Turismo de Aventura no interior do estado do Rio Grande do ... · Ação de limpeza nos espaços de...
Transcript of Turismo de Aventura no interior do estado do Rio Grande do ... · Ação de limpeza nos espaços de...
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ - CERES
CURSO DE TURISMO BACHARELADO
Nivaldo Lourenço de Carvalho Neto
Turismo de Aventura no interior do estado do Rio Grande do Norte: Um estudo sobre o desenvolvimento da atividade no Polo
Agreste/Trairi.
CURRAIS NOVOS-RN 2016
1
Nivaldo Lourenço de Carvalho Neto
Turismo de Aventura no interior do estado do Rio Grande do Norte: Um estudo sobre o desenvolvimento da atividade no Polo
Agreste/Trairi.
Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado à Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, campus Currais Novos, como pré-requisito para obtenção do grau de bacharel em turismo. Orientador: Prof. Me. Rodrigo Cardoso
CURRAIS NOVOS-RN
2016
2
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial do Centro de Ensino Superior do Seridó - CERES
Currais Novos
Carvalho Neto, Nivaldo Lourenço de.
Turismo de aventura no interior do estado do Rio Grande do Norte: um
estudo sobre o desenvolvimento da atividade no Polo Agreste/Trairi / Nivaldo
Lourenço de Carvalho Neto. - Currais Novos, 2016.
65f.: il. color.
Orientador: Prof. Me. Rodrigo Cardoso.
Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Centro de Ensino Superior do Seridó.
Departamento de Ciências Sociais e Humanas.
Curso de Turismo-Bacharelado.
1. Turismo de Aventura. 2. Polo Agreste/Trairi. 3. Empreendimentos de
Aventura. I. Cardoso, Rodrigo. II. Título.
RN/UF/BSCN CDU 338.48
3
Turismo de Aventura no interior do estado do Rio Grande do Norte: Um estudo
sobre o desenvolvimento da atividade no Polo Agreste/Trairi. O trabalho apresentado foi julgado e aprovado para a obtenção do grau de bacharel em turismo, no curso de graduação em turismo bacharelado da Universidade Federal do Rio Grande do Norte-UFRN.
Currais Novos-RN, ___/___/____.
_____________________________
Profa. Dra. Carolina Todesco
Coordenador (a) do Curso de Turismo
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________________ Prof. Me. Rodrigo Cardoso
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Orientador
___________________________________________________
Profa. Dra. Carolina Todesco Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Examinador
___________________________________________________ Prof.Me. Aylana Laissa Medeiros Borges.
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN Examinador
4
TERMO DE ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE
Declaro, para todos os fins de Direito e que se fizerem necessários, que assumo
total responsabilidade pelo material aqui apresentado, isentando a Universidade
Federal do Rio Grande do Norte - UFRN, à Coordenação do Curso, a Banca
Examinadora e o Orientador de toda e qualquer responsabilidade acerca do aporte
ideológico empregado ao mesmo.
Conforme estabelece o Código Penal Brasileiro, concernente aos crimes contra a
propriedade intelectual o artigo n.º 184 – afirma que: Violar direito autoral: Pena –
detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa. E os seus parágrafos 1º e 2º,
consignam, respectivamente:
§1º Se a violação consistir em reprodução, por qualquer meio, no todo ou em parte,
sem autorização expressa do autor ou de quem o represente, (...): Pena – reclusão,
de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, (...).
§ 2º Na mesma pena do parágrafo anterior incorre quem vende, expõe à venda,
aluga, introduz no País, adquire, oculta, empresta, troca ou tem em depósito, com
intuito de lucro, original ou cópia de obra intelectual, (...), produzidos ou reproduzidos
com violação de direito autoral.
Diante do que apresenta o artigo n.º 184 do Código Penal Brasileiro, estou ciente
que poderei responder civil, criminalmente e/ou administrativamente, caso seja
comprovado plágio integral ou parcial do trabalho,
Currais Novos-RN, ___ de ____________ de ____.
________________________________
Nome e assinatura do graduando (a)
5
Dedico este trabalho ao meu filho amado,
Nicollas Gabriel, com o intuito de cativar a
escolha do seu futuro e não desistir jamais
dos seus sonhos.
6
AGRADECIMENTOS
A Deus, pela oportunidade e confiança depositada em mim. Agradeço por
ter me dado sabedoria e paciência para concluir mais essa etapa em minha vida e
especialmente por se fazer presente em todos os momentos que tracei até chegar
aqui.
A toda minha família, meus irmãos, minha avó, meu pai, meu filho, por ter
me dado todo o apoio necessário para a conclusão do meu curso, e em especial a
minha mãe, Ana Lúcia, que nunca mediu esforços para me ajudar e eu tenho
certeza que sem o apoio da senhora eu nada seria.
Meu filho, Nicollas Gabriel, cada luta e cada vitória minha é dedicada
especialmente a ti, quero poder te proporcionar uma vida repleta de realizações e
em cada momento estarei ao seu lado, como pai, amigo e herói.
Foram tantos incentivos, e com certeza não poderia esquecer os meus
grandes amigos construídos durante a graduação, em especial, Aline Mayara, Elvys
Samuel, José Carlos e Matheus Matuzalém.
Agradeço a Cecilia Meirelles, por cada palavra de incentivo me dando
apoio e por sempre acreditar e confiar em mim, não me deixando desmotivar.
Obrigado por estar sempre presente em minha vida.
Aos meus amigos de infância, Helder Lúcio e David Gabriel, também não
poderia esquecer dos irmãos que a vida me deu, Damon Santos, Ítalo Caio, Lucas
Baracho e Nilson Lima. Sou grato pela amizade e pelo apoio de cada um de vocês,
sem dúvida alguma, minha história foi mais divertida ao lado de vocês.
Aos docentes da UFRN, deixo também meus agradecimentos, vocês
foram os grandes responsáveis por todo conhecimento adquirido até hoje os quais
servirão para minha vida pessoal e profissional. Ao meu professor orientador,
Rodrigo Cardoso, meu muito obrigado pela paciência e por toda contribuição dada
ao meu trabalho.
Neste momento agradeço a todos que contribuiram com essa caminhada
de alguma forma, um caminha trilhado e uma vida inteira de oportunidades para
viver.
7
RESUMO
O presente estudo aborda de que forma o segmento Turismo de Aventura está sendo desenvolvido no Polo Turístico Agreste Trairi, bem como os empreendimentos de aventura estão inseridos no Segmento de aventura. O recorte espacial da pesquisa compreende os municípios de Santa Cruz, Sítio Novo e Passa e Fica que são os municípios do referido Polo que vem trabalhando o segmento de Turismo Aventura. Desta maneira, a pesquisa tem como objetivo analisar como o segmento de Turismo de Aventura e os empreendimentos deste segmento estão sendo desenvolvidos nos municípios do Polo Agreste/Trairi. Os procedimentos metodológicos adotados na pesquisa foram executados a partir de pesquisas bibliográficas. A abordagem ao campo de estudo foi com caráter qualitativo, assim, foram utilizadas roteiros de entrevistas diretas semiestruturadas, com empreendimentos do segmento de aventura e com secretarias de turismo do Polo. O objetivo geral da pesquisa é Analisar como o segmento Turismo de Aventura e os empreendimentos deste segmento estão sendo desenvolvidos nos municípios do Polo Agreste/Trairi. Dessa maneira, ao final da pesquisa foi possível identificar algumas empresas que trabalham no segmento de aventura no Polo. Além disso, foi percebido que mesmo com algumas dificuldades, como a falta de incentivo por parte do poder público como acontece em alguns municípios da região, as empresas conseguem desenvolver as atividades do segmento de Turismo de Aventura e expandir seu negocio na região.
Palavras-Chave: Turismo de Aventura. Polo Agreste/Trairi. Empreendimentos de Aventura.
8
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 . Rapel em perímetro urbano, na matriz de Santa Rita de
Cássia, Santa Cruz/RN
23
Figura 2 . Equipamentos de segurança 28
Figura 3. Equipamentos de segurança 28
Figura 4. Mapa dos Polos turísticos/RN 31
Figura 5. Rapel na Serra da Telha 42
Figura 6. Pêndulo na Pedra da Boca, Casca Grossa Aventuras 43
Figura 7. Trilha, Parque da Borborema 44
Figura 8. Arvorismo, Parque da Borborema 44
Figura 9. Rapel nos Cânions de Campo Redondo 45
Figura 10. Equipamentos de segurança da Pequeno Felino Adventure 47
Figura 11. Stand de Santa Cruz na feira de evento, Ruraltur 52
Figura 12. Ação de limpeza nos espaços de aventura em Sitio Novo 53
9
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Empresas e secretarias de turismo entrevistadas 16
Tabela 2 - Empresas identificadas e municípios sede 36
Tabela 3- Perfil dos proprietários 37
Tabela 4 - Perfil dos turistas 39
Tabela 5 - Municípios de atuação das empresas 40
Tabela 6- Equipamentos de segurança utilizados nas empresas 46
Tabela 7- Perfil dos secretários de turismo 50
10
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
ABETA- Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura.
ABNT- Associação Brasileira de Normas Técnicas.
CE- Conformidade Europeia.
INMETRO- Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia.
MTUR- Ministério do Turismo.
PFA- Pequeno Felino Adventure.
PRT- Plano de Regionalização do Turismo.
SEBRAE- Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas.
SETUR/RN- Secretaria Estadual de Turismo.
UIAA- União Internacional das Associações de Alpinismo.
11
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 12
1.1 Justificativa ............................................................................................................................ 15
1.2 Metodologia da Pesquisa ...................................................................................................... 16
2 TURISMO DE AVENTURA ........................................................................................................ 19
2.1 Turismo de Aventura no Brasil .............................................................................................. 22
2.2. Normas e Certificação do Turismo de Aventura ................................................................... 25
3 CARACTERIZAÇÃO DO POLO AGRESTE/TRAIRI ........................................................................ 30
3.1. Turismo de Aventura no Polo Agreste/Trairi ........................................................................ 32
4 ANALISE E DISCURSSÃO DOS RESULTADOS ............................................................................. 36
4.1. Empreendimentos Turísticos: Desafios e Possibilidades ...................................................... 36
4.2. Poder Público: Iniciativas e Omissões ................................................................................... 50
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................................... 55
REFERÊNCIAS ................................................................................................................................. 57
APÊNDICE A .................................................................................................................................. 60
APÊNDICE B ................................................................................................................................... 63
12
1 INTRODUÇÃO
Atualmente, o turismo vem sendo uma das principais atividades
econômicas, no qual nas ultimas décadas esse setor teve um aumento significativo.
“Influenciado pelo desenvolvimento tecnológico dos transportes, o maior tempo livre
e as melhores condições das pessoas, aliados às necessidades de evasão, e fuga
dos grandes centros” (ANSARAH, 1999).
Com o aumento da preocupação dos indivíduos com aspectos culturais,
ecológicos, ambientais, surgem vários segmentos turísticos, entre esses estão: o
turismo em áreas naturais o ecoturismo e o Turismo de Aventura, sendo o turismo
natural um segmento mais abrangente, de acordo com McKerher (2002 apud Viana,
Nascimento 2009, p. 80), “o turismo natural engloba ecoturismo, Turismo de
Aventura, turismo educacional e uma profusão de outros tipos de experiências
proporcionadas pelo turismo ao ar livre e alternativo”. Assim, este aumento da
preocupação com os aspectos citados estão vinculado a constantes discussões
ambientais.
Segundo Dias (2008, p.135), “as áreas naturais protegidas em todo
mundo vem recebendo um fluxo cada vez maior de turistas, e a tendência é o
aumento dessa procura”.
O turismo em áreas naturais desponta a partir do desejo do turista em
interagir com o meio ambiente, em que as áreas naturais propiciam a este indivíduo
uma vivência diferente do seu habitat, trazendo aos turistas novas experiências e
proporcionando momentos de lazer em que o indivíduo foge do estresse das
grandes metrópoles. De acordo com Ansarah (1999, p.17), esta “fuga” dos grandes
centros urbanos são atribuídas às formas de recuperação do equilíbrio físico e
espiritual dos moradores das grandes metrópoles. Como é lembrado por Goodwin
(1996 apud FENNELL 2002, p. 46) “O turismo natural, de baixo impacto, contribui
para a manutenção de espécies e habitats diretamente, por meio de uma
contribuição à conservação”.
Nesse contexto, como já foi abordado, surge o segmento Turismo de
Aventura, que está incluso dentro do segmento do turismo natural, assim as práticas
de aventura se destacam no segmento do turismo natural, visto que suas atividades
podem ser divididas em urbanas e em ambientes naturais.
13
A maioria dessas atividades são realizadas em áreas com contato natural,
mostrando assim, a importância do turismo nessas áreas para o segmento de
aventura. Como é destacado por Panosso e Ansarah (2009, p.168) “Tem-se o
conhecimento de que o Turismo de Aventura é praticado no Brasil por sua maioria
em áreas naturais. Mas como se pode observar, o mesmo não se limita a esse
ambiente”.
No Brasil o Turismo de Aventura começa a ser desenvolvido em meados
dos anos 90. No fim dos anos 90, os primeiros equipamentos para a realização de
atividades de natureza começaram a ser produzidos no Brasil (BRASIL, 2005).
Também nessa época, foram realizadas algumas feiras para que esse
setor fosse promovido e assim fosse conhecido no país. Segundo o Ministério do
Turismo (2010, p. 15) “Em 1999 foi organizada a primeira feira do setor, que
proporcionou a promoção e conhecimento sobre as atividades do segmento”. Essa
feira teve um importante papel, no qual foram criadas algumas associações,
desenvolvendo o setor.
Em 2001, a primeira definição para o segmento foi elaborada no Brasil, na
oficina para a elaboração do Plano Nacional de Desenvolvimento Sustentável
realizado em Minas Gerais (BRASIL, 2005).
No ano de 2003 o Ministério do Turismo inicia um debate para a
regulamentação, certificação do segmento no país, visando uma padronização da
área em território nacional e uma maior segurança para seus adeptos.
O presente estudo abordará a relação entre o Turismo de Aventura,
ecoturismo e turismo natural no Polo Agreste/Trairi e como esses segmentos vem
sendo utilizados na formatação de produtos turísticos.
Neste contexto, com o desenvolvimento do Turismo de Aventura no
Brasil, o estado do Rio Grande do Norte localizado no nordeste brasileiro destaca-se
nesse segmento, tanto no interior como na capital do estado pela grande variedade
das atividades realizadas em suas regiões.
Surge no estado roteiros de aventura, que atravessa mangues, falésias,
salinas artesanais, dunas coloridas e vilas de pescadores com buggy ou carro com
tração 4x4 (SETUR/RN, 2016).
No interior do estado destacam-se cidades como, Portalegre, Carnaúba
dos Dantas, Sitio Novo, Passa e Fica e Patu, no qual as principais atividades de
aventura realizadas são as em ambientes naturais terrestres e aéreos, como, trilhas,
14
asa delta, parapente e rapel. Na região litorânea também são desenvolvidas
atividades desse segmento, como kitesurfe, mergulho, mostrando assim a grande
diversidade das atividades de Turismo de Aventura no estado.
Consequentemente, o Polo Agreste/Trairi aproveitando o grande potencial
para a realização das atividades de Turismo de Aventura com aspectos ligados a
natureza, como vegetação, clima, relevo e o significativo aumento do fluxo turístico
já destacado por Ansarah, desenvolve por meio de alguns empreendimentos
algumas atividades relacionadas ao segmento, como, rapel, trilhas, escalada e
arvorismo.
Assim, esta pesquisa foi realizada no Polo Agreste/Trairi localizado no
interior do Rio Grande do Norte, onde será destacado os municípios que tem
empreendimentos ou são realizadas atividades de Turismo de Aventura, além de
também mostrar como esse segmento desenvolve os empreendimentos implantados
na região Agrestre/Trairi.
Nessa perspectiva, com a grande expansão do setor, o Turismo de
Aventura surge na região, na qual, são desenvolvidas atividades que podem ser
executadas tanto em áreas naturais quanto em ambientes urbanos. Assim as
principais atividades realizadas no polo são: o rapel, trilhas, tirolêsa e arvorismo.
Essas atividades são realizadas em maioria por empreendimentos que já estão em
atuação no mercado há muitos anos.
Diante do potencial para desenvolver as atividades de Turismo de
Aventura nos municípios, surgiram alguns empreendimentos que atuam nesse nicho
de mercado, que ofertam diversas modalidades de atividades para o turista e
também agenciam viagens voltadas para o segmento nos municípios da região
Agreste/Trairi.
Tendo em vista o desenvolvimento do segmento no Polo e a abertura de
alguns empreendimentos que surgiram voltados para o setor de aventura, questiona-
se: Como o segmento Turismo de Aventura está sendo implementado nos
municípios de, Passa e Fica, Santa Cruz e Sitio Novo, localizados na Região do
Agreste/Trairi?
Dessa forma, o objetivo geral da pesquisa é Analisar como o segmento
Turismo de Aventura e os empreendimentos deste segmento estão sendo
desenvolvidos nos municípios do Polo Agreste/Trairi. E como os objetivos
específicos se tem: identificar os empreendimentos turísticos que foram implantados
15
na região em função do segmento de Turismo de Aventura; Analisar os principais
problemas que esses empreendimentos enfrentam para desenvolver o setor nos
municípios e; Pesquisar de que forma o poder público incentiva o desenvolvimento
desse segmento nos municípios da região.
1.1 Justificativa
O Polo Agreste/Trairi é uma região privilegiada para o desenvolvimento
das atividades relacionadas à aventura, dado que, apresenta diversas formações
rochosas, cânions e uma vegetação especifica que favorece aos adeptos das
práticas desse segmento uma experiência única.
Consequentemente, existem empresas que diante da oportunidade de
estarem em uma região privilegiada desenvolvem práticas voltadas para o segmento
de aventura a fim de trazer mais adeptos e turistas para desfrutarem das atividades
oferecidas.
Diante o que foi exposto nessa pesquisa o Turismo de Aventura favorece
um aumento na economia da região com o surgimento de empresas voltadas para o
segmento gerando fonte de renda e diversificando a demanda turística dos
municípios
Sendo assim, a pesquisa é de suma importância, uma vez que esse
devido estudo resultará em informações relevantes em relação ao segmento. Isto
facilitará as empresas que já atuam nesse nicho mercado. Dando oportunidade
também a novos empreendimentos que visam atuar no setor. Á vista disto, a
pesquisa é importante fonte de dados para que tanto os empreendedores do ramo
quanto os residentes tenham conhecimento do desenvolvimento do Turismo de
Aventura.
A pesquisa também se mostra relevante, uma vez que, com base nos
resultados alcançados através do estudo, poderá ocorrer um planejamento das
atividades realizadas nos municípios do Polo, tendo em vista, que o Turismo de
Aventura se apropria de áreas naturais e leva certos riscos que precisão ser
controlados e não tragam nenhum dano aos praticantes.
16
A devida pesquisa apresenta uma grande relevância acadêmica,
apresentando diversos dados e discussões pertinentes sobre a área de estudo
abordada. Além de ser fonte de pesquisas futuras.
Também se mostra pertinente pelo fato do ineditismo da pesquisa sobre o
Turismo de Aventura no Polo Agreste/Trairi no interior do Rio Grande do Norte.
Fazendo com que seja uma nova fonte de conhecimento, alavancando debate sobre
o Turismo de Aventura e seus benefícios diante a sociedade.
Portanto, o estudo irá contribuir para um maior aprofundamento do tema
abordado que envolve o desenvolvimento do Turismo de Aventura na região,
servindo similarmente como condutor para a ampliação teórica e possibilitando ao
pesquisador colocar em prática toda teoria aprendida ao decorrer do curso de
turismo.
1.2 Metodologia da Pesquisa
Para a execução da pesquisa foram realizados alguns levantamentos
bibliográficos com intuito de embasar conceitos a respeito dos temas abordados no
estudo. Segundo Santos (2010, p.156).
A pesquisa bibliográfica é feita com base em documentos já elaborados, tais como livros, dicionários, enciclopédias, periódicos, como jornais e revistas, além de publicações, como comunicação e artigos científicos, resenhas e ensaios críticos. Há muita semelhança entre esse tipo de pesquisa e o de estudo exploratório.
Vários estudiosos em turismo embasaram a pesquisa, tais como, Coelho,
Ferraz, Souza (2006), Bruhns (2005), Eagles (2001), Goodwin (1996), Fennell
(2002), Wood (2002), Dias (2008), Campos (2005), Swarbrooke (2003), Uvinha
(2005) Fernandes (1998), Giaretta (2003), Viana, Nascimento (2009), Buckley
(2011), Panosso, Ansarah (2009), Domingos (2008) Silva (2014), Dantas, Nobrega
(2014). Além dos autores citados também foram usados conceitos do Ministério do
Turismo para que a ideia central da pesquisa fosse bem conceituada .
A pesquisa é qualificada como uma abordagem de caráter qualitativo, por
isso não precisa de procedimentos estatísticos para sua coleta de dados, e aborda
um pequeno número de entrevistados, mas coleta uma quantidade significativa de
informações de acordo com Souza, Fialho e Otani (2007, p. 40),
17
A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa. Não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas. O ambiente natural é a fonte direta para a coleta de dados e o pesquisador é o instrumento-chave.
A devida pesquisa é classificada como um estudo de caso, tendo os
empreendimentos voltados para o segmento de Turismo de Aventura o objeto de
estudo, analisando de que forma esses empreendimentos estão sendo
desenvolvidos no Polo Agreste/Trairi. De acordo com Santos (2010, p. 192), o
estudo de caso “É um estudo que analisa com profundidade um ou poucos fatos,
com vistas à obtenção de um grande conhecimento com riquezas de detalhe do
objeto do estudo”.
As empresas foram identificadas por meio de inventários turísticos, além
de informações coletadas nas próprias secretarias de turismo dos municípios
entrevistados (Passa e Fica, Santa Cruz e Sitio Novo).
O universo da pesquisa são os empreendimentos que atuam no
segmento de aventura no Polo Agreste/Trairi. A tabela 1 apresenta as secretarias de
turismo e empreendimentos que trabalham com o Turismo de Aventura
entrevistados na pesquisa.
Tabela 1 – Empresas e secretarias dos municípios entrevistados
EMPRESAS
SECRETARIAS DE TURISMO DOS MUNICÍPIOS
ANCL Adventure
Santa Cruz
Casca Grossa Aventuras
Sitio Novo
Parque da Borborema
Passa e Fica
Pequeno Felino Adventure
-
Fonte: Elaborado pelo autor (2016).
Para a coleta de dados foram realizadas entrevistas diretas
semiestruturadas com os empreendimentos identificados e com as secretarias de
turismo dos municípios em que as empresas do segmento de aventura atuam. .
Segundo Dencker (2001, p. 137). “ A entrevista é uma comunicação verbal entre
18
duas ou mais pessoas com um grau de estruturação previamente definido, cuja
finalidade é a obtenção de informações de pesquisa.”
Nesse contexto, foram elaborados dois tipos de roteiros. O primeiro roteiro
objetivava realizar entrevista com um representante da secretaria de turismo dos
municípios que trabalham com o segmento de aventura. O segundo tinha objetivo,
realizar entrevista com, proprietários dos empreendimentos de aventura da Região
Agreste/Trairi.
Assim, o roteiro de entrevista do poder público foi realizada com as
secretarias de turismo dos municípios. As entrevistas se dividem em três etapas, no
qual, a primeira parte é composta por algumas perguntas para identificar o perfil
pessoal do entrevistado; a segunda busca entender de que forma o município
conhece e incentiva o segmento; a última etapa busca identificar as principais
dificuldades e omissões do município em relação ao Turismo de Aventura.
Desta maneira, o segundo roteiro foi aplicado com as empresa e também
foi dividida em três partes, a primeira parte foi elaborada com intuito de conhecer o
perfil da empresa e de que forma ela trabalha; a segunda visa identificar quais
procedimentos de segurança a empresa utiliza para a realização das atividades; e a
ultima etapa foi elaborada a fim de saber quais são as principais dificuldades do
empreendimento no segmento de Turismo de Aventura. As entrevistas foram
realizadas nos dias 20 de outubro a 10 de novembro de 2016.
19
2 TURISMO DE AVENTURA
O turismo como uma atividade financeira torna-se uma das principais
formas de uso sustentável dos recursos naturais. Assim, “O pensamento de
conservação tão debatido nas últimas décadas torna a atividade turística como uma
opção de exploração sustentável dos recursos naturais” (COELHO, FERRAZ,
SOUZA, 2006).
Nos últimos séculos existiu um cuidado para a preservação dos recursos
naturais, fazendo com que fossem criados algumas áreas e parques de
conservação, com o objetivo de preservar espaços ecologicamente importantes. De
acordo com Bruhns (2005, p. 86).
A concepção das áreas protegidas provém do século passado, tendo sido primeiramente nos Estados Unidos, a fim de proteger a vida selvagem ameaçada, segundo seus idealizadores, pela civilização urbana-industrial, destruidora da natureza.
Também no século XX surgem os primeiros parques nacionais no Brasil,
mas só na década de 80 que no país a concepção de desenvolvimento sustentável
ganha força, com algumas conferências que tratavam do desenvolvimento
sustentável, como a Rio 92. De acordo com Coelho, Ferraz e Souza (2006, p. 2,3).
No século XX os primeiros parques nacionais brasileiros foram criados, como o Parque Nacional de Itatiaia em 1937. Somente na década de 1980 a noção de desenvolvimento sustentável surgiu como uma possível interação entre o homem e o meio ambiente no sentido de atender às necessidades do presente sem comprometimento a futuras gerações.
Assim sendo, o turismo voltado para o uso dos recursos naturais está em
alta no setor, pois existe uma maior conscientização das pessoas em relação ao
meio ambiente e tudo que nele está envolvido, além de ser um importante
componente para o setor turístico. Também existe uma “fuga” dos indivíduos que
residem em grandes centros em busca de locais mais tranquilos. “Nesse sentido, o
turismo de natureza em muitos países se torna uma componente chave no setor
turístico, movimentando uma nova demanda nas localidades” (EAGLES, 2001).
Nesse contexto, existe um surgimento de atividades econômicas ligadas
ao turismo que buscam a conservação das áreas naturais. “Essas são formas de
20
exploração sustentáveis que visam causar o menor impacto aos ecossistemas e
suas populações locais” (COELHO, 2006).
Desta forma, o turismo ligado às áreas naturais é um segmento
abrangente, mas sempre busca uma interação do turista com o meio natural que ele
está visitando, fazendo com que ele desfrute das belezas das áreas visitadas. Á
vista disto, sua abrangência se torna um fator primordial para o desenvolvimento de
algumas práticas que estão atreladas a diversos segmentos, como o de aventura e o
ecoturismo, sempre buscando uma interação do turista como ambientes naturais.
Segundo Goodwin (1996 apud FENNELL, 2002 p. 46).
Engloba todas as formas de turismo - turismo de massa, Turismo de Aventura, turismo de baixo impacto, ecoturismo - que utilizam os recursos naturais de uma forma selvagem ou não desenvolvida - inclusive espécies, 19 hábitats, paisagens, atrações aquáticas de água doce e salgada. O turismo na natureza é a viagem com o objetivo de apreciar as áreas naturais não desenvolvidas ou a vida selvagem.
Logo, os segmentos que ganham maior destaque no âmbito do turismo
natural é o Turismo de Aventura e o ecoturismo, pois ambos buscam um contato
direto com a natureza sem que ocorram danos no meio que esta sendo
desenvolvidas as atividades. Embora mesmo com semelhanças, principalmente pela
busca da sustentabilidade essas atividades se tornam completamente diferentes.
Apesar do ecoturismo constituir a versão mais sustentável do turismo da natureza é certo que todas as atividades turísticas, sejam elas em férias, negócios, conferências, congressos, feiras, de promoção da saúde e do bem-estar ou de aventura devem ter como meta a sustentabilidade (WOOD,2002, apud VIANA, NASCIMENTO, 2009, P.81).
O ecoturismo é um segmento no setor turístico que ainda trás certa
imprecisão dos seus conceitos, muito já foi debatido sobre o tema, mas seu
significado ainda é pouco conhecido, devido principalmente à abrangência de suas
atividades. Neste contexto, por ser um segmento abrangente muitas vezes o
ecoturismo é confundido com outros segmentos do turismo, como é o caso do
Turismo de Aventura e Turismo Rural. Segundo Dias (2008, p. 106).
Há ainda certa imprecisão quanto ao significado do termo ecoturismo. Há muitos termos expressões utilizadas que alguns consideram como sinônimos ou explicativos, como por exemplo: Turismo de natureza, turismo orientado ou baseado na natureza, turismo em áreas rurais, Turismo de Aventura, turismo verde, turismo sustentável, turismo rural etc.
21
Mesmo com algumas imprecisões sobre o real significado desse
segmento turístico, alguns autores conceituam e estabelecem algumas
características e significados ao ecoturismo e as atividades que são desenvolvidas
nesse segmento. De acordo com Hetzer (1965, apud Campos, 2005, p. 2):
Existem quatro características básicas para as atividades ligadas ao ecoturismo, são elas: Impacto ambiental mínimo; impacto mínimo a culturas anfitriãs; máximo beneficio econômicos para as comunidades do país ou comunidade anfitriã e; satisfação recreacional máxima para os turistas participantes.
Atualmente surgiram outros conceitos para essas atividades que dão um
melhor entendimento ao ecoturismo. Campos (2005, p. 4) caracteriza o ecoturismo
como uma ferramenta de desenvolvimento sustentável, além de um meio de
compreensão dos valores ambientais e culturais. No Brasil o ecoturismo começa a
ser introduzido no setor do turismo na década de 80. Assim foi criado um conceito
para o segmento elaborado pela EMBRATUR (1994 p.19).
Ecoturismo é um segmento da atividade turística que utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista por meio da interpretação do ambiente, promovendo o bem-estar das populações.
De acordo com o que já foi debatido nos conceitos elaborados pelos
autores, pode compreender que ecoturismo é uma viagem com responsabilidade
ambiental a ambientes naturais, visando à preservação do meio ambiente e uma
melhoria tanto econômica quanto cultural para a comunidade receptora.
Destarte, o Turismo de Aventura também está incluso no turismo natural e
no ecoturismo, pois existem algumas semelhanças nesses três segmentos, no qual
os três precisam de uma interação com os meios naturais, além de proporcionar ao
indivíduo riscos calculados, o que é um diferencial nesse segmento.
Logo, os termos já citados anteriormente compartilham com a ideia do
Turismo de Aventura, mas não são sinônimos da atividade, pois o Turismo de
Aventura não é apenas uma atividade que busca a competitividade e a grande
preocupação com o meio ambiente e o desenvolvimento social como é o caso do
ecoturismo. Ainda de acordo Uvinha (2005, p. 30). O foco do ecoturismo é o meio
ambiente além da preocupação com o desenvolvimento social e econômico dessas
regiões e suas populações.
22
O Turismo de Aventura tem características próprias que a difere de outros
segmentos do turismo. Como é citado por Swarbrooke (2003, p.9) “existem palavras
que caracterizam as atividades de aventura, como, resultados incertos, desafio,
perigo, risco e emoções constantes”. Essas caraterísticas apresentadas mostram
uma grande diferença do segmento de aventura dos demais já apresentados
anteriormente. Swarbrooke (2003, p. 27) também define Turismo de Aventura como:
Atividades de viagem e lazer que são contratadas na esperança de produzirem uma experiência de aventura recompensadora. Essa experiência será de natureza intensiva e envolverá uma serie de emoções, dentre as quais o entusiasmo será a principal. Ela resultara em riscos e desafios intelectuais, espirituais ou emocionais.
O Turismo de Aventura promove a prática de atividades físicas, que tem
por finalidade envolver emoções e riscos controlados exigindo técnicas e
equipamentos específicos, garantindo a segurança dos praticantes (FERNANDES,
1998).
Dessa forma, são evidentes que os ricos que envolvem esse segmento
têm um papel fundamental na caracterização das atividades, além da grande
interação com áreas ao ar livre, tanto em ambientes naturais quanto em ambientes
urbanos.
Nesse sentido, pode-se dizer que o Turismo de Aventura busca a
aventura ou perigo e está ligada, diretamente, à questão do desafio, dos riscos
calculados com intenção de testar limites (GIARETTA, 2003).
Portanto, a partir do que já foi abordado até aqui as atividades do
segmento de aventura passam para seus adeptos uma vivência diferente da habitual
com certo grau de riscos controlados e emoções constantes. Assim, o elemento
comum a qualquer definição de aventura como experiência é o risco controlado.
2.1 Turismo de Aventura no Brasil
As primeiras reflexões e discursões do segmento no Brasil foram
realizadas nos anos 80. “estudiosos consideravam aspectos clássicos do termo
somente como as possibilidades econômicas, além da necessidade da experiência
em meio natural a elementos de risco.” (BRASIL, 2010, p 10)
23
Nesse contexto, o segmento é considerado recente no mercado turístico
do país. Na década de 90 foram realizados os primeiros eventos do segmento, como
à, Adventure Sports Fair, realizado em São Paulo no ano de 1999. Essa feira
possibilitou uma expansão do setor no país, pois foram criadas associações ligadas
ao Turismo de Aventura e uma maior promoção do setor.
Também nos anos 90 foram fabricados os primeiros equipamentos para
dar suporte às atividades de aventura no Brasil (capacetes, botes, cordas, entre
outros). (BRASIL, 2010)
A primeira definição do segmento no Brasil foi elaborada no ano de 2001
na oficina para a elaboração do Plano de Desenvolvimento Sustentável do Turismo
de Aventura, realizado em Caeté/MG (VIANA, NASCIMENTO.2009, p.5).
Segmento de mercado turístico que promove a prática de atividades de aventura e esportes recreacional, em ambientes naturais e espaços urbanos ao ar livre, que envolvam riscos controlados exigindo o uso técnico e equipamentos específicos, adoção de procedimentos para garantir a segurança pessoal e de terceiros e o respeito ao patrimônio ambiental e sócio cultural. (BRASIL, 2005, p.10).
Esse conceito da uma maior noção do que realmente se trata o segmento
Turismo de Aventura, no qual muitas vezes são confundidas com o ecoturismo e
outros segmentos do setor turístico, devido algumas semelhanças entre esses dois
segmentos. Suas atividades em sua maioria são praticadas em áreas naturais
(GIARETA, 2003), mas o Turismo de Aventura não se limita apenas a essas áreas,
mas também a áreas urbanas.
As atividades que estão ligadas ao Turismo de Aventura podem ser realizadas tanto ao ar livre quanto em ambientes artificiais ou construídos. Os atrativos urbanos surgem com as novas tecnologias que criam cenários e oportunidades para atender às mais diversificadas demandas. Como exemplo de atividades urbanas pode citar: paredões de escalada, rapel, bungee jump, piscinas artificiais com ondas para o surfe, entre outras (BRASIL, 2010, p 15).
Assim, o Turismo de Aventura tem uma maior diversificação, pois o
segmento pode ser desenvolvido em áreas urbanas ou projetadas para suas
atividades, agregando maior valor as atividades do segmento de Turismo de
Aventura.
24
Figura 1 - Rapel em perimetro urbano, na matriz de Santa Rita de Cássia, Santa
Cruz/RN.
Fonte: Emanoel Messias PFA (2015).
A qualificação da mão de obra é essencial para as atividades desse
segmento, já que envolve alguns riscos aos adeptos do Turismo de Aventura. “O
risco é considerado fundamental para a caracterização da atividade” (BUCKLEY,
UVINHA, 2011, p. 35). Assim para que as atividades sejam realizadas de forma
satisfatória e segura é preciso controlar alguns erros que podem ocorrer.
O projeto de Normatização e Certificação visa identificar os aspectos
críticos da operação responsável e segura desse segmento e subsidiar o
desenvolvimento de um sistema de normas para as diversas atividades (VIANA,
NASCIMENTO, 2009). Assim o processo de certificação do segmento é de grande
relevância e também é prioritário para a execução das atividades, buscando certa
sincronia do poder público e privado para garantir segurança e dar credibilidade ao
setor.
25
Entretanto, como é destacado por Panosso e Ansarah (2009, p.174) ”Há
que se destacar como ponto negativo um significativo número de empresas
informais aumentando o risco de acidentes e, ao mesmo tempo, prejudicando a
atividade”.
O Turismo de Aventura gera a seus adeptos alguns riscos e incertezas,
tornando indispensável a certificações de suas atividades, em muitos casos algumas
empresas desconhecem os perigos que o segmento pode trazer ao turista. Assim
segundo Panosso e Ansarah (2009, p.176):
O país apresenta diversas opções de destinos que possuem atributos naturais compatíveis com o desenvolvimento de atividades de Turismo de Aventura, ao mesmo tempo, não se pode deixar de lembrar que o Turismo de Aventura também pode ser desenvolvido em áreas urbanas, o que amplia as possibilidades de oferta. Porém, independente da área onde este for implementado, os requisitos mínimos exigidos devem ser religiosamente respeitado visando o sucesso do empreendimento.
Pode-se observar diante do exposto que o país tem uma grande
diversidade nas atividades de Turismo de Aventura, mas além do potencial
apresentado é necessário a qualificação e implementação dos requisitos de
certificação da atividade para não ocorrer contratempos.
2.2. Normas e Certificação do Turismo de Aventura
A normatização e certificação do segmento Turismo de Aventura é uma
prática imprescindível para as atividades relacionadas ao segmento. Como já foi
debatido anteriormente o Turismo de Aventura envolve alguns riscos, isso torna
ainda mais importante a prática de normas que orientem a operação das atividades.
“A normatização e certificação é uma iniciativa do Mtur, que tem principal objetivo a
operação responsável do Turismo de Aventura no Brasil (UVINHA, 2005)”.
As normas técnicas são documentos estabelecidos por consenso e aprovados por um organismo reconhecido que fornece, para um uso comum e repetitivo, regras, diretrizes ou características para as atividades ou resultados visando um ótimo grau de ordenação em um dado contexto (UVINHA, p. 44, 2005).
26
Assim, pode-se dizer que as normas técnicas são desenvolvidas por
alguns setores interessados e são aprovadas e regidas por órgãos reconhecidos.
”No Brasil quem desempenha o papel de organismo de normatização nacional é a
ABNT (UVINHA, 2005, 40)”.
A certificação é uma das maneiras de garantir a conformidade de um produto, do serviço, do sistema, de gestão de uma empresa ou uma pessoa a requisitos especificados. As empresas utilizam esses instrumentos para se diferenciar e para abrir novos mercados e conquistar novos clientes ou, muita das vezes, são obrigadas a comprovar por meio da certificação a conformidade de seus produtos, serviços ou de seu sistema de gestão (BRASIL, 2005, p.30).
Dessa forma, como as normas técnicas a certificação consiste em
ferramentas que atribuem à conformidade de um serviços, pessoas e produtos.
Assim, também precisam de órgão que seja especializado nessas atividades. “Esses
organismos podem ser públicos ou privados e o INMETRO tem o papel de
organismo nacional de acreditação para organismos de certificação” (BRASIL, 2005,
p.38).
Existe uma grande preocupação com as atividades do Turismo de
Aventura, pois suas atividades geram riscos controlados que expõem os turistas a
certo nível de incerteza, assim, se torna notável a busca por ferramentas e
organismos que rejam e tomem algumas medidas para controlar os riscos e
incertezas que são geradas nas atividades relacionadas ao segmento.
“A segurança no segmento envolve alguns fatores, como, pessoas,
equipamentos, procedimentos e as empresas prestadoras de serviço (UVINHA,
2005, 42)”. Diante disto, a segurança nas atividades do Turismo de Aventura
depende diretamente da interação desses fatores citados pelo autor, para um maior
controle e prevenção de acidentes.
Existem alguns atores que regulam as normas e certificações do Turismo
de Aventura no Brasil, que são o Ministério do Turismo, a ABNT, o INMETRO, o
Instituto de Hospitalidade e ABETA. Segundo Uvinha (2005, p. 68).
O desenvolvimento das ferramentas de normatização e certificação no Turismo de Aventura significa um salto tecnológico para o segmento. A consolidação de padrões de referência, estabelecidos em normas de forma participativa, cria a oportunidade de uma mudança de cenário na questão da segurança e da qualidade no Turismo de Aventura.
27
Assim, o Turismo de Aventura é considerado um segmento prioritário, que
exige um envolvimento dos órgãos públicos e privados, para garantir uma maior
credibilidade em suas atividades.
O governo brasileiro, por meio do Ministério do Turismo, fez suas apostas no segmento em 2003, viabilizando um projeto que prevê a criação de normas técnicas específicas para atividades de Turismo de Aventura. Visando a operação segura e responsável, o Ministério do Turismo foi além, criando o Programa Aventura Segura, uma iniciativa reconhecida internacionalmente e que conta com a participação do SEBRAE nacional. O programa vem sendo implementado desde dezembro de 2005 pela Associação Brasileira das Empresas de Turismo de Aventura– ABETA (Abeta, 2009).
Nesse contexto, são ferramentas de definição das politicas, além de
serem importantes ferramentas de referencias para a certificação de pessoas ou
organizações (DOMINGOS, 2008, P. 56).
Dessa forma, as normas são utilizadas como diretrizes para a
organização das atividades no segmento de Turismo de Aventura, tendo em vista
que essas atividades geram riscos e incertezas controladas aos adeptos do Turismo
de Aventura. Assim, a partir das normas estabelecidas são utilizados alguns
equipamentos para um melhor desenvolvimento das atividades no segmento.
A prática responsável e segura das atividades de Turismo de Aventura exige, além dos procedimentos corretos, o uso de equipamentos em conformidade com normas nacionais e internacionais, com especificações técnicas e informações sobre origem, fabricação e validade. (BRASIL, 2010, p. 53)
Nesse contexto, os equipamentos são indispensáveis nas práticas de
aventura independentemente da atividade realizada. De acordo com o livro Turismo
de Aventura: Orientações Básicas (2010, p. 54):
Além dos equipamentos individuais e coletivos apropriados para cada atividade, também faz-se necessário haver na operação de Turismo de Aventura equipamentos ou suprimentos de apoio que podem variar dependendo das características operacionais, como por exemplo: Recursos de comunicação, água para hidratação, material para resgate, recursos de orientação e equipamentos de primeiros socorros.
Os equipamentos de segurança são oferecidos pelas empresas aos
clientes e aos condutores das atividades visando uma maior segurança nas
atividades realizadas, buscando sempre seguir as normas que são estabelecidas.
“Os equipamentos devem ser fornecidos em quantidade suficiente para o grupo, em
28
condições de uso e que atendam aos requisitos técnicos e de segurança para cada
atividade” (BRASIL, 2010, p, 59).
Além disso, as empresas devem ficar atentas à certificação e o material
dos equipamentos utilizados, para que assim as atividades realizadas não tragam
riscos indesejáveis aos praticantes.
Todos os equipamentos de proteção individual devem conter a certificação e prazo de validade. Para os equipamentos existentes é o certificado de aprovação (CA) do Inmetro, que certifica equipamentos para o uso industrial. Para utilização no Turismo de Aventura, as certificações União Internacional de Associações de Alpinismo (UIAA) e Conformidade Europeia (CE) são as mais indicadas e internacionalmente reconhecidas (RELATÓRIO DIAGNÓSTICO, 2005, p. 61).
Assim, os equipamentos utilizados variam de acordo com a atividade,
Segundo Bitencourt, Amorim e Navarro (2006, p.31) “Alguns equipamentos mais
utilizados são: luvas, capacete, botas, sapatilhas, mosquetões de aço, carretilhas,
cadeirinha, freio oito, corda estática, luvas e capacetes”.
Figura 2 - Equipamentos de segurança
Fonte: Emanoel Messias PFA (2015).
29
Figura 3 - Equipamentos de segurança
Fonte: Emanoel Messias PFA (2015).
Portanto, o desenvolvimento dessas ferramentas possibilita um
crescimento do segmento no setor de turismo, pois poderá estabelecer uma maior
segurança e qualidade nos serviços prestados aos turistas, que terão maior
comodidade em sua viagem sem se expor a riscos indesejáveis. Além de tornar os
destinos que exploram o segmento mais competitivo em relação aos destinos
internacionais.
30
3. CARACTERIZAÇÃO DO POLO AGRESTE/TRAIRI
O Programa Nacional de Regionalização do Turismo surge com intuito de
gestão descentralizada do turismo, fazendo com que as atividades turísticas sejam
contempladas em uma região como um todo, não apenas em um destino especifico.
De acordo com as Diretrizes Operacionais do Programa de Regionalização do
Turismo (2009, p.23), uma de suas diretrizes é a Inclusão, entendendo a região
como espaço plural e participativo, que amplia as capacidades humanas e
institucionais, facilitando as relações políticas, econômicas, sociais e culturais.
Assim, o Programa de Regionalização do Turismo (PRT) pode ser
entendido como uma forma descentralizada, tornando não apenas um município
com destino, mas fazendo com que uma determinada região se una incluindo outras
cidades que não tinham relevância para a atividade turística. Deste modo, segundo
o Ministério do Turismo (BRASIL, 2009, p. 81):
A regionalização do turismo deve ser compreendida como uma proposta que busca desconcentrar a oferta turística por meio da criação e estruturação de novos destinos no interior do país, tanto para o mercado interno como para o mercado externo.
Beni (2006, p.124) afirma que “a regionalização como uma abordagem de
desenvolvimento, por meio do planejamento sistêmico, das regiões turísticas que se
complementam entre si e têm potencialidades para atrair um fluxo turístico”. Assim,
pode-se notar que um dos seus principais objetivos é o desenvolvimento conjunto da
região.
Nesse contexto, o estado do Rio Grande do Norte conta com diversos
atrativos que possibilitam o desenvolvimento do turismo em diversas localidades,
proporcionando uma união dos municípios fazendo com que gere um maior fluxo
nas regiões turísticas. Sendo assim, de acordo com Silva (2015, p.83):
A constituição das regiões turísticas do RN iniciou em 2005, com a institucionalização de três regiões: o Polo Costa das Dunas, Polo Costa Branca e Polo Seridó. Nos anos de 2008 e 2009, foram criados o Polo Serrano e o Polo Agreste/Trairi respectivamente.
Assim, a criação desses Polos possibilita aos destinos das regiões um
maior desenvolvimento da atividade turística, tendo em vista que a regionalização do
turismo busca a complementariedade dos municípios das regiões fazendo com que
31
o turista não fique preso a apenas um destino. Abaixo o mapa destaca os Polos
turísticos do estado do Rio Grande do Norte.
Mapa do Rio Grande do Norte 4 – Polos Turísticos/RN
Fonte: Projeto de pesquisa, Política e turismo no interior do potiguar: avaliação dos
investimentos públicos (2015 apud SILVA, 2015 p. 30).
O Polo Agreste Trairí se destaca pela diversidade entres seus destinos
turísticos, que apresentam diversidade cultural e gastronômica, além de ter na
religiosidade um forte segmento, tendo em vista que o Complexo Turístico e
Religioso Alto de Santa Rita de Cássia está localizado na cidade de Santa Cruz. O
SETUR/RN (2016) ainda ressalta que:
O Polo Agreste/Trairi atrai visitantes tanto pelo seu cenário magnífico como pelas demonstrações de fé e religiosidade de seu povo. Devido à beleza de suas serras, formações rochosas, trilhas e lajedos, a região é de grande interesse para o desenvolvimento do Turismo de Aventura. Multidões de todas as partes do Estado participam dos festejos juninos e religiosos. Em Santa Cruz está erguido um complexo turístico que abriga a maior estátua religiosa cristã do mundo, a Figura de Santa Rita de Cássia, com 56 metros de altura. As tradicionais vaquejadas e os festivais gastronômicos também são outros atrativos para quem visita a região.
De acordo com Silva (2015, p. 96) O Polo “Agreste/Trairi sua formação
deu-se a partir da junção de secretarias de turismo da região e, consequentemente,
32
pela constituição de uma associação, denominada Associação de Desenvolvimento
Turístico do Agreste/Trairi (ADETURSAT), no início de 2009”. Assim, o poder público
tem uma importante função na criação do Polo, tendo em vista que o Polo é formada
por iniciativa das secretarias dos municípios da região.
Segundo a secretaria executiva do Polo Agreste/Trairi a primeira
formação do Polo contava com 16 municípios que eram: Coronel Ezequiel; Japi;
Jaçanã; Montanhas; Monte das Gameleiras; Nova Cruz; Passa e Fica; Santa Cruz;
São Bento do Trairi; São Paulo do Potengi; Santo Antônio; São José do Campestre;
Serra Caiada; Serra de São Bento; Sitio Novo e; Tangará.
Ainda segundo a secretaria executiva no ano de 2016 ouve uma
reestruturação no Polo e o numero de cidades que integram o Polo caiu de 16 para
7. Hoje as cidades que estão integradas no Polo são: Coronel Ezequiel; Jaçanã;
Passa e Fica; Santa Cruz; Serra de São Bento; Sitio Novo e; Tangará.
Portanto, o Polo Agreste/Trairi tem como seu objetivo a regionalização da
atividade turística na região, fazendo com que os destinos com pouco fluxo de
turistas tenham uma maior relevância na atividade, descentralizando a oferta
turística de apenas um município.
3.1. Turismo de Aventura no Polo Agreste/Trairi
O estado do Rio Grande do Norte possui atributos naturais compatíveis
com o desenvolvimento das atividades de aventura. “A geografia do Rio Grande do
Norte é rica em montanhas, dunas, cavernas, cachoeiras, grutas propiciando
práticas como mergulho e trilhas para amantes do Turismo de Aventura”
(SETUR/RN, 2014).
As atividades do segmento são realizadas no litoral e no interior do
estado, mas existem grandes diferenças nas atividades desenvolvidas nessas
regiões. Essas diferenças são conciliáveis a partir da localização dos municípios.
No Polo Costa das Dunas existem alguns dos destinos mais procurados
por turistas que buscam aventura, como é o caso de Natal, pipa e São Miguel do
Gostoso. ”Por estarem localizados na região litorânea do estado esses municípios
33
desenvolvem algumas atividades marinhas, aéreas e terrestres, como, mergulho,
passeios de buggy, kitesurf” (SETUR/RN, 2016).
No interior do estado ás atividades que mais são encontradas são as de
contato terrestre, marinho e aéreo, como trilhas ecológicas, tirolesa, cachoerismo,
arvorismo, escalada, asa delta, parapente, rapel e entre outros, mostrando assim a
grande diversidade encontrada no estado.
Na cidade de Acari, localizada no Polo Seridó é possível identificar
diversas formas de atividades ligadas ao Turismo de Aventura. “Acari possibilita aos
turistas diversas trilhas a pé ou em bicicleta, possibilitando aos turistas
acampamentos ao ar livre” (DANTAS, NOBREGA, 2014, p. 24).
Em Portalegre também localizada no interior do Rio Grande do Norte, no
Polo Serrano é encontrado grande diversidade de atividades ligadas ao Turismo de
Aventura e o ecoturismo. De acordo com Viana e Nascimento (2009, p.79).
O Município de Portalegre, no Rio Grande do Norte, possui um rico acervo histórico, cultural e ambiental, apresentando recursos potenciais e infra-estrutura viáveis economicamente para o turismo. Além de possuir diversos atrativos que são compatíveis com o Turismo de Aventura, como, cachoeiras, sítios arqueológicos, serras, grutas e fontes naturais.
Já o Polo Agreste/Trairi conhecido pela religiosidade dos destinos que
o integram, além de ser uma região privilegiada por cânions e rochas que são
opções para escaladas e rapel, surge recentemente o segmento do Turismo de
Aventura que é uma opção de lazer e entretenimento para os turistas.
Nesse contexto, o Turismo de Aventura está em desenvolvimento na
região propiciando aos turistas e adeptos das atividades do segmento diversos tipos
de atividade. Muitas vezes essas atividades são desenvolvidas em ambientes
urbanos, como é o caso do rapel que é realizado na torre central da Igreja Matriz e
na estatua de Santa Rita de Cássia, no município de Santa Cruz/RN.
Em Sitio Novo, município localizado no Polo Agreste/Trairi, se destaca por
ser um destino que trabalha com o segmento de aventura, tendo em vista que
empresas desenvolvem atividades relacionadas ao segmento na localidade.
Passa e Fica, também se destaca no Polo, por está localizado próximo ao
Parque Estadual Pedra da Boca. O parque atrai diversos turistas que desenvolvem
atividades como, rapel, escalada e trilhas.
34
Assim o Polo Agreste/Trairi oferece aos turistas diversas modalidades de
atividades ligadas ao segmento de Turismo de Aventura. Abaixo foram listadas de
acordo com o SETUR/RN 2016 as atividades que são realizadas no polo.
Rapel: Técnica de descida em corda utilizando equipamentos
específicos. A descida pode ocorrer em cachoeiras, prédios, paredões, abismos,
penhascos, pontes e declives, com a utilização de cadeirinhas de alpinismo, cordas,
mosquetões, freios e, às vezes, roldanas.
Escalada: Atividade práticada individualmente ou em grupo,
abrangendo dois grandes tipos: a escalada de bloco (ou boulder) e a de falésia (ou
via). Pode ser práticada em ambientes naturais ou artificiais (paredes e muros
especialmente equipados para tal) e pode ser livre, quando o escalador utiliza
somente apoios naturais (agarras e cristais) da rocha ou artificial, quando utiliza
equipamentos como apoio para progredir na via.
Caminhada: Realização de percursos a pé, em ambientes naturais
com pouca infraestrutura, com diferentes graus de dificuldade, também chamadas
de hiking (curtas) e trekking (longas). O objetivo pode ser de superação de limites ou
contemplação. A caminhada leva os práticantes a locais, na maioria dos casos,
desprovidos de vias de acesso, com muitas belezas naturais e alguma dificuldade de
se percorrer, seja pela topografia seja pelos obstáculos.
Arvorismo: Locomoção por percursos em altura instalados em árvores
ou outras estruturas, com diferentes níveis de dificuldade, conhecido também como
arborismo, treeropecourses, canopytourou canopywalking. Com equipamentos de
segurança específicos, a atividade oferece a possibilidade de percorrer um circuito
de habilidades em altura e integrar-se com o meio ambiente em locais até então
inatingíveis.
Tirolesa: Cabo aéreo tensionado ligando dois pontos afastados na
horizontal ou diagonal, onde o cliente, ligado a ele, desliza entre um ponto e outro. É
um deslocamento rápido cujo deslize ocorre com o auxílio obrigatório de roldanas,
mosquetões e uma cadeirinha de alpinismo. A velocidade depende do peso do
práticante e da tensão e inclinação do cabo.
Fonte: ABETA 2009. Diagnóstico do Turismo de Aventura no Brasil.
35
Assim, a partir do exposto na lista acima feita pela secretaria estadual do
RN, fica evidente a grande diversidade das atividades relacionadas ao segmento de
aventura no Polo Agreste/Trairi.
36
4. ANÁLISE E DISCURSÃO DOS RESULTADOS
O estudo foi realizado com empresas de turismo, mais precisamente com
empreendimentos que realizam atividades voltadas para o Turismo de Aventura
localizadas no Polo Agreste/Trairi no estado do Rio Grande do Norte. Além das
secretarias dos municípios de atuação dessas empresas que estão inseridas no
Polo.
Para que fossem alcançados os resultados foram elaborados dois roteiros
de entrevistas que foram feitos com as empresas e com o poder público dos
municípios, as entrevistas foram respondidas pelos proprietários das empresas e
pelos secretários de turismo dos municípios.
4.1. Empreendimentos Turísticos: Desafios e Possibilidades
A primeira parte dos resultados do estudo se baseia em fazer um
levantamento para identificar as empresa que trabalham com o semento de aventura
no Polo Agreste/Trairi. Assim foram identificados quatro empreendimentos que
trabalham com o Turismo de Aventura nas cidades do Polo, por meio dos inventários
turísticos, além de informações cedidas pelos secretários de turismo dos municípios.
Abaixo estão listados os empreendimentos identificados e a cidade sede das
empresas.
Tabela 2 – Empresas identificadas e municípios sede.
EMPRESAS
MUNICÍPIO SEDE
ANCL Adventure
Santa Cruz/RN
Casca Grossa Aventuras
Araruna/PB
Parque da Borborema
Santa Cruz/RN
Pequeno Felino Adventure
Santa Cruz/RN
37
Fonte: Elaborado pelo autor (2016)
Foi possível identificar que a maioria dos empreendimentos que
trabalham com o segmento de aventura no Polo está localizada no município de
Santa Cruz/RN. Sendo que a ANCL Adventure, Casca Grossa Aventuras e a
Pequeno Felino Adventure são empresas que agenciam viagens e realizam as
práticas de aventura. Já o Parque da Borborema que é localizado na fazenda Boa
Hora em Santa Cruz é um parque de aventuras com espaços para diversas
modalidades voltadas para o Turismo de Aventura.
Nesse contexto, foi possível identificar as empresas que trabalham com o
Turismo de Aventura no Polo e também onde as empresas estão localizadas. De
acordo com as entrevistas foi traçado um perfil pessoal dos proprietários das
empresas. Na tabela 3, logo abaixo é possível visualizar esse perfil.
Tabela 3 – Perfil dos proprietários
EMPRESA
ESCOLATIDADE DO PROPIETÁRIO
ANCL Adventure
Superior Completo
Casca Grossa Aventuras
Superior incompleto
Parque da Borborema
Superior Completo
Pequeno Felino Adventure
Superior Completo
Fonte: Elaborado pelo autor (2016).
Assim, pode ser descrito um perfil dos proprietários dos empreendimentos.
A perceptível uma diversidade de idades dos donos dos empreendimentos, porém a
escolaridade chama a atenção onde, apenas um empreendedor não possui
educação superior, não que esse fato possa ser empecilho (obstáculo), para o
planejamento da atividade, porém é um facilitador para adaptações e criatividade na
gestão dessas atividades. Dessa forma, vai de encontro às características desse
segmento de atividade que exige um profissionalismo, pois essa modalidade de
turismo requer procedimentos de segurança e sistemáticos cuidados.
A organização deve estabelecer e manter planos e procedimentos para
identificar o potencial e atender a acidentes incidentes e situações de emergência,
38
bem como para prevenir e reduzir as possíveis consequências que possam estar
associadas a eles (ABNT NBR 15331, 2005).
A seguir será traçado e relatado algumas informações das empresas,
como, localização, número de funcionários tempo de atuação e entre outras
informações.
A ANCL Adventure tem seu proprietário residente em Santa Cruz/RN,
Graduado em Física. O empreendimento está localizado no município de Santa Cruz
e oferece pacotes de viagens voltados para o Turismo de Aventura. A empresa atua
profissionalmente no mercado a cerca de seis anos, mas faz doze anos que o
proprietário do empreendimento atua na área de aventura, tendo em vista que desde
2010 a empresa atua com CNPJ. Em relação aos funcionários a ANCL não tem
nenhum funcionário fixo e trabalha com pessoas residentes nos município de
atuação, no qual a própria empresa da o devido treinamento.
A ANCL também trabalha com algumas fichas cadastrais, para que assim
tenham um maior controle dos praticantes. A principal forma de pagamento que a
empresa utiliza é o dinheiro em espécie pago no dia da realização das atividades,
mas também aceitam cartões de débito e credito. Tem como forma de divulgação as
redes sociais, o site da empresa e panfletagem.
Localizada no município de Araruna/PB, mais precisamente na Pedra da
Boca1 a Casca Grossa Aventuras atua no mercado de aventura desde o dia 01 de
Janeiro de 2001, logo são quinze anos de atuação do empreendimento no mercado.
Sendo que a empresa não tem CNPJ e atua na informalidade. A principal forma de
divulgação da empresa são as redes sociais, mas ainda tem a divulgação boca a
boca como a principal meio de propaganda. A forma de pagamento que a empresa
utiliza é o dinheiro em espécie antes da realização das atividades. Conta também
com o serviço de quatro funcionários que não são fixos, o número dos funcionários
varia com a quantidade de turistas por atividade.
O Parque da Borborema atua como um parque de aventura,
disponibilizando diversas modalidades de aventura para os turistas e adeptos das
atividades. O parque está localizado na zona rural do município de Santa Cruz/RN
na fazenda Boa Hora, a oito quilômetros do centro da cidade. O empreendimento
1 O Parque Estadual Pedra da Boca é um atrativo turístico, onde são realizadas atividades relacionadas ao segmento de aventura. Está localizado no município de Araruna/PB na divisa com estado do Rio Grande do Norte.
39
atua no mercado desde o ano de 2010 e conta com dois funcionários fixos e
dependendo do número de turistas são chamados alguns condutores temporários
que são pagos de acordo com sua função. A forma de pagamento adotada pelo
parque é o dinheiro em espécie podendo ser pago por meio de deposito bancário, ou
antes, da realização da atividade. Tem como principal meio de divulgação a
panfletagem em feiras de turismo.
A empresa Pequeno Felino Adventure (PFA) trabalha com o Turismo de
Aventura desde o ano de 1981, onde já realizava atividades como tirolesa, rapel e
escalada, o empreendimento é considerado como pioneiro na região, mas apenas
no ano de 2016 a empresa saiu da informalidade. A Pequeno Felino Adventure
conta com um funcionário fixo, mas quando o número de turistas é elevado o
empreendimento trás alguns funcionários que não são fixos para atuar nas
atividades. A forma de pagamento utilizada pela empresa é o dinheiro em espécie,
no qual é cobrada a metade do valor quinze dias antes da atividade, podendo ser
feita a transação através de contas bancarias e a outra metade do valor cobrado é
cobrada antes da realização das atividades. A empresa utiliza as redes sociais como
a principal forma de divulgação, mas também utiliza a panfletagem para alcançar
novos clientes. Na tabela 4 é possível visualizar o perfil dos turistas que utilizam dos
serviços das empresas.
Tabela 4 – Perfil do Turista
EMPRESAS
PERFIL DO TURISTA
ANCL Adventure
Adultos de faixa etária de 18 á 45 anos, militares.
Caca Grossa Aventuras
Adultos, de faixa etária de 22 a 40 anos.
Parque da Borborema
Crianças, jovens e idosos.
Pequeno Felino Adventure
Público de todas as faixas etárias
Fonte: Elaborado pelo autor (2016).
As empresas ANCL Adventure e a Casca Grossa Aventuras trabalham com
um público parecido, as duas empresas trabalham em sua maioria com o público
adulto que já tem certo nível de habilidade com as atividades e já praticaram uma ou
mais vezes as modalidades de aventura. Na ANCL ainda foi possível identificar que
seus clientes têm certo nível de poder aquisitivo e muitas vezes são militares.
40
O Parque da Borborema e a Pequeno Felino Adventure também tem o
perfil de seus clientes parecidos, no qual, a partir das entrevistas realizadas, foi
possível identificar que as duas empresas oferecem serviços para todos os tipos de
faixas etárias, tendo um forte número de consumidores do turismo pedagógico e dos
de terceira idade. A Pequeno Felino Adventure, também atende vários clientes
adultos de idade entre 20 a 40 anos, esses clientes dessa faixa etária são em sua
maioria turistas que buscam visitar a Pedra de São Pedro2 em Sitio Novo/RN. Na
tabela abaixo serão listadas os municípios que as empresa atuam.
Tabela 5 – Municípios de atuação das empresas
EMPRESA
MUNICÍPIOS DE ATUAÇÃO
ANCL Adventure
Campo Redondo/RN, Santa Cruz/RN, São Bento/RN, Sitio Novo/RN.
Casca Grossa Aventuras
Araruna/PB, Conde/PB, Dona Inês/PB, Passa e Fica/RN
Parque da Borborema
Santa Cruz
Pequeno Felino Adventure
Campo Redondo/RN, Santa Cruz/RN, Japí/RN, Sitio Novo/RN.
Fonte: Elaborado pelo autor (2016).
A partir do exposto na tabela 5, é possível identificar o campo de atuação
das empresas. Assim, percebe-se que a ANCL Adventure trabalha com dois
municípios que estão integrados no Polo Agreste/Trairi que são os municípios de
Santa Cruz e Sitio Novo, os atrativos onde são realizadas as atividades de aventura
são: O Parque da Borborema em Santa Cruz e a pedra de São Pedro. Também foi
possível identificar que existem dois municípios de atuação da empresa que não
estão inseridas no Polo, que são as cidades de São Bento do Trairi, onde o atrativo
2 Atrativo turístico localizado no município de Sitio Novo/RN, no qual, são desenvolvidas atividades de Turismo de Aventura.
41
que são ofertadas às práticas são, a Serra da Telha e em Campo Redondo, no qual
o atrativo são os cânions do Letreiro.
A Casca Grossa Aventuras tem como seu principal meio de atuação o
estado da Paraíba, mas atua no município de Passa e Fica/RN que faz parte do Polo
Agreste/Trairi. Em Passa e Fica o atrativo é a pedra da boca onde são realizadas
diversas modalidades de aventura. Acrescenta-se que o atrativo Pedra da Boca está
Localizado no Território da Paraíba (estado vizinho do RN), especificamente o
Parque Estadual Pedra da Boca está no município de Araruna-PB. O melhor acesso
ao atrativo principal do parque é pelo o município de Passa e Fica. É uma situação
em que a comercialização do turismo de aventura pode envolver conflitos
administrativos, bem como para o desenvolvimento de empreendimentos, na medida
em a fiscalização, ou mesmo o acesso pode ser dificultado e até proibido.
Já o Parque da Borborema está fixado no município de Santa Cruz, como
se trata de um parque de aventura seu campo de atuação está limitado ao
município. Pode-se dizer que o parque é o próprio atrativo, tendo em vista que
oferece varias práticas voltadas para o segmento de Aventura.
O empreendimento Pequeno Felino Adventure atua em quatro municípios
sendo que dois municípios não estão integrados no Polo, que são Campo
Redondo/RN e Japi/RN, sendo que o município de Japi os proprietários da empresa
ainda estão adequando os atrativos para as atividades colocando pontos de rapel e
ajustando as trilhas para caminhada. Já nos munícipios do Polo, como Santa Cruz e
Sitio Novo os atrativos visitados são o Parque da Borborema e a Pedra de São
Pedro.
Um ponto merece reflexão sobre o turismo de aventura no Polo. Alguns
atrativos usados para o turismo de aventuras por esses empreendedores são de
propriedade particular e sendo assim algumas medidas de conservação e circulação
de pessoas tem um pouco mais de controle, já nos atrativos que estão localizadas
em terras públicas esse controle é dificultado. O descuido com o patrimônio
ambiental é de certa forma esquecido pelo setor público, onde esses é que poderiam
exercer a prerrogativa de alternativas de empregabilidade e renda para a população
local.
Com o auxilio das entrevistas também foi possível à identificação dos
tipos de serviços e atividades oferecidas pelos empreendimentos, nas localidades
que constituem o Polo Agreste/Trairi.
42
A ANCL Adventure o proprietário e instrutor da empresa relatou que ele
tenta unir três atividades de aventura para elaborar e fechar o pacote com o turista.
As três atividades são, o trekking ou as caminhadas dependendo do nível de
instrução do grupo, o camping/acampamentos e por fim o rapel. Desta forma, a
empresa tenta unificar essas três atividades para assim, formatar seus pacotes com
intuito de que o turista sinta de fato a emoção que as atividades de aventura trazem
aos praticantes.
Figura 5 – Rapel na Serra da Telha ANCL Adventure.
Fonte: Claudio Alves (2016)
O empreendimento Casca Grossa Aventuras oferece o serviço de criação
de atrativos voltados para o Turismo de Aventura, no qual, a empresa cria pontos e
estruturas propícias para a realização das atividades do segmento. Também
oferecem aos turistas e clientes atividades como arvorismo, rapel, pendulo,
caminhada, tirolesa e escalada. Além de prestar consultorias para empresas
voltadas para o segmento.
43
Figura 6 – Pêndulo na Pedra da Boca, Casca Grossa Aventuras
Fonte: Júlio Cesar Castelliano (2015).
O parque de aventuras Parque da Borborema oferece aos turistas
diversas atividades relacionadas ao Turismo de Aventura, dentre elas estão: Trilhas;
tirolesa; rapel; arvorismo; pista de obstáculos; slackline; spiroball e; passeios a
cavalo. O parque conta com mais de 5 trilhas, todas com placas de sinalização e
parada para descanso. Em algumas paradas, existem os redarios que são
colocados nesses pontos pela empresa para melhor acomodar os visitantes.
As trilhas do Parque dão acesso a um mirante, no qual é realizada a
atividades do rapel e possibilita ao turista uma vista panorâmica da fazenda Boa
Hora, onde está localizado o empreendimento.
44
Figura 7 – Trilha Parque da Borborema
Fonte: Acervo próprio (2015).
Figura 8 – Arvorismo Parque da Borborema
Fonte: Acervo próprio (2015).
Os proprietários da empresa Pequeno Felino Adventure, desenvolvem
diversas atividades de Turismo de Aventura na região, dentre elas estão, o rapel,
45
tirolesa, arvorismo, acampamento, tirolesa, arco e flecha, slackline; spiroball,
passeios a cavalo e trilhas. As modalidades de acampamento são ofertadas com a
caminhada em trilha e o rapel, assim, o empreendimento tenta unir essas práticas
para que o turista pernoite no próprio local de atividade. A empresa também oferece
o serviço de criação de atrativos de aventura, no qual, o empreendimento monta
estruturas para a realização de atividades, além de criar pontos de rapel e tirolesa
em localidades que apresentam potencialidade para as práticas.
Figura 9 – Rapel nos cânions de Campo Redondo/RN
Fonte: Emanoel Messias PFA (2016).
Dessa forma, como já foi apresentado nessa pesquisa as atividades
relacionadas ao Turismo de Aventura geram alguns riscos que precisam ser
controlados para que assim as atividades sejam realizadas em conformidade com as
normas que regem o segmento.
Portanto, os equipamentos de segurança são utilizados de acordo com as
atividades, para que assim as práticas de aventura sejam efetuadas com segurança.
46
A seguir a tabela 6 mostra os tipos de equipamentos utilizados pelas empresas e
também a certificação desses equipamentos.
Tabela 6 – Equipamentos de segurança utilizados pelas empresas
EMPRESAS
EQUIPAMENTOS DE
SEGURANÇA
CERTIFICAÇÃO DOS
EQUIPAMENTOS
ANCL Adventure
Capacete, cadeirinha, mosquetão, freios, luvas, corda, corda de alta resistência, protetores de cordas, cordeletes.
C.E, UIAA
Casca Grossa Aventuras
Capacete, cadeirinha, mosquetão, freios, luvas e corda de alta resistência.
C.E, UIAA
Parque da Borborema
Capacete, cadeirinha, mosquetão, freios, luvas e corda.
C.E, UIAA
Pequeno Felino Adventure
Capacete, sapatilha, cadeirinha, mosquetão, freios, luvas, corda, corda de alta resistência, protetores de cordas e cordeletes.
C.E, UIAA
Fonte: Elaborado pelo autor (2016).
Então, a tabela 6 mostra que os empreendimentos entrevistados buscam
está em conformidade com as normas estabelecidas para que as das atividades
sejam realizadas com êxito, não trazendo danos aos clientes e adeptos das práticas.
Neste contexto, também foi possível identificar que todos os
empreendimentos usam a certificação da UIAA3 e da C.E.4 A UIAA é a União
Internacional de Associações de Alpinismo, a entidade tem como finalidade
estabelecer normas internacionais para equipamentos e procedimentos de uso dos
próprios equipamentos, além de estabelecer algumas normas de capacitação para
os condutores. A marcação C.E marca a indicação de que um equipamento de
segurança atende aos requisitos da União Europeia.
3 União Internacional de Associações de Alpinismo. Certificação utilizada nos equipamentos de
aventura.
4 C.E. (Conformidade Europeia). Certificação utilizada nos equipamentos de Turismo de Aventura.
47
Figura 10 – Equipamentos de segurança da Pequeno Felino Adventure.
Fonte: Emanoel Messias PFA (2015).
Além dos equipamentos de segurança é necessário um elevado nível de
instrução por parte dos instrutores que estão conduzindo as atividades, para que
assim não gerem transtornos aos turistas.
Neste contexto, a ANCL Adventure conta com alguns instrutores, seu
instrutor principal tem diversas qualificações na área, as principais são: A NR 35,
que é uma qualificação em trabalho em altura e; o curso de socorrista. Os outros
instrutores que foram classificados pelo entrevistado como instrutores secundários,
tem treinamento específico para cada atividade, treinamento esse que é feito pela
própria empresa. Assim, seus condutores têm qualificação adequada para atender a
demanda dos clientes que utilizam os serviços da empresa.
A empresa também tem um sistema de banco de dados, no qual, o
empreendimento envia uma ficha eletrônica para os clientes, para que assim, a
empresa tenha conhecimento de todo seu perfil, além de ter conhecimento também
de todas as informações em relação à saúde do turista, para que não aconteçam
surpresas indesejadas na hora da execução das atividades.
O empreendimento Casca Grossa Aventuras seu instrutor principal tem
especializações nas áreas de mídia e marketing, trabalho em altura e gestão de
48
segurança, todas essas especializações voltadas para o segmento de aventura. Os
outros instrutores que prestam serviço à empresa tem treinamento especifico em
resgate e em trabalho em altura, esses treinamentos são oferecidos pelo próprio
empreendimento.
Nesse contexto, o Parque da Borborema também realiza treinamento
especifico para seus condutores, que tem cursos na área do turismo como
condutores locais de turismo, além de terem treinamento em condutores de trilhas
ecológicas e treinamento em travessia de arvorismo.
Entretanto, a empresa quando recebe uma quantidade elevada de turistas
o Parque da Borborema terceiriza os serviços de instrutores, onde os condutores da
empresa Pequeno Felino Adventure prestam serviço ao parque, quando solicitado.
A Pequeno Felino Adventure tem dois instrutores ambos com
especializações na área do turismo quanto na área específica do Turismo de
Aventura. Os cursos feitos pelos instrutores são cursos disponibilizados pela
prefeitura de Santa Cruz em parceria com o SEBRAE. Alguns cursos são, Condutor
local de turismo, hospitalidade e bem atender, além do curso de condutores locais
em trilhas ecológicas, sendo esse disponibilizado pela prefeitura de Sitio Novo
também em parceria com o SEBRAE. Os instrutores do empreendimento também
tinham cursos específicos na área de aventura, como é o caso da NR 35 e trabalho
em altura.
Nesta perspectiva, as empresas se mostram bem preparadas para
atender os turistas e adeptos a modalidade do Turismo de Aventura, pois atendem
os requisitos de segurança para os equipamentos, além de terem especializações
necessárias para a condução das atividades, sendo que o Turismo de Aventura é
um segmento em que as normas de segurança são prioritárias para o
desenvolvimento das modalidades.
De acordo com as entrevistas realizadas foi possível a identificação das
principais dificuldades enfrentadas pelos empreendimentos entrevistados no âmbito
do segmento de aventura nos municípios de atuação das empresas.
Nesse contexto, a ANCL Adventure relata que a principal dificuldade que
senti é a falta de sinalizações e melhorias das estradas de acesso, tendo em vista
que os principais atrativos estão localizados em áreas de difícil acesso nas zonas
rurais dos municípios. Entretanto, a empresa não sente tantas dificuldades para
49
desenvolver seu trabalho tendo em vista que já esta a mais de seis anos no
Mercado.
A Casaca Grossa Aventuras, o entrevistado relatou que mesmo sem
nenhum apoio por parte do poder público não sente nenhuma dificuldade para
desenvolver o segmento e suas atividades no seu município de atuação, mas
reconhece que o poder público não dá nenhuma assistência para o Turismo de
Aventura nas localidades que sua empresa desenvolve as atividades.
A entrevistada do Parque da Borborema, relata que a principal dificuldade
é a falta de sinalização nas vias que dão acesso ao parque, além da estrada que é
precária e quando chove fica inacessível.
O empreendimento Pequeno Felino Adventure ao ser entrevistado diz que
as cidades mais estruturadas como Santa Cruz e Sitio Novo a empresa não tem
dificuldades tendo em vista que os municípios dão apoio ao segmento
disponibilizando cursos e realizando ações voltadas para o turismo. Entretanto,
mesmo nas cidades mais estruturadas a empresa diz que sente falta de sinalização
nas vias que dão acesso aos atrativos.
Dessa forma, fica evidente perceber que a principal dificuldade dos
empreendimentos está ligada as estradas que dão acesso aos atrativos de aventura,
tendo em vista, que na maioria das vezes essas estradas não são pavimentadas e
estão em um péssimo estado. Também foi possível identificar que, não existem
placas de sinalização para que, facilite a chegada do turista nos atrativos que são
realizadas as atividades.
A principal reclamação dos empreendedores é sobre a falta de
sinalização dos atrativos e a falta de cuidado com as estradas que dão acesso aos
atrativos, levando em consideração que esses atrativos estão localizados nas zonas
rurais dos municípios e as estradas são todas de barro e precisam ter um cuidado
periódico para que nas épocas chuvosas os atrativos não fiquem inacessíveis.
Entretanto, mesmo com as dificuldades, todas as empresas relataram
que estão há muitos anos no mercado e estão em amplo desenvolvimento,
buscando novas rotas para ampliar seu campo de atuação.
50
4.2. Poder Público: Iniciativas e Omissões
A última parte dos resultados dessa devida pesquisa se baseia em fazer
um levantamento para identificar de que forma as secretarias de turismo das cidades
envolvidas no segmento de aventura incentivam o desenvolvimento na região.
Dessa forma, a partir das entrevistas feitas com os empreendimentos, foram
identificados os municípios de atuação das empresas que estão incluídas no Polo
Agreste/Trairi, os municípios são: Passa e Fica/RN; Santa Cruz/ e; Sitio Novo/RN.
Através das entrevistas realizadas com as secretarias dos municípios, foi
possível identificar as principais iniciativas do poder público em ralação ao segmento
de aventura, além de apontar as principais dificuldades. Neste contexto a tabela
mostra o perfil pessoal dos secretários de Turismo dos municípios entrevistados.
Tabela 7 – Perfil secretários de turismo
MUNICÍPIOS
FUNÇÃO
ESCOLARIDADE
TEMPO DE ATUAÇÃO
Passa e Fica
Secretario de Turismo
Superior Incompleto
Quatro anos
Santa Cruz
Secretario de Turismo
Superior
completo/Especialização
Sete anos
Sitio Novo
Secretario de Turismo
Superior
completo/Mestrado
Um ano e seis meses
Fonte: Elaborado pelo autor (2016).
Desta forma, foi possível perceber que os secretários tem um nível
elevado de escolaridade, sendo que as secretárias dos municípios de Santa Cruz e
a Secretária do município de Sitio Novo são formadas em turismo e tem
especialização na área, o secretario de Passa e fica, está cursando engenharia civil.
Em relação ao tempo de atuação, o secretario do município de Sitio Novo, atuou
como secretário de turismo esporte e lazer de Sitio Novo de Abril de 2015 até
outubro de 2016, sendo assim ele não desempenha mais o papel de secretário do
município, também atuou como coordenador da secretaria de turismo, esporte e
lazer do município, no ano de 2013.
51
Assim, o roteiro de entrevistas também busca entender qual a importância
do segmento de aventura para os municípios entrevistados.
De acordo com o secretário de turismo do município de Passa e Fica o
Turismo de aventura é importante na localidade, pois o segmento gera emprego e
renda em Passa e Fica, tendo em vista que muitas pessoas vivem do turismo no
município, além de complementar a renda de diversas famílias.
Já em Santa Cruz o gestor municipal de turismo relata que, o Turismo de
aventura tem sua importância em Santa Cruz considerando que o segmento abre
um leque de outros segmentos no município, tendo em vista que o principal
segmento trabalhado no município é o religioso. Marcela ainda relata a importância
de não ficar presa apenas a um segmento, mas também trabalhar outros, como o
turismo rural e gastronômico, fortalecendo assim, o destino.
No município de Sitio Novo o entrevistado trata o Turismo de Aventura
como essencial para município de Sitio Novo, pois antes do segmento a cidade era
conhecida apenas pelo Castelo de Zé dos Montes. Desta maneira o segmento de
aventura diversifica a oferta turística do município, além de criar outros postos de
trabalho, tendo em vista que dois empreendimentos trabalham o Turismo de
Aventura em Sitio Novo.
Nesse contexto, também foi perguntado qual o motivo dos municípios
terem escolhido trabalhar com o Turismo de Aventura. Assim, Passa e Fica e Sitio
Novo tem motivos parecidos para trabalhar com o segmento, tendo em vista que
ambos citaram que os principais motivos são os potenciais apresentados nos
municípios como: Potenciais naturais para realizações de trilhas e; formações
rochosas para as práticas de rapel e escalada.
A secretária de Santa Cruz relatou que não escolheu trabalhar com o
segmento, o município escolheu trabalhar com o turismo religioso, pois a cerca de
sete anos não existia turismo no município até a construção do Complexo Turístico e
Religioso Alto de Santa Rita de Cássia. Entretanto a iniciativa de trabalhar com o
Turismo de Aventura surgiu das empresas privadas, que viram o potencial do
município e resolveram apostar no segmento.
Algumas ações foram desenvolvidas nos municípios, o roteiro de
entrevista possibilitou apontar quais ações foram realizadas.
52
Em Passa e Fica, foram realizados diversos cursos voltados para o
turismo em parceria com o Sebrae, com objetivo de capacitar a mão de obra, além
da criação de um plano de marketing para o município.
No município de Santa Cruz a principal ação realizada é a de apoio ao
Parque da Borborema, que é considerado o principal atrativo de aventura do
município, este apoio acontece por meio de divulgação em feiras de turismo com
material impresso. Além deste apoio a secretaria ofereceu cursos em parceria com
Sebrae para qualificar a mão de obra. Também é realizada a manutenção das
estradas que dão acesso aos atrativos de aventura da cidade.
Figura 11 – Stand de Santa Cruz na feira de eventos Ruraltur
Fonte: Marcela Pessoa (2015).
No ano de 2015 em Sitio Novo, também foram realizadas ações voltadas
para o Turismo de Aventura, no qual, a secretarias realizou reuniões com empresas
que trabalham com o segmento. Também foram realizadas ações de limpeza dos
espaços onde acontecem as práticas, além de participar de feiras como a Ruraltur
53
para mostrar o potencial do município para as atividades de aventura. Também foi
oferecido pelo município o curso de condutor local para que assim fossem
capacitados os envolvidos com o setor do turismo no município.
Figura 12– Ação de limpeza dos espaços de aventura em Sitio Novo
Fonte: Emanoel Messias (2015).
No município de Passa e Fica, o secretário de turismo, relata que a
principal dificuldade enfrentada pelo segmento de aventura no município é a falta de
investimento dos empresários, tendo em vistas que os empresários não acreditam
que o segmento pode desenvolver a economia em Passa e Fica.
Em Santa Cruz, a principal dificuldade enfrentada pela cidade no
âmbito do Turismo de Aventura, segundo relato da secretária de turismo é mesmo
com os cursos disponibilizados pelo município, não existe mão de obra qualificada,
tendo em vista que o segmento trás certos riscos aos turistas.
Já em Sitio Novo a entrevistada que foi secretária de turismo esporte e
lazer até outubro de 2016, fala que a principal dificuldade do município em relação
ao Turismo de Aventura são as limitações em termo de apoio por parte do poder
público acreditar que o turismo é uma atividade que precisa de um olhar
diferenciado, tendo em vista que a atividade precisa de um planejamento adequado
54
para que seja desenvolvido. Também tem dificuldade em relação à parte financeira,
pois a secretaria não trabalhava com um orçamento definido para que pudesse ser
gasto com ações necessárias para o turismo no município.
Por fim, foi questionado se as secretarias dos municípios sentem
falta de apoio em relação à secretaria estadual de turismo para o segmento de
aventura.
Diante disto, a secretaria de turismo do município de Passa e Fica,
falou que a secretaria estadual do Rio Grande do Norte está cada vez mais presente
do município, além de ter um maior apoio tanto da secretaria estadual de turismo
quanto da Emprotour nos últimos anos, com ações de marketing voltadas para o
município de Passa e Fica/RN.
A cidade de Santa Cruz e Sitio Novo, de acordo com as secretarias de
turismo dos municípios, relataram versões parecidas em relação ao apoio da
secretaria de turismo do estado.
Assim, ambas relataram que o contato com a secretaria de turismo do
estado é muito pouco, só tinham contato com a secretaria nas reuniões do Polo, que
tinham apenas contato informativo, não tinham nenhuma ação para o
desenvolvimento do turismo nos município.
Por fim, foi possível identificar a preocupação dos secretários de
turismo dos municípios entrevistado, tendo em vista que a maioria dos secretários
tem formação na área do turismo, onde, todos os municípios realizam ações para o
desenvolvimento do setor. Também foi possível perceber que dois municípios (Santa
Cruz e Sitio Novo) relatam a falta de apoio por parte da secretaria estadual de
turismo, no qual, só tinha contato com a secretaria do estado em reuniões do Polo,
onde, não tinha nenhum tipo de ações voltadas para os municípios.
55
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Turismo de Aventura é um dos segmentos prioritários no Polo
Agreste/Trairi, tendo em vista que a maioria das cidades entrevistadas destacam sua
importância, pois gera novos postos de emprego e renda nas localidades. Também
é relevante ressaltar as potencialidades da região que favorecem o desenvolvimento
das empresas que promovem as práticas no mercado de aventura.
Neste contexto, o Turismo de Aventura é considerado pelos autores como
um segmento que envolve práticas de esporte de aventura que geram riscos
controlados aos seus adeptos e pode ser desenvolvida tanto em ambientes urbanos
como em ambientes naturais, buscando sempre manter uma harmonia entre os ricos
e a segurança que é relevante para que não exponha os turistas e adeptos do
segmento a riscos indesejáveis.
Esta pesquisa teve como objetivo geral Analisar como o segmento
Turismo de Aventura e os empreendimentos deste segmento estão sendo
desenvolvidos nos municípios do Polo Agreste/Trairi. Então, a pesquisa buscou
fazer um levantamento dos empreendimentos que trabalham com o Turismo de
Aventura na Região. Assim foi identificado quatro empreendimento que
desenvolvem as práticas na região.
Também foi possível detectar, que essas empresas estão no mercado a
bastante tempo, antes mesmo de serem elaborados os Polos Turísticos de acordo
com o PRT5. Entretanto, essas empresas mostraram que a partir da criação dos
conselhos municipais de turismo e a criação dos Polos os empreendimentos tiveram
um maior contato com as secretarias de turismo dos municípios.
Mas, em contra partida, os empreendimentos identificados sentem
bastante dificuldades na infraestrutura básica que os municípios oferecem em
relação a estradas e sinalização dos atrativos.
Desta forma, seria de grande relevância, um estudo que analisasse as
limitações estruturais dos espaços que são desenvolvidos as prática de aventura,
5 Programa de Regionalização do Turismo.
56
tendo em vista que a falta de infraestrutura básica desses espaços foram as
principais dificuldades apontadas pelos empreendimentos.
Um dos objetivos específicos do estudo era pesquisar de que forma o
poder público incentiva o desenvolvimento desse segmento no município. Assim
foram entrevistadas três secretarias de turismo (Santa Cruz, Sitio Novo e Passa e
Fica), tendo em vista que os municípios têm empresas de aventura em atuação.
Neste contexto, foi possível identificar que as secretarias municipais de
turismo mostram diversas ações voltadas para o setor do turismo e para o segmento
de aventura, ações estas que são realizadas esporadicamente, como, cursos
profissionalizantes, divulgação em feiras e limpeza dos espaços de realizações das
práticas.
A dificuldade encontrada na pesquisa foi à realização das entrevistas,
tendo em vista que os entrevistados tinham pouca disponibilidades de horário e
dificultou algumas entrevistas. Também foi considerada como uma dificuldade a
distância entre as cidades e o translado entre elas.
Assim, ressaltasse que se deve haver uma maior preocupação com o
segmento de aventura tendo em vista que o segmento diversifica e aumenta a
demanda dos municípios, além de gerar novos postos de trabalho e geração de
renda para os residentes do município.
Nesse contexto, há uma grande necessidade de investimento no Turismo
de Aventura, em cursos voltados para as práticas das atividades, já que é uma das
principais dificuldades encontradas é a mão de obra qualificada. Além de
investimento na parte de infraestrutura básica aos pontos que dão acesso aos
atrativos.
57
REFERÊNCIAS
ABETA 2009. Diagnóstico do Turismo de Aventura no Brasil. Belo Horizonte. ABETA. Projeto de Normatização e Certificação em Turismo de Aventura. Disponível em: <http://www.abeta.com.br/pt-br/nt.asp?nt=187>. Acesso em: 06 jul 2015. ANSARAH, M.G.R. Turismo: segmentação de mercado. São Paulo: Futura, 1999. Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Turismo de aventura — Sistema de gestão da segurança — Requisitos. ABNT NBR 15331.Primeira edição, 2005. BRASIL. Ministério do Turismo. Regulamentação, normatização e certificação em turismo de aventura. Relatório diagnóstico. Brasília: Ministério do Turismo, 2005. BRASIL. Ministério do Turismo. Turismo de Aventura: Orientações Básicas. 3 Ed. Brasília: Ministério do Turismo, 2010. BRUHNS, H. T. 2005, Ecoturismo e ambientalismo: explorando relações´, Turismo em Análise. ECA/USP, vol. 16, no. 2, pp. 191-205, nov., São Paulo. BUCKLEY, R; UVINHA, R.R. Turismo De Aventura: Gestão E Atuação Profissional. São Paulo; Campus, 2011. CAMPOS; A, M, N. Espaço acadêmico. 2005. O ecoturismo como alternativa de desenvolvimento sustentável. Disponível em:. Acesso em: 05 out. 2016. COELHO, L,F. 2006. Turismo em áreas naturais protegidas: algumas reflexões sobre o caso da APA do Cairuçu – RJ. Disponível em:<http://w3.ufsm.br/engrup/iiengrup/pdf/t52.pdf>. Acesso em: 10 de setembro de 2016. DENCKER, Ada de Freitas Maneti. Métodos e técnicas de pesquisa em turismo. 5. Ed. São Paulo: Editora Futura, 2001. DIAS, R. Turismo sustentável e meio ambiente. 4. Reimpr. São Paulo: Atlas, 2008. DIRETRIZES OPERACIONAIS DO PROGRAMA DE REGIONALIZAÇÃO DO TURISMO. Disponível em <http://institucional.turismo.gov.br/regionalizacao/arqreg/doc_download/diretrizes_operacionais_versao_final.pdf> Acesso em 25 de set. de 2009. DOMINGOS; O. S. A Certificação do Turismo de Aventura no Brasil e o papel das Universidades no contexto da operação segura e responsável. Seminário de Pesquisa em Turismo do MERCOSUL – Caxias do Sul, 27 e 28 de julho de 2008.
58
EAGLES, P. F. J. International Trends in Park Tourism. EUROPARC 2001, Edition 4, Matrei, 43 pp. EMBRATUR 1994. Diretrizes para uma Política Nacional de Ecoturismo. Brasília, 48p. FENNELL, David A. Ecoturismo uma introdução. São Paulo: Contexto, 2002. FERNANDES, R. C. Esportes radicais: referências para um estudo acadêmico. Conexões, v.1, n. 1, p. 108- 118, 1998. GIARETTA, M.J. Turismo da juventude. Barueri: Manole 2003. MCKERHER, B. 2002. Turismo de Natureza: Planejamento e Sustentabilidade. Contexto, 304p. Nóbrega, W.R.M.; Dantas, I.V.S. Proposição de roteiros ecoturísticos e de turismo de aventura como alternativa de desenvolvimento no município de Acari (RN). Revista Brasileira de Ecoturismo, São Paulo, v.7, n.3, ago/out 2014, pp.576-601. PANOSSO, A.N. ANSARAH, M.G.R. Segmentação do mercado turístico: estudos, produtos e perspectivas. Barueri-SP: Manole, 2009. REGULAMENTAÇÃO, NORMATIZAÇÃO E CERTIFICAÇÃO EM TURISMO DE AVENTURA - RELATÓRIO DIAGNÓSTICO. Brasília, 2005. SANTOS, I. S. Manual de métodos e técnicas de pesquisa cientifica. 7 e.d.. Revista e atualidade ímpetos, Niterói-RJ, 2010. SETUR/RN. Turismo de Aventura. Natal-RN, 2014. Disponível em: <http://natalbrasil.tur.br/destinos/turismo-de-aventura> Acesso em: 11 out. 2015. SILVA, A, M, M, X. Turismo e trabalho: uma análise do destino religioso Santa Cruz/RN. Monografia. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Currais Novos, 2015. SILVA, R, C. Política de regionalização de turismo no interior potiguar: articulação, entraves e efetividade. Dissertação (Mestrado em Turismo). Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Natal, 2014. SOUZA, A. C ; FIALHO, F; OTANI, N. TCC: métodos e técnicas. Florianópolis: Visual books, 2007. SWARBROOKE, J. et al. Turismo de aventura: conceitos e estudos de casos. Trad. Marise Philbois Toledo. Rio de Janeiro: Elsevier, 2003. SWARBROOKE, J. Turismo sustentável: turismo cultural, ecoturismo e ética. v.5. São Paulo: Aleph, 2000.
59
UVINHA, R.R. (Org.) Turismo de aventura: reflexões e tendências. São Paulo: Aleph, 2005. VIANA, F. C. NASCIMENTO, M. A. L. O Turismo de Natureza como atrativo turístico do município de Portalegre, Rio Grande Do Norte. Pesquisas em Turismo e Paisagens Cársticas, Campinas, v.1, p. 79-96, mai./set. 2009.
60
APÊNDICE A - ROTEIRO DE ENTREVISTA
Roteiro de entrevistas para os empreendimentos de aventura do Polo
Agreste/Trairi
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ
Entrevista para pesquisa de campo
OBJETIVO: Entrevistar empreendimentos que trabalham no segmento de
turismo de aventura no Polo Agreste/Trairi.
1- Nome do estabelecimento:
______________________________________________________________
2- Nome do proprietário:
______________________________________________________________
3- Escolaridade:
___________________________________________________________
4- Idade:
____________________________________________________________
5- Data de fundação:
______________________________________________________________
______________________________________________________________
6- Quantidade de proprietários:
______________________________________________________________
61
7- Qual tempo de atuação do empreendimento no mercado? :
____________________________________________________________
____________________________________________________________
8- Quantos funcionários atuam na empresa? :
______________________________________________________________
______________________________________________________________
9- Tipos de serviços oferecidos pelo empreendimento:
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
10- Quais os municípios de atuação da empresa? :
______________________________________________________________
_____________________________________________________________
11- Como funciona a divulgação da empresa?
______________________________________________________________
_____________________________________________________________
12- Formas de pagamento:
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
13- Perfil do turista:
______________________________________________________________
______________________________________________________________
14- A empresa utiliza algum tipo equipamento de segurança, especifique quais
são?
______________________________________________________________
62
______________________________________________________________
______________________________________________________________
15- Os equipamentos de segurança utilizado pelo empreendimento tem
certificação?-
______________________________________________________________
______________________________________________________________
_____________________________________________________________
16- Existe algum tipo de especialização na área do Turismo de Aventura?
______________________________________________________________
______________________________________________________________
_____________________________________________________________
17- O empreendimento realiza treinamento específico para os guias ou
condutores que atuam na empresa?
______________________________________________________________
______________________________________________________________
_____________________________________________________________
18- Na sua opinião, quais as principais dificuldades enfrentada pelo
empreendimento no segmento de Turismo de Aventura nos municípios de
atuação da empresa?
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
63
APÊNDICE B - ROTEIRO DE ENTREVISTA
Roteiro de entrevistas para as secretarias de turismo dos municípios
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO SERIDÓ
Entrevista para pesquisa de campo
OBJETIVO: Entrevistar os gestores do turismo nos municípios que existem a
pratica e execução de esportes de aventura.
1. Nome do entrevistado:
______________________________________________________________
______________________________________________________________
2. Escolaridade:
______________________________________________________________
______________________________________________________________
3. Quanto tempo trabalha na secretaria de turismo?
______________________________________________________________
______________________________________________________________
4. Na sua opinião, qual a importância do Turismo de Aventura no município? :
________________________________________________________________
64
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
5. Por que o município escolheu trabalhar com o segmento de Turismo de
Aventura?
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
6. Quais ações realizadas no âmbito do segmento de aventura?
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________
7. Quais as principais dificuldades em trabalhar com o segmento de aventura no
município?
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
________________________________________________________________
8. A secretaria sente falta de algum apoio em relação à secretaria estadual de
turismo para o segmento de aventura?
______________________________________________________________
______________________________________________________________
______________________________________________________________