Turnverein - Ed. 18

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#18 | jun.jul10 Revista da Sociedade Esportiva Bandeirante O presidente Paulo Cesar Piva e Dr. Nica – que comandou o clube entre 1969 e 1971 – representam as mãos que escrevem esta história de sucesso anos 110

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Revista da Sociedade Esportiva Bandeirante, de Brusque. Produzida pela Mundi Editora, Blumenau / SC.

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#18 | jun.jul10 Revista da Sociedade Esportiva Bandeirante

O presidente Paulo Cesar Piva e Dr. Nica – que

comandou o clube entre 1969 e 1971 – representam

as mãos que escrevem esta história de sucesso

anos110

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EDITORIAL

CONSELHO EDITORIALPaulo PivaSandro Ricardo Gracher BaranJosé Carlos LoosRenato PetruschkyDaniel Wehmuth

EDITOR-EXECUTIVOSidnei dos Santos - 1198 (MTb/SC)[email protected]

EDITORA-ASSISTENTEGisele Scopel - 02807JP (MTb/SC)

REPÓRTERESBeatriz Alves Gaviolli e Mariana Tordivelli

GERENTE DE ARTE E DESENVOLVIMENTORui Rodolfo Stü[email protected]

FOTO DE CAPAIvan Schulze

EDITORA-CHEFEDanielle [email protected]

GERENTE-GERAL COMERCIALDenilson [email protected]

GERENTE COMERCIALEduardo Bellí[email protected] 30335.5500

DIRETOR-EXECUTIVONiclas [email protected]

Diretor-presidentePaulo Cesar Piva

Diretor-vice-presidenteDaniel Wehmuth

Diretor 1º SecretárioJosé Carlos Búrigo

Diretor 2º SecretárioWilliam Fernandes Molina

Diretor 1º TesoureiroRafael Vieira

Diretor 2º TesoureiroCarlos Alberto Beuting

Diretor de EsportesSandro Ricardo Gracher Baran

Diretor SocialAna Paula Bonatelli Uller

Diretor de PatrimônioJosé Carlos Loos

Diretor AdministrativoArthur Fischer Neto

Diretora CulturalJanine de Miranda Schlosser

Diretor de EventosRenato Petruschky

Av. Getúlio Vargas, 224 - Brusque (47) 3351-1133www.sebandeirante.com.br

Há 110 anos, um grupo que envolveu 14 amigos resolveu criar uma associação para a prática de atividades desportivas.

Ao longo de nossa existência, passaram diversas pessoas pelo comando de nossa querida entidade que, com espírito fraternal e suor filantrópico, bem unidos, coesos e fortes*, conduziram os destinos do Bandeirante até os dias atuais.

Assim, altaneiros Bandeirantes*, com a fonte erguida, alma leal*, sempre se pretendeu e pretende alcançar a excelência pelo bem estar de nossos pares, associados como todos somos, em conquista d’um nobre ideal*.

Estou certo de que os fanais que acesos na Olímpia* sempre nos conduzem para o caminho certo, iluminando nossas ideias para a concretização e solidificação da grandeza do nosso Bandeirante.

Sem inveja, cobiça e ódio*, formamos, associados, todos juntos, uma falange unida com o claro objetivo de manter viva a chama que, em 16 de junho de 1900, acendeu-se pelo espírito despreendido de um punhado de moços brusquenses**.

Até hoje, aos 110 anos de existência, a vida do Bandeirante foi construída por pessoas que seguiram estes princípios, retratados no hino do clube e na ata que relatou a fundação.

O futuro de nosso Bandeirante depende não somente de um grupo de pessoas que participa de forma espontânea e graciosa da direção dos nossos destinos.

Todos somos associados e pretendemos ver o sucesso de nosso Bandeirante. Precisamos da participação ativa de todos, novas ideias, novos esforços, novo vigor.

Integre-se e venha contagiar a história do Bandeirante para a nossa solidificação eterna.

A eternidade do Bandeirante depende de todos nós, associados.

Por oportuno, curvo-me às palavras de um ex-associado, jornalista e figura folclórica em nossa sociedade que descrevem com propriedade o espírito que se busca na direção dos destinos de nosso Bandeirante: “Nenhuma pessoa foi honrada pelo que recebeu: a honra foi a recompensa pelo que ela deu” – José Carlos Natividade, Editorial da Tribuna Regional de 1º/04/2010.

Conto com você, que é indispensável para a história do clube, colabore e participe!

Paulo Cesar PivaPresidente

Nota: trechos em destaque extraídos do hino do clube * e da ata de fundação do clube **

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SUMÁRIO

Clube desenvolve trabalho na formação de jovens promessas

para o basquete

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Do empenho de 14 fundadores nasceu uma história que

chega aos 110 anos

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O nascimento da maior competiçãopoliesportiva deSanta Catarina

�8

Paulo Cesar Piva fala sobre os projetos para qualificar ainda mais

o Bandeirante 14

Sandro RicardoGracher Baran e as realização em dois mandatos na SEB

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17 Um pouco da história de todos os ex-presidente da SEB

�2 Colaboradores e ex-colaboradores falam sobre o clube

�6 A magia dos antigos bailes de debutantes

42 Ruth Hoffmann e a história do vôlei feminino

48 O sucesso do tênis nas quadras da Colina

52 Patotas que marcam o dia a dia do Bandeirante

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Em 16 de junho de 1900, sur-gia em Brusque a Socieda-de Esportiva Bandeirante, então com a denominação

de Turn-verein Brusque, escolhida pelos 14 idealizadores e fundadores. Traduzido para o português, o nome significa sociedade de ginastas. Por esse motivo, o clube também era co-nhecido como Sociedade Ginástica. A mudança de nome de Turn-verein para Sociedade Esportiva Bandei-rante determinou a conclusão de um estágio e início de outro, sempre em busca do progresso.

A ata de fundação dizia: “Reuniram-se, no dia de hoje, em casa de Chris-tian Becker, um punhado de moços brusquenses com finalidade de fun-darem uma sociedade esportiva. A assembleia, solicitando aos senhores mais idosos, Eduard von Buettner e Wilhelm Strecker, de assumirem o cargo de presidente e secretário, res-pectivamente, é atendida. O quadro ativo é formado por Jacob Frank, 1º instrutor; Augusto Luebke, tesourei-ro; Otto Krieger; 2º secretário; Franz Haerbe, 2º instrutor; Arthur von Buet-tner, zelador; Augusto Bruns, Carl

Gracher, Carl Appel, Ernest Goemann, Siegried Pieper, Oswald von Buettner e Primo Diegoli. Não havendo outros assuntos a tratar, o presidente decla-ra por encerrada a sessão. Assinado: Willhelm Strecker, 1º secretário”.

Esta ata culminou no nascimento da Sociedade Esportiva Bandeiran-te, sendo seu primeiro presidente Eduardo von Buettner. Fundado o novo clube, a primeira sede social foi a residência de Christian Becker. Existia lá uma cancha de bolão e be-bida das cervejarias brusquenses.

lutAs e reAlizAções Da fundação aos 110 anos, a história de superação escrita com amor e muita dedicação

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HISTóRIA

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Guerra

Em outubro de 1917, o Brasil declara guerra à Alemanha. O clube, cumprin-do as leis nacionais, fecha tempora-riamente suas portas para evitar in-cidentes com o Exército. O clima era agravado pelo fato de terem sido, na maioria, descendentes de alemães os fundadores da sociedade. Todos do quadro social falavam a língua alemã.

Em 1919, com o fim da Primeira Guer-ra Mundial, a comissão volta seus es-forços para a compra de um terreno. Após várias consultas, formaliza-se a aquisição de terras em maio de 1920.

A nova sede

Em 5 de junho de 1921, o Bandeirante entregava aos associados e população local a nova sede social. A festa de inauguração foi prestigiada por entidades esportivas do Vale do Itajaí e foi marcada pelo espírito de confrater-nização. Nesta época, a diretoria contava com Otto Renaux (presidente), Herman Appel (1º secretário) e Adolf Schloesser (tesoureiro).

O despertardo futebol

Em 1923, o clube viveu um fato ainda novo que despertava o interesse da cidade. Pessoas não inscritas no quadro social subiam a colina, se dirigiam à sede para apreciar os jogos no campo de futebol. No fim de 1923, o clube, desfrutando de uma considerável situação no cenário do desporto catari-nense, firma um contrato com Sport Club Brusquense, mais tarde Clube Atlético Renaux, considerado o mais antigo clu-be de futebol de Santa Catarina. O futebol virou um dos carros-chefes do Bandeirante e trouxe benefícios para o clube e seus associados.

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A SegundaGuerra Mundial Em 1942, o clube teve que interromper as atividades temporariamente devido aos efeitos provocados pela Segunda Gran-de Guerra. Só após muito esforço da di-retoria, o clube reabriu as portas. Com o fim da guerra, a temporada de 1946 foi marcada por intensas atividades para as equipes esportivas do Bandeirante.

Os dirigentes do clube consideravam que uma nova era começava. Foi sugerida então a mudança de nome. Diversas opi-niões foram dadas para mudar o nome de Turn-verein. Certo dia, reuniram-se o professor de histórias Arno Ristow e o desportista Ernesto Guilherme Hoff-mann. Neste encontro, o nome do clube foi alterado para Sociedade Esportiva Bandeirante, homenagem aos bandei-rantes pioneiros e desbravadores.

50 anos

Dentre tudo o que foi passado, eram vários os motivos para comemorar cinco décadas de vida esportiva e social. Para tal, a diretoria re-solveu promover um grande evento que seria realizado nos dias 9, 10 e 11 de junho. O acon-tecimento mobilizou toda a cidade, que feste-jou durante os três dias. A diretoria aproveitou a data para lançar o hino oficial do clube.

Jogos Abertos de Santa Catarina

Uma década depois, mais um grande motivo de orgulho para os sócios do Bandeirante e toda comunidade brusquense. Em 1960, Ar-thur Schlösser realiza o sonho de criar os Jo-gos Abertos de Santa Catarina (Jasc). Nascia no clube a maior competição poliesportiva do Estado e a segunda maior do País, atrás ape-nas dos Jogos Abertos do Interior de São Pau-lo. A competição retornaria para a cidade em 1965, 1985 e 2000. Este ano, Brusque será, pela quinta vez, sede dos jogos, em comemoração aos 50 anos de criação dos Jasc.

HISTóRIA

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Social

Em 1970, foi realizado o primeiro baile oficial de debutan-tes, promovido em parceria com a prefeitura de Brusque. Como os eventos sociais cresciam em número e impor-tância, em 1979, foi demolida a antiga sede social para construção de uma nova.

A campanha em busca de recursos para a construção da nova sede foi denominada Livro de Ouro e contou com a colaboração de vários associados e empresas da re-gião, o que concretizou o sonho da Sede Social Arthur Schlösser.

O centenário

Com um quadro de 1,3 mil associados, o Bandeirante come-morou o centenário. Uma história que marca os aconteci-mentos esportivos e sociais da comunidade catarinense.

(Informação do livro “Cem anos de história”,escrito por Toni Nicolas Bado)

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Plano deRevitalização

Em 2009, o Bandeirante implan-tou um plano de ações para tra-zer inovações ao clube. Baseado em um diagnóstico de posiciona-mento, um novo modelo de ges-tão foi implantado, para auxiliar no planejamento e formatação dos serviços oferecidos, tendo a satisfação dos sócios como o ob-jetivo principal da associação.

HISTóRIA

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OS PRESIDENTES

Foco totAl no sócioManter a saúde financeira e implantar melhorias na estrutura são as metas de Piva

Ivan Schulze

O contato com o Bandeirante vem desde a infância. Hoje, aos 39 anos e presidente da sociedade esportiva, Paulo

Cesar Piva mantém a família com a mes-ma proximidade e carinho pelo clube. O envolvimento e a paixão pelo Bandeiran-te levaram Piva a participar por oito anos da diretoria. Ele diz que, como todo asso-ciado, quer ver a evolução do clube, por isso, cuida com muita dedicação e zelo.

Além das belezas naturais que cercam o clube e da estrutura completa à disposi-ção do associado, Piva tem grande admi-ração pela amizade entre os sócios. Ele mesmo participa de vários grupos, cada um com algumas peculiaridades, mas sempre marcados por muita descontra-ção, alegria e carisma dos participantes. O presidente conta que essa é uma ca-

racterística do Bandeirante, o que se tor-nou grande atrativo para que os sócios frequentem ainda mais a sede e até para a chegada de novos associados.

Para Piva, chegar à presidência da So-ciedade Esportiva Bandeirante foi uma questão de oportunidade. Como sempre foi frequentador do clube e por muito tempo esteve ligado à diretoria, essa foi a chance de ajudar a criar um clube mais voltado para o sócio. “Vejo o Bandeiran-te do ponto de vista do associado, já que também sou um. Por isso, quero bus-car e realizar o que há de melhor para as pessoas que vêm ao clube e que elas continuem a trazer os filhos”, enfatiza.

Ao assumir o cargo, em 2010, Piva espe-lhou-se nos melhores exemplos deixa-dos pelos ex-presidentes e no que conta

a história do Bandeirante. Ele apos-ta também na vontade de fazer um clube cada vez melhor e sabe que a função exige muita dedicação.

Entre os planos do novo presidente, está o desafio de manter a saúde financeira da sociedade sem dei-xar de lado os investimentos que engrandecem a estrutura e o nome do clube. Algumas obras ainda estão sendo pensadas, outras em andamento e uma será inaugurada no dia do aniversário de 110 anos: o Espaço Petisco. Com capacidade para 15 pessoas, o local é voltado para pequenos eventos dos asso-ciados que optam por algo mais privativo. O espaço ainda oferece a comodidade de estar equipado com geladeira, fogão e churrasqueira.

Também está nos planos da dire-toria a reformulação da academia, que ficará mais moderna e eficien-te. Já existem projetos para criar a piscina térmica e o campo de fute-bol sintético. A ação mais imediata será a total repaginação do parqui-nho. O intuito é melhorar e moder-nizar a estrutura destinada às crian-ças para que os pais possam trazer cada vez mais os filhos para o con-vívio no do clube. Esta é a principal meta do início da gestão.

Eventos e ações que promovam a integração dos associados fazem parte dos objetivos. O primeiro é dedicado às crianças. Um sába-do de cada mês, o clube pretende reunir a criançada em eventos que envolvam esporte, lazer, pintura, animação e brincadeiras. Essa é a forma que a diretoria vê de criar laços com os pequenos associados e garantir o sucesso nas próximas gerações.

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Paulo Piva espelha-se em ex-presidentes para comandar a diretoria

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Gestão proFissionAlizAdASandro Ricardo Gracher Baran – 2006/2008 e 2008/2010

A gestão de Sandro Ricardo Gracher Baran foi marcada pela reforma administrativa do clube. O ex-presidente, que acaba de passar o cargo para Paulo Cesar Piva, traduz essa reforma

como a “melhor forma de organizar o Bandeirante”. Du-rante o mandato, Sandro profissionalizou a gestão. Em ju-lho de 2009, a administração fez uma análise de mercado e do cenário em que o clube se posicionava. “Ao contrário do que muitos pensavam, ninguém foi demitido. Procura-mos investir e profissionalizar mais a gestão”, afirma.

Da avaliação iniciada em julho de 2009, nasceu o Proje-to Renovação, um plano de revitalização que planejava todas as ações, estratégias e controles para melhorar a qualidade dos serviços aos associados. “Conseguimos estabelecer algumas diretrizes básicas, definindo nossa identidade organizacional, ou seja, identificar a verdadei-ra razão de existência do clube. Criamos também a mis-são e a visão do Bandeirante, que ainda não existiam”.

Durante as duas gestões de Sandro na presidência, di-versas ações foram realizadas para sustentar o Projeto Renovação. Para envolver e ampliar o conhecimento, to-dos os colaboradores foram capacitados através de pa-lestras sobre atendimento. “Confeccionamos um manu-al que traz as principais ações realizadas pela secretaria, padronizando o atendimento”, salienta.

Sandro e os colegas de diretoria conseguiram sanar to-das as pendências tributárias. O presidente assumiu o compromisso de publicá-las mensalmente no balancete no site do clube. Foi implantado um sistema de controle e acompanhamento das manutenções preventivas, cor-retivas e pequenas obras. Para Sandro, essa reestrutura-ção veio firmar a principal missão do clube: satisfazer o associado. “O Bandeirante passou a valorizar ainda mais o sócio. Reformulamos o site, deixando-o mais dinâmico. Reestruturamos também as sessões da Revista Turn-verein, colocando o associado em primeiro plano”, diz.

Foi durante a gestão de Sandro que teve início o contro-le de acesso com carteirinhas, utilizando a tecnologia de leitores de códigos de barra. “Estar à frente desse clube trouxe muito mais responsabilidade e amadurecimento. Uma coisa é lidar com a tua empresa, pois você faz do jeito que acredita ser melhor. Quando é um clube, precisa atender e respeitar os desejos de muitas pessoas”, finali-za Sandro, agora na direção esportiva do Bandeirante.

Daniel Zim

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OS PRESIDENTES

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O desportista Eduard von Buettner foi o primeiro presidente do Ban-deirante. Foi ele quem coordenou a reunião com 14 dirigentes para efetivar a criação do clube, em 1900. Comerciante e industrial, Buettner foi o idealizador da agremiação vermelha e branca da co-

lina. Em 1898, juntamente com a nora e a esposa, Buettner fundou a Fábrica de Bordados Finos, que se transformou na centenária empresa Buettner, que está entre as mais tradicionais indústrias têxteis de Santa Catarina.

Em 1901, quem assume o comando do clube é o pastor Wilhelm Lange. Sempre envolvido com o esporte de Brusque, Lange fez muitos amigos. Em função disso, foi convidado para fazer par-te da diretoria do Bandeirante, sendo o segundo presidente da

história do clube. Após dedicar-se à atuação religiosa, em 25 de julho de 1909, Lange solicitou a demissão do cargo de pastor de Brusque.

Principal líder político e empresarial da história de Brusque, o imi-grante alemão Karl Christian Renaux foi o terceiro presidente do Bandeirante. Assumiu o cargo em 1902, permanecendo durante quatro anos. A atuação do Cônsul Carlos Renaux ganhou bastan-

te destaque por seus esforços no cenário econômico de Brusque. Dentre eles, destaca-se a industrialização têxtil no Vale do Itajaí, construção da primeira fiação do Estado (Renaux), entre outros empreendimentos. Carlos Renaux foi prefeito de Brusque e tenente-coronel da Guarda Nacional.

Eduard von BuEttnEr - 1900

WilhElm langE - 1901

carlos rEnaux - 1902/1906

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carl PEtErma - 1908/1909

Após dois anos de inatividade, o desportista Carl Petermann resolveu enfrentar o desafio de fazer renascer o Bandeiran-te, assumindo a presidência e dirigindo-o por cerca de um ano. Petermann foi fundamental no processo de amadure-

cimento do clube. Acalmar os ânimos e mediar acaloradas reuniões eram as características marcantes do presidente.

max KoEhlEr - 1909/1912

Entre 1909 a 1912, o dirigente Max Koehler conduziu o destino da so-ciedade. Natural da Argentina, radicou-se em Brusque onde viveu até falecer, no final da década de 1930. Koehler iniciou suas atividades na cidade com uma padaria e, tempos depois, presidiu o Bandeiran-

te. Seu filho, Alfredo, seguiu os mesmos passos, alcançando também bons resultados na presidência do clube. Antes, Koehler foi um dos fundadores do Rei do Alvo no Caça e Tiro Araújo Brusque, teve um salão de bailes e integrou a Sociedade de Cantores de Brusque. Sendo assim, contribuiu para pavimen-tar o caminho para o surgimento do Bandeirante.

otto gruBEr - 1913/1920

Otto Gruber esteve na presidência da sociedade entre 1913 e 1920, quando foi construída uma praça de esportes no clu-be. Foi figura decisiva na consolidação dos anos iniciais e turbulentos do Bandeirante. Foi comandante da Sociedade

Cantores de Brusque e líder do grupo teatral amador Harmonie, que levava ao palco peças em alemão. Otto contribuiu de forma significa-tiva para a cultura e desenvolvimento de Brusque.

OS PRESIDENTES

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otto rEnaux - 1921/1933

Uma das trajetórias mais marcantes dentro clube foi a de Otto Renaux. Ele presidiu o Bandeirante por 13 anos, iniciando o mandato em 1921. Otto Renaux é o segundo presidente na história que mais tempo permaneceu no

cargo. Filho de Carlos Renaux e Selma Wagner, Otto nasceu em Brusque, em 12 de agosto de 1887, e iniciou as atividades no Clu-be aos 34 anos. Foi também presidente de honra e membro do conselho deliberativo na gestão posterior ao seu mandato. Pos-suía um temperamento extrovertido, chegando a ser generoso e impulsivo ao mesmo tempo. Participou de diversas frentes no esporte da cidade, como ginasta do Bandeirante, como rei do tiro do Clube de Caça e Tiro Araújo Brusque. Otto era considerado uma figura simpática, costumava parar diante da residência para observar o movimento e cumprimentar as pessoas. Faleceu aos 75 anos, em 26 de dezembro de 1962.

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Luis Strecker foi o presidente que mais tempo permaneceu no cargo: 14 anos (1934-1948). Respeitado por todos, Strecker tornou o clube am-plamente conhecido por adotar organização exemplar, objetivando o cuidado e a manutenção de canchas, jardins e patrimônio físico. Em

sua atuação como presidente, ocorreu um fato inédito até então na trajetória do Bandeirante: foram erguidas arquibancadas para acomodar o público em virtude de o clube ser sede do Campeonato Estadual de Atletismo de 1947, oferecendo aos participantes uma estrutura condizente com a competição. No último ano de sua gestão, o Bandeirante ainda obteve, pela primeira vez, o título estadual de vôlei feminino.

Erich BuEcKmann - 1949

Bueckmann ajudou a traduzir a agremiação em sinônimo de es-porte e ambiente saudável, isso porque deixou o Bandeirante em destaque pela realização de festivais, competições, bailes, almoços de confraternização e jogos com associações de ou-

tras cidades, com o intuito de estreitarem os laços. Uma das principais ações realizadas por Bueckmann foi o grande impulso dado à prática esportiva. A estratégia deu tão certo que consagrou o Bandeirante bi-campeão catarinense de vôlei feminino adulto. Outro grande momento foi o Baile Social dos 49 anos do Clube. Bueckmann faleceu em 9 de agosto de 1990, aos 74 anos.

valério WalEndoWsKy 1950/1951

O ex-diretor da Indústria Renaux e fundador da empresa de refrigerado-res Cônsul, de Joinville, era uma pessoa simpática e com frequência era visto tomando sua dose diária de sol pela manhã, em uma cadeira de rodas, aos 85 anos, no pátio de residência, no centro de Brusque.

Sua gestão teve como principal atividade a comemoração dos 50 anos do clube: articulou uma grande festa, que durou três dias. Além de dedicar-se ao Bandei-rante, Walendowsky gostava de praticar esportes. Durante 25 anos, dedicou-se às competições de ginástica, handebol de campo e atletismo.

luis strEcKEr - 1934/1948

OS PRESIDENTES

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alfrEdo otto KoEhlEr - 1952/1957

Alfredo Otto Koehler foi presidente do Bandeirante por cinco temporadas. Suce-der a figura de Valério Walendowsky não seria uma tarefa fácil, mas a gestão de Koehler foi de grande êxito e marcada pelo desenvolvimento das modalidades esportivas na vida do associado. Ele teve bastante participação no surgimento

dos Jogos Abertos de Santa Catarina (Jasc). Em seu mandato, em 1956, foi realizada a primeira viagem de um representante brusquense para São Paulo, visando a colher subsídios para uma então futura competição poliesportiva entre as cidades catarinenses. Nos anos em que esteve à frente do clube, Koehler incentivou o fortalecimento do volei-bol, que conquistou títulos em todos os anos em que foi presidente o primeiro lugar do Estadual Feminino.

Com Ary Wehmuth na presidência do clube, o Bandeirante ganhou nova injeção de âni-mo. Sócios e desportistas ganharam a construção de novas dependências, ampliando a estrutura já existente. Na gestão de Ary, foram lançados os Jasc e inauguradas a pisci-na, a pista de atletismo, a sede aquática e duas quadras de tênis.

ary WEhmuth - 1958/1960

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OS PRESIDENTES

arthur schlössEr - 1961/1964

Considerado o “Pai dos Jogos Abertos de Santa Catarina”, Arthur Schlösser assumiu a presidência do Bandeirante em 1961, aos 46 anos, ocupando o cargo até 1964. Talvez não imaginasse que os Jasc se transformariam na segunda maior competição esportiva

do País na época, atrás apenas dos Jogos Abertos do Interior de São Paulo, e no principal evento desportivo amador catarinense. No entanto, o mérito de Arthur não se resume aos Jasc. Outro ponto importante de sua gestão foi a iniciativa para a construção do Ginásio de Esportes do Bandeirante.

carlos azamBuja - 1965

Na gestão de Carlos Azambuja foi dado início às obras de construção do Ginásio de Esportes do clube. Assim, o Ban-deirante transformou-se no polo principal das disputas dos Jasc de 1965. Nessa época, muitas pessoas frequentavam o

clube, mas poucos colaboravam. Decidiu-se, então, pela campanha de incentivo a novos sócios. Azambuja implantou os Bailes do Chope e Caipira como forma de aumentar o número de sócios e gerar recursos.

A administração de Orides Schwartz deu continuidade à cons-trução do Ginásio de Esportes, uma das prioridades de sua gestão. Como profissional, Schwartz atuou na Tecelagem San-ta Luzia, Colégio São Luiz, clubes Guarani e Carlos Renaux,

auxiliou em obras como a do Sesi do Jardim Maluche e Igreja Matriz. Faleceu prematuramente, aos 32 anos, vítima de câncer.

oridEs schWartz - 1966

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Uma das prioridades de José Pereira foi a beleza externa do clube, que na época não possuía calcamento. Zeca Pereira, como era chamado, enfrentou uma etapa conturbada na história do Bandeirante, devido à inúmeras dívidas. Entre suas realizações, está a cobertura de uma

cancha de bocha. Além de esportista, Pereira foi operário, viajante e industrial. Era proprietário de uma fábrica de conservas e café e, anos depois, virou fa-zendeiro no Mato Grosso. Faleceu aos 56 anos, vítima de problemas cardíacos, em 1980.

joão antônio schaEfEr - 1969/1971

O médico João Antônio Schaefer, o Dr. Nica, é presença marcante desde a in-fância no Bandeirante. Os laços criados quando ainda era uma criança per-manecem fortes para o mais antigo dos presidentes vivos. Amigo de Arthur Schlösser, o principal vínculo de Dr. Nica com o clube estava no esporte.

Nos tempos em que ainda cursava a faculdade de Medicina, em Curitiba, aproveitava as férias para aprender um pouco mais nos hospitais de Brusque, sem deixar de lado a prática de esportes no clube. Durante a gestão como presidente, enfrentou um dos problemas que mais assustam um administrador: as dívidas. Para resolver o problema, o médico realizava as consultas obrigatórias dos sócios que queriam entrar na piscina recém-inaugurada. O dinheiro arrecadado com as taxas ia direto para os cofres do clu-be. Ele conta que no dia de pagar a última parcela da dívida, já estava com o cheque no bolso e passou na igreja para uma missa. Ao chegar no local onde deveria entregar o cheque, se deu conta que ele não estava mais lá. Tinha perdido. Diante do desespero, fez o caminho de volta e, por sorte, o cheque estava exatamente no banco em que ele tinha sentado na igreja. Assim, deixou o cargo com as contas em dia. Durante o man-dato de Dr. Nica foi realizado o primeiro Baile de Debutantes do clube, em parceria com a Prefeitura de Brusque.

PRESIDENTES

O dentista Nivaldo Diegoli tornou-se presidente do clube aos 28 anos. Uma de suas propostas na presidência foi a introdução do futebol suíço. A gestão de Diegoli foi marcada por muitos obstáculos e desafios. Todos enfrentados com força de vontade. Um dos pontos

de seu mandato foi a construção de uma portaria, edificada com doações de tijolos feitas pelos sócios e recolhidos pelos diretores com uma Kombi, visando a não permitir a entrada de não-sócios. Os jovens ganharam uma danceteria para se divertirem nas noites de sexta-feira. Também foi organiza-da a Gincaban – uma gincana motorizada do Bandeirante pela cidade. Nesse tempo, as críticas deram espaço aos elogios. Foi um período de mudanças.

josé PErEira - 1967/1908

nivaldo diEgoli - 1972/1973

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Como presidente do clube, Venício Barbosa também enfren-tou obstáculos quanto ao fechamento da portaria do Ban-deirante para não-associados. Essa medida foi considerada polêmica na época, provocando desentendimentos. Mas a

medida era necessária porque muitas pessoas usavam as dependên-cias do clube e não pagavam mensalidade. Para ampliar o quadro social, Barbosa planejou e realizou bailes de gala apenas para asso-ciados. Aqueles que não podiam participar procuravam associar-se para fazer parte desses eventos. Faleceu em agosto de 1999, aos 54 anos, vítima de infarto.

vEnício BarBosa - 1976/1978

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amilcar WEhmuth - 1978/1980

A gestão do empresário Amílcar “Chico” Wehmuth foi marcada por con-tinuar, como seus antecessores, a priorizar a construção da nova sede social. Outra iniciativa da administração de Wehmuth foi estimular o convívio da “família Bandeirante”, realizando encontros para almoços

gratuitos oferecidos para associados e dependentes. Contudo, não foram pou-cas as adversidades encontradas no caminho. As muitas conquistas do clube na época se devem ao esforço e ao espírito de equipe entre dirigentes e o auxílio de empresas, aliados à fundamental colaboração dos sócios. No segmento social, os eventos do Bandeirante começaram a ter mais envolvimento com os associa-dos durante a gestão de Chico. Com o clube mais equipado, a consequência foi o crescimento do quadro social.

Vinicius José Bado – 1980/1982

Sempre envolvido nos principais eventos desportivos do Bandeirante, Vini-cius José Bado foi presidente do clube de 1980 a 1982. Mesmo antes de chegar à presidência, participou da equipe que elaborou os Jogos Abertos de Santa Catarina (Jasc) ao lado de Arthur Schlösser. Badão iniciou a car-

reira esportiva no futebol. Mais tarde, defendeu as equipes de vôlei e basquete do Bandeirante. Dessa época, ele lembra muito bem a abnegação dos atletas. Antes dos Jasc de 1965, o clube ainda não tinha ginásio, que foi inaugurado exatamente no primeiro dia do evento. “Dormíamos no Bandeirante, nas quadras de tênis adapta-das para concentração. Ficou marcado na minha lembrança esse momento de ama-dorismo e, ao mesmo tempo, de amor pelo esporte”, recorda Badão. De 1957 a 1965, ele participou das equipes de vôlei e basquete. De 1965 a 1970, fez parte somente do grupo de vôlei.

PRESIDENTES

Na época da gestão de Belli, a nova sede já era realidade. Foi nessa época que a piscina ganhou filtros para o tratamento da água. Em função desses novos filtros, a piscina precisou ser ampliada e, em consequência disso, foram implantados mais

vestiários, a sede aquática e consultório médico. Belli também adquiriu ar-condicionados através de parceria efetivada com os empresários Wal-demar Schlösser e Ary Arnoldo Wehmuth. Outra realização de Belli foi estruturar e embelezar a parte externa da nova sede. Estacionamento, canteiros e jardins foram implantados em sua gestão.

márcio BElli - 1982/1984

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PRESIDENTES

Emílio luis niEBuhr 1984/1986

O médico Emílio Luis Niebuhr, genro de Arthur Schlösser, foi pre-sidente do Bandeirante no ano em que Brusque foi, pela terceira vez, sede dos Jasc (1985). Foi na sua gestão que todas as dívidas do clube foram sanadas. Iniciava-se uma nova fase. A adminis-

tração de Niebuhr foi marcada pela reforma das piscinas e da sede aquáti-ca. O quadro social era de aproximadamente mil sócios.

manfrEdo hoffmann 1986/1990

Manfredo Hoffmann foi um presidente que gostava do verde. Seu enfoque durante a administração foi arborizar e ajardinar as dependências do Bandeirante. Foi feita então a manutenção dos jardins, que ganharam um visual mais colorido, plantou-se novas flores e palmeiras para dar

vida aos ambientes. Iniciou a construção das canchas de futebol suíço, promoveu a troca do piso do ginásio de esportes e deu início às obras de construção da sede esportiva, que foi destinada para a prática do tênis e futebol suíço. Manfredo faleceu aos 54 anos, em junho de 1990, após uma cirurgia cardíaca.

Durante a gestão de Aliomar Luciano dos Santos, o Bandeirante teve um grande avanço. A diretoria conseguiu, juntamente com o Conse-lho Deliberativo, a isenção de mensalidade para sócios com 35 anos de casa e com idade acima de 65. Esses sócios acabavam se afas-

tando do clube, mas, com a medida, os remidos passaram a frequentar mais. Na época, a sociedade tinha 1.234 sócios e, com as constantes campanhas e mudanças, obrigou-se a abrir novos títulos. Além disso, muitos negócios foram concluídos durante essa gestão. Os espaços físicos do clube foram dobrados, foi construída a portaria e todo o pátio foi asfaltado. Além disso, durante a ges-tão de Aliomar foram implantadas a cancha de bocha e a sala de jogos. “Foram anos de muito esforço e dedicação. O grupo de pessoas que, na época, estava à frente da diretoria contribuiu para que a gestão fosse profícua”, afirma.

aliomar luciano dos santos - 1992/1996

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valmor josé vEchi - 1996/2000

Sócio há mais de 30 anos, Valmor José Vechi, ou Juca Vechi, envolveu-se na história do clube dentro e fora das quadras. Jogou tênis, basquete, vôlei, mas foi no futebol suíço que encontrou seu esporte favorito. Da gestão como presidente, ele diz que a obra de maior importância foi a

cobertura de três quadras de tênis. Outro feito foi a aquisição de terrenos que dobraram o espaço físico do Bandeirante. “Foi uma loucura. Não tínhamos di-nheiro para aumentar o clube e compramos a área mesmo assim. Não sei como conseguimos pagar”, diz. O apoio ao esporte trouxe resultados. “Participamos dos principais torneios de tênis, várias categorias do vôlei disputaram jogos esta-duais, assim como os times de basquete, que chegou à Liga Nacional”, orgulha-se. O encerramento do mandato coincidiu com o centenário do clube. Para Juca, as comemorações foram os momentos mais marcantes que teve no Bandeirante. Atualmente, é conselheiro e aproveita a experiência de tudo o que vivenciou du-rante as três décadas como associado e de envolvimento com o clube.

josé carlos loos - 1974/1976, 1990/1992 E 2000/2002

José Carlos Loos foi o único a ocupar a presidência em três mandatos al-ternados. Juca Loos – como é conhecido – nasceu em Blumenau, mas foi radicado em Brusque. Uma das principais obras de seus mandatos foi a construção da sede social. Isso fez com que o clube assumisse uma po-

sição de destaque na cidade, promovendo bailes, confraternizações e comemo-rações. Na época em que assumiu, o Bandeirante passava por uma situação de abandono. Foram anos de reestruturação. No segundo mandato, Loos reformou e ampliou a sauna e construiu dependências da sede esportiva, com vestiários e lanchonetes. Em 2011, Loos completa 40 anos na diretoria do Bandeirante.

A gestão do advogado Ricardo Vianna Hoffmann pode ser definida como transitória. Foi época de renovar os membros da diretoria. Um dos destaques, segundo o ex-presidente, foi a preocupação constante da direção com os associados. O atendimento aos an-

seios e reivindicações dos sócios foi prioridade para Hoffmann. Além dis-so, o piso do ginásio passou por reforma e foi criado também o Espaço Gourmet, destinado à realização de eventos particulares dos sócios e que favorece o surgimento de talentos da culinária.

ricardo vianna hoffmann - 2002/2006

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NOSSOS COLABORADORES

Ainda criança, Viviani Eccel acompanhava o pai no Badeirante e dele herdou a paixão

São 27 anos só de profissão dentro do clube. Somando a isso o tempo em que visitava a SEB na companhia do pai, que

trabalhava na secretaria, Viviani Eccel construiu uma história fraternal com a Sociedade Esportiva Bandeirante. Em todos esses anos de convivência, ela acompanhou e participou de grandes mudanças, tanto de espaço físico, ser-viços e das próprias pessoas.

Viviani começou a carreira no Bandei-rante como secretária, ainda na antiga sede, onde hoje fica o salão social. O pai, Sercusio Suavi, era secretário-exe-cutivo e foi com ele que a colaboradora aprendeu muito sobre a função e em quem se espelhou. Há quatro anos, ele se aposentou e Viviani assumiu o car-go. Hoje, entre as outras funções, tam-bém assessora a diretoria.

Atualmente, ela está mais focada no setor financeiro, mas faz um pouco de tudo. Além da secretaria, envolve-se na organização dos eventos, que sempre atraem um grande público. A secretá-ria conta que a infraestrutura do clube se desenvolveu, cresceu e se moder-nizou ao longo dos anos. A secretaria ganhou um novo prédio, acima da por-taria, mais apropriado para o setor.

Outras mudanças significativas acon-teceram diante dos olhos de Viviani. Entre elas, a portaria, que ficava na margem da Avenida Getúlio Vargas, ganhou lugar especial no topo da rua de acesso ao clube. Três das seis qua-dras de tênis receberam cobertura, tor-nando o ambiente mais agradável para os atletas e permitindo a prática do es-porte em dias de chuva.

O Espaço Gourmet, segundo Viviani, trouxe mais graciosidade e a oportu-nidade de revelar talentos da gastro-nomia entre os sócios. Com 84 lugares

Fotos Daniel Zim

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em mesas para seis pessoas, o espa-ço reúne os amantes da boa culinária e é mais uma excelente opção para eventos.

Nos últimos anos, conta a secretá-ria, as festas passaram a ser mais frequentes, além de o clube contar com aquelas que já são sucesso no calendário anual, como a Feijoada na Colina, o Baile do Hawaii e a Noite Cultural, sempre muito prestigiados.

Com o tempo, os serviços evoluíram. Viviani destaca a informatização da portaria, com controle total de aces-

sos, que trouxe mais segurança para os sócios. A academia foi moderni-zada e, recentemente, recebeu um investimento de quase R$ 50 mil em aparelhos.

Assim como as estruturas do clube, as pessoas também mudam. A se-cretária diz que viu muita gente fre-quentar o clube desde bebê. Hoje, esses sócios vão ao Bandeirante com os filhos. Fora dali, ela ouve muitos elogios ao clube e sente orgulho de fazer parte da SEB. “O Bandeirante faz parte da minha vida. É coisa de família”, conclui Viviani.

o clube do corAção

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O que começou como um trabalho, logo se transformou em admiração e carinho. Sercúsio Suavi foi secretário-executivo do Bandeirante por 33 anos. Chegou ao

clube em 1973 e, de lá em diante, acompanhou to-das as mudanças, inovações, crises e renovações do clube. Antes de chegar à SEB, era professor pri-mário. Ele lembra que o começo foi difícil porque não tinha conhecimento de contabilidade e servi-ços burocráticos inerentes à função. Por outro lado, já tinha domínio de fazer atas, o que ajudou muito seu trabalho durante as reuniões da diretoria.

Na época, o diretor Venício Barbosa foi quem deu bastante apoio e ensinou muitas coisas a Sercúsio. “Estar ao lado dele foi uma escola. Era uma pessoa que acompanhava o clube muito de perto”, destaca o ex-secretário. O clube era presidido por Nivaldo Murilo Diegoli.

Tanto tempo de casa permitiu que Sercúsio esti-vesse presente nos momentos mais marcantes do clube. Em 1976, foi dado início à construção da nova sede social, inaugurada em 1980. Depois, vieram outras novidades, como a sede aquática, a reforma da piscina e também a construção dos dois campos de futebol suíço. Na seqüência, mais duas quadras de tênis, a sauna, reforma do giná-sio, construção da sede desportiva do tênis com os vestiários que atendiam também o futebol suíço, a construção da nova secretaria com a portaria ane-xa e a construção das duas quadras de bocha com a sala de jogos. Foi construída a churrasqueira fa-miliar, duas quadras de vôlei de areia e futevôlei, assim como a quadra de streetball e a cobertura de três quadras de tênis. Quando estava deixando o cargo, em fevereiro de 2006, o clube estava finali-zando a construção do espaço gourmet.

Outra grande conquista apontada por Sercúsio foi a informatização do clube, o que permitiu um controle maior da entrada dos sócios e trouxe mais segurança. O ex-secretário também acompanhava todas as festividades, sempre recepcionando os associados. “Era uma grande satisfação. Assim, mantinha um contato mais próximo com os sócios do clube”, afirma. Segundo Sercúsio, esses rela-cionamentos trouxeram crescimento profissional e pessoal.

testemunhA dA históriAEm mais de �0 anos no clube, Sercúsio Suavi viu a sociedade mudar sempre para melhor

O ex-funcionário revela que o segredo é agir sempre com respei-to e tranquilidade, lição que aprendeu com os pais. A partir dis-so, colheu amizade e reconhecimento de sócios que ainda hoje se encontram com ele nas ruas de Brusque. Quem o substituiu no cargo foi a filha, Viviani, que acompanhou o trabalho do pai desde pequena. Para ele, é uma sequência do trabalho que fez durante décadas no clube. “Ainda destaco a festa do centenário do clube, em l6 de junho de 2000, quando ocorreram diversas homenagens às pessoas que mais colaboraram para o cresci-mento da nossa sociedade, então presidida por Juca Loos. Para minha surpresa e satisfação, estive entre os homenageados”, finaliza Sercúsio.

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à sombrA do FlAmboyAnt

A paixão pelo clube e as histórias dos tempos em que trabalhou no Bandeirante surgem com grande entusiasmo nas conversas com o

ex-funcionário Rodolfo Kraest. Para quem não lembra do nome, ele é mais conheci-do como Rudy e, por muitos anos, ajudou a embelezar os espaços do clube com árvo-res e roseiras.

Quando chegou à SEB, em 1980, Rudy acompanhou de perto a construção da nova sede. Ele também trabalhou para a conclu-são da obra pregando o forro. Hoje, recorda que o pátio era todo de barro e ajudou a co-locar o piso, o que deu cara nova ao clube. “Foram mais de 6 mil lajotas colocadas ao lado do campo de futebol”, conta.

Rudy fazia um pouco de tudo: roçava os campos, limpava os canteiros, manutenção da área do tênis e das piscinas e, como todo bom zelador, trocava as lâmpadas. Além dos cuidados que faziam parte da função, também prezava pela natureza. Muitas das árvores frondosas do clube foram planta-das pelas mãos dele, assim como as rosei-ras. “Cuidava daquilo tudo como se fosse meu”, diz o ex-funcionário.

Cheio de saudade, Rudy diz que era muito feliz por trabalhar no clube. Os dias eram cheios de afazeres, mas trabalhava com gente companheira. A construção da sede foi trabalhosa, mas todo mundo ajudava. Durante aquele período, era preciso buscar o barro numa rua próxima do clube. Che-gou a encher dois caminhões de terra para ser levada à sede.

Do tempo em que ainda trabalhava no clu-be, Rudy levou uma pequena lembrança para casa. A muda de um flamboyant que plantou na frente do terreno onde mora. Hoje, a árvore chama a atenção de quem passa pela rua e é um xodó para o aposen-tado, que guarda com carinho as lembran-ças daquele tempo.

Muda de árvore que levou do clube ajuda Rudy a recordar os bons momentos na SEB

NOSSOS COLABORADORES

Fotos Daniel Zim

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Móveis de Fibras Naturais e Sintéticas | DecoraçãoRod. Antônio Heil, 350

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Zeca: o homem das flores e do tempo

Foi em 1959 que José Lourenço de Souza, o Zeca, chegou à So-ciedade Esportiva Bandeirante. Hoje, com 80 anos, ele lembra

que viu o clube crescer, se moderni-zar, acompanhou a chegada de novos sócios e também a criação dos Jo-gos Abertos de Santa Catarina (Jasc), o maior evento do esporte amador do Estado.

Zeca chegava sempre muito cedo ao clube e era responsável pelo tratamento da piscina, manutenção das quadras de tênis e, por paixão, também cuidava de toda a jardinagem do Bandeirante, dei-xando os espaços floridos e bem cuida-dos o ano todo. “O clube tinha muitas roseiras lindas e eu cuidava para que estivessem sempre vistosas”, recorda.Carinhosamente lembrado pelos só-

cios e funcionários, o ex-zelador tinha também uma função especial que aju-dava os treinadores a preparar os traba-lhos da semana: ele fazia a previsão do tempo, o que era fundamental quando ainda não existiam as quadras de tênis cobertas. Nos últimos anos de traba-lho, desistiu do cargo de ‘homem do tempo’, porque o clima ficou bastante imprevisível.

Era nos dias de festa que Zeca revelava ser um funcionário multiuso. Sempre muito empenhado, cuidava da organi-zação do estacionamento nos bailes. Também acompanhou todas as mu-danças da estrutura do clube, desde a demolição da primeira sede, à constru-ção e inauguração da nova. Ele lembra que todos ficaram muito contentes com o novo espaço.

Viúvo, pai de quatro filhos, três mulhe-res, Zeca sempre tinha a companhia do filho, que gostava de juntar as bolinhas de tênis nas quadras do Bandeirante e aproveitava para passar mais tempo com o pai. Hoje, Zeca está aposentado e gosta dos jogos de dominó que acon-tecem em casa toda semana, oportuni-dade em que ele reúne os amigos com muita descontração.

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GlAmour dAs debutAntesEntre as primeiras a debutar, Deisy Schulenburg conta a história desse momento mágico

Os grandiosos bailes sempre fo-ram tradição na Sociedade Es-portiva Bandeirante. O alto da colina é local de encontro das

pessoas mais ilustres de Brusque, que esbanjam alegria e elegância durante as festas.

Símbolo da alta sociedade, o Baile de De-butantes chegava à SEB em 1970, fazendo as meninas sonharem com o grande dia que seria repleto de glamour. Criado na gestão do presidente João Antônio Scha-efer, o Dr. Nica, o evento foi chamado de Baile da Prefeitura, pois aconteceu em parceria com a Prefeitura Municipal de Brusque.

A primeira edição do Baile de Debutantes contou com a presença da primeira-dama, dona Dora, esposa do prefeito Antônio Heil, que foi madrinha da cerimônia. O baile foi realizado ainda na sede antiga do clube, mas isso não fez com que a festa fosse menos suntuosa. Decoradores pre-pararam o salão com muito charme e en-canto, além de surpresas para as jovens.

Deisy Gums Schulenburg foi uma das de-butantes da época e conta que o evento gerava grande alvoroço entre as meninas. A cidade tinha ótimas modistas e todas as debutantes saíam à procura do me-lhor modelo para o dia da festa. A euforia tomava conta das jovens que ensaiavam incessantemente cada passo do dia tão esperado.

A prova dos cabelos era outra maratona que marcava os dias que precediam o bai-le das debutantes. Com as fotos em mãos, que guarda com muito carinho, Deisy mostra como eram feitos os penteados da época, bem armados, pomposos e com muito, mas muito laquê. “Isso era o auge da moda, cabelos altos, bem armados, es-truturados com o famoso laquê”, recorda com saudosismo.

Divulgação

SOCIAL

Deisy desfila no primeiro Baile de Debutantes realizado na

Sociedade Esportiva Bandeirante

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O baile seguia os protocolos da tradição e cada jovem, com vestido de princesa, dançava a primeira valsa com o orgulhoso pai. Depois a dan-ça seguia com o padrinho e então a jovem estava liberada para dançar com outro jovem, que poderia ser um primo, colega ou o namorado. Assim, as meninas eram apresentadas para a sociedade e, a partir daí, podiam participar de outros bailes. “Tudo era bem criterioso e as rou-pas eram bem alinhadas”, conta Deisy.

Meninas de outras sociedades e cidades também participavam do evento na colina. E os meninos precisavam saber dançar se quisessem fazer sucesso nos bailes. As danças da época eram o bolero, a valsa e um pouco de rock, por conta dos eletrizantes Beatles.

Para Deisy, o Baile de Debutantes é uma tradição importante, que mar-ca uma nova fase na vida das adolescentes. Hoje, com muito mais op-ções à disposição das jovens, a festa fica ainda mais interessante, sem perder a magia dos tempos áureos.

O momento de serem apresentadas à sociedade

As meninas se preparam para o primeiro baile

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Os Jogos Abertos de Santa Catarina (Jasc) são um mar-co na história do esporte catarinense. Criados há 50

anos pelo desportista e sócio do Ban-deirante Arthur Schlösser, a primeira edição do evento contou com 444 atle-tas que representaram 14 municípios.

Três anos antes, Schlösser custeou parte da ida das equipes da Sociedade Esportiva Bandeirante de Brusque aos Jogos Abertos do Interior, nas cidades paulistas de São Carlos, Piracicaba e Santo André. O objetivo era aprender o máximo possível para promover o mesmo evento em Santa Catarina.

Um grande incentivador dos Jasc foi o fundador dos Jogos Abertos do In-

terior, Baby Barioni, em Monte Alto, São Paulo, no ano de 1936. Ao man-ter contato com a Comissão Central Organizadora dos jogos em Brusque, Barioni auxiliou o grupo fornecendo o regulamento, formulários e material de apoio para que a ideia engrenasse. Além disso, pediu que a equipe auxi-liasse Arthur Schlösser a criar os Jo-gos Abertos de Santa Catarina.

A primeira disputa dos Jasc, em 1960, fez parte das comemorações oficiais do centenário de Brusque. O grandio-so evento teve como sede a Socieda-de Esportiva Bandeirante. Em 2010, os Jogos Abertos voltam à cidade de ori-gem para comemorar o 50º aniversá-rio e o sesquicentenário do Município. Será realizado entre 9 e 18 de setem-

bro. A cidade também teve a oportu-nidade de sediar os Jogos Abertos em 1965, 1985 e 2000. Este ano, durante a competição, haverá uma exposição de fotos e materiais históricos referentes aos 50 anos de história dos Jasc. Ou-tra novidade será a volta do concurso rainha dos Jasc, uma tradição nas pri-meiras edições do evento.

Também em uma iniciativa de Arthur Schlösser, foi inaugurado o ginásio de esportes do Bandeirante para os 6º Jogos Abertos de Santa Catarina, em 1965. O entusiasta deu grande auxílio para a construção do ginásio, mas não aceitou que a obra levasse o pró-prio nome, como desejava diretoria e o Conselho Deliberativo da Sociedade Esportiva Bandeirante.

um sonho virA reAlidAdeDa iniciativa de Arthur Schlösser nasceu a maior competição poliesportiva do Estado

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JASC

Rubens Facchini participou da criação dos Jasc e é presidente benemérito da CCO da 50ª edição

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Fiel escudeiro

Quem acompanhou Arthur Schlös-ser nessa caminhada foi o fiel es-cudeiro Rubens Facchini, que já em 1957 foi a São Carlos, interior de São Paulo, acompanhando as equipes de vôlei feminino, basquete mas-culino e xadrez, que disputariam os Jogos Abertos do Interior. Facchini recorda com imenso carinho o ami-go que fez história. Ele conta que o objetivo maior de Schlösser era fa-zer uma competição que reunisse todo o Estado em prol do esporte. “Mas ele não imaginava a grandio-sidade a que os Jogos Abertos de Santa Catarina chegariam”, afirma o amigo, que foi secretário-admi-nistrativo da primeira Comissão Central Organizadora dos Jasc.

Para a primeira edição, em 1960, Schlösser se incumbia de levar pes-soalmente o material de divulgação e os convites às prefeituras de cada cidade catarinense para participa-rem do evento esportivo. Facchini ganhou um Fusca do amigo para ajudar nessa missão e também dis-tribuía os convites nas cidades.

Schlösser estava constantemente preocupado em dar continuidade aos Jasc. No início, sempre fazia parte da comissão de representan-tes dos jogos. As reuniões aconte-ciam de três a quatro vezes ao ano e, quando não podia estar presente, pedia a Facchini que o representas-

se. Em 1964, os Jogos Abertos de Santa Catarina sofreram queda na qualidade e também no número de cidades participantes. O pai dos Jasc não podia ficar alheio àquela situação e, mais uma vez, tomou as rédias do evento. No ano seguin-te, mais uma vez Brusque foi sede daquele que se tornou o segundo maior evento poliesportivo do Bra-sil. A meta de ter mil atletas partici-pantes naquele ano foi ultrapassa-da, tendo como marco a construção do ginásio na Sociedade Esportiva Bandeirante para atender os des-portistas.

Dedicação ao esporte

Quem conheceu de perto Arthur Schlösser sabe da dedicacão e em-penho que esse homem destinou aos Jasc. “Era uma figura admirável, cuidadoso nos mínimos detalhes”, afirma Facchini ao lembrar que, a pedido de Schlösser, a Comissão Organizadora visitava cada um dos hotéis da cidade para se certificar de que o café da manhã estava bem servido e que as roupas de cama e banho eram trocadas diariamente.

Homem de visão, desde os primei-ros Jasc Arthur Schlösser solicitou que o evento fosse organizado pelo Estado, o que aconteceu a partir de 1976. Os Jasc ganharam visibilida-de e hoje reúnem cerca de 20 mil

atletas nas fases classificatórias e aproximadamente 7 mil nas finais. Presidente benemérito da Comis-são Central Organizadora dos 50º Jasc, Facchini lembra do amigo ilustre com lágrimas nos olhos e afirma que não existiu até hoje uma pessoa tão especial e tão engajada quanto Arthur Schlösser.

Inspirado na mitologia grega, as ceri-mônias dos Jogos Abertos de Santa Catarina iniciam com o acendimento do Fogo Simbólico na cidade que foi o berço do evento. A tocha é trans-portada anualmente até a cidade que será sede da edição, percorrendo di-versos municípios catarinenses, que recepcionam o fogo ao longo do per-

curso. Atletas e desportistas condu-zem a tocha em uma bela demonstra-ção de amor e dedicação ao esporte.

A primeira cerimônia de acendimen-to do fogo simbólico dos Jasc foi rea-lizada em 1986 e em seguida iniciado o transporte da tocha com o Fogo Simbólico para a cidade de Joinville,

onde foram realizados os 26º Jogos Abertos.

A Cerimônia de Acendimento é reali-zada ao ar livre na Sociedade Espor-tiva Bandeirante, junto ao busto de Arthur Schlösser. A cerimônia é feita por jovens brusquenses vestidas com trajes gregos.

Chama viva

Schlösser: a pai dos Jogos Abertos

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Divulgação

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Há quatro anos conquistando títulos estaduais sub 15, sub 17 e sub 20, as atletas do time de futsal Barateiro/Bandeirante comemoram os 110 anos do Bandeirante mais unidas do que nunca. São 22 meninas, vindas de todos os cantos do

Brasil, comandadas pela dirigente da equipe Daniela Civinski. Como estão na adolescência e moram juntas, Daniela conta que a cobrança é grande e que só assim é possível manter a ordem na casa. “Se algu-ma delas desobedecer às regras é dispensada do time”, explica.

Com a coleção de troféus vêm as propostas de outros clubes. Segun-do a dirigente, algumas aceitam e outras preferem estudar Educação Física, porém, todas pretendem seguir carreira dentro do esporte. A equipe treina para a Taça Brasil e para a Liga Nacional, em parceria com a Malwee. Segundo Daniela, a expectativa é ficar entre as cinco primeiras em ambos os campeonatos. “Na Taça Brasil, é provável que fiquemos entre os três primeiros colocados”, prevê.

meninAs no sAlãoMeninas de várias partes do País realizam em Brusque o sonho de ingressar no esporte

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Ícone do vôlei FemininoRuth Hoffmann mantém forte ligação com um dos esportes mais tradicionais de Brusque

Tradicional na história da Socie-dade Esportiva Bandeirante, o vôlei possui um lugar especial no coração dos adeptos do es-

porte. A paixão que acompanha o clu-be desde o início é refletida nos grupos que até hoje se reúnem semanalmente para manter a prática. A maioria deles são de ex-jogadores de vôlei que já atu-aram com a camisa do clube em diver-sos eventos esportivos no Estado e no País.

Um dos grandes nomes do clube, que representou, e ainda representa com maestria o vôlei feminino, é Ruth Hoffmann, que fez parte da escolinha de base da SEB quando ainda tinha 14 anos. Aluna do Colégio Cônsul Car-los Renaux, ela foi chamada pelo téc-nico do Bandeirante para fazer parte do time.

Daí em diante, as oportunidades foram surgindo. Com o Bandeirante ela pode fazer carreira no esporte e, por conse-quência, conhecer boa parte do País e até viajar ao Exterior, além de conquis-tar novas amizades e acumular conheci-mento. A jogadora também integrou o time da Federação Catarinense de Des-portos Universitários e, em 1957, par-ticipou dos Jogos Abertos do Interior, em São Paulo. A experiência precedia a tentativa de criar os Jogos Abertos de Santa Catarina (Jasc), feito que Arthur Schlösser conseguiu em 1960.

Como não podia deixar de ser, Ruth participou da primeira edição dos Jasc na equipe de vôlei. O desempenho ren-deu a atleta, em 1962, uma sondagem do técnico da Seleção Brasileira para treinar em São Paulo e, mais tarde, in-tegrar o time. Grávida de quatro meses, mas ainda em quadra, disputando um campeonato pela Seleção Catarinense, ela teve que recusar a oferta.

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Apoio da família

Hoje, aos 74 anos, Ruth Hoffmann lembra que teve apoio dos pais e do marido. Naquela época, quando as moças se casavam, os maridos não dei-xavam mais que elas jogassem. Com Ruth foi diferente. Além de poder con-tinuar no time, contava com a ajuda da sogra e da cunhada, que moravam ao lado da casa dela, para cuidar dos filhos quando era necessário viajar.

A jogadora guarda na lembrança todos os acontecimentos de 1960. Na época, estava estudando em Florianópolis. O casamento foi realizado em julho e logo no mês seguinte foi dado início aos primeiros Jogos Abertos de Santa Catarina. Devido às circunstâncias e com algumas autorizações, ela participou do campeonato representando a cidade de Florianópolis. Para a comissão organizadora dos jogos era interessante ter mais uma cidade par-ticipando do evento esportivo. Contudo, eles não contavam que a equipe da Capital estragaria a festa das brusquenses, levando o primeiro lugar.

No ano seguinte, surgiu a oportunidade de inverter a situação. A segunda edição dos Jasc aconteceu em Florianópolis, mas Ruth entrou represen-tando a equipe de Brusque. Até ameaça das ex-colegas ela recebeu. Mas, dessa vez, Brusque levou a melhor. Ruth jogou por 12 anos nos Jasc e, modéstia à parte, ela sabe que fazia a diferença em quadra.

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ODORIZZI

De corpo e alma

Para essa atleta, que admite ser inquieta, se não fosse o vôlei, ela teria encontrado outra atividade que não a deixasse parada. Porém, tudo seria muito diferente. As viagens que fez e os luga-res que conheceu, as pessoas com quem fez amizades seriam oportunidades que ela talvez não tivesse.

Ela é a vitalidade em pessoa. Em junho deste ano, participou da disputa Master – categorias acima de 60, 65 e 70 anos – em Nova Petrópolis, cidade que fica a 35 quilômetros de Gramado, no Rio Grande do Sul. Além das festas, desfiles de abertura, ela reencontrou as mesmas pessoas que fizeram parte da carreira, algumas vezes como adversárias. Ela afirma que agora é só por diversão, mas não nega a vontade de vencer.

Ruth orgulha-se de contar que nos exames médicos feitos re-centemente os resultados foram excelentes. “O teste cardíaco foi feito no nível de uma pessoa de 55 anos e passei com louvor”, comenta a atleta sorrindo. De corpo e alma saudáveis, ela diz que a vida é muito boa e precisa ser aproveitada. Mas é preciso levar da melhor maneira possível e nisso ela inclui o esporte.

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vitóriA nA vidA e quAdrAsProjetos do Bandeirante voltados ao basquete trazem oportunidadespara crianças e jovens que sonham com o sucesso no esporte e na vida

A história do basquetebol de Brusque se confunde com o desenvolvimento da modali-dade na Sociedade Esportiva

Bandeirante e na Associação Desporti-va Brusque. Foi no início dos anos 1980, que o esporte cresceu a olhos vistos, com um projeto de grande abrangência e bastante ambicioso. Os investimen-tos alcançados foram destinados espe-cialmente para as categorias de base, com o intuito de formar equipes fortes, bem preparadas e competitivas.

Já nos primeiros anos de atividade, sob

o comando do técnico José Eurico Frota de Oliveira, o Zurico, o basquete mos-trou para que veio. O tetra-campeonato estadual juvenil e o campeonato esta-dual cadete foram as conquistas mais importantes daquele tempo. O esporte ganhou notoriedade e logo atraiu um grande parceiro. Em 1990, a empresa Ir-mãos Zen S/A passou a apoiar o projeto e ampliou as oportunidades do grupo.

Este era o impulso que faltava para iniciar a consolidação do Bandeirante/Zen/Copal/Unifebe no cenário nacio-nal do basquete por três edições con-

secutivas do Campeonato Nacional de Basquetebol Masculino Adulto. Nessa época, um dos grandes momentos foi o jogo entre a equipe da casa e o Flamen-go, então liderado por Oscar Schmidt, um dos maiores jogadores de basquete do mundo.

Com apoio do Fundesporte, a equipe conseguiu desenvolver fortes parce-rias com a iniciativa privada. Empre-sas como a ZM, RVB Malhas, Ambev, Copal, Supermercados Archer, Vetor e Havan foram grandes incentivadores do basquete de Brusque.

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Títulos do basquete de Brusque

Campeão Estadual MirimCampeão dos Jogos Abertos de Santa CatarinaBi-campeão Estadual AdultoTri-campeão sul-brasileiro de Basquetebol AdultoBi-campeão dos Jogos Abertos Brasileiros

Zurico está à frente dos projetos do basquetebol nas categorias de base

Durante as disputas do Nacional de Basquete, o clube recebeu o “Mão Santa” Oscar, que atuava no Flamengo

O desenvolvimento do esporte na cida-de é motivo de orgulho para Zurico, su-pervisor de Basquete da AD Brusque, que tem parceiria com o Bandeirante. Os atletas já disputaram três ligas na-cionais com a equipe principal da SEB, que também promove o intercâmbio com atletas do exterior. O esporte ga-nhou notoriedade e cada vez mais des-perta o interesse das crianças.

Atualmente, o Bandeirante reúne mais de 250 crianças nas mais diversas cate-gorias do basquetebol. O principal obje-tivo do clube é buscar novos parceiros

para dar continuidade a esse trabalho tão nobre. Com o projeto Brusque Bas-quete, colégios das redes municipal e estadual e escolas particulares levam alunos que se destacam para trabalhar as potencialidades. “Esses colégios são celeiros de atletas com muito talento”, afirma Zurico. Esses meninos e meni-nas entram para as categorias de base, que treina no Bandeirante, ou para a categoria principal, na AD Brusque.

O clube também está inserido no Pro-jeto Basquete do Futuro Eletrobrás, um programa de iniciação ao basquete so-

cial, cuja finalidade é educar e sociali-zar meninos e meninas de 10 a 17 anos através do esporte e, ao mesmo tempo, popularizar e divulgar a modalidade. Com apoio da Confederação Brasilei-ra de Basquete (CBB), o projeto forma atletas e molda cidadãos.

Atletas do clube já tiveram a oportuni-dade de jogar nos Estados Unidos. Por aqui, as crianças também têm novos horizontes. Alunos da rede pública po-dem conseguir bolsas para estudar em colégios particulares e universidades graças ao esporte.

Modalidade desperta grande interesse

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FormAdor de tenistAsGustavo Kuerten, o maior tenista brasileiro, está entre os jogadoresque que foram treinados por Léo Facchini nas quadras do Bandeirante

Especializado na formação de base em Santa Catarina e atle-tas em nível de competição para o tênis, Léo Fernando Facchini

trabalha há 32 anos na Sociedade Es-portiva Bandeirante. Apaixonado pelo esporte, ele aponta que, nos últimos 20 anos, o clube é referência em trabalhos de base no Estado, sendo mencionado em assembleias da Federação Catari-nense de Tênis.

Facchini lembra que o tênis sempre foi um esporte tradicional no Bandeirante. Inicialmente, era treinado com apenas

um aluno de cada vez. Com o intuito de difundir a prática do esporte entre toda a sociedade brusquense, foi dado início à Escolinha de Tênis, com aulas para crianças de 4 a 9 anos. Alguns alunos se destacaram, passando para a equipe de competição do clube, então com ob-jetivo e treinos diferenciados.

A profissionalização trouxe conquistas em campeonatos estaduais e brasilei-ros. Em 2010, o clube já participou de 16 campeonatos estaduais com a equipe juvenil. Em paralelo, estão os jogado-res adultos e seniores, que participam

de campeonatos em nível estadual e nacional.

Fazendo uma breve retrospectiva, Fac-chini lembra de alguns dos melhores momentos do tênis no Bandeirante. Em 2003, a equipe levou para casa os campeonatos estadual e brasileiro. Mas é o ano de 1993 que ele guarda na lem-brança com muito carinho. Foi quando o tênis de Brusque sagrou-se campeão masculino nos Jogos Abertos de Santa Catarina com a equipe que contou com a presença de Gustavo Kuerten, ainda uma jovem promessa, em quadra.

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Guga também foi aluno de Léo Facchini quando ainda tinha 14 anos. Sempre que vinha a Brusque nas férias para visitar a avó, não abandonava a raquete e treina-va nas quadras do Bandeirante. Facchini conta que Guga era um bom atleta por-que assimilava rapidamente as estraté-gias e era muito disciplinado.

Nos últimos quatro anos, ele teve o prazer de treinar três promessas do tênis. André Baran, Ana Baran e João Walendowsky foram encaminhados para a Academia Larri Passos Tênis Pró, em Camboriú. “Isso significa que o clube forma jogado-res”, destaca Facchini. Hoje, os três es-tão se destacando na academia, que só aceita atletas de alto nível para trabalhar o profissionalismo.

Para Facchini, uma das grandes conquis-tas do clube foi a cobertura das três qua-dras de tênis. Segundo o técnico, isso sig-nificou a continuidade dos trabalhos faça chuva ou faça sol. “O conforto proporcio-

Visitas à avó etênis na SEB

nado pela nova estrutura fez crescer o interesse pelo esporte”, afirma.

Ele considera as quadras do Bandei-rante as melhores do Sul do País ba-seando-se na qualidade de vários que-sitos. A iluminação é natural durante o dia e à noite os holofotes permitem que os jogos aconteçam normalmente. A cobertura especial deixa o ambiente com uma temperatura agradável, mes-mo no calor forte do Verão. Além disso,

a cobertura tem a medida oficial da Fe-deração Internacional de Tênis, com 11 metros de altura.

A infraestrutura adequada tornou a Sociedade Esportiva Bandeirante sede de várias etapas de campeonatos esta-duais infanto-juvenis, adultos e senio-res. Este ano, o clube recebe os Jogos Abertos de Santa Catarina, que volta a Brusque, Município de origem, no 50º aniversário.

Facchini em ação durante aula de tênis em uma das quadras cobertas da Sociedade Esportiva Bandeirante

A paixão pelo tênis está ligada à história do Bandeirante,que favorece a formação de jovens talentos no esporte

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de pAi pArA FilhoFutebol é o pano de fundo para o encontro semanal de amigos no Bandeirante

A patota mais antiga do clube tem dois nomes: Segundinos ou Segundafeirinos. Maicon Testo-ni participa do grupo há 17 anos e se orgulha ao contar que o pai, Lídio Testoni, foi um dos

primeiros integrantes a ter a brilhante ideia de trazer os filhos dos participantes ao grupo. “Hoje, temos 30 pes-soas, porém mais de 150 já passaram pela patota”, con-tabiliza.

Com apenas sete anos, Pedro Augusto, filho de Maicon, já participa dos encontros. “O lugar na patota é garanti-do quando passado de pai para filho. Outros associados que queiram entrar para equipe são bem-vindos, desde que haja a aprovação unânime dos integrantes”, explica. Outra particularidade é o uniforme. Maicon avisa que é indispensável o uso de meia e short branco. O cas-tigo para quem não se veste adequadamente é jogar por último.

Patota animada que se preze faz festa. É tradição há mais de duas décadas o jantar que os Segundinos fazem uma vez por mês depois da partida.

Foi por causa dos jogos com a equipe do Bandeirante que Maicon entrou para o time do Brusque. “O clube é um celeiro de atletas. Grandes nomes já passaram por aqui”, diz. Contudo, não só em campo o associado teve os melhores momentos. Maicon casou-se no clube e também curte divertidos momentos em família.

Para o associado, a semana começa no campo e termina por lá. Além dos Segundinos, Maicon joga com a equipe Amigos da Bola, como atacante.

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A reunião das quartas-feiras para o jogo de futebol suíço é sa-grada. A bola até rola em campo, a disputa acontece dentro do tempo determinado, mas esse grupo de veteranos gosta mes-mo é da confraternização pós-jogo. A patota dos Quartafeiri-nos do Bandeirante foi fundada em 1972, pelos jogadores Darci Leonel Pereira, o Pereirinha, Nivaldo Diego, Edson Cardoso e Francisco Simas.

O grupo já existia antes desse ano, mas só em 1972 foi oficiali-zado e começaram os torneios. Atualmente, a patota congrega 45 jogadores, de 35 a 70 anos. Edmundo Becker, o Muna, é o mais velho da equipe e também o mais valente. Francisco Si-mas afirma que os campeonatos sempre são muito acirrados, disputados para ganhar. Porém, o principal objetivo de todos é garantir a alegria dos encontros.

A divisão do grupo é por idade, um de 35 a 50 anos e outro acima de 50 anos. Mas, se faltar quorum, eles misturam todo mundo e o jogo acontece de qualquer jeito. Simas conta que a alegria da patota atrai muita gente de fora, que se torna sócio do clube apenas para poder fazer parte do grupo de veteranos.

A patota sempre participou de torneios em outras cidades. Este é mais um motivo para garantir a festa da galera. Simas já não joga, mas não abandona o time e é presidente do grupo.

Anualmente, eles realizam duas festas que já são fixas no ca-lendário dos Quartafeirinos do Bandeirante. O Dia das Mães e o Dia dos Pais são comemorados carinhosamente por todos os participantes, que levam as famílias ao clube para uma grande confraternização. Os aniversariantes do mês também são lem-brados, mensalmente se reúnem para cantar os parabéns.

Amizade em torno da bola

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Maicon Testoni

Darci Leonel Pereira

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em buscA de vitóriAsEquipe máster do Bandeirante não perde o pique e se reforça para competir

A baixa estatura nunca foi empecilho para a associa-da Márcia Appel arrasar no vôlei. Apaixonada pelo es-

porte desde criança, no Bandeirante ela participou de diversas categorias do vôlei. “No colégio, o vôlei era a única opção oferecida nas aulas de Educação Física. É o esporte que mais movimenta a cidade e há tem-pos está gravado na tradição brus-quense”, diz.

Atualmente, Márcia é levantadora do time Máster. O grupo formado por 33 ex-atletas reúne-se às terças-feiras para treinar. A associada garante que o Campeonato Municipal que disputam no momento está no papo. Para o Campeonato Brasileiro, que aconteceu em Betim (MG), em ju-nho, Márcia buscou reforços. “Cha-mei a ex-jogadora da Seleção Brasi-leira Karin Rodrigues para jogar com a gente. Ela gostou tanto da cidade quando jogou na equipe Brusque/Brasil Telecom que resolveu morar por aqui. Bom para nós”.

A associada acredita que a equipe vai fazer bonito em Betim, no entan-to, o maior desafio está fora das qua-dras. Conseguir patrocínio para co-brir gastos da viagem é um entrave, mesmo em uma cidade onde o vôlei faz parte da história.

A coletividade é o que mais gosta no esporte. Como levantadora, Márcia conta que precisa da colaboração de outras pessoas para fazer o ponto. “No basquete, por exemplo, é pos-sível sair com a bola e fazer ponto sozinho, assim como no futebol. O vôlei é o esporte mais coletivo que existe”, define a jogadora que não se lembra ao certo quantas vitórias teve em quadra. “Foram tantas que eu até me esqueci”, conclui.

Sócia do Bandeirante há 10 anos, a artista plástica Larissa Fuck participa, no mesmo período, do Grupo Unidas, composto por 12 divertidas senhoras que descontam o estresse do dia a dia na bola de vôlei. “Não somos uma equipe competitiva. Reunimo-nos para dar risadas, praticar esporte e bater papo”, diz.

A descontração dos encontros transformou-se em sinceras amizades que ultra-passam as dependências do Bandeirante. Larissa conta que, com frequência, as amigas saem para tomar café, fazer compras e passear. “É o melhor momen-to da semana. As meninas são pura diversão”, afirma.

Unidas em quadra

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Márcia Appel

Larissa Fuck

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AmizAde de muitos AnosSilvio Testoni e amigos não abrem mão do vôlei, esporte que ele pratica desde os 12 anos

Quando tinha 12 anos, o re-presentante comercial Silvio Testoni já se destacava na quadra da Sociedade Espor-

tiva Bandeirantes. Graças ao esporte, teve a oportunidade de conhecer mui-tos lugares e fazer muitos amigos que se reúnem até hoje. Testoni recorda que, em 1969, participou da Seleção Catarinense Juvenil e, mesmo depois que entrou para a Aeronáutica, não deixou a bola cair: jogou como atacan-te por seis anos na Seleção da Força Aérea Brasileira.

De volta à Brusque, Testoni disputou os Jogos Abertos por Brusque, até mi-grar para a equipe dos Veteranos do

Voleibol. O grupo é formado por 32 ex-atletas que se reúnem duas vezes por semana para praticar o esporte, aliviar o estresse e, principalmente, confra-ternizar.

O ápice das festividades dos Vetera-nos do Voleibol acorre anualmente em setembro. É quando a equipe encontra com participantes do grupo Mannër-riege, da Sociedade Ginástico, de Join-ville. “Estes encontros são tradicionais, acontecem desde 1949, e completaram 60 anos em 2009”, conta.

Segundo Testoni, o evento é o mais esperado do ano. As competições são regadas a muito chope e festa.

Ele acrescenta que a delegação é re-cepcionada na entrada da cidade com fogos e música. No clube, depois do coquetel, iniciam-se os jogos, com as equipes divididas por idade. As par-tidas são disputadas no sábado e no domingo, quando é servido o almoço com direito a discursos e entrega do troféu – que só é definitivo se o clube vencer três vezes consecutivas ou cin-co alternadas.

“Convém frisar que o mais importante não são as vitórias e sim a continuida-de que damos à sólida amizade entre atletas que um dia foram adversários e hoje são verdadeiros amigos”, ressalta o veterano.

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