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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE PSICOPEDAGOGIA : QUAL A SUA IMPORTÂNCIA NO PROCESSO ENSINO- APRENDIZAGEM? Por: CHRISTIAN KELLY DO NASCIMENTO SILVA Orientador Prof. Ms. Marco A. Larosa Rio de Janeiro 2004

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

PSICOPEDAGOGIA :

QUAL A SUA IMPORTÂNCIA NO PROCESSO ENSINO-

APRENDIZAGEM?

Por: CHRISTIAN KELLY DO NASCIMENTO SILVA

Orientador

Prof. Ms. Marco A. Larosa

Rio de Janeiro

2004

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

PSICOPEDAGOGIA:

QUAL A SUA IMPORTÂNCIA NO PROCESSO ENSINO-

APRENDIZAGEM?

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como condição prévia para a

conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato

Sensu” em Psicopedagogia.

Por: . CHRISTIAN KELLY DO NASCIMENTO

SILVA

3

AGRADECIMENTOS

A Deus por Ter iluminado meu

caminho para que eu conseguisse

chegar até aqui com êxito, aos meus

pais por me ajudarem de todas as

formas, ao meu marido que revisava

meus trabalhos e a minha madrinha

que por Ter grande experiência na

área da educação, me ajudou

bastante.

4

DEDICATÓRIA

.....Dedico este trabalho a todos que

me ajudaram voluntária e

involuntariamente para a realização

deste trabalho acadêmico, apresentado

ao curso de psicopedagogia como

exigência parcial para a aprovação.

5

RESUMO

A psicopedagogia é um campo de atuação nas áreas de Educação e

Saúde que lida com processo de aprendizagem humana; seus padrões

normais e patológicos, considerando a influência do meio: família, escola e

sociedade, no deu desenvolvimento. È de natureza interdisciplinar, e utiliza

recursos das várias áreas do conhecimento humano para a compreensão do

ato de aprender, utilizando métodos e técnicas próprias. A intervenção

psicopedagógica é sempre da ordem do conhecimento relacionado com o

processo de aprendizagem.

Mediante a uma série de dificuldades encontradas pelos educadores,

foi necessário realizar este trabalho para demonstrar através de uma teoria

educacional e psicopedagógica a importância da aprendizagem e os papéis

da família e da escola rumo ao encontro do sucesso escolar do educando.

6

METODOLOGIA

Esta monografia foi desenvolvida através de trabalho de pesquisa,

bibliográficas em diversos livros, visando essencialmente uma melhor

compreensão da Psicopedagogia no processo ensino-aprendizagem.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 9

CAPÍTULO I – FUNDAMENTOS PSICOPEDAGÓGICOS 11

1.1 – Histórico 12

1.2 - Objeto de Estudo da Psicopedagogia 15

1.3 - A Psicopedagogia na Instituição de Ensino 17

1.4- Princípios Teóricos Norteadores 20

CAPÍTULO II - CAMPO DA ATUAÇÃO PROFISSIONAL 25

2.1- O psicopedagogo no contexto educacional 27

2.2- Diagnóstico psicopedagógico 31

2.3- O psicopedagogo clínico 33

CAPÍTULO III – ABORDAGEM PSICOPEDAGÓGICA DA APRENDIZAGEM 38

3.1- A teoria do vínculo e aprendizagem 38

3.2- A integração família / escola 40

3.3- A prevenção das dificuldades escolares 42

CAPÍTULO IV – ALGUMAS PROPOSTAS DE TRABALHO 44

4.1 – O prazer de aprender – o uso de jogos 46

CONCLUSÃO 49

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 61

ANEXOS 51

38

38

40

42

8

ÍNDICE 62

FOLHA DE AVALIAÇÃO 64

9

INTRODUÇÃO

A educação moderna ainda sofre muito devido aos obstáculos que

encontra, quando se defronta com as dificuldades de aprendizagem dos

educandos; o sistema educacional geral ainda não encontrou soluções para

a qual convergem profissionais já graduados, interessados em aprofundar

conhecimentos a cerca da aprendizagem humana.

A psicopedagogia configura-se na acomodação dos estudos

psicológicos aos pedagógicos, formando um campo teórico amplo, no intuito

de compreender e solucionar os aspectos e problemas inerentes ao

processo aprendizagem.

Para a psicopedagogia, a aprendizagem humana, é vista sempre

como um aspecto próprio do individuo de se relacionar com um aspecto

próprio do individuo de se relacionar com conhecimentos gerados e

armazenados pela cultura e os problemas de aprendizagem como oriundos

de rompimento ocorridos nessa relação, vínculos mal estabelecidos entre

aprendentes e ensinantes, seja por fatores de natureza orgânica, cognitiva

ou emocional.

A psicologia estuda a atividade humana, portanto, desenvolve entre

outras coisas, teorias a respeito do portar do individuo, como a sua conduta

interfere na dos outros e este ser aprende a se conduzir, a partir disso, como

o comportamento aprendido reflete diversos aspectos de sua personalidade.

A pedagogia é outra ciência que se preocupa com o mesmo objeto,

com as múltiplas formas de se aprender e de conseqüentemente, se ensinar.

Uma vez que toda aprendizagem necessita do ensino, da metodologia e de

um educador.

10

Portanto a psicopedagogia reúne informações de ramos afins para

transforma-las em conhecimentos novos, que transcedem aos anteriores,

formando um novo campo teórico e prático, articulando novas abordagens

sobre os problemas de aprendizagem, para que através desses

conhecimentos os educadores tenham uma nova atitude ao lidar com as

dificuldades de aprendizagem. Dessa forma tanto o professor quanto os

familiares dos alunos com dificuldades de aprendizagem poderão auxilia-los.

Pretende-se também, levantar possíveis causas do insucesso escolar

dos alunos, principalmente daqueles inseridos nas primeiras séries do

ensino fundamental, tentando-se, através de uma abordagem

psicopedagógica, pela articulação com outras áreas, finalmente abrir novos

caminhos para sanar as dificuldades encontradas pelos profissionais da

educação, abordando questões sobre os fundamentos teóricos norteadores

da psicopedagogia, o papel do psicopedagogo no contexto educacional, a

influencia da psicopedagogia junto a família e a escola, trabalhará com o

conceito de aprendizagem como produto da interação do homem com o

meio físico e social, narrando um pequeno histórico desde a ciência

pedagógica até a epistemologia convergente, bem como a sua pratica

pautada na interdisciplinaridade.

Portanto, conclui-se que é necessário buscar alternativas para o

problema do fracasso escolar e este é o principal objetivo da realização

deste trabalho.

11

CAPITULO I

FUNDAMENTOS PSICOPEDAGÓGICOS

A definição do termo Psicopedagogia segundo o Novo

Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa é a “aplicação da psicologia

experimental à pedagogia.” (1992, p VII).

A Psicopedagogia não se basta como aplicação da psicologia e sim

da necessidade de uma melhor compreensão do processo de

aprendizagem.

O caráter interdisciplinar da Psicologia é enfatizado por vários

autores que a estudam. Admitindo a sua especialidade enquanto área de

estudo, caracterizando-o na busca de conhecimento em outros campos,

criando o seu próprio objeto, caracterizando, assim a interdisciplinaridade.

Com isso abandonaríamos a idéia de tratar a Psicopedagogia como

apenas a aplicação da psicologia à pedagogia.

Para sistematizar o seu próprio corpo teórico, a Psicopedagogia

recorre á Psicologia, Psicanálise, Lingüística, Fonoaudiologia, Medicina,

Sociologia e Pedagogia, definindo o seu objeto de estudo, delimitando o seu

campo de atuação.

O importante papel da Psicopedagogia, pode ser definido como a

área que estuda e lida com o processo de aprendizagem e suas dificuldades

e que, numa ação profissional, deve englobar vários campos do

conhecimento, integrando-os e sintetizando-os.

12

1.1 - Histórico

A Psicopedagogia teve origem na Europa, onde houve uma grande

preocupação com os problemas de aprendizagem, pois, com a chegada era

industrial, surgiu uma preocupação com a produtividade e com tudo o que

impedia a possibilidade de produzir.

O foco de atenção passou a se centrar nas dificuldades de

aprendizagem, quando a Medicina começou a estudar a causa dos

problemas e suas possíveis correções. O enfoque orgânico foi o primeiro a

orientar médicos, educadores e terapeutas na definição dos problemas de

aprendizagem.

Com o grande desenvolvimento das ciências medicas e biológicas,

em que especial da psiquiatria, são estimulados os estudos neurológicos,

neurofisiológicos e neuropsiquiátricos, desenvolvidos nos laboratórios junto

aos hospícios e que classificam rigidamente os pacientes como “anormal”. A

criança que não conseguia aprender era dita como “anormal”, e atribuído o

fracasso a anomalia anatomofisiológica.

No final do século XIX, educadores, psiquiatras e neuro-psiquiatras

começaram a se preocupar com os aspectos que interferiam na

aprendizagem e a organizar métodos para a educação infantil. Desta época,

temos a colaboração de Seguin, Esquirol, Montessori e Decroly, dentre

outros.

Nos estados Unidos, o mesmo movimento aconteceria, enfatizando

os conhecimentos médicos marcando o caráter organista na preocupação

com as dificuldades de aprendizagem.

Os centros psicopedagógicos foram fundados na Europa, a partir da

segunda metade do século XX e objetivavam, a partir da integração de

13

conhecimentos pedagógicos e psicanalíticos, atender pessoas que

apresentavam dificuldades para aprender apesar de serem inteligentes.

Muitas definições foram elaboradas para diferenciar aqueles que não

aprendiam, apesar de serem inteligentes, daqueles que apresentavam

deficiências mentais, físicas e sensoriais.

Os esforços de investigadores americanos, como Samuel Orton,

segundo Gearhart (1990), resultam em processos de tratamento altamente

desenvolvidos dessas dificuldades, que incluíam, além de médicos, também

psicólogos, foniatras, pedagogos e professores, que atendiam em clinicas,

seguindo um modelo muitidisciplinar.

O movimento europeu acabou por originar a Psicopedagogia,

enquanto que o movimento americano proliferou a crença de que os

problemas de aprendizagem possuíam causas orgânicas e precisavam de

atendimento especializado, influenciando parte do movimento da Psicologia

Escolar que, até bem pouco tempo, segundo BOSSA (1994), determinou a

forma de tratamento dada ao fracasso escolar.

A corrente européia influenciou a Argentina, que passou a cuidar de

suas pessoas portadoras de dificuldades de aprendizagem, há mais de 30

anos, realizando um trabalho de reeducação. Mais tarde, este acabou sendo

o objeto de estudo da psicopedagogia que contava com os conhecimentos

da Psicanálise e da Genética, alem de todo o conhcimento de linguagem e

de psicomotricidade, que eram acionados para melhor compreensão das

referidas dificuldades.

O Brasil recebeu influencias tanto americanas, quanto européias, via

Argentina. Principalmente no sul do pais, foi grande a influencia dos

conhecimentos de renomeados profissionais argentinos que muito

contribuíram para a construção do nosso conhecimento psicopedagógico.

14

Dr. Queirós, Jacob Feldman, Sara Pain, Alicia Fernandez, Ana Maria

Muñiz e Jorge Visca são alguns dos principais nomes de profissionais

argentinos que contribuíam com seus trabalhos para a literatura brasileira,

teóricos que representam os primeiros trabalhos no sentido de sistematizar

um corpo teórico próprio da Psicopedagogia.

No Brasil, o problema de aprendizagem era explicado como produto

dos fatores orgânicos, porém na década de 70 foi amplamente difundida a

idéia de que tais problemas teriam como causa uma disfunção neurológica

não detectável em exame clinico. Uma vez que todo individuo com

dificuldade era considerado portador de disfunções psiconeurológicas,

mentais e psicológicas, apresentando uma conotação nitidamente

patologizante.

Essa perspectiva patologizante dos problemas de aprendizagem foi

incorporada porque proporcionava uma explicação mais ingênua para a

situação do sistema de ensino brasileiro, o que era conveniente. Segundo

Dorneles (1986, p.19), semelhante explicação para os fenômenos de evasão

e repetência desempenhava uma importante função ideológica, pois

dissimulavam a verdadeira natureza do problema e ao mesmo tempo

legitimava as situações de desigualdades de oportunidades educacionais e

seletiva escolar. Vários diagnósticos foram empregados para esconder

problemas sociopedagogicos traduzidos ideologicamente em termos de

psicologia individual. Termos como: dislexia de docentes e pais de crianças

com problemas de aprendizagem é recorrer e médicos, os quais assumem

grande importância nas decisões de família.

Começa a configurar-se no inicio da década de 80 uma teoria sócio-

politica a respeito do fracasso escolar e o “problema de aprendizagem

escolar” passa a ser visto como “problema de aprendizagem”.

Alguns psicopedagogos através de trabalhos publicados como: Patto

(1987, 1996), Brandão (1983), Colhares (1982) e outros representam

15

denuncias e protestos ao descaso dos nossos governantes com a educação

no nosso país e são de profunda revelância. É importante abordar a questão

do fracasso escolar do ponto vista dos fatores sócios-politicos, visto que

dizem respeito à manutenção das más condições de vida e substancia de

grande parte da população escolar brasileira e não podemos consentir que o

discurso cientifico se preste a perpetuar tal estado coisas.

Apesar da Psicopedagogia ter apresentado, inicialmente, uma

tradição clínica, existe atualmente um profundo compromisso com os

aspectos preventivos e, portanto, com a escola. É de acordo com essa

concepção de problemas de aprendizagem na escola que ainda no final da

década de 70, surgiram os primeiros cursos de especialização em

Psicopedagogia no Brasil, idealizados para complementar a formação dos

psicólogos e de educadores na busca de soluções para tais problemas.

1.2 – Objeto de estudo da Psicopedagogia

A partir de muitos estudos e pesquisas realizadas no decorrer do

tempo, fala-se da importante necessidade, de buscar em diferentes áreas

de estudo um referencial que se identifique com a construção dos

conhecimentos em função de compreender-se melhor o ser humano, em

especial a criança.

Assim, são vários os fatores que se pode contribuir ou não para a

aprendizagem, porém, não se esquecendo dos distúrbios que podem

acarretar obstáculos nesta evolução tais como: educacionais, psicológicos,

físico e social, entre outros vértices de influencia. Esses requerem recursos

metodológicos e teóricos para uma investigação e terapia a ponto de ter

havido a necessidade de criação de um setor de integração de estudos dos

processos de desenvolvimento do aprendizado e seus desvios, a

Psicopedagogia.

16

Na visão de Kiguel “o objeto atual de estudo da psicopedagogia está

se estruturando em torno do processo de aprendizagem humana: seus

padrões evolutivos normais e patológicos – bem como a influencia do meio

( família , escola, sociedade) no seu desenvolvimento.”

A Psicopedagogia se ocupa da aprendizagem humana, que surgiu

devido aos inúmeros casos de problemas de aprendizagem, introduzindo

numa área pouco explorada, situado além dos limites da Psicologia e da

própria Padagogia. Cresceu devido a sanar todo o problema, constituindo-

se, assim numa prática.

Segundo Scoz, “a Psicopedagogia estuda o processo de

aprendizagem e suas dificuldades, numa ação profissional deve englobar

vários campos do conhecimento, integrando-os e sintetizando-os.”

Portanto, a Psicopedagogia preocupa-se com as características de

aprendizagem humana: como se aprende, como essa aprendizagem se

evolui e reconhecê-las, trata-las e previni-las.

O trabalho clinico, segundo Bossa,

Se dá na relação entre um sujeito com sua historia

pessoal e sua modalidade de aprendizagem,

buscando compreender a mensagem de outro sujeito,

implícita do não-aprender. Nesse processo, onde

investigada e objeto-sujeito, de estudo interagem

constantemente, a própria alteração torna-se alvo de

estudo da Psicopedagogia. Isto significa que, nesta

modalidade de trabalho, deve o profissional

compreender o que o sujeito aprende, como aprende e

por que, além de perceber a dimensão da relação

entre Psicopedagogo e sujeito de forma a favorecer a

aprendizagem.

17

No trabalho preventivo, a instituição, enquanto espaço

físico e psíquico da aprendizagem, é objeto de estudo

da Psicopedagogia, uma vez que são avaliados os

processos didático-metodologico e a dinâmica

institucional que interferem no processo de

aprendizagem.

Atualmente, deve-se pensar no objeto de estudo que é compreendido

por um sujeito que se pode dar de maneira especifica a depender do

trabalho que pode ser clínico ou preventivo.

1.3 –A Psicopedagogia na Instituição de Ensino

Os trabalhos em que se discutem a prática psicopedagógica na

instituição educativa focalizam a análise do processo e os problemas de

aprendizagem. Esta preocupação central está relacionada às próprias

origens da Psicopedagogia , enquanto área do conhecimento: o

aparecimento e a estruturação responderam, num primeiro momento à

necessidade de compreender melhor o aprender, para evitar ou tratar

conflitos decorrentes de dificuldades nesse percurso no âmbito dos

fenômenos individuais.

Neste processo o psicopedagogo, depara-se com uma das mais

difíceis e instigantes de suas funções na instituição educativa: a de orientar e

coordenar a formação e Psicopedagogia implica, numa metodologia

especifica de que precisa levar em conta, necessariamente o contexto em

que se desenvolve essa ação psicopedagógica: família, escola e

comunidade.

Este trabalho nas instituições obriga o terapeuta a situar-se numa

perspectiva interdisciplinar, para poder compreender os problemas que se

apresenta. Eles se entrega numa equipe, no qual o seu papel fica-se em

grande harmonia com os demais profissionais envolvidos nesse processo.

18

Outra dimensão significativa na escola é o caráter preventivo.

Investigar, analisar e por em pratica novas propostas para uma formação de

educadores que os habilite a estabelecer relações maduras e conscientes

com crianças e equipe escolar.

É preciso prevenir quanto as estruturas e condições de

funcionamento da escola. Alem da abertura permanente de espaço para

encontro de grupos de educadores, existe necessidade de presença de um

interlocutor competente, com conhecimentos psicopedagógicos capaz de

requalificar e revalorizar os educadores e de analisar sem preconceitos a

precariedade de formação e a alienação da qual se tornam vitimas quando

as escolas fazer com que sintam percorrendo um caminho que não os leva a

lugar algum.

A Psicopedagogia Institucional tem funções de socializar os

conhecimentos disponíveis, estimular o desenvolvimento cognitivo e a

elaboração de regras de conduta, dentro de um projeto coletivo amplo. Por

tanto, considera-se a escola como de inteira importância por parte da

aprendizagem do ser humano. “A escola é então participante deste processo

de aprendizagem que inclui o sujeito no seu mundo sócio cultural.”

No percurso de sua atuação preventiva ela tem uma preocupação

grande com a escola . dedica-se a áreas relacionadas ao planejamento

educacional e assessoramento pedagógico, tem uma colaboração dos

planos educacionais e sanitários no que se diz das organizações, atuando

numa modalidade, cuja o caráter é clinico, ou seja, realiza diagnostico

institucional e propostas operacionais e pertinentes.

Em relação ao trabalho psicopedagógico na escola, muito é a

preocupação deste profissional neste estabelecimento. A maioria da

aprendizagem se dá dentro da instituição, na relação com o professor com o

conteúdo e com o grupo abrangendo-se todas as atividades realizadas.

19

Segundo Bossa, “pensar a escola, à luz da Psicopedagogia, significa

realizar um processo que inclui questões metodológicas, relacionadas e

sócio-culturais, englobando o ponto de vista de quem ensina e de quem

aprende, abrangendo a participação da família e da sociedade.”

Ao refletir –se sobre a relação criança- escola motivo de atenção dos

psicopedagogos, ela não escolhe o que quer fazer, nem o quer aprender. A

instituição escolar tem como finalidade preparar a criança para o ingresso a

sociedade, promovendo as aprendizagens tidas como importantes para o

grupo social ao qual está inserida.

Assim, preocupada com essa formação de docente a ação

psicopedagógica deve ser preventiva, pode se encontrar novas modalidades

para tornar esta formação mias eficiente.

Portanto, as propostas de formação docente, devem oferecer

condições construtivistas para que eles possam estabelecer uma relação

madura e saudável com os alunos, pais e autoridades da escola. Investigar,

analisar e realizar novas propostas para uma tarefa extremamente

importante da qual se ocupa a psicpedagogia.

1.3 –Princípios teóricos norteadores

Para conhecer os fundamentos da psicopedagogia, somos levados a

refletir sobre as suas origens teóricas, rever antigos impasses conceituais

que subjazem na ação e na atuação da Pedagogia e da Psicologia no

aprender do fenômeno educativo.

Da psicologia, a psicopedagogia herda o velho problema do

paralelismo psicofísico, um dualismo que ora privilegia o físico (observável),

ora o psico (inconsciente).

20

Porém, essas duas áreas não são os suficientes para apreender o

objeto de estudo da psicopedagogia – o processo de aprendizagem de suas

variáveis – e nortear a sua prática. Com isso, recorre-se a outras áreas,

como: Filosofia Neurologia, Sociologia, Lingüística e Psicanálise, com o

objetivo de alcançar compreensão desse processo.

Para Sara Pain,

“nesse lugar do processo de aprendizagem coincidem

um momento histórico, um organismo, uma etapa

genética da inteligência e um sujeito associado a

tantas outras estruturas teóricas de cuja engrenagem

se ocupa e preocupa a epistemologia; referimo-nos

principalmente ao materialismo histórico, a teoria

Piagetiana da inteligência e a teoria psicnalítica de

Freud, em quanto instaura a ideologia, a operatividade

e o inconsciente.” (1987, p15)

Vários autores brasileiros como Neves, Kiquel, Scoz, Golbert,

Rubinstein, Weiss, Barone e alguns argentinos assim como: Fernández,

Pain, Visca e Muller, são da mesma opinião quanto a necessidade de

conhecimentos de varias áreas que, juntos, devem fundamentar a

constituição de uma teoria psicopedagógica.

Segundo Jorge Visca (1985, p.12) a Psicopedagogia foi se perfilando

como um conhecimento independente e complementar, por assimilação

recíproca das contribuições das escola psicanalítica, piagetiana e da

Psicologia Social de Enrique Pichón Riviére, então estas participarão dos

aspectos afetivos, cognocitivos e do meios que interferem no aprender do

ser humano (1987, p.7).

Os profissionais que lidam com os problemas de aprendizagem

devem fundamentar a sua pratica na articulação as Psicanálise, da teoria

21

piagetiana e do materialismo histórico como diz Sara Paín. (1986, p.5).

Mariana Muller (1986) aponta a Psicanálise, Psicologia Genética, Psicologia

social e a Lingüística côo suportes teóricos na Psicologia clinica.

Os profissionais brasileiros também acreditam nessa articulação

como fundamento para a teoria e a pratica psicopedagógicas como:

Sonia Moojen Kiguel, afirma que:

“A Psicologia Terapêutica é um campo de

conhecimento relativamente novo que surgiu na

fronteira entre a Pedagogia e a Psicologia. Encontra-

se ainda em fase de organização de corpo teórico

especifico, visando a integração das ciências

pedagógicas, psicológica, fonoaudiológica,

neuropsicológica e psicolingüística, para uma

compreensão mais integradora do fenômeno da

aprendizagem humana”. (In Soz et allii, 1990, p.25)

Barone em cujas palavras podemos perceber o pensamento

convergente nesse sentido:

“ A prática Psicopedagóca vem colocando questões

ainda pouco discutidas, de manejo difícil e geradoras

de conflito. Isto porque seu “paciente“ o sujeito com

dificuldade de aprendizagem, apresenta, quase

sempre um quadro de comprometimentos que

extrapola o campo de ação especifico de diferentes

profissionais, envolvendo dificuldades cognitivas,

instrumentais e afetivas”. (1991, p.113)

22

O objeto de estudo da psicopedagogia, por ser muito complexo, é de

grande relevância para a sua compreensão, conhecimentos específicos de

diversas outras teorias, as quais influenciam sobre este objeto de estudo,

por exemplo:

A psicanálise possibilita, através de experiências clínicas, formular

teorias que permitem uma melhor compreensão das funções simbólicas, da

organização do pensamento e das características da personalidade. Estas

atividades psíquicas mantém estrita a relação com as funções ligadas a

aprendizagem.

Aprender com experiências e poder transforma-la num pensamento

útil e criativo, que não dependa exclusivamente da cognição, mas da

integração de fatores relativos ao equipamento neuropsicológico e das

questões relativas ao investimento afetivo a partir de seus aspectos de

interação relacional, é um fator importante para o entendimento do objeto de

estudo psicopedagógico.

A neuropsicologia possibilita através do estudo das funções cognitiva

humana tais como percepção pensamento, fala, leitura, escrita, memória;

fornecer subsídios para a compreensão do funcionamento intelectual de um

individuo.

A pedagogia contribui com as diversas abordagens do processo

ensino-aprendizagem, analisando do ponto de vista de quem ensina.

A lingüística traz a compreensão da linguagem como uma dos meios

que caracterizam o tipicamente humano e cultural: a língua enquanto código

disponível a todos os membros de uma sociedade e a fala como fenômeno

subjetivo, evolutivo e historiado de acesso à estrutura simbólica.

23

A Psicologia Social revela a constituição dos sujeitos que responde às

relações familiares, grupais e institucionais, em condições sócio culturais e

econômicas especificas e que contextualizam toda a aprendizagem.

Epistemologia e a psicologia genética se encarregam de analisar e de

escrever o processo construtivo do conhecimento pelo sujeito em interação

com os outros e com os objetos. Essas áreas nos fornecem meios para

refletir cientificamente e operar no campo psicopedagógico – o objeto de

estudo deste trabalho.

Os profissionais da psicopedagogia sustentam a sua pratica em

pressupostos teóricos muitas vezes instintos, isso implica diversificados em

quadres, conseqüências de identificação do profissional com determinada

corrente teórica.

Dentro das teorias da personalidade, o psicopedagogo escolhe a

Psicanálise com o objetivo de compreender o sentido inconsciente das

dificuldades de aprendizagem.

Para o psicopedagogo, aprender é um processo que implica colocar

em ação diferentes sistemas que intervem em todo sujeito: a rede de

relações e códigos culturais e de linguagem que, desde antes do nascimento

tem lugar em cada ser humano à medida que ele se incorpora à sociedade.

É através da aprendizagem que o individuo se incorpora ao mundo

cultural, com uma participação ativa ao se apropriar de conhecimento e

técnicas construindo em sua interioridade um universo de representações

simbólicas.

O psicopedagogo no seu trabalho de ensinar e aprender, recorre a

critérios diagnósticos no sentido de aprender a falha na aprendizagem.

Surge o caráter clinico da psicopedagogia, ainda que seu objetivo seja de

prevenção dos problemas de aprendizagem. Clinico porque envolve sempre

24

um processo diagnostico ou de investigação que procede o plano de

trabalho. Este diagnostico consiste na busca de um saber para saber-fazer.

Com as informações obtidas nesse processo de investigação, o

psicopedagogo começa a construção de seu plano de trabalho, o mesmos

ocorrendo no trabalho Institucional, onde após o momento inicial de

pesquisa inicia-se um processo de intervenção, com a implantação de

recursos capaz de solucionar o problema tão logo este se anuncia.

A leitura do diagnostico pode variar segundo cada profissional, em

função da sua formação, são marcos referenciais que sustentam a sua

pratica e a abordagem teórica com a qual ele se identifica.

A psicopedagogia refere-se a um saber e a um saber-fazer, as

condições subjetivas e relacionais em especial familiares e escolares, as

inibições, atrasos e desvios do sujeito ou grupo a ser diagnosticado. O

conhecimento psicopedagógico não se cristaliza numa delimitação fixa, nem

pois déficit e alterações subjetivas do aprender, mas avalia a possibilidade

do sujeito, a disponibilidade afetiva de saber e de fazer, reconhecendo que o

fazer é próprio do sujeito.

25

CAPITULO II

CAMPO DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL

O campo de atuação do psicopedagogo refere-se ao lugar deste

campo de atividade e o modo de abordar o seu objeto de estudo.

A abordagem do objeto de estudo pode assumir características

especificas, a depender da modalidade: clinica, preventiva e teórica, umas

articulando-se com as outras. No tratamento de alguns transtornos de

aprendizagem, pode-se evitar o aparecimento de outros, fazendo com que o

trabalho clinico seja também preventivo. Numa abordagem psicopedagógica,

o trabalho preventivo é sempre clinico, levando em consideração a

singularidade de cada processo. As duas formas de atuação , por sua fez,

não deixam de resultar num trabalho teórico. Tanto na pratica preventiva

como na clinica, o profissional procede sempre embasado no referencial

teórico adotado. Na área preventiva, o trabalho psicopedagógico é de

orientação ao processo ensino-aprendizagem, com o objetivo de favorecer a

apropriação do conhecimento no individuo ao longo de sua vida. Esse

trabalho pode se dar na forma individual ou na grupal, na área da saúde

mental e da educação.

Cabe ao psicopedagogo detectar possíveis perturbações no processo

de aprendizagem, participar da dinâmica, das relações da comunidade

educativa, a fim de favorecer processos de integração e troca, promover

orientações metodológicas de acordo com as características dos indivíduos

e grupos, realizar processos de orientação educacional, vocacional e

ocupacional, tanto na forma individual quanto em grupo.

O Carter assistencial do trabalho pscicopedagógico, acontece quando

o psicopedagogo participa de equipes responsáveis pela elaboração, direção

e evolução de planos, programas e projetos no setor de educação e saúde,

integrando diferentes campos de conhecimentos.

26

A elaboração teórica visa, criar um corpo teórico da psicopedagogia,

com processos de investigação e diagnósticos que lhe sejam específicos,

através de estudos das questões educacionais e da saúde no que diz

respeito ao processo de aprendizagem.

A reflexão constante sobre a pertinência da aplicação das diversas

teoria ao campo da psicopedagogia, por meio de avaliação pratica resultante

desses pressupostos, consiste num trabalho de leitura e releitura do

processo de aprendizagem e do processo da não-aprendizagem, bem como

aplicação de conceitos teóricos que lê dêem novos contornos e significados,

gerando praticas mais consistentes.

Na área da saúde, o trabalho pode ser em consultórios privados em

instituições, ou seja, hospitais e clinicas, visando reconhecer e atender as

alterações da aprendizagem sistemática de natureza patológica.

Há também uma proposta de atuação nas empresas, com o objetivo

de favorecer a aprendizagem do sujeito para uma nova função, auxiliando

para um desenvolvimento mais afetivo de suas atividades.

A psicopedagogia nasceu para atender patologias da aprendizagens,

porem ela se tem voltado cada vez mais para uma ação preventiva, pois

acredita-se que muita das dificuldades de aprendizagem se devem à

inadequada pedagogia institucional e familiar. Numa ação preventiva, a

proposta da psicopedagogia adota uma postura critica frente ao fracasso

escolar, numa concepção mais totalizante, visando propor novas

alternativas de ação voltadas para melhoria da pratica pedagógica nas

escolas.

Segundo Lino de Macedo (1990), o psicopedagogo no Brasil, ocupa

se das seguintes atividades: orientação de estudos, que consiste em

organizar a vida escolar da criança quando esta não sabe faze-lo

espontaneamente, promove o melhor uso do tempo, elabora uma agenda e

27

tudo aquilo que é necessário ao “como estudar”, como por exemplo, ler um

texto, escrever, estudar para a prova, etc, apropriação dos conteúdos

escolares, que visa propiciar o domínio de disciplinas escolares em que a

criança não vem tendo um bom aproveitamento; desenvolvimento do

raciocínio, trabalhar com os processos de pensamento necessários ao ato

de aprender. Os jogos são muitos utilizados, pois são férteis no sentido de

criarem um contexto de observação e dialogo sobre processo de pensar e

de construir o conhecimento, obtendo um maior desenvolvimento cognitivo

do que aquele que as escolas costumam conseguir; atendimento de

crianças, presta-se a atender os deficientes mentais, altistas ou

comprometimentos orgânicos mais graves, podendo até substituir o trabalho

da escola.

Para Lino de Macedo, o atendimento pscopedagógico poderá em

determinados casos, recorrer a propostas corporais, artísticas, etc. de que

forma, está sempre relacionado com o trabalho escolar ainda que com ele

esteja diretamente comprometido.

2.1 O psicopedagogo no contexto educacional

O psicopedagogo, segundo Janine Mery (1985), respeita a escola tal

como é, apesar de suas imperfeições, porque é através da escola que o

aluno se situará em relação aos seus semelhantes, optará por uma

profissão, participará da construção coletiva da sociedade a qual pertence. O

que não impedirá que o psicopedagogo colabore para a melhoria das

condições de trabalho numa determinada instituição ou na conquista de seus

objetivos, nesse sentido, ele deverá fazer com que a criança encare a escola

de hoje e não a de amanhã. Esse enfretamento, no entanto não significaria

impor à criança normas ou sufocar lhe a individualidade. Buscando sempre

desenvolver e expandir a personalidade do individuo, favorecendo as suas

iniciativas pessoais, promovendo os seus interesses, respeitando os seus

gostos, propondo e não impondo atividades, sugerindo pelo menos duas

vias para a escolha do rumo, a ser tomado, permitindo a opção.

28

O trabalho psicopedagógico na instituição escolar cumpre uma

importante função social a de socializar os conhecimentos disponíveis,

promovendo desenvolvimento cognitivo e a construção de regras de

conduta, dentro de um projeto social mais amplo. Pois é a escola que é

responsável por grande parte da aprendizagem do ser humano.

É através da aprendizagem que o individuo é inserido, de uma

maneira organizada, no universo cultural e simbólico, que o incorpora à

sociedade. Sendo a instituição escolar responsável por grande parte dessa

aprendizagem, cumpre lhe o papel de mediadora, a escola é produto da

sociedade em que o sujeito vive participando da inclusão deste nessa

mesma sociedade.

Para Visca (1991)

“eu não acho que aprendizagem esteja restrita à

escola. Eu acho que esta é a melhor forma de se

transmitir algumas aprendizagens, mais não é só na

escola que se aprende. A aprendizagem acontece no

sujeito(...). a cultura, o que faz é, de todos os objetos

culturais selecionar alguns e os transformar, então, em

objetos pedagógicos, no sentido de que são geradores

da conduta ou estimulantes para fazer este sujeito

ingressar na cultura”. (p15).

A escola participa deste processo de aprendizagem incluindo o sujeito

no seu mundo sóciocultural. Ela é a grande preocupação da psicopedagogia

em seu compromisso de ação preventiva. Cada individuo tem uma historia

pessoal, da qual fazem parte varias historias: a família, a escolar e outras, as

quais, articuladas, condicionam-se mutuamente.]

A escola seria responsável segundo Jorge Visca (1988), de uma

aprendizagem denominada de “aprendizagem sistemática”.

29

“ A aprendizagem sistemática é aquela em que se

opera na interação com as instituições educativas,

mediadoras da sociedade, órgãos especializados para

transmitir os conhecimentos, atitudes e destrezas que

a sociedade estima necessárias para a sobrevivência,

capazes de manter uma relação equilibrada entre a

identidade e a mudanças. Estas instituições alem

disso, provém ao sujeito as aprendizagens

instrumentais que irão permitir o acesso a níveis mais

elaborados de pensamentos”. (p 78).

No âmbito da sua atuação preventiva, a psicopedagogia preocupa-se

em especial com a escola. Destina-se as áreas ligadas ao planejamento

educacional e assessoramento pedagógico, colabora com os planos

educacionais e sanitários no recinto das organizações, atuando numa

modalidade cujo o caráter é clinico, ou seja, efetivando diagnósticos

institucional e propostas operacionais pertinentes. O trabalho

psicopedagógico na escola é muito amplo, grande parte da aprendizagem

ocorre dentro da instituição escolar, na relação com o professor, com o

conteúdo e com o grupo social escolar em quanto um todo.

Os profissionais que atuam no campo da psicopedagogia tem

percebido a necessidade do trabalho a sr realizado na instituição escolar,

analisando o processo que inclui questões metodológicas, relacionais e

socioculturais, englobando o ponto de vista de quem ensina e de quem

aprende, com a participação da família e da sociedade. Vejamos o que

pensa Weiss (1991), a respeito disso:

“ existem diferentes em enfoques em relação ao que

se entende por psicopedagogia na escola. Adotarei a

posição de considera lá como um trabalho em que se

busca a melhoria das relações com a aprendizagem,

30

assim com a melhor qualidade na construção da

própria aprendizagem de alunos e educadores. É dar-

se ao professor e ao aluno um nível de autonomia na

busca do conhecimento e, ao mesmo tempo

possibilitar se uma postura critica em relação à

estrutura da escola e da sociedade que ela representa.

Para isto, é necessário um posicionamento sobre o

que a escola produz. “

Weiss reflete a preocupação e a tendência atual da psicopedagogia

no que diz respeito ao seu compromisso com a escola. Este trabalho

preventivo junto a escola, deve levar em consideração, inicialmente quem

são personagens desta história: professor e aluno. Com tudo, este não estão

sozinhos, participam, também a família e outros membros da comunidade

que interferem no processo de aprendizagem, aqueles que decidem sobre

as necessidades e prioridades escolares.

O individuo ingressa na escola com um desenvolvimento construído a

partir do intercâmbio com o meio familiar e social, o qual pode funcionar

tanto como facilitador quanto como inibidor no processo de desenvolvimento

afetivo intelectual.

O desenvolvimento afetivo em questão trata das emoções,

sentimentos, dor, prazer, satisfação, insatisfação, em fim, aquilo que

acriança pode perfeitamente manifestar em sua relação com o outro, na

relação familiar, na escola, onde o individuo fica exposto a um mundo

concentradamente competitivo. Eventuais bloqueios pode ser conseqüência

de que a afetividade interfere ativamente, de forma a impedir a

aprendizagem. Essa afetividade que é desconsiderada na estrutura

curricular dos cursos, ainda que tão falada nos discursos teóricos, na pratica

muitas vezes é relegada em função dos aspectos cognitivos.

31

A instituição escolar tem a função de preparar a criança para

ingressar na sociedade, promovendo as aprendizagens tidas como

importantes para o grupo social ao qual esse sujeito pertence, ou seja, a

criança não escolhe ir para a escola e nem o que vai aprender.

Pensar a escola à luz da psicopedagogia implica em especial na

formação do professor. Pode se dizer que uma das tarefas mais importantes

na ação psicopedagogica preventiva é encontrar novas modalidades para

torna esta formação mais eficiente. As proposta de formação docente devem

proporcionar ao professor condições para estabelecer uma relação madura e

saudável com os seus alunos, pais e autoridades escolares.

Investigar, analisar e realizar novas propostas para formação docente

buscando dar a sua contribuição no sentido de prevenir problemas de

escolaridade é uma das funções da psicopedagogia.

2.2 – Diagnóstico psicopedagógico

Todo diagnóstico psicopedagógico é em si uma investigação, é uma

pesquisa do que não vai bem com o sujeito em relação a uma conduta

esperada. Será, portanto o esclarecimento de uma queixa do próprio sujeito,

da família e da maioria das vezes da escola quando se trata de não

aprender, do aprender com dificuldade ou lentamente. O sintoma está

sempre mostrando que algo é um epifenômeno, ou seja, o que é percebido

pelo próprio individuo ou pelos outros, é portanto que emerge da

personalidade da interação como o sistema social em que está inserido. A

sim, o problema manifestado pelo aluno numa determinada escola, turma ou

relação a um determinado professor pode não se manifestar de forma clara

em outro contexto escolar, tornando evidente que a um certo tipo de desvio

em relação a determinados parâmetros existente no meio que são

representados por sua exigências.

32

O momento crucial do diagnostico é quando há aceitação da idéia de

que existe um desvio em relação a alguma coisa. É preciso clareza do

terapeuta na busca desses parâmetros que vão definir a qualidade e

quantidade do desvio e sua importância no desenvolvimento de uma

possível escolaridade. A partir daí é possível traçar os rumos a serem

seguidos.

A cultura, classe sócio-econômica, idade cronológica, exigência

familiar e escolar, relação entre conteúdos escolares e o desenvolvimento de

estruturas de pensamentos, exigências escolares durante a alfabetização a

leitura e a escrita são alguns parâmetros facilmente identificados.

O sucesso de um diagnostico não está no grande numero de

instrumentos utilizados, mas na competência e sensibilidade do terapeuta

em explorar a multiplicidade de aspectos em cada situação.

O diagnostico psicopedagogico tem por objetivo identificar os desvios

e os obstáculos NO MODELO DE APRENDIZAGEM do sujeito que o

impedem de crescer dentro da expectativa do meio social. Esse modelo de

aprendizagem é descrito com dados oriundos das observações da escola,

família e obtidos diretamente pelo terapeuta e por outros profissionais.

Modelo de aprendizagem, é o conjunto dinâmico que estrutura os

conhecimentos que o sujeito já possui, os estilos usados nessa

aprendizagem, o ritmo e áreas de expressão da conduta, a mobilidade e o

funcionamento cognitivos, os hábitos adquiridos, as motivações presentes,

as ansiedades, defesas e conflitos em relação ao aprender, as relações

vinculares com os conhecimentos em geral, e com os objetivos de

conhecimento escolar em particular, o significado da aprendizagem escolar

para o individuo para a sua família e a escola. Quando o terapeuta consegue

chegar ao esboço do modelo de aprendizagem do sujeito, ele já atingiu um

nível de integração dos dados obtidos que lhe permite refletir e levantar

hipóteses sobre a causa do problema de aprendizagem ou do fracasso

33

escolar e traçar a s direções do que fazer para mudar a problemática

existente, considerando sempre os diferentes níveis de orientação á escola,

a família e de tratamento especializados. A procura do diagnostico

representa um grande movimento do paciente e sua família.

Nenhum diagnostico é inócuo, ele já é em si uma intervenção na

dinâmica pessoal e familiar. Essa visão é necessária para se levar em

consideração o que está ocorrendo durante o diagnostico com paciente e

seus familiares.

Ao entrevistar os pais de algum modo, fazendo os pensar sobre sua

vida com seu filho, refletir sobre questões antes afastada de foco, sobre

acontecimentos que consideravam irrelevantes e que agora ficam

reposicionados nessas entrevistas.

Não se deve apenas diagnosticar o sujeito, isolado, no tempo e no

espaço, da realidade sócio-econômica que se vive no Brasil de hoje. É

preciso integrar os aspectos sócios econômicos na unidade funcional da

pessoa que aprende, pois fazem parte do seu modo se de se relacionar com

objetivos e situações de aprendizagens, assim como interferem nas sua

construções cognitivas e afetivas.

O psicopedagogo não pode estar alienado do seu tempo e espaço e

fazer um diagnostico a temporal, descontratualizando, o que acarretaria uma

falha grave nesse processo, e sim um textualizar o sujeito na família, na

escola e na comunidade.

2.3 – o pisicopedagogo clinico

No trabalho clinico, que se da em consultórios ou hospitais, o

psicopedagogo busca não só compreender o porque de o sujeito não

aprender algumas coisas, mas o que ele pode aprender e como. Através do

processo diagnostico inicia-se a busca desse conhecimento momento em

34

que a ênfase é a leitura da realidade daquele individuo para entoa proceder

a intervenção, que é o próprio tratamento ou o encaminhamento.

O fracasso escolar, as alterações no aprender e as diferentes formas

sob as quais o problema de aprendizagem se apresenta em alta proporção,

na população em geral e particularmente na infância, requer uma analise

cuidadosa de sua particularidade. A tarefa diagnostica, tanto em nível

institucional quanto clinico é necessário ao terapeuta. Esse profissional

precisa do diagnostico para poder intervir, Alicia Fernandez afirma que o

diagnostico, para o terapeuta dever ter a mesma função que a rede para um

equilibrista: “ o equilibrista desta metáfora é o terapeuta, quer necessita do

diagnostico para diminuir seu temor ao caminhar” (Fernandez, 1990).

O diagnostico psicopedagogico é um processo, um continuo sempre

revisável, onde a intervenção do psicopedagogo tem inicio, numa atitude

investigadora, ate a intervenção. Essa atitude investigadora de fato procede

durante todo o trabalho. Na própria intervenção, com objetivo da observação

ou acompanhamento da evolução do sujeito.

O tratamento e o processo diagnostico, requer procedimentos

específicos que constituem a metodologia do trabalho clinico. A forma como

e opera na clinica psicopedagogica varia entre os profissionais, a depender,

por exemplo da postura teórica adotada, alem de se contar com o fato de

que, cada caso é um caso, com suas variantes, suas nuances, que

diferenciam o sujeito, seu histórico, seu distúrbio.

Independente da abordagem particular de cada psicopedagogo,

existem certos princípios éticos que devem se fazer presentes na atuação do

profissional.

Pode se dizer que o trabalho clinico, acontece em dois momentos

especiais: a fase diagnostica, com testes a servir de pistas para o saber e a

fase de intervenção. Inicialmente, dá-se ênfase na investigação a partir do

35

momento em que o profissional procura o sentido da problemática do

individuo que lhe é encaminhado posteriormente, a medida e a intervenção.

O profissional não abandona a atitude de investigação inda quando a

prioridade seja intervenção, pois ele possui, nesse momento, dados sobre o

sujeito que lhe permitem definir a forma mais apropriada de conduzir os

trabalhos.

O processo de diagnostico pode ser iniciado com a realização de

entrevistas com os clientes. Essas entrevistas devem acontecer no espaço

físico adequado para o encontro, assegurando privacidade e tranqüilidade

para a exposição do problema, sendo o consultório o local ideal. O tempo e

o andamento devem ser suficientes para favorecer o discurso do sujeito. Os

outros membros da família e da escola também serão entrevistados,

momentos a partir do qual o processo diagnostico requer a utilização de

outros instrumentos que permitam ao profissional a compreensão do

problema.

“No momento que iniciamos um diagnostico

psicopedagógico e exploramos a historia escolar do

paciente, afloram, também, questões ligadas à escola

e à família.

Por diferentes razões, as crianças ingressam nas

instituições escolares cada vez mais cedo, nelas

permanecendo a maior parte do dia no chamado

“tempo integral”. Instalou se uma etapa, que, por

necessidade familiar, acontece o 1º grau de

escolaridade formal, encarregado da transmissão de

conteúdos programáticos formalizados de matemática,

português, geografia, etc. o que pensar quando a

criança ingressa em determinada escola aos três anos

e somente aos dez, onze anos a escola afirma que ela

tem problema de aprendizagem? O que será que

aconteceu? Podemos levantar algumas hipóteses:

36

1º) A criança, a o ingressar na escola, já tinha

dificuldade para aprender e tal fato não foi observado

pela escola, ao longo dos anos.

2º) A dificuldade de aprendizagem da criança se

agravou ao longo da pré-escola e das series iniciais do

1º grau, só sendo percebida pela escola, por exemplo,

quando chegou à 4º série;

3º) A dificuldade de aprendizagem formou se dentro do

ambiente escolar, ação inadequada da escola. Esta

mesma escola passa a penalizar o aluno, a exigir

providencias da família, sem assumir a sua

participação direta no fato.

4º) A criança não tem dificuldade de aprendizagem,

mas vive em crise temporária que pode acarretar o

fracasso escolar. Estas crises podem estar ligadas a

alterações do sistema familiar ou escolar, mortes,

mudanças de residências, de escola, de professor,

separação dos pais, etc. muitas vezes, a escola não

sabe lhe dar com estas crises e agrava a situação,

contribuindo mesmo para a formação de dificuldades

na aprendizagem.

Analisando a história escolar da criança, consideramos

alguns aspectos. A reação da criança à situação

escolar, ao longo do tempo, não só na produção

escolar, como nas relações afetivas com as diferentes

escolas, turmas, professores, etc. para a melhor

compreensão de sua inserção no ambiente escolar,

torna se indispensável, sempre que possível, fazer

mos a analise do funcionamento destas escolas; suas

estruturas, ideologia, procedimentos pedagógicos e

avaliativos, ou seja, como realmente esta escola

produz o conhecimento. Esta analise envolve a

37

avaliação da aprendizagem na escola, assim como a

avaliação na escola.”

É de extrema necessidade detectar mos, através do diagnostico, o

momento da vida da criança em que se iniciam os problemas de

aprendizagem. Para intervenção faz muita diferença constatarmos que a

dificuldade de aprendizagem se iniciam com o ingresso na escola pois pode

ser um forte indicio de que a problemática tenha como causa fatores

intraescolares. Há portanto, a possibilidade deste problemas não se

deverem exclusivamente a escola, mais que outros aspectos, como, por

exemplo, a dinâmica familiar, possam ser determinantes na questão. Como

por exemplo, o caso da mãe superprotetora, por excesso de preocupação,

que, sitomático, pode atrasar aquisições fundamentais, como, andar, falar,

comer, etc. tal fato não isenta a escola de sua responsabilidade frente `a

dificuldade escolar, mas não podemos deixar de lado a importância de um

trabalho junto à família.

No diagnostico psicopedagógico, alem de entrevistas, utilizam-se

provas psicomotoras provas de linguagens, provas de níveis mental, provas

pedagógicas, provas de percepção, provas projetivas e outras, conforme o

referencial teórico adotado pelo profissional. A observação, em todas as

etapas ou provas diagnosticas, é de fundamental importância para precisar

melhor o quadro do problema e processamento do tratamento.

Mais importante que os instrumentos utilizados é a postura do

profissional frente à mensagem do cliente, as expressões consistentes

naquilo que é a produção do sujeito, para, a partir da leitura desses símbolos

e representações, poder compreende –lo naquilo que é realmente o seu ser

escamoteado, camuflado pelos seus problemas.

38

CAPITULO III

ABORDAGEM PSICOPEDAGÓGICA DA

APRENDIZAGEM

3.1 – A teoria do vínculo e aprendizagem

A aprendizagem ajuda o homem a economizar energias na tentativa

de resolver os conflitos cognitivo-afetivos que lhe são propostos pelo meio.

Jorge Visca conceitua a aprendizagem em função de uma perspectiva

integradora, a Epistemologia Convergente.

Para explicar a inteligência ele segue as investigações de Jean

Piaget, na escola de Genebra, que afirma que ela não é inata nem

adquirido, mas é o resultado de uma construção que resulta da interação

das pré-condições do sujeito e as circunstâncias do meio social.

A criança passa por níveis sucessivos do seu desenvolvimento

mental: o da inteligência sensório-motora de zero à dois anos, o da

inteligência pré-operatória que vai dos dois ao sete ou oito anos, o da

inteligência operatória concreto que se estende dos sete ou oito anos aos

onze ou doze anos, e o ultimo nível, o da inteligência hipotética dedutiva que

inicia aos onze ou doze anos e culmina aos quinze anos.

Também foram objetos de estudo da escola de Genebra as

manifestações emocionais que representam interesse da psicanálise e

revelou a existência de vínculos afetivos positivos e negativos do sujeito com

objetos e situações, que podem assumir diferentes intensidades e se

orientar em estruturas de conduta e personalidades, ou esquemas de reação

com menor ou maior grau de estabilidade.

39

Os vínculos de um sujeito podem ser estudados em relação a duas

perspectiva: uma histórica e outra a- histórica. A histórica destaca a gênese

e a evolução das reações vinculares. De acordo com ela interessam os

primeiros contatos com a figura materna que colaboram na construção de

uma reação afetiva e nas situações posteriores, que ao longo da vida podem

modificar-se positiva ou negativamente. A perspectiva a-histórica

complementa a anterior e centraliza o interesse em um corte transversal que

vem dos vínculos anteriores e focaliza o interesse presente.

A aprendizagem normal é considerada como um processo de

adaptação ativa através do qual o sujeito, frente a uma determinada

situação, recebe os estímulos e os incorpora a esquemas de conduta que

resultaram efetivos em situações similares, modificando tais esquemas com

o fim de produzir uma conduta adequada a situações presentes. Ele é

concebida como uma construção, que depende dos aspectos energéticos e

estruturais e implica em uma tematização.

Apesar de possuir continuidade genética na sua evolução observam

se diferenças qualitativas que são identificadas em quatro níveis: a

protoaprendizagem (aprendizagem das primeiras relações vinculares), a

deuteroaprendizagem (apreensão da cosmovisão do grupo familiar), a

aprendizagem assitemática (ou aquisição de técnicas e recursos que

permitem o desempenho da comunidade) e a aprendizagem sistemática que

se da na interação com reativos selecionados que a sociedade vincula

através de instituições educacionais do nível primário, médio e superior.

As barreiras da aprendizagem se configuram em três grandes classes

de obstáculos: o obstáculo epistemofilico, o epistêmico e o funcional.

O obstáculo epistemofilico consiste em uma falta de amor pelo

conhecimento que se pode surgir em três tipos de configurações afetivas:

resistência a aprender por temor à indiscriminação do que se sabia e do que

40

se vai adquirir, medo ao ataque dos conhecimentos já dominados pelos

novos e ainda o medo de perder o já adquirido.

O obstáculo epistêmico diz respeito à limitação do conhecimento pela

restrição que o grau, ou nível de construção das estrutura cognitiva impõe à

apreensão da realidade.

O obstáculo funcional inclui tanto as diferenças funcionais (

homogeneidade e heterogeneidade entre as distintas formas de

pensamento, as oscilações, a assimilação ou a acomodação) quanto a

alteração de funções dos métodos psicométricos tradicionais.

3.2 – A integração família-escola

Uma das mais notáveis mudanças da sociedade Ocidental

contemporânea relaciona-se com os papeis parentais nas sociedades

capitalistas industrializadas que exige cada vez mais a participação de cada

um no sistema produtivo. Inclui também uma maior participação das

mulheres no mercado de trabalho, com a conseqüente necessidade de

maior divisão das responsabilidades de criação de filhos e provimento da

família, deixando se a educação cada vez mais a cargo dos sistemas extra-

familiares como a creche à qual a criança chega cada vez mais cedo.

Assim, espera se que a escola cumpra funções socializadoras alem

da preparação para a complexibilidade da vida moderna. As expectativas em

relação os desempenho escolar aumentam e assumem maior importância na

vida da família.

É comum os pais procurarem uma escola pela oportunidade que

oferece em termos de uma boa escolarização refletidas no resultados que

poderá obter futuramente desses alunos na Universidade.

41

Essa situação existe e reflete na grande maioria das vezes ansiedade

dos pais em poder assegurar aos filhos uma boa posição na vida. Neste

sentido, a escola então assume uma preponderância da vida de pais e filhos.

É como se o sucesso escolar indicasse o sucesso dos pais.

Sabendo se que depois da família, é na escola que as crianças

permanecem mais tempo e, dadas as suas respectivas características e

funções, as relações entre esse dois sistemas é de fundamental importância

para evitar dificuldades, crises e estresse de todos.

Compreende se, então que não compete apenas à escola a função d

educa, mas também à família e se esta hoje tem a sobre carga da vida

moderna ( trabalho da mãe alem do pai, falta de cuidado substituto para os

filhos) deve se lembrar que não é tempo que se está junto com os filhos mas

é a maneira como se estabelece a relação com eles que importa.

Os filhos precisam acreditar que podem contar com os pais quando

necessário, estejam eles aonde estiverem. Os pais devem ter uma parte de

seu tempo e de lazer reservado para dispensar a atenção ou fazer um

programa com eles; os limites tem que ser estabelecidos com flexibilidade e

justeza, sem culpas ou necessidades compensatórias, assim pode se

esperar menor probabilidade de problemas.

A função da escola analogamente à familiar é criar u contexto real de

aprendizagem entre seus membros (administradores, orientadores,

professores e alunos) onde se observam interções instrutivas cujo resultado

é o aumento da competência dos estudantes a par com o seu

desenvolvimento em quanto pessoa.

Para que haja um entendimento entre ambas é necessário que a

escola faça uma exposição clara sobre a sua filosofia e de seus objetivos

estabelecendo-se uma relação dialógica com base em uma aceitação de

princípios de parte a parte, evitando se assim possíveis mal traço

42

entendidos, falsas expectativas e exigências descabíveis. Por outro lado o

contato com a família possibilita aos educadores o conhecimento do

conceito que os pais tem de seus filhos e trabalho a partir dessa

constatação.

3.3 – A prevenção das dificuldades escolares

A aprendizagem é um fenômeno complexo cujos distúrbios podem ser

atribuídos a nenhum fator determinante, mas pode ser o resultado da

concorrência de uma serie de fatores: orgânicos, psicogênicos e ambientais.

Esta noção de aprendizagem supõem um sujeito constituído em

identidade e autonomia, que seja o agente de apropriação do conhecimento

e da construção do saber, que assimile o objeto quando o organiza de

forma significativa em termos de especo, tempo e causalidade.

Cabe à escola conhecer o modelo de aprendizagem de cada aluno a

partir da analise dos aspectos orgânicos, cognitivos, afetivos e sociais,

buscando compreender quais são seus interesses emotivações, o que já

conhece e como se utiliza do que conhece, que recursos mobiliza.

Isto significa identificar o que pode servir de entrave ou de reforço

para a ação educativa; permite também discriminar dificuldades geradas na

escola e aquelas que já acompanham a criança, antes da fase escolar, com

a preocupação em colaborar na sua solução.

Deve se levar em conta nesta parte de prevenção, os procedimentos

de avaliação utilizados no cotidiano da sala de aula que, por não levarem em

consideração o processo de construção do conhecimento, acabam por

valorizar, a penas ou demasiadamente, o produto final, como expressão

cabal e definitiva do que o aluno aprendeu. Desprezam se elementos

fundamentais como métodos de ensino, a qualidade da relação professor-

aluno, os objetivos e a ideologia da instituição.

43

No mundo atual esta problemática tem origem cada vez mais cedo,

por que as crianças estão começando muito cedo chegando á educação

formal na pré-escola. A visão histórica devida acumulada por elas precisa

ser pesquisada principalmente as perdas, morte de pessoas queridas,

mudança de casa, de escola, separação dos pais. É preciso dar lhes

atenção especial em sala de aula, não só em situações normais de ensino

como nas de avaliação da aprendizagem.

O desrespeito ao ritmo próprio da criança na construção da leitura e

da escrita pode gerar tanta ansiedade que as dificuldades surgidas podem

estancar o processo. Os próprios pais podem provocar estas situações

quando introduzem exercícios alternativos que se chocam com a orientação

recebida na escola.

Quando a família tema possibilidade social e econômica de escolher a

escola ideal para o filho deve faze-la refletindo sobre seguintes pontos: a

ideologia e filosofia educacional e a formação religiosa oferecida. Deve

também observar a necessidade de participar da vida escolar do filho

sempre que possível e avaliar o tamanho e a organização da escola

considerando a personalidade da criança.

44

CAPÍTULO IV

ALGUMAS PROPOSTAS DE TRABALHO

Percebendo se que o resultado desta pesquisa levanta uma

modalidade de fracasso escolar externo à estrutura familiar e individual do

que fracassa, surge a necessidade da atuação do psicopedagogo no que se

refere à organização de planos preventivos, assim como na intervenção

imediata nos problemas existentes nas escola.

Estes devem estar calcados em conscientizar o professor para que

possa ensinar com prazer, permitindo que os alunos aprendam, também,

com prazer. Uma vez existindo o problema, cabe ao psicopedagogo ajudar

através de indicações adequadas, assessorando à escola na construção de

um espaço de aprendizagem expressivo e positivo.

“O problema de aprendizagem relativo, “ ao contrario

afeta ao aprender do sujeito em suas manifestações,

sem chegar a atrapalhar a inteligência: geralmente

surge a partir do choque entre o aprendente e a

instituição educativa que funciona expulsivamente.

Para atende-lo e aborda-lo, devemos apelar à situação

promotora do bloqueio. O não-aprendiz não requer

tratamento psicopedagógico, na maioria dos casos. A

intervenção do psicopedagogo dirigir se à

fundamentalmente a sanear a instituição educativa

(metodologia-ideologia-linguagem-vínculo). (1991

p.82)

Buscando se prevenir e/ ou intervir para que um problema relativo não

dê lugar a um sintoma, seguem algumas propostas de trabalho.

45

Em qualquer sala de aula podem se encontrar uma variação na

velocidade de aprendizagem por parte dos alunos. O ensino adequado para

grande parte das crianças podem ser inadequado para os mais lentos e os

mais rápidos. Neste caso, o professor deve fazer uma mesclagem de

atividades do grupo e individuais, de forma que possa averiguar em que

circunstancias são mais rápidos ou mais lentos, a fim de lhes dar assistência

particular.

Insentivá-los a expressar os próprios pensamentos pode auxiliar no

aumento de maturidade e segurança por parte do aluno.

As crianças, cujas as perguntas são respondias continuarão a ter uma

mente inquisitiva, o que ajuda no aprender. Naturalmente já possuem o

sentido da curiosidade, o que seve ser mantido e não reprimido. Tal estimulo

leva à busca, ao querer aprender facilitando as novas descobertas e a

quebra de barreiras.

Muitos professores prefeririam ensinar a uma criança com

dificuldades que quisesse aprender a uma normal que não o quisesse: na

verdade todas as crianças querem aprender, mas freqüentemente não

querem aprender o que os professores quer ensinar. É preciso interligar o

conteúdo programático ao cotidiano delas, buscar saber, o que já ouviram

falar a acerca do assunto em pauta, mostrar interesse em ouvir o que trazem

de novo.

É preciso motivar para se atingir o alvo de forma certeira; é preciso

dialogar. Caso contrario haverá um gasto de energia, já que esta sendo mal

utilizada, possivelmente resultará em um fracasso escolar.

A situação descrita anteriormente normalmente leva ao professor a

fazer um julgamento errado do aluno, já que ele tem por base apenas o

rendimento escolar demonstrado. Se está havendo um rendimento

46

insatisfatório, é crucial que se encontre o ponto em que ele se situa e tentar

retirar do individuo um comportamento inteligente.

Entretanto essa volta por cima só poderá ocorrer se o professor

interagir com o aluno, tornando se capaz de reconhecer o que inibe a

recepção da sua mensagem na situação de aprendizagem.

A criança, em quanto aprendiz, pode ser comparada a um turista em

uma cidade que não conhece. Tudo lhe chama atenção, ms ele não sabe

para que e quando olhar. Se há a presença de um guia, o reconhecimento

da área se tornará mais fácil pois este ressaltará os pontos importantes.

Assim deve ser o professor: agir como um guia que orienta na aquisição do

novo, que se comunica com o publico para saber o que quer conhecer e

indicar o que é imprescindível, capacitando o a orientar se por si mesmo no

futuro.

4.1 – O prazer de aprender – o uso de jogos

um procedimento muito eficiente na avaliação psicopedagógica da

criança dos sete aos onze anos consiste no jogar com ela, isso dando

continuidade á sua integração com o universo das brincadeiras que, côo foi

dito anteriormente, é uma fase importantíssima para a vida escolar.

O jogo permite ao psicopedagogo reconhecer e compreender o

mundo inteiro da criança, as transferências positivas e negativas, as

necessidades, as ansiedades básicas e os macanismos que estão na base

das relações. Permite ainda reconhecer a fantasia inconsciente de sua

enfermidade bem como de cura. Através da atividade lúdica ela expressa

seus conflitos, o que possibilita ao psicopedagogo reconstruir seu passado

para avaliar a normalidade do processo de desenvolvimento.

47

O trabalho realizado com o jogo pode ainda ajudar a recuperar o

prazer perdido de aprender e a autonomia do exercício da inteligência. Os

jogos combinam sorte e aptidão intelectual e permitem simbolizar as

viciseitudes que acarretam mudanças impostas na vida. A utilização dos

jogos de regras é uma forma de canalizar produtivamente os impulsos

tirando proveito e dando lhes vazão sem perder o controle sobre eles.

É importante ressaltar também que a criança transfere suas

experiências boas ou ruins para o jogo, daí dever-se respeita a hora em que

ela não quer jogar mais, esta informação pode trazer ao psicopedagogo

indicações para resgatar o prazer do aprender.

Pelas oportunidades que oferece para a observação do

comportamento infantil, é preciso compreender o lugar que ele ocupa na

pedagogia ou na psicopedagogia, permitindo o desenvolvimento afetivo,

motor, cognitivo, social e moral e a aprendizagem de conceitos para assim

poder lançar mão de sua utilidade nos trabalhos com a criança.

É considerado por Piaget como uma atividade em que favorece a

assimilição e adaptação, que se reveste de um significado funcional, por

meio do qual a realidade é incorporada pela criança e transformada, quer em

função de hábitos motores (jogo de exercício) constituindo a forma inicial de

jogo no período sensório-motor quer em função das necessidades do eu

(jogo simbólico) do período pré-operatório, quer em função das exigências

de reciprocidade social (jogo de regras).

O jogo de regras possibilita desencadear os mecanismos da

equilibração cognitiva, como um poderoso meio para favorecer o

desenvolvimento e a aprendizagem infantis, por isso é fundamental

favorecer situações educacionais que o permitem, pois é através dele que a

criança assimila as realidades intelectuais, impedindo que estas

permaneçam exteriores à sua própria inteligência.

48

Eles podem ser utilizados na escola ou na clinica como instrumentos

que propiciam o estudo do pensamento da criança, de sua afetividade e de

suas possibilidades de estabelecer relações sociais.

49

CONCLUSÃO

Há alguns anos atrás, a falta de clareza a respeito de problemas de

aprendizagem fazia com que os alunos com dificuldades fossem

encaminhados para profissionais das mais diferentes áreas de atuação.

Pouco a pouco foi se criando a consciência da necessidade de uma

formação mais globalizante e consistente que unisse a ação educacional na

figura de um único individuo, apto para integrar conhecimentos e para atuar

de maneira mais objetiva e eficaz, facilitando o vinculo do aluno com prazer

de aprender e desenvolver se.

A psicopedagogia como área que estuda e lida com o processo de

aprendizagem e suas dificuldades numa ação profissional, deve englobar

vários campos do conhecimento, integrando os e sintetizando os.

A família e a escola, cada uma com suas funções psicológicas e

limitações, atuam na orientação dos jovens. Assim, essas instituições devem

assumir suas responsabilidades para que os sujeitos interajam uns com os

outros, tão adequadamente quanto possível, fazendo com que suas tarefas

educativas e sociais sejam desempenhadas com êxito.

O jogo e a brincadeira são considerados poderosos no auxilio ao

trabalho com a criança em qualquer faixa etária. Através deles, o

psicopedagogo poderá constatar e até solucionar varias situações de vida

familiar e escolar, contando com as possíveis revelações que a criança

transferir, o psicopedagogo deve estar sempre atento em quanto estiver

realizando estes trabalhos.

A psicopedagogia vincula a família as situações da historia do

educando e ao contexto educacional, estimulando as aprendizagens e as

experiências que envolvem os aspectos integradores nas áreas emocional,

cognitiva, social e cultural, aos quais o modelo de aprendizagem é

50

dinamizado, ajudando a criança e o jovem a se tornarem socialmente bem

ajustados, profissionalmente competentes e cidadãos éticos.

51

ANEXOS

Índice de anexos

Anexo 1 >> Atividade extra-casse; CENTRO CULTURAL BANCO DO

BRASIL, exposição África.

Anexo 2 >> Atividade extra-casse; RIO CENTRO, Feira da Providencia. Anexo 3 >> Atividade extra-casse; CENTRO CULTURAL BANCO DO

BRASIL, Fotógrafos brasileiros.

Anexo 4 >> Atividade extra-casse; ESPAÇO CULTURAL DOS CORREIOS, As charges de Chico Caruso.

52

ANEXO 1

53

54

55

56

ANEXO 2

57

ANEXO 3

58

59

ANEXO 4

60

61

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

BVARONE, L.M.C., CAMPOS, M.C.M., MENDES, M.H. Psicopedagogia:

contextualização, formação e atuação profissional. Porto Alegre: Artes

Médicas, 1992

BARONE, L.M.C; ROSSA, E.M.M; RUZINSTEIN, E; SCOZ, B.J.L.

Psicologia: o caráter interdisciplinar na formação e atuação profissional.

Porto Alegre: Artes Médicas 1992.

BOSSA, N. A. A Psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática.

Porto Alegre: Artes Médicas 2000.

COREDIRO, L.R.L. A importância do psicopedagogo no restabelecimento

de uma relação diaiogal no processo de ensino aprendizagem. Rio de

Janeiro: DP&A, 1997.

FERNANDEZ, A . A inteligência aprisionada: Abordagem psicopedagógica

clinica da criança e sua família. Porto Alegre: Artes Medicas, 1991.

PIAGET, J. A linguagem e o pensamento da criança. 3 ed. Rio de Janeiro:

Fundo de Cultura, 1973.

SCOZ, B. J. L, BARONE, L.M.C., CAMPOS, M.C.M. e MENDES, M.N.

Psicopedagogia: contextualização, formação e atuação profissional. Porto

Alegre: Artes Médicas, 1992.

VISCA, J. Psicopedagogia: novas contribuições. São Paulo: Nova Fronteira,

1991.

Weiss, M. L. L. Psicopedagogia C´linica: uma visão diagnostica. Rio de

Janeiro: DP&A, 1997

62

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 9

CAPÍTULO I

FUNDAMENTOS PSICOPEDAGÓGICOS

1.1 - Histórico

1.2 – O objetivo de Estudo da Psicologia

1.3 – A psicopedagogia na Instituição de Ensino

1.4 – Princípios Teóricos Norteadores

CAPÍTULO II

CAMPO DA ATUAÇÃO PROFISSIONAL

2.1 – o psicopedagogo no contexto educacional

2.2 – Diagnóstico Psicopedagógico

2.3 – O psicopedagogo Clínico

CAPÍTULO III

ABORDAGEM PSICOPEDAGÓGICA DA APRENDIZAGEM

3.1 – A teoria do vínculo e aprendizagem

3.2 – A integração família/escola

3.3 – A prevenção das dificuldades escolares

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12

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38

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2

3

4

5

6

7

9

63

CAPÍTULO I V

ALGUMAS PROPOSTAS DE TRABALHO

4.1 – O prazer de aprender – o uso de jogos

CONCLUSÃO

ANEXOS

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

ÍNDICE

FOLHA DE AVALIAÇÃO

44

46

49

51

61

62

64

64

FOLHA DE AVALIAÇÃO

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PROJETO A VEZ DO MESTRE

POS GRADUAÇÃO “Lato Sensu”

Autor: Christian Kelly do Nascimento Silva

Data da entrega: 27 de março de 2004

Avaliado por: _________________________________________________

Conceito Final: _______________________________________________

______________________, _____ de ____________________ de ________