UMA ABORDAGEM HISTÓRICA DAS TEORIAS DA ORIGEM E · 2018. 4. 26. · UMA ABORDAGEM HISTÓRICA DAS...
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UMA ABORDAGEM HISTÓRICA DAS TEORIAS DA ORIGEM E
EVOLUÇÃO DO UNIVERSO PARA O 8º ANO
Shyrleine Aparecida Pedrota Tinti1
Maria Auxiliadora Milaneze Gutierre2
RESUMO: Neste estudo estão apresentados os resultados da implementação da produção didática com os alunos do 8º ano, atendendo ao disposto nas Diretrizes Curriculares da Educação Básica – Ciências do Estado do Paraná (DCE). A escolha do tema “Origem e Evolução do Universo” justifica-se pela constatação da dificuldade de encontrar subsídios didáticos para trabalhá-lo em sala de aula, bem como a necessidade de oportunizar ao aluno, condições de conhecer a trajetória humana, no tema, e suas aplicações e consequências no cotidiano. O objetivo desta proposta de intervenção didática foi reconhecer as condições que cada povo considerou para que, naquele momento de sua história, considerasse certos pensamentos como certo e abandonassem o que julgavam como errado, contextualizando a trajetória humana desses últimos milênios, sobre a Origem e Evolução do Universo. Foram realizadas revisões bibliográfica em livros, artigos científicos e sites oficiais, afim de selecionar materiais didáticos a serem utilizados na implementação didática, no total de 49 horas aula. Para a implementação pedagógica, no início de cada aula foi lançada uma questão aberta relacionada ao tema em pauta, para se avaliar a percepção prévia dos alunos, e ao final da aula, repetiu-se a mesma questão, após explanação didática do tema. As respostas foram analisadas individualmente, transcritas e transformadas em porcentagens. Notou-se uma forte influência da religião cristã em considerável parcela das respostas obtidas quanto à criação do Universo, e que ocorreram melhoras, na maioria das vezes significativas, nas respostas de muitos alunos em relação ao tema, enquanto que uma parcela de alunos pouco participou e/ou não se sentiu motivada durante as atividades.
PALAVRAS-CHAVE: Construção do saber científico; Nascimento da ciência; Big Bang; Astronomia.
INTODUÇÃO
O ensino de Astronomia, que é a ciência que estuda o universo, o espaço
sideral e os corpos celestes, buscando analisar e explicar sua origem, seu
movimento, sua constituição e seu tamanho, desperta interesses em todos os tipos
de públicos, não só de hoje, mas desde a Antiguidade.
A busca pela compreensão do Universo vem auxiliando o desenvolvimento
humano nas mais diversas áreas. Inicialmente, a astronomia auxiliou a agricultura
pois previa as estações do ano, o tempo das chuvas, das secas e das enchentes,
1 Professora da Rede Pública do Estado do Paraná – PDE 2016. [email protected] 2 Professora Doutora da UEM – Orientador PDE 2016. [email protected]
orientando o plantio e os modos de vida dos povos antigos. Atualmente, o estudo da
Astronomia contribui com pesquisas nas áreas das ciências espaciais, da
meteorologia, das telecomunicações, das geociências e da saúde, permitindo o
desenvolvimento de aparelhos para exames de alta complexidade, cirurgias,
tratamento e diagnóstico de tumores.
A trajetória em busca da resposta “De onde viemos e como tudo começou” é
longa, e ainda não chegou ao fim, mas os estudos a ela relacionados, nas áreas da
Física, a Química, a Biologia, a Geologia, a Matemática, a Meteorologia, entre
outras, trouxeram inúmeros benefícios a toda a humanidade. Entretanto, muitas
vezes, o tema não é tratado com a devida importância no espaço escolar,
acarretando na perda de oportunidades de conhecer a trajetória do conhecimento
científico produzido ao longo do tempo.
Este artigo apresenta o trabalho realizado com os alunos do 8º ano do Ensino
Fundamental, do Colégio Estadual Vila Alta, município de Alto Paraiso, NRE de
Umuarama (PR), com a temática: Teorias da Origem e Evolução do Universo.
Os conteúdos foram selecionados a partir da constatação da dificuldade de
encontrar subsídios teóricos e pedagógicos para trabalhar com o conteúdo em
questão, além de ser assunto que aguça a curiosidade de todas as faixas etárias.
É importante que os alunos tenham oportunidade de conhecer detalhes do
longo e tempestuoso caminho percorrido pelo homem até os dias atuais, sobre as
principais teorias da origem e evolução do Universo: as descobertas, as verdades,
os equívocos, suas contribuições para os avanços tecnológicos que temos
disponíveis e as possibilidades para o futuro. Em tempo, que o aluno perceba que a
ciência, apesar de ter evoluído de forma considerável, ainda não pode sanar todas
as dúvidas e nos dar todas as respostas em relação ao tema em questão.
O estudo da astronomia, mais especificamente o estudo das teorias da
Origem e Evolução do Universo, oportuniza o desenvolvimento de uma ampla visão
do Universo que nos cerca, bem como a compreensão da relação das tecnologias
disponíveis e os avanços do conhecimento sobre a estrutura e organização do
Universo. Oportuniza também a interação com várias disciplinas escolares e
principalmente, oferece oportunidade para que se possa perceber, que a construção
do conhecimento não ocorre de forma imediata e definitiva, mas é resultado de
muita dedicação aos estudos.
No contexto acima, objetivou-se verificar os conhecimentos prévios e pós
intervenção didática dos alunos do 8º ano do ensino fundamental, em relação ao
tema Origem e Evolução do Universo.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Como surgiu o Universo? Essa é uma das mais antigas questões que o ser
humano tentou, e ainda tenta, encontrar a resposta. A busca por essa resposta
levou ao desenvolvimento da cosmologia: ramo da astronomia que estuda a
estrutura e a evolução do universo em seu todo, preocupando-se tanto com sua
origem quanto com sua evolução.
Alguns autores afirmam que a busca pela resposta da questão “De onde
viemos e como surgiu o Universo”, contribuiu e contribui para o desenvolvimento de
diversas áreas:
A astronomia é considerada uma ciência que desperta o interesse e a curiosidade das pessoas e ainda favorece o desenvolvimento de outras características transversais à Astronomia, tais como: melhoria na capacidade de cálculos matemáticos, comparação e classificação de objetos ou eventos, comunicação, experimentação, exploração, imaginação, mediação, observação, organização, raciocínio lógico, aplicação, avaliação, dedução, descrição, interpretação, manipulação de instrumentos e reconhecimento de pré-conceitos, ou concepções alternativas, o que contribui para todas as outras disciplinas (BATISTA e FUSINATO, 2016, p. 7).
Frederico (2013, p. 32) afirma que desde tempos remotos, o homem buscou
construir ferramentas e objetos que lhe proporcionasse melhores condições para
transformar a natureza e facilitar ações de seu cotidiano. Como exemplo, estão
diversos equipamentos e meios de comunicação atuais: computadores, projetores
de imagem, internet, vídeos, filmes e outros, os quais possibilitam um significado
maior para o ensino e, consequentemente, para a aprendizagem.
Nas escolas da rede pública do estado do Paraná, o tema “Origem e a
Evolução do Universo” é atribuído ao 8° ano do Ensino Fundamental, como
Conteúdo Básico, dentro do Conteúdo Estruturante: Astronomia. Para esse
conteúdo, é expresso nas Expectativas de Aprendizagem, que os alunos
compreendam os modelos científicos que abordam a Origem e a Evolução do
Universo e relacionem as teorias e sua evolução histórica.
De acordo com as DCE, é necessário ao professor de Ciências alguns
entendimentos, como descrito nas Diretrizes Curriculares da Educação Básica do
Estado do Paraná (PARANÁ, 2008, p. 61): conhecer a história da ciência, conhecer
os métodos científicos empregados, conhecer as relações conceituais,
interdisciplinares e contextuais, conhecer os desenvolvimentos científicos recentes e
saber selecionar os conteúdos científicos escolares adequados ao ensino, possibilita
um processo de ensino-aprendizagem mais significativo, diminuindo a lacuna entre a
escola e a vida de cada um.
Ainda de acordo com as Diretrizes Curriculares da Educação Básica
(PARANÁ, 2008, p. 40 e 41), a disciplina de Ciências tem como objeto de estudo o
conhecimento científico que resulta da investigação da Natureza, entendida como o
conjunto de elementos integradores que constitui o Universo em toda a sua
complexidade. Tal conhecimento proporciona ao ser humano uma cultura científica
com repercussões sociais, econômicas, éticas e políticas.
Considerando o proposto no referido documento e a aprendizagem
significativa, o aluno tem direito de compreender que:
A astronomia é uma amostra prática desta interdisciplinaridade e está ligada à evolução tecnológica, por exemplo, o desenvolvimento de antenas, espelhos, telescópios, vem permitindo o monitoramento do espaço e da própria Terra, facilitando a pesquisa nas áreas das ciências espaciais, meteorologia, telecomunicações e geociências, além de colaborar com as correções de alguns problemas oftalmológicos (LUIZ, 2010, p. 2).
Ainda como cita Luiz (2010, p. 2) a astronomia vai além dos corpos celestes,
pois sensores de luz fraca e infravermelha foram desenvolvidos a partir de
pesquisas astronômicas, sendo utilizados para diagnóstico de tumores e na indústria
de semicondutores. Cita ainda que detectores de raios-X, inicialmente usados para
fins astronômicos, atualmente o são nas pesquisas biomédicas e nas ciências dos
materiais, sendo utilizados para reconhecer as estruturas e planos de orientação das
moléculas. A constante utilização de imagens de raios-X permitiu à NASA o registro
de uma patente de um microscópio de raios-X utilizado em neonatologia, cirurgia
geral e diagnose de lesões desportivas.
Batista e Fuzinato (2016, p. 13) ressaltam que o ensino de astronomia pode
ser utilizado como um fio condutor para a ciência, capaz de ampliar, viabilizar e
colaborar para a apresentação e compreensão dos conhecimentos científicos,
possibilitando uma formação crítica e reflexiva para a plena participação do cidadão
na sociedade em que vive.
Essa longa trajetória de reconhecimento das teorias da origem do Universo
teve início na curiosidade e necessidades humanas, considerando o conhecimento
que possuíam:
A Astronomia começou por ser fundamentalmente utilitária e as suas aplicações imediatas destinavam-se a satisfazer as necessidades prementes da humanidade: para a agricultura, base da subsistência, era vital determinar o início das estações do ano, prevendo as épocas mais adequadas para as sementeiras; as cerimônias e rituais religiosos (tal como ainda hoje sucede com a Páscoa) tinham de ser realizados em épocas próprias, que exigiam preparação antecipada (LUIZ, 2010, p. 1).
Pode-se constatar que, em cada época, em cada momento histórico, o
homem tenta elaborar resposta para suas perguntas, de acordo com o que necessita
saber. Gleiser (2014, p. 31) afirma que a religião e a mitologia buscam explicar o
desconhecido com o desconhecível, enquanto a ciência busca explicar o
desconhecido com o conhecível.
Podemos verificar que nesta viagem pela história humana, em relação ao
conhecimento do Universo, pequenas descobertas levaram séculos e séculos para
serem reveladas, mas nos últimos anos, com o advento da tecnologia moderna, a
cada momento podemos constatar algo novo. Muito se conhece sobre nosso
Universo, mas muito ainda há de ser conhecido. Mesmo assim, com todo o aparato
disponível nos dias de hoje, de acordo com Martins:
Há coisas que dependem de medidas [...] e que irão se esclarecendo aos poucos. Mas há coisas que provavelmente escapam a toda investigação científica. A longa história da ciência nos mostra que nossas teorias mudam sempre, que há sempre descobertas inesperadas. Mas isso não desanima os pesquisadores. É exatamente porque falta muito a descobrir que a ciência é tão fascinante (MARTINS, 1997, p. 176 e 177).
METODOLOGIA
A proposta foi implementada na rede pública de Ensino, no Colégio Estadual
Vila Alta - Ensino Fundamental e Médio, no município de Alto Paraíso (PR),
pertencente ao NRE de Umuarama, para os alunos do 8º ano do Ensino
Fundamental, correspondente a uma das etapas do PDE (Programa de
Desenvolvimento Educacional) do Estado do Paraná. Para o desenvolvimento das
atividades foram utilizadas 49 aulas no primeiro semestre de 2017.
Na primeira etapa desse estudo, foram realizadas revisões bibliográfica em
livros, artigos científicos e sites oficiais, afim de selecionar os materiais didáticos a
serem aplicados em sala da aula. Os documentários e recortes de filmes
selecionados foram assistidos pelos alunos, e alguns, atendendo a pedidos, por
mais de uma vez, utilizando a TV Pen drive disponível nas salas de aula, com
destaque para a série Poeira das Estrelas: Parte 01 - “O começo de tudo”, Parte 02 -
“Nascimento da ciência”, Parte 03 - “Uma Nova Astronomia”, Parte 04 - “Assim na
Terra como no Céu”, Parte 5 - “A Expansão do Universo”, Parte 6 - “Big Bang” e
Parte 7 - “O Nascimento das Estrelas”, além do episódio da série Cosmos: “Uma Voz
na Sinfonia Cósmica” - Parte 4, “Astronomia – Big Bang”, “Planeta Tierra Micro y
Macro Cosmos”, “Como Aristarco mediu a distância entre a Terra e a Lua?” e
recortes do filme “1492 A Conquista do Paraíso” e “O Dia do Amigo Amicíssimo”.
As leituras on line foram realizadas no laboratório de informática do Colégio
Estadual Vila Alta, acessando os computadores locais, sendo muito utilizada a
versão on line do livro “As Teorias da Origem e Evolução do Universo”, de Roberto
de Andrade Martins. Na ausência da internet, os textos foram apresentados
utilizando o projetor multimídia. O software Stellarium também foi analisado pelos
alunos com auxílio do projetor multimídia, cujo aplicabilidade permite a visualização
do céu, as estrelas, constelações, pontos geográficos e celestes, a hora e
localização de astros, nos moldes de um planetário, levando o aluno a refletir sobre
o que nossos olhos veem e o que há além do que podemos ver, de modo a analisar
as condições e informações que temos hoje sobre o Universo e as condições que os
povos de outros momentos históricos tiveram para chegar as conclusões que
chegaram.
Momentos para debates, discussões e questionamentos estiveram
constantemente presentes. Também ocorreram registros das opiniões por escrito,
construções de mapa conceitual, resolução de atividades, construção de paródias
abordando o histórico da busca pela Origem e evolução do Universo, elaboração de
cartazes ilustrando os mitos sobre a origem do Universo e apresentações orais de
alguns assuntos. De modo a valorizar a compreensão dos textos escolhidos, e como
estratégia de leitura, os textos foram lidos várias vezes, com tempo para pausas e
comentários. Em adição, no momento da leitura foram lançadas questões orais
sobre o que se acabou de ler, e a busca por lembranças e sequências de
acontecimentos relatados nos textos. Esse recurso foi aplicado várias vezes, pois na
execução da implementação didática, as atividades de leitura foram solicitadas
constantemente.
No início da maioria das aulas da implementação didática pedagógica, foi
lançada uma questão aberta sobre o tema abordado, para que se pudesse ter a
percepção do conhecimento prévio dos alunos sobre o assunto a ser estudado, com
a identificação do aluno. No final de cada uma dessas aulas, a mesma questão foi
reaplicada, para que os alunos pudessem expressar os conhecimentos obtidos na
aula que acabou de participar, totalizando 18 questões. As respostas foram
analisadas individualmente, transcritas e transformadas em porcentagens, tendo em
vista que o número de alunos presentes não foram constante em todas as aulas.
Os pais e responsáveis dos alunos da turma em questão, assinaram um
termo de consentimento, dando permissão à professora responsável pela
implementação didática a utilizar as respostas elaboradas pelos alunos para análise
dos resultados e construção do artigo em questão. A assinatura do termo de
consentimento se deu após uma reunião específica nas dependências do
estabelecimento de ensino onde foi aplicado a implementação, com a participação
da equipe diretiva, pais e a professora, onde foi prestado os devidos
esclarecimentos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Conforme verificado na Tabela 1, mesmo antes da introdução do assunto
“Como surgiu o Universo”, 53% dos alunos já detinham algum conhecimento sobre a
teoria do Big Bang, embora 27% deles a atribuíssem ao ser supremo, Deus. Após a
intervenção didática, 72,5% dos alunos afirmaram que o Universo surgiu através do
Big Bang, mas 11% dos alunos ainda continuaram atribuindo a criação do Universo
a Deus, indicando a forte presença da religião também nessa área de conhecimento
(Tabela 1). Tal fato tem por base a predominância da religião Cristã na região de
Umuarama (PR). Na teologia católica, conforme descrito na Bíblia e contextualizado
por Madeira (2007, p. 56-57), Deus participa da criação como um agente integrador,
como por exemplo, ao tomar a decisão benevolente ao criar o Universo.
Inicialmente, 5% dos alunos citam a propagação de partículas, referindo-se as
partículas subatômicas formadoras dos primeiros tipos de átomos. Esse mesmo
percentual prevalece após a intervenção. Segundo a teoria, a partir do Big Bang
surgiram os primeiros tipos de átomos, mas até sua constituição propriamente dita,
surgiram as partículas subatômicas que, ao se organizar, deram origem aos
primeiros átomos.
O número de ilegíveis e respostas consideradas fora do contexto foram
reduzidas de 10% para 5,5%.
Tabela 1: Respostas obtidas para a pergunta “Como surgiu o Universo?” aplicada aos
alunos do 8⁰ ano do Ensino Fundamental, antes e após a intervenção didática.
Pergunta/Respostas Antes da explanação do conteúdo
programático e respectivas porcentagens.
Após a explanação do conteúdo programático e respectivas
porcentagens.
Como surgiu o Universo?
- Por uma explosão, o Big Bang (53%) - Por Deus (27%) - Deus permitiu o Big Bang (5%) - Propagação de partículas (5%) - Respostas ilegíveis ou fora do contexto (10%)
- Através do Big Bang (72,5%) - Por Deus (11%) - Por Deus e pelo Big Bang (5,5%) - Por evolução das partículas (5,5%) - Respostas ilegíveis ou fora do contexto (5,5%)
Total de alunos 19 18 Fonte: Autora
Na próxima etapa da implementação foi trabalhada a questão de “Quando o
ser humano iniciou a busca pela Origem do Universo”. De acordo com a Tabela 2, o
entendimento errôneo de que tal busca teve início desde a origem da humanidade,
foi reduzido, passando de 37% para 15%, significando que ocorreu a compreensão
do conteúdo, oferecido em sala, por parte dos alunos. É notável o aumento da
compreensão de que essa busca pelo entendimento da origem do Universo teve
início antes de Cristo, passando de 5,25% para 25%, indicando que a caminhada
iniciou-se bem antes da era cristã, não sendo portanto, um fato recente.
Ainda de acordo com Tabela 2, observam-se respostas erradas em mais 10%
dos alunos, ao se referirem ao início da busca da origem do Universo à descoberta
que a Terra era redonda (5%) ou quando o homem descobriu a radiação cósmica
(5%), o que pode estar relacionado à importância dada, pelo professor, a tais
descobertas, conduzindo à fixação de algumas palavras-chave por alguns alunos.
Dez por cento dos alunos afirmam que foi quando surgiu a curiosidade, mas não
destacam o momento ou fatos que tenham sido determinantes para isso.
Nota-se que um grande número de alunos com respostas ilegíveis ou fora de
contexto (15%), mostrando total incompreensão do assunto abordado. Nota-se
também que 15% dos alunos não deram nenhuma opinião, pois deixaram suas
respostas em branco, mesmo após a intervenção. De modo geral, conforme se
observará nas Tabelas a seguir, há um número considerável de alunos que não
responderam às perguntas em sala da aula, ou as responderam fora do contexto. Na
maioria das vezes, estiveram relacionadas aos mesmos alunos, os quais, de modo
geral, apresentam dificuldades no comportamento, apresentam poucos rendimentos
na aprendizagem e atividades escolares em todas as disciplinas, conforme o relato
dos professores e análise dos conselhos de classes realizados no colégio em
questão. O tema insucesso escolar é recorrente nas políticas e discursos
educativos, assim como na análise dos investigadores das “ciências da educação”,
conforme pode concluir Almeida et al. (2007, p. 3629) em Portugal, fato que se
aplica igualmente ao nosso país.
Tabela 2: Respostas obtidas para a pergunta “Quando o ser humano iniciou a busca pela
Origem do Universo?” aos alunos do 8⁰ ano do Ensino Fundamental, antes e após a
intervenção didática.
Pergunta/respostas Antes da explanação do conteúdo
programático e respectivas porcentagens.
Após a explanação do conteúdo programático e respectivas
porcentagens.
Quando o ser humano iniciou a
busca pela Origem do Universo?
- Desde a origem da humanidade (37%) - Há milhões de anos (10,5%) - Quando ocorreu ou quando souberam do Big Bang (21%) - Antes de Cristo (5,25%) - Na Idade Média (5,25%) - Quando inventaram as máquinas (5,25%) - No século XX (10,5%) - Sem resposta (5,25%)
- Desde o início da humanidade (15%) - Há milhões de anos (10%) - Antes de Cristo (25%) - Quando descobriram que a Terra era redonda (5%) - Quando descobriram a radiação cósmica (5%) - Quando surgiu a curiosidade sobre o assunto (10%) - Sem resposta (15%) - Ilegível ou fora de contexto (15%)
Total de alunos 19 20
Fonte: Autora
Nas aulas seguintes ocorreu a contextualização entre mitologia, deuses e a
criação do universo, sendo os alunos questionados quanto à versão da religião no
surgimento do Universo. De acordo com a Tabela 3, percebe-se que inicialmente
5,25% dos alunos citam o “divino” como autor do Universo e 58% dos alunos citam
um Deus ou vários Deuses na criação do mundo de acordo com questão. Após o
trabalho de intervenção em sala, 36% dos alunos aparentemente não assimilaram a
questão, que solicitava do aluno, o conhecimento que ele adquiriu sobre a origem e
evolução do Universo, de acordo com a religião, e 64% citam Deus como o criador
do Universo, permanecendo no mesmo patamar, se consideradas as porcentagens
obtidas antes da intervenção (5,25% e 58%, num total de 63,25%). É notável que no
trabalho com esse tema, não se alcançou êxito na porcentagem que indiquem
avanço na aquisição de conhecimentos sobre o estudado pelos alunos, mas por
outro lado, as respostas incompreensíveis desaparecem, ou seja, todos os alunos
dão opiniões claras, mesmo que em alguns casos, equivocadas.
Tabela 3: Respostas obtidas para a pergunta “De acordo com a sua religião, como surgiu o
Universo?” aplicada aos alunos do 8⁰ ano do Ensino Fundamental, antes e após a
intervenção didática.
Pergunta/Respostas Antes da explanação do conteúdo
programático e respectivas porcentagens.
Após a explanação do conteúdo programático e respectivas
porcentagens.
De acordo com a sua religião, como surgiu o Universo?
- Através do Big Bang e organização dos corpos celestes (21%) - Há milhões de anos (5,25%) - Pela ação divina e Big Bang (5,25%) - Por um Deus ou vários Deuses (58%) - Resposta incompreensível (10,5%)
- Pela organização do Universo depois do Big Bang: corpos celestes, Terra, seres vivos (36%) - Com Deus formando tudo em 7 dias, dias simbólicos (64%)
Total de alunos 19 alunos 19 alunos Fonte: Autora
Na fase seguinte da implementação, os alunos foram questionados sobre a
origem do Universo, de acordo com a Teoria do Big Bang. Conforme o verificado na
Tabela 4, inicialmente, 47% dos alunos atribuem o surgimento do Universo a partir
de uma grande explosão (o Big Bang), 42% dos alunos atribuem que o Universo
surgiu após a explosão (o Big Bang), aos poucos, ou seja, lentamente. Após o
trabalho de intervenção, o número de alunos que continuam afirmando que o fato se
deu apenas a partir de uma explosão cai para 24%, enquanto que 67% dos alunos
relatam mais detalhes sobre o que ocorreu após a explosão do Big Bang. Percebe-
se a influência da religião mesmo após o trabalho realizado em sala, com 4,5% dos
alunos associando o Big Bang à permissão divina. O número de alunos com
respostas iniciais incompreensíveis (11%) diminuiu para menos da metade, se
considerarmos as respostas fora de contexto (4,5%) que aparecem após a
intervenção, com melhorias na participação. Isso mais uma vez comprova as
propostas de Alcará e Guimarães (2007), ao afirmarem que um aluno motivado
procura novos conhecimentos e oportunidades, evidenciando envolvimento com o
processo de aprendizagem, participa nas tarefas com entusiasmo e revela
disposição para novos desafios.
Tabela 4: Respostas obtidas para a pergunta “Como surgiu o Universo, segundo a teoria do
Big Bang?” aplicada aos alunos do 8⁰ ano do Ensino Fundamental, antes e após a
intervenção didática.
Pergunta/Respostas Antes da explanação do conteúdo programático e
respectivas porcentagens.
Após a explanação do conteúdo programático e respectivas
porcentagens.
Como surgiu o Universo, segundo
a teoria do Big Bang?
- De uma grande explosão (47%) - Após uma explosão, aos poucos (42%) - Incompreensível (11%)
- De uma grande explosão (24%) - Após a explosão, com reunião de partículas, formando os corpos celestes lentamente (67%) - Com organização da poeira cósmica do Big Bang e permissão divina (4,5%) - Incompreensível (4,5%)
Total de alunos 19 alunos 21 alunos Fonte: Autora
Na próxima etapa, os alunos foram questionados se nosso planeta sempre foi
como é atualmente. Conforme verificado na Tabela 5, percebe-se que após o
trabalho de intervenção, desaparece a ideia de que nosso planeta sempre foi como
atualmente, tendo 95% dos alunos afirmado que nosso planeta está em evolução e
foi se modificando ao longo dos tempos.
Tabela 5: Respostas obtidas para a pergunta “Nosso planeta sempre foi como é?” aplicada
aos alunos do 8⁰ ano do Ensino Fundamental, antes e após a intervenção didática.
Pergunta/Respostas Antes da explanação do conteúdo
programático e respectivas porcentagens.
Após a explanação do conteúdo programático e respectivas
porcentagens.
Nosso planeta sempre foi como é?
- Foi evoluindo com o tempo (85%) - Sempre foi como é hoje (5%) - Resposta incompreensível (10%)
- Foi evoluindo e se modificado (95%) - Resposta incompreensível (5%)
Total de alunos 20 alunos 21 alunos Fonte: Autora
O índice de respostas incompreensíveis caiu de 10% para 5%. O
envolvimento dos alunos com a atividade foi bastante satisfatório e 95% das
respostas estão dentro do esperado. Percebe-se, como contextualizado por
Lourenço e Paiva (2010, p.2), a motivação do aluno é uma variável relevante do
processo ensino/aprendizagem, na medida em que o rendimento escolar não pode
ser explicado unicamente por conceitos como inteligência, contexto familiar e
condição socioeconômica.
Na aula seguinte, o questionamento feito aos alunos esteve relacionado à
filosofia, já que ela possibilitou outras formas de observar e questionar os dogmas
da época, em que a religião e a mitologia davam as explicações sobre tudo.
Conforme verificado na Tabela 6, após as intervenções em sala de aula 45% dos
alunos passam a considerar a filosofia como algo relacionado à mente, ao raciocínio,
à reflexão e à busca pelo conhecimento, conceitos que não apareciam antes da
intervenção. O dobro de alunos passou a afirmar que a filosofia estuda a sociedade,
o ser humano e as pessoas, se comparado ao anterior à intervenção. Após a
intervenção, 15% dos alunos consideram a filosofia como uma ciência, esse índice
era de 10% e o percentual que considera que a filosofia deu contribuições para
entendermos sobre o Universo passa de 15% para 10%. Ainda conforme a Tabela 6,
após os trabalhos de intervenção 5% dos alunos consideravam que a filosofia trata
de princípios teóricos e 5% considera que se trata do estudo das células, das
partículas subatômicas e átomos. Como se pode perceber, esse último conceito
citado está totalmente fora de contexto do que foi aplicado em sala durante a
implementação desta aula.
Tabela 6: Respostas obtidas para a pergunta “O que é filosofia?” aplicada aos alunos do 8⁰
ano do Ensino Fundamental, antes e após a intervenção didática.
Pergunta Antes da explanação do conteúdo programático e
respectivas porcentagens.
Após a explanação do conteúdo programático e respectivas
porcentagens.
O que é filosofia?
- Deu contribuições para entender sobre o Universo (15%) - São palavras difíceis (10%) - São frases com vários significados (5%) - Estudo do passado (10%) - Ciência que estuda sobre todas as coisas (10%) - São princípios teóricos (10%) - São os estudos da ciência (10%) - Estudo da sociedade (10%) - Expressão do que pensamos (5%) - Fora de contexto (15%)
- Algo relacionado à mente, raciocínio, busca do conhecimento, reflexão sobre todas as coisas (45%) - Estuda a sociedade, o ser humano e as pessoas (20%) - É uma ciência (15%) - Estuda a origem do Universo (10%) - São princípios teóricos (5%) - Estuda as células, os prótons e os átomos (5%)
Total de alunos 20 alunos 20 alunos Fonte: Autora
Numa nova etapa da implementação didática, os alunos foram questionados
sobre as propostas de Aristóteles para a organização e origem do Universo, sendo
apresentadas aos alunos, as contribuições dos principais filósofos daquele período
histórico, sobre uma nova ótica de perceber e aceitar as coisas. Conforme a Tabela
7, inicialmente, 50% dos alunos afirmaram não conhecer nenhuma proposta de
Aristóteles para o Universo, mas após os trabalhos realizados em sala, percebeu-se
que 60% eles assimilaram que Aristóteles afirmou que a Terra era redonda. Ao
mesmo tempo 15% dos alunos afirmaram que Aristóteles defendia que a Terra era
plana como um disco, demostrando uma concepção errônea do que foi tratado em
sala. Ainda conforme a Tabela 7, a porcentagem de respostas fora de contexto,
após a intervenção, alcançou 20%, além dos 5% de respostas em branco. Com
base nos resultados acima, novamente observa-se que muitos alunos
compreenderam os conteúdos repassados em sala de aula, mas outros tantos não o
fizeram. Nesse contexto, Veiga (1996, p. 1), também buscando respostas para o
insucesso escolar, afirma que a relação entre autoconhecimento e rendimento
escolar parte do princípio de que as percepções negativas dos sujeitos, acerca deles
próprios, constituem um fator-chave do insucesso escolar, havendo a necessidade
de desenvolvimento da pessoa, incluindo o autoconceito positivo, sendo esta a base
do progresso educacional dos sujeitos.
Tabela 7: Respostas obtidas para a pergunta “Quais as propostas de Aristóteles para o
Universo?” aplicada aos alunos do 8⁰ ano do Ensino Fundamental, antes e após a
intervenção didática.
Pergunta Antes da explanação do conteúdo programático e
respectivas porcentagens.
Após a explanação do conteúdo programático e respectivas
porcentagens.
Quais as propostas de Aristóteles
para o Universo?
- Não sei (50%) - Ajudou a descobrir o Universo (5%) - Deixou o Universo mais organizado, transformou o Universo (20%) - Descobriu o que aconteceu antes do Big Bang (5%) - Descobriu que a Terra girava em torno do Sol (10%) - Nunca ouvi falar dele (10%)
- Que a Terra era redonda (60%) - Que Terra era plana como um disco (15%) - Fora de contexto (20%) - Em branco (5%)
Total de alunos 20 alunos 20 alunos Fonte: Autora
Ao serem questionados sobre a forma que os navegadores se orientavam,
nos oceanos, quando não haviam os atuais recursos de orientação, e conforme
verificado na Tabela 8, pode-se constatar que após a análise dos vídeos e leituras
realizadas durante a intervenção, 40% das respostas afirmaram que tal orientação
ocorria por observação das estrelas, contra 10% iniciais. Com ajuda das estrelas
juntamente com o quadrante (instrumento rudimentar que permite calcular os
ângulos) foi a opção de 50% dos alunos e somente pelo auxílio dos quadrantes foi
opção de 10% deles. A orientação dos navegadores antigos por bússolas e pelo Sol
não constou após a intervenção, estando de acordo com o material didático
apresentado. De modo geral, as respostas obtidas estão dentro das abordagens
realizadas durante a intervenção, demostrando êxito na aprendizagem dos
envolvidos.
Tabela 8: Respostas obtidas para a pergunta “Como os navegadores se guiavam pelos
oceanos antes dos mapas, GPS e demais recursos existentes atualmente?” aplicada aos
alunos do 8⁰ ano do Ensino Fundamental, antes e após a intervenção didática.
Pergunta Antes da explanação do conteúdo programático e
respectivas porcentagens.
Após a explanação do conteúdo programático e
respectivas porcentagens.
Como os navegadores se guiavam pelos
oceanos antes dos mapas, GPS e demais recursos existentes
atualmente?
- Por bússolas (25%) - Pelo Sol (20%) - Pelas estrelas (10%) - Pelo vento (10%) - Pela intuição, raciocínio e sorte (15%) - Por faróis (5%) - Não sei (10%) - Fora de contexto (5%)
- Pelas estrelas e quadrantes (50%) - Pelas estrelas (40%) - Pelos quadrantes (10%)
Total de alunos 20 alunos 20 alunos
Fonte: Autora
Na aula seguinte, foi contextualizado sobre os conhecimentos que os gregos
possuíam sobre o Universo, há mais de dois mil anos. Conforme consta na Tabela 9,
após a intervenção em sala de aula, todos os alunos responderam à questão, sendo
que inicialmente 35% disseram não conhecer (“não sei”) o assunto.
Após a intervenção, podemos verificar que 35% dos alunos citam que os
gregos conheciam as proporções aproximadas entre a Lua, a Terra e o Sol, além da
existência de outros 4 planetas. Entretanto, 10% dos alunos afirmaram que os
gregos achavam que a Terra era o centro do Universo e que estava parada, mas
outros 20% afirmam que os gregos sabiam que a Terra era redonda. O percentual
de alunos que afirmam que os gregos sabiam que a Terra girava em torno do Sol é
de 15%. As respostas incompreensíveis ou fora de contexto permanecem nos
mesmos 10%, mesmos após a intervenção em sala de aula. Sabe-se que não havia
unanimidade entre os gregos da época, de tal forma que os conhecimentos se
divergiam em muitos aspectos, a maioria dos conceitos apresentados pelos alunos,
na segunda fase do questionário, estão dentro das abordagens apresentadas em
sala de aula.
Tabela 9: Respostas obtidas para a pergunta “Quais conhecimentos sobre o Universo, os
gregos possuíam há mais de dois mil anos?” aplicada aos alunos do 8⁰ ano do Ensino
Fundamental, antes e após a intervenção didática.
Pergunta Antes da explanação do conteúdo
programático e respectivas porcentagens.
Após a explanação do conteúdo programático e respectivas
porcentagens.
Quais conhecimentos
sobre o Universo, os
gregos possuíam há mais de dois
mil anos?
- Não sei (35%) - Que a Terra era redonda (15%) - Que o Universo era redondo (10%) - Que a Terra era plana (5%) - Que a Terra era oval (5%) - Que a Terra estava parada (5%) - Que o Universo foi formado pela ação divina (5%) - Que o Universo não está parado (5%) - Que a Terra girava em Torno do Sol (5%) - Fora de contexto (10%)
- Que a Lua é menor que a Terra (30%) - Que a Lua é menor que a Terra e a Terra menor que o Sol e existência de 4 planetas (5%) - Que a Terra era redonda (20%) - Que a Terra era redonda e parada no centro do Universo (10%) - Que a Terra girava em torno do Sol (15%) - Que o Universo era redondo (5%) - Conhecimentos sobre a natureza e dos planetas (5%) - Incompreensível ou fora de contexto (10%)
Total de alunos 20 alunos 20 alunos Fonte: Autora
Nesta etapa, refletiu-se sobre os defensores do heliocentrismo, ou seja, os
estudiosos que não mais aceitavam que a Terra era o centro do Universo. Conforme
verificado na Tabela 10, após os estudos e intervenção realizados, todos os alunos
apresentaram um conceito sobre a questão, partindo-se de 58% iniciais de
respostas em branco ou “não sei”. É possível constatar que 26% dos alunos citam
vários estudiosos, mas ainda citam Aristóteles, que foi um grande, talvez o maior
defensor da Terra como centro do Universo e 74% citam vários estudiosos, todos
contra o geocentrismo, ou seja, todos os citados são de fato, contra o conceito de
Terra como centro do Universo, sendo portanto, defensores do heliocentrismo.
Tabela 10: Respostas obtidas para a pergunta “Quais os estudiosos mais famosos
desconsideram a Terra como centro do Universo?” aplicada aos alunos do 8⁰ ano do
Ensino Fundamental, antes e após a intervenção didática.
Pergunta Antes da explanação do conteúdo programático e
respectivas porcentagens.
Após a explanação do conteúdo programático e
respectivas porcentagens.
Quais os estudiosos mais famosos
desconsideram a Terra como centro do
Universo?
- Os povos mais antigos (7%) - Aristóteles (7%) - Aristarco, Aristóteles e Ptolomeu (7%) - Aristarco, Galileu e Giordano Bruno (7%) - Aristarco (7%) - O cara que usou o quadrante (Colombo) (7%) - Não sei (51%) - Em branco (7%)
- Galileu Galilei, Giordano Bruno, Aristarco e Aristóteles (26%)
- Giordano Bruno, Galileu Galilei, Aristarco, Tycho Brahe, Kepler, Copérnico e Aristarco (74%)
Total de alunos 15 alunos 19 alunos Fonte: Autora
Os resultados acima condizem com Moreira (2002), ao analisar a teoria dos
campos conceituais de Vergnaud, na área de ciências, pode concluir que sem o
ensino, não há razão nenhuma para se acreditar que o sujeito passe a dominar
campos conceituais complexos e formalizados como os científicos.
Nesta nova etapa, os alunos foram questionados sobre a maneira como os
principais defensores desta teoria (Isaac Newton e Johannes Kepler) provaram que
a Terra não estava no centro do Universo, com os outros astros girando ao seu
redor e os resultados constam na Tabela 11.
Tabela 11: Respostas obtidas para a pergunta “Quais os meios usados por Kepler e
Newton para provar que os planetas giram em torno do Sol?” aplicada aos alunos do 8⁰ ano
do Ensino Fundamental, antes e após a intervenção didática.
Pergunta Antes da explanação do conteúdo programático e
respectivas porcentagens.
Após a explanação do conteúdo programático e respectivas
porcentagens.
Quais os meios usados por Kepler
e Newton para provar que os
planetas giram em torno do Sol?
- Telescópio (28,5%) - Não sei (24%) - Cálculos matemáticos, ângulos, figuras geométricas e telescópios (14%) - Com óculos (9,5%) - Pelas estrelas (9,5%) - Com estudos (5%) - Fora de contexto (9,5%)
- Pela compreensão da força da gravidade (32%) - Pela observação dos planetas, com telescópios e quadrantes (26%) - Com matemática e leis da física (21%) - Com os experimentos dos pesos (16%) - Fora de contexto (5%)
Total de alunos 21 alunos 19 alunos Fonte: Autora
Após a contextualização de que o geocentrismo (a Terra como centro do
Universo) perde sua veracidade, dando lugar ao heliocentrismo (o Sol como centro
do Universo) é possível verificar que nenhum aluno relata não saber do assunto,
contra 24% de respostas iniciais. As respostas fora de contexto caíram
consideravelmente, passando de 9,5% para 5%. Desconsiderando o percentual de
respostas fora de contexto (5%), todas as opções citadas pelos alunos estão dentro
do campo semântico abordado em sala de aula, indicando o bom aproveitamento
dos conhecimentos apresentados durante o trabalho pedagógico. Ainda conforme a
Tabela 11, a expressão “com experimentos dos pesos” se refere ao experimento que
Newton realizou para comprovar a gravidade, desmontando a teoria de Aristóteles,
válida até aquele momento.
Em mais uma etapa da intervenção didática, a contextualização possibilitou
aos alunos, a percepção da velocidade das descobertas a partir do momento que o
ser humano conseguiu se apoderar da ciência, podendo provar as novas teorias e
conhecimentos, utilizando-se de aparelhos e invenções cada vez mais precisas.
Antes deste fato, algo tido como verdadeiro prevalecia por décadas ou séculos. Os
alunos foram questionados sobre as descobertas sobre o Universo após Isaac
Newton, um dos maiores cientistas de todos os tempos, conforme descrito na Tabela
12.
Tabela 12: Respostas obtidas para a pergunta “Quais descobertas sobre o Universo
surgiram depois de Isaac Newton?” aplicada aos alunos do 8⁰ ano do Ensino Fundamental,
antes e após a intervenção didática.
Pergunta Antes da explanação do conteúdo programático e
respectivas porcentagens.
Após a explanação do conteúdo programático e respectivas
porcentagens.
Quais descobertas sobre o Universo
surgiram depois de Isaac Newton?
- Universo infinito, daria para ir ao espaço (10%) - Universo infinito, outras galáxias, outros planetas, buracos negros (15%) - A força da gravidade (5%) - O Universo em expansão (5%) - A Terra não é redonda e gira em torno do Sol (15%) - Terra redonda girando em torno do Sol (25%) - Sem resposta (5%) - Não sei (5%) - Fora de contexto (15%)
- Teoria da relatividade, movimento das galáxias, física nuclear e Universo em expansão (23%) - O Universo é maior do que se pensava (14%) - Universo em expansão (14%) - Outras galáxias, radiações cósmicas, funcionamento das estrelas (10%) - Telescópios modernos, foguetes (10%) - Não sei (10%) - Resposta incompreensível ou fora de contexto (19%)
Total de alunos 20 alunos 21 alunos Fonte: Autora
Conforme a Tabela 12, percebe-se que não houve entendimento ou faltou
clareza na percepção de 29% dos alunos (10% “não sei” e 19% incompreensível ou
fora de contexto), mesmo após o trabalho de intervenção, quando comparados com
25% iniciais (5% sem repostas, 5% não sei e 15% fora de contexto). Apesar do alto
percentual de não apropriação dos conceitos trabalhados, observa-se que os demais
alunos demonstram noções sobre o assunto. A afirmação da descoberta do
Universo em expansão subiu de 5% para 14%. A teoria da relatividade, física
nuclear e Universo em expansão foram citadas por 23% dos alunos; enquanto que
outros 10% relataram equipamentos e outros conceitos descobertos após Isaac
Newton. Assuntos considerados “mais atuais” e constantemente presentes nos
meios de comunicação, como os foguetes e a radiação cósmica, motivaram os
alunos nessa fase da intervenção, e conforme Lourenço e Paiva (2010, p.3), a
questão motivacional talvez esclareça a razão de alguns estudantes gostarem e
aproveitarem a vida escolar, revelando comportamentos adequados, alcançando
novas capacidades e desenvolvendo todo o seu potencial.
Na próxima etapa da implementação, a contextualização foi sobre o
significado da expansão do Universo. Conforme exposto na Tabela 13, é notável que
após o trabalho realizado em sala de aula, todas as outras respostas encontram-se
dentro do conceito de Universo em expansão, conquanto, os mesmos 13% iniciais
de respostas fora do contexto ou incompreensíveis perdurassem.
Tabela 13: Respostas obtidas para a pergunta “O que significa “Universo em Expansão”?”
aplicada aos alunos do 8⁰ ano do Ensino Fundamental, antes e após a intervenção didática.
Pergunta/Respostas Antes da explanação do conteúdo
programático e respectivas porcentagens.
Após a explanação do conteúdo programático e respectivas
porcentagens.
O que significa “Universo em Expansão”?
- Que o Universo é enorme, maior do que se pensava (9,5%) - Os planetas estão se distanciando (4,75%) - Auxilia na teoria do Big Bang (4,75%) - Está crescendo (57%) - É pequeno (4,75%) - É infinito (4,75%) - Resposta incompreensível (14,5%)
- Universo em movimento (19%) - Os planetas se afastando (6,5%) - Universo se expandindo, crescendo, ficando maior, pois um dia esteve tudo junto (61,5%) - Fora de contexto (13%)
Total de alunos 21 alunos 16 alunos
Fonte: Autora
O sucesso desta fase da intervenção didática revela uma das faces mais
importantes do processo de ensino-aprendizagem, conforme concluíram Lourenço e
Paiva (2010) em suas pesquisas, revelando que a relação entre a aprendizagem e a
motivação vai além de qualquer pré-condição estabelecida, tendo a motivação o
poder de produzir um efeito na aprendizagem e no desempenho, assim como a
aprendizagem pode interferir na motivação.
Na próxima fase da implementação, os alunos foram questionados sobre o
nascimento de uma estrela. De acordo com a Tabela 14, incialmente boa parte dos
alunos demostram ter noções corretas (total ou parcialmente) sobre o nascimento
das estrelas e 13% afirmam não saber. Após os trabalhos de intervenção, não
persistiu a ideia de que as estrelas surgem de meteoros, índice este que era de 7%
das respostas. Ainda de acordo com a Tabela 14, os conceitos compreendidos após
a intervenção pedagógica permaneceram os mesmos, variando apenas nas
porcentagens obtidas e, de modo geral, as respostas estão dentro de um campo
semântico pertinente ao trabalhado em sala, embora pareça faltar clareza nos
detalhes.
Tabela 14: Respostas obtidas para a pergunta “Como nasce uma estrela?” aplicada aos
alunos do 8⁰ ano do Ensino Fundamental, antes e após a intervenção didática.
Pergunta/Respostas Antes da explanação do conteúdo programático e
respectivas porcentagens.
Após a explanação do conteúdo programático e
respectivas porcentagens.
Como nasce uma estrela?
- Com gases em alta temperatura, poeiras cósmicas (26%) - Com os restos de outras estrelas que morrem e explodem (26%) - Com gás hélio e carbono (7%) - Com hidrogênio e hélio (7%) - Com gases queimando (7%) - Com o encontro de ar quente e ar frio (7%) - Com meteoros (7%) - Não sei (13%)
- Pelos gases (7%) - Da poeira de outras estrelas (27%) - Por hidrogênio, hélio e outros elementos (13%) - Pelo Big Bang (13%) - Por bolhas de gases (7%) - Junção de coisas do espaço (20%) - Quando o combustível acaba (hidrogênio), nasce outra estrela (13%)
Total de alunos 15 alunos 15 alunos Fonte: Autora
Na aula seguinte, a contextualização esteve relacionada à organização do
Universo após o Big Bang até os dias atuais. Conforme a Tabela 15, percebe-se que
houve uma confusão na compreensão dos alunos ou uma recusa muito grande
sobre a questão proposta, pois no segundo momento, há 19% de respostas fora de
contexto e 6% declarando como não saber do assunto. Por outro lado, 56% dos
alunos ofereceram informações detalhadas sobre a organização do Universo,
indicando que a após a explosão, o Universo não ficou imediatamente organizado,
ocorrendo com o passar dos milhões e bilhões de anos. A ideia de que tudo o que
existe no Universo formou-se imediatamente após a explosão, inicialmente era de
5% e após a intervenção o percentual é de 6%, indicando que para os mesmos
alunos não houve nenhuma apropriação do que foi estudado durante o período.
Na busca de explicações sobre o insucesso em sala de aula, como acima,
Veiga (1996, p. 2) reconheceu que muitos alunos terão dificuldades e insucesso não
por falta de inteligência ou outras capacidades, mas porque se percepcionam como
incapazes de aprender ou fazer bem as coisas.
Tabela 15: Respostas obtidas para a pergunta “Como o Universo foi se organizando do Big
Bang até hoje?” aplicada aos alunos do 8⁰ ano do Ensino Fundamental, antes e após a
intervenção didática.
Pergunta/Respostas Antes da explanação do conteúdo programático e
respectivas porcentagens.
Após a explanação do conteúdo programático e respectivas
porcentagens.
Como o Universo foi se organizando
do Big Bang até hoje?
- Após a explosão, as poeiras cósmicas se aglomeraram, surgiram as partículas, átomos, corpos celestes, nosso planeta (37%) - Com o passar de bilhões de anos, tudo foi se organizando aos poucos (42%) - Depois da explosão, surgiu as estrelas, os planetas (16%) - Surgiu animais, árvores e as pessoas (5%)
- Com o passar do tempo, lentamente tudo foi se organizando (13%) - Depois de milhões de anos, formou-se as partículas, depois os átomos, as nebulosas, galáxias, as estrelas, depois de bilhões de anos surgiu os planetas, os seres vivos e continua em expansão (56%) - No mesmo instante surgiram as estrelas, corpos celestes, planetas, aves e animais (6%) - Fora de contexto (19%) - Não sei (6%)
Total de alunos 19 alunos 16 alunos Fonte: Autora
Nesta etapa, os alunos foram levados a questionar sobre outras teorias
científicas que abordam a origem do Universo, além da teoria do Big Bang. De
acordo com a Tabela 16, houve um avanço na compreensão dos alunos após a
intervenção em sala de aula, pois citaram várias teorias científicas, dentre elas, 6%
dos alunos citaram a teoria da relatividade, 31% dos alunos abordaram outras
teorias, como Universo Inflacionário, Estacionário e radiação de micro-ondas,
enquanto que 38% dos alunos abordaram a teoria da relatividade juntamente com as
outras teorias. As porcentagens de respostas incompatíveis com a questão lançada
ou fora de contexto permaneceram altas, totalizando 25% sem aproveitamento
pedagógico.
Tabela 16: Respostas obtidas para a questão “Nome de outras teorias sobre científicas
sobre a origem do Universo, além do Big Bang” aplicada aos alunos do 8⁰ ano do Ensino
Fundamental, antes e após a intervenção didática.
Pergunta/Respostas
Antes da explanação do conteúdo
programático e respectivas
porcentagens.
Após a explanação do conteúdo
programático e respectivas
porcentagens.
Nome de outras
teorias sobre
científicas sobre a
origem do Universo,
além do Big Bang:
- Universo estacionário (25%) - Não conheço (44%) - Em branco (6%) - Incompreensível (25%)
- Teoria da relatividade (6%) - Teoria do Universo Inflacionário, Estacionário e radiação de micro-ondas (31%) - Teoria da relatividade, física nuclear, Universo estacionário e Inflacionário, radiação de micro-ondas (38%) - Não sei (19%) - Fora de contexto (6%)
Total de alunos 16 alunos 16 alunos
Fonte: Autora
Nesta etapa seguinte da implementação, a contextualização deu enfoque a
opinião do aluno sobre a própria conclusão da origem do Universo, após todas as
discussões desta unidade didática. Conforme a Tabela 17, é notável que a presença
da crença divina na origem do Universo permanecesse em 10% dos alunos.
Entretanto, 47% dos alunos aceitam a teoria do Big Bang para a origem do Universo,
sendo que inicialmente, este índice era de 42%. Os alunos que afirmam que a
ciência ainda não chegou a conclusão final sobre a origem do Universo representa
15%. Antes da intervenção, as respostas incoerentes com a questão proposta foram
de 23% e após a intervenção, tal porcentagem é de em 18%.
Tabela 17: Respostas obtidas para a pergunta “Qual a sua conclusão sobre a origem do
Universo?” aplicada aos alunos do 8⁰ ano do Ensino Fundamental, antes e após a
intervenção didática.
Pergunta/Respostas Antes da explanação do conteúdo programático e
respectivas porcentagens.
Após a explanação do conteúdo programático e respectivas
porcentagens.
Qual a sua conclusão sobre a
origem do Universo?
- O Universo surgiu por ação divina (10%) - A ação divina permitiu o Big Bang (10%) - São várias teorias que explicam o surgimento do Universo (15%) - A partir do Big Bang (42%) - Respostas que fugiram do objetivo da pergunta (23%)
- Deus fez tudo (10%) - Existem várias explicações, com suas semelhanças e diferenças (10%) - A partir do Big Bang e continua se expandindo (47%) - Não se sabe ao certo, a ciência continua buscando a resposta (15%) - Com respostas sem clareza na opinião (18%)
Total de alunos 21 alunos 21 alunos Fonte: Autora
Nesta fase, foi aplicada a última questão com registro escrito do aluno no
início e no final da intervenção. A contextualização neste momento é o
reconhecimento dos benefícios que a longa caminhada sobre a origem do Universo
proporcionou para o dia a dia da sociedade como um todo, além dos astrônomos e
cientistas. Conforme verificado na Tabela 18, após a intervenção realizada, 35% dos
alunos associaram os benefícios somente ao campo da astronomia e conhecimento
do Universo, mas outros 55% reconheceram a ligação dos avanços do
conhecimento astronômico e sua aplicação no dia a dia. O mesmo grupo de alunos
permaneceu sem entendimento da questão.
Gama e Henrique (2010, pag. 7) também revelam a importância do ensino da
astronomia em sala de aula, ao concluírem que, de fato, a astronomia não precisa
ser vista como apenas um novo conjunto de conteúdos a serem ensinados, mas
figura como um conjunto de temas motivadores para discussões histórico-filosóficas,
além de permitir a abordagem de conceitos típicos de outras disciplinas.
Tabela 18: Respostas obtidas para a pergunta “Quais os benefícios que os avanços da
astronomia e da cosmologia trouxeram para nosso dia a dia?” aplicada aos alunos do 8⁰
ano do Ensino Fundamental, antes e após a intervenção didática.
Pergunta Antes da explanação do conteúdo programático e
respectivas porcentagens.
Após a explanação do conteúdo programático e respectivas
porcentagens.
Quais os benefícios que os avanços da
astronomia e da cosmologia
trouxeram para nosso dia a dia?
- Além da compreensão do Universo, a meteorologia (7%) - Invenção do microscópio e da tecnologia avançada (29%) - Novas descobertas e novas formas de pensar (14%) - Invenção de aparelhos de uso domésticos, para a saúde, meios de comunicação, internet, computadores (43%) - Não sei (7%)
- Avanços para a astronomia e conhecimento sobre o Universo (35%) - Novos aparelhos na área da saúde, conforto, facilidade, avanços e conhecimentos para o dia a dia e novas descobertas astronômicas (55%) - Não sei (10%)
Total de alunos 14 alunos 21 alunos Fonte: Autora
A análise das respostas, obtidas nas Tabelas acima, indicou que em 15 das
18 questões aplicadas, ocorreu incremento nas porcentagens de alunos que as
responderam corretamente após a intervenção didática, dentro do contexto discutido
em sala de aula, sendo que em 11 questões, o incremento de respostas certas
esteve entre 19,5 e 100%.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através das atividades realizadas, buscou-se levar os alunos à compreensão
dos modelos científicos, das teorias e sua evolução histórica sobre a Origem e
Evolução do Universo, com a utilização de diversos métodos didáticos.
No decorrer do processo percebeu-se o envolvimento e incrementos nas
concepções científicas da maioria dos alunos nas atividades propostas, em
diferentes níveis e aproveitamento. Entretanto, um mesmo grupo de alunos, pouco
se envolveu nas atividades, desde o início da implementação, o que ficou claro nas
expressões fora de contexto, resposta “não sei” ou em branco.
É importante saber que, esse grupo de alunos que pouco se envolveram nas
atividades propostas durante a implementação, não estão no grupo de alunos com
as condições socioeconômicas menos favorecidas, pois há 4 alunos desta turma
que moram no acampamento dos trabalhadores sem-terra, nas quais sua realidade
é conhecível e os mesmos, possuem excelente comportamento, responsabilidade
com os estudos e envolvimento nas atividades pedagógicas, apresentando visíveis
progressos na aprendizagem.
Algumas considerações importantes, resultantes das reflexões do Grupo de
Trabalho em Rede (GTR), refletiram sobre aquela parcela de alunos que não se
envolvem, como deveriam e como gostaríamos, situação relevante na realidade as
escolas brasileiras. As discussões contribuíram para o enriquecimento do trabalho,
enfatizando o cotidiano escolar, os desafios enfrentados pelos educadores em
relação ao tema proposto e a busca por metodologias inovadoras. Também
verificou-se que há carência de um ensino de qualidade na área da Astronomia,
durante a formação dos professores.
Apesar dessa realidade negativa para a formação em Astronomia, existem
muitos caminhos que podem auxiliar os professores nesse estudo, tais como a
aquisição de conhecimentos para melhorar a qualidade de suas aulas, participando
de aperfeiçoamentos em forma de cursos, ao exemplo da formação continuada e do
Programa de Desenvolvimento Educacional do Estado do Paraná (PDE/PR).
Em vista dos argumentos apresentados, concluímos que, o Projeto de
Intervenção Didática, a Produção Didático-Pedagógica e a sua Implementação,
permitiram, à maioria dos alunos, a aquisição de novos conhecimentos sobre
astronomia e a origem do Universo, relacionando-os ao contexto histórico, mas
especialmente ao professor, uma maior reflexão sobre as ações pedagógicas,
envolvendo não só o repasse dos conhecimentos científicos em sala de aula, mas
também os aspectos que abrangem a motivação do aluno. Essas motivações têm
origem em diversas áreas do convívio dos alunos e acabam por refletir nas
atividades escolares, comprometendo os avanços esperados. Conhecer essas
motivações contribuirá para a determinação de novos caminhos a serem
percorridos, cujo objetivo maior é garantir uma aprendizagem efetiva.
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