Trabalho de Antropologia

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Trabalho de Antropologia Nome: Laura Betti Monteiro Radicchi Professor: André Prous Disciplina: Antropologia I Curso: Ciências Sociais 1o Período

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crisantemo e a espada

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Page 1: Trabalho de Antropologia

Trabalho de Antropologia

Nome: Laura Betti Monteiro Radicchi

Professor: André Prous

Disciplina: Antropologia I

Curso: Ciências Sociais

1o Período

Page 2: Trabalho de Antropologia

Autor: Ruth Benedict

Título: O Crisântemo e a Espada

Ano da publicação consultada: 1972

Ano da 1a edição:1946

Editora: Editora Perspectiva

Local da Edição: São Paulo

Número de páginas: 264

Momento em que o texto foi escrito: O texto foi escrito durante o período da 2a

Guerra Mundial. Foi necessário num momento em que antropólogos apoiavam os

Estados Unidos e seus Aliados na Segunda Guerra Mundial. Impossibilitados de visitar

a Alemanha nazista ou o Japão de Hirohito, antropólogos valeram-se de tais materiais

culturais e puderam produzir estudos à distância. Eles tentavam entender os padrões

culturais que deveriam orientar seu ataque e esperavam encontrar pontos fracos ou

maneiras de persuadi-los de que haviam perdido.

Qual o motivo da leitura? Sempre me interessei pelo Japão, era um povo muito

fechado que só foi se mostrar para o Ocidente após a 2a Guerra Mundial, entretando

ele já sofria a influência dos Estados Unidos. Apesar de preservar ainda muitos dos

seus rituais, alguns foram esquecidos, a estrutura do país foi completamente

modificada após a guerra. E existem poucos estudo ocidentais sobre o Japão dessa

época devido a sua reclusão ea guerra. Eu gostaria de saber como eram os costumes

desse povo tão diferente de nós.

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Capítulo 1 - Missão: Japão

Aqui a autora conta qual é a intenção do livro. O Japào foi o inimigo mais hostil dos EUA na II

G.M, sendo assim foi necessário levar em consideraçào os hábitos daquele país. Entretanto

pouco se sabia sobre o Japão uma vez que era um país ocidental e pouco aberta a

comunicação para com o ocidente.

Sendo assim era mais que necessário um estudo sobre o Japão e principalmente sobre os

japoneses. Entretanto os países estào em guerra então pesquisa de campo será impossível de

fazer, o que de fato compromete um pouco o trabalho. Sem muitas opções Bendict começa a

ler a literatura japonesa, ver filmes produzidos no japão, entretanto ao comentar com japoneses

ela percebeu que não via o heroi da trama da mesma forma que os japoneses o viam. Sendo

assim era necessário um contato mais direto com o Japão. Afinal esse livro não era

exclusivamente sobre o Japão e sim sobre os japoneses que eram as peças mais importantes

desse enrome quebra-cabeça chamado: Japão. Benedict acaba por entrevistar japoneses que

moravam atualmente nos EUA , pedindo pra que relatassem os costumes que possuiam

quando viviam naquele país.

Era necessário saber de tudo, desde como se comportam diante do Estado até como se

comportam em cerimônia de casamento. Contudo os antropólogs conhecem muitas culturas da

Ásia, o que facilita um pouco devido uma ligeira semelhança entre elas.

"[...] comparar o Japão com outras nações que fazem parte da sua grande herança cultural"

(BENEDICT, Ruth O Crisântemo e a Espada p.16)

Há contudo uma breve explicação do método ultilizado pela autora que é exemplificado na

seguinte passagem:

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"Como antropóloga cultural, parti igualmente da premissa de queos aspectos mais isolados de

conduta tem em si alguma relaçào sitemática. Estudei seriamente a maneira como centenas de

pormenores insccrevem-se em padrões globais. Uma sociedade humana precisa prepararpara

si mesmo um projeto de vida, aprovando modos determinado de enfrentar situações, modo

determinado de mensurá-las.Os componentes dessa sociedade consideram essas soluções

como as bases do universo.Integram-nas, por maiores que sejam as dificuldades. Aqueles que

aceitaram um sistema de valores, atrvés do qual vivem, nào podem conservar por muito tempo

um setor segregado de suas vidas, onde procedam de acordo com um conjunto contrário de

valores a menos que se exponham a ineficiência e ao caos. Procuram instilar-se de maior

conformismo.. Investem-se de algumas motivações e de algum fundamernto lógico que lhe

sejam comuns. Alguma consistência é necessária do contrário o empreendimento vai todo por

água a baixo."

(BENDICT, ruth. O Crisântemo e a Espada p.18)

Sendo assim esse livro nào é sobre a religião, ou economia, ou política. Estuda os enfoques

japoneses sobre o conduzir da vida. O seu assunto é o que faz o Japão uma naçào de

japoneses.

Capítulo 2 - Os japoneses na guerra.

Os japoneses se comportam de maneira absurdamente diferente dos ocidentais diante da

guerra.

Começando pelas premissas que fez o Japão entrar na guerra eram completamente diferentes

das dos EUA. Como é mostrado nesse trecho:

"A América fez guerra às agressões do Eixo. O Japão, a Itália e a Alemanha tinham

consumado uma afronta à paz internacional com seus atos de conquista. Quer tomando o

poder em Manchukuo na Etiópiaou na Polônia, o Eixo somente comprovou ter participado de

um empreendimentp repovável, oprimindo pvos mais fracos. Pecara contra o código

internacional do "vive e deixa viver" ou pelo menos contra o das "portas abertas" à lvre

empresa. O Japão via a causa da guerra sob outra luz. Enquanto cada nação tivesse soberania

absoluta, haveria anarquia no mundo; era necessário que ele lutasse a fim de estabelecer uma

hierarquia que, obviamente, a ele se subordinasse, uma vez que era o único representante de

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uma nação verdadeiramente hierárquica de cima a baixo, compreendendo portanto a

necessidade de ocupar "o se devido lugar."

(BENEDICT,ruth. OCrisântemo e a Espada p.26)

O Japão manteve e ainda mantêm a crença na hierarquia, isso contraria a fé dos

americanos na igualdade. Além disso eles acreditavam na vitória do espírito sobre o material.

"Mesmo quando estavam vencendo, os seus estadistas civis, o seu Alto Comando e os seus

soldados repetiam que aquilo não se tratava de uma conquista entre armamentos;era a

oposição da nossa fé nas coisas contra a fé dos outros no espírito."

(BENEDICT, ruth O Crisântemo e a Espada, p.27)

O Japão como todas as outras nações se preparou para guerra, entretanto navios e armas não

passavam da manifestação exterior do Imortal Espírito Japonês.Eram símbolos, assim como a

espada do samurai era um símbolo de virtude. Enquanto o Japão se aproveitava de recursos

não materiais, os EUA devotava-se à grandeza.O Japão empenhava-se em uma campanha de

produçào total só que baseava em suas premissas. A mídia anunciava que havia limites para

recursos materiais.Eles se complortavam de forma incansável uma vez que era necessário

comprovar a dupremacia do espírito sob a matéria.

Eles diziam que os olhos do mundo estavam sob eles e por isso era necessário exibir

completamente o espírito do Japão. Sendo assim falhas nào seriam de forma alguma

adimitidas. Por exemplo: os marinheiros não poderiam abandonar seu navio em pequenos

botes, pois isso seria visto em Nova York e eles seriam ridiculzrizados por isso.

Entretanto o que mais se perguntavam a cerca do Japào era sobre a influência que o

imperador tinha sobre eles.Segundo estudiosos americanos, desde a época feudal todos

deviam sua imediata lealdade ao Imperador. Entretanto a fidelidade do imperador não devia

nem de longe ser mencionado, ficava restrito à uma corte cuja as cerimônias e atividades

eram regulamentadas pelo Xógum*.

*No período pré-Meiji, o verdadeiro governante do Japão; a sucessão era hereditária contanto que a família

permancesse no poder. O Xogúm era empossado pelo Imperador

Entretando a mídia japonesa afirmava o enorme poder que o Imperador exercia sob o seus

súditos.

"Não havia razào, portanto, para que a política americana durante a guerra recorresse às luvas

de pelíca no trato com o Imperador. Pelo contrário, havia todos os motivos para que

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dirigíssemos nossos mais fortes ataques contra esse maligno conceito de Fueher que o Japão

recentemente maquinara."

(BENEDICT, ruth. O Crisantêmo e a Espada p.33)

Era sabido que nào havia nada mais ofensivo para o japonês do que uma palavra ofensiva ao

seu Imperador. Os prisioneiros de guerra atribuíam seu militarismo ao Imperador.Mas aqueles

que condenavam a guerra diziam que o próprio nada tinha à ver com isso que era um homem

pacífico e liberal. Para eles o Japão não era nada sem o seu imperador e ele nem ao menos

seria culpado se o Japão perdesse a guerra. Ele era uma figura inatingível.

Apesar de toda essa adoração os ógãos do Estado era constantemente criticados, nem ao

menos os prisioneiros de guerra tinham medo de criticar seus superiores e o Estado.

"Mesmo durante a guerra, os Japoneses criticavam o governo,o Alto Comando e os seus

superiores imediatos. Nào reconheciam de forma incondicional todas as virtudes da hierarquia.

Mas o Imperador era isentado."

(BENEDICT,ruth. O Crisântemo e a Espada, p.37)

Havia ainda outras especificidades a cerca do exército japonês. Uma dessa era a predistinaçào

ao sacrifício. Há uma grande diferença entre o Japào e os Esatados Unidos, enquanto nos

EUA é glorificado o resgate de peças avariadas, no Japão repudia tal ato.

"Somente havia virtude na aceitaçào de riscos mortais; as precauções eram desprezíveis."

(BENEDICT, ruth. O Crisantêmo e a Espada, p.38)

Isso se dava pelo desprezo ao materialismo, a morte para eles nada mais era do que a vitória

do espírito sobre a matéria. Isso se dava também na vida civil os japoneses quase nunca

procuravam médicos.

Isso implicava também na política de não rendição do Japão, isso era comum no ocidente,

porém era considerada a maior ofensa pelos japoneses. É ai que entra a questào da honra

para os japoneses. A honra era a coisa mais importante para os japoneses depois do

Imperador. Quem não tinha honra, não tinha nada. A honra estava ligada diretamente à morte.

Aquele que não cumprisse o seu dever era desonrado e não tinha direito de forma alguma de

andar de cabeça erguida. Ao contrário do que acontece aqui no ocidente.

" Os Japoneses, porém, definiam de maneira diferente a situação. A honra ligava-se à luta até

a morte. Numa situação desesperada, um soldado japonês deveria matar-se com sua granada

de mão, ou atacar desarmado o inimigo, numa avançada suicida em massa. Nào deveria,

porém, render-se. Mesmo se fosse aprisionado ferido e incosciente, nunca mais "poderia andar

de cabeça erguida no Japão", estava desonrado, "morto" para sua antiga vida."

(BENEDICT, ruth. O Crisântemo e a Espada, p.39)

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Para os japoneses os americanos que se rendiam e viravam prisioneiros eram pessoas

desonradas e por consequência bens avariados ou seja não possuíam nenhuma utilidade.

Podemos perceber as grandes diferenças de comportamentos perante a guerra entre os dois

países, porém nào podemos achar que um era melhor que o outro eles são apenas diferentes.

Capítulo 3 - Assumindo a posiçào devida.

Para entendermos a cultura japonesa é necessário entender ao termo: assumir a posiçào

devida. A crença na hierarquia dos japoneses e a fé na liberdade dos americanos situam-se

em oposição.

Enquanto para os americanos a liberdade é o bem mais precioso, para a japonês essa nào

passa dos motivos da instabilidade internacional, para eles a única solução é a hierarquia,

A hierarquia japonesa leva a desigualdade social que vem sendo disseminada a anos, mas

isso é normal para os japoneses tão quanto respirar. Mas a hierarquia nào se aplica única e

exclusivamente na desigualdade social. Está presente no sexos , idade, laços de família. A

hierarquia japonesa é uma teia complexa que pode ser explicadas nos trechos abaixo.

"O Japão, com toda a ocidentalização é ainda uma sociedade aristocrática. Cada cumprimento,

cada contato deve indicar uma espécie de grau de distância social entre os homens. Cada vez

que um homem diz para o outro "coma" ou "sente-se", usa palavras diferentes conforme esteja

se dirigindo familiarmente a alguém ou falando com um superior ou inferior. Existe um "você"

diferente que deve ser usado em cada casoe os verbos tem raidicais diferentes. Os japoneses

têm, em outras palavras, o que se chama uma "linguagem de respeito", tal qual muitos outros

povos do Pacífico, acompanhada de mesuras e genuflexões apropriadas. Todo esse

procedimento é governado por regras e convenções meticulosas; não é apenas necessário

saber a quem é feita a mesura, como também a sua frequência. Uma mesura correta e

apropriada para um anfitrião seria considerada como insulto por outro em relação ligeiramente

diversa com o convidado. E as mesuras classificam-se de várias maneiras, desde ajoelhar

abaixando a testa até as mãos espalmadas no solo até o mero inclinar da cabeça e dos

ombros. É preciso aprender,e bem cedo, como harmonizar a reverência com cada caso

particular."

(BENEDICT, ruth. O Crisântemo e a Espada, p.47)

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No Japão é na família que se aprende a respeito das mesuras e o seu valor. Dentro da família

a hierarquia funciona da mesma forma que funciona fora dela, não há exceções. E na família a

mesura tem um significado muito mairo do que o respeito:

"Aquele que se inclina reconhece o direito do outro interferir em assuntos sobre os quais ele

próprio preferiria decidir e o que recebe a saudação assume, por seu turno, certas

responsabilidade relativas à sua posição.

(BENEDICT,ruth. O Crisantêmo e a Espada, p.48)

A devoção filial é uma regra ética no Japão que é compartilhada também com a China. Até

hoje na china cada qual deve lealdade ao seu Clã. Entretanto antigamente no Japão apenas

famílias nobres e os samurais tinham direito ao uso do sobrenome.Isso se dava porque na

china havia toda uma burocracia e os clãs eram uma forma de organização. No Japão como

eram um sistema feudal e as pessoas deviam lealdade ao seu senhor feudal e não a um

grande grupo de parentes.

"O "devotamento filial no Japão, portanto é uma questão circunscrita a uma limitada família

convivente . Consiste em assumir a devida posição de cada um, de acordo com a geração, o

sexo e a idade, no seio de um grupo no qual inclui pouco mais do que pai e o pai do pai de

cada um, assim como os seus irmãos e descendentes."

(BENEDICT, ruth. O Crisantêmo e a Espada, p.50)

Sendo assim era mais do que óbvio como a hierarquia era um item de extrema importância na

cultura japonesa era a partir dela que o comportamento e a relação entre si é moldada.

Capítulo 4 - A reforma Meiji

O Japão queria manter-se imaculado dos contatos com o mundo interior por isso , na idade

moderna deu-se o grito de guerra "Sonno joi" que significa "Reponham o Imperador e

expulsem os bárbaros." Além disso havia a vontade de voltar nos tempos considerados áureos

do século X.

A reforma Meiji significou o fim do duplo mando do Imperador Xogúm, senhores feudais

japoneses o derrubaram, uma vez que ele nào atendia os seus anseios e não expulsava os

estrangeiros que estavam tomando conta do país. Os senhores feudais viam na restauração do

país o modo pelo qual eles pudessem governar o paísao invés dos Tokugawa. Visavam apenas

uma mudança pessoal.

O duplo mando teve fim em 1868, com a restauraçào do Imperador, logo começou os anseios

por uma política de isolamento.A prícipio o regime foi contrário a isso. O regime começou a ir

contra oa anseios dos homens poderosos do Japão, durante o mesmo foram registradas várias

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revoluções, porém todas foram minadas e o regime Meiji persistia no poder.Esse governo era

composto da peculiar uniào dos samurais inferiores com comerciantes.

O regime Meiji queriam alterações na hierarquia, não queriam acabar com ela apenas

modificar a sua posição.

" A Restauração simplificaria a cordem hierárquica colocando no ápice o Imperador e abolindo

o Xogúm. Os estadistas pós- Restauração, acabdo com os feudos, eliminaram o conflito entre a

lealdade ao susserano e ao Estado.

(BENEDICT, ruth. O Crisantêmo e a Espada, p.72)

Naera Meiji foi criada e a devida posição entre o Estado e os civis. E isso faz com que o Japào

seja tão diferente dos países ocidentais, por mais que houve uma modificação na sua

hierarquai com a Era Meiji, ela ainda é algo completamente distante das noções de hierarquia

que possuímos, nem melhor nem pior.

Capítulo 5 -Devedor dos séculos e do mundo.

O Japão ao contrário dos EUA não diz que não deve nada a ninguém, pelo contrário honrar as

dívidas tanto as passadas quanto as presentes é um gesto de honra. E isso não quer dizer

apenas em relação a dinheiro, é muito mais do que isso. Tem a ver com lealdade, obrigações e

até amor, mas não o amor de pai para filho ou amor de marido e mulher seja talvez mais uma

devoção. Tudo isso descrito acima é expressada pela palavra on.

O maior dos débitos é o para com o imperador.

"É o débito para com o Imperador, que se deve aceitar com devoção e gratidão

incomensurável. Seria impossível, acham eles, estar satisfeito com o próprio país, com a

própria vida, com os próprios interesses grandes e pequenos, sem pensar em aceitar tal

privilégio. Em toda a história japonesa, esta personalidade a concentrar maior débito dos

homens constituíaa maior entre todosos superiores nos limites do horizonte."

(BENEDICT,ruth. O Crisantêmo e a Espada , p. 89)

A cada movimento que o Imperador fazia em prol dos seus súditos, o on de cada um

aumentava.

Existe um on especial que se tem para com o professor e o patrão, aambos ajudaram no

desenvolvimento e o on gerado, pode ser pago ao aceitar o pedido deles quando se

encontrarem em dificuldade.

"Amor, afabilidade,generosidade, por nós avaliados na medida em que são doados sem

compromisso, no Japão estes se impõem. E cada ato assim recebido torna cada qual um

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devedor. Conforme diz um provérbio deles: "É imprescindível (em grau incomensurável) uma

generosidade inata para aceitar on.""

(BENEDICT ruth. O Crisantêmo e a Espada, p.98)

Capítulo 6 - Saldando um décimo milésimo.

O on deve ser pago, entretanto todos os pagamentos são considerados como pertencentes a

outras categorias. O on não é uma virtude mas o pagamento do mesmo é. A virtude começa

quando o homem se empenha na sua gratidão.

Quadro esquemático das obrigações japonesas e suas recíprocas.

I. On: Obrigações incorridas passivamente. "Aceitar um on", "dever um on", isto é , on são

obrigações de ponto de vista do recebedor passivo.

ko on. O on aceito do Imperador.

oya on. O on aceito dos pais.

nushi no on. O on aceito do chefe.

shi no on. O on aceito dos pais.

on aceito em todos os contratos durante a vida.

Nota: Todas essas pessoas de quem se aceita o on tornam-se on jiin, "o homem do on".

II.Recíprocas do on. "Pagam-se estas dívidas", "devolvem-se estas obrigações" ao homen do

on, isto é, as obrigações do ponto de vista do pagamento ativo.

A. Gimu. O pagamento integral destas obrigações continua não mais do que parcial, sem limite

de tempo.

chu. Dever para com o Imperador, a lei do Japão.

ko. Dever para com os pais e ancestrais ( por consequência, para com os descendentes).

nimmu. Dever para com o próprio trabalho.

B. Giri. Estas dívidas são consideradas como tendo que ser pagas com equivalência

matemática em relação ao favor recebido, havendo limite de tempo.

1. Giri-para-com-o-mundo

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Deveres para com o senhor feudal.

Deveres para com uma família afim.

Deveres paracom pessoas não aparentadas, originárias de on aceito, por exemplo, quando um

presente em dinheiro, um favor, contribuiçãoem trabalho.

Deveres para com pessoas de parentesco não o suficientemente próximos (tios, tias,

sobrinhos, sobrinhas) originários de um on aceito nào deles e sim de ancestrais comuns.

2.Giri-para-com-o-nome. Versão japonesa do die Ehre.

O dever de "limpar"a reputação de insulto ou atribuição de fracasso,isto é, o dever de vendetta.

(N.B. O ajustede contas não é tido como agressão).

O dever de não admitir fracasso (profissional) ou ignorância.

O dever de cumprir todas as regras de etiqueta japonesa, por exemplo observar a conduta

respeitosa, não viver além das posses, dominar todas as demonstrações de emoçào em

ocasiões inadequadas etc.

(BENEDICT, ruth. O Crisântemo e a Espada, p. 101)

Capítulo 7- O pagamento "mais dificil de suportar"

O giri quer dizer "mais difícil de suportar." Isso faz parte de mais uma das obrigações dos

japoneses entretanto ela é tão complexa que eles jamais tentaram explicá-la para um ocidental.

É algo tão complexo que tentaram explicar da seguinte maneira: "reto caminho;estrada que os

seres humanos deveriam seguir; algo que se cumpre a contragosto, para evitar explicações ao

mundo." Mesmo que isso nào explique muita coisa para os ocidentais já é perceptível o

contraste do Giri com o Gimu.

O Giri possui duas divisões que já foram explicítadas no capítulo anterior. O giri inclui todas as

obrigações assumidas para com a família do cônjuge ao passo que o gimu é com relação a

própria família. O casamento no Japão é um contrato entre as famílias e livrar-se do mesmo

quer dizer trabalhar para o giri. O contrato é mais penoso para aquele que o estipula e

terrivelmente pior para a esposa- uma vez que a sociedade japonesa é patriarcal-. As

obrigações devem ser cumpridas de modo a evitar a condenaçào do "homem que não

conhecia o giri."

Sendo assim o casamento no Japão se dá de forma para o benfício da família, são os

"casamentos polítcos"e nào é apenas o dinheiro que é levado em conta apesar do mesmo ter

grande peso na hora de se decidir fazer um casamento.

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O giri é imposto aos japoneses de tal forma como era imposto os dez mandamentos,

entretanto no giri nào a intençào de amar o próximo ou algo do gênero. Os japoneses fazem o

giri para manter a sua honra e dignidade e nào ser acusado de "o homem que não conhecia o

giri."

O giri nada mais é uma forma de vínculo entre os japoneses e uma forma de manter a

hierarquia e perpetuar a familia.

Capítulo 8 - Limpando o Nome

O giri ligado ao nome é o dever de conservar a honra do mesmo. Constituí numa séria de

virtudes- dentre elas algumas pdem deixar os ocidentais assustados-.

"São atos que mantêm limpa a reputação para com as outras pessoas."

(BENEDICT, ruth. O Cristântemo e a Espada, p.125)

O giri ligado ao nome se encontra fora dos círculo das obrigações, todavia não deixa de ser

uma , tendo em vista o fato da desonra assolarem aqueles que não mantêm a reputação.

"Um homem idonêo sente com a mesma intensidade os insultos tanto quanto os benfícios que

recebe. Constitui virtude pagar um ou outro. Ele não separa os dois como fazemos nós,

chamando a um de agressão e outro de não-agressão."

(BENEDICT, ruth. O Crisantêmo e a espada, p.126)

Para se manter a reputação o japonês fará de tudo o que estiver em seu alcance: matará,

cometerá suicídio ou será agressivo. Issa não é considerado odioso pelos japoneses, da forma

que é considerado aqui, lá a honra e a reputação está acima do bem e do mal.

Capítulo 9 - O círculo dos sentimentos humanos.

Sendo o Japào um país que cobra tão veementemente o cumpimento das obrigações e a

quitaçào das dívidas, deveria existir uma cláusula nas suas regras éticas condenando o prazer

pessoal. A doutrina do Budismo prega isso entretanto também é acolhedora com os prazres

dos cinco sentidos. O Japão não condena a auto-satisfação.

Entretanto, os prazeres físicos de forma alguma deve-se misturar ao lado sério da vida.. No

Japão se apreciam parzeres como: o banho quente, o enrijecer-se devido á banhos frios, o

sono, o agasalho, comer, o amor romântico

Page 13: Trabalho de Antropologia

Para o japonês tudo é válido desde que não interfira nos assuntos sérios da vida. A busca de

felicidade tão almejada por nos ocidentais, para eles não passa de uma distração. O objetivo

da vida deles éviver de forma digna, pagar as dívidas e manter a honra. O resto nào importa

de tal forma que coisas que aqui na nossa sociedade sào vistas de forma imoral, lá nào

passam de mero divertimento e são completamente aceitas, como por exemplo, o casamento

serve única e exclusivamente para a procriação, o que dá o direito do homem ter um a

amante, a mulher jamais irá reclamar, realções homossexuais eram permitidas até a era Meiji,

todo e qualquer prazer sexual era permitido desde que nào interferisse na vida séria do

japonês. Afinal para eles não era o material que contava e sim o espiritual se você estivesse

prosseguindo em sua jornada como deve ser nada lhe impede de usufruir as coisas pelo seu

bel-prazer.

Para os japoneses, ao contrário dos ocidentais, a carne nào é um mal. Nào existe isso de alma

boa ou alma ruim ambas são necessárias, é o princípio de yin e yang o que eles buscam é o

equilíbrio.

"Os japoneses sempre se mostram sumamente categóricos em negar que a virtude consiste

em combater o mal."

(BENEDICT ruth. O Crisântemo e a Espada, p162)

Capítulo 10- Dilema da virtude

A virtude é composta pelo: chu,ki,giri,jin e dos sentimentos humanos. Os japoneses consideram

eles o dever total do homem, como se tivessem dividos em um mapa. Cada círculo tem seu

código especial sendo que o homem não os julga e muito menos atribui personalidade aos

mesmos. Os códigos nào permitem que os japoneses sejam imperativos como nós eles apenas

determinam a regiào que foi violada.

"Os códigos, mesmo para cada círculo, estão organizados de tal maneira, que quando as

condições mudam dentro dele, poderá justificar-se uma conduta totalmente diversa."

(BENEDICT, ruth. O Crisântemo e a Espada, p.168)

Para os ocidentais isso é completamente fora de concepção uma vez que acreditam que as

atitudes se baseiam no caráter e o mesmo é moldado até os sete anos de idade, é inconcebível

para nós que os japoneses mudem a forma de agor de uma hora para outra devido a

modificações ocorridas nos seus círculos que compõem a sua virtude. Já para eles a mudança

é acatada sem mais delongas uma vez que isso faz parte do seu dever maior.

Page 14: Trabalho de Antropologia

Nós achamos que é um sinal de força nos rebelar contra aquilo que nos é imposto, porém para

os japoneses isso é um sinal de fraqueza pois não se deve colocar os desejos pessoais acima

dos códigos de conduta.

As noções de valores e virtudes deles são completamente diferente das nossas, enquanto

asseguramos que virtude é fazer algo de bom eles assguram que a virtude é cumprir as regras

que o seus círculos do dever maior lhe impõem.Ao contrário de nós que incurtimos o

desenvolvimento de uma consciência e da moralidade eles se baseiam na vergonha. A

vergonha para eles é a raíz da virtude, pois quem é snsível à elas cumprirá todas as regras de

boa conduta.

A sua cultura dificilmente será disseminada para outros lugares uma vez que eles tem

dificuldade de aceitação por parte de outrem por achá-los radicais demais nesse aspecto, uma

vez qua a moralidade como conhecemos não é o pilar principal da sua sociedade.

Capítulo 11- A autodisciplina

A autodisciplina é algo interessante no Japão, enquanto no ocidente um homem uma vez que

tenha avaliado as possibilidades de sua vida pessoal, irá disciplinar-se caso seja necessário.

No Japão a disciplina ocorre pelo todo.

[...] a vontade deve reinar suprema sobre o corpo infinitamente ensinável e que este não possui

leis de bem-estar, desprezadas pelo homem por sua própria conta."

(BENEDICT, ruth. O Crisântemo e a Espada p.195)

É mais do que óbvio que autodisciplina japonesa se dá pelo círculos de virtude deles.

Diferentemente dos EUA a disciplina é algo de extrema importância pois faz parte dos deveres

do ser humano, nào é algo que ele deve aprender se quiser ou não, mas é algo extremamente

necessário para sua sobreviência. Uma vez que a sociedade japonesa e cheia de regras e

melindres qualquer deslize pode resultar em alguma catastrófe. Desde cedo eles são

ensinados a controlar seus desejos em questão do bem maior, com o passar dos anos isso

deixa de ser uma coerção e se faz um hábito e por conse quência o faz se sentir um homem

melhor.

Page 15: Trabalho de Antropologia

Capítulo 12- A criança aprende

Assim como na nossa sociedade, na japonesa há a coerção para com as crianças, entretanto

ela não ocorre de modo brusoc como ocorre na nossa, pouco a pouco as vontades do indivíduo

vão sendo suprimidas entretanto com o passar dos anos essa vontades vào sendo liberadas

novamente. Isso está profundamente ligado com a hierarquia.

Com o passar dos anos a criança vai aprendendo pouco-a pouco sobre a sociedade em que

vive, sobre a hierarquia, as virtudes, limpezas, sobre o casamento e a posiçào social, como foi

dito anteriormente isso está ligado a hierarquia, pois com o passar dos anos a posição

hierarquica vai mudando e é necessário adiquirir novos conhecimentos, para se adequar a

nova posição.

Capítulo 13 - Os japoneses desde o dia da vitória

O governo americano ao tomar posse , mesmo que temporária do Japão, ficou temeroso diante

da reação dos japoneses. Entretanto a transição ocorreu harmonicamente, e os japoneses

tentavam se acostumar com a derrtoa, enquanto os americanoos a contra-gosto tentavam se

acostumar com a cultura tão diferente.

O grande trunfo do Japão foi ver a derrota com bons olhos por mais que isso lhe ferisse o

orgulho, ver que se fechar para o ocidente não havia dado certo, mas também que nào haverá

a necessidade de abrir mão da sua cultura para encontrar a paz.

Isso se deu pois no momento em que o Imperador assumiu a derrota ocorreu uma mudança

no círculo de virtudes dos japoneses, o Imperador afirmava indiretamente que eles deveriam

acolher os soldados americanos e os japoneses jamais poderiam negar um pedido do seu

imeperador, e em nenhum momento eles se sentiram constrangido em o fazer.

Por mais que isso constranja os ocidentais, os japoneses não sentem medo de adimitir que

erraram, antes mesmo de os americanos adentrarem o território japonês, os jornais locais

adimitiam o erro de terem apostado tudo o que tinham no militarismo e se fecharem

completamente para o mundo exterior. Agora o que restava fazer era erguer a cabeça e

começar reconstruir o país que fora devastado pela guerra e aceitar a ajuda estrangeira.

O Japão irá usar aquilo que aprendeu nessa guerra para encontrar um lugar entre as nações

de paz.

Page 16: Trabalho de Antropologia

Comentário

O livro em si é interessante apesar de ser exaustivamente descritivo. Entretanto eu o

achei ligeiramente parcial uma vez que foi escrito em tempos de guerra e os

antropólogos apoiavam os EUA, além do que a autora nào teve acesso a pesquisa de

campo, todas as suas informações foram extraídas de filmes e livros japoneses além

de japoneses que viviam nos EUA. Porém a autora nào queria exprimir com fidelidade

os padrões de cultura do Japão ela queria mostrar como eram os japoneses eo que

fazia do Japão um país de japoneses.Mostrou como a sociedade e os ensinamentos

influi de maneira avassaldora nesse povo e como o senso coletivo ainda era

absurdamente forte. O livro divide muito as opiniões há quem ache ele superficial e

racista, há quem ache que ele é essêncial para o estudo de antropologia cultural. Eu

de certa forma concordo com o grupo a autora foi eficiente em sua pesquisa, cometeu

alguns deslizes, como o último capítulo no qual dava a impressão de que ela tentava

justificar de todas as formas a invasão dos EUA no Japão e que eles haviam aceitado

passivamente, como um povo que preza a honra acima de tudo pode ter aceitado tão

facilmente uma derrota? Mas ao final mostrou uma pesquisa idonêa e interessante

mesmo sem ter ido lá e vivenciado tudo o que foi descrito.

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