Universidade Estadual de Londrina · AULAS DE DANÇA DE SALÃO NAS ACADEMIAS ESPECIALIZADAS DO...
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Universidade Estadual de Londrina
CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
ATENDIMENTO OFERECIDO AOS IDOSOS EM
AULAS DE DANÇA DE SALÃO NAS ACADEMIAS ESPECIALIZADAS DO MUNICÍPIO DE LONDRINA
Cristina de Souza Lima
LONDRINA – PARANÁ
2011
CRISTINA DE SOUZA LIMA
ATENDIMENTO OFERECIDO AOS IDOSOS EM AULAS DE DANÇA DE SALÃO NAS ACADEMIAS ESPECIALIZADAS DO MUNICÍPIO DE LONDRINA
Trabalho apresentado como requisito parcial para a Conclusão do Curso de Bacharelado em Educação Física do Centro de Educação Física e Esporte da Universidade Estadual de Londrina.
Londrina, 29 de novembro de 2011.
i
DEDICATÓRIA
A Deus, por ser meu companheiro de todas as horas. A minha família, pelo apoio e paciência.
Aos meus amigos e colegas, pela força e motivação.
ii
AGRADECIMENTOS
A Deus, por proporcionar essa vitória em minha vida. A Nossa Senhora, que sempre me guarda em seu Manto Materno. A minha querida orientadora, Prof.ª Ms. Bernadete Aparecida Gaion, pelo apoio, carinho e total dedicação para a realização desse trabalho. A minha família pelo amor e compreensão. Ao meu irmão Dieison pelo auxílio e motivação. Aos amigos e colegas pela força com relação a essa jornada. Aos professores e colegas de curso, pois juntos trilhamos uma etapa importante de nossas vidas. Aos profissionais entrevistados pela concessão de informação valiosa para a realização desse estudo. Por fim, agradeço a todos que torceram por mim e colaboraram para a realização e finalização desse trabalho.
iii
EPÍGRAFE
“Que seja considerado perdido cada minuto em que não se dançou”.
(Isadora Duncan)
iv
LIMA, Cristina de Souza. Atendimento oferecido aos idosos em aulas de Dança de Salão nas academias especializadas do município de Londrina. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Bacharelado em Educação Física. Centro de Educação Física e Esporte. Universidade Estadual de Londrina, 2011.
RESUMO
O aumento da população idosa e da expectativa de vida é um fenômeno mundial e
no Brasil, tal modificação demográfica também se faz presente. Considerando os
declínios decorrentes do processo de envelhecimento, torna-se importante a prática
de atividade física como a Dança de Salão, a fim de melhorar os níveis de saúde
desta população. Assim, o estudo analisou o atendimento oferecido aos idosos em
aulas de Dança de Salão nas academias especializadas da região central do
município de Londrina. O estudo foi caracterizado como sendo descritivo de
delineamento transversal e a coleta de dados envolveu cinco proprietários das cinco
academias especializadas. As informações quanto à existência de idosos praticantes
desta atividade; a forma de atendimento oferecida e os horários mais procurados
foram obtidos através de um questionário aplicado nos próprios estabelecimentos e
em horários pré-agendados, sendo descritos através de freqüência absoluta e
relativa. Para o tratamento estatístico das informações foi usado o pacote
computadorizado Statistical Package for the Social Science (SPSS), versão 13.0
para Windows. Os resultados indicaram que todas as academias entrevistadas
(100%) oferecem aulas de Dança de Salão para idosos, porém apenas duas delas
(40%) o fazem de forma exclusiva. Com relação às formas de atendimento,
obtiveram-se três respostas: junto à população geral (42,9%); duas para aulas
particulares (28,6%) e duas para outras possibilidades (28,6%). Observou-se ainda
que o período vespertino (71,4%) foi o de maior procura pela população. Conclui-se
que deve ser considerado que a população idosa é especial e como tal deve ter um
tratamento diferenciado, respeitando suas características específicas. Palavras-chave: Dança de Salão. Idoso. Academia.
v
LIMA, Cristina de Souza. Treatment offered to seniors in Ballroom Dance classes in specialized dance studios in Londrina's city.Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Bacharelado em Educação Física. Centro de Educação Física e Esporte. Universidade Estadual de Londrina, 2011.
ABSTRACT
The aging population and the increases in life expectancy is a worldwide
phenomenon and, in Brazil, that demographic change is also present. Given the
declines resulting from the aging process, it is important doing physical activity such
as Ballroom Dance in order to optimize the levels of health of this population. Thus,
this study analyzed the treatment offered to seniors in Ballroom Dance classes
specialized dance studios in Londrina's city downtown. The study characterized as
descriptive cross-sectional design and data collection involved five owners of five
specialized dance studios. Information regarding the existence of elderly practitioners
of this activity; the form of service offered and the hours sought by this age group
were obtained through a questionnaire in their own premises. The visits were pre-
booked and the answers of owners were described through absolute and relative
frequency. The statistical analysis was computed using the Statistical Package for
Social Science (SPSS) version 13.0 for Windows. The results indicated that all
academics interviewed (100%) offer Ballroom Dance classes for seniors, but only two
of them (40%) do exclusively. With regard to the forms of care, we obtained three
responses for the offer along with the general population (42.9%), two for private
lessons (28.6%) and two for other possibilities (28.6%). It was also observed that the
afternoon (71.4%) was the period of most demand to this population. We conclude
that we should consider that the elderly population needs special care and as such
should be treated differently, respecting their specific characteristics.
Key Words: Ballroom Dance, Elderly, Dance Studio
vi
LISTA DE SIGLAS, ABREVIAÇÕES E SÍMBOLOS
ONU - Organização das Nações Unidas
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
AIVDs - Atividades Instrumentais da Vida Diária
AVD - Atividade da Vida Diária
PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
SPSS - Statistical Package for the Social Science
p. - Abreviação de Página
PR - Abreviação de Paraná
n - Símbolo de Frequência Absoluta
% - Símbolo de Frequência Relativa
vii
SUMÁRIO
RESUMO iv
ABSTRACT v
LISTA DE SIGLAS, ABREVIAÇÕES E SÍMBOLOS vi
1
INTRODUÇÃO.............................................................................................
1
1.1 PROBLEMA............................................................................................... 2
1.2 JUSTIFICATIVA.......................................................................................... 2
1.3 OBJETIVOS............................................................................................... 3
1.3.1 Objetivos Gerais............................................................................ 3
1.3.2 Objetivos Específicos.................................................................... 3
2
REVISÃO DA LITERATURA.......................................................................
4
2.1 IDOSO E O ENVELHECIMENTO.................................................................... 4
2.1.1 Envelhecimento: Um Fenômeno Global....................................... 4
2.1.1.1 Brasil, um país em envelhecimento.................................. 5
2.1.2 Envelhecimento............................................................................ 6
2.1.2.1 Características gerais do envelhecimento........................ 7
2.1.2.2 Capacidade funcional........................................................ 8
2.1.2.3 Relações sociais............................................................... 10
2.2 DANÇA DE SALÃO E O IDOSO................................................................... 12
2.2.1 Dança de Salão e Capacidade Funcional de Pessoas Idosas... 13
2.2.2 Dança de Salão e Relações Sociais de Pessoas Idosas............ 14
2.3 ATENDIMENTO AO IDOSO......................................................................... 15
viii
3 METODOLOGIA........................................................................................ 16
3.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO................................................................ 16
3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA......................................................................... 16
3.3 LOCAL.................................................................................................... 16
3.4 INSTRUMENTOS...................................................................................... 17
3.5 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS.................................................. 17
3.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA............................................................................. 18
4
RESULTADOS...........................................................................................
19
5
DISCUSSÃO..............................................................................................
21
6
CONCLUSÃO............................................................................................
23
REFERÊNCIAS..........................................................................................
24
APÊNDICES..............................................................................................
30
APÊNDICE A: Termo de Ciência e Autorização........................................ 31
APÊNDICE B: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.................... 32
APÊNDICE C: Questionário....................................................................... 33
1
1 INTRODUÇÃO
O crescente envelhecimento da população e o aumento da expectativa de
vida é um fenômeno global e, no Brasil, as modificações ocorrem de forma radical
e com bastante rapidez. As projeções para 2020 são de que este seja o sexto país
do mundo em número de pessoas idosas (CARVALHO; GARCIA, 2003). O
município de Londrina no estado do Paraná contempla essa transição demográfica,
sendo registrada uma evolução no percentual da população de 60 anos ou mais
com o decorrer dos anos (SILVA,1996 apud MARTIN et al, 2005; IBGE, 2000,
2009).
Considerando esse aumento no número de idosos e as características do
processo de envelhecimento, marcada pelas transformações anatômicas e pelo
declínio funcional dos órgãos e sistemas (NETTO, 2004; MALUF, 2002; FREITAS;
MIRANDA; NERY, 2002; MEIRELLES, 2000; CARDOSO, 2009; MATSUDO, 2001)
bem como pela redução das capacidades funcionais e das relações sociais,
(ALVES; LEITE; MACHADO, 2008; FARINATI, 1997; ROSA et al., 2003; CALDAS,
2003; ALVES et al., 2008; ALVES et al., 2007; PARAHYBA; VERAS; MELZER,
2005; PARAHYBA; SIMÕES, 2006; FIEDLER; PERES, 2008; SILVESTRE, 2002;
KALACHE; VERAS; RAMOS, 1987; RAMOS; SAAD, 1990; LANG, 2001) torna-se
necessário o constante desenvolvimento de estratégias que possam melhorar tais
efeitos deletérios.
Assim, é consensual a importância da prática de atividade física regular
também nesta faixa etária, tanto pelo seu efeito neutralizador de fatores de risco,
quanto pelo seu aspecto auxiliador na estabilização da saúde física e psicológica
(SEBASTIÃO; HAMANAKA; GOBBI, 2005). Para tanto, se torna relevante
apresentar uma proposta que seja atrativa e adequada a esta população.
Neste sentido, a prática de Dança de Salão é uma das atividades de maior
procura pelos idosos (SILVA; IWASNOWICZ, 1998; KEYANI et al., 2005). Esta
atividade é de grande aceite por essa faixa etária, por se tratar de algo benéfico e
que não gera muito cansaço (SILVA, 2007). Assim, estudos têm comprovado os
benefícios das Dança de Salão quanto à melhora dos componentes da capacidade
funcional, que acarreta em maior independência e autonomia dos idosos (KEYANI
et al., 2005; LEAL; HASS, 2006; SEBASTIÃO et al., 2008; SHIGEMATSU et al.,
2
2002), assim como pelos resultados satisfatórios desta prática sobre suas relações
sociais, comprovando melhores condições de saúde (TODARO, 2001; ALENCAR
et al., 2006).
Ponderando este relacionamento positivo entre o idoso e as Dança de
Salão, torna-se fundamental verificar se as características do processo de
envelhecimento vêm sendo consideradas através do atendimento específico a essa
população durante as aulas de Dança de Salão, principalmente, nas academias da
região central do município de Londrina.
1.1 PROBLEMA
Em decorrência do aumento da população idosa e da expectativa de vida
observada, as atividades físicas têm sido buscadas com maior freqüência por
pessoas de idade mais avançada, como meio de promoção da saúde e melhor
qualidade de vida. Neste sentido, a literatura aponta a Dança de Salão como
proposta de grande aceite nesta população. Nesta perspectiva, as academias de
Dança de Salão da região central do município de Londrina, possuem atendimento
exclusivo para os idosos? E como está sendo realizado o atendimento a essa
população?
1.2 JUSTIFICATIVA Considerando o percentual de idosos no município de Londrina, bem como a
necessidade de atendimento diferenciado, devido às características específicas
desta população, é de grande valia não apenas o atendimento, como também o
direcionamento da Dança de Salão a estas pessoas. Assim, se torna relevante
constatar se as academias de Dança de Salão do município atendem
especificamente as pessoas de idade mais avançada, a fim de oferecer uma visão
geral sobre a Dança de Salão para idosos e sugerir ações que possam melhorar o
atendimento a esta população.
3
1.3 OBJETIVOS 1.3.1 Objetivo Geral
Analisar o atendimento oferecido aos idosos nas aulas de Dança de Salão em
academias especializadas da região central do município de Londrina.
1.3.2 Objetivos Específicos
• Verificar a existência de idosos nas aulas de Dança de Salão em
academias especializadas situadas na região central do município de
Londrina;
• Examinar qual o tipo de atendimento é oferecido aos idosos pelas
academias de Dança de Salão entrevistadas.
4
2 REVISÃO DA LITERATURA
Baseado nos propósitos do estudo elaborou-se o referencial teórico a fim de
fundamentá-lo. Assim, através da revisão da literatura, serão abordados os
seguintes tópicos: o envelhecimento analisado como um fenômeno global, o
envelhecimento no Brasil, definições e características gerais do processo de
envelhecimento e, as capacidades funcionais do idoso e seus relacionamentos
sociais. Também será analisado: a Dança de Salão relacionada aos idosos, a
capacidade funcional, a importância da Dança de Salão sobre o aspecto social, e
por fim, serão analisadas as características do atendimento ao idoso.
2.1 IDOSO E O ENVELHECIMENTO
Considerando o número de idosos, bem como a complexidade que envolve o
processo de envelhecimento, se torna relevante elucidar alguns aspectos que
contemplam essa fase da vida.
2.1.1 Envelhecimento: Um Fenômeno Global O aumento da expectativa de vida e o crescente número de pessoas
sobrevivendo com idades mais avançadas é um fenômeno global, que atinge tanto
os países desenvolvidos, quanto os em desenvolvimento (PARAHIBA, 2005).
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU) em seu relatório
técnico “Previsões sobre a população mundial” (2007) elaborado pelo
Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais, o número de pessoas com mais
de 60 anos de idade, nos próximos 42 anos, será três vezes maior. Os idosos
representarão um quarto da população mundial, ou seja, cerca de 2 bilhões de
indivíduos, em um total de 9,2 bilhões (FÉLIX, 2009).
5
A expectativa de vida esperada para 2050 nos países desenvolvidos é de 87,5
anos para homens e 92 anos para as mulheres. Já nos países em
desenvolvimento, é de 82 anos para homens e 86 anos para as mulheres (FÉLIX,
2009).
Neste sentido, é de grande valia apontar o desencadeamento de tais
fenômenos em nosso país.
2.1.1.1 Brasil, um país em envelhecimento.
A transição demográfica brasileira é um reflexo das transformações sociais e
econômicas ocorridas no século XX, como a urbanização e a industrialização, que
provocaram mudanças na sociedade, repercutindo na dinâmica populacional
(FARIA, 1989).
Até o início da década de 1980, os Censos Demográficos apontavam que a
estrutura etária era predominantemente jovem, porém esse quadro tem sido
mudado com o decorrer dos anos, evidenciando o aumento da população idosa
(FÉLIX, 2009). Assim, os dados dos Censos Demográficos, pelo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE), demonstraram um avanço de 35,5% da
população idosa no período de 1991 a 2000 (SANTANA; POUCHAIN; BISSI,
2002).
Segundo os dados referentes ao Censo Demográfico 2010, pelo IBGE, o
contingente de idosos a partir de 60 anos de idade equivale a 5% para o sexo
masculino e 6% para o sexo feminino, correspondendo a um total de 190.732.694
pessoas (IBGE, 2010). De acordo com as projeções, em 2020 o Brasil ocupará o
sexto lugar no mundo entre os países com maior número de idosos, com um
contingente superior a 30 milhões de pessoas (CARVALHO; GARCIA, 2003).
No que tange ao município de Londrina no estado do Paraná, o fenômeno é
evidente, uma vez que foi apontada uma evolução da população de 60 anos ou
mais, passando de 3,41%, em 1960 para 7,32% em 1991 (SILVA, 1996 apud
MARTIN et al., 2005). Em 2000, a população com faixa etária a partir de 60 anos
de idade foi de 41.780 no município (IBGE, 2000) e a estimativa populacional para
2009 foi de 61.822 pessoas para esta mesma faixa etária (IBGE, 2009).
6
O acelerado crescimento do número de idosos brasileiros deve-se
basicamente ao declínio da fecundidade, da natalidade e ao aumento da
expectativa de vida (SANTANA; POUCHAIN; BISSI, 2002). O declínio da
fecundidade teve início em meados de 1960, provocando a diminuição do número
de crianças e consequentemente um aumento relativo da proporção de idosos
(BERQUÓ, 1996). Assim como o da fecundidade, o declínio da natalidade é
oriundo da revisão de valores sociais relacionados à família, do aumento da
escolaridade feminina, do desenvolvimento de métodos contraceptivos e do
aumento da participação da mulher no mercado de trabalho (SANTANA;
POUCHAIN; BISSI, 2002).
Os avanços na área da saúde, bem como os investimentos de saneamento e
educação contribuem para o aumento da expectativa de vida, que impulsiona o
envelhecimento populacional (SANTANA; POUCHAIN; BISSI, 2002).
Em 2000, para cada 100 mulheres idosas havia 81 homens. As projeções
para 2050 apontam que haverá 76 idosos para 100 idosas, ao passo que na faixa
acima dos 80 anos terá duas idosas para cada idoso (CHAIMOWICZ, 1997). Desta
forma, a população idosa será eminentemente feminina (MOREIRA, 1998).
Esta transição demográfica observada no país acarreta a transição
epidemiológica, que implica em mudanças nos padrões de morbidade e
mortalidade (LEBRÃO, 2007) dando um caráter crônico às doenças dos idosos
(NASRI, 2008). Sendo assim, a maioria dos 650 mil novos idosos que são
incorporados anualmente à população brasileira, apresentam doenças crônicas e
limitações funcionais (VERAS, 2009).
2.1.2 Envelhecimento
O envelhecimento é um processo dinâmico e progressivo, acompanhado por
modificações morfológicas, funcionais, bioquímicas e psicológicas, que
comprometem a funcionalidade dos órgãos e aparelhos (CHAIMOWICZ, 1997). Em
função disto, se faz necessário ressaltar alguns aspectos que caracterizam este
processo.
7
2.1.2.1 Características gerais do envelhecimento
O envelhecer biologicamente é percebido primeiramente na anatomia do
idoso, pois a pele enruga, resseca e mancha; os cabelos embranquecem e caem
com maior facilidade; ocorrem mudanças na postura do tronco e das pernas,
devido ao enfraquecimento do tônus muscular e da constituição óssea e as
articulações tornam-se endurecidas, diminuindo a extensão dos movimentos e
alterando o equilíbrio e a marcha (NETTO, 2004).
Em decorrência de algumas perdas estruturais do sistema nervoso, surgem
dificuldades no controle emocional e na memória em curto prazo, diminuição da
atenção e concentração, além de uma lentidão dos movimentos e redução da
coordenação e equilíbrio (MALUF, 2002). A visão e a audição sofrem expressivas
alterações, devido às degenerações da estrutura do olho e as disfunções dos
componentes do sistema auditivo, respectivamente (FREITAS; MIRANDA; NERY,
2002). O funcionamento das estruturas cardíacas tende a regredir, apresentando
redução no número dos batimentos de repouso e aumento da pressão arterial e da
freqüência cardíaca durante o esforço (MALUF, 2002). Já o sistema respiratório
torna-se lento, levando mais facilmente a canseira (MEIRELLES, 2000).
É notável também uma deficiência do aparelho locomotor, devido a um maior
enfraquecimento dos ligamentos e tendões em conjunto com uma redução do
líquido sinovial das articulações. Entretanto, os ossos se tornam menos sólidos
aumentado o risco de fraturas (MEIRELLES, 2000). No aparelho digestivo também
há comprometimento como perda de dentes; redução do apetite e problemas com
a evacuação (MALUF, 2002). As funções do sistema imunológico são diminuídas
gradualmente com o envelhecimento (CARDOSO, 2009). E o sistema muscular
apresenta redução em sua massa, força e flexibilidade (MALUF, 2002), bem como
uma maior lentidão das contrações, por conta de várias alterações nos seus
mecanismos intrínsecos (MATSUDO; MATSUDO, 2001).
Datar o início do processo de envelhecimento é algo complexo, uma vez que
tais modificações ocorrem de forma variada e em épocas diferentes entre os
indivíduos. Assim, a idade cronológica deixa de ser um indicador para as
mudanças que acompanham o envelhecimento, tornando-se apenas uma forma
padronizada de contagem dos anos decorridos desde o nascimento (SCHNEIDER;
8
INIGARAY, 2008). Neste âmbito, além da idade cronológica, o envelhecimento
humano pode ser determinado pelas idades biológica, psicológica e social
(SCHNEIDER; INIGARAY, 2008).
A idade cronológica se refere apenas ao número de anos decorridos desde o
nascimento, portanto ela sozinha não provoca o desenvolvimento, ou seja, mesmo
possuindo a mesma idade cronológica duas pessoas podem conter níveis
biológicos, psicológicos e sociais distintos (SCHNEIDER; INIGARAY, 2008).
Segundo Schneider e Inigaray (2008) a idade biológica é compreendida pelas
mudanças corporais e mentais oriundas do envelhecimento. Ela está ligada ao
envelhecimento orgânico (MONIZ, 2003). De acordo com Neri (2005), a idade
psicológica envolve o grau de capacidade do indivíduo a respeito da percepção,
aprendizagem e memória, com relação a sua idade cronológica. Sendo assim,
podem existir indivíduos com níveis maiores ou menores dessas capacidades,
apresentando-se como jovens e velhos respectiva e psicologicamente. Para este
mesmo autor, a idade social diz respeito ao grau em que o indivíduo desempenha
os papéis e comportamentos sociais esperados por pessoas da sua idade, num
determinado momento da história da sociedade (NERI, 2005).
Neste contexto, se torna relevante mencionar que o processo de
envelhecimento também pode ser influenciado pelo estilo de vida, pelo meio
ambiente e por fatores genéticos e hereditários (CASTILHO, 2010). Desta maneira,
o conjunto de todas as alterações citadas implicará na funcionalidade das
capacidades do idoso.
2.1.2.2 Capacidade funcional
Com o avanço da idade, as degenerações fisiológicas e o aparecimento de
doenças crônico-degenerativas tendem a se intensificarem, comprometendo a
capacidade funcional humana (ALVES; LEITE; MACHADO, 2008).
Capacidade funcional, diz respeito ao potencial que o idoso tem para realizar
as atividades diárias ou para realizar determinado ato sem necessidade de ajuda
(FARINATI, 1997), ao passo que a incapacidade funcional se caracteriza pela
9
dificuldade ou impossibilidade em desempenhar individualmente determinadas
atividades cotidianas (ROSA et al., 2003). De forma mais amplificada o termo
incapacidade engloba aspectos como patologia, deficiência, limitação funcional e
desvantagem (ALVES; LEITE; MACHADO, 2008).
O somatório das incapacidades funcionais juntamente com as necessidades
provocadas por elas, leva a dependência do idoso, definida como “ajuda
indispensável para a realização dos atos elementares da vida” (CALDAS, 2003 p.
775).
Neste âmbito, Alves e colaboradores (2008) entrevistando idosos de 60 anos
ou mais residentes na área de abrangência do Programa de Saúde da Família do
município de Juiz de Fora, MG verificaram que 51,1% dos entrevistados
apresentavam dependência leve a moderada, 5,9% tinha dependência elevada e
1,2% eram completamente dependentes.
O conjunto de doenças crônico-degenerativas parece ser um forte aliado ao
desenvolvimento dessa dependência. Assim, Alves e colaboradores (2007)
mostraram que a doença cardíaca, a artropatia, a doença pulmonar e a pressão
arterial foram as principais doenças crônicas responsáveis pela dependência em
relação às Atividades Instrumentais da Vida Diária (AIVDs) dos idosos investigados
no município de São Paulo. Enquanto que a dependência nas AIVDs e nas
Atividades da Vida Diária (AVDs) ficou por conta da doença pulmonar, artropatia,
hipertensão arterial e doença cardíaca.
No entanto, fatores socioeconômicos, demográficos e de relações sociais
também podem influenciar negativamente na capacidade funcional, ocasionando
dependência da pessoa idosa. Portanto, Rosa e colaboradores (2003) investigaram
a influência desses fatores sobre a capacidade funcional de idosos residentes no
município de São Paulo, e os resultados demonstraram forte associação entre tais
variáveis e a dependência moderado-grave nos idosos pesquisados.
A prevalência de incapacidade funcional parece ter maior incidência entre as
mulheres e um caráter progressivo em relação ao aumento da idade cronológica.
Neste sentido, Parahyba, Veras e Melzer (2005), utilizando uma amostra de
28.943 pessoas de 60 anos ou mais, e baseando-se nas informações da Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) de 1998, realizada pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), verificaram uma maior prevalência de
incapacidade funcional leve, moderada e severa entre as mulheres idosas em
10
relação aos homens e que essa incapacidade aumentou com o avanço da idade.
Resultados semelhantes foram encontrados por Parahyba e Simões (2006),
quando investigaram mais de 30 mil pessoas baseando – se nos dados do
Suplemento de Saúde, durante os anos de 1998 e 2003, pela PNAD, realizada pelo
IBGE. E ainda, Fiedler e Peres (2008), com o intuito de estimar a prevalência de
capacidade funcional inadequada e fatores associados na população idosa cuja
faixa etária foi de 60 a 94 anos, da cidade de Joaçaba em Santa Catarina, Brasil,
durante os anos de 2003 e 2004, demonstraram que permaneceu associado à
capacidade funcional inadequada ter 70 anos e ser do sexo feminino, se
assemelhando aos outros estudos citados.
Tais achados parecem ser explicados pelo fato de que na medida em que o
indivíduo envelhece, maiores são as modificações em seu organismo, bem como o
acúmulo de doenças crônicas, comprometendo a capacidade funcional e atingindo
diretamente a sua autonomia. Contrapondo a esta justificativa, Silvestre (2002)
coloca que mesmo apresentando algumas doenças crônicas, há idosos brasileiros
que não possuem comprometimento na autonomia e independência. Quanto ao
fato dos resultados terem apontado maior prevalência de incapacidade funcional
entre as mulheres, parecem relacionar as diferenças dos sexos na sobrevivência
com limitações (PARAHYBA; VERAS; MELZER, 2005).
O envelhecer se torna problemático para o indivíduo e também para as
pessoas de seu convívio, na medida em que a deterioração das suas funções
ganha força (KALACHE; VERAS; RAMOS, 1987). Desta forma, o idoso passa a
depender de outras pessoas para realizar suas atividades, tendo a família como a
primeira fonte de cuidados. Ramos e Saad (1990) apontam que as famílias
brasileiras se responsabilizam quase que sozinhas pelos cuidados de pessoas de
idade avançada. Em contrapartida, algumas delas já não possuem família e há
casos em que os membros da família precisam trabalhar e acaba por não
estabelecer os cuidados necessários (CALDAS, 2003), aumentando a demanda
desta população por instituições de longa permanência. Estes fenômenos tendem
a influenciar as relações sociais do idoso.
2.1.2.3 Relações sociais
11
Com o envelhecimento há um estreitamento das relações sociais, fazendo
com que os idosos tenham cerca da metade das relações que tinham no início da
vida adulta (LANG, 2001).
A aposentadoria é tida como contribuinte para esse declínio, pois o trabalho
ajuda a traçar as redes de relações sociais (VIEIRA, 1996) e na medida em que a
pessoa envelhece, perde sua força de trabalho, se tornando improdutiva
socialmente (BOSI, 1994), acarretando na perda dessas redes. Nesta fase da vida
o idoso passa pela sensação de inutilidade, se sentindo cada vez mais angustiado
por estar isolado da sociedade, o que dificulta a sua adequação ao mundo em que
vive (LEITE, 1995).
A família também influencia nas relações do indivíduo de idade avançada. Há
uma troca de papéis entre pais e filhos, uma vez que o idoso que antes tinha a voz
de comando e decisão, agora depende dos filhos. Os filhos, por sua vez, passam a
se responsabilizar pelos pais, no entanto quando os pais sentem vontade de
conversar sobre suas preocupações percebem que os filhos não têm tempo para
ouvi-los (LEITE, 1995).
Por outro lado, há famílias que internam seus idosos em asilos, conduzindo a
um afastamento entre ambos. Pesquisas mostram que logo que os familiares
internam os idosos em instituições, os visitam em média três vezes por semana. Ao
longo do tempo, essas visitas vão diminuindo chegando a uma ou duas vezes ao
ano (ZIMERMAN, 2000), caracterizando uma situação de abandono. Nesta
circunstância, o idoso se vê sozinho e se queixa de solidão, alguns até se recusam
a conversar com seus companheiros de asilo (LOUZÃ et al., 1986).
Segundo Queiroz e Netto (2007), o sentimento de solidão também é fruto da
viuvez e da perda de amigos. Já Botelho (2001) aponta que a perda de familiares
ou do afeto proporciona maiores níveis de solidão. Este sentimento aos poucos
pode levar ao isolamento social, em que o indivíduo deixa de se relacionar com as
pessoas, de participar de atividades e de assumir responsabilidades (GUELLER,
1997).
Todas as questões discutidas podem repercutir na saúde dos idosos, no qual
o isolamento social se apresenta como fator de risco para depressão (MARGIS;
CORDIOLI, 2001), que segundo Stella e colaboradores (2002), consiste em uma
enfermidade mental associada a elevado grau de psiquismo. De acordo com
Pacheco (2002), no idoso a depressão é resultado de um progressivo histórico de
12
perdas e frustrações vitais. Esta enfermidade, se não tratada, pode aumentar o
risco de morbidade clínica e mortalidade desta população (STELLA et al., 2002).
No contexto, os principais malefícios do processo de envelhecimento podem ser
minimizados através de propostas de atividade física como a Dança de Salão.
2.2 DANÇA DE SALÃO E O IDOSO
A dança é a arte mais antiga criada pelo homem (RABELO, sem data), que se
desenvolve no espaço e no tempo, expressando sensibilidade através do
movimento corporal (DANTAS, 1999). Segundo Laban (1978), a dança utiliza o
movimento como uma linguagem poética, ao passo que transmite sentimentos,
sensações e estado de espírito por meio de ações corporais.
Ao longo dos tempos, esta manifestação artística esteve ligada a rituais
religiosos de adoração aos deuses ou às forças da natureza, à celebração de
plantio e colheita, bem como ao nascimento, casamento e morte
(MALUF, 2002).
Com o Renascimento, no século XV e XVI, a dança assumiu um caráter mais
social, uma vez que pertencia as festas da nobreza como forma de entretenimento
e recreação. Aos poucos foi se tornando acessível às classes menos privilegiadas
que já desenvolviam um outro tipo de dança, denominada dança popular. Assim,
foram mudando os comportamentos da sociedade e a dança social foi se
agregando a dança popular, resultando no que mais tarde denominou-se Dança de
Salão (FREITAS; BARBOSA, 1998).
Volp (1994) descreve a Dança de Salão como uma modalidade de dança, na
qual os dançarinos, aos pares, sincronizam passos ao som de música, mantendo-
se nas normas sociais em relação ao contato entre eles e com os outros pares do
salão. Este tipo de dança é formado pela junção de vários ritmos, como valsa;
bolero; tango; samba; vanerão; xote; lambada entre outros (MALUF, 2002). Assim,
Almeida (2005) aponta que a dança a dois pode trazer benefícios à saúde.
Nesta perspectiva, pesquisas enaltecem a dança como sendo a atividade
física mais procurada por parte dos idosos (SILVA; IWASNOWICZ, 1998; KEYANI
et al., 2005). Esta atividade é de grande aceitação por essa população (LEAL;
13
HAAS, 2006), pelo fato de não visar o auto rendimento e também porque nessa
fase da vida há um declínio do metabolismo, por conta do sedentarismo, e a dança
melhora a circulação sanguínea e não gera muito cansaço (SILVA, 2007). Neste
contexto, vale retratar algumas considerações da dança sobre a vida de pessoas
idosas.
2.2.1 Dança de Salão e Capacidade Funcional de Pessoas Idosas Assim como já mencionado, o processo de envelhecimento e os fatores a ele
associados caracterizam-se por um declínio das capacidades funcionais.
Neste sentido, a prática de atividade física se torna fator fundamental para a
saúde e para a redução da taxa de declínio, bem como para a manutenção da
capacidade funcional de indivíduos idosos (SEBASTIÃO; HAMANAKA; GOBBI,
2005).
Em meio às atividades realizadas por pessoas idosas, a dança exerce papel
importante, uma vez que fornece os estímulos para a atenuação dos efeitos
bioquímicos relacionados à idade que ocorrem no músculo esquelético e assim
auxilia na manutenção da autonomia física, além de proporcionar a execução de
movimentos que estão fora do repertório diário, levando a um bom estímulo
cognitivo (OLIVEIRA et al., 2008).
A pesquisa realizada por Sebastião e colaboradores (2008) demonstrou que
quatro meses de dança foi suficiente para melhorar dois componentes da
capacidade funcional de mulheres a cima de 50 anos, sendo eles a resistência de
força e a coordenação motora, além de manter os demais componentes.
Com esta prática também é notado uma melhora da elasticidade muscular, da
circulação sanguínea e dos movimentos articulares, além de uma diminuição no
risco de doenças cardiovasculares e de problemas locomotores (CHIARION, 2007;
SALVADOR, 2004).
De acordo com Silva (2007), dentre as propostas de exercício a dança auxilia
na melhora da resistência, flexibilidade e postura, além de trabalhar o
condicionamento físico e a respiração.
Um programa de Dança de Salão parece surtir efeito sobre a redução no risco
14
de quedas no idoso, tanto pelo aumento da força nos membros inferiores, quanto
pela melhora no equilíbrio dinâmico (JUDGE, 2003), resultando na independência
do mesmo, em atividades da vida cotidiana (CHIARION, 2007).
Shigematsu e colaboradores (2002) ao realizarem um treino de dança em
mulheres idosas, obtiveram melhoras no nível de equilíbrio dinâmico e na
agilidade. Resultados parecidos foram encontrados por Todaro (2001), pois ao
longo de quatro meses, o Programa de Dança para Idosos, promoveu mudanças
na agilidade e melhora no equilíbrio dos sujeitos submetidos ao estudo.
Leal e Haas (2006) apontam em sua pesquisa que as idosas que praticavam
aulas de dança semanalmente, apresentaram melhoras na coordenação, no
equilíbrio, no ritmo, na lateralidade, na consciência corporal, na resistência e na
memorização. Já o estudo de Alencar e colaboradores (2006), mostrou que os
idosos que participaram de um programa de dança, tiveram melhoras nas
condições de saúde e uma vivência com maior autonomia.
Neste âmbito, são notórios os benefícios decorrentes da dança como um meio
de atividade física para a pessoa idosa. Entretanto, tal atividade também pode
promover mudanças sociais bastante positivas para esta população.
2.2.2 Dança de Salão e Relações Sociais de Pessoas Idosas No que concerne ao aspecto social, a dança se apresenta como uma
atividade propiciadora de vários benefícios. Segundo Chiarion (2007), a pessoa de
idade avançada encontra na dança um meio de criar novas amizades e de mantê-
las, assim como uma maneira de estarem incluídas na comunidade e ainda de
estabelecer convívio social com sua própria família.
Há evidências de que esta prática melhora a interação social e a auto-estima
(WILKSTROM, 2004). Um resultado positivo sobre a interação social por meio da
dança foi evidenciado por Keyani e colaboradores (2005) em seu estudo.
De acordo com Wikstrom (2004), atividades dançantes podem melhorar o
humor e diminuir a depressão e o estresse, além do mais por se tratar de algo
coletivo tende a estimular a solidariedade, diminuindo as tensões e as angústias e
ainda por seu caráter alegre e estimulante tira o indivíduo da rotina e o faz buscar a
15
socialização e o prazer de pertencer a um grupo de pessoas com a mesma faixa
etária (SALVADOR, 2004).
Nesta perspectiva, Angel (1984) enfatiza a relevância de se participar de aulas
de dança como uma das atividades potencialmente capazes de expandir os
contatos sociais e as relações interpessoais em pessoas da meia-idade até
aposentados.
Com base nas discussões, se torna necessário possibilitar a prática de
atividades de dança para o idoso, considerando suas particularidades e
necessidades específicas, a fim de proporcionar um melhor estado de saúde, bem
como um momento de convívio social.
2.3 ATENDIMENTO AO IDOSO
Em síntese, o estado da arte que relaciona o idoso à Dança de Salão
apresenta aspectos positivos pelos benefícios que propicia, como melhora dos
componentes da capacidade funcional e das relações sociais e pela aceitabilidade
da prática por esta população. Entretanto, a grande questão é verificar se as
características do processo de envelhecimento vêm sendo consideradas através
do atendimento específico a essa população durante as aulas de Dança de Salão.
Neste sentido, torna-se fundamental discutir e relacionar os principais fatores
associados ao atendimento do idoso nas principais academias do município de
Londrina. Ressalta-se a necessidade deste esclarecimento frente à importância
das Dança de Salão enquanto prática de atividade física ao idoso.
16
3 METODOLOGIA
3.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO
O estudo possui delineamento transversal e utilizou a metodologia
descritiva através de freqüências absolutas e relativas, para analisar a existência
de idosos praticantes de Dança de Salão nas academias especializadas da região
central do município de Londrina, e a forma de atendimento a esta população.
Segundo Thomas, Nelson e Silverman (2007, p. 29), a pesquisa descritiva
“preocupa-se com o status, obtenção de declarações, sobretudo por questionários”.
3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA
Tendo em vista a população do estudo ser composta pelas academias de
Dança de Salão do município de Londrina, foram definidas como amostra as cinco
academias situadas na região central, especializadas em Dança de Salão. Assim,
os critérios definidos para inclusão no estudo foram: ser proprietário ou
representante legal de uma academia ou escola específica de Dança de Salão
situada na região Central da cidade de Londrina e assinar as duas vias o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido.
3.3 LOCAL
A pesquisa foi realizada nas próprias academias da região central do
município de Londrina, do estado do Paraná.
3.4 INSTRUMENTOS
17
Como instrumento do estudo, foi utilizado um questionário contendo quatro
questões objetivas. A primeira verificou a existência de idosos praticantes de
Dança de Salão na academia, apresentando como possibilidades de respostas as
alternativas “sim” ou “não”. Quando a resposta foi negativa, encerrou-se a
aplicação do questionário. Quando esta foi afirmativa, realizou-se a segunda
questão para verificar se o atendimento era feito em turmas especificas para essa
população. Da mesma maneira, foram apresentadas duas possibilidades de
resposta: “sim” ou “não”. Quando a resposta foi positiva, encerrou-se o
questionário. Quando negativa, aplicou-se a terceira questão, verificando como o
idoso é atendido, havendo três opções a serem assinaladas, a primeira para saber
se o atendimento ocorria juntamente à população geral, a segunda se ocorria por
meio de aulas particulares e a terceira ficou aberta para outras possibilidades. A
última questão se tratou do horário mais procurado pelos idosos para a prática de
Dança de Salão, sendo composta por três opções que foram assinaladas, a
primeira referente ao período da manhã, a segunda ao da tarde e a terceira ao
período da noite.
3.5 PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS
Após a avaliação e aprovação do projeto pelo processo de qualificação, a
pesquisa foi comunicada aos proprietários e/ou responsáveis pelas academias de
Dança de Salão envolvidas. Na seqüência, os mesmos foram informados sobre os
objetivos e procedimentos do estudo sendo convidados a participar. O aceite foi
oficialmente manifestado através da assinatura do Termo de Ciência e Autorização
(Apêndice A), bem como pelo Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
(Apêndice B).
O instrumento de coleta de dados foi aplicado pela pesquisadora principal
que permaneceu disponível para sanar possíveis dúvidas manifestadas pelo
18
respondente. Não foi estabelecido limite de tempo para o término do
preenchimento. Após a coleta, os dados foram descritos e tratados estatisticamente.
3.6 ANÁLISE ESTATÍSTICA
Para caracterização da amostra foi utilizada freqüência absoluta e relativa.
Para o tratamento estatístico das informações foi usado o pacote computadorizado
Statistical Package for the Social Science (SPSS), versão 13.0 para Windows.
19
4 RESULTADOS
A análise descritiva foi realizada através da distribuição de freqüência
absoluta (n) e relativa (%). Na Tabela 1 são apresentados os dados referentes à
presença ou não de idosos nas aulas de Dança de Salão nas academias
específicas da região central do município de Londrina. Os resultados indicaram
que as cinco academias entrevistadas (100%) possuem idosos praticando essas
aulas.
Tabela 1 – Presença de idosos nas aulas de Dança de Salão nas academias específicas da região central do município de Londrina – PR, 2011.
Variáveis de Estudo n % Presença de Idosos SIM 05 100,0
NÃO 00 0,0 Total 05 100,0
Quanto ao atendimento exclusivo aos idosos, esse foi observado em duas
academias (40,0%) enquanto três academias (60%) declararam não possuírem
uma forma de atendimento exclusivo. Esses dados podem ser observados na
Tabela 2.
Tabela 2 – Freqüência de atendimento exclusivo aos idosos nas aulas de Dança de Salão nas academias específicas da região central do município de Londrina – PR, 2011.
Variáveis de Estudo n % Turmas/Grupos Exclusivos SIM 02 40,0
NÃO 03 60,0 Total 05 100,0
Os dados que identificaram as formas de atendimento ao idoso nas
academias de Dança de Salão da região central de Londrina, são apresentados na
Tabela 3. Nesta a análise dos dados foi realizada por número de respostas, onde
observou-se que a maior parte delas, equivalente a 42,9%, fazem o atendimento
junto aos demais alunos independente da faixa etária. Por sua vez, as
possibilidades de atendimento em “aulas particulares” ou em “outras formas”
20
obtiveram os mesmos valores, equivalendo a 28, 6%.
Tabela 3 – Freqüência das formas de atendimento aos idosos nas aulas de Dança de Salão nas academias específicas da região central do município de Londrina – PR, 2011.
Variáveis de Estudo n % População Geral 03 42,9 Aulas Particulares 02 28,6 Outras 02 28,6
Total 07 100,0 População Geral: atendimento junto aos demais alunos independente da faixa etária. Outros: Atendimento em turma específica/de acordo com a faixa etária.
Por fim, a Tabela 4 apresenta os horários/períodos mais procurados por
idosos para a prática de aulas de Dança de Salão em academias especializadas da
região central do município de Londrina. Nesta a análise dos dados foi realizada
por número de respostas, onde observou-se que o período de maior freqüência foi
correspondente à tarde/vespertino, com 71,4% das opções. Os horários/ períodos
correspondente à manhã/matutino e noite/noturno obtiveram o mesmo percentual,
equivalente a 14,3%.
Tabela 4 – Freqüência dos horários/períodos mais procurados pelos idosos nas aulas de Dança de Salão nas academias específicas da região central do município de Londrina – PR, 2011.
Variáveis de Estudo n % Manhã/Matutino 01 14,3 Tarde/Vespertino 05 71,4 Noite/Noturno 01 14,3
Total 07 100,0
21
5 DISCUSSÃO
O crescimento demográfico da população idosa e o aumento da expectativa
de vida em âmbito mundial têm sido um dos principais tópicos abordados pela
literatura ultimamente, devido às características que envolvem o processo de
envelhecimento e as decorrentes necessidades específicas do idoso.
Consensualmente, a prática de atividade física é altamente indicada a esta
população.
A grande questão consiste em conseguir atividades que se adéqüem ao perfil
do idoso. Neste sentido, a Dança de Salão vem sendo apontada na literatura como
uma forma de atividade física e saúde apropriada, atrativa e de grande aceite por
pessoas de idade mais avançada (SILVA; IWASNOWICZ, 1998; KEYANI et al.,
2005; LEAL; HAAS, 2006) Tal fato pode ser observado através do resultado obtido sobre a presença de
idosos nas aulas de Dança de Salão, nas academias especializadas da região
central do município de Londrina, quando demonstrou que em todas elas o idoso
se faz presente.
Entretanto, pode ser considerado um motivo de preocupação, o fato de a
maioria das academias entrevistadas (60%), não oferecerem um atendimento
exclusivo a essa população.
Neste sentido, questiona-se como está sendo tratada a especificidade do
idoso, devido às perdas de coordenação e equilíbrio; às alterações visuais e
auditivas; à regressão do funcionamento das estruturas cardíacas e respiratórias, à
deficiência do aparelho locomotor e à redução de massa e força muscular, que o
acomete (MALUF, 2002; FREITAS; MIRANDA; NERY, 2002; MEIRELLES, 2000).
Esta especificidade também é questionável por conta do idoso não procurar
a Dança de Salão por exibicionismo ou profissionalismo, mas como uma forma de
superar as dificuldades físicas e psicossociais advindas com o envelhecimento
(GOBBO, 2005).
Percebe-se ainda que o horário/período da tarde/vespertino foi de grande
adesão entre os idosos das academias entrevistadas (71,4%), sobressaindo ao da
manhã/matutino e noite/noturno, que tiveram valores similares, equivalente a
14,3%. Em função dos valores obtidos, acredita-se que esse indicador deve ser
22
considerado pelos proprietários ou responsáveis pelas academias entrevistadas
quando da oferta de Dança de Salão para essa população. Como não foi
aprofundada essa questão, cercando essa variável, qualquer razão para essa
preferência permanecerá no campo especulativo.
Assim, embora os resultados aqui observados possam ser relevantes, é
importante que sejam interpretados com algumas considerações, em função das
limitações e delimitações apresentadas. No contexto, considera-se como principal
limitação metodológica o seu delineamento transversal. Da mesma forma, também
podem ser consideradas como possíveis limitações o pequeno número de sujeitos;
a escassez de bibliografia envolvendo dança e idoso e o fato do instrumento
utilizado neste trabalho possuir características de auto-relato, consequentemente
poderia estar exposto a possível viés de recordação.
23
6 CONCLUSÃO
O envelhecimento mundial é um fato e nem sempre esse processo é
acompanhado por uma vida salutar autônoma e com qualidade. Portanto a prática
de atividade física, especificamente através da Dança de Salão, é considerada
ideal e atrativa a essa população e tal comprovação se dá pela presença de idosos
em todas as academias entrevistadas. No entanto, o idoso necessita de um
tratamento específico e adequado.
Neste sentido, entre os resultados obtidos chamam a atenção os percentuais
de academias que não oferecem atendimento exclusivo a essa população,
inclusive sendo apontada como a principal forma de atendimento “junto à
população em geral”, sem discriminação de faixa etária.
Desta forma, se faz necessário considerar que a população idosa é especial e
como tal deve ter um tratamento diferenciado capaz de respeitar suas
características específicas, principalmente, durante as aulas de Dança de Salão
evitando um possível comprometimento na preferência que o idoso possui por esta
prática.
Espera-se que os resultados, e sua respectiva divulgação, possam contribuir
para a elaboração de programas e atividades de Dança de Salão voltadas para
idosos, que considerem suas características e preferências, tal como observado
pela procura dessas atividades no período vespertino.
24
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APÊNDICES
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA
APÊNDICE A: TERMO DE CIÊNCIA E AUTORIZAÇÃO
Solicitamos sua autorização para que seja realizada uma pesquisa com o
proprietário ou responsável pela academia de Dança de Salão. Os dados coletados serão usados no Trabalho de Conclusão de Curso, Bacharelado em Educação Física UEL intitulado: “Atendimento oferecido aos idosos em aulas de Dança de Salão nas academias especializadas do município de Londrina”.
Esse estudo tem por objetivo analisar a oferta de aulas de Dança de Salão para a população idosa em academias especializadas da região central do município de Londrina. Para tanto, segue rigorosamente todos os padrões e normas científicas estabelecidas para esse tipo de trabalho.
Assim, após a aprovação do Projeto pelo processo de qualificação, os proprietários ou responsáveis pelas academias de Dança de Salão serão contatados e as ações que envolvem o processo de coleta serão organizadas de forma tal que não haja prejuízo das atividades locais. Os mesmos serão convidados a participar do estudo, sendo o aceite determinado pela assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
A coleta será realizada somente pela pesquisadora principal, discente desta instituição, e envolve o preenchimento do seguinte instrumento:
1. Questionário elaborado pela pesquisadora principal: informações quanto à existência de idosos praticantes de aulas de Dança de Salão na academia; a forma de atendimento a esta população e quais os horários mais procurados pelos idosos para realização desta prática.
Antecipadamente gratas, colocamo-nos a disposição.
Cristina de Souza Lima Prof.ª Ms. Aparecida Bernadete Gaion Pesquisadora principal Pesquisadora responsável
(43) 8427-0216 (43) 9131-1962 E-mail: [email protected] E-mail: [email protected]
Ciente e Autorizado.
________________________________________________________
Sr. PROPRIETÁRIO OU RESPONSÁVEL (carimbo e assinatura)
Academias de Dança de Salão da região central do município de Londrina.
Londrina, ____ de ____________ de 2011.
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA
APÊNDICE B: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Título da Pesquisa: “Atendimento oferecido aos idosos em aulas de Dança de Salão nas academias especializadas do município de Londrina”. Caro (a) Senhor (a):
Gostaríamos de convidá-lo (a) a participar da pesquisa acima citada, que será realizada nas academias de Dança de Salão da região central do município de Londrina, Paraná. Esse estudo tem por objetivo investigar a oferta de aulas de Dança de Salão para idosos em academias especializadas nesta região do município. A população será composta pelas academias de Dança de Salão situadas na região central de Londrina.
Sua participação é muito importante e ela se daria através do preenchimento de apenas um questionário aplicado pela pesquisadora principal, na própria academia. Os protocolos utilizados no estudo acompanham procedimentos aceitos internacionalmente; portanto, não oferece riscos ou desconfortos para a sua integridade física, mental ou social.
Esperamos com esse trabalho oferecer uma visão geral sobre a Dança de Salão para idosos e sugerir ações que possam melhorar o atendimento a esta população. Gostaríamos de esclarecer que sua participação é totalmente voluntária, isenta de qualquer despesa ou ressarcimento decorrente do estudo, podendo você recusar-se a participar ou mesmo desistir a qualquer momento sem que isto acarrete qualquer ônus ou prejuízo a sua pessoa. As informações obtidas serão usadas somente para fins desta pesquisa e tratadas com sigilo, de modo a preservar sua identidade. Esse termo deverá ser preenchido em duas vias, sendo uma delas assinada e entregue a você.
Antecipadamente gratas, colocamo-nos a sua disposição.
Cristina de Souza Lima Prof.ª Ms. Aparecida Bernadete Gaion Pesquisadora principal Pesquisadora responsável
(43) 8427-0216 (43) 9131-1962 E-mail: [email protected] E-mail: [email protected]
Consentimento da Participação da Pessoa como Sujeito Eu, ______________________________________, RG: _____________ declaro ter sido informado e concordo em participar, como voluntário, do projeto de pesquisa acima descrito.
Assinatura: ____________________________
Londrina, ____ de ____________ de 2011.
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA
APÊNDICE C: QUESTIONÁRIO DIRECIONADO AOS PROPRIETÁRIOS OU
RESPONSÁVEIS DAS ACADEMIAS DE DANÇA DE SALÃO:
Título da Pesquisa: “Atendimento oferecido aos idosos em aulas de Dança de Salão nas academias especializadas do município de Londrina”. Pesquisadora: Cristina de Souza Lima Orientadora: Prof.ª Ms. Aparecida Bernadete Gaion 1. Há idosos praticando aulas de Dança de Salão em sua academia? ( ) SIM ( ) NÁO *Se a resposta for positiva, favor responder a próxima questão. *Se a resposta for negativa encerra-se a aplicação do questionário. 1.1 O atendimento ao idoso em sua academia é realizado em turma específica para esta faixa etária? ( ) SIM ( ) NÃO *Se a resposta for negativa, favor responder a próxima questão. *Se a resposta for positiva encerra-se a aplicação do questionário. 1.2 Como o idoso é atendido em sua academia? ( ) junto a população geral ( ) em aulas particulares ( ) outras *Se a resposta for “outras”, qual forma? _________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 1.3 Qual o horário/ período mais procurado pelos idosos em sua academia? ( ) de manhã/matutino ( ) à tarde/vespertino ( ) à noite/noturno