TGI 2 2014 - Núcleos: edifício de dentro pra fora
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Transcript of TGI 2 2014 - Núcleos: edifício de dentro pra fora
]PAULA RAMOS PACHECOtrabalho de graduação integrado IAU - USP | dezembro de 2014[
A G R A D E Ç O[
]aos professores Lúcia e David.aos amigos Carol, Ivan e Pedro.
e aos meus pilares, Mê e Pê.
[ 13 PARTIDA15 UNIVERSO29 AÇÕES32 PROGRAMA 36 INSERÇÃO46 NÚCLEOS96 REFERÊNCIAS
partida
12
TGI 1 014
[
Apesar do fato de hoje arquitetura e design terem campos de formação dissociados
e serem exercidos como áreas distintas, é perceptível a existência de situações de
aproximação entre as duas disciplinas, visto que conformam ações de projeto de
naturezas semelhantes: em ambos os casos, há a criação de objetos (arquitetônicos
ou objetos em escalas menores) fortemente baseados e relacionados à forma, à
função exercida, a aspectos produtivos e ao fato de haver um sujeito para fazer
uso de tais aspectos. Apesar disso, são disciplinas tratadas de forma separada,
por diferentes profissionais e com formações segregadas. O design é o meio
fundamental de questionamento pelo qual o homem realiza suas ideias de morar ou
estabelecer-se, sendo que aqui o termo “design” abrange uma concepção ampla,
podendo ser entendido como o que cria desde uma peça de mobiliário até um
edifício (COSTA, 2002, p.43). Colocado isso, nota-se certo grau de aproximação
razoavelmente bem definido entre as disciplinas, visto que ambas se referem à
característica do sujeito fazer uso de intermediadores (o edifício e os objetos) para
seu estabelecimento ou execução de atividades cotidianas.
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PAULA RAMOS PACHECO
]
Entende-se que o ato de ocupar um espaço está relacionado não somente à
arquitetura propriamente dita, mas também a elementos que intermediam essa
ocupação, ou seja, aos objetos presentes em determinado espaço construído.
Pensa-se ser possível unir o projeto de arquitetura e o de objetos, de forma a
responder a uma tentativa de conformar um espaço por inteiro. Assim, a intenção
desse trabalho está no sentido de trabalhar um terceiro campo, interdisciplinar,
buscando os elementos comuns entre essas duas áreas com objetivo de, com
tal pensamento ampliado, conferir ao projeto certa unidade que se supõe não
ser possível atingir quando se trabalha apenas a arquitetura em separado. Para
Marlene Millan Acayaba (1994), é impossível separar a arquitetura de seu interior,
sendo que o desenho dos objetos presentes nela e a organização dos ambientes
podem ser considerados extensões desse tema.
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[
universoEntretanto, entende-se que trabalhar esse terceiro campo e buscar
essa aproximação não se refere apenas a projetar as duas coisas, mas
tentar compreender as semelhanças e diferenças entre os processos
de projeto, como eles se completam, interagem, e quais graus de
contaminação se permitem; como um interfere no outro e como tal
relação pode enriquecer o resultado final de forma mútua.
A tais pontos, soma-se ainda a preocupação de que a arquitetura e,
principalmente o design, no tempo presente, se apresentam por vezes
como objetos de luxo e fetiche, até mesmo pelo elevado custo que
atingem e fascinação que exercem. De acordo com Costa (2002), a
influência publicitária e a presença do marketing a partir da década
de ‘40 marca definitivamente o design, pois se delineia o consumo da
imagem separadamente do conteúdo propriamente dito, dando origem
a um processo de aquisição de bens segundo uma necessidade
equivocada. A excessiva exposição à imagem dá origem a “objetos
ocos”, que não serão apropriados nem experimentados, frutos do culto
à imagem desvinculada de valor de uso.
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PAULA RAMOS PACHECO
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Quando se coloca como questão principal trabalhar dois campos distintos em conjunto, nota-se uma
rápida aproximação com o termo “interdisciplinaridade”. A chamada interdisciplinaridade, para Olga
Pombo (2005), é algo que não se sabe como se faz ou até mesmo o que é. Coloca ela então o que
chama de proposta provisória, que é o fato de que existem outras palavras semelhantes, de mesma
raiz, porém com prefixos variáveis. São elas, por exemplo, pluridisciplinaridade, multidisciplinaridade,
a própria interdisciplinaridade e transdisciplinaridade. Todas elas evidenciam a tentativa de “romper
o caráter estanque” das disciplinas, colocá-las para interagir a graus variáveis: juntar, articular, ir além.
Pombo (2005) as entende como uma sequência, ou ainda, uma gradação: as disciplinas primeiramente
se tocam (mas não interagem); depois interagem entre si, se comunicando, se confrontando e discutindo;
e posteriormente se fundem, ultrapassando barreiras e originando algo novo que transcende ambas.
Partindo da consideração de que design e arquitetura configuram disciplinas distintas, porém que
permitem aproximação, as relações que ambos estabelecem entre si podem seguir a sequência de
envolvimento entre disciplinas definida por Pombo. Entretanto, não necessariamente entende-se aqui
tal gradação como um sinônimo de evolução em termos de qualidade, mas de pontos estacionários
distintos, cada qual com características próprias e que alteram a relação entre sujeito espaço cada um
a sua maneira.
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PAULA RAMOS PACHECO
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Para ilustrar o conceito dessa sequência aplicada às disciplinas em questão, foram abordados inicialmente três projetos
de referência: a Maison Louis Carré, em Bazoches-sur-Guyonne na França, com construção datada de 1956 a 1959, de
Alvar Aalto; a residência Millan, em São Paulo, de Marcos Acayaba em 1972; e a RotorHaus, de Luigi Colani, em 2004.
O envolvimento entre o espaço e os objetos aparece sob graus variáveis que, segundo a gradação estabelecida por Olga
Pombo, são três, de forma que foi conveniente a escolha de três projetos. Porém, entende-se que tais graus podem se
misturar dentro de um mesmo projeto ou mesmo contaminar um ao outro, de forma que estas relações, no ato de projetar,
não são necessariamente estanques.
Percebe-se que, em se tratando diretamente da arquitetura, o tipo de objeto presente é, necessariamente e em sua
maioria, o elemento mobiliário. O mobiliário, para Baudrillard (1973), é imagem fiel das estruturas familiares e social de
uma época, sendo, por exemplo, o interior burguês típico de ordem patriarcal, exalando tradição e autoridade. Conforme
mudam as relações dos indivíduos na família e na sociedade, muda o estilo dos objetos mobiliários e sua organização
(BAUDRILLARD, 1973, p. 23). No moderno, entre indivíduos e objetos mais flexíveis, a relação é mais liberal: “[...] o
habitante moderno não consome seus objetos, ele os domina, os controla, os ordena.” (BAUDRILLARD, 1973, p.33).
A leitura dos projetos foi responsável por originar diagramas gráficos de linguagem semelhante, onde predominam
formas e linhas: cheias ou pontilhadas, pretas ou cinzas, retas ou curvas, a espessuras diferentes. Os diagramas ilustram
características importantes e pontos relevantes de cada obra, facilitando sua visualização e estabelecendo pontos de
interesse que norteiam análises posteriores.
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Na primeira obra, Aalto projeta a
residência e também seu mobiliário,
além de dotar elementos como
corrimãos, luminárias, pilares e
maçanetas de características
particulares e únicas, sendo esses
objetos criados exclusivamente
para aquele espaço, e pertencentes
apenas àquele espaço. Os objetos
estão soltos no espaço, e sua
relação com ele é modificada
quando o sujeito modifica, por
exemplo, sua localização. Toda a
construção se organiza em torno
de um hall que atua como sala de
exposição de obras de arte, sob um
teto característico de forma livre
e sobre um terreno dividido em
dois níveis, gerando um corte de
forma peculiar e também única. No
exterior, patamares conversam com
a massa do terreno e desenham o
declive até a área da piscina. Aqui,
os objetos habitam a arquitetura.
] [
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]
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[
No segundo, Acayaba estrutura
a construção longitudinalmente
com uma linha reta, que é corredor
ladeado por um elemento linear que,
ora é banco, ora é pia ou bancada,
atravessando toda residência, de
exterior a exterior. Paralelamente,
no nível inferior, se encontra outro
elemento, ao mesmo tempo sofá,
lareira e estante de concreto.
Ambos os elementos são fixos,
portanto vinculados ao espaço de
forma permanente e razoavelmente
inflexível. Importante notar que,
ainda que sua posição seja fixa e sua
função seja sugerida, nada impede,
por exemplo, que o sujeito mude a
maneira de usar tais elementos se
desejar, podendo utilizar um banco
como prateleira ou fazer outras
modificações no decorrer do uso de
tais objetos. Os objetos habitam e
estão incrustados na arquitetura.
] [
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]
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[
No último projeto, uma área
quadrada de 25m² é toda a
residência e muda de função de
acordo com um único elemento
giratório composto de três seções
que se expandem ao espaço vazio:
quarto de dormir, cozinha e banheiro.
O espaço livre ganha características
distintas de acordo com qual seção
do elemento está aparente no
momento e, portanto, ativa. O sujeito
tem razoável controle sobre o espaço
que habita: o espaço e o objeto
estão dados e são fixos, mas podem
ser considerados flexíveis no sentido
de que comportam algum grau
de intervenção do sujeito, além de
serem responsáveis pela mudança
de toda uma configuração, ainda
que prevista. Os objetos habitam,
estão incrustados e suas variações
contaminam a arquitetura.
] [
25
PAULA RAMOS PACHECO
]
Flávia Nacif da Costa (2004) coloca que o objeto é elemento
mediador entre o sujeito e o espaço, agindo como supridor de
suposta dificuldade de envolvimento do usuário com o lugar.
Afirma ainda que manipular a função do objeto ou modificar
a maneira de inseri-lo num lugar pode mudar as relações que
serão estabelecidas entre o usuário e determinado espaço.
É notável a quantidade de arquitetos que, além de projetar
edifícios, ocupam-se também com o planejamento de objetos
para “povoá-los”.
De acordo com Jean Baudrillard (1973), os seres e os
objetos se encontram ligados em tamanha profundidade que
é gerado certo valor afetivo entre eles, por vezes até mesmo
chamado de a “presença” do objeto. Isto posto, a pergunta que
se busca responder nesse trabalho é: como fazer arquitetura
usando o objeto como elemento mediador da relação entre
sujeito e espaço?
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[
como fazer arquitetura usando o objeto como elemento mediador da relação entre sujeito e espaço?
27
PAULA RAMOS PACHECO
]
Ao final da disciplina de Pré TGI, concluída em 2013, foi entregue
um objeto síntese das questões que até então almejavam serem
tratadas no processo de TGI durante o ano seguinte. Tal objeto
ilustrava de forma simplificada as relações de trocas mútuas que
poderiam ser estabelecidas entre arquitetura e design, se tratando
de dois elementos representativos de cada disciplina, de mesmo
peso e que se envolviam ao mesmo tempo e de maneira semelhante.
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[
ações
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Baseando-se na questão direcionadora
estabelecida no início do processo do TGI,
“Como fazer arquitetura usando o objeto
como elemento mediador da relação
sujeito-espaço?”, percebe-se que esse
produto do Pré TGI não configura mais um
representante adequado a tal questão, visto
que agora estão colocados três elementos -
o sujeito, o objeto e o espaço arquitetônico -
enquanto anteriormente estavam presentes
apenas dois - o objeto e o espaço.
Foram identificadas relações entre esses
três elementos e desenvolvido um esquema
ilustrativo de tais, denominadas A, B e C.
Em A está representada a relação que
o ocorre entre sujeito e objeto, que
ocorrem no espaço e contribuem para
sua apropriação. Em B, vê-se que o objeto
é elemento mediador da relação entre o
sujeito e o espaço. Em C, estão as relações
entre objeto e espaço, que podem ocorrer
a graus variáveis de aproximação. Visto
que o arquiteto não tem controle sobre o
sujeito que irá ocupar sua obra construída,
aqui se vê que as relações sobre as quais
o arquiteto tem capacidade de maior
grau de definição são as ocorridas em C,
estritamente físicas, formais e funcionais,
entre o espaço arquitetônico conformado
por ele e os objetos que estão presentes em
tal espaço. As relações A e B irão depender
do sujeito que ocupa o espaço e, portanto,
são variáveis.
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[
]31
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]
[pro
gra
ma
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[
Desde o princípio se manifesta a intenção de trabalhar as
relações que se estabelecem entre os objetos e o espaço
construído.
A habitação estudantil surge como um programa plausível para
o desenvolvimento do projeto, visto que se trata de algo que
abriga atividades cotidianas variadas, que por sua vez supõem
certa relação dos usuários com os mobiliários que abriga, além
do fato de se tratar de um espaço de habitação temporária,
oferencendo portanto um campo amplo e aberto para o
desenvolvimento da questão inicial do TGI. Sendo coletiva, ainda
é possível explorar variados graus de sociabilidade dentro de
uma mesma edificação.]
33
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]
OBJETO [MOBILIÁRIO] COMO ELEMENTO MEDIADOR DA
RELAÇÃO USUÁRIO E ESPAÇO CONSTRUÍDO
ESPAÇO DE HABITAÇÃO TEMPORÁRIA E COLETIVA,
O MOBILIÁRIO SURGE JUNTO [OU ANTES] DA ARQUITETURA
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[
habitação estudantil
NÚCLEOS EM VARIADOS GRAUS DE SOCIABILIDADES
DO PRIVADO AO COMUM [COLETIVO/PÚBLICO]
DE DENTRO PRA FORA
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]
Parece pertinente ainda que o projeto se desenvolva na cidade de São
Carlos, SP, conhecido pólo universitário do estado, que abriga os campi da
Universidade de São Paulo e da Universidade Federal de São Carlos, além
de outras instituições de menor porte e particulares. No entanto, mesmo
se tratando de uma habitação estudantil, opta-se por localizar o conjunto
não dentro dos campi, como é habitual, mas no centro da cidade, de forma
a aproximar a comunidade local da universitária e vice versa. Ainda nesse
ponto, parece interessante a existência de habitação no centro de São
Carlos, visto que hoje a predominância é de estabelecimentos comerciais
que funcionam em sua maioria apenas durante o dia, fazendo com que em
outros períodos os espaços públicos se mostrem esvaziados.[36
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[
inser
ção]
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]
38
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[
U f s ca r
campus I u s p
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washinton luis
av.
são
c
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av. Getúlio vargas
i n s e r ç ão
á r e a o b j e to
TRAZER MORADIA PARA O CENTRO | INTEGRAR COMUNIDADE UNIVERSITÁRIA COM COMUNIDADE LOCAL | FACILIDADE DE ACESSO A TRANSPORTE E SERVIÇOS
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]
[40
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[
A escolha da quadra a se intervir se dá a partir de uma busca
por espaços livres de edificação próximos a espaços públicos
que possam complementar o programa do edifício em si,
critério aliado à facilidade de acesso a serviços e transporte.
Nesse contexto, encontra-se a meia quadra de distância da
Praça Coronel Salles um espaço que atravessa a quadra
em que se coloca, entre as ruas Sete de Setembro e Major
José Inácio (estas perpendiculares à Avenida São Carlos,
importante eixo norte-sul do município, que abriga diversas
linhas e paradas de ônibus, facilitando dessa forma o acesso a
outras partes da cidade). ]41
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]
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[
ee dr. á lva r o g u i ã o
p r a ç a coronel s a l l e s
catedral de são ca r lo s
mercado municipal
praça do mercado
quadrao b j e to
av. s
ão
ca
rlo
s
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]
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[
q ua d r ao b j e to
O ESPAÇO LIVRE DE EDIFICAÇÕES ATRAVESSA A QUADRA NO SENTIDO NORTE SUL
pa
ss
ag
em
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]
núcleos
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Partindo-se então do conceito de concepção objetual do
espaço, estabelece-se que a arquitetura irá se desenvolver
baseada na existência de núcleos com funções diferentes
dentro do edifício e que atendem, cada um, a um número
diferente de pessoas, de forma gradativa. Tais núcleos vão do
ambiente mais privado do programa até o mais abrangente, a
cidade em si, sendo amparados por mobiliários distintos.
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[
O edifício é um objeto originário da união de núcleos, cada qual ocupado por objetos. Parte-se do objeto do primeiro núcleo e chega-se ao edifício, ou ainda, à cidade.
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1.52
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[
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O primeiro é o mais privado, que recebe a função de dormir
e ainda trabalhar ou estudar, abrigando quatro pessoas. Nele
existe apenas um objeto, que abriga tais funções e ainda pode
dividir o espaço em duas áreas, uma em que se está acordado
e outra em que se dorme, conforme se queira, mediante a
utilização de divisórias que saem do próprio objeto
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0 1 5 10
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4,1
1,9
2,6 1,
9
2,5
0,7
0,5
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2.58
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O segundo atende a dois primeiros, de forma que é utilizado
por até oito pessoas em conjunto. Em planta, se alinha com a
área úmida que ampara os núcleos tipo 1 e que se destaca do
volume. O objeto que abriga ocupa boa parte de seu espaço
físico, na forma de tablado elevado, funciona como área de
estar e convivência para os moradores dos dois cômodos
(núcleos 1) a que dá acesso.
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[
0 1 5 10
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]
0,5
3,8
2,8
0,5
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3.64
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[
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]
O terceiro é uma área de trabalho ou estudo mais ampla
que a que se encontra no primeiro núcleo, sendo destinada
às dezesseis pessoas que habitam os dois núcleos tipo 2 e
quatro tipo 1 que atende. É ainda onde se localiza a circulação
vertical do edifício. Como já existe um ponto de trabalho no
primeiro núcleo, mais privado, aqui entende-se que haja
campo para que sejam desenvolvidos trabalhos e estudos mais
movimentados, como os em grupo. Dessa forma, seu objeto
é uma única superfície de trabalho, que pode ser sutilmente
dividida pela movimentação de dois elementos iguais, no
sentido de seu comprimento. Tais elementos ainda servem de
apoio temporário para objetos e materiais de quem faz uso
desse espaço. Dessa forma, o mobiliário pode se adaptar para
abrigar grupos de variados tamanhos.
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[
0 1 5 10
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]
51,
150,3 0,3
1,15
0,75
5
1,15
0,3 0,3
1,15
0,75
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[
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]
4.70
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O quarto núcleo é cozinha coletiva, e atende a até trinta e duas
pessoas, o total de habitantes de um pavimento. Desenvolve-
se baseado na existência de quatro ilhas iguais de preparo
e consumo de alimento, sendo uma lateral maior de cada
destinada ao preparo e a outra ao consumo. Se orientam de
forma espelhada, de maneira que o preparo se dá próximo
às paredes e o consumo na região central, ambos no sentido
do comprimento do objeto. Os espaços sob a bancada são
utilizados como espaço de armazenamento.
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[
0 1 5 10
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]
4,2
1,1
0,9
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
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largura de 0.60m, fechamentos internos e externos
largura de 0.60m, aberturas do núcleo 3, a leste e oeste
largura de 1.20m, aberturas do núcleo 1, a leste
largura de 1.20m, aberturas da área úmida anexa ao núcleo 1
largura de 1.20m, painéis corrediços externos do núcleo 1
largura de 1.20m, fechamentos das áreas de acesso restrito
aos moradores no térreo
PAINÉIS DE FECHAMENTOA estrutura do edifíficio é conformada por pilares de concreto
e vigas de aço, e os fechamentos se dão pela combinação de
uma variedade determinada de painéis.
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]
78
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[
O térreo, cujo desnível entre uma rua e outra totaliza seis
metros (sendo a cota mais baixa adjacente à Rua Major José
Inácio), se organiza em três pavimentos planos, de forma que
a circulação vertical entre eles se dá por meio de escadas ou
elevador, se for necessário, localizados no ponto médio da
travessia entre ruas.
O térreo é, ao mesmo tempo que passagem de pedestres pelo
meio da quadra, algo que abriga programas comerciais e de
serviços, que atendem tanto aos moradores do edifício acima
como à cidade em que o conjunto se insere.
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]
80
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[
O EDIFÍCIO ATRAVESSA A QUADRA NO SENTIDO NORTE SUL
pa
ss
ag
em
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]
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[
rua sete de setembro
rua major josé inácio
rua
do
na
ale
xa
ndri
na
rua
são
jo
aq
uim
cir
cula
çõ
es
83
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]
Os programas comerciais e de serviços se situam entre
os pisos do térreo, quando estes se sobrepõem, e também
abrigados na forma de núcleos localizados de forma fixa junto
às áreas molhadas do edifício acima.
Os primeiros são definidos.
Na área localizada entre esta cota e a de valor 842.00m, há
espaço destinado pra a implantação de um mini mercado, de
forma a atender os moradores do prédio de maneira rápida
e também à cidade, já que se localiza no meio da passagem
entre ruas.
Já o segundo tipo não tem programa definido.
Eles têm menores proporções e são passíveis de abrigarem
programas distintos, mas cujos estares decorrentes das
possíveis funções que exercem possam se expandir para as
proximidades, tanto nas áreas cobertas como descobertas do
térreo.
Existem ainda, nessa cota, espaços de estares em forma de
deck ligados a esses núcleos que se estendem para a área
descoberta do terreno e permitem sua contaminação por seus
programas.
839.00mRua Major José Inácio
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0 1 5 1085
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]
842.00mnível entre ruasNo espaço localizado entre os pisos desta cota e a de valor
845.00m sugere-se a existência de um programa também de
caráter comercial. Entretanto, há um espaço livre em frente a
ele que poderá ser apropriado, funcionando como extensão do
mesmo, ou ainda podendo sediar eventos do próprio edifício.
Como se trata de um edifício de habitação estudantil, parece
cabível aqui a existência um comércio responsável por produtos
como livros, hqs, discos, entre outros (podendo, inclusive, ser
responsável pela organização de eventos compatíveis com
o programa e que ocupem a área coberta defronte) e que,
dessa maneira, atue tanto no sentido de atender às demandas
estudantis como no de atrair a população ao interior da quadra.
O acesso ao edifício se dá através de uma área restrita aos
moradores, que por sua vez abriga a caixa de escadas, que
leva aos pavimentos superiores.
Existem ainda dois núcleos de comércio.
86
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0 1 5 10 87
PAULA RAMOS PACHECO
]
845.00mRua Sete de SetembroO nível na cota da rua Sete de Setembro se estende até a área
das circulações verticais pública dos térreos.
Abriga um núcleo comercial próximo à rua, este ladeado pela
área de acesso restrito aos moradores do edifício, que leva à
circulação vertical privada.
O trecho que leva às circulações é mais estreito que a largura
do terreno, de maneira que se vê o espaço em frente ao
comércio da cota inferior.
A porção sul dessa cota já é ocupada pelo primeiro pavimento
de habitações, acessado a partir da cota 842.00m.
88
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[
0 1 5 1089
PAULA RAMOS PACHECO
]
0 1 5 10
90
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[
1
2
3
4
92
TGI 1 014
[
93
PAULA RAMOS PACHECO
]
94
TGI 1 014
[
95
PAULA RAMOS PACHECO
]
96
TGI 1 014
[
97
PAULA RAMOS PACHECO
]
R E F E R Ê N C I A S[
98
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[
]ACAYABA, Marlene Milan. Branco e Preto: uma história de design brasileiro nos anos 50. Instituto Lina Bo e P.M. Bardi, 1994.BAUDRILLARD, Jean. O sistema dos objetos. São Paulo, Perspectiva, 1973.COSTA, Flávia Nacif. O design como reativador da experiência. Dissertação de Mestrado. Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, 2002.POMBO, Olga. Interdisciplinaridade e a integração dos saberes. In: Liinc em Revista, v.1, n.1, março 2005, p. 3-15.
99
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