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UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURA CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL Patrícia Dal Moro Proposta de gerenciamento de resíduos sólidos e oportunidades de melhoria em uma empresa de construção e manutenção de redes de distribuição de energia elétrica Passo Fundo, 2011.

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UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO

FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURA

CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

Patrícia Dal Moro

Proposta de gerenciamento de resíduos sólidos e

oportunidades de melhoria em uma empresa de construção

e manutenção de redes de distribuição de energia elétrica

Passo Fundo, 2011.

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Patrícia Dal Moro

Proposta de gerenciamento de resíduos sólidos e

oportunidades de melhorias em uma empresa de

construção e manutenção de redes de distribuição de

energia elétrica

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao

curso de Engenharia Ambiental, como parte

dos requisitos exigidos para obtenção do título

de Engenheiro Ambiental.

Orientador: Prof. Adalberto Pandolfo, Doutor.

Passo Fundo , 2011.

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Patrícia Dal Moro

Proposta de gerenciamento de resíduos sólidos e oportunidades de

melhorias em uma empresa de construção e manutenção de redes

de distribuição de energia elétrica

Trabalho de Conclusão de Curso como requisito parcial para a obtenção do título de

Engenheiro Ambiental – Curso de Engenharia Ambiental da Faculdade de Engenharia e

Arquitetura da Universidade de Passo Fundo. Aprovado pela banca examinadora:

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“Nunca deixe que lhe digam que não vale à pena acreditar

no sonho que se tem, ou que seus planos nunca vão dar

certo, ou que você nunca vai ser alguém”

(Renato Russo)

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AGRADECIMENTOS

Gostaria primeiramente de agradecer a Deus, pela sua luz e por me dar saúde e força

para conseguir cumprir minhas metas pessoais e profissionais.

À minha mãe pelo esforço e dedicação, ao Darci, a meu irmão Ricardo, a meus avós

Primo e Terezinha, a meu tio Dirceu, e a meu namorado Mauricio por sempre terem

incentivado apoiado e me ajudado nos momentos difíceis, em fim por toda a compreensão em

todos os momentos.

À meu orientador Prof. Adalberto Pandolfo pela orientação, dedicação na orientação do

trabalho.

Ao Engenheiro Lucas de Carvalho pela ajuda e caronas nas coletas de dados a campo.

À Empresa PROJESUL pela recepção, auxílio nas atividades.

A todos os Professores do curso de Engenharia Ambiental pelos ensinamentos e pela

parceria obtida durante todos esses anos.

A todos que direta ou indiretamente contribuíram para a realização deste trabalho,

agradeço o apoio, estímulo e atenção.

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RESUMO

Com o advento da Revolução Industrial, o desenvolvimento veio acompanhado de avanços

tecnológicos e os grandes centros tornaram-se convidativos aos investimentos. A história da

relação das empresas com o meio ambiente tem demonstrado que os impactos ambientais

resultantes das atividades produtivas estão comprometendo o futuro do planeta. Desta forma,

todos os esforços na busca de promover o desenvolvimento sustentável devem ser prioritários,

tanto em nível acadêmico, profissional, como político-social. Os resíduos industriais

possibilitam verificar uma enorme ineficiência nos processos produtivos, sendo que os

mesmos afetam diretamente as condições de vida da humanidade. O presente trabalho

objetiva elaborar uma proposta de gerenciamento de resíduos sólidos e oportunidades de

melhoria em uma empresa de construção e manutenção de redes distribuidoras de energia

elétrica na cidade de Trindade do Sul. A metodologia utilizada foi a de uma pesquisa

exploratória, através de visitas a campo, dados coletados junto à empresa, através da internet,

pesquisa bibliográfica e documental. Assim sendo, a proposta do Plano de Gerenciamento de

Resíduos Sólidos (PGRS) foi baseada nos princípios da minimização e da não geração de

resíduos, que descreve as ações relativas ao seu manejo, segregação, acondicionamento,

coleta, transporte interno e disposição final. Produção mais Limpa (P+L) insere-se neste

contexto, como suporte para prevenir a formação dos resíduos, ajudando na reciclagem

interna e externa e a posterior armazenagem e destinação final dos mesmos. Por fim, pode-se

verificar a possibilidade de reaproveitamento dos materiais, oriundos do processo produtivo,

demonstrando os benefícios ambientais e econômicos resultantes da implementação da

metodologia, além de fortalecer o conhecimento sobre essas tecnologias.

Palavras chaves: Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, Oportunidades de Melhoria,

Empresa de Construção e Manutenção de Redes Distribuidoras de Energia Elétrica.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 8 1.1 Problema e contextualização ....................................................................................... 8 1.2 Justificativa .................................................................................................................. 9 1.3 Objetivos .................................................................................................................... 11

1.3.1 Objetivo geral ..................................................................................................... 11 1.3.2 Objetivos específicos .......................................................................................... 11 1.3.3 Estrutura do Trabalho ......................................................................................... 11

2 REVISÃO DE LITERATURA .......................................................................................... 13 2.1 Desenvolvimento Sustentável .................................................................................... 13

2.2 Resíduos Sólidos ........................................................................................................ 17 2.2.1 Legislação Aplicável .......................................................................................... 20

2.3 Impacto Ambiental .................................................................................................... 21

2.4 Ações estratégicas ...................................................................................................... 23 2.5 Produção Mais Limpa ................................................................................................ 25

2.5.1 Benefícios da Produção mais Limpa .................................................................. 28 2.5.2 Metodologia de Implantação de Produção mais Limpa ..................................... 30

2.6 Gerenciamento de Resíduos Sólidos .......................................................................... 35 2.7 Logística Reversa ....................................................................................................... 40

2.7.1 Projeto Logística Reversa RGE. ......................................................................... 42 2.8 A Importância da Energia Elétrica ............................................................................. 43

2.8.1 O uso da energia elétrica e o meio ambiente ...................................................... 45

2.8.2 Caracterização das redes de distribuição de energia elétrica e a empresa

prestadora de serviços. ....................................................................................................... 46

3 METODOLOGIA .............................................................................................................. 48

3.1 Caracterização da Empresa Projesul .......................................................................... 48

3.1.1 Classificação da pesquisa ................................................................................... 50 3.1.2 Procedimentos e métodos ................................................................................... 51

4 RESULTADOS ................................................................................................................. 55 4.1 Etapa 1 – Processo Produtivo da Empresa ................................................................. 55

4.1.1 Fase 1.1 – Processo Produtivo da Empresa ........................................................ 55 4.1.2 Fase 1.2 Analise do Processo Produtivo da Empresa ......................................... 58

4.2 Etapa 2 – Geração de Resíduos .................................................................................. 58

4.2.1 Fase 2.1 – Caracterização do Processo de Geração de Resíduos ....................... 58 4.2.2 Fase 2.2 Identificação dos Resíduos Gerados na Empresa ................................. 59

4.2.3 Fase 2.3 Diagnostico dos Impactos Gerados Pela Empresa ............................... 64 4.3 Etapa 3 - Proposta de Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) .......... 67

4.3.1 Conscientização Ambiental da Empresa ............................................................ 68

4.3.2 Manejo dos resíduos sólidos ............................................................................... 69 5) CONCLUSÃO ................................................................................................................... 78

5.1 Conclusão do trabalho ..................................................................................................... 78 5.2 Sugestões para trabalhos futuros ..................................................................................... 79

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 80

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1 INTRODUÇÃO

1.1 Problema e contextualização

Conforme afirma Renz (1998) a energia elétrica é um negócio em grande expansão em

todo o mundo, tanto em valores absolutos quanto no percentual de uso no setor de energia.

Diversos centros de pesquisa têm afirmado que a demanda por eletricidade irá crescer cerca

de quatro vezes no decorrer do século atual. Consequentemente, a demanda e a necessidade

de execuções de obras em redes de distribuição de energia elétrica também irão expandir.

Assim, como o aumento da demanda de obras de construção de redes elétricas,

consequentemente mais intervenções no meio ambiente são necessárias, no entanto, este dá

sinais de que está sendo atingido negativamente a todo o momento, advertindo da necessidade

de implementar medidas rumo à preservação da vida na Terra. A consciência ecológica

tornou-se algo impossível de ser ignorado (FIALHO et al., 2008).

Muitos dos problemas ambientais, pelas necessidades da utilização das redes de

distribuição de energia elétrica, ocorrem durante o processo de construção das linhas de

distribuição de energia, ou seja, na prestação dos serviços relacionados à construção de novas

redes elétricas.

Entre os impactos diretos causados pela instalação de redes elétricas sobre a vegetação e

o solo, ressaltam-se a fragmentação de trechos de mata, os efeitos de borda decorrentes da

derrubada de áreas florestadas, o estabelecimento de corredores sob as linhas de transmissão

de energia e a aceleração de processos erosivos do solo. Como consequências diretas,

destacam-se ainda a interferência no fluxo de animais de pequeno porte entre áreas florestadas

principalmente os específicos de ambientes florestados, as invasões biológicas por plantas e

animais de ampla distribuição, a queda de árvores de grande porte e a diminuição da

velocidade da sucessão natural (OLIVEIRA e ZAÚ, 1998).

A falta de ações estratégicas, o ineficiente planejamento e a não existência de ações e

monitoramento conduzem a erros, falhas e re-trabalhos no processo produtivo da construção

de redes de distribuição de energia elétrica. No entanto, os efeitos de falhas de construção

podem gerar maiores impactos no meio ambiente e em toda cadeia da distribuição de energia

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elétrica, pois “a energia elétrica não pode ser armazenada no espectro amplo da indústria da

eletricidade, e a garantia de suprimento a médio e a longo prazo exige um contínuo e

coordenado esforço de planejamento, previsão e programação” (REIS; SILVEIRA, 2000,

p.244).

Conforme Tibor (1996), a chave para a prevenção de resíduos é a integração bem-

sucedida das questões ambientais, das operações e da estratégia do negócio. A prevenção

reduz custos, diminui o uso de material e energia, enquanto os controles de final dos

processos apenas buscam atender os parâmetros legais de controle de poluição, geralmente

com custos elevados de manutenção dos equipamentos, bem como de assistência técnica e

disposição final de resíduos perigosos.

Este trabalho terá sequência, através de uma tese de mestrado sobre Proposta de

implementação de métodos sustentáveis utilizando as práticas de produção mais limpa na

execução das obras de rede de distribuição de energia elétrica. Esta proposta tem com objetivo

propor introduções de práticas de produção mais limpa, a qual visa apresentar ações

estratégicas sustentáveis para o gerenciamento do processo na construção de redes de

distribuição de energia elétrica, bem como a implantação destas estratégias no processo de

execução de obras.

1.2 Justificativa

Hoje grandes debates e preocupações com o meio ambiente, são observados a todo o

momento, “enfim, a humanidade começa a se conscientizar de que seu desenvolvimento está

diretamente comprometido com a preservação ambiental” (FIALHO et al., 2008, p.31).

Diversas organizações, através de metodologias de gestão ambiental buscam

sensibilizar e agir de forma prévia com relação às questões ambientais, promovendo ações

estratégicas e de melhoria contínua que visam à sustentabilidade.

Diante disto, de acordo com Barbieri (2007), Produção mais limpa é uma estratégia

ambiental preventiva aplicada a processos, produtos e serviços para minimizar os impactos

sobre o meio ambiente. É uma abordagem de proteção ambiental ampla que considera todas

as fases do processo de manufatura ou ciclo de vida do produto, com o objetivo de prevenir e

minimizar os riscos para os seres humanos e o ambiente a curto e em longo prazo. Essa

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abordagem requer ações para minimizar o consumo de energia e matéria-prima e a geração de

resíduos e emissões.

Ainda, segundo o mesmo autor, a Produção mais Limpa estabelece uma hierarquia de

prioridades de acordo com a seguinte sequência: prevenção, redução, reuso e reciclagem,

tratamento com recuperação de materiais e energia, tratamento e disposição final. É uma

abordagem que requer ações para conservar energia e matéria-prima, eliminar sustâncias

tóxicas e reduzir os desperdícios e a poluição resultantes dos produtos e dos processos

produtivos.

Em tempos de profunda preocupação da sociedade pelos problemas ambientais, as

empresas estão deixando as posturas passivas e reativas para adotar um comportamento

ambiental proativo. Neste momento, o problema ambiental se torna uma oportunidade de

negócios. Verifica-se que ao mesmo tempo em que a crise ambiental constitui uma ameaça à

sobrevivência do homem e da natureza, ela apresenta-se como uma oportunidade de continuar

a vida com base em novos paradigmas. O meio ambiente deixa de ser um aspecto de nenhum

ou pouco interesse, onde a única preocupação era cumprir minimamente as obrigações legais,

e passa a ser uma fonte adicional de eficiência e competitividade, conforme descreve Lora

(2000).

O Plano de Gerenciamento Resíduos Sólidos (PGRS) devem envolver a questão do

desperdício de materiais, a adoção de novas técnicas construtivas e os procedimentos de

controle eficientes na avaliação do sistema produtivo.

Entre os benefícios proporcionados pelos PGRS podemos citar atendimento a

requisitos legais, melhora na limpeza e organização, redução do consumo de recursos naturais

e da geração de resíduos (Sarrouf, 2005). Além disso, o resultado das práticas ambientalmente

corretas contribui para melhoria da imagem da empresa.

O Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS) visa à diminuição do impacto

ambiental oriundo dos produtos e processos da empresa, através da redução dos resíduos

gerados e do correto tratamento e destinação final dos mesmos. Assim o PGRS estabelece-se

como uma importante ferramenta para a correta segregação e disposição dos resíduos sólidos.

De acordo com CETESB (2002), os conceitos de Produção mais Limpa consideram a

geração de resíduos como desperdício de dinheiro por parte das empresas. Isso pelo fato de

que o não reaproveitamento desses resíduos acarreta compra de insumos, desgaste de

equipamentos e também custos envolvidos no transporte e armazenamento desses resíduos. A

perda de dinheiro aqui é advinda pelo não aproveitamento dos resíduos ou uma possível

eliminação desses mediante outros processos.

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Justifica-se tal estudo pela relevância de se abordar as questões ambientais, com isso

elaborar um plano de gerenciamento de resíduos sólidos e propor oportunidades de melhoria

em uma empresa de construção e manutenção em redes de distribuição de energia elétrica,

para reduzir seus impactos e também propor alternativas de eficiência no processo.

1.3 Objetivos

1.3.1 Objetivo geral

Este trabalho tem como objetivo geral apresentar uma proposta de um plano de

gerenciamento de resíduos sólidos e oportunidades de melhorias para uma empresa de

construção e manutenção de redes de distribuição de energia elétrica.

1.3.2 Objetivos específicos

1) Analisar o processo produtivo da empresa.

2) Caracterizar a geração de resíduos e os impactos gerados pela empresa.

3) Elaborar uma proposta de plano de gerenciamento de resíduos sólidos, e oportunidades de

melhoria em busca de redução da geração de resíduos sólidos.

1.3.3 Estrutura do Trabalho

Este trabalho de conclusão de curso está distribuído em cinco capítulos.

No capítulo 1 – introdução – são apresentadas as justificativas que motivaram o estudo

deste tema específico, o objetivo geral e os específicos, bem como a abrangência do tema e a

estrutura de apresentação deste trabalho.

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No capítulo 2 – revisão bibliográfica – é apresentada uma ampla revisão de literatura,

abordando temas importantes como, desenvolvimento sustentável, resíduos sólidos, produção

mais limpa e sobre a energia elétrica, para que fosse possível o desenvolvimento deste

trabalho.

No capítulo 3 – metodologia – são apresentadas as metodologias utilizadas para a

realização deste trabalho, bem como um fluxograma das etapas desenvolvidas.

No capítulo 4 – considerações finais e sugestões – são apresentadas as conclusões e

considerações importantes decorrentes do trabalho, bem como são apresentadas algumas

sugestões para trabalhos futuros.

No capítulo 5 – referências bibliográficas – são apresentadas as referências

bibliográficas citadas e utilizadas no trabalho como fonte de revisão e embasamento da

pesquisa.

No capítulo 6 – anexos – é apresentada, a título de exemplo.

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2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Desenvolvimento Sustentável

A busca por um mundo mais equilibrado do ponto de vista social, ambiental e

econômico fez surgir à ideia de que, as questões ambientais, bem como as questões sociais

deveriam ser incorporadas aos princípios do crescimento econômico como uma saída para a

manutenção da qualidade de vida.

Segundo Donaire (1999), o desenvolvimento sustentável introduz uma dimensão ética

e política que considera o desenvolvimento como um processo de mudança social, com

consequente democratização do acesso aos recursos naturais e distribuição equitativa dos

custos e benefícios do desenvolvimento.

De acordo com Sachs (2002), uma estratégia de desenvolvimento deveria objetivar o

aproveitamento racional e ecologicamente sustentável da natureza em benefício das

populações locais, incorporando-se a conservação da biodiversidade aos interesses destas

populações, sendo necessário adotar padrões negociados e contratuais de gestão da

biodiversidade. Assim, o eco desenvolvimento requer a harmonização entre objetivos sociais,

econômicos e ambientais.

Em 1972 foi realizada a Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano

ocorrida na cidade de Estocolmo. Nesta Conferência foram discutidas duas posições relativas

à problemática ambiental. A primeira posição defendia que as preocupações com o meio

ambiente eram exageradas e impediriam que os países em desenvolvimento se

industrializassem. Por outro lado, a segunda posição entendia que, caso o ritmo de

crescimento econômico e demográfico continuasse, a humanidade correria o risco de

desaparecer. Uma posição intermediária surgiu destas discussões, ou seja, o crescimento

econômico ainda se fazia necessário, porém este deveria ocorrer de forma socialmente

receptivo e implementado por métodos favoráveis ao meio ambiente (SACHS, 2002).

Em junho de 1992, no Rio de Janeiro, foi realizada a Conferência das Nações Unidas

sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, destacada como uma das maiores e mais

importantes, pelo aspecto do tema gestão ambiental corporativa em nível intergovernamental,

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reconheceu-se à importância de assumir a ideia de sustentabilidade em qualquer programa ou

atividade de desenvolvimento. Nesse aspecto as empresas têm um papel extremamente

relevante. Através de uma prática empresarial sustentável, provocando mudança de valores e

de orientação em seus sistemas operacionais, estarão engajadas à ideia de desenvolvimento

sustentável e preservação do meio ambiente (MOTA, 2003).

Nas décadas de 80 e 90 as questões ambientais foram tratadas com maior rigor, tendo

em vista as implicações legais e jurídicas. Na maioria dos casos as empresas/organizações

observaram a legislação como item de custo nos negócios. As empresas passaram a ter uma

visão holística da cadeia em que se encontravam inseridas. O entendimento de ecossistema

passou a ser compreendido também pelos órgãos reguladores. A integração das questões

ambientais a um processo mais amplo de tomada de decisão começou a ser tratado como

questão estratégica pelas empresas (HARRINGTON; KNIGHT, 2001).

A ideia do desenvolvimento sustentável indica que, para alcançar um bom

desempenho, a empresa não deve se limitar apenas ao aspecto financeiro. Para garantir sua

permanência no mercado, é necessário que os aspectos sociais e ambientais também sejam

levados em consideração no momento do planejamento estratégico e da tomada de decisão.

Segundo Santana (2008), a Figura 1 representa o desenvolvimento sustentável, ilustrando os

três pilares necessários, para que seja alcançada a sustentabilidade.

Fonte: Copesul adaptado por Santana, 2008.

Figura 1: Desenvolvimento Sustentável - Tripé da sustentabilidade empresarial.

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O tripé da sustentabilidade, que é constituído pelas dimensões econômica, ambiental e

social, vem ganhando grande visibilidade entre as empresas e os pesquisadores, pois sua

essência busca o equilíbrio entre as três dimensões que sustentam o sistema. O pilar

econômico representa a geração de riqueza pela e para a sociedade, através do fornecimento

de bens duráveis e serviços; o pilar ambiental relaciona-se à conservação e ao manejo dos

recursos naturais; e o pilar social visa atingir a equidade e a participação de todos os grupos

sociais na construção e manutenção do equilíbrio do sistema, compartilhando direitos e

responsabilidades (LORENZETTI et al., 2008).

De acordo com Pinto (2002), a mensuração da presença de empresas na área de

responsabilidade social acabou resultando na criação de indicadores de sustentabilidade social

relacionada com a menção abaixo. Segundo Pinto (2002, p.27).

C“É bem provável que, em um futuro muito próximo, as empresas se vejam

compelidas a apresentar bons indicadores de sustentabilidade a fim de obter recursos

financeiros e parceiros para seus processos econômicos e, com isso, poder galgar

novos patamares de rentabilidade”

Para Rutherford (1997), na perspectiva ambiental da sustentabilidade, a principal

preocupação é relativa aos impactos das atividades humanas sobre o meio ambiente. Essa

perspectiva é expressa pelo que os economistas chamam de capital natural. Nessa visão, a

produção primária oferecida pela natureza é a base fundamental sobre a qual se assenta a

espécie humana. Foram os ambientalistas os atores dessa abordagem, que desenvolveram o

modelo denominado pressão, estado e resposta (pressure, state e responde) para indicadores

ambientais e o defendem para outras esferas.

Nesse contexto, a sustentabilidade ambiental significa ampliar a capacidade do planeta

pela utilização do potencial encontrado nos diversos ecossistemas, ao mesmo tempo em que

se mantém a sua deterioração em um nível mínimo. Deve-se reduzir a utilização de

combustíveis fósseis e a emissão de substâncias poluentes, como também adotar políticas de

conservação de energia e de recursos, substituir recursos não-renováveis por renováveis e

aumentar a eficiência em relação aos recursos utilizados (SACHS, 1997).

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Como destaca Shen (1995), o desenvolvimento sustentável requer o reconhecimento

das inter-relações entre a economia e as metas ambientais. É necessário que exista um

equilíbrio entre os avanços tecnológicos e a preservação ambiental, bem como um balanço

entre o desenvolvimento econômico e a proteção ambiental. E para tanto, é preciso

desenvolver novas estratégias para os desafios ambientais não apenas no presente, mas

também no futuro. Esta tarefa requer um esforço conjunto do setor produtivo e dos

consumidores, e segundo Braga et al. (2002), deve se apoiar nas premissas que formam a base

do desenvolvimento sustentável, que compreendem os seguintes preceitos:

1. Uso racional da energia e dos recursos materiais com ênfase na conservação em

contraposição ao desperdício;

2. Prevenção da poluição, gerando menos resíduos a serem absorvidos pelo meio

ambiente;

3. Promoção da reciclagem e do reuso de materiais;

4. Controle do crescimento populacional de modo a propiciar perspectivas de

estabilização da população; e,

5. Mudança de padrões de consumo.

Ao planejar o desenvolvimento, Sachs (1993) diz que devem ser consideradas cinco

dimensões de sustentabilidade. Essas diferentes dimensões também são abordadas por Bezerra

e Munhoz (2000):

a) Sustentabilidade social: é o desenvolvimento, tendo como objetivo a melhoria da

qualidade de vida;

b) Sustentabilidade econômica: é a gestão eficiente dos recursos em geral,

caracterizando-se pela regularidade de fluxos do investimento público e privado;

c) Sustentabilidade ecológica: é a base física do processo de crescimento, tendo como

objetivo a manutenção de estoques de capital natural, incorporados às atividades produtivas;

d) Sustentabilidade ambiental: é a manutenção da capacidade de sustentação dos

ecossistemas, ou seja, envolve a capacidade de absorção e recomposição dos ecossistemas em

face das agressões antrópicas; e

e) Sustentabilidade política: é o processo de construção da cidadania para garantir a

incorporação plena dos indivíduos ao processo de desenvolvimento.

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Diante dessas, a União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos

Naturais (IUCN) considera desenvolvimento sustentável o processo de melhoria das

condições de vida das comunidades humanas, respeitando os limites da capacidade de carga

do ecossistema. (SACHS, 1993).

Alejandro (2002) comenta que o maior desafio enfrentado pela sociedade atual é o de

manter o planeta Terra apto para a sobrevivência e o desenvolvimento das futuras gerações.

Essa preocupação está fundamentada no grau de poluição e depredação apresentado em nome

do desenvolvimento de tecnologia. É, portanto, considerado desenvolvimento sustentável

aquele que é economicamente viável, ambientalmente adequado e socialmente justo para toda

a humanidade. Trata-se de reconhecer que os recursos da terra são finitos e que é preciso

eleger um caminho que garanta o desenvolvimento integrado e participativo considerando a

valorização e o uso racional dos recursos naturais.

2.2 Resíduos Sólidos

Antes do surgimento das primeiras indústrias, os resíduos eram descartados em

pequenas quantidades e constituídos, basicamente, de sobras de alimentos. Porém, a partir da

Revolução Industrial, as fábricas começaram a produzir objetos de consumo em larga escala e

a introduzir novas embalagens no mercado, levando a um aumento considerável no volume e

diversidade dos resíduos. (SANTOS; TOPAN; LIMA, 2002).

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), por meio da Norma Brasileira

Regulamentadora (NBR) 10004 (BRASIL, 2004), define resíduos sólidos como:

Resíduos nos estados sólidos e semissólidos, que resultam de

atividades da comunidade de origem: industrial, domiciliar, hospitalar,

comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta

definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água,

aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de

poluição, bem como determinados líquidos, cujas particularidades

tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou

corpos d’água ou exijam para isso soluções técnicas e

economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível.

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Todos e quaisquer resíduos sólidos devem receber tratamento em todas as etapas pelas

quais transitam, do inicio ao fim do processo, tais como: acondicionamento, coleta, transporte,

armazenamento, tratamento e disposição final. As decisões técnicas e econômicas tomadas em

cada fase fundamentam-se na classificação dos resíduos.

A classificação dos resíduos envolve a identificação do processo ou atividade que lhes

deu origem e de seus constituintes, características e a comparação destes constituintes com

listagens de resíduos e substâncias cujo impacto à saúde e ao meio ambiente é conhecido. A

identificação dos constituintes a serem avaliados na caracterização do resíduo deve ser

criteriosa e estabelecida de acordo com as matérias primas, insumos e o processo que lhe deu

origem (PINTO, 2004).

Segundo a Norma NBR 10004 (ABNT, 2004), os resíduos são classificados em dois

grupos – Perigosos e Não perigosos, sendo ainda este último grupo subdividido em Não

inertes e Inertes:

1) Resíduos Classe I – Perigosos

São aqueles que apresentam periculosidade, inflamabilidade, corrosividade, reatividade,

toxicidade ou patogenicidade;

2) Resíduos Classe II – Não perigosos

a) Resíduos Classe II A – Não inertes

São aqueles que não se enquadram nas classificações de resíduos Classe I – Perigosos

ou de resíduos Classe II B – Inertes, nos termos da NBR 10004/04. Os resíduos Classe II A –

Não inertes podem ter propriedades, tais como: biodegradabilidade, combustibilidade ou

solubilidade em água;

b) Resíduos Classe II B – Inertes

Quaisquer resíduos que, quando amostrados de forma representativa, segundo a NBR

10007 – (Amostragem de resíduos sólidos), e submetidos a um contato dinâmico ou estático

com água destilada ou deionizada, à temperatura ambiente, conforme NBR 10006 –

Procedimento para obtenção de extrato solubilizado de resíduos sólidos, não tiverem nenhum

de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de

água, excetuando-se os padrões de aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor.

Os resíduos são classificados em função de suas propriedades físicas, químicas ou

infecto-contagiosas e com base na identificação de contaminantes presentes na massa. Essa

identificação, contudo é bastante complexa em inúmeros casos. Portanto, um conhecimento

prévio do processo industrial é imprescindível para a classificação do resíduo, identificação

das substâncias presentes nele e verificação de sua periculosidade. Quando um resíduo tem

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origem desconhecida, o trabalho para classificá-lo torna-se ainda mais complexo (PINTO,

2004).

O fluxograma da Figura 2 apresenta a metodologia a ser adotada na caracterização e

classificação de resíduos segundo a NBR 10004, (ABNT, 2004).

Fonte: Adaptado da NBR 10004. ABNT (2004)

Figura 2: Caracterização e classificação de resíduos sólidos

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2.2.1 Legislação Aplicável

Como subsídio para à elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos,

sugere-se complementarmente, consultar as seguintes normas sobre o assunto.

Norma da ABNT – NBR 1183 – Armazenamento de resíduos sólidos perigosos;

Norma da ABNT – NBR 10004 - Resíduos sólidos – Classificação;

Norma da ABNT – NBR 10005 – Lixiviação de resíduos – Procedimento;

Norma da ABNT – NBR 10007 – Amostragem de resíduos – Procedimentos;

Norma da ABNT – NBR 12235 – Procedimentos para o armazenamento de resíduos

sólidos perigosos;

Norma da ABNT – NBR 12808 – Resíduos de serviços de saúde – Classificação;

Norma da ABNT – NBR 12809 – Manuseio de resíduos de serviços de saúde –

Procedimento;

Norma da ABNT – NBR 12810 – Coleta de resíduos de saúde – Procedimento;

Norma da ABNT – NBR 13221 – Transporte de resíduos.

Norma da ABNT – NBR 13.463 – Coleta de resíduos sólidos – classificação.

Resolução CONAMA Nº 06/1988: Dispõe sobre a geração de resíduos na atividade

industrial;

Resolução CONAMA Nº 09/1993: Recolhimento e destinação adequada de óleos

lubrificantes;

Resolução CONAMA nº 362, de 23/06/2005: Dispõe sobre o recolhimento, coleta e

destinação final de óleo lubrificante usado ou contaminado.

Resolução CONAMA Nº 257/1999: Dispõe sobre a destinação final de pilhas e

bateria;

Resolução CONAMA Nº 275/2001: Estabelece o código de cores para diferentes tipos

de resíduos;

Resolução CONAMA Nº 313/2002: Inventário Nacional de Resíduos Sólidos

Industriais;

Resolução CONAMA Nº 358/2005: Tratamento e disposição final de resíduos de

serviços de saúde;

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Resolução CONAMA Nº 256/1999 – “Estabelece regras e mecanismos para inspeção

de veículos quanto às emissões de poluentes e ruídos

Resolução CONAMA nº 401, de 04/11/2008. - Estabelece os limites máximos de

chumbo, cádmio e mercúrio para pilhas e baterias comercializadas no território

nacional e os critérios e padrões para o seu gerenciamento ambientalmente adequado,

e dá outras providências.

Resolução CONAMA nº 307 de 05/07/2002 - Estabelece diretrizes, critérios e

procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil.

Portaria MINTER nº 53 de 01/03/1979. Dispõe sobre o destino e tratamento de

resíduos.

Lei Federal 6.938/ 81 – Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente.

Lei Estadual 9.921/93 - Dispõe sobre a gestão dos resíduos sólidos, nos termos do

artigo 247 da Constituição do estado do RS.

Decreto Estadual 38.356/98 - Aprova o Regulamento da Lei n° 9.921, de 27 de julho

de 1993, que dispõe sobre a gestão dos resíduos sólidos no estado do Rio Grande do

Sul.

2.3 Impacto Ambiental

A Resolução CONAMA N.º 001/86 (BRASIL, 1986) define impacto ambiental como

qualquer alteração das propriedades física, química e biológica do meio ambiente, causada

por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades que, direta ou

indiretamente afetam

I- a saúde, a segurança e o bem-estar da população;

II- as atividades sociais e econômicas;

III- a biota;

IV- as condições estéticas e sanitárias do meio-ambiente;

V- a qualidade dos recursos naturais

A industrialização, a expansão e prática agrícola, a ocupação urbana desordenada e

mal planejada vem gerando impactos ambientais e causando grandes problemas em diversos

países. Muitos dos impactos provocados por estas ações não são considerados ou avaliados

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por sua baixa significância pontual, apesar da legislação e da prática da avaliação de impactos

ambientais – AIA, e, ao longo do tempo, provocam impactos que hoje são extremamente

importantes para o destino ambiental do planeta. (OLIVEIRA, 2008)

Através da NEPA – National Environmental Policy Act – o Congresso americano, em

1969, reconhece o profundo impacto da atividade humana sobre as inter-relações de todos os

componentes do ambiente natural, especialmente as influências do alto crescimento

populacional, da expansão industrial e da exploração de recursos naturais. Apresentando o

termo “impacto” usado como sinônimo de “efeito” de uma ação em curso ou uma proposta.

BOLEA (1989), com esta mesma abordagem, diz que o impacto ambiental de um

projeto sobre o meio ambiente pode ser definido como a diferença entre a situação do meio

ambiente no futuro modificado, após a realização do projeto, e a situação do meio ambiente

no futuro com uma evolução normal, sem o projeto. É importante destacar que impacto

ambiental é o resultado de uma ação humana, que é a sua causa e, não se deve, portanto,

confundir a causa com a consequência. (SANCHEZ, 2008)

Moreira (1992) define como qualquer alteração no meio ambiente em um ou mais de

seus componentes provocada por uma ação humana e Sanchez (2008) adota o conceito de

alteração da qualidade ambiental que resulta da modificação de processos naturais ou sociais

provocada por ação humana.

Os impactos ambientais, quanto à natureza, podem ser classificados, em:

Físicos – impactos físicos são efeitos ambientais causados sobre o Ar, a Água e

o Solo. Por esse motivo, são normais e necessárias análises e avaliações da região do

empreendimento de ordem climática, meteorológica, geomorfológica, assim como sobre a

qualidade da água dos corpos hídricos afetáveis, do ar e do solo.

Biológicos – impactos biológicos, por sua vez, são efeitos ambientais causados

sobre a Flora e a Fauna. Assim sendo, são realizadas análises e avaliações da região do

empreendimento segundo as ordens limnológica, vegetacional, florística, botânica e

faunística. Apenas no segmento relativo à fauna, os EIA podem envolver diversos

subsegmentos, tais como mastofauna, avifauna, ictiofauna, herpetofauna, entomofauna,

malacofauna e aracnofauna, dentre outros.

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Antrópicos – os impactos antrópicos também denominados por impactos

socioeconômicos e culturais. O fator ambiental afetado é o Ser humano e as análises e

avaliações são realizadas através de todas as suas manifestações demográficas, sociais,

econômicas, antropológicas, arqueológicas, infra estruturais, culturais e legais, dentre outras.

De acordo com a sua forma ocorrência, os impactos são classificados em:

Impacto direto

Quando resulta de uma simples relação de causa e efeito, também chamado impacto

primário ou de primeira ordem.

Impacto indireto

É um impacto ambiental que não é um resultado direto do projeto. Muitas vezes é

produzido a partir de fora ou como resultado de um percurso mais complexo. Às vezes está

relacionado a segundo ou terceiro nível de impactos ou impactos secundários.

2.4 Ações estratégicas

Ação estratégica é a atitude pragmática da empresa, que torna a estratégia algo

tangível e mensurável. Pode ser traduzida como a criação, a implementação, o aprimoramento

ou a ampliação de um serviço, um produto, um processo ou um sistema, que permitem à

empresa diferenciar-se dos concorrentes (MIRANDA, 1999).

Kaplan (1997), afirma que as empresas devem utilizar sistemas de gestão e medição de

desempenho derivados de suas estratégias, para assim, prosperar de forma contínua em um

sistema cada vez mais dinâmico. “Sistemas de gestão da qualidade podem ajudar as

organizações a aumentar a satisfação do cliente e melhorar o desempenho global da empresa.”

(GEHBAUER et al. , 2002, p.381)

Ometto e Guelere Filho (2008) afirmam que implementações corretas de ações

fornecem às empresas soluções práticas e efetivas de melhorias ambientais e reduções de

custos, não se limitando apenas à adequação às legislações ambientais. Ressaltam, ainda, a

importância da adoção de posturas proativas frente aos aspectos ambientais associados aos

processos produtivos, sendo uma das possibilidades para o sistema de gestão ambiental, o

desenvolvimento de programas de gestão baseados no conceito e nas técnicas de P+L.

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Seguindo padrões ambientais, o conceito de melhoria continua preconizado pela

norma ISO 14001 deverá focar no melhoramento do desempenho, evidenciando que o

prioritário tanto para o processo produtivo quanto para a preservação dos recursos naturais é o

planejamento produtivo sistêmico (CEZARINO ET AL., 2008).

Neste contexto, o gestor deve internalizar junto às suas equipes ações de planejamento,

execução, verificação e ação (PDCA) que visem melhoria contínua dos processos produtivos,

na tentativa de minimizar impactos à natureza, implantando mais e menores modificações que

levarão ao melhoramento equilibrado (PHILIPPI E BRUNA, 2004). Esse melhoramento

equilibrado dos processos industriais, traduzido pela aprendizagem adquirida pela

organização, ajudará na estabilidade da natureza, provocando o fechamento de seu ciclo

natural a figura 3 representa o ciclo para a execução de melhoria contínua, através do PDCA,

que significa Planejar, Executar, Verificar e Atuar.

Fonte: Barbieri (2004)

Figura 3:Ciclo PCDA para Promoção da melhoria contínua

Segundo Godoy (2011), o ciclo PDCA pode ser brevemente descrito da seguinte

forma:

Planejar – Refere-se ao planejamento do seu projeto de melhoria, ou seja, quais são os

objetivos, o que já sabemos, o que queremos aprender, e como iremos fazer (quem, o que,

quando, onde, como).

Executar – Conduzir o plano, ou seja, implementar de acordo com o que foi planejado

na etapa anterior.

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Verificar – Coletar dados, realizar a análise dos dados e com base nessa, verificar

quais são as conclusões que nós podemos tirar.

Agir Corretivamente – Definir quais mudanças poderão ser feitas e quais outros ciclos

podem ser disparados para a melhoria do processo em questão.

Neste contexto, muitas organizações têm efetuado “análises” ou “auditorias”

ambientais para avaliar seu desempenho ambiental. Por si só, entretanto, tais “análises” ou

“auditorias” podem não ser suficientes para proporcionar a uma organização a garantia de que

seu desempenho não apenas atenda, mas que continuará a atender aos requisitos legais e aos

de sua política. Para que sejam eficazes, é necessário que esses procedimentos sejam

realizados dentro de um sistema da gestão estruturado que esteja integrado na organização.

(NBR ISO 14001:2004)

2.5 Produção Mais Limpa

De acordo com o Centro Nacional de Tecnologias Limpas SENAI (CNTL, 2006):

A Produção mais Limpa significa a aplicação contínua de uma estratégia econômica,

ambiental e tecnológica integrada aos processos e produtos, a fim de aumentar a

eficiência no uso de matérias-primas, água e energia, através da não-geração,

minimização ou reciclagem de resíduos gerados em um processo produtivo.

A Produção mais Limpa surgiu com o Programa Cleaner Production criado pela United

Nations Industrial Development Organization (UNIDO) em conjunto com o United Nations

Environmental Programme (UNEP). Tendo a consciência da necessidade da busca de

soluções definitivas para o problema da poluição ambiental, esse programa teve a finalidade

voltada para as atividades de prevenção da poluição (CNTL, 2006b).

A metodologia da P+L admite diversos níveis de aplicação junto às empresas, desde o

simples ato de refletir criticamente sobre as possibilidades de melhoria de seus processos, até

a efetiva implementação de um Programa de P+L (CETESB, 2006).

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É importante ressaltar que a estratégia da P+L é uma ferramenta que visa a melhora da

conduta ambiental das organizações, propondo redução de custos de produção e aumento de

eficiência e competitividade, vindo a gerar melhoria das condições de saúde e de segurança

dos colaboradores (ambiente de trabalho), melhoria da imagem da empresa ao mercado,

resultando em possíveis aumentos no nível de satisfação dos clientes (VALLE, 1995;

MEDEIROS et al., 2007).

Desse modo, a introdução de técnicas de Produção mais Limpa em um processo

produtivo, pode utilizar várias estratégias, considerando as metas ambientais, econômicas e

tecnológicas da organização, que definirá suas diretrizes, políticas e prioridades. A P+L

baseia-se em novas tecnologias especializadas e abordagens de desenho, projeto e gestão da

produção; assim como, em novas maneiras de pensar e agir dos gestores em relação à questão

ambiental (CHRISTIE et al. 1995 apud LEMOS, 1998). Os mesmos autores acrescentam que

a implementação da P+L também pode determinar uma nova trajetória tecnológica na

empresa. São necessárias novas tecnologias gerenciais, que possibilitem um novo

relacionamento com a natureza. Uma trajetória tecnológica é o “caminho da inovação no qual

uma empresa, cadeia de valor e setor são estabelecidos através de escolhas feitas pelos

empresários, consumidores e legisladores. Nesse sentido, a escolha de implementação

também pode estar relacionada à conformidade com as regulamentações ambientais e à

responsabilidade social e ética da empresa.

Tecnologias ambientais convencionais trabalham principalmente no tratamento de

resíduos e emissões gerados em um processo produtivo. São as chamadas técnicas de fim-de-

tubo. A P+L pretende integrar os objetivos ambientais aos processos de produção, a fim de

reduzir os resíduos e as emissões em termos de quantidade e periculosidade. São utilizadas

várias estratégias visando a P+L e a minimização de resíduos.

Conforme a figura 4, a Produção Mais Limpa, com seus elementos essenciais segue

abordagem preventiva, em resposta à responsabilidade financeira adicional trazida pelos

custos de controle da poluição e dos tratamentos de final de tubo.

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Fonte: Adaptado de UNIDO, 2010

Figura 4: Elementos essenciais da estratégia de P+L

Segundo a CEBDS (2011), a Produção Mais Limpa, relativamente ao desenho dos

produtos, busca direcionar o design para a redução dos impactos negativos do ciclo de vida,

desde a extração da matéria-prima até a disposição final. Em relação aos processos de

produção, direciona para a economia de matéria-prima e energia, a eliminação do uso de

materiais tóxicos e a redução nas quantidades e toxicidade dos resíduos e emissões. Em

relação aos serviços, direciona seu foco para incorporar as questões ambientais dentro da

estrutura e entrega de serviços.

Define-se estratégias de P+L como as abordagens preventivas aos processos

industriais e desenhos de produtos que permitam o progresso através dos objetivos de

minimização do desperdício; redução no uso de matérias-primas e energia; maximização da

eficiência da energia e minimização total dos impactos ambientais em todos os estágios da

produção e do consumo, através de mudanças no projeto, produção, distribuição, consumo e

disposição final dos produtos (CHRISTIE et al., 1995, p. 41). Segundo Berkel (1995), o

conceito de PML pode ser, simplesmente, minimizar ou eliminar resíduos e emissões nas suas

fontes, ao invés de tratá-los após sua geração.

A United National Industrial Development Organization - UNIDO (2010) define a

Produção mais Limpa como sendo uma estratégia preventiva e integrada que é utilizada em

todas as fases do processo produtivo para:

- Aumentar a produtividade através do uso mais eficiente dos materiais, energia e

água;

- Promover a melhora da performance ambiental através da redução de resíduos e

emissões;

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- Reduzir o impacto ambiental dos produtos em todo seu ciclo de vida através de um

projeto ecológico e economicamente eficiente.

2.5.1 Benefícios da Produção mais Limpa

De acordo com a CNTL (2011) para a empresa, a minimização de resíduos não é somente

uma meta ambiental, mas, principalmente um programa orientado para aumentar o grau de

utilização dos materiais, com vantagens técnicas e econômicas. O mesmo autor salienta que

devido a uma intensa avaliação do processo de produção, a minimização de resíduos e emissões

geralmente induz a um processo de inovação dentro da empresa.

De acordo com a CETESB (2006) e a SENAI (2011), a P+L, quando devidamente

implantada, resulta nos seguintes benefícios:

1) aumento da rentabilidade do negócio;

2) redução dos custos de produção;

3) uso mais racional da água, da energia e das matérias-primas;

4) redução da geração de resíduos, efluentes e emissões e de gastos com seu tratamento

e destinação final; entre outros.

Segundo Kunkel (2009), podem ser citados como vantagens da Produção Mais Limpa

os seguintes critérios:

1) redução de custos de produção e aumento de eficiência e competitividade;

2) redução das infrações aos padrões ambientais previstos na legislação;

3) diminuição dos riscos de acidentes ambientais;

4) melhoria das condições de saúde e de segurança do trabalhador;

5) melhoria da imagem da empresa junto a consumidores, fornecedores e poder

público;

6) ampliação das perspectivas de mercado interno e externo;

7) acesso facilitado a linhas de financiamento;

8) melhor relacionamento com órgãos ambientais.

De acordo com o SENAI (2003), o programa de Produção mais Limpa traz para as

empresas vantagens ambientais, com a eliminação de resíduos, no controle da poluição, no uso

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racional de energia, na melhoria da saúde e segurança do trabalho, com produtos e embalagens

ambientalmente adequadas, e vantagens econômicas, com a redução permanente de custos totais

através do uso eficiente de matérias-primas, água e energia.

Sua implantação requer um monitoramento através de indicadores ambientais e de processo

e apresenta resultados relacionados à utilização ecoeficiente de recursos, trazendo um completo

entendimento do sistema de gerenciamento da empresa.

Segundo Giannetti e Almeida (2006), a ecoeficiência “é uma filosofia pró-ativa,

reconhecida pelos setores industriais e que pode trazer vantagens competitivas”.

Assim a Produção Mais Limpa visa melhorar a eficiência, a lucratividade e a

competitividade das empresas, enquanto protege o ambiente, o consumidor e o trabalhador. É

um conceito de melhoria contínua que tem por conseqüência tornar o processo produtivo cada

vez menos agressivos ao homem e ao meio ambiente. A implementação da Produção Mais

Limpa resulta numa redução significativa dos resíduos, emissões e custos. Cada ação no

sentido de reduzir o uso de matérias primas e energia, prevenir ou reduzir a geração de

resíduos, pode aumentar a produtividade e trazer benefícios econômicos para a empresa

(Giannetti e Almeida, 2006).

Conforme Moura (2000) as atividades de reciclagem de vários tipos de materiais

(metais, vidros, papel, papelão, plástico, pneu, etc.) visam preservar matérias primas e

economizar energia no processo produtivo-quase todas as formas de produção de energia

geram impactos ambientais significativos, constituindo-se em um aspecto importante ligado

ao conceito de desenvolvimento sustentável.

A Figura 5 segundo CNTL (2003) ilustra os ganhos com a Produção mais Limpa.

Quando não há investimentos, a estrutura de custos totais não apresenta variações substanciais

ao longo do tempo, comportamento que está representado pela linha horizontal (sem produção

mais limpa). Quando se toma a decisão de implantar ações de Produção mais Limpa, a

princípio ocorre uma redução dos custos totais pela adoção de medidas sem investimento,

como por exemplo ações de boas práticas operacionais (good-housekeeping). Visualmente

isto corresponde ao segmento A do gráfico. Num segundo momento (segmento B) ocorre um

incremento nos custos totais, resultado dos investimentos feitos para as adaptações

necessárias, incluindo a adoção de novas tecnologias e modificações no processo existente.

Com a entrada em ação dos processos otimizados e novas tecnologias, ocorre uma redução

nos custos totais que permite a recuperação do investimento inicial e, com o passar do tempo,

os ganhos com a maior eficiência permitem uma redução permanente nos custos totais.

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Visualmente esta redução de custos pode ser observada na diferença entre as duas curvas, no

segmento C do gráfico.

Fonte: CNTL (2003)

Figura 5:Custos e benefícios com implantação de medidas de produção mais limpa.

2.5.2 Metodologia de Implantação de Produção mais Limpa

A aplicação da Produção Mais Limpa pode ser feita através da realização de balanços de

massa e de energia para avaliar o processo produtivo. Com isso, identificam-se as

oportunidades de melhorias técnicas, ambientais e econômicas e são definidos e implantados

indicadores para monitoramento (LIMPA, 2010).

Com a adoção de tecnologias limpas, os processos produtivos adotados pelas empresas

devem ser reavaliados e podem sofrer modificações que resultem em: eliminação do uso de

matérias-primas e de insumos que contenham substâncias perigosas; otimização das reações

químicas, tendo como resultado a minimização do uso de matérias primas, e redução, no

possível, da geração de resíduos; segregação, na origem, dos resíduos perigosos e não

perigosos; eliminação de vazamentos e perdas no processo; promoção e estímulo ao

reaproveitamento e à reciclagem interna; integração do processo produtivo em um ciclo que

também inclua as alternativas para a destruição dos resíduos e a maximização futura do

reaproveitamento dos produtos (KUNKEL, 2009).

Segundo Becker (2007), a metodologia da Produção mais Limpa utiliza-se de varias

estratégias para a redução dos resíduos nos processos produtivos, como pode-se ver abaixo e

na Figura 6.

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1) A prioridade será sempre evitar a geração de resíduos, emissões e efluentes,

caracterizada pelo nível 1.

2) Em segundo lugar, será tentada a reintegração dos resíduos que não podem ser

evitados ao processo produtivo, ou seja, o Nível 2.

3) Sendo impossível aplicar estas duas primeiras estratégias, deve-se procurar medidas

de reciclagem fora da empresa, o Nível 3.

Fonte: Adaptado de CNTL (2000).

Figura 6: Fluxograma da Metodologia da Produção Mais Limpa.

As cinco fases do método, conforme a figura 7, relacionadas a seguir, podem ser

comparadas as fases do ciclo PDCA, o que indicam possibilidades no alcance da melhoria

continua para a organização, sendo estas desdobradas em vinte passos/tarefas/ações, que

depois de implementadas conduzem a consolidação de um Programa para a P+L.

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Fonte: Terra (2010)

Figura 7:Fases para a implantação da metodologia P+L

Abaixo apresentam-se as Etapas necessárias para a implantação da Produção mais

Limpa em empresas, conforme Terra (2010).

ETAPA 1: Planejamento e Organização – foca no planejamento e estruturação das

responsabilidades, para posterior execução do método.

1) Primeiro passo - Obter o comprometimento da gerência;

2) Segundo passo – Organizar o ECOTIME;

3) Terceiro passo - Estabelecer metas; e,

4) Quarto Passo – Verificar as possibilidades de barreiras e soluções.

A seguir na figura 8 é apresenta a sequência lógica da etapa 1.

Fonte: Terra, (2010)

Figura 8:– Estruturação da primeira etapa – Planejamento e organização

ETAPA 2: Pré-Avaliação e Diagnóstico - foca na execução de levantamento de dados

dos processos que levarão a avaliação de oportunidades para a P+L.

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1) Quinto passo – Desenvolver fluxogramas de processos;

2) Sexto passo - Avaliar entradas (consumos) e saídas (gerações); e,

3) Sétimo passo - Determinar os focos de avaliação para a P+L.

A seguir na figura 9 é apresenta a sequência lógica da etapa 2

Fonte: Terra (2010)

Figura 9: Estruturação da segunda etapa – Sensibilização e treinamentos

ETAPA 3: Avaliação – foca na ponderação sobre as oportunidade de produção mais

limpa.

1) Oitavo passo – Originar um balanço de material;

2) Nono passo – Avaliar as causas;

3) Décimo passo – Gerar oportunidades de produção mais limpa; e,

4) Décimo primeiro passo – Separar oportunidades.

A seguir na figura 10 é apresenta a sequência lógica da etapa 3.

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34

Fonte: Terra (2010)

Figura 10: Estruturação da terceira etapa - Diagnóstico ambiental e de processo

ETAPA 4: Estudos de Viabilidade - foca em avaliar estimativas de resultados e os

reais benefícios alcançados com as oportunidades.

1) Décimo segundo passo – Avaliar preliminarmente;

2) Décimo terceiro passo - Avaliar variáveis técnicas;

3) Décimo quarto passo - Avaliar variáveis econômicas;

4) Décimo quinto passo - Avaliar variáveis ambientais;

5) Décimo sexto passo - Selecionar oportunidades.

A seguir na figura 11 é apresenta a sequência lógica da etapa 4

Fonte: Terra (2010)

Figura 11: Estruturação da quarta etapa - Implantação do Programa de P+L

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35

ETAPA 5: Implementação – foca na implementação de ações que consolidem um

Programa P+L.

1) Décimo sétimo passo - Preparar um plano de P+L;

2) Décimo oitavo passo - Implementar oportunidades de a P+L;

3) Décimo nono passo - Monitorar e avaliar; e,

4) Vigésimo passo - Sustentar atividades de a P+L.

A seguir na figura 12 é apresenta a sequência lógica da etapa 5.

Fonte: Terra (2010)

Figura 12: Estruturação da quinta etapa – Avaliação do Programa Produção mais Limpa e indicação de planos de

continuidade

2.6 Gerenciamento de Resíduos Sólidos

Segundo Oliveira (2006) um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS)

visa assegurar que todos os resíduos sejam gerenciados de forma apropriada e segura, desde a

geração até a disposição final envolvendo as etapas de geração, caracterização, manuseio,

coleta, armazenamento, acondicionamento, transporte, tratamento e/ou disposição final. As

informações necessárias para implantar o PGRS referem se a composição típica, fonte

geradora, contaminantes, classificação, quantidade anual, forma de acondicionamento, forma

de estocagem, tipo de transporte interno, tipo de transporte externo, freqüência de retirada,

tipo de tratamento utilizado e destinação final. A relação do PGRS com a PmaisL está ligada

às alternativas de aproveitamento e alternativas de minimização de resíduos, uma vez que a

PmaisL já contempla um levantamento real dos resíduos tanto em quantidade como em

qualidade, facilitando a implementação do PGRS. Segundo Philippi Jr (2004), o

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gerenciamento é entendido como um conjunto de ações normativas, operacionais, financeira e

de planejamento.

Para Tchobanoglous et al. (1977), gerenciamento de resíduos sólidos pode ser definido

com as etapas associadas ao controle da geração, armazenamento, coleta, transferência e

transporte, processamento e disposição, dos mesmos. Essas etapas devem estar de acordo com

os melhores princípios de saúde publica, de economia, de engenharia, de conservação, de

ética e outras considerações ambientais, e que também venha ao encontro das atividades

publicas. A Figura 13 ilustra as etapas envolvidas no gerenciamento de resíduos sólidos.

Fonte: Tchobanoglous, Theisen e Eliassen (1977).

Figura 13:Etapas envolvidas no gerenciamento de resíduos sólidos

Segundo Tocchetto (2005) a hieraquização para implantar programas de

gerenciamento deve obedecer uma seqüência lógica e natural, expressa pelas seguintes

providências:

a) Redução na fonte consiste na prevenção da geração de resíduos, através do uso

de matérias primas menos tóxicas e/ou mudanças de processo;

b) Minimização da geração de resíduos através de modificações no processo

produtivo, ou pela adoção de tecnologias limpas, mais modernas que

permitem, em alguns casos, eliminar completamente a geração de materiais

tóxicos;

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37

c) Reprocessamento dos resíduos gerados transformando-os novamente em

matérias primas ou utilizando para gerar energia;

d) Reutilização dos resíduos gerados por uma indústria como matéria-prima para

outra indústria;

e) Separação de substâncias tóxicas das não tóxicas, reduzindo o volume total de

resíduo que deva ser tratado ou disposto de forma controlada;

f) Processamento físico, químico ou biológico do resíduo, de forma a torná-lo

menos perigoso ou até inerte, possibilitando sua utilização como material

reciclável;

g) Incineração, com o correspondente tratamento dos gases gerados e a disposição

adequada das cinzas resultantes;

h) Disposição dos resíduos em locais apropriados, projetados e monitorados de

forma a assegurar que venham no futuro, a contaminar o meio ambiente.

A prioridade no gerenciamento de resíduos sólidos industriais deve obedecer a

seguinte hierarquia, conforme mostra a Figura 14.

Fonte: Tocchetto (2005).

Figura 14: Hierarquia para o gerenciamento de resíduos sólidos industriais

A redução dos resíduos na fonte geradora é a principal e mais eficaz forma de

minimizá-los, sendo a reciclagem desses resíduos ou o reuso dos mesmos uma segunda opção

caso as técnicas de redução na fonte não se apliquem, uma vez que estas ultimas evitam a

geração de resíduos, mas não evitam que esses materiais ainda devam ser manipulados e

transportados para poderem ser reaproveitados (SCHALCH, 2002).

A Figura 15 mostra um modelo de gerenciamento ambiental, onde visa a priorizar as

ações de prevenção a poluição, no contexto da minimização de resíduos e /ou poluentes.

Segundo a metodologia proposta pelo Environmental Protection Agency (EPA), Agencia

Ambiental dos Estados Unidos, para o gerenciamento de resíduos industriais, deve considerar

a definição de ações necessárias a obtenção de soluções adequadas do ponto de vista do

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desempenho industrial e do atendimento as exigências dos órgãos de controle ambiental.

Onde basicamente devem ser respondida três perguntas:

1. Se a empresa produz resíduos, quais são eles, quais suas taxas e seus pontos de

geração;

2. Como os resíduos gerados são classificados de acordo com os instrumentos legais

disponíveis; e

3. Quais são os instrumentos de controle aplicáveis e as tecnologias e metodologias

disponíveis para o gerenciamento desses resíduos.

Fonte: CETESB (2002).

Figura 15:Modelo do gerenciamento ambiental de resíduo.

De posse dessas informações, aplica-se a metodologia escolhida para o gerenciamento

dos resíduos. A metodologia proposta esta baseada numa serie de etapas de decisão que

devera ser aplicada seqüencialmente, em ordem decrescente de interesse. A primeira etapa – a

mais favorável, ou a melhor ação – é a prevenção da geração de resíduos, por meio da adoção

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de tecnologias de Produção mais Limpa. A ultima – a etapa menos favorável – a disposição

do resíduo em aterros industriais (PINTO, 2004).

A Figura 16 apresenta o fluxograma das etapas de decisão para o gerenciamento de

resíduos sólidos industriais.

Fonte: LORA (2002).

Figura 16: Fluxograma das etapas de decisão para o gerenciamento de resíduos sólidos industriais.

Segundo o Oliveira (2006) o PGRS tem por objetivo organizar e atender as questões

legais de forma institucional, desde a geração do resíduo, segregação, acondicionamento,

armazenamento, transporte e tratamento até a destinação final de acordo com as normas e

legislação aplicáveis. É fundamental para qualquer empresário que deseja maximizar as

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40

oportunidades e reduzir custos e riscos associados à gestão de resíduos sólidos. O PGRS visa

atender as exigências da resolução do CONAMA nº 307/2002.

2.7 Logística Reversa

Lambert et al (1998) relacionam as seguintes atividades como parte da administração

logística em uma empresa: serviço ao cliente, processamento de pedidos, comunicações de

distribuição, controle de inventário, previsão de demanda, tráfego e transporte, armazenagem

e estocagem, localização de fábrica e armazéns/depósitos, movimentação de materiais,

suprimentos, suporte de peças de reposição e serviços, embalagem, reaproveitamento e

remoção de refugo e administração de devoluções. De todas estas atividades, fazem parte

diretamente da logística reversa o reaproveitamento e remoção de refugo e a administração de

devoluções.

Tradicionalmente, os fabricantes não se sentem responsáveis por seus produtos após o

consumo. A maioria dos produtos usados são jogados fora ou incinerados com consideráveis

danos ao meio ambiente. Atualmente, legislações mais severas e a maior consciência do

consumidor sobre danos ao meio ambiente estão levando as empresas a repensarem sua

responsabilidade sobre seus produtos após o uso. A Europa, particularmente a Alemanha, é

pioneira na legislação sobre o descarte de produtos consumidos. (Rogers e Tibben-Lembke,

1999). Administração de devoluções (que é chamada de Logística Reversa por Lambert et al)

envolve o retorno dos produtos à empresa vendedora por motivo de defeito, excesso,

recebimento de itens incorretos ou outras razões. (LAMBERT et al. 1998).

Por traz do conceito de logística reversa está um conceito mais amplo que é o do

“ciclo de vida”. A vida de um produto, do ponto de vista logístico, não termina com sua

entrega ao cliente. Produtos se tornam obsoletos, danificados, ou não funcionam e deve

retornar ao seu ponto de origem para serem adequadamente descartados, reparados ou

reaproveitados.

Para Rogers e Tibben-Lembke (2002) Logística Reversa é:

“O processo de planejamento, implementação e controle do fluxo eficiente e de

baixo custo de matérias primas, estoque em processo, produto acabado e

informações relacionadas, desde o ponto de consumo até o ponto de origem, com o

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propósito de recuperação de valor ou descarte apropriado para coleta e tratamento de

lixo”.

Na figura 17 pode-se observar a representação esquemática dos processos da logística

reversa.

Fonte: Lacerda (2009)

Figura 17: Representação Esquemática dos Processos de Logística Reversa.

Principais razões que levam as empresas a atuarem em Logística Reversa

1) legislação Ambiental que força as empresas a retornarem seus produtos e cuidar do

tratamento necessário;

2) benefícios econômicos do uso de produtos que retornam ao processo de produção,

ao invés dos altos custos do correto descarte do lixo;

3) a crescente conscientização ambiental dos consumidores;

4) razões competitivas – Diferenciação por serviço;

5) limpeza do canal de distribuição;

6) proteção de Margem de Lucro;

7) recaptura de valor e recuperação de ativos.

A logística reversa é uma atividade ampla que envolve todas as operações relacionadas

com a reutilização de produtos e materiais como as atividades logísticas de coleta, desmonte e

processo de produtos e/ou materiais e peças usadas a fim de assegurar uma recuperação

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42

sustentável deles e que não prejudique o meio ambiente (REVLOG, 2005). Para que haja um

fluxo reverso, existe um conjunto de atividades que uma empresa pode realizar ou terceirizar.

Entre estas atividades encontram-se a coleta, separação, embalagem e expedição de itens usa-

dos, danificados ou obsoletos dos pontos de venda (ou consumo) até os locais de

reprocessamento, reciclagem, revenda ou descarte (STEVEN, 2004).

2.7.1 Projeto Logística Reversa RGE.

O Projeto Logística Reversa trata do gerenciamento dos materiais e equipamentos que

são retirados de operação nas atividades de distribuição de energia elétrica, o projeto visa

proporcionar resultados econômicos e ambientais. O principal foco do Projeto é relativo aos

materiais e equipamentos retirados das Redes de Distribuição de Energia, tais como: postes de

madeira e concreto, isoladores, cabos condutores, chaves faca e fusível entre outros. O Projeto

também abrange os resíduos administrativos, de resíduos provenientes da frota de veículos e

equipamentos de proteção individual e coletiva.

Os principais objetivos do Projeto são:

1. Reaproveitar os equipamentos e materiais que são retirados das redes de

distribuição e ainda possuem condições operacionais adequadas.

2. Reparar equipamentos danificados para que a própria RGE reaproveite-os,

reduzindo desta forma a geração de resíduos.

3. Dar destino ambiental adequado para os materiais e equipamentos que não podem

ser reutilizados ou consertados pela RGE.

4. Economizar recursos através da reutilização e reciclagem de materiais retirados do

Sistema Elétrico da RGE.

2.7.1.1 Abrangência do Projeto

O Projeto Logística Reversa é desenvolvido em toda a área de atuação da RGE, figura

18) através dele a média de recolhimento de materiais e equipamentos é de 35 toneladas/mês.

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43

Fonte: RGE, 2011.

Figura 18: Mapa com a área de atuação da RGE

2.8 A Importância da Energia Elétrica

A energia elétrica proporciona à sociedade trabalho, produtividade e desenvolvimento,

e aos seus cidadãos conforto, comodidade, bem-estar e praticidade, o que torna a sociedade

moderna cada vez mais dependente de seu fornecimento e mais suscetível às falhas do sistema

elétrico. Em contrapartida esta dependência dos usuários vem se traduzindo em exigências por

melhor qualidade de serviço e do produto.

Conforme Reis e Silveira (2000), a energia é um dos vetores básicos do

desenvolvimento, e sua produção e uso inserem-se no meio ambiente, modificando-o.

Relaciona com a menção abaixo. Segundo CAMARGO, TEIVE, (2006, p.30).

“A eletrificação é encarada como a tecnologia que pode acelerar o desenvolvimento

dos países mais pobres de nosso planeta. O desenvolvimento tecnológico pode

propiciar a forma de gerar energia a partir das fontes renováveis ou de baixo nível de

emissão de carbono, aliadas à técnicas de gerenciamento do uso final de energia, que

poderão afetar o estilo de vida das pessoas e das empresas de muitas formas”

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44

A questão energética tem um significado bastante relevante no contexto da questão

ambiental e da busca do desenvolvimento sustentável. Na verdade, a questão energética tem

influenciado muito as mudanças de paradigma, principalmente por dois motivos. Primeiro, o

suprimento eficiente de energia é considerado uma das condições básicas para o

desenvolvimento econômico. Portanto, é comum que a questão energética, juntamente com

outros setores de infraestrutura como o transporte e as telecomunicações, faça parte da agenda

estratégica de todo e qualquer país. Segundo, vários desastres ecológicos e humanos das

últimas décadas têm relação íntima com o suprimento de energia, oferecendo, assim,

motivação e argumentos em favor do desenvolvimento sustentável REIS, SILVEIRA, (2000,

p.29).

“Na organização mundial atual, a energia pode ser considerada um bem básico para

a integração do ser humano ao desenvolvimento. Isso porque a energia proporciona

oportunidades e maior variedade de alternativas tanto para a comunidade como para

o indivíduo. Sem uma fonte de energia de custo aceitável e de credibilidade

garantida, a economia de uma região não pode se desenvolver plenamente. Também

o indivíduo e a comunidade não podem ter acesso adequado a diversos serviços

essenciais ao aumento da qualidade de vida como a educação, saneamento e saúde

pessoal”

Na figura 19 pode-se observar a importância da energia elétrica para a sustentabilidade

das empresas e para a sociedade.

Fonte: Leão (2009).

Figura 19:Importância da eletricidade para a sociedade.

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45

Segundo Leão (2009), a energia elétrica proporciona à sociedade trabalho,

produtividade e desenvolvimento, e aos seus cidadãos conforto, comodidade, bem-estar e

praticidade, o que torna a sociedade moderna cada vez mais dependente de seu fornecimento e

mais suscetível às falhas do sistema elétrico. Em contrapartida esta dependência dos usuários

vem se traduzindo em exigências por melhor qualidade de serviço e do produto.

2.8.1 O uso da energia elétrica e o meio ambiente

Os desafios de suprir energia elétrica num mundo globalizado são imensos,

principalmente quando se tem medidas que o planeta já possui mais de seis bilhões de

habitantes e o crescimento desta população, principalmente nos países mais pobres, é

acentuado. É precisamente nestes países onde maiores serão as necessidades energéticas, caso

da China, Índia e países da África, onde o uso de combustíveis fósseis irá liberar parcelas

substantivas de gases do efeito estufa, principalmente o dióxido de carbono, CO2, acentuando

ainda mais a ameaça do aquecimento global (SWEET, 1996).

Amplos debates estão cada vez mais em evidência relacionados às fontes de energia que

movem o planeta. Na figura 20 pode-se observar que o Brasil apresenta uma matriz de

geração elétrica de origem predominantemente renovável, sendo que a geração interna

hidráulica responde por montante superior a 76% da oferta.

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46

Fonte: Adaptado de ANEEL, (2010)

Figura 20: Oferta Interna de Energia Elétrica por Fonte

2.8.2 Caracterização das redes de distribuição de energia elétrica e a empresa

prestadora de serviços.

Para que seja possível a distribuição de energia elétrica são utilizados várias formas na

composição das redes de distribuição de energia elétrica. Existem redes aéreas com

condutores nús, redes aéreas com condutores protegidos, redes aéreas com condutores

isolados e as redes de distribuição de energia elétrica subterrâneas. Todas estas formas de

redes de distribuição de energia elétrica são identificadas no estado do Rio Grande do Sul.

No estado do Rio Grande do Sul as redes de distribuição de energia, na sua maior parte

são responsabilidade das concessionárias AES Sul, CEEE e RGE. Sendo, as redes de

distribuição de energia elétrica, em sua grande maioria, redes aéreas (condutores suspensos

através de ferragens e isoladores fixados em postes, transformadores e equipamentos) e com

sua topologia radial (sistema que possui o tráfego de energia elétrica num só sentido).

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As redes de distribuição de energia elétrica são as redes de Média Tensão (MT) ou

também chamadas de redes primárias e as redes de Baixa Tensão (BT) ou também chamadas

de redes secundárias. As redes de distribuição são o elo de ligação entre o fonte geradora ou

fornecedora com o consumidor final de energia elétrica.

A concessionária de energia responsável pela distribuição de energia elétrica na região

norte-nordeste do estado do Rio Grande do Sul é a Rio Grande Energia S.A. – RGE. A RGE

faz parte do Grupo CPFL Energia, Companhia Paulista de Força e Luz, maior empresa

privada do setor elétrico brasileiro, com capital 100% nacional.

A RGE foi privatizada em outubro de 1997, e é distribuidora de energia elétrica da para

aproximadamente 1,2 milhão de clientes no Rio Grande do Sul, presente em 262 municípios

gaúchos, o que representa 51% do total de municípios do estado do Rio Grande do Sul e

aproximadamente 3,6 milhões de habitantes. A área de cobertura da RGE divide-se em duas

regiões, Regional Centro e a Regional Leste, são 90.718 quilômetros quadrados de área de

concessão, o que representa 34% do território do Estado, destacado na figura 21 (RGE, 2011).

Fonte: RGE, 2010

Figura 21: Mapa com divisão regional da área de concessão da RGE

As redes de distribuição de energia elétrica na Regional Centro da concessionária são

basicamente compostas por postes (madeira, concreto), cabos (nu, protegido, isolado –

somente na BT), isoladores (porcelana, vidro, polimérico), ferragens, transformadores, chaves

de proteção e manobra, equipamentos especiais, entre outros acessórios.

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3 METODOLOGIA

3.1 Caracterização da Empresa Projesul

A Projesul foi fundada em 02 de janeiro de 2003, com sede em Palmeira das Missões -

RS, onde foram dados os primeiros passos da empresa sob direção e responsabilidade técnica

do Eng. Fábio Martins. Atualmente, está sediada em Trindade do Sul - RS onde atua

prestando serviços a mais de 30 municípios na Região de Planalto e Alto-Uruguai. A figura

22 mostra a sede da empresa no município de Trindade do Sul.

Fonte: PROJESUL, (2011)

Figura 22: Foto aérea da sede da empresa Projesul em Trindade do Sul - RS

A Projesul é uma empresa fornecedora de serviços de mão-de-obra, no âmbito de

construção, manutenção e serviços emergenciais em redes de distribuição de energia elétrica.

A empresa conta com um quadro de 45 colaboradores, que formam o seu corpo técnico,

administrativo e operacional. Possui uma frota de dez veículos, onde: cinco são caminhões de

intervenção na rede desenergizada, sendo três destes utilizados na execução de obras e os

outros dois nas manutenções emergenciais; um caminhão de linha viva, duas pick-up’s para

atendimentos emergenciais; e dois veículos de pequeno porte que prestam serviços técnicos e

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de apoio. Todos os veículos da frota são utilizados em atividades ligados direta ou

indiretamente a atividades para a distribuição de energia elétrica na região de

responsabilidade contratual da Projesul.

Trindade do Sul, cidade da sede da Projesul, está localizada seguindo na direção

sudeste pela RS-324, localiza-se a aproximadamente 112 km da cidade de Passo Fundo, RS.

Com a figura 23, podemos ver a localização da cidade de Trindade do Sul no mapa do Rio

Grande do Sul.

Fonte: Wikipédia, (2011)

Figura 23: Mapa de localização da cidade de Trindade do Sul.

No entanto, são dezoito municípios atendidos pela Projesul, no que tange a execução de

obras para a construção de redes de distribuição de energia elétrica, na área de concessão da

distribuidora. Os municípios atendidos pela Projesul são: Alpestre, Ametista do Sul, Benjamin

Constant do Sul, Campinas do Sul, Cruzaltense, Entre Rios do Sul, Erval Grande,

Faxinalzinho, Gramado dos Loureiros, Jacutinga, Nonoai, Planalto, Ponte Preta, Quatro

Irmãos, Rio dos Índios, São Valentim, Trindade do Sul, Três Palmeiras, conforme o mapa da

figura 24.

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Fonte: RGE, 2011

Figura 24: Mapa da área de atuação da Projesul

3.1.1 Classificação da pesquisa

De acordo com Silva e Menezes (2005), a presente pesquisa classifica-se como:

Aplicada, sob o ponto de vista da natureza, pois tem como objetivo gerar conhecimentos

para a aplicação prática e envolve interesses locais (SILVA e MENEZES, 2005), sendo que, o

pesquisador é movido pela necessidade de contribuir para fins práticos, buscando soluções para

problemas concretos (CERVO e BERVIAN, 2002). Nesta pesquisa são levantados e analisados

dados relacionados aos resíduos sólidos de uma empresa de construção e manutenção de redes de

distribuição de energia elétrica;

Predominantemente Qualitativa, do ponto de vista da forma de abordagem do problema,

pois os dados não serão todos traduzidos em números, mas analisados indutivamente (SILVA e

MENEZES, 2005), ao invés de estatísticas e regras, esta pesquisa trabalha com descrições e

interpretações, mediante o contato direto e interativo do pesquisador com a situação objeto do

estudo. Este trabalho apresenta uma proposta de gerenciamento de resíduos sólidos em uma

empresa de construção e manutenção de redes de distribuição de energia elétrica, além de elencar

oportunidades de melhorias para a empresa.

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Exploratória, sob o ponto de vista dos seus objetivos, pois busca proporcionar maior

familiaridade com o assunto pesquisado (GIL, 2002), que são os resíduos sólidos gerados na

construção e manutenção de redes de energia elétrica. Envolve pesquisa bibliográfica, entrevistas

com pessoas e análise de exemplos que auxiliam na sua compreensão. Esta classificação também

está de acordo com Köche (1997), que afirma que o objetivo fundamental de uma pesquisa

exploratória é o de descrever ou caracterizar a natureza das variáveis que se quer conhecer.

Estudo de caso, pois ao tratar dos procedimentos técnicos, este estudo caracteriza-se

como um estudo de caso. Este trabalho caracteriza-se com a coleta, o registro de informações

e estudo profundo, para permitir elaboração de uma proposta de gerenciamento de resíduos na

construção de redes de energia. De acordo com Yin (2001), o estudo de caso é uma estratégia de

pesquisa abrangente, na qual o pesquisador tem pouco controle sobre os eventos e o foco se

encontra em fenômenos contemporâneos inseridos em algum contexto da vida real.

3.1.2 Procedimentos e métodos

O desenvolvimento da pesquisa está estruturado em três etapas. Cada etapa representa

as ações a serem desenvolvidas para o alcance de cada objetivo específico. As etapas estão

subdivididas em fases, conforme fluxograma da figura 25. O fluxograma mostra os passos e a

sequência lógica adotada para o desenvolvimento da pesquisa.

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52

Figura 25: Fluxograma do desenvolvimento do trabalho.

A seguir encontra-se a descrição dos procedimentos adotados para o desenvolvimento

da pesquisa, conforme a estrutura do fluxograma da figura 25:

ETAPA 1- Processo produtivo da empresa

Fase 1.1 - Processo produtivo da empresa

A fase inicial do trabalho consistiu de um diagnóstico do funcionamento da POJESUL

onde foram coletados dados através de visitas a empresa para conhecer o funcionamento e o

processo produtivo da empresa. Na primeira visita focou-se em conhecer o funcionamento da

empresa, onde foram realizadas entrevistas junto a gerencia e a área técnica e a realização de

um relatório fotográfico. Na segunda visita acompanhou-se a campo a execução de duas obras

distintas em redes de energia elétrica, as quais foram uma obra de melhoria na rede de

distribuição de energia elétrica e uma obra de nova extensão de rede para distribuição de

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energia elétrica, onde foi possível observar a etapa do processo produtivo da empresa que é de

construção e manutenção de redes de distribuição de energia elétrica.

Fase 1.2 - Analise do processo produtivo da empresa

Para esta fase foi realizada uma pesquisa em outras empresas do ramo para conhecer

outras formas de execução. Com isso, através das informações coletadas, documentos

fornecidos junto à empresa, visitas a campo e de um relatório fotográfico foi possível realizar

uma analise do processo produtivo da empresa PROJESUL.

ETAPA 2 - Geração de Resíduos

Fase 2.1 – Diagnostico da geração de resíduos

Nesta fase através das informações coletadas na empresa e do relatórios fotográficos

levantados a campo como explicado na fase 1.1. Foi possível fazer um diagnostico atual da

situação da empresa, para isso foi analisado desde a gerencia ate o pátio da empresa, em

seguida foi realizado o diagnostico da geração de resíduos através do acompanhamento da

execução de duas obras como explicado na fase 1.1.

Fase 2.2 – Identificação dos resíduos gerados na empresa

Nesta fase através das visitas realizadas a empresa, informações obtidas, relatório

fotográfico, acompanhamento das obras de melhoria e de novas extensões foi possível fazer a

identificação dos resíduos gerados na construção e manutenção de redes de distribuição de

energia elétrica.

Fase 2.3 – Diagnostico dos impactos gerados pela empresa

Nesta fase, através das visitas realizadas a empresa, as informações obtidas o relatório

fotográfico, o acompanhamento das obras de melhoria e de novas extensões e de um estudo

com referencias bibliográficas foi possível fazer o diagnostico dos principais impactos

ambientais gerados pela empresa PROJESUL.

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ETAPA 3 – Proposta de um plano de Gerenciamento de resíduos Sólidos.

Nesta etapa foram analisados todos os dados das etapas anteriores, os quais foram

estudados em conjunto com a NBR 10004 de 2004 e com a metodologia da P+L, com essa

análise utilizou-se a base da proposta.. Posteriormente foi realizada a elaboração de uma

proposta de um plano de gerenciamento de resíduos sólidos baseado em ações estratégicas

sustentáveis para o processo de construção e manutenção de redes de distribuição de energia

elétrica para empresa em estudo, bem como se propôs oportunidades de melhorias para a

empresa em estudo, buscando considerações relevantes para que a empresa realize a

construção e a manutenção em redes de distribuição de energia elétrica de forma mais

ecoeficiente.

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55

4 RESULTADOS

4.1 Etapa 1 – Processo Produtivo da Empresa

4.1.1 Fase 1.1 – Processo Produtivo da Empresa

A Projesul é uma das empresas fornecedoras de serviços de mão-de-obra para a RGE,

sendo a mesma fornecedora no âmbito de construção, manutenção e serviços emergenciais em

redes de distribuição de energia elétrica em uma área de dezoito municípios do Rio Grande do

Sul, na área de atuação da Regional Centro da RGE.

A Projesul atua desde 2002 no setor elétrico e presta serviços para a RGE desde 2005. A

empresa conta com um quadro de 45 colaboradores, que formam o seu corpo técnico,

administrativo e operacional. Possui uma frota de dez veículos, onde: cinco são caminhões de

intervenção na rede desenergizada, sendo três destes utilizados na execução de obras e os

outros dois nas manutenções emergenciais; um caminhão de linha viva, duas pick-up’s para

atendimentos emergenciais; e dois veículos de pequeno porte que prestam serviços técnicos e

de apoio. Todos os veículos da frota são utilizados em atividades ligados direta ou

indiretamente a atividades para a distribuição de energia elétrica na região de

responsabilidade contratual da Projesul.

Na figura 26 a seguir, pode-se observar em forma de fluxograma o processo produtivo

da empresa.

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Figura 26:Fluxograma do processo produtivo

Como mostra a figura 26, os procedimentos são solicitados pela RGE para que a

empresa em estudo possa assim executar as obras nas redes de energia sob concessão da

distribuidora. Como exemplo, tem-se o Pedido de Execução de Serviço (PES), o Pedido de

Liberação da Distribuição (PLD) e o Documento Impeditivo de Religamento de Alimentador

(DIRA). Onde todas as atividades refletem em planejamento a curto prazo de acordo com a

demanda de atividades que recebe, ou seja, é de acordo com o volume de obras que é

contratado para execução a ser realizado e executado pela empresa nas obras contratadas pela

RGE.

O processo de programação para a execução das obras que é realizado pela empresa em

estudo não segue um padrão específico, no entanto, deve-se seguir uma rotina de atividades,

que são executadas pela área técnica e pela equipe de execução da empresa, isto para que seja

possível realizar a intervenção na rede.

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Após o planejamento e a programação, um colaborador separa os materiais para a

realização conforme o tipo da obra e a equipe que irá realiza lá. A seguir, podemos observar a

distribuição do material conforme a figura 27.

Figura 27: Distribuição de material por obra e equipe

As equipes escaladas se dirigem ate o almoxarifado para a retirada do material já

separado para a determinada obra. Retiram o material com o colaborador do setor e partem

para campo executa-lá. Conforme a figura 28 podemos verificar a equipe em campo

executando a obra.

Figura 28: Execução da obra

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4.1.2 Fase 1.2 Analise do Processo Produtivo da Empresa

Observa-se, que a empresa em estudo busca alcançar melhorias no processo, fazendo

um bom planejamento, executando da maneira mais correta as obras em redes de distribuição

de energia elétrica, para que não ocorram erros e não sejam necessários retrabalhos. No caso

em que haja retrabalhos, a empresa tem um custo alto, pois as equipes precisam se deslocar

ate a obra, e refazer o serviço, provavelmente fazer a troca de materiais, com isso gera mais

emissões atmosféricas, aumenta a geração de resíduos. Porém observou se que as equipes não

se comunicam, não trocam informações, dos erros ocorridos, para prevenir que outra equipe

não cometa o mesmo erro.

4.2 Etapa 2 – Geração de Resíduos

4.2.1 Fase 2.1 – Caracterização do Processo de Geração de Resíduos

A execução de obras de melhorias em redes de distribuição de energia elétrica é a

principal atividade geradora de resíduos. Com a característica de reforma, a obra de melhoria

na rede de distribuição de energia elétrica consequentemente gera um volume maior de

resíduos, como, por exemplo, fios e cabos, isoladores, ferragens, postes e cruzetas. Estes

resíduos podem ser identificados nas figuras 29, os quais foram gerados em uma obra de

melhoria na rede de distribuição de energia que foi acompanhada em campo.

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Figura 29:Resíduos de madeira, metal e aço gerados na execução de obras.

De acordo com o Manual de Construção e Manutenção (RGE, 2010), todas as sobras de

materiais, restos de isolações, embalagens, louças, cabos, fios, deveram ser acondicionados e

transportados junto ao veículo.

4.2.2 Fase 2.2 Identificação dos Resíduos Gerados na Empresa

Os resíduos gerados pela empresa são:

1) Concreto: Classificados como Classe II; Código A099 Classificação (ABNT,

2004) NBR 10004, (oriundo de postes de concreto do tipo Duplo T e Circular), com sua

composição basicamente de brita, areia, cimento e ferragens. Este resíduo constitui de

materiais para a utilização na construção civil.

2) Porcelana: Classificados como Classe II, Código A099 Classificação (ABNT,

2004) NBR 10004, (oriundos de chaves e isoladores). De acordo com o estudo feito por

Franck et al (2004), no setor elétrico são gerados, anualmente, grandes quantidades de rejeitos

de isoladores de porcelana, os quais ainda não tem destino final que não os aterros sanitários.

Este material possui composição química similar a dos constituintes do cimento e agregados,

e massa especifica e resistências mecânicas bastante interessantes do ponto de vista da

imobilização ou destinação em concretos.

Este resíduos de porcelana pode ser utilizado para a construção pisos, bancos de praças

publicas e mesas.

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Figura 30: Resíduo - Porcelana

3) Vidro: Classificados como Classe II, Código A099 Classificação (ABNT, 2004)

NBR 10004, (oriundos de isoladores de vidro) e por conter níveis de mercúrio, as lâmpadas,

de acordo com a NBR 10.004 são classificadas como resíduo perigoso, Classe I (oriundos de

lâmpadas, que podem ser de Vapor metálico, sódio, mercúrio entre outros).

4) Madeira: Classificados como Classe II-B, Código A009 Classificação (ABNT,

2004) NBR 10004, cujo resíduo é proveniente basicamente de postes de madeira constituídos

de eucalipto de reflorestamento, pallets e embalagens de equipamentos, além de ramos e

galhos de arvores provenientes da atividade de cortes e poda de arvores.

São bastante numerosos os processos de reciclagem da sucata de madeira. Os postes

sem utilidade para a rede elétrica, na grande maioria das vezes por ter a sua base danificada

pela ação do tempo figura 31, (ficando desta forma com uma altura fora do padrão para

utilização na rede publica) podem ser reutilizados de varias forma.

Figura 31: Resíduos: Postes de Madeira contaminados. Resíduos, parte podre do poste

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Figura 32: Palets utilizado no transporte dos transformadores.

5) Sucata Metálica: Classificados como classe II-B Código A004 (metais ferrosos) e

Classe II-B Código A005 (metais não ferrosos) classificação (ABNT, 2004) NBR 10004:

Incluem-se neste grupo os metais ferrosos e não ferrosos, como cobre, bronze, alumínio,

latão, aços diversos, alças preformadas e elos fusíveis, ferro e ainda, fios e cabos em diversas

bitolas e tipos, ou seja, isolados e nus, conectores, acessórios metálicos em geral, como cintas,

mão francesas, parafusos, suportes, arruelas e porcas, entre outros.

A reciclagem de metais e extremamente vantajosa, sob vários aspectos. Reciclando os

metais diminui-se a necessidade da exploração mineral, o que representa economia de

recursos financeiros e naturais, uma vez que a atividade mineradora sempre degrada o meio

ambiente, poupando-se também energia e água.

A seguir, na figura 33, temos a demonstração deste resíduo:

Figura 33: Resíduos gerados na execução de obras. Cabos de aço, alumínio e cobre.

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6) Plástico: Classificados como Classe II-B, Código A007 classificação (ABNT,

2004) NBR 10004, cujo resíduo e proveniente basicamente de embalagens plásticas para

isoladores e cobertura isolante dos condutores.

O plástico é um material de grande aceitação para o processo de reciclagem. O plástico

após reciclagem pode ser usado na produção de novos utensílios e na fabricação de novos

produtos como baldes, cabides, garrafas de água sanitária e acessórios para automóveis. Já o

plástico filme pode se usar na fabricação de artefatos plásticos, como sacos de lixo.

Figura 34: Resíduo Plásticos de proteção dos cabos

7) Papelão: Classificado como Classe II-B, Código A006 classificação (ABNT, 2004) NBR

10004, cujo resíduo e oriundo basicamente de embalagens de equipamentos. Este resíduo

após reciclagem pode ser usado na produção de novos papelões. Na figura 35 podemos ver o

resíduo de papelão gerado durante a obra.

Figura 35: Caixas de Papelão

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8) Óleos: Classificados como Classe I, Classificação (ABNT, 2004) NBR 10004,

Código F430. São os óleos usados em isolamentos elétricos, retirados dos transformadores e

outros equipamentos. Na figura 36 pode se ver a origem deste resíduo:

Figura 36: Transformadores velhos

9) Pilhas e Baterias: Resolução CONAMA 401/08 – (BRASIL 2008), destinação

final pelo fabricante e recebimento pelo estabelecimento comercial. Classificação (ABNT,

2004) NBR 10004: Classe I Código F042 – provenientes de banco de baterias de subestações

e de celulares, pilhas de coletores, câmeras fotográficas e digitais. As pilhas e baterias

apresentam em sua composição metais considerados perigosos a saúde humana e ao meio

ambiente como mercúrio, chumbo, cobre, zinco, cádmio, manganês, níquel e lítio.

Este resíduo após desmontagem, separação e classificação, os componentes serão

encaminhados aos processos químicos para obtenção de sais e óxidos metálicos utilizados em

industrias cerâmicas, refratarias, de colorífico cerâmico, de vidro e de química em geral, que

também podem ser exportados. Na figura 37 a seguir podemos ver os resíduos de pilhas

provenientes do processo.

Figura 37: Resíduos Gerados - Baterias

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10) Pneus: A Resolução CONAMA nº. 258, de 26 de agosto de 1999, dispõe sobre os

pneumáticos inservíveis abandonados ou dispostos inadequadamente constituem passivo

ambiental, que resulta em sério risco ao meio ambiente e à saúde pública.

Esta Resolução determina que as empresas fabricantes e as importadoras de

pneumáticos ficam obrigadas a coletar e dar destinação final ambientalmente adequada aos

pneus inservíveis. Na figura 38 podemos ver pneus usados decorrente da produção e pneus

que foram recapados para serem utilizados novamente.

Figura 38: Resíduos Gerados - Pneus

4.2.3 Fase 2.3 Diagnostico dos Impactos Gerados Pela Empresa

A maioria das atividades humanas causa algum tipo de impacto negativo para o meio

ambiente e as atividades do setor elétrico não fogem a esta regra. A atividade da Projesul é a

construções e manutenções de redes de distribuição de energia elétrica. A distribuição da

energia é disponibilizada pela RGE que faz a venda de energia elétrica, para isto ela compra

energia de empresas geradoras e a leva até os consumidores. Em uma análise superficial esta

atividade não parece ter relação com impactos ambientais, no entanto, para que se consiga

fazer a energia chegar até aos consumidores existe a geração de alguns impactos ambientais.

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4.2.3.1 Principais Impactos Negativos das Atividades da Projesul

1) Podas de árvores: A poda de árvores é uma prática constante, pois é necessária

para evitar que os galhos entrem em contato com a rede elétrica e causem interrupções no

fornecimento de energia elétrica para os consumidores.

2) Supressão da vegetação: Em áreas rurais, periodicamente são cortadas árvores que

crescem sob as redes de distribuição de energia, este trabalho é necessário para que não

ocorram interrupções no fornecimento de energia aos consumidores. A supressão também é

realizada quando são construídas novas redes de distribuição ou linhas de transmissão de

energia.

3) Deslocamento de Veículos: A Projesul possui 10 veículos, esta frota influi no meio

ambiente por liberar partículas na atmosfera, consumir combustível e gerar resíduos devido a

sua manutenção. A Projesul realiza manutenções programadas em seus veículos, através deste

trabalho os veículos causam menor poluição do ar. Além disso, a empresa tem procurado

realizar ações para o reaproveitamento e reciclagem de resíduos provenientes de veículos,

sendo a recapagem de pneus um exemplo.

4) Geração de Resíduos: Nas redes elétricas e nas atividades administrativas da

PROJESUL são gerados diversos tipos de resíduos, tais como: concreto, porcelana, vidro,

postes de madeira, ferragens, cabos, papelão, plásticos, óleos, pilhas e baterias, pneus,

equipamentos estragados e etc. Sempre que possível os resíduos são encaminhados para

reciclagem ou reaproveitamento em outras atividades.

5) Consumo de recursos naturais: Para manter e expandir suas redes elétricas a

Projesul consome diversos tipos de produtos, tais como postes de madeira, ferragens, cabos de

cobre a alumínio.

6) Erosão do solo: Para a instalação dos postes muitas vezes é preciso fazer a

detonação do solo para que seja possível fazer a cava. A erosão pode ocorrer por ação de

fenômenos naturais ou do ser humano. Após a supressão da vegetação o solo fica sem

cobertura vegetal o que provoca o deslizamentos, deslocamento do solo que é a principal

causadora da erosão.

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4.2.3.2 Redução de Impactos Ambientais

Durante a execução as obras diversos aspectos devem ser controlados, para que não

sejam causados impactos ambientais desnecessários. A PROJESUL conta com 4 equipes cada

uma especializada em um setor. Cada equipe possui um técnico responsável por verificar

orientar e fiscalizar as construções para que os trabalhadores respeitem a fauna durante os

trabalhos, bem como para que não abandonem resíduos no campo, com a finalidade de evitar

ou controlar os impactos ambientais decorrentes da obra.

Alguns impactos ambientais são inevitáveis durante a execução das obras, mas muitos

deles podem ser minimizados. Em relação ao corte de árvores, por exemplo: são cortadas

apenas as árvores que tocam nos cabos ou podem crescer até eles, este cuidado possibilita a

preservação de grande parte das árvores existentes. Na figura 39, o colaborador da empresa

em estudo recolhe os resíduos gerados na execução de obra na rede de distribuição, para o

caminhão que se encontra no local, para serem retornados para a sede da empresa..

Figura 39: Recolhimento de resíduos gerados na execução de obras.

A seguir, seguem exemplos de outros aspectos controlados nos trabalhos de

acompanhamento:

1) Identificação e preservação de árvores protegidas por Lei;

2) Recolhimento de lixo gerado nos trabalhos de campo;

3) Transplantes de mudas de árvores raras e orquídeas;

4) Ordenamento das toras e lenha de árvores cortadas;

5) Medidas preventivas contra incêndios em restos vegetação cortada;

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6) Preservação de banhados e nascentes durante a abertura de acessos;

7) Registro do número de árvores cortadas para planejamento de plantios

compensatórios de árvores.

Na figura 40, a seguir, podemos visualizar uma poda acompanhada a campo.

Figura 40: Exemplo de poda.

O principal impacto a ser reduzido é a contaminação do solo, com as mudanças no

transporte e armazenamento dos transformadores com a utilização de uma bacias de

contenção juntamente com a caixa separadora de água e óleo.

4.3 Etapa 3 - Proposta de Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS)

Neste item, será apresentado uma proposta de um plano gerenciamento de resíduos

sólidos para a Projesul, empresa em estudo, propondo-se melhorias e soluções adequadas para

o destino dos resíduos.

Para a elaboração do PGRS foi utilizado como base os princípios da Produção mais

Limpa. Com isso durante a realização das visitas à empresa, pode-se identificar algumas

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oportunidades de aplicação da P+L, como aumentar a competitividade e a produtividade da

empresa, reduzir o consumo de recursos naturais, prevenir na fonte a poluição do ar, do solo e

reduzir a geração de resíduos sólidos de modo a minimizar os impactos ambientais.

Sugere-se como primeiro passo a formação de um ECOTIME, grupo de trabalho

formado por profissionais da empresa que tem por objetivo conduzir o método de Produção

mais Limpa e ajudar no PGRS.

O ECOTIME tem as seguintes funções:

1. Realizar o diagnóstico;

2. Implantar o programa;

3. Identificar oportunidades e implantar medidas de Produção Mais Limpa;

4. Monitorar o programa;

5. Dar continuidade ao programa.

Nesta etapa também é importante que sejam feitos treinamentos, para que os

integrantes melhorem a capacitação técnica, explicando os principais problemas ambientais

relacionados à empresa de construção e manutenção de redes de distribuição de energia

elétrica com ênfase para a diminuição dos resíduos sólidos gerados.

4.3.1 Conscientização Ambiental da Empresa

Para que haja um bom desempenho no PGRS, a principal medida a ser tomada é a

conscientização dos administradores e funcionários da empresa. A projesul por ser uma

empresa de pequeno porte, tem administração pelos proprietários os quais preocupados com o

meio ambiente, já estão sensibilizados e já aderiram lixeiras para a segregação dos resíduos

sólidos, conforme a Resolução 275 do CONAMA (BRASIL 2001) que estabelece a

segregação pelo código de cores.

Com isso sugerem-se cursos de capacitação e sensibilização para os colaboradores da

empresa, abordando a metodologia da prática de Produção mais Limpa, que visa à redução na

fonte dos resíduos e um consumo sustentável dos recursos. Nesta fase sugere-se, mais

incentivo aos colaboradores que se adequarem as novas exigências, como por exemplo, uma

gratificação.

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4.3.2 Manejo dos resíduos sólidos

Na figura 41 pode-se ver um fluxograma de manejo de resíduos sólidos, onde o

planejamento de cada uma dessas etapas está descrita na sequência.

Fonte: ECOTÉCNICA, 2008.

Figura 41: Fluxograma de manejo dos resíduos sólidos

4.3.2.1 Segregação

A segregação dos resíduos sólidos já vem ocorrendo na empresa em estudo, porém

falta incentivo aos colaboradores. Com isso busca-se uma proposta que terá a função de

separar os resíduos a fim de evitar contaminação de outros materiais e garantir a possibilidade

de reutilização, reciclagem e a segurança do manuseio. A figura 42, abaixo mostra a

segregação pelo código de cores, conforme Resolução CONAMA 275 (BRASIL, 2001).

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Figura 42: Lixeiras para segregação de resíduos no exterior da empresa.

Para outros resíduos gerados na empresa, tais como ferragens, cabos, isoladores de

porcelana, equipamentos estragados, etc, propõe-se a utilização de 5 tambores para armazenar

e proteger os materiais retirados, 1 tambor para cada resíduo, seguindo as seguintes

classificações Cobre, Cerâmica, Ferro, Alumínio e EPI's e EPC's. As figuras 43 e 44 a seguir

representam a forma de armazenamento dos resíduos na empresa e uma possível adequação.

Fonte: RGE, (2011)

Figura 43: ANTES – Forma de armazenamento

dos resíduos na empresa

Figura 44: DEPOIS – Sugestão para a segregação

dos resíduos.

4.3.2.2 Acondicionamento dos Resíduos

Os recipientes para acondicionamento dos resíduos deverão ser de material compatível

com os resíduos gerados, ter capacidade de conter os resíduos no seu interior sem causar

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vazamentos ou transbordo, apresentar resistência física, durabilidade e compatibilidade com o

equipamento de transporte, em termos de forma, volume e peso. Os resíduos deverão ser

armazenados de forma que não ocorra a mistura ou o contato de resíduos incompatíveis no

caso de um derramamento. Este requisito pode ser satisfeito armazenando os resíduos com

um espaço adequado entre eles ou a separação física colocando-se uma parede ou área de

contenção.

4.3.2.3 Coleta, Transporte Interno e Armazenamento Temporário dos Resíduos

A coleta dos resíduos na área interna da empresa será realizada em duas a três vezes

por semana. Os resíduos se enquadram na Classe II B - Inertes (papel e plástico). A geração

destes resíduos é mínima pode ser armazenados temporariamente em lixeiras específicas.

A coleta dos resíduos gerados a campo deverá obrigatoriamente ser recolhida no

término da obra. Para o transporte, será proposto a utilização de um tambor em cada

caminhão, onde serão armazenados até a chegada a empresa. Após a coleta, todos os resíduos

serão encaminhados para o depósito de resíduos e permanecerão lá até que a RGE faça o

recolhimento.

4.3.2.4 Transporte Externo

O transporte externo dos resíduos deverá ser de responsabilidade da empresa RGE,

através do projeto logística reversa, onde a RGE disponibiliza o material para a empresa e

depois faz o recolhimento. Sendo que os resíduos perigosos (Classe I) devem atender o

regulamento nacional de transporte de produtos perigosos contemplado pelas seguintes

legislações: Decreto 96044 (1988); Decreto 98973 (1990); Portaria 204 do Ministério dos

transportes (1997); NBR 7500 e 7501 (ABNT, 1983).

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4.3.2.5 Destinação Final dos Resíduos

A proposta de destinação final de alguns resíduos será a de logística reversa aderida

pela própria empresa, onde será devolvido ao fornecedor os produtos que não serão mais

utilizados, a qual fará a troca por outro produto novo, como exemplo (luvas, pilhas e materiais

de EPIs).

Para os demais resíduos gerados no processo produtivo a proposta de disposição final

é a logística reversa da empresa RGE.

4.3.2.6 Monitoramento e continuidade do Plano

Sugere-se que após a implantação do PGRS seja realizado um acompanhamento da

evolução do sistema, através do monitoramento das ações planejadas e proposições de ações

corretivas. O responsável pela monitoramento do Plano deverá manter os registros de geração,

tratamento e destinação final dos resíduos atualizados.

No ANEXO A, apresenta-se exemplos de Tabelas de controle e monitoramento dos

resíduos da empresa.

4.3.2.7 Educação Ambiental

A Educação Ambiental, por meio de programas, é um instrumento integrante e muito

importante das propostas e recomendações do PGRS, devendo objetivar a chamada do

público-alvo para uma mudança de posição e atitude frente às questões dos resíduos e da

coleta seletiva. Recomenda-se que o Sistema de Coleta Seletiva seja criado, bem como o

Programa de Educação Ambiental.

Para divulgação do programa podem ser utilizados materiais como: banners e cartazes,

folders e folhetos, canecos, sacolas retornáveis para compras em geral, sacos de resíduos para

carros, sacos plásticos para separação dos recicláveis, bonés e camisetas, adesivos, ímãs de

geladeira, selo de parcerias, etc.

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O objetivo geral deve buscar a conscientização dos colaboradores sobre a importância

de sua participação e responsabilidade na gestão dos materiais recicláveis e orgânicos

produzidos na empresa, promovendo ações conscientes fundamentadas na gestão

compartilhada relativas às questões ambientais, por meio da sensibilização e da difusão de

conhecimentos. Os objetivos específicos seriam:

1) Reduzir a geração de resíduos sólidos;

2) Separar os resíduos sólidos recicláveis e orgânicos dos não recicláveis;

3) Orientar quanto ao desperdício dos recursos naturais: água, luz;

4) Preservar o meio ambiente e melhorar a qualidade de vida da população;

4.3.2.8 Outras Oportunidades de Melhoria a Empresa

1) Retrabalhos

Mensalmente a empresa Projesul realiza reuniões com a participação da diretoria, área

técnica e os encarregados pelas equipes de execuções de obras, onde são expostas as falhas

ocorridas no período que passou. Nestas reuniões trata-se a ocorrência dos retrabalhos na

empresa, sobre as normas e procedimentos de execução, com o objetivo de reduzir os índices

de falhas nas execuções, segurança nos procedimentos, entre outros assuntos direcionados a

execuções de obras em redes de energia.

Porém, pode-se observar que apenas os encarregados de cada equipe participam destas

reuniões, com isso sugere-se a utilização da ação Lições Para Aprender, já utilizado pela

empresa RGE, que trousse bons resultados.

O objetivo da ação Lições Para Aprender visa tornar a falha ocorrida em uma lição de

aprendizagem para que esta não ocorra mais, trata-se um folder que é realizado mensalmente

pela equipe de fiscalização da RGE. A figura 45 apresenta um exemplo da ação Lições Para

Aprender, onde demonstra como se deve e como não se deve realizar o processo de instalação

de rabichos e estribos, a fim de evitar problemas instantâneos ou posteriores.

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Fonte: RGE, (2011)

Figura 45: Exemplo da ação Lição Para Aprender RGE.

Com isso, pretende levar a todos os colaboradores os erros ocorridos, para que todos

fiquem cientes e não cometam os mesmos.

2) Transporte de materiais

A principal oportunidade de melhoria a ser adotada pela Projesul são práticas que

reduziram os danos nos materiais, e consequentemente, reduziram o volume de resíduos

gerados. Dentre estas pode ser citado o transporte dos materiais retirados na execução de

obras, operação e manutenção da rede de distribuição. Esse método é utilizado pela RGE e é

de grande aprovação.

a) - Bolsas acolchoadas: São utilizadas para evitar danos aos materiais frágeis que são

retirados e estão em boas condições de reutilização. Estas bolsas facilitam a movimentação e

acomodação, bem como o transporte desses materiais, de forma que seja assegurada sua

reutilização.

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Figura 46: Bolsas acolchoadas para isoladores

b). - Baldões: Como o espectro de materiais retirados da rede de distribuição abrange

também ferragens diversas, cabos e fios de cobre e alumínio, transformadores e medidores. É

importante a utilização de embalagens maiores e mais resistentes, as quais contribuem para

evitar que sejam danificados materiais que podem ser consertados ou reaproveitados.

3) Reaproveitamento de postes

Utilizando as técnicas de produção mais limpa podemos reaproveitar os resíduos

gerados na construção de redes de distribuição de energia elétrica. Um exemplo é os postes de

madeira que podem ser usados como mourões para sustentação de cercas e currais, também

como postes particulares para instalação interna em propriedades particulares e como pilares

em construções rústicas.

Os postes utilizados na construção de redes de energia são tratados quimicamente para

que aumentem seu tempo de vida útil, com isso podem trazer sérios danos a saúde segundo a

Resolução CONAMA 307 (BRASIL, 2001).

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Figura 47: Quiosque construído utilizando parte dos postes.

4) Armazenamento de transformadores

Os transformadores no seu interior contem óleo de alta densidade e os mais antigos

possuem PCBs, quando ocorrem danos, ou por ultrapassarem o tempo de vida útil acaba

ocorrendo vazamento. Com isso para o transporte e armazenamento deve se ter um maior

cuidado.

Para o transporte dos transformadores em cima dos caminhões sugere-se a utilização

de containers, para que se ocorrer algum vazamento fique retido.

Para o armazenamento correto dos transformadores é necessária uma Bacia de

contenção com uma base de piso contendo uma camada impermeável e deve ser acoplado a

uma caixa separadora de água e óleo. É importante realizar manutenções no sistema, no

mínimo a cada seis meses. A figura 48 mostra uma base correta de armazenamento.

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Figura 48: Bacia de Contenção

A caixa separadora de água e óleo é indicada por motivos do clima como, por

exemplo, a água da chuva, ao cair acaba levando impurezas juntas com o óleo retido na base,

com a utilização das caixas separadoras acaba reduzindo os resíduos gerados. Na figura 49

visualizamos um modelo de caixa separadora de água e óleo.

Fonte: Guapo Fibras (2010).

Figura 49: Modelo de caixa separadora de água e óleo

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5) CONCLUSÃO

5.1 Conclusão do trabalho

Na elaboração deste trabalho, apresentam-se tópicos que dessem subsídios e

fundamentações necessárias para o desenvolvimento deste tema. Neste sentido, foi dado

enfoque ao gerenciamento de resíduos sólidos com base na metodologia da P+L.

Em busca do desenvolvimento sustentável, as organizações estão, cada vez mais,

praticando ações sustentáveis, podendo ser definidas pelas atitudes das quais as pessoas

buscam uma qualidade de vida e o bem estar social. Dentre essas estão à adequação às leis

ambientais e o uso de tecnologias gerenciais e operacionais, visando a implantação de uma

mentalidade ecologicamente apropriada.

O Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos constitui-se essencialmente em um

documento que visa à administração integrada dos resíduos por meio de um conjunto de ações

normativas, operacionais, financeiras e de planejamento. O PGRS leva em consideração

aspectos referente à geração, segregação, acondicionamento, coleta, armazenamento,

transporte, tratamento e disposição final dos resíduos, priorizando atender requisitos

ambientais e de saúde pública. Além da administração integrada dos resíduos, o PGRS que

tem como base a redução, reutilização e reciclagem dos resíduos gerados na empresa.

Diante do estudo realizado na empresa PROJESUL, pode-se observar a vantagem de

adoção de práticas sustentáveis para a empresa, buscando um melhor gerenciamento e

aproveitamento dos resíduos. Com isso a empresa passa a ter em seu conjunto fatores das

dimensões econômica, ambientais e sociais, que relacionadas influenciam diretamente o nível

de competitividade da empresa, além de melhorar a imagem da empresa, aumentar a

vantagem competitiva e a participação da empresa no mercado e de estar em conformidade

com a legislação vigente.

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5.2 Sugestões para trabalhos futuros

A partir deste estudo, sugerem-se algumas recomendações para trabalhos futuros:

a) Realizar a implantação e monitoramento do PGRS em empresas de construção e

manutenção de serviços elétricos.

b) Realizar a implantação da metodologia de P+L em empresas de construção e

manutenção de serviços elétricos.

c) Estudo para a implantação da bacia de contenção no armazenamentos dos

transformadores.

d) Realizar um estudo detalhado sobre a destinação correta dos resíduos de porcelana.

e) Realizar um estudo detalhado sobre a destinação correta dos postes de madeira.

f) Realizar um estudo detalhado sobre o armazenamento dos resíduos dentro da

empresa, como a elaboração de um layout.

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ANEXO A

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