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PROJETO DE REQUALIFICAÇÃO PAISAGÍSTICA Verônica García Donoso TGI - Trabalho de Graduação Integrado Arquitetura e Urbanismo EESC - USP Caderninho. Dezembro de 2007.

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Projeto de Requalificação Paisagística

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PROJETO DE REQUALIFICAÇÃO PAISAGÍSTICA

Verônica García Donoso

TGI - Trabalho de Graduação IntegradoArquitetura e UrbanismoEESC - USP

Caderninho. Dezembro de 2007.

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2Fotografia: Gary John Norman

O estudo da Paisagem discute as relações quase sempre conflituosas entre a natureza e asociedade, para verificar as possibilidades de uso e propor alternativas de intervenção,que assegurem estabilidade ao território.São poucas as paisagens que não tem a intervenção do homem. Segundo MirandaMagnoli, a paisagem é o resultado de um processo dinâmico entre os processos sociais -econômicos, culturais e políticos - e os processos naturais (MAGNOLI, 1982).

Este trabalho pretende, mais do que realizar um projeto no campo da Paisagem,incentivar a reflexão sobre o desenvolvimento das cidades brasileiras e o impacto geradopela ação do homem sobre o meio ambiente, estimulando a discussão sobre impactosambientais, planejamento das cidades e o projeto dos parques urbanos.

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O projeto desenvolvido é o de Recuperação Paisagística da área de Extração de areia da Fazenda Itaporanga, da cidade de SãoCarlos - SP.A atividade extrativa nessa fazenda foi iniciada em 1976, e a previsão de término é para o ano de 2010.Para que ocorra uma atividade de mineração é exigido o EIA - Estudo de Impacto Ambiental, e o RIMA - Relatório de ImpactoAmbiental. Esses relatórios, da Política Nacional do Meio Ambiente, exigem para o Estudo de Impacto Ambiental um projetopaisagístico como uma das ações compensatórias ou medidas mitigadoras desses estudos.O projeto de recuperação de áreas degradadas está no campo de atuação do planejamento da Paisagem, que para ser realizadodeve considerar todos os elementos geo-bio-físicos e as estruturas sócio-econômicas que compõem a área.

Imagem: Área de extração de areia

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5 A Paisagem7 Espaço,Lugar, Território9 Urbano / Rural11 Conscientização ecológica13 O urbano : São Carlos17 A área de intervenção : transição27 Impacto ambiental30 Recuperação Paisagística36 Elaboração projetual39 Transformação da Paisagem58 A formação do parque87 Concepção dos percursos103 Contenção do talude principal111 O Parque dos Lençóis113 Mapas de localização115 As infraestruturas no Parque132 Noturno no Parque139 O Parque em imagens144 Bibliografia

Imagens:Malealea, Losotho. África. Montain KingdomBolívia. Vulcão IlicanncaburMassachusetts - cape cod National SeashoreBiei Hokkaido, Japão. Gleba cultivada

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GEMNo seu ensaio “La Philosophie du paysage”, publicado em 1913 , Gerge Simmel questiona o “curioso

processo mental” nos quais inúmeros objetos reunidos em um pedaço de terra são descritos como“uma paisagem”. Para Simmel, as sensações e os sentimentos que certos ambientes nos trazempode ser o motivo dessa denominação. Porém é difícil ter uma apreensão da paisagem, já que oselementos naturais ou artificiais que ocupam um determinado lugar não nos dão a noçãocompleta do termo. É somente quando as impressões e sensações imediatas e iniciais retrocedemque alcançamos uma dimensão espiritual, e é nesse momento que a paisagem é revelada. “Ver” oque chamamos de “paisagem” não é suficiente para uma compreensão do todo, pois para isso énecessário um vai-e-vém entre a realidade percebida e a dimensão espiritual.

“Le paysage est une construction mentale que la géographie seule ne peut libérer. Il s'imprègne deculture autant qu'il exprime une certaine idée de la nature. (...)”

1 - Extraído do editorial da Revue L'Architecture d'aujourd'hui, no 363, mars-avril 2006.2 - Revue Urbanisme. Dossier: “Paysages, territoires et cultures”, no 284. Septembre Octobre 1995. Pág. 54

Trad: “A paisagem é uma construção mental que a geografia sozinha não pode liberar. Ela se impregna tanto de culturaquanto exprime uma certa idéia da natureza. (...) “

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A paisagem carrega, de um jeito ou de outro, uma ordem monumental. Talvezisso seja devido ao fato de que nossa apreensão de ambiente deriva de umideal de beleza erigido pela pintura da paisagem, pela poesia, pelo cinema,pelas propagandas, entre outros, o que condiciona nossa visão e nossaconcepção de paisagem.Porém, além da questão monumental, a paisagem fala de um território, queexiste apenas pela apropriação de um espaço, naquele onde a paisagem foio resultado dinâmico de processos sociais econômicos, culturais e políticos eos processos naturais. Devido a isso podemos dizer que a paisagem é umlugar em constante evolução, e é resultado da junção, no tempo e no

espaço, do homem e do seu ambiente. (MAGNOLI, 1982) .A paisagem é também a expressão de uma sociedade, reveladora de seuscostumes e questões sociais. Cada paisagem corresponde a uma maneirade viver a organização das cidades e dos territórios, e a paisagem designatanto a realidade dos materiais naturais quanto do resultado da ação dohomem, consolidados com todas as questões da realidade sensível, dapercepção, da cultura, do estético, do mental.

“Compreender a paisagem é reconhecer a dialética social que se processaentre todas as instâncias sociais, não apenas entre economia (estrutura) e

cultura-ideologia e política (superestrutura)”. (MAGNOLI, 1982).

3 - “Por um paisagismo crítico: uma leitura sobre a contribuição de Miranda Magnoli para aampliação do corpus disciplinar do Paisagismo”, em: Paisagem e Ambiente / Universidade deSão Paulo, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo. No 21 especial Miranda Magnoli.

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Imagem: Alberta, Canadá

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As noções de Espaço, Lugar e Território são conceitos que norteiam o pensamento da paisagem.Hoje a idéia que temos da palavra “espaço” coloca o termo num sentido desqualificado oupouco qualificável, devido ao enorme uso que a palavra é colocada atualmente. Neste trabalhoo “espaço” será colocado no seu sentido geográfico, ou seja, como uma categoria fundante dageografia.

Anexo ao conceito de espaço estão os conceitos de lugar, paisagem e território. SegundoMagnoli, “toda paisagem é parte do espaço total, mas nem todo espaço está contido em umapaisagem. O espaço encerra uma totalidade social e geográfica, a paisagem é um recorte,uma particularidade” (MAGNOLI, 2006:59) . O espaço então é a totalidade, e não énecessariamente um processo contínuo. Já a paisagem é uma noção fluida, contínua.

O espaço, tratando-se de um sistema complexo e de um termo abstrato, é reflexo do momentohistórico em que se vive, e as suas características físicas e simbólicas dependem das relaçõesprincipalmente sociais que se dão nele.

Da necessidade de se organizar e dividir o espaço, nasce o termo território, ou espaçogeográfico. Esse é um processo histórico, e é carregado de significados, reproduzindo asociedade que nele vive. O território seria então um espaço de vivência e convivência, e éinfluenciado por questões culturais, intelectuais e sensoriais, modificando-se e tornando-se único.

Dentro do território, cada espaço urbano que se reconhece por seus moradores como um“território vivido”, ou seja, adquire identidade, é colocado como um “lugar”, já que passa a serdotado de história, identidade e inter-relações.

A paisagem é um reflexo das impressões, relações e transformações que ocorrem ao longo dotempo em um lugar.

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Imagem: Iceland. Reykjavik. Hafnarfjordur. Fonte: Arctic Images.

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Outra noção importante a ser discutida é a noção de espaço livre. A conceituação mais utilizada de espaço livre é a quecoloca este como livre de edificação ou urbanização. Desse modo, o projeto das áreas livres pode tanto ocorrer nosprojetos e planos urbanos como também ocorrer no âmbito do planejamento regional.

“Os espaços livres assim compreendidos são não apenas os jardins, parques e praças, mas todos os espaços livres urbanos -avenidas, ruas e seus passeios, orlas de rios e mares, corpos d’água como lagos e reservatórios, entre outros, quintais e pátiosdescobertos - e os espaços externos aos tecidos urbanos - as matas, campos cultiváveis, etc. Evidentemente, alguns desses espaçossão mais comumente tratados paisagisticamente, porém o que se coloca é a potencialidade de manejar-se a paisagem, seusespaços livres, de forma mais sistêmica, compreendendo os diferentes papéis que tais espaços podem oferecer: das áreas deconvívio público, às áreas de proteção ambiental, dos jardins privados ao entendimento do sistema viário como parte integrantetambém do sistema de espaços livres de uma cidade ou região com várias potencialidades cênicas, ambientais e apropriações

públicas diversas.” (QUEIROGA, 2006) .3

Imagem referência: Projeto para a restruturação da RD - 173 - Lillebonne, França. Arquitetos Marc Bigarnet, Frédéric Bonnet, Marie Clément, Philippe Villien.

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O conceito de paisagem trata do espaçocomo um todo, sem tratar de maneiraseparada o campo da cidade, já que nãoexiste uma real delimitação entre essasáreas, apenas delimitações colocadas pelohomem. A paisagem é um estudo em escalaregional, pois discute as relações quasesempre conflituosas entre a natureza e asociedade.

Os planos diretores normalmente definem aszonas urbanizadas, destacando acessos àcidade, diferenciando áreas rurais e urbanas,entre outros. Porém o meio urbano estásempre em constante evolução, efrequentemente a cidade avança sobre ocampo.

Nessa perspectiva, surgem as chamadas“áreas de transição” (embora este não sejaum termo adequado para a denominaçãodesses espaços, já que não existe umaseparação entre as paisagens) entre o meiourbano e o meio rural, áreas estas que devemser devidamente pensadas, levantando aspossibilidades de uso desse território epropondo alternativas de intervenção paraassegurar a estabilidade ambiental doespaço como um todo.

Imagem: Orebro Narke, Suiça.

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Brasil - Ribeirão Preto - Plantação de cana de açucar.Fotógrafo: Edu Lyra.

China - Província de Guangxi. Terraços de arroz.Fotógrafo: Robert Hardin.

Espanha - La rioja: San Vicente de la Sonsierra.Fotógrafo: David Madison.

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Segundo LEITE (1992:80) , “As formas da paisagem são resultado do equilíbrio entre múltiplas forças e processos temporais eespaciais. Em certa medida, a paisagem é um reflexo da visão social do sistema produtivo e transforma-se, ou desaparece, sempreque as teorias, as filosofias e necessidades que a criaram não são mais reais ou auto-evidentes”.

Uma das mudanças mais significativas para o estudo da paisagem deveu-se à conscientização ecológica. A questão ambientalassumiu importância mundial na ocasião da conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, em Estocolmo, 1972. Esseinício de conscientização gerou uma nova forma de se ver tanto a cidade quanto o meio natural, e contribuiu para conceber umnovo comportamento social frente ao meio ambiente.

Fala-se muito também no conceito de “sustentabilidade”, que surgiu devido à impossibilidade de renovação de alguns recursosnaturais, e da vontade de se desenvolver um planejamento racional dos espaços, que contemple não só as questões físico-territoriais, econômicas e sociais como também as questões ecológicas.

4 - LEITE, Maria Ângela F. P. em : Novos valores: destruição ou desconstrução” São Paulo, 1992. Tese (Doutorado) Fau USP, em: Paisagem e Ambiente/ Universidadede São Paulo, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo. São Paulo, FAU, no 8. (1995). Pág. 80 à 103.

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Imagem: http://www.bcsdportugal.org

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O termo “sustentável” contempla o ambiente na sua concepção mais ampla, compreendendo tanto a natureza física, biológicaquanto a social. A Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNMAD) da Organização das Nações Unidas(ONU), em seu relatório “O Nosso Futuro Comum”, de 1987, define o termo Desenvolvimento sustentável como sendo odesenvolvimento social, econômico e cultural que atende às buscas do presente sem comprometer as necessidades das geraçõesfuturas, nem tampouco os ecossistemas e os recursos naturais disponíveis.

No contexto histórico em que vivemos, no qual a globalização está longe de permitir uma eqüitativa melhoria da qualidade de vidada população em geral, a questão ambiental se apresenta também como um dos desafios atuais. A questão ambiental tornou-seuma preocupação permanente entre todas as áreas do conhecimento, constituída por diversas dimensões interdependentes sobreas quais debruçam governos, pesquisadores, empresas, instituições e organizações não-governamentais.

Todas essas preocupações levam à discussão da conscientização, informação e participação da população, que é o trabalhodesenvolvido pela educação ambiental.

Quando falamos do papel da educação ambiental, estamos considerando a educação como um processo de intervenção nascondições sociais, que tem uma função transformadora. A educação ambiental é uma educação política que visa à construçãoda cidadania, e não se baseia apenas em conhecimentos de ecologia, mas também à uma estratégia mais ampla de ensino ereflexão sobre assuntos como: o consumo desenfreado, o desperdício dos recursos naturais, a necessidade da sustentabilidadepara as gerações futuras, entre outros. Assim sendo, a educação ambiental exige uma participação de toda a sociedade, desde aelite acadêmica à população em geral, como agentes sociais transformadores de uma nova realidade.

O processo de planejamento da paisagem e do meio urbano deve propiciar a geração de espaços flexíveis, que contemplemconceitos ambientais amplos, adequando-se ao tempo, ao lugar e às pessoas. Esse planejamento contempla o equilíbrio entre osrecursos disponíveis e o desenvolvimento urbano. Devido à isso a importância de se pensar as “áreas de transição”, de futuraexpansão do meio urbano rumo ao meio rural.

Em particular, este trabalho será realizado em uma dessas “área de transição”, que está localizada a sudoeste do município de SãoCarlos, delimitada ao sul pela Rodovia Luiz Augusto de Oliveira, que liga o município de São Carlos ao município de Ribeirão Bonito.

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O município de São Carlos -SP está na parte centro-oriental do Estado de São Paulo. Ao Norte faz divisa com o município deDescalvado, ao Sul com os municípios de Analândia e Brotas, à Leste com os municípios de Pirassununga e Leme e à oeste com osmunicípios de Ibaté e Ribeirão Bonito.

São Carlos é uma cidade de porte médio, com 210.841 habitantes (IBGE, 2004) cuja economia volta-se principalmente para aprestação de serviços educacionais e tecnológicos, e que hoje é considerada um dos pólos de tecnologia do Estado de São Paulo.A classificação da cidade como pólo de tecnologia é devido às numerosas pesquisas conduzidas por suas forte área acadêmica.A cidade conta com duas universidades públicas, a USP (Universidade de São Paulo) e a UFSCar (Universidade Federal de São Carlos)e duas universidades particulares, a UNICEP (Centro Universitário Central Paulista) e a FADISC (Faculdades Integradas de São Carlos)

No âmbito tecnológico, a cidade abriga dois centros de pesquisa, a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e umafundação de alta tecnologia, o Parqtec (parque de Alta Tecnologia de São Carlos) e apresenta ainda diversas empresasmultinacionais, como a Alcoa (alumínio) e a Tecumseg (compressores para refrigeração e ar condicionado).

Área UrbanaLocalização do Projeto

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Fazenda ItaporangaArea a ser recuperada:= 1003575,12 m= 100, 36 ha= 248 acres

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Município de São Carlos - SP

Área Total: 1140.9km 100.0%Área Rural: 1073.65km 94.1%Área Urbana: 67.25km 5.9%

Fonte: IBGE 2000

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Localização da área de projetoRodovias de acesso

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No Plano Diretor elaborado pela Prefeitura de São Carlosem 2005, o município foi dividido em zonas para a suacaracterização.A área de intervenção localiza-se na Zona 7, caracterizadacomo de uso predominantemente agrícola.Essa área foi condicionada pelo plano diretor de maneira aevitar os usos urbanos e o adensamento populacional, quecomprometerão as suas características originais, de umaregião com potencial para lazer e turismo, pela presençade chácaras de recreio, cachoeiras, propriedadeshistóricas entre outros.A zona 7, portanto, foi classificada como uma AEI (Área deEspecial Interesse) Turístico, Histórico e Ecológico.

Além disso, devido às suas características tanto físicasquanto sociais, o Plano Diretor classificou a região ondeeste projeto se encontra como parte da Zona deRecuperação e Ocupação Condicionada, pois a áreaapresenta córregos assoreados, inúmeros assentamentosproblemáticos em encostras, áreas isoladas e solos frágeis,infra-estrutura precária, irregularidades urbanísticas efundiárias e concentração de população de baixa renda.(Plano Diretor de São Carlos - 2005).

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Zonas 7 : Uso Predominantemente Agrícola.

AEI Turístico, Histórico e Ecológico

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Fonte: Plano Diretor da cidade de São Carlos2005 15

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A cidade de São Carlos, apesar de ser idealizada como a “Capital da Tecnologia”, é ainda uma cidade com inúmeros problemassociais, econômicos e ambientais, e apesar da disponibilidade de recursos tecnológicos e científicos ocasionados pelos seuscentros especializados, esses recursos são apenas parcialmente aplicados na cidade.São Carlos, como todas as outras cidades brasileiras, sofreu com uma expansão descontínua e fragmentada em seu território, o queocasionou tanto uma fragmentação e segregação social quanto a dispersão da população em áreas desqualificadas para aexpansão urbana.

A cidade se urbanizou a partir do padrão comumente chamado centro-periferia (CALDEIRA, 2003), que dispersou a população noespaço urbano: as classes média e alta ocupavam os bairros centrais, bem equipados e atendidos, e a população pobre vivendonos bairros da periferia, comumente em condições precárias.

A expansão da cidade resultou em uma periferia cuja ocupação foi rápida e desordenada. Essa expansão ocorreu principalmentena década de 70 e nos anos 80 e 90, com a formação de loteamentos mais distantes e periféricos ao tecido urbano existente. Nesseâmbito pode-se analisar o loteamento Cidade Aracy, que foi aprovado pela ASPLA Assessoria de Planejamento Municipal daPrefeitura Municipal de São Carlos, em 30/09/1983, e o Antenor Garcia, cuja regularização data de 1997.

Ambos os loteamentos são totalmente desarticulados do tecido existente e desprovido de infra-estrutura e serviços urbanos.

Além disso, os loteamentos não foram corretamente implantados, o traçado, arruamento é inadequado devido às característicastopográficas e geológicas da área, que possui alta declividade e um tipo de solo que é suscetível à erosão. A malha do loteamentoé ortogonal, e não foram dadas prioridades para áreas verdes e de recreação/lazer. O traçado das ruas do bairro tem sua drenagemorientada completamente para o córrego da Água Quente, o que ocasiona inúmeros problemas de erosão na área.

A área de projeto está localizada ao lado dos bairros Antenor Garcia e Cidade Aracy, imediatamente ao lado da faixa que “separa”a área urbana da área rural.

A área de intervenção: transição

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Cidade Aracy

Antenor Garcia

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Fonte: Plano Diretor de São Carlos - SP2005

Toda essa região dos bairros e da área de intervençãopode ser considerada como inadequada para oassentamento urbano, devido às característicasgeológicas da área.

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ãoCaracterísticas Geo-físicas da área de intervenção

Segundo a divisão geomorfológica do Estado de São Paulo (IPT 0 1981),São Carlos localiza-se no Planalto denominado “Cuestas Basálticas”. OPlanaldo de São Carlos apresenta como altitude média de topo entre 850e 780 metros. (Fonte: FAZANO, 2001:94)São Carlos encontra-se na Bacia Sedimentar do Paraná, que preenchetoda a faixa centro-oeste do Estado de São Paulo. Essa Bacia épreenchida por rochas sedimentares vulcânicas de idades que variam doPaleozóico Inferior até o Cenozóico.O município de São Carlos situa-se sobre as rochas do Grupo São Bento,constituídas essencialmente pelos derrames de efusivas Basálticas(Formação Serra Geral) e os arenitos das Formações Botucatu ePirambóia circundados por extensas áreas de arenitos da formaçãoBauru. (FAZANO, 2001:96)A Formação Botucatu apresenta arenitos finos e médios, uniformes, degrãos foscos e de alta esfericidade, avermelhados, com estratificaçãocruzada tangencial de médio a grande porte.A formação Bauru apresenta arenitos argilosos de coloração marrom-avermelhada, com alguns níveis argilosos e espessuras de no máximo40m.A formação Pirambóia apresenta arenitos finos e médios, com coresavermelhadas, sítico-argilosos, com estratificações cruzadas de pequenoa médio porte. Os depósitos são considerados de origem fluvial e deplanícia de inundação.

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A área de intervenção fica sobre a formaçãoBotucatu, e é composta em grande parte deAreias Quartzosas, que são altamentepermeáveis. Porém também podem serencontrados latossolos na área, que segundoFazano (2001) se assentam sobre blocosdesarticulados de arenito metamorfizado eque, sem a proteção da cobertura vegetal,to rnam-se a l tamente propensos adesmoronamentos.

A área de Projeto e o seu entorno imediato,então, apresenta os solos:

solo mineral, não hidromórfico, com horizonteB Latossólico.

Solos com textura arenosa muito profunda,fase relevo suavemente ondulada. É um solomineral fracamente desenvolvido.

- Latossolo Vermelho Escuro (Lee):

- Areias Quartzosas (Aqa):

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5 - FAZANO, Cinthia B. Proposta de Zoneamento Ambiental. Estudo de caso Bairro Cidade Aracy, São Carlos- SP. Dissertação de mestrado em Engenharia Urbana.UFSCar Universidade Federal de São Carlos. São Carlos, 2001.

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ãoCaracterísticas Geo-físicas da área de intervenção

Plano Diretor 2005

Pedologia dos Solos

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Características Geo-físicas da área de intervenção

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Hipsometria

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Características Geo-físicas da área de intervenção

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Fonte da Imagem:PONS, N. A. D. Levantamento e Diagnóstico Geológico-Geotécnico de áreas degradadasda cidade de São Carlos SP, com auxílio de Geoprocessamento. EESC - USP. São Carlos, 2006.

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Características Geo-físicas da área de intervenção

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Macro-Bacias

O município de São Carlos está localizado nas macro-bacias hidrográficas Mogi-Guaçu e Tietê-Jacaré. A áreaurbana está localizada quase que totalmente na Macro-Bacia Tietê-Jacaré, porém a expansão da cidade nosentido Norte já ultrapassou a região dessa macro-bacia.

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ãoCaracterísticas Geo-físicas da área de intervenção

Micro-Bacias

As Macro-Bacias são divididas em sub-bacias, que foramdistinguidas e separadas considerando o seu curso d’águaprincipal. De tal maneira, as Macro-Bacias originaram asseguintes Micro-Bacias:

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A área de projeto, então, localiza-se na Micro-Bacia do Ribeirão Monjolinho, afluente do rio Jacaré-Guaçu, que por sua vez é afluentedo rio Tietê.

O Bairro Cidade Aracy situa-se uma parte na sub-bacia hidrográfica do Córrego da Água Quente e outra parte na sub-baciahidrográfica do Córrego da Água Fria. A área de intervenção na Fazenda Itaporanga situa-se entre o Córrego da Água Fria e oCórrego Itaporanga.

Ambos os Córregos apresentam graves problemas ambientais, como assoreamento, lançamento de esgoto nos corpos d’água eerosão do solo. Há hoje em andamento um projeto de recuperação da sub-bacia do Córrego da Água Quente, porém esse projetonão abranje o Córrego da Água Fria, que embora não haja muita divulgação pela municipalidade da sua situação ambiental atual,ele apresenta os mesmos problemas ambientais que o Córrego da Água Quente. Infelizmente ainda não foi feito nenhum projeto derecuperação desse Córrego, mas ambas as situações dos Córregos são de extrema urgência e precisam de medidas imediataspara conter o processo de degradação que eles se encontram.

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Os impactos ambientais ocasionados pelo desmatamento são diversos, tais como alterações climáticas, erosão do solo,assoreamento de recursos hídricos, redução da infiltração da água, danos à flora e à fauna, empobrecimento do solo, aumento doescoamento de água e inundações.O movimento de terra, como por exemplo a extração excessiva de areia, causa uma alteração na drenagem das águas, umprocesso intenso de erosão do solo e o assoreamento dos recursos hídricos.

5 - FAZANO, Cinthia B. Proposta de Zoneamento Ambiental. Estudo de caso Bairro Cidade Aracy, São Carlos- SP. Dissertação de mestrado em Engenharia Urbana.UFSCar Universidade Federal de São Carlos. São Carlos, 2001.6 - PONS, Nivea A. D. Levantamento e Diagnóstico Geológico-Geotécnico de áreas degradadas da cidade de São Carlos SP, com auxílio de Geoprocessamento.EESC - USP. São Carlos, 2006.

A atividade de extração de areia é uma atividade geradora de impacto ambiental, e por isso é devidamente regularizada e vistoradapelo CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente.

Segundo a resolução 01/86 do CONAMA, impacto ambiental é toda e qualquer “alteração das propriedades químicas, biológicas,físicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas” (Artigos 1º e 2º daResolução, retirados da tese de FAZANO, 2001) .5

Imagem: Bairro Cidade Aracy. Rede de drenagem de esgoto domésticorompida, provocando a contaminação do solo e a instabilização doprocesso de controle de erosão. Fonte: PONS (2006:159) .

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Imagem: Bairro Cidade Aracy. Boçoroca causada pelo escoamento superficial daságuas pluviais em local com alta declividade. Fonte: PONS (2006:160) .

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Existem legislações tanto locais quantoestaduais e federais sobre Políticas noMeio Ambiente, como por exemplo aLei Federal no 6.938/81 (de agosto de1981), da Política Nacional do MeioAmbiente (PNMA):

“A Política Nacional do MeioAmbiente tem por objet ivo apreservação, melhoria e recuperaçãoda qualidade ambiental propícia àvida, visando assegurar, no País,condições ao desenvolvimento sócio-econômico, aos interesses dasegurança nacional e à proteção dadignidade da vida humana (...)”.

- AIA Avaliação de Impacto Ambiental.

- Zoneamento Ambiental.

- Licenciamento Ambiental : licençaprévia, licença de instalação (EIA/RIMA)e licença de operação.

Artigo 2º:

Instrumentos da Política Nacional do

Meio Ambiente:

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Para a regularização da extração de areia, são exigidos os licenciamentosambientais. O EIA, estudo de impacto ambiental, exige um projeto paisagísticocomo uma das ações compensatórias ou medidas mitigadoras desses estudos. Oprojeto paisagístico exige uma equipe multidisciplinar, e devem ser consideradostodos os elementos geobiofísicos e as estruturas sócio-econômicas que compõem aárea.

Logo, o planejamento ambiental não pode ser feito a partir de uma leitura estáticado ambiente, ele deve compreender os processos continuados que resultaram naapropriação dos recursos naturais, na perspectiva do desenvolvimento humano.

O estado atual de um ambiente não é o produto de impactos individuaisindependentes, desconectados do passado ou do futuro. Pelo contrário, o estadoatual de uma paisagem é conseqüência das ações e efeitos combinados entre si,que ocorreram em um determinado tempo ou continuam a ocorrer, e que acabampor determinar o quadro da paisagem, em termos da sua conservação oudegradação.

“O objetivo do planejamento ambiental é estabelecer normas para territórioscomplexos e, para tanto, ele precisa estar suficientemente ligado à realidade emseus múltiplos aspectos” (SANTOS, 2004:72) .7

7 - SANTOS, Rozeli Ferreira dos. Planejamento Ambiental: teoria e prática. São Paulo: Oficina de textos, 2004.

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“No seu procedimento de encontrar situações paisagísticas capazes de compensar os inevitáveis impactos de qualquer projeto dedesenvolvimento, o objetivo final a atingir será o de recriar os ecossistemas destruídos, da paisagem natural atingida. É evidente querecriar um ecossistema é impossível, uma vez que, mesmo num processo de regeneração natural, as atuais situaçõesmorfoclimáticas conduziram a situações climaces distintas daquelas em que, há cerca de 4.000 anos, no Holoceno, osecossistemas se estabilizaram”. (CHACEL, 2001:23) .8

A lavra a céu aberto, que é a que ocorre na área de extração de areia da Fazenda Itaporanga, é a que gera maiorimpacto ambiental, pois produz grande quantidade de estéril, além de poeira, ruído, vibrações e poluição das águas(PONS, 2006) .6

8 - CHACEL, Fernando. Paisagismo e Ecogênese. Rio de Janeiro, Editora Fraiha, 2001.

Fotografias da área. Imagem da autora.

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aO plano de Recuperação Paisagística parte do princípio de que a Recuperação está associada à idéia de que o local sejatrabalhado de modo a recriar condições ambientais adequadas, proporcionando um equilíbrio ambiental.

Segundo Bastos (2005) existe uma diversidade de soluções para recuperar uma área ambientalmente degradada. O autor divide aRecuperação Paisagística nos termos restauração, reabilitação e reconversão.

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9 - BASTOS, M e AZEVEDO E SILVA, I. Uma diversidade de soluções para a reconversão, reabilitação e recuperação Paisagística de Pedreiras. Visa Consultores.Disponível em: <www.visaconsultores.com/pdf/Enc_OE_2005_MBIS_artigo2.pdf> visualizado em março de 2007.

Reabilitação :

Reconversão :

Pressupõe a recuperação das funções e processos naturais dentro do contexto da perturbação.

Visa uma utilização do espaço afetado para outros usos, distintos dos originais, não obrigando, necessariamente, à revegetação daárea. A reconversão é limitada por 2 aspectos: a inexistência de usos futuros para os espaços e a inexistência de expectativasconcretas futuras para a área.

Enchimento quase completo Enchimento reduzido Enchimento parcial

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Restauração :Devolver o estado original, removendo a causa de degradação. Esse processo sóse justifica se existirem meios de restabelecer a morfologia, a qualidade dos solosanterior, pois é um procedimento com um custo elevado. Revegetação erenivelamento da área.

Renivelamento da área.

Enchimento mínimo (manutenção) Ausência de enchimento (abandono controlado)

Os procedimentos e atividades que envolvem a recuperação de áreas degradadas por mineração são variados, mas de umamaneira geral, o processo é identificar e avaliar preliminarmente a área degradada, fazer o planejamento da recuperação, comuma avaliação mais detalhada e completa da degradação, e execução do plano de recuperação elaborado. Após isso deve serfeito o monitoramento e manutenção da área.

Na Fazenda Itaporanga algumas áreas já foram recuperadas pelos mineradores. Essas áreas tiveram um enchimendo parcial,renivelando as áreas mineradas. As outras áreas que serão recuperadas nesse projeto terão áreas com enchimento mínimo e áreacom ausência de enchimento. Ambos os procedimentos exigem uma manutenção da área para que não ocorramdesmoronamentos.

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aExistem várias maneiras de se evitar a erosão do solo em áreas expostas e de declividade alta. Neste projeto são utilizadas técnicasda bioengenharia dos solos, que auxilia não só na contenção do solo como também na recuperação da sua qualidade.

Além disso, essas técnicas correspondem a um dos procedimentos indicados para a recuperação de áreas extrativas, e para ocontrole de erosão em escarpas e taludes.

São técnicas que consistem em utilizar elementos biologicamente ativos em obras de estabilização do solo. Esses elementos são:vegetação, conjugados a elementos inertes como rochas, concreto, madeira, ligas metálicas, polímeros naturais, entre outros.

Outro ponto interessante para a utilização das técnicas da bioengenharia dos solos para este trabalho é devido ao fato de que estasrequerem uma boa quantia de mão de obra, de menor qualificação técnica, exigem pouco maquinário, e aproveitam materiaisnaturais presentes na área, o que reduz os custos de transporte, além de gerar inúmeros benefícios locais.

Outra vantagem é que as técnicas auxiliam na criação de nichos ecológicos, o que melhora a qualidade das águas e da paisagemcriada.

Para o bom funcionamento das estruturas criadas pela bioengenharia dos solos é preciso uma boa escolha das espécies vegetaisutilizadas, pois estas constituem a estrutura principal das escarpas ou taludes. Por isso as espécies têm que ter boa resistência ecapacidade de consolidar o solo. São plantadas estacas vivas e plantas com raiz desenvolvida para criar essas estruturas, que alémde executarem a drenagem do terreno aumentam a sua coesão e diminuem a sua mobilidade. Assim é criada uma “comunidade”vegetal com características da respectiva área, e leva-se em conta a sucessão natural das espécies.

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Fonte das imagens:FREITAS, A. R. M. Proposta de Requalificação Biofísica e Paisagística de um talude num percurso do Parque Nacional do Vesúvio com técnicas da EngenhariaBiofísica. Universidade de Évora Portugal, 2006. Trabalho de fim de curso de Engenharia Biofísica.

A utilização de estacas e troncos de madeira, juntamentecom a utilização de espécies vegetais específicas para acontenção do solo, corresponde à uma das técnicas maisutilizadas da bioengenharia dos solos.

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aAtravés da utilização dessas técnicas, juntamente com a escolha correta dasespécies vegetais, o projeto de contenção da área de extração de areia é realizado.Também foram também selecionadas espécies vegetais que melhor se adequassemàs condições climáticas e geológicas da área.

Além disso, a área da Fazenda apresenta a vantagem de ter em seu território hojeplantadas centenas de eucaliptos, e estes terão o seu uso reconvertido para acontenção do solo e para a criação de um Parque Ecológico, objetivo final darecuperação da área.

O motivo da implantação de um parque é devido ao fato de que a cidade de SãoCarlos apresenta poucas áreas livres que possam ser definidas como Parques. Entreelas, podem-se destacar: o Parque Ecológico, a pista de saúde da UFSCar, o HortoFlorestal, e o Parque Eco-esportivo do Damha. Este último está localizado na Fazendado Urso, e é um empreendimento de condomínios fechados, o que potencializa aafirmação de Kliass e Magnoli, de que nós

(KLIASSe MAGNOLI, 1969:247) .

No sentido da recreação, a falta de atuação do poder público junto a bairros eloteamentos que abrigam grupos sociais de menor poder aquisitivo é visível, e asáreas recreativas criadas muitas vezes não são devidamente planejadas, tanto nosentido recreativo quanto ambiental. Isso ocorre nos bairros Cidade Aracy e AntenorGarcia.

Ainda segundo Kliass e Magnoli:

“vemos o verde, a piscina, o espaçoequipado para jogos e esporte, como bens de luxo, acessíveis a uma minoria.”

3

“a recreação não é um elemento supérfluo na vida urbana, pois dela depende oequilíbrio das outras atividades e não se trata de luxo, mas de necessidade (...) “.(KLIASS e MAGNOLI, 1969:248) .3

Imagem: Parque La Plage, Montréal. Canadá.

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Parques existentes2007

Sistema de áreas verdes

Parques existentesPedreirasExtrações de areiaÁrea de Projeto

Síntese do Sistema de Parques Públicos. São Carlos - SP

Projeto Luis A. Spinoza S. TGI 2007

Projeto Márcia B. Pizzi TGI 2006

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Segundo Leatherbarrow , a singularidade dos projetos atuais para a paisagem levamem consideração o que podemos chamar de hipótese de dois mundos, que é a idéiaque os terrenos naturais e artificiais pertencem à categorias opostas, que as paisagensfabricadas são radicalmente diferentes daquelas que se formam de maneiraespontânea.

Na teoria contemporânea evidentemente essa distinção é problemática, e aspaisagens contemporâneas não tendem mais a oferecer apenas imagens, mas simbuscar efeitos, que não revelam a forma e sim o aspecto visível do uso.

Leatherbarrow, quando comentou sobre o termo “landscape”, falou sobre o termo“land” (terreno): O autor comenta de que, de início, o terreno era considerado comoinerte ou estático, e também como uma propriedade. Já a terra, a água, o céu e avegetação sempre foram considerados como processos vivos, onde a principalcaracterística é de que eles se desenvolvem, se modificam.

A tendência contemporânea é de negar o terreno como uma simples propriedade,estático, e assumir que ele tem marcas temporais visíveis. O terreno deve ser vistocomo uma entidade dinâmica que, como a natureza, se desenvolve e se modificacom o tempo.

Esse é o grande conceito que norteia a intervenção, a tendência de um território de semodificar ao longo do tempo, devido tanto a fatores naturais quanto da ação dohomem.

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9 - L'Architecture d'aujourd'hui, Praticly Natural. David Leatherbarrow. N. 363. mars-avril 2006.Imagem: Pascal Cribier. Provence, França.

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A temporalidade é colocada como um dos fenômenos responsáveis pela paisagem atual. O território é formado por umajustaposição de momentos históricos, justaposição de intervenções humanas. A área de projeto se modificou de diversas maneirasao longo do tempo: Inicialmente era uma paisagem de cerrado, onde o terreno tinha uma inclinação suave. A primeiratransformação foi a partir da economia rural, e o terreno perdeu grande parte da sua vegetação nativa e transformou-se em área depastagem.

A partir dos anos 60 começaram as extrações, que se iniciaram próximo ao leito do córrego. A partir de 1976 começa a extração deareia na área. Esse processo foi se consolidando ao longo dos anos, e compreende-se que inicialmente a extração não eradevidamente fiscalizada, pois a legislação ambiental só surgiu na década de 80.

O terreno foi se modificando, e a extração de areia foi se expandindo no território da fazenda, com o requerimento de novas áreas deextração, e a compra de outras glebas vizinhas para ampliar a fazenda e consequentemente a área de mineração.

A definição de “tempo”em diversas categorias de análise:

Tempo

A noção de tempo na meteorologia:

A noção de tempo na física:

A noção de tempo na música:

Temporal:Temporalidade:

: A sucessão dos anos, dos dias, das horas, etc, que envolve, para o homem, a noção de presente, passado e futuro. O tempoé um meio contínuo e indefinido no qual os acontecimentos parecem suceder-se em momentos irreversíveis.

Tempo: Condições meteorológicas. “O tempo está bom”.

Tempo: Coordenada que, juntamente com as coordenadas espaciais, é necessária para localizar univocamente uma ocorrênciafísica.

Tempo: cada uma das partes, em andamentos diferentes, em que se dividem certas peças musicais, como a sonata, a suíte, oquarteto, etc. Movimento, andamento.

relativo a tempo, temporário. Temporâneo.qualidade de temporal.

Fonte: AURELIO, Novo Dicionário Aurélio da Lingua Portuguesa.

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Simultaneamente ao processo deextração é feito o tratamento doestéril da extração. Depois delavradas, as áreas são reniveladase revegetadas.

Na fazenda existem áreas que jáforam tratadas, e receberamcomo vegetação eucaliptos. Esseprocesso foi iniciado em 2002.

Hoje a extração de areia na áreaestá em fase terminal, osproprietários estão aguardando aúltima área de lavra a serautorizada, para depois encerraro processo na área e requalificara área como um todo.

Na questão da temporalidade,podem-se destacar os seguintesmomentos: cerrado, extração noleito, ausência de coberturavegetal para pastoreio, extraçãode areia e exposição do solo,renivelamento, revegetação.

Imagens das áreas já recuperadas Imagens das áreas expostas

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Diretrizes Projetuais

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A situação problemática que o Córrego da Água Fria se encontra hojerequer estratégias complementares de projetos ambientais, de modoa minimizar e/ou solucionar a situação.

Neste trabalho apenas expõe-se a situação, com o intúito de quepossam surgir propostas pelos órgãos públicos no sentido de umarecuperação dos córregos e um tratamento de esgoto alternativo paraa área

Paralelamente à isso deve ser feito um trabalho de informação àpopulação do entorno sobre as condições atuais de poluição docórrego da Água Fria, apontando os problemas de saúde advindos dautilização desta água, e buscando encontrar soluções em conjuntocom a população.

Salienta-se que hoje o Córrego é utilizado pela população local comoárea de lazer, para banhos e pescas, principalmente nos fins desemana. Essa utilização é feita principalmente pelas crianças, que vãoaté o Córrego por um percurso alternativo criado por eles mesmos, queatravessa as fazendas da área até chegar em uma roda d’águapresente no córrego. Essa roda d’água encontra-se afastada da áreade projeto, porém salienta-se a falta de áreas públicas recreativasnessa região, e a falta de informação da população das condiçõesambientais do córrego e dos problemas que podem advir da suautilização.

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Cana e Culturas anuais

Vegetação nativa - Cerrado

Vegetação Nativa dispersa

Lençol freático exposto pela extração

Áreas de extração de areia

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mEsse projeto de recuperação paisagística não pretende recuperar apaisagem anterior. Dada a situação atual da área, do terreno e do soloexposto, faz-se uma proposta projetual que não seja uma simples medidapaliativa para amenizar os danos causados pela extração, e sim aproveitar opotencial desse tipo de paisagem, de solo exposto, gerado pela mineração,e que não seja simplesmente renivelar a área e plantar onde está erodido.

O projeto pretende conter a erosão nos pontos mais críticos, fazer um trabalhode contenção dos taludes para que não haja risco de desmoronamento, etrabalhar o terreno de maneira que possam continuar a existir áreas de soloexposto ao longo do parque, assim como áreas onde o lençol freático possaaflorar e áreas onde possa ocorrer um lençol de água adquirido pelas águasdas chuvas.

A característica principal da área em relação ao tipo do solo é a instabilidadeque este gera. O solo instável sofre erosão naturalmente e facilmente, tantopela ação humana quanto pela ação dos ventos e das chuvas. Todo oprocesso da extração indica uma mutabilidade, pois ao mesmo tempo quea areia é retirada há um afloramento do lençol freático, há a água pluvial queprecipita no solo alagando áreas, e assim as modificações verticais ocorremno território.

Os fatores naturais também são responsáveis por grande parte damutabilidade da área. Podemos destacar algumas trocas horizontais queocorrem, como o movimento do vento sobre o solo, ocasionando umamobilidade da areia, a anemocoria (dispersão de sementes pela ação dovento), a modificação da vegetação a partir das diferentes estações do ano,a diferente coloração das espécies vegetais ao longo dos meses, entreoutros.

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mA temporalidade implicou uma série de mudanças ao território, e a proposta é potencializar essa mobilidade da área, trabalhandocom a possibilidade da área de se transformar, de se modificar.

Mobilidade:

Mutabilidade:

(do latim mobiliate) Qualidade ou propriedade do que é móvel ou obedece às leis do movimento. Volubilidade,facilidade de modificar-se ou variar-se.

Qualidade do que está sujeito a mudar / Aptidão para sofre mutações.

Projeto Referência: STOSS LU . Riverside Park. New Bedford. Massachusetts.

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mChacel (2001) fala sobre a ecogênese, que seria uma forma de recriação de paisagens. Essa idéia leva em consideração que pararecriar uma paisagem não podemos pensar que vamos recriar o ecossistema perdido. O ecossistema não se recria, pois a questãotemporal é responsável pela modificação natural dos ecossistemas, e as condições climáticas são diferentes daquelas queoriginaram um ecossistema. Logo, para se recriar uma paisagem, em uma área que foi completamente modificada ao longo dosanos, é necessário criar e não re-criar um ecossistema, porém baseando-o no ecossistema natural. O projeto de recuperaçãopaisagística é muito mais do que um simples trabalho de recuperação estética, é uma busca de adequação paisagística àscondições atuais de um território.

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8 - CHACEL, Fernando. Paisagismo e Ecogênese. Rio de Janeiro, Editora Fraiha, 2001.

Fernando Chacel, Parque da Gleba E.Rio de Janeiro

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mPara a devida adequação do parque à situação da área, foi iniciado um processo de escolha das espécies vegetativas que seriamutilizadas para a arborização do parque, de maneira que estas fossem espécies que melhor se adaptassem ao tipo de soloencontrado e à situação climática da área, além de serem espécies pioneiras que auxiliem na regeneração da área.

O trabalho com a vegetação adequada ocorre não somente com as árvores, mas também com o estrato arbustivo e herbáceo,novamente escolhendo espécies que se adequassem à situação da área, e que também possibilitassem diferentes percepções doambiente.

Também foram propostas misturas entre os diferentes estratos vegetativos presentes no parque, para criar sensações diferenciadasao longo dos percursos. A modificação natural das espécies ao longo do ano também é pensada para proporcionar essassensações diversas, Essa percepção é trabalhada a partir de uma brincadeira com o plantio das espécies, alternando em ummesmo espaço espécies que floresçam em épocas diferentes do ano, e que tenham colorações diferenciadas.

Morfologia Vegetal:

Estudo das formas e estruturas dos organismos vegetais.

Imagem: Simone Mueller

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Imagem: Pascal Cribier.Projeto de Paisagem.

Provence, França.

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mQuadro de espécies vegetais se lec ionadas

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mQuadro de espécies vegetais se lec ionadas

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mA localização das espécies vegetativas no parque considera a situação de clima e de solo que cada espécie exige para sedesenvolver. Devido a isso, no quadro de espécies vegetais selecionadas se encontram árvores e herbáceas que se desenvolvemem situações diferentes, como solos secos, solos arenosos, solos ácidos, solos úmidos, áreas de sombra, meia-sombra e áreas de solpleno.

Em áreas próximas aos lagos do projeto, por exemplo, localizou-se algumas plantas marginais, como o (Papiro-brasileiro), e nos locais ainda mais próximos ao lago, em áreas que se encharcam em algumas épocas do ano, foram localizadas as

espécies palustres (Bracatinga rósea), (Cavalinha), (lírio-do-

brejo), (beri silvestre) e (Mulungu do litoral).

Outras espécies que igualmente poderiam ser utilizadas, mas que não foram incluídas no quadro de espécies vegetaisselecionadas, são:

Salienta-se que essa seleção de espécies é meramente ilustrativa do que se almeja alcançar como paisagem no parque. Para acorreta seleção das espécies seria necessário um trabalho conjunto com biólogos e outros especialistas da área.

Cyperus giganteus

Mimosa flocculosa Equisetum giganteum Hedychium coronariumCanna limbata Erythrina speciosa

Plantas Palustres:

Plantas Marginais:

Canna generalisZantedeschia aethiopicaCurculigo capitulatsTaxidium distichum

Masturtium officialeJuncus effususNelumbo nuciferaNymphaea caeruleaCyperus alternifolius

Eichhornia crassipesPistia stratiolesSalvinia sp

(babaneirinha de jardim)(Copo de leite)

(curculigo)(cipreste dos pântanos)

(Agrião)(Junco)

(Flor de Lótus)(lírio d’água, ninféia azul)(Sombrinha-chinesa)

Também considera-se a utilização de espécies vegetais sob os lagos, as flutuantes:(Aguapé)

(Alface d’água)(marrequinha)

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mRelação das árvores utilizadas no parque e suas respectivas morfologias vegetais:

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eConcepção Formal

Para a elaboração da forma final do parque partiu-se do pré-suposto de que aútlima área de lavra a ser extraída será autorizada, e utilisou-se então a forma finalque a área terá no momento da finalização da mineração.

A configuração final do parque, então, parte da situação que a área terá com afinalização da extração de areia.

Para a concepção da forma final do parque, foram feitos ensaios em maquete:essa maquete era uma caixa de areia (advinda da própria área), onde foramfeitos estudos formais sobre a configuração da areia a partir de diversassituações.

A partir dos desenhos originados pela areia, a forma do parque foi concebida.

O solo da área, que sempre sofreu uma modificação ao longo dos anos, agorase estabelece na forma do parque, através do tratamento das áreas impedindoos processos de erosão.

A forma do parque se estabelece, e sobre esta forma surge uma segundacamada, que é a da vegetação. Essa vegetação, responsável pelaestabilidade do solo, transforma-se ao longo dos anos. A mutabilidade da áreano projeto do parque passa a ocorrer então pelos estratos vegetativos e pelassituações climáticas relativas à área.

A localização das árvores no parque foi concebida a partir de um mapa dedensidades de vegetação. Esse mapa surgiu da necessidade de que alocalização das árvores não fosse aleatória. Logo, elaborou-se um mapa comtrês tipos de densidade de vegetação (baixa, média e alta), e a partir dessemapa as espécies foram locadas no parque de acordo com suasespecificidades.

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A forma do parque se estabelece, e sob essa forma ocorrem novas transformações ao longo dos anos.

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eSituação atual do terreno - 2007

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Última área a ser extraídaAguardando licitação.

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eProjeto da forma do Parque - 2007

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eDensidade Vegetativa

Localização das áreas a serem vegetadasN

Densidade baixa

Densidade média

Densidade alta

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A extração de areia na área de projeto ainda não terminou. Os proprietários estão aguardando aaprovação da última área de lavra, para então encerar o processo de mineração nessa fazenda.

O projeto de recuperação e de formação do parque inicia-se imediatamente e simultaneamenteà última área a ser lavrada. Enquanto a mineração ocorre, são formados os futuros acessos aoparque e o viveiro, que será responsável pelo cultivo das espécies vegetais que serão utilizadas naárea.

Após isso, serão formadas outras áreas do parque e plantadas as espécies vegetais que ali selocalizam.

A última área do parque a ser formada é a área da última extração, que será re-nivelada etrabalhada para a criação de um lago, cujo volume de água não seja fixo, e sim variável deacordo com as diferentes épocas do ano.

O volume de água dos lagos do parque aumentará de acordo com as diferentes épocas do ano,durante os meses de novembro a junho, principalmente nos meses de dezembro / janeiro / março,que são meses com índice pluviométrico e umidade relativa altos. Nesses meses de cheia doslagos, a água provavelmente irá adquirir uma tonalidade marrom.

Durante os meses de seca, de julho a setembro, o volume de água dos lagos diminuirá, e com issoaparecerão alguns percursos alternativos no meio do lago. Nesses meses, a tonalidade da águaterá uma coloração azul clara.

A descrição desses fenômenos no parque baseia-se na realidade das áreas da fazenda hoje, queestão expostas e com o lençol freático exposto, e que mudam de coloração e volume de acordocom as condições climáticas.

Essa foi uma característica identificada na área e que foi utilisada na concepção do parque,de maneira a potencializar essa característica natural da própria área de se modificar aolongo dos anos.

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Imagem: Março de 2007 Imagem: Setembro de 2007 Afo

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Foram projetados dois acessos principais ao Parque:

Esse acesso é pensado em relação ao bairro, com a criação de uma pequena área verde com árvores frutíferas e de uma clareira,que marca a entrada para o parque. Foi projetada uma ponte que atravessa o córrego da água fria, de 5m de largura,preferencialmente para pedestres e ciclistas. Após a transposição do córrego, o acesso do parque se dá sutilmente através de umpercurso que atravessa a área de vegetação nativa, até chegar no início do parque, ao lado de um dos lagos criado a partir dolençol freático exposto pela extração. Esse percurso, então, trabalha a percepção da área a partir de visões seriais do parque.

Esse acesso se dá no nível mais alto da cota do terreno, e a visão inicial é do geral do parque e das áreas de solo exposto. Esseimpacto inicial gera a reflexão e conscientização dos visitantes em relação aos processos que ali ocorreram ao longo do tempo. Essavisão inicial contrasta com os percursos que ocorrem ao longo do parque, ou seja, há uma visão do todo, mas a percepção do todosó ocorre a partir dos percursos e das visões seriais.

- Acesso direto pelo bairro Antenor Garcia:

- Acesso direto pela Rodovia SP 215 e pelo bairro Cidade Aracy:

Acesso Cidade AracyRodovia SP 215

AcessoAntenor Garcia

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Como a área de projeto se encontra em uma região entre dois córregos, delimita-se uma Área de Preservação Permanente - APP nas proximidades destes. Porém,considera-se que mais importante do que dimensionar o limite mínimo de ÁPP é apreservação da mata nativa - originalmente de cerrado - que estádesaparecendo nessa região, devido ao grande número de fazendas com plantiode cana de açúcar e outras culturas e áreas para pasto.

Portanto, no parque destinou-se uma grande área para a vegetação nativa. Emalguns casos essas áreas terão de ser reconstituídas, pois a mineração acabouavançando nessas áreas. Salienta-se de que a mineração sempre preservou a APPda área, destinando sempre uma grande porcentagem de mata original em seuterritório, principalmente na região dos Córregos.

A área total da Fazenda: 202 ha

Área da fazenda onde ocorreu extração: 160 ha

Projeto do Parque: 85 ha

Áreas de recuperação de mata original e preservação da mata existente: 89,51 ha

Porcentagem de APP que será alcançada com o projeto 44,31%:

Imagem: mata de cerrado original na Fazenda

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FORMAÇÃO DO PARQUE

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Construção dos acessosTratamento do lençolfreático exposto

Área em mineração

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Tratamento da últimaárea lavrada

Tratamento do solo dasáreas do parque. Plantiode espécies vegetais.

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Tratamento da últimaárea lavrada

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Implantação do Parque concluído

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Música e imagem

A concepção dos percursos no parque partiu da vontade de criar caminhos que fossemcapazes de causar diferentes sensações aos visitantes do parque, seja pelo contrasteentre as diferentes morfologias vegetais e respectivas colorações das espécies presentesno parque, seja pelos elementos construídos, seja pelo próprio impacto natural que aárea causa.Para a elaboração desses percursos, optou-se pela utilização de um novo elemento, quefoi o responsável pelo processo de elaboração do traçado dos percursos e pela escolhada materialidade presente neles. Esse novo elemento foi uma música em particular, docompositor Heitor Villa Lobos.

, música no 2 do , composta porem 1936, 20 anos antes do seu falecimento, é uma peça composta para piano

solo. São 4 as peças que compõem o Ciclo Brasileiro, as músicas “Plantio do Caboclo”,“Impressões Seresteiras”, “Festa no Sertão” e “Dança do índio branco”. Como o própriotema das músicas sugere, as músicas do Ciclo Brasileiro foram escritas inspiradas emdiferentes paisagens brasileiras, paisagens estas que o autor conheceu em viagens peloBrasil e que influenciaram profundamente a sua obra.

Porém, antes de entrar nas particularidades da concepção das trilhas e percursos doparque a partir da música, é imprescindível dissertar sobre a relação entre música eimagem, e consequentemente entre música e arquitetura.

“Impressões Seresteiras” Ciclo Brasileiro Heitor Villa

Lobos

Essa relação tem sido objeto de estudo há muitos anos, e é uma temática até hojepresente em diversos trabalhos das mais diversas áreas, tanto das humanidades quantodas ciências exatas.

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sPara alguns críticos, a música e a arquitetura são duas disciplinas que se relacionam pela questão do ritmo que, no caso daarquitetura, refere-se a um certo ritmo visual, que combina a diversidade do ambiente por ela gerado para propor diferentessensações a partir do senso da visão. Porém essa leitura é um tanto limitada, pois não considera os inúmeros aspectos presentes nasduas artes.

Alguns autores utilizam-se dessa diferenciação entre sensação sonora e sensação visual para analisar música e arquitetura comocategorias artísticas opostas. Para Hegel , por exemplo, essa oposição é verdadeira, e para ele a música tem uma maior relaçãocom a poesia, na medida em que ambas se servem do mesmo material sensível, que é o do som. Mas também entre a música e apoesia se encontra uma maior diversidade, tanto no seu tratamento dos sons como no seu modo de expressão.

O som pode tanto ser analisado enquanto fenômeno físico como também inserido em concepções culturais, que é onde surge amúsica propriamente dita, isto é, o som “culturalmente organizado” pelo homem. Essas duas análises são colocadas pelaantropologia musical como o som e a sonoridade. (PINTO, 2001) .O som, enquanto fenômeno físico, pode ser analisado como:

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“(...) o produto de uma seqüência rapidíssima (e geralmente imperceptível) de impulsões e repousos, de impulsos (...), e de quedascíclicas desses impulsos, seguidas de sua reiteração. A onda sonora, vista como um microcosmo, contém sempre a partida e acontrapartida do movimento, num campo praticamente sincrônico (já que o ataque e o refluxo sucessivos da onda são a própriadensificação de um certo padrão do movimento, que se dá a ouvir através das camadas de ar).(...)Em outros termos (...) pode-se dizer que a onda sonora é formada de um sinal que se apresenta e de uma ausência que pontuadesde dentro, ou desde sempre, a apresentação do sinal. (...). Sem este lapso, o som não pode durar, nem sequer começar. Nãohá som sem pausa. O tímpano auditivo entraria em espasmo. O som é presença e ausência, e está, por menos que isso apareça,permeado de silêncio. Há tantos ou mais silêncios quantos sons no som, e por isso se pode dizer, com John Cage, que nenhum somteme o silêncio que o extingue. Mas também, de maneira reversa, há sempre som dentro do silêncio. (...).O mundo se apresenta suficientemente espaçado (quanto mais nos aproximamos de suas texturas mínimas) para estar semprevazado de vazios, e concreto de sobra para nunca deixar de provocar barulho”. (WISNIK, 1989)11

9 - HEGEL,Georg Wilhelm Friedrichm 1770-1831. Cursos de Estética, volume III. Edusp, Editora da Universidade de São Paulo, 2002. P.286.10 - PINTO, Tiago de Oliveira. Som e música. Questões de uma antropologia sonora. Rev. Antropol. [online]. 2001, vol. 44, no. , pp. 222-286.11 - WISNIK, José Miguel. O Som e o Sentido Uma outra história das músicas. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.

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sNa sonoridade, a música, trabalha com uma interioridadeabstrata, entrando em conexão com o sentimento, com asubjetividade do eu (HEGEL), se ampliando para a expressão detodos os sentimentos particulares, como a alegria, a serenidade,o humor, a dor, a tristeza, etc.Essa utilização dos sentimentos individuais para a criação sonoravem também do fato de que o som é imaterial, e na suaperspectiva de mimese (no sentido aristotélico) a situação maisproeminente é a representação de sentimentos, quecompartilham o seu estado de “imaterialidade”. Os sentimentos,então, tornam-se a esfera peculiar da expressão musical.

A música, apesar de ser imaterial, sofreu e sofre diversastentativas de ser materializada, tal qual uma imagem dinâmica.Essa materialização da música como imagem ocorreprincipalmente no cinema, já que as diferentes sonoridadespodem mudar consideravelmente o caráter de uma imagemdinâmica. Isso explica-se pelo fato de que “o caráter maisverificado cuja concordância permite a proliferação dacombinação visual e sonora é o tempo. O tempo rege apulsação rítmica, rege a estrutura da música, e tal dimensãotemporal sugere uma associação primordialmente relacionadaa instâncias que se encaixem na mesma proporçãodimensional, ou seja, outras manifestações temporais,dinâmicas, tais como encenações, dramáticas ou não, litúrgicasou profanas, rituais, dança e, mais modernamente, cinema,televisão e artes multimídia.” (SALLES, 2002).12

12 - SALLES, Felipe. Imagens musicais ou música visual. Dissertação de Mestrado. Programa dePós-Graduação em Comunicação e Semiótica, PUC/SP, 2002.Disponível online em: http://www.mnemocine.com.br/filipe/tesemestrado/tesebibliogr.htm

A análise que Wisnik coloca sobrea relação entre os cheios e osvazios sonoros e a necessáriarelação entre a música e osilêncio nos leva a questionar umaoutra relação entre música earquitetura, analisando-as peloque parece ser o seu elementoem comum, o espaço. De umamaneira simplificada, pode-seconsiderar o espaço como umaspecto intangível da arquitetura.A música, por outro lado,“preenche-o”.

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Iannis Xenakis: Compositor, arquiteto, engenheiro civil, e também um dos músicos-teóricos mais importantes da músicacontemporânea.

« L'architecture m'a enseigné une chose qui diffère de la façon dont travaillent les musiciens : c'est de considérer la forme d'ensemblede la composition, à la façon dont on envisage un édifice ou une ville. Au lieu de partir d'un détail, comme un thème, pour édifierl'ensemble grâce à des règles, on a l'ensemble en tête, on pense aux détails, aux éléments et, bien sûr, aux proportions »(Xenakis, dans Matossian [1981 : 83].)13

Iannis Xenakis: Princípios formais para a construção musical Poema Eletrônico Pavilhão Philips: Iannis Xenakis,Le Corbusier, Edgard Varese

13 -

XENAKIS, IANNIS. Matossian (1981) . P. 83. Citado por:STERKEN, Sven. Iannis Xenakis, Ingénieur et Architecte. Une analyse thématique de l'oeuvre, suivie d'un inventaire critique de la collaboration avec Le Corbusier, desprojets architecturaux et des installations réalisées dans le domaine du multimédia. Tese de doutorado para obtenção do diploma em Ciências Aplicadas, Seçãode Arquitetura. Universiteit Gent, 2004. pp. 98 - 100.

Trad: A arquitetura me ensinou algo que difere na maneira em que trabalham os músicos: é de considerar a forma do conjunto da composição, similarmente avisualizar um edifício ou uma cidade. Ao invés de partir de um detalhe, como um tema, para construir o conjunto graças a regras, nós temos o conjunto em mente,e nós pensamos aos detalhes, aos elementos e, logicamente, às proporções.

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sUm importante aspecto a ressaltar em relação à materialização da música na arquitetura é o fato de que, se a música é umaampliação dos sentimentos, seriam esses sentimentos realmente presentes na música ou isso é um reflexo de um sentimentoindividual dos ouvintes?

Para a devida materialização de uma sonoridade, considera-se necessário enfatizar que neste trabalho essa materialização se dá apartir de uma impressão pessoal.

Sobre a relação entre as duas artes música e arquitetura -, conclue-se que, sendo ou não opostas, elas se relacionam por seremambas disciplinas artísticas que utilizam de sentimentos, sensações, impressões pessoais, para transmitir e criar novas sensações aosusuários/ouvintes, e que podem trabalhar mutuamente para que isso ocorra, não só simultaneamente, como ocorre no cinema,mas como uma arte inspiradora, como este trabalho propõe.

O processo de elaboração das trilhas e percursos deste projeto ocorreu a partir de sensações originadas pela música “ImpressõesSeresteiras”, de Villa Lobos, que engendraram o processo criativo para a concepção de espaços no parque.A inspiração musical levou à criação de espaços específicos no parque, que acompanham uma narrativa.Para isso, a música foi analisada e dividida em diversos momentos ou tempos de maneira que essa análise foi transposta econstruída espacialmente de acordo com a sensação que se almejava passar aos visitantes do parque.

“Por fim, a arte nunca provém apenas do cérebro. Conhecemos grandes pinturas que nasceram unicamente do coração. Emgeral, o equilíbrio entre o cérebro (momento consciente) e o coração (momento inconsciente, intuição) é uma das leis da criação,uma lei tão antiga como a humanidade.” (Kandinsky, 1996:247)

14 - KANDINSKY, Wassily (1996). Do Espiritual na Arte. São Paulo: Martins Fontes. Citado por:SALLES, Felipe. Imagens musicais ou música visual. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Semiótica, PUC/SP, 2002.Disponívelonline em: http://www.mnemocine.com.br/filipe/tesemestrado/tesebibliogr.htm

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sImpressões Seresteiras - Heitor Villa Lobos .

A música inicia-se com uma melodia principal, em “movimento de valsa” () e ritmo musical com presença de “ralentandos” e moderações de ritmo.

A melodia principal é caracterizada pela sua expressividade e suavidade.

Em um segundo momento da música, ocorre uma mudança tonal da melodiaprincipal, e o tempo da música se altera para um Allegro ( ), com presençade “crescendos” e contrastes entre fortíssimos e pianíssimos.

Em um próximo momento, essa melodia sofre uma nova mudança tonal, seguidade uma transposição de notas musicais, e o ritmo musical torna-se mais “ ”,

, até culminar em um momento de extrema força sonora (pelo volumesonoro demandado e pela utilização de acordes simultâneos), que aumenta adramaticidade da música e origina um retorno ao tema principal. Nesse primeiroretorno ao tema, a melodia principal é retomada, na sua tonalidade original, no seumesmo ritmo moderato e com a mesma suavidade inicial.

O próximo momento musical corresponde à maior quebra rítmica e tonal presentena música. Aparecem duas melodias simultâneas, com grande diferença entre seusritmos e acordes. Esse é o momento de maior drama musical, com a presença deinúmeros “glissandos” e transposições. A finalização dessa parte da música ocorreatravés de um retorno à suavidade, alcançado pela utilização de “ralentandos” e“decrescendos”, para chegar a um novo momento de força sonora, quenovamente retorna ao tema principal, completando o ciclo da música.

A música “Impressões Seresteiras” tem uma organização circular que não permiteque ela se encerre. Isso foi interpretado no parque em percursos cíclicos, o que étambém interessante, pois não existe um ponto de partida / chegada para opercurso.

Em relação à materialização da música no parque, ela ocorre da seguinte maneira:

Allegronon troppo

Più mosso

vivoanimato

Croquis da autora

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São 5 os percursos traçados no parque a partir da música.

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Trilha Villa Lobos 1Trilha Villa Lobos 2Trilha PanoramasTrilha ImpermeabilizadaTrilha Educação Ambiental

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Os percursos Villa Lobos 1 e 2, que homenageiam o compositor, são 2 trilhas que passam pelos mesmos momentos construídos noparque, mas em situações e espaços diferenciados.Foram elaboradas para visitantes que realizem práticas esportivas regulares, pois o percurso é longo e acidentado.

Comprimento total da trilha: 2,26kmInclinação máxima ao longo do percurso: 19,6%Tempo de trajeto:Corrida: 20 min a 30 minCaminhada: 30 min à 50 min

Comprimento total da trilha: 3,7kmInclinação máxima ao longo do percurso: 40% (com escadaria)Tempo de trajeto:Corrida: 30 a 40 minCaminhada: 40 a 50 min

OBS: Presença da parede de escalada no percurso Villa Lobos 2, com escada alternativa.

Villa Lobos 1:

Villa Lobos 2:

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sTrilha Panoramas:

Essa trilha foi elaborada para pedestres experientes e Cliclistas de Montanha (Mountain Biking, BTT), pois o seu percurso atravessa asáreas mais íngremes do parque.

Comprimento total da trilha: 3,7kmInclinação máxima ao longo do percurso: 40% (com escadaria)Tempo de trajeto:Caminhada: 40 min a 1 hora

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Trilha Impermeabilizada:

Essa trilha foi pensada para facilitar o acesso aos diversos usuários do parque. Incluem-se nessa trilha facilidades para usuários comnecessidades especiais, como caderantes, idosos e cegos.

Comprimento total da triha: 3kmInclinação máxima ao longo do percurso: 9,5%Tempo de trajeto:Caminhada: 30 min a 50 min

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sTrilha Educação Ambiental:

Trilha simples de percurso rápido que contempla visuais que possam auxiliar o ensino de algumas questõese noções de meioambiente que permeiam o parque.

Comprimento total da trilha: 2kmInclinação máxima ao longo do percurso: 13,6%Tempo de trajeto:Caminhada com guia: 20 min a 40 min

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sPercurso veículos, patrulha e manejo de áreas:

Esse percurso é uma via impermeabilizada que atravessa todo o parque, de maneira a facilitar a acessibilidade, permitindo o acessode veiculos ao parque. Essa via pretende auxiliar na manutenção das áreas, e tambem permitir o rápido trajeto em casos deemergência.

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Materialidade dos percursos e do Parque

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Materiais presentes na área

Vegetação utilizada para a contenção do solo e oxigenação da água

Materiais presentes nos percursos, construções e infraestruturas do parqueResin Pavement

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A impermeabilização do percurso para Veículos e da Trilha Impermeabilizada são feitas com o material “Resin Pavement”. Essematerial está sendo fabricado principalmente nos Estados Unidos e na Europa, e é considerado como uma alternativa ao asfalto,com melhores características técnicas e de certa maneira menos agressivo ao ambiente.

A principal vantagem na utilização desse material é que a sua tecnologia minimiza os impactos da impermeabilização no meioambiente, já que o pavimento não contém derivados do petróleo em sua composição, e considera-se um material apropriadopara a utilização em áreas de ambientes naturais, próximos a lagos e praias, pois não apresenta em sua composição ou instalaçõoelementos tóxicos que possam contaminar o lençol d’água.

A aplicação do pavimento é feita similarmente ao asfalto, com o uso do mesmo maquinário. O que difere a aplicação desses doismateriais é que o Pavimento de Resina é aplicado a frio.

“Resin Pavement binder emulsion is mixed with aggregate materials to produce compacted pavement surfaces that retain thenatural coloration and texture of the constituent aggregate material. SSPCo’s environmentally friendly Resin Pavement mixturescontain no petroleum ingredients and are appropriate for use in sensitive natural environments, including access to beach, estuaryand riparian areas.”

“RESINPAVE™ is suitable for all weather and climate conditions. It is lighter in color than asphalt and, therefore, is more light reflective,providing cooler summer surface temperatures. In addition to its unmatched aesthetics, RESINPAVE™ is very strong. Marshall Stabilitytests indicate load capabilities exceeding asphalt. RESINPAVE™ creates a stable, water resistant surface.”

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15 - Trad: A emulsão da pasta do pavimento de resina é misturada com materiais agregados para produzir uma superfície de pavimentação compacta quemantém a coloração e textura natural desses materiais que o constituem. O Pavimento de Resina do SSPCo's é ambientalmente correto, pois sua mistura nãocontém nos seus ingredientes derivados do petróleo, o que o configura como apropriado para o uso em áreas ambientalmente sensíveis, incluindo acessospara praias, estuários e áreas próximas a rios e cursos d'água.Fonte: www.sspco.com

16 - Trad: Resinpave é apropriado para todas as condições climáticas. Ele tem uma coloração mais clara que o asfalto e, consequentemente, reflete maisluz, fornecendo temperaturas de superfície de um verão mais fresco. Além da sua estética, o pavimento é muito resistente. Os testes de estabilidade da'Marshall Stability' indicam que os potenciais de carga desse pavimento excedem o asfalto. Resinpave cria uma superfície estável e resistente à água.Fonte: http://www.midwestind.com/resinpave.htm

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O trabalho de contenção do talude principal utiliza técnicas da bioengenharia dossolos que, como já explicado anteriormente, consiste em utilizar elementos naturaispresentes na própria área para realizar trabalhos de contenção no solo.

No caso do talude principal do projeto, cujo desnível atinge em média 30 metros, foifeito um trabalho de contenção que mantivesse a inclinação do talude em nomáximo 40 graus, e foi feito um trabalho de contenção utilizando principalmente duastécnicas: a utilização de troncos de eucalipto (provenientes da própria Fazenda) nostrechos mais inclinados, e a utilização de mantas vegetativas nos trechos com menorinclinação.

Além disso, fez-se um trabalho de seleção de espécies que fossem adequadas para acontenção do solo: essas espécies são gramíneas e herbáceas cujas raizes sãoprofundas.

Considera-se também para esse tipo de seleção as possíveis associações vegetais.

Como o comprimento do talude é muito amplo, as associações entre espécies e astécnicas de contenção foram alternadas ao longo da sua extensão, de maneira aquebrar o ritmo e a monotonia existente , criando momentos de silêncio, epossibilitando a visualização de cenários distintos um do outro.

Além disso, as pessoas podem transitar pelo talude, através da trillha Panoramas. Alémdo próprio percurso das trilhas, existem também percursos alternativos, criadossimultaneamente ao tratamento com troncos de eucaliptos, que possibilitam acriação de escadarias em sua lateral. Essas escadarias de eucalipto alternativaspossibitam ao usuário tanto novas visuais do parque quanto encurtar o percurso datrilha, caso seja necessário ou desejado.

Imagem: Monte Kanabalu, Sabah, Borneo, Malásia. Fotógrafo: Marc Volk

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Arachis repens

Panicum prionitis

Pennisetum clandestinum

Cynodon dactylum

Paspalum nicarae

Stenotaphrum secundatum

Grama amendoimH = 50 cm

Capim Santa FéH = 2 a 2,5 m

Capim quiquioH = 1,5 m

GramaH = 30 cm

GramaH = 30 cm

GramaH = 30 cm

Sericea lespedeza

Chloris gayana

Pennisetum villosum

Eragrostis curvula

Aristida jubata

gramaH = 50 cm

Capim RhodesH = 1,5 m

H = 50 cm

Capim-chorãoH = 50 cm

Barba-de-bodeH = 50 cm

Espécies vegetais utilizadas para a contenção dos taludes

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Legenda da Planta Baixa do tratamento do talude principal

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oisO Parque dos Lençóis

(Diálogo entre a autora e Henrique, de aproximadamente 12 anos de idade, estudante da Escola Pública do Cidade Aracy e também morador do bairro.Maio, 2007.

Verônica: Você conhece o areeiro?Henrique: Âh?Verônica: O areeiro, aquele lugar cheio de areia que fica aqui perto...Me falaram que vocês vão por lá brincar!Henrique: AHHHH.....os lençóis!!!Verônica: Lençóis?Henrique: é, são os lençóis tia.Verônica: Ahh, e vocês vão lá brincar?Henrique: vamo não, afunda... A gente só vai até a roda d’água pescar.*

* A roda d’água que o Henrique se referiu fica no Córrego na Água Fria.

Em visitas a área de projeto buscou-se investigar a relação dos moradores dos bairros com a área do areeiro. Nessas visitas, foramcontatados alguns agentes sociais que trabalham nos bairros e também agentes da saúde que trabalham nos postos de saúde.Esses contatos permitiram conversas com moradores, e conversas com crianças da Escola Pública do Cidade Aracy, que até mesmoensinaram a autora a chegar no brinquedo favorito deles, a roda d’água do córrego.

Essas conversas possibilitaram uma maior aproximação da área a partir do ponto de vista dos moradores, e através delas constatou-se que o areeiro foi apelidado por eles de “os lençóis”, em uma clara referência à paisagem nordestina dos Lençóis Maranhenses.

Nada mais lógico, então, do que chamar o parque de Parque dos Lençóis.

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Em uma maior aproximação do projeto do Parque, foram projetadas algumas infraestruturas, que tanto correspondem aequipamentos específicos para o programa que o parque propõe quanto a pontos de infraestrutura básica necessária para a área.

Essas construções correspondem a um segundo layer no projeto do parque, pois são elementos pontuais, muitas vezes fixos, queauxiliam na localização das pessoas no parque, e geram em seu entorno uma situação maior de permanência.

As infraestruturas base correspondem principalmente a pontos de apoio, com sanitários, pontos de informação, pontos de águapotável e enfermaria.

Outras infraestruturas são mais específicas, como o Viveiro do Parque, cuja função é cultivar as espécies que serão utilizadas, além deauxiliar na manutenção e monitoramento dessas espécies já implantadas no parque.

Próximo ao Viveiro se encontra o Centro de Investigação Botânica. Pensado especificamente para o parque, o Centro tem comoobjetivo auxiliar no estudo das espécies vegetais e também para ministrar cursos e aulas.

Ambas as infraestruturas - o Viveiro e o Centro - são capazes de oferecer cursos de capacitação de profissionais, ministrarconferências e atividades didáticas, ampliando a possibilidade de ensino de noções de meio ambiente, ecologia, botânica ejardinagem..Além dessas infraestruturas, existem também distribuídos no parque pontos de água potável - estruturas fixas que se configuramcomo um marco vertical no parque - e módulos de informações e cantina, estruturas móveis que podem ser transportadas pelaárea.

As infraestruturas e estruturas fixas possibilitam a apropriação do parque pelos usuários, e a idéia é que isso também possibilite osurgimento de novas estruturas construídas nesses espaços de maior apropriação.Essa organização dos equipamentos propõe uma maior abertura para que em um espaço possam acontecer diversosacontecimentos, e estes acontecimentos não precisam ser fixos, podem se locomover ao longo do parque.

Nesse sentido, alguns acontecimentos foram propostos no parque como ilustração dessa idéia, com a localização de algumasáreas de esportes que podem se locomover e que só ocorrem em algumas épocas do ano, como por exemplo a tirolesa,o rapel, eo arborismo.

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Parque dos Lençóis

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As infraestruturas fixas

Mapa de localização

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Infraestrutura i 1

Planta Baixa

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Planta Nível 2

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Planta Baixa

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Infraestrutura i 3

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Infraestrutura i 4

Centro de Investigação Botânica

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Infraestrutura i 4

Centro de Investigação Botânica

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Infraestrutura i 4

Centro de Investigação Botânica

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Infraestrutura i 5

Planta Baixa

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Infraestrutura i 5

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Infraestrutura i 6

Viveiro do Parque

Planta Baixa

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Infraestrutura i 6

Viveiro do Parque

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Módulo Informações Módulo Cantina Placa de comunicação visual

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Infraestrutura - Água

1:100

Os módulos de informações e dacantina encontram-se tanto nasInfraestruturas principais do parquequanto espalhados ao longodeste, configurando-se como umainfraestrutura de apoio.

A infraestrutura de água, diferentedos pontos de água localizadosdent ro dos equ ipamentos,configura-se como uma estruturafixa que encontra-se espalhada aolongo do parque. A sua altura de6m auxilia na localização dessespontos de água e tambémconfigura-se como um marcovisual.

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e“A iluminação pública é essencial à qualidade de vida nos centrosurbanos, atuando como instrumento de cidadania, permitindo aoshabitantes desfrutar, plenamente, do espaço público no períodonoturno.” (Eletrobras)

O horário de funcionamento de uma área pública não devedepender de uma função climática e muito menos de regras.Devido a isso, considera-se que o projeto de iluminação de umaárea pública é imprescindível para garantir e proporcionar ummaior uso do seu espaço.

No projeto de iluminação do Parque, propõe-se um sistemacomposto por 4 elementos de iluminação de dimensões variadas,para criar ambientes noturnos adequados à visitação epermanência no parque.

A iluminação do parque foi dividida em :

- postes de 10m de altura,

- postes de 4m de altura,

- postes de 1m de altura,

- Iluminação localizada por refletores e spots embutidos no chão.

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17 - Disponível em: http://www.eletrobras.gov.br/elb/procel/Imagem: Parque em Ianz Hong Lu, Japão.

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ePostes de iluminação de 10m de altura, com

lâmpadas de multi-vapor metálico de cerca de

400 Watts.

Esses postes iluminam todo o trajeto principal doparque - o trajeto também percorrível por veículos,que permite o acesso a todas as áreas do parque.Esses postes foram locados distantes entre si de 30 ma 50 m, distância que varia de acordo com o nível deiluminação desejado e também variante para odesvio das copas das árvores.

Postes de iluminação de 4m de altura, com

lâmpadas de multi-vapor metálico de cerca de

150 Watts.

Esses postes, de menor altura, estão localizados nosarredores das infraestruturas e em alguns pontosespecíficos do parque. A altura do poste foidimensionada para que este fique abaixo da copadas árvores, proporcionando uma maior iluminaçãodas áreas.A distância entre os postes é de 20 m a 30 m.

Imagem: Architectural Area Lightning.Disponível em http://www.aal.net

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Especificações da luminária

Imagens: Architectural Area Lightning.Disponível em http://www.aal.net

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ePostes de iluminação pontual de

1m de altura

Marcadores no chão

Esses postes são utilizados param a r c a r a l g u n s p e r c u r s o s ,possibilitando visitações noturnas aalguns trechos das trilhas, e tambémse localizam próximos às áreas demaior permanência do parque,como as áreas das infraestruturas edos parques infantis.

O uso dos “spots” embutidos no solotem como função privilegiar ailuminação de alguns elementosconstruídos, como elementos demadeira e muros de pedra.

Serão também posicionadosrefletores embaixo de algumasár vores, com lâmpadas dec o l o r a ç õ e s v a r i a d a s, p a r aproporcionar distintas visuais doparque também no períodonoturno.

Imagens: Architectural Area Lightning.Disponível em http://www.aal.net

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Imagens: Architectural Area Lightning.Disponível em http://www.aal.net

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Imagem: Parque em Ianz Hong Lu, Japão.

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Parque dos Lençóis

Imagem Noturna

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Recuperação de áreas degradadas

Recuperação de Solos Degradados com Leguminosas Noduladas eMicorrizadas

Proposta de Zoneamento Ambiental. Estudo de caso Bairro Cidade Aracy, São Carlos- SP

Revegetação de solos degradados

Proposta de Requalificação Biofísica e Paisagística de um talude num percurso do Parque Nacional do Vesúviocom técnicas da Engenharia Biofísica

Breve história do urbanismo

Cursos de Estética

Requalificação do Espaço Urbano como Fundamento à Gestão da Paisagem: ensaio metodológico na região daRebouças em Curitiba Paraná

Medida das Cidades: entre territórios da vida e territórios vividos

Arquitetura del Paisaje / Landscape

Nuevos Espacios Urbanos

Planejamento, Implantação e Manejo de Trilhas em Unidades de Conservação.

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Contribuição para o estudo de técnicas de Engenharia Biofísica: grade de vegetação e grade de vegetaçãovesúvio.

Projectar com la Naturaleza.

Urbanização e meio ambiente.

Som e música. Questões de uma antropologia sonora

Levantamento e Diagnóstico Geológico-Geotécnico de áreas degradadas da cidade de São Carlos SP

A Bioengenharia de solos na produção e recuperação ambiental

Imagens musicais ou música visual

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Método para Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) em projetos de grande porte: estudo de caso de uma UsinaTermoelétrica.

Iannis Xenakis, Ingénieur et Architecte. Une analyse thématique de l'oeuvre, suivie d'un inventaire critique de lacollaboration avec Le Corbusier, des projets architecturauxet des installations réalisées dans le domaine du multimédia.

A Paisagem é Tudo

Estudo Crítico sobre o Clima da Região de São Carlos

Architecture and Disjunction

Novos Instrumentos de Gestão ambiental e UrbanaComo iniciar um Processo de Integração

Educação como Instrumento de Mudança SocialProblematização da Educação Ambiental através de Oficina

Condicionantes termo-energeticas das edificacões. São carlos como estudo de caso.

Ruptura no regime de ventos predominantes : breve episódio representativo do fato climático de primavera de1996.

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- Paisagem e Ambiente/ Universidade de São Paulo, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo. São Paulo, FAU, no 16 (2002).

- Revue Urbanisme. Dossier: “Paysages, territoires et cultures”, no 284. Septembre Octobre 1995. Pág. 54

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Ambiente Brasil

Árvores Brasil

Canadian Land Reclamation Association

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www.ambientebrasil.com.brhttp://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?base=./gestao/index.html&conteudo=./gestao/areas.html#atividadeshttp://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?base=./agua/doce/index.html&conteudo=./agua/doce/artigos/eco_aquaticos.html

http://www.arvoresbrasil.com.br/

http://www.embrapa.brhttp://www.cnpab.embrapa.br/publicacoes/sistemasdeproducao/vocoroca/revegetacao.htm

http://florabrasiliensis.cria.org.br/search?taxon_id=507

http://www.nps.gov/grsa/

http://www.jardineiro.net/

http://www.ipef.br/identificacao/nativas/http://www.ipef.br/silvicultura/urbana.asp

Flora Brasiliensis

Great Sand Dunes Project, Colorado

Informações Botânicas, jardinagem e paisagismo

Instituto de Pesquisa e Estudos Florestais:

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Iluminação:

Variados :

http://www.alibaba.comhttp://www.archlighting.comhttp://www.aal.net

http://www.encoreheureux.orghttp://www.mon-jardin-sucre.comhttp://www.dreispringer.dehttp://www.morphosis.nethttp://kollectif.nethttp://www.decor8blogspot.comhttp://www.bijari.com.brhttp://www.gnr8.bizHttp://philippedoko.free.fr

Escritórios de Arquitetura:

ACXT

SWA Group

STOSS

TOYO ITO

http://www.swagroup.com/

http://

http://

http://www.acxt.net

http://www.brandston.com

http://www.corbeilbertrand.com

http://www.fieldoperations.net

http://www.landdesign.com/green/index.html

http://www.lebalto.de

http://www.paysages.net

http://rpbw.r.ui-pro.com/

www.stoss.net

www.toyo-ito.co.jp/

Brandston

Corbeil et Bertrand

Field Operations

Landdesign

Le Balto

Paysages

Renzo Piano Building Workshop

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Aos meus pais, José Pedro Donoso e Aida Victoria Garcia Montrone, eternos colaboradores das minhas produções emaiores incentivadores do “fazer o que você gosta”;

À minha irmã, Carolina Garcia Donoso, que até maquete aprendeu a fazer com a irmã quase-arquiteta;

Ao também quase-arquiteto Renato Toshio Nishimura, melhor amigo e companheiro;

Aos amigos da arquitetura e de outros cursos, em especial ao Aron Palo, Victor Hugo Kebbe e Leonardo Musumeci, quesempre me ajudaram a perder a sanidade mental;

Ao arquiteto Daniel Paschoalin, pelas aulas, incentivos e ajuda com a maquete eletrônica;

Ao Lauriberto Carvalho, um dos proprietários da Fazenda Itaporanga, e ao geólogo Marcelo, que permitiram realizar otrabalho;

À Ana, Vitor e funcionários do infelizmente extinto DEPRN de São Carlos;

Aos moradores do bairro e aos agentes comunitários;

Aos participantes do forum do site jardineiro.net, que partilharam conhecimentos sobre especies vegetais;

Aos profs David Sperling e Paulo Castral, por todos os atendimentos e conversas;

Ao prof. Manoel Rodrigues Alves, pelas conversas sobre o contemporâneo;

Aos profs CAP, pelo incentivador calendário apertado;

E a todos os amigos que me aconpanharam nesses anos universitários!

À profa Luciana Schenk, grande orientadora, arquiteta, amiga e segunda mãe;