UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · O objetivo era chegar a um arranjo...

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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU INSTITUTO A VEZ DO MESTRE ESCRITÓRIO DE GERENCIAMENTO DE PROJETOS: O QUE É E SUA IMPORTÂNCIA NUMA EMPRESA Por: Ana Carolina Botafogo Silva Orientador Prof. Marcelo Saldanha Rio de Janeiro 2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

ESCRITÓRIO DE GERENCIAMENTO DE PROJETOS: O QUE

É E SUA IMPORTÂNCIA NUMA EMPRESA

Por: Ana Carolina Botafogo Silva

Orientador

Prof. Marcelo Saldanha

Rio de Janeiro

2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

ESCRITÓRIO DE GERENCIAMENTO DE PROJETOS: O QUE

É E SUA IMPORTÂNCIA NUMA EMPRESA

Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do

Mestre – Universidade Candido Mendes como

requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Gestão Empresarial.

Por: Ana Carolina Botafogo Silva

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AGRADECIMENTOS

Agradeço à minha família e amigos que

sempre estão do meu lado me

apoiando.

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RESUMO

Mundialmente as empresas têm investido na busca por melhores

métodos para a condução de seus projetos. Esta necessidade é observada

pelo crescente número de empresas que investem na capacitação de seus

funcionários em gerência de projetos e que planejam implantar ou já

implantaram um EGP – Escritório de Gerenciamento de Projetos, objetivando

criar estruturas responsáveis por: administrar, comunicar, treinar, dar suporte

às equipes dos projetos, inclusive fornecer informações que permitam a

tomada de decisão pela alta administração sobre quais projetos devam ser

desenvolvidos. Porém, também são observadas que muitas destas iniciativas

não têm alcançado o seu propósito. Uma das razões é que existe uma

diferença entre se aprender as boas práticas e a forma de implementá-las nas

organizações. Como não é suficiente dar treinamento a diversas pessoas sem

aptidão e exigir que elas exerçam o papel de gerente de projetos. A verdade é

que não existe uma receita absoluta, que resulte em 100% de sucesso, sendo

necessário ter pessoas qualificadas com o perfil desejado de gerente de

projetos e adaptar as boas práticas de forma que a empresa realmente as

utilize e consiga lucrar com o escritório.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................... 6

MUDANÇAS NO PERFIL PROFISSIONAL ......................................................................................... 6

CAPÍTULO I ............................................................................................................................................... 8

O PROJETO NA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL ........................................................................ 8

1.1. EVOLUÇÃO DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL ............................................................................................. 8

CAPÍTULO 2 ............................................................................................................................................ 14

MATURIDADE EM PROJETOS ........................................................................................................... 14

2.1 NECESSIDADE DE EVOLUIR........................................................................................................................... 14

2.2 MODELOS DE GERENCIAMENTO DE PROJETOS ........................................................................................... 14

2.3 MATURIDADE EM GERENCIAMENTO DE PROJETOS ..................................................................................... 15

CAPÍTULO 3 ............................................................................................................................................ 18

ESCRITÓRIO DE GERENCIAMENTO DE PROJETOS (EGP) ...................................................... 18

3.1. O QUE É UM ESCRITÓRIO DE PROJETOS? .................................................................................................... 20 3.2. ATRIBUIÇÕES DE UM ESCRITÓRIO DE GERENCIAMENTO DE PROJETOS ..................................................... 20

3.3. FUNÇÕES DE UM ESCRITÓRIO DE PROJETOS ............................................................................................... 21

3.4. QUEM SÃO OS CLIENTES DOS ESCRITÓRIOS DE GERENCIAMENTO DE PROJETOS? .................................. 23 3.5. QUAIS SÃO OS TIPOS DE ESCRITÓRIO DE GERENCIAMENTO DE PROJETOS? ............................................. 24 3.6. RAZÕES PARA IMPLEMENTAR UM ESCRITÓRIO DE GERENCIAMENTO DE PROJETOS ................................. 25

3.7. VANTAGENS E BENEFÍCIOS DE SE IMPLEMENTAR UM ESCRITÓRIO DE GERENCIAMENTO DE

PROJETOS 27

3.8. FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO ................................................................................................................. 29

3.9. COMO MANTER A SUSTENTAÇÃO DE UM EGP EM UMA ORGANIZAÇÃO? .................................................... 30 3.10. POSICIONAMENTO DO EGP NA ORGANIZAÇÃO ............................................................................................ 30

CONCLUSÃO .......................................................................................................................................... 33

BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................................................... 34

FOLHA DE AVALIAÇÂO ...................................................................................................................... 35

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INTRODUÇÃO

MUDANÇAS NO PERFIL PROFISSIONAL

O profissional de projeto está incorporando continuamente mais

funções, além da simples preocupação com o produto em si. O mercado está

concentrando no gerente de projetos todos os processos do projeto para

garantir a correta definição do produto e das necessidades que deve suprir.

Dentre os processos podemos citar: a definição estratégica, de tecnologia, de

negócio, de custos, além do design e configurações técnicas do produto já

comumente trabalhadas.

Empresas apoiadas em antigas culturas organizacionais acabam

forçando profissionais com comprovada e longa experiência técnica, baseada

em atividades de áreas de conhecimento específicas, a assumirem cargos de

coordenação, mesmo possuindo formação acadêmica defasada, sem

orientação adequada em gerência. Estes profissionais passam a acumular

funções, deixando de serem tão eficientes quanto antes, nas atividades as

quais se dedicavam, e muitas vezes, nem mesmo têm seus cargos

modificados, ganhando no máximo um adicional financeiro ou um apêndice a

sua descrição de cargo. O acúmulo inapropriado de funções acaba forçando o

erro aumentando a chance de insucesso dos projetos.

Gráfico 1 – Quantidade de profissionais responsáveis por projetos nas empresas nacionais.

7

Devido às mudanças cada vez mais rápidas no mundo dos negócios, a

profissão de gerente de projetos está crescendo a passos largos e sendo cada

vez mais necessária, requisitada e reconhecida nas organizações.

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CAPÍTULO I

O PROJETO NA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

1.1. Evolução da Estrutura Organizacional

De forma a aumentar a eficiência, descentralizar a autoridade e a

responsabilidade e trazer o controle das empresas para mais próximo dos

gerentes, os teóricos organizacionais desenvolveram várias maneiras de dividir

a Organização em subunidades. O objetivo era chegar a um arranjo ordenado

de partes organizacionais interdependentes, as quais convencionou-se chamar

de departamentos.

O processo de divisão da estrutura organizacional em departamentos,

recebe o nome de departamentalização, e surge como parte integral do

processo de delegação do poder e sua respectiva autoridade. Entre os

sistemas de departamentalização mais usados, estão:

§ Departamentalização Funcional: onde as unidades organizacionais são

definidas com base na especialização e tarefas comuns aos diversos

setores, como financeiro, engenharia, e produção;

§ Departamentalização por Produto: organizando-se em unidades

independentes responsáveis por um grande produto ou uma linha de

produtos;

§ Departamentalização por Cliente: situação em que as unidades

organizacionais são projetadas em torno de grupos de clientes e suas

respectivas necessidades;

§ Departamentalização Territorial: estrutura com pessoas localizadas em

unidades baseadas em linhas geográficas, por exemplo, um

Departamento de Marketing exclusivamente voltado para a Região

Sudeste;

§ Departamentalização por Processo: onde pessoas e recursos são

alocadas de acordo com o fluxo de trabalho, como em uma refinaria de

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óleo.

1.2.1. Estrutura Funcional

A Estrutura Funcional é uma organização clássica e existente desde a

época da revolução industrial, que possui maior eficiência na indústria, como as

de grandes montadoras, que se concentram em atividades funcionais de

produção.

A organização funcional é aquela claramente dividida em áreas de

conhecimento ou departamentos, e que define uma hierarquia clara nessas

áreas. É aquela empresa que possui um departamento de engenharia, um de

produção, um financeiro, um de informática, etc. Cada um destes

departamentos possui um Gerente Funcional que coordena profissionais

especializados exclusivamente na sua área de conhecimento. Além disso, todo

mundo em uma organização funcional possui somente um gerente que que é

subordinado a um gerente geral, que se reporta a um diretor e assim por diante

sem interferência direta de outros chefes de mesma hierarquia.

1.2.1.1 Gerênciando Projetos em Organizações Funcionais

Este é um ambiente bastante árido para o Gerenciamento de projetos,

porque:

a) Projetos interdepartamentais são virtualmente inexistentes. O

máximo que se consegue é que cada departamento trate o projeto como uma

atribuição interna e a interface entre eles seja feito pelos gerentes;

b) O gerente de projetos tem pouca ou nenhuma autoridade: seu poder

é literalmente esmagado pelos gerentes funcionais;

c) Os funcionários não priorizam projetos, porque no fundo são

avaliados pela sua performance no trabalho operacional (que é o foco real

deste tipo de empresa). É muito comum haver atrasos justificados por "ocorreu

uma emergência na minha área". Isso acontece também porque normalmente

esses funcionários não são alocados em projetos em tempo integral. Aliás,

esse também é o caso do gerente de projetos;

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d) Na verdade, normalmente em organizações funcionais não existe a

posição de "gerente de projetos". O comum é alocar um funcionário que é um

técnico reconhecido na área de atuação do projeto e indicá-lo como "expedidor

de projetos", e o que é pior, praticamente sem autoridade e alocado nesta

função em tempo parcial.

Figura 1 – Estrutura Funcional

No final da década de 1950 e nos primeiros anos da década de 1960,

estas formas tradicionais de organização dos recursos, estavam provando-se

inadequadas para integrar atividades organizacionais muito diferentes, que em

muitas situações eram necessárias ao Gerenciamento de projetos complexos e

com características temporárias. Experimentos com formas alternativas e mais

flexíveis de organização foram realizadas, e o resultado foi a união da estrutura

funcional, com a adaptabilidade do Gerenciamento de projetos.

1.2.2. Estrutura Projetizada

No extremo oposto ao da Estrutura Funcional se encontra a

organização com Estrutura Projetizada, como mostrado na figura. Numa

organização com esse tipo de estrutura projetizada, os membros das equipes

freqüentemente trabalham juntos, num mesmo local físico. A maioria dos

recursos da organização está envolvida em projetos e os gerentes de projeto

têm grande autoridade e independência. Organizações com Estrutura

Projetizada normalmente possuem unidades organizacionais denominadas

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departamentos. Entretanto, estes departamentos ou se reportam diretamente

ao gerente de projeto, ou fornecem serviços de suporte aos diversos projetos

existentes. A grande maioria do staff é alocado em tempo integral como

integrantes das equipes destes projetos.

Figura 2 – Estrutura Projetizada.

1.2.2.1 Gerênciando Projetos em Organizações Projetizadas

É a estrutura em que o Gerente de Projetos tem mais poder, mas em

compensação, algumas vezes não tem estabilidade empregatícia, sendo

muitos deste contratados temporariamente só para administrar projetos

específicos.

• Os recursos são dedicados para cada projeto, evitando que o

Gerente de Projetos entre em conflito com outros gerentes;

• Maior liberdade para contratação e alocação de profissionais;

• Maior autoridade do Gerente de Projetos se reportando somente

ao cliente ou diretoria;

• O Gerente de Projetos pode definir novas hierarquias dentro dos

projetos.

1.2.3. Estrutura Matricial

A matriz organizacional, evoluiu essencialmente como uma rede de

interações entre as equipes de projeto e os elementos funcionais tradicionais.

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Especificamente, a Departamentalização Matricial caracteriza-se pela fusão

entre a Departamentalização Funcional com a Departamentalização de Projeto

ou Produto. Na Departamentalização Matricial, uma equipe de trabalho é

estabelecida e cruza as fronteiras organizacionais. Um gerente de projeto é

definido para cada projeto, e estes são geridos como atividades distintas,

focadas em seus objetivos. Os problemas de coordenação que atormentam

outras estruturas de projetos, são minimizados pela Departamentalização

Matricial, pois as pessoas mais importantes para se atingir um objetivo,

trabalham em grupo com hierarquia definida na matriz de projetos. Nesta

estrutura, as pessoas permanecem vinculadas as suas respectivas unidades

funcionais e movimentam-se na organização apenas para desenvolver um

determinado projeto.

Este organismo dinâmico permite o reaproveitamento das equipes de

trabalho, pois os projetos acontecem em grande quantidade e os profissionais

seguem de um para o outro, desempenhando diferentes papeis em cada um

deles, de acordo com sua especialização e as habilidades necessárias a cada

empreendimento. A grande vantagem que existe nesta abordagem, é que são

otimizados recursos e especialistas, pois finalizada a fase de projeto - enquanto

o produto final segue para a produção - estes profissionais retornam aos seus

respectivos órgãos funcionais, ou são remanejados para novos projetos.

Figura 3 – Estrutura Matricial.

1.2.3.1 Gerênciando Projetos em Organizações Matriciais

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Esta estrutura é mais amigável para a realização de projetos do que a

funcional. No entanto, ainda há cuidados a serem tomados:

• Os recursos devem ser bastante negociados para serem obtidos;

se você opera numa matriz balanceada, isso costuma levar à conflitos mais

difíceis porque sua autoridade será igual a de um gerente funcional;

• A identificação de stakeholders (aqueles diretamente envolvidos

no projeto ou diretamente afetados por seu resultado) e seu Gerenciamento

devem ser mais cuidadosos e demanda mais trabalho;

• Normalmente, na maior parte das organizações matriciais você

não terá problemas em alocar a equipe em tempo integral para o projeto, nem

em realizar empreendimentos que envolvam vários departamentos;

• A não ser que você opere em uma matricial fraca, normalmente o

cargo de gerente de projetos e seu plano de carreira é bem definido. A

empresa pode contar inclusive com um EGP (Escritório de Gerenciamento de

Projetos).

1.2.4. E qual é a melhor estrutura?

Depende do foco da empresa. A estrutura matricial vem se mostrando

eficiente para grande parte dos casos, porém uma empresa fortemente focada

em trabalho operacional (digamos, uma montadora de automóveis ou um call

center) provavelmente funcionará melhor assumindo a estrutura funcional; uma

empresa orientada a projetos como uma desenvolvedora de software ou uma

agência de publicidade deve considerar ter ao menos seu departamento de

produção operando de forma projetizada. O tipo de estrutura varia muito de

acordo com o setor da organização.

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CAPÍTULO 2

MATURIDADE EM PROJETOS

2.1 Necessidade de Evoluir

A competitividade acirrada das empresas atualmente exige resultados

reais e mensuráveis. No Brasil, que devido a sua própria história e cultura, se

valoriza e privilegia os produtos estrangeiros em detrimento aos nacionais, há

uma maior resistência para o investimento em processos investigativos e

experimentais, pois acredita-se que estes não trazem resultados rápidos,

compensatórios ou tangíveis.

Só através da adoção de metodologias que possibilitem quantificar os

resultados do trabalho de Projetos poderemos fazer com que haja um

programa contínuo de desenvolvimento de novas soluções adequadas a

realidade nacional.

A grande verdade é que a Gerência de Projetos é a única forma de

reter e evoluir com o conhecimento. Isto possibilita que os processos fiquem

cada vez mais rápidos e que as soluções sejam mais criativas e adequadas.

Quando não há um controle dos processos de desenvolvimento de um produto

sempre se está começando do zero.

2.2 Modelos de Gerenciamento de Projetos

Segundo BORJA de MOZOTA (2002) empresas de modelos clássicos

de gestão têm receio da adoção integral do Projeto dentro da estratégia

institucional devido à sua capacidade de modificar a rotina.

Isso ocorre porque mudanças implicam em risco que pode trazer tanto

oportunidades como ameaças. Mas é justamente o conhecimento reunido pela

Gerência de Projetos que pode capacitar a empresa a aproveitar as

oportunidades que aparecem e sobrepujar ou reverter às ameaças em

oportunidades.

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O objetivo do Gerenciamento de projetos é garantir o cumprimento do

escopo, dos prazos, dos custos e da entrega dos produtos com a qualidade

esperada pelo cliente.

A Gerência de Projetos, portanto, consiste na coordenação de todos os

projetos e programas da organização de forma articulada e interdependente

visando respaldar os objetivos estratégicos do negócio.

2.2.1 Características de um bom modelo de Gerência de Projetos:

§ Desenvolvimento contínuo das práticas de GP;

§ GP aderentente à estratégia organizacional;

§ Ser escalável;

§ Permitir medição objetiva dos resultados;

§ Incentivar o envolvimento da alta administração;

§ Incentivar a interação e aprimoramento dos stakeholders;

§ Competência na gestão estratégica do portfólio.

Para CHAVES e PIBERNAT (1989) deve haver um compromisso da

direção da empresa com as estratégias de inovação, integrando o projeto à

empresa. O PMBOK expõe a necessidade de haver uma maior maturidade das

empresas no Gerenciamento de projetos para que adquira vantagens

estratégicas diante da concorrência.

2.3 Maturidade em Gerenciamento de Projetos

A Maturidade em Gerência de Projetos, consiste no desenvolvimento

de sistemas e processos afim de repeti-los com sucesso, na forma e tempo

certos e principalmente preservando a qualidade de seu foco estratégico,

abrindo caminho para que haja uma melhor integração de todas as áreas da

empresa na busca de resultados complementares e objetivos comuns. Para

tanto, deve-se implantar um Gerenciamento de Programas, que consiste num

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grupo de projetos gerênciados de maneira coordenada para obtenção de

benefícios que não poderiam ser alcançados se gerênciados individualmente.

Os níveis de maturidade podem variar muito de organização para

organização, ainda que sejam do mesmo ramo. Até organizações com níveis

muito altos de maturidade podem evoluir, mas é fundamental que seja feita

uma análise para aplicar corretamente seus investimentos em gerência de

projetos. Quanto mais madura a empresa, menos dinheiro se gasta em

gerência de projetos.

Empresas com bons níveis de maturidade têm resultados de projeto

mais previsível e a cada passo avançado pode melhorar a performance, reduzir

gastos em Gerenciamento de projetos e reduzir o tempo necessário para

conclusão de um projeto. Estas vantagens se convertem em valor agregado

para o projeto e para a empresa.

Figura 4 - Cadeia de Valor.

De acordo com o Estudo de Benchmarking de 2008, a maioria das

organizações estão no nível 2 de maturidade, como mostra o gráfico abaixo.

Gráfico 2 – Percentual de Organizações por nível de maturidade.

Isso representa uma mudança significativa já que de acordo com o

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Estudo de Benchmarking de 2006 38%, ou seja a maioria estava no nível 1 e

somente 27% no nível 2.

A forma mais estruturada de se investir em maturidade é através de

um Escritório de Gerenciamento de Projetos (EGP), que possui profissionais

especializados e dedicados à gerência de projetos e que articulam esforços

para implantar metodologias e procuram realizar o alinhamento dos projetos

com a estratégia organizacional.

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CAPÍTULO 3

ESCRITÓRIO DE GERENCIAMENTO DE PROJETOS

(EGP)

A Gerência de Projetos é a uma das formas mais eficazes de reter e

evoluir com o conhecimento dentro da organização, possibilitando que os

processos fiquem cada vez mais ágeis e que as soluções sejam mais criativas

e adequadas. A falta de processos adequados e padronizados de

Gerenciamento de projetos são, muitas vezes, culpados pelos altos índices de

insucesso em projetos.

É neste cenário que surge o Escritório de Gerenciamento de Projetos

(EGP) como um elemento organizacional formal responsável por fornecer a

infra-estrutura necessária para o Gerenciamento de diversos projetos,

priorizando e objetivando a redução de falhas. O sucesso do Escritório de

Gerenciamento de Projetos é garantido na medida em que ele começa a ser

reconhecido como uma autoridade no assunto e considerado parte da estrutura

organizacional.

Alguns autores (PRADO, 1999) indicam o surgimento do Escritório de

Gerenciamento de Projetos na década de 50, início de 1960. Outros apontam

seu surgimento na década de 30 e até mesmo em 1857, com a obra de

Judah's "A Pratical Plan for Building The Pacific Railroad."

A evolução do EGP sempre esteve associada às inovações

tecnológicas que, junto com as ferramentas de administração, fortaleceu os

EGP’s.

São vários os motivos pelos quais as organizações vêm

implementando Escritórios de Projetos. Algumas para resolver problemas de

insucesso dos seus projetos, outras o fazem simplesmente por "modismo". Na

verdade o papel do EGP cresce nas organizações por uma serie de motivos,

entre eles, o boom da quantidade de projetos compondo a Carteira e a

importância que os novos projetos assumem na busca de atingir metas

empresariais.

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O EGP também pode ter uma importância executiva através dos

serviços prestados, como: integração de multi-projetos, Gerenciamento de

portfólio de projetos e auxílio na governança corporativa, Gerenciamento de

recursos da empresa como um todo, interface dos projetos com os resultados

da empresa e sistemas de gestão empresarial.

A quantidade de EGP’s nas organizações tem aumentado a cada ano.

De acordo com o Estudo de Benchmarking, o percentual de organizações que

não tem um EGP caiu de 49%, em 2004 para 36% em 2008, como mostra os

gráficos abaixo.

Gráfico 3 - Dados de 2008 Gráfico 4 – Dados de 2004

Mesmo oferecendo tantos benefícios para as organizações, o EGP

pode ainda ser visto como uma ameaça em algumas organizações.

Geralmente, o motivo para isso é a cultura organizacional.

Qualquer mudança impacta na questão cultural e na alteração de

modelos mentais. É preciso um esforço grande para primeiro entender estes

padrões, as pessoas envolvidas e criar mecanismos para romper os

paradigmas. As pessoas devem entender as mudanças como um

desenvolvimento organizacional.

Essa resistência às mudanças ocorre porque implicam em assumir

riscos, que pode trazer tanto oportunidades como ameaças. Mas é justamente

o conhecimento reunido pela Gerência de Projetos que pode capacitar a

20

empresa a aproveitar as oportunidades que aparecem e sobrepujar ou reverter

às ameaças em oportunidades

3.1. O que é um Escritório de Projetos?

Existem inúmeras definições para um Escritório de Projetos, porém a

mais comum é uma entidade organizacional que atende todos os envolvidos

nos projetos da organização, inclusive os gerentes de projeto.

Eles dão orientação e apoio que permite a organização desenvolver e

implementar seus projetos de forma mais eficiente, eficaz e efetiva possível,

perpetuando o Gerenciamento de projetos através de toda empresa.

Ele é o ponto focal que permite uma gestão do portfólio de projetos de

uma empresa ou de um setor.

3.2. Atribuições de um Escritório de Gerenciamento de

Projetos

É extremamente importante que a seleção das atribuições seja bem

feita nos estágios iniciais de implementação do escritório de projetos, senão ele

pode acabar se tornando um elemento burocrático e pouco produtivo. As

atribuições têm que estar alinhadas com o tipo de EGP que será implantado.

Pode-se começar fazendo uma análise preliminar da situação dos projetos da

empresa indicando onde os maiores ganhos serão obtidos.

Algumas atribuições são comuns na maioria dos EGP’s, sendo elas:

alinhamento às estratégias organizacionais, desenvolvimento de metodologia

de Gerenciamento de projetos, suporte administrativo, Gerenciamento da base

de conhecimento, implantação e monitoramento das melhores práticas,

consultoria e mentoring, auditoria, disponibilização de pessoal especializado,

treinamento, assessoria aos gerentes de projeto e assessoria à alta

administração.

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3.3. Funções de um Escritório de Projetos

Uma empresa pode desenvolver inúmeras funções no seu Escritório de

Projetos, como por exemplo, controle, coaching, estruturação, project

intelligence e gestão de recursos, mas nem todas as empresas necessitam de

todas estas funções para otimizar seus resultados. As funções são

desempenhadas de acordo com as necessidades da organização. O EGP tem

que agir de forma pró-ativa para garantir que isto aconteça.

Dependendo do nível de maturidade da organização assim como o

gerentes de projetos, o EGP acumula funções, responsabilidade e aumentam

sua participação no desenvolvimento da estratégia organizacional.

São funções típicas de um Project Office completo:

a) Apoio Administrativo ao Projeto.

§ Atualização de cronogramas;

§ Manutenção do controle de horas;

§ Coleta de dados, produção e distribuição de relatórios;

§ Manutenção de uma sala tipo “sala de guerra" ou "sala de

visibilidade”;

§ Serviços de gestão e arquivamento de documentos do projeto.

(propostas, ordens de mudanças, controle de horas, orçamentos,

cronogramas, dados relacionados às pessoas)

§ Manutenção de histórico do projeto

§ Operação de ferramentas computacionais do projeto

b) Desenvolvimento de Métodos e Padrões para Geração de Métodos e

Procedimentos associados a:

§ Montagem de propostas;

§ Avaliação de riscos;

§ Desenvolvimento de WBS (Estruturas de Decomposição do Trabalho

do projeto, identificando as atividades previstas para os projetos);

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§ Elaboração de programação de uso de recursos humanos e físicos;

§ Elaboração de cronogramas;

§ Negociação e alocação de recursos;

§ Gerenciamento de contratos de serviços e de suprimentos;

§ Fechamento administrativo e técnico do projeto;

§ Desenvolvimento de formulários padrão;

§ Procedimentos para a gestão da comunicação do projeto;

§ Gestão de documentos dos projetos.

c) Consultoria e Mentoring:

§ Consultoria e apoio no desenvolvimento de propostas;

§ Apoio no início das atividades no planejamento de novos projetos;

§ Consultoria interna com atendimento imediato a problemas em

projetos;

§ Levantamentos e avaliações de riscos;

§ Apoio em projetos com problemas;

§ Mentoring para/com a alta gerência.

d) Treinamento:

§ Desenvolvimento de ementas e conteúdos de cursos demandados,

tanto específicos em Gerenciamento de projetos como de áreas

correlatas como negociação, desenvolvimento de equipes de alta

performance, dentre outros;

§ Desenvolvimento de treinamentos com instrutores internos e

externos;

§ Identificação de fornecedores de treinamento de interesse aos

projetos.

§ Apoio à área de treinamento da empresa para a identificação,

contratação e realização de cursos.

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e) Apoio ao Desenvolvimento dos Gerentes de Projeto e sua equipe

§ Descrição de cargos do pessoal alocado em projetos;

§ Alocação da pessoa certa p/ o cargo certo no momento certo;

§ Critérios para contratação de gerentes e equipe de projetos;

§ Apoio na contratação de profissionais necessários aos projetos;

§ Avaliação do desempenho dos gerentes de projeto e sua equipe;

§ Identificação de níveis salariais oferecidos no mercado p/

profissionais de projetos nos seus diferentes níveis de competência e

experiência.

O Estudo de Benchmarking de 2008 revelou que as funções que

os EGPs mais desempenham nas organizações são definição de

metodologia e suporte à ferramenta de GP. (Gráfico 5)

Gráfico 5 – Funções dos EGPs nas organizações em 2008.

3.4. Quem são os clientes dos Escritórios de

Gerenciamento de Projetos?

a) Alta administração: precisa das informações gerênciais dos projetos

para decisões estratégicas;

b) Gerentes funcionais: demandam projetos para suas áreas ou que

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compartilham recursos entre atividades diárias da sua área e projetos;

c) Gerentes de projetos: gerênciam projetos, alocam equipes e exercem

todas as funções de Gerenciamento de projetos desde concepção até

encerramento;

d) Equipes dos projetos: são alocados aos projetos e realizam atividades

dos projetos e das suas áreas funcionais e precisam ter conhecimento e

informações sobre os projetos assim como devem reportar andamento

das suas atividades.

3.5. Quais são os tipos de Escritório de Gerenciamento de

Projetos?

De acordo com a literatura especializada, existem vários modelos e

funções que um EGP pode assumir, mas não existe uma estrutura padrão que

atenda a todas as necessidades. A organização escolherá a que melhor atende

às suas necessidades

Existem duas maneiras de classificar os tipos de EGP. A primeira é

pela sua posição organizacional e a segunda é baseada em suas atribuições.

3.5.1. Classificação pelas suas atribuições:

Dinsmore (2000) apresenta um modelo com quatro tipos de EGP.

a) PSO - Project Support Office:

Atua principalmente como apoio a vários gerentes de projeto

que utilizam seus serviços. A responsabilidade pelo sucesso do projeto não

é do PSO e sim do gerente do projeto.

b) PMCE - Project Management Center of Excellence:

Tem como foco a utilização de metodologias e competências

corretas na administração dos projetos, desenvolvendo o conhecimento da

administração de projetos dentro da organização.

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c) PMO - Project Management Office:

Este tipo de EGP assume responsabilidade pelos resultados dos

projetos.

d) CPO - Chief Project Officer:

É autoridade central para os projetos, suas atribuições são

diretamente ligadas à estratégia da organização.

3.5.2. Classificação pela sua posição organizacional:

a) Escritório de projeto “por projeto” ou autônomo

É desenhado e concebido para um programa, projeto ou iniciativa

única que geralmente são projetos estratégicos da empresa ou de alta

complexidade. Sua estrutura é específica objetivando gestão e alto controle.

É separado das operações da empresa e tem responsabilidade total sobre o

sucesso do projeto.

b) Escritório de Projetos Departamental

No Brasil, a maioria dos escritórios de projetos é deste tipo e

predominante dos setores de Tecnologia da Informação. Este tipo de

escritório de projetos atende a uma área de negócio ou funcional.

c) Escritório de Projetos Corporativo

É desenhado e implementado para atender a todos os setores

da organização. Tem um repositório de informações sobre portfólio de

projetos para tomada de decisões e permite a empresa acompanhar e

validar a implementação de sua estratégia.

3.6. Razões para implementar um Escritório de

Gerenciamento de Projetos

Como foi dito anteriormente, algumas empresas implementam um

escritório de projetos por puro modismo, enquanto outras alinham sua

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estratégia corporativa a essa estrutura. Ele tem se mostrado importante para

empresas que gerênciam múltiplos projetos simultaneamente, abrandando o

trabalho dos gerentes de projetos. Mas o maior benefício do EGP ocorre

quando ele é considerado um importante repositório de informações para

tomada de decisões gerênciais.

Existe um consenso na literatura de que os desvios de prazo e custos

são as principais razões para se implementar um EGP (PATAH e CARVALHO,

2003; PRADO, 203). Outros motivos são:

a) Para estabelecer métricas para projetos que as empresas já fazem no

nível operacional. O ideal é que a contabilidade e custeio dos projetos sejam

integrados ao da empresa, mudando radicalmente o seu modelo de gestão. O

escritório de projetos pode permitir esse alinhamento entre os resultados dos

projetos e os de negócios.

b) Para estabelecer metodologias e padronizar processos, ciclo de vida,

procedimento, etc. Isso contribui para a homogeneidade dos resultados e

criação de um histórico e uma base de conhecimento.

c) Desenvolver o profissional de gerentes de projetos, criando uma

carreira, treinamento e dando suporte a eles.

d) Permitir governança corporativa dos programas e projetos. O EGP é

importante instrumento para tomada de decisões para a alta administração da

empresa.

O gráfico abaixo representa a perspectiva quanto a iniciativa de

implemetação de um EGP. (Estudo de Benchmarking, 2008)

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Gráfico 6 - Perspectiva quanto a iniciativa de implementação de um EGP em 2008.

3.7. Vantagens e Benefícios de se implementar um

Escritório de Gerenciamento de Projetos

a) Aumenta a probabilidade de sucesso dos projetos, ajudando na

implementação de boas práticas e contribuindo para redução de custo;

b) Atinge metas estratégicas e financeiras da empresa;

c) Elabora relatórios gerênciais diversos, que antes eram responsabilidade

do gerente de projeto, com adequado nível de detalhe, tais como relatórios

detalhados de folga, relatório mensal de progresso etc;

d) Ter sempre informação financeira disponível para atrasar ou acelerar

projetos;

e) Ter processo para alocar recursos e desenvolver capacitações sobre

assuntos específicos ao Gerenciamento de projetos;

f) Uniformização de ferramentas, formulários, técnicas e termos de

Gerenciamento de projeto;

g) Aumento da taxa de sucesso dos projetos quanto a tempo, custo,

requisitos e qualidade com impacto direto na capacidade de trabalho da

organização

h) Maior alinhamento entre o planejamento estratégico e o Gerenciamento

de projetos;

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i) Disponibilização de informações sobre projetos para a tomada de

decisões da alta administração;

j) Libera horas do gerente de projetos de atividades rotineiras de coleta e

registro e distribuição de informações para que possam de fato se dedicar ao

Gerenciamento em si, assim os gerentes de projeto podem apresentar mais

resultado;

l) Identifica desvios entre previsto e realizado, liberando essas informações

ao gerente de projetos que possa assim mapear com antecedência possíveis

problemas que possam ocorrer no decorrer da execução;

m) Ao manter um histórico confiável dos trabalhos, permite identificar riscos

que tenham ocorrido bem como as contramedidas tomadas de modo a

sintetizar essas ocorrências em novos procedimentos que permita gerênciar

riscos;

n) Disponibilizar histórico do desenvolvimento dos projetos passados e

andamento permitindo inferência para um novo trabalho;

o) Permite continuidade do acompanhamento financeiro, contratual dos

projetos com a programação das atividades financeiras e dos eventos

contratuais e seu controle efetivo;

p) Evidencia as tendências de conclusão do projeto para um horizonte de

curto, médio e longo prazo, para todos os projetos em andamento;

q) Permite um desenvolvimento acelerado das pessoas envolvidas, pois

potencializa suas habilidades ao se apoiar numa metodologia de uso comum;

r) Benefícios para a Alta Administração:

• Compatibilidade entre propostas e realidade

• Informação útil e disponibilidade do portfólio de projetos

• Controle de mudanças

s) Benefícios para o Cliente:

• Melhores projetos levando a mais e melhores experiências e maior

satisfação

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• Novo ponto de contato

• Redução de ameaças e do retrabalho

• Garantia de qualidade

t) Benefícios para os Gerentes de Projetos

• Referência consistente para práticas de gerência de projetos

• 2º nível de suporte

• Compartilhamento de linguagem, melhores práticas e problemas

• Planejamento de capacitação e carreira

u) Benefícios para a organização

• Alinhamento com a estratégia de negócios

• Gestão da propriedade intelectual

• Projetos mais previsíveis

• Crescimento baseado em maior lucratividade

• Melhoria contínua da performance (Maturidade)

3.8. Fatores críticos de sucesso

A implementação de um EGP pode ocasionar um forte impacto na

forma como os projetos são gerênciados. Para amenizar esse impacto é

preciso contar com o apoio da alta administração. Este é identificado pela

maioria das organizações como o principal fator crítico de sucesso. Segundo

Dinsmore (2002), o insucesso da implementação está em fatores como:

ausência de pressão externa; ausência de insatisfação interna; e ausência de

um plano viável. Com certeza o apoio da alta administração no momento inicial

de implantação do EGP é fundamental, mas o que garante sua continuidade é

a satisfação dos clientes. Alguns fatores podem facilitar o sucesso na

implementação de um EGP, são eles:

§ Tratar a implementação como um projeto;

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§ Dividir a implementação em fases;

§ Manter um canal de comunicação eficaz com todos os interessados;

§ Comunicar objetivos e sucessos atingidos pelo EGP (mostrar impacto

positivo na "entrega" dos projetos);

§ Aproveitar o conhecimento que já existe na organização;

§ Focar os principais problemas da organização;

§ Realizar teste piloto das metodologias desenvolvidas;

§ Ter apoio e reconhecimento dos gerentes funcionais;

§ Ter patrocínio da alta administração;

§ Fazer um trabalho de conscientização de toda organização;;

§ Criar equipes motivadas e capacitadas.

3.9. Como manter a sustentação de um EGP em uma

organização?

Continue buscando meios para melhorar a performance dos projetos. É

importante analisar atentamente o ambiente de trabalho e identificar as

oportunidades e ameaças. Procurar implementar processos e ferramentas de

uso comum que promovam integração e melhor comunicação entre os seus

clientes e por fim, fazer uma análise qualitativa e quantitativa do EGP a cada 6

meses.

3.10. Posicionamento do EGP na organização

Dentro da estrutura organizacional o EGP pode ter diversos tipos de

posicionamento, existem dois modelos mais conhecidos descritos a seguir:

a) Abordagem Kerzner

§ Modelo Nível 1 - Funcional Project Office

Gerência as necessidades e recursos específicos de uma área.

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§ Modelo Nível 2 – Customer Groups Project Office

Gerência um grupo de projetos visando conciliar necessidades e

otimizar recursos.

§ Modelo Nível 3 – Corporate Project Office

Gerência todos os projetos da empresa e a visibilidade destes ao

negócio de forma estratégica.

b) Abordagem Casey-Wendi

§ Modelo Estação Meteorológica

Acompanhamento sem influência nos projetos e reporte do andamento,

gastos e riscos dos projetos para a alta administração auxiliando a tomada de

decisões. Permite comparação e identificação de melhores práticas e também

define parâmetros, freqüência, formato e ferramentas para reporte.

§ Modelo Torre de Controle

Define, divulga e aperfeiçoa padrões de Gerenciamento de projetos

para uso comum e inerente a todos os projetos. É responsável por passar

todas as instruções para todas as fases do projeto minimizando, assim,

acidentes com projetos. Este modelo trata o Gerenciamento de projetos como

um processo de negócio e realiza a auditoria da aplicação destes.

§ Modelo Pool de Recursos

Realiza a contratação, desenvolvimento, alocação e formas de

retenção

dos profissionais de projeto. Também é responsável por manter um banco de

dados com experiências e habilidades desses profissionais.

O PMO é responsável por desenvolver uma série de documentações e

prestar serviços para todas as áreas da organização se enquadrando dentro de

uma típica Estrutura Organizacional Matricial.

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Figura 5 – Exemplo de Estrutura Matricial com PMO

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CONCLUSÃO

Vimos neste trabalho a evolução da conscientização por parte das

empresas em obter um método eficaz para a condução de seus projetos.

Necessidade esta, diretamente ligada a forte concorrência do mercado global,

onde o menor tempo, custo e qualidade do projeto entregue, são fatores

diferenciais e alavancadores de resultados.

Com o aprimoramento dos métodos, vimos que a Gerência de Projetos

através da implementação de um Escritório de Projetos tem obtido êxito,

quando bem planejado, acelerando o processo de maturidade nas empresas.

Mas nem sempre as ações são bem planejadas. Processos de mudanças

comportamentais, dependendo do grau de maturidade da empresa, podem

acarretar em resistências indesejáveis. Funcionários treinados inicialmente,

mas que não possuem acompanhamento, podem desempenhar um papel

aquém das suas novas atribuições.

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BIBLIOGRAFIA

A Guide to the Project Management Body of Knowledge. Newtown Square: Project Management Institute, 2004. BORJA DE MOZOTA, Brigitte. Design Management. Paris: Éditions d´Organisation, 2002. CARNEIRO, Margareth; CRAWFORD, J. Kent. PMO- Project Management Office: Por que implementar?. Mundo PM. P. 34-39. CHAVES, N.; PIBERNAT, O. La gestión del diseño. Madrid: Editorial Pigmalión (Manuales IMPI -Instituto de la Pequeña, Mediana Empresa Industrial), 1989. DINSMORE, P.C. Sixteen reasons not to implement a Project Office. PM Network, fevereiro 2002. DINSMORE, P.C. Project office: does one size fit all? PM Network, abril 2000. Estudo de Benchmarking em GP Brasil 2006. Rio de Janeiro: Parceria entre PMI-Rio e PMI-DF -Disponibilizado para a comunidade a edição de 2006. Participaram deste estudo 183 importantes organizações de diversos setores econômicos. Estudo de Benchmarking em GP, Brasil, 2008. PATAH, L.A; CARVALHO, Marly Monteiro de. O processo de implementação de um project management office. Seminário de gestão de projetos - Sucesu. São Paulo, 2003. PRADO, D. Gerenciamento de projetos nas organizações. Belo Horizonte:

EDG,2003.

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FOLHA DE AVALIAÇÂO

Nome da Instituição: Universidade Candido Mendes - Instituto a Vez do

Mestre

Título da Monografia: Escritório de Gerenciamento de Projetos: o que é e

sua importância numa empresa.

Autor: Ana Carolina Botafogo Silva

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