Termos associados ao verbo OBJETO INDIRETO · PDF fileAtrás da porta Francis Hime e...

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1 Termos associados ao verbo Verbos intransitivos São verbos que podem conter em si toda a significação do predicado sem acréscimo de complemento. Esses verbos não exercem ação no termo seguinte. O cão desapareceu. Elvis não morreu. quem desaparece, desaparece. ou Elvis morreu. quem morre, morre. OBJETO DIRETO (complemento de um verbo transitivo direto) sem preposição obrigatória Eu tenho a força S VTD OD (objeto direto) quem tem, tem alguma coisa. OBJETO INDIRETO (complemento de um verbo transitivo indireto) com preposição obrigatória (...) Não gosto de samba (SO) VTI OI (objeto indireto) (...) Não gosto de chuva (SO) VTI OI (objeto indireto) quem não gosta, não gosta de alguma coisa. VERBOS TRANSITIVOS DIRETOS E INDIRETOS São verbos que necessitam de objeto direto e objeto indireto para completar o significado do predicado. Eu só peço a Deus um pouco de malandragem S VTDI OI OD quem pede, pede alguma coisa (OD) a alguém (OI) OBJETO DIRETO PLEONÁSTICO É o objeto (direto) repetido por motivo de ênfase. Suas músicas, ouço-as sempre com emoção. “Suas músicas” é o objeto direto; “as” é o objeto direto pleonástico. OBJETO INDIRETO PLEONÁSTICO É o objeto (indireto) repetido por motivo de ênfase. Meninos e meninas Legião Urbana E me diz para mim o que é que ficou? OBJETO DIRETO PREPOSICIONADO Ocorre quando o objeto direto (complemento de um verbo transitivo direto) vem regido de preposição (não obrigatória). O padre bebeu do vinho. S VTD OD Preposicionado Ela ama a Deus. S VTD OD Preposicionado Observação: os verbos ir, chegar, morar, voltar etc. são tradicionalmente classificados como intransitivos, embora necessitem de complemento para integralizar uma ideia (insuficiente em si mesma). Esse complemento, porém, não é um objeto (direto ou indireto), mas sim um adjunto adverbial. Ele mora no Rio de Janeiro. adjunto adverbial de lugar O presidente voltou da China. adjunto adverbial de lugar Verbos chamados de: transitivos circunstanciais / transitivos adverbiais, etc.

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Termos associados ao verboVerbos intransitivos

São verbos que podem conter em si toda a significaçãodo predicado sem acréscimo de complemento.

Esses verbos não exercem ação no termo seguinte.

O cão desapareceu.Elvis não morreu.

quem desaparece, desaparece. ou

Elvis morreu.quem morre, morre.

OBJETO DIRETO(complemento de um verbo transitivo direto)

sem preposição obrigatória

Eu tenho a força S VTD OD (objeto direto)

quem tem, tem alguma coisa.

OBJETO INDIRETO(complemento de um verbo transitivo indireto)

com preposição obrigatória

(...) Não gosto de samba (SO) VTI OI (objeto indireto)

(...) Não gosto de chuva (SO) VTI OI (objeto indireto)

quem não gosta, não gosta de alguma coisa.

VERBOS TRANSITIVOS DIRETOS E INDIRETOS

São verbos que necessitam de objeto direto e objetoindireto para completar o significado do predicado.

Eu só peço a Deus um pouco de malandragem S VTDI OI OD

quem pede, pede alguma coisa (OD) a alguém (OI)

OBJETO DIRETO PLEONÁSTICO

É o objeto (direto) repetido por motivo de ênfase.

Suas músicas, ouço-as sempre com emoção.

“Suas músicas” é o objeto direto; “as” é o objeto diretopleonástico.

OBJETO INDIRETO PLEONÁSTICO

É o objeto (indireto) repetido por motivo de ênfase.

Meninos e meninas Legião Urbana

E me diz para mim o que é que ficou?

OBJETO DIRETO PREPOSICIONADO

Ocorre quando o objeto direto (complemento de umverbo transitivo direto) vem regido de preposição (nãoobrigatória).

O padre bebeu do vinho. S VTD OD Preposicionado

Ela ama a Deus. S VTD OD Preposicionado

Observação: os verbos ir, chegar, morar, voltar etc.são tradicionalmente classificados como intransitivos,embora necessitem de complemento para integralizar umaideia (insuficiente em si mesma). Esse complemento,porém, não é um objeto (direto ou indireto), mas sim umadjunto adverbial.

Ele mora no Rio de Janeiro. adjunto adverbial de lugar

O presidente voltou da China. adjunto adverbial de lugar

Verbos chamados de: transitivos circunstanciais /transitivos adverbiais, etc.

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Advérbio(circunstância)

Denota uma circunstância do fato expresso pelo verbo,ou intensifica o sentido deste, de um adjetivo, ou de umadvérbio.

É, fundamentalmente, um modificador do verbo.O adjunto adverbial é um termo invariável.

CIRCUNSTÂNCIA

É a condição particular que acompanha um fato (oacidente que o atenua ou o agrava).

João atropelou Maria S VTD objeto

tempo (quando?)João atropelou Maria ontem.

lugar (onde?)João atropelou Maria na Av. Independência.

causa (por quê?)João atropelou Maria por excesso de velocidade.

modo (como?)João atropelou Maria imprudentemente.

meio (com quê?)João atropelou Maria com um carro 0 km.

No meio do caminhoCarlos Drummond de Andrade

No meio do caminho tinha uma pedratinha uma pedra no meio do caminhotinha uma pedrano meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimentona vida de minhas retinas tão fatigadas.Nunca me esquecerei que no meio do caminhotinha uma pedratinha uma pedra no meio do caminhono meio do caminho tinha um pedra.

(havia)

No meio do caminho tinha uma pedra. lugar OSS

“no meio do caminho” – circunstância de lugar (advérbio)

ADVÉRBIO

Invariável

Fica no singular e no masculinoObservação: lembre-se sempre de que o adjunto

adverbial é invariável (não muda de forma, não flexiona)O trem chegou atrasado.Se houver dúvida se a palavra atrasado liga-se a trem

ou ao verbo chegar (neste último caso seria um adjuntoadverbial), basta flexionar o sujeito:

Os trens chegaram atrasados.Se atrasado estivesse ligado ao verbo, não poderia

flexionar-se, pois seria um adjunto adverbial.

O trem chegou atrasadamente.Os trens chegaram atrasadamente.

A palavra atrasadamente liga-se ao verbo chegar,portanto é um adjunto adverbial.

Quando flexionamos o sujeito, a palavra atrasadamentemanteve-se invariável.

Não existe pecado ao sul do equadorChico Buarque

Voz: Ney Matogrosso

(1) (2)

Não existe pecado do lado de baixo do equador.

1- negação

2- lugar

Atrás da portaFrancis Hime e Chico Buarque

voz: Elis Regina

Sem carinho, sem coberta (1)

No tapete atrás da porta (2)

Reclamei baixinho (3)

1- modo

2- lugar

3- modo

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1) (Unicamp/2001) A breve tira abaixo fornece um bomexemplo de como o contexto pode afetar a interpretaçãoe até mesmo a análise gramatical de uma sequêncialinguística.

a) Supondo que a fala da moça fosse lida fora do contextodesta tira, como você a entenderia?

b) Se a fala da moça fosse considerada uma continuaçãoda fala do rapaz, poderia ser entendida como uma únicapalavra, de derivação não prevista na língua portuguesa.Que palavra seria e o que significaria?

c) As duas leituras possíveis para a fala da moça nãoestão em contradição; ao contrário, reforçam-se. O quesignificará essa fala, se fizermos simultaneamente asduas leituras?

2) (Unicamp/2006) Leia o trecho a seguir e responda:

— Vovô, eu quero ver um cometa!Ele me levava até a janela. E me fazia voltar os olhos

para o alto, onde o sol reinava sobre a Saracena.— Não há nenhum visível no momento. Mas você há

de ver um deles, o mais conhecido, que, muito tempoatrás, passou no céu da Itália.

Muito tempo atrás... atrás de onde? Atrás de minhamemória daquele tempo.

E vovô Leone continuava:

— Um dia você há de estar mocinha, e eu já estareimorando junto das estrelas. E você há de ver a volta dogrande cometa, lá pelo ano de 2010. -

Eu me agarrava à cauda daquele tempo que meuavô astrônomo me mostrava com os olhos do futuro esaía de sua casa. Na rua, com a cabeça nas nuvens,meus olhos brilhavam como estrelas errantes. Sóbaixavam à terra quando chegava à casa de vovôVincenzo, o camponês.

(lIke Brunhilde Laurito, A menina quefez a América. São Paulo: FTD, 1999, p, 16.)

No trecho “Muito tempo atrás...atrás de onde? Atrásde minha memória daquele tempo.”

a) Identifique os sentidos de “atrás” em cada uma dastrês ocorrências.

b) Compare “atrás de minha memória daquele tempo” com“atrás do jardim da minha casa”. Explique o sentido de“atrás” em cada uma das frases.

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Agente da voz passivaVoz ativa

O cachorro mordeu a menina. S (agente) VTD OD

sujeito agente (pratica a ação) = voz ativa. verbo: transitivo direto.

AGENTE DA VOZ PASSIVA

Designa o ser que pratica a ação na oração passiva.

A menina foi mordida pelo cachorro. S verbo na agente da

(passivo) voz passiva voz passiva

Analítica

VOZ ATIVA(sujeito agente: pratica uma ação)

A inflação corrói os salários S (agente) VTD objeto direto

(passivo)

sujeito pratica a açãoverbo transitivo diretoobjeto direto (passivo) sofre a ação do verbo.

TRANSFORMAÇÃO DA ORAÇÃO ATIVA EMPASSIVA (ANALÍTICA)

A inflação corrói os salários (ativa) S VTD OD

Os salários são corroídos pela inflação S verbo na voz agente da

passiva analítica voz passiva

DA ATIVA PARA A PASSIVA

o objeto direto passa a sujeito.o sujeito se transforma em agente da passiva.o verbo na voz passiva analítica é formado pelo verbo

auxiliar ser + o particípio do verbo da oração ativa.

VOZ PASSIVA SINTÉTICA

(verbo + pronome apassivador:se)

Aluga-se casa (sintética)

sujeito

Casa é alugada (analítica)

sujeito

O sujeito da voz passiva sintética é igual ao da vozpassiva analítica.

VOZ PASSIVA SINTÉTICA

Alugam-se casas (verbo no plural) sujeito plural

Casas são alugadas sujeito

sujeito singular = verbo singular sujeito plural = verbo plural

Bons alunos formaram a classe. S (agente) VTD OD

A classe foi formada pelos bons alunos. S (passivo) verbo: voz passiva agente da voz passiva Analítica

A classe se formou por bons alunos. S (passivo) verbo: agente da voz passiva voz passiva sintética

Da maior importância Caetano Veloso

voz: Gal Costa

(...) você foi olhada por nós.S (passivo) voz passiva agente da voz passiva Analítica

Se o sujeito da voz ativa for indeterminado, napassagem para a passiva - omite-se o agente.

Aumentaram os salários SI OD

(agente)

Os salários foram aumentados S (passivo) passiva analítica

História de uma gataEnrique Bardotti

Versão: Chico Buarque

Voz: Miúcha

Me alimentaramMe acariciaramMe aliciaramMe acostumarameu fui alimentadoeu fui acariciadoeu fui aliciadoeu fui acostumado

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Termos associados ao nomeAdjunto Adnominal

Complemento NominalPredicativoApostoVocativo

ADJUNTO ADNOMINAL(ATIVO)

Liga-se ao substantivo (concreto ou abstrato) com ou sem preposição

É expresso por: adjetivolocução adjetivapronome adjetivoartigonumeral

Ex: Aquelas duas belas meninas sem educação foram àfesta.

aquelas, duas, belas, sem educaçãoligam-se ao substantivo meninas(ao nome meninas), portanto: adjunto adnominal.

Águas de marçoTom Jobim

Voz: Tom e Elis

São as águas de março fechando o verão. (substantivo)

as se refere ao substantivo (nome) águasde março se refere ao substantivo (nome) águasportanto as e de março = adjunto adnominal

ADJUNTO ADNOMINAL

Sindicato de ladrões é um filme clássico com o grandeator Marlon Brando.

de ladrões refere-se ao substantivo Sindicato, é o tipo deSindicato, a característica do Sindicato, portanto: adjuntoadnominal.

COMPLEMENTO NOMINAL(passivo)

Liga-se a um substantivo abstrato, a um adjetivo ouum advérbio – completando-lhes o sentido.

(sempre com preposição)

Primavera Cassiano/ Sílvio R.

Voz: Tim Maia

Quando o inverno chegar, Eu quero estar junto a ti advérbio

O termo a ti liga-se ao advérbio junto (por preposição),completando-lhe o sentido, portanto = complementonominal.

Soy loco por ti, AméricaCaetano Velosovoz: Gilberto Giltradução: prof. Neto

Sou louco por ti, América(SO) adjetivo

o termo por ti liga-se ao adjetivo louco (por preposição),portanto: complemento nominal.

COMPLEMENTO NOMINAL

Ela tem ódio aos burgueses S VTD OD

núcleo do objeto direto: ódioódio: substantivo abstrato

ódio aos burgueses CN

aos burgueses: recebe o ódio: é passivo:complemento nominal

Medo de aviãoBelchior

Foi por medo de avião (substantivo abstrato)

que eu segurei pela primeira vez a tua mão

de avião liga-se, por preposição, ao substantivo abstratomedo.complemento ou adjunto?

complemento: eu tive medo – a expressão de avião sofrea ação (passiva).

COMPLEMENTO X ADJUNTO(passivo) (ativo)

Tanto o complemento nominal quanto o adjuntoadnominal podem se ligar a um substantivo abstrato porpreposição.

Quando isso acontece, verifique a relação de ativo epassivo.

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O Resgate do soldado Ryan é um bom filme. substantivo abstrato

alguém resgata – a expressão do soldado Ryan sofre aação de ser resgatada – portanto expressão passiva =complemento nominal.

Repulsa ao sexo é um filme de R. Polanski substantivo abstrato

alguém tem repulsaa expressão ao sexo sofre a ação de repulsa – portanto(ao sexo) expressão passiva = complemento nominal

Predicativo do Sujeito xAdjunto Adnominal

O homem bêbado foi embora da festa. núcleo S

bêbado: caracteriza o núcleo do sujeito junto, junto, juntoa ele: adjunto adnominal.

O homem foi embora da festa bêbado. S PS

bêbado: caracteriza o núcleo do sujeito depois do verbo:predicativo do sujeito.

PREDICATIVO DO SUJEITO X ADJUNTOADNOMINAL

Medo de avião Belchior

(...) e a aeromoça sexy fica mais bonita sujeito PS

sexy: junto, junto, junto = adjunto adnominalbonita: depois do verbo = predicativo do sujeito.

PREDICATIVO DO OBJETO

O juiz considerou o réu culpado. S VTD OD

culpado é a característica que o réu (OD) passou a terdepois de uma ação verbal (depois que o juiz considerou),portanto: predicativo do objeto direto.

PREDICATIVO DO OBJETO

O adubo tornou fértil o solo árido. S VTD OD

fértil é a característica que o solo árido (OD) passou a terdepois de uma ação verbal (depois que o adubo o tornou),portanto fértil é predicativo do objeto direto.

PREDICATIVO DO OBJETO

(característica de um nome depois de uma ação verbal)

Olhos no olhosChico Buarque

Você já vai me encontrar refeita OD VTD POD

refeita é a característica que eu (representado pela formame) terei depois de um tempo (de uma ação verbal)

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Pelados em SantosMamonas Assassinas

Compositor: Dinho

Você me deixa doidão V OD VTD P.OD

ficou doidão depois que alguém o deixou (Predicativo doobjeto direto)

Vocativo

É um chamamento. É a interpelação em relação aointerlocutor.

Vem sempre separado por vírgula.

CáliceGilberto Gil

Chico Buarque

Pai, afasta de mim esse cálicePai, afasta de mim esse cálicePai, afasta de mim esse cáliceDe vinho tinto de sangue.

Cala a boca, BárbaraChico Buarque/ Rui Guerra

voz: Chico Buarque

Cala a boca, Bárbara.Cala a boca, Bárbara.

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Aposto

É o termo de caráter nominal que se junta a umsubstantivo, a um pronome, ou a um equivalente destespara:

explicarenumerarrecapitularespecificar

APOSTO EXPLICATIVO

O Grande Ditador, filme de Charles Chaplin, é umasátira contra os nazistas.

APOSTO ENUMERATIVO

O clássico... E o vento levou foi protagonizado pordois grandes astros de Hollywood: Vivien Leigh e ClarkGable.

APOSTO RECAPITULATIVO

Tv, cinema, internet, tudo influencia os jovens.

APOSTO ESPECIFICATIVO

A atriz Marilyn Monroe protagonizou muitos clássicosdo cinema.

“Marilyn Monroe” especifica o substantivo atriz.

(Unicamp/2006) Leia o trecho a seguir e responda:

— Vovô, eu quero ver um cometa!Ele me levava até a janela. E me fazia voltar os olhos

para o alto, onde o sol reinava sobre a Saracena. — Não há nenhum visível no momento. Mas você há

de ver um deles, o mais conhecido, que, muito tempoatrás, passou no céu da Itália.

Muito tempo atrás... atrás de onde? Atrás de minhamemória daquele tempo.

E vovô Leone continuava:

— Um dia você há de estar mocinha, e eu já estareimorando junto das estrelas. E você há de ver a volta dogrande cometa, lá pelo ano de 2010.

Eu me agarrava à cauda daquele tempo que meu avôastrônomo me mostrava com os olhos do futuro e saía desua casa. Na rua, com a cabeça nas nuvens, meus olhosbrilhavam como estrelas errantes. Só baixavam à terraquando chegava à casa de vovô Vincenzo, o camponês.

(lIke Brunhilde Laurito, A menina que fez a América.São Paulo: FTD, 1999, p, 16.)

1) Releia o seguinte recorte: “Eu me agarrava à caudadaquele tempo que meu avô astrônomo me mostrava comos olhos do futuro e saía de sua casa. Na rua, com acabeça nas nuvens, meus olhos brilhavam como estrelaserrantes. Só baixavam à terra quando chegava à casa devovô Vicenzo, o camponês”.

a) Explique as relações que as expressões “cauda da-quele tempo”, “olhos do futuro” e “cabeça nas nu-vens”estabelecem entre si.

b) No mesmo trecho, explique a relação do aposto com omovimento dos olhos do personagem.

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Período CompostoCoordenaçãoSubordinaçãoOração (verbo)

(sujeito e predicado ou só predicado)

Um vulto cresce na escuridão.Período simples: um verbo – uma oração.Período composto: mais de um verbo – mais de uma

oração.

PERÍODO COMPOSTOCoordenação

encadeamento de ideiasparalelismo de funções (ou valores sintáticas)independência sintáticarelações semânticas

Vim, vi, venci.Trabalhava de dia e estudava de noite.

SUBORDINAÇÃO

relação de dependência entre as oraçõesdesempenham funções de substantivo, adjetivo e advérbio(circunstâncias).

Não sei se ela voltaAna, que estudou tanto, passou na prova.Quando bater o sinal, eu vou embora.

RELAÇÃO DE OPOSIÇÃO (OU CONTRASTE)

adversativas: mas, porém, contudo, todavia, entretanto,no entanto, senão.

concessivas: embora, ainda que, mesmo que, se bemque, por mais que, por menos que, posto que, conquanto(que), dado que, em que pese, muito embora.

DIREÇÃO ARGUMENTATIVA

Adversativa X Concessiva coordenada subordinada

adversativa: a expectativa levantada no primeiro enunciadonão é mantida.

Antônio é um bom funcionário, mas costuma chegaratrasado.o que se mantém é o argumento contra Antônio: costumachegar atrasado.

CONCESSIVA(concede argumento contrário)

Antônio é um bom funcionário, embora costume chegaratrasado.

prevalece o argumento a favor de Antônio: é um bomfuncionário.

Mas já pro seu foguete viajar pelo universo(argumento contrário: adversativo)

prevalece: É preciso o meu carimbo dando sim, sim, sim...derruba o que foi enunciado antes.

ORAÇÃO SUBORDINADAADVERBIAL CONCESSIVA

Canção da AméricaMilton Nascimento

Amigo é coisa para se guardarDebaixo de sete chavesDentro do coraçãoAssim falava a canção que na América ouviMas quem cantava chorouAo ver o seu amigo partir

Mas quem ficou, no pensamento voouCom seu canto que o outro lembrouE quem voou, no pensamento ficouCom a lembrança que o outro cantou

Amigo é coisa para se guardarNo lado esquerdo do peitoMesmo que o tempo e a distância digam "não"Mesmo esquecendo a cançãoO que importa é ouvirA voz que vem do coração

Pois seja o que vier, venha o que vierQualquer dia, amigo, eu voltoA te encontrarQualquer dia, amigo, a gente vai se encontrar.

COORDENAÇÃO (OPOSIÇÃO) ADVERSATIVA

1) O Brasil é um país de grandes riquezas, mas o padrãode vida do seu povo é um dos mais baixos do mundo.

SUBORDINAÇÃO (OPOSIÇÃO) CONCESSIVA

2) Embora o Brasil seja um país de grandes riquezas, opadrão de vida do seu povo é um dos mais baixos domundo.

tanto em 1 quanto em 2 a ideia mais relevante é“padrão de vida do seu povo é um dos mais baixos domundo”.

(sobressai na concessiva: Embora (...))

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1) (Ita/2004) Leia o texto abaixo e responda à questãoseguinte:

Solar

Minha mãe cozinhava exatamente: arroz, feijão-roxinho,molho de batatinhas.

Mas cantava. (PRADO, Adélia. O coração disparado.

Rio de Janeiro:Guanabara, 1987.)

Nesse pequeno poema, a escritora Adélia Prado

consegue não só registrar um traço singular do cotidianoda própria mãe, como também constrói dessa mulher umretrato, que apresenta duas facetas: uma, relativa àposição social e outra, ao temperamento. Particularizeessas duas facetas e aponte como a estruturaçãosintática as instaura.

RELAÇÃO DE CAUSA E CONSEQUÊNCIA

Se o fato determinante do outro é a sua causa, esseoutro é a sua consequência.

Maria faltou às aulas porque estava doente. O. principal (consequência) causa

estava doente é a causa de Maria ter faltado.Maria faltou às aulas é a consequência de estar doente.Maria faltou às aulas porque estava doente.oração principal circunstância(ideia principal) (causa)

conjunções causais: porque, visto que, já que, uma vezque, por isso que, pois, porquanto, como (anteposto), porisso que, dado que...Maria faltou às aulas porque estava doente.O. principal (consequência) causa

Maria estava tão doente que faltou às aulas.O. principal (causa) consequência

CAUSA E CONSEQUÊNCIASUBORDINADAS

Adverbiais (circunstâncias)

Causais (causa)Consecutivas (consequência)Finais (finalidade)

Coordenadas

Conclusivas (conclusão)Explicativas (justificativa / explicação)

ORAÇÃO SUBORDINADA CAUSAL

Não quero dinheiro (só quero amar)Tim Maia

Vou pedir prá você ficarVou pedir prá você voltarEu te amoEu te quero bem

Vou pedir prá você me amarVou pedir prá você gostarEu te amoEu te adoro, meu amor

A semana inteiraFiquei esperandoPrá te ver sorrindoPrá te ver cantandoQuando a gente amaNão pensa em dinheiroSó se quer amarSe quer amarSe quer amar

De jeito maneiraNão quero dinheiroQuero amor sinceroIsto é que eu esperoGrito ao mundo inteiroNão quero dinheiroEu só quero amar

Te espero para ver se você vemNão te troco nesta vida por ninguémPorque eu te amoEu te quero bem

Acontece que na vida gente temQue ser feliz por ser amado por alguémPorque eu te amoEu te adoro, meu amor

A semana inteiraFiquei esperandoPrá te ver sorrindoPrá te ver cantandoQuando a gente amaNão pensa em dinheiroSó se quer amarSe quer amarSe quer amar

De jeito maneiraNão quero dinheiroQuero amor sinceroIsto é que eu esperoGrito ao mundo inteiroNão quero dinheiroEu só quero amar

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Vou pedir prá você gostarVou pedir prá você me amarEu te amoEu te adoro, meu amor

A semana inteiraFiquei esperandoPrá te ver sorrindoPrá te ver cantandoQuando a gente amaNão pensa em dinheiroSó se quer amarSe quer amarSe quer amar

De jeito maneiraNão quero dinheiroQuero amor sinceroIsto é que eu esperoGrito ao mundo inteiroNão quero dinheiroEu só quero amar

Consequência (não planejada)(consecutivas)

Havia tantos problemas que desistiu do projeto ideia principal: causa consequência

desistir do projeto é a consequência de tantos problemas.conjunções: tal, tão, tanto tamanho...que, de forma que,de maneira que, de modo que, de sorte que...

Consequência desejada (finalidade)(propósito, objetivo)

(finais)

Os portões abriram-se para que todos entrassem. ideia principal finalidade

Os portões foram abertos com um propósito, emconsequência disso: todos entraram.conjunções: para que, a fim de que, porque (= para que).

Conclusão (consequência) (conclusivas)

Penso, logo existo. conclusão (consequência)

Não pacteia com a ordem é, pois, uma rebelde.ser rebelde é a conclusão (a consequência) de não fazerpacto com a ordem.

conjunções: portanto, por isso, por conseguinte, porconsequência, (pois entre vírgulas:, pois, = portanto), logo,assim, etc.

Força estranhaCaetano Veloso

Eu vi o menino correndo,eu vi o tempobrincando ao redor do caminhodaquele menino,eu pus os meus pés no riachoe acho que nunca os tirei.O sol ainda brilha na estradaque eu nunca passei.Eu vi a mulher preparandooutra pessoaO tempo parou para eu olharPara aquela barriga

A vida é amiga da arteÉ a parte que o sol me ensinouO sol que atravessa essa estradaque nunca passoupor isso uma forçame leva a cantarpor isso essa força estranhapor isso é que eu canto,não posso pararpor isso essa voz tamanha

(...)

EXPLICAÇÃO (JUSTIFICATIVA)

Deve ter chovido, pois a grama está molhada (causa) explicação (consequência)

Não fume aqui, porque é perigoso.(verbo no imperativo: explicação)conjunções: pois, porque, porquanto, que...

Com que roupa Noel Rosa

voz: Gilberto Gil

Agora eu vou mudar minha condutaEu vou à luta, pois eu quero me aprumarVou tratar você com força brutaPra poder me reabilitarPois esta vida não está sopa e eu me pergunto com que roupaCom que roupa eu vou?Pro samba que você me convidou

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2) (Fuvest/2004)

I - Desespero meu: leitura obrigatória de livroindicado...

II - Uma surpresa: tão bom, aquele livro!III - Nenhum aborrecimento na leitura. a) Respeitando a sequência em que estão apresentadas

as três frases acima, articule-as num único período.Empregue os verbos e os nexos oracionais necessáriosà clareza, à coesão e à coerência desse período.

Transcreva o período abaixo, virgulando-o adequa-damente:

b) A obrigação de ler um livro como toda obrigaçãoindispõe-nos contra a tarefa imposta mas pode ocorrerse encontramos prazer nessa leitura que o peso daobrigação desapareça.

Condição (adverbiais)(relação de condicionalidade)

valor de causa hipotéticauma possível causa para uma consequência identificada.

Se todos concordarem, os lugares serão mudados. causa (hipotética) (consequência identificada condição se a causa se realizar)

conjunções: se, caso, desde que, contanto que, a menosque, salvo se, exceto se, dado que, a não ser que, semque (= se não)...

ORAÇÃO SUBORDINADA CONDICIONAL

Baila comigo

Se Deus quiserUm dia eu quero ser índioViver peladoPintado de verdeNum eterno domingoSer um bicho preguiçaEspantar turistaE tomar banho de sol!Banho de sol!Banho de sol!Sol!

1) (Fuvest/2004) Leia com atenção as seguintes frases,extraídas do termo de garantia de um produto paraemagrecimento:

Esta garantia ficará automaticamente cancelada se oproduto não for corretamente utilizado.

Não se aceitará a devolução do produto caso elecontenha menos de 60% de seu conteúdo.

As despesas de transporte ou quaisquer ônusdecorrente do envio do produto para troca corre por contado usuário.

Reescreva os trechos sublinhados nas frases I e II,substituindo as conjunções que os iniciam por outrasequivalentes e fazendo as alterações necessárias.

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Conformidade (relação de acordo)(orações conformativas)

Venceu o partido de oposição, conforme previam as pesquisas.

Acordo

expressa algo que foi realizado de acordo com o que foiafirmado (antes ou depois)

conjunções: conforme, segundo, consoante, como.

ORAÇÃO ADVERBIAL CONFORMATIVA

Até o fimChico Buarque

Quando nasci veio um anjo safadoO chato do querubimE decretou que eu estava predestinadoA ser errado assimJá de saída a minha estrada entortouMas vou até o fim"inda" garoto deixei de ir à escolaCassaram meu boletimNão sou ladrão , eu não sou bom de bolaNem posso ouvir clarimUm bom futuro é o que jamais me esperouMas vou até o fimEu bem que tenho ensaiado um progressoVirei cantor de festimMamãe contou que eu faço um bruto sucessoEm quixeramobimNão sei como o maracatu começouMas vou até o fimPor conta de umas questões paralelasQuebraram meu bandolimNão querem mais ouvir as minhas mazelasE a minha voz chinfrimCriei barriga, a minha mula empacouMas vou até o fimNão tem cigarro acabou minha rendaDeu praga no meu capimMinha mulher fugiu com o dono da vendaO que será de mim ?Eu já nem lembro "pronde" mesmo que eu vouMas vou até o fimComo já disse era um anjo safadoO chato dum querubimQue decretou que eu estava predestinadoA ser todo ruimJá de saída a minha estrada entortouMas vou até o fim

Comparação(comparativas)

Corre como um louco.expressa comparação: modo de alguém correr lembra

o de um louco.

Corre como um louco (corre)Conjunções: como, que/do que (em relação com mais

ou menos), assim como, bem como, como se, qual (comtal), quanto (com tanto)...

ConstruçãoChico Buarque

Amou daquela vez como se fosse a últimaBeijou sua mulher como se fosse a últimaE cada filho seu como se fosse o únicoE atravessou a rua com seu passo tímidoSubiu a construção como se fosse máquinaErgueu no patamar quatro paredes sólidasTijolo com tijolo num desenho mágicoSeus olhos embotados de cimento e lágrimaSentou pra descansar como se fosse sábadoComeu feijão com arroz como se fosse um príncipeBebeu e soluçou como se fosse um náufragoDançou e gargalhou como se ouvisse músicaE tropeçou no céu como se fosse um bêbadoE flutuou no ar como se fosse um pássaroE se acabou no chão feito um pacote flácidoAgonizou no meio do passeio públicoMorreu na contramão atrapalhando o tráfego

(...)

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Tempo(orações adverbiais temporais)

tempo anterior, posterior, simultâneo, habitual, final, inicial.

Depois que acabou o debate, houve a votação.(indicou um tempo posterior) ideia principal

conjunções: quando, antes que, depois que, até que, logoque, assim que, desde que, todas as vezes que, enquanto,até quando, mal...

ORAÇÃO SUBORDINADA TEMPORAL

Quando nasci veio um anjo safadoO chato dum querubimE decretou que eu tavapredestinado

A ser errado assimJá de saída a minha estradaentortouMas vou até o fim.

CONJUNÇÕES PROPORCIONAIS

ideia de progressão ou de simultaneidade na progressão(ou ainda oposição)

à medida que, à proporção que, ao passo que

Aprendemos à medida que vivemos.

quanto mais (menos)... tanto mais (menos), quanto maior...tanto maior (menor)

acumulam ideias de simultaneidade, progressão eoposição

Quanto mais alto se sobe, maior é a queda.

Fonte da JuventudeAs Frenéticas

Quanto mais a mulher juragostar de homem eruditotanto mais ela procuraum tipo burro e bonito

Pois as pernas que um dia abalaram Parishoje são dois abacaxisSe os olhos da Elizabeth ardem, meu bemo que a Helena Rubinstein com isso?

(...)

Alternância(orações alternativas) duas maneiras ou

(exclusivo) exclusão

Ou assobia, ou chupa cana.

conjunções: ou, ou... ou, ora... ora, quer... quer, seja... seja, já... já

Alternânciaou (inclusivo) (soma)

Sejam palavras bonitas ou sejam palavras feias; sejammentira ou verdade, ou sejam verdades meias; são sempremuito importantes as coisas que a gente fala.

Ruth Rocha

Bem-me-quer Rita Lee

Diga que me odeiaMas diga que não vive sem mimEu sou uma pragaMaria-sem-vergonha do seu jardim

Você tem ciúmeMas gosta de me ver rebolarEu topo tudoSou flor que se cheire em qualquer lugar

Bem-me-quer, mal-me-querBem-me-quer, mal-me-quer

Rasgue minha roupaMas por favor não dê beliscãoEu fico nuaDepois você reclama quando eu chamo atenção

Xingue minha laiaMas venha me fazer cafunéEu faço greveAté você me amar ou dar um pontapé

Bem-me-quer, mal-me-querBem-me-quer, mal-me-quer

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Adição(conteúdos que se adicionam)

A relação de adição se estabelece quando mais umargumento é acrescentado a favor de uma determinadaconclusão.

expressões: e, nem (= e não), não só... mas também,ainda, além de, também... (a expressão além do mais,em geral, introduz um argumento decisivo)

ADIÇÃO

Os benefícios de um bom café da manhã vão além deum corpo mais esbelto. Alimentar-se de forma saudávelnas primeiras horas do dia também protege contra diabetese evita a formação de pólipos intestinais.

(Veja)

Cotidiano Chico Buarque

Todo dia ela faz tudo sempre igual:Me sacode às seis horas da manhã,Me sorri um sorriso pontualE me beija com a boca de hortelã.

Todo dia ela diz que é pr'eu me cuidarE essas coisas que diz toda mulher.Diz que está me esperando pr'o jantarE me beija com a boca de café.

Todo dia eu só penso em poder parar;Meio-dia eu só penso em dizer não,Depois penso na vida pra levarE me calo com a boca de feijão.

(...)

Orações AdjetivasOrações subordinadas adjetivas

A oração adjetiva refere-se a um nome da oraçãoprincipal e funciona como adjunto adnominal. É introduzidapor pronome relativo (quem, que, o qual, a qual, os quais,as quais, cujo, onde, quanto.)

Explicativas Restritivas

entre vírgulas sem vírgulas

referem-se ao todo referem-se à parte do todo

Os carros, que estavam sobre a faixa de pedestre, OP OS adj. explicativa

foram multados. OP

Todos os carros foram multados.Os carros que estavam sobre a faixa de pedestre

OP OS adj. restritiva

foram multados. OP

Só os que estavam sobre a faixa de pedestre forammultados.

Dêem-me as cigarras que eu ouvi menino.

A casa onde moro é antiga.

Há estatísticas cujos resultados falseiam a verdade.

Lembrava-me de que deixara toda a minha vida aoacaso e que não pusera ao estudo e ao trabalho com aforça de que era capaz.

Hoje penso (tudo) quanto faço.

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A Banda Chico Buarque

O homem sério que contava dinheiro parou

O faroleiro que contava vantagem parou

A namorada que contava as estrelas parou (...)

A moça triste que vivia calada sorriu

A rosa triste que vivia fechada se abriu

Função sintática dos pronomes relativos.

(horizonte)

Quero ver do alto o horizonte, que foge sempre demim.

sujeito

(picardia)

— Já não se lembra da picardia que me fez? OD VTD

Há estatísticas cujos resultados falseiam a verdade. (adjunto adnominal)

(casa)

A casa onde moro é grande. (adjunto adverbial)

Processo de formação de palavras

m e n i n i n h a sm e n i nradicalbase de significado da palavra indivisívelcomum a um grupo de palavras da mesma família(palavras cognatas)

Palavras cognatas (da mesma família)Mesmo radical

moralmoralizar

desmoralizar desmoralização

Desinência (nomes)(número e gênero)

menininho(masculino: ausência do [a])menininha(feminino: desinência [a])

Desinência (nomes)(número e gênero)

menininha(singular: ausência do s)menininhas(plural: desinência s)

vogal temáticacarros

RD VT DN

vogal temática liga radical à desinência

Vogal temática (verbos)

amar Rd VT desinência

(infinitivo)

liga radical à desinênciaindica a conjugação: A – 1ª amar

E – 2ª vender I – 3ª partir

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Derivação(forma uma nova palavra de uma única

já existente na língua)

Fim de caso

Eu desconfioQue o nosso casoEstá na hora de acabarHá um adeus em cada gestoEm cada olharO que não temos é coragem de falar

derivação prefixal

desconfio prefixo radical

(acrescentam-se elementos antes do radical)

cabelocabeleiracabeluda

descabelada

cabeleira radical sufixo

derivação sufixal(acrescentam-se elementos

após o radical)

descabelada prefixo Rd sufixo

derivação parassintética(acrescentam-se prefixo e sufixo

simultaneamente ao radical)

Derivação por prefixo e sufixo(não ocorre simultaneamente)

Infelizmente PX RD SX

1) (Unicamp/2009) Leia os seguintes artigos do CapítuloVIII do novo Código Civil (Lei nº 10.406, de 10 de janeirode 2002): Art. 1.548. É nulo o casamento contraído:

I- pelo enfermo mental sem o necessário discernimentopara os atos da vida civil;

II- por infringência de impedimento. (...) Art. 1.550. É anulável o casamento:I- de quem não completou idade mínima para casar; (...)VI- por incompetência da autoridade celebrante.

a) Os enunciados que introduzem os artigos 1.548 e 1.550têm sentido diferente. Explique essa diferença,comparando, do ponto de vista morfológico, as palavrasnulo e anulável.

b) Segundo o dicionário Houaiss da Língua Portuguesa(2001), infringência vem de infringir (violar, transgredir,desrespeitar) + ência. Compare o processo de formaçãodessa palavra com o de incompetência, indicandoeventuais diferenças e semelhanças.

2) (Unicamp/2008) Os versos seguintes fazem parte dopoema “Um chamado João” de Carlos Drummond deAndrade em homenagem póstuma a João GuimarãesRosa.

Trabalhe a questão 5 a partir da leitura do poema aseguir.

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Um chamado João

João era fabulista?fabuloso?fábula?Sertão místico disparandono exílio da linguagem comum?

Projetava na gravatinhaa quinta face das coisasinenarrável narrada?Um estranho chamado Joãopara disfarçar, para farçaro que não ousamos compreender?(...)

Mágico sem apetrechos,civilmente mágico, apeladorde precípites prodígios acudindoa chamado geral?(...)Ficamos sem saber o que era Joãoe se João existiudeve pegar.

(Carlos Drummond de Andrade, em Correio da Manhã, 22/11/1967)

a) No título, “chamado” sintetiza dois sentidos com que apalavra aparece no poema. Explique esses doissentidos, indicando como estão presentes na passagemem que “chamado” se encontra.

b) Na primeira estrofe do poema, “fábula” é derivada em“fabulista” e “fabuloso”. Mostre de que modo a formaçãomorfológica e a função sintática da três palavrascontribuem para a formação da imagem de GuimarãesRosa.

Composição

(duas palavras já existentes para formar uma terceira)

beija-flor (beija + flor)sem perda de som: justaposição

lobisomem (lobo + homem)com perda de som: aglutinação

Outros tipos de derivação

erro radical + vogal temática

err

Derivação imprópria ou conversão(mudança de classe gramatical)

O elefante é um mamífero. substantivo

O Homem-elefante é um filme de David Lynch. adjetivo

(transposição para outra classe gramatical)

Neologismo

Emprego de palavras novas, derivadas ou formadasde outras já existentes, na mesma língua ou não, ouatribuição de novos sentidos a palavras já existentes nalíngua.

vestibuladordesemburrounavegar (no mar) → navegar (pela internet)ficar (permanecer) → ficar

Hibridismo

São palavras em cuja formação entram elementos deidiomas diferentes.

automóvel televisão grego latim grego latim

monóculo grego latim

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Onomatopeia

As onomatopeias são palavras imitativas, isto é,palavras que procuram reproduzir certos sons e ruídos.

tique-taqueteco-tecoblá-blá-blázum-zum-zumchinfrim

Prefixos latinos

→ AD: perto/junto adjunto adnominal

→ AMBI: duplo – ambidestro (duplo + direito)

→ EX: fora – exportar (para fora + levar)

→ EXTRA: fora de (extra-oficial)

→ IN: (im/ i) infeliz imberbe ilegal (negação)

→ INFRA: abaixo, posição inferior – infra-assinado

→ INTRA: dentro (intravenoso) dentro da veia

→ INTER: entre, posição intermediária (intervi)

→ JUSTA: junto de (justapor)

→ RE: de novo, movimento para trás – refrear reler

→ SEMI: metade (semicírculo)

→ TRANS: além de – transpassar

→ PER: movimento através – perpassar – percorrer

→ DES: desleal (negação)

desfazer (ação contrária)

desvario (intensificação)

descair = cair

→ TRES: tresnoitar (além de)

tresvario (intensificação)

Aloforme

Variação da forma sem que o morfema deixe de ser omesmo.

pedra, pedreiro, pedrada, petrificar

barba, barbear, barbudo, imberbe

Vogal ou consoante de ligação

São morfemas que surgem por motivos sonoros parafacilitar ou possibilitar a leitura de uma palavra.

cafezalchaleiradecentemente

VL SX

20

Substantivo

É a palavra que nomeia os seres de maneira geral(reais ou imaginários)

Guerra de Troia

Os gregos, também chamados de aqueus, estão emguerra com Troia, pois Páris, filho do rei troiano Príamo,roubou Helena, esposa de Menelau e cunhada do rei gregoAgamênon. Crises, sacerdote de Apolo, traz muitospresentes a Agamênon na tentativa de reaver sua filhaCriseide, escrava do soberano. O rei ofende e expulsa opai de Criseide, que, desesperado, pede ajuda a Apolo, oarqueiro. O deus grego lança, então, uma peste nosacampamentos do exército grego. Aquiles, guerreiro egrande herói grego, descobre, por meio do adivinhoCalcante, a causa do castigo e a solução para o impasse:devolver a filha de Crises.

O rei Agamênon, convencido, devolve Criseide, masleva consigo Briseide, escrava de Aquiles. Este, colérico,retira-se da guerra com Troia e roga à sua mãe, a deusaTétis, filha de Oceano, para que suba ao Olimpo e peça aZeus que imponha uma derrota aos gregos a fim de queestes sintam a falta que o valente guerreiro faz ao exércitoaqueu (grego)

(...)

“DNA DO SUBSTANTIVO”: ARTIGOQualquer palavra precedida de artigo exerce a função

de substantivo.

grego – adjetivo (herói grego)os gregos - substantivo

ADJETIVO

Mais um trecho de iliada

ADJETIVO

O adjetivo é essencialmente um modificador dosubstantivo – serve para caracterizar os seres nomeados.

Guerra de Troia

Os gregos, também chamados de aqueus, estão emguerra com Troia, pois Páris, filho do rei troiano Príamo,roubou Helena, esposa de Menelau e cunhada do rei gregoAgamênon. Crises, sacerdote de Apolo, traz muitospresentes a Agamênon na tentativa de reaver sua filhaCriseide, escrava do soberano. O rei ofende e expulsa opai de Criseide, que, desesperado, pede ajuda a Apolo, oarqueiro. O deus grego lança, então, uma peste nos

acampamentos do exército grego. Aquiles, guerreiro egrande herói grego, descobre, por meio do adivinhoCalcante, a causa do castigo e a solução para o impasse:devolver a filha de Crises.

O rei Agamênon, convencido, devolve Criseide, masleva consigo Briseide, escrava de Aquiles. Este, colérico,retira-se da guerra com Troia e roga à sua mãe, a deusaTétis, filha de Oceano, para que suba ao Olimpo e peça aZeus que imponha uma derrota aos gregos a fim de queestes sintam a falta que o valente guerreiro faz ao exércitoaqueu (grego)

(...)

ADJETIVO/LOCUÇÃO ADJETIVA

rei troiano (adjetivo) rei de Troia (locução adjetiva)

(preposição + uma palavra)

filha do reipai de Criseidesacerdote de Apoloescrava do soberanoI- (...) grande herói grego (...)II- Aquiles, guerreiro e grande herói grego (...)

Em I, herói é um nome (substantivo) caracterizadopelos adjetivos grande e grego.

Em II, herói funciona como adjetivo, pois caracterizao substantivo Aquiles.

filho do rei troiano

do rei (locução adjetiva: caracteriza o substantivo filho) troiano (adjetivo: caracteriza o substantivo rei)

Posição do adjetivogrande heróiherói granderainha falsafalsa rainha

adjetivo – à direita (objetivo, real) – à esquerda (subjetivo, emocional)

CONCRETO E ABSTRATO(substantivos, adjetivos e verbos)

Concreto é todo termo que remete a algo presente nomundo natural (realidade exterior e realidades criadas pelodiscurso: que podem ser imaginadas e descritas pelamente humana).

Abstrato é toda palavra que indica não o mundo natural,mas algo (categoria) que ordena o que está nelemanifestado.

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CONCRETO(existe dentro de um universo linguístico)

super-heróisuniverso da ficção

saci narrativas folclóricas

fadacontos maravilhosos

Deus/almadiscurso religioso

todos podem ser imaginados e descritos.

ABSTRATO

(não possui existência própria,manifesta-se através de um ser)

beleza: abstrato, suas manifestações são concretas:rosto bonito, corpo bonito, voz bonita, etc.

Concretoadjetivo(cores)

branco: adjetivo concreto – expressa uma qualidadeperceptível no mundo natural.

inteligente: adjetivo abstrato – designa uma série deelementos concretos (um ser que aprende rapidamente,que compreende tudo o que é explicado, etc.).

CONCRETOverbo

plantar: verbo concreto (designa uma ação perceptívelno mundo natural).

envergonhar-se: verbo abstrato – manifesta elementosconcretos (quando um ser fica corado, por exemplo).

1) (UFSCar/2009) Leia o texto abaixo.Tenho ódio mortal dos mosquitos. Se Charles Darwin

tivesse me encarregado de colocar ordem na evoluçãodas espécies, eu teria poupado os dinossauros e varridoos mosquitos da Terra.

Não me faltam razões para tal idiossincrasia*: quasemorri por causa de um Haemagogus** covarde que metransmitiu febre amarela sem deixar vestígios da picada.

É o animal mais perigoso. Se somarmos todos osataques contra os seres humanos já realizados por onças,leões e cobras, obteremos um número insignificante pertodos que caem de cama numa única epidemia de maláriaou dengue. Por essa razão, quando surge uma espécienova de mosquito em qualquer país, as autoridadessanitárias se assustam.

(Dráuzio Varella. Folha de S.Paulo)

* No texto, modo particular de ver as coisas** Haemagogus é um mosquito de hábitos silvestres que

vive no solo ou na copa das árvores.

Em quase morri por causa de um Haemagoguscovarde, o autor emprega o adjetivo covarde para modificaro substantivo haemagogus, com o propósito estilísticofigurado.

a) Em qual dos três exemplos a seguir, o adjetivo estáusado com o mesmo propósito?

Bandido perigosoCarro potenteEstrada assassina

b) Em que consiste esse uso figurado?

2) (Unesp/ 2007)

Incidente em Antares

Fez-se um novo silêncio. De fora vinham vozeshumanas. De vez em quando se ouvia o zumbido doelevador do hospital. Tombou uma pétala de uma dasrosas. Quitéria soltou um suspiro. Zózimo agora pareciaadormecido. Tibério pensou em Cleo com uma saudadetátil.

— Neste quarto, Tibé – disse Quitéria – dentro destasquatro paredes o Zózimo e eu temos falado em assuntosem que nunca tínhamos tocado antes. Nossa morte, porexemplo...

— Pois não lhes gabo o gosto – resmungou Tibério.

— Tibé, tens fama de valente. Vives contando bravatas,proezas em revoluções e duelos... patacoadas! No entantotens medo de pensar na tua morte, tens horror a encarara realidade. – Tirou os óculos, limpou-lhes as lentes com

22

um lencinho, e depois prosseguiu: - Que esperas mais davida? Os nossos filhos estão criados, não precisam maisde nós. Mais que isso: não querem saber de nós, denossas ideias, de nossas manias, de nossa maneira depensar e viver. Acho que todo homem vê sua cara todasas manhãs no espelho, na hora de se barbear. Que é queo espelho diz? Diz que o tempo passa sem parar. E queessas manchas que a gente tem no rosto (tu, eu, o Zózimo,todos os que chegam à nossa idade), essas manchaspardas são bilhetinhos que a Magra escreve na nossapele. Eu leio todos os dias esses recados, mas tu, Tibé,tu és analfabeto ou então te fazes de desentendido.

Érico Veríssimo. Incidente em Antares.

1) A relação semântica entre substantivos e adjetivos nafrase, quando incomum, traz maior força expressiva acertas passagens dos textos. Releia o fragmento deIncidente em Antares e explique, com base no contexto,o significado que surge da relação entre o substantivo"saudade" e o adjetivo "tátil" na expressão "saudade tátil";com a qual o narrador descreve a lembrança momentâneaque a personagem Tibério teve de sua amante Cleo.

Artigo

Palavras que vêm antes do substantivo paradeterminá-lo (o, a, os, as) ou indeterminá-lo (um,uma,uns,umas)

ARTIGO DEFINIDORetoma o termo que já foi citado (anafórico), ou indicaum ser de conhecimento dos interlocutores.

Tigresa Caetano Veloso

Voz: Ney Matogrosso

Uma tigresa de unhas negras e íris cor de melUma mulher uma beleza que me aconteceuEsfregando a pele de ouro marromdo seu corpo contra o meuMe falou que o mal é bome o bem cruel

(...)As garras da feliname marcaram o coração

— Oi, tudo bem?— Tudo— Escuta, onde vai ser a Copa de 2014?a Copa (termo conhecido pelos interlocutores)

ARTIGO DEFINIDOPode:

Valorizar o substantivo

Esse cara

Caetano Velosovoz: Maria Bethânia

Ele é o homemEu sou apenas uma mulher

o homem (homem especial) uma mulher (igual a qualquer outra)

Super-homem – o filme

não é um filme qualquer é um filme especial (valorizado)

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ARTIGO DEFINIDOIndicar totalidade

As meninas desta sala viajarão para Porto Seguro.(todas as meninas)

ARTIGO INDEFINIDO

Apresenta o substantivo no textoIndica ser um termo qualquer

(sem nada de especial)

Casa no campo

Zé Rodrix/ Tavitovoz: Elis Regina

Eu quero uma casa no campo.uma casa (introduz o substantivo no texto/ uma casa

igual a qualquer outra)

Um corpo que caiAlfred Hitchcock

Verbo

Verbo regular (segue um modelo)

cantar

canto

cantas

canta

cantamos

cantais

cantam

VERBO REGULAR (a irregularidade de um verbo pode estar

na flexão ou no radical)

• 1ª pessoa do presente do indicativo - medir, incendiar,saber, ir.

• presente do subjuntivo – querer – que eu queira.

VERBO DEFECTIVO

É aquele que não tem certa forma.falir – abolir

VERBO ABUNDANTE

Possui duas ou mais formas equivalentes (particípio).entregado – entreguepegado – pegomatado – morto

VERBO ANÔMALOÉ o que possui muita irregularidade.

ser – ir

VERBO (MODO INDICATIVO)

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MODO SUBJUNTIVO

MODO IMPERATIVO

afirmativo É retirando do presente doestuda tu subjuntivo, exceto o tu e o vósestude você que são retirados do presenteestudemos nós do indicativo menos o S.estudai vósestudem vocês

negativo É todo retirado do presentenão estudes tu do subjuntivo.não estude vocênão estudemos nósnão estudeis vósnão estudem vocês

FORMAS NOMINAIS

Infinitivo Impessoal: simples → estudar composto → ter estudado

Infinitivo pessoal:simples estudar composto ter estudado

estudares teres estudadoestudar ter estudadoestudarmos termos estudadoestudardes terdes estudadoestudarem terem estudado

Gerúndiosimples: estudandocomposto: tento ou (havendo) estudado.

Particípio: estudado

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INDICATIVO

É o modo da realidade, da certeza, da verificação, daexposição objetiva em referência ao presente, ao passadoe ao futuro.

O tempo está firmeO homem já pisou na lua.Amanhã viajarei para São Paulo.

É o indicativo o modo básico do período simples e daoração principal (período composto).

Indicativo

O indicativo pode figurar também nas oraçõessubordinadas dependentes de verbos que exprimemcrença, afirmação, verificação, certeza.

AchoAcreditoCreioPenso

PRESENTE (INDICATIVO)

Exprime o fato, a ação, o modo de ser que sedesenvolvem e se mantêm no momento em que se fala,no próprio ato da palavra.

Escrevo-te do aeroporto.Agora me sinto melhor.

PRESENTE (INDICATIVO)

Indica também:— o hábito, a repartição, regularidade com que se

verifica um fato.Acorda sempre às seis horas.

— verdades permanentes, dogmas, leis.A terra é um planeta.Deus é pai.Todos são iguais perante a lei.

PRETÉRITO IMPERFEITO(inacabado/ durativo/ habitual)

Designa um fato anterior ao momento atual, mas quedura ainda no momento passado a que nos referimos.

Quando eu tinha 18 anos, eu batia o carro do meu pai.Se o Cacique marchava, a tribo inteira o acompanhava.

PRETÉRITO PERFEITO SIMPLES

Indica m fato inteiramente concluído no passado(pontual).

O presidente tomou posse ontem.

Embarquei às dez horas, mas o avião só decolou àsonze.

DISTINÇÃO ENTRE PERFEITO E IMPERFEITO

imperfeito perfeitodurativo momentâneohabitual não habitualinacabado pontual

Eu desprezava Eu desprezeiQuando o via, Quando o vi,cumprimentava-o. cumprimentei-o.Batia o carro... Bati o carro.

PRETÉRITO PERFEITO (COMPOSTO)

Exprime a repetição de um ato ou a sua continuidadeaté o presente em que falamos.

Tenho escrito bastantes poemas.

Tenho lido muito ultimamente.

PRETÉRITO-MAIS-QUE-PERFEITO(simples/ composto)

Indica um fato passado anterior a outro já passado.

Samuel aproximou-se para avisar que o táxi tinhachegado.

Era noite de lua cheia, e a lua já atravessara grandeparte do céu quando saímos para pescar.

FUTURO DO PRESENTE (SIMPLES)

Indica fatos certos ou prováveis, posteriores aomomento da fala.

As aulas começarão depois de amanhã.

“o presidente Tancredo Neves tomará posse amanhã”(dos jornais da época.) (mas lamentavelmente o destinonão permitiu.)

Exprime incerteza.Será que desta vez ele fica mesmo?

que ele merece confiança.

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FUTURO DO PRESENTE (COMPOSTO)(futuro anterior)

Auxiliar ter (futuro do presente simples) mais oparticípio do verbo principal – Ex: terei estudado.

Exprime um fato posterior ao momento presente, masjá acabado antes de outro fato futuro:

O sinal baterá ao meio-dia, mas até às onze horas eujá terei terminado a prova.

FUTURO DO PRETÉRITO SIMPLES

Exprime geralmente um fato posterior (e portanto futuro)a determinado momento já passado (pretérito) de que sefala.

Afirmou que nunca mais poria os pés ali.

no passado presente futuramente (1) (2) hoje (3)

A frase, dita hoje 3, refere-se a um momento do passado1 em que alguém faz uma afirmação para o futuro 2.

FUTURO DO PRETÉRITO (SIMPLES)(dúvida, suposição, probabilidade)

Eu teria, talvez, uns doze anos.

Quem seria aquele sujeitinho que estava de péencostado ao balcão?

Se não houvesse diferenças, nós seríamos umapessoa só.

(condição)

FUTURO DO PRETÉRITO (COMPOSTO)

• indica que um fato teria acontecido no passado, me-diante certa condição.

Teria sido diferente, se eu a amasse?

• exprime a possibilidade de um fato passado. Sem ti, quem sabe? Teria sido uma grande cantora.

(Fuvest/2004) Texto para as questões de 1 a 5

Olhar para o céu noturno é quase um privilégio em nossaatribulada e iluminada vida moderna. (...) Companhias deturismo deveriam criar “excursões noturnas”, em que gruposde pessoas são transportadas até pontos estratégicos paraserem instruídos por um astrônomo sobre as maravilhas docéu noturno. Seria o nascimento do “turismo astronômico”,que completaria perfeitamente o novo turismo ecológico. Epor que não?

Turismo astronômico ou não, talvez a primeira impressãoao observarmos o céu seja uma enorme sensação de paz, depermanência, de profunda ausência de movimento, fora umeventual avião ou mesmo um satélite distante (uma estrelaque se move!). Vemos incontáveis estrelas, emitindo suaradiação eletromagnética, perfeitamente indiferentes àsatribulações humanas.

Essa visão pacata dos céus é completamente diferente davisão de um astrofísico moderno. As inocentes estrelas sãoverdadeiras fornalhas nucleares, produzindo uma quantidadeenorme de energia a cada segundo. A morte de uma estrelamodesta como o sol, por exemplo, virá acompanhada de umaexplosão que chegará até a nossa vizinhança, transformandotudo o que encontrar pela frente em poeira cósmica. (O leitornão precisa se preocupar muito. O Sol ainda produzirá energia“docilmente” por mais uns 5 milhões de anos.)

(Marcelo Gleiser, Retratos cósmicos)

1) O autor considera a possibilidade de se olhar para o céunoturno a partir de duas distintas perspectivas, que seevidenciam no confronto das expressões:

a) “maravilhas do céu noturno” / “sensação de paz”.b) “instruídos por um astrônomo” / “visão de um astrofísico”.c) “radiação eletromagnética” / “quantidade enorme de

energia”.d) “poeira cósmica” / “visão de um astrofísico”.e) “ausência de movimento” / “fornalhas nucleares”.

2) Considere as seguintes afirmações:

I. Na primeira frase do texto, os termos “atribulada” e “ilumi-nada” caracterizam dois aspectos contraditórios einconciliáveis do que o autor chama de “vida moderna”.

II. No segundo parágrafo, o sentido da expressão “perfei-tamente indiferentes às atribulações humanas” indica quejá se desfez aquela “primeira impressão” e desapareceu a“sensação de paz”.

III. No terceiro parágrafo, a expressão “estrela modesta”,referente ao sol, implica uma avaliação que vai além dasimpressões ou sensações de um observador comum.

Está correto apenas o que se afirma em:

a) I. d) I e II.b) II. e) II e III.c) III.

27

7) A enumeração de substantivos expressa gradaçãoascendente em

a) “menino mais gracioso, inventivo e travesso”.b) “trazia-o amimado, asseado, enfeitado”.c) “gazear a escola, ir caçar ninhos de pássaros,ou perseguir

lagartixas”.d) “papel de rei, ministro, general”.e) “tinha garbo (...), e gravidade, certa magnificência”.

8) Em “era a flor, e não já da escola, senão de toda a cidade.”,a palavra assinalada pode ser substituída, sem que hajaalteração de sentido, por:

a) mas sim. d) portanto.b) de outro modo. e) ou.c) exceto.

9) Na frase “(...) data da nossa independência política, domeu primeiro cativeiro pessoal”, ocorre o mesmo recursoexpressivo de natureza semântica que em:

a) Meu coração / Não sei por que/ Bate feliz, quando te vê.b) Há tanta vida lá fora,/ Aqui dentro, sempre ,/ Como uma

onda no mar.c) Brasil, meu Brasil brasileiro,/ Meu mulato inzoneiro, / Vou

cantar-te nos meus versos.d) Se lembra da fogueira; / Se lembra dos balões,/ Se lembra

dos lugares, dos sertões?e) Meu bem querer / É segredo, é sagrado, / está sacramentado

/ Em meu coração.

(Fuvest/2003) Texto para as questões de 10 a13:

Zoo

Uma cascavel, nas encolhas*. Sua massa infame.Crime: prenderam, na gaiola da cascavel , um ratinho

branco. O pobrinho se comprime num dos cantos do alto daparede de tela, no lugar mais longe que pôde. Olha para fora,transido, arrepiado, não ousando choramingar:Periodicamente, treme. A cobra ainda dorme

*Meu Deus, que pelo menos a morte do ratinho branco

seja instantânea!*

Tenho de subornar um guarda, para que liberte o ratinhobranco da jaula da cascavel. Talvez ainda não seja tarde.

*Mas, ainda que eu salve o ratinho branco, outro terá de

morrer em seu lugar: E, deste outro, terei sido eu o culpado.(*) nas encolhas = retraída, imóvel

(Fragmentos extraídos de Ave, palavra, de Guimarães Rosa)

10) A situação do ratinho branco, preso na gaiola da cascavel,provocou no narrador

a) imediato sentimento de culpa, que o levou a declarar-seresponsável pela situação.

b) desejo imediato de intervenção, a fim de antecipar oprevisível desfecho.

c) reação espontânea e indignada, da qual veio a searrepender mais tarde.

d) compaixão e desejo de intervir, seguidos de uma reflexãomoral.

e) curiosidade e repulsa, a que se seguiu a indiferença diantedo inevitável.

3) De acordo com o texto, as estrelas

a) são consideradas “maravilhas do céu noturno” pelosobservadores leigos, mas não pelos astrônomos.

b) possibilitam uma “visão pacata dos céus”, impressão quepode ser desfeita pelas instruções de um astrônomo.

c) produzem, no observador leigo, um efeito encantatório, emrazão de serem “verdadeiras fornalhas nucleares”.

d) promovem um espetáculo noturno tão grandioso, que osmoradores das cidades modernas se sentem privilegiados.

e) confundem-se, por vezes, com um avião ou um satélite, porse movimentarem do mesmo modo que estes.

4) Transpondo-se corretamente para a voz ativa a oração“para serem instruídos por um astrônomo (...)”, obtém-se:

a) para que sejam instruídos por um astrônomo (...)b) para um astrônomo os instruírem (...).c) para que um astrônomo lhes instruíssem (...).d) para um astrônomo instruí-los (...).e) para que fossem instruídos por um astrônomo (...).

5) Na frase “O sol ainda produzirá energia (...)”, o advérbioainda tem o mesmo sentido que em:

a) Ainda lutando, nada conseguirá.b) Há ainda outras pessoas envolvidas no caso.c) Ainda há cinco minutos ela estava aqui.d) Um dia ele voltará, e ela estará ainda à sua espera.e) Sei que ainda serás rico.

(FUVEST 2004) Texto para as questões de 6 a 9:

Uma flor, o Quincas Borba. Nunca em minha infância,nunca em toda a minha vida, achei um menino mais gracioso,inventivo e travesso. Era a flor, e não já da escola, senão detoda a cidade. A mãe, viúva, com alguma cousa de seu,adorava o filho e trazia-o amimado, asseado, enfeitado, comum vistoso pajem que nos deixava gazear a escola, ir caçarninhos de pássaros, ou perseguir lagartixas nos morros doLivramento e da Conceição, ou simplesmente arruar, à toa,como dous peraltas sem emprego.E de imperador! Era umgosto ver o Quincas Borba fazer de imperador nas festas doEspírito Santo. De resto, nos nossos jogos pueris, ele escolhiasempre um papel de rei, ministro, general, uma supremacia,qualquer que fosse. Tinha garbo o traquinas, e gravidade,certa magnificência nas atitudes, nos meneios. Quem diriaque... Suspendamos a pena; não adiantemos ossucessos.Vamos de um salto a 1822, data da nossaindependência política, e de meu primeiro cativeiro pessoal.

(Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas)

6) Embora pertença à modalidade escrita da língua, este textoapresenta marcas de oralidade, que têm finalidadesestilísticas.

Dos procedimentos verificados no texto e indicados abaixo,o único que constitui marca típica da modalidade escrita é:

a) uso de frase elíptica “Uma flor, o Quincas Borba”.b) repetição de palavras “nunca” e “pajem”.c) interrupção da frase em “Quem diria que...”.d) emprego de frase nominal, como em “E do imperador!”.e) uso das formas imperativas “suspenda” e “não adiantemos”.

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11) Por meio de frases como “A cobra ainda dorme”, “Talvezainda não seja tarde” e “ainda que eu salve o ratinho branco”,o narrador

a) prolonga a tensão, alimentando expectativas.b) exprime a inevitabilidade dos fatos, ao empregar os verbos

no presente.c) entrega-se a fantasias, desligando-se das circunstâncias

presentes.d) formula hipóteses vagas, argumentado de modo abstrato.e) precipita a ação do tempo, apresentando a narração dos

fatos.

12) O último parágrafo permite inferir que a convicção final donarrador é a de que

a) a culpa maior está na omissão permanente.b) os atos bem-intencionados são inocentes.c) nenhuma escolha é isenta de responsabilidade.d) não há como discordar da lei do mais forte.e) não há culpa em quem aperfeiçoa as leis da natureza.

13) Neste texto, o parágrafo em que ocorrem elementosdescritivos expressos por meio de frases nominais é o

a) primeiro. d) quarto.b) segundo. e) quinto.c) terceiro.

14) (Fuvest/2003) Entre as mensagens abaixo, a única queestá de acordo com a norma escrita culta é:

a) Confira as receitas incríveis preparadas para você. Clicaaqui !

b) Mostra que você tem bom coração. Contribua para acampanha do agasalho!

c) Cura-te a ti mesmo e seja feliz!d) Não subestime o consumidor. Venda produtos de boa

procedência.e) Em caso de acidente, não siga viagem. Pede o apoio de

um policial.

(Fuvest/2003) Texto par as questões 15 a 18:

Eu te amo

Ah,se já perdemos a noção da hora,Se juntos já jogamos tudo fora,Me conta agora como hei de partir...

Se, ao te conhecer; dei pra sonhar; fiz tantos desvarios,Rompi com o mundo, queimei meus navios,Me diz pra onde é que inda posso ir...

(...)se entornaste a nossa sorte pelo chão,se na bagunça do teu coraçãomeu sangue errou de veia e se perdeu...

(...)como, se nos amamos como dois pagãos,teus seios inda estão nas minhas mãos,me explica com que cara eu vou sair...não, acho que estás só fazendo de conta,te dei meus olhos pra tomares conta,agora como hei de partir...

(Tom Jobim – Chico Buarque)

15) O sentimento de perplexidade expresso nas frases “comohei de partir”, “pra onde é que inda posso ir”, “com que caraeu vou sair”, deve-se ao fato de que a relação amorosa dosujeito

a) foi marcada por sucessivos desencontros, em virtude daintensidade da paixão.

b) constitui uma radical experiência de fusão com o outro, daqual não vê como sair.

c) provocou a subordinação emocional da pessoa amada, dequem ele já não pode se livrar.

d) ameaça jamais desfazer-se, agravando-se assim umainterdependência destrutiva.

e) está-se esgotando, sem que os amantes saibam o fazerpara reacender a paixão.

16) O prefixo assinalado em “desvario” expressa

a) negação. d) separação.b) cessação. e) intensificação.c) ação contraria.

17) Examinando-se aspectos construtivos deste texto, verifica-se que

a) todas as ocorrências da conjunção se expressam umacondição, com o sentido de no caso de.

b) o emprego de como, no inicio da quarta estrofe, é umaretomada de “como hei de partir”, da primeira estrofe.

c) A repetição de conta, na última estrofe, reitera a mesmaideia do custo que a separação representa para o sujeito.

d) o emprego da vírgula depois do não, na última estrofe, éfacultativo, uma vez que a partícula negativa tem aqui ovalor de uma simples ênfase.

e) o efeito dramático nele obtido nasce da reiterada oposiçãoentre ações transcorrida no passado.

18) Neste texto, em que predomina a linguagem culta, ocorretambém a seguinte marca da linguagem coloquial:

a) emprego de hei no lugar de tenho.b) falta de concordância quanto à pessoa nas formas verbais

estás, tomares, e conta.c) emprego de verbos predominantemente na segunda

pessoa do singular.d) redundância semântica, pelo emprego repetido da palavra

conta na última estrofe.e) emprego das palavras bagunça e cara.

19) (ITA2004) Leia o texto a seguir e responda à questãoseguinte:

Nesse pequeno poema, a escritora Adélia Prado conseguenão só registrar um traço singular do cotidiano da própriamãe, como também constrói dessa mulher um retrato, queapresenta duas facetas: uma,relativa à posição social e outra,ao temperamento. Particularize essas duas facetas e apontecomo a estruturação sintática as instaura.

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20) (Unicamp/2003) O Partido X dedica-se a essa atividademais do que nunca. Ocorre que ainda está longe do desejado,seja por falta de vontade, de vocação ou de incapacidade dopartido. Entre outras razões, é por esse motivo que o dólarsobe. (Fernando Rodrigues, Folha de S. Paulo, 25/09/2002 ?parcialmente adaptado)

a) Na primeira oração ocorre uma palavra (um pronome) quepermite concluir que o trecho acima não é o início do textode Fernando Rodrigues. Qual é a palavra e por que suaocorrência permite tal conclusão?

b) O final da sequência “seja por falta de vontade, de vocaçãoou de incapacidade...” apresenta um problema decoerência, que pode ser eliminado de duas maneiras.Quais são essas duas maneiras?

c) Destaque uma passagem que indica que o texto épessimista (ou crítico) em relação ao Partido.

21) (Unicamp/2003) Uma das últimas edições do jornal Visãode Barão Geraldo trazia em sua seção “Sorria” esta anedota:

No meio de uma visita de rotina, o presidente daquelaenorme empresa chega ao setor de produção e pergunta aoencarregado:

— Quantos funcionários trabalham neste setor?Depois de pensar alguns segundos, o encarregado

responde:— Mais ou menos a metade!

a) Explique o que quis perguntar o presidente da empresa.b) Explique o que respondeu o encarregado.c) Um dos sentidos de trabalhar é ‘estar empregado’. Supondo

que o encarregado entendesse a fala do presidente daempresa nesse sentido e quisesse dar uma respostacorreta, que resposta teria que dar?

22) (Fuvest/2004)

Capitulação

DeliveryAté pra telepizzaÉ um exagero.Há quem negue?Um povo com vergonhaDa própria línguaJá está entregue.

(Luiz Fernando Veríssimo)

a) O título dado pelo autor está adequado, tendo em vista oconteúdo do poema? Justifique sua resposta.

b) O exagero que o autor vê no emprego da palavra “delivery”se aplicaria também a ”telepizza”? Justifique sua resposta.

23) (FUVEST 2004) Leia com atenção as seguintes frases,extraídas do termo de garantia de um produto paraemagrecimento:

I. Esta garantia ficará automaticamente cancelada se o produtonão for corretamente utilizado.

II. Não se aceitará a devolução do produto caso ele contenhamenos de 60% de seu conteúdo.

III. As despesas de transporte ou quaisquer ônus decorrentedo envio do produto para troca corre por conta do usuário.

a) Reescreva os trechos sublinhados nas frases I e II,substituindo as conjunções que os iniciam por outrasequivalentes e fazendo as alterações necessárias.

b) Reescreva a frase III, fazendo as correções necessárias.

24) (UNICAMP/2001) A breve tira abaixo fornece um bomexemplo de como o contexto pode afetar a interpretação e atémesmo a análise gramatical de uma sequência linguística.

RADICAL CHIC/ Miguel Paiva

Fonte: O Estado de S. Paulo, 24/09/2000.

a) Supondo que a fala da moça fosse lida fora do contextodesta tira, como você a entenderia?

b) Se a fala da moça fosse considerada uma continuação dafala do rapaz, poderia ser entendida como uma únicapalavra, de derivação não prevista na língua portuguesa.Que palavra seria e o que significaria?

c) As duas leituras possíveis para a fala da moça não estãoem contradição; ao contrário, reforçam-se. O que significaráessa fala, se fizermos simultaneamente as duas leituras?

25) (Unicamp/2000)

O tema desta tira é, tecnicamente falando, um “neologismosemântico”, isto é, um novo sentido — surgido há algunsanos—, assumido por uma palavra que já existia. A palavraem questão é o verbo “ficar”, que ocorre três vezes nestecaso.

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a) Qual (ou quais) das ocorrências representa(m) um sentidomais antigo do verbo “ficar”? Qual(is) representa(m) o novosentido?

b) Que palavra provavelmente preencheria as reticências daterceira fala?

c) A última fala pode ser interpretada como sendo irônica. Porquê?

26) (Unicamp/2000) A edição de 30 de janeiro de 1998 doNoite e Dia (Feira de Santana, BA) trazia, na seção Zé Coió, aseguinte história:

“Vou pegar o talão!”

Cansado de não vender nada em sua loja, João pegou ocarro e saiu pelo interior para vender seus produtos. Depoisde 15 dias sem tirar um só pedido, sentou-se embaixo deuma árvore para descansar. De repente viu uma garrafa echutou. A garrafa deu meia volta e chegou junto. João tornoua chutar e a garrafa deu outra meia volta e ficou bem ao seulado. João pegou a garrafa, começou a acariciar e de repentesurgiu uma voz que disse:

1- “Você tem direito a três pedidos!” João levantou correndo e disse:2- “Espere aí que eu vou buscar o talão”. Cá, cá, cá, cá, cá, cá,

cá, cá.

a) A sequência Cá, cá, cá, cá, cá, cá, cá, cá. não faz parte dahistória. Explique por quê.

b) A fala de João, retomada no título, revela um equivocofundamental na identificação de quem fala de dentro dagarrafa.Em que consiste esse equívoco?

c) Transcreva as palavras que, no diálogo entre as duaspersonagens, permitem articular a resposta de João comsua experiência prévia de vendedor itinerante.

27) (Fuvest/2003)BR. Contribuindo para o cinema brasileiro rodar cada

vez melhor.A Petrobrás distribuidora sempre

investiu na cultura do País eacreditou no potencial do cinemabrasileiro. E a mostra BR de cinemaé um exemplo disso. Sucesso depublicidade e crítica, hoje a Mostrajá está na sua 26ª edição e suaqualidade é reconhecida porcineastas do mundo todo. E vocêtem um papel muito importantenesta história: toda vez queabastecer em um posto BR estarácontribuindo também para o cinemabrasileiro rodar cada vez mais.

(adaptado do Catálogo da26ª Mostra BR de cinema – out/2002)

Considerando os elementos visuais e verbais queconstituem este anúncio, identifique no texto

a) a palavra que estabelece de modo mais eficaz uma relaçãoentre patrocinado e patrocinador: Justifique sua resposta.

b) duas possíveis leitura da frase E você tem um papel muitoimportante nesta história.

28) (Fuvest/2003) Conta-me Cláudio Mello e Souza. Estandoem um café de Lisboa a conversar com dois amigos brasileiros,foram eles interrompidos pelo garçom, que perguntou,intrigado:

— Que raio de língua é essa que estão aí a falar, que eupercebo (*) tudo?

(*) percebo = compreendo(Rubem Braga)

a) A graça da fala do garçom reside num paradoxo. Destaquedessa fala as expressões que constituem esse paradoxo.Justifique.

b) Transponha a fala do garçom para o discurso indireto.Comece com: O garçom lhes perguntou, intrigado, que raiode língua... .

29)(Fuvest/1997) A única frase inteiramente de acordo comas normas gramaticais do padrão culto é:

a) A secretária pretende evitar que novos mandados desegurança ou liminares contra o decreto sejam expedidas.

b) O CONTRU interditou várias dependências do prédio,inclusive o Salão Azul, cujo o madeiramento do forro foiatacado por cupins.

c) O ministro da Agricultura da Inglaterra declarou que porhora não há motivo para sacrificar os animais.

d) A poucos dias da eleição, os candidatos enfrentam agorauma verdadeira maratona.

e) “Posso vencê-las, mesmo que usem drogas, pois não éisso que as tornarão invencíveis.

30) (Fuvest/1997) Conta Rubem Braga o conselho que umamigo lhe deu certa vez: “Olhe, Rubem, faça como eu, nãotope parada com a gramática.”

Tratando Rubem por tu e respeitando o padrão culto, oamigo deveria dizer:

a) Olhai, Rubem, faz como eu, não enfrente a gramática.b) Olhai, Rubem, faze como eu, não te vás atemorizar com a

gramática.c) Olha, Rubem, faças como eu, cuide de seguir a gramática.d) Olhe, Rubem, faças como eu, evita fugir à gramática.e) Olha, Rubem, faz como eu, não desafies a gramática.

(ITA/2004)

TEXTO 1

Valorizar o professor do ciclo básico

Como sou perito em futurologia, devo limitar-me a fazerum exercício de observação. Presto atenção ao que se passana escola hoje e suponho que, daqui a 25 anos, as tendênciasatuais persistirão com maior ou menor intensidade.Provavelmente, o analfabetismo dos adultos terá sidoerradicado e o acesso à instrução primária terá sidogeneralizado.

Tudo indica que a demanda continuará a crescer emrelação ao ensino secundário e superior: Se os poderespúblicos não investirem sistematicamente na expansãodesses dois níveis, a escola média e a universidade serãoem grande parte, privatizadas.

A educação a distância será promovida tanto pelo Estadocomo pelas instituições particulares. Essa alteração no usode espaços escolares tradicionais levará a resultadoscontraditórios. De um lado, aumentará o número de

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informações e instrumentos didáticos de alta precisão. Deoutro lado, a elaboração pessoal dos dados e a sua críticapoderão sofrer com falta de um diálogo sustentado face aface entre o professor e o aluno.

É preciso pensar; desde já, nesse desafio que significaaliar eficiência técnica e profundidade ou densidade cultural.O risco das avaliações sumárias, por meio de testes, crescerá,pois os processos informáticos visam a poupar tempo e reduziros campos de ambiguidade e incerteza. Com isso, ficará aindamais raro o saber que duvida e interroga, esperando compaciência, até vislumbrar uma razão que não se esgote nosimplismo do certo versus errado. Poderemos ter especialistascada vez mais peritos nas suas áreas e massas cada vezmais incapazes de entender o mundo que as rodeia. De todomodo, o futuro depende, em larga escala, do que pensamose fazemos no presente.

Uma coisa me parece certa: o professor do ciclo básicodeve ser valorizado em termos de preparação e salário, casocontrário, os mais belos planos ruirão como castelos de cartas.

(BOSI, Alfredo. Caderno Sinapse.Folha de S. Paulo, 29/07/2003.)

TEXTO 2

Diretrizes de salvação para a Universidade Pública

“...poder-se-ia alegar que não é muito bom o ensino dasmatérias que se costuma lecionar nas universidades. Todavia,não fossem essas instituições, tais matérias geralmente nãoteriam sido sequer ensinadas, e tanto o indivíduo como asociedade sofreriam muito com a falta delas...”

Adam Smith

(...) A grande característica distintiva de uma Universidadepública reside na sua qualidade geradora de bens públicos.Estes, por definição, são bens cujo usufruto é necessariamentecoletivo e não podem ser apropriados exclusivamente porninguém em particular.

Quanto ao grau de abrangência, os bens públicos podemser classificados em locais, nacionais ou universais.

O corpo de bombeiros de uma cidade, por exemplo, é umbem público local, o serviço da guarda costeira de um país éum bem público nacional, ao passo que a proteção de aresambientais importantes do planeta, como Amazônia, deveser vista como um bem público universal, assim comoqualquer outra atividade protetora de patrimônios dahumanidade ou de segurança global, como é o caso daproteção contra vírus de computador; para citar um exemplomais atual, embora ainda não plenamente reconhecido.

Incluem-se no elenco dos bens públicos as atividadesrelacionadas à produção e transmissão da cultura, aopensamento filosófico e às investigações científicas nãoalinhadas com qualquer interesse econômico mais imediato.

A Universidade surgiu na civilização porque havia umanecessidade latente desses bens e legitimou-se peloreconhecimento de sua importância para a humanidade.

Portanto, ela nasceu e legitimou-se como instituição socialpública e não como negócio privado, como muitas agora aquerem transformar, inclusive a OMC, contradizendo o próprioAdam Smith, o patriarca da economia de mercado, como bemo indica a passagem acima epigrafada, retirada de “A riquezadas Nações”.

As tecnologias podem ser “engenheiradas”, transfor-mando-se em produtos de mercado, mas o conhecimentoque as originou é uma conquista da humanidade e, portanto,um bem público universal, como é o caso, por exemplo, dasatividades do Instituto Politécnico de Zurique, de onde saiuAlbert Einstein,e do laboratório Cavendish da Universidadede Cambridge, onde se realizam os experimentos que levaram

as descobertas fundamentais da física, sem as quais nãoteriam sido possíveis a maravilhas tecnológicas do mundomoderno, da lâmpada elétrica à internet. (...).

(SILVA, José M. ª Jornal da Ciência, 22/07/2003.Extraído de:http://www.joenaldaciencia.org.Br;15/07/2003.)

31) (ITA/2004) Em relação ao Texto 1, assinale a opção quecontém a ideia que NÃO pode ser pressuposta.

a) Hoje, no Brasil, existem analfabetos.b) Nem todos os brasileiros têm instrução primária.c) Existe uma procura crescente pelo ensino secundário.d) O poder público não investe no ensino médio e superior.e) Atualmente, o saber questionador é incomum nos espaços

escolares.

32) (ITA/2004) Em relação ao Texto1 , é possível inferir que:

a) não causará prejuízo para o ensino a eliminação dainteração face a face envolvendo professor e aluno.

b) o aumento do número de informação é diretamenteproporcional ao crescimento dos instrumentos didáticosde alta precisão.

c) o saber questionador exige tempo, condição incompatívelcom os objetivos dos processos informáticos.

d) a incapacidade de entender o mundo decorrerá da completaausência, no futuro, de um saber questionador.

e) o sucesso da educação, no futuro, depende neces-sariamente da eliminação dos processos informáticos.

33) (ITA/2004) Releia a epígrafe e o excerto abaixo do Texto2 e assinale a melhor opção.

Portanto, ela [a Universidade] nasceu e legitimou-se comoinstituição social pública e não como negócio privado, comomuitas agora a querem transformar, inclusive a OMC,contradizendo o próprio Adam Smith, o patriarca da economiade mercado, como bem o indica a passagem acimaepigrafada, retirada de “A riqueza das Nações”.Pode-se afirmar que a relação de sentido entre a epígrafe eesse trecho do texto é.

a) direta, porque o excerto confirma a epígrafe.b) direta, porque o excerto é extensão da epígrafe.c) indireta, porque o excerto não trata das matérias lecionadas

nas universidades.d) indireta, porque é preciso inferir que, na epígrafe, se trata

de universidades públicas.e) inexistente, já que não há relação de sentido entre a

epígrafe e o trecho do texto.

34) (ITA/2004) Em relação ao aposto “o patriarca da economiade mercado”, pode-se afirmar que ele tem a função de

I. explicar quem foi Adam Smith, localizando-o no domínio daeconomia, informação que pode estar ausente no universode conhecimento do leitor.

II. fornecer uma informação que reforça ainda mais a defesada universidade pública dentro de uma estratégiaargumentativa.

III. sustentar a informação subsequente, relativa à autoria de“A Riqueza das Nações”.

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Então, está (ao) correta (s)

a) Apenas a I. d) Apenas a II.b) I e II. e) II e III.c) I, II e III.

35) (Fuvest/2003) Entre as mensagens abaixo, a única queestá de acordo com a norma escrita culta é:

a) Confira as receitas incríveis preparadas para você. Clicaaqui !

b) Mostra que você tem bom coração. Contribua para acampanha do agasalho!

c) Cura-te a ti mesmo e seja feliz!d) Não subestime o consumidor. Venda produtos de boa

procedência.e) Em caso de acidente, não siga viagem. Pede o apoio de

um policial.

36) (Fuvest/2002) A frase que esta de acordo com a normaescrita culta é:

a) O colégio onde estudei foi essencial na construção degrande parte dos valores que acredito.

b) Acho que esta acusação é uma das tantas coisas ridículasque sou obrigado a me defender.

c) Há uma sensação que tudo, ou quase tudo, vai ser diferente.d) A boa escola seria a que submetesse seus alunos à maior

quantidade de experimentações e pesquisas.e) Nós já estamos próximos de um consenso que o atual

modelo está falido.

37) (Fuvest/2003) Responda ao que se pede:

a) Noticiando o lançamento de um dicionário de filmesbrasileiros, um jornal fez o seguinte comentário a propósitodo filme “Aluga-se moças”, de 1981: O título traz um dosmaiores erros ortográficos já vistos no cinema brasileiro. Otítulo correto do longa seria “Alugam-se moças”.

O comentário e a correção feitos pelo jornal são justificáveisdo ponto de vista gramatical? Por quê?

b) Ao lado de um caixa eletrônico de um grande banco, podeser lido o seguinte aviso:

Em caso de dúvida, somente aceite ajuda defuncionário do banco.

Reescreva a frase, posicionando adequadamente o termosublinhado, de modo a eliminar a ambiguidade nela existente.

38) (Fuvest/2003) Décadas atrás, vozes bem afinadascantavam no rádio esta singela quadrinha de propaganda:

As rosas desabrochamCom a luz do sol,E a beleza das mulheresCom o creme Rugol.

Os versos nunca fizeram inveja a Camões, mas erambonitinhos. E sabe-se lá quantas senhoras não foram atrásdo creme Rugol para se sentirem novinhas em folha, rosasresplandecentes.

(Quintino Miranda)

a) Reescreva o primeiro parágrafo do texto, substituindo“Décadas atrás” por “Ainda hoje” e transpondo a formaverbal para a voz passiva. Faça adaptações necessárias.

b) Que expressões da quadrinha justificam o emprego denovinhas em folha e de resplandecentes, no comentáriofeito pelo autor do texto?

39) (FUVEST 2002)

E não há melhor respostaque o espetáculo da vida:vê-la desfiar seu fio,que também se chama vida,ver a fábrica que ela mesma,teimosamente, se fabrica,vê-la brotar como há pouco,em nova vida explodida;mesmo quando é assim pequenaa explosão, como a ocorrida;mesmo quando é uma explosãocomo a de há pouco, franzina;mesmo quando é a explosãode uma vida Severina.

(João Cabral de Melo Neto,

Morte e vida Severina).

a) A fim de obter um efeito expressivo, o poeta utiliza, em afábrica e se fabrica, um substantivo e um verbo que têm omesmo radical.

Cite da estrofe outro exemplo desse mesmo recursoexpressivo.

b) A expressão dos seis últimos versos decorre, em parte, dojogo de oposições entre palavras.Cite desse trecho um exemplo em que a oposição entreas palavras seja de natureza semântica.

40) (Fuvest/2002) Nas frases abaixo, há falta de paralelismosintático. Reescreva-as, mantendo seu sentido e fazendoapenas as alterações necessárias para que se estabeleça oparalelismo.

a) Funcionários cogitam uma nova greve e isolar o gover-nador:

b) Essa reforma agrária, por um lado, fixa o homem no campo,mas não lhe fornece os meios de subsistência e de produzir:

41) (Fuvest/2001)

Dinheiro encontrado no lixo

Organizados numa cooperativa em Curitiba, catadores delixo livraram-se dos intermediários e conseguem ganhar pormês, em média, R$ 600,00? O salário inicial de uma professorade escola pública em São Paulo.

O negócio prosperou porque está em Curitiba, cidadeconhecida dentro e fora do país pelo sucesso na reciclagemdo lixo.

(Folha de S. Paulo, 22/09/00)

Quando se lê esta notícia, nota-se que seu título tem duplosentido.

a) Quais são os dois sentidos do título?b) Crie para a notícia um título que lhe seja adequado e não

apresente duplo sentido.

33

42) (Fuvest/2001)

a) “Se eu não tivesse atento e olhado o rótulo, o pacienteteria morrido”, declarou o médico.

Reescreva a frase acima, corrigindo a impropriedadegramatical que nela ocorre.

b) A econologia, combinação de princípios da economia,sociologia e ecologia, é defendida por ambientalistascomo maneira de se viabilizarem formas alternativasde desenvolvimento.

Reescreva a frase acima, transpondo-a para a voz ativa.

43) (Unicamp/2003)MARCAPASSO NATURAL? Uma alternativa menos

invasiva pode substituir o implante do marcapasso eletrônico[...]. Cientistas do Hospital John Hopkins, nos EUA,conseguiram converter células cardíacas de porquinhos-da-índia em células especializadas, que atuam como ummarcapasso, controlando o ritmo dos batimentos cardíacos.No experimento, o coração dos suínos recuperou aregularidade dos movimentos. A expectativa é que em algunsanos seja possível testar a técnica em humanos.

(IstoÉ, 1720, 18/09/2002.)

a) Alguém que nunca tivesse ouvido falar de marcapassopoderia dar uma definição desse instrumento lendo estetexto. Qual é essa definição?

b) A ocorrência da expressão “a técnica”, no final do texto,indica que ela foi explicada anteriormente. Em que consisteessa técnica?

c) Apesar do nome, o porquinho-da-índia é um roedor. Sendoassim, há uma forma equivocada de referir-se a ele notexto. Qual é essa forma e como se explica sua ocorrência?

44) (Unicamp/2003) A coluna MARKETING da revista Classe,ano XVII, nº 94, 30/08 a 30/10,2002), inclui as seguintespassagens (parcialmente adaptadas):

Os jovens de classe média e alta, nascidos a partir de1980, foram criados sob a pressão de encaixarem infinitasatividades dentro de 24 horas. E assim aprenderam aensanduichar atividades. (...) Pressionados pelo tempo desdeque nasceram, desenvolveram um filtro e separam aquilo quepara eles é o trigo, do joio; ficam com o trigo, e naturalmente,deletam o joio. (p.26)

a) Explique qual o sentido da palavra “ensanduichar” no textoe diga por que ela é especialmente expressiva ou sugestivaaqui.

b) O texto menciona um ditado corrente, embora não de ordemusual. Qual é o ditado e o que significa?

c) A palavra “deletar” confere um ar de atualidade ao texto.Explique por quê.

45) (Unicamp/2002) Considere a tira abaixo:

Na tira mostrada, a crítica ao “estrategista militar” não éexplícita. Para compreender a tira, o leitor deve reconheceruma alusão a um fato histórico e uma hipótese sobre atransmissão genética.

a) Qual é o fato histórico ao qual a tira faz alusão?b) Qual é a explicação para as qualidades profissionais do

estrategista?c) Explicite o raciocínio da personagem que critica o

estrategista.

46) (Unicamp/2002) Uma revista semanal brasileira traz aseguinte nota em sua seção A SEMANA:

O homem das bexigas

O britânico Ian Ashpole bateu no domingo 28 o recorde dealtitude em vôo com bexigas: subiu 3.350 metros amarrado a600 balões, superando sua marca de 3 mil metros. Ian subiude bexiga e voltou de pára-quedas. “Quando eu era criança,assisti a um filme chamado Balão vermelho. Desde então meapaixonei por esse esporte”, disse ele.

a) O título poderia ser considerado ambíguo, dado que apalavra “bexiga” tem vários sentidos em português. Citepelo menos dois desses sentidos.

b) Em que passagem do texto se desfaz a ambiguidade dotítulo?

c) Dada a modalidade esportiva que Ian pratica, qual poderiaser o tema do filme mencionado?

47) (Fuvest/2002) Na posição em que se encontram, aspalavras assinaladas nas frases abaixo geram ambiguidade,Exceto em:

a) Pagar o FGTS já custa R$ 13,3 bi, diz o consultor.b) Pais rejeitam menos crianças de provetas.c) Consigo me divertir também aprendendo coisas antigas.d) É um equívoco imaginar que a universidade do futuro será

aquela que melhor lidar com as máquinas.e) Não se eliminará o crime com burocratas querendo

satisfazer o apetite por sangue do público.

48) (Fuvest/2002)

— Mandaram ler este livro...Se o tal livro for fraquinho, o desprazer pode significar um

precipitado mas decisivo adeus à literatura; se for estimulante,outros virão sem o peso da obrigação.

As experiências com que o leitor se identifica não sãonecessariamente as mais familiares, mas as que mostram oquanto é vivo um repertório de novas questões. Uma leituraproveitosa leva à convicção de que as palavras podemconstituir um movimento profundamente revelador do próximo,do mundo, de nós mesmos. Tal convicção faz caminhar parauma pura, mais ampla, que um antigo pensador romano assimformulou: Nada de que é humano me é alheio.

(Cláudio Ferraretti, inédito)

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De acordo com o texto, a identificação do leitor com o quelê ocorre sobre tudo quando

a) ele sabe reconhecer na obra o valor consagrado pelatradição da crítica literária.

b) ele já reconhece, com alguma intimidade, as experiênciasrepresentadas numa obra.

c) a obra expressa, em fórmulas sintéticas, a sabedoria dosantigos humanistas.

d) a obra o introduz num campo de questões cuja vitalidadeele pode reconhecer.

e) a obra expressa convicções tão verdadeiras que se furtamà discussão.

49) (Fuvest/2002) O sentido da frase: Nada do que é humanome é alheio é equivalente ao desta outra construção:

a) o que não diz respeito ao homem não deixa de meinteressar.

b) tudo o que se refere ao homem, diz respeito a mim.c) como sou humano, não me alheio a nada.d) para ser humano, mantenho interesse por tudo.e) a nada me sinto alheio que não seja humano.

50) (Fuvest/2002) De acordo com o texto, a convicção des-pertada por uma leitura proveitosa é, precisamente, a de que

a) sempre existe a possibilidade de as palavras seremprofundamente reveladoras.

b) as palavras constituem sempre um movimento de profundarevelação.

c) é muito fácil encontrar palavras que sejam profundamentereveladoras.

d) as palavras sempre caminham na direção do outro, domundo, de cada um de nós.

e) nenhuma palavra será viva se não provocar o imediatoprazer do leitor.

51) (Fuvest/2002) Mantém-se o sentido da frase “se forestimulante” em:

a) conquanto seja estimulante.b) desde que seja estimulante.c) ainda que seja estimulante.d) porquanto é estimulante.e) posto que é estimulante.

Texto para as questões de 52 e 53.

A explosão dos computadores pessoais, as “infovias”, asgrandes redes ? a Internet e a Word Wide Web ? atropelaramo mundo. Tornaram as leis antiquadas, reformularam aeconomia, reordenaram prioridades, redefiniram os locais detrabalho, desafiaram constituições, mudaram o conceito derealidade e obrigaram as pessoas a ficar sentadas, durantelongo período de tempo,diante das telas de computadores,enquanto o CD-rom trabalha. Não há dúvida de que vivemosa revolução da informação e , diz o professor do MIT, NicolasNegroponte, revoluções não são sutis.

(Jornal do Brasil,13/02/96)

52) (Fuvest/2001) No texto, a expressão que sintetiza os efeitosda revolução operada pela informática é

a) “atropelaram o mundo”.b) “tornaram as leis antiquadas”.c) “reformularam a economia”.d) “redefiniram os locais de trabalho”.e) “desafiaram constituições”.

53) (Fuvest/2001) A expressão “revoluções não são sutis”indica

a) a natureza efêmera das revoluções.b) a negação dos benefícios decorrentes das revoluções.c) a natureza precária das revoluções.d) o caráter radical das revoluções.e) o traço progressista das revoluções.

54) (Fuvest/2001) As aspas foram usadas em “infovias” pelamesma razão por que foram usadas em:

a) Mesmo quando a punição foi confirmada, o “Alemão”, seuapelido no Grêmio, não esmoreceu.

b) ... fica fácil entender porque há cada vez mais pessoaspreconizando a “fujimorização” do Brasil.

c) O Paralamas , que normalmente sai “carregado” de prêmios,só venceu em edição.

d) A renda média “percapita” da América latina baixou para25% em 1995.

e) A torcida gritava “olé” a cada toque de seus jogadores.

Canção do Exílio

(...)Minha terra tem palmeiras,onde canta o Sabiá;As aves que aqui gorjeiam,Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,Nossas várzeas têm mais flores,Nossos bosques têm mais vida,Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,Mais prazer encontro eu lá;Minha terra tem palmeiras,Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,Que tais não encontro eu cá;Em cismar — sozinho, à noite —Mais prazer encontro eu lá;Minha terra tem palmeiras,Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,Sem que eu volte para lá;Sem que desfrute os primoresQue não encontro por cá;Sem qu’inda aviste as palmeiras,Onde canta o Sabiá.

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55) (Unifesp/ 2003) Nas histórias em quadrinhos, geralmente,os balõezinhos contêm os diálogos, falas e monólogosinteriores dos personagens.

Entre os personagens de Maurício de Sousa,destaca-se ogaroto Cebolinha, conhecido por trocar o som do “r” pelo do“l”,como fazem muitas crianças. No primeiro e terceiroquadrinhos da primeira tirinha, os balõezinhos, colocadosacima da cabeça do Cebolinha, encontram-se vazios.Considerando o contexto, e,inclusive, o último quadrinho,pode-se interpretar que:

a) Cebolinha permaneceu calado, ou não exprimiupensamentos, nos balõezinhos do primeiro e terceiroquadrinhos. Isto indica sua falta de diálogo com oentediante passarinho.

b) O personagem anuncia em voz baixa, no terceiro quadrinho,que irá declamar uma poesia romântica. Realiza seudesejo, utilizando-se de um megafone, no último quadrinho.

c) Cebolinha emitiu discursos diretos, no primeiro e terceiroquadrinhos. No entanto, o que disse não pôde ser ouvidoporque sua voz foi abafada pelas onomatopeias queexpressam o piado alto, insistente e perturbador dopassarinho.

d) A expressão facial do Cebolinha, no primeiro quadrinho,indica que ele se esqueceu do que iria dizer, no terceiroquadrinho.

e) Os balõezinhos encontram-se vazios porque Cebolinhaemitiu frases impróprias, no primeiro e terceiro quadrinhos.Por isso, sua voz não pode ser ouvida.

56) (Unifesp/2003) A “Canção do exílio” é um dos textos maiscitados e parodiados da Língua Portuguesa. Os versos

Teus risonhos lindos campos têm mais flores,Nossos bosques têm mais vida,Nossa vida no teu seio mais amores.

que remetem, de modo flagrante, ao poema de GonsalvesDias, ocorrem,

a) na “Nova canção do exílio”, de Carlos Drummond deAndrade, publicada em A rosa do povo.

b) na letra de “Sabiá”, de Tom Jobim e Chico Buarque.c) no poema “Canto de regresso á pátria’’, do modernista

Oswald de Andrade.d) em ‘’Ainda irei a Portugal’’, de Cassiano Ricardo, um dos

líderes da Semana de arte Moderna.e) Na letra do Hino Nacional Brasileiro, de Joaquim Osório

Duque Estrada,oficializada em 1922.

57) (Unifesp/2003) Observe com atenção a segunda tirinha,na qual também há referências à ‘’Canção do exílio’’. Casoos balõezinhos dessa tirinha não estivessem com todas asfalas dos personagens escritas em letras maiúsculas, apalavra palmeiras, que aparece em uma frase entre aspas,no segundo quadrinho, deveria ser escrita.

a) Com inicial maiúscula, por se tratar de um substantivopróprio , nome do famoso time brasileiro de futebol.

b) Com inicial minúscula, por se tratar de um substantivocomum, nome da planta referida por Gonçalves Dias,na‘’Canção do exílio’’.

c) Com inicial maiúscula, por se tratar de um substantivocomum, nome da planta referida por Gonçalves Dias.

d) Com inicial minúscula, por se tratar de um substantivo comvalor de adjetivo, a designar um time brasileiro de futebol.

e) Com inicial minúscula, por se tratar de um substantivopróprio, nome da planta referida na “Canção do exílio”.

58) (Unifesp/2003) Entre as figuras de sintaxe, como recursosque um autor emprega para obter maior expressividade, existea zeugma. Uma das formas de elipse, a zeugma consiste nasupressão de um vocábulo, já enunciado em frase anterior,por estar subentendido. No poema de Gonçalves Dias, azeugma ocorre apenas em

a) Sem qu`inda aviste as palmeiras.b) Em cismar, sozinho, à noitec) As aves, que aqui gorjeiam.d) Nossa vida mais amores.e) Nosso céu tem mais estrelas.

59) (Unifesp/2003) Nas falas “Minha terra tem Corinthians,onde canta o sabiá!” e “cada um tem um time que quiser!...”,da segunda tirinha, os vocábulos em destaques estabelecem,respectivamente, as relações sintático-semânticas de

a) nonector de oração adjetiva em relação a minha terra econector de oração adjetiva em relação a o time.

b) nonector de oração adverbial em relação a terra e conectorde oração adjetiva em relação a time.

c) nonector de oração adjetiva em relação a Corintians econector de oração adjetiva em relação a cada um.

d) nonector de oração adverbial em relação a Corintians econector de oração adverbial em relação a um.

e) nonector de oração adverbial de lugar em relação a minhaterra e conector de oração adjetiva em relação a cada um.

60) (Fuvest/2004) Compare o provérbio “Por fora bela viola,por dentro pão bolorento” com a seguinte mensagem

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publicitária de um empreendimento imobiliário:

Por fora as mais belas árvores.Por dentro a melhor planta.

a) Os recursos sonoros utilizados no provérbio mantêm-se namensagem publicitária? Justifique sua resposta.

b) Aponte o jogo de palavras que ocorre no texto publicitário,mas não no provérbio.

61) (Fuvest/2004)

I. Desespero meu: leitura obrigatória de livro indicado...II. Uma surpresa: tão bom, aquele livro!III. Nenhum aborrecimento na leitura.

a) Respeitando a sequência em que estão apresentadas astrês frases acima, articule-as num único período. Empregueos verbos e os nexos oracionais necessários à clareza, àcoesão e à coerência desse período.

b) Transcreva o período abaixo, virgulando-o adequadamente: A obrigação de ler um livro como toda obrigação indispõe-

nos contra a tarefa imposta mas pode ocorrer seencontramos prazer nessa leitura que o peso da obrigaçãodesapareça.

62) (Fuvest/2004)Conversa no ônibus

Sentaram-se lado a lado um jovem publicitário e umvelhinho muito religioso. O rapaz falava animadamente sobresua profissão, mas notou que o assunto não despertava omesmo entusiasmo no parceiro. Justificou-se, quasedesafiando, com o velho chavão:

— A propaganda é a alma do negócio.— Sem dúvida, respondeu o velhinho. Mas sou daqueles

que acham que o sujeito dessa frase devia ser o negócio.

a) A palavra alma tem o mesmo sentido para ambas aspersonagens? Justifique.

b) Seguindo a indicação do velhinho, redija a frase na versãoque a ele pareceu mais coerente.

63) (Fuvest/2002) Diálogo ultra-rápido

— Eu queria propor-lhe uma troca de ideias...— Deus me livre!

(Mário Quintana)

No diálogo acima, a personagem que responde: ? Deusme livre! cria um efeito de humor com o sentido implícito desua frase fulminante.

a) Continue a frase? Deus me livre!, de modo que apersonagem explicite o que estava implícito nessa frase.

b) Transforme o diálogo anterior em um único período,utilizando apenas o discurso indireto e conservando osentido do texto.

64) (Fuvest/2002)

“O que dói nem é a frase (Quem paga seu salário sou eu),mas a postura arrogante. Você fala e o aluno nem prestaatenção, como se você fosse uma empregada.”

(Adaptado de entrevista dado por uma professora.Folha de S. Paulo, 03/06/01)

a) A quem se refere o pronome você, tal como foi usado pelaprofessora?

Esse uso é próprio de que variedade linguística?b) No trecho como se você fosse uma empregada, fica

pressuposto algum tipo de discriminação social? Justifique sua resposta.

65) (Fuvest/2002) Estas duas estrofes encontram-se em Osamba da minha terra, de Dorival Caymmi:

Quem não gosta de sambaBom sujeito não é,é ruim da cabeçaou doente do pé.

Eu nasci com o samba,no samba me criei,no danado do sambanunca me separei.

a) Reescreva a primeira estrofe, iniciando-o com a fraseafirmativa Quem gosta de samba e fazendo as adaptaçõesnecessárias para que se mantenha a coerência dopensamento de Caymmi. Não utilize formas negativas.

b) Reescreva os dois primeiros versos da segunda estrofe,substituindo as formas nasci e me criei, respectivamente,pelas formas verbais correspondentes de provir e convivere fazendo as alterações necessárias.

66) (Fuvest/2001)

A gente via Brejeirinha: primeiro, os cabelos, compridos,lisos, louros-cobre; e, no meio deles, coisicas diminutas: acarinha não comprida, o perfilzinho agudo, um narizinho que-carícia. Aos tantos, não parava, andorinhava, espiava agora— o xixixi e o empapar-se da paisagem — as pestanas til-til.Porém, disse-se-dizia ela,pouco se vê, pelos entrefios: —“Tanto chove, que me gela!”

(Guimarães Rosa, “Partida do audaz navegante”, Primeira estórias)

a) Os diminutivos com que o narrador caracteriza apersonagem traduzem também sua atitude em relação aela. Identifique essa atitude, explicando-a brevemente.

b) “Andorinhava” é a palavra criada por Guimarães Rosa.Explique o processo de formação dessa palavra. Indiqueresumidamente o sentido dessa palavra no texto.

67) (Fuvest/2001) Leia o excerto, observando as diferentesformas verbais.

Chegou. Pôs a cuia no chão, escorou-a com pedras, matoua sede da família. Em seguida acocorou-se, remexeu o aió,tirou o fuzil, acendeu as raízes de macambira, soprou-as,inchando as bochechas cavadas. Uma labareda tremeu,elevou-se, tingiu-lhe o rosto queimado, a barba ruiva, os olhos

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azuis. Minutos depois o preá torcia-se e chiava no espeto dealecrim.

Eram todos felizes. Sinhá Vitória vestira uma saia larga deramagens. A cara murcha de sinhá Vitória remoçaria (...).

(...)A fazenda renasceria — e ele, Fabiano, seria o vaqueiro,

para bem dizer seria dono daquele mundo.(Graciliano Ramos, Vidas secas)

a) Considerando que no primeiro parágrafo predomina opretérito perfeito, justifique o emprego do imperfeito em “opreá torcia-se e chiava no espeto de alecrim”.

b) Explique o efeito do sentido produzido no excerto peloemprego do futuro do pretérito.

68) (Fuvest/2001)

Foto Sebastião Salgado, Lixão de SP

Meio ambiente– adotar uma cadeia produtiva amigado meio ambiente pode fazer muito bem tanto a sua

pessoa física quanto a sua pessoa jurídica.

a) Passe para o discurso indireto a frase “filho, um dia issotudo será seu”.

b) Considere a seguinte formação.c) Da associação entre frase “filho, um dia isso tudo será

seu” e a imagem fotográfica decorre um sentido irônico. A afirmação aplica-se ao anúncio? Justifique resumida-

mente sua resposta.

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