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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A CONSTRUCÂO DA IMAGEM CORPORAL E A CRIANÇA Por: KARLA MARQUES DOS SANTOS Orientador Profª.: Fabiane Muniz Rio de Janeiro 2005

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A CONSTRUCÂO DA IMAGEM CORPORAL E A CRIANÇA

Por: KARLA MARQUES DOS SANTOS

Orientador

Profª.: Fabiane Muniz

Rio de Janeiro

2005

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A CONSTRUÇÃO DA IMAGEM CORPORAL E A CRIANÇA.

Apresentação de monografia à Universidade Candido

Mendes como condição prévia para a conclusão do

Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em

Psicomotricidade. Objetiva-se verificar a importância da

construção da imagem corporal no desenvolvimento

psicomotor de crianças de 3 a 6 anos.

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Agradecimentos

Agradeço primeiramente a Deus pelo dom da vida, aos meus pais por executarem tão bem a missão de me educar; pelo amor e carinho que me transmitem nas pequenas coisas do dia-a-dia, ao meu irmão pelo amor e incentivo que me estimulam a lutar pelos meus ideais, a minha avó pela dedicação e cuidado comigo, ao meu amigo Alexandre por sua amizade e seu companheirismo e as minhas amigas Marceli, Isabel, Rosane e Angélica que caminharam junto comigo neste período de alegrias e dificuldades, a professora Fátima Alves por sua disponibilidade e carinho e a minha orientadora por sua orientação e compreensão.

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RESUMO Este trabalho tem o objetivo de verificar a importância da construção da

Imagem Corporal para o desenvolvimento psicomotor de crianças de 3 a 6 anos.

No primeiro capítulo apresentaremos o desenvolvimento infantil segundo dois

grandes estudiosos do assunto: Jean Piaget e Sigmund Freud.

No segundo capitulo faremos referências às funções psicomotoras de 0 a 6

anos, dando ênfase porém, às de 3 a 6 anos. Foram citados, para uma melhor

compreensão do leitor, o esquema corporal, a lateralidade, a estruturação espacial

e a orientação temporal.

No terceiro capítulo citaremos alguns conceitos de Imagem Corporal e

trataremos da construção da Imagem Corporal na infância.

Concluiremos afirmando que a construção da Imagem Corporal tem um papel

importante para o desenvolvimento psicomotor.

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METODOLOGIA A metodologia utilizada foi pesquisa bibliográfica

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SUMÁRIO

Página

Resumo 4

Introdução 7

Capitulo I 9

Desenvolvimento Infantil

Capitulo II 18

Desenvolvimento Psicomotor Infantil

Capitulo III 28

Imagem Corporal

Conclusão 35

Bibliografia 36

Índice 37

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INTRODUÇÃO

Tendo em vista a situação atual da nossa sociedade, onde homens e

mulheres sofrem com baixa auto-estima, dificuldade de relacionar-se consigo e

com o outro, se faz necessário um estudo sobre a construção da imagem corporal

e a sua importância no desenvolvimento psicomotor do homem.

A gênese desse processo acontece, até mesmo, antes nascimento, mas é

somente em torno dos 3 anos, que a criança passa a reconhecer o seu corpo

como objeto e é a partir daí que o explora e o conhece, de acordo como é

estimulada , aceita e amada pelo outro(mãe), este(a) é necessário(a) neste

processo, pois é ele(a), através da linguagem, que “humanizará” as percepções

dessa criança. É, pois dessa maneira: o corpo de um lado, e palavras vindo de

outro que o esquema corporal e imagem do corpo se acham em relação. A partir

do olhar do outro sobre nós, do que é dito sobre nós, como fomos aguardados e

recebidos desde nosso nascimento e acompanhados em nossa evolução, que

vamos construindo aquilo que vamos pensar sobre nós mesmos no futuro.

Os seis primeiros anos de vida são decisivos na formação integral do

individuo, pois é no passar desses anos que ocorrem as verdadeiras aquisições

nos diferentes domínios do comportamento (afetivo, psicomotor, cognitivo).

Quanto maior forem os estímulos e as possibilidades de novas experiências

do recém nascido durante toda a sua trajetória de vida, mais completa será a sua

formação do esquema corporal, principalmente do ponto de vista psicomotor. As

experiências corporais que determinam a imagem corporal colaboram para

modelar um esquema que refletirá na adolescência e na fase adulta.

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8 Quando se tem a imagem corporal bem estruturada as outras funções

psicomotoras estão garantidas, caso contrário, essas funções estarão

comprometidas.

O objetivo desse trabalho de pesquisa é verificar a importância da imagem

corporal no desenvolvimento psicomotor em crianças de 3 a 6 anos.

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CAPÍTULO I

1 - Desenvolvimento infantil.

O desenvolvimento humano e riquíssimo e diversificado. Cada pessoa

apresenta suas próprias características e o seu próprio ritmo de desenvolvimento,

que as difere das demais. Os fatores que influenciam o comportamento podem ser

variados: a hereditariedade, a maturação, o ambiente social, alimentação, a

natureza etc.

A evolução humana é gradual e contínua, não existem momentos de

rompimento. Porém há momentos que acontecem mudanças mais acentuadas.

O desenvolvimento da personalidade está relacionado ao desenvolvimento

físico do homem e segundo pesquisadores ocorre em fases: nascimento, 1ª

infância, 2ª infância, adolescência, maturidade (idade adulta) e velhice.

O ser humano quando comparado a outras espécies animais, manifesta um

padrão de desenvolvimento peculiar. Ele tem a fase da infância prolongada,

enquanto nas outras espécies os filhotes nascem praticamente independentes da

mãe.

Os seis primeiros anos de vida do indivíduo, que corresponde ao período da

infância, são decisivos na sua formação integral, a maneira como ele resolve

questões práticas nessa fase será a base para o seu caráter e desenvolvimento.

Em termos de história da humanidade, o estudo da criança é uma preocupação

recente. Estas eram tratadas como pequenos adultos até um período

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10relativamente próximo ao século XX. Os cuidados especiais ficavam reduzidos

apenas aos seus primeiros anos. A partir dos 3 anos elas participavam de

atividades como adultos, inclusive orgias, castigos, trabalhos etc. Até que, a partir

do século XVII a Igreja retira a criança de assuntos relacionados a sexo e começa

a construir escolas visando o ensino da religião e da moral, alegando que estas

vivencias geravam deformidades à formação do caráter e da moral dos indivíduos.

Apesar dessa atuação ter sido limitada, foi importante para apontar as diferenças

entre as personalidades das crianças e dos adultos.

Já no século XIX e no início do século XX podemos observar uma

preocupação maior e mais sistemática com o estudo da criança.

1.1 - Teorias do desenvolvimento infantil

No século XX, os cientistas Sigmund Freud e Jean Piaget, entre outros,

acreditaram que o desenvolvimento humano se dava através de estágios, fases ou

períodos e que esses aconteciam na mesma ordem, podendo variar as idades, em

todos os indivíduos.

Com a observação objetiva desses estágios de desenvolvimento podemos

perceber as necessidades e interesses da criança nas diferentes idades.

Serão expostos a seguir, de maneira sintetizada, conteúdos desenvolvidos por

esses pesquisadores.

1.1.1 - Segundo Freud

Sigmund Freud (1856 –1939) formou-se em medicina no século XIX em Viena.

Iniciou sua carreira como neurologista, porém passou gradualmente a se

interessar por mecanismos psicológicos. Ele desenvolveu a técnica conhecida

como psicanálise e a teoria do comportamento ou da personalidade conhecida

como teoria psicanalítica.

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11 A teoria psicanalítica dá ênfase a uma seqüência de estágios no

desenvolvimento. Baseia-se em dois processos de maturação: o desenvolvimento

psicossexual (maturação afetiva) que é o deslocamento da gratificação libidinal da

boca para o ânus e para os órgãos genitais e a maturação do ego (maturação

cognitiva) que consiste o aumento no principio da realidade e de processos

secundários, o surgimento de mecanismos de defesa e de uma compreensão

maior nas relações interpessoais.

Segundo Freud (BUENO, 1998, p.25), o desenvolvimento da personalidade

serve de subsídio ao desenvolvimento do instinto sexual e é paralelo à passagem

pelos estágios de desenvolvimento sexual.

Citaremos abaixo, os estágios de desenvolvimento e suas características.

*Fases do desenvolvimento da personalidade (BEE, 1984, p.259)

Para que possamos entender todas as fases, precisamos compreender o que é

libido. Esta é considerada pelo autor, uma energia biológica que no início da vida

está concentrada no próprio indivíduo (libido do ego), e vai sendo canalizada para

outras pessoas (libido objetal).

Fase oral

O nascimento é a primeira grande experiência do indivíduo. É a vivência da

própria angústia da separação do corpo da mãe, primeira sensação de

rompimento entre inúmeras, que ele vivenciará ao longo de sua vida. Nesta etapa,

o bebê, ainda estará muito vinculado à figura materna e ele viverá assim até cerca

de um ano, num estágio de indiferenciação, em que se confunde com a mãe.

Por volta do primeiro ano de vida, o indivíduo encontra-se na fase oral, onde

sua energia (libido) concentra-se na região da boca, língua e lábios, interligada à

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12alimentação e ao aparelho digestivo superior. Assim, a primeira forma de conhecer

o mundo é a incorporação, onde, através da boca, ele experimenta e se apropria

do objeto conhecido (o seio materno).

A tensão proveniente da fome é reduzida pela amamentação, provocando

sensação de prazer. É um período denominado por Freud, de narcisismo primário,

ou seja, o indivíduo não se relaciona com objetos externos, mas tudo se baseia na

satisfação da necessidade do organismo. É também nesta fase que geralmente

dá-se início ao desmame, onde o bebê experimenta novamente a sensação de

perda, renunciando desta vez, o seu primeiro objeto de satisfação, o seio materno.

Fase anal

Iniciando-se aos 2 anos de idade, tendo como objeto de prazer da criança, o

ânus. Ela passa da posição passiva para a ativa, experimentando a satisfação em

expulsar as fezes e retê-las, dando valor ao seu produto corporal.

Conseqüentemente, adquirindo uma importância social, principalmente em relação

aos pais, que esperam pelo treinamento dessas funções esfincterianas.

Fase fálica

Tem início aproximadamente aos 4 anos. Sua energia se focaliza nos órgãos

genitais.

É o período que Freud situa o conflito Edipiano. Neste, a criança ama o genitor

do sexo oposto, percebe que isto á proibido e conseqüentemente experimenta

sentimentos de ameaça. Desta forma, os meninos disputam com o pai, a atenção

da mãe e temem que o seu pênis seja decepado e as meninas, sentem inveja do

pênis do pai, sendo nomeado neste caso, de complexo de Electra. A fim de

diminuir a ansiedade, a criança identifica-se com o genitor do mesmo sexo,

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13incorporando as suas características, iniciando a fase de identificação com a figura

do mesmo sexo, observado, principalmente, nas brincadeiras de faz de conta.

Fase de latência

Inicia-se a partir dos 6 anos, quando a criança resolve o conflito edipiano e

estabelece a identificação com o genitor do mesmo sexo, passando assim, a uma

fase de calmaria para o instinto sexual. Esta fase coincide com sua entrada na

escola, quando o individuo está livre para se concentrar em atividades intelectuais.

Fase genital

Chegando aos 12 anos, quando a energia sexual é despertada pelas

mudanças corporais, a criança se encontra na fase genital. A libido agora,

concentra-se em objetos heterosexuais e não incestuosos. O amor por si mesmo

(narcisismo), presente no período pré-genital (fases oral, anal e fálica) se converte

em amor pelo outro, do sexo oposto.

1.1.2 - Segundo Piaget

Jean Piaget (1896-1980) formou-se inicialmente em Biologia, porém depois

dos primeiros contatos com testes de inteligência, se deslocou para a psicologia

do desenvolvimento e formulou sua teoria dos estágios do desenvolvimento.

Ele centralizou suas pesquisas no estudo da natureza de todo conhecimento e

principalmente no desenvolvimento intelectual da criança. Tendo como principal

preocupação o estudo dos processos de pensamento presentes no indivíduo

desde a infância inicial até a fase adulta.

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14Sendo um interacionista, procurou entender quais os mecanismos mentais que

o individuo utiliza nas diferentes etapas da sua vida para entender o mundo.

Para Piaget (Rappaport, 1989, p.64) o desenvolvimento é um processo de

equilibração progressiva que caminha para uma forma final, conforme adquire as

operações formais. Nesse processo, irão surgir novas formas de conhecimento e

de organização da atividade mental, porém as funções do desenvolvimento

continuam as mesmas. Afirma que a criança e agente do seu próprio

desenvolvimento, enquanto Freud acredita que ela é passiva nesse processo, que

não age na determinação da seqüência de suas fases, é como se essa seqüência

estivesse pré-fixada e acompanhasse a maturação física da criança. Observou

que há maneiras diversas de interagir com o ambiente nas diferentes faixas

etárias e denominou essas maneiras de estágios ou períodos. Segundo ele, o

desenvolvimento seguirá essas etapas (fases, períodos ou estágios), que são

caracterizadas pelo surgimento de estruturas originais e de uma determinada

forma de equilíbrio.

*Etapas do desenvolvimento segundo Piaget (Rappaport, 1989).

Período sensório-motor (0 – 2 anos).

Inicialmente o bebê terá apenas alguns reflexos hereditários que gradualmente,

através do exercício, irão se transformando em esquemas sensoriais-motores. Ele

conhece a realidade apenas sobre o que age, somente após alguns meses

experimentando objetos que saem do seu campo visual e depois de reaparecem é

que ele adquire a noção de permanência dos objetos.A aquisição dessa

percepção é fundamental para a aprendizagem futura, pois diminui o

egocentrismo, daí ela passa a diferenciar-se da realidade externa. Em seguida o

bebê passa a experimentar para ver o que acontece e o seu comportamento tem

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15um objetivo. Até que, no momento seguinte, ela começará a representar para si

própria, a ações de maneira simbólica, sem na verdade, colocá-las em ação.

Uma das funções da inteligência, nessa fase, será a diferenciação entre os

objetos e o próprio corpo. Será também nesse momento que ele explorará o seu

corpo, sentirá emoções estimulará o ambiente e será estimulado por ele,

desenvolvendo dessa maneira o seu autoconceito.

Nesse período então, para Piaget, a criança evolui de organismo biológico

para organismo social.

Período Pré-operacional (2-7 anos)

Nesse período a criança começa a se expressar, através da linguagem, de

forma compreensível; a representar e a formar esquemas simbólicos. Apesar do

aumento lento e gradual da estrutura do pensamento, ela permanecerá muito

egocêntrica e o seu julgamento será muito dependente do que vê no momento,

isso devido a falta de esquemas conceituais.

É possível observar o animismo (atribuir e alma própria a seres vivos, objetos

inanimados e fenômenos da natureza).

Piaget verificou também nessa fase a falta do pensamento conceitual, da

noção de conservação e de invariância. Outra observação importante e no

aspecto social, quando verifica o começo do afastamento da criança em relação a

família e a sua aproximação das crianças da sua idade, embora ainda não haja

uma interação efetiva.

No aspecto da linguagem, constatou a presença simultânea da linguagem

egocêntrica (não tem objetivo de se comunicar) e da linguagem socializada (com

objetivo de se comunicar ), sendo que, conforme ela vai crescendo, a utilização da

linguagem socializada será maior.

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Período das operações concretas (7,11-12 anos)

Esse período será de grandes aquisições intelectuais, como o próprio nome já

diz, é o período em que a criança ira operar sobre os objetos.

As ações físicas, típicas da inteligência sensorial motora, e ainda necessárias

na fase pré-operacional, passam a ser internalizadas, passam a ocorrer

mentalmente. (Rappaport, 1989, p 72)

Essas operações realizadas mentalmente conseqüentemente vão gerar a

aquisição da noção de conservação. O julgamento passará a ser conceitual e não

depender da percepção.

Em relação à linguagem vamos verificar a diminuição gradual do uso da

linguagem egocêntrica até o seu desaparecimento total. A criança também

demonstra progresso em relação ao social, agora conseguindo perceber que o

outro pensa e sente diferente dela, levando-a a uma interação mais autêntica,

tanto com as outras crianças como com os adultos. Outra característica é o

interesse por jogos de grupo, de regras, de escolha de parceiros devido à

compreensão que passa a ter dessas situações.

Quanto aos julgamentos morais, tende a interiorização, leva em conta às

intenções do outro.

Período das operações formais (12 anos em diante)

A partir dos 12 anos a criança já consegue raciocinar utilizando hipóteses e não

apenas concretamente, dessa forma é enriquecida em termos de conteúdo e

flexibilidade de pensamento. Sendo capaz inclusive de criticar os sistemas sociais,

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17fazendo novas propostas. Há uma busca constante pela identidade e autonomia

pessoal.

Segundo Piaget, ao adquirir essas capacidades citadas, o individuo atingiu sua

forma final de equilíbrio.

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CAPITULO II

Desenvolvimento psicomotor da criança

Este trabalho compreende o desenvolvimento psicomotor de 3 a 6 anos. Porém

julgamos importante fazer um pequeno comentário sobre o desenvolvimento da

criança de 0 a 3 anos.

O movimento é o principal elemento no crescimento e desenvolvimento da

criança. Mesmo quando os movimentos são realizados independentes da nossa

vontade e sem que dele tomamos conhecimento, como na fase dos movimentos

reflexos, é necessário que eles aconteçam, pois esses (movimentos reflexos)

infundirão no corpo da criança sensações prazerosas e desprazerosas, que darão

auxilio a aprendizagem de novos conceitos sobre o seu corpo e sobre o mundo

que o rodeia. (BUENO 1998, p 17).

A criança se desenvolve de maneira contínua desde os primeiros anos de vida.

Ela explora o mundo exterior vivenciando experiências concretas sobre as quais

são construídas as noções básicas para o desenvolvimento intelectual. E é nessa

exploração que é desenvolvida na criança a consciência de si mesma e do mundo

exterior.

Segundo BUENO (idem, p 19) o desenvolvimento psicomotor distingui-se pela

maturação que integra o movimento, o ritmo, a construção espacial, o

reconhecimento dos objetos, das posições, a imagem do nosso corpo e a palavra.

Realiza-se num processo conjunto de todos os aspectos (motor, intelectual,

emocional e expressivo) e divide-se em duas fases: primeira infância (0 a 3 anos)

e segunda infância (3 a 7 anos), completando-se maturacionalmente

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19aproximadamente aos dos 8 anos de idade. Porém os seis primeiros anos de vida

são considerados decisivos na formação integral do indivíduo, devido à realização

de verdadeiras aquisições nos diversos campos do comportamento (afetivo,

psicomotor e cognitivo), pois é nesta fase que acontecem as mudanças que

determinarão as futuras habilidades específicas de comportamento.

Segundo LE BOUCH (1982, p.37) no decorrer da vida fetal, o organismo da

criança está em simbiose com o da mãe e as exigências do metabolismo do seu

crescimento são garantidas de acordo com suas necessidades.

A partir do nascimento, quando ocorre a separação da criança da circulação

materna, ela vive entre a sensação de perda, causada pela diminuição da

concentração dos metabolismos sanguíneos, e a satisfação desta necessidade

básica. Apesar desta fase da vida não se tornar consciente, é importantíssima,

pois as experiências corporais vivenciadas fixam-se na memória corporal (forma

primitiva do inconsciente).

LE BOUCH (1982, p. 38) diz que “durante as primeiras semanas,

especificamente durante o estágio pré-objetal (até os 7 meses), o comportamento

organiza-se sob a influência de estímulos sensoriais.”

Este estágio (pré-objetal) é caracterizado por uma verdadeira simbiose afetiva

entre a criança e a mãe, que tem o importante papel de distribuir o alimento e a

tranqüilidade, sendo, com a sua presença, intermediária para todas as

experiências emocionais da criança.

Para LE BOUCH (1982, p.39) o início do estágio objetal, que ocorre por volta do

8º mês, representa uma etapa importante na evolução do eu.

Neste estágio (objetal), o conhecimento sincrético (mãe e filho como um só ser),

dá lugar a uma verdadeira identificação da figura materna. A partir desse período

pode estabelecer-se entre a criança e o ambiente humano um verdadeiro diálogo

afetivo, sendo a mãe a facilitadora desse processo, captando a afetividade da

criança.

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20 Se o ambiente humano no qual o indivíduo está se desenvolvendo lhe garante a

total satisfação de suas necessidades, os seus interesses, que antes estavam

focalizados nas pessoas, vão agora recair sobre os objetos.

“A atitude das pessoas em relação à experiência da criança

frente ao objeto é fundamental, porque condiciona a forma como a

criança vive sua atividade corporal. O adulto deve propiciar esta

situação e valorizar seus êxitos, a fim de permitir-lhe viver a

experiência de um corpo eficaz. Entretanto, o meio humano deve

fazer que a criança aceite certos limites na sua atividade e incitá-

la a potelar certas experiências, não seja mais que por razões de

segurança.” (LE BOUCH, 1982, p.39).

Neste momento é essencial que a criança toque, veja, suba, desça, escute, ou

seja, vivencie inúmeras experiências, pois somente assim ela aprenderá as

formas, as dimensões, as direções, as superfícies, volumes, e tantos outros

conceitos importantes para a aquisição de uma atividade corporal eficiente.

O comportamento intencional se origina quando a criança descobre que a

satisfação de suas necessidades depende da apropriação de um objeto que está

fora dela, primeiramente isso ocorre com a mãe, que é o símbolo de suas

satisfações.

A função simbólica está ligada ao desenvolvimento psicomotor. Para LE

BOUCH (1982, p. 64), esta tem suas raízes na atividade sensório-motora, pois o

objeto operativo do pensamento é derivado da inteligência sensório-motora. Logo,

a educação psicomotora tem o privilégio de facilitar o aparecimento e o

desenvolvimento da função simbólica.

LE BOUCH (1982, p.65) cita três condutas que caracterizam esta função, são

elas:

• A linguagem - O indivíduo tem, geneticamente, posse de meios perceptivos e

motores para se contactar com outra pessoa. Ao completar um ano, a

criança começa a utilizar-se das primeiras palavras, porém estas ainda são

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21confundidas com a situação e com o objeto designado. A evolução da

linguagem acontece paralelamente ao desenvolvimento psicomotor.

A criança compreenderá e emitirá as primeiras palavras de acordo com

a significação afetiva que estas tenham para ela. De acordo com as suas

necessidades, ela se expressará verbalmente, a fim de obter a sua

satisfação. O seu vocabulário é aumentado lentamente até os dois anos.

No final do segundo ano ela passará a utilizar o verbo e associar duas

palavras. A partir a associação da linguagem e a representação imaginada,

a interação entre a criança e seu ambiente será transformado numa

atividade verbalizada.

Quando a criança descobre as características dos objetos e suas

propriedades através da exploração, e utiliza-se da linguagem, ela é levada

a situações imaginárias.

Após os dois anos, a criança usa frases mais completas, relacionando a

sucessão de operações realizadas pelo objeto. Surge um paralelismo entre

as estruturas gramaticais e as da atividade da criança.

• O desenho - o desenho e o grafismo são importantíssimos para o

desenvolvimento da criança.

“A evolução do grafismo depende da evolução perceptiva e

da compreensão da atividade simbólica. Na medida em que esta

etapa é alcançada, a criança é capaz de representar, através de

signos convencionais, figuras geométricas, letras, e de evoluir no

domínio gráfico cujo coroamento é a escrita”. ( LE BOUCH, 1982,

p. 90).

Inicialmente a criança encontrará dificuldade principalmente na parte

motora e fará o traço sem querer reproduzir nada. Em seguida (aos dois anos)

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22ela criará seus próprios modelos. Neste momento, a visão controlará a

atividade cinestésica e o tono (atividade viso-motora).

Após os dois anos e meio, o controle visual ficará mais preciso, porém só

será possível o progresso do grafismo com o desenvolvimento da coordenação

motora.

• Os jogos simbólicos – O jogo simbólico se introduz nas coordenadas do

espaço e do tempo, onde a criança brinca com o objeto ou com outra

pessoa. E através dele, o ego da criança torna-se “eu”, ela passa a existir

não só no imaginário, mas numa experiência real, quando as realidades

interior e exterior ainda encontram-se misturadas, confusas. No momento

que se adapta àquilo que está projetado, ela se transportará do mundo

mágico para o mundo real.

LE BOUCH (1982, p.98) afirma que o jogo simbólico pode transformar o

organismo da criança, quando, atuando num mundo imaginário, ela satisfaça

os seus desejos e saia vitoriosa da realidade sofrida.

A fim de entendermos o que vem a ser o desenvolvimento psicomotor é

importante tomarmos conhecimento dos seus elementos básicos e suas etapas

respectivamente. Não devemos considerar estas etapas do desenvolvimento

psicomotor apenas segundo um quadro de maturação neurológica, mas devemos

levar em conta as reações do individuo no ambiente que o rodeia e as relações

estabelecidas com os outros indivíduos.

A seguir os elementos básicos para o desenvolvimento psicomotor segundo

alguns autores.

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231- Esquema corporal

O esquema corporal é um elemento básico indispensável para a formação da

personalidade do individuo, sendo seu núcleo central, pois reflete o equilíbrio entre

as funções psicomotoras e sua maturidade (DE MEUR e STAES, 1991, p 9 ).

É pelo corpo que a criança descobrirá o mundo, experimentará sensações e

situações, se expressará, se perceberá e perceberá as coisas que estão ao seu

redor. É através da percepção do mundo exterior que se alcança a consciência

corporal, da mesma maneira que a consciência do mundo exterior acontece por

meio do corpo. Ele é a base para o desenvolvimento cognitivo, para se adquirir

conceitos no que se refere ao espaço e ao tempo, alcançando um maior domínio

de seus gestos e movimentos mais harmoniosos.

• Etapas do desenvolvimento corporal segundo autores:

Corpo vivido (0 a 3 anos):

- Corresponde a fase da inteligência sensório motora de Piaget;

- Percepção do corpo globalmente, constituindo um todo;

- Experiência vivida pelo indivíduo através da exploração do meio;

- Surge a imitação;

- Reconhece diferença sexual;

- No final dessa etapa, o individuo começa a tomar consciência de si.

Corpo percebido ou descoberto (3 a 7 anos)

- Conscientização de cada segmento corporal de maneira introceptiva,

proprioceptiva e externoceptiva.

- Representação mental dos elementos do espaço. Reconhece sua

dominância lateral.

- Assimila conceitos como: em cima, embaixo, antes, depois etc.

- Junta todas as partes do corpo de forma a encontrar a imagem

corporal; é na união do esquema corporal com a imagem corporal que todas as

funções psicomotoras surgirão. A imagem corporal precisa ser bem trabalhada

para, dessa forma, garantir as outras funções. O esquema corporal depende de

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24amadurecimento neurológico para receber estímulos e entender o corpo, ao

passo que a imagem corporal está relacionada ao psicológico, a afetividade.

- Seu corpo passa a ser ponto referencial para situar-se e situar os

objetos no seu espaço e tempo.

Corpo representado (7 a 12 anos).

- Associação dos componentes aos diversos objetivos da vida

cotidiana.

- Conscientização de que o corpo pode tomar diferentes posições,

movimentando-se ou não.

- Organização espaço corporal: o indivíduo poderá exercitar todas as

suas possibilidades corporais. Pelo conhecimento das partes do

corpo, irá poder se movimentar de forma analítica (através de

exercícios de coordenação, equilíbrio, inibição e destreza) e de

forma sintética (prevendo e adaptando seus movimentos ao objetivo

a ser alcançado e expressando por intermédio do seu corpo uma

ação, um sentimento, uma emoção).

- Descentralização do corpo (não mais percebido como referencial).

- Reconhece a lateralização no outro.

- Surge a reprodução rítmica.

2 – Lateralidade

Para DE MEUR e STAES (1991, p.9) a lateralidade corresponde a dados

neurológicos, mas também é influenciada por certos hábitos sociais.

Com o crescimento, naturalmente se define no indivíduo uma dominância

lateral, ou seja, um lado (direito ou esquerdo) será mais forte, mais ágil em relação

ao outro.

Quierós e Schager, citados por ALVES (2003, p.62), dizem que o termo

lateralidade é referente a prevalência motora de um lado do corpo e coincide com

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25a predominância sensorial do mesmo lado e com as possibilidades simbólicas do

hemisfério cerebelar oposto.

A lateralidade (utilização de um dos lados) é estabelecida dos 3 aos 6 anos,

quando acontece a maturação do sistema nervoso. Podemos observar: uma

lateralidade unilateral homogênea (todas as respostas são desenvolvidas num

único lado); uma lateralidade cruzada (respostas desenvolvidas em lados

diferentes) e uma ambidestra (respostas dos dois lados que atendem

simultaneamente a uma ação motora).

O indivíduo precisa vivenciar experiências utilizando os dois lados do corpo e

assim favorecer um desenvolvimento total na eficácia dos movimentos. A

coordenação visomotora (organização das percepções táteis e visuais) por meio

de experiências que desenvolvam a estruturação espacial do individuo é

importantíssima para o desenvolvimento infantil, a lateralização dependerá dessas

experiências.

Afim de um diagnóstico confiável a respeito da lateralidade, é necessário

observar a movimentação dos olhos, mãos e pés, através de gestos e atividades

do dia-a-dia.

A lateralidade é importante na evolução da criança, pois influencia na idéia que

o individuo tem de si mesmo, na formação do seu esquema corporal, na

percepção da simetria do seu corpo, contribuindo para determinar a estruturação

espacial (ALVES, idem, p.67).

3 – A estruturação espacial.

Poppovic (apud ALVES, idem, p.69) diz que se orientar no espaço é “ver-se e

ver as coisas no espaço em relação a si próprio, é dirigir-se, é avaliar os

movimentos e adaptá-los ao espaço. É, principalmente, estabilizar o espaço vivido

e desta forma poder situar-se e agir correspondentemente”.

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26É a consciência que o individuo tem do seu próprio corpo em relação ao

mundo externo, assim como a orientação que poderá ter em relação às pessoas e

aos objetos estando estes parados ou em movimento.

Inicialmente, a criança percebe a posição do seu corpo no espaço, em seguida

ela perceberá a posição dos objetos em relação a ela.

DE MEUR e STAES (1991, p.14) definiram algumas etapas, são elas:

• Conhecimento das noções: a criança deverá perceber as diferentes formas,

grandezas, quantidades, para poder escolher o material e saber manipulá-

lo.

• Orientação espacial: quando a criança já domina os termos espaciais pode-

se orientá-la a movimentar o seu corpo de acordo com as noções espaciais:

frente, trás, direita, esquerda, ao lado, de costas,...

• Organização espacial: esta etapa engloba as duas primeiras e permite a

criança dispor somente do espaço oferecido, delimitado para atingir a um

objetivo.

• Compreensão das relações espaciais: baseia-se no raciocínio a partir de

situações especiais bem precisas, onde a criança deverá perceber a

relação existente entre diversos elementos que lhe são apresentados.

4 – Orientação temporal.

“Desde o nascimento, o organismo, com seus ritmos

espontâneos, é confrontado a uma realidade temporalmente

estruturada, seja por razões puramente físicas como alternância

dos dias e das noites, seja pela influencia das normas sócio-

culturais”. (LE BOUCH, 1982, p.109)

Para esse mesmo autor, ao final do período do corpo vivido, a criança deverá

possuir uma motricidade global bem organizada temporalmente. A experiência

vivenciada ritmicamente irá se desenvolver no plano motor e no plano da

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27linguagem, trabalhando o aparelho fonador e também a informação sonora

adquirida.

Primeiramente a elaboração da informação temporal será vivenciada pela

criança corporalmente, percebendo a passagem do tempo por seu ritmo próprio e

suas necessidades biológicas, somente mais tarde a percepção do tempo tornar-

se-á possível.

A noção de tempo está relacionada à noção de espaço. O tempo é, contudo,

uma noção material a qual, não podendo ser objetivada, pode apenas ser

expressa pelo som. Dessa maneira situa-se o presente, o passado e o futuro em

relação ao antes e depois e avalia-se o movimento no tempo, diferenciando o

rápido do lento, o sucessivo do simultâneo. Para a compreensão do tempo a ação

da memória é essencial.

Etapas segundo DE MEUR e STAES (1991, p. 16):

• Ordem e sucessão: trata-se de perceber e memorizar o que passa antes,

depois, agora..., em que ordem os gestos foram realizados;

• Duração dos intervalos: o que passa depressa, o que dura muito tempo, a

diferença de uma hora e de um dia...

• Renovação clinica de certos períodos: são os dias, as semanas, as estações

aos quais associamos determinadas atividades ou um material;

• Ritmo: abrange a noção de ordem, de sucessão, de duração, de alternância.

Começa expressando seu ritmo próprio em exercícios de locomoção livres,

ouvindo uma musica, e depois associá-los a um ritmo determinado.

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28

Capítulo III

3 - Imagem corporal

3.1 - Conceitos

“... o esquema corporal não está na esfera do real, mas sim na

dimensão imaginária, nessa posição singular que resulta o

rebatimento do olhar do sujeito sob a borda do impossível.

Diferentemente da imagem corporal que é o resultado do

rebatimento do olhar do outro, no corte simbólico da imagem

especular”. (JERUSALINSKY,1999, p.89)

“O esquema corporal é a imagem tridimensional que todos tem de

si mesmos. Podemos chamá-la de imagem corporal. Esse termo

indica que não estamos tratando de uma mera sensação ou

imaginação. Existe uma apercepção do corpo. Indica também

que, embora nos tenha chegado através dos sentidos dos

sentidos, não se trata de uma mera percepção. Existem

figurações e representações mentais envolvidas, mas não é uma

mera representação”. (SCHILDER,1999, p.11)

“... entende-se por imagem do corpo humano a figuração de

nossos corpos formada em nossa mente, ou seja, o modo pelo

qual o corpo se apresenta para nós”. (SCHILDER, 1999, p.11)

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29 “A imagem corporal pode ser definida como a visão do nosso

corpo que produzimos em nossa mente”. (CASH e PRUZINSKY,

s/d).

3. 2 - A construção da Imagem corporal na criança

Henry Head desenvolve o “termo esquema corporal”, em 1911. Foi o primeiro a

construir detalhadamente uma teoria a respeito da integração e unificação da

percepção corporal.

Em 1935, surge com Paul Schilder, uma grande inovação na temática,

tratando a imagem corporal de uma forma até hoje atualizada e aplicável em

novas áreas de atuação, por esse motivo nos deteremos na perspectiva desse

autor.

Ele passa a atribuir uma nova dimensão ampliada e integrada da imagem

corporal, na qual associa aspectos neurofisiológicos, sociais e afetivos.

Estabelecendo também estreitas relações entre imagem corporal e psicanálise.

O ser no mundo ao construir-se constrói também os que estão ao seu

redor, pois “as experiências visuais que levam a construção da imagem corporal

pessoal levam, ao mesmo tempo, à construção da imagem corporal dos outros”

(Schilder, 1999, p. 188).

Esta afirmação deixa claro que, a imagem corporal não está presa aos

limites do próprio corpo, mas, vai além dele “é um fenômeno social”( idem).

Segundo pesquisadores, Head (1911) enfatizou o papel do esquema

corporal em orientar a postura e o movimento Corporal. Ele dava importância ao

conhecimento da posição e da localização do corpo

A seguir citaremos algumas considerações importantes sobre imagem

corporal de acordo com Schilder (1999).

a) A imagem corporal, abordada no contexto existencial, no qual a o indivíduo

é uma personalidade que experimenta a percepção.

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30b) A energia libidinal e o corpo como inseparáveis.

c) A conexão intrínseca da postura e do psiquismo (linguagem corporal).

d) Embasamento na Psicologia Social com base na experiência existencial do

corpo.

Segundo Schilder, as primeiras experiências infantis são importantes para a

relação do indivíduo com o mundo e consigo, por toda a vida. Nesta fase,

estão acentuadas as experiências de sensações e exploração do próprio

corpo. Observa-se valorização atribuída à fase genital e ás questões

relacionadas à sexualidade no individuo, suas energias e catexias atribuídas à

libido, dor, prazer e satisfação de necessidades.

Segundo o autor, só experimentamos nosso corpo como unidade, como um

todo, quando o nível genital é harmoniosamente alcançado.

Isto leva a um entendimento de que os processos de construção da imagem

corporal acontecem nos campos de percepção e também intimamente no

emocional e libidinal. O campo de percepção seria para ele relacionado ao mundo

inanimado e aos estímulos externos. Já o campo libidinal caracteriza-se pela

apreensão do mundo em seu aspecto de animação, de movimento, amor e vida,

por isso é dinâmico e relacionado às impressões mais pessoais e interiores, sendo

o corpo o receptáculo onde serão incutidos essa animação, o amor e a vida

pulsante dentro das energias psíquicas e libidinais.

A imagem corporal está relacionada às relações intra e interpessoais, as

emoções e sentimentos do individuo consigo, com os outros e seu ambiente, com

o uso de vestimentas e objetos de adorno, além de suas relações com seu próprio

corpo na parte externa e interna do mesmo.

O ser no mundo ao construir-se constrói também os que o cercam, pois “as

experiências visuais que levam a construção da imagem corporal pessoal levam,

ao mesmo tempo, a construção da imagem corporal dos outros” (Schilder, idem,

p.185).

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31 Esta afirmação esclarece que a imagem corporal não está presa aos limites

do próprio corpo, mas pelo contrário, vai além dele: “é um fenômeno social”

(Schilder, idem, p. 189).

No entanto, a imagem corporal não está relacionada apenas a configuração

perceptiva estimulada pelas configurações sensoriais. O aspecto emocional

também tem grande importância, aproximando ou afastando elementos deste

mundo externo.Isto ocorre porque no ato de existir, a pessoa não só se verá, mas

verá o corpo do outro tanto quanto o seu.

Enquanto corpo no mundo há a necessidade de conhecer-se, tem-se

curiosidade sobre o próprio corpo, a própria existência, assim mesmo em relação

aos corpos e existência dos outros se tem à atitude de exploradores assim como

de expositores. “Desejamos expor nosso corpo a nós mesmos. A imagem corporal

deve ser conhecida por nós e pelos outros” (Schilder, idem, p/ 189).

No entanto, esta relação se estende àqueles que estão ao redor. Perceber

o outro, o corpo do outro, como ele sente e manifesta esse sentimento é algo tão

elementar quanto perceber a si mesmo e suas próprias emoções. Emoções essas

que tanto se dirigem a própria pessoa quanto àqueles que fazem parte do mundo

e nesse sentido as emoções também são sociais.

Schilder (1999) também faz observações com relação ao fator psicológico e

a dor, ressaltando que a forma de lidar com a dor pode estar relacionada à

maneira que a pessoa vivenciou essas experiências na infância.

Le Bouch (1982, p.96) fala sobre a descoberta do “objeto novo” que a

criança faz na experiência do espelho, que lhe permite a união de um corpo

sentido globalmente e a imagem especular, essa experiência será para ela “um

verdadeiro caminho narcisista”. Nesse estagio, ela terá duas imagens de seu

corpo, uma imaginária (dependente do inconsciente vivido) e a outra reprodutora

(ligada à atividade perceptiva).

De acordo com Levin (2001, p. 49) a postura da imagem diante do espelho

pode parecer de três formas:

1 – A criança se reflete diante do espelho com sua mãe;

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32 2 – A criança busca mudar sua postura, com a referência do outro (mãe);

3 – A criança, através do desejo materno, apreende a imagem refletida.

Nessas três estruturas temporais, as posturas se entrelaçam no cenário

dramático da imagem, onde é posto em cena o deslocamento do elemento

corporal no horizonte imaginário.

Henri Wallon, em seu estudo da imagem especular, afirma que a

representação do próprio corpo, na medida em que existe, deve necessariamente

responder a essa condição, só pode se formar ao exteriorizar-se. ( apud Levin,

2001, p. 108 e 109)

Levin acrescenta que para um recém nascido, o primeiro espelho é o olhar

cênico da mãe, a criança está dentro dela, nesse espelho materno, depois ele

passará a imitá-la, como se ela e ele fossem um, passando pela fase do

transitivismo, e finalmente “virar pelo avesso”e tomar posse de sua própria

imagem, diferenciando dela, mas associada para sempre ao espelho.(Levin, 2001,

p.103).

Assim a criança primeiro é constituída no outro (mãe) em 3ª pessoa para

depois se tornar 1ª pessoa. Ela constitui a linguagem e a imagem corporal

iniciando pela posição do ele para o do eu. Sem ele (outro) o eu não poderia

espelhar-se.

Freud, em seu estudo, afirmou que o pensamento é secundário, primeiro vem

o universo simbólico da linguagem, tornando este como estrutura que determina o

sujeito. E Levin tomando esses estudos de Freud como fio condutor de suas

pesquisas, afirma que o simbólico, a linguagem existe antes da criança nascer. O

sujeito pré-existe ao corpo, na espera e imaginação dos pais e subsiste após a

morte, na lembrança. Antes da criança nascer, os pais imaginam um corpo para

esse filho, há palavras, nomes, lugares, isto é, um corpo para este filho, um

primeiro corpo simbólico.

A imagem corporal se desenvolve desde o nascimento até a morte, dentro de

uma estrutura complexa e subjetiva, sofrendo modificações que implicam na

construção e reconstrução incessante, resultante do processo de estímulos.

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33 Durante os anos pré-escolares a criança desenvolve de forma acentuada o

seu conceito a respeito da sua imagem corporal. Com o pensamento e a

linguagem mais abrangente, começa a reconhecer que a aparência das pessoas

pode ser mais ou menos desejável e também as diferenças de raça e de cor

passam a ser percebidas. Ela conhece o significado das palavras “bonito” e “feio”

e reflete a opinião que os outros tem a respeito de sua aparência.

Ela tomará consciência que a sua personalidade também é diferente da do

outro. Tenderá, agora a opor-se a fim de firmar a sua personalidade. Esta situação

permitirá a criança, pela imaginação, colocar-se como pessoa ativa e também

como companheira. Este movimento de identificação e atitude narcisista se

expressará nas trocas com outra criança do ambiente familiar.

A necessidade que antes era de reconhecer-se e ser reconhecido será

algumas vezes substituído pela necessidade de ser aprovado e apreciado. Haverá

momentos que a criança apresentará comportamentos gentis, porém haverá

também alguns momentos de “birras”, fazendo exigências, nestes momentos

estará expressando os sentimentos de independência, querendo se afirmar.

Apesar de seus progressos no desenvolvimento da imagem corporal, a

criança ainda tem uma noção pouco definida a respeito dos limites do seu corpo,

alem de possuir poucos conhecimentos de sua anatomia interna. Por causa disso,

qualquer experiência invasiva, como um pequeno corte, lhe causa pânico, ela

pensa que em conseqüência de uma pele rompida pode escapar todo o seu

sangue e interiores, daí a importância dos curativos.

A criança percebe o seu corpo por meio de todos os sentidos, estando este

ocupando um espaço no ambiente em função do tempo, captando imagens,

recebendo sons, sentindo cheiros e sabores, dor e calor, movimentando-se. O

corpo é o seu centro, o seu referencial, para si mesma, para o espaço que ocupa

e na relação com o outro.

Le Bouch cita os jogos funcionais, que tornam possível à criança defrontar-se

com o mundo dos objetos e o jogo simbólico, aonde a criança irá se projetar a fim

de criar um universo mágico em que o real e o imaginário si misturam. É por meio

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34do jogo simbólico que o ego da criança torna-se Eu, e não é só no imaginário que

ele passa a existir, mas também no real, nesse momento a realidade interior e a

exterior ainda estão mal discriminadas.

É fundamental uma educação perceptiva, visando que a criança perceba um

ambiente organizado e estruturado, fazendo dessa maneira, que ela saia de um

mundo mágico (imaginário) e entre no mundo objetivo, onde ela vai poder praticar

sua “imaginação criadora”.

As aquisições realizadas na descoberta do espaço e vivenciadas

corporalmente pela criança permitirão que ela enriqueça sua imagem visual.

Porém se essa experiência não estiver impregnada pelas sensações táteis e

principalmente cinestésicas, ela poderá esvaziar-se. É preciso estabelecer

relações entre o visualizado e o sentido.

A verbalização também é muito importante para o enriquecimento das

experiências perceptivas da criança em relação ao seu corpo. Como alerta Le

Bouch (1982, p.102): “Não se deve cometer o erro de fazer a criança aprender

verbalmente os nomes das diferentes partes do corpo sem relacioná-las a uma

experiência perceptiva suficiente.

O adulto precisa intervir nesse processo verbalizando, fazendo a criança

perceber,através da associação da palavra e do toque (sensação) o seu corpo.

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35

CONCLUSÃO

Com base nos resultados obtidos através do estudo realizado sobre a

construção da Imagem Corporal, verificou-se a importância da construção da

mesma no desenvolvimento psicomotor infantil.

Quanto maior forem os estímulos e as possibilidades de vivências de novas

experiências realizadas pela criança ao longo de sua vida, mais completa será a

sua formação do esquema corporal, principalmente sob o ponto de vista

psicomotor. As experiências corporais que determinam a Imagem corporal

contribuem para a formação de um esquema que refletirá na adolescência e na

vida adulta. Sua forma poderá até ser modificada, aperfeiçoada , mas apesar

dessas mudanças seus elementos da construção inicial serão preservados

Enfim, a criança que conhece bem o seu corpo tem um desenvolvimento motor

satisfatório e provavelmente, chegará através dele ao domínio do espaço e a uma

evolução afetiva harmoniosa.

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36

Bibliografia

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janeiro: Wak, 2003.

BEE,Helen. A criança em Desenvolvimento, trad. Rosane Amador Pereira, 3ª ed,

São Paulo: Harbra,1984. BUENO, Jocian Machado. Psicomotricidade teoria e

pratica: Estimulação, Educação e Reeducação psicomotora com atividades

aquáticas. São Paulo : Lovise, 1998.

DE MEUR e STAES, L. Psicomotricidade: Educação e Reeducação. São Paulo:

Manole, 1991.

LEVIN, Esteban. A função do filho: espelho e labirintos da infância, tradução de

Ricardo Rosencusch – Petrópolis Rio de Janeiro: Editora Vozes, 2001.

JERUSSALINSKY, Alfredo e seus colaboradores. Psicanálise e desenvolvimento

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Alegre, artes e ofícios, 1999.

LE BOUCH, Jean. O desenvolvimento psicomotor: do nascimento aos 6 anos.

Trad. Por Ana Guardiola Brizolara. Porto Alegre, Artes Médicas, 1982.

RAPPAPORT, Clara Regina. Psicologia do desenvolvimento, Clara Regina

Rappaport... et al; coord Clara Regina Rappaport. São Paulo: EPU,1989.

SCHILDER, Paul. A Imagem do Corpo: As energias construtivas da psique.

Tradução de Rosanne Wertman, 3ª ed. São Paulo, Martins Fontes, 1999.

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37

ÍNDICE

Página

Resumo 4

Introdução 7

Capitulo I 9

Desenvolvimento Infantil 9

1.1. Teorias do desenvolvimento 10

1.1.1. Segundo Freud 10

1.1.2. Segundo Piaget 13

Capitulo II 18

Desenvolvimento Psicomotor Infantil 18

Capitulo III 28

Imagem Corporal 28

3.1. Conceitos 28

3.2. A construção da imagem corporal na criança 29

Conclusão 35

Bibliografia 36