Teoria das redes sem escala – o modelo de Barabasi
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Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias
Mestrado em Comunicação nas Organizações
Redes e Novas Tecnologias de Informação
Teoria das redes sem escala – o modelo de Barabási
Magda Pimentel – 21000561
Ano Lectivo – 2010-2011
Índice
1
Resumo………………………………………………………………………………….2
1 – Primeiros estudos sobre as redes - da teoria dos grafos à teoria dos mundos
pequenos………………………………………………………………………………..2
2 - Teoria das redes sem escala – o modelo de Barabási-Albert……………………….3
3 - Problemas na teoria das redes sem escala…………………………………………..4
Bibliografia……………………………………………………………………………..5
Resumo
O objectivo deste trabalho é abordar a teoria das redes sem escala, proposta pelo
cientista Albert-László Barabási no final do século XX. Este modelo contraria a teoria
dos grafos aleatórios e a dos mundos pequenos ao defender que os nós da rede não são
ligados de forma aleatória e que existem nós com mais ou menos conexões do que
outros.
1 – Primeiros estudos sobre as redes - da teoria dos grafos à teoria dos mundos
pequenos
Os primeiros estudos sobre as redes foram iniciados por Leonardo Euler no século
XVIII, com a teoria dos grafos. Um grafo é uma representação de um conjunto de
vértices (nós) conectados entre si por arestas (ligações), formando uma rede. Tendo em
conta esta teoria vários estudiosos começaram a analisar as várias propriedades dos
diversos tipos de grafos e a forma como os seus nós se agrupavam. Paul Erdos e Alfred
Rényi, na década de 1950, com a teoria dos grafos aleatórios (random network),
concluíram que era necessária apenas uma conexão entre cada um dos nós para que
todos os outros estivessem ligados. Para além disso, consideravam que todas as redes
estavam ligadas aleatoriamente e que existia um número médio de nós. Segundo esta
teoria, por exemplo, na amizade todas as pessoas têm o mesmo número de amigos.
Uma década depois, Stanley Milgram iniciou os seus estudos sobre o grau de
separação entre os nós, chegando à conclusão de que a distância média entre dois nós é
de seis conexões, ou seja, para que duas pessoas estejam ligadas são necessários apenas
seis laços de união.
Posteriormente, tomando como ponto de partida as experiências de Milgram, Ducan
Watts e Steve Strogatz, descobriram que as redes apresentavam padrões altamente
conectados, formando pequenas quantidades de conexões entre cada indivíduo, o que
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significava, por exemplo, que a distância média entre duas pessoas no mundo não
ultrapassaria um número pequeno de outras pessoas, necessitando para isso apenas de
algumas conexões aleatórias (teoria dos mundos pequenos).
No entanto, a teoria dos mundos pequenos desenvolvida por Watts e Strogatz
apresentava alguns problemas. As redes eram aleatórias, tal como na teoria defendida
por Erdos e Rényi.
2 - Teoria das redes sem escala – o modelo de Barabási-Albert
O modelo das redes sem escala ou modelo de rede de escala livre (scale-free network)
foi proposto pelo cientista de origem romena e húngara, Albert-László Barabási (1967
-), na década de 1990, em oposição ao modelo das redes aleatórias defendido por Erdos
e Rényi e ao modelo dos mundos pequenos, proposto por Watts e Strogatz. Segundo
este modelo, parte-se de um pequeno número de vértices (nós), e em cada passo
temporal cria-se um novo vértice (nó) que é ligado a vértices (nós) já existentes, com o
número de ligações ou arestas que o número de vértices. A probabilidade de um novo
vértice ser conectado a um vértice já existente depende da conectividade deste último,
isto é, quanto mais conectado um vértice for maior a probabilidade de um novo vértice
lhe estar conectado. (Figura 1)
Figura 1 – Diferenças entre a teoria dos grafos aleatórios (randow network) e a teoria das redes sem
escala (scale-free network). Na primeira existe um número médio de nós e a rede está ligada de modo
aleatório. Na segunda existem nós com mais conexões do que outros, que não são unidos de forma
aleatória.
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Assim, de acordo com esta teoria, alguns nós da rede possuem mais ligações do que
outros, isto é, os nós não são formados de modo aleatório como se tinha chegado à
conclusão. Barabási é da opinião de que quanto mais conexões um nó possuir maior
será a probabilidade de vir a adquirir mais ligações; o oposto ocorre com os nós que
possuem menos conexões, que terão menos oportunidade de aumentar os seus laços, ou
seja, os “os ricos ficam mais ricos” (rich get richer) e os “pobres mais pobres”. Esta
tendência em que alguns nós na rede são muito conectados é conhecida como ligação
preferencial – um nó tende a conectar-se com outro nó preexistente mais conectado.
Neste caso, existem muitos nós com poucas ligações e poucos nós com muitas ligações.
Além dos nós da rede possuírem uma ligação preferencial, a própria rede também está
em constante crescimento, evolução e adaptação, visto que em cada passo temporal cria-
se um nó do qual saem outras ligações e existe uma dinâmica de imitação, no sentido
em que alguns nós da rede atraem outros.
Desta forma a rede tem três características fundamentais:
Ligação preferencial;
Crescimento/Evolução;
Dinâmica de Imitação/Atracção
Segundo Barabási, a topologia da Internet exemplifica a rede sem escalas, pois no
ciberespaço alguns sites recebem muitas hiperligações e outros nenhuma. O próprio
sistema de page rank utilizado pelo Google para indexação de páginas no seu sistema de
busca é baseado na quantidade de hiperligações que um site possui remetendo para ele.
Neste caso, os sites mais ricos são aqueles que estão nos primeiros lugares nas páginas
de pesquisa. Assim as páginas que têm mais visitas têm uma probabilidade maior de
aumentar as suas visitas.
Para além disso, com esta nova teoria foi colocada em causa outra premissa: se
existem nós com mais e menos conexões isso significa que não existe um número de
ligações médias entre os nós; isto é, todos os nós são diferentes.
3 - Problemas na teoria das redes sem escala
No entanto, a teoria das redes sem escalas apresenta algumas falhas. Existe um
grande desequilíbrio entre os nós, ou seja, existem nós com muitas conexões e nós com
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poucas conexões. Outro grande problema, reside no facto de alguns vértices possuírem
uma capacidade de fixação preferencial que varia ao longo do tempo. Além disso, este
modelo não tem em conta o custo de manutenção dos laços sociais. Os nós mais ricos
apenas acumulam conhecimentos. No caso das redes sociais na Internet, uma pessoa
pode estar conectada com muitas outras pessoas, mas isso não significa que mantenha
com elas um grau de amizade. Além disso, o mecanismo de "os ricos ficam mais ricos"
falha na formação de grupos sociais na Internet, pois as pessoas procuram conectar-se a
outras por motivos específicos e não simplesmente porque possuem mais conexões.
Bibliografia
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Humanidades e Tecnologias. Disponível em: http://www.bocc.ubi.pt/pag/gameiro-paulo-as-
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OLIVEIRA, Júlio César Corrêa de, ASSIS, Joaquim Teixiera de, JUNIOR, Nilton Alves,
ALBUQUERQUE, Marcio Portes, ALBUQUERQUE, Soluções da Rede de Conexões da
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Março de 2011
RECUERO, Raquel da Cunha, Teoria das Redes e redes sociais na Internet: Considerações
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http://galaxy.intercom.org.br:8180/dspace/bitstream/1904/17792/1/R0625-1.pdf
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ROSA, António Machuco, Modelos formais de comunicação, Universidade Lusófona de
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http://recil.grupolusofona.pt/xmlui/handle/10437/609 Consultado em 15 de Março de 2011
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