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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE RISCOS CORPORATIVOS Por: Sandra Regina Martins Paes Orientador Prof. Vilson Sérgio de Carvalho Rio de Janeiro 2005

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

RISCOS CORPORATIVOS

Por: Sandra Regina Martins Paes

Orientador

Prof. Vilson Sérgio de Carvalho

Rio de Janeiro

2005

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

RISCOS CORPORATIVOS

Apresentação de monografia à Universidade Candido

Mendes como condição prévia para a conclusão do

Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Finanças

e Gestão Corporativa. São os objetivos da

monografia perante o curso e não os objetivos do

aluno.

Por. Sandra Regina Martins Paes.

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AGRADECIMENTOS

Ao marido, aos parentes, aos amigos,

aos colegas de trabalho e de curso...

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DEDICATÓRIA

..... dedica-se ao meu marido, ao meu pai,

a minha mãe,.......

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RESUMO

A gestão de riscos ocupa hoje papel de destaque na moderna

administração financeira, especialmente devido ao crescimento dos mercados

financeiros mundiais, à criação de novos produtos e à evolução da informática.

Existem várias definições de risco, porém algumas se destacam pela

utilidade como a incerteza quantificável matematicamente e como a junção de

dois símbolos, o do perigo e o da oportunidade. A definição reforça a idéia de

que risco por si só não é uma coisa ruim. Para crescer é necessário assumir

alguns tipos de riscos. Para descrever estes tipos de riscos é usada uma grande

variedade de termos, definidos como risco de mercado, risco operacional, risco

de crédito e risco legal.

Os bancos centrais de todo o mundo, preocupados com o fortalecimento

de seus sistemas financeiros têm aumentado as exigências em relação ao

monitoramento e ao controle dos riscos inerentes à atividade bancária. Diante

dessa nova realidade, a gestão de riscos é indispensável para a sobrevivência

de empresas e instituições financeiras. Um mau gerenciamento de riscos pode

ocasionar colapsos em várias instituições como o Baring Bank e outros.

Este estudo portanto, entende que gestão de risco eficaz envolve várias

etapas, que devem ser implementadas quando as circunstâncias a exigirem,

como compreender inteiramente cada tipo de risco, identificar todas as áreas de

risco, definir a política, determinar limites, definir procedimentos e vigiar a

situação.

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METODOLOGIA

Os métodos utilizados para produção desta monografia foram

primeiramente leitura de livros, de artigos via internet e resenha de profissionais

de mercado. Foram pesquisados vários sites sobre o tema da monografia, como

www.riskcontrol.com.br, www.risktech.com.br, www.fce.com.br,

www.riskoffice.com.br, www.garp.com, www.erisks.com. Após esta leitura foram

escolhidos os principais temas a serem abordados e então, foi confeccionada a

monografia.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - Conceito e Tipos de Risco 12

CAPÍTULO II - A Importância do Gerenciamento 23

CAPÍTULO III – A Implementação do Gerenciamento 30

CONCLUSÃO 35

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 37

WEBGRAFIA CONSULTADA 38

ÍNDICE 39

FOLHA DE AVALIAÇÃO 40

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INTRODUÇÃO

Risco é uma realidade que faz parte do cotidiano humano. Desde os

mais remotos tempos o homem procurou se defender dos riscos que o cercavam.

Recolhia-se às cavernas, desenvolvia habilidade guerreira, construía pequenas

armas, utilizava, mesmo sem ter consciência, técnicas e ferramentas de proteção

ao risco, de acordo com o estágio de vida daquele momento; ou melhor, de

acordo com risco daquele momento.

Nos tempos atuais, na vida prática, a idéia de risco é associada à

possibilidade de que algo ruim aconteça. No dicionário Aurélio, o termo risco é

definido como: “perigo ou possibilidade de perigo”. Porém, segundo Bernstein

(1997), a origem da palavra risco vem do italiano antigo, risicare, que significa

“ousar”, portanto, “uma opção e não um destino”. E continua: “a capacidade de

administrar riscos, e com ela, a vontade de correr riscos e fazer opções ousadas

são elementos-chave da energia que impulsiona o sistema econômico”. Sendo o

risco uma opção, então é possível medi-lo, avaliar suas conseqüências e geri-lo.

A maioria das decisões no dia-a-dia das pessoas envolve uma escolha,

uma opção entre algum tipo de risco e a recompensa a ele associada. No mundo

das finanças isto não é diferente e toma uma dimensão de grande importância,

pois implica no custo do capital utilizado e no retorno esperado. Qualquer

investimento só é interessante se o retorno for maior que o custo do capital e o

risco nele embutidos. Groppell e Nikbakht dizem que “risco e retorno são a base

sobre a qual são tomadas decisões racionais e inteligentes de investimentos”

(Groppell e Nikbakht, 1999, p. 96). Portanto, na capacidade

para medir essas variáveis pode estar o diferencial nos negócios de uma

instituição financeira. Mesmos que os métodos, modelos ou ferramentas

utilizadas para essas mensurações não interessem aos clientes e investidores,

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negociar constituições que ofereçam vantagens adicionais é o que estes buscam

sempre.

Essas vantagens estão diretamente ligadas à capacidade das

instituições gerirem os riscos, aos quais estão expostas. Porém, não são

somente os riscos da atividade-fim de uma instituição, - captar e emprestar

dinheiro, risco de crédito e de mercado - que podem ocasionar perdas e

influenciar os resultados. Os riscos da condução e operacionalização dos

negócios/serviços, os chamados riscos operacionais, em algumas situações,

podem até provocar o fechamento de instituições financeiras.

Nesse contexto, percebe-se que administrar riscos é necessidade de

qualquer empresa, porém para as instituições financeiras, por sua específica

atividade intermediadora, que utiliza fiduciariamente, valores de terceiros,

captados desde a tradicional caderneta de poupança aos sofisticados fundos de

investimentos, essa necessidade é mais evidente. O colapso

financeiro/operacional de um banco pode causar prejuízos em cadeia e atingir

boa parte da sociedade.

A gestão de riscos nas instituições financeiras, enquanto a atividade

formal, é recente e ainda esta em processo de estruturação. As grandes

mudanças acontecidas na década de 70, com o fim do Sistema de Bretton

Woods¹ e a conseqüente liberação das tachas de câmbio, tornaram o mercado

financeiro mais volátil, exigindo medidas que minimizassem o risco do sistema.

Com esse objetivo, o Comitê de Basiléia de Supervisão Bancária² que criou

padrões internacionais para gerenciamento de risco que devem ser observados

pelos participantes do mercado.

As diretrizes de gestão de risco dadas pelo Comitê de Basiléia, apesar

de só terem obrigatoriedade nos paises membros e para bancos com atividades

internacionais, tornam-se regras de mercado e maioria dos paises aplicam em

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seus mercados financeiros locais. No Brasil, a autoridade supervisora, Banco

Central do Brasil (BACEN), tem endossado e regulamentado para uso interno as

recomendações de Basiléia.

Além de exigência regulamentar, como instrumento de redução de risco

do sistema financeiro, a gestão de risco é necessidade de mercado. A

globalização, se por um lado ampliou as oportunidades de negócios, por outro,

intensificou a concorrência, provocando queda nas margens. Por isso, reduzir

riscos, otimizar o uso do capital, ser mais transparente, selecionar melhor os

clientes, estar atendo a mudanças nos ambientes internos e externos são

questões-chave na gestão de risco, e tomaram dimensão central na melhoria da

performance das instituições.

Não só o BACEN, através de regulamentação, mas também os órgãos

como a Câmara para Assuntos de Administração de Riscos (CAAR), composta

pela Associação Brasileira de Bancos Comerciais e Múltiplos (ABBC),

Associação Brasileira de Bancos Internacionais (ABBI), Associação Nacional

das Instituições de Mercado Aberto (ANDIMA), Bolsa de Mercadoria e Futuros

(BM&F), Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA), Central de Custódia e de

Liquidação Financeira de Títulos (CETIP) e Federação Brasileira de Bancos

(FEBRABAN) muito têm incentivado a profissionalização da gestão de riscos nas

instituições financeiras brasileiras, através da realização de eventos,

coordenação de estudos, divulgação de trabalhos, com esse objetivo.

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1 Após o término da Segunda Guerra Mundial, os paises aliados reuniram-se em Bretton Woods para discutir

medidas econômicas fundamentais para a paz. Dentre as medidas adotadas constavam: volta ao padrão ouro,

paridades monetárias estáveis e eliminação dos controles cambiais. Este acordo, que ficou conhecido como Bretton

Woods, teve seu fim em 1973, em função de crise na economia norte americana. (Maia 1999)

2 O Comitê da Basiléia de Supervisão Bancária é um comitê de regulação, fiscalização e supervisão bancária criado

pelos diretores dos bancos centrais dos chamados G-10, em 1974. Tem como membros representantes de órgão de

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12 regulação bancária e bancos centrais da Bélgica, Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Luxemburgo, Holanda,

Suécia, Suíça, Reino Unido e Estados Unidos. Geralmente se reúnem no Banco de Liquidações Internacionais,

localizado em Basiléia-Suíça, onde seu secretariado permanente é localizado.

Retornando à origem da palavra risco – risicare – entendimento do risco

como opção; a decisão da exposição, mais do que nunca, passa a ser um

processo nacional, uma escolha. Entretanto, para que essa afirmativa seja

verdadeira, muito se tem ainda a aperfeiçoar nas estruturas, sistemas, modelos e

ferramentas de gestão de risco, e, muito mais ainda na cultura de gestão de risco

nas instituições.

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CAPÍTULO I

CONCEITO E TIPOS DE RISCO

Três conceitos importantes quando investindo no mercado financeiro

são: retorno, incerteza e risco. Retorno pode ser entendido como a apreciação

de capital ao final do horizonte de investimento. Infelizmente, existem incertezas

associadas ao retorno que efetivamente será obtido ao final do período de

investimento. Qualquer medida numérica desta incerteza pode ser chamada de

risco.

Risco esta presente em qualquer operação no mercado financeiro. Risco

é um conceito “multidimensional” que cobre quatro grandes grupos: risco de

mercado, risco operacional, risco de crédito e risco legal.

Risco não é um conceito novo. A Moderna Teoria das Carteiras, que se

originou do trabalho pioneiro de Markowitz, já existe por mais de quatro décadas.

Esta teoria está baseada nos conceitos de retorno e risco. Risco assumiu sua

justa posição de destaque somente mais recentemente, seguindo-se a

escândalos internacionais como os do Barings Bank, Procter&gamble, Bankers

Trust, Gibson Greetings, Orange County, Metallgesellschaft, etc. Na maioria

destes casos o conceito de riscos esteve ligado a derivativos de forma

propositalmente tendenciosa. A verdade é que derivativos podem ser usados

tanto para fins de alavancagem (aumentando risco), quanto para fins de hedge

(diminuindo o risco).

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Nem sempre é fácil diferenciar qual o tipo de risco presente em

determinada situação. O tipo de risco pode variar dependendo da ótica sob a

qual o problema é observado.

1.1) Risco de Mercado

Risco de mercado depende do comportamento do preço do ativo diante

das condições de mercado. Para entender e medir possíveis perdas devido às

flutuações de mercado é importante identificar e quantificar o mais corretamente

possível as volatilidades e correlações dos fatores que impactam a dinâmica do

preço do ativo.

Risco de mercado pode ser dividido em quatro grandes áreas: riscos do

mercado acionário, risco do mercado de câmbio, risco do mercado de juros e

risco do mercado de commodities. É possível que alguns instrumentos tenham

seus riscos considerados separadamente dentro das quatro áreas acima. Por

exemplo: quando consideramos um contrato futuro no IBOVESPA negociado na

BM&F temos dois tipos de risco: risco do mercado acionário, que pode ser

aproximado por um fator de mercado como o IBOVESPA; e risco de mercado de

juros, que pode ser aproximado por um grupo de fatores de mercado

relacionados à estrutura a termo dos juros brasileiros.

Risco de mercado pode ser medido das seguintes formas:

. Risco de Mercado Relativo

É uma medida do “deslocamento” dos rendimentos de uma carteira de

investimentos em relação índice utilizado como referência. Por exemplo, ao

indexar carteiras de ações ao FGV-100 o risco de mercado relativo mede o

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possível deslocamento dos rendimentos desta carteira em relação ao índice

FGV-100. Diferentes medidas podem ser usadas no cálculo do risco de mercado

relativo de uma carteira de investimento. Duas possibilidades são: volatilidade do

tracking error e desvio médio absoluto do tracking error.

. Risco de Mercado Absoluto

Mede as perdas de uma carteira de investimentos sem qualquer relação

a índices de mercado. Diferentes medidas podem ser usadas no cálculo do risco

de mercado absoluto de uma carteira de investimentos. Quatro destas

possibilidades são: desvio padrão dos retornos passados, downside risk dos

retornos passados, raiz quadrada da semivariância dos retornos passados e

Value-at-Risk (VaR).

O VaR é hoje a medida de risco de mercado absoluta mais usada nos

mercados financeiros internacionais. O VaR de uma carteira de investimentos é

uma medida de quando esta poderá depreciar durante certo horizonte de tempo,

com certa probabilidade.

1.2) Risco Operacional

Risco operacional pode ser definido como uma estimativa para as

possíveis perdas de uma instituição caso seus sistemas, práticas e medidas de

controle não sejam capazes de resistir a falhas humanas ou situações adversas

de mercado.

O risco operacional sempre esteve presente nas atividades diárias das

instituições financeiras. No entanto, mais recentemente, devido à globalização

dos mercados financeiros, o significativo aumento no volume diário de negócios

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com derivativos, aumento na volatilidade percebida por investidores

internacionais (principalmente aqueles que investem em mercados emergentes),

dentre outros motivos, o controle do risco operacional ganhou uma posição de

destaque dentre as atividades diárias das principais instituições financeiras.

Risco operacional pode ser definido em:

. Risco Tecnológico

É aquele mais facilmente associado ao risco operacional. Por exemplo,

incluem-se aqui problemas como overloads de sistemas de comunicações e

elétrico. As perdas potenciais devidas a problemas com comunicações (externas

principalmente) podem ser elevadas, especialmente se ocorrerem durante o

pregão, em um momento de alta volatilidade do mercado, ou se levarem a perdas

de informações como confirmações de operações realizadas.

O risco tecnológico está relacionado também com a habilidade dos

sistemas de uma instituição financeira em prover informações aos tomadores de

decisão em tempo real, com alta confiabilidade.

Outro aspecto importante está relacionado a falhas de hardware. Estas

falhas estão se tornando cada vez mais importantes devido à crescente

dependência do processo decisório de instituições financeiras em sistemas

computadorizados.

A obsolescência dos sistemas de suporte tecnológico de uma instituição

financeira deve ser entendida como um claro sinal de decadência da mesma. A

era atual exige que todos os participantes do mercado financeiro se mantenham

em constante estado de aprimoramento tecnológico. É imperativo não esquecer

que sistemas de suporte tecnológico sofisticados são cruciais para uma dada

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instituição financeira atinja vantagens comparativas sobre seus concorrentes no

mercado financeiro. Sistemas de suporte tecnológico sofisticados requerem

pessoal com alta qualificação para sua operação, o que nos leva à área de risco

humano.

. Risco Humano

Pode ser dividido em quatro áreas: risco de “erro” intencional, risco de

qualificação, risco de processamento e risco de software.

Um funcionário de uma instituição financeira pode “errar”

intencionalmente ou não. O primeiro tipo de “erro” deve ser prevenido por meio

de controles internos rígidos, enquanto o segundo através de uma seleção

criteriosa no recrutamento, além de contínuo aperfeiçoamento acadêmico e

técnico.

Um erro humano não intencional pode ser igualmente custoso para uma

instituição. O importante nestes casos é identificar e corrigir o erro o mais rápido

possível. Para tal, a checagem do trabalho de uma área por outra é a forma mais

apropriada para a rápida identificação do problema.

A análise de falhas de software é uma área de domínio conjunto dos

riscos humanos, tecnológico e de modelagem. Falhas de software estão

relacionadas com erros de programação, utilização de software em tarefas para

os quais não foram desenvolvidos, uso de dados incorretos, etc. como é usual

que as inovações no mercado financeiro precedam o desenvolvimento de

sistemas de suporte à decisão, a adaptação dos sistemas já existentes para os

novos problemas é natural, muito embora não seja recomendável por longos

períodos de tempo. O desenvolvimento de software que seja facilmente adaptável

a inovações financeiras, além de fácil de integrar com os demais já existentes e

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utilizados pelo mercado, é um dos principais desafios para profissionais de

computação trabalhando em universidades ou em instituições financeiras.

. Risco de Modelagem

Risco de modelagem matemática pode ser dividido em três áreas: risco

do usuário, risco de presteza e confiabilidade e risco de software.

A sofisticação crescente das operações estruturadas no mercado

financeiro fez emergir o risco de modelagem matemática dentro do risco

operacional. Em grande parte o risco do usuário está relacionado ao risco de

qualificação descrito anteriormente no caso do risco humano. É importante

lembrar que os derivativos mais sofisticados exigem para seu apreçamento e

hedge, o desenvolvimento e uso de modelos matemáticos igualmente

sofisticados. Modelos matemáticos requerem hipóteses simplificadoras, as quais

devem ser de conhecimento de seus usuários para que estes não incorram em

“perdas inesperadas”.

. Risco de Regulamentação

Pode ser dividido em duas áreas: riscos de norma e práticas e risco

sistêmico.

Esta é uma área emergente do risco operacional, ainda não

compreendida bem pela comunidade acadêmica e pelos profissionais do

mercado financeiro. O problema aqui é avaliar o impacto de uma mudança nas

normas e práticas de mercado financeiro sobre seus participantes. Este

problema está ganhando importância na área de risco principalmente devido ao

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aumento explosivo dos últimos anos no volume negociado de derivativos em

bolsa de valores.

Um dos principais perigos no caso de risco de regulamentação está

relacionado às mudanças acentuadas que a globalização está impondo sobre os

participantes do mercado financeiro brasileiro, dentre outros motivos. O risco de

regulamentação é uma área que exigirá uma análise cuidadosa de profissionais

de mercado e pesquisadores, que devem considerar assuntos ainda pouco

debatidos e entendidos como risco sistêmico.

. Risco de Confirmação e Liquidação

Pode ser dividido em três áreas: risco da globalização, risco “Herstatt” e

risco de garantias.

A globalização levou o risco de confirmação e liquidação a uma posição

de proeminência na última década. Por exemplo, a falta de uniformidade entre

uma boleta nacional e outra internacional pode levar a erros no back office,

expondo a instituição financeira ao risco de confirmação e liquidação.

Também relacionado ao risco de globalização existe o que alguns

profissionais no mercado internacional chamando de risco “Herstatt”. Em 1974 o

banco alemão Bankhaus Herstatt faliu, causando perdas para algumas de suas

contrapartes internacionais. Isto se deveu ao fato de bancos norte-americano

terem enviado dólares ao banco Herstatt, não tendo recebido marcos alemães

em troca até o fechamento do dia no mercado alemão. As regras de liquidações

internacionais então vigentes tornavam o retorno imediato dos dólares enviados

pelos norte-americanos difícil. Vemos, portanto como diferentes horários de

abertura/fechamento dos mercados podem levar ao risco operacional.

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A inexistência de um mecanismo onde créditos e débitos sejam tratados

de forma única é outra possível fonte de risco operacional. Ou seja, processos em

duas etapas – uma de crédito ao vendedor, e outra de débito ao comprador -

podem também levar ao risco operacional. O crédito e débito simultâneos,

sempre, reduzem o risco operacional principalmente em mercados internacionais

onde riscos como o “Herstatt” estão presentes por diferenças de horários

idiomas, normas e práticas contábeis, etc.

Igualmente, a existência de garantias nas operações já acordadas reduz

ainda mais o risco operacional.

1.3) Risco de Crédito

O risco de crédito é a mais antiga forma de risco no mercado financeiro.

É conseqüência de uma transação financeira contratada entre um fornecedor de

fundos (doador de crédito) e um usuário (tomador de crédito). Antes de qualquer

sofisticação, produto de engenharia financeira, o puro ato de emprestar uma

quantia a alguém traz embutido entre sai probabilidade de ela não ser recebida,

a incerteza em relação ao retorno. Isto é, na essência, o risco de crédito, e que se

pode definir como: o risco de uma contra parte, em um acordo de concessão de

crédito, não honrar seu compromisso.

A atividade de concessão de crédito é função básica dos bancos,

portanto risco de crédito torna papel relevante na composição dos riscos de uma

instituição e pode ser encontrado tanto em operações onde existe liberação de

dinheiro para os clientes como naquelas onde há apenas a possibilidade do uso,

os limites pré-concedidos. Os principais tipos de operações de créditos de um

banco são: empréstimos, financiamentos, desconto de títulos, adiantamento a

depositantes, adiantamento de câmbio, operações de arrendamento mercantil

(leasing), avais e fianças, etc.

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Nessas operações o risco pode-se apresentar sob diversas formas;

conhecê-las conceitualmente ajuda a direcionar o gerenciamento e a mitigação.

Os principais subtipos deste risco são:

. Risco de Inadimplência

Risco do não-pagamento, por parte do tomador, de uma operação de

crédito – empréstimo, financiamento, adiantamentos, operações de leasing – ou

ainda possibilidade de uma contra parte de um contrato ou emissor de um título

não honrar seu crédito.

. Risco de Degradação de Garantia

Risco de perdas em função das garantias oferecidas por um tomador

deixarem de cobrir o valor de suas obrigações junto à instituição em função de

desvalorização do bem no mercado, dilapidação do patrimônio empenhado pelo

tomador.

. Risco de Concentração de Crédito

Possibilidade de perdas em função da concentração de empréstimos e

financiamentos em poucos setores da economia, classe de ativos, ou

empréstimos elevados para um único cliente ou grupo econômico.

. Risco de Degradação de Crédito

Perda pela queda na qualidade creditícia do tomador de crédito,

emissor de um título ou contra parte de uma transação, ocasionando uma

diminuição no valor de suas obrigações. Este risco pode acontecer em uma

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transação tipo aquisição de ações ou de títulos soberanos que podem perder

valor.

. Risco Soberano

Risco de perdas envolvendo transações internacionais – aquisição de

títulos, operações de câmbio – quando o tomador de um empréstimo ou emissor

de um título não pode honrar seu compromisso por restrições do país sede.

1.4) Risco Legal

O risco legal faz parte das exposições a riscos das instituições

financeiras, porém não existe ainda uniformização quanto a conceito e

abrangência. Alguns autores dizem que o risco legal está contido no conceito de

risco operacional. Algumas definições:

- Medida numérica da incerteza dos retornos de uma instituição caso seus

contratos não possam ser legalmente amparados por falta de representatividade

e/ou autoridade por parte de um negociador por documentação insuficiente,

insolvência ou ilegalidade. (Duarte, 1999)

- O risco legal é a possibilidade de sanções por parte de órgãos fiscalizadores

decorrentes da inobservância de leis e regulamentos que disciplinam o

funcionamento das empresas, incluindo obrigações fiscais e societárias.

(Specchio, 1999)

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As diferenças conceituais apresentadas pelos autores podem ser

explicadas pela diversidade de aspectos que apresenta o risco legal. A

subclassificação do risco justifica essa diferença:

. Risco de Contrato

Risco advindo dos retornos em face dos contratos não estarem

legalmente amparados em função de documentação insuficiente ou fora dos

parâmetros legais, por exemplo: pessoas que assinam contrato sem estarem

habilitadas; não execução pronta de garantias; cláusulas em contratos de

terceirização colocadas de forma a permitir interpretação dúbia.

. Risco Tributário

Risco de perda em face de interpretação equivocada da incidência de

tributos. Por exemplo: novas contribuições sobre receitas não mais sobre lucros,

criação de impostos novos sobre ativos e/ou produtos.

. Risco de Legislação

Possibilidade de perdas decorrente de sanções por órgãos reguladores

e ou indenizações a terceiros. Por exemplo: multa por não-cumprimento de

normativos do BACEN, indenizações pagas a clientes por não-aderência a

legislações.

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CAPÍTULO II

A IMPORTÂNCIA DO GERENCIAMENTO

A importância do efetivo gerenciamento de riscos corporativos é melhor

ilustrada quando lembramos os fracassos/colapsos no mercado financeiro

mundial. John Kenneth Galbraith lembra, entretanto, que ”há poucas áreas do

conhecimento humano nas qual a história importe tão pouco quanto no mundo

das finanças”. Ou seja, há mais interesse em saber sobre os sucessos das

pessoas/organizações no mercado financeiro (como fortunas ganhas overnight)

do que entender os grandes fracassos colapsos. Por este motivo, quatro

exemplos reais são apresentados a seguir (segundo Antonio Duarte em sua

resenha BM&F nº. 133), para ilustrar as dimensões “catastróficas” que a

inexistência de um efetivo gerenciamento dos riscos corporativos pode causar.

. METALLGESELLSCHAFT

No início de 1993 a Metallgesellschaft era o décimo - quarto

conglomerado industrial alemão. Contava então com 58.000 empregados. Suas

dificuldades começaram quando sua subsidiária norte-americana, a

Metallgesellschaft Refining & Marketing, decidiu vender contratos de longo prazo

(até dez anos de duração) para distribuição de combustíveis no montante de 180

milhões de barris (excedendo em muito sua capacidade de refinamento). Esta

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decisão da subsidiária norte-americana foi tomada sem consulta à matriz alemã.

Identifica-se já aqui o risco operacional presente.

A estratégia de hedge da subsidiária norte-americana era utilizar o

mercado de contratos futuros paras reduzir sua exposição a variações dos

preços de petróleo. A grande dificuldade para Metallgesellschaft Refining &

Marketing é que os contratos futuros sobre petróleo disponíveis em bolsas de

derivativos mundiais são todos de curto prazo. Identifica-se aqui a necessidade

de cuidado máximo com o gerenciamento de risco de mercado da exposição

aos preços do petróleo.

O problema ficou aparente para a matriz alemã quando o preço do

petróleo caiu de $20/barril para $15/barril em 1993. Quase $1 bilhão em ativos

líquidos foram solicitados pelas bolsas de derivativos como margens para as

posições em futuros da subsidiária norte-americana. Uma dimensão do risco de

mercado, o risco de liquidez, estava presente no problema da Metallgesellschaft.

A decisão da matriz alemã foi demitir a cúpula de sua subsidiária norte-

americana, e liquidar todas as posições em futuros e contratos de longo prazo

para entrega de combustíveis. As perdas foram da ordem de grandeza de $1.3

bilhões. O Deutsche Bank financiou a Metallgesellschaft em $2.4 bilhões,

salvando o então gigante alemão. O preço da ação da Metallgesellschaft caiu de

64 marcos para 24 marcos, levando a perda de mais de 50% do seu valor de

mercado.

. DAIWA BANK

O segundo exemplo apresentado é do décimo - segundo maior

conglomerado financeiro japonês no início de 1995. Em 26 de setembro de 1995

o Daiwa anunciou perdas acumuladas no mercado de títulos da dívida do tesouro

norte-americano no valor de $1.1 bilhões. Estas perdas foram oriundas de mais

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de 30.000 operações, durante onze anos, escondidas/falsificadas por um

operador chamado Toshihide Igushi. Este operador chegou até mesmo a

falsificar títulos na carteira do Daiwa, além de vender ativos de clientes do banco

sem autorização dos mesmos. Fica aqui demonstrada a falta de um controle

sobre a rotina operacional de Igushi.

O mais interessante da situação é que em novembro de 1992 e

novembro de 1993 o Federal Reserve Board norte-americano emitiu pareceres

mostrando a fragilidade do controle de risco operacional no Daiwa em Nova

Iorque. Esses avisos foram ignorados pela direção do Daiwa. Como resultado,

as perdas totalizaram quase 15% do patrimônio da instituição. O Daiwa foi

obrigado por agências de regulamentação financeira norte-americanas a

encerrar suas operações nos EUA.

. BARINGS BANK

No dia 26 de fevereiro de 1995 as notícias sobre o colapso do Barings

chegaram à imprensa britânica. Um operador de derivativos baseado em

Cingapura, Nicholas Leeson, havia causado perdas da ordem de grandeza de

$1.3 bilhões. O valor das ações do Barings, fiel depositário de parte da riqueza

pessoal da monarquia britânica, com 233 anos de existência, era zero.

A história do colapso do Barings inicia-se alguns anos antes, quando

Leeson era visto como o mais promissor operador da instituição. Em 1994

Leeson obteve pessoalmente quase 20% dos ganhos do Barings. Isto tornou

Leeson muito poderoso no escritório do Barings em Cingapura, sem qualquer

supervisão no que se refere aos seus limites operacionais. Por exemplo, pedidos

seus para depósito de margens no valor de $1 bilhão foram feitos e aceitos (sem

perguntas!) pela matriz londrina. A falta de controles operacionais é clara neste

ponto.

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Leeson posicionou o Barings em vários derivativos no mercado asiático.

A posição principal era de $7 bilhões em contratos futuros sobre o índice do

mercado acionário japonês Nikkei 225. Estas posições foram tomadas na bolsa

de derivativos de Osaka (Japão) e Cingapura. Durante os dois primeiros meses

de 1995 o mercado acionário japonês (medido pelo índice spot Nikkei 225) caiu

15%. As posições do Barings sob responsabilidade de Leeson sofreram perdas

enormes. Pior ainda, Leeson achou que ele estava correto (e o mercado errado!),

e tomou posições ainda maiores nos mesmos contratos futuros, esperando que o

índice revertesse sua tendência de queda.

Diante do volume de perdas, Lesson abandonou seu posto no Barings de

Singapura, mandando um fax para seus superiores em Londres com um pedido

de desculpas. A próxima queda observada foi a do próprio Barings, comprado

pelo grupo holandês Internationale Nederlanden Group (ING) por uma única libra

esterlina. Leeson foi condenado a seis anos e meio de prisão pela justiça

britânica.

. ORANGE COUNTY

A região de Orange County na Califórnia, EUA, tinha sob a administração

de Robert Citron uma carteira de valor de mercado igual a $7.5 bilhões no início

de 1994. Estes recursos eram oriundos de escolas, pequenas cidades da região

e alguns distritos locais. Citron, com o intuito de obter ganhos maiores ainda no

mercado de renda fixa norte-americano, alavancou estas posições através de

repurchase agreements para um equivalente a $20 bilhões. A estratégia

funcionou perfeitamente enquanto havia tendências de queda nas taxas de juros

norte-americanas. Por exemplo, em alguns poucos anos Citron trouxe para

Orange County quase $800 milhões de ganhos. Um princípio básico da Teoria

Moderna das Carteiras é que ganhos maiores são sempre acompanhados por

riscos maiores. Isto foi ignorado pelo conselho diretor dos recursos da região.

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Em fevereiro de 1994 as taxas de juros subiram repentinamente no

mercado local dos EUA. As perdas nas posições sob administração de Citron

subiram rapidamente. Chamadas de margens foram feitas. As notícias relatando

os problemas chegaram aos ouvidos dos investidores que começaram a sacar

seus recursos. O fundo não foi capaz de honrar seus compromissos, ilustrando

risco de crédito. Pouco depois, as posições sob administração de Citron foram

liquidadas, gerando perdas para Orange County de $1.7 bilhões.

Este exemplo ilustra a incompetência no gerenciamento de risco de

mercado no seu formato mais puro. As pessoas sentiam-se felizes com os autos

retornos providos pela administração de Citron, como que esperando que aquela

situação fosse então perpétua. Por exemplo, os supervisores de Citron

aprovaram a emissão de $600 milhões de debêntures de forma a facilitar (por

meio de mais recursos) os ganhos esperados. Poucos meses depois, estes

mesmos supervisores estavam culpando Citron pelas perdas, como que se

esquecendo do “maravilhoso” período de ganhos alavancados!

. LONG TERM CAPITAL MANAGEMENT

As missões de salvamento financeiro sempre fizeram parte da rotina do

mercado financeiro norte-americano. Um exemplo interessante é dado pelo

quase colapso do fundo de hedge Long Term Capital Management que recebeu

em 1998 US$ 3.6 bilhões de quinze instituições financeiras.

É importante lembrar primeiramente que: a lista de instituições

financeiras operando com o Long Term Capital Management incluía nomes como

J P Morgan, Deutsche Bank, Citigroup, Union Bank of Switzerland, Chase

Manhattan, Morgan Stanley, entre outros; o fundo proporcionou ganhos altíssimos;

entre os administradores do fundo incluíam-se profissionais do mercado

financeiro e acadêmicos (dois ganhadores de Prêmio Nobel de economia)

“brilhantes”.

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A operação do fundo e suas relações com investidores, oferecem um

raro exemplo da combinação de risco de crédito, operacional e mercado.

Do ponto de vista de crédito, regulamentadores norte-americanos

consistentemente alertaram para um maior cuidado na concessão de crédito

para fundos de hedge. Estas recomendações foram regularmente ignoradas por

instituições operando com Long Term Capital Management. Por exemplo,

algumas instituições forneceram linhas de crédito de até US$900 milhões ao

fundo sem garantias extras (ou seja, como que operando com instituições de

sólida imagem creditícia).

Do ponto de vista de risco operacional, o fundo não fornecia informações

detalhadas para seus investidores e contrapartes, mesmo quando solicitadas. De

fato, quando comparado à grande maioria de fundos de hedge , o Long Term

Capital Management era o que menos fornecia informações, limitando-se a

demonstrações financeiras em uma base mensal, sem maiores detalhes. O

motivo alegado para tal pelos principais responsáveis era simples: não permitir a

concorrência conhecer sua estratégia de investimento. O que é verdadeiramente

patético aqui é que investidores e contrapartes aceitavam isto com naturalidade.

Do ponto de vista de risco de mercado, o Long Term Capital

Management chegou a apresentar níveis de alavancagem de até 250:1. Também

foi o responsável por 30% da volatilidade do principal índice francês de ações

durante o primeiro semestre de 1998, Mais ainda, o fundo não fazia grandes

investimentos em sistemas computacionais para o gerenciamento de risco de

mercado, muito embora tivesse dentre seus administradores dois ganhadores do

Prêmio Nobel de Economia (e responsáveis pelo desenvolvimento inicial da

teoria de opções e, de forma mais geral, do desenvolvimento teórico de

derivativos).

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Além do socorro de US$ 3,6 bilhões, o Leung Terem Capital

Management custou o emprego de importantes executivos no mercado financeiro

norte-americano e europeu, além de perdas volumosas para várias instituições

(como o Union Bank of Switzerland, que apresentou um prejuízo de US$ 700

milhões relacionado ao fundo).

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CAPÍTULO III

A IMPLEMENTAÇÃO DO GERENCIAMENTO

O primeiro passo no processo de implementação do gerenciamento de

riscos corporativos é o de definição sobre onde o trabalho será utilizado.

Até bem pouco tempo o usual era o trabalho da área de gerenciamento

de riscos corporativos cobrissem, separadamente, áreas como tesouraria,

administração de recursos de terceiros (asset management), empréstimos

(pessoa física e jurídica), produtos e seguros.

Hoje em dia existem basicamente duas áreas de instituições financeiras

que devem ser consideradas no trabalho de gerenciamento dos riscos

corporativos: atacado e varejo. O motivo para tal é que as características do

gerenciamento de risco corporativo dentro da área de atacado apresentam

características próprias, o mesmo sendo válido para a área de varejo.

Um exemplo das diferentes características do problema de

gerenciamento de riscos corporativos entre atacado e varejo surge na área de

risco de crédito. Enquanto no atacado o crédito de grandes grupos deve ser

analisado e seus riscos diversificados utilizando-se técnicas propostas

recentemente na literatura de finanças para carteira de créditos, no varejo o

problema assume uma base de clientes muito grande, o que por si só já cuida do

problema de diversificação. Ou seja, se no atacado o problema de crédito é

usualmente concentrado em poucos clientes, no varejo o problema envolve a

base de clientes, digamos, das agências da instituição, que é um número

bastante elevado para os grandes bancos.

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Um segundo exemplo surge quando consideramos as áreas de produtos

do atacado e do varejo. No primeiro caso, atacado, os produtos são

especializados, baseados nas características próprias de cada cliente. No varejo

os produtos buscam atingir uma massa de clientes elevada. O tratamento do

ponto de vista de identificação, medição e gerenciamento dos riscos que estes

produtos trazem ao originador é de natureza distinta: os do atacado têm

características próprias, quase únicas, requerendo análises específicas,

considerando-se até mesmo contrapartes; os do varejo seguem um padrão de

mercado, estando implementados em várias instituições, requerendo apenas

uma calibragem interna.

Existem quatro elementos fundamentais para o sucesso na

implementação do gerenciamento de riscos corporativos que serão

apresentados a seguir:

. Cultura Corporativa para Riscos

Um passo importante para a implementação de um gerenciamento de

riscos corporativos é a alta direção estar efetivamente comprometida com o

processo. A existência de uma cultura corporativa, capaz de confrontar e alterar

procedimentos existentes, é apenas um exemplo. Ou seja, a postura de

profissionais que questionam o modus faciendi da organização de forma objetiva

e fundamentada é uma indicação da existência de uma cultura corporativa para

riscos. Por exemplo, é conveniente lembrar que adquirir um sistema

computacional para estimação do value-at-risk de uma carteira de investimentos

ao custo de milhares de dólares não necessariamente reflete uma cultura

corporativa para risco. Da mesma forma, opor-se ao suporte provido por

modelos matemáticos no processo decisórios de uma instituição sem justificativa

qualificada, consequentemente impedindo o desenvolvimento tecnológico desta

instituição, não reflete uma cultura corporativa para risco.

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É importante não esquecer que a existência de uma cultura corporativa

para riscos pode até mesmos levar ao aumento da exposição da instituição,

refletindo-se em maiores riscos entendidos e aceitos de forma planejada. Ou

seja, uma cultura corporativa para riscos não necessariamente leva a evitar

riscos, mais sim a assumi-los e gerenciá-los de forma planejada e bem

remunerada.

. Pessoal Qualificado

A qualificação dos profissionais em uma instituição é parâmetro base na

análise da mesma. A existência de uma cultura corporativa, observância de

procedimentos internos, e efetivo domínio da tecnologia de gerenciamento de

riscos corporativos somente são atingidos com pessoal qualificado.

A qualificação dos profissionais de uma instituição financeira deve ser

entendida no sentido mais amplo, envolvendo, por exemplo, questões

relacionadas a caráter, profissionalismo, dedicação, inteligência e conhecimento

(prático e teórico).

. Procedimentos Internos

O principal objetivo para a adoção de procedimentos internos é o de

conferir poder decisório a pessoas. Procedimentos internos são importantes por

sistematizar o processo de gerenciamento de riscos corporativos. O grande

perigo destes surge somente quando são utilizados incorretamente, como

quando usados de forma abusiva. A falta de procedimentos internos é perigosa

por levar a potenciais conflitos de interesse, e até mesmo desentendimentos

(como por exemplo, por mais poder interno).

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Um exemplo interessante dos possíveis danos que procedimentos

internos implementados de forma incorreta podem causar é dado pelo colapso

do Banco Barings. Leeson tinha quatro linhas de reporting desde Cingapura para

Londres, em vez de uma única. É recomendável que cada profissional possua

uma única linha, explicitamente colocada a todos na organização, de forma a

evitar conflitos de interesse.

Obviamente, procedimentos internos somente terão sucesso se houver

uma cultura corporativa para riscos na organização.

. Tecnologia

O acesso à tecnologia (tanto hardware quanto software) faz parte do

esforço na direção de implementar o gerenciamento de riscos corporativos. É

preciso, no entanto, que este acesso seja feito de forma planejada, dando ênfase

apropriada à tecnologia, sem esquecer dos outros três elementos mencionados.

Por exemplo, algumas instituições brasileiras gastaram no passado

recente milhares de dólares comprando pacotes para estimação do risco de

mercado de carteiras de investimentos. Estes pacotes não eram apropriados (ou

talvez melhor colocados, ”tropicalizados”) para o ambiente do mercado financeiro

brasileiro. Após pagar por estes pacotes, os potenciais usuários chegaram à

conclusão que não seria possível usa-los como recebidos. Estes exemplos

refletem a falta de preparo de muitos profissionais no mercado financeiro

brasileiro para entender e absorver a tecnologia. Ainda hoje o mercado financeiro

brasileiro permanece como um campo fértil para que alguns vendedores de

software estrangeiros venham e tenham sucesso “empurrando” pacotes

obsoletos para estimação do risco de mercado de carteiras, os quais já não

conseguem vender nos EUA e Europa.

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Um último ingrediente para o sucesso na implementação do

gerenciamento de riscos corporativos é reconhecer que cada instituição tem uma

natureza própria. Pode-se comprovar por experiência profissional que

implementar uma área de gerenciamento de risco de mercado em um banco de

investimento é uma tarefa completamente diferente daquela de implementar uma

área de gerenciamento de riscos corporativos em um grande conglomerado

financeiro.

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CONCLUSÃO

O risco é uma constante na realização de qualquer atividade. Pode ser

associado tanto aos pequenos acidentes do dia-a-dia das atividades domésticas

como às grandes ocorrências. É um componente real que influi no retorno das

empresas, para o qual não existe ainda um processo sistematizado de

gerenciamento. A falta desse processo já provocou grandes perdas em

instituições financeiras como foram vistas.

As instituições financeiras, por atuarem em um mercado onde as

variáveis de risco dos negócios apresentam grande volatilidade, têm-se

especializando na gestão de seus riscos. Pelas mesmas razões, os órgãos

reguladores têm tornado-se mais exigentes com a gestão de riscos, passando a

exigir que as instituições sejam capazes de identificar, medir, criar mecanismos

de controles que possam minimizar os riscos próprios dos seus processos de

negócios. Mais ainda, que destinem percentual mínimo de capital para suportar

os riscos assumidos.

Então, atingir um gerenciamento de risco satisfatório em uma instituição

financeira requer um investimento inicial em banco de dados, equipamentos e

pessoal qualificado que bem poucas instituições brasileiras parecem dispostas a

fazer hoje em dia. O prêmio principal por um bom gerenciamento de risco é uma

instituição mais segura, conhecedora de suas vantagens e desvantagens – em

termos de retorno e risco – em relação a seus concorrentes.

Ousa-se dizer que, no futuro, o grande diferencial em administração será

a qualidade da gestão dos riscos. As organizações que conhecerem, assumirem

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e gerenciarem seus riscos certamente terão vantagens competitivas sobre

aquelas que não agirem dessa forma.

Retornando a raiz da palavra risco, que segundo Bernstein (1997), veio

do italiano antigo - risicare, com o significado de “ousar”, portanto opção e não

destino, conclui-se dizendo que apesar dos riscos serem uma constante dentro

das organizações, nenhuma empresa precisa ser refém dele. Basta que busque

gerenciá-lo, o que implica em estruturar um processo de efetiva gestão, monitorar

com atenção especial e constante seus riscos efetivos e potenciais e trabalhar

em uma ação contínua de melhoria de controle.

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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DUARTE, Antonio; VARGA, Gyorgy. Gestão de Riscos no Brasil. Artigos e

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FORTUNA, Eduardo. Mercado Financeiro – Produtos e Serviços. Qualitymark,

2001.

GROPPELL, A. A.; NIKBAKHTE, E. Administração Financeira. São Paulo.

Saraiva, 1999.

JORIN, Philippe. Value at Risk. A Nova Fonte de Referência para o Controle do

Risco de Mercado. São Paulo. Bolsa de Mercadorias & Futuros, 1998.

MAIA, Jayme de Mariz. Economia Internacional e Comércio Exterior. São Paulo.

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MALUF, Jorge Arnaldo Filho. Introdução à Gestão de Riscos de Mercados em

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MOLINE, Ann. Como Navegar as Tempestades Financeiras.. BID, 2004

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Aurélio Século XXI: o Dicionário

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WEBGRAFIA CONSULTADA

FIGUEIREDO, Romana P. Gestão de Riscos Operacionais em Instituições

Financeiras – Uma Abordagem Qualitativa. Artigo original publicado em 2001.

Disponível em www.risktech.com.br. Consultado em: 21/01/2005.

GARCIA, Marcio G. P. Risco. Artigo original publicado em 2001. Disponível em

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LA ROCQUE, Eduardo. Gestão de Investimentos e Controle de Riscos

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

CONCEITO E TIPOS DE RISCO 12

1.1 – Risco de Mercado 13

1.2 – Risco Operacional 14

1.3 – Risco de Crédito 19

1.4 – Risco Legal 21

CAPÍTULO II

A IMPORTÂNCIA DO GERENCIAMENTO 23

CAPÍTULO III

A IMPLEMENTAÇÃO DO GERENCIAMENTO 30

CONCLUSÃO 35

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 37

WEBGRAFIA CONSULTADA 38

ÍNDICE 39

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Universidade Cândido Mendes

Título da Monografia: Riscos Corporativos

Autor: Sandra Regina Martins Paes

Data da entrega: 11/04/2005

Avaliado por: Conceito:

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