Trabalho de Sabrina
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA
FACULDADE DE SERVIÇO SOCIAL
DISCIPLINA DE OFICINA DE SUPERVISÃO DE ESTÁGIO II
DOCENTE SABRINA NAVARRO TOLDO
Relatório de Estágio da UAPS de São Pedro
Discente: Mirandolinda Maria Lopes Silva
Juiz de Fora 2011
Introdução
O presente relatório é uma avaliação de campo de estágio feito pela estagiária
Mirandolinda Maria Lopes Silva, no primeiro semestre de 2011, na Unidade de Atenção
Primária á Saúde de São Pedro, supervisionado pela Assistente Social Elizabeth Maria
Dilly, e uma apresentação do projeto de intervenção formulada pela estagiária para ser
executada no segundo semestre de 2011, durante o estágio curricular III.
Esse trabalho visa também fazer uma apresentação da temática discutida durante
o presente semestre na Oficina de Supervisão de estágio II, coordenada pela docente
Sabrina Navarro Toledo, sobre o Serviço Social e práticas democráticas na saúde e
sobre panejamento e avaliação das ações dos assistentes sociais.
Apresentação da temática discutida na Oficina de Supervisão II
A disciplina de Oficina de Supervisão de Estágio II, proporcionou um excelente
embasamento teorico para a prática profissional, alem de estabelecer um diálego aberto
sobre as experiências de estágio de acordo com cada campo e instigando discussões e
reflexões críticas, não só por parte das estagiárias, mas também das supervisoras de
campo, em relação á realidade social em que cada uma se encontra inserido a fim de
legitimar a atuação fundamentada no projeto ético-político da profissão
A partir de discussões feitas em sala de aula coordenada pela professora Sabrina
Navarro, foram utilizados alguns testos de vários autores, abordando temas sobre a
realidade do assistente social na área de saúde, que abrangem o planejamento e
avaliação de suas ações.
De acordo com uma autora utilizado para as discussões (Vasconcelos, 2009),
existe a necessidade de qualificar ações que mobilizam e impulsionem novas maneiras
de realizar a prática do Serviço Social na área de saúde, tendo como referência a saúde
como um direito universal e com controle social e o projeto ético-político do Serviço
Social brasileiro, buscando alternativas para o contexto neoliberal em que vivemos, que
tem colocado uma proposta que se tem pautado na privatização da coisa pública, na
diminuição da responsabilidade do Estado para com a sociedade, na priorização de
exportações e na abertura do mercado interno às importações e liberalização de fluxos
internacionais do capital. Essa proposta tem aumentado a exploração do trabalho pelo
capital, agravando as expressões da questão social. E isso tem aumentado o campo de
trabalho do assistente social, mas que devem buscar empreender uma prática, tendo em
vista uma participação consciente e de qualidade no enfrentamento das orientações
econômicos-social na direção dos interesses históricos dos diferentes segmentos da
classe trabalhadora.
Os assistentes sociais que objetivam romper com as práticas conservadoras, não
podem reproduzir o processo de trabalho capitalista alienante, mas sim historicamente
buscar romper, através do trabalho das relações sociais, com as formas capitalistas,
buscando possibilitar o acesso a bens e serviços á classe trabalhadora.
Mas o que se percebe na área de saúde é que a postura dos profissionais tem
sido passiva, dependente, submisso e subalterno ao movimento das unidades de saúde,
às suas rotinas institucionais, às solicitações das direções de unidade, dos demais
profissionais e dos serviços de saúde, aceitando como únicas, as demandas colocadas
pelos usuários. O Serviço Social vem desenvolvendo ações no plantão; no plantão e em
programas ou somente em programas e projetos. O plantão faz parte de qualquer
unidade de saúde e o usuário é recebido, ouvido e encaminhado para recursos internos
ou externos, procurando assegurar que ele volte para dar um retorno sobre o (s)
encaminhamento (s) realizado ou para novos encaminhamentos. Os usuários chegam no
plantão do serviço social através de procura expontânea, encaminhamentos internos e
externos.
De acordo com Vasconcelos (2000), o plantão é única atividade comum à
maioria dos assistentes sociais e a autora apresenta algumas características assumidas no
atendimento do plantão: atendimento individual, orientações, atendimento a demandas
expontâneas, encaminhamentos etc. Mas o plantão não se tem constituído num serviço
pensado, planejado, organizada, avaliada, reduzindo a ações isoladas, imediatas e
assistemáticas, desenvolvidas pelos assistentes sociais, acões com fim em si mesmo.
A prática dos assistentes sociais no plantão tem se reduzido a práticas
burocráticas, que segue mecanicamente normas impostas pelo regulamento das
instituições e as suas autoridades, negligenciando assim as demandas que extrapolam o
controle burocrático da instituição, tais como as demandas por educação em saúde,
prevenção, participação no controle social dos serviços prestados.
Vasconcelos (2009) acaba por elencar estratégias de ações que podem contribuir
para ampliar, facilitar e realizar o acesso aos direitos e o exercício do controle social e
da organização, das quais mencionarei algumas: O planejamento das ações do
profissional é de extrema importância, pois é um instrumento que o permitirá pensar o
futuro das suas ações, definindo o que fazer, como e quando e com que recursos
também. O produto resultante, é um instrumento de luta, de negociações, de registro da
prática. O Conhecimento da realidade, das demandas dos usuários, das possibilidades de
ação e de público alvo, análise institucional, articulação politica e profissional,
delimitações dos objetivos, são elementos essenciais para um bom planejamento;
organizar e realizar a atenção aos direitos e o acesso aos serviços sociais, indo além da
oferta das instituições, mas sim a partir das demandas dos usuários; identificar e
priorizar as necessidades sociais de saúde para além das demandas espontâneas, mas
valorizar também a demanda espontânea; assegurar ações de promoção e prevenção de
saúde, como está assegurado na proposta do Sistema Único de Saúde (SUS); assegurar
uma relação sistemática e continuada entre espaços de prática e Universidade através de
estágio supervisionado, de cursos de aperfeiçoamento; incentivar e criar espaços de
capacitação de conselheiros representares dos usuários.
Frente aos desafios colocados aos assistentes socias, eles precisam ter a clareza
que só conseguiram alcançar os objetivos colocando como fim último a meta marxiana,
que os permitirá fazer uma leitura aprofundada da realidade.
Caminhar na direção do projeto ético-político dos assistentes sociais possibilita
aos assistentes sociais contribuir para enfrentar o grande desafio que coloca a luta
contra o projeto neo-liberal: promover uma interlocução entre os setores organizados
da sociedade que buscam a radicalização da democracia e superação da organização
social capitalista e expressivos segmentos dos trabalhadores que não tem condições,
num primeiro momento, de se organizarem (Vasconcelos 2009)
Descrição da Instituição
A Unidade de Atenção Primária à Saúde (UAPS) de São Pedro situa-se na Rua
José Lourenço Kelmer, 1433 no Bairro São Pedro. É considerado uma UAPS
tradicional/mista porque não possui Estratégia de Saúde da Família (ESF), mas possui o
Programa dos Agentes Comunitários da Saúde (PACS).
A UAPS tem uma área de abrangência de mais de 30 000 habitantes e os agentes
comunitários são apenas sete, atendendo três dessas áreas de abrangência, que são:
Adolfo Vireque, Jardim Casablanca e Parque São Pedro. As demais áreas são: Serro
Azul, Nossa Senhora da Fátima, Cidade Universitária, Morada do Serro (uma parte),
Santana, Itatiaia, Tupã, São Pedro, Caiçaras I, II e III, Loteamento Nova Vida, Vila São
Jorge, Cruzeiro de Santo Antônio, Bosque do Imperador e Recanto dos Brugger.
A instituição não oferece um espaço físico adequado, já que ela encontra-se
disposta em dois andares, sendo que no segundo se encontram as salas de pediatria e
ginecologia, tornando o acesso desconfortável para as gestantes, mães com crianças de
colo, idosos e deficientes físicos. O seu espaço físico é pequeno, dificultando a
realização do trabalho prestado, como por exemplo, realizar reuniões de sala de espera,
pois os usuários ficam pelos pequenos corredores e por vezes na parte externa da UAPS.
A assistente social é também gerente da Unidade, o que lhe dá maior liberdade no
desempenho de suas funções como assistente social, pois dentro da UAPS ela não tem
uma superior que possa impedir suas ações ao buscar garantir os direitos dos usuários,
mas ao mesmo tempo se torna um limite, quando ela tem que desempenhar duas
funções diferentes, tendo em conta as frágeis condições objetivas. Quando o auxiliar
administrativo não está presente, é ela que vai para a linha da frente como recepcionista.
Muitas vezes ela se encontra na linha da frente fazendo marcações de consultas, quando
é solicitada por um usuário com assistente social ou por um funcionário como gerente e
todos buscando soluções imediatas. E por vezes ela fica na farmácia por falta de outro
profissional que possa estar desempenhando essa tarefa, pois existe a necessidade de
recursos humanos na UAPS. Ela tem de atender a população de vinte áreas de
abrangência, mais de 30 000 habitantes, quando na verdade o posto foi construído para
comportar 10 000 habitantes. Tudo isso leva a um desgaste emocional e físico do
profissional.
Os usuários que frequentam a UAPS de São Pedro, procurando os serviços
fornecidos pela Instituição, são em sua maioria de classe média, classe média baixa e
aqueles em situação de extrema vulnerabilidade social, econômica e cultural.
Avaliação do plano de estágio
Neste período foi desenvolvido o estágio curricular II, com base nas atividades
desencadeadas pela assistente social, centralizado nas seguintes atividades:
• Serviço de Atenção aos Desnutridos (SAD) - Fazendo um acompanhamento
dessas crianças e entrega do leite em pó;
• Bolsa -Família (informações, pesagem, medição, e lançamento dos dados no
mapa da Bolsa-Família);
• Encaminhamento para a rede assistencial;
• Marcação de consulta de saúde mental;
• Demandas espontâneas;
• Gestão(acompanhando a assistente social nas reuniões de gerente e em
seminários);
• Conselho( acompanhando a assistente nas reuniões);
• Parcerias locais.
De todas atividades mensinodas acima, não participei das reuniões dos conselhos
devido aos horários. Minha maior dificuldade no campo de estágio era poder ter um
acompanhamento da assistente social devido a suas ações terem sido pautadas mais na
área de gerencia do que na área de serviço social e de não haver um planejamento das
ações dela como assistente social, devido á acomulação de funções. Os atendimentos
aos usuários são focalizados e muito relacionado às demandas expontanias.
Para mim foi importante o contato com os usuários, podendo conhecer um pouco
da realidade da população atendida pela UAPS. Pude perceber através da fala de muitos
usuários que ainda eles veem o acesso aos serviços de saúde como um favor e não como
um direito, garantido na constituição Federal de 1988.
PROJETO DE INTERVENÇÃO
Tema: Grupo Educativo com as famílias das crianças acompanhadas pelo Serviço de
Atenção aos Desnutridos (SAD) na Unidade de Atenção Primária de Saúde (UAPS) de
São Pedro.
Objeto
As famílias das crianças acompanhadas pelo Serviço de Atenção aos Desnutridos
(SAD).
Objetivos:
Gerais
Desenvolver ações educativas junto às famílias das crianças atendidas pelo SAD
Especifico
Refletir com os familiares das crianças do SAD sobre seus direitos no âmbito do
Sistema Único de Saúde (SUS);
Fortalecer o conhecimento dos usuários, para que possam perceber a saúde não
apenas como resultado de práticas individuais, mas também como reflexo das
condições de vida em geral;
Promover uma reflexão dos conceitos de saúde infantil, junto das famílias
atendidas pelo SAD, enfatizando a prevenção e a promoção da saúde.
Justificativa
O projeto de intervenção é uma demanda da disciplina de Oficina de Trabalho
Profissional III, coordenada pela Professora, doutora Edina Evelyn Casali Meireles de
Sousa, no sétimo período, do curso de Serviço Social na Universidade Federal de Juiz
de Fora. Diante disso, pensei em elaborar um projeto acerca de grupos educativos no
meu campo de estágio, UAPS de São Pedro, que permita debater temas do interesse dos
familiares das crianças atendidas pelo Sistema de Atenção aos Desnutridos. A
desnutrição mais comum no mundo é a Desnutrição Proteica (DEP).
A desnutrição pode desenvolver-se em consequência à oferta alimentar insuficiente em energia e nutrientes (macro e micro), por determinado período de tempo, a chamada desnutrição de causa primária, que, em nosso meio, como descrito por Nóbrega em
1996, não pode ser considerada resultado da carência exclusiva de alimentos, tratando-se de uma entidade multifatorial, envolvendo aspetos de natureza médica e social ou ainda decorrer do inadequado aproveitamento funcional e biológico dos nutrientes disponíveis e /ou elevação do gasto energético associada a alguma doença de base, a chamada desnutrição secundária. (Tratado da Pediatria, Sociedade Brasileira de Pediatria, seção 20, pag. 1517)
Em 1988 foi promulgada a Constituição Federal do Brasil, tornando a saúde
legalmente, um direito social. Neste mesmo ano instituiu-se o Sistema Único de Saúde
(SUS), visando o acesso universal e igualitário aos serviços de saúde. Para sua
regulamentação, foi promulgada a Lei Orgânica da Saúde (n° 8.080/90), que dispõe
sobre as condições de promoção, proteção e recuperação da saúde e as respectivas
competências dos níveis de governo (tendo a alimentação como um dos fatores
determinantes para garantir esse direito), e também a lei n° 8.142/90, que dispõe sobre a
participação da comunidade na gestão do SUS e sobre as transferências
intergovernamentais de recursos financeiros e suas normas reguladoras. Os princípios e
diretrizes do SUS são pautados na universalidade, na eqüidade, na integralidade da
assistência e na participação popular. Suas diretrizes são a descentralização, o
atendimento integral, formando uma rede regionalizada e hierarquizada.
Houve significativa redução da desnutrição energético-protéica em diversas
partes do mundo, incluindo no Brasil, entretanto ainda se configura como um
importante problema de saúde pública, especialmente em crianças. O governo aprova a
Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN), tendo como um dos objetivos
centrais, a diminuição de DEP, buscando assim combater um dos problemas sociais.
Foram criados alguns programas pelo Ministério da Saúde para atender a população
materno-infantil, tais como o Programa de Combate à Desnutrição Materno-Infantil
(PCDMI/1993 – 1997) e o Incentivo ao Combate às Carências Nutricionais
(ICCN/1998), que distribuía leite e óleo a familiares com baixa renda. Foram criados
com o objetivo de atender a crianças desnutridas (seis meses a dois anos), seus irmãos
até cinco anos e gestantes. Em 2001 foi criado o Programa Bolsa-Alimentação (PBA),
que transferia recurso financeiro para as famílias.
Em 2003 foi criado o Programa de Fome Zero (PFZ), com o principal objetivo
de assegurar o direito humano à alimentação adequada, priorizando as pessoas com
dificuldades de acesso aos alimentos. O programa tem trinta e um ações e programas
que integram quatro eixos articuladores: ampliação do acesso à alimentação,
fortalecimento da agricultura familiar, promoção de processos de geração de renda e
articulação, mobilização e controle social. O Programa Bolsa Família é uma das ações
do PFZ, criado em 2004, que transfere renda destinada às famílias em situações de
pobreza, com renda per capita mensal de até R$ 100,00.Associam-se à transferência do
benefício financeiro o acesso aos direitos sociais básicos, como saúde, educação e
assistência social. Esta ação governamental reuniu os cadastros dos beneficiários dos
programas: Bolsa Escola, Bolsa Alimentação, e Vale Gás, em um único cadastro,
substituindo todos estes programas.
O Ministerio de Saúde (BRASIL, 2007) define Atenção Básica de Saúde como um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrange a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico e o tratamento dos problemas de saúde mais comuns e relevantes da população, a reabilitação e a manutenção da saúde. (Caderno de Atenção Básica n° 26, pag. 26 - 2010)
A Unidade Atenção Primária de Saúde consiste na porta de entrada para a
atenção primária,sendo caracterizado por um conjunto de ações de saúde no âmbito
individual e coletivo voltado à promoção, proteção, prevenção, reabilitação e cura
fundamentando assim, o conceito ampliado de saúde, pautado não na ausência de
doença, mas como qualidade de vida.
A Unidade de Atenção Primária à Saúde de São Pedro é considerada
tradicional/mista uma vez que não está estruturada na Estrategia da Saúde da Família,
mas possui o programa de Agentes Comunitários de Saúde(PACS), que não atende todas
as áreas de abrangência, mas sim apenas três das vinte áreas ( mais de 30 000
habitantes). Assim como todas as UAPS, ela conta com o Sistema de Atenção aos
Desnutridos (SAD).
O Sistema Atenção aos Desnutridos (SAD) tem por objetivo tratar as patologias
associadas à desnutrição, promovendo a recuperação do estado nutricional, atendendo a
crianças de 6 meses a 5 anos, os quais integram o Sistema de Vigilância Alimentar e
Nutricional (SISVAN). Esse programa funciona em todas as Unidades Atenção Primária
à Saúde (UAPS). As crianças só integram no SAD quando passam pelo diagnóstico do
médico Pediatra e são considerados como crianças abaixo do peso. Passarão a ter um
acompanhamento individual, que é feito mensalmente, mas a irregularidade de
determinadas famílias no acompanhamento, é geradora de impedimentos para a
realização de estudos do impacto do programa, e para um melhor acompanhamento das
crianças de forma a garantir os seus direitos ou seja a promoção e proteção da saúde, a
prevenção de agravos, o diagnóstico e o tratamento dos problemas de saúde.
“Após o diagnóstico do risco nutricional, o SAD busca a causa da desnutrição. São realizados exames clínicos e laboratoriais. O tratamento será direcionado de acordo
com a causa apresentada. Sendo a causa social, ocorre repasse de leite para família da criança. É feito acompanhamento mensal e nos casos mais graves, este acontecerá até que a criança mantenha o peso ideal para a faixa etária por três meses”.
Após o Pediatra diagnosticar a desnutrição da criança, a mesma é encaminhada
ao profissional de Serviço Social para orientações, encaminhamentos e
acompanhamento das famílias.
Esse projeto de intervenção permitirá que a equipe de saúde possa ter uma maior
aproximação da realidade dos usuários, buscando conhecer melhor e acompanha-los nas
suas particularidades, tendo em vista que a UAPS é a porta de entrada para o usuário no
Sistema Único de Saúde (SUS) e aprimorar este acompanhamento que já é feito pela
Unidade.
Metodologia
O projeto será desenvolvido na UABS de São Pedro, localizada na Rua José
Lourenço Kelmer, 1433 no Bairro São Pedro, tendo como público-alvo as famílias das
crianças acompanhadas pelo Sistema de Atenção ao Desnutrido (SAD). O projeto de
intervenção será orientado pela Teoria Marxista, que fornecerá elementos que irão
possibilitar a análise da realidade superando a aparência dos fenômenos pelo
desvelamento do “real aparente” chegando ao “real concreto”.
É preciso ter a realidade como objeto de pesquisa, enquanto totalidade inserida
em outras totalidades maiores e de maior complexidade, realidade esta que não se
encontra estática, mas sim em movimento dialético. É preciso também considerar o
contexto histórico do objeto a ser analisado, considerando os processos sociais, os
conceitos e as condições socioeconômicas de produção dos fenômemos.
Os princípios fundamentais do método materialista-dialético marxista se
baseiam na perspectiva de totalidade, na dialética e na historicidade.
Quando se refere à totalidade, reconhece que a sociedade não pode ser pensada
de forma fragmentada, ou seja, que os fenômenos não podem ser analisados
isoladamente, devendo ser apreendido como uma totalidade social. Dessa forma
reconhecemos a existência de uma ligação indissolúvel entre a história dos fatos
econômicos, sociais, políticos e culturais. Portanto, ao analisar um fenômeno devemos
compreender suas dimensões de universalidade, particularidade e singularidade.
A aproximação ao objeto de investigação deve se realizar por meio de um
processo dialético entre os fenômenos e sua essência, de negação e superação, o
singular e o universal. Isso significa que quando existe uma explicação na perspectiva
da totalidade, há que se interrogar sobre todos os aspectos, desvendando do real algo
que está dado.
“Somente através de aproximações sucessivas, o real é apreendido, problematizado, confrontado, desmistificado, reconstruído, na medida em que se tornam explícitas suas determinações conjunturais e estruturais, constitutivas de uma totalidade dinâmica que contém aspectos micro e macrossocietários, inscrita em um contexto ainda maior e mais complexo” (ALVES, 2008)
O projeto de intervenção iniciará com visitas domiciliares, instrumento que
proporcionará a aplicação de um questionário, de forma a conhecer a sua realidade das
famílias, qual o melhor horário para a participação das mães nos grupos e temas do seu
interesse a serem discutidos nas reuniões.
A partir das informações e dos dados obtidos, serão feitos análises dos mesmos
com o intuito de saber a melhor forma de desenvolver os encontros dos grupos e os
temas escolhidos.
Após a análise dos dados, será feito uma reunião com os demais profissionais da
Unidade que participarão do projeto, que são: Pediatra, enfermeira e as suas acadêmicas
e Agentes Comunitários de Saúde.
A partir dos temas sugeridos pelas famílias, serão elaborados os encontros com
os familiares. As reuniões serão desenvolvidas através de: dinâmicas de grupo,
desenvolvimento dos temas escolhidos e no final uma avaliação da reunião feito pelas
famílias.
Recursos
Recursos Humanos:
Os profissionais da Unidade de Atenção Primária à Saúde: Pediatra, Enfermeira,
Serviço Social, Agentes Comunitários de Saúde e as acadêmicas de Serviço Social
e Enfermagem.
Recursos Materiais:
Papel, Lápis, TV, DVD, Pendrive, Computador, brinquedos, revistas, cola,
tesoura
Avaliação
As avaliações serão feitas ao final de cada encontro e ao final do projeto, tanto
por parte das famílias e entre os profissionais.
Cronograma
ATIVIDADE
S
Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Determinação
do Objeto
X X
Pesquisa
Bibliográfica
X X
Elaboração do
Projeto
X X
Entrega do
Projeto
X
Visitas
domiciliares
X X
Análise dos
dados obtidos
X
Reunião com
os demais
profissionais
X
Realização
dos grupos
educativos
X X X
Avaliação X
Bibliografia
VASCONCELOS, Ana Maria. Serviço Social e Práticas Democráticas na Saúde. In: Serviço Social e Saúde: Formação e Trabalho Profissional. São Paulo. Cortez, 2009
MIOTO, Regina Célia; NOGUEIRA, Vera Maria Ribeiro. Sistematização, Planejamento e Avaliação das Ações dos Assistentes Sociais. In: Serviço Social e Saúde: Formação e Trabalho Profissional. São Paulo. Cortez, 2009.
BAPTISTA, Mirian Veras. Planejamento social: Intencionalidade e instrumentação. São. Paulo. Veras Editora, 2007
Ministério da Saúde - Cadernos de Atenção Básica n° 26 – Saúde Sexual e Saúde Reprodutiva, Brasilia – DF 2010
Sociedade Brasileira de Pediatria – Tratado de Pediatria
Saúde da criança: Nutrição infantil, disponivel em http://www.telessaudebrasil.org.br/lildbi/docsonline/8/1/118CAB_23_Saude_da_Crianca_em_01_06_09.pdf
Desnutrição, dismponivel em http://www.pbh.gov.br/smsa/biblioteca/protocolos/desnutricao.pdf
Implementação da Educação Nutricional no serviço Público de Saúde na Visão de Profissionais de Saúde e Usuarios deste Serviço, disponivel emhttp://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/premio2006/Wanessa_E_MH.pdf
Desnutrição, Ameaça a Saúde, disponivel em http://www.unicef.org/brazil/pt/Pags_040_051_Desnutricao.pdf