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UNIVERSIDADE DA REGIO DE JOINVILLE UNIVILLE PROGRAMA DE
MESTRADO EM ENGENHARIA DE PROCESSOS
ESTUDO EXPERIMENTAL E DE SIMULAO COMPUTACIONAL PARA
ANLISE E MELHORIA DA EFICINCIA DE UM MOLDE DE INJEO DE
TERMOPLSTICOS
DIEGO ALVES DE MIRANDA
Joinville SC
2017
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DIEGO ALVES DE MIRANDA
ESTUDO EXPERIMENTAL E DE SIMULAO COMPUTACIONAL PARA
ANLISE E MELHORIA DA EFICINCIA DE UM MOLDE DE INJEO DE
TERMOPLSTICOS
Dissertao apresentada ao Programa de Mestrado em Engenharia de Processos da Universidade da Regio de Joinville UNIVILLE como requisito final para obteno do ttulo de Mestre em Engenharia de Processos. Orientador: Prof. Dr. Andr Loureno Nogueira
Joinville SC
2017
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Catalogao na publicao pela Biblioteca Universitria da Univille
Miranda, Diego Alves de M672e Estudo experimental e de simulao computacional para anlise e melhoria da
eficincia de um molde de injeo de termoplsticos/ Diego Alves de Miranda;
orientadora Dr. Andr Loureno Nogueira. Joinville: UNIVILLE, 2017.
112 f. : il. ; 30 cm
Dissertao (Mestrado em Engenharia de Processos Universidade da Regio de Joinville)
1.Injeo de plsticos - Simulao por computador. 2. Plsticos -
Moldagem. 3. Termoplsticos. I. Nogueira, Andr Loureno (orient.). II. Ttulo.
CDD 668.412
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"No desampare a sabedoria e ela te guardar, ame-a e ela te conservar. Exalte-a e ela te exaltar, abrace-a e ela te honrar. Pois a sabedoria a coisa principal, adquiri o conhecimento em troca tudo o que possuis."
(Provrbios 4: 5 - 7)
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AGRADECIMENTOS
Inicialmente, gostaria de agradecer a Deus, por ter primeiramente o privilgio
de estar vivo, e consequentemente, abenoado com a oportunidade de descrever
este trabalho.
Agradeo tambm ao professor Dr. Andr Loureno Nogueira, meu orientador
que tanto me ajudou neste projeto e entrou a fundo comigo neste trabalho.
Aos meus pais que sempre me apoiaram e esto comigo em todas as quedas
e conquistas. A minha esposa Poliana Linzmeyer, a quem tem me compreendido por
disponibilizar mais tempo aos estudos do que para ela. Ao meu filho Pietro
Linzmeyer, o qual tenho lhe dado todo amor, carinho, afeto e dedicao, se tornando
o maior presente que Deus me proporcionou, para unir esta famlia que est se
formando agora e que tanto amo.
Aos professores do Mestrado em Engenharia de Processos que tambm
contriburam para a realizao deste projeto. Universidade da Regio de Joinville e
todos os amigos que sempre se ajudaram para passar nas matrias, enfim todos os
que, direta ou indiretamente, contriburam para a realizao deste projeto.
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RESUMO
Na fabricao de produtos oriundos do processo de injeo de termoplsticos, busca-se constantemente otimizar as condies de processamento para reduzir custos e melhorar a qualidade do produto. Para que erros de fabricao do molde sejam corrigidos ainda na fase de projeto, a simulao da injeo de termoplsticos uma ferramenta essencial, porm atualmente utilizada por uma minoria de empresas transformadoras de plsticos e ferramental. No presente trabalho, um estudo experimental e de simulao foi realizado buscando compreender as razes para a alta ineficincia de injeo de um molde de um copo com duas cavidades que no passou por um estudo de simulao antes de ser fabricado, e gerava uma grande quantidade de refugos quando em operao. O software Solid Works Plastics foi utilizado para realizar as simulaes do processo de injeo dos copos utilizando o termoplstico GPPS (General Purpose Polystyrene). Variando-se alguns parmetros operacionais (presso de injeo, temperatura de injeo e temperatura do molde) nos ensaios experimentais e de simulao, identificou-se que o aprisionamento de gases era o principal fator responsvel pela ineficincia das injees, caracterizadas principalmente por preenchimento insuficiente das cavidades do molde. Visando resolver o problema do processo, sadas de gases foram includas no projeto virtual do molde e testadas via simulao computacional. Com base nos resultados simulados de melhora de eficincia do processo, as sadas de gases foram executadas no molde real, e os resultados experimentais obtidos corroboraram as predies do modelo. Consequentemente, conseguiu-se um significativo aumento da eficincia da injeo, assim como uma significativa reduo na gerao de refugo e no custo energtico do processo. O modelo matemtico utilizado pelo software foi validado comparando-se as mdias das massas injetadas experimentalmente com as massas simuladas. Uma anlise estatstica baseada em planejamento experimental foi realizada, e os resultados demonstraram que a presso de injeo o parmetro mais importante do processo, seguido pela temperatura de injeo e pela temperatura do molde. A realizao deste estudo possibilitou ainda identificar as faixas de valores para os parmetros de injeo capazes de otimizar o processo estudado, tanto do ponto de vista econmico quanto de qualidade do produto.
Palavras-chave: moldagem por injeo; molde; termoplstico, aprisionamento de gases; simulao.
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ABSTRACT
The constant increase of the worldwide consumption of plastics products made by injection moulding, associated to the strong market competition, has motivated engineers and researchers to sought to optimize the processing conditions aiming to reduce costs and enhance the quality of the product. Computational simulation of injection processes is a powerful tool that can be used to identify and correct mistakes in injection molds in the phase of its project. Although the inherent advantages, only few companies in the field of plastic processing and mold manufacturing uses processes simulation. The present study developed an experimental and a simulation study to identify and understand the reasons for the low efficiency of an injection mold that has not been submitted to a simulation study before its construction. As a consequence, the mould was generating large amounts of scraps. The software Solidworks Plastics was used to perform the simulations of the injection of glasses with the thermoplastic GPPS (General Purpose Polystyrene). The results obtained experimentally and mainly in the simulations by varying the process parameters (injection pressure and temperature, and mould temperature) revealed that main cause for the low process efficiency was the gas trapping in the mould. This problem was causing an incomplete filling of the mould cavities by thermoplastic. In order to reduce or solve the problem, gases exits were included in the virtual project of the mould and hereafter computationally simulated to evaluate the process performance. Once the simulation findings showed a significant increase of the process efficiency, the gases exits were made in the real mould. The experimental results obtained with the modified mould corroborated the simulation findings and, consequently, there was a significant improvement of the process efficiency as well the reduction of the scrap production and energy costs. The mathematical model used by the software was validated by comparing the injected masses experimentally obtained with those generated by simulation. A statistical analysis based on a design of experiment was performed and the results revealed that the injection pressure is the most important parameter of the process, followed by the injection temperature and the mould temperature. On the basis of the findings obtained in this study, it was possible to identify the range of values for the studied process parameter in which is possible to optimize the process from the economical and product quality point of view. Keywords: injection moulding, mould, thermoplastic, air trapping, simulation
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LISTA DE EQUAES
Equao 1 Forma geral da conservao de massa ............................................... 21
Equao 2 Forma geral da quantidade de movimento. .......................................... 37
Equao 3 Forma geral da quantidade de energia. ............................................... 37
Equao 4 Fluxo de calor expresso pela lei de Fourier. ......................................... 38
Equao 5 Simplificao da equao da conservao de massa. ......................... 38
Equao 6 Simplificao da equao da quantidade de movimento. .................... 38
Equao 7 Simplificao da equao da quantidade de energia. .......................... 38
Equao 8 Forma geral da taxa de cisalhamento. ................................................. 39
Equao 9 Tenso de cisalhamento de lei das potncias . .................................... 39
Equao 10 Conservao de massa introduzida no software. ............................... 21
Equao 11 Quantidade de movimento introduzida no software. .......................... 21
Equao 12 Quantidade de energia introduzida no software.. ............................... 21
Equao 13 Fluidez. ............................................................................................... 40
Equao 14 Gradiente de Presso. ....................................................................... 40
Equao 15 Velocidades no eixo x. ..................................................................... 40
Equao 16 Velocidades no eixo y. ..................................................................... 40
Equao 17 Taxa de cisalhamento. ....................................................................... 40
Equao 18 Valores iniciais de velocidades. .......................................................... 40
Equao 19 Valores iniciais de temperatura. ......................................................... 40
Equao 20 Razo inicial da presso pela viscosidade. ........................................ 40
Equao 21 Velocidade do fluido na camada congelada. ...................................... 40
Equao 22 Temperatura das extremidades. ......................................................... 40
Equao 23 Temperatura da camada congelada. .................................................. 41
Equao 24 Eficincia de injeo. .......................................................................... 56
Equao 25 Desvio da simulao. ......................................................................... 62
Equao 26 Energia consumida pela bomba fixa. ................................................. 65
Equao 27 Energia consumida pelo motor eltrico. ............................................. 65
Equao 28 Energia consumida por zona trmica. ................................................ 65
Equao 29 Consumo de energia por ciclo de injeo........................................... 65
Equao 30 Custo da matria prima por produto. .................................................. 66
Equao 31 Custo de energia consumida por injeo. .......................................... 66
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Etapas do processo de fabricao de um produto termoplstico. ............ 17
Figura 2 Estruturao do trabalho. ......................................................................... 19
Figura 3 Consumo de transformados plsticos no Brasil em milhes de toneladas.
.................................................................................................................................. 22
Figura 4 Consumo de plsticos no Brasil em 2015 por tipo de resina. .................. 22
Figura 5 Esquema de uma mquina injetora convencional. ................................... 24
Figura 6 Representao de um ciclo de injeo. .................................................... 25
Figura 7 Esquema da formao de uma bolha de ar devido a presena de um
obstculo (gravura) no percurso do polmero. ........................................................... 31
Figura 8 Fora de cisalhamento resultante do escoamento de um polmero. ........ 35
Figura 9 Representao de uma cavidade retangular e seu domnio, como base
das simulaes executadas pelo software Solid works plastics. ............................... 39
Figura 10 Malha de elementos finitos. .................................................................... 41
Figura 11 Aprisionamento de gases oriundos dos compostos usados para
pigmentao. ............................................................................................................. 42
Figura 12 Contrao do PLA, com atuao dos canais de refrigerao................. 43
Figura 13 Tempo de preenchimento. a) Canal de injeo com seo transversal
redonda, b) canal de injeo com seo transversal elptica. ................................... 44
Figura 14 Fluxograma das etapas executadas no presente trabalho. .................... 45
Figura 15 Amostras retiradas do processo de injeo do molde do copo. a)
amostra injetada em baixas presses e temperaturas de injeo, b) amostra retirada
em altas presses e temperaturas de injeo, c) pea considerada boa para
comercializao.. ....................................................................................................... 46
Figura 16 Falhas de injeo de peas que preencheram totalmente as cavidades.
a) Frisos internos, b) bolhas de ar. ............................................................................ 42
Figura 17 Perodo das etapas de injeo do molde do copo injetado em GPPS nas
melhores condies de processamento.. .................................................................. 48
Figura 18 Modelo do produto copo. ..................................................................... 49
Figura 19 Detalhes das cavidades do projeo do molde. a) extrao da cavidade
superior, b) extrao da cavidade inferior. ................................................................ 51
Figura 20 Localizao do ponto de injeo. ........................................................... 52
Figura 21 Cavidade inferior (fmea). a) Cavidade usinada, b) cavidade projetada.
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.................................................................................................................................. 53
Figura 22 Vista em corte do posicionamento dos termopares na cavidade do
molde......................................................................................................................... 52
Figura 23 Casca do produto escalonado (domnio das simulaes). ..................... 52
Figura 24 refinamento de malha triangular. a) vista ampliada da borda do copo, b)
tamanho do vrtice 5 mm, c) tamanho do vrtice 2 mm, d) tamanho do vrtice 1 mm,
e) tamanho do vrtice 0,5 mm. .................................................................................. 58
Figura 25 Definio do material injetado. ............................................................... 59
Figura 26 Definio do material das cavidades. ..................................................... 59
Figura 27 Definio dos parmetros de processamento. ....................................... 60
Figura 28 Definio da localizao e dimetro do ponto de injeo. ...................... 61
Figura 29 Representao do motor eltrico e a bomba fixa de uma mquina
injetora convencional. ................................................................................................ 64
Figura 30 Amostras ineficientes (refugo) do processo de injeo do copo. a)
amostra com baixssima eficincia, b) amostra com baixa eficincia. ....................... 49
Figura 31 Eficincias de injeo variando as presses e temperaturas de injeo.
a) temperatura do molde de 20 C, b) temperatura do molde de 30 C, c)
temperatura do molde de 40 C, d) temperatura do molde de 50 C . ....................... 73
Figura 32 Influncia do tamanho de malha nos resultados das simulaes, nas
condies, a) condio de menor eficincia de injeo, b) condio com a maior
eficincia de injeo. ................................................................................................. 75
Figura 33 Comparao qualitativa da simulao com o processo real em condies
de iguais. a) massa simulada de 122,75 g, b) massa injetada 114,90 g.. ................. 79
Figura 34 Desvios das simulaes variando as presses e temperaturas de
injeo. a) temperatura do molde de 20 C, b) temperatura do molde de 30 C, c)
temperatura do molde de 40 C, d) temperatura do molde de 50 C. ........................ 80
Figura 35 Aprisionamento de gases. ...................................................................... 82
Figura 36 Representao da gravura acumuladora de gases. ............................... 83
Figura 37 Alteraes mecnicas da cavidade inferior: sadas de gases. ............... 84
Figura 38 Perodo das etapas de injeo do molde do copo com sadas de gases,
injetando nas melhores condies. ........................................................................... 87
Figura 39 Produto de boa qualidade para comercializao.................................... 88
Figura 40 Eficincias de injeo variando as presses e temperaturas de injeo,
considerando o molde modificado. a) temperatura do molde de 20 C, b) temperatura
-
do molde de 30 C, c) temperatura do molde de 40 C, d) temperatura do molde de
50 C. ........................................................................................................................ 89
Figura 41 Desvios das simulaes variando as presses e temperaturas de injeo
considerando o molde modificado. a) temperatura do molde de 20 C, b) temperatura
do molde de 30 C, c) temperatura do molde de 40 C, d) temperatura do molde de
50 C. ........................................................................................................................ 91
Figura 42 Grficos 3D dos perfis de preenchimento mssico das cavidades do
molde em funo da presso e temperatura de injeo, considerando a temperatura
do molde de 40 C e com o molde sem as alteraes realizadas: a) Massas
simuladas, b) mdias das massas de amostras de injeo....................................... 93
Figura 43 Grficos 2D dos perfis de preenchimento mssico das cavidades do
molde em funo da presso e temperatura de injeo, considerando a temperatura
do molde de 40 C e com o molde sem as alteraes realizadas: a) Massas
simuladas, b) mdias das massas de amostras de injeo....................................... 94
Figura 44 Grficos 3D dos perfis de preenchimento mssico das cavidades do
molde em funo da presso e temperatura de injeo, considerando a temperatura
do molde de 40 C e com o molde com as alteraes realizadas: a) Massas
simuladas, b) mdias das massas de amostras de injeo....................................... 95
Figura 45 Grficos 2D dos perfis de preenchimento mssico das cavidades do
molde em funo da presso e temperatura de injeo, considerando a temperatura
do molde de 40 C e com o molde com as alteraes realizadas: a) Massas
simuladas, b) mdias das massas de amostras de injeo....................................... 96
Figura 46 Diagrama de Pareto do planejamento fatorial 33 com um nvel mnimo de
95% de confiana. ..................................................................................................... 99
Figura 47 Superfcie de resposta da interao das variveis independentes na
eficincia mssica de injeo. a) presso de injeo (MPa) e temperatura de injeo
(C), b) presso de injeo (MPa) e temperatura do molde (C), temperatura de
injeo (C) e temperatura do molde (C).. ............................................................. 100
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Propriedades do ao P20. ....................................................................... 30
Tabela 2 Ficha tcnica do GPPS. .......................................................................... 50
Tabela 3 Caractersticas da mquina injetora HAITIAN PL 860/270 C. .............. 51
Tabela 4 Parmetros de injeo utilizados nos testes experimentais e nas
simulaes. ............................................................................................................... 55
Tabela 5 Nveis para os fatores e seus valores codificados para planejamento fatorial 33. . ................................................................................................................................. 63
Tabela 6 Leitura das temperaturas da parede do molde em diferentes pontos das
cavidades.. ................................................................................................................ 68
Tabela 7 Valores mdios das massas injetadas com seus respectivos desvios
padro, injetadas variando a presso e temperatura de injeo, e utilizando uma
temperatura de molde de 20 C................................................................................. 68
Tabela 8 Valores mdios das massas injetadas com seus respectivos desvios
padro, injetadas variando a presso e temperatura de injeo, e utilizando uma
temperatura de molde de 30 C................................................................................. 70
Tabela 9 Valores mdios das massas de injeo com seus respectivos desvios
padro, injetadas variando a presso e temperatura de injeo, e utilizando uma
temperatura de molde de 40 C................................................................................. 71
Tabela 10 Valores mdios das massas de injeo com seus respectivos desvios
padro, injetadas variando a presso e temperatura de injeo, e utilizando uma
temperatura de molde de 50 C................................................................................. 72
Tabela 11 Resultados das simulaes da injeo do copo no Solid works Plastics,
variando a presso e temperatura de injeo, considerando a temperatura do molde
de 20 C. ................................................................................................................... 76
Tabela 12 Resultados das simulaes da injeo do copo no Solid works Plastics,
variando a presso e temperatura de injeo, considerando a temperatura do molde
de 30 C. ................................................................................................................... 77
Tabela 13 Resultados das simulaes da injeo do copo no Solid Works Plastics,
variando a presso e temperatura de injeo, considerando a temperatura do molde
de 40 C. ................................................................................................................... 78
Tabela 14 Resultados das simulaes da injeo do copo no Solid Works Plastics,
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variando a presso e temperatura de injeo, considerando a temperatura do molde
de 50 C. ................................................................................................................... 79
Tabela 15 Valores mdios das massas injetadas com seus respectivos desvios
padro, injetadas variando a presso e temperatura de injeo, e utilizando uma
temperatura de molde de 20 C................................................................................. 85
Tabela 16 Valores mdios das massas injetadas com seus respectivos desvios
padro, injetadas variando a presso e temperatura de injeo, e utilizando uma
temperatura de molde de 30 C................................................................................. 86
Tabela 17 Valores mdios das massas injetadas com seus respectivos desvios
padro, injetadas variando a presso e temperatura de injeo, e utilizando uma
temperatura de molde de 40 C................................................................................. 87
Tabela 18 Tabela 17 - Valores mdios das massas injetadas com seus respectivos
desvios padro, injetadas variando a presso e temperatura de injeo, e utilizando
uma temperatura de molde de 50 C. ........................................................................ 88
Tabela 19 Resultados das mdias das amostras de injeo e seus desvios
padres no planejamento fatorial 33, com as variveis independentes codificadas e
reais........................................................................................................................... 98
Tabela 20 Valores utilizados nos clculos de custo de injeo para o molde sem
alteraes. ............................................................................................................... 101
Tabela 21 Comparao dos indicadores de processo antes e aps as alteraes
realizadas. ............................................................................................................... 103
Tabela 22 Comparao dos custos de processamento e receita gerada antes e
aps as alteraes realizadas.. ............................................................................... 103
.
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LISTA DE SIGLAS
PS Poliestireno
GPPS Poliestireno Cristal (General Purpose Polystyrene)
CAD Projeto Auxiliado por Computador (Computer Aided Design)
CAE Engenharia Auxiliada por Computador (Computer Aided Engineering)
3D Trs Dimenses
PE Polietileno
PP Polipropileno
EVA Acetato-vinilo de Etileno (Ethylene Vinyl Acetate)
AISI Instituto Americano de Classificao de Metais (American Iron and Steel
Instituite)
PVC Policloreto de Polivinila (Polyvinyl Chloride)
ASTM Orgo de Normatizao de Materiais (American Society for Testing and
Materials)
ISO Organizao Internacional de Padronizao (International Organization for
Standardization)
IF ndice de Fluidez
PLA Termoplstico de cido Polilctico (Polylactic Acid)
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LISTA DE SMBOLOS
Viscosidade (Pas)
Densidade (kg/m3)
Gradiente
Derivada
Velocidade (m/s)
t Tempo (s)
P Presso (Pa)
Tenso de cisalhamento (Pa)
g Acelerao da gravidade (m/s2)
CV Calor especfico em volume
constante (J/kg.K)
T Temperatura (K)
q Fluxo de calor (W)
K Condutividade trmica (W/m.K)
CP Calor especfico presso
constante (J/kg.K)
Taxa de cisalhamento (s-1)
S Fluidez (m3.s/kg)
Q Vazo mssica (kg/s)
w Largura (m)
L Comprimento (m)
Altura (m)
Eixo x
Eixo y
Eixo z
Eficincia de injeo (%)
Desvio de simulao (%)
Massa simulada (g)
Mdia de massas injetadas (g)
Massa total estimada (g)
Consumo de energia por
injeo (W)
Temperatura de injeo (C)
Presso de injeo (MPa)
Presso de recalque (MPa)
Temperatura do molde (C)
Consumo de energia da bomba
fixa (W)
Consumo de energia de cada zona
trmica da injetora (W)
Custo do material utilizado para
fabricar um produto (R$)
Custo por injeo (R$)
Tempo do ciclo de injeo (s)
Custo da energia fornecida pela
estatal (R$/KWh)
Custo da matria prima (R$/kg)
Nmero de cavidades do molde
Velocidade de injeo (cm3/s)
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SUMRIO
LISTA DE EQUAES ............................................................................................. 6
LISTA DE FIGURAS ................................................................................................. 7
LISTA DE TABELAS ............................................................................................... 10
LISTA DE SIGLAS .................................................................................................. 12
LISTA DE SMBOLOS ............................................................................................ 13
SUMRIO ................................................................................................................ 14
INTRODUO......................................................................................................... 17
2. OBJETIVOS ................................................................................................... 20
2.1 Objetivo geral .................................................................................................. 20
2.2 Objetivos especficos ......................................................................................... 20
3 REVISO DA LITERATURA .......................................................................... 21
3.1 Plsticos.......................................................................................................... 21 3.1.1 Poliestireno Cristal de Propsito Geral (GPPS General Purpose Polystyrene) ........................................................................................................ 23
3.2 Processo de injeo ........................................................................................ 23 3.2.1 Mquina injetora .................................................................................... 24
3.2.2 Ciclo de injeo ..................................................................................... 25
3.2.3 Parmetros de injeo ........................................................................... 26
3.2.3.1 Temperatura de injeo ......................................................................... 26
3.2.3.2 Temperatura do molde .......................................................................... 27
3.2.3.3 Presso de injeo ................................................................................ 27
3.2.3.4 Presso de recalque .............................................................................. 27
3.2.3.5 Velocidade de injeo ............................................................................ 27
3.3 Molde de injeo ............................................................................................. 28 3.3.1 Projeto de um molde de injeo de termoplsticos ............................... 28
3.3.2 Cavidades do molde .............................................................................. 28
3.3.3 Ponto de injeo .................................................................................... 29
3.3.4 Materiais (ao P20) ................................................................................ 29
3.3.5 Avano da frente de enchimento ........................................................... 30
3.3.6 Camada congelada ................................................................................ 30
3.4 Falhas de injeo ............................................................................................ 30 3.4.1 Aprisionamento de gases ...................................................................... 31
3.4.2 Tenses residuais .................................................................................. 32
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3.4.3 Refugo ................................................................................................... 32
3.5 Propriedades e caractersticas dos polmeros fundidos .................................. 32 3.5.1 Reologia................................................................................................. 33
3.5.2 Viscoelasticidade ................................................................................... 33
3.5.3 Viscosidade ........................................................................................... 33
3.5.4 ndice de fluidez ..................................................................................... 34
3.5.5 Tenso de cisalhamento ........................................................................ 34
3.5.5 Taxa de cisalhamento ............................................................................ 35
3.6 Simulao nmerica aplicada a processo de injeo ..................................... 35 3.6.1 Pacotes comerciais Simuladores do processo de injeo de termoplsticos ..................................................................................................... 36
3.6.2 Modelo matemtico utilizado pelo Solid Works Plastics ........................ 37
3.7 Estado da arte ................................................................................................. 42
4 MATERIAIS E MTODOS .............................................................................. 45
4.1 Problemtica ................................................................................................... 46
4.2 Anlise do projeto inicial do produto ............................................................... 48 4.2.1 Geometria e complexidade do produto .................................................. 48
4.2.2 Material do produto a ser injetado ......................................................... 49
4.2.3 Contrao do produto a ser injetado ...................................................... 50
4.2.4 Nmero de cavidades do molde ............................................................ 50
4.2.5 Mquina injetora para produzir o produto ............................................. 51
4.3 Projeto do molde de injeo............................................................................ 52 4.3.1 Ponto de injeo .................................................................................... 52
4.3.2 Materiais das cavidades e tratamento trmico....................................... 53
4.4 Ensaios experimentais de injeo dos copos de GPPS.................................. 53
4.5 Simulao do processo de injeo ................................................................. 56 4.5.1 Gerao do domnio (casca escalonada) .............................................. 56
4.5.2 Gerao de malha ................................................................................. 57
4.5.3 Definio de polmero ............................................................................ 59
4.5.4 Definio do material das cavidades ..................................................... 59
4.5.5 Introduo dos parmetros de injeo no software ............................... 60
4.5.6 Definio do ponto de injeo................................................................ 61
4.6 Metodologia de validao do modelo matemtico usado nas simulaes ...... 62
4.7 Planejamento experimental............................................................................. 62 4.7.1 Planejamento Fatorial 33........................................................................ 63
4.8 Energia consumida por ciclo de injeo .......................................................... 64 4.8.1 Clculos do custo por ciclo de injeo ................................................... 64
5 RESULTADOS E DISCUSSES ................................................................... 67
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5.1 Ensaios experimentais da injeo dos copos ................................................. 67
5.2 Resultados das simulaes ............................................................................ 74
5.3 Melhorias de projeto ....................................................................................... 83
5.4 Injeo das amostras com o molde modificado .............................................. 84
5.5 Consideraes finais sobre o modelo matemtico usado nas simulaes ..... 93
5.6 Planejamento experimental............................................................................. 97
5.7 Otimizao energtica de processamento .................................................... 101
CONCLUSES...................................................................................................... 105
REFERNCIAS ..................................................................................................... 107
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17
INTRODUO
A moldagem por injeo de termoplsticos um processo de custo muito
elevado, com moldes fabricados em ao-ferramenta. Neste processo, o material
termoplstico alimentado, atravs de um funil, em um canho aquecido contendo
uma rosca recproca, onde ser fundido e submetido a um processo de mistura na
presena de aditivos (ELIAS, 2003). O resultado desta etapa de mistura gera uma
resina no estado fundido que injetada nas cavidades do molde matriz (LESKO,
2004).
Nas ltimas dcadas, o consumo de termoplsticos vem crescendo conforme
as demandas por produtos inovadores, e com o aumento do desenvolvimento de
peas e componentes em setores como o de eletrodomsticos, moveleiro e
automobilstico (LPEZ et. al, 2016). At que um produto final feito em material
termoplstico esteja pronto para comercializao, ele deve passar pelas etapas de
fabricao apresentadas na Figura 1.
Figura 1 Etapas do processo de fabricao de um produto termoplstico.
Fonte: Primria, 2017.
Atualmente, a engenharia de projetos de moldes de injeo tem garantido
grande preciso na fabricao destes componentes, tendo em vista a existncia de
ferramentas computacionais capazes de simular o processo de injeo de
termoplsticos, o que tem gerado resultados que auxiliam o desenvolvimento e a
execuo destes moldes (ZHUANG et al., 2016). Desta forma possvel,
desenvolver processos mais eficientes e produtos de melhor qualidade (GOMEZ-
LPEZ et al., 2013).
-
18
Para desenvolver projetos ou executar melhorias em moldes de injeo,
ferramentas do tipo CAD (Computer Aided Design), CAE (Computer Aided
Engineering) e CAM (Computer Aided Manufacturing) vm sendo utilizadas para se
avaliar computacionalmente o desempenho do processo. Os softwares CAD
dispem de modelos volumtricos em trs dimenses (3D) que possibilitam projetar
moldes de injeo, e permitem ter o acompanhamento do dimensionamento exato
de todas as medidas, cotas, estruturas etc (OLIAEI et al., 2016). Estas ferramentas
computacionais so as mais indicadas para esta tarefa, pois alm de auxiliarem e
facilitarem significativamente a construo de moldes de injeo, tambm reduzem o
tempo de desenvolvimento do projeto do molde (SOUZA, 2004; BEAUMONT, 2004).
De acordo com Blasio (2007), em casos nos quais empresas fabricantes de
moldes de injeo de termoplsticos no utilizam a engenharia de simulao como
ferramenta de projeto, as indstrias transformadoras de plsticos detectam falhas no
produto injetado somente depois de testar o molde fabricado. Essas falhas podem
ocorrer devido a um preenchimento incompleto das cavidades, ponto de alimentao
ou canais de injeo mal localizados, bolhas de ar, defeitos causados por
refrigerao inadequada das cavidades ou degradao do material injetado
(HARADA, 2004). Isso implica que o molde deve ser repensado e retrabalhado
recorrentemente at que o mesmo seja capaz de injetar peas sem falhas. O projeto
de moldes de injeo de termoplsticos pode ainda estar inapropriado para a
mquina injetora, ou at mesmo ao material injetado (MANRICH, 2013).
Estudos de simulao computacional do processo de injeo com defeitos
podem fornecer importantes informaes sobre os fatores causadores de ineficincia
de processamento (KIM e TURNING, 2004). Com base nas informaes geradas por
simulaes do processo injeo, alternativas de melhoria no projeto do molde ou at
mesmo do produto podem ser executadas para se aumentar a produtividade do
processo e minimizar a gerao de refugos.
Dentro deste contexto, neste estudo utilizou-se uma ferramenta de simulao
numrica do tipo CAE, o Solid Works Plastics, para estudar o comportamento de um
molde de injeo de termoplsticos utilizado na produo de copos em poliestireno
cristal (GPPS General Purpose Polystyrene) que, em condies normais de
operao, apresentava falhas de injeo no produto causadas principalmente pelo
no preenchimento total das cavidades em ciclo normal (baixa eficincia de injeo).
Este problema resultava na ineficincia de produo (elevados ciclos de injeo) e
-
19
grande gerao de refugos em uma empresa transformadora de plsticos da regio
de Joinville - SC. Anlises da influncia de alguns parmetros na eficincia do
processo foram realizadas e, com base nos resultados obtidos, modificaes no
molde foram propostas e executadas. Um estudo estatstico utilizando planejamento
fatorial foi desenvolvido depois das alteraes realizadas no molde com o objetivo
de identificar os principais parmetros de processamento que mais influenciam na
eficincia de injeo. A execuo do presente estudo ocorreu em parceria com uma
empresa transformadora de polmeros da regio de Joinville. A estruturao do
documento, com as principais etapas do desenvolvimento deste estudo, est
apresentada resumidamente na Figura 2.
Figura 2 Estruturao do trabalho.
Fonte: Primria, 2017.
De acordo com a Figura 2, a na fase inicial do trabalho realizado uma
introduo e sero mostrados os objetivos. Na segunda parte feita a
fundamentao do trabalho com a reviso bibliogrfica, seguida da metodologia
realizada no estudo. Em seguida so demonstrados os resultados com o
desenvolvimento do trabalho, encerrando com as concluses e referncias do
trabalho.
Fase Inicial
Introduo
Objetivos
Fundamentao
Assuntos Abordados
Referencial Terico
Metodologia
Problemtica
Anlise do Produto
Metodologia Experimental
Mtodo de Validao
Anlise Estatstica
Desenvolvimento
Resultados Experimentais
Simulaes
Proposta de Soluo
Validao
Otimizao do Processo
Consideraes Finais
Concluses
Referncias
-
20
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo geral
Avaliar experimentalmente e por simulao computacional o comportamento
do processo de injeo de copos em GPPS, visando identificar as causas da
ineficincia do mesmo e propor melhorias no projeto do molde para otimizar o
processo real e reduzir a gerao de refugos.
2.2 Objetivos especficos
Como este estudo envolve diferentes etapas, os seguintes objetivos
especficos foram definidos:
Analisar experimentalmente a influncia de parmetros do processo no
comportamento de um molde de injeo empregado na fabricao de copos
em poliestireno cristal (GPPS);
Identificar os fatores responsveis pelos problemas de preenchimento
ineficiente das cavidades do molde;
Simular o processo de injeo do GPPS no molde para copos utilizando uma
ferramenta CAE (Solid Works Plastics) para avaliao virtual do
comportamento do processo;
Validar o modelo matemtico usado nas simulaes utilizando dados
experimentais do processo;
Efetuar melhorias virtuais no projeto do molde utilizando o software CAD de
engenharia Solid Works, para reduzir a quantidade de refugos gerada;
Aplicar na prtica as alteraes propostas para melhoria do projeto do molde
de injeo;
Revalidar o modelo confrontando os resultados de simulao os obtidos no
processo industrial no qual o estudo est baseado;
Identificar os parmetros de injeo que possuem maior influncia na
eficincia de injeo empregando um planejamento experimental.
Mapear a faixa de valores dos parmetros de processo capaz de otimizar o
custo do processo de injeo do termoplstico poliestireno cristal (GPPS).
-
21
3 REVISO DA LITERATURA
No presente captulo ser apresentada uma reviso conceitual sobre os
materiais plsticos, o processo de injeo destes materiais, assim como os moldes
usados neste processo. Sero apresentadas ainda as ferramentas de simulao
comercialmente disponveis e que podem ser utilizadas para suportar o projeto de
moldes de injeo e avaliar o comportamento dos mesmos quando em operao.
3.1 Plsticos
Segundo Oswald et al. (2006), plsticos so materiais formados pela unio de
grandes molculas chamadas de cadeias polimricas. Essas cadeias so
constitudas por vrias molculas de monmeros ligadas entre si, que se repetem ao
longo da estrutura molecular do polmero. Os plsticos podem ser classificados de
distintas maneiras com relao suas caractersticas de processamento, estes
materiais podem ser classificados em termoplsticos e termorrgidos (CALISTER Jr.
e RETHWISH, 2012). Os termorrgidos so plsticos cuja rigidez no se altera com a
temperatura, diferente dos termoplsticos que amolecem e fundem-se quando
adequadamente aquecidos. Diferentemente dos termoplsticos, uma vez aquecidos
em altas temperaturas, os polmeros termorrgidos se decompem, no podendo ser
novamente fundidos e remoldados.
Pelo fato dos materiais plsticos terem densidade menor que os metais e as
cermicas, diversos setores industriais, como o de transportes, embalagens,
equipamentos esportivos e etc., tm investido constantemente no desenvolvimento
de peas plsticas que sejam capazes de substituir os tradicionais e mais pesados
materiais em diversas aplicaes, sem que as propriedades necessrias ao produto
final sejam comprometidas (ARAJO, 2010).
De acordo com a Associao Brasileira de Plsticos (ABIPLAST), somente no
ano de 2015, foram consumidas cerca de 7 milhes de toneladas de transformados
de plsticos no Brasil (Figura 3).
-
22
Figura 3 - Consumo de transformados plsticos no Brasil em milhes de toneladas.
Fonte: adaptada de ABIPLAST, 2016.
Conforme informaes da ABIPLAST (Figura 4), as resinas termoplsticas
com maior consumo em 2015 foram as poliolefnicas (PP e PE), seguidas pelo PVC.
Enquanto a maioria das outras resinas foi consumida em propores relativamente
equilibradas, com exceo do EVA.
Figura 4 Consumo dos plsticos no Brasil em 2015 por tipo de resina.
Fonte: ABIPLAST, 2016.
De acordo com a Figura 4, somente a resina de poliestireno representou 5%
do consumo total em 2015, que se comparada com os valores da Figura 3,
representa cerca de aproximadamente 350 mil toneladas de poliestireno.
7,12
7,42
7,01
7,81 7,79 7,92 7,93
7,75
6,99
6,8
7,05
7,3
7,55
7,8
8,05
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Milh
e
s d
e T
on
ela
da
s
Consumo de Transformados Plsticos ao Longo dos Anos
-
23
3.1.1 Poliestireno cristal de propsito geral (GPPS General Purpose Polystyrene)
O poliestireno, tambm chamado de PS, um polmero termoplstico que tem
uma estrutura molecular predominantemente amorfa. Apesar de ser um dos tipos de
polmeros menos utilizados como material de engenharia, principalmente devido a
sua fragilidade (WIEBECK e HARADA, 2004), bastante utilizado em outras
aplicaes, como em brinquedos, isolantes eltricos, partes de refrigeradores e
embalagens.
Em 2015, conforme dados da ABIPLAST, o PS representou 5% das
aplicaes de resinas plsticas no pas (Figura 4). Mesmo representando apenas
5% do consumo nacional em 2015, cerca de 350 mil toneladas de PS foram
industrializadas e transformadas em produtos (valor calculado com base no
consumo de transformados plsticos contido na Figura 3).
A maior parte do poliestireno produzido comercialmente obtida pelas
tcnicas de polimerizao em massa ou suspenso. O poliestireno cristal,
especificamente, produzido continuamente pela polimerizao em massa do
estireno iniciada termicamente (HARPER, 2000). O PS cristal conhecido
internacionalmente como GPPS (General Purpose Polystyrene), sendo
comercializado na forma de pellets de uma resina transparente ou em cores opacas
(JARM, 2012).
Algumas das principais caractersticas do GPPS incluem seu fcil
processamento, fcil colorao, baixo custo, elevada resistncia a cidos e lcalis,
baixa densidade e absoro de umidade, alm de baixa resistncia a solventes
orgnicos (NESTLE et al., 2007). Os processamentos usualmente empregados a
este termoplstico incluem a injeo, extruso e termoformagem.
3.2 Processo de injeo
De acordo com Tonolli (2003), a injeo um processo intermitente (no
contnuo), que segue uma sequncia de etapas que constituem um ciclo de injeo.
O polmero fundido s entra no molde de injeo quando ele se encontra fechado e
vazio. Na sequncia do ciclo, o molde preenchido de polmero aquecido e
devidamente amolecido/fundido, sob condies controladas de presso e
temperatura (THOMAZI, 2009; DAR, 2001). Depois do preenchimento e
-
24
pressurizao do molde, uma presso de compensao, tambm dita presso de
recalque, deve ser empregada para garantir que todos os espaos vazios da
cavidade do molde sejam adequadamente preenchidos pelo polmero (GUILONG et.
al, 2010). Concomitantemente, o molde resfriado por um sistema de refrigerao
interno para solidificar a pea. Em seguida, a pea plstica final, devidamente
resfriada e solidificada, ejetada da mquina injetora com a forma geomtrica da
cavidade do molde (KERZNER, 2002). A retirada do produto pode ser realizada por
extrao mecnica ou pneumtica. Na mecnica, o molde aciona os pinos extratores
para expulsar as peas de dentro das cavidades, e na pneumtica, a pea ejetada
por vlvulas que permitem a passagem de ar comprimido (MANRICH, 2013).
3.2.1 Mquina injetora
A mquina injetora possui um sistema capaz de amolecer, fundir,
homogeneizar e injetar o polmero fundido em um molde. Para isso, essa mquina
utiliza uma rosca recproca, que pode ser acionada por sistemas mecnicos,
eltricos, pneumticos e hidrulicos (CARNEIRO, 2006). Na Figura 5 apresentado
um esquema de uma mquina injetora, assim como as partes/peas/componentes
principais de funcionamento.
Figura 5 - Esquema de uma mquina injetora convencional.
Fonte: LESKO, 2004.
-
25
No esquema representado na Figura 5, os termoplsticos so introduzidos
pelo funil de alimentao e so empurrados pela rosca reciproca da injetora. No
meio deste percurso, as resistncias de aquecimento amolecem o polmero que
entra lquido nas cavidades do molde fechado. Em seguida, acionado o sistema de
refrigerao interna do molde que promove a solidificao do polmero. S ento as
cavidades se abrem e o processo de extrao promove a ejeo da pea pronta
(LESKO, 2004).
3.2.2 Ciclo de injeo
De acordo com Cruz (2002), o processo de injeo um processo contnuo,
mas sim processo intermitente, ou seja, contem etapas que compe o ciclo de
injeo. Nos ciclos de injeo existem estgios nos quais podem ocorrer paradas ou
eventos que s acontecem aps o trmino de um evento antecessor.
O ciclo de injeo subdividido em dois ciclos menores, um decorrente da
rosca recproca e outro decorrente do molde, sendo ainda os dois interdependentes
(OSSWALD; LIH-SHENG & GRAMANN, 2008). Na Figura 6 so representadas as
etapas de um ciclo de injeo completo em funo do tempo.
Figura 6 - Representao de um ciclo de injeo.
Fonte: Adaptada de KAZMER, 2007.
Conforme representado na Figura 6, o ciclo de injeo se inicia quando o
molde se fecha, em seguida a rosca reciproca empurra o polmero para o processo
de injeo das cavidades. Antes que do preenchimento se concluir, acionada uma
presso de recalque para que o polmero no retorne pelo canal de injeo, aps o
fim da injeo, o sistema de refrigerao acionado para iniciar a solidificao do
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Ejeo do Produto
Abertura do Molde
Solidificao do Produto
Sistema de Refrigerao
Presso de Recalque
Processo de Injeo
Fechamento do Molde
Tempo (s)
-
26
polmero. Quando o molde se abre a pea pronta ejetada finalizando o ciclo de
injeo, que retorna a iniciar quando o molde se fecha novamente.
3.2.3 Parmetros de injeo
Para se obter um produto termoplstico injetado com qualidade,
extremamente importante utilizar valores adequados dos parmetros de
processamento. Estes parmetros variam inicialmente entre o tipo de molde e o tipo
de mquina injetora (BRITO et al., 2004). Entretanto, cada mquina possui limites
distintos, como a presso de fechamento do molde, o torque para giro da rosca, as
presses exercidas pelo pisto sobre a massa fundida, entre outras caractersticas.
O conjunto destes parmetros conhecido como parmetros de injeo (KAZMER,
2007).
3.2.3.1 Temperatura de injeo
Segundo Hassan e colaboradores (2010), a temperatura de injeo a
temperatura na qual o polmero entra nas cavidades do molde atravs do canal de
injeo. Porm, a temperatura do polmero fundido varia enquanto escoa pelo
caminho percorrido durante o preenchimento das cavidades. Quanto mais baixas
forem as temperaturas de injeo, maior ser a viscosidade da massa polimrica
fundida e, consequentemente, maiores sero as dificuldades de escoamento da
massa viscosa (BRETAS e DAVILA, 2000). Porm, se ele for processado em
temperaturas muito elevadas, o polmero sofre tenses residuais excessivas, o que
pode dificultar o escoamento do mesmo pelos canais das cavidades. Se o polmero
possuir elementos de pigmentao, esses elementos podem ser liberados na forma
de gases que atrapalham o escoamento do polmero e, consequentemente, o
preenchimento das cavidades do molde (BRITO et al., 2004).
3.2.3.2 Temperatura do molde
De acordo com Carneiro (2006), a temperatura do molde no momento de
preenchimento das cavidades est diretamente ligada aos canais de refrigerao.
Portanto, no projeto de um molde de injeo, o sistema de refrigerao deve ser
considerado para que haja uniformidade na temperatura do molde (CATIC et
-
27
al., 2006). Para minimizar os efeitos de contrao do polmero, recomendvel que
a diferena de temperatura entre o lado macho e a cavidade do molde no
ultrapassem 10 C (SACCHELLI, 2002).
3.2.3.3 Presso de injeo
Segundo Ptsch e Michaeli (2008), durante o preenchimento do molde, a
presso exercida pelo pisto sobre o material injetado conhecida como presso de
injeo. Esta presso dependente da viscosidade do material e da geometria da
pea. Ela tambm a presso necessria para preencher o molde. Desta forma, a
presso de injeo a mnima presso exercida para que o polmero preencha
totalmente as cavidades do molde (CUNHA, 2004)
Com temperaturas baixas de processamento, a presso de injeo pode
originar tenses internas na rea de entrada das peas injetadas, dificultando o
restante do caminho percorrido pelo polmero entre as cavidades. Com presses de
injeo muito altas, o excesso de presso pode produzir rebarbas na pea ou
bloquear o molde, de modo que o mesmo no possa ser aberto pela fora hidrulica
exercida no lado mvel do molde (BRETAS e DAVILA, 2000).
3.2.3.4 Presso de recalque
a presso aplicada aps a presso de injeo para que o material no
retorne para o bico injetor. Utiliza-se na presso de recalque presses menores que
a presso de injeo, evitando, desta forma, tenses internas no polmero e,
consequentemente, possveis falhas de injeo (FERNANDES et al., 2011).
3.2.3.5 Velocidade de injeo
A velocidade de injeo dada pela quantidade em volume que entra nas
cavidades do molde por meio do bico de injeo na fase de preenchimento (cm3/s).
Mesmo se tratando da vazo volumtrica do material que entra nas cavidades do
molde, esta conhecida como velocidade de injeo. Esta velocidade est baseada
no movimento do pisto da injetora (MALLOY, 2000).
-
28
3.3 Molde de injeo
O molde o principal componente de um processo de injeo, e suas
caractersticas influenciam de forma significativa o processo como um todo. Contudo,
para o bom desempenho deste processo, devem ser estabelecidas as condies
operacionais que melhor se adquem s demandas e caractersticas do produto
injetado, assim como deve ser feita uma avaliao de todos os benefcios futuros que
sero obtidos com a construo do molde (CORAZZA, 2012).
O molde de injeo deve ser fixado na injetora conforme as especificaes e
geometrias do equipamento. Estes fatores geomtricos devem ser cuidadosamente
analisados antes que o molde seja confeccionado, pois a empresa que fabrica o
molde geralmente no a mesma que efetuar a injeo do polmero para a
obteno da pea plstica moldada (FERREIRA, 2002).
3.3.1 Projeto de um molde de injeo de termoplsticos
Um molde de injeo de termoplsticos uma ferramenta muito complexa e
cara de ser fabricada, pois conforme a exigncia do produto a ser injetado, o mesmo
necessitar de diversas informaes de engenharia que devem ser levadas em
considerao (CRUZ, 2002). Existe certa complexidade na execuo do projeto de
um molde de injeo, pois as informaes da engenharia do molde so
fragmentadas em diversas reas, como por exemplo, o tipo da mquina injetora,
suas capacidades e dimensionamento, o tipo de produto e suas propriedades fsicas,
qumicas e mecnicas, alm do ciclo de injeo envolvido (SACCHELLI, 2007).
Um projeto bem dimensionado do molde de injeo e do produto a ser injetado
resulta na eficincia do processo de transformao. Sendo assim, parmetros como
tempo de ciclo, velocidade de injeo e presso de recalque, proporcionam a
qualidade dos produtos associados ao termoplstico a ser injetado (STEINKO, 2004).
3.3.2 Cavidades do molde
Um molde de injeo possui duas ou mais cavidades com o formato da pea
desejada. Para chegar at essas cavidades, o polmero deve percorrer os canais de
injeo, chegando at o ponto de injeo por onde ele ser alimentado nas
-
29
cavidades. Estas cavidades geralmente so construdas de ao-ferramenta, mais
endurecido que os demais aos utilizados nas outras peas do molde de injeo. Em
certas ocasies, estes aos ferramenta recebem um tratamento trmico especfico
para que melhorem suas propriedades mecnicas, pois um molde de injeo
submetido a altas presses, e ciclicamente isto pode desgastar as reas de
fechamento do molde (DIMLA, 2005). Para produzir estas cavidades, preciso um
estudo de engenharia detalhado, pois uma nica cavidade envolve vrios processos
como: preenchimento, injeo, refrigerao, extrao, fechamento e fixao
(SACCHELLI, 2007).
3.3.3 Ponto de injeo
O ponto de injeo influencia vrios fatores. Primeiramente, quanto mais
estreita for rea de entrada, menor deve ser a marca deixada na pea acabada.
Porm, a massa polimrica tende a cisalhar muito quando flui dos canais at o ponto
de injeo (SMITH et. al, 2008). A dimenso do ponto de injeo deve ser
proporcional ao tamanho da pea, a espessura das paredes e tambm funo
direta do polmero injetado. Porm, materiais com tendncia degradao trmica
devem ter pontos de injeo mais amplos, como o caso do PVC e de outros
polmeros de engenharia (MANRICH, 2013).
3.3.4 Materiais (ao P20)
Cada tipo de molde de injeo fabricado de acordo com o material
selecionado (ao ferramenta), conforme a necessidade do produto. O ao P20 um
ao ferramenta usado em grande escala na construo de cavidades de moldes de
injeo (SANTANNA, 2011).
A American Iron and Steel Institute (AISI) classifica os aos ferramenta para
moldes com o smbolo P. Sua composio principal cromo-nquel-molibidnio (Cr-
Ni-Mo), fabricado por degaseificao a vcuo, tempervel e com dureza na faixa de
30-34 HRC. A Tabela 1 rene as principais propriedades do ao P20.
-
30
Tabela 1 - Propriedades do ao P20.
Propriedade Valor
Densidade (mg/m) 7,80
Calor especfico (J/kg.K) 460
Condutividade trmica (W/m.K) 29
Coeficiente de expanso trmica (K-1) 12 x 10-6
Mdulo de elasticidade (GPa) 200
Fonte: BARETA et al., 2007.
O ao P20 muito utilizado por sua eficaz usinabilidade e soldabilidade, alm
de ter uma boa uniformidade e dureza tanto no estado recozido quanto beneficiado.
Por isso, ele alcanou o patamar de ao mais vendido para fabricao de moldes no
Brasil, chegando a mais de 80% dos casos, tendo ainda qualidade e melhor relao
custo/benefcio no projeto de moldes de injeo (MACHADO, 2006).
3.3.5 Avano da frente de enchimento
O avano da frente o caminho que o polmero percorre durante o
preenchimento da cavidade do molde. Existem pontos nos quais o polmero escoa
mais rapidamente e outros que ele leva certo tempo para percorrer. Desta forma, o
avano da frente de enchimento influenciado pela espessura da parede das
cavidades, temperatura de injeo e pela velocidade de injeo (KOVACS &
BERCSEY, 2005).
3.3.6 Camada congelada
A camada congelada a espessura do polmero congelado em contato com a
parede do molde. Este fenmeno ocorre pela perda de calor atravs do sistema de
refrigerao do molde (CHEN et. al, 2009). Durante o escoamento do polmero, no
podem ocorrer altos valores de temperatura na camada congelada, pois isto indica
que existe uma alta resistncia do fluxo, podendo afetar o tempo de injeo,
aumentar a presso de injeo e modificar as propriedades da pea (CATIC, 2006).
3.4 Falhas de injeo
Segundo Blasio (2007), existem trs principais causas que provocam falhas
-
31
de injeo: mquina, molde ou material injetado. Cada fator pode ter at dezenas de
causas associadas, ou ainda pode ter uma soma de fatores diferentes. Essas falhas
podem ocorrer devido a um preenchimento incompleto das cavidades, rechupe,
linhas de solda, tenses residuais, ponto de alimentao ou canais de injeo mal
localizados, bolhas de ar, defeitos causados por refrigerao inadequada das
cavidades ou degradao do material injetado (MOAYYEDIAN; ABHARY e MARIAN,
2015).
3.4.1 Aprisionamento de gases
O aprisionamento do ar ocorre quando a cavidade do molde tem paredes
finas e espessas em vrias reas do produto, favorecendo o preenchimento das
paredes espessas e dificultando a passagem do polmero nas regies mais finas
(SACCHELLI, 2002).
Como o ar se encontra comprimido dentro das cavidades do molde,
dependendo da presso e da velocidade de injeo, pode ocorrer a queima ou a
degradao do material (carbonizao). Quando as cavidades do molde contm
alguma gravura ou canal em sua geometria, mesmo sendo no incio do caminho do
escoamento percorrido pelo polmero, estes perfis rebaixados (gravuras) podem
desencadear o aprisionamento de gases, dificultando o processo de injeo e
ocasionando bolhas como falhas de injeo (GOODSHIP, 2010). Na Figura 7
demonstrado como estas bolhas se formam com o avano da frente de fluxo em
regies com gravuras, e atrapalham a eficincia processo de injeo.
Figura 7 Esquema da formao de uma bolha de ar devido presena de um obstculo (gravura) no percurso do polmero.
Fonte: GOODSHIP, 2010.
A ineficincia de injeo e a formao de bolhas tambm so a
consequncia de situaes nas quais o polmero injetado em altas temperaturas,
-
32
pois o ar quente se mistura com o polmero homogeneizado. Nestes casos, aps a
pea estar totalmente solidificada, as bolhas aprisionadas s sero perceptveis em
peas confeccionadas com polmeros transparentes (MANRICH, 2013).
3.4.2 Tenses residuais
Quando o polmero submetido a altas presses e temperaturas de injeo,
estas condies geram elevadas tenses resultantes da frico entre as camadas de
material que escoam, conhecidas como tenses residuais (STRONG, 2005). As
tenses residuais so decorrentes de acomodamento inapropriado das
macromolculas em um espao determinado, o que reduz as propriedades fsico-
mecnicas, trmicas e qumicas. Tendendo a atrapalhar inicialmente o escoamento,
fazendo uma fora contrria frente de fluxo, estas tenses tambm ocorrem
quando as paredes internas da cavidade do molde esto com temperaturas
prximas as da massa polimrica. Alm disso, este fenmeno tambm pode ser
decorrente de baixas temperaturas de processamento, ou pelo uso de baixas
temperaturas da parede do molde (XIAO; HUANG e YANG, 2016). Nestes casos, a
camada do material que entra em contato com estas paredes resfria e se solidifica
muito rapidamente, no dando tempo para que as macromolculas se acomodem
adequadamente.
3.4.3 Refugo
Refugo considerado como sendo todo o material inutilizvel resultante de
um processo de produo. Uma vez que este material esteja fora das especificaes
e das caractersticas de produto, impossibilitando assim a continuidade do processo
ou comercializao, ele considerado refugo. A vantagem dos materiais
termoplsticos, que quando uma pea considerada refugo, esta pode ser
incorporada ao processo e reprocessada (JARM, 2012).
3.5 Propriedades e caractersticas dos polmeros fundidos
Sabe-se que todos os materiais fluem, uns mais facilmente do que os outros,
necessitando de pouco tempo e energia para isto, enquanto outros podem
-
33
necessitar de grandes quantidades de energia e um longo perodo para se
deformarem e flurem (LAKKANA, KUMAR e KADOLI, 2016). Na deformao de
cada tipo de material, comportamentos especficos se manifestam, podendo estes
serem elsticos, viscosos, viscoelsticos e viscoinelsticos. No caso dos polmeros
fundidos, por exemplo, a maioria destes se comporta como fluidos viscoelsticos
(tanto no estado slido como lquido), podendo ainda apresentar comportamentos de
fluidos pseudoplsticos (MANRICH, 2013).
3.5.1 Reologia
De acordo com Bom e Lees (2008), a reologia estuda o fluxo e a deformao
da matria, analisando respostas para possveis tenses e deformaes de
materiais indiferentes de seu estado fsico. A massa molar, assim como a
distribuio da massa molar so propriedades que afetam diretamente o
comportamento reolgico do polmero durante seu processamento, assim como
suas propriedades mecnicas finais (FARIAS, 2014). Os materiais polimricos
podem ser considerados um tipo especial de material, pois apresentam ao mesmo
tempo caractersticas de materiais slidos e lquidos (BRETAS e DAVILA, 2000).
3.5.2 Viscoelasticidade
A viscoelasticidade um comportamento correspondente deformao
ocasionada pelas tenses exercidas durante o escoamento de fluidos. No caso dos
polmeros fundidos, no momento do escoamento, o material deformado se torna
menos viscoso com o aumento das tenses, ou seja, o corpo deforma e no
recupera a deformao sofrida depois de retiradas as tenses (GOODSHIP, 2010).
Em contrapartida, seu comportamento elstico retorna normalmente depois de
removidas as tenses. Estes dois tipos de comportamento dos polmeros ocorrem
simultaneamente (MANRICH, 2013).
3.5.3 Viscosidade
Segundo Strong (2005), a viscosidade a resistncia ao fluxo ou
deformao exercida pelo material quando submetido a um escoamento. Um fluido
Newtoniano tem viscosidade constante em temperaturas e presses constantes.
-
34
Entretanto, a viscosidade no constante se as estruturas intermoleculares do
sistema forem alteradas pela ocorrncia de fluxo, ou pela dimenso da energia
geradora do fluxo ou deformao (FOX et al., 2014).
Quando a viscosidade diminui com o aumento da tenso ou da taxa de
cisalhamento, este fluido denominado pseudoplstico, amolecendo com o aumento
do cisalhamento devido a novos rearranjos moleculares (XIAO; HUANG e YANG,
2016). Quando polmeros so submetidos a um processo de injeo, a
reestruturao das cadeias polimricas ocorre devido orientao das mesmas no
sentido do fluxo, o que diminui as barreiras oriundas dos perfis das cavidades nas
interaes entre elas, facilitando o escoamento (MANRICH, 2013).
3.5.4 ndice de fluidez
O ndice de fluidez (IF) uma medida que controla a qualidade da matria
prima dos polmeros, servindo tambm como padro para classificar as resinas de
polmeros termoplsticos quanto ao seu processamento (TELLES, 2001). Para medir
o IF dos polmeros, estes so colocados em um barril aquecido com um pisto
acionado com um peso padro, no qual o polmero escoa por um capilar
padronizado. O valor de IF a massa que flui pelo capilar durante 10 minutos
(MANRICH, 2013). O ndice de fluidez inversamente proporcional viscosidade do
polmero, ou seja, valores baixos de IF esto relacionados a valores altos de
viscosidade do polmero naquela temperatura e taxa de cisalhamento (SALVADOR e
COSTA, 2007).
3.5.5 Tenso de cisalhamento
Segundo Calister e Rethwish (2012), quando o polmero forado a passar
entre as paredes de um duto (cavidade), a velocidade do escoamento junto da
parede pequena, e aumenta medida que o polmero se aproxima do centro. O
polmero, quando escoa, se comporta como um composto de camadas, e estas
camadas deslizam umas sobre as outras. Para que ocorra o deslizamento de uma
camada sobre a outra, estas devem vencer uma tenso que conhecida como
tenso de cisalhamento (BARETA et al., 2007).
-
35
3.5.6 Taxa de cisalhamento
A taxa de cisalhamento definida como a variao de velocidade das
camadas em relao distncia entre essas camadas, ou seja, reflete o quanto o
polmero se deforma durante um determinado tempo (MANRICH, 2013). Esta
propriedade est relacionada tenso de cisalhamento a partir da viscosidade. Em
lquidos em que a viscosidade no varia com a temperatura (fluido Newtoniano), a
tenso de cisalhamento diretamente proporcional taxa de cisalhamento
(CARNEIRO, 2006). Na Figura 8 mostrada uma representao da fora da rosca
da injetora atuando sobre um polmero, resultando na taxa de cisalhamento.
Figura 8 - Fora de cisalhamento resultante do escoamento de um polmero.
Fonte: Adaptada de MANRICH, 2013.
No processo de injeo, o polmero sofre uma variao de taxa de
cisalhamento (), e esse comportamento pode ser representado pela lei das
potncias. Resumidamente, os polmeros fundidos somente apresentam
comportamento Newtoniano quando esto escoando em taxas de cisalhamento
muito baixas (baixas presses de processamento, 0), ou quando as taxas de
cisalhamento so extremamente elevadas (altas presses de processamento,
). As taxas de cisalhamento dos polmeros no momento da injeo no so
constantes e, por isso, o escoamento ocorre com comportamento no-Newtoniano
(BRETAS e DAVILA, 2000).
3.6 Simulao numrica aplicada a processos de injeo
A simulao numrica tem como principal objetivo avaliar o comportamento
de determinado processo e a influncia das variveis deste de forma virtual. Com
base nos resultados de simulao, possvel antecipar quaisquer problemas de
processos e produtos ainda em suas fases iniciais de desenvolvimento. Isso permite
-
36
que alteraes de projeto possam ser realizadas com baixo custo e, desta forma,
evitam-se futuros problemas de ajustes do projeto acabado mediante tcnicas
empricas de tentativa e erro (NISHIMOTO, 2001).
Para que seja possvel simular um processo, necessrio modelar
matematicamente todos os fenmenos envolvidos no sistema, o que usualmente
resulta num conjunto de equaes diferenciais. A soluo numrica destas
equaes diferenciais gera um conjunto de dados numricos que devero ser
posteriormente confrontados com dados reais/experimentais para que o modelo
desenvolvido possa ser validado (FRANKFURT, 2008).
Os pacotes de simulao comercialmente disponveis discretizam o domnio
do problema em uma infinidade de elementos volumtricos, nos quais as equaes
diferenciais devero ser numericamente integradas e resolvidas de forma a produzir
resultados condizentes com a realidade (ROCCA, 2000). Atualmente, a simulao
da injeo de termoplsticos, por auxiliar de maneira significativa no
desenvolvimento de projetos de moldes, tem sido uma ferramenta muito utilizada por
vrias indstrias fabricantes de moldes para otimizar o processo de fabricao ainda
na fase inicial (OLIAEI et al., 2016).
Algumas empresas do segmento de transformao de plsticos que
produzem peas para as indstrias automotivas e eletroeletrnicas exigem que as
empresas contratadas do setor metal-mecnico que fabricam os moldes de injeo,
utilizem a simulao numrica da injeo dos termoplsticos, pois entende-se que a
simulao ferramenta fundamental para reduzir custos e prazos de fabricao do
molde (NISHIMOTO, 2001).
3.6.1 Pacotes comerciais - Simuladores de processos de injeo de termoplsticos
Existem diversos pacotes comerciais que contm ferramentas tipo CAE
capazes de realizar a simulao numrica do processo de injeo de termoplsticos.
Os softwares C-mold, Moldex e o Moldflow figuram entre os mais conhecidos e
utilizados destes pacotes. O software Solid Works sempre se destacou por ser uma
excelente ferramenta CAD para a execuo de desenhos e projetos detalhados de
mquinas e equipamentos. Desde 2013, o Solid Works apresenta um pacote de
simulao do tipo CAE embutida dentro do prprio software CAD, capaz de simular
a injeo de termoplsticos em moldes de injeo, conhecido como Solid Works
-
37
Plastics (MOAYYEDIAN; ABHARY e MARIAN, 2015). O acoplamento de
ferramentas CAD e CAE num mesmo software favorece o usurio, pois no existe a
necessidade de elaborar em um software especfico a geometria do domnio a ser
simulado e, posteriormente, transferi-la para outro software para executar a
simulao. Alm disso, quando houver a necessidade de alterao do projeto, o
usurio no depende de outro software para executar as mudanas e as simulaes.
As alteraes previstas podem simplesmente ser realizadas diretamente na
mesma janela de CAD. Outra caracterstica importante a facilidade para realizar
simulaes, pois com apenas poucos comandos possvel executar a simulao de
um processo de injeo. Um ponto chave para esta praticidade o grande banco de
dados de materiais inseridos na ferramenta, o que facilita significativamente a
rapidez e a preciso das simulaes.
3.6.2 Modelo matemtico utilizado pelo Solid Works Plastics
O Solid Works Plastics realiza a simulao da injeo de termoplsticos nas
cavidades dos moldes calculando simultaneamente as equaes da conservao de
massa, energia e de movimento. Para executar estes clculos na fase de
preenchimento das cavidades, preciso assumir um fluxo no-isotrmico de um
fluido no-Newtoniano, tendo como base as equaes de conservao. Estas
equaes, nas suas formas gerais, so apresentadas a seguir (SOLIDWORKS,
2016).
Equao da conservao de massa:
( ) (1)
Equao da quantidade de movimento:
[ ] [ ] (2)
Equao da quantidade de energia:
*
+ ( ) (
) ( ) (
) (3)
Em que:
- densidade (kg/m3)
- velocidade (m/s)
-
38
t - tempo (s)
P - presso (Pa)
- tenso de cisalhamento (Pa)
g - acelerao da gravidade (m/s2)
Cv - calor especfico em volume constante (J/kg.K)
T - temperatura (K)
q - fluxo de calor (W)
Usualmente, as seguintes hipteses so assumidas para se conduzir
simulaes de processos de injeo de termoplsticos:
a) escoamento laminar;
b) foras gravitacionais desprezveis;
c) fluxo de calor expresso pela lei de Fourier:
(4)
onde o fluxo de calor proporcional ao gradiente de temperatura, e k a
condutividade trmica (W/m.K);
d) densidade, calor especfico e condutividade trmica podem ser considerados
constantes;
e) escoamento quasi-estacionrio: devido ao nmero de Reynolds caracterstico
do processo de injeo ser muito baixo, os efeitos convectivos provenientes
da equao de quantidade de movimento podem ser desprezados.
Baseando-se nessas hipteses, pode-se fazer as seguintes ponderaes para
cada equao:
Equao da conservao de massa;
(5)
Equao da quantidade de movimento;
[ ] (6)
Equao da quantidade de energia;
(7)
Na equao da quantidade de energia (Equao 7), o calor especfico
presso constante (CP) substitui o calor especfico a volume constante (CV) pelo fato
destes valores serem iguais em casos de fluidos incompressveis. Consideram-se
tambm as equaes de estado reolgico, que relacionem a tenso de cisalhamento
-
39
( ) com a taxa de deformao. Como o escoamento no processo de injeo
cisalhante, a propriedade reolgica relevante a viscosidade em regime permanente
de cisalhamento (), desprezando as tenses normais e os efeitos elsticos.
A taxa de cisalhamento inicial ( ) pode ser calculada de acordo com o ndice
de fluidez do polmero, sendo:
(
) (8)
Contudo, como base de simulao, utilizada a equao da lei das potncias
na equao da conservao da quantidade de energia:
(9)
Onde:
a viscosidade do polmero (Pa.s)
a taxa de cisalhamento exercida pela tenso de cisalhamento (s-1)
Considerando que o escoamento quasi-estacionrio ocorre por paredes
estreitas, a Figura 9 demonstra a representao dimensional base dos modelos
matemticos inseridos no software Solid Works Plastics.
Figura 9 - Representao de uma cavidade retangular e seu domnio, como base das simulaes exercidas pelo software Solid Works Plastics.
Fonte: Adaptada de SOLIDWORKS, 2016.
Desta forma, as equaes simplificadas, inseridas no modelo usado para
retratar o comportamento do preenchimento das cavidades de um molde so:
Equao da conservao da massa;
(10)
Equao da conservao da quantidade de movimento;
(
) (
) (11)
-
40
Equao da conservao de energia;
(
)
(12)
Equao da fluidez;
(13)
Equao do gradiente de presso;
(
)
(
) (14)
Equao das velocidades no eixo x;
( )
(15)
Equao das velocidades no eixo y;
( )
(16)
Equao da taxa de cisalhamento;
(
) (
)
(17)
Em que:
S a fluidez do polmero (m3.s/kg);
Q a vazo mssica (kg/s).
As condies iniciais e de contorno usadas pelo modelo matemtico
implementado no software so dadas por:
a) no ponto de injeo (x = 0) a presso inicial dada pela presso de injeo, e
a temperatura uniforme e igual temperatura de injeo, no qual o
escoamento dado por:
( ) ( ) (18)
( ) (19)
b) nas paredes do molde, a velocidade e a presso so nulas na chamada
camada congelada, portanto:
(20)
( ) (21)
( ) (22)
-
41
( ) (23)
Para resolver as equaes das presses no processo de preenchimento do
polmero, o Solid Works Plastics resolve as equaes pelo mtodo dos elementos
finitos por meio de elementos triangulares. A Figura 10 demonstra um exemplo de
elementos criados a partir de ns.
Figura 10 - Malha de elementos finitos.
Fonte: MALISKA, 2004.
Neste mtodo dos elementos finitos, as derivadas so aproximadas para cada
elemento, criando equaes algbricas aproximadas. As equaes so geradas em
um domnio e um sistema de equaes que criado para resoluo dos valores
(MALISKA, 2004).
Na equao da energia utiliza-se o mtodo das diferenas finitas, onde
utilizada a expanso de srie de Taylor para as aproximaes das derivadas. A
conveco e a viscosidade so tratadas de forma explcita, ou seja, os resultados
calculados no termo anterior so tratados como termo fonte (SOLIDWORKS, 2016).
O avano da frente de fluxo determinado utilizando o mtodo de volume de
controle, onde para cada n um volume associado (SOLIDWORKS, 2016). Estes
volumes so formados por polgonos obtidos pela unio de pontos mdios dos lados
de cada elemento triangular com seu centroide (MALISKA, 2004). Quando a
equao de presso calculada, estimada a vazo em cada n, de forma que a
frente de avano pode ser calculada. Como o incremento no tempo conhecido,
testa-se se o n est cheio de fluido viscoso para a frente avanar. Quando a
temperatura do polmero for menor que a temperatura de solidificao, ento a
frente de fluxo termina de avanar (SOLIDWORKS, 2016).
-
42
3.7 Estado da arte
O principal objetivo de qualquer da simulao de processos de injeo,
antecipar possveis problemas na fase inicial da elaborao de uma pea, no qual a
modificao do projeto ainda representa pouco investimento e nenhum atraso na
data de lanamento do produto. Dentro deste contexto, foram desenvolvidos
diversos estudos cientficos que utilizaram a simulao numrica com o objetivo de
estudar e compreender processos de injeo, e resolver problemas relacionados a
estes processos.
Kim e Turnig (2004), atravs de estudos e simulaes realizadas,
comprovaram que a temperatura do molde tem grande influncia na eficincia de
injeo. Com um sistema de aquecimento do molde contendo resistncias eltricas
e canais de refrigerao para passagem de gua, obtiveram o controle da
temperatura do molde para controlar o fluxo de calor gerado entre as cavidades e o
polmero, mapeando faixas de valores em que a temperatura da parede facilitava o
escoamento do polmero.
Estudos realizados por Xiao et al. (2016), demonstram que em altas
temperaturas de processamento, os elementos de pigmentao adicionados para
conferir colorao aos polmeros so liberados na forma de gases. Estes gases
acabam aprisionados nas cavidades, interferindo diretamente no fluxo de
escoamento do molde. A Figura 11 ilustra como os gases interferem na frente de
escoamento, se misturando com o polmero homogneo.
Figura 11 - Aprisionamento de gases oriundos dos compostos usados para pigmentao.
Fonte: Adaptada de KIM e TURNING, 2004.
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43
De acordo o esquema apresentado na Figura 11, em altas temperaturas de
processamento, os polmeros tendem a liberar mais gases que os j existentes, e
quando no possuem uma liberao adequada, acarretam em falhas de ineficincia
de injeo.
Lpez et al. (2016) executaram um estudo de caso em um molde com
geometrias complexas. Eles aplicaram um mtodo no qual alteravam os parmetros
de injeo e mensuravam as massas das peas injetadas do produto para obteno
de uma mdia ponderada. Foram mensuradas as massas injetadas do produto
variando-se a temperatura e a presso de injeo. Com base nestes experimentos,
tabelas com as mdias das massas injetadas em funo de cada parmetro de
injeo foram elaboradas. A partir dos resultados coletados, mapeou-se a faixa de
valores dos parmetros de processo estudados nas quais a maior mdia mssica do
produto foi obtida e, com isso, melhoraram a eficincia do processo.
Oliaei et al. (2016) realizaram simulaes no software Moldflow com objetivo
de minimizar as exageradas contraes em um molde de injeo de colheres
injetadas com polmeros biodegradveis. Nas simulaes, buscou-se alterar os
parmetros de injeo (temperatura do molde, presso e temperatura de injeo)
com objetivo de minimizar as contraes dos materiais. Outro parmetro estudado
pelos autores foram os canais de refrigerao, sendo executadas simulaes
avaliando-se a distncia entre os canais de refrigerao em relao s paredes das
cavidades das colheres. A Figura 12 ilustra o comportamento da contrao do
material poli(cido lctico) (PLA), com os canais de refrigerao agindo sobre as
cavidades do molde de injeo.
Figura 12 Contrao do PLA, com atuao dos canais de refrigerao.
Fonte: Adaptada de OLIAEI et al., 2016.
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De acordo com a Figura 12, ao trmino do ciclo de injeo, que durou 33,55
segundos, o PLA teve pontos (base dos cabos das colheres) onde as contraes
atingiram o pico mximo de 9,724%. Com mudanas de parmetros de injeo,
somadas a mudanas dos canais de refrigerao, Oliaei et al. (2016) reduziram as
contraes para 5,071%, demonstrando a importncia de um estudo de simulao
previamente elaborao do molde de injeo.
Moayyedian et al. (2015) utilizaram o CAD Solid Works para realizar uma
melhoria de projeto moldes de injeo que utilizam canais de injeo sem cmara
quente com o objetivo de reduzir as sucatas geradas por estes tipos de moldes. Eles
simularam o escoamento dos dois canais projetados, utilizando o mdulo CAE do
Solid works Plastics para calcular a velocidade de escoamento e o tempo de
preenchimento das cavidades antes e depois das alteraes realizadas.
Inicialmente, foram projetadas duas cavidades circulares planas de espessura
de 1,0 mm, com o canal de injeo padro (seo transversal circular). Como estes
canais so quebrados depois da injeo, virando sucata (modos e reprocessados),
os autores projetaram e desenvolveram um canal de injeo com o volume reduzido,
utilizando uma seo transversal elptica para os canais. A Figura 13 demonstra o
resultado das simulaes executadas pelo software Solid Works Plastics.
Figura 13 - Tempo de preenchimento: a) canal de injeo com seo transversal redonda, b) canal de injeo com seo t