Teoria Keynesiana John Maynard Keynes

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Pontifícia Universidade Católica de São Paulo FEA Departamento de Economia Curso de Economia. 1º semestre de 2014. Teoria Macroeconômica I A teoria econômica de John Maynard Keynes Prof. Dr. Flávio Mesquita Saraiva John Maynard Keynes (1883-1946)

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  • Pontifcia Universidade Catlica de So Paulo

    FEA Departamento de Economia Curso de Economia. 1 semestre de 2014.

    Teoria Macroeconmica I

    A teoria econmica de John Maynard Keynes

    Prof. Dr. Flvio Mesquita Saraiva

    John Maynard Keynes (1883-1946)

  • Introduo teoria macroeconmica keynesiana Prof. Dr. Flvio Mesquita Saraiva

    1. John Maynard Keynes (1883-1946)

    2. Formao terica: teoria econmica marginalista e neoclssica (ortodoxia neoclssica). O rompimento terico e a crtica keynesiana aos economistas clssicos e Lei de Say.

    3. Realidade Scio-Econmica: perodo entre-Guerras e expanso capitalista da dcada de 1920 interrompida pela crise da dcada de 1930.

    4. A proposio de uma nova causalidade terica.

    5.A teoria econmica keynesiana e a poltica econmica keynesiana.

    6. As principais obras de Keynes:

    The economic consequences of the peace (1919). Treatise on probability (1921). The economic consequences of Mr Churchill(1925). A short view of Russia (1925) The end of laissez faire (1926). Treatise on money (1930). Essays in pesuassion (1931). Commemoration of T.R. Malthus (1935). General theory (1936).

    . 2

  • Introduo teoria macroeconmica keynesiana Prof. Dr. Flvio Mesquita Saraiva

    7. Algumas Observaes fundamentais: O problema poltico da humanidade consiste em combinar trs coisas:

    eficincia econmica, justia social e liberdade individual. A verdadeira dificuldade no est em aceitar idias novas, mas em

    escapar das velhas idias A longo prazo, todos estaremos mortos Por conseguinte, ao passo que a ampliao das funes estatais, implcita

    na tarefa de ajustar a propenso a consumir ao incentivo a investir, pareceria a um publicista do sculo XIX ou a um financista norte-americano contemporneo um esbulho espantoso do individualismo, eu a defendo, ao contrrio, no s como o nico meio praticvel de evitar a destruio total das formas econmicas existentes, em seu conjunto, mas tambm como a condio do funcionamento satisfatrio da iniciativa individual

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  • 1. At a grande Depresso da dcada de 1930, a grande maioria dos economistas (sculo XIX e XX) clssicos (1) supunham que o sistema de mercado iria garantir o pleno-emprego dos recursos da economia. Segundo Keynes uma obra que sintetiza a teoria clssica do emprego o livro Theory of unemployment publicada em 1933 de Arthur Cecil Pigou (1877-1959)

    2. Segundo esses economistas poderiam ocorrer circunstncias anormais como guerras, distrbios polticos, secas, ataques especulativos e grande demanda de ouro desviando a economia da posio de pleno-emprego. Mas, tais desvios seriam ajustados automaticamente pelo sistema de preos, salrios e juros vigentes na economia e, logo se restauraria o nvel de pleno-emprego.

    (1) Como por exemplo: David Ricardo, Jean Baptiste Say, John Stuart Mill, F. Y. Edgeworth, Alfred Marshall e A . C. Pigou.

    O contexto terico para o surgimento da

    Teoria Keynesiana.

  • O contexto terico para o surgimento da

    Teoria Keynesiana.

    3. O esquema clssico funcionaria da seguinte forma: uma queda nos

    nveis de produo e emprego reduziria preos, salrios e taxas de juros. Preos menores aumentariam os gastos em consumo, salrios menores aumentariam o emprego, e taxa de juros menores estimulariam os gastos de investimentos. Qualquer excesso de oferta de bens e trabalhadores logo seria eliminado.

    4. Esses economistas negavam a possibilidade de insuficincia da demanda de longo prazo, um nvel de gasto insuficiente para comprar toda a produo de pleno-emprego. O corolrio por trs desse raciocnio a famosa Lei de Say (Jean Baptiste Say - sculo XIX) que diz : Toda oferta cria sua prpria demanda.(1)

    (1) A Lei de Say representa a noo de que todo ato de produo de bens gera uma quantidade de renda igual ao valor de bens produzidos.

  • Caractersticas de Revoluo keynesiana

    1. A histria da teoria macroeconmica comea em 1936, com a publicao da

    Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda de Keynes.

    2. A Grande Depresso da dcada de 1930 no foi apenas uma catstrofe

    econmica mas tambm um fracasso intelectual para os economistas

    vinculados ao mainstream. Poucos economistas teriam uma explicao

    coerente e completa sobre a depresso, sua profundidade e abrangncia e

    de sua durao. A poltica econmica tomada pela administrao Roosevelt

    no New Deal basearam-se mais em aspectos prticos do que na teoria

    econmica. A Teoria Geral do Emprego dos Juros e da Moeda oferecia uma

    interpretao dos fatos, um marco intelectual e um claro argumento a favor

    da interveno do Estado.

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  • Caractersticas de Revoluo keynesiana

    3. Como a riqueza das naes de Adam Smith no sculo XVIII, e o capital de Karl Marx no sculo XIX,

    a Teoria Geral de Keynes foi o centro da

    controvrsia entre escritores profissionais e no

    profissionais. O livro de Smith um vibrante repto

    ao mercantilismo, o livro de Marx uma crtica

    demolidora ao capitalismo e o livro de Keynes um

    repdio dos fundamentos do laissez faire Dillard, D. (1982).

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  • 4. O eixo da Teoria Geral de Keynes era o destaque para a

    demanda efetiva, que atualmente denominamos demanda

    agregada. Segundo Keynes, a demanda agregada a curto

    prazo determina o volume de produo. Esse papel da

    demanda efetiva um contraponto muito importante ao

    modelo clssico e leva necessariamente a reflexo dos

    determinantes dos componentes da demanda efetiva.

    5. Os precursores do princpio da demanda efetiva foram

    Sismonde de Sismondi (1773-1842) e Thomas Robert

    Malthus (1766-1834). Frase de Keynes sobre a

    economia poltica inglesa.

    Caractersticas de Revoluo keynesiana

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  • 6. No processo de anlise da demanda efetiva, Keynes

    introduziu muitos dos elementos amplamente utilizados

    pela macroeconomia moderna: o multiplicador do

    investimento, elementos para a determinao da

    demanda de moeda, a preferncia pela liquidez; a

    importncia das expectativas no consumo e investimento,

    a idia do instinto animal(que inclui mudanas nas

    expectativas e constitui-se em importante fator a explicar

    as variaes na demanda e na produo).

    Caractersticas de Revoluo keynesiana

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  • 7. A Teoria Geral do Emprego, dos Juros e da Moeda era muito

    mais que um tratado para economistas. O texto tinha claras

    implicaes para a poltica econmica e estava em sintonia

    com a poca em que foi escrito. Era irresponsvel esperar

    que a economia retornaria ao seu nvel natural por s s

    durante a dcada de 1930. No meio de uma depresso seria

    equivocado e perigoso equilibrar o oramento. O uso ativo

    da poltica fiscal resultaria em um retorno da economia a

    um elevado nvel de renda e emprego. A partir da

    abordagem keynesiana a poltica econmica implantada

    pelos governos cresce de importncia, bem como, o

    compromisso do Estado com a manuteno de elevados

    nveis de renda e emprego.

    Caractersticas de Revoluo keynesiana

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  • Abordagem Keynesiana e suas caractersticas.

    Sub-utilizao de fatores produtivos como norma em uma economia capitalista. Primazia da demanda agregada na

    determinao da utilizao da capacidade produtiva.

    Interao coevolutiva entre oferta e demanda ao longo do tempo e influncia da demanda agregada sobre a dinmica

    da capacidade produtiva.

    A influncia da demanda agregada sobre a trajetria de crescimento econmico. Aspectos de longo prazo.

  • Abordagem Keynesiana:

    Princpio da Demanda Efetiva (PDE)

    Natureza especulativa e, portanto, expectacional, da atividade produtiva em um economia capitalista: os

    produtores decidem sobre o quanto produzir, mas no

    sobre o quanto vender e ganhar

    A atividade produtiva ela prpria sujeita incerteza, posto que a capacidade de vender toda e qualquer quantidade

    produzida no est previamente assegurada -- e nem

    assegurvel.

    Primazia das decises de gasto na determinao das variveis reais (produto/renda e emprego)

  • Abordagem Keynesiana:

    Princpio da Demanda Efetiva (PDE)

    Dada a produo potencial, a produo efetiva determinada pela demanda esperada. Pode-se afirmar que a produo

    efetiva depende da demanda que se espera ser a efetiva.

    Inexistncia de mecanismos de coordenao dos processos de gasto e produo capazes de tornar o nvel de demanda efetiva

    necessariamente suficiente para garantir a plena ocupao dos

    fatores produtivos.

    Investimento como elemento fundamental da demanda efetiva. A deciso de investimento sujeita a fatores

    instveis.

  • Abordagem Keynesiana:

    Derivao do PDE na Teoria Geral (1936)

    Preo de oferta agregada (associado a um determinado nvel de emprego) (POA): expectativa de receita (custo de fatores + lucros)

    que justifica a contratao daquele nvel de emprego => funo de

    oferta agregada

    Preo de demanda agregada (PDA): expectativa de receita que se espera obter com a contratao do nvel de emprego

    correspondente => funo de demanda agregada

    Ponto de demanda efetiva: POA = PDA

    Lei de Say: PDA sempre se acomoda ao POA

  • Abordagem Keynesiana:

    PDE como anttese da Lei de Say.

    Lei de Say: demanda e oferta agregadas so iguais para todo e qualquer nvel de emprego, com a causalidade indo da oferta

    para a demanda.

    Um ato individual de oferta engendra um ato individual de demanda equivalente, de maneira a gerar uma demanda

    agregada suficiente para absorver a oferta agregada que a

    engendrou.

    Logo, competio faz com que o nico limite expanso lucrativa do produto seja o pleno emprego dos fatores de

    produo que esto em pleno emprego.

  • Abordagem Keynesiana:

    PDE e efeito da flexibilidade salarial

    Na derivao do PDE, o salrio nominal tomado como dado por conta de um recurso analtico baseado em

    observaes da realidade. Inoperncia dos mecanismos

    convencionais de reduo salarial

    Flexibilidade salarial no garante a promoo do pleno emprego, podendo mesmo agravar o problema de

    insuficincia de demanda efetiva

  • Abordagem Keynesiana: Implicaes do PDE

    No se segue da determinao das variveis reais pelo PDE que a demanda efetiva ser necessariamente insuficiente para gerar a

    plena ocupao dos fatores produtivos, mas, segue-se, sim, que a

    demanda efetiva no ser necessariamente suficiente para gerar a

    plena ocupao dos fatores produtivos.

    O investimento, porquanto dependente de expectativas relativas a um futuro incerto, no ser necessariamente elevado o suficiente

    para gerar a demanda efetiva de pleno emprego.

  • Abordagem Keynesiana: implicaes do PDE.

    Inexistncia de valores "naturais" dos nveis de produto e emprego para os quais os valores efetivos dessas variveis so

    irresistivelmente atrados

    Nveis de produto e emprego correspondentes plena utilizao da capacidade produtiva no operam como "atratores naturais" dos

    valores correntes dessas variveis

    Capacidade produtiva por vir a ser a restrio relevante, mas sua dinmica no governada exclusivamente por fatores em nvel de

    oferta

  • Teoria econmica keynesiana e o princpio da procura efetiva.

    O ponto de partida lgico da teoria do emprego de Keynes, o princpio da demanda efetiva. O pleno emprego depende da procura agregada e o desemprego o resultado de uma carncia de

    procura agregada. A procura efetiva se manifesta pelo gasto do rendimento. Quando o emprego

    aumenta, aumenta o rendimento. um princpio fundamental que quando o rendimento real de

    uma comunidade aumenta, aumentar tambm o consumo, porm menos que o rendimento. Em

    consequncia, para que haja uma procura suficiente para manter um aumento de emprego tem que

    haver um aumento no investimento real igual diferena entre o rendimento e a procura de

    consumo originada desse rendimento. Em outras palavras, o emprego no pode aumentar a no

    ser que aumente o investimento. Essa a viga mestra do princpio da procura efetiva

    DILLARD,D. A teoria econmica de John Maynard Keynes, So Paulo, Pioneira Editora, 1982.

    De acordo com Keynes, o empresrio toma sua deciso de quantos trabalhadores contratar e de quanto produzir com base em quanto ele espera vender. Para o autor, o empresrio se defronta

    com duas curvas virtuais que ele denomina de:

    i. Oferta Agregada: a renda necessria para o empresrio oferecer determinado volume de emprego;

    e

    ii. Demanda Agregada: a renda que o empresrio espera receber por ofertar determinado volume de

    emprego.

    Lopes, l.M. e VASCONCELLOS, M.A.S. Manual de Macroeconomia: bsico e intermedirio, So Paulo,

    Atlas, 2010.

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  • Modelo original de despesa agregada e a refutao da Lei de Say.

    N1 N2

    Receita ou rendimentos

    E

    Z

    D e

    DD: Curva de procura agregada: a receita

    ou rendimentos (P) que se espera obter

    do volume de produo alcanado com

    quantidades variveis de emprego (N)

    ZZ: Curva de oferta agregada: A receita

    ou rendimentos (P) que bastaro para

    induzir certas quantidades de emprego

    (N).

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    D

    Z

    - - - ----- -- - ------ - - - - - P

    0 Emprego

  • Teoria econmica keynesiana: conceitos fundamentais e sua

    aplicao para uma economia fechada e sem governo.

    1. Os conceitos de investimento e poupana. O duplo carter do

    investimento: gerao de renda e aumento da capacidade

    produtiva.

    2. Consequncias dos investimentos sobre a renda e o consumo:

    a propenso marginal a consumir (C/Y) e a propenso

    marginal a poupar (S/ Y).

    3. Os conceitos de propenso mdia a consumir (C/Y) e

    propenso mdia a poupar (S/Y). A relao entre propenso

    mdia e propenso marginal.

    4. Diferenas fundamentais entre o modelo keynesiano e o

    modelo neoclssico.

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  • A propenso marginal a consumir e o multiplicador do

    investimento

    5. Definio de multiplicador do investimento:

    Quando a propenso a consumir um dado, existir

    uma razo definida entre qualquer aumento na renda

    (Y) e qualquer aumento dado no investimento (I).

    Esta razo se chama multiplicador do investimento

    (k) e igual, sujeita a certas condies, ao

    multiplicador do emprego (k).

    6. O multiplicador do investimento pode ser

    representado da seguinte forma:

    Y/ I = k

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  • A propenso marginal a consumir e o multiplicador do

    investimento

    7. Algumas identidades fundamentais:

    Y = C + S ou Y = C + I

    (C/Y) + (S/ Y) =1

    PMg.C = C/ Y 1

    PMg.P = 1 - C/ Y

    k = 1/(1 - PMg.C) ou k= 1/(Pmg.P)

    8. Quanto maior a propenso marginal a consumir,

    maior ser o efeito multiplicador.

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  • Ilustrao do Efeito Multiplicador

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  • Funo Consumo: representao da propenso marginal a

    consumir com consumo autnomo.

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    C0

    Y

    C

    c = PMgC = C/Y = Propenso Marginal a Consumir C

    Y

    C = C0 + PmgC x Y

    ou

    C = C0 + cY

  • 26

  • 27

  • 28

  • Observao fundamental

    9. O investimento em um perodo de longo prazo baseado

    em frgeis expectativas sobre o futuro. Isso torna o

    investimento muito diferente do consumo. As decises

    sobre o investimento so errticas e emocionais e os

    riscos associados a isso so muito elevados. Como

    resultado, os tomadores de decises de investimento

    tendem a realizar subinvestimento ou superinvestimento.

    Tal constatao tem impactos sobre a formulao das

    polticas monetria e fiscal.

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  • O conceito de eficincia marginal do Capital

    1. Eficincia marginal do capital: a razo entre dois elementos, rendimentos

    esperados de um bem produtor de renda e preo de oferta ou custo de

    reposio do bem que constitui a fonte de rendimentos previstos (rendimento

    que uma empresa espera obter da venda da produo de seus bens de

    capital). Normalmente estes rendimentos assumem a forma de um fluxo de

    renda em dinheiro num determinado perodo de tempo.

    2. Se expressarmos estes rendimentos pela letra Q podemos representar este

    raciocnio por Q1, Q2, Q3.....Qn que so os fluxos de renda ao longo de alguns

    anos.

    3. Keynes define EMgK como igual taxa de desconto que tornaria o valor atual da srie de anuidades, dada pelos rendimentos esperados do bem de capital,

    durante o tempo de sua vida, igual ao seu preo de oferta.

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  • O conceito de eficincia marginal do Capital

    4. No Dicionrio de Economia de Paulo Sandroni encontramos a seguinte definio: significa a taxa de desconto que torna o valor presente dos rendimentos lquidos esperados de um

    ativo de capital igual ao seu preo de oferta, supondo no haver elevao no preo de

    oferta do ativo considerado.

    5. Podemos representar o conceito da seguinte forma:

    Preo de oferta = Q1 / (1 + rm) + Q2 / (1 + rm ) 2 + Q3 / (1 + rm )

    3 + Qn /(1 + rm ) n

    6. A letra Q representa os rendimentos que se esperam nos distintos anos e rm a eficincia

    marginal do capital ou taxa de desconto. Os valores de Q no so necessariamente

    idnticos para cada ano.

    Faz-se necessrio calcular os rendimentos futuros em valores presentes, ou seja, o termo Q1 / (1 + rm) representa o valor atual do rendimento ou anuidade a receber ao fim do

    primeiro ano, descontado taxa rm. O termo Q2 / (1 + rm )2 representa o valor atual do

    rendimento esperado ou anuidade a receber ao final do segundo ano, descontado

    tambm taxa de rm . Exemplos numricos podem ilustrar as expresses acima.

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  • O conceito de eficincia marginal do Capital

    7. Podemos ilustrar o significado da eficincia marginal do capital com o seguinte exemplo. Suponhamos que

    uma empresa planeje a construo de um empreendimento que se espera que renda US$ 2.200 no final

    de um ano e US$ 4.840 no final de dois anos, considerado por hiptese o prazo final para obteno de

    rendimento. Se o preo de oferta deste bk US$ 6.000, sua EMgK de 10%, pois esta taxa a taxa que

    igualar o valor dos rendimentos futuros ao preo de oferta corrente. Com 10% o valor presente de US$

    2.200 descontado por um ano mais US$ 4.840 descontados por dois anos d uma soma de US$ 6.000 que

    o preo de oferta corrente.

    US$ 6000 = US$ 2.200/1,10 + US$ 4.840/1,21.

    8. No podemos esquecer que os numeradores destas fraes so os rendimentos esperados, enquanto os

    denominadores so definidos como eficincia marginal do capital ou eficcia marginal do capital.

    importante destacar que se o preo de oferta fosse maior do que US$ 6.000 ou se os rendimentos fossem

    menores do que os nmeros acima a taxa de desconto que iguala os dois membros da equao seria

    obrigatoriamente diferente.

    9. Se fizermos a suposio de que 10% a taxa mais elevada de rendimento que se espera obter

    podemos comparar esta taxa com a taxa de juros. No exemplo anterior, se a taxa de juros for inferior a

    10%, a inverso ou investimento valeria a pena. Os indivduos com dinheiro para investir podem obter

    maiores retornos com investimento do que emprestando ou aplicando seu dinheiro a juros.

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  • O conceito de eficincia marginal do Capital

    10. O preo de oferta no deve ser confundido com o preo de mercado do bem de capital.

    O preo de oferta seria equivalente ao custo de reposio, ou a quantidade suficiente para

    induzir o empresrio a produzir uma unidade adicional desse capital.

    11. Keynes tambm apresenta o conceito de preo de procura de um bem de capital. O

    preo de procura consiste na soma dos rendimentos futuros esperados descontados taxa

    corrente de juros. Neste sentido, o preo de procura de um bem de capital seu

    verdadeiro valor presente, o que vale no mercado. De maneira resumida podemos

    apresentar as duas definies:

    12. Preo de demanda do investimento = soma dos rendimentos previstos descontados

    taxa de juros corrente.

    PdI = Rn/(1 + r)n , onde:

    PdI = preo de demanda do investimento

    Rn = receita esperada no perodo n

    r = taxa real de juros

    Com uma taxa de juros de 5% e utilizando o exemplo anterior, temos a seguinte seqncia:

    US$ 6485,26 = US$ 2.200/1,05 + US$ 4.840/(1,05)2 = US$ 2095,23 + US$ 4390,02

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  • O conceito de eficincia marginal do Capital

    13. Preo de oferta do investimento = soma dos rendimentos previstos descontados pela

    eficcia marginal do capital.

    14. O Preo de procura maior quanto menor for a taxa de juros a que se desconta. Portanto,

    quanto menor for a taxa de juros, maior ser o nmero de bens de capital para os quais o

    preo de procura exceder o preo de oferta, e maior ser volume de investimento em

    novos bens de capital. O investimento em bens de capital se mostrar

    lucrativo desde que o preo de oferta esteja abaixo do preo de procura

    ou demanda.

    15. A partir daqui, alguns aspectos merecem destaque:

    O investimento ser levado ao ponto que EmgK iguale a taxa de juros. As duas taxas so determinadas por diferentes mecanismos.

    Com o aumento do investimento, a EmgK tende a diminuir por duas razes: alteraes no preo do produto ofertado; possvel aumento de preos ocasionado pela presso de

    demanda sobre o setor de bens de capital.

    Duas variveis fundamentais influenciam o investimento: taxa de juros e expectativas.

    Os fatos e o estado de confiana so fundamentais.

    A importncia do mercado financeiro e das expectativas.

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  • 36

  • Bibliografia Bsica e sites para pesquisa.

    DILLARD, D. - A Teoria Econmica de John Maynard Keynes. 4. Edio. So Paulo: Ed.

    Pioneira, 1982.

    HANSEN, A. Um guia para Keynes, So Paulo, Vrtice Universitria, 1987.

    KEYNES, J. M. Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda. So Paulo, Editora Abril

    Cultural, 1983.

    MIGLIOLI, J. Acumulao de Capital e Demanda Efetiva. So Paulo: T.A. Queiroz, 1981.

    PREBISCH, R. Keynes: uma introduo. So Paulo: Editora Brasiliense, 1991.

    SCHWARTZ, G. John Maynard Keynes um conservador autocrtico. So Paulo, Brasiliense, 1984.

    SICSU, J. e VIDOTTO,C. (Orgs.). Economia do desenvolvimento: teoria e polticas

    keynesianas, Rio de Janeiro, Elsevier, 2008.

    http://www.hetecon.com/

    http://www.levyinstitute.org/

    http://www.ppge.ufrgs.br/akb/

    http://www.postkeynesian.net/

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