TEXTO PARA DISCUSSÃONo. 626 A Década Perdida: 2003 – 2012 Vinicius Carrasco João M. P. de Mello...
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No. 626
A Década Perdida: 2003 – 2012
Vinicius Carrasco João M. P. de Mello
Isabela Duarte
TEXTO PARA DISCUSSÃO
DEPARTAMENTO DE ECONOMIA www.econ.puc-rio.br
1
ADécadaPerdida:2003–20121
ViniciusCarrasco†,JoãoM.P.deMello§,IsabelaDuarte†
Sumário
A economia brasileira avançou na década seguinte à chegada ao
poderdoex‐presidenteLula.Aindamaisimportantefoioavançonos
temas sociais. Não obstante, o desempenho brasileiro, quando
medidoem relação ao melhor grupo de comparação entre
emergentes, foi, em geral, muito aquém do que poderia ter sido.
Tendorecebidoumchoquederendaexternamaisgeneroso,oBrasil,
em relação ao melhor grupo de comparação:1) cresceu, investiu e
poupoumenos;2)recebeumenosinvestimentoestrangeirodiretoe
adicionoumenosvalornaindústria;3)tevemaisinflação;4)perdeu
competitividade e produtividade, avançou menos em Pesquisa e
Desenvolvimento e piorou a qualidade regulatória; 5) foi pior ou
igual em quase todos os setores importantes; 6) a distribuição de
renda, a fração de pobres, e a subnutrição caíram em linha ou um
pouco menos; 7) a escolaridade avançou menos, a despeito de
maiores gastos; 8) a saúde andou em linha.Fomos melhor no
mercadodetrabalho,ondeavançamosnamargemmaisfácil:colocar
aspessoaspara trabalhar.Emsuma,oBrasil avançou,maspoderia
teravançadomuitomais.Nestesentidoadécadafoiperdida.
PalavrasChave:Contrafactual;AvaliaçãodeDesempenho;Grupode
ControleSintético 1 De Mello agradece o generoso apoio do CPNq e da Faperj. Agradecemos, por comentários e sugestões, a José Roberto Afonso, Edmar Bacha, Alfredo Binnie, Regis Bonelli, Eduardo Correia, Mikkel Davies, Felipe Diógenes, José Heleno Faro, Arminio Fraga, Shri Jayanthi, Carlos Melo, Leonardo Damião, Samuel Pessôa, Marcelo Santos, Luciano Sobral, Carlos Eduardo Gonçalves, Armando Castelar, Fernando de Holanda Barbosa Filho, Marcos Lisboa, Sergio Almeida e participantes de seminários no Instituto Brasileiro de Economia (IBRE), na Pacifico Gestão de Recursos e no Insper. Todos os erros remanescentes são de responsabilidade dos autores. †Departamento de Economia, PUC-Rio e Academia Brasileira de Ciências. [email protected] §Insper, Academia Brasileira de Ciências e CNPq. [email protected] † Departamento de Economia, PUC-Rio. [email protected]
2
Table of Contents
1.Introdução........................................................................................................................5
2ODesempenhorelativodoBrasil...........................................................................132.1CrescimentoEconômico...................................................................................................132.2Condiçõesestruturais.......................................................................................................242.2.1OManáExterno.........................................................................................................................242.2.2OManáInterno.........................................................................................................................27
2.3Produtividade......................................................................................................................292.3.1OqueexplicaopiordesempenhorelativodoprodutomédiodotrabalhonoBrasil?......................................................................................................................................................312.3.2ProdutividadeMarginaldoCapitaleInfraestrutura.................................................362.3.3ProdutividadeAgregada.......................................................................................................42
2.4Instituições...........................................................................................................................462.4.1Resumo:ConstruindooFuturo?........................................................................................49
2.5DesempenhoMacroeconômicoComparado.............................................................502.5.1InflaçãoeCâmbio.....................................................................................................................502.5.2Poupança.....................................................................................................................................532.5.3CompetitividadeInternacional,ExportaçãoeImportação.....................................542.5.4DesempenhoFiscal..................................................................................................................602.5.5PolíticaMonetáriaeJuros.....................................................................................................642.5.6SetorExterno,ReservaseBalanço....................................................................................65
2.6AnáliseSetorial...................................................................................................................682.6.1Indústria......................................................................................................................................682.6.2SetorElétrico.............................................................................................................................702.6.3IntermediaçãoFinanceira.....................................................................................................732.6.4Agricultura..................................................................................................................................762.6.5Mineração....................................................................................................................................782.6.6GásePetróleo............................................................................................................................802.6.7Telecomunicações....................................................................................................................842.6.8ResumodaAnáliseSetorial.................................................................................................87
2.7ProgressoSocial..................................................................................................................882.7.1MercadodeTrabalho,EmpregoeRendadoTrabalho.............................................892.7.2Educação......................................................................................................................................952.7.3SegurançaPública....................................................................................................................992.7.4Saúde...........................................................................................................................................1002.7.5DesigualdadeePobreza......................................................................................................105
3Conclusão......................................................................................................................109
Referências......................................................................................................................111
ApêndiceA:Metodologia............................................................................................113
ApêndiceB:DadoseConstruçãodosGruposdeControleSintéticos..........118
ApêndiceC:PlacebosparaoPIBpercapita.........................................................134
3
Figure1:BrasilContraEmergentes.........................................................................................14Figure2:BrasilcontraAméricaLatina...................................................................................15Figure3:ResultadoPrincipal......................................................................................................16Figure4:PesosIguaisparaosPaísesdoMelhorGrupodeControle.........................18Figure5:IncluindoaArgentina.................................................................................................19Figure6:Brasilv.AméricaLatinaUsandoaPennWorldTable..................................20Figure7:ContraPaísesdeRendaMédiaAlta......................................................................21Figure8:ExcluindoRendaBaixa...............................................................................................22Figure9:UsandoDadosdaEIU..................................................................................................23Figure10:TermosdeTrocacomosPesosdoPIB.............................................................25Figure11:TermosdeTrocacomPesosdeseuMelhorGrupodeComparação....27Figure12:RazãodeDependênciacomosPesosdoPIB.................................................28Figure13:RazãodeDependênciacomPesosdoseuMelhorGrupode
Comparação..............................................................................................................................29Figure14:PIBporPessoaEmpregada....................................................................................30Figure15:FaltadeCapitalHumano.........................................................................................33Figure16:Investimento................................................................................................................34Figure17:InvestimentoEstrangeiroDireto........................................................................35Figure18:EstoquedeCapital.....................................................................................................35Figure19:PerdasnaTransmissãoeDistribuição.............................................................37Figure20:Estradas.........................................................................................................................38Figure21:ConsumodeDiesel....................................................................................................39Figure22:VolumeTransportado..............................................................................................40Figure23:Passageiros...................................................................................................................41Figure24:TráfegoPortuário......................................................................................................42Figure25:TFP...................................................................................................................................43Figure26:ProduçãoCientífica...................................................................................................45Figure27:PatentesConcedidas.................................................................................................46Figure28:QualidadeRegulatória.............................................................................................47Figure29:Corrupção......................................................................................................................49Figure30:Inflação...........................................................................................................................52Figure31:Câmbio............................................................................................................................53Figure32:Poupança.......................................................................................................................54Figure33:CompetitividadeInternacional............................................................................55Figure34:Exportações..................................................................................................................56Figure35:ÍndicedeVolumeExportado.................................................................................57Figure36:Importações.................................................................................................................58Figure37:AberturadaEconomia.............................................................................................59Figure38:ReceitadoGoverno...................................................................................................60Figure39:GastosdoGoverno.....................................................................................................61Figure40:DívidaBruta.................................................................................................................62Figure41:MaturidadedaDívidaPública..............................................................................63Figure42:JurosdaPolíticaMonetária...................................................................................64Figure43:JurosaoTomador......................................................................................................65Figure44:BalançoExternodeBenseServiços..................................................................66Figure45:ContaCorrente............................................................................................................67Figure46:Reservas.........................................................................................................................67Figure47:Indústria........................................................................................................................68
4
Figure48:ProduçãodeVeículos...............................................................................................69Figure49:ConsumodeEnergia.................................................................................................70Figure50:GeraçãodeEnergia...................................................................................................71Figure51:PerdasnaTransmissãoeDistribuição.............................................................72Figure52:PreçodaEnergia........................................................................................................73Figure53:Crédito/PIB..................................................................................................................76Figure54:Agricultura....................................................................................................................77Figure55:ProduçãoBrutadeMinério...................................................................................78Figure56:ProduçãodeMinérioporConteúdoMetálico................................................79Figure57:ProduçãodeÓleo.......................................................................................................81Figure58:ProduçãodeGás.........................................................................................................82Figure59:RefinoTotal..................................................................................................................83Figure60:RefinodeGasolina.....................................................................................................83Figure61:ImportaçãodeCombustíveis................................................................................84Figure62:PenetraçãodeTelefoniaCelular..........................................................................85Figure63:PenetraçãodeTelefoniaFixa................................................................................86Figure64:ARPU,TelefoniaCelular..........................................................................................87Figure65:ÍndicedeDesenvolvimentoHumano................................................................88Figure66:ParticipaçãodosSaláriosnoPIB.........................................................................90Figure67:PopulaçãoEmpregada.............................................................................................91Figure68:Desemprego.................................................................................................................92Figure69:SalárioMínimoNominal.........................................................................................93Figure70:SalárioMínimoReal..................................................................................................94Figure71:SalárioMédio...............................................................................................................95Figure72:Escolaridade(acimade15anos)........................................................................96Figure73:Escolaridade(entre20e24anos).....................................................................97Figure74:GastoscomEducação...............................................................................................98Figure75:Homicídios....................................................................................................................99Figure76:Encarceramento......................................................................................................100Figure77:ExpectativadeVida................................................................................................101Figure78:Saneamento...............................................................................................................102Figure79:AcessoàÁguaPotável...........................................................................................103Figure80:FertilidadeentreAdolescentes.........................................................................104Figure81:GastoscomSaúde...................................................................................................105Figure82:Desigualdade.............................................................................................................106Figure83:Pobreza1....................................................................................................................107Figure84:Pobreza2....................................................................................................................107Figure85:Subnutrição...............................................................................................................108
5
1. Introdução
Comojulgarodesempenhodeumgoverno?Ométodomaisimediatoécomparar
com o governo anterior. Apesar de simples e intuitivo, a comparação com
períodosanterioreséummétodoinsatisfatórioporumsemnúmeroderazões.
Para nossos propósitos, basta mencionar que, coincidente à eleição da então
oposição no pleito presidencial de 2002, os termos de troca do Brasil – e da
maioriadosemergentes– começaramamelhorar substancialmente. Isso, além
da política monetária frouxa nos EUA, criaram condições externas bastante
favoráveis,nãovistasnosdezanosprecedentes.OquemelhorounoBrasil?Os
governosLulaeDilmaouasmelhorescondiçõesexternas?Alémdisso,políticas
implantadasnosgovernosanterioresmaturaramduranteadécadade2000.Dois
exemplos:auniversalizaçãodoensinobásicoeafaxinadosetorfinanceiro,que
custoualgocomo15%doPIB(DeMelloeGarcia,2011).
Medir o desempenho de um governo é um problema de inferência causal. A
comparaçãosatisfatóriaécomoqueteriasidoodesempenhodopaíssoboutro
governo.Éochamadocontrafactualque,porconstrução,nãoexiste.Emciências
laboratoriais, o contrafactual é imitado através da produção de dados
experimentais: escolhendo aleatoriamente aqueles que receberão um
certotratamento e os que não o receberão, infere‐se se o efeito do tratamento
causoupela comparação entre o ocorrido com os que receberam e os que não
receberamotratamento.
Emciênciassociaiscadavezmaistenta‐sefazeromesmo,istoé,produzirdados
experimentalmente. Infelizmente, o método experimental não está disponível
para se inferir o efeito de governos. Felizmente, os cientistas sociais criaram
métodos para imitar o que seria tal país contrafactual. Usamos um deles,
particularmente apropriadopara situaçõesnasquais somenteumpaís “recebe
umtratamento”,nestecaso,umdeterminadogoverno,ehávárioscandidatosa
unidades de comparação: ométodo do controle sintético (Abadie et al, 2010).
Estado da arte da inferência causal com dados não experimentais, o método
6
permitedeterminarosmelhoresgrupospossíveisdecomparaçãocomoBrasil,
umparacadadimensãodedesempenhoavaliada.
Anãoaleatoriedadedotratamentoéoproblemacentraldainferênciacausalcom
dadosnãoexperimentais.Avitóriadaentãooposiçãoem2002nãofoi fortuita:
havia uma insatisfação com o governo; o Brasil partia de uma situação
relativamentefrágil,fragilidadeestaagravadapelaprópriaperspectivadetroca
de governo. O fato do Brasil estar, na largada, em uma situação diferente dos
outros países atrapalha que sejam interpretadas como causais quaisquer
diferenças que porventura apareçam entre o Brasil e outros países depois de
2002.A não aleatoriedade da chegada do Partido dos Trabalhadores (PT) ao
podercausaumproblemadecomparabilidade.Emsuma,oBrasileradiferente
de outros países antes de 2003, o que torna difícil, mas certamente não
impossível,compará‐locomoutrospaísesdepoisde2002.
O método do grupo de controle sintético procura mitigar o problema da
comparabilidadeescolhendoumgrupodecomparaçãoquesejaomaisparecido
possível com o Brasil de antes de 2003, no sentido estatístico. Em outras
palavras, cria‐se um país sintético que aproxime as características do Brasil.
Crucialéqueogruposintéticodecomparaçãoconsigaimitarsatisfatoriamentea
trajetóriadoBrasilantesdachegadadoPTaopoder.Comoveremos,nestecaso
ométodofuncionabastantebemparaamaioriadasdimensõesqueanalisamos.
OapêndiceAdescrevedetalhadamenteométodo.Aquiexplicamosbrevemente
sua intuição2. Considere o exercício de mensurar o que teria ocorrido com o
crescimentopercapitadoBrasilnaausênciadotratamento,i.e.,ogovernodoPT.
Parte‐sedeumconjuntodepaíses“candidatos”àcomparaçãocomoBrasil,no
casoo conjuntodepaísesemergentes conformedefiniçãodoFundoMonetário
Internacional (FMI).3Elenca‐se um conjunto de variáveis que, potencialmente,
2Abadie et al (2010) mostra as condições formais para que o método recupere o efeito causal do tratamento. 3Quando há informação disponível para um grupo suficientemente grande de países emergentes, o que é a maioria dos casos. Nos outros, expandimos a amostra de países de modo a permitir a implantação do procedimento. É reconfortante que, nesses casos, o procedimento dá pesos maiores para os emergentes. Finalmente, há casos para os quais claramente o grupo relevante de comparação deve
7
explicam crescimento do PIB per capita. Usa‐se os valores para prever o
crescimento que ocorreu no Brasil antes do tratamento, neste caso o período
antesde2003. Esseexercícionosdáa importânciadecadaumdos fatoresde
explicação do crescimento brasileiro no período anterior ao ano 2003. Em
seguida, busca‐se a combinação entre os países candidatos que melhor se
aproximadoBrasil, antes do tratamento, nas dimensões que importamparao
crescimentodoPIBpercapita.
Para efeito de ilustração, imagine que apenas o investimento per capita e o
crescimentodoPIBpercapitanospaísesemergentesimportamparaoprevero
PIBpercapitadoBrasilantesde2003.Eimaginequeoinvestimentopercapitae
ocrescimentodoPIBpercapitanospaísesemergentesexplicam10%e90%do
crescimentodoPIBper capitadoBrasil, respectivamente. Finalmente, imagine
quehádoispaísesnoconjuntodeemergentes:oMéxicoeaÍndia.Suponhaagora
que, antesde2003,o crescimentodoPIBper capitada Índia separeciamuito
comodoBrasilmas,poroutrolado,oinvestimentonaÍndiafoimuitodiferente
dobrasileiro.E vice‐versaparaoMéxico: o investimentomexicano separecia
muitocomobrasileiro,masocrescimentodoPIBpercapitafoimuitodiferente.
NessecasoomelhorgrupodecomparaçãoseráumamisturadeÍndiaeMéxico,
dandomuitomaispesoparaaÍndiadoqueparaoMéxicoporqueaÍndiaseria
mais parecida com o Brasil na dimensão mais relevante para explicar o
crescimento do PIB per capita brasileiro antes de 2003 (o período “pré‐
tratamento”). Por exemplo, o melhor grupo de comparação seria uma média
ponderada de Índia e México com 90% de peso para a Índia e 10% para o
México. Imagineque,depoisde2003,a Índiacresceuemmédia5%eoMéxico
apenas 1%. Nesse caso, o melhor grupo de comparação terá crescido 4,6%
(0,9x5%+0,1x1%).SeoBrasil cresceuemmédia5%depoisde2003,oefeito
tratamentodosgovernosLulaeDilmaseriaumcrescimentode0,4%.
Ométodo é agnóstico. Cabe aos dados, e não ao pesquisador, decidir quais as
variáveis importamparapreverocrescimentodoBrasilantesde2003,quanto
incluir países não emergentes. Por exemplo, quando avaliamos a produção de minério de ferro, é importante incluir a Austrália. Ver Apêndice A.
8
cada uma importa e, não menos importante, a escolha do melhor grupo de
comparação.Aopesquisadorcabeapenasdefinirogrupoinicialdecandidatosà
comparaçãoeosfatorescandidatosaexplicaravariáveldeinteresse.Nonosso
caso, o grupo potencial de comparação, do qual sairá o melhor grupo de
comparação,é incontroverso:osemergentescomodefinidospeloFMI4.Quanto
aosfatoresexplicativos,podemosserigualmenteagnósticoseincluirumaampla
gamadeles.Osdadossãoaúnicarestrição:quantomaioronúmerodepaísese
deanosantesde2003,maisvariáveisexplicativaspodemosusar.
Em suma, o método do grupo de controle sintético tem uma vantagem
fundamental: como investigador não tem muita discrição, evitam‐se debates
muitasvezespoucoúteisarespeitodequaléopeergroupdoBrasil.Sãoospaíses
latino‐americanos? É o México, grande e com PIB per capita parecido? Ou a
Colômbia,nãotãogrande,umpoucomaispobre,masigualmentedesigual?Ouo
Chile,tambémexpostoàmineração?OuaArgentina,grandeprodutoradegrãos,
comooBrasil,eimportanteparceiracomercial?SeráqueosemergentesdaÁsia
eÁfricanãotêmnenhumavaliaemtermosdecomparaçãocomoBrasil?Emvez
de tentar responder essas perguntas, todas muito difíceis, o método deixa os
dadosdecidirem:omelhorpeergroupéaquelequemelhorimitaoBrasilantesdo
tratamento,i.e.,antesde2003.
Analisamosumaamplagamadevariáveismacroeconômicas,microeconômicas,
setoriaisesociais.Oexercíciofazmaissentidoparavariáveisquepodemobjeto
depolítica.Porexemplo,oPIBpercapitaéafetadopelasescolhasdosgovernos.
Defato,éoquequeremosavaliar.Poroutrolado,émuitodifícilqueasdecisões
dogovernoafetemostermosdetroca,pelomenosnocurtoounomédioprazos.
No jargão,os termosde trocasãoexógenos. Jáoutrasvariáveispodemsimser
afetadas por políticas. Por exemplo, políticas redistributivas podem afetar
desigualdadederenda.Políticassetoriaisafetamdecisõesdeinvestimentoe,em
últimainstância,odesempenhodaindústria.
4Na prática não usamos todos os países emergentes porque a implantação numérica do método exige que haja informações completas para o país ser incluído na amostra (demanda um painel balanceado, no jargão econométrico). Mas a amostra final é bem representativa dos países emergentes. Ver os Apêndices A e B.
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Osmelhoresgruposdecomparaçãosãocomputadoscasoa caso.Oexemplodo
minériodeferroajudaailustrarporque.Bomsenso,maisdoqueeconometria,
sugerequeaAustráliatenhagrandepesonogrupodecomparação.Afinal,Brasil
eAustráliatêmasmaioresoperaçõesnomercadotransoceânicodeminériode
ferro.De fato,osdadosescolhemaChinaeaAustráliacomoomelhorgrupode
comparaçãopara julgar a evoluçãodaproduçãodeminério5.Quandoolhamos
paraaproduçãocorrigidaparaconteúdometálico,aAustráliarecebepeso1:ela
é o melhor “grupo” de comparação. Esses dois resultados são totalmente
esperadosà luzdoquesabemossobrea indústria.Os trêsmaioresprodutores
são Brasil, Austrália e China mas, no que se refere ao conteúdo metálico, a
Austrália é o único produtor que chega perto da qualidade de Carajás. É
reconfortantequeaeconometriaestejadeacordocomobomsenso:o fatodos
dados recuperarem isso de forma completamenteagnóstica aumenta muito a
confiança de que o procedimento gerará grupos de comparação razoáveis no
casosemquenãopodemosapelarparaobomsensoparajulgararazoabilidade
domelhor grupode comparação.Gostaríamosdeusar aAustráliapara julgar a
evolução do PIB per capita brasileiro?Pode ser que sim, mas é difícil que
queiramos impor isso a priori, apenas para manter iguais os grupos de
comparaçãoparaPIBpercapitaeparaproduçãominério.
Resumindoosresultados,encontramososseguintes fatos.Apartirde2003,os
termosdetrocadoBrasil,assimcomodeváriospaísesemergentes,melhoraram
substancialmente, impulsionados pelo aumento do preço de commodities
agrícolaseminerais.De fato,oBrasilrecebeuummanáexternomaisgeneroso
do que os outros países emergentes. No entanto, tivemos um desempenho
econômico inferior ao do melhor grupo de comparação em quase todas as
dimensõesrelevantes.
5Abrimosalgumaspoucasexceçõesàregradecomeçarcomospaísesemergentescomoogrupodecandidatosaparticiparemdomelhorgrupodecomparação.Trêssãoasrazõesparafaze‐lo:disponibilidadededados,robustezeinformaçãopréviaincontroversasobrearazoabilidadedeumpaíspertenceraogrupodecandidatos.OcasodaAustrálianominériodeferropertenceàúltimarazão.
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OPIBpercapitaeoinvestimentocresceramsubstancialmentemenosdoqueo
melhor grupo de comparação. A produtividade, principal fonte de crescimento
de longo‐prazo de um país, cresceu menos do que no melhor grupo de
comparação.AProdutividadeTotal dos Fatores (TFP, da sigla em inglês), uma
medida de produtividade agregada,piorou tanto em termos relativos comoem
termos absolutos. Em linha com a evolução da TFP, a produção científica e a
concessão de patentes cresceram menos do que no melhor grupo de
comparação. O investimento em infraestrutura foi também aquém daquele
obtidopelomelhorgrupodecomparação.Oinvestimentoestrangeirodiretofoi
menordoquenomelhorgrupodecomparação.
Namacroeconomia de curto prazo, melhoramos nas dimensões fiscal, posição
externaepolíticamonetária,masem linhacomomelhorgrupo.Tivemosmais
inflaçãodoqueomelhorgrupodecomparação,oqueéparticularmentenotável
dadoquecrescemosmenos.Ouseja,menoscrescimentoemaisinflação.
Nosquesitosinstitucionaistambémfomosmal.Aqualidadeinstitucional,medida
peloíndicedeQualidadeRegulatóriadoBancoMundial,pioroumuitoemrelação
aomelhor grupode comparação. Em realidade, a qualidade regulatóriapiorou
também em termos absolutos. A percepção corrupção piorou em relação ao
melhorgrupodecomparação.
Emsuma,emtermosdeinvestimento,produtividadeeconstruçãoinstitucional,
olegadoeconômicoparaofuturoé,namelhoradashipóteses,desalentador.
Avaliamostambémváriossetoresimportantesparaaeconomiabrasileira,como
agricultura, indústria, energia, mineração, telecomunicações, infraestrutura e
bancário. Com a honrosa exceção das telecomunicações – setor privatizado no
finaldosanos1990–odesempenhobrasileirofoinamelhordashipótesesigual
ao do melhor grupo de comparação. O setor agrícola foi bem em termos
relativos.Adisponibilidadededadosdeterminaaescolhadossetoresanalisados.
Estudamos todos os setores importantes para os quais há umpainel de dados
compelomenos5paísesdisponíveldesdepelomenosoano2000.
11
Omercadodetrabalhofoiagrandeestrela.Aparticipaçãodamassasalarialna
renda aumentou em relação aomelhor grupo de comparação.No entanto, este
aumento não adveio de ganhos reais de salário, que andou em linha com o
melhor grupo de comparação, mas sim do aumento do emprego e,
principalmente,daparticipaçãonaforçadetrabalho.
O ÍndicedeDesenvolvimentoHumano(IDH)melhorouem linhacomomelhor
grupodecomparação.Aquedadadesigualdadederenda,meninadosolhosdos
governos Lula e Dilma, foi um pouco menor do que no melhor grupo de
comparação. A pobreza caiu em linha com o melhor grupo de comparação. A
educaçãotambémfoiumpoucopior,asaúdeemlinha,apesardetermosgastado
mais do que os melhores grupos de comparação.A segurança pública foi bem
pior.Novamente,adisponibilidadededadosdeterminouaescolhadasvariáveis
socais.Olhamos todasasvariáveisparaasquaisháumpaineldenomínimo5
países desde 2000. Por exemplo, ficou de fora um quesito importante: déficit
habitacional.Simplesmentenãoencontramosinformaçõesparaaconstruçãodo
melhorgrupodecomparação.
Em suma, em relação aos melhores grupos de comparação, deveríamos estar
maisricose,principalmente,poderíamosterconstruídobasesmaissólidaspara
aprosperidadefuturasetivéssemosinvestidoomesmoqueomelhorgrupode
comparação, tantona formaçãodecapital físicoquantodecapitalhumano.Por
fim, comprometemos inutilmente as bases da prosperidade futura piorando o
arcabouço institucional do país, enquanto o melhor grupo de comparação
melhorou ao longo da década. Tivemos alguns importantíssimos avanços nos
quesitossociais.Nãoavançamos,noentanto,emtermosrelativos.
Em suma, colhemos as frutas que estavam baixas na árvore: colocamos as
pessoas para trabalhar, o que aumentou a massa salarial e a renda dos
trabalhadores. Isso é bom,mas certamente insuficiente para criar crescimento
sustentável no longo prazo. Em quase todas as outras dimensões fomos mal
relativamente.
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Nãoháinformaçãoposteriora2012paraamaioriadasvariáveis.Emrealidade,
muitas vezes não temos dados para depois de 2011 ou 2010. Portanto, essa é
uma avaliação do desempenho do Brasildurante o governo Lula e o primeiro
biêniodogovernoDilma.É sabidoqueaeconomiabrasileira sedeteriorouem
termos relativos desde 2010. Nossos resultados, caso pudéssemos estender a
amostraparaosanosmais recentes,provavelmentepintariamumquadropior
paraodesempenhorelativodoBrasil.
Por fim, algumas palavras sobre Economia Política. Os resultados aqui são
perfeitamente compatíveis com o bom desempenho eleitoral do Partido dos
Trabalhadores nos anos 2000 e com ainda alta popularidade do ex‐presidente
Lula. Ao eleitor é fácil comparar antes e depois. E, objetivamente, o Brasil foi
melhornosanos2000doquenosanos1990.Mas,tendorecebidofortesventos
favoráveis, teve um desempenho medíocre, quando julgadorelativamente a
outrospaíses.Issonãoquerdizerqueoeleitorsejairracionalou“voteerrado”.
Aquisição de informação é cara, o que torna limitada a racionalidade, fazendo
com que a regra do depois‐versus‐antes seja perfeitamente racional para o
eleitor.
Além desta introdução e das seções que apresentam os resultados para as
múltiplasdimensõesqueanalisamos,oartigocontémtrêsapêndices.OApêndice
A delineia formalmente do método de estimação do melhor grupo de
comparação; o Apêndice Bdescreve as fontes de dados eos códigos usados –
emStata(c)–,demodoqueosresultadossãofacilmentereproduzíveisporoutros
pesquisadores.OApêndiceCmostraevidênciadesignificânciaestatísticaparaos
resultadosdoPIBpercapita.
13
2O Desempenho relativo do Brasil
2.1 Crescimento Econômico
ComeçamospeloPIBpercapita,amedidadequantoéproduzidoporhabitante
em um país. Há várias fontes de dados disponíveis para PIB per capita, com
diferençasmetodológicasnãodesprezíveisentreelas.AfonteprincipaléaWorld
DevelopmentIndicators,umabasededadosdoBancoMundial,porqueelaéamais
extensiva no número de variáveis que serão usadas na análise posterior. Por
robustez,mostramosdiferentesexercíciosusandodoisoutrosbancosdedados:a
PennWorldTableeaEconomistIntelligenceUnit(EIU).
Começamos pelos dados do BancoMundial. Antes de avaliar o Brasil à luz do
melhorgrupodecomparação,fazemosalgumascomparaçõessimples.AFigura1
mostraaevoluçãodoPIBpercapitanoBrasileamédiadospaísesemergentes,
conforme a definição do FMI. As trajetórias têm um forte componente
comum.Tanto os emergentes como o Brasil passam a crescermais fortemente
depoisde2002.Osemergentes,que jávinhamcrescendomaisdoqueoBrasil
até 2002, seguem crescendo mais fortemente depois. Ou seja, o desempenho
econômico do Brasil, medido pelo PIB per capita, não é brilhante, quando
comparadoàmédiadosoutrospaísesemergentes.
14
Figure1:BrasilContraEmergentes
Pode ser injusto comparar o crescimento do PIB per capita do Brasil com a
média dos outros países emergentes. Como a própria Figura 1 mostra, os
emergentes são, em média, mais pobres que o Brasil. Portanto, não é
surpreendente que eles cresçam mais acentuadamente6. Essa é a principal
vantagem do método do controle sintético: por construção, o método
tentareplicarsãosóatrajetória,mastambémoníveldoPIBpercapitaantesdo
“tratamento”,nessecasoachegadadoex‐presidenteLulaaopoder.
Outro exercício pertinente é olhar somente para o países latino‐americanos. É
arguível que os vizinhos latino‐americanos sejammais parecidos com o Brasil
paracomeçar, tornando‐osmaiscomparáveis7. AFigura2apresentaomesmo
exercício da Figura 1, mas com a amostra restrita aos emergentes latino‐
americanos8.Agora,vemosqueatrajetóriadecrescimentoantesde2003ébem
6A Figura 1 apresenta a media simples dos países emergentes. Ou seja, tratamos China e Tailândia, por exemplo, da mesma forma. Ponderando por população torna mais acentuada a diferença de crescimento do PIB per capita. Figura disponível para os interessados. 7Como veremos, essa intuição não sobrevive à empiria: a melhor maneira de replicar o PIB per capita do Brasil antes de 2003 não contém muita América Latina. 8Para fazer parte da amostra é preciso que haja observações de um conjunto de variáveis para todos os anos entre 1995 e 2012, segundo os dados disponíveis no sítio do Banco Mundial. Por isso a ausência
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Brasil Média dos Emergentes
Fonte: WB
US$ Constantes em 2005
PIB per Capita: Brasil v. Emergentes
15
parecidacomoBrasil.Depoisde2002,oPIBpercapitamédiodaAméricaLatina
crescemaisrapidamentedoqueobrasileiro.OPIBpercapitamédiodospaíses
latino‐americanosémaisaltodoquenoBrasil.Portanto,oargumentodabase
maisbaixanãoseaplicanestecaso.
Figure2:BrasilcontraAméricaLatina
O método do controle sintético mitiga ao máximo o problema de
comparabilidade, deixando os dados recuperarem qual é o melhor grupo de
comparaçãoparaoPIBpercapitadoBrasil.AFigura3mostraaevoluçãodoPIB
percapitanoBrasilenoseumelhorgrupodecomparação.Esteénossoresultado
principal.
da Argentina, país cujos dados de PIB per capita não é reportado no World Development Indicators desde 2008.
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Brasil Média da América Latina
Fonte: WB. Média LatAm inclui Chile, Colômbia, Peru, Venezuela e México
US$ Constantes em 2005
PIB per Capita: Brasil v. América Latina
16
Figure3:ResultadoPrincipal
Ométodotemumdesempenhobomnoperíodopré‐tratamento:omelhorgrupo
decomparação,aproximandosatisfatoriamentetantoatrajetóriacomooníveldo
PIB per capita antes de 2003. Comparando com as Figuras 1 e 2, o controle
sintéticoparecebastantemaiscomparávelcomoBrasil.
Entre1995e2002,oPIBpercapitarealemdólaresde2005ficaestáveltantono
Brasil como nomelhor grupo de comparação.A partir de 2003 amboscrescem
substancialmente, com uma breve interrupção durante a crise de 2009. No
entanto, o PIB per capita do melhor grupo de comparaçãosobe
significativamentemaisdoqueodoBrasil.Emrelaçãoa2002,oPIBpercapitano
melhorgrupodecomparaçãoestava42%,masapenas28%maisaltonoBrasil.
Emtermosmonetários,arendapercapitamédiaseria592,00dólaresde2005
mais alta. Em Reais atuais, isso representa mais de R$1.460,00 por pessoa.
Parapaíscomoumtodo,oPIBseriaquaseR$300bilhõesmaior.
O grupo de controle do Brasil coloca quase 60% de peso na Turquia, 20% na
Tailândia e 15% em Ucrânia. Esses fatos têm duas consequências para
interpretaçãodoresultado.Primeiro,TurquiaeUcrânia–quecompões75%do
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Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: WB, IMF e IFO. Tailândia (0.206), Turquia (0.577), U crânia (0.146) e África do Sul (0.071).
US$ Constantes em 2005
PIB per Capita
17
melhorgrupode comparação– são paísesde rendamédia‐alta, relativamente
industrializados. Logo, a diferença de desempenhonãopode ser explicada pelo
fato do procedimento ter escolhido países emergentes relativamente pobres e
pouco industrializados, que deveriam ter crescimento mais fortemente,
impulsionados peloboom de preços de commodities. Por outro lado, a alta
concentração, especialmente emTurquia, pode levantar a preocupação de que
uma coincidência com a Turquia tenha gerado o resultado. Para averiguar se
nossoresultadoégeradoportalcoincidência,aplicamosomesmopesoatodos
os países que receberam algum peso positivo pelo procedimento. A Figura 4
mostraoresultado.É importantenotarque,nestecaso,nãohánenhumarazão
paracrerquea trajetóriaouníveldomelhorgrupodecomparaçãoedoBrasil
sejamparecidosantesde2003.
18
Figure4:PesosIguaisparaosPaísesdoMelhorGrupodeControle
DoisfatosinteressantesemergemdaFigura4.Primeiro,ogrupodecomparação
é emmédia composto de países com renda per capitamédiamenor do que o
Brasil. Isso se dá pelas presenças de Tailândia e África do Sul. É esse
precisamenteopontodoprocedimentodecontrolesintético:aodarpesogrande
à Turquia, o procedimento emula um país de comparação com nível de renda
parecido com o brasileiro. Ou seja, os pesos estimados pelo procedimento de
controle sintético importam. Segundo, o Brasil cresce aproximadamente em
linhacomospaísesnomelhorgrupodecontroleentre1995–2002.Apartirde
2003, tanto o Brasil como esse conjunto de países passam a crescer mais
aceleradamente.
AFigura5mostraoexercíciodomelhorgrupodecomparaçãoquandoincluímos
aArgentinacujosdadosprecisamser introduzidoscominformaçõesdePIBper
capitaemPPPfornecidaspeloFMI.
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Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: WB. Controle: Turquia, África do Sul, Tailândia e Ucrânia
US$ Constantes em 2005
PIB per Capita: Pesos Iguais
19
Figure5:IncluindoaArgentina
Há três fatos ilustrados na Figura 5. Primeiro, a conclusão é similar àquela da
Figura3: caso tivesse crescido comoomelhorgrupode comparação,oPIBper
capitabrasileiroestaria10%maisalto.Segundo,oajustoantesde2003éainda
melhordoquenaFigura3.Terceiro,omelhorgrupodecomparaçãoéparecido
àqueledaFigura3,sugerindoqueométodoérobusto9.
Agora passamos para a base do Penn World Table, que é mais completa em
termosdepaíses.Comoeste éumexercíciode robustez,nãonos restringimos
apenasaospaísesemergentesconformeadefiniçãodoFMI.AFigura6mostrao
exercíciodomelhorgrupodecomparaçãoconsiderandotodospaísesdaAmérica
LatinaeCaribe,conformeadefiniçãoderegiõesdoBancoMundial10.
9Oquartofatonotávelédenaturezatécnica.PassamaterpesopositivooMéxicoeaMalásia,enãoaArgentina.Pelométodoutilizado,issoéperfeitamentepossível:aintroduçãodaArgentinaalteraasvariáveisqueexplicamoPIBpercapitanoBrasileépossívelqueoMéxicoeaTailândiasepareçammaisaoBrasilcomasnovospesosdadosàsvariáveisexplicativas.10AbasededadosdaPennWorldTableémuitoricaemnúmerodapaíses,masrelativamentepobreeminformaçõessobreospaíses.Alémdissoelavaisóaté2010.Utilizamos,noprocedimento,asvariáveisládisponíveis:alémdoPIBpercapitaemPPP,temosfraçõesdeconsumo,investimentoeconsumodogoverno,populaçãoeumíndicedeexportaçõeseimportaçõessobreoproduto.
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Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: FMI. México (0.093), M alásia (0.106), Tailândia (0.066), Turquia (0.49), U crânia (0.153) e África do Sul (0.091)
PPP Corrente
PIB per Capita
20
Figure6:Brasilv.AméricaLatinaUsandoaPennWorldTable
AFigura7consideratodosospaísesconsideradosderendamédiaalta,conforme
classificaçãodoBancoMundial.OBrasilestánessegrupo.
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Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: WB. Colômbia (0.688), Cuba (0.177), M éxico (0.135)
PIB per capita, PPP dólares de 2005
PIB per capita: América Latina
21
Figure7:ContraPaísesdeRendaMédiaAlta
Agora incluímos, além daqueles de rendamédia alta, os países de renda alta.
Portanto, retiramos da amostra os países de renda baixa e muito baixa.
ComparandooBrasilcompaísesigualmentericosoumaisricos,seriamaisfácil
que o Brasil fosse melhor em termos comparativos. A Figura 8 mostra o
resultado.
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1995 2000 2005 2010
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: WB. China (10,9), Col ômbia (0.206), Cuba (0.218), Turquia (0.314) e Venezuela (0.126)
PIB per capita, PPP dólares de 2005
PIB per capita: Renda Média Alta
22
Figure8:ExcluindoRendaBaixa
Vemos que os resultados são bastante robustos. Mudando o grupo de países
candidatos ao melhor grupo de comparação, altera‐se o melhor grupo de
comparação,comoseriadeseesperar.Masaconstataçãoésempreamesma:o
PIB per capita brasileiro cresceu menos do que nos melhores grupos de
comparação. De fato, ao mudar ou ampliar o grupo de países candidatos a
membrosdomelhorgrupodecomparação,aumentaadiferençaentreoBrasile
o melhor grupo de comparação. Se começamos com a América Latina, países
geograficamentepróximosaoBrasil,adiferençaaofinalde2010émaiordoque
10%(Figura6).SecomeçamoscompaísesderendaparecidacomàdoBrasil,a
diferençaao finalde2010é15%(Figura7). Se incluirmosospaíses ricos,cujo
ritmodecrescimentotendeasermenor,adiferençaaindaseguemaiordoque
10%(Figura8).
Os resultados nas Figuras 6 e 7 reforçam a percepção de que a diferença de
desempenhodoBrasilcomomelhorgrupodecomparaçãonãoédevidaaofato
de compararmos o Brasil com emergentes mais pobres e menos
industrializados.Mesmo quando permitimos que o procedimento compare o
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Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: WB. China (0.112), Colômbia (0.536), Cuba (0.184) e Japan (0.049) e Peru (0.120)
PIB per capita, PPP dólares de 2005
PIB per capita: excluindo renda baixa
23
Brasilcompaísesderendamédiaaltaealta,omelhorgrupodecomparaçãotem
desempenhosuperioraobrasileironoperíodo2003–2010.
Nunca é demais lembrar que os dados da PennWorld Table param em 2010,
aindamaiscedodoqueosdadosdoBancoMundial.Tudoindicaqueadiferença
serámaioraindaquandopudermosincluirosdadosmaisrecentes.
Por fim, usamos os dados da EconomistIntelligence Unit(EIU), que procura
utilizar somente dados que sejam, segundo seus critérios, comparáveis
internacionalmente. Por exemplo, a EIU evita ao máximo utilizar fontes
domésticas de dados. Os números são, portanto, potencialmente diferentes
daqueles do Banco Mundial e da PennWorld Table e servem aopropósito de
checar,maisumavez,arobustezdosresultados.AunidadereportadapelaEIUé
oPIBpercapitaemdólaresPPPcorrentes,porissoonívelmaisaltodoqueos
gráficosdaPennWorldTable.
Figure9:UsandoDadosdaEIU
Ográficomostra,maisumavez,ofracodesempenhorelativodoBrasil.Ogrupo
decontroleélevementediferentedosoutrosgráficos.Em2003oBrasilpartedo
mesmo nível do que o melhor grupo de comparação. O melhor grupo de
comparaçãooPIBpercapitaemPPPquase17%maiorqueoBrasil.
6000
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Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: Pearson. Argentina (0.109), Chi le (0.241), M éxico (0.139), Tailândia (0.373) e África do Sul (0.139) ).
USSPPP
PIB per capita
24
Em suma, se tivéssemos crescido em linha com os melhores grupos de
comparação, estaríamos pelo menos 10% mais ricos atualmente. Esse limite
mínimo é bastante robusto: resiste a três fontes diferentes de dados, a vários
grupos diferentes de paísescandidatos a pertencerem ao melhor grupo de
comparaçãoe,consequentemente,adiferentesmelhoresgruposdecomparação.
É precisonotar, no entanto, que a composiçãomelhor grupode comparação é
razoavelmenterobustaàsdiferentesfontesdedados.
Por último, até agora fomos silenciosos quanto à significância estatística das
diferençasestimadas.OapêndiceCmostraoprocedimentoqueAbadie (2010)
propõeparaavaliarseháevidênciadequeasdiferençasestimadassãomaisdo
queruídoestatístico.
2.2 Condições estruturais
É importante contextualizar as condições e restrições às quais o país e os
formuladoresdepolíticapúblicaestãosubmetidos.Doisfatoressãodeprimeira
ordemdeimportância:ostermosdetrocaeataxadedependência.Ambosestão
fora do controle dos formuladores de política pública, ao menos nos curto e
médioprazos.
2.2.1 O Maná Externo
É comum que os governos atribuam maus resultados ‐ ainda que relativos –
àscondições externas. E é, evidentemente e em princípio, possível que as
condiçõesexternascontribuamparaexplicaradiferençanas trajetóriasdoPIB
per capitadoBrasil edomelhorgrupode comparação.AFigura10mostraos
termos de troca do Brasil e do melhor grupo de comparação que gerou a
trajetóriadePIBpercapitadaFigura3.Ostermosdetrocasãoarazãoentreo
preçodosprodutosqueopaísexportaedosque importa.Elesmedemovalor
relativodosprodutosqueopaísexporta.Quantomaioréessenúmero,maiso
25
paísconseguecomprardebensnoexteriorparaumamesmaquantidadedebens
exportados. Portanto, aumentos os termos de troca representam um maná
externo,umaumentode“rendareal”paraopaís.Seráqueogrupodepaísescom
os quais comparamos o Brasil na Figura 3 recebeu um maná externo mais
generosodoqueoBrasil?
Figure10:TermosdeTrocacomosPesosdoPIB
AFigura10normalizaostermosdetrocaem100noano2000.Nãohárazãopara
oajustepré‐2003serbom.Afinal, estamosaaveriguarcomosecomportamos
termosdetrocadomelhorgrupodecomparaçãodoPIBpercapita.Ostermosde
trocadoBrasil caementre1995e2003,quandoatingemomenorníveldesde
1995.OstermosdetrocadomelhorgrupodecomparaçãodoPIBficarambaixos
durante todo o período1995 –2002.A partir de 2003, os termosde trocado
Brasil começam a recuperar‐se, primeiro lentamente, depois de 2005 mais
rapidamentee,apartirde2009,vertiginosamente.Emcontraste,os termosde
troca domelhor grupo de comparação do PIB oscilam, entre 2003 e 2012, ao
redorde90%donívelde2000.Omelhorgrupodecomparaçãocontém60%de
Turquia,pais relativamente industrializadoque surfou menos a onda das
commodities. JáoBrasilrecebeuumpresentenaformadoboomdecommodities.
9010
011
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013
014
0
1995 2000 2005 2010 2015
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: WB. Tailândia (0.206), Turquia (0.577), U crÂnia (0.146)e África do Sul (0.071).
Pesos do Contole Sintético para PIB per Capita(2000 = 1 )
Termos de Troca
26
Portanto,nãopodemosatribuiraocenáriocomercialexternoopiordesempenho
doBrasilemrelaçãoaomelhorgrupodecomparaçãodoPIBpercapita.
Apesar de não ser o objeto de interesse principal, a Figura 11 mostra o que
ocorre aos construirmos o melhor grupo de comparação específico para os
termos de troca. Vemos dois fatos interessantes. Primeiro, o método faz um
ajustemuitomelhordostermosdetrocaantesde2003,conformeesperado.Em
outraspalavras, a diferençadeajuste entre as Figuras10 e11mostra comoo
método funciona bem. Segundo, os termos de troca do Brasil andaram
estritamenteemlinhacomostermosdetrocadomelhorgrupodecomparação
computadoparaos termosde troca. Essanão é amétricamais relevantepois,
paraavaliaroefeitodetermosdetrocano PIBpercapita,émelhorveroque
ocorreucomostermosdetrocadospaísesdomelhorgrupodecomparaçãodo
PIBpercapita(Figura10).Mas,mesmosecomputarmosindependentementeo
melhorgrupodecomparação,oBrasilnãorecebeuummanáexternomenordo
que seus pares que tinham termos de troca parecidos com o Brasil antes de
2003. Sealgumacoisa,foimaior.Ouseja,ocrescimentoaquémdoparesnãoé
devidoàsdiferençasnastrajetóriasdostermosdetroca.
27
Figure 11: Termos de Troca com Pesos de seu Melhor Grupo deComparação
2.2.2 O Maná Interno
Ademografia tambémpodeajudarouatrapalharodesempenhoeconômicode
um país. A variável demográfica mais importante para o desempenho
macroeconômico é a razão de dependência, o número de idosos acima de 60
anos e de adolescentes e crianças abaixode15 anos.AFigura12mostra essa
relaçãoparaoBrasileparaomelhorgrupodecomparaçãodoPIB.Assimcomo
no caso dos termos de troca, essa é a contamais relevante já que a razão de
dependência não pode ser afetada por política pública, exceto talvez no longo
prazo. Tanto no Brasil como no melhor grupo de comparação, a taxa de
dependência, que já vinha caindo antes de 2003, seguiu em queda depois de
2003.OBrasilteveumatrajetóriasimilaraomelhorgrupodecomparaçãoapós
2003.Logo,nossosparesnão tiveramummaná internomaiordoqueoBrasil.
Porcompletude,mostramosoexercíciodataxadedependênciaparaseupróprio
melhorgrupodecontrole(Figura13).Nenhumamudançanotável.
100
110
120
130
140
1995 2000 2005 2010 2015
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: WB. China (0.168), Índi a (0.329), P eru (0.268) e África do Sul (0.234).
(2000 = 1 )
Termos de Troca
28
Figure12:RazãodeDependênciacomosPesosdoPIB
4550
5560
1995 2000 2005 2010 2015
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: WB. Tailândia (0.206), Turquia (0.577), U crÂnia (0.146)e África do Sul (0.071).
Pesos do Contole Sintético para PIB per Capita(2000 = 1 )
Termos de Troca
29
Figure 13: Razão de Dependência com Pesos do seu Melhor Grupo deComparação
2.3Produtividade
OPIBpercapitapodeserexpressocomoPIBportrabalhadorempregadovezesa
proporçãodapopulaçãocomemprego.Comomostraremosabaixo,aproporção
de pessoas empregadas aumentou (em relação ao melhor grupo de controle
dessavariável).Portanto,paraentenderas razõespelasquaisoPIBpercapita
esteveaquémdoquepoderiatersido,éfundamentalentenderaevoluçãodoPIB
portrabalhadorempregado.
AFigura14,painelAapresentaográficodoPIBporpessoaempregadoBrasile
do melhor grupo de comparação, computado especialmente para os PIB por
pessoa empregada (e, portanto, potencialmente diferente domelhor grupo de
comparaçãodoPIBpercapita).OpainelAdaFigura14nosinformasobreoque
ocorreucomaprodutividademédiadotrabalho.
4550
5560
1995 2000 2005 2010 2015
Brasil Grupo de Controle SintÈtico
Fonte: WB. Colômbia (0.093), Índi a (0.05), P olônia (0.345), Turquia (0.288) e África do Sul (0.224).
(% da População em Idade Ativa)
Razão de Dependência
30
Figure14:PIBporPessoaEmpregada
PainelA
PainelB
Comopode‐sever,adiferençaentreoqueocorrenoBrasilenomelhorgrupode
comparaçãoparaoPIBporpessoaempregadaémuitomaispronunciadadoque
nocasodoPIBpercapita.OPIBportrabalhadorpraticamentenãosemoveentre
1995e2003tantonoBrasilquantonomelhorgrupodecomparação.Depoisde
1200
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0
1995 2000 2005 2010 2015
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: WB. China (0.237), Turquia (0.164), U crânia (0.333), Venezuela (0.222) e África do Sul (0.044).
(PPP Constantes de 1990)
PIB por Pessoa Empregada
1200
014
000
1600
018
000
2000
022
000
1995 2000 2005 2010 2015
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: WB.
(PPP Constantes de 1990, Pesos do PIB per capita)
PIB por Pessoa Empregada
31
2002,enquantooPIBportrabalhadordisparanomelhorgrupodecomparação,
elepermaneceestávelnoBrasilaté2005.Excetopelointerregnodacrise(2009),
aprodutividademédiadotrabalhocontinuaasubirvertiginosamentenomelhor
grupo de comparação entre 2005 e 2012. No Brasil, ela cresce apenas
discretamente. No final de 2012, o PIB por trabalhador havia subido 56% no
melhorgrupodecomparação,eapenas13%noBrasil.Ouseja,nãosóoBrasil
cresceumenosdoquepoderiatercrescido,comonosmostraaFigura3,maso
alicerce do crescimento foi a incorporação pessoas à força de trabalho, e não
aumentos de produtividade. Isso sugere que, em relação ao melhor grupo de
comparação,estãoassentadasasbasesdocrescimentobaixonospróximosanos.
Anãoser,éclaro,queaprodutividadedotrabalhomelhore.
OpainelBmostraaevoluçãodoPIBporpessoaempregadanoBrasilcontrasua
evolução no grupo de comparação do PIB per capita. O padrão é omesmo do
painelAeconfirmaasugestãodequeamaiorpartedocrescimentobrasileiro
nosanos2003–2012veiodaadiçãodepessoasaomercadodetrabalho,enão
deaumentosdeprodutividadeporpessoa.
2.3.1O que explica o pior desempenho relativo do produto médio do trabalho no Brasil?
Sob hipóteses razoáveis,1112o produto por trabalhador de uma economia será
igualàsoma(i)daprodutividademarginaldotrabalhoe(ii)doprodutodarazão
capitalportrabalhadoredoprodutividademarginaldocapital.13Faremos,com
as restriçõesdedados comasquaisnosdeparamos,umabreveanálisedessas
variáveis.
11Formalmente, que a função de produção agregada seja homogênea de grau 1. Isto é, que, ao se dobrar o montante de todos os insumos (trabalho, capital físico, capital humano, práticas gerenciais, etc), a produção também dobre. Num mundo no qual seja possível replicar exatamente todas as características do processo de produção, a função de produção da economia satisfará essa condição. 12Essa hipótese só é feita para facilitar a discussão. Os argumentos aplicam-se de maneira análoga a outras funções de produção, desde que os retornos de escala da produção no Brasil e no melhor grupo de comparação não difiram significativamente. 13De fato, pelo Teorema de Euler, se uma função de produção , , onde K é o estoque de capital e L o montante de trabalhadores empregados, é homogênea de grau 1, ela pode ser escrita como
,, ,
, onde ,
é a produtividade marginal do trabalho e ,
é a
produto marginal do capital. Dividindo-se ambos os lados da equação por L, obtemos o resultado.
32
Emborasejabastantedifícilobtermedidasagregadasdeprodutividademarginal
do trabalho, as informações da produtividademédia do trabalho na Figura 14
podem nos ajudar a decifrar o que ocorreu (em relação ao melhor grupo de
comparaçãodePIBporpessoaempregada).Defato,semprequeaprodutividade
média do trabalho for crescente (respectivamente, decrescente), o produto
marginaldotrabalhoserámaior(respectivamente,menor)queaprodutividade
médiadotrabalho.Quandoaprodutividademédiaéconstante,aprodutividade
médiaéigualàprodutividademarginal.1415
Segue dessa discussão que, como a produtividade média do trabalhador no
melhor grupo de comparação cresceu vertiginosamente, enquanto no Brasil
cresceudemaneiradiscretaoumanteve‐seconstante,aprodutividademarginal
do trabalhonomelhorgrupodecomparaçãocresceudemaneirabastantemais
intensa que no Brasil. Portanto, a baixa produtividademarginal do trabalho é
certamenteumadas fontesdeexplicaçãododesempenhopoucoestelardoPIB
portrabalhadorempregadonoBrasil.
2.3.1.1 Capital Humano
Um fator importante na determinação da capacidade de produção de um
trabalhador é seu capital humano. O estoque de capital humano de um
trabalhador,segundooartigoseminaldeBecker(1962),inclui,entreoutros,sua
educação,quantidadedetreinamentofeitonoemprego(onthejobtraining)esua
saúde. Todo e qualquer investimento (pecuniário ou não) feito por um
trabalhadorequeaumentesuacapacidadedeproduzirépartedeseuestoquede
capitalhumano.
14Formalmente, essas afirmações vigoram para mudanças na quantidade de trabalho empregada. Como as mudanças na quantidade empregada esta, no entanto, se dá ao longo do tempo (que é a dimensão de variação à qual a Figura 3 se refere), elas tenderão a vigorar nos nossos dados. 15As afirmações valem para quantidades fixas de capital. Como mostraremos abaixo, em relação ao melhor grupo de comparação, acumulamos menos capital. Como, em geral, mais e melhores máquinas aumentam o produto marginal do trabalho, nossa análise é, na verdade, otimista em relação ao que ocorreu com a produtividade marginal no Brasil.
33
O estoque de capital humano de uma economia é tão importante quanto ou
talvezmaisimportantedoqueoestoquedecapitalfísico.Defato,éprecisoque
hajapessoasqualificadasparaoperaroestoquedecapitalfísicodaeconomia.O
WorldEconomicSurveycompilaumíndicedefaltadecapitalhumano16.AFigura
15mostrasuaevolução.
Figure15:FaltadeCapitalHumano
Até 2005, o Brasil estava um pouco melhor do que o melhor grupo de
comparação.Apartirdeentão,adeterioraçãorelativafoicontínua.Em2012,o
Brasil tinha piorado algo como 35% em relação a 2003, enquanto o melhor
grupodecomparaçãomelhorouaproximadamente15%.
2.3.1.2 Formação Bruta de Capital
AFigura16mostraaevoluçãodaformaçãobrutadecapital.Formaçãobrutade
capitalé,grossomodo,investimentoemcapitalfísico.Avariávelajudaaexplicar
(i) o pior desempenho relativo do Brasil em termos de PIB por trabalhador16Ver Apêndice B para mais informações sobre o World Economic Survey.
34
56
7
1995 2000 2005 2010 2015
Brasil Grupo de Controle SintÈtico
Fonte: IFO. China (0.174), Índi a (0.008), P eru (0.001), Turquia (0.7) e África do Sul (0.117).
Falta de Capital Humano
34
empregadoe(ii)apiorprodutividademarginaldotrabalhador.Defato,paraum
dadomontante de capital no período , umamenor formação bruta de capital
entreosperíodos e implicaráummenorestoquedecapitalem .Tudoo
maisconstante,ummenorestoquedecapitalcorresponderáaumamenorrazão
estoquedecapitalportrabalhador,oque,comodescrevemosacima,reduziráo
PIB por trabalhador. Adicionalmente,mais emelhoresmáquinas (amplamente
definidas)tendemaaumentaraprodutividademarginaldotrabalhador.
Figure16:Investimento
Na Figura 16 observamos,tanto para o Brasil quanto para o melhor grupo de
comparação,umaestagnaçãodoinvestimentonasegundametadedosanos1990,
seguidadecrescimento.O investimentocomoproporçãodoPIB terminaoano
de2011igualnoBrasilenomelhorgrupodecomparação–tendosaídoem2003
emumnívelmaisbaixonoBrasil.Noentanto,adiferençade investimento fica
muito alta durante quase todo o período 2003 – 2012. Como investimento
compõe o estoque de capital físico ao longo do tempo, a diferença de
investimentoobservadanosanos2003–2011produziuumagrandediferença
deestoquedecapitalentreoBrasileomelhorgrupodecomparação.Issoajuda
a entender a diferença de PIB por pessoa empregada: sendo baixo o
investimento, a produtividade (marginal) do trabalho será menor. Ou seja, a
evolução do PIB por trabalhador e do investimento são perfeitamente
1618
2022
24
1995 2000 2005 2010
Brasil Grupo de Controle SintÈtico
Fonte: WB. Bulgária (0.073), M éxico (0.182), P aquistão (0.118), Ucrânia (0.029) e África do Sul (0.597).
(como proporção do PIB)
Formação Bruta de Capital
35
compatíveis. O Brasil, ao investir pouco, perdeu a oportunidade de assentar
basessólidasparaocrescimentofuturo.
Outra medida da contribuição feita ao estoque de capital da economia é o
InvestimentoEstrangeiroDireto (IED).AFigura17mostrasuaevolução. Mais
uma vez o desempenho brasileiro foi abaixo domelhor grupo de comparação
paraquasetodooperíodo2003–2012.
Figure17:InvestimentoEstrangeiroDireto
Figure18:EstoquedeCapital
12
34
5
1995 2000 2005 2010 2015
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: WB. Polônia (0.532), Tailândia (0.367), U crânia (0.036) e África do Sul (0.064).
(como proporção do PIB)
Investimento Estrangeiro Direto - Entradas Líquidas
36
Aconsequênciadafaltadeinvestimentoéobaixoestoquedecapital,oqueajuda
aexplicarabaixaprodutividadedotrabalho.AFigura18mostraaevoluçãodo
estoquedecapitalnoBrasilenomelhorgrupodecomparação.Ficaclaroqueo
Brasil acumuloumuitomenos capital do que o melhor grupo de comparação,
comojásugeriamasFiguras16e17.
2.3.2 Produtividade Marginal do Capital e Infraestrutura
Évirtualmenteimpossívelconseguirumaboamedidaagregadadeprodutividade
marginal do capital. Precisaríamos de um experimento que nos desse o efeito
sobreoPIBdeumpequeno(naverdade, infinitesimal)aumentonoestoquede
capitalagregado.
Temos,noentanto,umamedidade ineficiêncianousodeumdosinsumosque
pode ser interpretado como componente relevante do estoque de capital da
economia: energia. De fato, é inegável que energia é componente da
infraestruturadeumpaís.Desperdíciosemseuusoimplicamprodutomarginal
na economia do insumo energia (novamente, pode ser interpretado um dos
2000
4000
6000
8000
1000
012
000
1995 2000 2005 2010
Brasil Grupo de Controle SintÈtico
Fonte: PennTable. China (0.224), e Ucrânia (0.776).
PPPs correntes (em bi de 2005 US$)
Estoque de Capital
37
insumos que compõem o estoque de capital agregada) menor do poderia ter
prevalecido.
A Figura19apresenta a evolução das perdas em transmissão e distribuiçãode
energiaelétricanoBrasilenomelhorgrupodecomparaçãoparaessavariável.
Figure19:PerdasnaTransmissãoeDistribuição
Antesde2003,assériesbrasileiraedomelhorgrupodecomparaçãocaminham
juntas,ambasapresentando,de2000a2003,diminuiçãonasperdas.Apartirde
2003, enquanto o desempenho brasileiro fica estagnada, as perdas nomelhor
grupodecomparaçãomantêm‐seemquedaacentuada.Ouseja,fomosbastante
pior do que o melhor grupo de comparação a partir de 2003. Em suma, o
produto marginal de um componente importante da infraestrutura do Brasil
ficou bastante aquém do que poderia ter. Voltaremos a falar de perdas em
transmissãoedistribuiçãodeenergiaquandofalarmosdosetordeenergia.
Háoutrasmedidasdodesempenhodaprodutividadedocapitalagregadoparao
país depois de 2003. A primeira é a quilometragem de estradas, umamétrica
importantíssimadeinfraestrutura.Hámenospaísescomdadosdisponíveispara
1314
1516
1718
1995 2000 2005 2010
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: WB. Colômbia (0.126), Índi a (0.203), M éxico (0.293), P eru (0.254), Turquia (0.038), U crânia (0.061) e África do Sul (0.025)
(% do Produto)
Perdas em Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica
38
aconstruçãodomelhorgrupodecomparação,oqueserefleteemumajustepior
antes de 2003 (ver apêndices A e B sobre dados emetodologia). De qualquer
forma, a Figura 20mostra a quilometragem de estradas no Brasil e nomelhor
grupo de comparação. O tamanho da malha viária de estradas aumentou
significativamentemaisnomelhorgrupodecomparaçãodoquenoBrasil,onde
elacaiudepoisde2003,
Figure20:Estradas
Outra métrica relevante é o consumo de diesel pelo setor rodoviário.
Manifestando omesmo fenômeno do gráfico anterior, o consumode diesel do
setor rodoviário andou bem menos no Brasil do que no melhor grupo de
comparação.VerFigura21
1500
000
2000
000
2500
000
3000
000
1995 2000 2005 2010
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: WB. Índia (0.567) e Polônia (0.433).
Quilometragem Total
Estradas
39
Figure21:ConsumodeDiesel
Osetoraéreofoiparticularmentebadaladonosúltimosanos.AFigura22mostra
odesempenhodaindústriadecargaaérea.
120
140
160
180
200
1995 2000 2005 2010
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: WB. Chile (0.364), L ituânia (0.129), P olônia (0.141), Tailândia (0.252) e Ucrânia (0 .114).
Kgoe
Consumo per capita de Diesel do Setor Rodoviário -
40
Figure22:VolumeTransportado
Aocontráriodoqueocorreparaquilometragemdeestradas,hádadosdecarga
áreaparamaispaíses,oqueserefletenomelhorajusteantesde2003.Antesde
2003, o transporte de carga aérea ficou praticamente parado, tanto no Brasil
comonomelhor grupode comparação.Depois de 2003, continuou a andar de
ladonoBrasil,mascresceudeformaacentuadanomelhorgrupodecomparação.
A Figura 23 não fala muita à produtividade marginal do capital, mas é
estreitamente relacionada com a Figura 22. Ela mostra o transporte de
passageiros. A nova classe média trocando o ônibus pelo avião é um dos
símbolos na prosperidade encontrada.Vemos um crescimento pronunciado
depois de 2003, mas muito aquém do crescimento no melhor grupo de
comparação.
1000
1500
2000
2500
3000
1995 2000 2005 2010 2015
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: WB. Colômbia (0.003) e Tailândia (0.997).
Milhões de ton-km
Transporte Aéreo - Volume de Carga Transportada
41
Figure23:Passageiros
Outra dimensão de infraestrutura e logística importante é o transporte
portuário.Novamente,comapossededadosparaváriospaíses,oprocedimento
faz um ajuste bastante satisfatório antes de 2003. Após 2003 o transporte de
containerandounomesmoritmonoBrasilenomelhorgrupodecomparação.
VerFigura24.
050
0000
001.
000e
+08
1.50
0e+
08
1995 2000 2005 2010 2015
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: WB. China (0.362) e Turquia (0.638).
Transporte de Passageiros
Transporte Aéreo
42
Figure24:TráfegoPortuário
2.3.3 Produtividade Agregada
Para dados estoques de trabalho e de capital físico e humano, inovações
tecnológicas– istoé,novasoumelhores formasdesecombinaresses insumos–
aumentamaproduçãodaeconomia.Emoutraspalavras,inovaçõesaumentama
produtividade agregada, ao aumentar a produtividade de todos os insumosda
economia. A Figura 25, abaixo, apresenta a evolução da TFP (sigla do inglês,
TotalFactorProductivity),umamedidadeprodutividadeagregada,paraoBrasil
eomelhorgrupodecomparação.
2000
000
4000
000
6000
000
8000
000
1000
0000
2000 2005 2010 2015
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: WB. China (0.023), Índi a (0.111), Peru (0 .157) e Turquia ( 0.709).
(TEU: Equivalência de 20 pés)
Tráfego Portuário de Conteineres
43
Figure25:TFP
Comopodeservisto,aTFPandouemlinhacomomelhorgrupodecomparação
entre 1995 e 2000. A partir de 2000 a TFP do melhor grupo de comparação
começa a crescer enquanto a brasileira decresceu seguidamente. Embora essa
diferença de tendência preceda o período 2003 – 2012, ela aumentou
significativamente a partir de 2003. De fato, enquanto nossa TFP manteve‐se
basicamente estável, a do melhor grupo de comparação cresceu de maneira
substancialapartirde2003.17
É interessante tentar associar a estagnação de nossa TFP com uma política
amplamenteadotadapelogovernodoPT,especialmenteLulaIIeDilma:créditos
subsidiados concedidos pelo BNDES. Há ao menos duas dimensões a serem
consideradas.Emprimeirolugar,paraasempresasabertashádadosarespeito
de empréstimos do BNDES. Lazzarinni e Mussacchio (2014) não encontram
efeitodosempréstimossobreinvestimentos.Segue,portanto,queoBNDEStêm17Como havia diferenças em tendências antes da mudança de governo em 2003, é mais discutível se o método do controle sintético capta, de fato, um efeito causal. De qualquer forma, se assim quisermos interpretar (e tomamos essa posição, uma vez que trata-se da melhor forma de se tentar inferir algum efeito da mudança de governo), o efeito da troca de governo deve ser medido pela diferenças das diferenças entre as TFPs.
.4.5
.6.7
1995 2000 2005 2010
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: Penn Table. China (0.083), P eru (0.198), Tailândia (0.344), Turquia (0.303) e Ucrânia (0.072).
(PPC corrente (EUA = 1))
Produtividade Total dos Fatores
44
financiadoumconjuntoprojetoscujoValorPresenteLíquidoSocialéNegativo.18
Isso,certamente,reduzaprodutividadeagregadadaeconomia.
Em segundo lugar, ao dar crédito subsidiado para atividadesque, por não
apresentarem retornos sociais diferentes dos privados, não o justificam –
concederempréstimosparaaconsolidaçãodosetordefrigoríficoséumexemplo
– oBNDES distorce a alocação de recursos na economia. Mais capital e mais
trabalho, devido às complementaridades entre os dois fatores, do que o
socialmentedesejável sãoalocadosàsatividades subsidiadas.O subsídio induz
umacunhaentreaprodutividademarginaisdocapitaletrabalhoentrediferentes
setores. Uma realocação de capital dos setores com menor produtividade
marginal para os com maior produtividade aumentaria a produtividade
agregada.19Qualoefeitodisso?Emumartigojáseminal,KlenoweHesie(2009)
computam, para China e Índia, os efeitos de se realocar capital e trabalho de
indústrias de menor produtividade marginal para as de maior.20Segundo o
estudo,osganhosdeprodutividadeestariamnaordemde30%a50%naChinae
40% a 60% na Índia. Embora não haja estudos para o Brasil, a evidência de
KlenoweHesie(2009)paraÍndiaeChinasugerequeasdistorçõesalocativasda
políticade incentivosdoBNDESpodemserdeprimeiraordemde importância
paraexplicaraestagnaçãodaTFPnoBrasil.
Certamente, inovação é uma das formas mais efetivas de se aumentar a
produtividadeagregada.InvestimentoemPesquisaeDesenvolvimento(P&D)é
parteindispensáveldoprocessodegeraçãodeinovação.AFigura26apresentaa
evolução de uma medida de investimento em Pesquisa e Desenvolvimento
(P&D):onúmerodeartigospublicadosemperiódicoscientíficosoutécnicos.Até
2002, o Brasil e o melhor grupo de comparação tinham produções científicas
próximas e que cresciam continuamente.Apartir de2003, omelhor grupode
18De fato, por um lado, fração substancial das fontes de financiamento do BNDES (e.g, FAT, que obtém recursos de impostos sobre faturamento, e recursos do Tesouro Nacional) geram distorções, que correspondem a um custo. Por outro lado, essas distorções não geram, conforme documentam Lazzarinni e Mussacchio (2014), investimento como contraparte. 19É curioso notar que melhorar a alocação de capital na Economia é, em última instância, o papel dos intermediários financeiros. É arguível que o BNDES faça o oposto disso no Brasil. 20Na verdade, a realocação contrafactual é feita para replicar as cunhas americanas (menores que as dos dois países).
45
comparaçãodesgarra:suaproduçãocientíficaficacrescentementemaiordoque
abrasileira.Seem2002oBrasileomelhorgrupodecomparaçãoproduziramo
mesmonúmerodeartigoscientíficos,em2012,omelhorgrupodeproduziu90%
maisartigos.
Figure26:ProduçãoCientífica
Pesquisa e Desenvolvimento se manifesta em inovação. A Figura 27 mostra a
evoluçãodonúmerodepatentesconcedidasaosresidentes.
5000
1000
015
000
2000
025
000
1995 2000 2005 2010
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: WB. China (0.258), H ungria(0.221), Turquia (0.173), U crânia (0.147), Venezuela (0.166) e África do Sul (0.035).
Artigos Publicados em Periódicos Científicos e Técnicos
46
Figure27:PatentesConcedidas
Oajustedoprocedimentonopré‐tratamentoébastantebom:omelhorgrupode
comparação emula o Brasil perfeitamente entre 1995 e 2002. Após 2002, o
melhor grupo de comparação dá um salto impressionante, multiplicando por
maisdeseisvezesas5.000patentesconcedidasem2002.NoBrasil,aspatentes
caem.
2.4 Instituições
Opapeldasinstituiçõesémuitoenfatizadonaanáliseeconômicamodernacomo
nosmostramAcemoglueRobinson(2012),entreoutros.Melhoresinstituições,
no sentido de protegerem os investimentos – tanto físicos como em capital
humano–estãoassociadosamelhordesempenhotantoeconômicocomosocial.
A Figura28mostra a evolução da qualidade regulatória noBrasil. O índice de
QualidadeRegulatória(QR)éconstruídopeloBancoMundial.OQRcolapsa,em
umasódimensão,váriosaspectosderiscoregulatório,comotaxação,controlede
preços, política comercial e competição, entre outros. Segundo a descrição do
Banco Mundial, ”[themeasure]captures
010
000
2000
030
000
4000
0
1995 2000 2005 2010 2015
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: World Intellectual Property Organization. China (0.140), Índi a (0.573), P aquistão (0.077), P olônia (0.12), Á frica do Sul (0.091).
Patentes Concedidas
47
perceptionsoftheabilityofgovernmenttoformulateandimplementsound policies
andregulationsthatpermitandpromoteprivate sector development". Em outras
palavras, o índice mede, simultaneamente, a segurança de que não haverá
mudançasnasregrasdojogoregulatórioeafacilidadeemsefazernegóciosem
umapaís.
Figure28:QualidadeRegulatória
Antesde2003,assériesdoBrasiledomelhorgrupodecomparaçãocaminham
juntas. Depois de 2003, elas se desgarram. Enquanto a qualidade regulatória
melhora no grupo de comparação, ele piora substancialmente no Brasil em
termosabsolutos.
Carrasco et al (2014) mostram que o risco regulatório tem um impacto
substancialsobreoprêmioderiscoexigidopelosinvestidores.Ouseja,aumenta
o custo de capital. Pegando o exemplo do setor elétrico, o capital custa às
empresasbrasileirasespantososde2,5pontospercentuaisaoanoamaisdoque
paraempresasdosetorelétricoempaísesemergentes(verCarrascoetal,2014,
pp.32e33).UsamosaestimativadoefeitodoriscoregulatórioemCarrascoetal
(2014), pode‐se atribuir toda essa enorme diferença de custo de capital à
0.1
.2.3
.4.5
1995 2000 2005 2010 2015
Brasil Grupo de Controle SintéticoFonte: WB. China (0.198), L ituânia (0.061), P eru (0.111), Polônia (0.349), Turquia (0.143), U crânia (0.025), Venezuela (0.003) e África do Sul (0.108).
Qualidade Regulatória
48
deterioraçãopós2002.Não surpreendentemente, o investimento foimenorno
Brasil do que nomelhor grupo de comparação. Fazer negócios noBrasil ficou
mais difícil e arriscado, tanto em termos relativos quanto absolutos. Os
investidores passaram a cobrar um prêmio, o que encarece e diminui o
investimento.OmenorinvestimentodiminuiocrescimentomedíocredoPIBpor
pessoa empregada. O piora do ambiente de negócios, além de diminuir o
investimento, aumenta a remuneração do capital o que, em geral, deterioraa
distribuição de renda, conforme demonstra Piketty (2014). O acirramento do
intervencionismodogovernoduranteogovernoDilma, comarenegociaçãode
contratos implícitos e as políticas de controle de preços, entre outros,
provavelmentecontribuíram para a deterioração adicional da qualidade
regulatóriabrasileira.
Ocombateàcorrupçãoéoutradimensãoinstitucional importante.Acorrupção
estáassociadaaumsem‐númerodeproblemassocioeconômicos,desdeefeitos
deletériossobredistribuiçãoderendaecoesãosocial,passandopordesperdício
de recursos escassos na busca de rendas advindas da corrupção, até baixo
investimento,e,consequentemente,baixocrescimentoeconômico(Mauro,1995).
Usando o índice de percepção de corrupção compilado pela Transparência
Internacional,mostramosadinâmicadapercepçãodecorrupçãonoBrasileno
melhorgrupodecomparação.Valoresmaisaltosnoíndicesignificamqueopaís
é percebido comomenos corrupto. Vemos, na Figura 29, que, em relação ao
melhorgrupodecomparação,oBrasilépercebidocomomaiscorruptodepoisde
2003. Enquanto o melhor grupo de comparação melhora bastante durante o
período, o Brasil sofre uma deterioração depois se recupera um pouco,
terminandoapenasumpoucomenoscorruptodoqueeraem2003
49
Figure29:Corrupção
2.4.1 Resumo: Construindo o Futuro?
Nossaanálisepermiteentenderasrazõespelasquaisficamosaquém,emtermos
de PIB per capita, do desempenho de pares comparáveis no período 2003 –
2012.Masháalgomaisimportantequepodeserapreendidodenossaanálise:as
implicaçõesdaúltimadécadaparaofuturodopaís.
A perspectiva não é dasmelhores. A lista inclui: baixa produtividademédia e
marginal do trabalho; produtividade agregada baixa e estagnada; baixo
investimento em capital físico; pouco investimento em inovação; sensível
deterioraçãodaqualidadeinstitucionaleregulatória,comimplicaçõesdeletérias
sobrecustodecapitaldasempresas;eaumentorelativonacorrupção.Asbases
paraofuturosãofrágeis.
33.
54
4.5
5
2000 2005 2010 2015
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: Transparency International e WB. Bulgária (0.074), Chi le (0.073), Chi na (0.119), P aquistão (0.136), P olônia (0.388), Turquia (0.051), U crânia (0.038) e África do S ul (0.122).
Figura 18 - Índice de Percepção de Corrupção
50
2.5 Desempenho Macroeconômico Comparado
Até agora, tentamos o mal desempenho relativo do Brasilpela dinâmica das
medidasdeprodutividade,daacumulaçãodecapitaledaqualidadeinstitucional.
Embora relevantes, essa variáveis não dão uma panorama completo do que
poderiatersidoaeconomiabrasileiranaúltimadécada.Outrasvariáveissãode
fundamentalimportância.
2.5.1 Inflação e Câmbio
Inflação é uma variável crucial de política. É possível que o benefício de
crescermosmenosfoiconseguimosmanterestabilidadedepreços.Apresentamos
trêsmedidas:odeflatorimplícitodoPIB,nossopreferido,pormediroaumento
de preços da cesta efetivamente consumida e produzida em cada ano; e o
deflatorimplícitodoPIBcomputadousandoomelhorgrupodecomparaçãodo
PIB;o ÍndicedePreçosaoConsumidor,parecidocomodeflator implícito,mas
sendoacestadebensqueocompõe21.
OpainelAdaFigura30mostraodeflatorimplícitodoPIB–umamedidadenível
depreços–paraoBrasileparaomelhorgrupodecomparação.Aocontráriodo
queotrade‐offinflação‐produtopoderiasugerir,ainflaçãobrasileirafoimaisalta
doquenomelhorgrupode comparaçãodepoisde2002.Ou seja,medidapelo
deflator implícitodoPIB, a inflaçãonoBrasil foimaisaltadoqueadomelhor
grupodecomparação.Interessantenotarquedeterioraçãorelativaocorremais
fortemente depois de 2008, quando o governo implanta a política econômica
maisdesenvolvimentista.
O painel B mostra a dinâmica do deflator implícito do PIB quando usamos o
grupo de comparação do PIB per capita. Aparentemente, houve um trade‐off
entreinflaçãoecrescimento:afinal,ainflaçãofoimuitomaisaltanomelhorno
21Maisprecisamente,odeflatorimplícitodoPIBéigualàseguinterazão:
PIBNominal
PIBReal100.
Portanto,a“cesta”debensmudaanoaanoporqueacomposiçãodoPIBmuda.Excetoporrevisõesocasionais,acestaparaocômputodoÍndicedePreçosaoConsumidoréfixa.
51
melhor grupo de comparação do PIB per capita. No entanto, esse trade‐off é
ilusório porque inflação no melhor grupo de comparação do PIB per capita
começaasedistanciarem1997,ouseja,seisanosantesdachegadaaopoderdo
ex‐presidente Lula. A diferença entre os painéisA eB ilustra,mais uma vez, a
importânciadométododecontrolesintético.Noqueserefereàinflação,ogrupo
relevantede comparação comoBrasilnãopode incluir quase60%deTurquia
porque,contráriodoBrasil,elatevesuperinflaçãonofinaldosanos1990.
Por fim, o painel C mostra a dinâmica do Índice de Preços ao Consumidor,
normalizado em 1 para o ano de 1995, no Brasil e no melhor grupo de
comparação. Por esse métrica, vemos que a inflação no Brasil foi um pouco
menordonomelhorgrupodecomparação.
Emsuma, adespeitode termos crescimentomenosdoqueomelhorgrupode
comparação, não conseguimos ter mais estabilidade preços. Se é que alguma
coisa,ainflaçãofoiacimadoquenoseumelhorgrupodecomparação.
52
Figure30:Inflação
PainelA
PainelB
PainelC
5010
015
020
025
0
1995 2000 2005 2010 2015
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: WB. China (0.201), H ungria (0.305), Índi a (0.16), P eru (0.191), Turquia (0.037) e África do Sul (0.106).
Deflator Implícito do PIB
020
040
060
080
0
1995 2000 2005 2010 2015
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: WB. Tailândia (0.206), Turquia (0.577), U crânia (0.146)e África do Sul (0.071).
Pesos do Contole Sintético para PIB per Capita(2000 = 1 )
Deflator Implícito do PIB
11.
52
2.5
33.
5
1995 2000 2005 2010 2015
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: WB. China (0.149), Índi a (0.436), P aquistão (0.221), P olônia (0.015) e Turquia (0.004) e África do Sul (0.175).
1995 = 1
Índice de Preços ao Consumidor
53
Será que o câmbio atrapalhou o combate à inflação no Brasil em relação ao
melhorgrupodecomparação?AFigura31mostraaevoluçãodocâmbionominal
emmoedalocalporUS$(médianoano).Desde2003oRealsevalorizoumaisdo
que amédia dasmoedas locais domelhor grupo de comparação. Logo, o pior
desempenhodainflaçãoéprodutodoméstico.
Figure31:Câmbio
2.5.2Poupança
Outra variável macroeconômica relevante é a poupança doméstica, que, junto
coma poupança externa, é a fonte de financiamentodos investimentos de um
país.AFigura32apresenta a evoluçãodapoupançabruta comoproporçãodo
PIBparaoBrasileomelhorgrupodecomparação.
11.
52
2.5
33.
5
1995 2000 2005 2010 2015
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: WB. China (0.171), Col ômbia (0.246), Índi a (0.454), Turquia (0.039) e África do Sul (0.091).
(Moeda Local por US$ (média no ano), normalizada para 1 em 1995)
Taxa de Câmbio
54
Figure32:Poupança
Durante os anos 1990 a poupança bruta era bastante baixa no Brasil, assim
comonomelhorgrupoporque,nestecaso,oajustepré‐2003ébastantebom.A
partirde2001,apoupançabrutacresceumambososcasos,mascrescemaisno
Brasil.Até2011,assériesoscilam.De2003a2012,apoupançabrutacresce17%
nomelhorgrupodecomparação,masapenas10%noBrasil.
2.5.3Competitividade Internacional, Exportação e Importação
A Figura 33 mostra, desde 1998, a evolução de um índice de falta de
competitividade internacional, cuja fonte é oWorldEconomicSurvey. O Brasil
anda em linha com omelhor grupode comparação até 2009, quando começa
uma deterioração acentuada que faz com que o Brasil termine 2012 com um
índice30%piordoqueomelhorgrupodecomparação.
1214
1618
20
1995 2000 2005 2010
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: WB. Colômbia (0.541), L ituânia (0.414), P aquistão (0.003) e África do Sul (0.041)
(como proporção do PIB)
Poupança Bruta
55
Figure33:CompetitividadeInternacional
Asexportaçõesdeumpaístambémcaptamseugraudecompetitividadeexterna.
AevoluçãodasexportaçõesdebenseserviçosdoBrasiledomelhorgrupode
comparação, descrita na Figura 34, complementa os resultados descritos na
Figura33.
45
67
8
1995 2000 2005 2010 2015
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: IFO World Economic Survey e WB. Colômbia (0.356), M éxico (0.307), P aquistão (0.059), P olônia (0.240) e África do Sul (0.037).
Falta de Competitividade Internacional
56
Figure34:Exportações
Fatointeressante:omelhor“grupo”decomparaçãoéaÍndianestecaso.Entreos
emergentes,oBrasiléomaisfechado.OúnicoquechegapertoéaÍndia.Porisso
oprocedimentoatribuiaelatodoopeso,mostrandomaisumavezapotênciado
métodoque, ironicamente, temumdesempenhoruimexatamenteporquenada
seassemelhamuitooBrasilnoqueserefereàaberturacomercial.Vê‐sequeaté
umpoucoantesde2004,asexportaçõesdebenseserviçosdoBrasiledaÍndia
caminhavam juntas. A partir de 2005, as séries de desgarram e depois se
acentuam,especialmentedevidoaodasexportaçõesdebenseserviçosdomelhor
grupodecomparaçãocresceremvertiginosamente.
As exportações tiveram um desempenho ruim apesarmelhoria dos nossos
termosdetroca(Figuras10e11).ArazãoestánaFigura35,quereportaoíndice
de volume exportado compilado pelo BancoMundial. A quantidade exportada
teve um desempenho sofrível. Ou seja, não conseguimos aumentar as
exportações quando isso eramais atraente economicamente. Vários fatores já
documentados ajudam a entender esse fracasso. Entre eles, a logística
crescentemente precária, o aumento na insegurança regulatória e a falta de
investimentos.
510
1520
25
1995 2000 2005 2010
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: WB. Índia (1).
como proporção do PIBExportações de Bens e Serviços
57
Figure35:ÍndicedeVolumeExportado
O desempenho da estratégia recente do BNDES pode ser avaliado à luz do
resultado acima. A formação de campeões nacionais, financiada de maneira
generosa pelo BNDES, tinha como objetivo criar competidores pujantes no
mercado internacional o que deveria, em parte, se manifestar em mais
exportações de qualidade. Os dados estão agregados, o que impede que
avaliemos o desempenho relativo desses campeões nacionais em termos de
exportações.Nãoobstante, odesempenhopífiodas exportaçõesbrasileiras em
relação ao melhor grupo de comparação sugere que o fomento aos grandes
exportadoresfracassouemproduzirumefeitoagregadorelevantenovalordas
exportações.
A quantidadeimportadatambém é medida relevante de desempenho. Dar ao
consumidorlocal,atravésdeimportação,acessoaosbensproduzidosnoexterior
aumenta seu bem‐estar. Talvez ainda mais importante, uma economia aberta
permitequeprodutorestenhamacessoainsumosebensdecapitalbaratosede
5010
015
020
025
030
0
1995 2000 2005 2010 2015
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: WB. China (0.172), Col ômbia (0.273), Índi a (0.234), P aquistão (0.017), Turquia (0.142) e África do Sul (0.162).
2000 = 100 Índice de Volume Exportado
58
boa qualidade, o que, conforme extensa literatura documenta, aumenta a
produtividadedopaís.VerFigura36.
Figure36:Importações
Novamente o ajuste pré 2003 é menos do que perfeito. E novamente o
procedimentodápeso1à Índiaaocomputaromelhorgrupodecomparação.O
contrário seria surpreendente dado que melhor “grupo” de comparação das
exportaçõeséaÍndia.Até2003,BrasileÍndiasepareciam.Depois,aproporção
doPIBimportadanaÍndiacrescebastante,enquantonoBrasilelaficanomesmo
níveldofinaldosanos1990.
Quandofazemosoexercícioparaocomércioexteriorcomo%doPIB,amedida
deaberturacomercial,oprocedimentonovamenteencontraaÍndiacompeso1
comomelhorgrupodecomparação.Issomostraacoerênciadoprocedimento.A
Figura37mostraaevoluçãodaparticipaçãodocomércionoPIB.
1015
2025
30
1995 2000 2005 2010
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: WB. Índia (1).
como proporção do PIBImportações de Bens e Serviços
59
Figure37:AberturadaEconomia
Vemos claramente que, no período 2003‐2012, tornamo‐nosuma economia
menos aberta e menos competitiva internacionalmente do que os melhores
grupos de comparação. Cabe notar os efeitos retro‐alimentadores de
produtividadeecompetitividadeexterna.Temos,comoconsequência,maisuma
evidência de que o futuro será pouco estelar, caso aprofundemos a estratégia
atualdenosisolarmosdomundo.
1020
3040
50
1995 2000 2005 2010
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: WB. Índia (1).
como proporção do PIBComércio Internacional
60
2.5.4 Desempenho Fiscal
AFigura38mostraaevoluçãodasreceitasgovernamentaiscomoproporçãodo
PIB.Vemosqueaté2003aevoluçãoreceitaébemparecidanoBrasilenomelhor
grupode comparação.Depois disso, tantonoBrasil comonomelhor grupo de
comparação a receita aumentou bastante. Mas o governo brasileiro teve um
aumento de receita um pouco menor em relação ao melhor grupo de
comparação.
A Figura 39 mostra o outro lado da moeda: a evolução das despesas
governamentaiscomoproporçãodoPIB.Novamente,aevoluçãodespesaébem
parecidanoBrasil e nomelhor grupode comparação.Depoisdisso, o governo
brasileiroaumentadespesaemrelaçãoaomelhorgrupodecomparação.
Figure38:ReceitadoGoverno
3234
3638
40
2000 2005 2010 2015
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: FMI. China (0.14), Col ômbia (0.006), P olônia (0.408) e Ucrânia (0.447).
% do PIB
Receita do Governo Geral
61
Figure39:GastosdoGoverno
Acontrapartedosdoisgráficosanterioreséamelhoranarelaçãodívidaproduto
do Brasil. Mas, em relação ao melhor grupo de comparação, a relação dívida
produtodiminuiumaisoumenosemlinha,conformejásugeridonasFiguras38
e39.AFigura40mostraasduastrajetórias.
3536
3738
3940
2000 2005 2010 2015
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: FMI. China (0.04), Col ômbia, Hungria (0.254), P olônia (0.380) e Tailândia (0.326).
% do PIB
Gastos Totais do Governo Geral
62
Figure40:DívidaBruta
Emsuma,otamanhodosgovernosaumentou,comcrescenteaumentonareceita.
O aumento na receita não foi totalmente acompanhado pelo aumento de
despesascomoproporção,demodoquearelaçãodívidaprodutocaiu.Issovaleu
paraoBrasileparaomelhorgrupodecomparação.OBrasilpagousuasdívidas,
o que é bom. Mas não mais do que no melhor grupo de comparação. É
importantenotar,noentanto,que,nofinaldoperíodo,háumadeterioraçãoda
posição fiscaldoBrasil em relaçãoaomelhorgrupode comparação. Issopode
ser consequência da estratégia mais agressiva da política econômica
desenvolvimentistaadotadanogovernoDilma.
Uma última dimensão interessante demanejo fiscal é amaturidade da dívida
pública. Quanto mais civilizada é a gestão da política fiscal, mais longa é a
maturidade da dívida. A Figura 41 mostra a trajetória dessa variável para o
Brasileparaomelhorgrupodecomparação.
6065
7075
80
2000 2005 2010 2015
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: FMI. China (0.035), Índi a (0.861) e África do Sul (0.104).
(% do PIB)
Dívida Bruta do Governo Geral
63
Figure41:MaturidadedaDívidaPública
Novamente, a situaçãomelhorouemrelaçãoaoperíodopré2003.Novamente,
emlinhacomomelhorgrupodecomparação.
Ao falar de política fiscal, é inescapável, neste momento, lembrar da Lei de
Responsabilidade Fiscal, um alicerce sólido que o Brasil construiu e que
contribuiu muito para a melhoria da situação fiscal em um país com as
complicações federativas como o Brasil. Sem ela, seria difícil o Brasil se
aproveitardabonançaparaajustaraposiçãofinanceiradosetorpúblico.
A Lei deResponsabilidade Fiscal (Lei ComplementarNo 101, de 4 demaio de
2000) assentou as bases institucionais para a administração racional das
finanças públicas no Brasil. O desempenho fiscal posterior reflete não só o
esforçofiscaldosgovernos,mastambémavançosinstitucionaisobtidosnosanos
1990.
510
1520
1995 2000 2005 2010 2015
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: WB. Hungria (0.136), Tailândia (0.093), Turquia (0.36) e Venezuela (0.411).
(Anos)
Maturidade Média de Novos Compromissos de Dívida Externa
64
2.5.5 Política Monetária e Juros
Osdadosdepolíciamonetáriaedetaxasdejurosaostomadoresedepositantes
não estão disponíveis paramuitos países, o que dificulta que o procedimento
façaumajustebomparaoperíodoantesde2003.Alémdisso,osníveiserame
aindasãosabidamentealtosnoBrasil,oquedificultaraoajusteemnívelmesmo
sehouvesseumnúmerograndedepaísesnaamostra.
Apesardisso,asFiguras42e43mostramumclaromeioclaro.Háumatendência
dearrefecimentodapolíticamonetáriatantonoBrasilcomonomelhorgrupode
comparação, sendoqueas taxasnominaisbásicassãoquasesempremaisaltas
no Brasil do que no melhor grupo de comparação. Esse arrefecimento se
manifestatambémnastaxasdejurosreais(Figura43,PainelA).Ouseja,oBrasil
melhorou mas, novamente, em linha com o melhor grupo de comparação. O
spreadtambémcaiu,mastambémemlinhacomomelhorgrupodecomparação
(Figura43,PainelB).
Figure42:JurosdaPolíticaMonetária
510
1520
25
2000 2005 2010
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: FMI. Indoné sia(0.871), Turquia (0.065) e África do Sul (0.064).
% ao ano
Taxa de Juros Relacionada à Política Monetária
65
Figure43:JurosaoTomador
PainelA
PainelB
2.5.6Setor Externo, Reservas e Balanço
Vimos que o Brasil fez parte do grupo que recebeu omaná externo, tanto na
formademelhorestermosdetroca,comonaformadeInvestimentoEstrangeiro
020
4060
80
1995 2000 2005 2010 2015
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: WB. Peru (0.767) e Ucrânia (0.233).
% ao ano
Taxa de Juros Real
020
4060
1995 2000 2005 2010 2015
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: WB. Bulgária (0.087) e Ucrânia (0.913).
% por ano
Spread: Taxa de Empréstimo - Taxa de Depósito
66
Direto22.Vimostambémodesempenhodasexportaçõese importações,queem
ambososcasosandarammenosquenosmelhoresgruposdecomparação.
Esses fatos já estabelecidos semanifestamnomelhor desempenho da balança
comercial, das transações correntes e das reservas internacionais. As Figuras
44a46 mostram as trajetórias dessas variáveis para o Brasil e para o melhor
grupodecomparação.Repetindoomesmopadrãojávistoparatodasasoutras
variáveis,aposiçãoexternadoBrasilmelhorou.Masbememlinhacomomelhor
grupo de comparação. O acúmulo de reservas foi menor. Em suma, tendo
recebidoomesmomanáexterno,oBrasilteveumdesempenhoexternoapenas
mediano, talvez medíocre se considerarmos que acumulou menos reservas, o
que sugere que consumiu parte do maná, em relação o melhor grupo de
comparação.
Figure44:BalançoExternodeBenseServiços
22Outra forma seria o investimento em portfolio. Não temos dados suficientes para produzir o grupo de comparação para essa variável.
-20
24
1995 2000 2005 2010 2015
Brasil Grupo de Controle SintÈtico
Fonte: WB. China (0.201), P eru (0.276), P olônia (0.288), Turquia (0.062), U crânia (0.137) e África do Sul (0.036).
% do PIB
Balanço Externo em Bens e Serviços
67
Figure45:ContaCorrente
Figure46:Reservas
-6-4
-20
2
1995 2000 2005 2010 2015
Brasil Grupo de Controle SintÈtico
Fonte: WB. Bulgária (0.061), H ungria (0.219), Índi a (0.005), M éxico (0.317), P aquistão (0.168), P eru (0.123) e Polônia (0.107).
% do PIB
Balanço em Conta Corrente0
2.00
0e+
114.
000e
+11
6.00
0e+
11
1995 2000 2005 2010 2015
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: WB. China (0.152), P eru (0.229), P olônia (0.32), Tailândia (0.152) e Turquia (0.152).
(Ouro Incluso, US$ Correntes)
Reservas Totais
68
2.6Análise Setorial
2.6.1 Indústria
Algunssetorestêmimportânciadestacadanaeconomia,sejaporseremgrandes
empregadores, seja por serem importantes economicamente. A indústria, por
exemplo, é tida como setor crucial. O Brasil é um país relativamente fechado,
comhistóricodeproteçãoàsua indústria.Seráque,aomenosemparte,omal
desempenho relativo foi compensado um bom desempenho da indústria?A
Figura47mostraaevoluçãodovaloradicionadodaindústria.
Figure47:Indústria
Aindústriatevemelhordesempenhonogrupodecomparação.
Dentrodaindústria,umsetorparticularmenteemblemáticoéoautomobilístico.
Talvezporseusimbolismocomogeradordeempregosdesupostaaltaqualidade,
2627
2829
30
1995 2000 2005 2010 2015
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: WB. Bulgaria (0.289), Índi a (0.366), M éxico (0.106) e Paquistão (0.239).
Proporção do PIB
Indústria - Valor Adicionado
69
sempre foi objeto de proteção e atenção do governo. Por exemplo, o governo
Dilma interveio diretamente para tentar induzir conteúdo nacional no setor.
Dadoisso,éparticularmenteinteressanteanalisaraproduçãodeautomóveisno
Brasilenomelhorgrupodecomparação23.AFigura48mostraosresultados.
Figure48:ProduçãodeVeículos
O ajuste pré 2003 é razoável. Depois de 2002, a produção brasileira segue
crescenteemumritmoumpoucomaiordoqueentre1999e2002.Masainda
baixo e, mais importante, muito abaixo do ritmo do melhor grupo de
comparação, cuja produção explode depois de 2002. No final de 2012, a
produçãodeveículosnomelhorgrupodecomparaçãohaviaaumentadomaisdo
que quatro vezes. No Brasil, ela nem dobra. Se quebrarmos os números entre
veículosdepasseioeveículospesados,aconclusãoémuitosimilar.
Ou seja, mesmo um setor industrial altamente incentivado pelo governo o
desempenhobrasileirofoi,àluzdomelhorgrupodecomparação,pífio.
23NãohámuitaproduçãoautomobilísticanospaísesemergentesconformeadefiniçãodoFMI.Porissoestendemosaamostraparaincluirtodosospaísesondeháproduçãoautomobilísticaregistrada.
020
0040
0060
0080
0010
000
2000 2005 2010 2015
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: WB. China (0.525), Índi a (0.339), J apãp (0.088) e vários outros com menos de 0.01.
Em 1.000 unidades, inclui Passeio e Pesados
Produção Total de Veículos
70
2.6.2 Setor Elétrico
Osetorelétricoéoutrosetorbastanteimportante.AFigura49mostraaevolução
doconsumodeenergiaelétrica.
Figure49:ConsumodeEnergia
1600
1800
2000
2200
2400
1995 2000 2005 2010
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: WB., Índi a (0.316), P olônia (0.17), Turquia (0.407)e África do Sul (0.107).
( KWh per Capita)
Consumo de Energia Elétrica - Total
71
Figure50:GeraçãodeEnergia
Comosevê,oconsumodeenergianoBrasilandoubemumlinhacomomelhor
grupodecomparação,tantoantesde2003comodepois.Assimcomooconsumo,
a geração tambémandou em linha comomelhor grupo de comparação, como
mostraaFigura50.Vemosqueageraçãodeenergiaestavaa crescerantesde
2003edepoiscresceunomesmoritmoanterior,enomesmoritmodomelhor
grupo de comparação. Ou seja, o setor que o governo tem orgulho de ter
“recuperado” não teve um desempenho particularmente brilhante em termos
relativos.
No entanto, dois fatos são interessantes. É curioso lembrar que as perdas de
distribuiçãoetransmissãoaumentaramnoBrasilemrelaçãoaomelhorgrupode
comparação. Por completude, apresentamos uma vez mais a evolução dessa
medida na Figura 51, por tratar‐se de uma métrica importante da indústria.
Comojáhavíamosapontado,vê‐seumadeterioraçãosubstancialnodesempenho
brasileiro,enquanto,nomelhorgrupodecomparação,asperdasnãopioraram.
200
300
400
500
600
1995 2000 2005 2010
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: International Energy Statistics. Índia (0.442), U crânia (0.278) e África do Sul (0.279).
(Bilhıes de KWh)
Geração Líquida de Energia Elétrica - Total
72
Figure51:PerdasnaTransmissãoeDistribuição
A medida mais importante de desempenho é preço. A Figura 52 mostra a
evoluçãodepreços24.O preço a energia noBrasil, que acompanhademaneira
próxima o melhor grupo de comparação antes de 2003, aumenta
significativamentemaisnoBrasildepoisde2002.Maisespecificamente,opreço
noBrasilaumentou,entre2003e2011,de3penceporKWhpara8,2pencepor
KWh,enquantonomelhorgrupodecomparaçãofoide3penceporKWhpara5,8
3penceporKWh.Enãosepodecolocaracontanopreçodopetróleo.Afinal,a
matrizenergéticabrasileiraaindaépredominantementehídrica.
24NãoháinformaçõessistemáticasdepreçosdeenergiaparaospaísesemergentesnabasedoBancoMundial,eemnenhumaoutrabasequetenhamosencontrado.Porissoapelamosparaumabasededadosquecontémdadosdepaísesmaduros.VerApêndiceB.
1314
1516
1718
1995 2000 2005 2010
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: WB. Colômbia (0.126), Índi a (0.203), M éxico (0.293), P eru (0.254), Turquia (0.038), U crânia (0.061) e África do Sul (0.025)
(% do Produto)
Perdas em Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica
73
Figure52:PreçodaEnergia
2.6.3 Intermediação Financeira
Outro setor importante é o bancário. A década que precede à chegada do ex‐
presidenteLulaaopoderfoiparticularmenteconturbadaparaosetor25.Antesda
estabilizaçãomonetáriaemjulhode1994,boapartedosativosbancárioserade
títulospúblicosdecurtíssimoprazo.Respondendoaos incentivosperversosda
hiperinflação, os bancos competiam mais por depósito à vista do que por
subscrevercrédito.Umafraçãograndedasreceitasadvinhadefloatinflacionário,
renda advinda de descasamentos temporários na liquidação de operações de
pagamento. Não surpreendentemente, o setor bancário foi atingido
adversamente pela estabilização. Parafraseando o investidorWarrenBuffet, a
hiperinflaçãoeraamaréalta.Quandoveioamarébaixadaestabilização, ficou
claro quem nadava nu. Os programas de saneamento, o PROES ‐ bancos
estaduais–ePROER–bancosprivados, alémdo reconhecimentodoesqueleto
25Para uma descrição exaustiva dos eventos financeiros entre 1991 e 2010, ver De Mello e Garcia (2012).
24
68
10
1995 2000 2005 2010
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fontes: ANEEL e International Energy Agency (IEA). Japão (0.007), N ova Zelândia (0.884), P ortugal (0.065), E stados Unidos (0.044).
(Pence por KWh)
Preço de Energia Elétrica
74
dashipotecasnobalançodaCaixa, custaramalgopertode15%doPIB.Apóso
saneamento, vieram as crises asiática, russa e turbulência eleitoral de 2002.
Todosessesfatosnãocontribuíramparaqueosetordeslanchasseaté2003.
Apartirde2003,osetoravançasebeneficiandodeumacombinaçãodefatores
favoráveis.OgovernoentrantecumpreoprometidonaCartaaosBrasileiros26e
o cenário externo melhora consideravelmente, como já mostramos
anteriormente.Porfim,mascertamentenãomenosimportantes,houvereformas
microeconômicasquecontribuíramsubstancialmenteparaqueodesempenhodo
setor melhorasse. De fato, há evidência científica de que as reformas
microeconômicas do primeiro governo Lula foram muito importantes para o
avançodomercadodecrédito.27
No entanto, as importantes reformas do governo Lula I não foram suficientes
paraqueavançássemosrelativamenteaomelhorgrupodecomparação.Osdois
painéis da Figura 53mostram que a intermediação financeira avançou no
período2003–2012.Noentanto,oavançofoiemlinhacomosmelhoresgrupos
de comparação. No caso do crédito bancário, a relação crédito/produto, uma
métricatípicadedesempenho,avançouumpoucomaisrapidamentedepoisda
grandecrisefinanceirade2008(PainelA).Masadiferençaétodaexplicadapela
maior agressividade dos bancos oficiais. Arrigoni et al (2013)mostram que o
desempenhodosbancospúblicosépiordoqueodosbancosprivados.Logo,o
aparente avanço relativo do mercado de crédito brasileiro não é
necessariamenteauspiciosoparaodesempenhofuturodaindústria.
RelembradoasFiguras42e43,astaxasdejurosreaistambémcaíramnoBrasil,
como seria de se esperar dado o aumento de quantidades.Mas, novamente, a
queda foi em linha com o melhor grupo de comparação e mantendo uma
incômodaepersistentediferençadenível.
26Carta aos Brasileiros, documento publicado pelo Partido dos Trabalhadores em 24 de junho de 2002, é uma declaração de compromisso com a ortodoxia econômica, renegando posições históricas do Partido como a renegociação da dívida externa. 27Por exemplo, crédito consignado, alienação fiduciária e lei de falências, por exemplo. Ver De Mello e Garcia (2012) e Arrigoni et al (2012).
75
O painel B mostra uma dimensão do mercado de capitais de longo prazo:
financiamento via emissão de ações. Mais particularmente, mostramos a
evolução da capitalização de mercado do Ibovespa e do melhor grupo de
comparação. O Brasil andou em linha com melhor grupo de comparação.O
mercadoacionáriofoiumadasestrelasdosanos2000,pelomenosatéagrande
crise. Não termos avançado relativamente, apesar dos avanços institucionais
comoNovoMercado,éparticularmentefrustrante.Temosquemanteremmente
que a evoluçãoda capitalizaçãodemercado é afetadaporoscilaçõesdepreço,
que,emalgumgrau,sãoexógenas,istoé,foradocontroledaspolíticaspúblicase
governantes.Dizemosemalgumgrauporqueasimplesinspeçãodoqueocorreu
com o Ibovespa nos últimos 4 anos demonstra que os governantes afetam, e
muito,ospreçosdasações.
76
Figure53:Crédito/PIB
PainelA
PainelB
2.6.4 Agricultura
Odesempenho recente (em2013, por exemplo) da economia só não tem sido
mais medíocre devido ao desempenho do setor agrícola que, a despeito de
dificuldades associadas à logística e à infraestrutura que o país o brinda, tem
3040
5060
70
1995 2000 2005 2010 2015
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: WB. Hungria (0.024), M éxico (0.053) , Tailândia (0.103), Turquia (0.731) e África do Sul (0.088).
(% do PIB)
Crédito Doméstico ao Setor Privado por Parte de Bancos
2040
6080
100
1995 2000 2005 2010 2015
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: WB. Chile (0.046), Chi na (0.207), M alasia (0.018), P eru (0.175), P olônia (0.204), Turquia (0.341) e África do Sul (0.009).
%PIB
Capitalização de Mercado das Companhias Abertas
77
quebrado recordes de produção. Trata‐se, portanto, de setor de extrema
relevância para o país. A Figura 54 apresenta a evolução do valor adicionado
pelaagriculturanoBrasilenomelhorgrupodecomparação.
Figure54:Agricultura
Até2001,ovaloradicionadopelaagriculturanoBrasilacompanhoudemaneira
próximaodomelhor grupode comparação.Em2002e, principalmente, 2003,
agricultura brasileira se desgarra. O valor adicionado no Brasil passa a ser
substancialmentemaior.
Obomdesempenhodaagriculturasedevenãosóaostermosdetrocafavoráveis,
como tambémaos investimentos emPesquisa eDesenvolvimento (P&D) feitos
aolongodemuitosanos,muitosdelesantesde2003.Defato,aEmbrapaéuma
dashistóriasdeêxitodofomentoaoP&DnoBrasil.
45
67
8
1995 2000 2005 2010
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: WB. Ucrânia (0.179) e África do Sul (0.821).
(% do PIB)
Agricultura - Valor Adicionado
78
2.6.5 Mineração
Amineração é a indústria exportadoramais importante do país. Em 2010, o
minériodeferrorepresentou15.95%dapautaexportadoraemvalor28.Comofoi
o desempenho comparado da indústria no período pós‐2003?As Figuras 55 e
56mostram a dinâmica da produção brasileiravis‐à‐vis o melhor grupo de
comparaçãoemtermosdepesobrutoedeequivalênciadeconteúdometálico29.
Figure55:ProduçãoBrutadeMinério
28A segunda foi o complexo soja, com 10,69%. Fonte é o Ministério do Desenvolvimento. 29Conteúdo metálico é uma métrica importante porque o minério tem variação grande em pureza, e alguns dos melhores minérios de ferro estão no Brasil, em lugares como Carajás.
2000
0040
0000
6000
0080
0000
1000
000
1995 2000 2005 2010
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: USGS Minerals Information. Austrália (0.463) e China (0.537).
(Mil Toneladas)
Minério de Ferro - Peso Bruto
79
Figure56:ProduçãodeMinérioporConteúdoMetálico
Até 2003, a produção mundial aumentou pouco. Depois disso, a produção
brasileira aumentoubastante,masmuitomenosdoque adomelhor grupode
comparação.Comocrescimentovertiginosodomercadodeconstruçãocivilna
China, e o consequente aumento na demanda de aço, a produção mundial de
minério de ferro aumenta fortemente, impulsionada pela própria produção
chinesa,queédebaixoconteúdodemetal.Por isso,é importanteverográfico
por conteúdo de metal. Mesmo o Brasil tendo reservas de qualidade
notoriamentealta,oaumentonaproduçãocorrigidaporconteúdodemetal foi
um pouco menor do que no melhor grupo de comparação. De modo geral, a
deterioração da qualidade regulatória – em termos tanto relativos como
absolutos–podetercolaboradoparaomaldesempenhorelativo.VerFigura26.
Nocasoespecíficodosetordemineração,começou‐seem2010,quandoopreço
do minério atingiu níveis recordes historicamente, uma discussãosobre
mudanças no marco regulatório, que incluíram propostas de tributação de
“ganhosexcessivos”.Épossívelqueessadiscussãotenhacontribuídoparaabaixa
entrega de quantidades no setor. Em adição,a morosidade do licenciamento
ambientalcertamentecontribuiuparaofracodesempenhorelativo30.Issotudoa
30Por exemplo, Serra Sul, o principal projeto de expansão da Vale, tinha previsão de começar a produzir em 2012. A licença ambiental da mina só saiu em 2013. A previsão atual é 2016. Ver Vinicius Carrasco e Joao M. P. de Mello , Enrolados na Bandeira, O Globo, dia 06/06/2013.
1000
0015
0000
2000
0025
0000
3000
00
1995 2000 2005 2010
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: USGS Minerals Information. Austrália (1.00).
(Mil Toneladas)
Minério de Ferro - Conteúdo Metálico
80
despeitodofatodeaVale,principalempresadosetor,teridomuitobemdesdea
privatização, quando comparada aosseus principais concorrentes pares
internacionais31.
Omal desempenho relativodaproduçãobrasileira foi particularmentedanoso
porque perdemos a farra: deixamos de aproveitar plenamente os preços de
minérioemníveissemprecedentesemumageração.
2.6.6 Gás e Petróleo
O setor petrolífero teve um desempenho híbrido. Comecemos pela produção
totaldepetróleo.AFigura57mostraumdesempenhobastantemelhordoqueo
do melhor grupo de comparação. Enquanto a produção no melhor grupo de
comparaçãoandoudelado,noBrasilelaaumentouquase50%.Umfatonotávelé
que, mesmo construindo o melhor grupo de comparação, não há maneira de
replicar a tendência de produção brasileira no período anterior a 2003. Isso
ocorre porque a produção brasileira vinha crescendomuito fortemente desde
meadosdadécadade1990,econtinuouaumentandonomesmoritmoaté2010.
O conhecimento da história da indústria nos últimos 20 anos sugere que o
aumento espetacular nos anos 2000 foi produto das reformas feitas nos anos
1990,comoaquebradomonopóliodaPetrobrasemjunhode1995eaadoção
do modelo de concessão. A manifestação do sucesso do modelo é o fato da
produçãojáestarcrescendofortementedesdeosanos1990.
A Figura 58 mostra a produção de gás natural. Ao contrário do petróleo,
conseguimosproduzirummelhorgrupodecomparaçãocujatendênciaantesde
2003équase idênticaàbrasileira.Aproduçãobrasileiradegás aumentavade
forma razoavelmente acentuada antes de 2003. Depois, continua aumentando,
masemumritmoumpoucomenor.Jánomelhorgrupodecomparação,oritmo
aumentadepoisde2003.Aproduçãodomelhorgrupode comparaçãodobrou
após2003,enquantonoBrasilelacresceuaproximadamente30%.
31Ver Vinicius Carrasco e Joao M. P. de Mello, Efeitos da Privatização: o Caso Vale, Valor Econômico , dia 28/03/2011.
81
Figure57:ProduçãodeÓleo
1000
1500
2000
2500
3000
1995 2000 2005 2010 2015
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: International Energy Statistics. China (0.064), M éxico (0.312), P olônia (0.141), Tailândia (0.306) e África do Sul (0.178).
(Mil Barris ao Dia)
Oferta Total de Petróleo
82
Figure58:ProduçãodeGás
Outravariávelimportanteéorefino.AsFiguras59e60mostramqueoBrasilfoi
muito pior do que omelhor grupo de comparação em refino de gasolina e no
refino total de produtos de petróleo. O Brasil vai claramente pior do que o
melhorgrupodecomparação.EnquantonoBrasilorefinoquasenãoaumentou,
nomelhorgrupodecomparaçãoelesubiufortemente.
200
400
600
800
1000
1200
1995 2000 2005 2010 2015
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: International Energy Statistics. China (0.169), M alásia (0.097), P eru (0.162), Tailândia (0.158) e Turquia (0.414).
(Bilhões de Pés Cúbicos)
Produção Bruta de Gás Natural
83
Figure59:RefinoTotal
Figure60:RefinodeGasolina
Omal desempenho em combustível semanifesta de forma cara para o país. A
Figura 61 mostra a evolução das importações de combustíveis como
porcentagemdasimportaçõestotais.VemosqueoBrasilfoiobrigadoaimportar
maisdoqueomelhorgrupodecomparação,possivelmentepelaincapacidadeda
Petrobrasdeentregardesempenhodealtonívelnorefino.
1500
2000
2500
3000
3500
1995 2000 2005 2010
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: International Energy Statistics. China (0.247), M éxico (0.638) e Polônia (0.115).
(Mil Barris ao Dia)
Refino Total de Produtos de Petróleo30
040
050
060
0
1995 2000 2005 2010
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: International Energy Statistics. China (0.33), P aquistão (0.58) e Venezuela (0.09)
(Mil Barris ao Dia)
Refino de Gasolina
84
Figure61:ImportaçãodeCombustíveis
2.6.7 Telecomunicações
Outra indústria importante é telecomunicações. Começamos avaliando a
penetraçãodetelefoniacelular.AFigura62abaixomostraaprincipalmétricade
desempenhodaindústria:penetração,queéonúmerochipsdetelefoniacelular
porhabitante.
1012
1416
1820
1995 2000 2005 2010
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: WB. Hungria (0.221), Índi a (0.005), P aquistão (0.073), P eru (0.365), P olônia (0.041), Turquia (0.217) e África do Sul (0.031)
Em % das Importações
Importação de Combustíveis
85
Figure62:PenetraçãodeTelefoniaCelular
O ajuste pré 2003 é bastante bom. Até 2006, o Brasil teve uma desempenho
bastante em linha com omelhor grupo de comparação. Em ambos os casos a
penetraçãoaumentabastante,masoBrasilvaimelhordoqueomelhorgrupode
comparação.
AFigura63abaixomostra a evoluçãodas linhas fixas.NovamenteoBrasil vai
melhordoqueomelhorgrupodecomparaçãoapartirde2006.Telefoniafixaé
uma tecnologia cadente, tanto que a penetração cai em países que cresceram
fortemente depois de 2006, como China e Paquistão. Logo, não é óbvio
interpretaramanutençãodopatamaraltodas linhas fixascomosinaldeêxito.
Mas,pornossoscritériosgerais,devesercolocadocomoêxito.
050
100
150
1995 2000 2005 2010 2015
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: WB. Índia (0.411), Turquia (0.314) e África do Sul (0.275).
Chips como % da População
Penetração de Telefonia Celular
86
Figure63:PenetraçãodeTelefoniaFixa
AFigura64mostraoqueaconteceucomopreço,oumelhor,comumamedidade
preço comumente utilizada na indústria, o Average Revenue Per User (ARPU,
cujatraduçãoéreceitamédiaporusuário).Estedado,cujafonteéaMerril‐Lynch
Global Matrix, é para telefonia celular (não temos os dados de preço para
telefoniafixa).AARPUdespencaaté2004tantonoBrasilcomonomelhorgrupo
de comparação, refletindomenores custosda indústria.Depoisdisso começaa
subir, possivelmente em consequência da introdução de serviços mais
sofisticadosdentrodetelefoniacelular.OARPUnoBrasilcresceemlinha,talvez
umpoucomaisdoquenomelhorgrupodecomparação.
Emsuma,natelefoniaoBrasilviumaioresquantidadesepreçosparecidos,um
desempenhoacimadomelhorgrupodecomparação.
510
1520
25
1995 2000 2005 2010 2015
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: WB. China (0.195), Índi a (0.04), P aquistão (0.253), P olônia (0.513).
Linhas como % População
Número de Linhas de Telefonia Fixa
87
Figure64:ARPU,TelefoniaCelular
2.6.8 Resumo da Análise Setorial
A análise setorialmostra um quadro não só parecido como compatível com a
análise agregada.OPIBper capitabrasileiro cresceumenosdoquenomelhor
grupo de comparação. O PIB é, sob a ótica da oferta, a soma da produção dos
setores.EmlinhacomafatoagregadosobreoPIB,aanálisesetorialmostraque
o Brasil foi pior em quase todos as indústrias importantes, com a exceção
honrosa da produção óleo (possivelmente causada pela alteração do marco
regulatório na últimametade dos anos noventa) e pela agricultura, setor que
sofreuumchoquemuitopositivodepreços.
Análisesqualitativaseestudosdecasomaisaprofundadosestãoalémdoescopo
destetrabalho.Aindaassim,oseguintecomentárioépertinente.Algunssetores,
como intermediação financeira e telecomunicações, ou subsetores, como a
produçãodepetróleo,andaramemlinhacomomelhorgrupodecomparação,ou
atémelhor.Háumacoisaemcomumnessescasos:açõestomadastantodurante
1015
2025
3035
1998 2000 2002 2004 2006 2008
Brasil Grupo de Controle Sintético
Chile (0.742), China (0.22) e África do Sul (0.038)
Lucro Médio por Usuário
Telefonia Móvel
88
oprimeiro governoLula, no casodomercadode crédito,mas, principalmente,
durante os anos 1990. Na intermediação financeira, a limpeza do balanço do
sistema financeironos anos1990 e as reformasmicroeconômicasdoprimeiro
governoLula.Naproduçãopetróleo,aquebradomonopólionosanos1990.Nas
telecomunicações, a privatização bem sucedida do setor, com a construção
conjuntadeumaarcabouçoregulatóriosólido,ambosduranteosanos1990.
2.7 Progresso Social
Comecemoscomapartedeprogressosocialcomacomparaçãodasevoluçõesdo
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Ele resume em uma só dimensão
vários fatores e, por isso, é um bom resumo do que ocorreu com o progresso
socialcomparado.AFigura65mostraaevoluçãodoIDHnoBrasilenomelhor
grupodecomparação.
Figure65:ÍndicedeDesenvolvimentoHumano
Vemos,comoeradeseesperar,umamelhoracontínuanoIDHBrasileirodesde
1995.Essamelhora, tantoantesde2002comodepois,é seguidadebemperto
pelomelhorgrupodecomparação.Ouseja,oBrasilmelhorouseuIDHdepoisde
.64
.66
.68
.7.7
2.7
4
1995 2000 2005 2010 2015
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte:Pearson.Chile(0.133), Chi na(0.129), Índi a(0.041), M éxico(0.011), Polônia(0.220), Tailândia(0.208), Turquia(0.157) e África do Sul(0.102).
Índice de Desenvolvimento Humano
89
2002, assim como vinha melhorando antes, mas tanto quanto, ou talvez um
pouquinhomenos,doqueomelhorgrupodecomparação.
2.7.1 Mercado de Trabalho, Emprego e Renda do Trabalho
Omercadodetrabalhoéaprincipalvitrinedosgovernospetistas.Defato,como
vermos,pelaóticadademandaportrabalho,seudesempenhofoiadmiráveltanto
em termos relativos como absolutos entre 2003 e 2012. No entanto,
concomitantemente à incorporação de mais pessoas à força de trabalho, a
produtividadedo trabalho se estagnou e a falta demãode obra qualificada se
acentuou. Como consequência, em relação aomelhor grupo de comparação, o
PIBpercapita(amedidarelevantedariquezadeumpaís)manteve‐seaquémdo
quepoderia tersido.Ditodeoutra forma, oaumentodousodo fator trabalho
não teve como contraparte um aumento relativo de riqueza por trabalhador
empregado.
Começamosavaliando, na Figura 66, a dinâmica da massa salarial como
proporção do PIB. Até 2003, as participações do salário no PIB caminham de
maneira próxima no Brasil e no melhor grupo de comparação. De 2003 em
diante, no entanto, enquanto a participação da massa salarial no PIB cresce
vertiginosamentenoBrasil,eladiminuinomelhorgrupodecomparação.
Há um debate aberto sobre as causas do aumento da massa salarial como
proporçãodoPIB.Apolíticadeaumentosdosaláriomínimoalémdavariaçãono
PIBnominaltendeaaumentaraparticipaçãodamassasalarialnoPIBsempree
quandonão causardesempregoou informalidade. Sabemos que a formalização
aumentanoBrasilduranteoperíodo(nãohásuficientesdadosdeoutrospaíses
emergentesparaavaliarocontrafactual).Aconclusãonaturaldessesfatoséque
oaumentodosalariomínimonãofoiacompanhadodeaumentonodesemprego
ounainformalidade.Nãosesabebemoporquê,masoaquecimentodademanda
por trabalho nos últimos anos certamente contribuiu para que a política de
salariomínimofosseexitosa.
90
É importante notar que, a despeito do aumento relativo da massa salarial, a
produtividade do trabalho no Brasil ficou estagnada. A discrepância entre
produtividadedo trabalho e saláriosnãopodeperdurarpermanentemente.Os
saláriossópodemcrescerdemaneirasustentável, istoé,semqueosaumentos
causemdesempregoemalgummomento,namedidaemqueaprodutividadedo
trabalho aumente. Outrofato importante, derivado de simples constatação
contábil,équeoaumentorelativodossaláriosnoPIBdeveviracompanhadode
umareduçãonoqueéapropriadopelocapital.Sabemosquearemuneraçãodo
capital (entre outras razões, pela piora da qualidade institucional no Brasil
documentada)não têmse reduzido.Seguedaíqueoestoquedecapitaldevese
reduzir relativamente (como documentado acima), o que implicará um futuro
comprodutividadebaixa.Ouseja,ocustodemaioressalárioshoje–descolados
daprodutividadedotrabalho–serámenoressaláriosnofuturo.
Figure66:ParticipaçãodosSaláriosnoPIB
.5.5
2.5
4.5
6.5
8
1995 2000 2005 2010
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: Penn Table. China (0.144), H ungria (0.335), Índi a (0.03), M éxico (0.082), P eru (0.14), P olônia (0.222) e África do Sul (0.048).
(Preços Correntes)
Participação de Salários no PIB
91
Massasalarialéoprodutoentrequantidadeepreços(salários).Vejamosoque
ocorreucomaquantidade.AFigura67abaixomostraaevolução,noBrasileno
melhor grupo de comparação, da taxa de emprego, isto é, a população
empregadacomoporcentagemdapopulaçãoacimados15anosdeidade.
Figure67:PopulaçãoEmpregada
Vemos que o Brasil foi muito melhor que o melhor grupo de comparação.
Enquanto no último a utilização demão de obra caiu um pouco, no Brasil ela
subiu bastante. Isso sugere que amaior parte do aumento da participação da
massasalarialnoPIBdeve‐seaosaumentosdequantidade.
6162
6364
65
1995 2000 2005 2010 2015
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: Penn Table. China (0.364), Col ômbia (0.154), Tailândia (0.087) e Ucrânia (0.395).
15+ (Estimativa OIT)
Proporção da População Empregada
92
Figure68:Desemprego
AFigura68mostraamedidadequantidademaiscomumenteutilizada:ataxade
desemprego. Os anos 1990 foram sabidamente difíceis para o mercado de
trabalhobrasileiro.Apartirde1999,ataxadedesempregocomeçaaarrefecer.
Como temos um bom ajuste antes de 2003, o melhor grupo de comparação
tambémtemumpicoem1999.Noperíodo2003–2012,odesempregocaitanto
no Brasil como no melhor grupo de comparação, refletindo as melhores
condiçõesdomundoemergentedepoisde2002.NoBrasil,eleprimeirocaium
poucomenos,mas terminaoperíodo caindoummais, em linha coma intuição
queomercadobrasileirodetrabalhofoibemnosanos2003–2013.Adiferença
é,noentanto,pequena.Ouseja,grandepartedaquedadodesempregonoBrasil
durante os anos 2003 – 2012 pode ser atribuída às melhores condições do
mundoemergentedeformageral.
Agora vejamos as medidas depreço. A Figura 69 mostra a trajetória de
crescimento do salário mínimo nominal no Brasil e no melhor grupo de
comparaçãoemrelaçãoaoprimeiroperíododisponível,queé2000nocasodo
salário mínimo. Fazemos assim porque é difícil comparar moedas
diferentes.Vemos que o salário mínimo nominal já subia antes de 2003 e no
mesmoritmo,tantonoBrasilquantonomelhorgrupodecomparação.Depoisde
2003,oritmoaumentaumpoucomaisnoBrasil,masadiferençaébempequena
67
89
10
1995 2000 2005 2010 2015
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: WB. México (0.043), P aquistão (0.192), Turquia (0.189) e Ucrânia (0.576).
% da Força de Trabalho
Taxa de Desemprego
93
Figure69:SalárioMínimoNominal
Masoqueimportanaverdadeéosalariomínimoreal,quesubiumenosdoque
nomelhorgrupodecomparação.OsPainéisdaFigura70mostraumarealidade
jásugeridaacima:boapartedosganhosnosalariomínimonominal foicomida
pelamaior inflaçãonoBrasil emrelaçãoaomelhorgrupodecomparação.Não
importaacorreçãodosaláriomínimonominal,sepelodeflatorimplícitodoPIB
oupelo ÍndicedePreçosaoConsumidor (IPC),o saláriomínimorealnoBrasil
aumentou em linha commelhor grupode comparação, sedeflacionarmospelo
IPC,oumenos,sedeflacionarmospelodeflatorimplícitodoPIB.
100
200
300
400
500
600
2000 2005 2010
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: ILO. Bulgária (0.216), Chi na (0.187), L ituânia (0.366) e Turquia (0.230).
(Moeda Local)
Salário Mínimo Nominal
94
Figure70:SalárioMínimoReal
PainelA
PainelB
Sempreequandoelenãoproduzadesemprego, a saláriomínimoé importante
paradiminuirdesigualdade.Talvezigualmenteimportanteparaessefim,eainda
maisimportanteparaobem‐estardotrabalhador,éosaláriomédio.AFigura71
apresentaaevoluçãodosalárioomelhorgrupodecomparaçãodosaláriomédio
noBrasilenomelhorgrupodecomparação.
100
120
140
160
180
2000 2005 2010
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: ILO. China (0.083), M éxico (0.147), U crânia (0.667) e Venezuela (0.147).
(Variações em Moeda Local, corrigido pelo Índice de Preços ao Consumidor)
Salário Mínimo Real
1.4
1.6
1.8
22.
2
2000 2005 2010
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: ILO. China (0.131), P eru (0.002), P olônia (0.034), Turquia (0.540), Venezuela (0.162) e África do Sul (0.130).
(Variações em Moeda Local, corrigido pelo Deflator Implícito do PIB)
Salário Mínimo Real
95
Figure71:SalárioMédio
Osdadosde saláriomédiovemdaEIUeestáemdólares.Vemosqueo salário
médio, em dólares, aumentou bastante no Brasil após 2003. Mas também
aumentounomelhorgrupodecomparação.Umpoucomais,narealidade.Como
vimos,aprodutividadebrasileiranãoaumentourelativamente,oquenosobriga
aconcluirqueoaumentorelativonosaláriomédionoBrasiladveioderazõesde
procura:mercadodetrabalhomaisaquecidopelademandaportrabalho.
Emsuma,aumentouaparticipaçãodamassasalarialnoPIB.AsFiguras63a68
mostramqueesseaumentouadveioprincipalmentedoaumentonaparticipação
naforçadetrabalho,enãodeaumentosdesalárioreal.
2.7.2 Educação
AFigura72mostra anúmerodeanosdeescolaridadeentreosmaioresde15
anosdeidade.
4000
6000
8000
1000
012
000
1400
0
1995 2000 2005 2010 2015
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: Pearson. Ucrânia (0.403) e África do Sul (0.597)
(US$)
Salário Médio Anual - Bruto
96
Figure72:Escolaridade(acimade15anos)
De1995 até 2003, o número de anos de escolarização no melhor grupo de
comparação e no Brasil seguem, quase rigorosamente, a mesma trajetória.
Depoisde2003 , a trajetória começaa sedesgarrar, aindaquesutilmente.Em
2010, o númerode anosde escolaridade entre osmaiores de 15 anos cresceu
tantonoBrasilcomonomelhorgrupodecomparação.Massubiumaisnogrupo
de comparação. Em 2010, um adulto (mais de 15 anos) tinha 6,7 anos de
escolaridadenogrupodecomparação,e6,4noBrasil.
Aescolaridadeentreosmaisvelhoséfrutodedecisõestomadasmuitoantesdos
governosDilma,LulaoumesmoFHC.Porisso,umamétricatalvezmelhorsejao
númerodeanosescolaridadeentreaquelesentre15e19eentre20e24anos.
Por sermenos contaminada com decisões tomadasmuitos anos antes, émais
informativasobreodesempenhodepolíticapública.OsdoispainéisdaFigura73
mostramosresultados.
5.5
66.
57
1995 2000 2005 2010
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: IIASA/VID Projection. M éxico (0.009), P olônia (0.08), Turquia (0.724) e África do Sul (0.187).
(Anos de Educação)
Escolaridade (idade 15 +)
97
Figure73:Escolaridade(entre20e24anos)
PainelA
PainelB
No Painel A mostra a escolaridade dos jovens entre 20 e 24 anos. Agora, a
diferençadepoisde2003éaindamaisvisível.Seaté2002aevoluçãonoBrasile
nomelhor grupo de comparação foi similar, depois disso a escolaridade entre
jovensadultosaumentoumuitomaisnomelhorgrupodecomparação.NoPainel
Bestáaescolaridadedaquelesentre15e19.Nãohádiferençanotávelentreo
Brasileomelhorgrupodecomparação.
6.5
77.
58
8.5
1995 2000 2005 2010
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: IIASA/VID Projection. Chi na (0.082), Índi a (0.676), P olônia (0.241) e Turquia (0.001).
(Anos de Educação)
Escolaridade Entre os Jovens de 20 a 24 anos
6.4
6.6
6.8
7
1995 2000 2005 2010
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: IIASA/VID Projection. Chi na (0.039), H ungria (0.079), Índi a (0.379), M éxico (0.152) e Polônia (0.350).
(Anos de Educação)
Escolaridade Entre os Jovens de 15 a 19 anos
98
As Figuras 72 e 73 mostram “pequenas” diferenças em escolaridade que,
conjuntamentecomobaixoinvestimento,talveztenhamproduzidoumagrande
diferençadeprodutividadedotrabalhonoBrasil,oqueédiminuiráarendaper
capita que poderíamos atingir no futuro. Além, é claro, de ajudar a perpetuar
desigualdadederendaecriminalidade,entreoutrasmazelassociais.
Por fim,considereaFigura74.Elamostraogastopúblicocomeducaçãocomo
proporção do orçamento, isso considerando todos os níveis de governo. Vê‐se
que o Brasil gastoumuitomais do que os outros países.Mas como vimos nas
Figura 14, 15, 72 e 73 isso não comproumelhorias relativas em escolaridade
nem em produtividade. Pelomenos por enquanto,mas 10 anos já deveria ser
temposuficienteparavermososefeitosdomaiorgasto.IssosugerequeoBrasil
gastoumais,masgastoumalcomeducação.
Figure74:GastoscomEducação
1012
1416
18
1995 2000 2005 2010
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: Pearson. Bul gária (0.287), Índi a (0.334) e Polônia (0.379) ).
Como Porcentagem dos Gastos do Governo
Gastos Públicos em Educação
99
2.7.3 Segurança Pública
Segurançapúblicaéoutraáreadeterminanteparaobemestarsocial.Novamente
oBrasilmelhorounoBrasil.Masmelhoroumuitomenosdoquenomelhorgrupo
de comparação. É notável também que toda a redução brasileira advenha dos
estadosdeSãoPaulo,MinasGerais,PernambucoeoRiodeJaneiro32.VerFigura
75.
Figure75:Homicídios
AFigura76abaixomostra a trajetóriada taxade encarceramentopor100,000
habitantesnoBrasilenomelhorgrupodecomparação.Refletindo,entreoutras
coisa,amenorquedanoshomicídiosoBrasil,ataxadeencarceramentosobeno
Brasilemrelaçãoaomelhorgrupodecomparação.Ouseja,arespostadepolítica
brasileiraàinsegurançafoiaumentaroencarceramento.
32Ver De Mello e Schneider (2011)
1520
2530
2000 2005 2010
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fontes: UNODC e IPEA. Colômbia (0.337), Paquistão (0.270), Filipinas (0.392).
(100000 H abitantes)
Taxa de Homicídios
100
Figure76:Encarceramento
2.7.4Saúde
A medida mais comum de desempenho de saúde é a expectativa de vida ao
nascer. A Figura 77mostra que a expectativa de vida subiu no Brasil antes de
2003,econtinuouasubiremumritmoumpoucomais lentodepois.Nadaque
surpreenda os demógrafos. No melhor grupo de comparação, o padrão é
praticamenteomesmo.De fato, expectativade vida é algodifícil de alterarno
curto prazo. Portanto não é surpreendente que o Brasil e o melhor grupo de
comparaçãotenhamtrajetóriastãosimilares.
100
150
200
250
1995 2000 2005 2010
Brasil Grupo de Controle SintÈtico
Fonte: Pearson. Bul gária (0.1), M éxico (0.36), P olônia (0.127), Turquia (0.412).
por 100000 habitantes
População Encarcerada
101
Figure77:ExpectativadeVida
Jásaneamentoéalgoquesepodealteraremumprazode10anos.AFigura78
mostraaevoluçãodosaneamentonoBrasilenomelhorgrupodecomparação.O
ajuste no período anterior ao ano 2003 é bastante bom, ainda que o melhor
grupodecomparaçãocomeceaterummelhordesempenhodesde2002.Depois
dissoadiferençaaumentaaindamais.
6870
7274
1995 2000 2005 2010 2015
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: WB. Colômbia (0.462), P olônia (0.132), Turquia (0.357) e África do Sul (0.049)
(Anos)
Expectativa de Vida ao Nascer
102
Figure78:Saneamento
AFigura79mostraaevoluçãodoacessoaáguapotávelnoBrasilenomelhor
grupodecomparação.Oajusteantesde2003énovamentebastantebom.Agora
opadrãoseinverte:aindaqueomelhorgrupodecomparaçãocomeceaterum
desempenhopiordesde2001.Depoisdissoadiferençaaumentaaindamais.
7075
8085
1995 2000 2005 2010 2015
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: WHO. China (0.255), H ungria (0.447), P eru (0.268) e África do Sul (0.029)
(Proporção)
População com Acesso a Fontes Melhoradas de Saneamento
103
Figure79:AcessoàÁguaPotável
AFigura80mostraumavariávelquecapturabemasituaçãodevulnerabilidade
dos adolescentes: a taxa de fertilidade entremulheres de 15 a 19 anos. Como
sempre,háumamelhorapronunciada,quejávinhadetrás.Masamelhoraémais
pronunciadanomelhorgrupodecomparaçãodepoisde2003.
9092
9496
98
1995 2000 2005 2010 2015
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: WHO. China (0.034), H ungria (0.232), M éxico (0.244), P eru (0.081), Tailândia (0.101), U crânia (0.295) e África do Sul (0.013).
(Proporção)
População com Acesso a Fontes de Água Potável
104
Figure80:FertilidadeentreAdolescentes
Nogeral,vê‐se,atravésdaspoucasvariáveisparaasquaisháinformaçõespara
construiromelhorgrupodecomparação,queasvariáveisdesaúdemelhoraram
noBrasil.Mas,novamente,emlinhacomomelhorgrupodecomparação,ouum
pouquinhopior.
Fazemos agora um exercício similar ao que fizemos para a educação: como
evoluíramosgastosemsaúdenoBrasilenomelhorgrupodecomparação?33A
Figura 81 mostra o exercício. Assim como em educação, tivemos um
desempenho parecido, possivelmente um pouco pior que o melhor grupo de
comparação,masgastamosmais.
33Osdoisexercíciosnãosãoiguaisporqueosgastoscomeducaçãoestãocomoproporçãodogastodogoverno,enquantoosgastoscomsaúdeestãocomoproporçãodoPIB.Fazemosassimpeladisponibilidadededados.
6570
7580
8590
1995 2000 2005 2010 2015
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: WB. Colômbia (0.412), Indoné sia (0.067), M éxico (0.323) e Venezuela (0.198).
(nascimentos por 1000 m ulheres com idades entre 15 e 19)
Taxa de Fertilidade para Adolescentes
105
Figure81:GastoscomSaúde
2.7.5 Desigualdade e Pobreza
O Brasil é um país de enormes disparidades socioeconômica. Nesse grau de
disparidade,diminuiradesigualdade,alémdeserumaobjetivoemsimesmo.A
Figura 82 mostra a trajetória do índice de Gini, a principal métrica de
desigualdade,noBrasilenomelhorgrupodecomparação.Mostramosográfico
tomandocomobaseoano1998.Issoajudaavisualizaçãoporqueadesigualdade
é tão alta no Brasil que, mesmo quando comparada ao melhor grupo de
comparação,édifícilfazerumajusterazoáveldenível.
2.5
33.
54
4.5
1995 2000 2005 2010 2015
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: WB. Índia (0.122), H ungria (0.043), M éxico (0.304), (0.046) P olônia (0.311), Turquia (0.082), U crânia (0.034) e África do Sul (0.146).
Gasto Público como % do Produto
Gasto com Saúde
106
Figure82:Desigualdade
Épronunciadamelhoranadesigualdadederendaapós2003.Masadesigualdade
jávinhacaindoantesde2003.Maisimportante,elamenosdonomelhorgrupo
decomparação.Ouseja,oBrasilnãodistribuiurendaalémdoquedistribuíram
seusmelhoresparesparaefeitodecomparação34.
Outramétrica importante por simesmo, talvez aindamais importante do que
desigualdade,éapobreza.AsFiguras83e84mostramduasmétricasdiferentes:
ogapdepobreza, istoé,a fraçãodapopulaçãoconsideradapobre,vivendocom
menosdeUS$1eUS$2,5pordiaemparidadedepoderdecompra.
34OBrasiléumpaístãodesigualqueoprocedimentonãoconseguereproduzironíveldoÍndicedeGini.PoressarazãofazemosoajustenavariaçãodoÍndicedeGini.
.9.9
51
1.05
1995 2000 2005 2010
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: Pearson. Argentina (0.052), Rús sia (0.026), Turquia (0.870) e Ucrânia (0.052)
Índice de Gini - Variação
107
Figure83:Pobreza1
Figure84:Pobreza2
ApobrezadiminuiunoBrasil,oqueéumagrandeconquista.Programascomoo
Bolsa Família e o Loas contribuíram para isso (Soares e Sátyro, 2009). Mas,
depoisde2003,elacaiuaindamaisnomelhorgrupodecomparaçãonocasodo
cortedeUS$1pordia.Estaéamelhormedidaporquehádadosdisponíveispara
23
45
6
2000 2002 2004 2006 2008 2010
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: UN e MDG. Colômbia (0.168) e Peru (0.832).
Porcentagem da População
População Vivendo Abaixo da Linha da Pobreza: $1 por dia (PPP)25
3035
4045
1995 2000 2005 2010
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: IDB. Honduras (0.544), P eru (0.154) e Paraguai (0.303).
Porcentagem da População
População Vivendo Abaixo da Linha da Pobreza: $2,5 por dia (PPP)
108
maispaíses (incluindodaÁfricaedoÁsia).Considerandoapopulaçãovivendo
commenos de US$ 2,5, a trajetória do Brasil é novamente parecida com o do
melhorgrupodecomparação.Apobreza,porestamedida,caiuumpoucomais
noBrasil. Bommanter emmenteque sóhádadospara aAméricaLatinapara
construiraFigura84.
Por fim, a Figura 85 mostra as trajetórias da porcentagem da população
subnutrida. Vemosqueentre2001e2004afraçãodepessoassubnutridascai
fortemente no Brasil em relação ao melhor grupo de comparação, mantendo
depoisdissoamesmavelocidadederedução.Ouseja,aquedarelativaprecedeu
osgovernosLulaeDilma.
Figure85:Subnutrição
Emsuma,apesardasconquistasnocombateàdesigualdadeedepobreza,elas
diminuíram em linha com omelhores grupos de comparação, talvez inclusive
ficandoumpoucoatrás.Ouseja,poderíamostermelhoradoaindamais.
68
1012
14
1995 2000 2005 2010 2015
Brasil Grupo de Controle Sintético
Fonte: IDB. China (0.201), Col ômbia (0.626), P aquistão (0.085), Tailândia (0.019) e Turquia (0.069).
Proporção da População em Situação de Subnutrição
109
3 Conclusão
Exceto pelo mercado de trabalho, em todas as outras dimensões
socioeconômicas relevantes, o Brasil foi tão bem quanto ou, mais
frequentemente, pior do que o melhor grupo de comparação. No principal
quesito, o PIB per capita, enriquecemos durante a década 2003 – 2012, mas
menosdoqueomelhorgrupodecomparação.Estamosentre10%e15%menos
ricos do que deveríamos estar. Esse “empobrecimento” relativo é bastante
robusto. Não importa muito qual grupo inicial de comparação utilizamos:
crescemossemprepelomenos10%menos.Adiferençachegaaser20%.
O quadro da economia brasileira nos últimos anos está claro. Houve aumento
relativo na utilização do fator trabalho, mas sem aumento equivalente de
produtividade,seminvestimentoemcapitalfísicoeseminvestimentoemcapital
humano. No lado microeconômico, o ambiente de investimento piorou
relativamente, com a deterioração do ambiente regulatório e a perda da
competitividadeexternadopaís.Porfim,odesempenhodesetoresimportantes,
comoindústriaeenergiaelétrica,foirelativamenteruim.Algunssetores,comoa
intermediação financeira e telecomunicações, forambem,mas em linha como
melhor grupo de comparação (ou um pouco melhor, como no caso de
telecomunicações).Claro,amelhoriadealgunssetoresdeverefletirofatodeque
omundoavança, tecnologiasmelhoramepolíticaspúblicasbemsucedidas são
emuladas.Osavançostantoemintermediaçãofinanceiracomotelecomunicações
têm, pelo menor em parte, suas raízes em decisões tomadas antes de 2003,
muitasdelasfortementecriticadaspelosatuaisocupantesdogovernofederal.A
privatização do sistema Telebras em 1998 e os programas de saneamento do
setor bancário, PROER e PROES, são exemplos contundentes de políticas
criticadas pelo PT mas que deram frutos justamente quando o PT estava no
poder.
NosquesitossociaistampoucooBrasilsuperouomelhorgrupodecomparação.
O IDHmelhorouestritamenteem linha comomelhorgrupode comparação.A
110
expectativadevidaeoutrasmétricasdesaúdenãomelhoraramalémdomelhor
grupo de comparação; o número de anos de escolaridade caiu em relação ao
melhor grupode comparação, apesarde termos gastadomais; a violência caiu
bemmenos.Aquedadadesigualdadederenda,meninadosolhosdosgovernos
LulaeDilma,defatocaiu,assimcomojávinhacaindodesdeosanos1990.Mas
caiumenosdoquenomelhorgrupodecomparação.Apobreza,dependendoda
métrica, cai um poucomais ou um poucomenos do que nomelhor grupo de
comparação. Ou seja, melhorou em linha com o esperado dada a melhoria
internacional.
Porqueentãoonítidoaumentonasensaçãodebem‐estar,refletido,entreoutras
coisas,nareeleiçãodopresidenteLulaem2006enaeleiçãodapresidenteDilma
em2010?Porqueosindicadoresmostramqueopaísmelhorou.Oeleitortípico,
mesmoqueracional,talveztenhadificuldadedeavaliarocontrafactual.Adécada
foi perdida no contrafactual, não no factual. Portanto, nossos resultados são
perfeitamentecompatíveiscomosucessoeleitoraldoPTnadécadade2000.
Em suma, crescemosmenos e assentamosbasesmais frágeis para o futurodo
quepaísessimilares.Nessesentido,perdemosadécada.
111
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institucional,impactosepossibilidadesfuturas,”TextoparaDiscussãoNo1424,
InstitutodePesquisaEconômicaAplicada.
113
Apêndice A: Metodologia
Osresultadosapresentadosaolongodotrabalhoforamobtidospormeiodo
método do grupo de controle sintético, tal como proposto por Abadie e
Gardeazabal (2003) e posteriormente refinado por Abadie, Diamond e
Hainmueller(2010).Ométodoéútilparaseestimarefeitossobreumaunidade
quesofreualgumtipodetratamento.NocasodeAbadie,DiamondeHainmueller
(2010), a unidade que sofre um tratamento (uma mudança na legislação
referente ao fumo) é o estado da Califórnia. Caso soubéssemos como seria a
Califórniasemessaalteraçãolegal,entãoseriasimplesdecomputaroefeitode
interesse. Todavia, já quenaprática não sabemos como a Califórnia seria sem
essaintervenção,precisamosdeummétodoestatísticoobjetivoquesimulecomo
a unidade tratada se comportaria sem tratamento e, assim, estime de forma
precisaoefeitodaintervenção.
Ométodosebaseianacomparaçãodochamadogrupodetratamento,isto
é,ogrupoquesofreuaintervençãoquesetemporobjetivoanalisar,comoutro
grupo,aquechamaremosgruposintéticoougrupodecontrole, construídode
forma a ser o mais assemelhado possível, em um sentido a ser explicitado
adiante,aogrupodeinteresse(tratamento)noperíodoanterioraotratamento.
Basicamente, a ideia é que se o desempenho dos grupos de tratamento e
sintético é similar no período anterior à intervenção, possíveis diferenças em
desempenhoapósotratamentorepresentamoefeitoresultantedaintervenção.
Especificamente, temos grupos de tratamento e sintético definidos como
países. Nosso grupo de tratamento representa uma unidade apenas, o Brasil.
Nossosgrupossintéticossãoconstruídosapartirdeumacombinaçãodeoutros
países, majoritariamente uma lista de países considerados emergentes e
definidosapartirdadisponibilidadededados35.OsgovernosdoPTrepresentam
aintervençãodeinteresse.Dessaformaanosanterioresa2003estãoinseridos
noperíodopré‐tratamento.
Estudos comparativos emciências sociais apresentamalgumasdificuldades
empíricas.Deumaformaabrangente, temosambiguidadeemrelaçãoàescolha
dosgruposdecomparação.Gruposdecomparação,emgeral,sãoescolhidospor35Mais detalhes sobre como se deu a definição do grupo de países considerados na seção ?? Dados
114
base em critérios subjetivos. Nesse sentido, o método do grupo de controle
sintéticosapresentaalgumasvantagensdetalhadasnopróximoparágrafo.
Temosummétodoflexível,nosentidoemqueháliberdadenadefiniçãodas
unidades que irão compor o grupo sintético. Essas unidades são definidas a
partir de informações sobre a variável de interesse e sobre uma série de
variáveis econômicas (controles) que exercem influência sobre a variável de
interesse.Combasenessasinformações,ométododefinepesosacadaunidade
considerada (neste caso um país), construindo um grupo cujas características
mais se aproximam das características da unidade de tratamento no período
anterior à intervenção, neste caso oBrasil antes de 2003.Dessa forma, temos
grupos de comparação que são definidos não a partir de uma escolha do
pesquisador,masapartirdosdadosconsideradosnaavaliação. Ademais, o
método é transparente, no sentido em que o peso ou contribuição de cada
unidade na formação do grupo sintético é conhecido, assim como as
similaridadesentregruposdetratamentoecontroleemtermosdedesempenho
dasvariáveisconsideradas.
Apresentamos o método formalmente conforme a descrição em Abadie,
DiamondeHainmueller(2010).Suponhaquetemos 1países.Suponhaainda,
que apenas um desses países foi submetido à intervenção de interesse (neste
casooBrasil)equeessaintervençãoocorreudemaneiraininterruptaapósum
determinadoperíododeterminado.Dessaforma,temosinfinitascombinaçõesde
paísescomopossíveiscontroles.
Seja o resultado que seria observado no país 1, … , 1no período
1, … , na ausência de intervenção. Definimos como o número de
períodosanterioresàintervenção,deformaque1 .Seja oresultado
que seria observado pelo país no período se o país fosse submetido à
intervençãonosperíodosentre 1e .Ashipótesesusuaissãodequenãohá
efeitos da intervenção no período pré‐tratamento, isto é, para ∈ 1,… , e
para ∈ 1,… , 1 temos ,e de que a intervenção não exerce efeito
sobreoutrasunidades.
Definimos comooefeitodaintervençãoparaopaís noperíodo .
Definimos, ainda, que a intervenção foi realizadanopaís 1. . Seja uma
115
variável binária que assume valor um se o país foi exposto à intervenção no
período ezerocasocontrário.Oresultadoobservadopelopaís noperíodo ,
definidocomo ,podeserrepresentadopor
Nosso objetivo é estimar o efeito da intervenção sobre o país de interesse no
período posterior ao tratamento. Isto é, gostaríamos de estimar o vetor
( , … , .Para :
Como é uma variável observada, para encontrar o efeito de interesse é
necessárioestimar .Supomosque édadoporummodelodefatores.
1
Temos que denota um fator comum a todos os países. representa um
vetor 1 decaracterísticasobservadas. éumvetor 1 deparâmetros.
é um vetor 1 de fatores comuns e um vetor 1 de cargas
fatoriais. éumchoquealeatóriocommédiazero.
Considere um vetor 1 de pesos , … , ′, de forma que
0para 2, … , 1e ⋯ 1. Cada valor particular do vetor
representaumpotencial controle sintético.Ou seja, cadavetor representa
uma combinação particular de pesos associados aos países em comparação. O
valor da variável resultado para cada controle sintético representado por é
dadopor
Suponhaqueexista ∗, … , ∗ ,deformaque
∑ ∗ , ∑
∗ ,⋯,
116
(2)
∑ ∗ ,e∑
∗
Épossívelmostrarquese∑ énãosingular,então:
∗
∗
∗ 3
Épossívelmostrar tambémque, sob condiçõesusuais, amédiado ladodireito
dessa equação se aproxima de zero. Dessa forma, para ∈ 1,… , um
estimadorpara podeserrepresentadopor
∗
A relação em (2), entretanto, só é válida com igualdade se
, … , , pertencer à combinação convexa de
, … . , , , … , , … , , . Na prática, entretanto, muitas
vezes não existe um conjunto de pesos para os quais a equação (2) vale com
igualdade. Nesses casos, um conjunto de pesos é escolhido de forma que a
equação(3)sejaválidaaproximadamente.
Especificamente,temosqueumresultadodeinteresseobservadoem períodos
1, … , ,para o país de interesse, ,e para os países não afetados pela
intervenção, , com 2,… , 1. Seja um vetor , … . , ′ de
dimensão 1 edefinaumacombinaçãolinearderesultadospréintervenção
∑ . Considere combinações lineares desse tipo, definidas pelos
117
vetores , … , .Seja , , … , . Seja , , … , ′um
vetor 1 , com ,de características pré intervenção para o país
considerado tratamento. De maneira similar, é uma matriz que
contêm as mesmas características para os países que não sofreram a
intervenção. O vetor ∗é escolhido de forma a minimizar alguma distância,
|| ||, entre e sujeito às restrições 0, … . , 0,
⋯ 1 . Uma escolha natural é definir , … , de forma que
, … , .
Para medir a distância entre e Abadie, Diamond e Hainmueller (2010)
empregam | | ′ , em que é uma
matriz simétrica e positiva semidefinida. A alternativa utilizada nesse
trabalhoéescolher deformaque,paraogrupodecontrolesintéticoresultante,
avariáveldeinteressemaisseaproximedatrajetóriaobservadoparaopaísque
sofreu o tratamento no período anterior à intervenção. Mais precisamente,
seguindo Abadie e Gardeazabal (2003), é escolhido entre matrizes diagonais
positivassemidefinidasdeformaqueamédiaquadráticadoerrodeprevisãoda
variávelderesultadosejaminimizadonosperíodosanterioresàintervenção.
Tendoemvistaosupracitado, ficaclaroqueavantagemdessaabordagemestá
na estimação transparente de um contrafactual, formado por uma
combinaçãolineardepaísesquenãosofreramintervenção,ocontrolesintético.
Ospaísesque formamocontrolesintético,bemcomoospesosassociados, são
selecionados a partir de um algoritmo que se baseia nas similaridades desses
países, tanto em relação à variável de interesse como em relação à covariadas
definidas, com o país tratado no período anterior à intervenção. Assim, a
diferença entre o desempenho do país tratado e o desempenho do controle
sintético após a intervenção pode ser utilizado para estimar o efeito da
intervenção.
118
Apêndice B: Dados e Construção dos Grupos de Controle Sintéticos
1. ListadePaíses
Ao longo deste trabalho utilizamos majoritariamente três bases de dados:(i)WorldDelevopmentIndicators(WDI), do Banco Mundial, (ii)WorldEconomicOutlook(WEO), do FMI e (iii)WorldEconomicSurvey(WES) do IFO. AWDI é amais completa base de dados do bancomundial, sendo compilada de diversasfontesderenomeinternacional.Abasepossuiosmaisrecenteseprecisosdadosdedesenvolvimento.Aperiodicidadedabaseéanual, commaisde200países,desde1960.
OWEO,porsuavez,éabasededadosmacroeconômicosdoFMI,comdadosdecontasnacionais,balançodepagamentos, indicadoresfiscaiseetc.Osdadosestãodisponíveisde1980atéosdiasdehoje.
Finalmente, o WES é produzido a cada 3 meses e agrupa mais de 1100pessoase instituiçõesemmaisde115países.Oobjetivoéavaliarascondiçõespresenteseasesperadasparaasrespectivasregiõesdeatuaçãodosagentes.Emtermos mais detalhados,o questionário da pesquisa foca em informaçõesqualitativas.Asrespostassãocombinadasparacadapaíssemumadiferenciaçãode pesos. O processo de notas consiste em dar uma nota 9 para respostaspositivas,5pararespostasneutrase1pararespostasnegativas.
Nadefiniçãodaamostradepotenciaispaísesparticipantesdecadagrupodecontrole sintético, partimos da lista de países considerados emergentes peloFMI36. São estes Argentina, Brasil, Bulgária, Chile, China, Colômbia, Estônia,Hungria, Índia, Indonésia, Letônia, Lituânia, Malásia, México, Paquistão, Peru,Filipinas, Polônia,Romênia,Rússia,Áfricado Sul, Tailândia, Turquia,Ucrânia eVenezuela.
Por uma questão de disponibilidade de dados, alguns desses países foramdesconsideradosaolongodotrabalho.Primeiro,nãoconsideramosaArgentina,que teve,por suspeitasemrelaçãoàqualidadede seusdados, interrupçõesnadivulgaçãodeestatísticasfundamentaisemanosrecentes.Outrosquatropaísesdessa lista inicial também foram desconsiderados: Estônia, Letônia, Rússia eRomênia. Nesses casos, temos que para, pelomenos uma das bases utilizadasmajoritariamente ao longo do trabalho, as informações disponibilizadas emrelaçãoaessespaísessãofalhasouinexistentes.
Assim,temosque,paraagrandemaioriadasestimaçõesrealizadasaolongo
desse trabalho, o grupo de países considerado na construção do controlesintético foi formadopor: Bulgária, Chile, China, Colômbia,Hungria, Indonésia,
36Disponívelem(http://www.imf.org/external/pubs/ft/weo/2012/update/02/index.htm)
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Índia, Lituânia, México, Malásia, Paquistão, Peru, Filipinas, Polônia, Tailândia,Turquia,Ucrânia,VenezuelaeÁfricadoSul.
ParaimplementaçãodométodonoStataénecessárioque:i)todosospaísespossuam informações referentes à variável de interesse para todos os anosconsiderados; ii) Para todos os países considerados tenhamos informaçõesreferentesacadaumadascovariadasparapelomenosumdosanosinseridosnoperíodo.
Dessaforma,quandoalgumpaísnãoapresenta,paraqualquermomentonoperíodo considerado, informações referentes à variável de interesse esse paístemdeserdesconsideradodaestimação.Damesmaforma,separaalgumpaís,não temos informações referentes a alguma covariada para todos os anos noperíodo considerado, essa covariada tem de ser desconsiderada. Assim, emalgunscasosespecíficos,a listadepaísesoua listadecovariadasconsideradosna estimação difere da lista preponderante ao longo do trabalho. Na próximaseção,detalhamosospaíseseascovariadasconsideradosemcadaestimação.
Ademais, para alguns casos específicos, a variável de interesse teve de serobtidadebasesdedadosdistintas.Asbasesalternativasutilizadasao longodotrabalho são disponibilizadas pelas seguintes fontes: PennTable, InternationalEnergy Statistics, Aneel, USGS MineralsInformation, UNODC, IPEA,InternationalLabourOrganization, World Health Organization,IIASA/VIDProjection, International Energy Statistics, UN – MDG e Inter‐AmericanDevelopment Bank.Nesses casos, temos,muitas vezes, alterações na amostrausual de potenciais países participantes do grupo de controle sintético. Valeressaltar que em cada um desses casos a amostra de países considerada foidefinidadeacordocomadisponibilidadededados.
2. Covariadas
Assim como em relação ao grupo de países considerados para estimação,tambémemrelaçãoàscovariadasconsideradasseguimos,excetoparacasosemquenãohádisponibilidadededados,umpadrãofixo.Istoé,consideramosumalistadecovariadasdefinidasparacadaestimação.Oscasosemqueessalistatevedeseralteradaseguemexplicitadosnapróximaseção.
Temosaseguintelistadecontrolesparacadaestimação: GDP per capita (constant 2005 US$). Fonte: Banco Mundial (WDI).
Produto Interno Bruto (soma do valor bruto adicionado de todos osprodutores residentes na economia, somados a taxas de produto esubtraídos de quaisquer subsídios não incluídos no valor do produto)calculado sem levar em conta a depreciação. Os dados são de preçosconstantesemUS$de2005.
Officialexchange rate (LCU per US$, periodaverage). Fonte: BancoMundial (WDI).A taxadecâmbiose refereàoficialdogoverno (casoataxasejafixa)ouaovalortransacionadonabolsadevaloreslegalmentesancionada.Ataxaécalculadacomoamédiaanualdasmédiasmensais.OsvaloressãodadosemmoedalocalsobreUS$.
Industry, valueadded (% of GDP). Fonte: Banco Mundial (WDI). Aindústria corresponde as divisões de 10‐45 do código ISIC. O valor
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adicionadocorrespondeàproduçãolíquidadeprodutosintermediários,sem levar em conta a depreciação ou custos aos recursos naturais. OsdadosestãoemUS$de2005.
Gross capital formation (constant2005US$). Fonte: BancoMundial(WDI).Écalculadocomoaadiçãodeativosfixosaeconomiasomadacomas mudanças líquidas nos níveis de inventário. Ativos fixos incluemplantas,maquinários,compradeequipamentos,melhoramentosnaterra,construção de estradas, escolas, escritórios, hospitais, prédiosresidenciais e etc. Os inventários são estoques de firma em posse dasempresas.
Agriculture, valueadded (% of GDP). Fonte: Banco Mundial (WDI).Agricultura corresponde às series com código ISIC de 1‐5, o que incluicaça,pesca,cultivodeplantaçõeseetc..Ovaloradicionadocorrespondeàprodução líquida de produtos intermediários, sem levar em conta adepreciação ou custos aos recursos naturais. Os dados estão emUS$ e2005.
Inflation, averageconsumerprices index. Fonte: FMI. É uma medidaque captura a mudança de preços e serviços que o domicílio médioconsome. Essa cesta de consumo pode ser ajustada em intervalosespecificados, como anualmente, por exemplo. A série é a média doperíodo(enãoataxaaofinaldoperíodo).
Netbartertermsof trade index (2000=100). Fonte: BancoMundial(WDI). Calculado como a razão percentual do índice de valores deexportaçãopeloíndicedevaloresdeimportação,medidosemrelaçãoaoanobase2000.
Unemployment, total (% of total labor force)(national estimate).Fonte: Banco Mundial: Desemprego se refere aparcela da força de trabalho que está sem emprego, mas apto eprocurandoalgumposicionamentonomercadodetrabalho.
Exportsofgoodsandservices (constant 2005 US$). Fonte: BancoMundial (WDI) A série inclui os valores dos bens e serviços prestadospelo país para o resto domundo. Inclui o valor demercadorias, frete,seguros, transporte, comunicação e etc. Exclui pagamento defuncionárioseinvestimentos.OsdadosestãoemvaloresdeUS$de2005.
Importsofgoodsandservices (constant 2005 US$). Fonte: BancoMundial (WDI). A série inclui os valores das transações prestadas peloresto domundoparao país, incluindomercadorias emgeral, ouronãomonetárioeserviços.OsdadosestãoemvaloresdeUS$de2005.
Outras três covariadas consideradas foram obtidas de uma basechamadaPesquisa Econômica Mundial (WES do inglesWorld EconomicSurvey).Essapesquisaavaliatendênciasemtodomundoagregandodadosdeorganismosinternacionaiseespecíficosdecadapaís.AWESéconduzidaemcooperaçãocom
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aCâmara InternacionaldeComércioemParis.Oquestionáriodapesquisa focaem informações qualitativas. As respostas são combinadas para cada país semuma diferenciação de pesos. O processo de notas consiste em dar uma nota 9pararespostaspositivas,5pararespostasneutrase1pararespostasnegativas37.Trêscovariadasforamretiradasdessabase
PublicDeficits.Fonte.Fonte:WorldEconomicSurvey LackofSkilledLabour.Fonte:IFOWorldEconomicSurvey LackofInternationalCompetitiveness. Fonte: IFO World
EconomicSurvey
3. VariáveisdeInteresseepesosassociadosaocontrolesintético:
Nestaseção,explicitamoscadaumadasvariáveisde interesseconsideradas
aolongodotrabalho,suafonteedefinição,ospaísesconsideradosnaestimaçãoeospesosassociadosacadaumdessespaíses.Explicitamosaindaoscasosemquealgumasdascovariadasda listapadrãotiveramdeserdesconsideradasnaestimação.
GDP per capita (constant 2005US$): Fonte: Banco Mundial (WDI).
Produto Interno Bruto (soma do valor bruto adicionado de todos osprodutores residentes na economia, somados a taxas de produto esubtraídos de quaisquer subsídios não incluídos no valor do produto)calculado sem levar em conta a depreciação. Os dados são de preçosconstantesemUS$de2005.Países incluídos são:Bulgária, Chile,China,Colômbia,Hungria,Indonésia,Índia,Lituânia,México,Malásia,Paquistão,Peru, Filipinas, Polônia, Tailândia (0.206), Turquia (0.577), Ucrânia(0.146),VenezuelaeÁfricadoSul(0.071).
Netbartertermsof trade index (2000=100):Fonte: BancoMundial(WDI). Calculado como a razão percentual do índice de valores deexportaçãopeloíndicedevaloresdeimportação,medidosemrelaçãoaoano base 2000. Países incluídos são: Chile, China (0.168), Colômbia,Indonésia, Índia (0.329), México, Malásia, Paquistão, Peru (0.268),Filipinas,Tailândia,Turquia,VenezuelaeÁfricadoSul(0.234).
Age dependencyratio (% ofworking‐age population): Fonte: BancoMundial (WDI). Calculada como a razão de dependentes (pessoas commenos de 15 amos oumais de 64 anos) com a população que trabalha(entre 15‐64 anos). Os dados mostram a proporção para cada 100trabalhadores entre 15‐64 anos. Países incluídos são: Bulgária, Chile,
37Paramaisdetalhes,ver:http://www.iccwbo.org/global‐influence/ifo‐world‐economic‐survey/.
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China, Colômbia (0.093), Hungria, Indonésia, Índia (0.05), Lituânia,México, Malásia, Paquistão, Peru, Filipinas, Polônia (0.345), Tailândia,Turquia(0.288),Ucrânia,VenezuelaeÁfricadoSul(0.224).
GDP per personemployed (constant 1990 PPP $): Fonte: BancoMundial (WDI). Calculado como o Produto Interno Bruto dividido pelonúmero total de empregados na economia. O PIB é a preços de 1990,convertido pela paridade do poder de compra. Países incluídos são:Bulgária, Chile, China (0.237), Colômbia, Hungria, Indonésia, Índia,Lituânia, México, Malásia, Paquistão, Peru, Filipinas, Polônia, Tailândia,Turquia (0.164), Ucrânia (0.333), Venezuela (0.222) e África do Sul(0.044).
LackofSkilledLabour: Fonte: IFO World EconomicSurvey. A pesquisaeconômica mundial (WES do inglesWorld EconomicSurvey) avaliatendências em todo mundo, agregando dados de organismosinternacionais e específicos de cada país. A WES é conduzida emcooperação com a Câmara Internacional de Comércio em Paris. Oquestionáriodapesquisa focaeminformaçõesqualitativas.Asrespostassão combinadas para cada país sem uma diferenciação de pesos. Oprocessodenotasconsisteemdarumanota9pararespostaspositivas,5pararespostasneutrase1pararespostasnegativas.Paramaisdetalhes,ver: http://www.iccwbo.org/global‐influence/ifo‐world‐economic‐survey/. Países incluídos são: Bulgária, Chile, China, Colômbia (0.143),Hungria (0.183), Indonésia, Índia, Lituânia, México (0.203), Malásia,Paquistão (0.208), Peru, Filipinas, Polônia, Tailândia, Turquia, Ucrânia(0.262),VenezuelaeÁfricadoSul.
Gross capital formation (1 mi constant 2005 US$): Fonte: BancoMundial (WDI). É calculado como a adição de ativos fixos a economiasomadacomasmudanças líquidasnosníveisde inventário.Ativos fixosincluemplantas,maquinários,compradeequipamentos,melhoramentosna terra, construção de estradas, escolas, escritórios, hospitais, prédiosresidenciais e etc. Os inventários são estoques de firma em posse dasempresas.Países incluídos são:Bulgária,Chile,China (0.169),Colômbia,Indonésia, Índia, México, Malásia, Paquistão, Peru, Filipinas, Polônia,Tailândia(0.116),Turquia(0.715),Ucrânia,VenezuelaeÁfricadoSul.
Foreigndirectinvestment,netinflows(BoP,currentUS$):Fonte:BancoMundial(WDI).Investimentodiretoestrangeirosãoosrecebimentoslíquidosdecapitalparaaaquisiçãodeumaposiçãodegerenciamento(10%oumaisdeaçõescomdireitoavoto)emuma
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empresaqueoperaemumaeconomiadiferentedadoinvestidor.Éasomadecapitalemequity,reinvestimentodelucros,outrostiposdecapitaldelongoprazoeinvestimentosdecurtoprazopresentesnobalançodepagamento.Osdadosestãoemdólaresapreçoscorrentes.Paísesincluídossão:Bulgária,Chile,China(0.404),Colômbia,Hungria,Indonésia,Índia,Lituânia,México,Malásia,Paquistão,Peru,Filipinas,Polônia(0.596),Tailândia,Turquia,Ucrânia,VenezuelaeÁfricadoSul.
Electric powertransmissionanddistributionlosses (% of output):Fonte: Banco Mundial (WDI). A variável inclui perdas na distribuiçãoentre as fontes de geração a pontos de distribuição e de pontos dedistribuiçãoaoconsumofinal.Paísesincluídossão:Bulgária,Chile,China,Colômbia (0.126), Hungria, Indonésia, Índia (0.203), Lituânia, México(0.293), Malásia, Paquistão, Peru (0.254), Filipinas, Polônia, Tailândia,Turquia(0.038),Ucrânia(0.061),VenezuelaeÁfricadoSul(0.025).
Roads, total network (km): Fonte: Banco Mundial (WDI). A variávelinclui todas as rotas pavimentadas de umpaís. Os países incluídos são:Chile,Indonésia,Índia(0.567),Lituânia,México,Paquistão,Peru,Polônia(0.433)eUcrânia.
Roadsectordieselfuelconsumptionpercapita(kgofoilequivalent):Fonte: Banco Mundial (WDI). Consumo de óleo diesel dividido pelapopulação. Diesel é um óleo pesado utilizado em alguns motores decombustão interna. Kg ofoilequivalent é uma unidade normalizada deenergia.Éequivalenteaomontantedeenergiaquepodeserextraídodeum kg de óleo sem refino. Países incluídos são: Bulgária, Chile (0.364),China, Colômbia, Hungria, Indonésia, Índia, Lituânia (0.129), México,Malásia, Paquistão, Peru, Filipinas, Polônia (0.141), Tailândia (0.252),Turquia,Ucrânia(0.114),VenezuelaeÁfricadoSul.
Air transport, freight (millionton‐km): Fonte: Banco Mundial (WDI).Volumedecargatransportadaemcadaestágiodovoo,istoé,operaçãodeuma aeronave entre uma decolagem e o próximo pouso. Medido emmilhões de toneladasmultiplicado pelo número de km viajados. Paísesincluídos são: Bulgária, Chile, China, Colômbia (0.003), Hungria,Indonésia, Índia, Lituânia, México, Malásia, Paquistão, Peru, Filipinas,Polônia,Tailândia(0.997),Turquia,Ucrânia,VenezuelaeÁfricadoSul.
Air transport, passengerscarried: Fonte: Banco Mundial (WDI). Avariávelincluipassageirosdevoosnacionaiseinternacionaisregistradosno país. Países incluídos são: Bulgária, Chile, China (0.362), Colômbia,
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Hungria, Indonésia, Índia, Lituânia, México, Malásia, Paquistão, Peru,Filipinas,Polônia,Tailândia,Turquia(0.638),Ucrânia,VenezuelaeÁfricadoSul.
Container porttraffic (TEU: 20 ftequivalentunits): Fonte: BancoMundial(WDI).Avariávelmedeofluxodecontainersdaterraparaomar(eviceversa)enunidadesdeequivalênciade20pés(TEU),referenteaotamanho de um container médio. Países incluídos são: Chile, China (0.023),Colômbia,Indonésia,Índia(0.111),México,Malásia,Peru(0 .157),Filipinas,Tailândia,Turquia(0.709)eÁfricadoSul.
TFP levelatcurrentPPPs (USA=1): Fonte: Penn Table. Produtividadetotaldosfatores,ajustadapelaParidadedoPoderdeCompracorrente.Ospaíses incluídos são: Bulgária, Chile, China (0 .083), Colômbia, Hungria,Indonésia, Índia, Lituânia, México, Malásia, Peru (0 .198), Filipinas,Polônia,Tailândia(0.344),Turquia(0.303),Ucrânia(0.072),VenezuelaeÁfricadoSul.
Scientificandtechnicaljournalarticles: Fonte: Banco Mundial (WDI).Númerode artigos científicos ede engenhariapublicadosnos seguintescampos: física, biologia, química, matemática, medicina, biomedicina,engenhariaetecnologiaeciênciasdaterraedoespaço.Paísesincluídossão:Bulgária,Chile,China(0.258),Colômbia,Hungria(0.221),Indonésia,Índia, Lituânia, México, Malásia, Paquistão, Peru, Filipinas, Polônia,Tailândia,Turquia(0.173),Ucrânia(0.147),Venezuela(0.166)eÁfricadoSul(0.035).
RegulatoryQuality Fonte: Banco Mundial. A variável captura aspercepções da habilidade do governo para formular e implementarpolíticas e regulaçõesquepromovemo setorprivado.Osdados contamexclusivamente com percepções de firmas, domicílios, ONG’s eorganizações multilaterais. Para mais detalhes, ver:http://info.worldbank.org/governance/wgi/index.aspx#faq‐2. Paísesincluídos são: Bulgária, Chile, China (0.198), Colômbia, Hungria,Indonésia, Índia, Lituânia (0.061), México, Malásia, Paquistão, Peru(0.111), Filipinas, Polônia (0.349), Tailândia, Turquia (0.143), Ucrânia(0.025),Venezuela(0.003)eÁfricadoSul(0.108).
CorruptionPerceptions Index: Fonte: TransparencyInternational.Oíndice é calculado com 13 diferentes fontes de dados, de 12 diferentesinstituições que capturam percepções de corrupção nos últimos doisanos. Os dados estão de 0‐100, em que 0 é omaior nível percebido decorrupção. Eles são ajustados para a escala de 0‐100 a partir da
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normalização da variável original nos dados. Para mais detalhes, ver:http://cpi.transparency.org/cpi2013/in_detail/. Países incluídossão:Bulgária (0.074), Chile (0.073), China (0.119), Colômbia, Hungria,Indonésia, Lituânia,México,Malásia, Paquistão (0 .136), Peru, Filipinas,Polônia(0.388),Tailândia,Turquia(0.051),Ucrânia(0.038),VenezuelaeÁfricadoSul(0.122).
GDP deflator (base year varies by country): Fonte: Banco Mundial
(WDI).DeflatorimplícitodoPIB,calculadocomooPIBapreçoscorrentessobre o PIB a preços constantes. Países incluídos são: Bulgária, Chile,China (0.201), Colômbia, Hungria (0.305), Indonésia, Índia (0.16),Lituânia, México, Malásia, Paquistão, Peru (0.191), Filipinas, Polônia,Tailândia,Turquia(0.037),Ucrânia,VenezuelaeÁfricadoSul(0.106).
Officialexchange rate (LCU per US$, periodaverage): Fonte: Banco
Mundial (WDI). A taxa de câmbio se refere à oficial do governo (caso ataxaseja fixa)ouaovalor transacionadonabolsadevalores legalmentesancionada.A taxaécalculadacomoamédiaanualdasmédiasmensais.Os valores são dados emmoeda local sobre US$. Países incluídos são:Bulgária, Chile, China, Colômbia, Hungria, Indonésia, Índia, Lituânia,México, Malásia, Paquistão, Peru, Filipinas, Polônia (0.172), Tailândia,Turquia(0.728),Ucrânia,VenezuelaeÁfricadoSul(0.1).
Gross savings (currentUS$): Fonte: Banco Mundial (WDI). Poupançabruta é calculada como a renda bruta nacionalmenos o consume total,mais transferências líquidas. Países incluídos são: Bulgária, Chile, China(0.131), Colômbia, Hungria, Indonésia, Índia, Lituânia, México, Malásia,Paquistão, Peru (0.02), Filipinas, Polônia (0.22), Tailândia (0.191),Turquia(0.394),Ucrânia,VenezuelaeÁfricadoSul(0.044).
LackofInternationalCompetitiveness: Fonte: IFO WorldEconomicSurvey. A pesquisa econômicamundial (WES do inglêsWorldEconomicSurvey) avalia tendências em todomundoagregandodadosdeorganismosinternacionaiseespecíficosdecadapaís.AWESéconduzidaem cooperação com a Câmara Internacional de Comércio em Paris. Oquestionáriodapesquisa focaeminformaçõesqualitativas.Asrespostassão combinadas para cada país sem uma diferenciação de pesos. Oprocessodenotasconsisteemdarumanota9pararespostaspositivas,5pararespostasneutrase1pararespostasnegativas.Paramaisdetalhes,ver: http://www.iccwbo.org/global‐influence/ifo‐world‐economic‐survey/. Países incluídos são: Bulgária, Chile, China, Colômbia (0.356),Hungria, Indonésia, Índia, Lituânia, México (0.307), Malásia, Paquistão
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(0.059), Peru, Filipinas, Polônia (0.24), Tailândia, Turquia, Ucrânia,VenezuelaeÁfricadoSul(0.037).
Exportsofgoodsandservices (constant 2005 US$). Fonte: BancoMundial (WDI). A série inclui os valores dos bens e serviços prestadospelo país para o resto do mundo. Inclui o valor de mercadorias, frete,seguros,transporte,comunicaçãoeetc.Excluipagamentodefuncionáriose investimentos. Os dados estão em valores de US$ de 2005. Paísesincluídossão:Bulgária,Chile,China,Colômbia,Hungria,Indonésia,Índia(0.49), Lituânia, México (0.118), Malásia, Paquistão, Peru, Filipinas,Polônia (0.024), Tailândia, Turquia (0.166), Ucrânia, Venezuela e ÁfricadoSul(0.202).
Importsofgoodsandservices (constant 2005 US$). Fonte: BancoMundial (WDI). A série inclui os valores das transações prestadas peloresto domundo para o país, incluindomercadorias em geral, ouro nãomonetárioeserviços.OsdadosestãoemvaloresdeUS$de2005.Paísesincluídos são: Bulgária, Chile, China (0.075), Colômbia, Hungria,Indonésia, Índia, Lituânia, México, Malásia, Paquistão, Peru, Filipinas,Polônia (0.138), Tailândia (0.192), Turquia (0.544) , Ucrânia (0.001),VenezuelaeÁfricadoSul(0.05).
Goods,ValueofImports (US$)Fonte: FMI (IFS). A variável é calculadacomoovalordasimportaçõesemdólarescorrentes.Paísesincluídossão:Bulgária,Chile,China(0.01),Colômbia,Hungria,Indonésia,Índia(0.468),Lituânia, México (0.092), Malásia, Paquistão, Peru, Filipinas, Polônia,Tailândia,Turquia(0.316),Ucrânia,VenezuelaeÁfricadoSul(0.114).
Generalgovernmentrevenue(PercentofGDP):Fonte:FMI.Asreceitasdogovernoconstituemdedívidas,contribuiçõessociaiseoutrasreceitas.Asreceitasaumentamovalorlíquidodogoverno,queéadiferençaentreosativosepassivos.AvariávelémedidacomopercentualdoPIBapreçoscorrentes. Países incluídos são: Bulgária, Chile, China (0.14), Colômbia(0.006), Hungria, Indonésia, Índia, Lituânia, México, Malásia, Paquistão,Peru, Filipinas, Polônia (0.408), Tailândia, Ucrânia (0.447), Venezuela eÁfricadoSul.
Generalgovernment totalexpenditure (PercentofGDP): Fonte: FMI.
Asdespesastotaisconstituemadespesaeaquisiçãolíquidadeativosnãofinanceiros. A variável é medida como percentual do PIB a preçoscorrentes. Países incluídos são: Bulgária, Chile, China (0.04), Colômbia,Hungria (0.254), Indonésia, Índia, Lituânia, México, Malásia, Paquistão,
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Peru, Filipinas, Polônia (0.38), Tailândia (0.326), Ucrânia, Venezuela eÁfricadoSul.
Generalgovernmentgrossdebt(PercentofGDP):Fonte: FMI.Adívidabruta consiste de passivos que requerem o pagamento de juros e/ouprincipal pelo devedor a um credor em datas definidas no futuro. Avariável é medida como percentual do PIB a preços correntes. Paísesincluídos são: Bulgária, Chile, China (0.035), Colômbia, Hungria,Indonésia, Índia (0.861), Lituânia, México, Malásia, Paquistão, Peru,Filipinas,Polônia,Tailândia,Ucrânia,Venezuela(0.104)eÁfricadoSul.
Averagematurityon new externaldebtcommitments (years): Fonte:BancoMundial(WDI).Amaturidadeéamédiadonúmerodeanosparaamaturidadeoriginaldadívida,queéasomadoprazodecarênciacomosperíodosderepagamento.Paraobteramédia,ospesosutilizadossãodomontantedecadadívida.Paísesincluídossão:Bulgária,China,Colômbia,Hungria (0.136), Indonésia, Índia, México, Malásia, Paquistão, Peru,Filipinas,Tailândia(0.093),Turquia(0.36),Ucrânia,Venezuela(0.411)eÁfricadoSul.
MonetaryPolicy‐RelatedInterestRate:Fonte:FMI.Paísesincluídossão:Bulgária,Chile,Colômbia,Indonésia(0.871),Tailândia,Turquia(0.065)eÁfricadoSul(0.064).
Realinterestrate(%):Fonte:BancoMundial(WDI).Ataxadejurosrealé a taxa de empréstimos ajustado por inflação medida pelo deflatorimplícito.Países incluídossão:Bulgária,Chile,China,Colômbia,Hungria,Indonésia, México, Malásia, Peru (1.00), Filipinas, Tailândia, Ucrânia,VenezuelaeÁfricadoSul.
External balance ongoodsandservices (% of GDP): Fonte: BancoMundial (WDI).A série é calculada comoexportaçãodebens e serviçosmenosasimportaçõesdebenseserviços.Paísesincluídossão:Bulgária,Chile, China (0.201), Colômbia, Hungria, Indonésia, Índia, Lituânia,México, Malásia, Paquistão, Peru (0.276), Filipinas, Polônia (0.288),Tailândia, Turquia (0.062), Ucrânia (0.137), Venezuela e África do Sul(0.036).
CurrentaccountbalancePercentofGDP:Fonte:BancoMundial (WDI).A série é calculada como a soma de exportações líquidas de bens eserviços, renda primária líquida e renda secundária líquida. Paísesincluídos são: Bulgária (0.061), Chile, China, Colômbia,Hungria (0.219),Indonésia, Índia (0.005), Lituânia, México (0.317), Malásia, Paquistão
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(0.168), Peru (0.123), Filipinas, Polônia (0.107), Tailândia, Turquia,Ucrânia,VenezuelaeÁfricadoSul.
Total reserves (includes gold, current US$): Fonte: Banco Mundial(WDI). As reservas totais incluemouromonetário, direitos especiais desaque, reservas no FMI emontante demoeda estrangeira em posse daautoridade monetária. Os preços estão em dólares correntes. Paísesincluídos são: Bulgária, Chile, China (0.152), Colômbia, Hungria,Indonésia, Índia, Lituânia, México, Malásia, Paquistão, Peru (0.229),Filipinas, Polônia (0.32), Tailândia (0.152), Turquia (0.146), Ucrânia,VenezuelaeÁfricadoSul.
Industry, valueadded (constant 2005 US$): Fonte: Banco Mundial(WDI). A indústria corresponde as divisões de 10‐45 do código ISIC. Ovalor adicionado corresponde à produção líquida de produtosintermediários,semlevaremcontaadepreciaçãooucustosaosrecursosnaturais.OsdadosestãoemUS$de2005.Paísesincluídossão:Bulgária,Chile, China (0.201), Colômbia, Hungria, Indonésia, Índia, Lituânia,México, Malásia, Paquistão, Peru, Filipinas, Polônia, Tailândia, Turquia(0.799),Ucrânia,VenezuelaeÁfricadoSul.
Electricpowerconsumption (kWhper capita):Fonte: BancoMundial(WDI). A série é calculada com o consumo de energia elétrica (jádescontadas as perdas na transmissão e a energia utilizada na própriageração de energia) sobre a população. Países incluídos são: Bulgária,Chile, China, Colômbia, Hungria, Indonésia, Índia (0.316), Lituânia,México, Malásia, Paquistão, Peru, Filipinas, Polônia (0.17), Tailândia,Turquia(0.407),Ucrânia,VenezuelaeÁfricadoSul(0.107).
Total Electricity Net Generation (BillionKilowatthours): Fonte:InternationalEnergyStatistics.Asériededadosconsideratodaageraçãodeenergia líquidadomontanteutilizadonaproduçãodeenergia.Paísesincluídossão:Bulgária,Chile,China,Colômbia,Hungria, Indonésia, Índia(0.442), Lituânia, México, Malásia, Paquistão, Peru, Filipinas, Polônia,Tailândia,Turquia,Ucrânia(0.278),VenezuelaeÁfricadoSul(0.279).
Industrial electricityprices (Including Taxes) (pence per KWh):Fontes:ANEELeInternationalEnergyAgency(IEA).OsdadosdoMercadobrasileiro foram obtidos junto a ANEEL, enquanto que para os outrospaíses os dados são da IEA. O preço já inclui impostos. Os Preços deenergia elétrica estão em pences por KWh (um pence equivale a umcentésimo de libra). Canada, Suíça, República Tcheca, Alemanha,Dinamarca,Espanha, França,ReinoUnido,Hungria, Irlanda, Itália, Japão
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(0.007),CoréiadoSul,NovaZelândia (0.884),Polônia,Portugal (0.065),Eslováquia,Turquia,EstadosUnidos(0.044).Nessecaso,porumaquestãode disponibilidade de dados, a covariadaInflation ‐AverageConsumerPricesIndexfoidesconsideradanaestimação.
Domesticcredittoprivate sector bybanks (% of GDP): Fonte: BancoMundial (WDI).Asériesereferea recursos financeirosdisponibilizadosao setorprivadopor corporações financeiras (de todosos tipos).Paísesincluídos são: Bulgária, Chile, China (0.051), Colômbia, Hungria,Indonésia, Índia, Lituânia, México, Malásia, Paquistão, Peru, Filipinas,Polônia,Tailândia (0.0066),Turquia (0823),Ucrânia,VenezuelaeÁfricadoSul(0.06).
Agriculture, valueadded (% of GDP): Fonte: Banco Mundial (WDI).Agricultura corresponde às series com código ISIC de 1‐5, o que incluicaça,pesca,cultivodeplantaçõeseetc..Ovaloradicionadocorrespondeàprodução líquida de produtos intermediários, sem levar em conta adepreciação ou custos aos recursos naturais. Os dados estão em US$ e2005. Países incluídos são: Bulgária, Chile, China, Colômbia, Hungria,Indonésia, Índia, Lituânia, México, Malásia, Paquistão, Peru, Filipinas,Polônia, Tailândia, Turquia, Ucrânia (0.179), Venezuela e África do Sul(0.821).
IronOre‐GrossWeightBase:Fonte:USGSMineralsInformation.Países
incluídos são: Austrália (0.463), Áustria, Bósnia e Herzegovina, Canadá,Chile, China (0.537), Colômbia, Argélia, Egito, Indonésia, Índia, Irã,Cazaquistão, Coréia do Sul, Marrocos, México, Mauritânia, Malásia,Noruega,NovaZelândia,Peru,Portugal,Rússia,Suécia,Tunísia,Turquia,Ucrânia, Estados Unidos, Venezuela, África do Sul. Nesse caso, por umaquestão de disponibilidade de dados, sacovariadasInflation ‐AverageConsumerPrices Index, Unemployment ‐ total (% of totallaborforce), PublicDeficits, LackofSkilledLabour,LackofInternationalCompetitivenessforamdesconsideradasnaestimação.
IronOre–MetalContentBase ‐Thousandmetric tons Fonte: USGSMineralsInformation. Austrália (1.00), Áustria, Bósnia e Herzegovina,Canadá, Chile, China, Colômbia, Argélia, Egito, Indonésia, Índia, Irã,Cazaquistão, Coréia do Sul, Marrocos, México, Mauritânia, Malásia,Noruega,NovaZelândia,Peru,Portugal,Rússia,Suécia,Tunísia,Turquia,Ucrânia, Estados Unidos, Venezuela, África do Sul. Nesse caso, por umaquestão de disponibilidade de dados, as covariadasInflation ‐AverageConsumerPrices Index, Unemployment ‐ total (% oftotallabor
130
force), PublicDeficits, LackofSkilledLabour,LackofInternationalCompetitivenessforamdesconsideradasnaestimação.
Total OilSupply (Thousand Barrels Per Day):Fonte: InternationalEnergyStatistics.Asérieincluiaproduçãodeóleoeganhosnoprocessode refinamento. Países incluídos são: Bulgária, Chile, China (0.064),Colômbia, Hungria, Indonésia, Índia, Lituânia, México (0.312), Malásia,Paquistão, Peru, Filipinas, Polônia (0.141), Tailândia (0.306), Turquia,Ucrânia,VenezuelaeÁfricadoSul(0.178).
GrossNaturalGasProduction(BillionCubicFeet):Fonte: InternationalEnergy Statistics. Produção de Gás natural em bilhões de pés cúbicos.Para garantir a comparabilidade dos dados entre diferentes países, osdadosdeproduçãoexcluemosgasesquenão sãohidrocarbonetosparatodos os países. Países incluídos são: Bulgária, Chile, China (0.169),Colômbia, Hungria, Indonésia, Índia, Lituânia, México, Malásia (0.097),Paquistão, Peru (0.162), Filipinas, Polônia, Tailândia (0.158), Turquia(0.414),Ucrânia,VenezuelaeÁfricadoSul.
TotalRefineryOutputofPetroleumProducts (ThousandBarrelsPerDay):Fonte: International Energy Statistics. Produção total de petróleorefinado, emmilhares de barris por dia. Países incluídos são: Bulgária,Chile,China(0.247),Colômbia,Hungria,Indonésia,Índia,Lituânia,México(0.638), Malásia, Paquistão, Peru, Filipinas, Polônia (0.115), T ailândia,Turquia,Ucrânia,VenezuelaeÁfricadoSul.
Refinery Output of Motor Gasoline (Thousand Barrels Per Day):
Fonte:InternationalEnergyStatistics.Produçãoderefinariasdegasolinapara motores, em milhares de barris por dia. Países incluídos são:Bulgária, Chile, China (0.33), Colômbia, Hungria, Indonésia, Índia,Lituânia, México, Malásia, Paquistão (0.58), Peru, Filipinas, Polônia,Tailândia,Turquia,Ucrânia,Venezuela(0.09)eÁfricadoSul.
ShareofLabourcompensationinGDPatcurrentnationalprices.Fonte:PennTable.Massa salarial emrelaçãoaoPIBapreços correntes.Paísesincluídos são: Bulgária, Chile, China (0.144), Colômbia,Hungria (0.335),Indonésia, Índia (0.03), Lituânia, México (0.082), Malásia, Peru (0.14),Filipinas,Polônia(0.222),Tailândia,Turquia,Ucrânia,VenezuelaeÁfricadoSul(0.048).
Minimum nominalmonthlywage. Fonte: ILO. Bulgária (0.216), Chile,China (0.187), Colômbia, Hungria, Indonésia, Índia, Lituânia (0.366),
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México, Paquistão, Peru, Filipinas, Polônia, Tailândia, Turquia (0.23),UcrâniaeVenezuela.
Evolução do Salário Mínimo Deflacionado. Fonte: ILO e BancoMundial. Construída a partir dos resultados obtidos pelo controlesintético realizado com os dados referentes ao salário mínimo mensaldisponibilizadospelaILO.EssesdadosforamdeflacionadosutilizandoosresultadosobtidoscomocontrolesintéticoparadeflatorimplícitodoPIB.Bulgária (0.216), Chile, China (0.187), Colômbia, Hungria, Indonésia,Índia, Lituânia (0.366), México, Paquistão, Peru, Filipinas, Polônia,Tailândia,Turquia(0.23),UcrâniaeVenezuela.
Meanyearsofschooling, age 15+, total. Fonte: IIASA/VID Projection.Bulgária, Chile, China, Colômbia, Hungria, Indonésia, Índia, Lituânia,México (0.009), Malásia, Paquistão, Peru, Filipinas, Polônia (0.08),Tailândia,Turquia(0.724),UcrâniaeÁfricadoSul(0.187).
Meanyearsofschooling, age 20‐24, total Fonte: IIASA/VID Projection.Bulgária, Chile, China (0.082), Colômbia, Hungria, Indonésia, Índia(0.676), Lituânia, México, Malásia, Paquistão, Peru, Filipinas, Polônia(0.241),Tailândia,Turquia(0.001),UcrâniaeÁfricadoSul.
Taxa de Homicídios (100000 Habitantes) Fontes: UNODC e IPEA.Colômbia(0.337),Índia,México,Paquistão(0.27),Peru,Filipinas(0.392),Tailândia,VenezuelaeÁfricadoSul.
Life expectancyatbirth, total (years). Fonte: Banco Mundial (WDI). Aexpectativa de vida ao nascer é o número esperado de anos que umrecém‐nascido viveria se os padrões demortalidade do seu nascimentoprevalecessemportodavida.Paísesincluídossão:Bulgária,Chile,China,Colômbia (0.462), Hungria, Indonésia, Índia, Lituânia, México, Malásia,Paquistão, Peru, Filipinas, Polônia (0.132), Tailândia, Turquia (0.357),Ucrânia,VenezuelaeÁfricadoSul(0.049).
Populationusingimprovedsanitationfacilities (%). Fonte: WHO. Asérie é calculada como o percentual da população usando instalaçõessanitáriasmelhoradas.Uma instalação se encaixanessa categoria se elaincluidescarga, latrinacomventilaçãoouprivadacomcomposto.Paísesincluídos são; Bulgária, Chile, China (0.255), Colômbia, Hungria (0.447)Indonésia, Índia, Lituânia, México, Malásia, Paquistão, Peru (0.268),Filipinas,Tailândia,Turquia,UcrâniaeÁfricadoSul(0.029).
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Populationusingimproveddrinking‐watersources(%).Fonte:WHO.Asérie é calculada como o percentual da população que usa algum dosseguintes tipos de água para beber: água encanada, torneira pública,poços, nascente protegida, água coletada da chuva e água em garrafas(casooutra fonte tambémsejautilizada).O cálculonão incluinascentesnão protegidas, águas providenciadas por carros/caminhões e águaengarrafada(casoessasejaaformaprimáriadeacessoaágua)eáguanasuperfície, obtida diretamente de rios, lagos, barragens ou canais deirrigação. Países incluídos são: Bulgária, Chile, China (0.034), Colômbia,Hungria (0.232), Indonésia, Índia, Lituânia, México (0.244), Malásia,Paquistão, Peru (0.081), Filipinas, Tailândia (0.101), Turquia, Ucrânia(0.295)eÁfricadoSul(0.013).
Adolescentfertilityrate(birthsper1,000womenages15‐19):Fonte:
BancoMundial(WDI).Asérieécalculadacomoonúmerodenascimentosacada1000mulheresentreasidadesde15‐19anos.Paísesincluídossão:Bulgária, Chile, China, Colômbia (0.412), Hungria, Indonésia, Índia(0.067), Lituânia, México (0.323), Malásia, Paquistão, Peru, Filipinas,Polônia,Tailândia,Turquia,Ucrânia,Venezuela(0.198)eÁfricadoSul.
Ginicoeficiente (1998=1). Fonte: ILO. Argentina (0.278), Costa Rica,Equador, Finlândia, França (0.15), Honduras, Israel, Cazaquistão,Quirguistão (0.028), México (0.41), Nova Zelândia, Panamá, Peru,Venezuela (0.135). Nesse caso, por uma questão de disponibilidade dedados, as covariadasInflation ‐ AverageConsumerPrices Index, Industry ‐valueadded(%ofGDP),Agriculture‐valueadded(%ofGDP),PublicDeficits,LackofSkilledLabour, LackofInternationalCompetitivenessforamdesconsideradasnaestimação.
Povertygapratioat$1aday(PPP),percentage.Fonte:UN–MDG.Asériaéamédiadoquantocadamembrodapopulaçãoestáatrásdalinhada pobreza (contando os não pobres como estando zero atrás). Esseindicador geralmente é descrito como omontante per capita que serianecessário, em um cenário de transferências perfeitas, para que nãohouvesse mais ninguém no país abaixo da linha da pobreza. PaísesIncluídos:Argentina,Colômbia(0.168),CostaRica,RepúblicaDominicana,Honduras,Peru(0.832),Paraguai,ElSalvadoreUruguai.Nessecaso,poruma questão de disponibilidade de dados, as covariadasInflation ‐AverageConsumerPrices Index, Industry ‐ valueadded (% of GDP),Agriculture ‐ valueadded (% ofGDP),PublicDeficits, LackofSkilledLabour,LackofInternationalCompetitivenessforamdesconsideradasnaestimação.
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Povertywiththepovertylineof US$ 2.5 a day in 2005 PPP (%ofthepopulation). Fonte: Inter – American Development Bank.Argentina,Bolívia,Colômbia,CostaRica,RepúblicaDominicana,Honduras(0.544), Peru (0.154), Paraguai (0.303), El Salvador, Uruguai,Venezuela.Nesse caso, por uma questão de disponibilidade de dados,sacovariadasInflation ‐ AverageConsumerPrices Index, Industry ‐valueadded (% of GDP), PublicDeficits, LackofSkilledLabour,LackofInternationalCompetitivenessforamdesconsideradasnaestimação.
ProporçãodaPopulação em Situaçãode Subnutrição. Fonte: BancoMundial.Chile,China (0.201),Colômbia (0.626), Indonésia, Índia,México(0.085), Malásia, Paquistão, Peru, Filipinas, Tailândia (0.019), Turquia(0.069),VenezuelaeÁfricadoSul.
ProporçãodaPopulaçãoEmpregada:Fonte:BancoMundial. Bulgária,Chile, China (0.364), Colômbia (0.154), Hungria, Indonésia, Índia,Lituânia, México, Malásia, Paquistão, Peru, Filipinas, Polônia, Tailândia(0.087),Turquia,Ucrânia(0.395),VenezuelaeÁfricadoSul.
134
Apêndice C: Placebos para o PIB per capita
O método do controle sintético ainda não tem as distribuições assintóticas
derivadasparaquefaçamostestesdehipótese.Umamaneiradeaferiravalidade
estatísticadosresultadoséprocedercomumtestedeplacebo,seguindoAbadiee
Gardeazabal (2003). Ométodo consiste em supor que cada um dos países no
conjunto de possíveis controles recebeu um tratamento em 2003. Ou seja,
estima‐se um placebo para cada país. Caso a trajetória do Brasil no período
posterior ao ano de 2003 não se destaque em relação às outras trajetórias
contrafactuais, não podemos afirmar que nada especial ocorreu com o Brasil
despoisde2003.
AFiguraC.1abaixomostraaoexercíciocomparandoas trajetóriasdoBrasile
dos outros países que recebem pesos positivos no procedimento de controle
sintético(osplacebos).Vemosqueentreoscincopaíses,oBrasiltematrajetória
mais negativa, evidenciando que há algo de especial no sentido estatístico. A
FiguraC.2mostraomesmoexercícioparaincluindotodosospaísesnogrupode
controlepotencial.OBrasilsóvaimelhordoqueoMéxico.
135
FiguraC.1
-10
00-5
00
050
010
00
1995 2000 2005 2010 2015_time
Brazil ThailandTurkey UkraineSouth Africa
Diferença entre sintético e tratamento para países com peso positivoPlacebo - PIB per Capita
136
FiguraC.2
-10
00010
00200030
00
1995 2000 2005 2010 2015_time
Bulgaria BrazilChile ChinaColombia Hungary
Indonesia IndiaLithuania MexicoMalaysia PakistanPeru Philippines
Poland ThailandTurkey UkraineVenezuela South Africa
Diferença entre sintético e tratamentoPlacebo - PIB per Capita
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