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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO VEGETAL
JOÃO PEDRO DE ANDRADE BOMFIM
ATIVIDADE DE EXTRATOS ETANÓLICOS E PRODUTOS COMERCIAIS DE
ORIGEM VEGETAL SOBRE Anastrepha (DIPTERA: TEPHRITIDAE) E
Dysmicoccus brevipes (HEMIPTERA: PSEUDOCOCCIDAE)
ILHÉUS – BAHIA
2017
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JOÃO PEDRO DE ANDRADE BOMFIM
ATIVIDADE DE EXTRATOS ETANÓLICOS E PRODUTOS COMERCIAIS DE
ORIGEM VEGETAL SOBRE Anastrepha (DIPTERA: TEPHRITIDAE) E
Dysmicoccus brevipes (HEMIPTERA: PSEUDOCOCCIDAE)
Dissertação apresentada à Universidade Estadual de Santa Cruz para obtenção do título de Mestre em Produção Vegetal. Linha de Pesquisa: Proteção de Plantas Orientadora: Profª Maria Aparecida Leão Bittencourt
ILHÉUS – BAHIA
2017
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JOÃO PEDRO DE ANDRADE BOMFIM
ATIVIDADE DE EXTRATOS ETANÓLICOS E PRODUTOS COMERCIAIS DE
ORIGEM VEGETAL SOBRE Anastrepha (DIPTERA: TEPHRITIDAE) E
Dysmicoccus brevipes (HEMIPTERA: PSEUDOCOCCIDAE)
Ilhéus, 20 de fevereiro de 2017.
______________________________________________
Dra. Maria Aparecida Leão Bittencourt – DS
DCAA/UESC
(Orientadora)
______________________________________________
Dr. Anibal Ramadan Oliveira– DS
DCB/UESC
______________________________________________
Dra. Olívia Oliveira Santos – DS
UESC
______________________________________________
Dra. Aldenise Alves Moreira– DS
UESB
15
DEDICATÓRIA
Aos meus pais, à minha avó Jovina (in memoriam), familiares e amigos que, direta
ou indiretamente, participaram na construção desta etapa que está sendo finalizada,
dedico.
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AGRADECIMENTO
À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia – FAPESB, pela
concessão da bolsa de estudo.
À Universidade Estadual de Santa Cruz, pela disponibilização das estruturas
físicas utilizadas no desenvolvimento da pesquisa.
À professora Dra. Maria Aparecida Leão Bittencourt pela orientação.
Aos professores do Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal da
Universidade Estadual de Santa Cruz pelos conhecimentos compartilhados, em
especial aos professores Dr. Anibal Ramadan Oliveira, Dr. Arlicélio de Queiroz Paiva,
Dra. Edna Dora Martins Newman Luz, Dr. José Luiz Bezerra, Dra. Poliane Sá Argolo,
Dr. Eduardo Gross, Dr. Fábio Pinto Gomes, Dr. Célio Kersul do Sacramento, que
ministraram disciplinas as quais cursei durante o mestrado.
Aos familiares e amigos, que estiveram juntos nesta etapa, em especial aos
amigos, Alex Sandro Santos, Dávila Maria Araújo e João Paulo Lima, com os quais
compartilhei muitos momentos durante os últimos dois anos.
Aos colegas Alexandre Lima, Victor Marsel, Yasmine Ohana, Olívia Oliveira,
Bruno Marcus Freire, Gildeir Braga, Elisângela Melo, Alex Vidal, Juliana Coelho,
Zuzinaide Bomfim, do Laboratório de Controle Biológico, pelo companheirismo e
colaboração nas diversas atividades desenvolvidas.
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“Ninguém é tão grande que não possa
aprender, nem é tão pequeno que não
possa ensinar”.
Esopo
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ATIVIDADE DE EXTRATOS ETANÓLICOS E PRODUTOS COMERCIAIS DE
ORIGEM VEGETAL SOBRE Anastrepha (DIPTERA: TEPHRITIDAE) E
Dysmicoccus brevipes (HEMIPTERA: PSEUDOCOCCIDAE)
RESUMO
O uso indiscriminado de agrotóxicos tem causado seleção de insetos-praga resistentes, provocado danos à saúde humana, além de desequilíbrio no agroecossistema, de modo que o emprego de inseticidas botânicos como alternativa no manejo integrado de pragas vem sendo estudado. Este trabalho teve como objetivos: avaliar o efeito de extratos etanólicos de pedúnculos do craveiro-da-índia (ECI) e de folhas de citronela (EFC), além dos produtos comerciais BioNeem©, MaxNeem© (à base de nim), Piretron© (piretro natural e rotenona), e óleo de alecrim sobre Anastrepha spp. e D. brevipes. Foi avaliada a mortalidade (%) e a deterrência da oviposição de Anastrepha spp. sob ação dos tratamentos ECI e EFC (20,0%), BioNeem©, MaxNeem© e óleo de alecrim (1,0%) e Piretron© (0,5% e 1,0%). Na avaliação da mortalidade, 1 mL de cada tratamento foi pulverizado sobre 10 moscas adultas (unidade amostral), com avaliações após 1, 4, 8, 12, 24, 48, 72, 96 e 120 horas da aplicação. Um bioensaio, pulverizando o BioNeem© em concentrações inferiores (0,25%, 0,5%, 0,75% e 1,0%), também foi realizado. Para avaliar a deterrência de oviposição, bagas de uva (Vitis vinifera var. Itália – Vitaceae) foram submersas em cada tratamento, por cinco segundos, na testemunha apenas em água destilada, e oferecidas às fêmeas (n=3) de Anastrepha. Em laboratório, foram aplicados os tratamentos ECI e EFC (20,0%), BioNeem©, MaxNeem©, óleo de alecrim e Piretron© (1,0%) sobre ninfas de terceiro instar de D. brevipes. Dez ninfas foram alocadas sobre um fragmento de folha de abacaxizeiro (1,0 x 2,0 cm) dentro de placas de Petri, e aplicado 0,5 mL de cada tratamento, com auxílio de uma pipeta. A mortalidade foi observada a cada 24 horas, durante 13 dias. Em casa-de-vegetação climatizada, foi avaliada a redução de infestação, em mudas previamente infestadas com 15 ninfas por planta, após pulverização dos tratamentos ECI (20,0%), BioNeem© e MaxNeem© (1,0%). Após 30 dias da infestação, foi realizada uma pré-amostragem e feita a 1ª pulverização, sendo estas repetidas aos 37 e 44 dias, e aos 51 dias realizada a última avaliação. A infestação foi classificada por atribuição de notas, de 0 (ausência de cochonilhas) a 5 (base da planta totalmente infestada por cochonilhas). Em moscas, os tratamentos BioNeem©, MaxNeem© e ECI provocaram 100,0%, 85,0% e 62,5% de mortalidade, respectivamente. Os demais tratamentos causaram mortalidade inferior a 35,0%. Após diluição do BioNeem© observou-se 100,0% de mortalidade dos tefritídeos até as 96 horas após a pulverização, em todas as concentrações. No bioensaio de deterrência da oviposição, os tratamentos BioNeem© e MaxNeem© causaram mortalidade das fêmeas (ação de contato) e nas bagas de uva com Piretron© (1,0%) foi depositado um total de 304 ovos, inferior ao total na testemunha (n=1173); os extratos ECI e EFC não mostraram efeito deterrente. Em D. brevipes, os tratamentos que causaram mortalidade acima de 80,0%, foram: ECI e BioNeem© (98,0%), Piretron© (88,0%), MaxNeem© (86,0%) e EFC (84,0%). O tratamento BioNeem© foi o que provocou maior redução na infestação média, em casa-de-vegetação climatizada. Palavras-chave: Inseticidas botânicos; azadiractina; proteção de planta
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ACTIVITY OF ETHANOLIC EXTRACTS AND COMMERCIAL PLANT-BASED
PRODUCTS ON Anastrepha (DIPTERA: TEPHRITIDAE) AND Dysmicoccus
brevipes (HEMIPTERA: PSEUDOCOCCIDAE)
ABSTRACT
The indiscriminate use of agrochemicals has caused the selection of resistant populations of pest insects, leading to human health damages and unbalance in the agroecosystem, so that the use of botanical insecticides has been studied as an alternative in the integrated pest management. This work aimed to evaluate the effect of ethanolic extracts of clove stalks (ECI) and citronela leaves (EFC), besides the comercial products BioNeem© and MaxNeem© (neem-based), Piretron© (natural pyrethrum and rotenone) and rosemary oil on Anastrepha spp. e D. brevipes. Was evaluated the mortality (%) and oviposition deterrency of Anastrepha spp. under effect of the treatments ECI and EFC (20.0%), BioNeem©, MaxNeem© and rosemary oil (1.0%) and Piretron© (0.5% and 1.0%). In the evaluation of mortality, 1 mL of each treatment was sprayed on 10 adult flies (sample unit), evaluating in 1, 4, 8, 12, 24, 48, 72, 96 and 120 hours after the application. One bioassay spraying BioNeem© in lower concentrations (0.25%, 0.5%, 0.75% and 1.0%) was also realized. To evaluate the oviposition deterrency, grape berries (Vitis vinifera var. Itália – Vitaceae) were submerged in each treatment for five seconds, the control was distilled water, and offered to Anastrepha females (n=3). In laboratory, were applied the treatments ECI and EFC (20.0%), BioNeem©, MaxNeem©, rosemary oil and Piretron© (1.0%) on D. brevipes third instar nymphs. Ten nymphs was allocated on a pineapple leaf fragment (1.0 x 2.0 cm) in a Petri dish and was applied 0.5 mL of each treatment using a pipette. The mortality was observed every 24 hours for 13 days. In greenhouse, was evaluated the reduction of infestation on seedlings (previously infested with 15 nymphs per plant) after spraying the treatments ECI (20,0%), BioNeem© and MaxNeem© (1.0%). After 30 days of infestation, was realized a pre-sampling and the first spraying, repeating in the 37th and 44th days, and in the 51th day was realized the last evaluation. The infestation was rated from 0 to 5, being 0 the absence of scale insects and 5 the total infestation of the base of the plant. On flies, the treatments BioNeem©, MaxNeem© and ECI caused mortality of 100.0%, 85.0% and 62.5%, respectively. The others treatments caused mortality below 35.0%. After dilution of BioNeem© was observed mortality of 100.0% on tephritids until 96 hours after spraying in all concentrations. In the bioassay of oviposition deterrency, the treatments BioNeem© and MaxNeem© have caused female mortality (by contact) and in the grape berries with Piretron© (1.0%) was deposited a total of 304 eggs, less than the control total (n=1173); the extracts ECI and EFC did not showed deterrent effect. In D. brevipes, the treatments that caused most of mortality, above 80.0%, were ECI and BioNeem© (98.0%), Piretron© (88.0%), MaxNeem© (86.0%) and EFC (84.0%). The treatment BioNeem© was the one that caused the highest reduction in the mean infestation in greenhouse. Keywords: Botanical inseticides; azadirachtin; plant protection
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO................................................................................... 10
2 REVISÃO DE LITERATURA............................................................. 13
2.1 Fruticultura no Brasil....................................................................... 13
2.2 Insetos-praga na fruticultura........................................................... 14
2.2.1 Moscas-das-frutas.............................................................................. 14
2.2.2 Cochonilha-do-abacaxizeiro.............................................................. 15
2.3 Espécies botânicas no Manejo Integrado de Pragas (MIP)........... 17
2.3.1 Azadirachta indica A. Juss. ................................................................ 18
2.3.2 Syzygium aromaticum (L.) Merr. & L. M. Perry................................... 23
2.3.3 Cymbopogon winterianus Jowitt ........................................................ 25
2.3.4 Rosmarinus officinalis L. ................................................................... 26
3 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................. 29
3.1 Obtenção e criação de insetos para bioensaios............................ 29
3.2 Obtenção e preparo de mudas de abacaxizeiro............................. 31
3.3 Preparação dos extratos vegetais para utilização em
bioensaios......................................................................................... 32
3.4 Bioensaios com moscas-das-frutas do gênero Anastrepha........ 33
3.4.1 Efeito da pulverização........................................................................ 33
3.4.2 Efeito na deterrência da oviposição................................................... 35
3.5 Identificação de espécies de mosca-das-frutas........................... 36
3.6 Bioensaios com cochonilha-do-abacaxizeiro............................... 36
3.6.1 Em laboratório.................................................................................... 36
3.6.2 Em casa-de-vegetação...................................................................... 36
3.7 Análise estatística............................................................................ 38
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................ 39
4.1 Bioensaios com moscas-das-frutas do gênero Anastrepha....... 39
4.1.1 Efeito da pulverização....................................................................... 39
4.1.2 Efeito da pulverização – diluição do BioNeem©................................. 43
4.1.3 Efeito na deterrência de oviposição.................................................... 46
4.2 Bioensaios com chochonilha-do-abacaxizeiro............................. 48
4.2.1 Em laboratório.................................................................................... 48
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4.2.2 Em casa-de-vegetação climatizada................................................... 51
5 CONCLUSÕES.................................................................................. 54
REFERÊNCIAS................................................................................. 55
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1 INTRODUÇÃO
A fruticultura é um dos principais segmentos do agronegócio brasileiro, e o país
ocupa o terceiro lugar na produção mundial de frutas, sendo que a China e a Índia são
os dois maiores produtores. Em 2012, a produção brasileira foi superior a 41 milhões
de toneladas, o que representou 5,3% do total produzido no mundo (FAO, 2015;
SEAB, 2015). As condições climáticas são responsáveis pelo potencial produtivo do
país nesta área, ocorrendo uma especialização regional em função do clima. Regiões
como o Norte e o Nordeste têm maior importância na produção de frutas de clima
tropical, como o abacaxi, banana, coco, cacau, caju, graviola, mamão, maracujá, entre
outros, enquanto que as regiões Sudeste e Sul destacam-se na produção de frutas de
clima subtropical e temperado, como citros, goiaba, figo, maçã e uva (IBRAF, 2009).
A Bahia também tem se destacado no setor frutícola, e a inserção de novas
tecnologias vem propiciando a produção de frutas de excelente padrão de qualidade.
Problemas fitossanitários, no entanto, ainda se caracterizam como limitante para o
alcance de maiores produtividades e exportação de frutos de algumas espécies.
As moscas-das-frutas (Diptera: Tephritidae) são consideradas importantes
pragas da fruticultura mundial devido aos danos diretos e indiretos causados à
produção (BITTENCOURT et al., 2007; BRAGA SOBRINHO et al., 1998; JUNQUEIRA
et al., 1996; NASCIMENTO; CARVALHO, 2000). No Brasil, moscas dos gêneros
Anastrepha Schiner e Ceratitis MacLeay têm importância econômica, podendo
comprometer toda a produção, de acordo com a severidade da infestação, e também
causam impedimento à exportação de frutos in natura, por conta de medidas
quarentenárias exigidas pelos países importadores (NASCIMENTO; CARVALHO,
2000). Além destas, a cochonilha-do-abacaxizeiro Dysmicoccus brevipes (Cockerell)
(Hemiptera: Pseudococcidae) também tem relevante importância econômica, e está
presente em muitos países que produzem comercialmente o abacaxi. Sugam a seiva
das raízes e axilas foliares, e está relacionada à doença virótica murcha-do-
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abacaxizeiro (GUNASHINGHE; GERMAN, 1987; SANCHES; MATOS, 1999; SANTA-
CECÍLIA; BUENO; PRADO, 2004; SANTA-CECÍLIA; CHALFOUN, 1998).
O uso indiscriminado de agrotóxicos causa danos ao meio ambiente, aos seres
vivos e favorece a seleção de pragas resistentes a estas substâncias químicas. Em
decorrência destes efeitos deletérios, a busca por novas medidas de proteção de
plantas contra pragas tem sido implementadas (ALVARENGA; GIUSTOLIN;
QUERINO, 2006; VENZON et al., 2006). A utilização de plantas inseticidas no manejo
integrado de pragas é uma técnica antiga, sendo bastante comum em países tropicais
antes do advento dos inseticidas sintéticos. Os princípios ativos dos inseticidas
botânicos são compostos resultantes do metabolismo secundário das plantas, como
estratégia de proteção contra a herbivoria, e são acumulados em pequenas
quantidades nos tecidos vegetais (CORREA; SALGADO, 2011).
O nim (Azadirachta indica - Meliaceae) tem sido amplamente estudado já que
seus compostos, com destaque para a azadiractina (MORGAN, 2009), apresentam
ação sobre insetos (KOUL, 2005; MARTINEZ, 2002), causando mortalidade e
afetando a biologia de dípteros, hemípteros, entre outros organismos de importância
agrícola (SANTOS et al., 2012; SILVA, 2010; SOUZA; VENDRAMIM, 2005).
O craveiro-da-índia (Syzygium aromaticum - Myrtaceae) é rico em eugenol e
outros compostos, que apresentam atividades nematicida, inseticida, antiviral,
bactericida e fungicida, sendo relatado seu efeito sobre diferentes ordens de insetos-
praga (ILEKE; OGUNGBITE; OLAYINKA-OLAGUNJU, 2014; SANTOS et al., 2012;
SOARES et al., 2011). Na região do Baixo-sul e Sul da Bahia há uma área de
aproximadamente 8.000 ha que exploram o cultivo do craveiro-da-índia, cuja produção
anual é estimada em 2.500 toneladas. Após a colheita dos botões florais, os
pedúnculos juntamente com as folhas são eliminados por serem classificados como
resíduo da produção, no entanto, assim como o botão floral, também apresentam, em
sua composição química, metabólitos secundários com potencial no controle de
pragas (OLIVEIRA et al., 2009).
A espécie citronela (Cymbopogon winterianus - Poaceae) é uma planta
aromática e tem sido utilizada no controle de insetos de importância econômica. O
citronelal e o geraniol, principais componentes do óleo essencial da planta, são
relatados com atividade inseticida (SILVEIRA et al., 2012; SAMARASEKERA;
KALHARI; WEERASINGHE, 2006).
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O alecrim (Rosmarinus officinalis - Lamiaceae) também é uma planta
aromática, e tem sido testado visando o controle de insetos-praga por conter um alto
teor de óleo essencial rico em terpenoides, sendo que seus componentes majoritários
são o 1,8-cineol, o α-pineno e a cânfora, com atividade biológica sobre insetos de
diversas ordens (BENELLI et al., 2012; CANALE et al., 2013; GILLIJ; GLEISER;
ZYGADLO, 2008; ISMAN; WILSON; BRADBURY, 2008; KATERINOPOULOS et al.,
2005; MORETTI et al., 1998; MORETTI et al., 1998, 2002; PASSINO et al., 1999).
Diante do conhecimento do potencial no controle de insetos-praga por meio da
utilização dos compostos de plantas, este trabalho teve como objetivos: verificar o
efeito dos extratos etanólicos de S. aromaticum e C. winterianus, e produtos
comerciais BioNeem©, MaxNeem©, Piretron© (piretro natural e rotenona), e óleo de
alecrim sobre Anastrepha spp. e D. brevipes, em condição de laboratório e casa-de-
vegetação.
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2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Fruticultura no Brasil
O Brasil se destaca na produção mundial de frutas, ocupando a terceira posição
no grupo dos maiores produtores, caracterizando a fruticultura como um dos principais
segmentos do agronegócio brasileiro. Em 2012, a produção foi superior a 41 milhões
de toneladas, o que representou 5,3% do total produzido no mundo, e esteve atrás
apenas da China e Índia, que respondem por 29,4% e 9,4% da produção,
respectivamente (FAO, 2015; SEAB, 2015).
As condições climáticas favoráveis e variadas nos Estados são responsáveis
pelo crescente desenvolvimento produtivo do Brasil nesta área. Devido às diferenças
climáticas que ocorrem no país, existe uma especialização regional na produção,
sendo que regiões como o Norte e o Nordeste têm maior importância na produção de
frutas de clima tropical, como o abacaxi, banana, coco, cacau, caju, graviola, mamão,
maracujá, entre outros, enquanto que as regiões Sudeste e Sul destacam-se na
produção de frutas de clima subtropical e temperado, como citros, goiaba, figo, maçã
e uva (IBRAF, 2009).
A Bahia também tem se destacado no setor frutícola, e a inserção de novas
tecnologias vem propiciando a produção de frutas de excelente padrão de qualidade.
O Estado é o principal produtor de mamão e maracujá, e um dos principais produtores
de banana, manga, entre outras espécies vegetais (GALEANO; MARTINS, 2015).
Problemas fitossanitários, no entanto, ainda se caracterizam como limitante para o
alcance de maiores produtividades e exportação de frutos de algumas espécies.
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2.2 Insetos-praga na fruticultura
2.2.1 Moscas-das-frutas
As moscas-das-frutas são consideradas importantes pragas da fruticultura
nacional e mundial devido aos danos diretos e indiretos causados à produção. Os
danos diretos são caracterizados tanto pela perfuração realizada pelas fêmeas no
epicarpo do fruto, no momento da deposição dos ovos, quanto pela deterioração da
polpa do fruto, resultante da alimentação das larvas. Os danos indiretos estão
relacionados à entrada de microrganismos patógenos, através das puncturas
realizadas pelas fêmeas (ALUJA; MANGAN, 2008; BITTENCOURT; MATTOS
SOBRINHO; PEREIRA, 2007; BRAGA SOBRINHO; CARDOSO; FREIRE, 1998;
FOLLETT; NEVEN, 2006; JUNQUEIRA et al., 1996; NASCIMENTO; CARVALHO,
2000; SILVA; LIMA; DEUS, 2013).
No Brasil, os gêneros Anastrepha Schiner e Ceratitis MacLeay são de
importância econômica, podendo comprometer toda a produção, de acordo com a
severidade da infestação, e também causam impedimento à exportação de frutos in
natura, devido às restrições impostas através das medidas quarentenárias exigidas
pelos países importadores (ZUCCHI, 2000). O gênero Ceratitis é representado apenas
pela espécie Ceratitis capitata (Wied.), enquanto que 120 espécies do gênero
Anastrepha estão registradas para o país, das quais 31 espécies ocorrem no Estado
da Bahia (ZUCCHI, 2008).
Devido ao comportamento polífago de C. capitata e de muitas espécies do
gênero Anastrepha, que infestam várias espécies vegetais, associado à
disponibilidade de hospedeiros alternativos em muitas regiões do país, ou mesmo ao
fato de uma espécie hospedeira apresentar vários ciclos produtivos ao ano, a
eliminação destes insetos frugívoros é dificultada (ARAÚJO et al., 2005; ARAÚJO et
al., 2014; MONTES, 2006; LIMA JUNIOR; SANTOS; CARVALHO, 2007; ZUCCHI,
2008). A indicação para o manejo integrado das moscas-das-frutas é a realização,
inicialmente, do monitoramento destes insetos-praga, para observar sua ocorrência e
nível de infestação. O monitoramento é realizado por meio de armadilhas, a exemplo
do tipo McPhail, que podem conter proteína hidrolisada ou outro tipo de atrativo
alimentar no seu interior (DIMARCO; BARBOZA; SANTOS, 2015; GALDINO; RAGA,
2016; MONTES, 2006). De forma complementar, também é realizado o
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monitoramento por meio da coleta de frutos hospedeiros destes tefritídeos, a fim de
verificar a infestação por frutos, e conhecer as espécies que estão associadas à
determinada espécie vegetal (ARAÚJO et al., 2005; ARAÚJO et al., 2014;
BITTENCOURT et al., 2006; MELO et al., 2016; MONTES, 2006; SÁ et al., 2008;
SILVA et al., 2011).
Alguns autores observaram a predominância de Anastrepha em relação ao
gênero Ceratitis, ao realizarem monitoramento com armadilhas do tipo McPhail,
contendo proteína hidrolisada como atrativo alimentar, e também por meio da coleta
de frutos hospedeiros de diferentes espécies em diferentes regiões do Estado da
Bahia (BITTENCOURT et al., 2006; MELO et al., 2016; SÁ et al., 2008; SANTOS et
al., 2005; SILVA et al., 2011).
Após o monitoramento, intervenções nas áreas de cultivo devem ser realizadas,
buscando a diminuição dos níveis populacionais da praga. Os principais métodos de
controle utilizados para estes insetos são o controle cultural, biológico e químico
(ALVARENGA et al., 2005; DIMARCO; BARBOZA; SANTOS, 2015; GALLO et al.,
2002; MONTES, 2006; NASCIMENTO; CARVALHO, 2000). O controle cultural
consiste, basicamente, na catação e eliminação dos frutos atacados, que impedirá a
praga de completar seu ciclo de vida. O controle biológico é realizado por meio da
liberação massal de inimigos naturais, ou pela ocorrência natural destes organismos
benéficos nos pomares (ARAÚJO et al., 2014; BROGLIO et al., 2016; CARVALHO;
SOARES FILHO; RITZINGER, 2010; SOUSA et al., 2016). O controle químico, por
sua vez, consiste na aplicação de produtos fitossanitários, no entanto, há uma maior
possibilidade de selecionar insetos-alvo resistentes aos princípios ativos dos
agrotóxicos utilizados, além de provocar contaminação humana e do agroecossistema
(MAGAÑA et al., 2007; RIGOTTO et al., 2013). Atualmente, no país, existem 12
inseticidas recomendados pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento
(MAPA) para moscas do gênero Anastrepha, pertencentes aos grupos químicos dos
piretroides, organofosforados, neonicotinoides, espinosinas, e éter difenílico (MAPA,
2017).
2.2.2 Cochonilha-do-abacaxizeiro
A espécie D. brevipes, conhecida comumente como cochonilha-do-
abacaxizeiro, é uma praga cosmopolita, com relevante importância econômica na
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fruticultura, e está presente em muitos países produtores de abacaxi. Encontra-se
sugando a seiva, preferencialmente nas axilas foliares e raízes, mas em altas
populações, podem também ser encontrada nas inflorescências, pedúnculo e nas
infrutescências. Como consequência direta da presença dessa praga, ocorre o
enfraquecimento da planta. Essa espécie de cochonilha também está relacionada à
doença murcha-do-abacaxizeiro, causada pelo PMWaV (Pineapple Mealybug Wilt-
associated Virus) (GUNASHINGHE; GERMAN, 1987; SANCHES; MATOS, 1999;
SANTA-CECÍLIA; BUENO; PRADO, 2004; SANTA-CECÍLIA; CHALFOUN, 1998). De
acordo com Sanches (2005), as perdas decorrentes da ação de D. brevipes podem
ultrapassar 80,0%.
As fêmeas de D. brevipes apresentam metamorfose incompleta, com três
estádios ninfais e fase adulta. As ninfas de primeiro instar possuem pouca cerosidade
recobrindo o corpo, são dotadas de um par de filamentos localizados na extremidade
do abdômen; se locomovem intensamente, podendo percorrer longas distâncias,
sendo nesse estádio que ocorre a maior intensidade e a dispersão voluntária da praga.
No segundo instar, as ninfas apresentam seis pares de filamentos cerosos na região
abdominal, sendo o último par com maior comprimento e mais grosso. E no terceiro
instar, os insetos apresentam 17 pares de filamentos ao redor do corpo. As fêmeas
adultas possuem o corpo ovalado, medindo cerca de 3 mm de comprimento, de
colocação rósea, recoberto por uma secreção cerosa branca, e possuem 34
filamentos circundando o corpo, sendo que os oito últimos filamentos são maiores e
mais grossos que os demais (LACERDA; CARVALHO; OLIVEIRA, 2009; SANTA-
CECÍLIA et al., 2007).
Apesar de ser conhecida como cochonilha-do-abacaxieiro, D. brevipes é uma
espécie altamente polífaga, sendo conhecida uma ampla gama de espécies vegetais
hospedeiras, das quais estão incluídas espécies de importância econômica, como
abacate, abóbora, ameixa, batata, café, cana-de-açúcar, citros, coco, maçã,
mandioca, manga, pera, soja, tomate e uva (BEN-DOV, 1994; CULIK; GULLAN, 2005;
GRANARA DE WILLINK, 2009; MODEL, 2000).
No momento da alimentação, as cochonilhas liberam uma substância
açucarada, conhecida como honeydew, que pode ficar acumulada na superfície das
plantas e propiciar o desenvolvimento de fungos, provocando a fumagina, o que reduz
a capacidade fotossintética e, consequentemente, limita a produção. Almeida (2014)
relatou a ocorrência de fumagina (Cladosporium sp.) em folhas de camu-camu
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[Myrciaria dubia (Kunth) McVaugh (Myrtaceae)] infestadas com D. brevipes. O
honeydew também é utilizado como fonte de alimento por diversas espécies de
formigas, que estabelecem relações de protocooperação com as cochonilhas e, em
troca, fornece proteção contra o ataque de inimigos naturais, assim como acontece
com outras espécies de insetos sugadores (CARABALÍ-BANGUERO et al., 2013;
MGOCHEKI; ADDISON, 2009; NIELSEN; AGRAWAL; HAJEK, 2010)
A dispersão desses insetos pode acontecer, além de outras formas, através do
trânsito de mudas infestadas, entre diferentes regiões, sem o devido tratamento
fitossanitário (MATOS et al., 2009; SANCHES et al., 2009). Em interação com a
cochonilha-do-abacaxizeiro, formigas doceira também participam em sua
disseminação nas áreas de cultivo (SANCHES, 2005).
O manejo integrado de D. brevipes, na cultura do abacaxizeiro é baseado,
principalmente, na destruição e eliminação dos restos culturais, objetivando evitar a
manutenção de estruturas da planta que favoreçam a sobrevivência da praga; na
utilização de mudas com boa qualidade fitossanitária, oriundas, de preferência, de
locais onde a cochonilha não esteja ocorrendo; e após a colheita e a seleção das
mudas, estas devem ficar expostas ao sol durante alguns dias. Caso as mudas
venham de áreas onde a praga esteja presente, é importante a sua imersão em calda
com produto fitossanitário (LACERDA; CARVALHO; OLIVEIRA, 2009; MODEL, 2000;
SANCHES et al., 2005). Atualmente, no país, existem quatro inseticidas
recomendados pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) para
a cochonilha-do-abacaxizeiro, sendo eles o Actara 10 GR®, Actara 250 WG®
[ingrediente ativo (i.a.) tiametoxan], Evidence 700 WG® e Kohinor 200 SC®, (i.a.
imidacloprido) todos pertencem ao grupo químico dos neonicotinoides (MAPA, 2017).
É importante, também, evitar estabelecer o plantio de abacaxi em áreas onde são
cultivadas outras espécies hospedeiras da praga.
2.3 Espécies botânicas no Manejo Integrado de Pragas (MIP)
O uso indiscriminado de agrotóxicos causa danos à saúde humana, à fauna de
uma forma geral, o desequilíbrio do agroecossistema, e diminui a população de
inimigos naturais, favorecendo a seleção de pragas resistentes a estas substâncias
químicas. Em decorrência destes efeitos deletérios, a busca por novas medidas de
18
proteção de plantas contra insetos-pragas têm sido implementadas. A utilização de
plantas inseticidas no manejo integrado de pragas é uma técnica antiga, sendo
bastante comum em países tropicais antes do advento dos inseticidas sintéticos
(ALVARENGA; GIUSTOLIN; QUERINO, 2006; RIGOTTO et al., 2013; VENDRAMIM;
CASTIGLIONI, 2000; VENZON et al., 2006).
Os princípios ativos dos inseticidas botânicos são compostos resultantes do
metabolismo secundário das plantas, como estratégia de proteção contra a herbivoria,
e são acumulados em pequenas quantidades nos tecidos vegetais. Estes inseticidas
não apresentam apenas uma, mas sim um complexo destas substâncias, que atuam
com atividade biológica (CORREA; SALGADO, 2011; FAZOLIN et al., 2002;
KATERINOPOULOS et al., 2005; MENEZES, 2005; PREVIERO et al., 2010). Os
inseticidas botânicos têm como características principais o lento desenvolvimento de
resistência por parte dos insetos, uma vez que estes produtos são compostos por
diferentes substâncias ativas, a obtenção a partir de recursos renováveis, e são
rapidamente degradados, diminuindo a persistência no ambiente. Os efeitos destes
metabólitos sobre os insetos podem se expressarem na mortalidade em diferentes
fases de desenvolvimento, através da repelência, da deterrência alimentar e de
oviposição, alterações endócrinas, aumento do ciclo de vida, alterações sexuais,
inibição do crescimento, alterações morfológicas, entre outros (GALLO et al., 2002;
GILLIJ; GLEISER; ZYGADLO, 2008; ISMAN; WILSON; BRADBURY, 2008;
KATERINOPOULOS et al., 2005; MORETTI et al., 1998; NERIO; OLIVERO-VERBEL;
STASHENKO, 2010; ROEL, 2001).
2.3.1 Azadirachta indica A. Juss.
O nim, A. indica, é uma espécie botânica da família Meliaceae, originária do
sudeste asiático, e apenas outras duas espécies fazem parte deste gênero: A. excelsa
(Jack) Jacobs e A. siamensis Valeton (KANOKMEDHAKUL et al., 2005). Azadirachta
indica é a espécie que apresenta maior importância mundial e quantidade de
pesquisas desenvolvidas. A árvore de nim se estabelece bem em regiões de clima
tropical e subtropical, com temperaturas variando entre 20ºC e 32ºC, precipitação
anual entre 400 e 800 mm, é de rápido crescimento, com altura de 15 a 20 m, podendo
19
atingir, em condições ótimas, até 25 m (MARTINEZ, 2002, 2005; YADAV et al., 2016;
SCHMUTTERER, 1990).
O principal motivo de o nim ser amplamente estudado é a riqueza de
compostos produzidos, nas diferentes estruturas, através do metabolismo secundário
da planta. Os compostos derivados do nim são capazes de produzir efeitos múltiplos
sobre pragas, tais como supressores de alimentação, interrupção do crescimento,
supressão de fecundidade, esterilização e repelência de oviposição e alterações na
aptidão biológica. São mais de 200 compostos identificados, sendo em sua maioria
limonoides, um dos principais representantes do grupo dos terpenos com atividade
inseticida. Destes limonoides encontrados no nim, destaca-se a azadiractina,
composto que possui importantes atividades biológicas sobre insetos, fungos e
nematoides fitopatogênicos (ALVARENGA et al., 2012; MORGAN, 2009; FRANÇA et
al., 2010; SOUZA; VENDRAMIM, 2005; VIEGAS JUNIOR, 2003; YASMIN et al.,
2008). Apesar das moléculas biologicamente ativas serem produzidas em diferentes
estruturas da planta, como folhas, ramos e cascas, são as sementes que apresentam
maiores teores de azadiractina (KANOKMEDHAKUL et al., 2005; MORDUE, NISBET,
2000; SCHMUTTERER, 1990).
Salles e Rech (1999) estudaram o efeito das meliáceas, nim (torta e líquido) e
do cinamomo Melia azedarach L. (pó seco) sobre A. fraterculus. Tanto a torta do nim
quanto o pó seco de cinamomo foram utilizados nas concentrações de 25, 50, 75, 100
e 150 g/L, e o formulado líquido de nim nas concentrações de 3, 5, 8, 11 e 14 mL/L,
todos diluídos em água. As moscas foram deixadas sem acesso a alimentação por 24
horas e, após esse período, foi oferecida a solução teste. Após 24 horas, frutos
artificiais e naturais foram oferecidos aos insetos. Avaliou-se a oviposição, número de
larvas, número de pupários e número de pupários deformados, número de adultos e
número de adultos deformados. A torta de nim reduziu o número de ovos depositados,
contudo não houve uma relação direta da redução com a dosagem do produto; houve
redução no número de larvas eclodidas e de pupários, e o aumento do número de
pupários deformados.
Larvas da espécie Bactrocera cucurbitae (Coquillett) foram submetidas ao
contato, através de papel filtro impregnado, com extrato produzido a partir do óleo da
semente de nim (0,3% de azadiractina) nas concentrações de 3,0%, 4,0%, 5,0%, 6,0%
e 7,0%. Os autores verificaram que, apenas nas duas maiores concentrações, foram
obtidas mortalidades superiores a 60,0%, com valores de 67,01% e 69,07%, para as
20
concentrações de 6,0% e 7,0%, respectivamente. As concentrações menores
apresentaram mortalidades inferiores a 35,0% (YASMIN et al., 2008).
A exposição de larvas de C. capitata às soluções do produto comercial Organic
Neem®, nas concentrações de 0,5%, 1,0% e 1,5%, não afetaram significativamente a
emergência dos adultos (FRANÇA et al., 2010).
Alvarenga et al. (2012) verificaram o efeito de diferentes concentrações da torta
de nim, misturadas em vermiculita, na emergência de C. capitata. Larvas da mosca,
parasitadas ou não por Diachasmimorpha longicaudata (Ashmead) (Hymenoptera:
Braconidae), foram transferidas para copos contendo vermiculita e torta de nim. As
tortas foram utilizadas nas concentrações de 5,0%, 10,0%, 15,0%, 20,0%, 25,0% e
30,0%, além da testemunha que continha apenas vermiculita. Nas larvas parasitadas,
os tratamentos foram estatisticamente iguais à testemunha, com emergência inferior
a 12,0%. Para o lote de larvas não parasitadas, houve uma redução no número de
moscas emergidas com o aumento da concentração de torta de nim na vermiculita,
variando de 78,8 moscas na testemunha (sem torta de nim) para 38,5 no tratamento
com 30,0% do produto, sendo este diferente estatisticamente dos demais tratamentos.
Santos et al. (2012) testaram, por meio de pulverização, seis produtos vegetais
sobre adultos de moscas-das-frutas do gênero Anastrepha e broca-rajada
Metamasius hemipterus (L.) (Coleoptera: Curculionidae), dentre os quais haviam três
produtos comerciais à base de nim, sendo eles o Neemseto© (1,0%), Fortnim© (1,0%)
e Azamax® (1,2%). Os resultados mostraram que, sobre as moscas-das-frutas os
produtos comerciais não diferiram estatisticamente entre si, e causaram mortalidades
superiores aos demais, sendo que o Neemseto© causou mortalidade de 100,0% dos
adultos, oito horas após a aplicação. O Fortnim© e Azamax® provocaram mortalidades
de 95,0% e 77,5%, respectivamente.
Marchota Junior et al. (2013) avaliaram o efeito do produtos comercial Rot-Nim®
(600 mL do produto/100 L), à base de azadiractina e rotenona, sobre A. fraterculus,
em laboratório e campo. Por efeito de contato, o Rot-Nim® provocou 83,0% e 100,0%
de mortalidade, após 2 horas e 8 horas da aplicação, respectivamente. O produto
causou mortalidade inferior a 20,0% nas primeiras 8 horas, atingindo 79,0% no final
da observação por ingestão. Não apresentou ação de profundidade, causando apenas
21,0% de mortalidade, sendo estatisticamente semelhante à testemunha. Com
relação à persistência dos produtos em campo, o Rot-Nim® causou 35,0% de
21
mortalidade dos insetos no período de 1 a 21 dias após a aplicação, causando
mortalidade inferior a 30,0% após este período.
Foi avaliado, com chance de escolha, a deterrência de oviposição de extratos
derivados de dez espécies vegetais sobre B. carambolae. Extratos da casca e das
folhas do nim foram os tratamentos com maior efeito de deterrência, não tendo sido
coletados pupários, e inibindo completamente a oviposição. Em experimento sem
chance de escolha, o extrato de folhas de nim também inibiu a oviposição, e com o
extrato da casca da planta, foi obtido o menor número de pupários, diferindo
estatisticamente da testemunha (SULTANA et al., 2013).
Maharjan et al. (2016), visando manejo sustentável em cultivo de pepino
[Cucumis sativus (Cucurbitaceae)], avaliaram seis tratamentos, dos quais dois eram à
base de nim e um continha à planta na composição, sobre Bactrocera cucurbitae
(Coquillett). No período da colheita, foram quantificados os frutos com danos
causados pela mosca. Os três melhores tratamentos foram aqueles à base nim, sendo
que com a aplicação do extrato aquoso de folhas e sementes de A. indica a 20,0% de
concentração, houve menor número de frutos com danos.
Souza e Vendramim (2005) avaliaram o efeito translaminar, sistêmico e de
contato, em diferentes concentrações, do extrato aquoso de sementes de nim sobre
a mosca-branca, Bemisia tabaci (Genn.) (Hemiptera: Aleyrodidae) Biótipo B em
tomateiro. Os autores observaram um aumento progressivo na mortalidade da mosca-
branca com o aumento das concentrações do extrato, em todas as vias de contato. A
ação translaminar chegou a causar 99,6% de mortalidade, na maior concentração do
extrato (5,0%). Via sistêmica, os insetos apresentaram mortalidade de até 100,0%,
quando foram aplicados tanto 20 mL quanto 50 mL de extrato, a 5,0% de
concentração, nos solos onde foram plantados os tomateiros. Por efeito de contato,
foi alcançada mortalidade de até 98,9%, com extrato na concentração de 5,0%, o que
não diferiu estatisticamente do extrato a 1,0% de concentração (97,5% de
mortalidade).
Mattos Sobrinho (2008) avaliou o efeito de extratos aquosos e etanólicos de
folhas de nim nas concentrações de 1,0%, 5,0% e 10,0%, além de óleo emulsionável
de nim Neemseto® a 1,0% sobre a cochonilha D. brevipes. Foi observado que o extrato
etanólico, em todas as concentrações, provocou mortalidade de 100,0% dos insetos
expostos, a partir das primeiras 24 horas após a aplicação. O extrato aquoso (5%)
provocou 60,61% de mortalidade após 72 horas, enquanto que a 10,0% de
22
concentração causou mortalidade inferior a 40,0%, após o mesmo período. O produto
comercial Neemseto® causou 66,66% de mortalidade após 72 horas da aplicação.
O efeito residual e de contato de extratos aquosos de nim, produzidos a partir
do óleo de sementes da planta, sobre Phenacoccus solenopsis Tinsley (Hemiptera:
Pseudococcidae) foi estudado nas concentrações de 5.000, 10.000, 15.000, 20.000,
25.000 e 30.000 ppm do óleo em água destilada. Na concentração de 30000 ppm,
houve a maior mortalidade das cochonilhas, sendo de 70,0% por efeito residual, e de
63,33% por contato, e foram iguais estatisticamente aos resultados obtidos nas
concentrações de 25.000 e 20.000 ppm. Na menor concentração (5.000 ppm) a
porcentagem de mortalidade foi estatisticamente semelhante à testemunha
(MAMOON-UR-RASHID; KHATTAK; ABDULLAH, 2012).
Uemura-Lima et al. (2014) avaliaram o efeito inseticida do produto Azamax®
sobre Dysmicoccus sp., nas concentrações de 1,0%, 2,0%, 4,0% e 8,0%. Foi
verificado o efeito residual e o efeito de contato direto, por meio da pulverização do
inseticida em abóbora livre do inseto e em abóbora infestada. No efeito residual, os
insetos foram transferidos para o substrato 24 horas após a aplicação dos
tratamentos. Os dados de mortalidade foram coletados diariamente, durante 10 dias.
Os autores observaram baixa eficiência deste produto no controle da cochonilha, nas
condições às quais os insetos foram submetidos, com mortalidade máxima de 15,0%
para o efeito de contato direto, e de 2,5% para o efeito residual.
Foi avaliada a mortalidade D. brevipes sob a ação de extratos aquosos de A.
indica (200 g de sementes trituradas/ 4 L), de Capsicum frutescens (Solanaceae) (100
g do fruto/ 6 L) e de Hyptis suaveolens (Lamiaceae) (375 g da folha/ 3,75 L). Foram
transferidas 20 cochonilhas para os abacaxizeiros, e 72 horas após a infestação, os
extratos foram pulverizados. Após 48 horas da pulverização, foi observado que todos
os extratos causaram mortalidade inferior a 50,0%, sendo que o extrato de nim
provocou apenas 38,0% de mortalidade (FANOU et al., 2014).
Outros trabalhos verificaram a ação do nim na mortalidade e no
desenvolvimento de coleópteros, lepidópteros e hemípteros, tanto sobre insetos-
praga de campo, bem como em pragas de grãos armazenados (COITINHO et al.,
2006; DJOMAHA et al., 2016; FÉLICIA et al., 2016).
23
2.3.2 Syzygium aromaticum (L.) Merr. & L. M. Perry
O craveiro-da-índia, S. aromaticum, é uma espécie botânica pertencente à
família Myrtaceae, originária da Indonésia, e se desenvolve bem em regiões de clima
tropical. É explorado como especiaria na culinária, além de ser feita a extração do óleo
essencial, utilizado na produção de fármacos, no controle de microrganismos e de
pragas na agricultura. Segundo Oliveira et al. (2009), S. aromaticum é rico em óleos
essenciais, sendo que o botão floral seco tem um rendimento de óleo de até 15,4%.
No Brasil, as regiões Baixo-sul e Sul da Bahia são importantes produtoras do
craveiro-da-índia, em aproximadamente 8.000 ha, envolvendo cerca de 3.800
propriedades rurais, cuja produção anual é estimada em 2.500 toneladas. Após a
colheita dos botões florais, estes são destacados, e os pedúnculos juntamente com
as folhas são eliminados por serem classificados como resíduo da produção. No
entanto, assim como o botão floral, também apresentam, em sua composição química,
metabólitos secundários com potencial no controle de pragas (OLIVEIRA et al., 2009).
O eugenol é o componente majoritário de óleos essenciais extraídos de
diferentes estruturas do craveiro-da-índia (CRUZ et al., 2014; JAIROCE et al., 2016;
OLIVEIRA et al., 2009; RAZAFIMAMONJISON et al., 2014; SANTOS, 2009). No óleo
essencial extraído do botão floral de plantas cultivadas em municípios do Estado da
Bahia, este componente representava 88,38%, enquanto que do óleo extraído do
pedúnculo, o eugenol representava 90,41% (OLIVEIRA et al., 2009). Alguns estudos
(MAZZAFERA, 2003; NEVES et al., 2007; SANTOS, 2009), reportaram que o eugenol
e outros compostos extraídos do craveiro-da-índia, apresentam atividades nematicida,
inseticida, antiviral, bactericida e fungicida.
Santos (2009) por meio da pulverização de extrato aquoso do pedúnculo do
craveiro-da-índia e do botão floral da mesma planta a 10,0% de concentração sobre
moscas-das-frutas do gênero Anastrepha, observou mortalidade de 60,0% e 66,6%,
respectivamente. Em laboratório, o extrato aquoso do pedúnculo do craveiro-da-índia
(20,0% de concentração) pulverizado sobre insetos deste mesmo gênero causou
mortalidade em 30% dos adultos após 120 horas da aplicação (SANTOS et al., 2012).
Avaliou-se o efeito do eugenol sobre adultos de Sitophilus zeamais Mots.
(Coleoptera: Curculionidae), na dose de 50 µL/20 g de grãos de milho, tendo sido
observado mortalidade de 100,0% dos insetos, bem como a inibição da emergência
de adultos (COITINHO et al., 2006). Verificou-se mortalidade de 100,0% de adultos
24
de Sitophilus oryzae Linné (Coleoptera: Curculionidae) após terem sido misturados,
0,5 g e 2,5 g de pó de S. aromaticum em 20 g de grãos de sorgo, após 96 h e 48 horas
da exposição, respectivamente (ILEKE; OGUNGBITE; OLAYINKA-OLAGUNJU,
2014). Sobre as pragas de grãos armazenados, S. zeamais (milho) e Acanthoscelides
obtectus (feijão) (Say) (Coleoptera: Chrysomelidae), foi avaliado o efeito do óleo
essencial do craveiro-da-índia, a 35,0; 17,9; 8,9; 3,6; 1,8; 0,4; e 0,2 μL/20 g de grãos.
A dose de 35,0 μL/g causou 100,0% de mortalidade nas duas espécies-alvo, e a dose
de 17,9 μL/g provocou 95,0% de mortalidade em A. obtectus e 82,5% em S. zeamais,
contudo esses dois tratamentos não diferiram estatisticamente, sendo superiores aos
demais. Os quatro tratamentos com as menores concentrações resultaram no menor
número de insetos mortos, e foram iguais, estatisticamente, à testemunha para as
duas espécies de insetos (JAIROCE et al., 2016).
A aplicação do óleo essencial do craveiro-da-índia sobre a lagarta desfolhadora
Thyrinteina arnobia (Stoll.) (Lepidoptera: Geometridae), nas concentrações de 5,0% e
10,0%, causou mortalidade de 80,0% e 100,0%, respectivamente (SOARES et al.,
2011).
Cruz et al. (2014) avaliaram a ação do óleo essencial de S. aromaticum, bem
como sua associação com a bactéria Bacillus thuringiensis Berliner, sobre lagartas de
terceiro ínstar de Spodoptera frugiperda (JE Smith) (Lepidoptera: Noctuidae), através
da alimentação das lagartas com folhas previamente imersas em soluções com os
diferentes tratamentos. As concentrações utilizadas foram de 30 e 50 mg de óleo, e
1.000 mg de produto comercial à base de B. thuringiensis por litro de água. Os autores
observaram que o óleo essencial, isoladamente e combinado com o microrganismo,
nas diferentes concentrações, diminuíram o peso das lagartas e das pupas, diferindo
estatisticamente da testemunha. O óleo testado isoladamente, tanto na concentração
de 30 mg/L quanto na de 50 mg/L, provocou o aumento do período larval em relação
à testemunha, possibilitando o aumento da suscetibilidade do imaturo aos inimigos
naturais.
Ibrahim e Alahmadi (2015) avaliaram o efeito do pó e do óleo essencial do botão
floral do craveiro-da-índia, aplicados em solo, sobre Oryctes agamemnon Burmeister
(Coleoptera: Scarabaeidae), inseto-praga da tamareira Phoenix dactylifera L.
(Arecaceae). A aplicação do pó no solo foi realizada nas concentrações de 1, 3, 5, 7
e 9,0%, enquanto que o óleo essencial foi aplicado nas doses de 1, 2, 3, 4 e 5 mL/kg
de solo. Apenas as duas maiores concentrações do pó resultaram em mortalidade
25
acima de 60,0%, sendo que a maior concentração (9,0%) provocou mortalidade de
68,5% dos indivíduos. Como resultado da aplicação do óleo, houve variação da
mortalidade de 12,5% à 87,9%, para das doses de 1 e 5 mL/kg, respectivamente.
2.3.3 Cymbopogon winterianus Jowitt
A espécie C. winterianus, popularmente conhecida como citronela, é uma
planta herbácea, perene, pertencente à família Poaceae, originária do continente
asiático, e amplamente cultivada nas regiões tropicais por conta de sua característica
aromática. No Brasil, o cultivo dessa espécie vem crescendo, sobretudo para a
extração de óleos essenciais, utilizados na produção de repelentes e aromatizantes
(MENEZES, 2005; ROCHA; MING; MARQUES, 2000), como também tem sido dada
atenção à sua utilização na agricultura, no manejo integrado de pragas. Os principais
compostos encontrados no óleo essencial da citronela são o citronelal, geraniol e
citronelol. O citronelal aparece como composto majoritário em muitos estudos,
entretanto, a composição de óleos essenciais pode variar em função de vários fatores
como condições climáticas, solo, material genético, idade da planta, entre outros
(GUSMÃO et al., 2013; PINHEIRO et al., 2013; SILVEIRA et al., 2012).
Cowles et al. (1990) estudaram a ação de diferentes compostos sobre o
comportamento de oviposição da mosca-da-cebola Delia antiqua (Meigen) (Diptera:
Anthomyiidae). Os autores observaram que, para provocar o efeito de deterrência na
oviposição em 90,0% da população do inseto, foram necessárias concentrações de
3,7% e 0,88% de citronelal e citronelol, respectivamente.
O efeito de repelência do óleo essencial de quatro espécies vegetais, dentre
elas a citronela, foi avaliado em três espécies de mosquitos (Diptera: Culicidae):
Aedes aegypti (L.); Anopheles dirus Peyton & Harrison e; Culex quinquefasciatus Say.
Os produtos foram testados na forma de extrato etanólico à 25,0% de concentração,
e o efeito de repelência foi verificado 4 h, 4,5 h, 5 h, 5,5 h e 6 h após a aplicação dos
produtos. Para as três espécies de mosquitos, o extrato etanólico de citronela
promoveu 100,0% de repelência a partir do primeiro momento de observação,
permanecendo com esta eficiência até a última observação (TAWATSIN et al., 2001).
Ootani et al. (2011) estudaram a ação do óleo essencial de Cymbopogon
nardus (L.) (Poaceae) e Corymbia citriodora Hill e Johnson (Myrtaceae), plantas ricas
26
em citronelal, e testaram também o composto citronelal (85,0% de pureza) sobre S.
zeamais, praga de grãos armazenados. Os três produtos foram diluídos em acetona
nas concentrações de 0,185; 0,370; 0,555; 0,740; 0,925; 1,111 e 1,296 µL/cm2. Cada
unidade amostral foi composta por 20 insetos adultos acondicionados em frascos de
vidro transparente, e submetidos a cada tratamento. Os autores observaram que o
tratamento citronelal apresentou melhor resposta, necessitando de menores doses,
em relação aos outros tratamentos, para causar mortalidade de 50,0% e 95,0% da
população, sendo 0,340 e 0,820 µL/cm2, respectivamente.
Pinheiro et al. (2013) verificaram efeito inseticida do óleo essencial de C.
winterianus sobre tripes [Frankliniella schultzei (Trybom) (Thysanoptera: Thripidae)]
e o pulgão-verde [Myzus persicae Sulzer (Hemiptera: Aphididae)]. O óleo foi aplicado
à concentração de 1,0%, diluído em água destilada. Observou-se maior toxicidade do
produto sobre o pulgão-verde em relação ao tripes, com mortalidades corrigidas de
96,9% e 34,3%, respectivamente.
O potencial inseticida do óleo essencial de citronela (0,5%, 1,0% e 5,0%) e do
capim-limão [Elionurus muticus (Sprengel) Kuntze (Poaceae)] (0,25%, 0,5% e 1,0%),
como também o óleo mineral (0,5% e 1,0%) foi estudado sobre Grapholita molesta
(Busck) (Lepidoptera: Tortricidae), através da imersão de ovos e pupas da praga nas
soluções de cada tratamento. Foi avaliada a mortalidade e a deterrência de
oviposição. A maior mortalidade de ovos ocorreu sob ação do óleo de citronela, nas
diferentes concentrações, 81,0% (5,0%), 74,0% (1,0%) e 62,0% (0,5%). Em todas as
concentrações, este tratamento diferiu estatisticamente do óleo de capim-limão e das
testemunhas. O óleo de citronela também foi superior aos demais tratamentos sobre
as pupas, com mortalidades de 100,0% (0,5%) e 99,8% (1,0%). O óleo de citronela
(1,0%) provocou menor deposição de ovos, diferindo da testemunha (COLPO;
JAHNKE; FÜLLER, 2014).
2.3.4 Rosmarinus officinalis L.
O alecrim, R. officinalis, é uma planta aromática, pertencente à família
Lamiaceae, originária da região do Mediterrâneo, amplamente utilizada na culinária e
medicina popular. Apresenta porte arbustivo, podendo atingir até dois metros de
altura. Esta espécie é rica em óleos essenciais que contêm, principalmente,
27
terpenoides, sendo que seus compostos majoritários são o 1,8-cineol, α-pineno e
cânfora. Por conta destes componentes no óleo essencial, o alecrim possui atividade
biológica, das quais se podem citar o efeito inseticida, supressor alimentar, deterrente
de oviposição e repelente, sobre diferentes ordens de insetos (BENELLI et al., 2012;
CANALE et al., 2013; GILLIJ; GLEISER; ZYGADLO, 2008; ISMAN; WILSON;
BRADBURY, 2008; KATERINOPOULOS et al., 2005; MORETTI et al., 1998;
MORETTI et al., 2002; PASSINO et al., 1999).
A ação dos óleos essências de quatro espécies vegetais foi testada sobre
moscas-das-frutas da espécie C. capitata, através da ingestão, nas concentrações de
2,5% e 5,0%. As espécies vegetais foram: Cinnamomum zeylanicum Blume
(Lauraceae); Salvia officinalis L. e Thymus herba-barona Loisel (Lamiaceae), e
alecrim. Os maiores valores de mortalidade ocorreram nos tratamentos com C.
zeylanicum (97,3%) e T. herba-barona (91,1%), ambos à 5,0% de concentração. O
alecrim provocou 21,1% de mortalidade na dose de 2,5%, e 23,6% à 5,0% de
concentração (MORETTI et al., 1998).
Passino et al. (1999) avaliaram o efeito da ingestão de formulações (0,25%,
0,5% e 1,0% de concentração) contendo óleo essencial de cinco espécies de plantas
aromáticas, entre elas o alecrim, sobre C. capitata. Foi observado que o óleo de
alecrim (1,0%) provocou apenas 2,7% de mortalidade das moscas-das-frutas, após
72 horas da aplicação, não diferindo estatisticamente da testemunha.
Benelli et al. (2013) avaliaram o efeito de óleos essenciais de quatro espécies
vegetais, entre estas o alecrim, sobre C. capitata, por meio da ingestão em
concentrações que variaram de 0,1% a 2,5%, e do contato nas doses de 0,004 µL/
inseto a 0,30µL/ inseto. Em todas as formas de ação, os tratamentos com alecrim
causaram 100,0% de mortalidade das moscas. Através da ingestão, foi observada
mortalidade de 77,5% na dose de 0,5%, e 100,0% quando utilizado a 2,5%. Por meio
do contato todos os adultos morreram à dose de 0,3 µL/mosca, contudo, à 0,1
µL/mosca a mortalidade já alcançava 75,0%.
Óleos essenciais de, R. officinalis, Hyptis suaveolens L. e Lavandula
angustifolia Miller (Lamiaceae), foram incorporados em atrativos alimentares para
Bactrocera oleae (Rossi). Foi observada a mortalidade, através da ingestão, de todos
os adultos nas maiores doses dos óleos (1,75%). Também foi verificado que o
tratamento à base de alecrim à 1,0% de concentração provocou mortalidade em mais
de 75,0% dos indivíduos (CANALE et al., 2013).
28
Foi avaliada a mortalidade de lagartas da mariposa-cigana [Limantria dispar
(Lepidoptera: Lymantridae)] através da incorporação de óleo essencial de diferentes
espécies vegetais, entre elas o alecrim, em dieta artificial. Os tratamentos com óleo
de alecrim provocaram mortalidade de 40,0% quando tratamento foi à 0,5% de
concentrações, e de 78,0% quando utilizado à 1,0% (MORETTI et al., 2002).
29
3 MATERIAL E MÉTODOS
Os estudos foram conduzidos no Laboratório de Controle Biológico e na casa-
de-vegetação climatizada da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC).
3.1 Obtenção e criação de insetos para bioensaios
Para obtenção das moscas-das-frutas, frutos de araçá (Psidium araca Raddi),
goiaba (Psidium guajava L.) (Myrtaceae), carambola (Averrhoa carambola L. –
Oxalidaceae), cajá (Spondias mombin L.), manga (Mangifera indica L.) e seriguela
(Spondias purpurea L.) (Anacardiaceae) infestados foram coletados em campo, nos
municípios de Ilhéus, Una e Uruçuca, região Sul da Bahia. Após a coleta, os frutos
foram trazidos ao Laboratório e acondicionados em bandejas plásticas com
vermiculita, até a pupação das larvas. Uma semana após, iniciou-se o peneiramento
da vermiculita, para a retirada dos pupários, procedimento que se repetiu a cada dois
dias, até finalizar o processo de pupação. Os pupários coletados foram armazenados
em copos descartáveis transparentes (500 mL) que continham uma fina camada de
vermiculita. Os copos foram cobertos com tecido tipo voile, e borrifados com água
destilada diariamente, para favorecer a emergência dos adultos. Os adultos que
emergiram foram mantidos em gaiola de criação, e alimentados com dieta sólida
(Biones® e açúcar refinado, na proporção de 1:3), água e uma solução de água e mel
(10%), até o início dos bioensaios (Figura 1).
30
Figura 1 – Procedimentos para obtenção e criação de moscas-das-frutas (Anastrepha spp.) em laboratório. Retirada de pupários (A); alocação de pupários em copos com vermiculita (B e C); e criação de adultos em gaiolas com dieta sólida, água e solução de água e mel (10,0%) (D e E)
v
Para o início da criação da cochonilha-do-abacaxizeiro D. brevipes, colônias
mantidas em abóboras (Cucumis maximo cv. Jacarezinho - Cucurbitaceae), foram
obtidas da Embrapa Mandioca e Fruticultura (CNPMF) – Cruz das Almas, Bahia, e
alocadas em sala climatizada (25 ± 1ºC) no laboratório da UESC. Foi realizada a
infestação de abóboras da mesma cultivar, tendo sido os insetos transferidos com o
auxílio de uma espátula de alumínio para novos frutos, utilizados como substrato para
multiplicação, que ficaram alocados em estante de metal, fechada com tecido tipo
voile, em sala de criação (Figura 2).
A B C
D E
31
Figura 2 – Abóboras infestadas por cochonilha-do-abacaxizeiro (Dysmicoccus brevipes) (A, B, C e D); e estante adaptada para criação (E).
3.2 Obtenção e preparo de mudas de abacaxizeiro
Mudas de abacaxizeiro, Ananas comosus (L.) Merril (Bromeliaceae), da cultivar
BRS Imperial, com aproximadamente 20 cm de altura, foram trazidas da Embrapa
CNPMF para casa-de-vegetação climatizada da UESC, a 25 ± 5ºC de temperatura e
umidade relativa de 50 ± 10%. Primeiramente, foi realizada uma limpeza das mudas,
tendo sido eliminadas folhas secas ou com manchas, e posteriormente as mudas
foram transplantadas em sacos de polietileno (26,5 x 24,5 cm; 3,8 litros). As mudas
foram irrigadas a cada 10 dias, até o início dos bioensaios (Figura 3).
A B C
D E
32
Figura 3 – Preparo e plantio de mudas de abacaxizeiro (Ananas comosus L.) para utilização no bioensaio em casa-de-vegetação. Preparo do solo (A); enchimento dos sacos para plantio (B); mudas para plantio (C); e mudas plantadas e acondicionadas em mesas metálicas (D).
3.3 Preparação dos extratos vegetais para utilização em bioensaios
Os extratos vegetais foram preparados a partir do pedúnculo do craveiro-da-
índia (Syzygium aromaticum) e de folhas de citronela (Cymbopogon winterianus). O
pedúnculo do craveiro-da-índia foi obtido seco, diretamente de produtores rurais em
Taperoá, região Baixo-sul, e as folhas de citronela foram coletadas no município de
Coaraci, estado da Bahia. As folhas foram dispostas em bancada no laboratório até
que estivessem completamente secas ao ar.
Em laboratório, foi realizada a moagem do material seco e feita a imersão em
álcool puro para análise [ [1:10 (peso:volume)]. Após 10 dias, a solução foi filtrada em
papel filtro, gerando os extratos concentrados, que foram armazenados em frascos de
A B
C D
33
vidro âmbar, e permaneceram sob refrigeração até a realização das diluições, em
água destilada, originando os tratamentos utilizados nos bioensaios.
Os tratamentos utilizados nos bioensaios sobre as moscas-das-frutas e
cochonilha-do-abacaxizeiro foram: extrato etanólico do pedúnculo do craveiro-da-
índia (ECI), extrato etanólico de folhas de citronela (EFC), e os produtos comerciais,
conforme recomendação dos fabricantes, BioNeem©, MaxNeem©, a base de nim, Óleo
de alecrim, e Piretron© (à base de piretro natural, rotenona e óleo de nim).
3.4 Bioensaios com moscas-das-frutas do gênero Anastrepha
A bioatividade dos tratamentos foi avaliada através da mortalidade (%) e
deterrência de oviposição. Para determinar o volume dos tratamentos aspergidos
sobre os insetos, foram realizados pré-testes de pulverização, a fim de verificar a
vazão da válvula do ‘borrifador manual’.
3.4.1 Efeito da pulverização
Para avaliar a mortalidade (%) de moscas-das-frutas, 10 adultos (cinco casais)
foram colocados em copo plástico descartável (500 mL) e coberto com tecido ‘filó’,
constituindo uma unidade amostral. Por meio de um ‘borrifador manual’, os
tratamentos foram pulverizados, a uma distância de 10 cm da borda do copo, tendo
sido aplicado 1,0 mL de cada tratamento por unidade amostral (Figura 4). Os
tratamentos foram: T1 – ECI (20,0%); T2 – EFC (20,0%); T3 – Piretron© (0,5%); T4 –
Piretron© (1,0%); T5 – Óleo de alecrim (1,0%); T6 – MaxNeem© (1,0%); T7 –
BioNeem© (1,0%); T8 – Testemunha etanol + água destilada (20,0%); T9 –
Testemunha água destilada (Tabela 1). Uma hora após a pulverização, os insetos
foram transferidos para gaiolas (potes plásticos de 500mL) contendo dieta sólida
(Biones® + açúcar refinado), e água.
34
Figura 4 – Adultos de moscas-das-frutas machos (A) e fêmeas (B) utilizados no bioensaio por meio da pulverização de diferentes tratamentos. Unidade amostral para pulverização (C).
Tabela 1 – Concentrações e doses dos tratamentos utilizados nos bioensaios
Tratamento Concentração (%) Dose (mL/mL)
T1 – ECI 20,0 0,2
T2 – EFC 20,0 0,2
T3 – Piretron© 0,5 0,005
T4 – Piretron© 1,0 0,01
T5 – Óleo de alecrim 1,0 0,01
T6 – MaxNeem© 1,0 0,01
T7 – BioNeem© 1,0 0,01
T8 – Etanol + água destilada 20,0
T9 – Água destilada - -
Nota: ECI = Extrato etanólico do pedúnculo do craveiro-da-índia; EFC = Extrato etanólico de folha de citronela.
O bioensaio foi realizado em delineamento inteiramente casualizado, com
quatro repetições. A mortalidade foi avaliada após 1, 4, 12, 24, 48, 72, 96 e 120 horas
da pulverização dos tratamentos. O tratamento que provocou maior mortalidade das
moscas-das-frutas foi avaliado novamente em concentrações menores à do 1º
bioensaio.
C A
B
35
3.4.2 Efeito na deterrência da oviposição
Para avaliar o efeito na deterrência da oviposição, três fêmeas e dois machos
de moscas-das-frutas foram liberados em gaiola (adaptada com garrafa plástica de
1,5 L) contendo uma baga de uva (Vitis vinifera var. Itália – Vitaceae) (SILVA, 2010,
2014), que correspondeu a uma unidade amostral. Bagas de uva Itália foram imersas,
durante cinco segundos, em solução correspondente a cada tratamento: T1 – ECI
(20,0%); T2 – EFC (20,0%); T3 – Piretron© (1,0%); T4 – Óleo de alecrim (1,0%); T5 –
MaxNeem© (1,0%); T6 – BioNeem© (1,0%); T7 – Água destilada. A substituição das
bagas de uva e a contagem dos ovos foi realizada a cada 48 horas, durante 15 dias.
Para a contagem dos ovos, a epiderme das bagas foi retirada com auxílio de uma
lâmina de bisturi descartável e pinça de ponta fina e reta, e o número de ovos foi
contado em microscópio estereoscópico (56x) (Figura 5).
Figura 5 - Bagas de uvas tratadas com os produtos utilizados no bioensaio (A); unidade amostral (B); frutos retirados para avaliação (C); baga de uva com ovos inseridos (D); ovo de Anastrepha sp. retirado de baga de uva (E).
E
E
A B
D
C
E
36
3.5 Identificação de espécies de mosca-das-frutas
Os espécimes utilizados nos bioensaios foram armazenados em etanol a
70,0%, para conservação e posterior identificação. Foi realizada a sexagem das
moscas, e a identificação das espécies baseou-se nas fêmeas, através do exame do
acúleo, que foi extrovertido e colocado sobre lâmina de vidro com lamínula, para
análise em microscópio estereoscópico (ARAUJO; ZUCCHI, 2006; ZUCCHI, 2000).
3.6 Bioensaios com cochonilha-do-abacaxizeiro
3.6.1 Em laboratório
Em laboratório, foi avaliada a mortalidade (%) de ninfas de D. brevipes. Com
auxílio de um pincel de cerdas finas, 10 ninfas de terceiro instar da cochonilha-do-
abacaxizeiro foram transferidas para uma placa de Petri (9 cm de diâmetro) forradas
internamente com papel filtro, e em seguida, foi aplicado com uma pipeta automática,
0,5 mL de cada um dos seguintes tratamentos: T1 – extrato etanólico do pedúnculo
do craveiro-da-índia (20,0%); T2 – extrato etanólico da folha de citronela (20,0%); T3
– Piretron© (1,0%); T4 – Óleo de alecrim (1,0%); T5 – MaxNeem© (1,0%); T6 –
BioNeem© (1,0%); T7 – Água destilada. Cada placa de Petri com 10 ninfas constituiu
uma unidade amostral, sendo este bioensaio realizado em delineamento inteiramente
casualizado, com cinco repetições por tratamento, e a percentagem de mortalidade
foi observada a cada 24 horas, durante 14 dias.
Os três tratamentos que causaram maior mortalidade de ninfas da cochonilha-
do-abacaxizeiro em bioensaio em laboratório, foram avaliados em casa-de-vegetação
climatizada.
3.6.2 Em casa-de-vegetação climatizada
Foi avaliada a redução da infestação de ninfas da cochonilha-do-abacaxizeiro
em mudas de abacaxizeiro (aproximadamente 30 cm de altura), em casa-de-
vegetação climatizada (25 ± 5ºC de temperatura e umidade relativa de 50 ± 10%), por
37
ação da pulverização dos seguintes tratamentos: T1 – extrato etanólico do pedúnculo
do craveiro-da-índia (20,0%); T2 = BioNeem© (1,0%); T3 = MaxNeem© (1,0%); T4 –
Água destilada.
Foram transferidas 15 ninfas de terceiro instar da cochonilha-do-abacaxizeiro,
oriundas da criação em laboratório, para cada planta, com o auxílio de um pincel de
cerdas finas. Após 30 dias da infestação, foi realizada a 1ª amostragem, para avaliar
o grau de infestação dos insetos. A avaliação foi realizada através da retirada de três
mudas por repetição, tendo sido observada, em microscópio estereoscópico (56x), a
presença dos insetos nas folhas e raízes, separando-os em ninfas e adultos (Figura
6). O delineamento foi inteiramente casualizado, cada tratamento foi composto por
quatro repetições, com 12 plantas por repetição, totalizando 48 plantas por tratamento.
Figura 6 – Amostras de mudas de abacaxizeiro infestadas com cochonilha Dysmicoccus brevipes, antes da 1ª amostragem (A e B).
Ao término da 1ª avaliação foi realizada a primeira pulverização com todos os
tratamentos, por meio de um ‘borrifador manual’. Foram pulverizados 60 mL de cada
tratamento por muda de abacaxizeiro, a uma distância de 10 cm da planta. Realizou-
se mais duas pulverizações dos tratamentos, após 7 e 15 dias da 1ª pulverização,
sendo que antes de cada nova pulverização foram feitas novas avaliações e
A B
38
quantificados os insetos encontrados nas estruturas das plantas. Em cada
amostragem, coletaram-se três mudas por repetição.
Foram atribuídas notas de 0 a 5, de acordo com o grau de infestação, onde: 0
= ausência de cochonilhas, 1 = presença de ninfas, 2 = presença apenas de fêmeas
adultas, 3 = presença de até 10 fêmeas adultas e ninfas, 4 = presença de mais de 10
fêmeas adultas, e 5 = base da planta totalmente infestada por cochonilhas, de acordo
com Vilardebo e Guerout1 (1966 apud SANTA-CECÍLIA; SIMÕES; SOUZA, 2002).
3.7 Análise estatística
Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância, e as médias foram
comparadas pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade. Nos bioensaios
onde foi avaliada a mortalidade, foi calculada a eficiência (%) dos tratamentos com
resultados superiores à testemunha através da fórmula de Abbott2 (1925, apud
NAKANO; SILVEIRA; ZUCCHI, 1981):
Eficiência (%) = T- I
T*100
Onde: T = nº de insetos vivos na testemunha
I = nº de insetos vivos no tratamento
1VILARDEBO, A.; GUEROUT, R. Tests insecticides avec Dysmicoccus brevipes CKL cochenille farineuse del’ananas. I. Technique de test de laboratoire et recherche d’une expression du degré d’infestation, base du critére d’efficacité d’essais de plein champ. Fruit, v. 21, n. 1, p. 5-11, 1966. 2 ABBOTT, W.S. A method of computing the effectiveness of an insecticide. Journal of Economic
Entomology. v. 18, p. 265-267, 1925.
39
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Bioensaios com moscas-das-frutas do gênero Anastrepha
4.1.1 Efeito da pulverização
A pulverização dos diferentes tratamentos à base de espécies vegetais (Tabela
2) causou mortalidade em adultos de moscas-das-frutas (Anastrepha spp.) em até 120
horas após a aplicação.
Os tratamentos à base de nim foram os que provocaram as maiores
mortalidades. O BioNeem©, na concentração de 1,0%, causou mortalidade de 100,0%
dos adultos após 24 horas da aplicação, sendo que após quatro horas já foi possível
observar o efeito sobre 97,5% dos adultos. O tratamento com MaxNeem© (1,0%)
provocou mortalidade máxima de 85,0% das moscas-das-frutas, após 48 horas da
aplicação, que foi mantida até 120 horas da pulverização. Estes dois tratamentos não
diferiram estatisticamente entre si, no período de observação (Tabela 3). Estes
resultados são corroborados por outros estudos, que observaram mortalidade de
100,0% de adultos de A. fraterculus, oito horas após a pulverização dos inseticidas
Neemseto e Rot-Nim®, e através da aplicação dos produtos Fortnim (95,0%) e
Azamax® (77,5%), todos estes derivados do nim (MARCHOTA JUNIOR et al., 2013;
SANTOS et al., 2012). Produtos à base de A. indica tem causado mortalidade de
insetos de diferentes ordens, principalmente pela presença da azadiractina, limonoide
que apresenta efeitos tanto na biologia como no comportamento de insetos
(CARVALHO et al., 2015; COITINHO, 2006; FÉLICIA et al., 2016; MAMOON-UR-
RASHID et al., 2016; ROCHA, 2012; SOUZA; VENDRAMIM, 2005; VIEGAS JUNIOR,
2003).
40
Tabela 2 – Mortalidade média (%) de adultos de moscas-das-frutas do gênero Anastrepha, após pulverização com diferentes tratamentos à base de espécies vegetais, em função do tempo de observação (25 ± 5° C; fotofase de 12 horas)
Tratamento Concentração
(%)
Mortalidade média (%)
1 h 4 h 8 h 12 h 24 h 48 h 72 h 96 h 120 h
ECI1 20,0 50,0 50,0 52,5 52,5 55,0 57,5 60,0 60,0 62,5
EFC2 20,0 5,0 5,0 5,0 5,0 5,0 12,5 17,5 20,0 25,0
Piretron© 0,5 0 2,5 2,5 2,5 5,0 5,0 5,0 10,0 12,5
Piretron© 1,0 0 12,5 12,5 12,5 15,0 22,5 22,5 27,5 32,5
Alecrim 1,0 2,5 2,5 2,5 2,5 2,5 7,5 12,5 12,5 15,0
MaxNeem© 1,0 57,5 57,5 57,5 60,0 77,5 85,0 85,0 85,0 85,0
BioNeem© 1,0 82,5 97,5 97,5 97,5 100,0 - - - -
Álcool+Água 20,0 0 0 0 0 0 2,5 5,0 5,0 5,0
Água - 0 0 0 0 0 2,5 5,0 5,0 7,5
Fonte: Dados de pesquisa 1Extrato etanólico do pedúnculo do craveiro-da-índia; 2Extrato etanólico de folha de citronela; 3Álcool Etílico à 20,0% de concentração, diluído em água destilada; 4Água destilada.
41
Tabela 3 – Mortalidade média (± EP) de adultos de moscas-das-frutas do gênero Anastrepha, após pulverização com diferentes tratamentos à base de espécies vegetais, em função do tempo de observação (25 ± 5° C; fotofase de 12 horas)
Tratamento Mortalidade média (%)*
24 h 48 h 72 h 96 h 120 h
BioNeem© 1,0% 100,0 aA 100,0 aA 100,0 aA 100,0 aA 100,0 aA (100,0)**
MaxNeem© 1,0% 77,5 ± 4,8 bA 85,0 ± 8,6 abA 85,0 ± 8,7 abA 85,0 ± 8,7 abA 85,0 ± 8,7 abA (83,8)
ECI1 20,0% 55,0 ± 5,0 cA 57,5 ± 7,5 bA 60,0 ± 7,1 bA 60,0 ± 7,1 bcA 62,5 ± 6,3 bcA (59,5)
Piretron© 1,0% 15,0 ± 5,0 dB 22,5 ± 9,4 cAB 22,5 ± 9,5 cAB 27,5 ± 11,1 cdAB 32,5 ± 13,1 cdA
EFC2 20,0% 5,0 ± 2,8 dC 12,5 ± 7,5 cBC 17,5 ± 6,3 cAB 20,0 ± 4,1 dAB 25,0 ± 6,4 dA
Alecrim 1,0% 2,5 ± 2,5 dB 7,5 ± 2,5 cAB 12,5 ± 6,3 cAB 12,5 ± 6,3 dAB 15,0 ± 6,4 dA
Piretron© 0,5% 5,0 ± 2,8 dA 5,0 ± 2,9 cA 5,0 ± 2,9 cA 10,0 ± 7,1 dA 12,5 ± 6,3 dA
Álcool+Água 0 dA 2,5 ± 2,5 cA 5,0 ± 2,9 cA 5,0 ± 2,9 dA 5,0 ± 2,9 dA
Água 0 dA 2,5 ± 2,5 cA 5,0 ± 5,0 cA 5,0 ± 5,0 dA 7,5 ± 7,5 dA
Fonte: Dados de pesquisa 1Extrato etanólico do pedúnculo de craveiro-da-índia; 2Extrato etanólico de folhas de citronela. Nota: *Médias seguidas pela mesma letra maiúscula nas linhas e minúscula nas colunas, não diferem entre si, estatisticamente, à 5% de probabilidade pelo teste de Tukey; **Valores entre parênteses representam a eficiência do tratamento (NAKANO; SILVEIRA NETO; ZUCCHI, 1981).
42
O extrato etanólico do pedúnculo do craveiro-da-índia (20,0%) provocou
mortalidade de 55,0% dos adultos após 24 horas da pulverização, sendo que a
mortalidade máxima das moscas-das-frutas foi de 62,5%, após 120 horas. Estes
resultados foram semelhantes aos obtidos com a pulverização do extrato aquoso do
pedúnculo e do botão floral do craveiro-da-índia (10%) sobre espécies de Anastrepha,
que causaram mortalidade de 60,0% e 66,6%, respectivamente (SANTOS, 2009), mas
foi superior à mortalidade de Anastrepha spp. pela pulverização do extrato aquoso do
pedúnculo do craveiro-da-índia (20,0%) que foi de 30,0% de mortalidade corroboram
os resultados obtidos neste estudo, os quais verificaram o potencial inseticida do
craveiro-da-índia sobre outras espécies de artrópodes de importância agrícola
(SANTOS et al., 2012). Outros estudos (COITINHO et al., 2006; HUANG et al., 2002;
IBRAHIM; ALAHMADI, 2015; JAIROCE et al., 2016; JUMBO et al., 2014; SOARES et
al., 2011).
A ação inseticida de produtos à base de S. aromaticum é atribuída,
principalmente, ao eugenol, composto majoritário do óleo essencial desta espécie,
que apresenta atividade biológica sobre insetos (CRUZ et al., 2014; JAIROCE et al.,
2016; OLIVEIRA et al., 2009; RAZAFIMAMONJISON et al., 2014; SANTOS, 2009).
Desta forma, o efeito dos extratos aquosos e etanólicos de S. aromaticum necessita
ser estudado, em condição de campo, para verificar sua eficiência sobre as moscas-
das-frutas em ambiente não controlado, para que estes produtos possam se tornar
uma alternativa no manejo integrado de pragas.
O extrato etanólico das folhas de citronela provocou apenas 25,0% de
mortalidade dos tefritídeos após 120 horas, e foi verificado um pequeno incremento
da ação ao longo do tempo, no entanto, este tratamento não diferiu estatisticamente
das testemunhas. Este resultado foi semelhante à mortalidade de tripes (34,3%), e
inferior à mortalidade do pulgão-verde (96,9%) pela pulverização do óleo essencial de
citronela (1,0%) (PINHEIRO et al., 2013). O efeito inseticida do óleo essencial de
citronela também foi observado sobre outras espécies de insetos, como também o
efeito de repelência, que provavelmente estão associados ao citronelal, geraniol e
citronelol, que são os compostos majoritários do óleo (ANDRADE et al., 2013; BLANK
et al., 2007; COLPO; JAHNKE; FÜLLER, 2014; GUSMÃO et al., 2013; LABINAS;
CROCOMO, 2002; ROCHA; MING; MARQUES, 2000; SILVEIRA et al., 2012;
TAWATSIN et al., 2001).
43
As menores percentagens de mortalidade das moscas-das-frutas ocorreram
pela pulverização do Piretron© (0,5% e 1,0%) e do óleo de alecrim (1,0%), ficando
abaixo de 40% (Tabela 2). Estes resultados corroboram outros estudos (MORETTI et
al., 1998; PASSINO et al., 1999), onde o efeito na mortalidade de moscas-das-frutas
foi inferior a 25,0%, via ingestão de óleo essencial de alecrim (0,25% e 5,0%), e são
diferentes das mortalidades de adultos de C. capitata (100,0%) ao serem submetidos
à dose de 0,3 µL/mosca do óleo essencial de alecrim, e das mortalidades de
Argyrotaenia sphaleropa (Meyrick) (Lepidoptera: Tortricidae) (77,65% e 85,88%)
quando expostos à ação de piretro natural, nas doses de 250 e 500 mL/100L
(BENELLI et al., 2013; MORANDI FILHO et al., 2006).
4.1.2 Efeito da pulverização – diluição do BioNeem©
Pelo fato do produto BioNeem© (1,0%) ter provocado a maior mortalidade das
moscas-das-frutas no 1º bioensaio, este foi avaliado também menores concentrações:
0,25%, 0,5%, 0,75%.
O produto BioNeem©, por meio da pulverização, nas concentrações de 0,25%,
0,5%, 0,75% e 1,0% provocou 100,0% de mortalidade nos adultos de moscas-das-
frutas do gênero Anastrepha em até 96 horas após a exposição aos tratamentos. As
três maiores concentrações alcançaram este resultado nas primeiras 24 horas do
início do bioensaio (Figura 7).
44
Figura 7 – Mortalidade (%) de moscas-das-frutas do gênero Anastrepha, em função do tempo de exposição ao produto BioNeem©, em quatro concentrações, através da pulverização (25 ± 5° C; fotofase de 12 horas)
Fonte: Dados de pesquisa
As mortalidades médias dos insetos, por meio da pulverização do BioNeem©
nas concentrações de 0,5%, 0,75% e 1,0% foram estatisticamente iguais em todos os
períodos de observação, sendo que na concentração de 0,25%, a mortalidade das
moscas-das-frutas não diferiu estatisticamente das outras concentrações após 72
horas da pulverização (Tabela 4).
Embora a concentração recomendada pelo fabricante seja de 1,0% para o
controle de insetos-praga na agricultura, os resultados obtidos neste estudo
mostraram que em menores concentrações, em condições de laboratório, ocorreu
mortalidade de 80,0% de adultos de Anastrepha após 24 horas. Estudos avaliando o
efeito destas concentrações, em campo, são necessários para ratificar os resultados
obtidos em condições controladas.
45
Tabela 4 – Mortalidade média (± EP) de adultos de moscas-das-frutas do gênero Anastrepha, após pulverização do produto BioNeem© em diferentes concentrações, em função do tempo de observação (25 ± 5° C; fotofase de 12 horas)
Tratamento Mortalidade média (%)
1 h 4 h 8 h 12 h 24 h 48 h 72 h 96 h
BioNeem© 1,0% 87,5±2,5 a* 90,0±4,1 a 95,0±5,0 a 95,0±5,0 a 100,0 a 100,0 a 100,0 a 100,0 a
BioNeem© 0,75% 72,5±6,3 a 72,5±6,3 ab 75,0±6,4 ab 97,5±2,5 a 100,0 a 100,0 a 100,0 a 100,0 a
BioNeem© 0,5% 65,0±5,0 a 87,5±2,5 a 85,0±2,9 a 95,0±2,9 a 100,0 a 100,0 a 100,0 a 100,0 a
BioNeem© 0,25% 35,0±9,6 b 50,0±13,5 b 50,0±13,5 b 57,5±6,3 b 80,0±4,1 b 87,5±4,8 b 92,5±4,8 a 100,0 a
Testemunha 0 c 0 c 0 c 0 c 0 c 7,5±2,5 c 15,0±2,9 b 27,5±7,5 b
Fonte: Dados de pesquisa Nota: *Médias seguidas pela mesma letra nas colunas, não diferem entre si, estatisticamente, à 5% de probabilidade pelo teste de Tukey.
46
4.1.3 Efeito na deterrência de oviposição
O efeito na deterrência de oviposição foi avaliado por meio da aplicação dos
tratamentos extrato etanólico do pedúnculo do craveiro-da-índia (20,0%), extrato
etanólico de folhas de citronela (20,0%), Piretron© (1,0%) e da testemunha. Os
tratamentos óleo de alecrim, MaxNeem© e BioNeem©, todos à 1,0% de concentração,
provocaram a mortalidade dos insetos durante o bioensaio.
Os tratamentos à base de craveiro-da-índia e citronela não provocaram efeito
deterrente, e o número de ovos depositados foi superior ao da testemunha, enquanto
que a aplicação do tratamento Piretron© resultou na diminuição do número total de
ovos em relação à testemunha (Figura 8). Os resultados deste estudo diferem
daqueles obtidos por Santos (2009), que verificou a redução do número total de ovos
depositados por fêmeas de Anastrepha em fruto artificial, quando estes foram
pincelados com óleo essencial do pedúnculo e do botão floral de craveiro-da-índia a
10,0% de concentração.
Da mesma forma, foi constatado o efeito deterrente do óleo essencial de
citronela a 1,0% de concentração, sobre G. molesta, com média de 0,33 ovos/gaiola
de oviposição tratada com a citronela, sendo que na testemunha foi de 7,3 ovos/gaiola
(COLPO; JAHNKE; FÜLLER, 2014). Esses resultados podem ser justificados pela
maior concentração dos compostos majoritários no óleo essencial quando comparado
com o extrato etanólico.
47
Figura 8 – Número total de ovos depositados por moscas-das-frutas do gênero Anastrepha, em bagas de uva (Vitis vinifera var. Itália), após imersão em diferentes tratamentos à base de espécies vegetais (25 ± 5° C; fotofase de 12 horas)
Fonte: Dados de pesquisa Nota: T1 = Extrato etanólico de pedúnculo do craveiro-da-índia à 20,0%; T2 = Extrato etanólico de folhas de citronela à 20,0%; T3 = Piretron© à 1,0%; Test. = água destilada.
Diariamente, a média do número de ovos variou de 4,32 ovos/mosca com
imersão das bagas de uva no tratamento com Piretron©, a 8,06 ovos/mosca quando
estes foram imersos no tratamento com extrato do pedúnculo do craveiro-da-índia
(Figura 9).
Foi utilizado um total de 896 adultos de moscas-das-frutas, dos quais 48,77%
corresponderam a exemplares machos, e 51,23% de fêmeas. Foram identificadas as
espécies Anastrepha obliqua (Macquart) (94,12%), A. antunesi Lima (5,45%) e A.
fraterculus (Wied.) (0,44%).
48
Figura 9 – Número médio de ovos (ovo/mosca/dia) depositados por moscas-das-frutas do gênero Anastrepha em bagas de uva (Vitis vinifera var. Itália), após imersão em diferentes tratamentos à base de espécies vegetais (25 ± 5° C; fotofase de 12 horas)
Fonte: Dados de pesquisa Nota: T1 = Extrato etanólico de pedúnculo do craveiro-da-índia à 20,0%; T2 = Extrato etanólico de folhas de citronela à 20,0%; T3 = Piretron© à 1,0%; Test. = água destilada.
4.2 Bioensaios com cochonilha-do-abacaxizeiro
4.2.1 Em laboratório
Os tratamentos aplicados sobre ninfas de terceiro instar de D. brevipes
provocaram mortalidade que variou de 50,0% a 98,0% (Tabela 5). O extrato etanólico
do pedúnculo do craveiro-da-índia (20,0%) e o MaxNeem© (1,0%) foram os
tratamentos mais eficientes, causando 98,0% de mortalidade. A eficiência (NAKANO;
SILVEIRA; ZUCCHI, 1981) destes dois tratamentos foi de 95,0%. Estes resultados
corroboram com Mattos Sobrinho (2008) que observou mortalidade de 66,66% após
pulverização com óleo emulsionável Neemseto® (1,0%), e de 100,0% com aplicação
do extrato etanólico de folhas de nim a 1,0%, 5,0% e 10,0%. Outros autores, no
entanto, observaram baixa eficiência do nim ao pulverizar sobre D. brevipes os
produtos comerciais Azamax® (8,0%) e Neemseto® (1,0%), que causaram mortalidade
de 38,0%, e 15,0%, respectivamente (FANOU et al., 2014; SANTOS et al., 2010;
UEMURA-LIMA et al., 2014).
49
Tabela 5 – Mortalidade média (± EP) de ninfas de terceiro instar da cochonilha-do-abacaxizeiro Dysmicoccus brevipes, após pulverização com diferentes tratamentos à base de espécies vegetais, em função do tempo de observação (25 ± 5° C; fotofase de 12 horas)
Tratamento1 Mortalidade (%)
1 DAA2 3 DAA 5 DAA 7 DAA 9 DAA 11 DAA 13 DAA
T1 98,0±2,0 a3 98,0±2,0 a 98,0±2,0 a 98,0±2,0 a 98,0±2,0 a 98,0±2,0 a 98,0±2,0 a (95,0)4
T2 62,0±16,8 ab 64,0±15,0 ab 64,0±15,0 ab 70,0±14,1 ab 72,0±12,4 ab 78,0±8,6 ab 84,0±5,1 abc
T3 78,0±13,9 ab 78,0±13,9 ab 82,0±11,2 ab 86,0±10,2 ab 86,0±10,2 ab 86,0±8,9 ab 88,0±8,0 ab
T4 40,0±13,0 b 42,0±14,6 b 44,0±14,7 b 44,0±14,7 b 44,0±14,7 b 50,0±13,0 b 50,0±13,0 c
T5 92,0±3,7 a 94,0±2,4 a 96,0±2,4 a 98,0±2,0 a 98,0±2,0 a 98,0±2,0 a 98,0±2,0 a (95,0)
T6 76,0±2,4 ab 82,0±4,9 ab 84,0±5,1 ab 86,0±5,1 ab 86,0±5,1 ab 86,0±5,1 ab 86,0±5,1 ab
Testemunha 36,0±16,3 b 42,0±15,9 b 44,0±15,0 b 48,0±15,3 b 48,0±15,3 b 52,0±13,9 b 60,0±12,2 bc
Fonte: Dados de pesquisa Nota: 1Tratamentos: T1 = Extrato etanólico do pedúnculo de craveiro-da-índia (20,0%); T2 = Extrato etanólico de folhas de citronela (20,0%); T3 = Piretron© (1,0%); T4 = Óleo de alecrim (1,0%); T5 = MaxNeem© (1,0%); T6 = BioNeem© (1,0%); Testemunha = água destilada; 2Dias após a aplicação; 3Médias seguidas pela mesma letra minúscula nas colunas, não diferem entre si, estatisticamente, à 5% de probabilidade pelo teste de Tukey; 4Valores entre parênteses representam a eficiência do tratamento (NAKANO; SILVEIRA NETO; ZUCCHI, 1981).
50
Os tratamentos, extrato etanólico de folhas de citronela (20,0%), BioNeem©
(1,0%) e Piretron© (1,0%) causaram mortalidades de 84,0%, 86,0% e 88,0%,
respectivamente, que foram obtidas com o aumento do tempo de exposição,
sugerindo que estes tratamentos necessitam de maior período para diminuir a
população do inseto-praga (Figura 10). Vindas e Metzler (2013) também observaram
o aumento na mortalidade de ninfas de D. brevipes, em função do tempo, quando
fragmentos de folhas de abacaxizeiro infestadas foram pulverizadas com o inseticida
botânico Biorep®, na dose de 7 mL/L de água destilada, em condições de laboratório
(23ºC; 65 ± 5 % de umidade relativa).
O óleo de alecrim (1,0%) foi o tratamento que apresentou menor eficiência de
controle, provocando 50,0% de mortalidade das ninfas da cochonilha-do-abacaxizeiro.
Este resultado pode ser um indicativo de que D. brevipes apresenta menor
suscetibilidade aos compostos majoritários (1,8-cineol, α-pineno e cânfora) presentes
nesta espécie vegetal, quando comparado aos demais tratamentos.
Figura 10 – Mortalidade média (%) de ninfas de terceiro instar da cochonilha-do-abacaxizeiro Dysmicoccus brevipes, após pulverização com diferentes tratamentos à base de espécies vegetais, em função do tempo de observação (25 ± 5° C; fotofase de 12 horas)
Fonte: Dados de pesquisa Nota: EEPCI = Extrato etanólico do pedúnculo de craveiro-da-índia (20,0%); EEFC = Extrato etanólico de folha de citronela (20,0%); Piretron© (1,0%); Óleo de Alecrim (1,0%); MaxNeem© à 1,0%; BioNeem (1,0%); Testemunha = água destilada.
51
4.2.2 Em casa-de-vegetação climatizada
Em casa-de-vegetação climatizada, foi observado que todos os tratamentos
(Figura 11; Tabela 6) causaram redução na infestação da cochonilha-do-abacaxizeiro,
após três pulverizações. O tratamento BioNeem© (1,0%) foi o que causou maior
redução no número de cochonilhas, sendo que as mudas tratadas com esse produto
apresentaram infestação média de 3,08 na pré-amostragem, e de 0,75 na última
amostragem, após 21 dias da primeira pulverização, diferindo estatisticamente dos
demais tratamentos. O tratamento MaxNeem© (1,0%) também causou diminuição na
infestação após a terceira pulverização. A pulverização do extrato etanólico do
pedúnculo do craveiro-da-índia, causou redução na infestação média, entretanto não
diferiu estatisticamente da testemunha.
Estes resultados sugerem o potencial de produtos à base de nim (azadiractina)
no manejo integrado de D. brevipes (MATTOS SOBRINHO, 2008), pois o produto
comercial BioNeem© provocou diminuição da infestação da cochonilha-do-
abacaxizeiro, em condições de casa-de-vegetação. Além disso, sugere a necessidade
de mais de uma pulverização para o controle eficiente desta praga.
52
Figura 11 – Infestação média de cochonilha-do-abacaxizeiro Dysmicoccus brevipes, após pulverização com diferentes tratamentos à base de espécies vegetais, em casa-de-vegetação climatizada (25 ± 5ºC de temperatura; umidade relativa de 50 ± 10%)
Fonte: Dados de pesquisa Nota: EEPCI = Extrato etanólico do pedúnculo de craveiro-da-índia (20,0%); MaxNeem© à 1,0%; BioNeem (1,0%); Testemunha = água destilada. Notas de infestação: 0 = ausência de cochonilhas; 1 = presença de ninfas; 2 = presença apenas de fêmeas adultas; 3 = presença de até 10 fêmeas adultas e ninfas; 4 = presença de mais de 10 fêmeas adultas; e 5 = base da planta totalmente infestada por cochonilhas.
1ª Pulverização 2ª Pulverização 3ª Pulverização
53
Tabela 6 – Infestação média (± EP) de cochonilha-do-abacaxizeiro Dysmicoccus brevipes, após pulverização com diferentes tratamentos à base de espécies vegetais, em casa-de-vegetação climatizada (25 ± 5ºC de temperatura; umidade relativa de 50 ± 10%)
Tratamentos Notas atribuídas*
Pré-amostragem 1ª Amostragem 2ª Amostragem 3ª Amostragem
EEPCI (20,0%)1 2,33 ± 0,36 abA 2,17 ± 0,44 aA 2,08 ± 0,40 aA 1,83 ± 0,37 abA**
BioNeem© (1,0%) 3,08 ± 0,29 abA 2,50 ± 0,40 aA 2,67 ± 0,43 aA 0,75 ± 0,39 bB
MaxNeem© (1,0%) 3,25 ± 0,18 aA 2,25 ± 0,41 aA 2,92 0,38 aA 2,25 ± 0,39 aA
Testemunha 2,17 ± 0,37 bA 2,33 ± 0,51 aA 2,75 ± 0,48 aA 2,00 ± 0,49 abA
Fonte: Dados de pesquisa Nota: 1EEPCI = Extrato etanólico de pedúnculo de craveiro-da-índia; *0 = ausência de cochonilhas; 1 = presença de ninfas; 2 = presença apenas de fêmeas adultas; 3 = presença de até 10 fêmeas adultas e ninfas; 4 = presença de mais de 10 fêmeas adultas; e 5 = base da planta totalmente infestada por cochonilhas. **Médias seguidas pela mesma letra maiúscula nas linhas e minúscula nas colunas, não diferem entre si, estatisticamente, à 5% de probabilidade pelo teste de Tukey.
54
5 CONCLUSÕES
O produto comercial BioNeem©, nas concentrações de 0,25%, 0,5%,
0,75% e 1,0% causa 100,0% de mortalidade em adultos do gênero
Anastrepha.
O produto comercial MaxNeem©, na concentração de 1,0% causa 85,0%
de mortalidade em adultos do gênero Anastrepha.
O extrato etanólico do pedúnculo do craveiro-da-índia (20,0%) apresenta
potencial inseticida sobre espécies de Anastrepha.
O produto comercial Piretron© (1,0%) provoca redução no número de
ovos depositados por moscas do gênero Anastrepha em bagas de uva.
O extrato etanólico do pedúnculo do craveiro-da-índia (20,0%) e o
produto comercial MaxNeem© (1,0) apresentam eficiência no controle de
ninfas de D. brevipes, em laboratório.
O produto comercial BioNeem© (1,0%) reduz infestação de D. brevipes
em mudas.
São necessárias sucessivas pulverizações com os produtos testados
para ocorrer a redução na infestação de D. brevipes em casa-de-
vegetação.
55
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