TEORIA E PRÁTICA A CAMINHO DA INCLUSÃO NA EDUCAÇÃO … · TEORIA E PRÁTICA A CAMINHO DA...
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TEORIA E PRÁTICA A CAMINHO DA INCLUSÃO
NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
Francine Rodrigues Soares1
Cleusa Medina C. Alves (O)2
Resumo:A Educação Física Escolar (EFE) nos permite investigar diferentes aspectos de nossa prática profissional e esta tem o papel de integrar, de introduzir o aluno na cultura corporal de movimento, formando o cidadão que vai produzir e transformar um instrumento para usufruir na sua vida em melhoria da qualidade de vida e assim integrando ele não só, com seu corpo, mas ele junto aos outros, respeitando seus limites, interesses e diferenças. Tais conhecimentos os levem a ser cidadãos mais flexíveis e não instrumentos de exclusão e discriminações (DARIDO,2006). A Educação Física Adaptada (EFA) é uma das vertentes que permite trabalhar com os conceitos de desenvolvimento global do ser, possibilitando as pessoas que tem acesso e oportunidade escassa de realizarem aulas de EF. Desse modo, nossa intenção, após demonstrar a investigação realizada, o aprofundamento do tema, apresentando uma síntese dos pontos principais que os profissionais de Educação Física precisam conhecer como: Parâmetros Curriculares Nacionais e Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional; Algumas mudanças da Educação Física Escolar; A Educação Física como Componente Curricular; Realidade x Prática; Integração x Inclusão. Assim entendemos necessário o conhecimento das matérias atinentes aos profissionais. Neste contexto, como parte atuante nas aulas de EFE e em virtude das dificuldades por mim encontrada, na utilização e aplicação dos conceitos teóricos em minha prática profissional, decidi analisar o cotidiano nas escolas. O objetivo dessa pesquisa foi verificar o cotidiano das aulas de EFE no Ensino Fundamental, procurando identificar e encontrar respostas sobre a atuação dos professores sobre a prática inclusiva. Participaram da pesquisa 10 professores atuantes em Escolas Estaduais e Particulares (7° e 8° anos) que ministram aulas nas cidades de Bauru e São Carlos em diferentes escolas sendo cinco professores da rede Estadual da cidade de São Carlos e cinco da rede Particular da cidade de Bauru, o local da coleta foi escolha do entrevistado que escolheram como a escola e residência. Utilizamos uso de revisão bibliográfica (Lakatos e Marconi, 2001) e entrevistas semi-estruturadas (Negrine, 1999). Com a finalidade de analisar a vivência dos professores foram coletados depoimentos por intermédio de entrevista semi-estruturada dos envolvidos (Anexo). Nos aproximamos de algumas considerações que passamos a relatar: nos depoimentos constatou que a prática vem sendo desenvolvida diferente do que a teoria, evidenciando um despreparo dos professores para lidar com a diferença. As trajetórias identificadas revelam que o nível de conhecimento específico os professores são limitados, diante dos resultados a totalidade dos professores, afirmam que possuem alunos com necessidades educacionais, mas (90%) buscam estratégias e subsídios para melhorar sua atuação reconhecendo a necessidade de um trabalho diferente que consiga englobar a todos, para tentar este feito 90% dos entrevistados. Pensando na melhora da qualidade de ensino sugerimos uma reestruturação
1 Professora de Educação Física da Rede Particular de Ensino na cidade de Bauru/SP, e aluna da II Turma do Curso de Especialização em Educação Física Escolar (lato sensu) do DEFMH/UFSCar.2 Professora Assistente do Departamento de Educação Física da Faculdade de Ciências da UNESP,Campus Bauru..
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dos programas de formação e uma capacitação para os profissionais que já atuam no Ensino Fundamental.
Palavras Chaves: Educação Física Escolar, Inclusão, Atuação Profissional; Educação Física Adaptada
INTRODUÇÃO
As afirmações que vêm de trás de cada aceitação ou rejeição das diferenças carrega uma
concepção de mundo, de sociedade, homem e mulher de cada momento de sua história. Nas suas
palavras Marques, (2001, p.68) “ser diferente não significa ser o oposto do normal, mas apenas
ser diferente”. O que deveria ser na prática o respeito pelo outro e não julgar pela diferença e sim
aprender com ela.
Quando pensamos em educação lembramos da famosa frase: “Educação direito de todos”.
A declaração do Direito à Educação é particularmente detalhada na Constituição Federal da
República Federativa do Brasil, de 1988, que afirma no artigo 205: “A Educação, direito de
todos e dever do Estado e família” (BRASIL 1998).
Educação para todos é sinônimo de educação inclusiva. Reforçando esta afirmação
Mantoan (1998, p.44) diz que:
“O princípio democrático da educação para todos só se evidência nos sistemas
educacionais que se especializam em todos os alunos, não apenas em alguns deles (...)”.
No ambiente escolar o termo vem ganhando força e espaço. Um modelo sonhado de
chegar ao ideal com igualdade de oportunidade, o convívio com as diversidades, a aproximação
das diferenças, uma pedagogia centrada no educando, na sua individualidade, com suas
capacidades e potencialidades, em detrimento de suas limitações. (JUNIOR e ARAUJO, 2006).
Encontramos em Darido (2006) que a Educação Física Escolar tem o papel de integrar,
de introduzir o aluno na cultura corporal de movimento, formando um cidadão que vai produzir e
transformar um instrumento para usufruir na sua vida em melhoria da qualidade de vida e assim
integrando ele não só, com seu corpo, mas ele junto aos outros, respeitando seus limites,
interesses e diferenças. E tais conhecimentos os levem a ser cidadãos mais flexíveis e não
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instrumentos de exclusão e discriminações. Assim promovendo a inclusão de todos os alunos,
adotando estratégias adequadas.
Ao investigar a história da Educação Física Escolar, encontramos em que Soares et al
(1992) na década de 1970 sua prática era voltada ao rendimento e performance, tendo o modelo
militarista em seus conteúdos, sendo os objetivos da Educação Física na Escola vinculado em
formar indivíduos capazes de suportar a guerra, por isso a importância de selecionar indivíduos
“perfeitos”. Dificuldades surgiram para romper com o modelo descrito. Constata-se que a
população já chega com preferências familiarizadas quanto às habilidades esportivas. Os
conteúdos permaneceram privilegiando um número reduzido de modalidades que pode levar uma
prática esportivizada (PAES, 1996). Essas atitudes levam os menos expressivos e menos
habilidosos deixarem a aula por falta de oportunidade.
Para Pedrinelli (2002) o aluno se fazia presente nas aulas de Educação Física, porém sem
participação efetiva nas atividades desenvolvidas. Demonstrando relação direta desta não
participação com ação pedagógica do professor, ou seja, quanto menor a ação do professor menor
o envolvimento do aluno. A intervenção do professor deve favorecer, estimular e orientar para o
desenvolvimento do aluno e não ser responsável ao distanciamento de alunos em determinadas
atividades.
Nas palavras de Santin:
Vale ressaltar que a Educação Física é a única que conseguiu criar leis para que
certos alunos fossem dispensados alegando razões que olhadas com atenção,
mostra exatamente que estes dispensados são os que mais necessitam de atenção
do educador (SANTIN, 1998, p.110).
Nesse sentido preconiza a Lei N° 9.394/1996 “Art.26- A educação física, integrada à
proposta pedagógica da escola, é componente curricular obrigatório da educação básica, sendo
sua prática facultativa ao aluno” (BRASIL,1996).
- que cumpra jornada de trabalho igual ou superior a seis horas;
– maior de trinta anos de idade;
– que estiver prestando serviço militar inicial ou que, em situação similar, estiver obrigado à
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prática da Educação Física;
– amparado pelo Decreto-Lei nº 1.044, de 21 de outubro de 1969;
– (VETADO)
– que tenha prole.
Nesse contexto procuramos dar ênfase para o componente curricular da Educação Física,
tendo teorias bem formuladas e uma prática a se investigar.
Utilizaremos destes pontos citados anteriormente para verificar o cotidiano das aulas de
Educação Física no ensino fundamental, 7ª e 8ª séries do 4ª ciclo (PCNs) (BRASIL, 1998).
Nesse sentido o objetivo dessa pesquisa foi verificar o cotidiano das aulas de EFE no
Ensino Fundamental, procurando identificar e encontrar respostas sobre a atuação dos professores
sobre a prática inclusiva.
Certamente existe a necessidade de questionarmos a prática destas aulas na escola, assim
poderemos realmente verificar se estão sendo atingidos os objetivos propostos na teoria e
desenvolvidos com qualidade, pois muitas das vezes as crianças são tratadas como adultos em
miniatura esquecendo do elemento significativo do processo ensino aprendizagem
(PERRENOUD 1995).
Nos escritos do autor:
(...) se o professor não consegue sempre mobilizar atenção e as energias, se as
atividades que propõe não são sempre tão significativas como desejaria, não é
porque as crianças e adolescentes sejam apáticos e não se interessam por nada.
É porque eles têm outros desafios, outros projetos, que os mobilizam muito mais
e que lhes parecem bem mais significativos que a ficha de matemática ou a
composição que lhes é proposta. (PERRENOUD, 1995, p.30).
Assim, procuramos identificar e estabelecer respostas sobre a prática inclusiva,
acreditamos ser possível à otimização dos conteúdos vistos em aula, podendo assim resultar em
adaptações ou mudanças.
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2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Parâmetros Curriculares Nacionais e Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
O Ministério da Educação e do Desporto, através da Secretária de Ensino Fundamental
tendo como exemplo o modelo educacional Espanhol mobilizou professores e pesquisadores para
formularem os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). Incluindo um documento específico
para área de Educação Física (BRASIL, 1998).
Os PCNS:
Vem com a proposta de eleger a cidadania como eixo norteador que significa
entender que a Educação Física na escola é responsável pela formação de alunos
que sejam capazes de: a) participar de atividades corporais adotando atitudes de
respeito mutuo, dignidade e solidariedade. b) conhecer, valorizar, respeitar e
desfrutar da pluralidade de manifestações da cultura corporal; c) reconhecer-ser
como elemento integrante do ambiente, adotando hábitos saudáveis
relacionando-os com os efeitos sobre a própria saúde e de melhora da saúde
coletiva, d) conhecer a diversidade de padrões de saúde e beleza e desempenho
que existem nos diferentes grupos sociais, compreendendo sua inserção dentro
da cultura em que são produzidos, analisando criticamente os padrões
divulgados pela mídia; e) reivindicar, organizar e interferir no espaço de forma
autônoma, bem como reivindicar locais adequados para promover atividades
corporais de lazer (BRASIL, 1998).
Os objetivos expostos para Educação Física deixam a certeza e a amplitude dos conteúdos
a serem abordados, pois incluem a dimensão da crítica (aos padrões de beleza, por exemplo) e ao
mesmo tempo a busca pelos benefícios da qualidade de vida (saúde).
Cabe destacar três aspectos da proposta dos PCNs: O princípio da inclusão, as dimensões
dos conteúdos (atitudinais, conceituais e procedimentais) e os temas transversais. A primeira
consideração (princípio da inclusão) sendo uma Educação Física dirigida a todos os alunos sem
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discriminação e a importância da articulação entre aprender a fazer, a saber, por que está fazendo
e como se relacionar neste fazer, explicitando as dimensões do conteúdo, procedimental,
conceitual e atitudinal.
A dimensão procedimental diz respeito ao saber fazer, a capacidade de mover-se
numa variedade de atividades motoras crescentemente complexas de forma
efetiva e graciosa. É importante ressaltar que, nessa concepção, aprender a
mover-se envolve atividades como tentar, praticar, pensar, tomar decisões e
avaliar, significando portanto, muito mais do que respostas motoras
estereotipadas (FERRAZ, 1996, p.17-18).
Para Coll (1997), na categoria de conhecimento de natureza conceitual são englobados
conceitos, fatos e princípios, sintetizando aquilo que o aluno, ao passar pelo processo de
escolarização, deve “saber sobre”. Os conceitos que devem ser aprendidos na escola, nas aulas de
Educação Física, devem fundamentar a realização dos movimentos necessários ao ser humano, na
escola ou fora dela.
A dimensão atitudinal está se referindo a uma aprendizagem que implica na
utilização do movimento como um meio para alcançar um fim (...) não
necessariamente se relaciona a uma melhora na capacidade de se mover
efetivamente (...) o movimento é um meio para o aluno aprender sobre seu
potencial e suas limitações (...) construindo seu auto conceito e a compreensão
da realidade (FERRAZ, 1996, p.17-18).
Possibilita ainda, usar os problemas sociais brasileiros como tema transversal
relacionando-os a prática da Educação Física assim contribuindo para aprendizagem, reflexão e
formação do cidadão crítico.
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Para Palma (1998) “A Educação formal norteada pela cidadania pode contribuir para a
formação de cidadãos críticos, muito embora ela seja condição necessária, mas não suficiente
para esta formação”.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), tem como função principal
disciplinar à educação escolar, ou seja, tem como foco organizar o sistema escolar brasileiro
(BRASIL, 1996).
O Brasil teve durante seu desenvolvimento três Leis de Diretrizes e Bases: a de 1961 (lei
n. ° 4.024, de 20 de dezembro de 1961), a que reformulou esta em 1971 (lei n.° 5.692, de 11 de
agosto de 1971) e atual, promulgada em 1996 (lei n.° 9.394/96). Tinham como cerne disciplinar e
organizar mudanças importantes como: a mudança da estrutura didática, a autonomia dada às
escolas e aos sistemas de ensino federal, estaduais, municipais e privados, e o enfoque dado a
formação do cidadão.
Cabe destacar que não havia menção em relação à obrigatoriedade da Educação Física
(CASTELLANI FILHO1998). Com algumas mudanças e reformulações a Educação Física
passou a ser componente curricular obrigatório na segunda metade da década de 1970. “A
Educação Física, integrada a proposta pedagógica da escola, é componente curricular da
Educação Básica, ajustando-se as faixas etárias e as condições da população escolar, sendo
facultativo nos cursos noturnos” (BRASIL, 1996).
Segundo Castellani Filho (1998): a reforma educacional ocorrida em 1971, houve alguma
mudanças em relação ao papel (função) da Educação Física. A principal mudança foi em relação
à ampliação da obrigatoriedade da Educação Física a todos os ramos de escolarização. Sendo que
a participação nessas aulas era facultada aos alunos que estivessem em uma das seguintes
situações:
estudar em período noturno e trabalhar mais de seis horas diárias;
ter mais de 30 anos de idade;
estar prestando serviço militar;
estar fisicamente incapacitado.
A Educação Física era considerada uma mera atividade extracurricular, principalmente
após a década de 1980, como um elemento sem nenhum comprometimento formativo
educacional (SILVA e VENANCIO, 2005).
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A partir da promulgação da Lei n° 9.394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional) a Educação Física passou a ser considerada componente curricular. A referida
legislação reza, em seu art. 26:
“A educação física, integrada à proposta pedagógica da escola, é componente curricular
da Educação Básica, ajustando-se às faixas etárias e às condições da população escolar, sendo
facultativa nos cursos noturnos” (BRASIL, 1996).
Essa alteração, aprovada em 2001, ainda não garantia a presença da Educação Física na
Educação Básica, principalmente nas séries iniciais as aulas eram ministradas por outros
professores formados em curso de magistério.
No entanto, podemos ressaltar que a LDB atual trouxe um grande desenvolvimento, pois
tornou a Educação Física Escolar como componente curricular e o mais importante ainda ligar
com projeto pedagógico da escola e assim se integrando ao cotidiano escolar e demonstre sua
importância.
Em primeiro de dezembro de 2003, a facultabilidade foi alterada através da Lei n° 10.793,
que determinou que as aulas de Educação Física passassem a ser facultativas não mais a todas as
pessoas que estudassem em período noturno, mas sim àquelas que, independentemente do
período de estudo, se enquadrarem nas seguintes condições: mulheres com prole, trabalhadores,
militares e pessoas com mais de trinta anos (BRASIL, 2003).
2.2 Algumas das mudanças da Educação Física Escolar
A Educação Física na escola brasileira tem uma história que se constitui de diversas
tendências como a médica, militar e esportivista (FERREIRA, 2003). Nas escolas essa tendência
era voltada para o rendimento esportivo e de performance sendo que grande parte dos alunos não
participava das aulas ocorrendo um grande numero de exclusão na prática da educação física
escolar.Vinculam a formação de uma geração capaz de suportar o combate, a luta, para atuar na
guerra, por isso era importante selecionar os indivíduos “perfeitos” fisicamente excluir os
incapacitados, contribuindo para uma maximização da força e do poderio da população
(SOARES et al,1992).
Nos anos de 1930, por causa do processo de industrialização e urbanização e o
estabelecimento do Estado Novo, a Educação Física passou a ser usada como forma de fortalecer
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e melhorar a capacidade de produção. No final da década de 1940 ao inicio da década de 1960
houve esforço de tornar a Educação Física disciplina comum aos currículos escolares
(GUIMARÃES et al, 2001).
Diante disso:
A educação física pedagogicista é, pois a concepção que vai reclamar da
sociedade a necessidade de encarar a educação física não somente como uma
prática capaz de promover saúde ou de disciplinar a juventude, mas de encarar a
educação física como uma prática eminentemente educativa (GHIRALDELLI,
1991, p.19).
Após 1964, a Educação Física foi considerada atividade prática que visava o desempenho
físico e técnico do aluno.
Cabe mencionar o que diz o autor:
“A educação física é sinônimo de desporto e este, sinônimo de verificação de
performance” (GUIMARÃES et al, 2001).
A Educação Física deixou de ser tratada e definida enquanto “atividade” (LDB 5.692/71)
e passou a ser considerada componente curricular obrigatório, integrado a proposta pedagógica da
escola (LDB 9.394/96). Quando a Educação Física era tratada por atividade entendia-se como um
saber próprio, sem conhecimento oferecido para o aluno: um fazer por fazer. Mesmo tendo o
reconhecimento legal é necessário ainda mudar o foco e voltar-se ao ensino aprendizado.
A partir da Resolução n.03/87, do Conselho Federal de Educação, observamos no início
da década de 1990 a inserção da disciplina Educação Física Adaptada nos cursos de Educação
Física. Aproximadamente quinze anos depois, há instituições de ensino superior que
desenvolvem disciplinas somando 400 horas –aula (BRASIL, 1987).
Grandes mudanças ocorreram até os dias de hoje para educação física e para os alunos que
são o alvo de tanta preocupação, que mobilizou em 1994 pesquisadores e professores para
elaborar os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) em 1998 os relativos aos 3° e 4° ciclos (5ª
a 8ª série) incluindo um documento específico para área de Educação Física (DARIDO et al,
2001).
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2.3 A Educação Física como Componente Curricular
A sistematização dos objetivos, conteúdos, processos de ensino aprendizagem e avaliação
têm como meta à inclusão do aluno na cultura corporal de movimentos, por meio da participação
e reflexão concretas e efetivas.
Busca-se reverter o quadro histórico de seleção entre indivíduos aptos e inaptos para as
práticas corporais, resultante da valorização exacerbada do desempenho e da eficiência (BRASIL,
1996).
A definição de inclusão que tem sido perspectivada e propagada nos Documentos Oficiais
(Leis, Decretos e Resoluções) é aquela que compreende convidar a que se aproximem aqueles
que estiveram historicamente excluídos ou deixados de lado (OLIVEIRA, 2004).
O principio da inclusão é o principio da não exclusão (BETTI, 1991). A exclusão tem
ocorrido através de preconceitos raciais e entre tantos que ainda é um grande problema.
Quando o professor pode diretamente ter uma função inclusiva?
Para Darido (2001) é quando o professor apóia, estimula, incentiva, valoriza, promove o
estudante. Valorizar todos os alunos, estudantes, independentemente da etnia, sexo, língua falada,
classe social, religião, opinião política ou social, deve ser a primeira estratégia do professor.
Além desta atitude, o professor deve favorecer discussões entre os alunos sobre o significado do
preconceito, da discriminação e da exclusão. O processo do ensino e aprendizagem deve ser
baseado na compreensão, esclarecimentos e entendimento das diferenças. As estratégias
escolhidas devem não apenas favorecer a inclusão, como também discuti-la e torná-la clara para
os alunos.
A Educação Física tem como função formar, introduzir e integrar o aluno aos movimentos
corporais formando um cidadão que vai utilizar o que aprendeu em beneficio da qualidade de
vida. A integração que possibilitará o usufruto da cultura corporal do movimento há de ser plena
e afetiva, social, cognitiva e motora. Vale dizer é a integração de sua personalidade (BETTI,
1992,1994).
Portanto existem fases que vai ao encontro do objetivo que respeita sua individualidade e
interesses dos alunos. Na primeira fase do Ensino Fundamental (1º a 3º/4º anos)
desenvolvimentos das habilidades motoras básicas, jogos e brincadeiras de variados tipos e
atividades de autotestagem. A partir do 4º/5º anos do Ensino Fundamental a iniciação nas formas
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culturais do esporte, das atividades rítmicas/dança e das ginásticas em questão do ensino
fundamental 7ª e 8ª anos que buscam o aperfeiçoamento em habilidades especificas e
aprendizagem de habilidades mais complexas (BETTI e ZULIANI, 2002).
O tema da inclusão educacional no Brasil é sempre desafiador. Desafiador porque nossa
historia na educação escolar é um continuo de grandes exclusões (SANFELICE, 2006).
A inclusão educacional como conceito, como direito, é uma preocupação e também uma
necessidade objetiva das sociedades modernas e contemporâneas.
2.4 Realidade x Prática
O que vimos até agora formam teorias bem formuladas e discutidas, sendo o modelo ideal
para nossos alunos, mas quando vamos a prática verificamos as dificuldades encontradas na
atuação da área.
A Educação Física assim concebida revela toda a sua tradição cultural carrega todos os
signos tatuados em sua trajetória histórica, estando com seu corpo atravessado por marcas, por
estigmas que deveriam ser removidos na transcendência epistemológica de nos olhares dos
conhecimentos (MOREIRA.1995).
Reflexos de uma história marcada pelo negativismo e comodismo de mudança de atitude
em tentar de novo o novo. Cabe ao professor começar a mostrar seu potencial e começar a apagar
estas marcas.
No processo de inclusão aqui enfocado também é importante que professor e alunos criem
laços afetivos na busca de conhecimento, educação e sociedade (FISCHER e HORT, 2006).
Um dos principais agentes de transformação para mudar esta realidade é do professor,
sendo necessário uma tomada de atitude. “Aprender a viver com os outros será, sem duvida um
dos maiores desafios da Educação do Século XXI” (DELOURS, 1997).
Como um destes desafios é a dificuldade dos professores de lidar com o novo e com as
diferenças, profissionais e pesquisadores preocupados estruturaram alguns cursos de capacitação
profissional para dar inicio a disseminação de conhecimentos e promover a inserção da disciplina
Educação Física Adaptada no ensino Superior. A partir da Resolução n.03/87, do Conselho
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Federal de Educação, observamos no inicio da década de 1990 a inserção da disciplina ate 400
horas-aula (BRASIL, 1987).
Assim cabe aos docentes universitários pelas disciplinas de graduação a difícil tarefa de
selecionar as unidades temáticas e os respectivos conteúdos e estratégias para atingir os objetivos
de cada disciplina e também aos professores das escolas o desafio de lidar com o abundante
potencial presente nas pessoas que apresentam diferentes e peculiares condições para a prática
das atividades físicas em usar estratégias, adaptações e procedimentos (GORGATTI e COSTA,
2005).
As mudanças na postura dos educadores se fazem necessárias, por exemplo, quando há
necessidade de adaptações, cujas formações estão pautadas em paradigmas de racionalidade
técnica, devem buscar a consciência da intencionalidade de seu fazer docente e estimular seu
trabalho integrado pela reflexão conjunta (SILVA e VENANCIO, 2005).
Com as necessidades e qualificações surgindo foram também várias nomenclaturas
contextualizando a Educação Física Adaptada assumindo identidade essencialmente
educativa/pedagógica. Nesta contextualidade também surge no vocabulário as necessidades
educacionais umas das diferenças e peculiaridade da escola, alunos com distúrbios emocionais
(depressão, distúrbio de comportamento etc...), doenças crônicas (diabetes, obesidade, anemia,
distúrbios cardiovasculares e pulmonares etc...), distúrbios de aprendizagem e múltiplas
deficiências.
Juntamente com estas mudanças existe a necessidade de uma proposta político-
pedagógica. Para Kramer (1998), colocar em prática uma nova proposta pedagógica, estabelecer
um novo currículo, é um convite, um desafio, uma aposta que deve ser encarada por todos
aqueles envolvidos na prática educativa. A autora acredita que:
(...) não se pode trazer respostas prontas apenas para serem implementadas, se
tem em mira contribuir para a construção de uma sociedade democrática, onde a
justiça seja de fato um bem distribuído igualitariamente a toda coletividade.
(KRAMER, 1998, p.21).
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O projeto político-pedagógico faz parte do planejamento e da gestão escolar e sua
importância reside no fato de que ele passa a ser uma direção, um rumo para ações da escola.Um
trabalho que exige comprometimento de todos os envolvidos no processo educativo: professores,
equipe técnica, alunos, seus pais e a comunidade como um todo.
Quando dividimos o projeto em dois: político e pedagógico entendemos que: o político
reflete sobre a formação do cidadão como membro ativo e transformador da sociedade em que
vive, a pedagógica expressam as atividades pedagógicas ajudando a escola alcançar seus
objetivos educacionais (AVILA, 2006)
O autor Veiga (1995) diz que: (...) “Na dimensão pedagógica reside à possibilidade da
efetivação da intencionalidade da escola, que é formação do cidadão participativo, responsável,
compromissado e critico. Pedagógico, no sentido de se definir as ações educativas e as
características necessárias às escolas de cumprirem seus propósitos e sua intencionalidade”.
2.5 Integração x Inclusão
Muito se tem escrito sobre as diferenças entre os termos “integração” e “inclusão”
(CORREIA, 2001, RODRIGUES, 2001).
A integração poderia chamá-la de “participação tutelada” numa estrutura com valores
próprios os quais o aluno integrado tem que se adaptar ao seu meio e não necessariamente o meio
é que deve criar condições para evitar a exclusão.A integração é, portanto, a contraposição do
atual movimento mundial de inclusão.
Um dos conceitos de inclusão e integração compartilhada por Mantoan (1997), quando
afirma que na integração escolar toda a estrutura da escola se mantém não havendo mudança
naquilo que já está instituído. Cabe ao aluno adequar-se a ela. Já a inclusão é uma opção mais
radical no sentido que é o sistema que precisa ser revisto, adequando-se às demandas do aluno.
Para tanto, recursos físicos e meios materiais necessitam ser priorizados juntamente com a
informação ao professor sobre o aluno com necessidades educacionais especiais esclarecendo
esta condição, desenvolvendo novas atitudes e formas de interação que repercutam nos processos
de aprendizagem de todos os alunos.
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A partir de definições com outros autores juntamente com sua pesquisa
deixa sua própria definição sobre integração:
A integração é um processo dinâmico e paulatino que se inicia na/pela família.
Constitui-se pela internalização de valores sócio-culturais mediados pelos
indivíduos. Valores esses condicionantes para a participação das pessoas em
maior ou menor grau nos diferentes níveis sociais (família, escola, trabalho,
comunidade, etc) de forma a usufruir dos mesmos direitos e deveres de cidadão.
(CHACON, 1995, p. 118)
Quando nos deparamos com os termos inclusão e integração devemos atentar que por
terem significados semelhantes podem apresentar situações e resultados diferentes. Estar
integrado, muitas vezes, não significa estar incluído ou participar ativamente (JUNIOR LUIZ, et
al 2004).
A Inclusão não é uma evolução da Integração. Isto por três razões principais:
- a integração deixou intocáveis os valores menos inclusivos da escola
- a escola integrativa separava os alunos em dois tipos: os “normais” e os “deficientes”.
- o papel do aluno “deficiente” na escola integrativo foi sempre condicionado.
Um novo paradigma social e educacional que assume a inclusão é o resgate original do
termo integração.Uma sociedade democrática e justa é o que defende, sua marca negativa na
história da humanidade são: as práticas discriminativas e segregacionistas.
Na atualidade, Marques (2001), pressupõe que todas as pessoas são iguais no que se
refere ao valor máximo da existência: a humanidade do homem. A diferença não deve, pois, se
constituir num critério de hierarquização da qualidade humana. Independente da condição
existencial de cada um, todos são igualmente homens e mulheres, com o mesmo valor existencial.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Para realização desta investigação utilizamos as técnicas de revisão bibliográficas e
entrevistas semi- estruturada, visando obter informações sobre a atuação do professor de
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Educação Física durante suas aulas as dificuldades que enfrenta com as diferenças e estratégias
usadas.
Para Lakatos e Marconi, (2001), pesquisa bibliográfica abrange toda a bibliografia já
tomada publica em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais,
revistas, livros, pesquisas, meios de comunicação, etc. Objetivando colocar o pesquisador em
contato com tudo o que já foi documentado possibilitando novos enfoques e novas conclusões.
Já, Pesquisa de Levantamento, conforme definido por Kerlinger (1980) é um termo
amplo, referente a um conjunto de formas relacionadas de investigação não experimental
dirigidas para estudos das relações entre “Variáveis Sociais”. Essas “variáveis sociais” são
atributos de indivíduos (ou grupos) que tem a características comuns de serem membros de
grupos sociais grandes e pequenos, e assim de serem compartilhados por muitos ou pela maioria
dos indivíduos.
O que diz o autor sobre a pesquisa semi-estruturada:
É “semi-estruturada” quando o instrumento de coleta está pensado para obter
informações de questões concretas, previamente definidas pelo pesquisador, e,
ao mesmo tempo, permite que se realize explorações não previstas, oferecendo
liberdade ao entrevistado para dissertar sobre o tema ou abordar aspectos que
sejam relevantes sobre o que pensa (NEGRINE, 1999 ,p. 74).
Participaram desta pesquisa dez professores de Educação Física que ministram aulas nas
cidades de Bauru e São Carlos em diferentes escolas sendo cinco professores da rede estadual da
cidade de São Carlos e cinco professores da rede particular da cidade de Bauru que atuam no
ensino fundamental especificamente 7ª e 8ª anos. As entrevistas foram realizadas entre os meses
de novembro e dezembro de 2007. O local da coleta foi escolha do entrevistado que escolheram
como a escola e sua residência.
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4 ANÁLISE DOS DADOS
Com a finalidade de analisar a vivência dos professores foram coletados depoimentos, por
intermédio de entrevista semi- estruturada dos envolvidos, e foram unânimes em autorizar a
análise e publicação dos depoimentos (Anexos 1 e 2).
Com objetivo de identificar e estabelecer respostas sobre a prática inclusiva, foram
entrevistados dez professores de Educação Física que atuam na Educação Física Escolar com
alunos de 7° e 8° anos da rede estadual e particular
Diante dos dados, procuramos caracterizar, em porcentagem, os índices de acordo com
tempo de formação, tempo de atuação, substituto eventual, rede estadual e rede particular e
passamos a apresentar na Tabela 1.
Tabela 1. Distribuição em porcentagem de formação e atuação.
Formação Título Tempo de
formação
Tempo de
atuação
Substituto
eventual
Escolas que
atuam
100%
Educação
Física
50%
Bacharel e
licenciatura
50% 1 a 2 anos 20% - 1 ano 20%
Substituto
eventual
50% Rede
estadual
40%
Bacharel
30% 3 a 4 anos 60% 1 a 2 anos 50% Rede
particular
10%
Licenciatura
20% + 5 anos 20% + 5 anos
Dos professores entrevistados encontramos que 80% tiveram a Disciplina Educação
Física Adaptada e 20% não tiveram, 60% considera satisfatório, 40% não considera, 10%
considera que em nível educacional a inclusão esta acontecendo satisfatoriamente, 90% afirma
que ainda falta alguma coisa para que a inclusão aconteça satisfatoriamente, 70% dos professores
já leram os PCNs, 30% não leu e 50% utilizam os PCNs em seu planejamento, 50% não usam.
Conforme demonstra na Tabela 2.
238
Tabela 2. Distribuição em porcentagem dos desafios da prática inclusiva.
Educação Física
Adaptada
Satisfatório Inclusão
satisfatória ou
falta alguma
coisa
Leu PCNs Utiliza PCNs
80% sim 60% sim 10% Satisfatória 70% sim 50% sim
20% não 40% não 90% Falta alguma
coisa
30% não 50% não
É demonstrado na Tabela 3 que: 100% dos professores já tiveram ou tem alunos com
Necessidades Educacionais, 90% utilizam estratégias para incluí-los no contexto da aula e 10%
não utilizam, 60% diz que as estratégias nem sempre favorecem a todos, 20% não favorecem,
20% sim favorece, 50% dos alunos às vezes colaboram com a inclusão dos alunos com
Necessidades Educacionais, 30% não colaboram, 20% sim colaboram e 90% dos professores
concordam que um dos agentes de transformação é o professor e 10% não concordam. Conforme
Tabela 3.
Tabela 3. Distribuição em porcentagem das Necessidades Educacionais e estratégias
desenvolvidas.
Alunos
necessidades
educacionais.
Utiliza
estratégias.
Estratégias
favorecem a
todos.
Alunos
colaboram com a
inclusão.
Professor agente
de
transformação.
100% sim 90% sim 20% sim 20% sim 90% sim
10% às vezes 20% não 30% não 10% não
60% nem sempre 50% as vezes
239
5 DISCUSSÃO DOS DADOS
Dentre os sujeitos que participaram da pesquisa encontramos que todos têm formação
superior em Educação Física e 50% possuem o titulo de Licenciatura e Bacharel, 40% Bacharéis
e 10% Licenciados.
Quanto ao tempo de formação, verificamos que 50% são formados entre um e dois anos,
30% entre três a quatro anos e 20% mais de cinco anos. Nota-se que a maioria dos professores
entrevistados apresentam um tempo de formação e atuação profissional muito recente.
A literatura empírica conduz-nos a uma conclusão perturbadora acerca da experiência de
aprender a ensinar. Tornar-se professor é uma experiência complexa, recheada de stress, pessoal,
e largamente encoberta, mas no cumprimento desta difícil tarefa, os professores não se sentem
ajudados pela formação educacional. (FULLER ; BOWN, 1975, p. 25).
Em relação ao tempo de atuação 60% dos entrevistados atuam de um a dois anos, 20%
menos de um ano sendo que estes são substitutos eventuais, 20% mais de cinco anos. Com isso
percebemos que a média de atuação é maior daqueles que são formados de um a dois anos. Sendo
recém formados ou no último ano de faculdade prestaram o concurso para provimento de cargos
Professores Educação Básica-PEB II, (Educação Física) em 2005.
Quanto questionados sobre o local de atuação encontramos que 50% deles atuam na Rede
Estadual e 50% na Rede Particular.
No que se refere aos conteúdos específicos adquiridos durante a formação dos mesmos,
constatamos que 80% dos professores tiveram a disciplina Educação Física Adaptada inserida na
grade curricular dos seus cursos. Cabe aqui ressaltar, que nos relatos (60%) informam que a
disciplina não foi satisfatória para sua atuação deixando a desejar sendo bem simples não
aprofundando os conteúdos e dizem mais que: “são formulas bem resolvidas, mas que não se
encaixam com a nossa pratica”, e os outros 40% relatam que a disciplina foi satisfatória para sua
atuação.
A outra parcela de 20% não tiveram a disciplina Educação Física Adaptada inserida nos
seus currículos da graduação. Vale registrar que, para esses professores (formados a mais de
cinco anos) a Disciplina Educação Física Adaptada não era parte obrigatória integrantes das
grades curriculares dos cursos de Graduação em Educação Física.
240
Buscando em autos confirmar que, a partir da Resolução n.03/87, do Conselho Federal de
Educação, observamos no início da década de 1990 a inserção da disciplina Educação Física
Adaptada nos cursos de Educação Física. Aproximadamente quinze anos depois, há instituições
de ensino superior que desenvolvem disciplinas somando 400 horas –aula (BRASIL, 1987).
Quando questionados sobre a inclusão a nível educacional, se esta acontecendo
satisfatoriamente, encontramos em 90% dos entrevistados, que ainda falta algo, consideram que
já melhorou muito e que estamos a caminho de chegar. Relembrando Sanfelice (2006) . O tema
da inclusão educacional no Brasil é sempre desafiador. Desafiador porque nossa história na
educação escolar é continuo de grandes exclusões.
Esta porcentagem mínima de 10% que dizem que esta acontecendo satisfatoriamente à
inclusão são professores da Rede Particular que trabalhar com uma estrutura física invejável para
qualquer professor, com diversos materiais em condições perfeitas de uso, numero de alunos
adequados e outros professores dispostos ou obrigados pela direção a ajudar. Relato do professor
sete que diz: “Bom pelo menos aqui no colégio esta acontecendo”; ele considera que “onde”
trabalha esta acontecendo.
Quando são questionados se já leram os PCNs, 70% disseram que sim e 30% não.
Verificamos que este que não leram são profissionais titulados Bacharéis que em sua formação
não teve foco nestes parâmetros, pois faltam no seu currículo as disciplinas voltadas à formação
pedagógica.
A importância do conhecimento dos PCNs: “vem com a proposta de eleger a cidadania
como eixo norteador que significa entender que a Educação Física na escola é responsável pela
formação de alunos que sejam capazes de: a) participar de atividades corporais adotando atitudes
de respeito mutuo, dignidade e solidariedade”. b) conhecer, valorizar, respeitar e desfrutar da
pluralidade de manifestações da cultura corporal; c) reconhecer-ser como elemento integrante do
ambiente, adotando hábitos saudáveis relacionando-os com os efeitos sobre a própria saúde e de
melhora da saúde coletiva, d) conhecer a diversidade de padrões de saúde e beleza e desempenho
que existem nos diferentes grupos sociais, compreendendo sua inserção dentro da cultura em que
são produzidos, analisando criticamente os padrões divulgados pela mídia; e) reivindicar,
organizar e interferir no espaço de forma autônoma, bem como reivindicar locais adequados para
promover atividades corporais de lazer (BRASIL,1998).
241
Mesmo sendo maior a porcentagem dos que leram os PCNs percebemos que apenas 50%
utilizam-no como proposta pedagógica e a outra metade não utiliza. BRASIL (1998) só vem a
confirmar que a proposta dos PCNs, busca a qualidade das aulas.
Diante dos resultados a totalidade dos professores sendo 100% deles, afirmam que
possuem alunos com necessidades educacionais, Delours (1996) não apenas os portadores de
deficiência apresentam necessidades referentes a aprender a prender, a aprender a fazer, aprender
a ser e aprender a estar junto. Nota-se que é comum estarmos envolvidos pela diferença, essa
entre pessoas e das desigualdades que resultam em características individuais.
Podemos observar que hoje os professores se preocupam em atender a todos e assim estão
usando estratégias para tentar este feito, 90% dos entrevistados vem a confirmar este relato, coisa
que anos atrás não víamos, quando os professores de Educação Física deixaram uma marca na
historia com suas atitudes negativista e 10% diz não usar estratégias são estes os professores que
continuam a marcar o corpo da Educação Física, o autor Moreira (1995) vem a confirmar que: A
Educação Física assim concebida revela toda a sua tradição cultural carrega todos os signos
tatuados em sua trajetória historia, estando, portanto, com seu corpo atravessado por marcas, por
estigmas que deveriam ser removidos na transcendência epistemológica de nos olhares-
conhecimentos.
Assim podemos verificar que os professores estão preocupados em mudar suas estratégias
quando necessário para atender seus alunos, mas 60% informam que nem sempre conseguem
favorecer a todos, 20% diz que não e 20% sim; conseguem favorecer a todos, No discurso dos
professores encontramos que estes sentem muita dificuldade, que aquilo que pensava que ia dar
certo acaba não dando, este é um dos grandes desafios dos professores, relato do professor dez
“na verdade descobri que nunca vou conseguir agradar a todos...”. Buscando em Carvalho
(2000), o crescente número de profissionais que tem questionado sua própria pratica, insatisfeito
com o desempenho do sistema escolar.
Na tentativa de verificar a participação dos alunos no processo de inclusão, verificamos
que apenas 20% colaboram com a inclusão enquanto 30% não colaboram e 50% às vezes
colaboram. Estes dados nos dão indícios de que o comportamento encontrado decorre das
características de transição e adaptação desta fase da vida em particular que envolve alterações
profundas e radicais que são elas: alterações físicas, cognitivas, sociais e emocionais. Da mesma
opinião Piaget, (1972), e Betti e Zulian (2002) vêm a confirmar que: buscam o aperfeiçoamento
242
em habilidades especificas e aprendizagem de habilidades mais complexas sendo assim estão
preocupados em seus interesses particulares e muitas das vezes não de ajudar seus colegas.
Ao depararem com a afirmação “Um dos principais agentes de transformação para mudar
esta realidade é do professor!”, 90% dos professores consideram que sim sendo um dos agentes
de transformação, mas não o único, pois envolve toda comunidade escolar, família e
sociedade.Buscando em autos, vem confirmar o que diz os professores que apurado nas
entrevistas, Carvalho (2000) diz: A participação da família é da maior relevância não só como
fonte de informações e esclarecimentos, como para o processo decisório quanto ao atendimento
educacional escolar recomendado e a qualidade da comunidade escolar inclui, além dos
professores, a direção da escola e todos os que nela trabalham na infra-estrutura.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao término desta pesquisa nos aproximamos de algumas considerações que passamos a
relatar:
Nos depoimentos obtidos neste trabalho permitiram obter algumas respostas. Assim
constatou-se que a prática vem sendo desenvolvida bem diferente do que a teoria, evidenciando
um despreparo dos professores para lidar com a diferença, não apresentando um grau de
desenvolvimento suficiente para que possam desempenhar um papel tão fundamental com base
na sua formação que está em muitos pontos ficou a desejar. A disciplina Educação Física
Adaptada foi considerada falha no momento de seu aprendizado, sendo que 20% destes
entrevistados em sua formação não cursaram a referida disciplina, informando a necessidade de
capacitação para estes profissionais. As trajetórias identificadas revelaram que os professores são
limitados, a nível de conhecimento específico, mas buscam estratégias para melhorar a sua
atuação, mesmo com essa visão de tomada de atitude e sente despreparados para lidar com as
diferenças.
Com estes problemas encontrados cotidianamente na sua prática verificamos que ainda
existe motivação por parte dos professores para tentar cada dia mais achar uma estratégia nova
que seja conveniente com sua realidade ampla de diferença dentro de sua turma, ficando claro
que hoje em dia o professor conhece e reconhece nas diferenças a necessidade de um trabalho
243
diferente que consiga englobar a todos. Sendo assim o professor já apresenta mudança de
comportamento, mas ainda busca subsídios para que essa pratica fique completa, ressaltasse a
necessidade de colaboração mútua de toda comunidade escolar, família e sociedade para que
consigam chegar em um final adequado.
Pensando na melhoria da qualidade de ensino sugere-se uma reestruturação dos programas
de formação e uma capacitação para os profissionais que atuam no Ensino Fundamental, a partir
das preocupações, problemas ou dificuldades demonstradas pelos professores. Nesse sentido a
reestruturação nas disciplinas acadêmicas e capacitação dos professores estará contribuindo para
que estes prossigam com seus alunos com um melhor aproveitamento educacional, satisfação
pessoal e profissional.
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247
ANEXO 1
Roteiro da entrevista
1- Qual sua formação? Licenciatura ou Bacharel? Há quantos anos é formado e há quantos anos
atua com Educação Física Escolar?
2-Na sua graduação você teve a disciplina Educação Física Adaptada? Foi satisfatório o
conteúdo para sua atuação?
3- A nível educacional, você considera que a inclusão esta acontecendo satisfatoriamente ou
ainda falta alguma coisa?
4-Você já leu os PCNs? Utiliza-o como proposta pedagógica em seu planejamento escolar?
5-Em suas aulas tem ou já teve alunos com necessidades educacionais? Você utiliza estratégias
para inclui-lo no contexto da aula?
6-As estratégias escolhidas em suas aulas favorecem a todos?
7-Durante as aula os seus alunos colaboram com a inclusão dos alunos com necessidades
educacionais? De que forma? Comente?
8- “Um dos Agentes de transformação para lidar com as diferenças depende primeiramente do
professor!”.Concorda? Comente?
ANEXO 2: transcrição da entrevista
Professor 1:
1- Eu sou formado hein é Educação Física Licenciatura é Educação Física na universidade
de São Carlos, 2 anos em licenciatura e 1 ano em bacharelado, completou o segundo que
sou formado e dois anos também que tou dano aula.
2- Tive.Ajudou bastante acho que foi satisfatório.
3- Há sempre falta né mas mais satisfatoriamente ta acontecendo.
4- Já. Eu utilizo no meu planejamento sim utilizo nas minhas aulas algumas coisas.
5- Eu acredito que todos tem uma necessidade educacional uns mais outros menos.Eu
procuro diversificar os conteúdos pra abranger todos os interesses, dificuldades e tentar
248
trabalhar com aluno i i tentar assumir a dificuldade naquele conteúdo com humildade e ter
o interesse pra atender aquilo.
6- Favorecem mas nunca todos conseguem participar igual a todos eu tento trabalhar cum
cum cada um i i e eu também tento diversificar os conteúdos essas são as as estratégias.
7- Alguns não colaboram a grande maioria colabora mas sempre tem aquele aque quer
participar sozinho então dão uma zuada pra vê se ele para de jogar pra ele jogar sozinho.
8- Há com certeza é do professor, parti dele ele ta ali como mediador do conhecimento parte
do professor, mas o aluno tem que ajudar porque só o professor com aquela turma fica
difícil então ele tem que ganhar o respeito para que ganhe autonomia com os outros.
Professor 2:
1-Eu sou graduado em Educação Física, quando eu fiz era juntos,eu não entendia muito bem a
diferença entre bacharel e licenciatura foi tudo junto não tinha uma divisão, me formei em 91,
9,16 anos isso né? Estou atuando há cinco anos apenas cinco anos.
2-Não. Com esse nome não tinha didática de ensino, alguns comentários como poderia dar aula
mas com esse nome não. A minha formação na na faculdade foi muito pratica nesse sentido sim
não tive muita teoria na faculdade.
3- Eu dou aula no estado, a nível de estado é é falta tudo tudo a nível de estrutura física, material
adequado, profissionais qualificados e o números de alunos essas são as dificuldades encontradas
quando você pensa em montar uma aula pra incluir.
4- Eu li trechos dos PCNs, principalmente quando agente vai se preparar prum concurso, mas na
verdade com a intenção de preparar a aula nesse sentido não. Agente utiliza pra ficar bunitinho no
papel isso a gente faz é quando eu to ministrando a aula eu não penso que aquilo veio no PCN,
mas pra elaborar o projetinho que vai pra direção sim.
5-Agente tem vários alunos acima do peso eu considero isso uma necessidade educacional isso é
difícil de ser trabalhado por causa do preconceito. Eu considero que sim tento fazer algumas
atividades é muito difícil pelo numero de alunos mas acho que tenho conseguido.
6-Normalmente sim pelo menos a proposta sim nem sempre é possível pois cada um é cada um,
são individualista e a proposta é de incluir a todos.
249
7-Em uma situação normal não são bem individualista é mas quando a gente induz a eles uma
colaboração acontece mas não é uma coisa normal.
8-Concordo sim é uma ação de atitude quando você pretende que as pessoas se respeitem você
mesmo precisa respeitar entender essas pessoas a partir deste momento você poderia talvez
inclui-lo de alguma forma agora se você já tem esse preconceito fica difícil.
Professor 3:
1- Formado em Educação Física, Bacharel e Licenciatura, formado a 5 anos atuo a 7 anos.
2- Tive. Não muito
3- Falta muita coisa porque não é todos os cursos que essa disciplina é oferecida nos cursos
falta muita coisa ate chegar em um nível satisfatório.
4- Não. Não.
5- Sim. Às vezes
6- Quase sempre.
7- As vezes os alunos ajudam os outros que estão tendo dificuldade mas não é sempre não
pois dão risadas fazem chacota e acabam ate complicando mais que o normal.
8- Há sem duvida nenhuma o professor esta embasado teoricamente ate mesmo na pratica e
já tem uma vivencia ele vai intermediar o que ele vai encontrar em seu dia a dia
intervindo no seu grupo.
Professor 4:
1- Sou profissional de Educação Física Bacharel e Licenciatura sou formado há 3 anos, atuo
há 2 anos.
2- Sim. Foi
3- Ainda falta alguma coisa.
4- Não. Não
5- Sim. Sim
6- Sim
7- Nem sempre, às vezes colaboram outras não eee tiram saro do aluno deixando os outros
ser escolhidos por ultimo.
250
8- Concordo.Porque é a partir do professor que ocorre às mudanças com os outros alunos.
Professor 5:
1- Licenciatura em Educação Física, formado há 2 anos atuo 2 anos também.
2- Não.Essa disciplina tive um pouco na matéria Educação Física escolar, mas nada
especifico, no geral acaba favorecendo alguma coisa as adaptações que utilizamos com
alguns alunos e outras coisas que vamos buscando mas deixou a desejar.
3- Primeiro a gente tem que entender o que quer dizer com a inclusão se quer enfocar o
aluno na escola se temos alunos com necessidades educacionais isso acontece diferentes
series, idades estão eles lá, mas se estão incluídos isso ninguém sabe.
4- O de Educação Física já. Pouco o planejamento é influenciado nos PCNs, porque tem
leituras, trabalhos sobre isso ai mas não tenho base só sobre isso ai.
5- Tem diversos alunos deficientes físicos e tem também aqueles que não são tão excluídos
que participam das atividades dentro das possibilidades deles e possuem aqueles obesos
menos habilidosos que são mais excluídos do que os deficientes. Todos os alunos eu tento
inclui-lo no momento da aula, muitos ficam de fora nem sempre você tem a garantia da
inclusão da participação da aula. A maior dificuldade minha é com os menos habilidosos.
6- Não. Eu tento incluir a todos mas eu particularmente sinto esta dificuldade, uns não
querem fazer porque não tem habilidade outro porque não gosta, outro porque ficam
zoando, tento usar algumas estratégias.
7- Eles ajudam bastante para inclusão dos deficientes, aceitando as mudanças de regras,
possibilitam na hora de jogar sempre que é necessário, eu percebo que não lidam
igualmente com os menos habilidosos não tem a mesma sensibilidade que tem com os
deficientes físicos.
8- Depende muito do professor, mas primeiramente a principio da escola que tem que ter
uma filosofia e um grupo trabalhar coletivamente a conseguir o Maximo de inclusão
porque o professor de Educação Física sozinho não vai conseguir mudar, a cooperação,
ajuda tem que ser de um todo da diretora, faxineira, merendeira etc...
Professor 6:
251
1- Eu sou Bacharel em Educação Física me formei em 2003 há 4 anos e atuo faz 2 anos.
2- Tive. Não
3- Na minha opinião falta muita coisa pra ela começar.
4- Li por conta própria não foi porque pediram na faculdade.Eu procuro utilizar.
5- Se agente for pensar que necessidades educacionais são crianças acima do peso com
dificuldades motoras sim nos temos muitos. Sim na medida do possível eu tento fazer que
elas não se sintam excluídas pelas dificuldades que tem, tendo inclui-las de uma forma
natural pra que elas não percebam que estão sendo feitas.
6- Eu tento fazer que favoreçam, mas claro que as vezes aquilo que a gente pensou que ia
dar certo acaba não dando.
7- Eu percebo que hoje a ajuda desses para os que tem necessidades é bem melhor de anos
pra cá, tentamos trabalhar de uma forma que essas diferenças sejam minimizadas hoje
agente percebe aqui no colégio que aqueles que apresentam menos dificuldades
favorecem aqueles que possuem mais dificuldades.
8- Primeiramente do professor? Um... sim mas não unicamente do professor porque se
agente for ver a inclusão vai acontecer quando toda escola estiver voltada para inclusão,
toda comunidade estiver voltada para isso. Porque? Por que se a agente for pensar ao
bairro, uma escola de um bairro periférico em fim a criança precisa de transporte mas se a
prefeitura não oferece então a criança não vai a escola, então ao meu ver a inclusão
começa muito antes do professor.
Professor 7:
1- Formado em Educação Física Bacharel há um ano, estou atuando com Educação Física
Escola há um ano também.
2- Tive. Foi bem satisfatório deu muitos caminhos.
3- Bom pelo menos aqui no colégio esta acontecendo.
4- Já. Mais ou menos.
5- Tem. Utilizo sim.
252
6- Sim.Favorecem tanto aqueles que não possuem ou aqueles que te mais, no começo todos
trabalham juntos depois da uma dividida pra quem sabe mais aperfeiçoar e quem sabe
menos melhorar.
7- Colaboram sim. Apóiam os amigos dão uma força verbal, moral eee apóiam uns aos
outros.
8- Concordo plenamente porque o professor tem que ter bastante sensibilidade ele consegue
levar a turma conscientiza indiretamente e tira um rendimento legal de todos.
Professor 8:
1- Licenciatura Plena em Educação Física. Há 1 ano me formei, eu atuo com Educação
Física Escolar a 3 meses como substituta eventual.
2- Sim. O conteúdo serviu como um guia teórico e pratico para ação pedagógica, abordando
métodos, meios e formas di di trabalhar para o processo de ensino- aprendizagem da
Educação Física na na escola.
3- Falta muita coisa. A Educação Física precisa desenvolver programas educacionais que
estimulem as crianças dentro de um processo organizado e sistematizado. Com a inclusão
elas poderão adquirir conhecimentos fundamentais para seu adequado conhecimento.
4- Sim.Não utilizo.
5- Sempre tem. Sim, utilizo estratégias quanto a mudança de regras dos jogos, adaptações
das atividades, contribuindo para que todos possam participar sim sem serem excluídos.
6- Nem sempre, pois tento utilizar estratégias que diversifiquem as aulas, como por exemplo,
atividades recreativas, e e cooperativas, tentando desenvolver todas as potencialidades dos
alunos.
7- Eu tento proporcionar atividades que estimulem a inclusão de todos, por exemplo,
escolher formas diferentes na hora de escolher times 1,2,1,2, por cores: time azul e
amarelo. Por que se deixar para os alunos escolherem, alguns acabam excluídos os menos
habilidosos, mais gordinhos.
8- Concordo.Apesar das propostas educacionais das escolas, o professor é sim o primeiro
agente na transformação das diferenças, preparando o individuo para a escola e para a
vida. E é através desse educador que a Educação Física tem um papel tão importante neste
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desenvolvimento, contribuindo no fortalecimento do corpo, melhorando a saúde,
proporcionado o desenvolvimento de habilidades úteis para a vida diária e influenciando
na formação de qualidades morais e sociais da personalidade.
Professor 9:
1- Bacharel em Educação Física sou formada há 3 anos e atuo com educação Física Escolar
a seis meses como professora substituta eventual.
2- Sim. Posso dizer que na teoria foi satisfatório, mas quando vamos a pratica percebemos
que são formulas bem resolvidas, mas que não se encaixam na pratica.
3- Ela esta caminhando, mas falta muita coisa principalmente dos profissionais da educação.
4- Não. Posso ate utilizar sem saber o que é, na minha formação posso se falava sobre os
PCNs.
5- Sim. Tento utilizar e tentar que realizem a proposta, mas as vezes é como dar um tiro no
escuro são classes muito heterogêneas.
6- Não. Ainda não descobri uma estratégia pra que isso aconteça sempre tem um grupo que é
mais favorecido que o outro, este é um dos grandes desafios de todos os professores que
converso.
7- Depende às vezes sim outras não. Se gostarem da aula daí esquecem os menos habilidosos
os gordinhos não querem nem saber, mas quando a atividade é chata dai sim ajudam.
8- Sim. Somos um dos agentes de transformação, mas não depende apenas de nos e sim de
toda escola, comunidade, família, cidade. É um trabalho de formiguinha, de tartaruga.
Professor 10:
1- Bacharel em Educação Física me formei há 2 anos, há um ano e meio.
2- Sim, foi bem simples, deu a base para deficientes visuais, físicos, auditivos não se
aprofundou muito.
3- Falta muito, os professores e a estrutura física tem muito há melhorar, mas acredito que
estamos no caminho.
4- Não todo, alguma coisa, procuro tirar algo também dos mesmos.
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5- Sim, hoje em dia isso é muito comum, temos que adaptar nossa aula para torna-la mais
criativa e prazerosa.
6- Acredito que sim, na verdade descobrir que nunca vou conseguir agradar a todos, mas na
maioria das aulas a maioria dos alunos gostam das estrategias da aula.
7- Na maioria das vezes sim, auxiliando os colegas na dificuldade, ajudando a fazer, realizar
o trabalho.
8- Sim, mas não primeiramente o professor, é um conjunto de fatores, e o professor é incluso
neste trabalho.Os alunos, a escola, a direção e os pais também colaboram com isso.