoso para os homens

(TRICHES; GIUGLIANI, 2007; BRANCO; HILÁRIO; CINTRA, 2006).

Independente do gênero, a insatisfação com a imagem corporal tem aumentado entre

os adolescentes, sendo que a maioria das meninas deseja emagrecer e, entre os meninos,

alguns procuram emagrecer e outros desejam aumentar a silhueta (ADAMI et al., 2008).

Geralmente, as meninas são consideradas mais insatisfeitas com o corpo do que os meninos,

pois são mais cobradas socialmente a terem um corpo padronizado (CONTI;

GAMBARDELLA; FRUTUOSO, 2005).

Todavia, ao mesmo tempo em que a sociedade e os meios de comunicação valorizam

o corpo considerado como esbelto e aparentemente saudável, exercem o apelo à alimentação

inadequada com a publicidade de alimentos que apresentam altos índices de gorduras,

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açúcares e sal. O resultado disso é o estímulo à mudança nos hábitos alimentares de crianças e

jovens, sendo que muitos jovens compensam esta ingestão praticando exercício físico ou

apresentando comportamentos característicos de distúrbios alimentares para se aproximarem

do corpo ideal. Outros, porém, permanecem sedentários, agravando ainda mais o problema do

sobrepeso e da obesidade, tornando-se, assim, cada vez mais vulneráveis ao desenvolvimento

de doenças crônicas não transmissíveis (ALMEIDA; NASCIMENTO; BOLZAN, 2002).

Neste sentido, vale destacar que o sobrepeso e a obesidade tendem a se instalar

precocemente, mas faltam iniciativas de intervenção para reverter esse processo,

principalmente em adolescentes de escolas privadas, nos quais o índice de obesidade tende a

ser maior do que naqueles de escolas públicas (PADILHA et al., 2010). Faz-se necessário,

porém, saber como tem se caracterizado o comportamento em relação à alimentação e à

prática de atividade física desses adolescentes tanto da escola particular quanto da pública e

verificar se realmente existe diferença quando se considera esse aspecto.

Adicionalmente, é importante saber se os adolescentes têm buscado a prática de

atividade física e melhorado seus hábitos alimentares para se sentirem mais satisfeitos

fisicamente ou por estarem insatisfeitos com a imagem corporal, permanecem sedentários e se

alimentam mal.

1.2 Justificativa

Observar a relação entre atividade física e hábitos nutricionais com a (in)satisfação

corporal em adolescentes é importante uma vez que esse comportamento pode acarretar

alguns distúrbios nutricionais como a bulimia e a anorexia nervosa.

Até o momento, poucos estudos desenvolvidos no Brasil procuraram investigar a

associação desses fenômenos e os resultados deste trabalho podem contribuir para um melhor

entendimento desse problema.

Além disso, em virtude do aumento das mudanças comportamentais, principalmente

em relação à insatisfação corporal em adolescentes, os achados desse estudo podem servir

como uma ferramenta importante no desenvolvimento de estratégias para que os profissionais

da Educação Física e outros profissionais da saúde possam atender da melhor forma esse

público.

No que diz respeito à comparação entre alunos de escola pública e privada, é

interessante verificar se, realmente, existe diferença de características e de comportamentos

para que as estratégias a serem traçadas pelos diferentes profissionais sejam diferenciadas.

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1.3 Objetivos 1.3.1 Objetivo Geral

Analisar a associação entre o estado nutricional, a prática de atividade física e os

hábitos alimentares com a (in)satisfação com a imagem corporal de adolescentes da cidade de

Londrina – PR.

1.3.2 Objetivos Específicos

• Verificar a relação entre o estado nutricional e a autopercepção da imagem

corporal (real).

• Verificar se existem diferenças na prática de atividade física, nos hábitos

nutricionais, na (in)satisfação com a imagem corporal e no estado nutricional

entre os estudantes da escola pública e os estudantes da escola privada.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Adolescência e imagem corporal

A adolescência é marcada como uma transição da infância para a idade adulta, uma

fase de conflitos interiores, de afirmar uma identidade, de assumir responsabilidades, de

autonomia, deixando os adolescentes bastante vulneráveis a influências sócio-culturais

(PAPALIA; OLDS, 2000). Essas influências podem comprometer a aceitação dos

adolescentes em relação à estética corporal, deixando os mesmos insatisfeitos ou distorcendo

a imagem corporal.

A imagem corporal é a forma que o indivíduo vê seu corpo, o que pode se modificar

de acordo com as percepções de cada momento de sua existência e de acordo com o que a

sociedade impõe, ofuscando a real necessidade do indivíduo (TAVARES, 2003). Um estudo

realizado por Conti (2008) reafirma, através dos discursos construídos por adolescentes, a

multidimensionalidade do conceito “imagem corporal”, que também é composto por aspectos

perceptivos, cognitivos, afetivos e sociais.

A auto-percepção que remete à insatisfação corporal é muito frequente em

adolescentes e jovens, podendo ser considerada um sério problema de saúde pública, a partir

do momento que muitas pessoas tomam atitudes e condutas comportamentais, relacionadas à

má alimentação, prejudicando a saúde (COQUEIRO et al., 2008).

Ao observar o conteúdo de duas revistas com maior número de leitores, Boa forma e

Corpo a Corpo, Maldonado (2006), notou que elas induzem as leitoras, por meio de matérias

com “receitas milagrosas” sobre dietas, alimentação e atividade física, a transformarem seus

corpos e para se adequarem ao padrão corporal definido pelas imagens de mulheres famosas,

presentes nas revistas. E é o que acaba acontecendo, pois, principalmente, adolescentes que

estão em processo de integrarem-se ao mundo dos adultos, acabam deixando de buscar a

própria identidade para buscar a identificação com os modelos expostos pela mídia.

E a adolescência por ser uma fase de adaptação com o mundo dos adultos faz com que

os adolescentes estejam mais vulneráveis, por exemplo, a distúrbios alimentares quando se

acham sobrepesados ou à prática excessiva de exercício físico. Com tantas informações e

dietas sugeridas, diversidade de exercícios físicos visando emagrecimento, propagandas com

homens e mulheres que apresentam corpos esculturais, enfim, tantas “receitas” que os meios

de comunicação e a sociedade oferecem para as pessoas fazerem parte do tendencioso e

inconstante padrão de beleza (RUSSO, 2005), é importante saber como os adolescentes estão

lidando com a sua imagem corporal e como estão agindo diante dessa pressão social. Para

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tanto é necessário estudar cada um desses fatores, estado nutricional, hábitos alimentares e

prática de atividade física, quando o assunto é imagem corporal.

2.2 Relação entre estado nutricional e imagem corporal na adolescência

O número de adolescentes sobrepesados e obesos vem aumentando com o passar do

tempo, devido à má-alimentação e ao sedentarismo contemporâneo. Branco, Hilário e Cintra

(2006) afirmam que a percepção de sobrepeso e obesidade remete a uma insatisfação

corporal, o que também acontece com alguns adolescentes eutróficos que igualmente não se

sentem satisfeitos com a imagem corporal. Os meninos almejam um corpo com porte de

atleta, ou seja, desejam um corpo maior, ao passo que as meninas superestimam a imagem.

Um estudo de Zaborskis et al. (2008) concluiu que meninas, de alguns países

específicos, percebem mais as próprias imagens como sobrepesadas e tentam perder peso. Já

entre os meninos uma parte se iguala às meninas e a outra não tem essas percepções.

Kakeshita e Almeida (2006), ao analisar a relação entre o índice de massa corporal e a

auto-percepção da imagem corporal de universitárias do município de Ribeirão Preto,

descobriram que tanto as eutróficas quanto as sobrepesadas superestimaram o seu tamanho

corporal, ao contrário das obesas que subestimaram seu tamanho corporal.

Outro estudo, realizado com adolescentes do ensino médio de uma escola pública da

cidade de São Paulo, buscou relacionar a percepção e a satisfação com a imagem corporal

com o seu estado nutricional real, encontrando que as adolescentes apresentaram uma auto-

percepção não condizente com seu estado nutricional real e algum sentimento de insatisfação

com a imagem corporal. As meninas apresentaram-se mais insatisfeitas que os meninos,

sendo os mais insatisfeitos indivíduos que apresentaram percepção de sobrepeso e obesidade

(BRANCO; HILÁRIO; CINTRA, 2006).

Adicionalmente, um estudo realizado por Conti, Gambardella e Frutuoso (2005)

mostrou que os meninos se mostram mais insatisfeitos com o acúmulo de gordura abdominal

e peso corporal, enquanto as meninas se apresentam mais insatisfeitas com várias partes do

corpo, além do peso corporal.

2.3 Relação entre hábitos alimentares e imagem corporal na adolescência

O medo de se tornar um obeso ou de não estar dentro de um padrão de beleza

“cobrado” pela sociedade, expõe muitos adolescentes a sérios transtornos alimentares,

principalmente as meninas. Esses adolescentes arriscam as suas vidas adotando

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comportamentos nada saudáveis para perder peso. Esses comportamentos podem provocar

doenças como a bulimia e a anorexia (VILELA et al., 2004).

Essas duas doenças geralmente ocorrem em meninas adolescentes, embora também

existam casos de meninos. A bulimia faz com que a pessoa coma exageradamente e logo após

tente eliminar esse alimento, seja provocando vômito, usando laxante, fazendo dietas severas,

realizando exercícios muito intensos ou usando diuréticos. Já uma pessoa com anorexia nunca

se sente satisfeita com seu corpo, sempre se acha sobrepesada, dessa forma, adota atitudes

como dietas severas, faz uma nova dieta mesmo após atingir o peso inicialmente desejado,

realiza exercícios severos. Ambos os transtornos alimentares são desencadeados graças à

pressão excessiva da sociedade para que as pessoas sejam magras para conquistar

reconhecimento e admiração (PAPALIA; OLDS, 2000).

Um estudo com adolescentes do sexo feminino, do município de Florianópolis,

verificou que as mudanças naturais advindas da puberdade e do evento da menarca

representam um fator de risco para anorexia nervosa que, quando associado a outros fatores,

pode desencadear o transtorno alimentar. E a variável insatisfação com a imagem corporal foi

a que apresentou maior risco para o desenvolvimento dos sintomas de anorexia nervosa

(ALVES et al., 2008).

Considerando também que os maus hábitos alimentares podem favorecer o

desenvolvimento de sobrepeso/ obesidade e doenças crônicas não transmissíveis, o consumo

de alimentos por adolescentes eutróficos e sobrepesados, avaliado por Andrade, Pereira e

Sichieri (2003), mostrou que em ambos os estados nutricionais consome-se o mínimo de

alimentos recomendados e muitos alimentos de alta densidade energética.

Entretanto, a alimentação adequada deve ser realizada diariamente por todas as

pessoas e é importante que os pais a incentivem e realizem com seus filhos desde a infância,

para que isso aconteça por toda a vida.

2.4 Relação entre atividade física e imagem corporal na adolescência

Grande parte dos adolescentes ingere mais calorias do que gasta e, dessa forma, estão

propensos a aumentar o peso corporal (PAPALIA; OLDS, 2000). O estudo de Vilela et al.

(2004), realizado com quase 2000 crianças e adolescentes de algumas cidade do estado de

Minas Gerais, observou que um pouco mais da metade dessa amostra busca a atividade física

para a perda de peso, com predomínio significativo do sexo feminino.

Ao analisar se os adolescentes da cidade de Londrina têm praticado atividade física,

Guedes et al. (2001), encontraram que 54% dos rapazes são ativos ou moderadamente ativos,

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na prática de exercícios físicos e de esportes, e 65% das moças são inativas ou muito inativas.

Os autores também verificaram que a prática de atividade física tende a diminuir com o

aumento da idade, principalmente, entre as moças, e, ainda, que os rapazes tendem a ser

menos ativos fisicamente quando a renda familiar é mais baixa.

Em relação à influência dos pais para a prática de atividade física, Savage, DiNallo e

Downs (2009) verificaram que o incentivo dos pais é considerado um importante instrumento

para a satisfação com a imagem corporal de adolescentes através da influência positiva para a

prática de atividade física, lembrando que essa influência se difere entre meninos e meninas.

Existem poucos estudos que analisam a relação entre a prática de atividade física e a

insatisfação com a imagem corporal. E quando Adami et al. (2008) analisaram essa relação

com adolescentes do município de Florianópolis, verificaram que a maior parte da amostra

apresenta bons níveis de atividade física, em ambos os sexos, mas não foi encontrada

associação entre insatisfação corporal e nível de atividade física. Uma explicação para esse

resultado seria os instrumentos utilizados, já que as figuras de silhuetas e o questionário de

atividade física não eram validados para adolescentes e população brasileira, respectivamente.

Novos estudos devem ser realizados para verificar se a busca pelo exercício físico tem

acontecido apenas pela prática ou estética ou saúde. É importante que não ocorra a

massificação do corpo ideal imposto pela mídia e pela sociedade, mas sim que as pessoas

busquem a atividade física e a alimentação balanceada visando um corpo saudável e, dessa

forma, terão ao alcance a satisfação com a imagem corporal (MALDONADO, 2006).

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3 MÉTODOS

3.1 Tipo de pesquisa

Essa pesquisa caracteriza-se como descritiva correlacional de delineamento

transversal.

3.2 Caracterização da Amostra

A amostra do presente estudo foi composta por 227 adolescentes voluntários, com

idades entre 12 e 15 anos de ambos os sexos, matriculados regularmente nas 7ª e 8ª séries do

Ensino Fundamental de duas escolas do município de Londrina, sendo 112 adolescentes de

uma escola da rede pública e 115 adolescentes de uma escola da rede privada.

3.3 Satisfação corporal

Para avaliar a percepção do estado atual da imagem corporal e a percepção do estado

desejado dos adolescentes, consequentemente a satisfação ou a insatisfação com a imagem

corporal, foi utilizada a Escala de Silhuetas para Adultos (ANEXO 2). Essa escala foi

validada para versão brasileira por Kakeshita (2008), como uma adaptação da versão original

proposta por Stunkard (2000). A escala é composta por nove silhuetas, considerando a silueta

1 = indivíduo com baixo peso, as silhuetas 2 a 5 = indivíduos eutróficos, silhuetas 6 e 7 =

indivíduos com sobrepeso, silhuetas 8 e 9 = indivíduos com obesidade, tanto para mulheres

como para homens (MADRIGAL-FRITSCH et. al, 1999). As silhuetas foram apresentadas

aos estudantes de forma aleatória para a ordem não influenciar na opinião dos mesmos. Foram

apresentados dois quadros de silhuetas iguais em uma folha, mas cada um com as seguintes

questões: “Com qual figura você se identifica?” e “Com qual figura você gostaria de se

parecer?” Para analisar as respostas foi considerado que se subtraindo os valores das duas o

resultado fosse igual a zero, a pessoa estaria satisfeita com a imagem corporal, e se o

resultado fosse diferente de zero, a pessoa estaria insatisfeita com a imagem corporal.

3.4 Estado nutricional

As medidas antropométricas foram realizadas dentro da própria unidade escolar, sendo

a massa corporal mensurada em uma balança de plataforma, digital, marca Marte, modelo PP

180, com precisão de 0,1 kg e a estatura a partir de uma fita antropométrica fixada à parede,

com precisão de 0,1 cm, de acordo com os procedimentos descritos por Gordon, Chumlea,

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Roche (1988). Todos os indivíduos foram medidos e pesados descalços, vestindo roupas

leves.

O índice de massa corporal (IMC) foi determinado pelo quociente massa

corporal/estatura2, sendo a massa corporal expressa em quilogramas (kg) e a estatura em metros

(m). Foram estabelecidos como pontos de corte para determinação do estado nutricional os

valores do IMC propostos por Cole et al (2000). (ANEXO 3)

3.5 Prática de atividade física

Para avaliar o nível de atividade física habitual foi utilizado o questionário de Baecke,

BQHPA (ANEXO 4), que é auto-administrado, tendo como período de referência os últimos

12 meses, estruturado por 16 questões distribuídas em três seções distintas, cada uma

procurando estabelecer estimativas quanto a uma dimensão específica do nível de prática

habitual de atividade física.

As opções de respostas são codificadas mediante uma escala Lickert de 5 pontos, com

exceção da ocupação profissional e da modalidade de esporte que pratica, quando fosse o

caso. As questões de 1 a 8 constituíram a primeira seção do questionário e buscaram abranger

as atividades físicas diárias realizadas na escola e/ou no trabalho. A segunda seção do

questionário envolveu as questões de 9 a 12 e reuniu informações quanto às atividades

esportivas, aos programas de exercícios físicos e às práticas de lazer ativo. A terceira seção do

questionário visou obter indicações relacionadas às atividades de ocupação do tempo livre e

de locomoção.

Mediante o somatório das pontuações específicas atribuídas às questões agrupadas em

cada uma das partes do questionário, são estabelecidos escores equivalentes às atividades

físicas na escola/trabalho (AFOcupacional), nos esportes/exercícios físicos/lazer ativo

(AFEsporte) e na ocupação do tempo livre/locomoção (AFLocomoção). Por este questionário

é possível estabelecer também, estimativas quanto ao escore da atividade física habitual

(AFHabitual), mediante o somatório dos escores atribuídos a cada uma das dimensões de

atividade física. Aos adolescentes que, além de frequentar a escola também trabalhavam, foi

solicitado considerar aquela atividade que ocupava o maior tempo ao longo do dia, ou seja, se

o trabalho lhe ocupasse um tempo maior que a escola, deveria optar por relatar as atividades

do trabalho. Caso contrário deveria optar por relatar as atividades realizadas na escola

(GUEDES et al., 2006).

Para a determinação do escore total de AFH, somaram-se os escores AFO, EFE e AFL

(ANEXO 5). Esse escore foi categorizado em tercis e foram considerados os valores de 4,37 a

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10

6,87 como baixo nível de atividade física habitual; 6,88 a 9,38 como nível mediano de

atividade física habitual e 9,39 a 11,87 como alto nível de atividade física habitual

(FONSECA, 2009).

3.6 Hábitos nutricionais

Para avaliar os hábitos nutricionais dos adolescentes foi utilizada a terceira seção do

questionário Saúde na boa, QSB (ANEXO 6), que é composta por sete questões simples sobre

quantas vezes na semana os adolescentes consomem determinados alimentos. O questionário

foi validado e apresentou boa reprodutibilidade para adolescentes (NAHAS et. al, 2007). O

questionário está de acordo com as recomendações da Estratégia da Organização Mundial da

Saúde e do Guia Alimentar para a População Brasileira, para tanto foram selecionados os

seguintes alimentos ou grupos de alimentos: frutas, sucos naturais de frutas, verduras, saladas

verde, salgadinhos, doces, refrigerantes, leite e derivados, e feijão com arroz.

Os alimentos que foram usados no presente estudo foram os salgadinhos, os doces e os

refrigerantes, e foi considerado um consumo aceitável dos mesmos de uma a duas vezes por

semana de acordo com recomendações de nutricionistas.

3.7 Coleta de dados

As coletas dos dados foram realizadas nas próprias escolas durante as aulas de

Educação Física com o consentimento dos professores. Após entregarem os termos de

consentimento livre e esclarecido (ANEXO 1), com as assinaturas dos pais autorizando a

participação no estudo, os adolescentes responderam aos questionários e, em seguida, foram

medidas a massa corporal e a estatura. Essa ordem existiu para não ter influências dos valores

antropométricos nas respostas dos questionários.

As coletas tiveram duas semanas de duração em cada escola e foram realizadas com a

ajuda de duas estudantes do curso de Educação Física da Universidade Estadual de Londrina,

previamente instruídas para aplicarem os questionários e treinadas para as medidas

antropométricas.

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11

3.8 Análise estatística

Inicialmente, foi realizada estatística descritiva, sendo as variáveis categorizadas e

apresentadas em tabelas de frequência de percentuais. Para verificar a associação entre as

variáveis dependentes (imagem corporal) e independentes (estado nutricional, atividade física

e hábitos alimentares), bem como para a comparação das proporções observadas entre os

adolescentes de escola pública e privada, foi utilizado o teste do Qui-Quadrado (x2). O nível

de significância adotado foi de 5% (p < 0,05) e os dados foram analisados pelo programa de

estatística SPSS 17.0.

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12

4 RESULTADOS

A tabela 1 apresenta a distribuição dos adolescentes por sexo, idade e ano escolar,

tanto na escola privada quanto na escola pública.

Tabela 1 – Características dos adolescentes das escolas privada e pública.

ESCOLA

PRIVADA

ESCOLA

PÚBLICA

n % n %

Sexo FEMININO 60 52,1 68 60,7

MASCULINO 55 47,9 44 39,3

TOTAL 115 100 112 100

Idade 12 12 10,4 12 10,7

13 56 48,6 69 61,6

14 42 36,5 27 24,1

15 5 4,5 4 3,6

TOTAL 115 100 112 100

Ano 7ª SÉRIE 58 50,4 84 75

8ª SÉRIE 57 49,6 28 25

TOTAL 115 100 112 100

A classificação dos adolescentes em relação ao estado nutricional é apresentada na

figura 1.

Figura 1 - Comparação do estado nutricional entre a escola privada e a escola pública.

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Tanto na escola privada, quanto na escola pública, a maioria dos alunos foi

classificada como eutrófico. Todavia, entre os alunos classificados como obesos, a maior

parte encontra-se na escola privada (81,8%) e entre os de baixo peso, a maioria se encontra na

escola pública (85,7%) (x2 = 16,3; P = 0,01).

A tabela 2 apresenta informações referentes à relação entre imagem corporal e estado

nutricional dos alunos de escola pública e privada.

Tabela 2 – Relação entre a auto-percepção da imagem corporal e o estado nutricional dos

adolescentes de cada escola.

ESTADO SILHUETA REAL

NUTRICIONAL Silhueta 1

(Baixo peso)

Silhueta 2-5

(eutrófico)

Silhueta 6-7

(sobrepeso)

Silhueta 8-9

(obeso)

Total

n % n % n % n % n %

Baixo peso

Privada 0 0 2 100 0 0 0 0 2 100

Pública 4 33,3 8 67,7 0 0 0 0 12 100

Eutrófico

Privada 7 10 53 75,7 6 8,6 4 5,7 70 100

Pública 2 2,7 62 83,8 9 12,2 1 1,4 74 100

Soprepeso

Privada 0 0 16 6,4 7 28 2 8 25 100

Pública 0 0 11 50 10 45,5 1 4,5 22 100

Obesidade

Privada 0 0 2 11,1 12 66,7 4 22,2 18 100

Pública 0 0 1 25 2 50 1 25 4 100

Verificou-se que a maioria dos adolescentes tem uma imagem corporal distorcida

quando apresentam baixo peso, sobrepeso e obesidade. Entre os 14 adolescentes com baixo

peso, 10 se vêem eutróficos, ou seja, superestimaram o estado nutricional. Por outro lado, os

adolescentes com sobrepeso e os obesos subestimaram o estado nutricional, sendo que dos 47

adolescentes que apresentam sobrepeso e dos 22 obesos, de acordo com o IMC, 27 e 3 se

percebem eutófricos pela escala de silhuetas, respectivamente (x2 = 42,22; P < 0,001).

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A tabela 3 apresenta a comparação da porcentagem dos alunos que relataram ser

satisfeitos ou insatisfeitos com a imagem corporal entre a escola pública e privada.

Tabela 3 - Comparação da (in)satisfação com a imagem corporal entre as escolas.

SATISFEITO INSATISFEITO TOTAL

n % n % n %

ESCOLA

PRIVADA

34 29,6 81 70,4 115 100

ESCOLA

PÚBLICA

25 22,3 87 77,7 112 100

Não foram detectadas diferenças estatisticamente significativas no que diz respeito à

imagem corporal entre adolescentes de escola pública e privada (x2 = 1,55; P = 2,23).

Destaca-se, todavia, que tanto na escola privada quanto na escola pública, a insatisfação com

a imagem corporal atingiu uma grande proporção dos alunos (70,4 e 77,7%, respectivamente).

No que diz respeito ao padrão de atividade física habitual, não foram identificadas

diferenças entre as escolas (P = 0,62), mas é possível notar que 70,9% dos adolescentes que

participaram do estudo foram considerados fisicamente ativos (nível mediano e alto) e 29,1%

dos adolescentes apresentaram um baixo nível de atividade física habitual, ou seja, são

sedentários (tabela 4).

Tabela 4 - Comparação do nível de atividade física habitual entre as escolas.

Baecke

ESCOLA

PRIVADA

ESCOLA

PÚBLICA

TOTAL

n % n % n %

BAIXO 32 27,8 34 30,4 66 29,1

MEDIANO 67 58,3 67 59,8 134 59

ALTO 16 13,9 11 9,8 27 11,9

Quando analisados os hábitos alimentares, tanto em relação ao consumo de

salgadinhos (tabela 5) quanto no quesito consumo de doces (tabela 6) ou refrigerantes

(tabela 7), não foram identificadas diferenças estatisticamente significativas entre os

adolescentes das duas escolas avaliadas. Entretanto é possível observar que praticamente 50%

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dos estudantes que participaram do estudo consomem uma quantidade não aceitável de

salgadinhos, doces e refrigerantes durante a semana.

Tabela 5 - Comparação do consumo de salgadinhos entre os adolescentes de cada escola.

CONSUMO DE

SALGADINHO

ESCOLA

PRIVADA

ESCOLA

PÚBLICA

TOTAL

n % n % n %

ACEITÁVEL 61 53 62 55,4 123 54,2

NÃO-ACEITÁVEL 54 47 50 44,6 104 45,8

Tabela 6 - Comparação do consumo de doces entre os adolescentes de cada escola.

CONSUMO DE

DOCES

ESCOLA

PRIVADA

ESCOLA

PÚBLICA

TOTAL

n % n % n %

ACEITÁVEL 46 40 46 41,1 92 40,5

NÃO-ACEITÁVEL 69 60 66 58,9 135 59,5

Tabela 7 - Comparação do consumo de refrigerante entre os adolescentes de cada escola.

CONSUMO DE

REFRIGERANTE

ESCOLA

PRIVADA

ESCOLA

PÚBLICA

TOTAL

n % n % n %

ACEITÁVEL 55 47,8 52 46,4 107 47,1

NÃO-ACEITÁVEL 60 52,2 60 53,6 120 52,9

Na análise da associação entre o estado nutricional e a (in)satisfação com a imagem

corporal (tabela 8), foi identificada significância estatística (x2 = 11,51; P = 0,01) apenas na

escola privada, demonstrando que a maioria dos adolescentes encontram-se num estado

nutricional eutrófico e insatisfeitos com a imagem corporal que apresentam atualmente.

Observa-se, também, que entre os insatisfeitos, a porcentagem de adolescentes obesos é maior

do que entre os satisfeitos.

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Tabela 8 - Associação entre estado nutricional e (in)satisfação com a imagem corporal.

ESCOLA

PRIVADA

ESCOLA

PÚBLICA

TOTAL

Satisfeito Insatisfeito Satisfeito Insatisfeito

n % n % n % n % n %

Baixo peso 0 0 2 2,5 1 4 11 12,6 14 6,1

Eutrófico 27 79,4 43 53,1 20 80 54 62,1 144 63,4

Sobrepeso 7 20,6 18 22,2 4 16 18 20,7 47 20,7

Obesidade 0 0 18 22,2 0 0 4 4,6 22 9,8

A tabela 9 apresenta a associação entre a atividade física habitual e a (in)satisfação

com a imagem corporal dos adolescentes das duas escolas avaliadas.

Tabela 9 - Associação entre o nível de atividade física habitual e a (in)satisfação com a

imagem corporal dos adolescentes de cada escola.

ESCOLA PRIVADA ESCOLA PÚBLICA

Baecke Satisfeito Insatisfeito Satisfeito Insatisfeito TOTAL

n % n % n % n % n %

BAIXO 6 17,6 26 32,1 6 24 28 32,2 66 29

MEDIANO 24 70,6 43 53,1 17 68 50 57,5 134 59

ALTO 4 11,8 12 14,8 2 8 9 10,3 27 12

Apesar do teste de qui-quadrado não ter demonstrado significância estatística (escola

privada – x2 = 3,22; P = 0,20 e escola pública – x2 = 0,90; P = 0,64), foi possível observar que,

principalmente na escola pública, a maioria dos adolescentes que tem um nível mediano e alto

de atividade física habitual está insatisfeita com a imagem corporal.

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Tabela 10 - Associação entre o consumo de salgadinhos, doces e refrigerante, e a

(in)satisfação com a imagem corporal entre as escolas.

ESCOLA PRIVADA ESCOLA PÚBLICA

CONSUMO Satisfeito Insatisfeito Satisfeito Insatisfeito

n % n % n % n %

Salgadinho ACEITÁVEL 19 55,9 42 51,9 16 64 46 52,9

NÃO

ACEITÁVEL

15 44,1

39 48,1

9 36

41 47,1

Doce ACEITÁVEL 7 20,6 39 48,1 14 56 32 36,8

NÃO

ACEITÁVEL

27 79,4

42 51,9

11 44

55 63,2

Refrigerante ACEITÁVEL 21 61,8 34 42 11 44 41 47,1

NÃO

ACEITÁVEL

13 38,2

47 58

14 56

46 52,9

Total 34 14,9 81 35,6 25 11 87 38,5

No que diz respeito à relação entre o consumo de alimentos não recomendados e a

(in)satisfação com a imagem corporal, foi identificada associação (x2 = 7,58; P = 0,007) entre

consumo de doces e imagem corporal nos adolescentes da escola privada, sendo observado

que aqueles considerados satisfeitos com a imagem corporal, tendem a consumir doces mais

que duas vezes por semana (não aceitável) (tabela 10).

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5 DISCUSSÃO

No presente estudo, a distribuição dos adolescentes em relação ao estado nutricional

entre as escolas mostrou que a maioria dos estudantes classificados como obesos encontram-

se na escola privada (81,8%), enquanto que os de baixo peso encontram-se na escola pública

(85,7%). Esse resultado está de acordo com o estudo realizado por Rebello e Costa (2007) e

Fernandes (2007) que também observaram uma alta prevalência de obesidade entre alunos de

escolas privadas.

Uma explicação para a maioria dos adolescentes que apresentam obesidade estudarem

na escola privada, ou seja, terem uma boa condição sócio-econômica pode ser a

disponibilidade de alimentos, principalmente alimentos com alta quantidade de gorduras e

açúcares (FERNANDES et al., 2007; SILVA, BALABAN E MOTTA, 2005).

No que diz respeito à relação entre o estado nutricional e a auto-percepção da imagem

corporal assinalada na escala de silhuetas, que é hoje um dos instrumentos mais utilizados nos

estudos brasileiros sobre imagem corporal, são bastante significantes, pois grande parte dos

adolescentes apresentou distorção da imagem corporal, independente da escola ser privada ou

pública. Esses achados não foram compatíveis com o estudo de Branco, Hilário e Cintra

(2006), no qual a maioria dos adolescentes eutróficos, sobrepesados e obesos teve uma

percepção adequada da sua imagem.

Esses achados demonstram que deve existir uma preocupação maior com indivíduos

nessa faixa etária em relação à auto-percepção da imagem corporal, afinal a maioria dos

adolescentes sobrepesados e obesos subestimou o peso ou a real silhueta.

A insatisfação com a imagem corporal atingiu 74% dos adolescentes que participaram

do estudo, corroborando os achados de Coqueiro et al. (2008) e Corseuil et al. (2009), que

também encontraram valores parecidos para essa variável. Deve-se levar em consideração

também que a maioria dos adolescentes insatisfeitos foi classificada como eutrófico, em

relação ao estado nutricional e que 18% dos adolescentes satisfeitos estão sobrepesados. De

forma semelhante, Branco, Hilário e Cintra (2006) verificaram que entre 95 adolescentes com

sobrepeso, 25 se consideraram eutróficos e estavam satisfeitos.

Nesse sentido, a literatura aponta que, na adolescência, a insatisfação com a imagem

corporal e a preocupação com o peso está presente, independentemente do sexo, etnia e classe

sócio-econômica, o que parece ter sido confirmado pelo estudo, uma vez que não foram

identificadas diferenças estatisticamente significativas entre as escolas nessa variável. Assim,

a influência cultural, por meio dos meios de comunicação e convívio social, para ter o corpo

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magro afeta a todos, principalmente, adolescentes que estão se adaptando ao mundo dos

adultos e formando opiniões a respeito da realidade que vivem (ROBINSON et al., 2001).

Em relação ao nível de atividade física, observou-se que um total de 74% dos

adolescentes que participaram do estudo são suficientemente ativos, assim como um estudo

realizado por Adami et al. (2008) que também encontrou dados parecidos. Mas essa

proporção foi independente do nível sócio-econômico, já que não houve diferença

significativa entre as escolas, e esse fato corrobora os achados de Marani, Oliveira e Omori

(2005). Outros autores, porém, encontraram maior prevalência de inatividade física em

adolescentes de alto nível sócio-econômico (CESCHINI, 2007).

De acordo com os resultados do estudo verificou-se que dentre os adolescentes que

apresentam um nível mediano e alto de atividade física habitual, a maioria encontra-se

insatisfeita com a imagem corporal, mas essa associação não foi significativa e, ainda, não é

possível afirmar que essa prática se dá pela insatisfação corporal dos mesmos. Adami et al.

(2008), Pelegrini e Petroski (2009) e Laus (2009), da mesma forma, não encontraram relação

da prática de atividade física com a (in)satisfação corporal entre adolescentes.

A alimentação, considerando o consumo de salgadinhos/ doces/ refrigerantes mais que

duas vezes por semana inaceitável, foi considerada inadequada para 50% dos participantes do

presente estudo, independente da escola ser pública ou privada. E apesar da forma diferente

de analisar a alimentação, Fernandes (2007) também obteve proporção parecida pelo alto

consumo de alimentos considerados indesejáveis à saúde pelos adolescentes. Um dos motivos

para esse consumo inadequado pode ser o incentivo da mídia com as propagandas e a

facilidade para o consumo. Já um estudo realizado apenas com adolescentes de uma escola

pública, mostrou um consumo elevado de doces por 83% da amostra (CARMO et al., 2006).

Além disso, foi possível observar que a maioria dos adolescentes da escola privada

que estão satisfeitos com a imagem corporal consomem doces mais de duas vezes por semana.

Vale destacar que uma limitação do estudo foi não ter analisado o consumo de frutas/

verduras/ legumes para saber se os mesmos que consomem quantidades inaceitáveis de

salgadinhos/ doces/ refrigerantes, também consomem grandes quantidades dos alimentos

citados anteriormente e que são recomendados para o consumo diário. Portanto, não se pode

afirmar que algum adolescente pode desenvolver distúrbios alimentares como bulimia ou

anorexia.

Ainda, embora tenham sido utilizados no presente estudo instrumentos recentemente

validados para adolescentes (Questionário de Baecke e o Questionário Saúde na Boa), talvez

fosse interessante acrescentar uma pergunta ao final de cada um desses questionários para

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saber se a prática de atividade física e o consumo de alimentos aceitáveis ocorreram ou não

pela satisfação ou insatisfação com a imagem corporal dos adolescentes.

Outra limitação do presente estudo foi não comparar as variáveis pesquisadas entre os

sexos, para que fosse observado se existe diferenças comportamentais entre meninos e

meninas, o que pode servir como sugestão para futuros estudos.

Por fim, os achados deste estudo mostram que é necessária a criação de um programa

nas escolas públicas e particulares, que incentivem, de forma pontual, a prática de atividade

física e bons hábitos alimentares, relacionando-os à promoção de saúde. Além disso, seria

interessante discutir a questão da (in)satisfação com a imagem corporal desde a infância e,

principalmente, na adolescência.

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6 CONCLUSÃO

Com base nesses resultados, pode-se verificar que a imagem corporal não apresentou

associação com a atividade física habitual, mas associou-se com o estado nutricional e

consumo de doces dos adolescentes analisados, sendo que a maioria apresentou-se insatisfeita,

embora tenha sido classificada como tendo peso normal e, entre os satisfeitos, a maioria

reportou um consumo inadequado de doces.

Na comparação entre alunos de escola pública e privada, foram identificadas

diferenças apenas no que diz respeito ao estado nutricional, com tendência de alunos de escola

privada e pública apresentarem, respectivamente, maior prevalência de obesidade e baixo

peso.

No que diz respeito à insatisfação com a imagem corporal, cuja prevalência foi alta, e

à atividade física, que se mostrou dentro do recomendado, a escola onde se estuda parece não

influenciar. Ainda, os dados sugerem que os adolescentes de baixo peso tendem a se perceber

como eutróficos e os sobrepesados e obesos, normalmente, subestimam o peso.

Sugere-se que sejam realizados estudos que avaliem de forma objetiva se os

adolescentes praticam atividade física e se alimentam de forma adequada para melhorar a

imagem corporal ou simplesmente por gostarem e estarem acostumados.

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REFERÊNCIAS

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ANEXO 1 TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

TERMO DE CONSENTIMENTO PARA PARTICIPAÇÃO NA PESQUISA “ASSOCIAÇÃO

ENTRE A PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA E HÁBITOS NUTRICIONAIS COM A (IN)SATISFAÇÃO CORPORAL DE ADOLESCENTES”

(de acordo com a Resolução 196 de 10/10/1996 do Conselho Nacional de Saúde)

Venho, por meio deste, convidar o (a) aluno (a)

_______________________________________________________________ a participar da

pesquisa “Associação entre a prática de atividade física e hábitos nutricionais com a (in)satisfação

corporal de adolescentes” que será desenvolvida na Escola Estadual Newton Guimarães durante

o dia 18 a 29 de outubro do ano de 2010. A pesquisa será desenvolvida sob a responsabilidade

de Michele Cazoto, estudante do curso de Educação Física da Universidade Estadual de

Londrina - UEL, orientada pelo Profª. Ms. Aline Mendes Gerage.

Objetivo da pesquisa: analisar a associação entre a prática de atividade física e hábitos

alimentares com a (in)satisfação da imagem corporal de adolescentes, estudantes de escolas

públicas e particulares.

Procedimentos: o avaliado terá que responder quatro questionários: Escala de silhuetas, Escala de

avaliação da Insatisfação corporal para adolescentes, Questionário sobre os hábitos alimentares,

Questionário para avaliar o nível de atividade física habitual. Após responder os questionários, será

avaliado o peso e a estatura corporal do avaliado. Todos os procedimentos serão realizados na

própria escola durante as aulas de Educação Física.

Privacidade: as informações coletadas serão mantidas em sigilo e serão divulgadas no meio

científico, sem qualquer identificação pessoal.

Desistência: o escolar poderá desistir a qualquer momento de sua participação. Contato com a

pesquisadora: esclarecimento de dúvidas (43)96203268.

Eu, ________________________________________________________________

R.G. _______________ declaro que estou ciente e concordo com a participação do (a)

estudante no referido projeto.

Atenciosamente Londrina, ______/______/2010.

_______________________________ _____________________________

Participante Responsável

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ANEXO 2

Escala de Silhuetas

1.Com qual figura você se identifica? ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) 2.Com qual figura você gostaria de se parecer? ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )

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ANEXO 3

Pontos de corte sugeridos por Cole para classificação do estado nutricional

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Anexo 4 – Questionário para estimativa do nível de prática habitual de atividade física

proposto por Baecke (1982):

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Anexo 5

Fórmulas para cálculo dos escores do questionário Baecke de AFH

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ANEXO 6

Questionário Saúde na Boa (QSB)

01. Em quantos dias de uma semana normal você come frutas ou toma sucos naturais de

frutas?

02. Em quantos dias de uma semana normal você come verduras (saladas verdes, tomate,

cenoura, chuchu, abóbora, couve-flor, etc.) ?

03. Em quantos dias de uma semana normal você come salgadinhos (coxinhas, pastéis,

empanados) ?

04. Em quantos dias de uma semana normal você come doces (bolos, tortas, sonhos,

sorvetes) ?

05. Em quantos dias de uma semana normal você toma refrigerantes?

06. Em quantos dias de uma semana normal você toma leite ou iogurte, ou come queijo

ou outros derivados do leite?

07. Em quantos dias de uma semana normal você come feijão com arroz?