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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE ODONTOLOGIA LETÍCIA CORDEIRO D’ALMEIDA QUANTIFICAÇÃO DO CÁLCIO REMOVIDO DO ESMALTE DENTAL HUMANO APÓS CLAREAMENTO COM PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO A 7 ½% COM CÁLCIO Itajaí, (SC) 2010

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

CURSO DE ODONTOLOGIA

LETÍCIA CORDEIRO D’ALMEIDA

QUANTIFICAÇÃO DO CÁLCIO REMOVIDO DO ESMALTE DENTAL

HUMANO APÓS CLAREAMENTO COM

PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO A 7 ½% COM CÁLCIO

Itajaí, (SC) 2010

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LETÍCIA CORDEIRO D’ALMEIDA

QUANTIFICAÇÃO DO CÁLCIO REMOVIDO DO ESMALTE DENTAL

HUMANO APÓS CLAREAMENTO COM

PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO A 7 ½% COM CÁLCIO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para obtenção do título de cirurgião-dentista do Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí. Orientador: Prof. Lídia Morales Justino

Itajaí, (SC) 2010

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus, por ter me guiado por este caminho.

Agradeço aos meus pais, Neide e Bruno, que sacrificaram sonhos e horas

de descanso... Amo vocês, obrigada por tudo!!!

Ao meu namorado Rafa, que sempre me ajudou durante toda a

monografia.

As minhas amigas e companheiras, Maria Claúdia, que sempre me deu

força para superar cada desafio, Karine e Carol, que me

ajudaram na realização desta monografia.

Aos amigos do laboratório, Josué e Serginho, juntos em todos os

momentos, assim como ao Pacheco, por ajudar na seleção

dos dentes.

As professoras Kátia e Patrícia do laboratório de Oceanografia

Química.

A todos os funcionários do Curso de Odontologia.

Um agradecimento todo especial à professora Lidia, que foi muito mais

que uma orientadora, foi uma amiga compreensiva,

presente em todas as etapas da minha formação, que me

ensinou não só a ser dentista, mas sim, a amar aquilo que

eu estava aprendendo.

Você será exemplo em minha carreira!

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 07

2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 09

3 MATERIAIS E MÉTODOS ..................................................................................... 32

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 39 5 CONCLUSÃO..........................................................................................................46 6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................47 7 ANEXOS..................................................................................................................50

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QUANTIFICAÇÃO DO CÁLCIO REMOVIDO DO ESMALTE DENTAL HUMANO APÓS

CLAREAMENTO COM PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO A 7 ½% COM CÁLCIO

Letícia Cordeiro D’ALMEIDA

Orientadora: Lídia Morales Justino

Defesa: setembro de 2010

Resumo:

Estética e beleza são alvo de interesse das pessoas desde o início das civilizações,

o que evidencia a vaidade das pessoas. Dentes brancos, bem contornados e bem

alinhados são estabelecidos pela mídia como padrão de beleza, saúde e sucesso.

Por esta razão, cada vez mais pessoas procuram clínicas odontológicas solicitando

que seus dentes sejam clareados, assim como cresce a oferta de produtos com

promessas de corrigir eventuais efeitos colaterais presentes naqueles que os

antecederam. O presente trabalho mediu o cálcio no gel de peróxido de hidrogênio a

7 ½%, removido durante o processo de clareamento dentário. Foram utilizados 60

fragmentos de dentes humanos, divididos em 2 grupos de 30 fragmentos cada,

sendo um grupo submetido à ciclagem in situ e outro grupo à ciclagem in vitro. Para

a ciclagem in situ os fragmentos foram incluídos em aparelhos intra-orais. Para a

ciclagem in vitro os fragmentos foram incluídos em resina ortoftálica, resultando nos

corpos de prova. O gel foi aplicado por 1 hora durante 14 dias. A leitura do cálcio

removido dos fragmentos foi feita do 1° ao 7° (1° leitura) e do 8° ao 14° dia (2°

leitura) através de espectrofotometria de absorção atômica. Os resultados

mostraram que a remoção de cálcio não seguiu um padrão regular. Na condição in

vitro, a 1ª leitura apresentou maior remoção de cálcio do que a 2ª. Na ciclagem in

situ a maior remoção de cálcio foi verificada na 2ª leitura.

Palavras-chave: clareamento dental, descalcificação, peróxido de hidrogênio.

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1 INTRODUÇÃO

O apelo estético tem sido determinante na procura, pelas pessoas, de

tratamentos que não mais se restringem a restaurações, exodontias, reabilitações

orais ou ortodontia. Contorno, forma, função e coloração dentárias são alvo de

muitas consultas ao profissional. A Odontologia vem desenvolvendo meios e

técnicas para suprir necessidades estéticas atuais e para isso, as empresas de

materiais odontológicos disponibilizam cada vez mais produtos para auxiliar o

cirurgião-dentista. Dentre os tratamentos estéticos, o clareamento dental é um dos

procedimentos mais procurados na atualidade. Observa-se uma crescente procura

por parte de adolescentes e adultos jovens, provavelmente e decorrente de

modismos próprios da idade e questões que ultrapassam necessidades e projetam-

se na seara das vaidades. O tratamento clareador consiste em submeter os dentes,

parcial ou em sua totalidade aos produtos químicos, geralmente o peróxido de

hidrogênio, com diferentes formulações. Pode ser feito em casa ou no consultório,

utilizando-se fórmulas, técnicas ou ambas de maneiras diversificadas.

Os agentes clareadores agem principalmente através da oxidação de

compostos orgânicos. Esses agentes são altamente instáveis e, quando em contato

com o tecido, liberam radicais livres que oxidam os pigmentos. Quando o

clareamento ultrapassa o ―ponto de saturação‖, o agente clareador acelera a perda

de material da matriz do esmalte, levando ao aumento da porosidade e da

fragilidade do dente (SOARES et al., 2008).

Carvalho et al. (2008) referem que a busca por produtos clareadores caseiros

pode ser vista como uma tendência perturbadora, tendo em vista o grande numero

de diagnósticos incorretos, uso em condições inadequadas, protetores bucais sem

precisão, falta de acompanhamento profissional e resultados dolorosos e não

estéticos.

Sabe-se que o clareamento dental, para vários autores, altera as condições

topográficas e bioquímicas da estrutura dental. O cirurgião-dentista deve deter

conhecimento científico sobre todos os efeitos, benéficos ou colaterais, dos produtos

que utiliza em sua prática clínica. Como profissional da saúde, deve indicar

precisamente os tratamentos, não expondo o paciente a consequências indesejadas

ou prejudiciais à saúde.

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Constituiu-se no objeto de estudo desta pesquisa aferir a dosagem de cálcio

feita a partir do gel clareador aplicado à estrutura do esmalte dental, através de

espectrofotometria de absorção atômica, na condição in situ e in vitro.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

A interferência do meio é preponderante nas trocas entre materiais e tecidos

duros bucais, sendo que os fluidos bucais desempenham papel reconhecidamente

comprovado nos processos de desmineralização e remineralização (THYLSTRUP,

1988; CURY, 1989). Portanto, pesquisas que investiguem trocas entre materiais e

tecidos dentais, in situ, revestem-se de particular importância na área odontológica,

por aproximarem de forma realística o experimento da dinâmica que ocorre no meio

bucal. Ainda assim, há que se considerar as variações individuais que existem entre

as pessoas que participam dos estudos.

Haywood e Heymann (1991), relatam que os agentes clareadores geralmente

apresentam um pH neutro, mas quando reagem com o dente, diminuem seu pH. Em

função disto, eles poderiam implicar em desmineralização da estrutura dental. O

processo de desmineralização do esmalte inicia-se quando se atinge o pH crítico de

5,2 a 5,8. Uma explicação para isso pode estar nos produtos de decomposição da

uréia a partir do peróxido de carbamida.

Pasquini (1996) afirmou que estudos comprovaram que o clareamento dental

promove mudanças na estrutura do esmalte. O efeito mais comum seria a

desmineralização da estrutura dental, o qual seria compensado após a retirada da

solução do meio bucal, pela capacidade tampão da saliva. Também consta que a

desmineralização está condicionada ao fato de que os agentes clareadores

possuem um pH baixo. O peróxido de hidrogênio possui ainda a capacidade de inibir

a atividade enzimática, sendo assim um agressor da polpa dental mesmo que em

pequenas proporções. O peróxido de carbamida a 35% diminui o índice cálcio-

fosfato da estrutura dental e que tanto o peróxido de hidrogênio a 30% quanto o

peróxido de carbamida a 10% causam significantes mudanças na estrutura dental.

As maiores alterações são em relação à perda do esmalte aprismático, exposição e

desmineralização dos prismas aumentando a porosidade.

Comparin e Menegat (1999) avaliaram a microdureza superficial, a perda de

cálcio e as alterações morfológicas de esmalte e dentina na região cervical, de

dentes humanos incubados em peróxido de carbamida a 10% como também a

interação do NaF 0,05% e da saliva artificial. Em 18 fragmentos polidos, de terceiros

molares inclusos, foi delimitada uma área experimental de 4mm² na região cervical;

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a área restante serviu como controle. O grupo 1 (n=5) permaneceu 12 horas no

agente clareador e 12 horas em repouso ( ambiente úmido); Grupo 2 (n=5)

permaneceu 12 horas no agente clareador, 1 minuto em NaF 0,05% e 11 horas e 59

minutos em repouso; Grupo 3 (n=4) permaneceu 12 horas no agente clareador e 12

horas na saliva artificial e o Grupo 4 (n=4) permaneceu 12 horas no agente

clareador, 1 minuto em NaF 0,05% e 11 horas e 49 minutos em saliva artificial. O

período de ensaio foi de 4 semanas. A microdureza mostrou que no grupo 1 houve

uma redução estatisticamente significante na dureza de esmalte e dentina, nos

demais grupos a dureza não sofreu alteração significante. A perda de cálcio ocorreu

em todos os grupos, porém, a incubação em NaF 0,05% diminui significativamente

esta perda. A análise de morfologia sugere nos grupos 1 e 2 desmineralização

irregular tanto em esmalte como em dentina; nos grupos 3 e 4 ocorreu modificação

da morfologia superficial sem recuperar o padrão de normalidade. O peróxido de

carbamida mostrou potencial erosivo; a utilização de NaF 0,05% e saliva artificial

reduziram este potencial erosivo.

John e Rosa (2001) avaliaram o efeito de peróxido de carbamida a 16% sobre

o esmalte dental através da microscopia eletrônica de varredura. Foram utilizados 22

fragmentos, divididos em dois grupos experimentais (10 fragmentos in vitro e 10

fragmentos in situ) e um grupo controle. Durante o experimento, o grupo

experimental para ciclagem in vitro e o grupo controle ficaram armazenados em

água deionizada e o grupo experimental para ciclagem in situ ficou em contato com

a saliva na cavidade oral, através da utilização de aparelhos intraorais usados por

dois voluntários, com padrões semelhantes de higienização e alimentação. Após o

experimento, 2 fragmentos de cada ciclagem foram sorteados e avaliados ao MEV.

As condições in vitro e in situ, apresentaram remoção mineral, porém, in vitro o

aspecto reticulado é claramente visualizado e in situ, as estruturas reticulares foram

cobertas. Concluíram que a morfologia do esmalte dental clareado com peróxido de

carbamida a 16% sofreu alteração, com aspecto indicativo de remoção mineral, e

que na condição in situ, todos os aspectos de remoção mineral são mais suavizados

quando comparado ao grupo ciclado in vitro.

Akal et al. (2001) tiveram como objetivo avaliar os efeitos do tratamento

clareador realizado pela técnica caseira na superfície de esmalte. Utilizaram dois

agentes clareadores, Karisma (Confi-Dental-USA) e Yotuel (Bioscometicis-Spain)

com diferente concentração e composição. Utilizaram 40 dentes previamente

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examinados por um microscópio para eliminação dos que apresentavam maiores

alterações na superfície dentária. A amostra foi dividida em 2 grupos. Grupo 1;

Karisma, com peróxido de carbamida a 10% como agente clareador e grupo 2; com

produto Youtel, com peróxido de carbamida a 12%, xilitol e fluoreto de potássio em

sua composição. O tratamento clareador foi realizado com exposição de 2mm do

produto por 6 horas diárias, repetido diariamente durante 4 semanas em ambos os

grupos. Após o tratamento eram lavados com água de torneira e depois imersos em

saliva artificial. A avaliação da morfologia do esmalte foi feita em 10 fragmentos de

cada grupo em microscópico eletrônico. Os outros fragmentos foram submetidos ao

teste de microdureza. A morfologia superficial do esmalte submetido ao tratamento

clareador de ambos os grupos, foi consideravelmente alterada quando comparada a

uma amostra que não foi submetida ao tratamento. Algumas amostras tratadas com

Karisma demonstraram uma dissolução de superfície do esmalte. Já o produto

Yotuel causou uma ligeira alteração na morfologia. A deposição de cálcio no esmalte

foi observado através das amostras do Grupo 2. Os resultados dos dois grupos

quanto a microdureza, indicaram que os dois agentes tiveram um efeito significante

sobre o esmalte, (p< 0,05). Foi concluído, através deste estudo, que agentes

desensibilizantes e remineralizantes sendo usados juntos com o clareador podem

reduzir a sensibilidade e a solubilidade da superfície.

Basting (2001) avaliou in vitro a microdureza de esmalte e dentina hígidos

submetidos ao tratamento com dois agentes clareadores de peróxido de carbamida

a 10% associado à utilização de dois dentifrícios dessensibilizantes em diferentes

tempos e pós-clareamento; avaliou in situ a microdureza do esmalte e da dentina

hígidos e desmineralizados submetidos ao tratamento com um agente clareador de

peróxido de carbamida a 10%, pelo período de três semanas. De acordo com a

metodologia utilizada, concluiu que diferentes agentes clareadores com a mesma

concentração apresentam diferentes efeitos sobre a microdureza superficial do

esmalte dental humano hígido. A utilização de dentifrícios dessensibilizantes pode

manter ou aumentar a microdureza do esmalte dental humano quando submetido ao

tratamento com agentes de peróxido de carbamida a 10%. Este produto pode

diminuir a microdureza superficial tanto do esmalte quanto da dentina em função do

tempo; contudo, os valores de microdureza no período pós-clareamento são

semelhantes aos valores iniciais devido ao efeito remineralizante da saliva artificial

pelo tempo de 14 dias. No estudo in situ, os resultados sugerem que há alterações

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da microdureza do esmalte dental humano hígido e desmineralizado após o

tratamento com o peróxido de carbamida a 10% pelo período de três semanas,

embora tais alterações não ocorram para a dentina humana hígida.

Watanabe e Baron (2002) avaliaram in vitro a microdureza do esmalte dental

submetido a tratamentos com dentifrícios clareadores. Um total de 95 fragmentos

dentais obtidos de 3º molares inclusos, foi dividido em 5 grupos, sendo 4 deles

submetidos a dentifrícios clareadores com a presença de flúor, e um sem flúor.

Todos os fragmentos foram polidos com lixas e pastas de diamante para a realização

da análise inicial em um microdurômetro. Em seguida, foram incluídos na solução

desmineralizadora e, após 10 minutos, submetidos a suspensões de dentifrícios em

água. A leitura dos resultados foi feito através da análise de variância (ANOVA) e a

aplicação do teste de Tukey. Os autores concluíram que os dentifrícios clareadores

não causam perda do esmalte dental se ele contiver flúor em sua fórmula, pois os

resultados demonstraram não haver diferenças na perda de mineral entre os grupos

que continham flúor na composição dos dentifrícios clareadores, porém, o grupo sem

flúor apresentou uma perda mineral estatisticamente significante em relação os

outros grupos.

Oliveira (2003) avaliou o efeito de agentes clareadores contendo peróxido de

carbamida a 10% (PC) com flúor (F) ou cálcio (Ca) sobre a microdureza (M) e

rugosidade superficial (R) do esmalte dental humano. Para uma primeira etapa do

trabalho, fragmentos de esmalte de 5x5mm2 de terceiros molares foram incluídos

em resina de poliestireno e polidos com lixas e pastas de diamante para que fossem

feitas as análises de microdureza e rugosidade. Os espécimes foram divididos

aleatoriamente em sete grupos experimentais (n = 14), sendo: G1 (PC); G2 (PC +

Ca 0,05%); G3 (PC + Ca 0,1%); G4 (PC + Ca 0,2%); G5 (PC + F 0,2%); G6 (PC + F

0,5%); e G7 (controle). Os agentes cIareadores foram diariamente aplicados durante

6 horas por 14 dias. Entre os tempos de clareamento os espécimes foram

armazenados em saliva artificial em estufa a 37° C. O grupo controle (G7) não foi

submetido a nenhum tratamento clareador e permaneceu em saliva artificial. Testes

de microdureza e rugosidade superficial foram realizados antes, ao final de 7 e 14

dias de clareamento e uma semana depois do tratamento clareador (21 dias). Os

dados foram estatisticamente analisados pela ANOVA e teste de Tukey (p <0,05).

Não houve diferenças estatísticas significantes na microdureza e na rugosidade

entre os grupos durante os tempos de tratamento. Ao término do clareamento (14

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dias), uma diminuição significante na M e um aumento na R foi observada para os

grupos tratados com todos os agentes contendo PC. Em uma segunda parte do

experimento, foram realizadas apenas avaliações de microdureza e seguiu-se o

mesmo protocolo de preparo dos corpos-de-prova da primeira etapa, e o

armazenamento em saliva artificial, foi substituído por armazenamento em 100% de

umidade relativa sendo que o número de amostras era de 11 corpos-de-prova. Os

valores de microdureza dessa etapa não foram estatisticamente diferentes do grupo

controle. Os resultados sugerem que: (1) o clareamento com PC a 10% modifica a

superfície do esmalte aumentando a rugosidade; (2) dependendo do meio de

armazenamento dos espécimes entre as sessões de clareamento, a microdureza

pode ser reduzida ou não alterada; (3) a presença de F ou Ca na composição dos

agentes clareadores não influencia a microdureza e na rugosidade superficial do

esmalte quando os espécimes foram armazenados em saliva artificial.

Baptista Junior (2003) teve como objetivo quantificar a perda de cálcio da

estrutura dental durante o procedimento clareador in vitro com peróxido de

carbamida a 16%. Como amostra, foram utilizados 24 fragmentos de 9mm³ de área

de 8 incisivos bovinos devido à facilidade de acesso e padronização. Foi

confeccionado um único corpo-de-prova com todos os fragmentos, que foi exposto

ao gel de duas em duas horas ate que completasse 14 exposições, simulando um

tratamento clareador com duas semanas de duração. O gel clareador coletado a

cada duas horas foi digerido sob ação de ácido nítrico a 65% e ácido sulfúrico a 95-

97% durante dois dias. As amostras foram levadas ao espectrofotômetro de

absorção atômica para leitura do cálcio removido dos fragmentos. Paralelamente, os

fragmentos dentais foram removidos do corpo-de-prova e pesados em balança de

precisão com o objetivo de calcular a percentagem de descalcificação do corpo-de-

prova. Observou que não houve um padrão de descalcificação regular, mas que no

primeiro dia, este alcançou o valor mais alto assim como no sexto dia. Os valores

encontrados não foram clinicamente expressivos, porem, por se tratar de material

biológico, não significa que este deva ser utilizado sem mais estudos aprofundados

e preferencialmente in situ, já que as amostras utilizadas não sofreram a ação da

saliva, importante por seu poder remineralizador.

Freitas (2003) teve como objetivos: (1) avaliar a microdureza da dentina

humana hígida e desmineralizada submetida ao tratamento clareador com agentes

contendo peróxido de carbamida, pelo período de 42 dias e 7 e 14 dias após o

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término do clareamento e (2) apresentar e discutir os possíveis fatores relacionados

às alterações no conteúdo mineral da estrutura dental ocorridos durante e após o

tratamento clareador. No estudo in vitro foram utilizadas amostras de dentina

radicular humana para analisar o efeito de seis agentes clareadores (Nite White

Excel 2Z a 10% e 22%, Opalescence a 10% e 20%, Rembrandt a 10% e 22%)

sobre a microdureza da dentina ao longo do clareamento e no período pós-

tratamento. Concluiu-se que, na dependência do agente clareador utilizado, a

dentina hígida ou desmineralizada pode apresentar um aumento ou redução

transitória nos valores de microdureza. Foi elaborado um artigo de revisão com o

intuito de discutir o efeito da saliva, do flúor e da composição e subprodutos dos géis

clareadores nas alterações do conteúdo mineral do esmalte e dentina ocorridos

durante e após o clareamento caseiro.

Moraes et al. (2004) realizaram um estudo para verificar a eficácia dos

agentes clareadores contendo aditivos na manutenção das propriedades físicas e

químicas do esmalte humano clareado. Foram utilizados 30 terceiros molares

humanos para obtenção de blocos de esmalte de 4x4mm das faces vestibular e

lingual. A superfície de esmalte foi polida e planificada e a microdureza inicial foi

obtida pelo teste Knoop, com carga de 25 gramas por 5 segundos e com 100µm de

distância entre elas. Através desses valores foram eleitos 60 blocos de esmalte que

continham os valores semelhantes entre si (p>0,05) e foram aleatoriamente divididos

em 6 grupos experimentais: (PLA) Gel placebo (pH 7,1), (W) Whiteness – FGM (

peróxido de carbamida a 10%, pH 7,3); (PC+Ca) Ca: 10% PC + 0,2% Ca(pH6,9); (O)

Opalescence F – Ultradent (10%PC,pH 6,8); (PN) Pola Night F-SDI (10% PC,

pH6,9). O tratamento clareador foi realizado durante 12 dias consecutivos, por 6

horas diárias. A superfície foi lavada com água destilada e deionizada e os

espécimes foram novamente armazenados em solução remineralizante até a

próxima aplicação do clareador. Foi realizado o teste final de microdureza e os

resultados demonstraram que inicialmente todos os grupos apresentaram valores de

dureza iguais, e ao final do tratamento clareador (12°dia) o grupo (W) apresentou

acentuada diminuição na microdureza de superfície, embora não diferiram

estatisticamente dos grupos PC+F e PN. O autor concluiu que o agente clareador

sem íons (W) provocou maior perda de mineral na superfície do esmalte, e que a

adição de F e Ca ajudou a controlar a perda mineral.

Pinto et al. (2004) tiveram como objetivo avaliar a rugosidade, microdureza e

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morfologia superficial do esmalte dental humano tratado com seis agentes

clareadores. Amostras de esmalte dental humano de terceiros molares foram

aleatoriamente distribuídas em sete grupos (n=11): controle, peróxido de carbamida

a 10%, peróxido de hidrogênio a 7,5%, peróxido de carbamida a 37%, peróxido de

carbamida a 35%, peróxido de hidrogênio a 35%. Os agentes clareadores foram

aplicados de acordo com as instruções dos fabricantes. O grupo controle

permaneceu sem tratamento e armazenado em saliva artificial. O teste de

microdureza foi realizado como o teste Knoop, e a rugosidade superficial foi

verificada através do rugosímetro. Observações morfológicas foram realizadas

através de microscopia eletrônica de varredura. Os resultados foram

estatisticamente analisados com ANOVA e teste Tukey e revelaram uma redução

significante nos valores de microdureza e um aumento significante da rugosidade de

superfície após o clareamento. Alterações na morfologia do esmalte após o

clareamento foram observadas através de MEV. Os autores concluíram que os

agentes clareadores podem alterar a microdureza , rugosidade e morfologia

superficial do esmalte dental.

Porsolani Junior e Cândido (2004), tiveram como objetivo verificar, na

literatura, os possíveis efeitos causados pelos agentes clareadores nas estruturas

dentais. O esmalte clareado com peróxido de hidrogênio a 5,3% resultou em áreas

de erosão, efeito este não uniforme, ocorrendo com intensidade variável em todos os

espécimes. Estudos in vitro com dentes hígidos e expostos ao gel de clareamento

mostraram desmineralização e perda de conteúdo mineral, porém, não significantes

pelos intervalos de tempo, em que o paciente ficou ausente do uso do agente

clareador, pois a saliva exerce efeito tampão remineralizante nas estruturas, fato

este já demonstrado. O esmalte desmineralizado é mais receptivo à mineralização

do que o esmalte intacto. Os autores concluíram que se pode esperar alguma

alteração dental por tratamento clareador e que o efeito cumulativo dos tratamentos

clareadores repetitivos, ao longo dos anos, quando executados de maneira

irracional, descontrolados, com indicações incorretas, pode levar as alterações

irreversíveis na estrutura dental.

Justino, Tames e Demarco (2004) avaliaram, in vitro e in situ, o

comportamento do esmalte dental humano submetido ao clareamento com peróxido

de carbamida a 10%, com carbopol (Whiteness), quanto à microdurometria,

dosagem de cálcio e morfologia. Foram obtidos fragmentos de esmalte, provenientes

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de pré-molares humanos, com área de 4mm2 e submetidos à leitura inicial de

durometria. Após, foram aleatoriamente divididos em dois grupos, para ciclagem

clareadora in vitro e in situ, durante 14 dias. Na ciclagem in vitro os espécimes foram

mantidos por 8 horas por dia cobertos com o agente clareador, permanecendo o

restante do período em água deionizada. No teste in situ, os fragmentos de esmalte

foram incluídos em um aparelho bucal de acrílico, permanecendo por 8 horas por dia

com o gel e o restante do dia no meio bucal. Após as ciclagens, foi feita nova leitura

de dureza. Para a dosagem de cálcio, o gel foi removido no primeiro dia (leitura

inicial), acumulado do 2o ao 7o dia (intermediária) e acumulado do 8o ao 14o dia

(leitura final). Foram selecionados dois espécimes de cada ciclagem e dois

fragmentos sem nenhum tratamento para a observação em microscopia eletrônica

de varredura. Os resultados mostraram redução significante na dureza do esmalte

na condição in vitro. Na condição in situ, tais diferenças não foram significativas. A

dureza final (pós-clareamento) foi significativamente menor na condição in vitro do

que in situ. As perdas de cálcio foram 40,32 % maiores in vitro do que in situ e a

morfologia apresentou sinais de perda de estrutura do esmalte superficial em ambas

condições, sendo que in situ a superfície mostrou-se mais uniforme e regular em

relação às amostras in vitro. Com base nos achados, foi possível concluir que o

tratamento clareador apresentou maior influência nas condições testadas in vitro,

havendo para a condição in situ uma redução dos efeitos adversos, o que poderia

ser explicado pela presença dos fatores bucais.

Oliveira, Leme e Giannini (2005) realizaram um estudo in vitro para analisar a

superfície do esmalte dentário humano após a submissão de tratamento clareador

com peróxido de carbamida a 10% (CP) contendo diferentes concentrações de

cálcio e fluoreto. Os grupos foram divididos em: grupo controle, 10% CP; 10% CP +

0,05% cálcio; 10% + 0.1% cálcio; 10% CP + 0,2% cálcio; 10% CP + 0,2% flúor; e

10% CP + 0,5% flúor. Os géis clareadores foram aplicados por 6h durante 14 dias e

após cada dia de tratamento, os espécimes foram armazenados em saliva artificial. A

microdureza superficial foi mensurada antes, durante (7º dia), imediatamente após o

tratamento (14º dia) e uma semana após o fim do tratamento clareador. Os

tratamentos clareadores reduziram significativamente a microdureza na leitura do (7º

dia), imediatamente após o clareamento (14º dia) e uma semana após o seu

término, quando comparados aos valores iniciais. Em conclusão, o resultado deste

estudo mostrou que, apesar da adição de íons cálcio e flúor, todos os tratamentos

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clareadores influenciaram negativamente a microdureza do esmalte superficial. O gel

de peróxido de carbamida mesmo contendo flúor ou cálcio não evita a perda mineral.

No entanto, estes íons podem ter ação benéfica na prevenção de maiores mudanças

de minerais.

Pinheiro et al. (2005) tiveram como objetivo de seu estudo avaliar, através de

microscopia eletrônica de varredura (MEV), a morfologia do esmalte humano tratado

por duas diferentes técnicas clareadoras que empregam peróxido de hidrogênio (PH)

e peróxido de carbamida (PC). Foram selecionados dez molares humanos hígidos e

divididos aleatoriamente em dois grupos (n=5). Cada coroa dental foi seccionada ao

meio, no sentido mésiodistal, sendo produzidos dois espécimes, um referente à face

vestibular (clareado) e outro referente à face palatina (controle). Desta forma, cinco

espécimes serviram como controle e seus pares foram submetidos às seguintes

técnicas clareadoras: G1-clareamento de consultório com PH a 35% (Whiteness HP-

FGM) e aplicação de luz através de um aparelho de LED/Laser (Whitening Lase II-

DMC Equipamentos) e G2-clareamento caseiro com PC a 16% (Whiteness Perfect-

FGM). Durante todo o experimento, os espécimes foram armazenados em saliva

artificial a 37ºC. Após as técnicas clareadoras terem sido concluídas, os espécimes

foram analisados por MEV. As imagens obtidas revelaram alterações não uniformes

no esmalte superficial clareado através das duas técnicas. Não houve diferença do

grau de alteração provocado pelo PH a 35% se comparado ao PC a 16%. Com isso,

os agentes clareadores em baixa e alta concentração, foram capazes de provocar

alterações morfológicas na superfície do esmalte dental.

Candido et al. (2005) tiveram como objetivo avaliar a permeabilidade do

esmalte exposto a diferentes concentrações de peróxido de hidrogênio e carbamida.

Utilizaram 121 incisivos superiores bovinos distribuídos em grupos, 11 dentes no

grupo controle, 11 dentes (c10) expostos em peróxido de carbamida a 10% por 112

horas, 11 dentes (c10s) em peróxido de carbamida a 10% por 8 horas e 16 horas na

saliva artificial por 14 dias, 11 dentes (c16) expostos ao peróxido de carbamida a

16% por 56 horas, 11 dentes ( c16s) colocado no peróxido de carbamida a 16% por

4 horas e 20 horas em saliva artificial por 14 dias, 11 dentes ( c20) expostos em

peróxido de carbamida a 20% por 28 horas, 11 dentes (c20s) no peróxido de

carbamida a 20% por 2 horas e 22 horas à saliva artificial por 14 dias, 11 dentes (

h10) expostos ao peróxido de hidrogênio a 10% por 7 horas, 11 dentes (h10s)

expostos em peróxido de hidrogênio a 10% por 30 minutos e 23 horas e 30 minutos

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à saliva artificial por 14 dias, 11 dentes ( h35) expostos ao peróxido de hidrogênio a

35% por 4 horas e 11 dentes ( h35s) ao peróxido de hidrogênio a 35% por 1 hora e à

saliva artificial por 23 horas por 4 dias. Após o tratamento clareador os dentes foram

imersos em hipoclorito de sódio a 1% por 20 minutos e submetidos à ação de

ultrassom por 5 minutos e deixado secar por 12 horas em temperatura ambiente.

Foram impermeabilizados as porções radiculares e palatina sendo exposto logo

após ao corante azul de metileno a 0,5% por 48horas. Através de três avaliadores

duplo-cego foi possível avaliar a permeabilidade do terço médio dentário. Desta

forma, o grau de penetração do corante foi determinado com o auxílio de uma lupa

esteroscópica com aumento de 20x. Grau 0 (sem penetração do corante), grau 1

(corante no esmalte), grau 2 ( corante na dentina), grau 3 ( corante na câmara

pulpar). Os autores concluíram que o estudo comprovou que o uso de agentes

clareadores em baixa concentração promove pequena alteração na superfície do

esmalte. A exposição à saliva parece ter um importante papel na redução da

permeabilidade do esmalte, podendo possuir um papel remineralizador nos

intervalos de tempo entre as aplicações do produto. O emprego de agentes

clareadores de forma excessiva pode aumentar significativamente a permeabilidade

do esmalte dentário.

Andrade (2005) teve como objetivo avaliar se a técnica de clareamento de

autoaplicação tem a capacidade de provocar uma perda mineral do esmalte dental

humano, em função da concentração, do pH e do número de aplicações dos agentes

clareadores, além de observar micromorfologicamente por meio de microscopia

eletrônica de varredura as superfícies de esmalte após exposição aos clareadores e

ao ácido fosfórico a 37%. Os produtos clareadores analisados foram o Excel 3 Day

White a 7,5%, Excel 3 Day White a 9,5 %, Pola Day a 7,5%, Pola Day a 9,5%,

Vivastyle a 10% e Vivastyle a 16%. Para a análise química foram utilizados 28

incisivos centrais superiores que foram incluídos em resina acrílica de modo que

uma área de 50,2mm² permanecesse em contato direto com os agentes clareadores

e com o ácido fosfórico. Por meio de um espectrofotômetro de emissão por indução

de plasma de argônio acoplado foi feita a mensuração da perda mineral. As

amostras foram analisadas diariamente durante uma semana e no 14° dia de

clareamento. Os resultados obtidos com o auxílio do teste estatístico de Kruskal-

Wallis (p=0,01) permitiram concluir que todos os agentes clareadores utilizados

ocasionaram perda do conteúdo mineral do esmalte dental humano. A concentração

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dos agentes clareadores de mesmo pH não influenciou na quantidade dos

elementos químicos perdidos. Influenciou na perda mineral do esmalte humano o pH

dos agentes clareadores, e os clareadores com pH ácido resultaram em maiores

perdas, quantidades essas semelhantes às perdidas quando o tratamento realizado

foi o condicionamento ácido por 15 segundos. A perda do conteúdo mineral não foi

influenciada pelas repetidas aplicações dos agentes clareadores. As fotomicrografias

revelaram que todas as superfícies de esmalte submetidas aos diferentes

procedimentos clareadores mostraram alterações de suas topografias originais. O

autor concluiu que com a utilização de produtos clareadores com pH ácido houve

irregularidades mais severas; em algumas áreas estas modificações se

assemelharam às alterações causadas pelo condicionamento ácido.

Giannini et al. (2006) tiveram como propósito avaliar os efeitos dos agentes

clareadores contendo fluoreto e cálcio. O agente de branqueamento com a adição

de flúor e íons de cálcio teria a função de aumentar a saturação do gel, reduzindo a

perda mineral e aumentando a resistência do esmalte à desmineralização causada

por peróxidos. Como o esmalte apresenta alta permeabilidade ao peróxido de

hidrogênio, que pode penetrar através do esmalte e dentina devido ao seu baixo

peso molecular e de toda a espessura da amostra poderiam ser modificadas por

tratamentos prolongados. O estudo mostrou que o flúor é importante não só para

reduzir a solubilidade da hidroxiapatita, mas também para precipitar os produtos que

são relevantes no desenvolvimento de cárie.

O estudo de Soldani (2006) teve como objetivo avaliar in vitro e in situ o efeito

de três sistemas clareadores caseiros e dois agentes espessantes sobre a

microdureza do esmalte humano. Selecionaram cinqüenta e cinco terceiros molares

inclusos. E de cada dente, foram obtidos de três a quatro fragmentos de esmalte

com ausência de trincas ou manchas. Para o estudo in vitro, foram determinados

cinco grupos experimentais determinados pelo tratamento com os géis clareadores

ou placebo, entre eles estão: G1: peróxido de carbamida a 10% (Whiteness Perfect

FGM) G2: Espessante (Poly Comercial), G3: peróxido de carbamida a 10% (Colgate

Platinum Overnight – Colgate), G4: Espessante (F&A), G5: peróxido de hidrogênio a

6,5% (Crest Whitestrips). As variáveis independentes do estudo foram o fator tempo,

em 7 níveis, e o fator tratamento, em 5 níveis. A variável dependente foi a

microdureza Knoop, avaliada em cada período de tempo após cada tratamento

clareador. Foram aplicados 0,02ml do respectivo produto e o gel permaneceu por um

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período de oito horas diárias, exceto para o G5. Durante o tratamento, os corpos- de

-prova foram recobertos por moldeiras individuais. No G5 foi aplicada uma tira de

Crest-Whitestrips duas vezes por dia por trinta minutos, e em seguida lavado e

imerso em solução de saliva artificial. O tratamento experimental foi realizado por

quatro semanas. Após o tratamento clareador, os corpos-de-prova permaneceram

imersos em saliva artificial por mais duas semanas para a avaliação do período pós-

tratamento. Para o estudo in situ foram escolhidos 100 fragmentos de esmalte dental

humano. As variáveis independentes em estudo foram Fator Tempo em 2 níveis:

inicial e final e o Fator Tratamento em 5 níveis. A variável dependente foi a

microdureza Knoop, avaliada antes e após o tratamento experimental. Os voluntários

foram selecionados entre pacientes, estudantes de graduação e pós-graduação da

Universidade de Guarulhos, e passaram por um tratamento de adequação bucal pré-

clareamento, com exceção do grupo G5. Dois fragmentos foram escolhidos para

cada paciente, e fixados em dentes da arcada superior. Os voluntários utilizaram o

produto durante seu período de sono (oito horas). No G5, os voluntários utilizaram

as tiras por um período de 30 minutos duas vezes ao dia. No início da quarta

semana, foram retirados os fragmentos. Porém os grupos G2 e G4, os quais usaram

somente o gel espessante, iniciaram o uso de gel clareador. Os resultados

apresentados neste trabalho foram que, em relação à condição in vitro, os

clareadores a base de peróxido de carbamida a 10% e os espessantes associados

com a saliva artificial causaram aumento da microdureza do esmalte no período

experimental. O clareador a base de peróxido de hidrogênio a 6,5% causou a

diminuição da microdureza após a interrupção do clareamento, porém, recuperada

em curto período de tempo. In situ observou-se diferença estatisticamente

significante no fator Tempo (p<0,0001), todos os tratamentos experimentais

causaram uma perda de microdureza do tempo inicial para o tempo final. Conclui-se

que os efeitos dos clareadores foram mais intensos in situ do que in vitro, podendo-

se esperar clinicamente uma perda de microdureza após o tratamento clareador.

Um estudo realizado por Rodrigues, Oliveira e Amaral (2007) avaliou in vitro o

efeito do clareamento caseiro sobre a microdureza do esmalte após o clareamento

com peróxido de carbamida a 10%. Foram utilizados fragmentos de dentes bovinos,

divididos em 4 grupos. A microdureza do esmalte foi avaliada antes e após o

clareamento. Os autores concluíram que os constituintes orgânicos e inorgânicos

presentes na matriz do esmalte e da dentina podem ser afetados pelos agentes

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clareadores, e efeitos indesejáveis, tais como alterações topográficas e perda

mineral pode ocorrer.

Cavalli (2007) avaliou as alterações na superfície do esmalte hígido ou com

lesões de mancha branca após o tratamento com agentes clareadores a base de

peróxido de carbamida a 10% com ou sem adição de íons fluoreto (F) ou cálcio (Ca).

Blocos de esmalte da superfície vestibular e lingual de terceiros molares humanos

foram obtidos e preparados para determinação da microdureza de superfície inicial.

Após seleção dos espécimes, metade foi submetida à desmineralização para

indução de lesão de cárie subsuperficial (mancha branca) do esmalte. Foi realizada

nova análise de microdureza de superfície e a determinação da concentração de

fosfato na superfície do esmalte através da Espectroscopia Raman Transformada de

Fourier (ERTF), tanto das amostras hígidas quanto das desmineralizadas. Os

corpos-de-prova hígidos e com lesão de cárie subsuperficial foram divididos

aleatoriamente em seis grupos experimentais (n=10): (PLA) Placebo; (WHI)

Whiteness® (10% PC); (OPA) Opalescence F (10% PC+0,11% F); (PN) Pola Night F

(10% PC+ 0,11% F) e agentes clareadores experimentais (F) 10% PC + 0,5% F e

(Ca) 10% PC + 0,2% Ca. O tratamento clareador foi realizado durante 6 horas

diárias e após cada sessão, os espécimes foram mantidos em solução

remineralizante até a próxima aplicação do gel. Os tratamentos clareadores tiveram

duração de 12 dias. No 1º, 6º e 12º dias de tratamento clareador, foram realizadas

determinações da microdureza de superfície de todos os espécimes e obtidas as

soluções de enxágue para determinação da concentração de cálcio, flúor e fósforo

inorgânico por meio dos métodos de espectroscopia de absorção atômica, eletrodo

específico e análise colorimétrica, respectivamente. Após os 12 dias de tratamento

clareador, nova determinação de ERTF foi realizada e os espécimes foram

preparados para determinação da microdureza do esmalte seccionado

longitudinalmente e microscopia de luz polarizada. Os resultados obtidos indicam

que houve diminuição da microdureza do esmalte hígido e com lesão de cárie após

o tratamento clareador, e o grupo WHI, sem aditivos, provocou a maior perda mineral

da superfície de esmalte hígido e com lesão de cárie subsuperficial. As análises

químicas comprovaram a diminuição da concentração de íons da superfície de

esmalte devido ao aumento de íons cálcio, flúor e fósforo inorgânico na solução de

enxágüe. A microdureza interna e a microscopia de luz polarizada indicaram maior

desmineralização para os substratos tratados com o agente WHI. Os agentes

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contendo altas concentrações de cálcio apresentaram bom desempenho no esmalte

hígido, enquanto os agentes contendo altas concentrações de flúor foram

importantes para as propriedades químicas do esmalte com lesão de cárie

subsuperficial.

O objetivo de Berguer (2007) foi avaliar os efeitos de agentes clareadores de

alta concentração (peróxido de hidrogênio a 35%) utilizados em consultório na

dureza, composição química e estrutural do esmalte humano. Foram selecionados

sessenta e cinco terceiros molares humanos hígidos. Dois fragmentos de esmalte

(4x4x3mm) foram removidos das faces vestibular e lingual de cada dente. As

amostras foram divididas em 10 grupos (n=10). Antes do clareamento, os

fragmentos foram polidos e submetidos ao teste de microdureza Knoop (KHN) e

análise em Espectroscopia Raman Transformada de Fourier (ERTF) para

determinação da relação de fosfato (PO4) e carbonato (CO3) presentes no esmalte

não-tratado. O grupo controle (GC) não foi submetido ao tratamento clareador. Nos

grupos experimentais utilizou três diferentes agentes clareadores (Whiteness HP

Maxx - W; Pola Office P e Opalescence Xtra - O) e também três formas de

irradiação (sem irradiação - SI; irradiação com lâmpada - halógena LH, irradiação

com LED + Laser Diodo - L). Após os tratamentos, os géis clareadores foram

coletados com a solução de enxágue para avaliação da concentração de cálcio,

utilizando espectrofotometria de absorção atômica. Logo após, as amostras foram

submetidas à ERTF, ao teste de microdureza interna e superficial; para analisar as

alterações na superfície foi usada microscopia eletrônica de varredura e para avaliar

os efeitos das técnicas de clareamento na desmineralizaçao superficial do esmalte

foi utilizado microscopia de luz polarizada. As médias de microdureza superficial

variaram de 297,48±16,29 (O-SI) a 317,86±9,62 (P-L) antes do tratamento com o gel

clareador e 260,94±17,17 (OSI) a 291,68±16,20 (W-LH), pós-clareamento. Para a

microdureza interna as médias variaram de 69,55±42,02 (O-L, 20im) a 288,13±53,16

(GC, 80ìm). A concentração de cálcio presente na solução de enxágue variou entre

0,32 (W-SI) a 1,61 (O-L). Com exceção do grupo controle, a microscopia eletrônica

de varredura apresentou alterações morfológicas na superfície. Em microscopia de

luz polarizada, os grupos Whiteness sem irradiação, com luz halógena e LED/laser,

Pola Office com LED/laser e Opalescence com luz halógena e LED/laser

apresentaram desmineralização em profundidade. Foram observadas alterações no

conteúdo mineral pela diminuição significativa dos valores de microdureza, perda de

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cálcio e desmineralização visualizada em microscopia de luz polarizada, além de

alterações morfológicas na superfície do esmalte visualizadas em microscopia

eletrônica de varredura. O autor concluiu que a utilização do peróxido de hidrogênio

a 35% empregado no tratamento clareador em consultório requer cautela uma vez

que causa alterações na estrutura do esmalte como mostrado no presente estudo.

Araújo (2007) teve como objetivo discutir os efeitos da aplicação de produtos

que contêm peróxido de hidrogênio, peróxido de carbamida, agentes clareadores

que integram dentifrícios e géis, sobre o esmalte dental humano. O clareamento

dental é um procedimento cosmético tido como complexo, uma vez que consiste

numa reação de oxirredução fundamentada na oxidação parcial do principio ativo,

através da qual o produto clareador altera a estrutura da molécula pigmentada. A

oxidação parcial provoca ruptura das cadeias carbônicas cíclicas dos compostos

pigmentados, tornando-os acíclicas insaturadas, com duplas ligações, resultando daí

produtos com tonalidades mais claras. As alterações mais frequentes observadas na

morfologia da estrutura do esmalte dental, foram caracterizadas pela mudança na

textura superficial desta estrutura, devido ao surgimento de muitas depressões e ao

aumento da porosidade, sugerindo que o processo de clareamento resultou na

perda de minerais. Com peróxido de carbamida a 10% aplicado durante 8 horas ao

dia por 15 dias, ocorreu uma desmineralização da superfície do esmalte que se

estendeu a uma profundidade media de 50 micrometros. Confirmada a ocorrência de

lesões no esmalte, estas lesões não tem significância clinica, uma vez que podem vir

a remineralizar dentro do período de 7 a 14 dias, desde que sejam expostos ao

fluido salivar. Ao partir do pressuposto de que o elemento lesivo mais significativo

não é a concentração do agente clareador, e sim o tempo em que a unidade dental

permanece exposta a esse agente, comprova-se uma relevante perda de minerais

em unidades clareadas pelos agentes de uso caseiro em diferentes concentrações.

O produto testado na concentração de 10% gerou perda superior aquela produzida

pelo agente de 15%. Uma desmineralização de 18% em esmalte e 13% em dentina

nos clareadores de menor concentração e 14% em esmalte e 9% em dentina em

clareado de maior concentração.

Schiavoni (2007) teve como objetivo comparar no esmalte dental humano e

bovino a permeabilidade e a microdureza e avaliar estas alterações no esmalte

dental bovino após tratamento com diferentes técnicas de aplicação do peróxido de

hidrogênio a 35% (FGM). Em ambos os estudos as superfícies de esmalte vestibular

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foram delimitadas em 5x5mm de área. Os fragmentos foram incluídos em resina de

poliéster e planificados para avaliação da microdureza Knoop do esmalte inicial e

após coloração histoquímica. Após, os espécimes do estudo de clareamento foram

casualmente distribuídos em oito grupos (n = 15) e submetidos ao clareamento

dental com peróxido de hidrogênio a 35% (FGM) – pela técnica convencional,

fotoativado com o LED, fotopolimerizador ou LED laser seguido ou não da aplicação

de flúor (Desensibilize KF 2%, FGM). Os grupos controles foram expostos à saliva

artificial e à aplicação de flúor + saliva artificial. O tratamento clareador foi realizado

de acordo com as recomendações do fabricante. No restante do período diário, os

espécimes foram imersos em saliva artificial. Ao término do período experimental, os

corpos-de-prova foram submetidos ao método de coloração histoquímica, para

evidenciar a extensão da permeabilidade no esmalte. Da região delimitada

obtiveram-se três cortes avaliados em microscopia óptica, através de um software de

digitalização de imagem (Axion Vision 3.1) verificando a penetração dos íons cobre

em relação à espessura total do esmalte. Não houve diferença estatística de

permeabilidade e microdureza quando comparados os esmaltes dentais humanos e

bovinos. Para o estudo de clareamento, os resultados demonstraram que os grupos

apresentaram permeabilidade e microdureza do esmalte semelhantes entre si.

Soares et al. (2008) abordaram, através de uma revisão de literatura, os

agente clareadores, as técnicas, vantagens e desvantagens, os efeitos sobre os

tecidos bucais, materiais restauradores e cuidados necessários no clareamento de

dentes vitais. Existe no mercado produtos para clareamento caseiro que são

acompanhados de flúor para aplicação tópica, com o objetivo de diminuir uma

possível sensibilidade, potencializar e estabilizar o efeito do clareamento. O peróxido

de carbamida é o agente clareador mais utilizado no clareamento caseiro em

concentrações de 10, 15 e 16%. Para o clareamento em consultório, sua

concentração aumenta para 35%. O peróxido de carbamida apresenta várias

vantagens, como não necessitar de calor, não requerer condicionamento ácido e

poder atuar além das áreas em contato com os dentes, como as áreas cobertas por

restaurações. O peróxido de hidrogênio pode se apresentar tanto na forma líquida

como em gel, sendo esta a forma preferível, por ter melhor controle na aplicação. É

o agente clareador mais largamente utilizado em consultório odontológico (na

concentração de 35%), justamente porque os sistemas clareadores a base dessa

substância, ativados por luz e/ou calor que aumentam a quantidade de oxigênio

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nascente, são mais seguros e confortáveis para o paciente, além de serem mais

rápidos. Os agentes clareadores agem principalmente através da oxidação de

compostos orgânicos. Esses agentes são altamente instáveis e, quando em contato

com o tecido, liberam radicais livres (principalmente o oxigênio nascente) que

oxidam os pigmentos. O oxigênio liberado penetra nos túbulos dentinários e age nos

compostos com anéis de carbono que são altamente pigmentados, convertendo-os

em compostos mais claros. Além disso, converte compostos de carbono

pigmentados e com ligação dupla em grupos hidroxila que se apresentam sem cor.

Quando o clareamento ultrapassa o ―ponto de saturação‖ — a quantidade ótima do

clareamento na qual o resultado obtido é máximo — o clareamento diminui muito e o

agente clareador começa a atuar em outros compostos que apresentam cadeias de

carbono, como as proteínas da matriz do esmalte. Neste ponto, a perda de material

da matriz do esmalte torna-se muito rápida e é convertido em dióxido de carbono e

água, o que leva ao aumento da porosidade e da fragilidade do dente. O

clareamento caseiro é empregado preferencialmente em todos os dentes e indicado

para dentes naturalmente escurecidos, escurecidos por pigmentos da dieta ou do

cigarro, pela idade, por trauma e manchados por tetraciclina ou fluorose. Suas

vantagens são a técnica simples e fácil, o baixo custo, e a utilização de agentes

clareadores com baixa concentração. Para alguns autores, o agente pode ser

empregado em vários dentes simultaneamente, utiliza substâncias fáceis de ser

encontradas no mercado, não promove efeitos deletérios nos dentes e tecidos

moles, é de fácil reaplicação nos casos de recidiva de cor. As desvantagens são: a

aplicação do agente é feita pelo paciente, a evolução do tratamento dependerá dele;

alguns pacientes podem apresentar hipersensibilidade dental durante o tratamento;

não agem em dentes com manchas brancas ou opacas nem em manchas

extremamente escuras como aquelas provocadas por tetraciclina; também não

atuam de modo eficaz em dentes que apresentam restaurações extensas, pois eles

não possuem estrutura dentária suficiente para reagir adequadamente com o agente

clareador. Um dos efeitos adversos mais comunentes encontrados é a sensibilidade

dos dentes, e uma forma de evitar essa sensibilidade pós-operatória seria a não-

utilização de instrumentos aquecidos para potencializar a ação do agente clareador.

Quanto ao risco de agressão ao tecido pulpar, não foi encontrado por parte dos

agentes, mesmo na concentração mais elevada de 35%. Porém, sabe-se que as

fontes luminosas que degradam estes agentes clareadores podem causar algum

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risco de necrose pulpar caso aumentem a temperatura da polpa em mais de 5,5 ºC.

Outros trabalhos de pesquisa indicam que com relação à integridade da estrutura do

esmalte, a aplicação de gel de peróxido de carbamida a 10% aumenta a porosidade,

depressões, erosões e desmineralização dos prismas periféricos de esmalte e

diminui as forças de tensão do esmalte. Sobre os tecidos moles, percebe-se com

maior frequência a irritação gengival que pode ter como causa tanto a substância

clareadora como a moldeira plástica usada no clareamento caseiro. Outros estudos

ainda relatam que os agentes clareadores usados no consultório têm efeitos que

contribuem para danos no DNA, colaborando para a carcinogênese. No sistema

adesivo, o gel clareador pode agir solubilizando-o e degradando-o, comprometendo

a longevidade da restauração. Suspeita-se que os agentes clareadores, sobre

restaurações de amálgama, podem aumentar a toxicidade através da oxidação,

corrosão e dissolução da superfície do material. Os efeitos danosos desses agentes,

tais como porosidade da estrutura dental, sensibilidade e efeitos sobre os materiais

restauradores, podem ser minimizados na medida em que são seguidas as

recomendações de cada técnica, entretanto, o peróxido de carbamida mostrou-se

menos danoso aos tecidos bucais.

O clareamento dentário tem sido uma prática popular nos consultórios

odontológicos, pois remove pigmentos que tornam o dente escuro. Por este motivo,

Scannavino (2008) avaliou a relação cálcio-fósforo (Ca-P) e o efeito da saliva nos

dentes submetidos aos agentes clareadores com peróxido de hidrogênio a 35%.

Foram utilizados 60 amostras provenientes de 30 incisivos centrais de bovinos,

divididos em 6 grupos. As amostras do grupo controle foram mergulhadas em água

destilada. No grupo 1 foi feito clareamento com o peróxido de hidrogênio a 35%

ativado por LED. No grupo 2 foi feito clareamento com peróxido de hidrogênio a 35%

e imerso em saliva artificial por dois dias. No grupo 3 além do clareamento com

peróxido de hidrogênio a 35% foram feitas aplicações de flúor tópico neutro a 2%.

No grupo 4 foi feito o mesmo procedimento do grupo 3 e além disso foram imersos

em saliva artificial por 2 dias. E no grupo 5 repetiu-se o experimento do grupo 4,

porém, o número de dias de imersão na saliva artificial passou para 15 dias. Todas

as amostras foram preparadas para análise por espectrofotometria de emissão

atômica com plasma acoplado indutivamente. A análise de variância revelou

estatisticamente uma diferença (p<0.05) entre os grupos: o grupo 3 apresentou

redução de 7,5% na relação Ca-P comparado com o controle. No entanto, os valores

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dos grupos 1, 4 e 5 não diferiram significamente do grupo controle. Os resultados

mostraram que o clareamento produz uma redução na proporção Ca-P que pode ser

minimizada pela ação da saliva.

Fonseca e Samezima (2008) tiveram como objetivo de seu estudo avaliar o

efeito da adição de fluoreto de sódio e cloreto de cálcio no agente clareador a base

de peróxido de hidrogênio a 35% na microdureza do esmalte. Foram utilizados 20

terceiros molares humanos extraídos, dos quais foram obtidos fragmentos em

esmalte, divididos em quatro grupos (n=20), conforme o tratamento clareador

empregado. O grupo 1 não recebeu o procedimento clareador (controle). O grupo 2

foi tratado com o gel clareador a base de peróxido de hidrogênio a 35% (Total

Bleach). Os grupos 3 e 4 foram clareados com o agente clareador Total Bleach

modificado pela adição de fluoreto de sódio a 0,2% e cloreto de cálcio a 0,2%,

respectivamente. Os agentes clareadores foram ativados por fonte de luz híbrida

LED/Laser. A microdureza Vickers da superfície do esmalte foi avaliada por meio de

um microdurômetro imediatamente após o tratamento clareador. Os espécimes

foram seccionados na região central, polidos e avaliados para determinação da

microdureza de seção transversa do esmalte até a profundidade de 125μm, com

intervalo de 25μm entre as medidas. A aplicação do teste ANOVA um fator (5%) para

os dados de microdureza superficial e do teste ANOVA dois fatores (5%) para os

dados de microdureza de secção transversa, revelou diferença estatisticamente

significante entre os grupos. O teste de Tukey mostrou que, com relação à

microdureza superficial, o grupo clareado exibiu os menores valores e o grupo

clareado com agente contendo cálcio, os maiores valores. Com relação à

microdureza subsuperficial, não houve diferença significante para os fatores

profundidade e interação, evidenciando que o grupo clareado obteve os menores

valores de microdureza do esmalte, seguido pelo grupo clareado com agente

contendo flúor, em seguida pelo grupo controle não clareado e por fim, pelo grupo

clareado com agente contendo cálcio. Concluiu-se que o clareamento dental com

peróxido de hidrogênio a 35% resultou em diminuição da microdureza da superfície

e da subsuperfície do esmalte e que a adição de flúor e cálcio no agente clareador

elevou os valores de microdureza do esmalte clareado.

Diniz e Vieira (2008) realizaram uma revisão de literatura com o intuito de

apresentar os recursos do clareamento dental caseiro na busca da estética perfeita,

enfatizando a importância do planejamento e da técnica para uma resposta ideal. O

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clareamento caseiro tem como vantagem ser um tratamento eficaz, conservador e

de baixo custo, se comparado a procedimentos restauradores ou protéticos. O

material utilizado para o clareamento caseiro é o peróxido de carbamida a 10% ou

peróxido de hidrogênio de 15 a 10%, sendo o peróxido de carbamida o mais

utilizado. Utilizando peróxido de carbamida a 10%, em estudos in vitro, houve

aumento do diâmetro dos poros do esmalte, com forma afunilada, fraturas

transversais e um efeito erosivo em toda a superfície. Para realizar um clareamento

dental, o cirugião-dentista deve saber a causa da alteração de cor do elemento

dental, bem como o tempo desta alteração para que possa fazer o melhor plano de

tratamento possível. A utilização quanto ao agente clareador pode variar de duas a

seis semanas com a duração de seis a oito horas noturnas, recomendando não

ultrapassar 4 semanas de uso e não realizar o clareamento nas duas arcadas

simultaneamente para ter parâmetro de cor. A preocupação do peróxido de

carbamida no clareamento caseiro está no fato de ter uma ação carcinogênica,

tornando a utilização um risco. Os efeitos do clareamento dental no equilíbrio mineral

das estruturas dentais são minimizados pela saliva. Autores concluíram que a

utilização do clareamento dental caseiro tem demonstrado ser um recurso estético

eficiente, podendo ser indicado para diversas situações clínicas. Sua simplicidade de

utilização pelo paciente associado ao baixo custo, leva à grande aceitação e conforto

por parte do paciente. Para que o clareamento seja efetivo como recurso estético é

necessário um rigoroso planejamento quanto à saúde gengival e dental do paciente.

Simões (2008) avaliou a efetividade do clareamento caseiro com peróxido de

hidrogênio de 6 a 7,5% e seu efeito sobre a rugosidade e a microdureza do esmalte

dental humano em função do tempo. Foram selecionados 80 fragmentos de esmalte

dental humano em tamanhos de 4x4mm, os quais foram manchados com sangue

eqüino e, em seguida incluídos em resina de poliestireno e polidos. A cor foi

escolhida segundo a escala Vita, para comparar o grau de luminosidade antes e

após o clareamento. Os corpos-de-prova foram numerados e distribuídos

aleatoriamente em cinco grupos, entre eles: Grupo 1: clareamento com peróxido de

carbamida a 10% Whiteness Perfect; Grupo 2: clareamento com peróxido de

hidrogênio a 6% White Class; Grupo 3: clareamento com peróxido de hidrogênio a

7,5% White Class; Grupo 4: clareamento com peróxido de hidrogênio a 6% Mix Day;

Grupo 5: clareamento com peróxido de hidrogênio a 6,5% em tiras Whitestrips. O gel

clareador de peróxido de carbamida a 10% foi aplicado diariamente durante seis

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horas. Os demais foram aplicados durante trinta minutos, duas vezes ao dia,

conforme recomendação dos fabricantes. Todos os produtos foram aplicados

durante três semanas e estocados em saliva artificial. A rugosidade inicial foi

avaliada utilizando perfilômetro e a microdureza utilizou o microdurômetro do tipo

Knoop. Os resultados mostraram que após sete dias de clareamento, apenas os

agentes clareadores à base de peróxido de carbamida a 10 % e peróxido de

hidrogênio a 6% promoveram clareamento significativo. Aos vinte e um dias de

tratamento, todos os grupos apresentaram clareamento significativo comparando

com a cor inicial, exceto o grupo do produto de tiras de peróxido de hidrogênio a

6,5%, que não promoveu clareamento significativo. Ao final do experimento, a maior

efetividade de clareamento foi observada nos grupos tratados com peróxido de

carbamida a 10% (Whiteness Perfect) e peróxido de hidrogênio a 6% (White Class e

Mix Day). O agente clareador menos efetivo foi o Whitestrips. Na avaliação da

estrutura superficial, os agentes clareadores de peróxido de hidrogênio a 7,5% e a

6% causaram aumento significativo na rugosidade do esmalte, porém, após 14 dias

do término do tratamento, o produto a 6% permaneceu com a rugosidade

aumentada, enquanto o peróxido de hidrogênio a 7,5% teve sua rugosidade

diminuída e não diferiu da rugosidade inicial. Os resultados relacionados à

microdureza tiveram interação do tempo com o agente clareador. Após sete dias de

tratamento todos os géis clareadores causaram redução da microdureza do esmalte,

com exceção do agente clareador a base de peróxido de carbamida a 10%, porém,

após 14 dias este produto também demonstrou redução da microdureza. Aos 21 dias

após o clareamento todos os produtos apresentaram um valor significativamente

menor do que no início do tratamento. As conclusões obtidas no término deste

estudo foram que os agentes a base de peróxido de carbamida a 10% (Whiteness

Perfect) e peróxido de hidrogênio a 6% (White Class e Mix Day) apresentaram maior

efetividade no tratamento. Já o produto de tiras impregnadas com peróxido de

hidrogênio a 6,5% (Whitestrips) exibiu menor efetividade entre todos os produtos

examinados. O grupo tratado com Mix Day permaneceu com maior rugosidade ao

fim do tratamento. E também foi observado que 21 dias após o clareamento, todos

os corpos-de-prova apresentaram redução na microdureza.

Carvalho et al. (2008) efetuaram uma revisão de literatura sobre as principais

técnicas de clareamento. A descoloração dos dentes, independente da sua origem,

é o fator mais importante na estética de um sorriso porque a descoloração é

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percebida mais rapidamente do que outras anormalidades estéticas. O clareamento

dental é um procedimento terapêutico que permite a remoção do escurecimento

dentário, dando, assim, uma cor de acordo com as exigências estéticas do paciente.

O tratamento é apresentado como um procedimento não invasivo, conservador, que

não altera a forma natural dos dentes, indicado para dentes afetados por problemas

de coloração que não apresentam outros problemas dentários ou periodontais e tem

uma anatomia correta e uma posição apropriada do arco. A busca por produtos

clareadores caseiros pode ser vista como uma tendência perturbadora, tendo em

vista o grande numero de diagnósticos incorretos, uso em condições inadequadas,

protetores bucais sem precisão, falta de acompanhamento profissional e resultados

dolorosos e não estéticos. Devido ao grande número de efeitos adversos

encontrados nas técnicas de clareamento dental, é de suma importância o amplo

conhecimento do profissional para que possa orientar de forma adequada os

pacientes que vão a busca de uma estética branca.

Carvalho et al. (2009) tiveram como objetivo avaliar o efeito de duas técnicas

de clareamento dental sobre a composição química do esmalte. Foram utilizados 15

incisivos bovinos que forneceram 30 espécimes, os quais foram distribuídos em 3

grupos experimentais. Os espécimes do grupo 1 não receberam nenhum tratamento

(controle). Nos espécimes do grupo 2 foi aplicado o gel clareador à base de

peróxido de hidrogênio a 35% (Whiteness® HP – FGM Produtos odontológicos) por

15 minutos; em seguida o gel clareador foi lavado com água deionizada e a

sequência de clareamento repetida por mais duas vezes. Nos espécimes dos grupos

3 foi aplicado do gel clareador a base de peróxido de hidrogênio a 16%(Whiteness®

HP –FGM Produtos odontológicos) durante 2 horas. Após esse tempo o gel foi

lavado e armazenado em saliva artificial durante 24 horas e então novamente

aplicado o gel clareador por 2 horas e este ciclo repetido durante 7 dias. Os

espécimes foram lavados, secos e a relação Ca/P analisada em espectrofotometria

de absorção atômica. Os dados foram analisados pelo teste paramétrico ANOVA e

teste complementar de Tukey, ao nível de significância de 5%. O aumento da razão

mineral neste trabalho, embora discreto, demonstrou o caráter preventivo da saliva

no processo de desmineralização, sobretudo atuando na remineralização do esmalte

clareado. A composição da saliva artificial utilizada, rica em compostos minerais,

provavelmente tenha contribuído na reposição dos minerais perdidos, inclusive na

deposição de Ca-P.

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Sasaki et al. (2009) relataram que o clareamento dental em casa tem sido

amplamente utilizado, pois é um procedimento simples e eficaz para a remoção de

manchas extrínsecas e intrínsecas. A clínica exige o protocolo de utilização de um

produto para clareamento em moldeira individual durante cerca de 2 a 6 semanas.

No entanto, as modificações da técnica foram introduzidas, tais como diferentes

concentrações de peróxido de carbamida (10% a 22%), bem como 5,5% a 7,5% de

peróxido de hidrogênio, com o objetivo de acelerar o tempo de clareamento dental.

Assim, o protocolo original de clareamento dental vital, que envolve o contato direto

de um agente de clareamento com a superfície das estruturas dentárias por um

período prolongado de tempo (cerca de 8h, durante 6 semanas), foi substituído por

protocolos mais rápido que a demanda para seu uso 1 a 4h por dia, por 1-12

semanas consecutivas, dependendo do nível desejado de clareamento, esse tempo

de exposição mais curto é possível devido ao aumento na quantidade de substância

ativa do agente clareador em contato com a superfície do esmalte na primeira hora

de aplicação. Eles sugeriram que as mudanças podem ser mínimas ou inexistentes

devido ao menor tempo de contato entre agentes e estruturas dentais. A presença de

erosões e porosidades do esmalte tem sido relacionada com os subprodutos,

principalmente de uréia e oxigênio, a partir da reação de oxidação dos agentes

clareadores. Uréia tem a propriedade de desnaturar proteínas presentes em partes

orgânicas da estrutura dental, com potencial para penetrar através do esmalte e

afetam não apenas a superfície, mas também a parte interprismática do esmalte. Os

radicais livres de oxigênio não são específicos e podem reagir com estruturas

orgânicas dos tecidos dentais; alterações no conteúdo mineral do esmalte e da

dentina pode ocorrer devido ao ácido desses materiais e seus componentes, embora

tais alterações não são perceptíveis clinicamente, é difícil determinar se eles são

microscopicamente reversíveis.

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3 MATERIAIS E MÉTODOS

De acordo com a resolução 280/09 do Conselho Nacional de Saúde, através

de uma lupa foram selecionados 50 molares humanos com tempo de extração

variável, que não apresentavam trincas ou desmineralização, provenientes do Banco

de Dentes do Curso de Odontologia da UNIVALI. Foram recortados 60 fragmentos

de esmalte, 2 de cada dente, com área de 9mm², (3mm² x 3mm²) e 3mm de

espessura com o auxílio de um disco diamantado dupla face (Figura 1), montado em

ponta reta, sob refrigeração e em baixa velocidade (Figura 2). Usou-se um

especímetro para medir os fragmentos (Figura 3). A face superficial, de esmalte, foi

planificada com sistema de lixas de granulação 600, 1.000 e 1.200 (Figura 4). O

acabamento das faces laterais dos fragmentos foi feito também com disco

diamantado (Figura.5).

Figura 1 : Disco diamantado dupla face para recorte dos fragmentos.

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Figura 2 : Recorte dos fragmentos dentários.

Figura 3 : Uso de especímetro para medir os fragmentos.

Figura 4 : Uso do sistema de lixas d’água.

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Figura 5 : Acabamento lateral com disco diamantado dupla face.

Dos fragmentos, 30 foram para ciclagem in situ e 30 fragmentos para

ciclagem in vitro.

Figura 6 : Fragmentos dentários (corpos de prova) para ciclagem in vitro.

A ciclagem in situ foi realizada através de aparelhos intraorais,

confeccionados com resina acrílica e fios ortodônticos, utilizados por 05 (cinco)

voluntários, acadêmicos de Odontologia, com padrão semelhante de higiene oral e

alimentação e que não faziam uso de flúor adicional

Para confeccionar os aparelhos intraorais, foram realizadas moldagens com

alginato das arcadas dentárias superiores dos voluntários e feito o vazamento em

gesso pedra. Obtidos os modelos, foram confeccionados grampos retentivos e

acrilizados os aparelhos. (Figura 7). O acabamento foi efetivado com lixas de

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granulação 600, 1000 e 1200 (Figura 5).

Figura 7 : Molde com aparelho intraoral.

Foram confeccionados 06 (seis) ―lojas‖ no acrílico de cada um dos aparelhos,

na região palatal, com brocas Maxxicutt montadas em ponta reta, em baixa rotação.

Os fragmentos de esmalte foram colados em cada uma das lojas com uso do

adesivo cianoacrilato (Figura 8).

Figura 8 : Confecção das lojas para fixação dos fragmentos.

Os voluntários foram devidamente informados quanto aos objetivos e

procedimentos da pesquisa e, posteriormente, assinaram um Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (ANEXO 1). Também foram orientados quanto ao

uso dos aparelhos (remoção só para as refeições, limpeza com água corrente sob

pressão digital na face que continha os fragmentos e escovação na face que ficava

em contato com a mucosa palatal).

Para a ciclagem in vitro, os corpos-de-prova foram fixados por sua face de

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esmalte em cera utilidade e cobertos com resina ortoftálica contidas por moldes de

PVC com 13mm de diâmetro e 12mm de altura (Figura 6,9 e 10).

Figura 9 : Fragmentos afixados na placa de cera utilidade.

Figura 10 : Colocação da resina ortoftálica sobre os fragmentos.

Após a remoção dos moldes de PVC, os corpos de prova foram também

aplainados com lixas d’água 3M (granulação 800, 1000 e 1200), sob irrigação.

Para o tratamento clareador utilizou-se 0,01ml do gel clareador Whiteness

calcium 7,5% em cada fragmento pelo período de 1 hora (recomendação do

fabricante) (Figura 11).

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Figura 11 : Aplicação do gel clareador sobre os fragmentos.

Após este tempo o gel foi removido com 1 ml de água deionizada aplicada sob

pressão, com seringa descartável montada com agulha (Figura 12).

Figura 12 : Remoção do gel com seringa montada com agulha (pressão).

Nos intervalos entre a aplicação do agente clareador, os espécimes da

ciclagem in vitro ficaram armazenados em recipientes com água deionizada e os da

ciclagem in situ voltaram ao meio bucal, através dos aparelhos intraorais. O

procedimento clareador foi repetido 14 vezes, simulando o tempo de tratamento de

14 dias.

As leituras de cálcio foram realizados com o gel removido e acumulado do 1°

ao 7° dia (primeira leitura) e do 8° ao 14° (segunda leitura) com espectrofotometria

de absorção atômica.

Para a realização da espectrofotometria, procedeu-se a identificação dos

recipientes ―in vitro‖ e ―in situ‖ e os diferentes períodos de coleta (1 a 7 e 8 a 14

dias). Nos intervalos entre a aplicação do agente clareador, os espécimes da

ciclagem in vitro ficaram armazenados em recipientes com água deionizada e os da

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ciclagem in situ foram levados ao meio bucal, sendo retirados somente para as

refeições. A higienização dos aparelhos orais foi feita por escovação na parte que

entrava em contato com o palato e por fricção digital na face que continha os

fragmentos.

A dosagem do cálcio foi realizada em espectrofotômetro de absorção atômica,

marca Perkin-Elmer 3010, do Centro de Ciências Tecnológicas da Terra e do Mar, da

Universidade do Vale do Itajaí. Os procedimentos de preparo e leitura no

equipamento foram realizados pela técnica do laboratório de Oceanografia Química

e acompanhados pela acadêmica.

Para a leitura de cálcio as amostras sofreram uma digestão (abertura das

amostras), feita com 40 ml de ácido nítrico P.A.. Após, foi feita uma curva de

calibração com padrões de cálcio. As leituras foram feitas três vezes em cada

amostra, utilizando uma porcentagem de desvio-padrão de no máximo 10%,

repetindo-se o mesmo quando as replicas ultrapassavam esse valor.

As amostras sofreram diferentes diluições, determinadas pela concentração

do gel, objetivando que a concentração final de cada leitura permanecesse no

mesmo intervalo da curva de calibração.

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4 RESULTADOS e DISCUSSÃO

Dentre os procedimentos de reabilitação oral estética, o clareamento dental

caseiro situa-se entre os considerados menos invasivos. Por não demandar remoção

de tecido dentário com instrumentos, por ser um procedimento relativamente simples

e seguro e, ainda, por sua acessibilidade, coloca-se como um dos mais procurados e

executados pelos cirurgiões dentistas.

Outro fator a ser considerado refere-se à crescente procura pelo

procedimento, decorrente da pressão midiática quanto a padrões de beleza que

―devem‖ ser seguidos pelas as pessoas. O clareamento deixou de ser apenas uma

indicação terapêutica, para casos bem selecionados, se constituindo em um

procedimento para atender questões puramente estéticas e vaidades pessoais.

As concentrações do peróxido de hidrogênio variam amplamente em função

do tipo de tratamento a ser ministrado, clareamento caseiro ou realizado em

consultório, de 5 a 35% na maioria dos casos. Os primeiros agentes para

clareamento com moldeiras (caseiro) vinham em concentrações de 10% de peróxido

de hidrogênio. Em seguida, maiores concentrações foram colocadas no mercado,

como a 16%.

Em função das diferentes formulações e concentrações disponíveis,

pesquisas são realizadas com metodologias variáveis, trazendo resultados que

devem ser bem analisados para que a escolha do produto e da técnica sejam

adequadas, corretas e eticamente fundamentadas.

O resultado das leituras, obtido do valor médio de cálcio, foi corrigido pelos

respectivos fatores de diluição, sendo os resultados finais expressos em mg/L.

A aplicação da metodologia deste trabalho apresentou os resultados

demonstrados na Tabela 1.

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Sample_ID Mean_Sig Mean_ST RSD Std_Dev Cal_Units Sig 1 Smp_U 1 Sig 2 Smp_U 2 Sig 3 Smp_U 3

BRGel1- 0,510 12,003 0,626 0,075 mg/L 0,508 11,952 0,508 11,967 0,512 12,090

BRGel2- 0,659 16,776 0,616 0,103 mg/L 0,656 16,675 0,659 16,772 0,662 16,882

1 a 7dias-IV 0,842 23,268 0,133 0,031 mg/L 0,842 23,260 0,843 23,303 0,841 23,242

8 a 14 dias-IV 0,681 17,519 0,543 0,095 mg/L 0,684 17,629 0,680 17,470 0,679 17,459

1 a 7dias-IS 0,776 20,867 0,800 0,167 mg/L 0,780 21,013 0,777 20,904 0,771 20,685

8 a 14 dias-IS 0,840 23,197 3,375 0,783 mg/L 0,863 24,054 0,835 23,018 0,822 22,519

Tabela 1 – Resultados das leituras de cálcio no gel clareador.

A Tabela 2 refere-se à média das três leituras realizadas no gel branco (gel 1

e gel 2) e no gel dos dois grupos in vitro e in situ (grupos 1, 2, 3, 4), nos dois

períodos de tempo.

Leitura 1 Leitura 2 Leitura 3 Média

Gel 1 11,952 11,967 12,090 12,003

Gel 2 16,675 16,772 16,882 16,776

1 (1-7 dias in vitro) 23,26 23,303 23,242 23,268

2 (8-14 dias in vitro) 17,629 17,470 17,459 17,519

3 (1-7 dias in situ) 21,013 20,904 20,685 20,867

4 (8-14 dias in situ) 24,054 23,018 22,519 23,197

Tabela 2 - Leituras parciais e média da quantidade de cálcio nos diferentes períodos e condições

A quantidade total do gel 1, das amostras in vitro, foi de 0,196ml, relativo a 28

fragmentos experimentais, que continha 12,003mgCa/L. A quantidade total do gel 2,

das amostras in situ, foi de 0,210ml, aplicado a 30 fragmentos, que continha 16,776

mgCa/L.

A partir dos resultados iniciais, a quantidade total de Ca do gel dos grupos in

situ e in vitro nos dois períodos de tempo foi multiplicada por 6 (número de

diluições). Do valor resultante, foram subtraídos os valores da quantidade de cálcio

do gel branco( gel que não esteve em contato com a estrutura dental), para que não

fosse considerada no total final de cálcio removido dos grupos experimentais. A

Tabela 3 apresenta as quantidades de cálcio, nas duas condições e períodos

avaliados.

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Período/condição In vitro In situ

1 a 7 dias 127,605 mgCa/L 108,424 mgCa/L

8 a 14 dias 93,107 mgCa/L 122,404 mgCa/L

In vitro In situ

1 a 7 dias 57,81 46,97

8 a 14 dias 42,19 53,03 Tabela 3 – Valores absolutos e relativos das leituras de cálcio.

Grafíco 1- Valores relativos nos diferentes períodos e condições.

A Tabela 3 apresenta os resultados finais quantitativos do cálcio presente no

gel clareador após o procedimento experimental. Na condição in vitro, no período de

1 a 7 dias, foi encontrado 127,605 mgCa/L. No período de 8 a 14 dias, foram 93,107

mgCa/L. Na condição in situ, no período de 1 a 7 dias, foi identificada a quantidade

de 108,424 mgCa/L e, de 8 a 14 dias, foram 122,404 mgCa/L.No estudo realizado,

foi encontrada uma perda maior de cálcio na condição in situ do que na condição in

vitro, o que difere de resultados encontrados por outros autores.

Em estudo aplicando metodologia semelhante Justino, Tames e Demarco

(2004) mostraram que as perdas de cálcio foram 40,32 % maiores in vitro do que in

situ e a morfologia apresentou sinais de perda de estrutura do esmalte superficial em

ambas as condições, sendo que in situ a superfície mostrou-se mais uniforme e

regular em relação às amostras in vitro.

42,19

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Um pré-requisito para a remineralização das lesões de esmalte é a

presença de cristalitos parcialmente desmineralizados, que agem como núcleos para

a deposição mineral. A teoria para a desmineralização subsuperficial atribui o

fenômeno à difusão dos elementos cálcio e fosfato. Na teoria do gradiente de

solubilidade, a camada superficial tem uma composição diferente, onde ocorrem as

maiores trocas, como modificação química (transformação) dos cristais mais

acessíveis. Em situações de abrasão ou de baixo conteúdo de flúor, o esmalte está

sujeito ao desafio ácido. A formação de uma camada superficial depende do

conteúdo de flúor da solução e da severidade do desafio desmineralizador. Havendo

fluxos opostos de cálcio, fosfato, flúor e pH na camada superficial, resulta uma

supersaturação da fluorapatita (ou, em geral, um mineral menos solúvel do que a

substância dental original) (TEN CATE, 1990).

Sob essa ótica, seria mais coerente a remoção de maior quantidade de

cálcio na condição in vitro, sem a ação salivar, pois in situ a camada superficial

estaria com a sua solubilidade diminuída pela ação do meio bucal, dispondo de um

mineral menos solúvel do que a substância dental original.

O esmalte desmineralizado é mais receptivo à mineralização do que o

esmalte intacto, condição referendada também por Porsolani Jr e Cândido (2004).

Os efeitos do clareamento dental no equilíbrio mineral das estruturas dentais são

minimizados pela ação da saliva. (DINIZ e VIEIRA, 2008).

Araújo (2007), comprovou uma relevante perda de minerais em unidades

clareadas pelos agentes de uso caseiro em diferentes concentrações. O produto

testado na concentração de 10% gerou perda superior aquela produzida pelo agente

de 15%. Uma desmineralização de 18% em esmalte e 13% em dentina nos

clareadores de menor concentração e 14% em esmalte e 9% em dentina em

clareador de maior concentração.

Uma possível explicação para os resultados encontrados pode residir no fato

de que após a desmineralização provocada pela ação do agente clareador, o

esmalte desmineralizado ficou mais receptivo à remineralização. Como o grupo in

situ voltou para o meio bucal após a ação do clareador, a ação salivar cumpriu seu

papel de reposição do equilíbrio iônico, saturando a superfície do esmalte e

deixando cálcio novamente disponível para a ação do agente clareador.

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Comparin e Menegat (1999), avaliaram a remoção de cálcio, microdureza e

morfologia do esmalte e dentina na região cervical, de dentes humanos incubados

em peróxido de carbamida a 10% como também a interação do NaF 0,05% e da

saliva artificial do esmalte clareado e concluíram que a perda de cálcio ocorreu em

todos os grupos, porém, a incubação em NaF 0,05% diminuiu significativamente esta

perda.

Akal et al (2001), Watanabe e Baron (2002), Lewinstein (2004), Moraes (2004)

e Borges et al (2010), realizaram pesquisas com a adição de íons como o flúor e o

cálcio associados a diferentes substâncias clareadoras em diferentes

concentrações. Todos os resultados destes estudos afirmam que o flúor, assim como

o cálcio ajudam a controlar a perda mineral causada pelo agente clareador,

recompondo a dureza dos tecidos dentários, bem como ajudam a reduzir a

sensibilidade e a solubilidade da superfície, o que é discordante dos nossos

resultados.

Oliveira (2003), avaliou o efeito de agentes clareadores contendo peróxido de

carbamida a 10% (PC) com flúor (F) ou cálcio (Ca) sobre a microdureza e

rugosidade superficial do esmalte dental humano. Seus resultados sugerem que: (1)

o clareamento com PC a 10% modifica a superfície do esmalte aumentando a

rugosidade; (2) dependendo do meio de armazenamento dos espécimes entre as

sessões de clareamento, a microdureza pode ser reduzida ou não alterada; (3) a

presença de F ou Ca na composição dos agentes clareadores não influencia a

microdureza e na rugosidade superficial do esmalte quando os espécimes foram

armazenados em saliva artificial. Tais resultados diferem dos autores acima citados.

O objetivo de Berguer (2007), foi avaliar os efeitos de agentes clareadores de

alta concentração (peróxido de hidrogênio a 35%) utilizados em consultório na

dureza, composição química e estrutural do esmalte humano. Após os tratamentos,

os géis clareadores foram coletados com a solução de enxágue para avaliação da

concentração de cálcio, utilizando espectrofotometria de absorção atômica. Foram

observadas alterações no conteúdo mineral pela diminuição significativa dos valores

de microdureza, perda de cálcio e desmineralização visualizada em microscopia de

luz polarizada, além de alterações morfológicas na superfície do esmalte

visualizadas em microscopia eletrônica de varredura. O autor concluiu que a

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utilização do peróxido de hidrogênio a 35% empregado no tratamento clareador em

consultório requer cautela uma vez que causa alterações na estrutura do esmalte

como mostrado no presente estudo.

Em sua dissertação de mestrado, Soldani (2006) teve como objetivo avaliar in

vitro e in situ o efeito de três sistemas clareadores caseiros e dois agentes

espessantes sobre a microdureza do esmalte humano. Os resultados mostraram

que, em relação à condição in vitro, os clareadores a base de peróxido de carbamida

a 10% e os espessantes associados com a saliva artificial causaram aumento da

microdureza do esmalte no período experimental. O clareador a base de peróxido de

hidrogênio a 6,5% causou a diminuição da microdureza após a interrupção do

clareamento, porém, recuperada em curto período de tempo. In situ observou-se

diferença estatisticamente significante no fator Tempo (p<0,0001). Todos os

tratamentos experimentais causaram uma perda de microdureza do tempo inicial

para o tempo final. Concluiu que os efeitos dos clareadores foram mais intensos in

situ do que in vitro, podendo-se esperar clinicamente uma perda de microdureza

após o tratamento clareador.

Araújo (2007) discutiu os efeitos da aplicação de produtos que contêm

peróxido de hidrogênio, peróxido de carbamida, agentes clareadores que integram

dentifrícios e géis, sobre o esmalte dental humano. Refere que as alterações mais

frequentes observadas na morfologia da estrutura do esmalte dental, foram

caracterizadas pela mudança na textura superficial desta estrutura, devido ao

surgimento de muitas depressões e ao aumento da porosidade, sugerindo que o

processo de clareamento resultou na perda de minerais. Ao partir do pressuposto de

que o elemento lesivo mais significativo não é a concentração do agente clareador, e

sim o tempo em que a unidade dental permanece exposta a esse agente, comprova-

se uma relevante perda de minerais em unidades clareadas pelos agentes de uso

caseiro em diferentes concentrações.

Simões (2008), avaliou a efetividade do clareamento caseiro com peróxido de

hidrogênio de 6 a 7,5% e seu efeito sobre a rugosidade e a microdureza do esmalte

dental humano em função do tempo. Na avaliação da estrutura superficial, os

agentes clareadores de peróxido de hidrogênio a 7,5% e a 6% causaram aumento

significativo na rugosidade do esmalte, porém, após 14 dias do término do

tratamento, o produto a 6% permaneceu com a rugosidade aumentada, enquanto o

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peróxido de hidrogênio a 7,5% teve sua rugosidade diminuída e não diferiu da

rugosidade inicial. Os resultados relacionados à microdureza tiveram interação do

tempo com o agente clareador. Aos 21 dias após o clareamento todos os produtos

apresentaram um valor significativamente menor do que no início do tratamento.

Também foi observado que 21 dias após o clareamento, todos os corpos-de-prova

apresentaram redução na microdureza.

Os resultados do trabalho de Soldani (2006), assemelham-se aos resultados

obtidos em nosso estudo, onde a remoção maior de cálcio ocorreu na segunda

leitura, na condição in situ. O estudo de Berguer (2007), medindo a perda de cálcio,

entre outras variáveis avaliadas, também encontrou alterações no conteúdo mineral

pela diminuição significativa dos valores de microdureza, perda de cálcio e

desmineralização. Simões (2008) também encontrou resultados curiosos em função

da concentração de peróxido de carbamida, pois o produto a 6% permaneceu com a

rugosidade aumentada, enquanto o peróxido de hidrogênio a 7,5% teve sua

rugosidade diminuída, após 14 dias do término do tratamento.

As afirmações de Araújo (2007) incluem mais um elemento na discussão ao

referir a questão do tempo. Ao partir do pressuposto de que o elemento lesivo mais

significativo não é a concentração do agente clareador, e sim o tempo em que a

unidade dental permanece exposta a esse agente, comprova-se uma relevante

perda de minerais em unidades clareadas pelos agentes de uso caseiro em

diferentes concentrações.

Pesquisar o tema clareamento dentário remete a uma literatura bastante

extensa e com resultados curiosos, intrigantes e até mesmo contraditórios. As

escassas pesquisas que tiveram como objetivo avaliar especificamente a perda

mineral decorrente do clareamento obtiveram resultados de difícil comparação, em

virtude dos diferentes aspectos metodológicos, tipos de dentes utilizados, substrato,

materiais, tipo e concentração dos peróxidos, entre outros.

A reflexão que fica da execução do trabalho é que de todos os estudos

levantados, muitos resultados não mostram conseqüências indesejáveis às

estruturas dentais desde o início das pesquisas, porém, as indústrias modificam as

formulações de cada novo produto lançado no mercado, objetivando corrigir

formulações anteriores. Essa questão indica que as pesquisas devem continuar

sendo desenvolvidas para cada novo produto produzido. É de se discutir a possível

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repetição de metodologias para fins de comparação de resultados.

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5 Conclusão

De acordo com a metodologia aplicada neste estudo, conclui-se que:

- O clareamento com peróxido de hidrogênio 7 ½% mostrou remoção de

cálcio nas duas condições avaliadas, in vitro e in situ e nos dois períodos de tempo;

- Na condição in vitro, a maior remoção ocorreu na leitura de 1 a 7 dias;

- Na condição in situ, a maior remoção ocorreu na leitura de 7 a 14 dias;

- Pesquisas aplicando metodologias já testadas poderão permitir a

comparação de resultados.

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7 ANEXOS