Termofosfatos Alterações Em Propriedades Químicas Em Um Latoss

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    BragantiaOn-line version ISSN 1678-4499

    Bragantia vol. 56 n. 1 Campinas 1997

    http://dx.doi.org/10.1590/S0006-87051997000100018

    VI. FERTILIDADE DO SOLO E NUTRIO DE PLANTAS

    TERMOFOSFATOS: ALTERAES EM

    PROPRIEDADES QUMICAS EM UM LATOSSOLOVERMELHO-ESCURO E EFICINCIA AGRONMICA(1)

    LEONARDO THEODORO BLL(2,3), SUMAYA LACERDA(2)e JLIO NAKAGAWA(2)

    RESUMO

    Visando avaliar as alteraes qumicas decorrentes da aplicao determofosfatos em solo tpico da regio dos cerrados e a eficinciaagronmica desses fertilizantes, realizou-se o presente trabalho, noperodo de novembro de 1993 a fevereiro de 1994, em casa devegetao telada, do Departamento de Cincia do Solo da Faculdade de CinciasAgronmicas/UNESP, em Botucatu (SP). Utilizaram-se vasos cermicos contendo 5 L de terra dacamada arvel de um latossolo vermelho-escuro lico, textura mdia, em trs cultivos sucessivos deplantas de alface. Os tratamentos, alm de um controle sem fsforo, foram constitudos poraplicaes ao solo de 200 mg/dm3de P na forma de superfosfato triplo (ST), termofosfato "YoorinMaster" em p (TMp) e granular (TMgr) e termofosfato "MG-Yoorin" em p (T). As disponibilidadesde fsforo, clcio e magnsio no solo com termofosfato granular foram superestimadas pela extraocom resina trocadora apresentando valores superiores s demais fontes, no compatveis com asconcentraes desses nutrientes no tecido foliar. O termofosfato magnesiano (T) proporcionou o

    maior acmulo de fsforo na parte area das plantas. A capacidade de neutralizao da acidez dosolo dos termofosfatos em p foi superior ao da forma granular. As diferenas no tamanho departculas, alterando sensivelmente a solubilidade do termofosfato granular, proporcionaramprodues de biomassa e ndice de eficincia agronmica dessa fonte inferiores queles obtidos comos termofosfatos em p.

    Termos de indexao:fertilizantes fosfatados, granulometria e ndice de eficincia agronmica.

    ABSTRACT

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    TERMOPHOSPHATE: CHANGES IN CHEMICAL PROPERTIES ON A DARK -RED LATOSOL AND AGRONOMIC EFFICIENCY

    Effects of thermal phosphates on a Dark Red Latosol chemical properties and their agronomicefficiencies were evaluated in a pot experiment with three consecutive lettuce crops, at the SoilScience Department/FCA-UNESP, Botucatu, State of So Paulo, Brazil. Treatments, along with acontrol check (without fertilizer), consisted of applications to soils of 200 mg P/dm3assuperphosphate, fine and coarse thermophosphate (with micronutrients) and thermophosphate-Mg.Soil samples were collected, for chemical anaylisis, from all pots before each lettuce transplantingand after last harvest. P, Ca and Mg soil availabilities after coarse thermophosphate dressing wereoverestimated by the ion exchange resin methodology. Coarse thermophosphate was not effective inreducing soil acidity, while fine thermophosphate increased soil pH value. Due to lower solubility,coarse thermophosphate applications resulted in lower lettuce yields and fertilizer efficiencies thanthose of fine thermophosphate.

    Index terms:phosphate fertilizers, granulometry and agronomic efficiency.

    1. INTRODUO

    Os solos sob vegetao de cerrado, principalmente os latossolos, apresentam limitaes de ordem qumica para oadequado crescimento das plantas, com destaque para os baixos teores de nutrientes e a elevada capacidade deadsoro de fosfato. A baixa eficincia das adubaes fosfatadas evidencia a necessidade de novos mtodos deadubao no que diz respeito a fontes, pocas de aplicao e localizao do adubo (Guimares et al., 1993).

    Visando aumentar a eficincia dos fertilizantes fosfatados, incluem-se componentes que concorram para diminuira fixao do fsforo solubilizado, como o caso dos silicatos (Hingston et al., 1968 e 1972; Sherman, 1969;Obihara & Russel, 1972). Esses compostos, por competirem com fosfatos nos stios de adsoro, contribuem paraa manuteno do P adsorvido em sua forma lbil. Uma alternativa seria a incluso de micronutrientes nosfertilizantes fosfatados que, por favorecerem o equilbrio nutricional, proporcionariam condies para maximizar oaproveitamento de fsforo pelas plantas.

    Fontes de fosfatos silicatados no Brasil so conhecidas como termofosfatos. Vrios estudos apontam a viabilidadetcnica de sua utilizao, principalmente em solos que apresentam condies adversas ao emprego dosfertilizantes tradicionais (Nakagawa et al., 1983; Yasuda, 1989; Morelli et al., 1991; Caceres et al., 1993; Nunes,1993).

    Desenvolveu-se este trabalho, visando avaliar as alteraes qumicas do solo e a eficincia agronmica determofosfatos, utilizando-se cultivos sucessivos de alface (Lactuca salivaL.) com a finalidade de verificar ocrescimento vegetativo em funo do teor de fsforo disponvel no solo.

    2. MATERIAL E MTODOS

    Foi utilizado um solo de ocorrncia generalizada nas regies dos "cerrados", classificado por Carvalho et al.(1983) como latossolo vermelho-escuro - textura mdia, Unidade Patrulha. Coletou-se terra na camada arvel,de 0 a 20 cm de profundidade, com as seguintes caractersticas qumicas, fsicas e mineralgicas: pH(CaCl2) 4,2;28 g de M.O./dm3; 2 mg de P/dm3extrado por resina; ctions trocveis e CTC, em mmolc/dm3, H++ Al3+: 57;K+: 0,4; Ca2+: 4; Mg2+: 4; CTC: 65,4; 12% de saturao por bases; areia: 500 g/kg; silte: 150 g/kg; argila: 350

    g/kg; umidade equivalente: 0,19 kg/kg; caolinita: 600 g/kg e gibbsita: 60-100 g/kg.O delineamento estatstico adotado foi o inteiramente casualizado, com trs repeties, obede- cendo aoesquema fatorial 3 x 5, sendo trs cultivos e cinco tratamentos. Os tratamentos, alm de um controle semaplicao de fsforo, foram constitudos por aplicaes ao solo de 200 mg/dm 3de fsforo utilizando as fontesrelacionadas no quadro 1.

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    O experimento foi realizado em casa de vegetao telada, em vasos cermicos com capacidade para 5 L de solo,tendo-se alface da variedade Elisa como planta-teste.

    As parcelas testemunhas e com superfosfato triplo receberam calcrio dolomtico (32% CaO, 18% MgO, PRNT =95%) em quantidades calculadas para atingir 75% da saturao por bases (Raij et al., 1992).

    O tratamento com superfosfato triplo recebeu por vaso, ainda, quantidades de micronutrientes correspondentesquelas fornecidas pelos termofosfatos "Yoorin Master" em p e granular: 68,6 mg H 3BO3; 299,1 mgZnSO4.7H2O; 46,2 mg MnSO4.H2O; 24,4 mg CuSO4e 1,8 mg Na2MoO4.2H2O.

    O calcrio foi aplicado ao solo com antecedncia de 30 dias e os demais fertilizantes, por ocasio do transplantedas mudas, na forma slida. Os micronutrientes do tratamento com superfosfato triplo, o cloreto de potssio (80mg K/dm3) bem como o sulfato de amnio foram aplicados em soluo no 1. oe 3.ocultivos e a uria, no 2.cultivo (60 mg N/dm3) em todos os tratamentos.

    O transplante das mudas referentes ao 1.ocultivo foi feito em 18/11/93 e a colheita em 21/12/93, sendo essesprocedimentos repetidos, respectivamente, no 2.ocultivo em 22/12/93 e 23/1/94 e no 3.ocultivo em 25/1/94 e23/2/94. Coletaram-se amostras de terra de todas as parcelas, antes de cada transplante e aps a ltimacolheita, para a determinao de fsforo extrado por resina trocadora de nions, pH em CaCl 2, acidez potencial eteores de clcio, magnsio e potssio trocveis, de acordo com Raij & Quaggio (1983).

    Nos trs cultivos, a colheita consistiu no corte da parte area das plantas rente ao solo, com remoo das razese devoluo da terra aos vasos. Avaliaram-se as produes da matria fresca e seca da parte area, da matriaseca de razes, a concentrao de nutrientes na parte area (Bataglia et al., 1983), o fsforo acumulado pelaparte area e o ndice de Eficincia Agronmica (IEA) dos termofosfatos testados.

    Calculou-se o IEA com base no diferencial de produo obtido entre os termofosfatos e o super-fosfato triplo,considerando-se tanto a produo total de matria seca como o fsforo acumulado pela parte area:

    IEA = produo com fosfato - produo sem P x 100produo com superfosfato triplo - produo sem P

    As anlises estatsticas foram executadas atravs do programa de computador ESTAT, segundo Banzato &Kronka (1989).

    3. RESULTADOS E DISCUSSO

    Fsforo solvel, bases trocveis e acidez do solo

    A extrao de fsforo por resina mostra comportamento semelhante dos termofosfatos de maior grau de finura,TMp e T, com disponibilidade de fsforo constante ao longo do perodo de cultivo e com teores sensivelmenteinferiores aos do termo-fosfato granular e do superfosfato triplo (Figura 1). As diferenas com o superfosfatotriplo (ST), principalmente na amostragem inicial, podem ser atribudas mais baixa solubilidade em gua dasfontes TMp e T (Malavolta, 1981). No confirmam os dados obtidos por Yasuda (1989) que, no entanto, aplicouo superfosfato triplo sem correo da acidez do solo, condio que certamente favoreceu a insolubilizao de

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    maior quantidade de fsforo. Brasil (1994), por outro lado, relata resultados semelhantes ao do presentetrabalho, quando comparou as fontes em um solo argiloso (710 g/kg de argila).

    Figura 1. Teores de fsforo no solo em quatro pocas de amostragem, em funo daaplicao de fertilizantes fosfatados (ST: Superfosfato Triplo; TMp: Termofosfato

    "Yoorin Master" em p; TMgr: Termofosfato "Yoorin Master" granular; T: Termofosfato"MG-Yoorin").

    O uso de fonte granular de termofosfato (TMgr), cuja composio qumica era idntica ao TMp e semelhante aoTM, resultou em teor de fsforo disponvel na 1. aamostragem de solo superior aos dois termofosfatos em p e aosuperfosfato triplo. Esse comportamento pode ser atribudo reduzida solubilidade dessa fonte em razo domaior tamanho de suas partculas, o que favoreceu a reduo nos processos de fixao pelo solo; na 2.a

    amostragem, o comportamento se manteve, mesmo aps um perodo de 30 dias de aplicao e crescimento dasplantas de alface.

    Entretanto, conforme indicam os mais baixos resultados de concentrao (Quadro 2) e acmulo (Quadro 3) defsforo na parte area das plantas, bem como da produo de biomassa ( Quadro 5), pode-se inferir que menora disponibilidade do fsforo na forma granular. Essas observaes sugerem, tambm, que a resina trocadora denions extrai fsforo do termofosfato granular de forma no condizente com o nvel realmente disponvel s

    razes dos vegetais. Resultados semelhantes foram obtidos por Guerrini et al. (1994), para plantas de eucalipto.

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    Ainda com relao ao termofosfato granular, verifica-se uma reduo nos teores de fsforo obtida nasamostragens de solo realizadas aos 60 e 90 dias, aps o 2. oe 3.ocultivos respectivamente (Figura 1). Medianteessa variao, supe-se que aps um perodo inicial de 30-45 dias de reao com o solo, haja um aumentogradativo na solubilidade de fsforo em funo dessa fonte, tornando-o mais assimilvel pela planta. Taisconsideraes podem ser confirmadas pelos resultados de concentrao e acmulo de fsforo na parte area dovegetal (Quadros 2 e 3).

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    A reduo gradativa nos teores de fsforo do tratamento ST pode ser atribuda principalmente perda desolubilidade do nutriente em razo de sua fixao pelo solo, a qual tende a se acentuar com o aumento do tempode contato. As duas fontes de termofosfato em p, por sua vez, apresentaram teores de fsforo no solopraticamente constantes durante toda a avaliao, em funo de uma taxa mais baixa de fixao, devida menor solubilidade de seu fsforo. Outro fator que pode ter concorrido para menor fixao se refere competio pelos mesmos stios de adsoro do solo entre o fosfato e o silicato presentes nestes produtos(Hingston et al., 1968 e 1972). Balden (1995) por sua vez, admite que o efeito favorvel do termofosfato sobreo aproveitamento de fsforo pela planta se deve mais sua capacidade de elevao de pH do solo. Com efeito,na figura 2, percebe-se que ambos os termofosfatos em p concorreram para elevar o pH do solo, inicialmente, semelhana do que ocorreu com os tratamentos que receberam calagem (controle e ST). O poder deneutralizao da acidez do solo por termofosfatos tem sido relatado freqentemente em trabalhos de Mello et al.(1981), Nakagawa et al. (1983), Yasuda (1989), Beltran (1994), Guerrini et al. (1994) e Balden (1995), sendoatribudo capacidade neutralizante do nion silicato, na forma de silicatos de clcio e de magnsio, presentes

    nesses fertilizantes. A aplicao do termofosfato granular, entretanto, no proporcionou variaes expressivas novalor pH do solo nas quatro amostragens realizadas, em razo talvez do maior tamanho de suas partculas.

    Figura 2. Valores de pH do solo em quatro pocas de amostragem, em funo daaplicao de fertilizantes fosfatados (ST: Superfosfato Triplo; TMp: Termofosfato

    "Yoorin Master" em p; TMgr: Termofosfato "Yoorin Master" granular; T: Termofosfato"MG-Yoorin").

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    A reduo nos valores de pH do solo e da saturao por bases do solo, verificada na amostragem inicial, decorrente da diminuio gradativa dos nveis de clcio e de magnsio (Figuras 3, 4e 5), alm da acidificaodevida ao uso de fertilizantes nitrogenados nos cultivos sucessivos.

    Figura 3. Teores de clcio trocvel no solo em quatro pocas de amostragem, em funoda aplicao de fertilizantes fosfatados (ST: Superfosfato Triplo; TMp: Termofosfato

    "Yoorin Master" em p; TMgr: Termofosfato "Yoorin Master" granular; T: Termofosfato"MG-Yoorin").

    Figura 4. Teores de magnsio trocvel no solo em quatro pocas de amostragem, emfuno da aplicao de fertilizantes fosfatados (ST: Superfosfato Triplo; TMp:

    Termofosfato "Yoorin Master" em p; TMgr: Termofosfato "Yoorin Master" granular; T:Termofosfato "MG-Yoorin").

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    Figura 5. Porcentagem de saturao por bases no solo em quatro pocas deamostragem, em funo da aplicao de fertilizantes fosfatados (ST: Superfosfato

    Triplo; TMp: Termofosfato "Yoorin Master" em p; TMgr: Termofosfato "Yoorin Master"granular; T: Termofosfato "MG-Yoorin").

    A figura 3mostra que foram praticamente semelhantes as variaes nos nveis de clcio troc-vel do solo

    proporcionadas pelos dois termofosfatos em p. O termofosfato granular acompanhou o comportamento dotratamento com superfosfato triplo, pois ambos apresentaram, na 1. ae 2.aamostragens, teores de clciotrocvel no solo superiores aos demais tratamentos. A superioridade do tratamento ST em relao ao controlepode ser atribuda ao clcio oriundo da aplicao do superfosfato triplo, contendo cerca de 20% de CaO(Malavolta, 1981), uma vez que foram idnticas as quantidades de calcrio aplicadas ao solo para ambos ostratamentos.

    Com relao aos teores de magnsio trocvel do solo, excetuando-se o controle na 1. aamostragem, as variaesobservadas entre os tratamentos foram praticamente as mesmas daquelas com o clcio (Figura 4).

    Quanto porcentagem de saturao por bases do solo (Figura 5), foi semelhante o comportamento dos trstermofosfatos, independentemente do grau de finura. Comparando esses dados com aqueles referentes aosvalores de pH (Figura 2) verifica-se que, exceo da ltima amostragem, os valores de pH do solo dotratamento com termofosfato granular esto bem menores do que seria esperado obter com os valores de

    saturao por bases atingidos.A baixa relao entre os ndices de pH e porcentagem de saturao por bases no solo observada no tratamentocom termofosfato granular pode ser atribuda a dois fatores interrelacionados. A extrao de clcio e magnsiodos grnulos de termofosfato pela resina, a exemplo do ocorrido com o fsforo, mostrou-se superior realsolubilizao no solo, contribuindo para aumentar o valor calculado do ndice de saturao por bases. Por outrolado, a forma granular deve ter impedido que os silicatos de clcio e de magnsio contidos nesse materialreagissem na mesma intensidade que as partculas mais finas dos termofosfatos em p, reduzindo em muito asua capacidade neutralizante da acidez.

    Absoro de nutrientes e produo de biomassa

    Na mdia dos trs cultivos, as plantas tratadas com termofosfato magnesiano em p(T) apresentaram a maiorconcentrao foliar de fsforo, estatisticamente superior dos demais produtos. As variaes na concentraofoliar de fsforo por ocasio de cada cultivo mostram uma evoluo no aproveitamento desse nutriente resultantedo termofosfato granular. Os dados referentes ao acmulo de fsforo na parte area (Quadro 3) confirmam essatendncia, e esto de acordo com a reduo nos nveis de fsforo no solo com os cultivos sucessivos ( Figura 1).

    As variaes nas concentraes de clcio e de magnsio no tecido foliar mostram, semelhana do ocorrido como fsforo, menores teores mdios para o termofosfato granular, evidenciando uma vez mais a menor solubilidadeda fonte granular, principalmente quando da comparao dentro de cada cultivo. Observa-se, porm, elevao naconcentrao desses dois ctions nas plantas no 3.ocultivo, caracterizando um real aumento de quantidadeabsorvida (Quadro 2).

    As concentraes foliares de cobre e zinco do tratamento TMp foram superiores ao termofosfato granular, queapresenta a mesma concentrao de micronutrientes que a fonte TMp; essas diferenas podem ser atribudas maior solubilidade do termofosfato enriquecido com micronutrientes na forma de p, favorecendo a absoro

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    pelas plantas. Entretanto, a granulometria no proporcionou diferenas na concentrao foliar de boro (Quadro2).

    A reduo nas mdias de produo de biomassa observada no 3.ocultivo (Quadro 4) pode ser relacionada reduo do pH (Figura 2) e menor disponibilidade de fsforo, clcio e magnsio no solo ( Figuras 1, 3e 4), comoconseqncia da extrao pelos cultivos sucessivos.

    Observa-se que, independentemente das menores concentraes foliares de micronutrientes, o termofosfatomagnesiano (T) proporcionou produo de biomassa equivalente ao termofosfato em p (TMp) e ao tratamentocom superfosfato triplo (ST), que receberam suplementao com micronutrientes.

    O termofosfato granular (TMgr), como conseqncia da diferena de solubilidade em relao s demais fontesfosfatadas, apresentou produo de biomassa bastante inferior s demais fontes, sobretudo no 1. ocultivo.

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    Resultados semelhantes foram obtidos por Brasil (1994) para plantas de caupi, embora o mesmo no tenhaocorrido para o arroz.

    No quadro 5, observa-se que a fonte granular de termofosfato (TMgr) apresentou valores de ndice de EficinciaAgronmica (IEA) muito inferiores s fontes na forma de p, mostrando que o produto com maior tamanho departculas foi menos eficaz tanto no acmulo de fsforo pela planta como na produo total de biomassa,confirmando os resultados de Stefanuti (1991), Kaminski et al. (1992), Rheinheimer et al. (1992) e Brasil(1994).

    O fsforo acumulado na parte area das plantas relacionou-se estreitamente com a produo, exceo feita aosdados relativos ao termofosfato magnesiano (T).

    4. CONCLUSES

    1. A forma granular do termofosfato proporcionou os mais baixos efeitos imediatos sobre a pro- duo debiomassa e sobre os teores foliares de P, Ca e Mg nas plantas de alface.

    2. Por proporcionar as maiores extraes de P, Ca e Mg do solo tratado com o termofosfato granular, o mtododa resina mostrou-se pouco eficiente para avaliar a disponibilidade dos nutrientes.

    3. A forma granular de termofosfato apresentou menor poder de neutralizao da acidez do solo do que a formaem p.

    4. As produes de biomassa e os ndices de Eficincia Agronmica (IEA) proporcionados pelos termofosfatos emp e superfosfato triplo equivaleram-se e foram superiores queles obtidos com a forma granular determofosfato.

    5. O acmulo de P nas folhas nem sempre se relacionou com o aumento da biomassa da alface.

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    (1) Trabalho apresentado no XXV Congresso Brasileiro de Cincia do Solo, Viosa (MG), 23-29 de julho de 1995.Recebido para publicao em 13 de junho de 1995 e aceito em 3 de dezembro de 1996.

    (2) Departamento de Cincia do Solo, FCA/UNESP, Caixa Postal 237, 18603-970 Botucatu (SP).

    (3) Com bolsa de produtividade cientfica do CNPq.

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