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Teologia Sobre Louvor e Adoração. SEMINÁRIO TEOLÓGICO MARCOS BATISTA - Curso Bacharel de Teologia

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PREFÁCIO

A Teologia sobre Louvor e Adoração é um manancial de conhecimentos, que veio

somar satisfatoriamente para o crescimento dos nossos obreiros.

O Mestre na Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo, Pb. Cleiton Vaz Chaves,

esforçou-se exaustivamente por apresentar, em especial aos nossos obreiros, um

trabalho bem elaborado, que vale a pena compulsá-lo.

Companheiros e companheiras, alunos e alunas do nosso Seminário em Teologia

a nível Bacharel, vamos crescer no conhecimento! e juntos faremos da nossa grande

Igreja, uma potência mundial.

Juntos somos fortes!!

Bispo Cordeiro

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SUMÁRIO

1-TEOLOGIA SOBRE LOUVOR E ADORAÇÃO ............................................................................... 5

1.1 Os Levitas ................................................................................................................................. 5

1.2 Levar a arca da Aliança ............................................................................................................ 5

1.3 Estar diante do Senhor .................... .......................................................................................... 6

1.4 Para abençoar em seu Nome ..................................................................................................... 7

1.5 De Jesus para crianças - Referência Mc 10.14, 16 .................................................................... 8

2. CAUSAS QUE PODEM CONTRIBUIR PARA QUE O LOUVOR NÃO FLUA NOS CULTOS

DA IGREJA ......................................................................................................................................

8

3. CONCEITOS E DEFINIÇÕES SOBRE LOUVOR E ADORAÇÃO ............................................... 14

3.1 Introdução ................................................................................................................................... 14

3.2 O que é louvor? .......................................................................................................................... 15

3.3 O que é adoração? ................................................................................................................... 15

3.4 Ampliando a visão sobre adoração.............................................................................................. 15

3.5 Algumas boas definições sobre adoração .................................................................................. 17

3.6 O veículo da adoração ................................................................................................................ 17

3.7 Algumas boas definições sobre adoração .................................................................................. 17

3.8 Os principais obstáculos ao louvor e a adoração......................................................................... 18

4. "DANÇA" ATITUDE DE LOUVOR " ............................................................................................ 20

5. PLANEJADOS PARA AGRADAR A DEUS ................................................................................... 22

5.1 Introdução ................................................................................................................................... 22

5.2 A grande questão da vida ............................................................................................................ 22

5.3 Por onde começar? ..................................................................................................................... 24

5.4 Deus nos fez por um motivo ........................................................................................................ 24

5.5 Planejado para agradar a Deus ................................................................................................... 24

5.6 Adoração e Música ..................................................................................................................... 29

5.7 Obstáculo à Adoração.................................................................................................................. 30

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5.8 Conclusão .................................................................................................................................... 31

6. TUDO, MUITO, POUCO OU NADA ............................................................................................... 33

7. “UM CÂNTICO NOVO” ................................................................................................................. 35

7.1 Coristas, conjuntos e solistas ....................................................................................................... 36

8. ADORAÇÃO VERDADEIRA ......................................................................................................... 38

9. DEUS PROIBIU ADORÁ-LO POR MEIO DE ALGUNS INSTRUMENTOS MUSICAIS? ........ 46

REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA ....................................................................................................... 49

AVALIAÇÃO .................................. ....................................................................................................... 51

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TEOLOGIA SOBRE LOUVOR E ADORAÇÃO

1.1 Os levitas

"Nesse tempo o Senhor separou a tribo de Levi para levar a arca da aliança do Senhor, para

o servir, e para abençoar em seu nome..." (Dt 10.8)

Levitas eram os membros da tribo de Levi, terceiro filho do patriarca Jacó. Formavam

uma tribo separada, sem território, sem herança terrena porque gozavam do alto privilégio de

ter o Senhor como seu quinhão, sua posse (Dt 10.9). Era a tribo dos sacerdotes (cohanim),

descendentes de Arão, por sua vez descendente de Levi (Ex 29.44; Nm 3.10). Isso quer dizer

que todo sacerdote (cohen) era levita levi), mas nem todo levita era sacerdote (Nm 3.6s).

Os levitas (leviim) tinham, entre outros privilégios:

Servir no santuário (Nm 3.6; 1Cr 15.2) ajudando nos sacrifícios (Jr 33.18,22), na

recepção de oráculos (Nm 3.38; 2Rs 12.9ss;

Transportar a arca da aliança (aron haberith);

A responsabilidade do ensino da lei (Dt 31.9; 22.10);

Autoridade para abençoar. Grande privilégio pela associação como o Nome de

Deus (Nm 6.27).

Gozavam os levitas de alto prestígio, de elevada estima aos olhos do Senhor a ponto

de lhes ser dito pelo Senhor, "... os levitas serão meus" (Nm 8.14b). Por esse motivo, no

deserto, quando da apostasia do povo de Deus, os levitas puniram os apóstatas (Ex 32.25-29).

Deuteronômio 10.8 resume o ministério levítico, e nos aponta de modo sugestivo um

plano de trabalho para nós mesmos, levitas da Nova Aliança: levar a arca da aliança, estar

diante do Senhor e abençoar em Seu Nome.

1.2 Levar a arca da aliança

O relato do Antigo Testamento dá uma descrição da arca (Ex 25.10ss). Era uma caixa

de madeira de acácia medindo 1,40m x 0,84 cm x 0,84 cm, coberta de ouro e com uma tampa

de ouro e com um tampo de ouro chamado de "propiciatório", em hebraico kapporeth (Ex

25.17, 21; 26.34).

Na arca, três objetos que eram testemunhos da relação de Deus com Seu povo:

· As duas tábuas de pedra onde se achava "escrita a aliança de Deus com o povo" (Ex 24.12;

25.16, 21; 40.20; Dt 10.1-5). Era lembrança do pacto de Deus com os filhos de Jacó, símbolo

de direção permanente da parte divina;

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O pote de maná que recordava ao povo o cuidado e o sustento que vinham da parte

de Deus no deserto (Ex 16.14ss; Hb 9.4, 5). Era uma metáfora concreta do

alimento permanente vindo de Deus;

O bastão (vara) de Arão (Nm 17.10) que floresceu como prova da sua divina

indicação para ser Sumo-sacerdote (cf. v.8). É sinal de apoio permanente pelo

Senhor.

A arca era um ponto catalizador das doze tribos de Israel; o lugar de encontro no Santo

dos Santos, onde o Senhor revelava Sua vontade aos Seus servos. Sinal visível e símbolo da

presença de Deus entre o povo (1Sm 4-6; 2Sm 6; 1Rs 8; cf. 1Sm 4.7,22; Nm 10 35; 1Rs 8.11).

Era o próprio trono de Deus.

Reputada como a "glória de Israel" (1Sm 4.21,22), santificava o lugar onde repousava

(2Cr 8.11). Por esse motivo, quando a notícia de que havia sido tomada pelos filisteus chegou

ao povo de Deus, a nora de Eli, o sacerdote, exclamou: "De Israel se foi a glória!" (1Sm 4.21).

Pois uma das funções levíticas era transportar a arca, o que foi desempenhado até ter

sido levada definitivamente para Jerusalém (1Cr 16.1), ocasião quando dita função foi

transformada em ministério de serviço e de louvor (1Cr 23.25-32).

Que lição tiramos para nós, os levitas de hoje? A de que para levar a arca é preciso ser

escolhido. Outra importante lição é que se temos de levar a arca, temos que desempenhar esta

obrigação de modo incansável, sacrificial, corajoso até. Afinal, a arca da aliança é um tipo de

Jesus Cristo, segundo Apocalipse 11.19.

1.3 Estar diante do Senhor

Uma explicação mais detalhada está em Números 3.6-8, onde se percebe que "estar

diante de..." é o mesmo que "dar assistência, servir".

"Estar diante do Senhor" tem a ver com consagração. O Novo Testamento ensina que

os filhos de Deus somos constrangidos pelo amor a viver para o Senhor que morreu e

ressuscitou por nós (2Co 5.14). A base dessa consagração é o amor, e não pode haver

consagração se não se sentir o amor do Senhor, e se não se amor o Senhor.

O povo de Israel fora escolhido, mas só a tribo de Levi foi separada para ser a tribo de

sacerdotes. Consagração na Antiga Aliança era algo exclusivo. Hoje, na dispensação da raça,

todos somos sacerdotes, levitas, portanto (Ap 1.5, 6). Watchman Nee escreveu como oração:

"Ó Senhor, sendo amado, que mais posso eu fazer além de me separar

de todas as coisas Para poder servir-Te? Daqui em diante, Ninguém

poderá usar minhas mãos, ou pés, ou boca, ou ouvidos; pois estas

minhas mãos são para fazer as Tuas obras, meus dois pés para andar

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em Teu Caminho, minha boca para cantar os Teus louvores, e meus

ouvidos para ouvir a Tua voz".

A consagração visa a servir a Deus, como o faziam os levitas que tinham a função de

"estar diante do Senhor". Quando nos tornamos crentes em Cristo, assumimos o compromisso

o compromisso de servir a Deus por toda a vida. Um médico que é salvo pelo sangue de Jesus

coloca a medicina em segundo lugar, pois para o primeiro lugar vai Jesus, seu Salvador. O

mesmo com o comerciante, o soldado ou o bancário. Assim aconteceu com os primeiros

discípulos: Mateus era fiscal de rendas; Pedro, André, Tiago e João eram pescadores que para

"estar diante do Senhor" deixaram suas vocações para segundo plano.

Para 'estar diante do Senhor" é preciso ser (2Cr 29.11). "Não sejais negligentes" diz

este texto. Isso faz lembrar Samuel Brengle: "A santidade não tem pernas e não pode andar de

um lado para outro visitante os preguiçosos". E continua lembrando que há dois empecilhos

práticos à santidade: consagração imperfeita e fé imperfeita.

Realmente a nada leva a consagração pela metade, a consagração parcial, a

consagração às vezes, talvez, pode-ser, domingo-sim-domingo-não, semana-sim-semana-não.

A nada leva a fé mais-ou-menos, a fé desde-que, até-certo-ponto, limitada, nem-sempre, com

ressalvas.

1.4 Para abençoar em seu Nome

A história da bênção é antiga. Já a encontramos nos primeiros momentos da Criação

(Gn 1.27, 28; 2.3). Abraão foi abençoado por Deus para ser uma bênção para o mundo (Gn

12.1-3).

O texto de Deuteronômio fala da função levítica de abençoar em nome de Deus. Ora,

aprendemos com a Escritura que abençoar em nome de alguém é falar em seu nome. Por essa

razão há de haver cuidado com a bênção dada levianamente e sem discernimento (cf. Ex

20.7). Excelente exemplo de abençoar em Nome do Senhor está em 2Samuel 6.18, quando a

arca da aliança foi trazida da casa de Abinadabe (em Quiriate-Jearim) e a levaram para

Jerusalém conquistada por Davi.

Há bênçãos belíssimas:

DE PARA REFERÊNCIA

De Isaque Para Jacó - Referência Gn 27.27-29

De Jacó Para filhos - Referência Gn 49.1-28

De Moisés Para povo de Israel - Referência Dt 33

De Sacerdotes Para Povo de Israel - Referência Nm 6.24-27

De Jacó Para José (em seus filhos) - Referência Gn 48:15,16

O Salmo 128

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1.5 De Jesus para crianças - Referência Mc 10.14, 16

Na imensa maioria, destaca-se a marca do Nome do Senhor, ou seja, seu caráter, Sua

personalidade e Seu poder. A vontade de Deus é colocada sobre aquele por quem se orar, pois que o

Nome do Senhor protege e abençoa (Nm 6.27). Não é uma simples palavra, pois "Eu-Sou-O-Que-

Sou", ou seja, "Eu-Não-Mudo" (cf. Pv 18.10).

Há que tomar em consideração um importante fato: para abençoar é preciso ser uma bênção.

Em Números 16.9, a grande pergunta do Senhor é: "Acaso é pouco vós que o Deus de Israel vos

tenha separado... para vos fazer chegar a si...?" Os levitas da Nova Aliança vivemos na disposição

de continuar levando a arca, pois para tanto formos escolhidos; de lembrar ao povo a direção

permanente de Deus; de recordar ao povo o pão dos céus, Jesus Cristo, o maná vivo; de ressaltar o

apoio permanente no cajado de Arão agora brotando em Cristo Jesus. Vivemos, os levitas, na santa

disposição de estar diante do Senhor, ou seja, de consagração contínua, efetiva, real, verdadeira

baseada no amor, na disposição de ser. Vivemos na sagrada determinação de abençoar em Seu

Nome, e para isso temos que ser uma bênção.

2 CAUSAS QUE PODEM CONTRIBUIR

PARA QUE O LOUVOR NÃO FLUA NOS CULTOS DA IGREJA

Sempre que estou participando de seminários com dirigentes de cultos e com equipes

que dirigem o louvor congregacional, a questão que todos querem saber é: O que bloqueia o

fluir de Deus no culto da igreja?

Os pastores, via de regra, apontam sempre numa direção: pecado no meio do grupo de

louvor, alegam, como se não houvesse também pecado entre a equipe pastoral e demais

ministros da igreja! Dias atrás tive que me deter no estudo do tema porque foi essa a acusação

que os músicos ouviram do líder da igreja: O louvor não flui porque existe pecado entre

vocês! Esse tipo de acusação deixa todo mundo desanimado e é um terreno fértil para a

acusação de Satanás. Numa reunião em que fui convidado a ministrar para os músicos,

estudamos juntos as várias possibilidades de um culto não fluir como todos gostaríamos.

a. Pecado. Todos concordamos que o pecado é realmente um obstáculo para a

manifestação de Deus, impedindo também que os músicos e dirigentes de louvor sintam-se à

vontade. Se um dos pastores da igreja, se alguns dos que exercem liderança congregacional e

se na equipe de louvor houver alguém que vive sistematicamente na prática do pecado, pode-

se pregar o mais eloqüente sermão, ter a melhor e mais afinada equipe de música, que nada

acontecerá. Esses dias um pastor me procurou para que eu o ajudasse a resolver um pecado

sério que havia na equipe de louvor: três rapazes da equipe estavam incorrendo em prática

homossexual. É preferível ter um violão tocando em três acordes do que músicos em pecado.

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Em geral os demônios se sentem à vontade no meio de crentes pecadores e inflamam a igreja

com o mesmo pecado que a liderança está praticando. Um exemplo: se começam a aparecer

muitos casos de adultério, é bom examinar o que está acontecendo com a liderança!

"Mas as vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados

encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça" (Is 59.2).

"Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos; porque não ouvirei as melodias das tuas liras"

(Am 5.23).

"Aos retos fica bem louvá-lo" (Sl 33.1).

"Cantem de júbilo e se alegrem os que têm prazer na minha retidão..." (Sl 35.27).

Como se vê, Deus olha mais para o coração do homem do que para seus talentos! A

retidão, vida íntegra e sinceridade de coração são mais importantes para Deus que nossos

melhores sacrifícios.

b. Mas não apenas o pecado pode ser obstáculo ao fluir de Deus no culto. Um grupo de

louvor pode viver consagrado a Deus e no entanto não consegue fluir pela falta de

entrosamento entre os músicos. A Escritura não apresenta nenhum caso de falta de

entrosamento, mas mostra que, quando há um perfeito entrosamento entre eles, Deus se faz

presente na reunião. Em 2 Crônicas 5.11-14 os músicos e cantores estavam em perfeita

sintonia musical e espiritual. Temos, então dois tipos de entrosamento: O natural, onde todos

tocam e cantam em perfeita harmonia e o espiritual, quando todos estão afinados com a

música do céu! Em Neemias vemos Matanias, dirigindo os louvores em perfeita sintonia com

seus irmãos (Ne 11.17; 12.8). Ambos são importantes: afinados entre si e com o Espírito

Santo! Noutro artigo quero focalizar a importância de encontrar o tom celestial, o tom de

Deus!

c. Um terceiro aspecto é a falta de entrosamento entre músicos e dirigente. Encontramos

nos dias de Davi a Quenanias, chefe dos levitas músicos. Ele "tinha o encargo de dirigir o

canto, porque era entendido nisso" (1 Cr 15.22). Todos os demais seguiam a orientação dele

na grande celebração que se fez quando Davi levou a arca da aliança de volta para Jerusalém.

Nos dias de Neemias, Jezraías era o maestro que dirigia os músicos e cantores do templo (Ne

12.42). Não adianta ter bons músicos e um péssimo dirigente ou vice-versa. Deve haver uma

perfeita coordenação entre eles. O dirigente comanda e a um sinal seu os músicos sabem em

que direção devem seguir.

d. Um quarto aspecto que deve ser analisado é a falta de entrosamento entre dirigente e

congregação. Se a congregação não está acostumada ao dirigente e vice-versa, se não houver

um perfeito entrosamento entre eles, o louvor também não flui. O povo conhece o seu

dirigente de louvor. Sabe quando ele está num bom mood, se está bem ou não. O dirigente

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também conhece a congregação e pode detectar quando esta está cansada fisicamente,

afadigada espiritualmente, etc. O dirigente levanta a mão, faz um gesto, usa o tom de voz, e o

povo, que o conhece, segue suas orientações! Qualquer gesto seu é correspondido pelo povo

que já se acostumou com ele!

Esdras afirma que "os levitas ensinavam o povo na lei...dando explicações, de maneira

que todos entendessem o que se lia" (Ne 8.7,8; 9.3-5). O dirigente ensina a congregação e esta

passa a fluir com ele em tudo o que ele disser e fizer!

"Gloriar-se-á no Senhor a minha alma; os humildes ouvirão e se alegrarão.

Engrandecei o Senhor comigo e todos à uma lhe exaltemos o nome" (Sl 34.2,3).

Juntos eles glorificam a Deus! "Vestirei de salvação os seus sacerdotes, e de júbilo

exultarão os seus fieis" (Sl 132.16).

e. Um quinto aspecto que não deve ser desprezado é quando existe estafa, fadiga e

canseira dos componentes do grupo. Aqui é bom discutir primeiramente a canseira física.

Davi foi bastante sábio quando estabeleceu que cada grupo de louvor ficaria apenas uma hora

no templo cantando e adorando a Deus (Veja 1 Crônicas 25). Mais de uma hora e começa a

canseira. Imagine os músicos que às vezes tocam em vários cultos no mesmo dia!

Existe também um tipo de situação que deixa os músicos abatidos. Eles se esforçam

em fazer o melhor para Deus, mas a liderança pastoral não contribui adquirindo o

equipamento que eles precisam. Existem pastores que não sabem investir numa boa

aparelhagem de som, em retornos para a plataforma, numa boa bateria acoplada à mesa de

som, teclados, instrumentos, etc. E essas coisas deixam os músicos desanimados! Nos dias de

Neemias os levitas encarregados do serviço do templo, sentiram-se desanimados e foram cada

um para sua cidade (Ne 13.10). Foram abandonados pela liderança!

Sinto pena de alguns grupos de dirigentes de louvores que fazem o melhor que podem,

mas não são correspondidos pela liderança da igreja. É triste quando se tem que fazer

"muletas" ou festinhas e almoços para se angariar fundo para equipar a igreja de bons

instrumentos e de um bom sistema de som. Isso jamais deveria ocorrer. A igreja deve

contribuir e o tesoureiro abrir o cofre! Não é sem razão que muitos de nossos músicos

"fogem" para os campos como aconteceu com os levitas no tempo de Neemias. O desânimo e

a canseira, são obstáculos ao mover de Deus nas reuniões da Igreja!

f. É necessário analisar um sexto aspecto: Estafa, fadiga e canseira da congregação. E a

análise tem que ser feita no âmbito físico e espiritual. No âmbito físico, o povo pode andar

emocionalmente abalado por problemas na congregação e no âmago espiritual o povo pode

estar desgastado espiritualmente. O que desgasta espiritualmente uma congregação? Tempo

muito prolongado no louvor; pregações muito grandes. Exigências demasiadas para que

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ofertem e contribuam além de suas posses. Falta de variedade nos temas bíblicos pregados,

etc.

Uma congregação que não tem expectativa do que vai ocorrer no culto e que já sabe na

ponta da língua o que vem a seguir passa a viver dentro de uma rotina; e rotina cansa, tortura,

mata e massacra espiritualmente a igreja. Quando o povo não tem mais expectativa de que

algo novo pode ocorrer, alguma coisa está errada com a liderança pastoral. As ausências de

milagres, de manifestações do Espírito Santo, de uma palavra viva, de conversões, de

libertação deixam a igreja fadigada espiritualmente. Consequentemente o louvor não flui.

Pode-se ter a melhor e mais treinada equipe de música, os melhores equipamentos, que nada

ocorrerá! Lindos corais, muita coreografia e poucos resultados espirituais!

"Algo novo vai acontecer; algo bom Deus tem para nós; reunidos aqui, só para louvar

ao Senhor", diz o cântico traduzido do inglês.

Deus é a fonte da motivação. Nos dias de Neemias o povo ofereceu grandes sacrifícios

"e se alegraram; pois Deus os alegrara com grande alegria; também as mulheres e os meninos

se alegraram, de modo que o júbilo de Jerusalém se ouviu até de longe" (Ne 12.43; 8.9-12).

g. Este sétimo aspecto, apesar da semelhança com o anterior, tem outro sentido. A

congregação vive alienada com tudo o que está ocorrendo. É possível que a turma do louvor

esteja consagrada a Deus, jejuando, orando, estudando, ensaiando e chegue nos cultos com

todo gás, mas a congregação não corresponde, porque não jejua, não ora, não estuda nem se

consagra a Deus! São os alienígenas dominicais!

Davi, os sacerdotes e os levitas bem como grande parte do povo estava participando de

um grande avivamento espiritual. Desde os dias de Samuel não se experimentava um tipo de

avivamento como o daqueles dias. Música, danças, ministrações, o reino se firmando, mas

Mical, estava alienada de tudo! Enquanto Davi dançava com todas as suas forças, enquanto os

sacerdotes tocavam as trombetas e sacrificavam e o povo jubilava, Mical desprezou tudo

aquilo em seu coração. Ela desprezou a Davi (2 Sm 6.14-23).

Mical representa algumas igrejas que ficam estéreis por toda vida por desprezarem o

que Deus está fazendo em seu meio. Uma igreja estéril não frutifica, ano após ano continua

igual. Engorda e envelhece sem gerar filhos! (Ver ainda 1 Crônicas 15.28,29).

h. Um outro aspecto que precisamos observar são os cânticos difíceis de serem entoados

pela congregação. Cânticos com letras truncadas, sem fluência poética, sem métrica; músicas

cuja linha melódica é difícil de ser acompanhada, sem definição, etc. Há cânticos antigos com

Donald Stoll escreveu o cântico, "Lançarei fora o espírito pesado; me vestirei

com as vestes do louvor; e assim eu entrarei

na presença do Senhor".

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melodias difíceis de serem entoadas, mas que têm definições, como Ao Deus de Abrão

Louvai, Castelo Forte, e, no entanto, muitos dos novos cânticos têm uma melodia indefinida,

truncada; e cânticos assim impedem o fluir do verdadeiro louvor. Nossos dirigentes de

louvores precisam entender que nem todos os cânticos são congregacionais. Alguns cânticos

são escritos para solistas, outros para corais, e outros, sim, para serem cantados por toda a

congregação. O que percebo é que muitos dos cânticos trazidos para a congregação não

servem para serem cantados por todos, e sim por solistas. Nem tudo o que aparece no

mercado musical deve ser usado pela igreja. Isto pode ser evitado, escolhendo-se cânticos

próprios para o povo cantar Um bom líder saberá definir o que o povo deve cantar.

Outra coisa boa de se fazer é escolher cânticos de vários autores, e não apenas de um

só compositor, pois estes têm a tendência de viciar-se na mesma linha melódica. Ouvir um Cd

com músicas de um mesmo autor, às vezes, é enfadonho.

"Então cantou Israel este cântico: Brota, ó poço! Entoai-lhe cântico!" (Nm 21.17). Se

todo Israel cantou, por certo era de fácil compreensão e melodicamente aceito.

"Então entoou Moisés, e os filhos de Israel, este cântico ao Senhor, e disseram:

Cantarei ao Senhor, porque triunfou gloriosamente" (Ex 15.1). Novamente um cântico

acessível a todos.

i. Hinos difíceis de serem tocados pelos músicos da igreja. Convenhamos: nem toda

igreja tem músicos profissionais. A maioria de nossos conjuntos é feita de gente que se

esforça, que quer aprender, que se esmera no que faz, mas não é formada em música.

Consequentemente, determinadas músicas podem se tornar difíceis de serem executadas.

Agregue-se a isso o fato de que muitos dos hinos modernos traduzidos do inglês ou gerados

em solo estrangeiro são "incantáveis" pela média de nosso povo e "intocáveis" por nossos

músicos! A começar pelas péssimas traduções ou versões em que, procurando ser fiéis à letra

do idioma original os tradutores colocam diante de nós letras truncadas, sem poesia e sem

beleza alguma!

Muitas vezes visitando pequenas e grandes congregações pelo Brasil percebo a

dificuldade dos músicos e dos irmãos que querem cantar músicas do Alvin, do Ron Kenoly,

etc. São músicas que os americanos cantam muito bem em seus shows musicais, mas difíceis

de serem tocadas por nossos músicos e cantadas pela igreja!

"Entoai-lhe novo cântico, tangei com arte e com júbilo" (Sl 33.3).

j. Um dos obstáculos maiores, no entanto, é a falta de sensibilidade dos músicos e dos

dirigentes ao Espírito Santo. Não se pode escolher cânticos só porque gostamos daquele

estilo, ou de sua melodia e letra. Precisamos estar atentos ao que o Espírito Santo quer para o

culto da igreja. Muitas vezes um cântico começa a fluir deixando a igreja livre na presença de

Deus, mas na lista do dirigente tem um outro que vem a seguir e, ele na ânsia de aproveitar o

tempo e cantar todos aqueles hinos, tira a igreja do trilho certo. Um culto pode fluir em Deus

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com poucos ou com muitos cânticos. O bom culto não precisa que o dirigente fique dando

manivela. Ele começa bem e termina melhor ainda!

Davi ouvia a Deus: "Uma vez falou Deus, duas vezes ouvi isto: Que o poder pertence a

Deus" (Sl 62.11). A abundância de cânticos, salmos e palavra era tanta que Paulo pergunta:

"Que fazer, pois, irmãos...?" (1 Co 14.26). Como Paulo que queria ir para um lugar e o

próprio Espírito o impedia, pode ocorrer também com os dirigentes de louvor: eles querem

seguir numa direção, mas o Espírito Santo tem outro bem melhor (At 16.6-10).

k. Falta de resposta da congregação ao dirigente. Não estou de forma alguma repetindo o

item 4. Naquele caso é a falta de entrosamento entre o dirigente e a congregação. Nesse caso,

o dirigente é excelente, mas a congregação não responde à altura o que o dirigente pretende.

O dirigente está afinado, sensível a Deus, mas a congregação não corresponde ao que ele

quer. Você deveria ver o que diz o Salmo 98. Ou o Salmo 103.19-22 onde o autor propõe aos

anjos, aos ministros, às obras de Deus que levantem a voz em louvor, o Todo-Poderoso!

Geralmente isto ocorre quando o avivamento na igreja não atinge a todos. Costumo

dizer que houve um avivamento departamental. O pessoal do louvor anda a mil, mas a

congregação reage a passos de lesma! Os jovens estão "pegando fogo" enquanto os demais

sentam-se em bancos de geladeira.

l. Falta de motivação da Igreja. Deus deve ser o grande Motivador da Igreja. Como diz

Davi: "Tu és motivo para os meus louvores constantemente" (Sl 71.6). Ou como ele afirmou

noutro lugar: "Os teus decretos são motivo dos meus cânticos, na casa da minha peregrinação

(Sl 119.54). Davi instituiu a ordem levítica de adoração, baseado unicamente em Deus e nos

seus gloriosos feitos (1 Cr 16.7-12).

A motivação da igreja é Deus e não a música bonita, os bons músicos, os ótimos

instrumentos e um ambiente propício de adoração. Vitrais coloridos e paramentos servem de

inspiração para a carne, mas o verdadeiro louvor flui quando Deus é a fonte de todas as

coisas! Deus é o grande inspirador e motivador. E o louvor pode fluir muito bem num antigo

depósito transformado em lugar de culto sem muitos instrumentos musicais. Melhor ainda

quando uma congregação tem tudo o que falei e tem também a Deus como inspirador de seus

louvores.

m. Alienação total dos dirigentes, músicos e pastores. Com freqüência observo que os

pastores costumam ficar totalmente alienados com o que está ocorrendo no culto. Se os

pastores estiverem alienados, nada ocorrerá com a igreja. Às vezes quando prego em algumas

igrejas observo que os pastores ficam durante o tempo de louvor atendendo o celular, falando

com algum obreiro, resolvendo questões da igreja completamente à parte do que está

ocorrendo no culto. Um pastor chegou a dizer-me assim: "Pode chegar lá pelas oito e meia, na

hora de pregar, porque a primeira parte é dos jovens. Eles dirigem os louvores". Fiz questão

de chegar bem cedo para ter um tempo de oração com aqueles valorosos guerreiros

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determinados a levar a igreja a mover-se em Deus. Pena que logo a seguir, o "bombeiro",

como eles dizem, chega e apaga o fogo!

Estude esses temas com os músicos de sua igreja e ampliem-no com problemáticas de

sua própria congregação. Um participante de nosso seminário chegou a contabilizar "20

obstáculos porque o louvor não flui..."

3 CONCEITOS E DEFINIÇÕES SOBRE LOUVOR E ADORAÇÃO

1- Introdução.

2- O que é Louvor?

3- O que é Adoração?

4- Ampliando a visão sobre adoração.

5- Algumas boas definições sobre adoração.

6- Uma definição prática da adoração.

7- O veículo da adoração.

8- Os principais obstáculos ao louvor e a adoração.

3.1 Introdução

Quando falamos em louvor e adoração, a primeira idéia que vem em nossas mentes é

de estarmos cantando um hino ou um cântico na igreja. É normal pensarmos assim, pois,

cantar é a maneira mais comum utilizada por nós, para expressarmos o nosso louvor e a nossa

adoração a Deus.

Mas o louvor e a adoração não se limitam apenas a estarmos cantando hinos ou

cânticos ao Senhor nos cultos de domingo. Louvor e adoração são muito mais do que isto: O

Louvor e a adoração devem ser encarados e praticados como um estilo de vida. O apóstolo

Paulo escreveu: “Portanto quer comais, quer bebais, ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo

para a glória de Deus” (I Co. 10:31). Fundamentado nessa passagem, entendo que para o

cristão cada ato da vida deve ser um ato de louvor e de adoração à Deus, ou seja, tanto o

louvor quanto a adoração, devem estar presentes em tudo o que fizermos. Eles devem ser

manifestados no falar, pensar, vestir, trabalhar, estudar, orar, cantar, etc., Porém, nos cultos da

igreja atual, a forma mais popular de louvor e adoração é por meio de cânticos e hinos

(Louvor cantado).

Para nos ajudar a desenvolver este conceito, vamos ver o que as Escrituras nos

ensinam sobre o louvor e a adoração:

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3.2 O que é louvor?

De acordo com a Bíblia, o louvor está associado com a idéia de agradecimento, elogio,

valorização, glorificação, exaltação, por aquilo que Deus faz (fez, fará) em nossa vida ou na

dos outros. (Sl. 145:4; Sl. 147:12-13; Is. 25:01; Lc. 19:37), ou seja, nós louvamos a Deus por

Suas obras, bênçãos, curas, livramentos, perdão, graça, amor, misericórdia, cuidado, etc. O

louvor está sempre associado a uma ação de Deus. Deus age (agiu, agirá) e seu povo O louva

(agradece, exalta, elogia, etc.). Contudo, o motivo principal do louvor é a Salvação em Cristo.

Nosso louvor é centralizado em Cristo. Nossas canções são centralizadas em Cristo, sobre Ele

e para Ele. Jesus é a razão do nosso louvor.

Importante: É muito importante termos em mente que o louvor não liberta ninguém.

Quem liberta é Jesus. A Bíblia diz: “E conhecereis a verdade[Cristo], e a verdade[Cristo]

vos libertará”(Jo.8:32). O poder para libertar, curar, restaurar está em Jesus e não no louvor.

O louvor é apenas a forma que usamos para expressarmos a nossa gratidão ao Senhor.

3.3 O que é adoração?

Qualquer tentativa de definir adoração será falha, devido ao enorme significado que

ela abrange. Seriam necessários lermos vários livros para abordar tudo que precisamos

compreender a respeito da adoração. O autor A. P. Gibbs em seu livro “Adoração”, escreveu:

“A palavra adoração assim como outras palavras admiráveis como ‘graça’ e ‘amor’ podem ser

mais facilmente experimentadas do que descritas. ” E ele tem razão. É muito mais fácil

experimentarmos (praticarmos) a adoração do que descreve-la. Porém, passeando pela Bíblia,

vemos que a adoração está associada freqüentemente com a ideia de culto (resposta),

reverência, veneração, por aquilo que Deus é (Santo, Justo, Amoroso, Soberano,

Misericordioso, Imutável, etc.). (Sl.96:9; Ap. 4:8-11; Ap. 7:11-12; Ap. 11:16-17), ou seja,

independente do que Deus faz, fez ou fará, nós O adoramos (cultuamos, reverenciamos,

veneramos) por aquilo que Ele é, ou seja, sua pessoa (natureza, caráter e atributos).

3.4. Ampliando a visão sobre adoração.

Vamos aprofundar um pouco mais a nossa visão sobre a adoração examinando

algumas palavras utilizadas na Bíblia relacionadas a ela:

Proskuneo (Render-se) Originalmente significava “beijar”. Entre os gregos era um

termo técnico que significava “adorar os deuses”, dobrando os joelhos ou prostrando-se. Em

outras palavras, descrevia o gesto de curvar-se diante de uma pessoa e ir até o ponto de beijar

os seus pés. Este gesto traduz o ato de reconhecer a insuficiência do adorador e a

superioridade do objeto adorado, colocando-se à sua inteira disposição. Sua idéia básica é a de

submissão. Na passagem de João 4:20-24, onde Jesus conversa com a mulher samaritana, a

palavra “proskuneo” aparece 10 vezes em suas diversas formas. Outro exemplo da utilização

desta palavra está em Mateus 4:9-10, onde Satanás tenta Jesus: “e lhe disse: Tudo isso te darei

se, prostrado me adorares. Então Jesus lhe ordenou: Retira-te, Satanás, porque está escrito: Ao

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Senhor teu Deus adorarás (proskunesis), e só a Ele darás culto”. Adorar a Deus é antes de

tudo render-se (submeter-se) ao Senhor.

Latreia (Servir) Adorar é Servir. O sentido de servir aqui, significa cultuar e oferecer

atos de adoração que agradem a Deus. Esse termo é usado por Paulo em Romanos 12:1, para

descrever a dedicação de nossas vidas a Deus. Ofertar a Ele toda a nossa potencialidade,

capacidade, inteligência, energia, experiência e devoção. Servir, como reconhecimento da

transformação que Ele operou em nossa vida. Ele merece o melhor do nosso serviço como

forma de gratidão. Outro exemplo de utilização desta palavra está em Mateus 4:10 na resposta

de Jesus a Satanás: “[...] Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a Ele darás culto

(Latreia[servirás]). ” Dividir a lealdade, na tentativa de servir a dois senhores, deve ser

reconhecido como “culto Falso”, como nos diz Mateus 6:24. Nosso ato de servir a Deus,

requer que o sirvamos com exclusividade.

Sebein (Reverenciar, Temer) outro vocábulo utilizado para traduzir adoração é Sebein.

Ela significa reverenciar com temor. Na língua grega fora da Bíblia, as palavras que derivam

da raiz (seb) transmitia o quadro característico do homem como religioso devotado a seus

deuses para evitar as nefastas conseqüências do azar (Atos 17). Essa conotação religiosa grega

impediu que estes vocábulos fossem muito usados para designar culto (adoração), na tradução

do Antigo testamento, devido ao seu contexto pagão. O mesmo ocorreu com o Novo

Testamento, onde estes vocábulos também são bem raros. Entretanto, com o passar do tempo,

estas palavras passaram a expressar outro significado, ao ponto de serem utilizadas com

bastante freqüência me 2 Pedro. João também mostrou esse novo conteúdo: “Sabemos que

Deus não atente pecadores, mas pelo contrário se alguém teme a Deus (Theosebes) e pratica

sua vontade, a este atende” (João 9:31). Ou seja, esse termo trata-se de um temor sadio,

aquele que nos torna conscientes da santidade e da majestade de Deus, e nos exorta a viver

uma vida santa diante do Todo-Poderoso. Em outras palavras, nós não vivemos

“aterrorizados” pela presença de Deus, mas vivemos com uma reverente preocupação com as

atitudes, pensamentos e comportamentos que agradam a Ele.

Leitourgeo (Realizar Serviço Sacerdotal) Este vocábulo é composto por duas palavras

gregas, “povo” (laos) e “Trabalho” (ergon). Significava originalmente fazer trabalho público,

mas pagando sozinho as despesas. Mais tarde passou de origem secular para o religioso, de

modo que os tradutores do Antigo Testamento também usaram freqüentemente este termo,

para indicar o ministério sagrado dos sacerdotes. Por exemplo: o alto privilégio de Zacarias de

ministrar no templo foi chamado de Leitourgia (Lucas 1:23). Como sabemos, o trabalho dos

sacerdotes judeus no templo, consistia em oferecer os sacrifícios que era considerado um

“serviço de adoração”. Esse trabalho, porém, foi superado com o sacrifício de Cristo (Sumo-

Sacerdote e o último Cordeiro), ao morrer em nosso lugar na cruz. Entretanto, todo aquele que

faz parte do Povo de Deus, foi designado como “Sacerdote”, com a função de proclamar as

virtudes do Senhor e testemunhar de Cristo por onde for (I Pedro 2:9). Leitourgeo está

intimamente ligado ao exercício de nossos dons espirituais, quando dedicamos nosso trabalho

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ao Senhor, no contexto de nossas igrejas. Em outras palavras, quando os cristãos servem aos

irmãos da fé, motivados pelo amor de Deus, exercem a “leitourgia”.

3.5 Algumas boas definições sobre adoração

Para nos ajudar a compreender um pouco mais a abrangência da adoração, vamos ver

algumas boas definições sobre ela:

a) Adoração é a ocupação do coração, não com suas necessidades nem sequer com suas

bênçãos, mas com Deus mesmo.

b) Adoração é o amor com que correspondemos ao amor de Deus.

c) Adoração é o ato de dobrar nossa vontade para fazermos a vontade de Deus.

d) Adoração é reconhecer, honrar e reverenciar a presença de Deus.

e) Adoração é vida intensa com Deus.

f) Adoração é uma comunhão diária com Jesus.

g) Adoração é oferecer o melhor da nossa vida para Deus.

h) Adoração é uma reação ativa a Deus, pela qual reconhecemos e declaramos a Sua

dignidade.

i) Adoração é avivar a consciência através da santidade de Deus, alimentar a mente com a

verdade de Deus, purificar a imaginação com a beleza de Deus, abrir o coração ao amor

de Deus, render a vontade aos propósitos de Deus.

j) Adoração é o ato de tomarmos uma posição diante de Deus em relação ao sistema em

que estamos vivendo.

3.6. Uma definição prática de adoração

Apesar das informações acima nos ajudarem a ter uma visão mais ampla sobre a

adoração, na prática, podemos definir a adoração como sendo: “Tudo aquilo que fazemos que

agrada a Deus”. Na verdade, de acordo com o escritor Rick Warren, adorar (agradar) a Deus,

foi o primeiro propósito para o qual Deus nos criou. Ele escreveu: “O primeiro propósito da

nossa vida é adorar (agradar) a Deus[...]. Deus não precisava criar eu e você, mas escolheu

fazer-nos para a satisfação dEle. Nós existimos (fomos criados e planejados), primeiramente,

para dar prazer à Deus, ou seja, trazer alegria ao Seu coração”. Sendo assim, podemos dizer

que a adoração é melhor representada pela maneira como vivemos diante de Deus com nossas

atitudes, comportamentos, testemunho, obediência, confiança, etc. (Jr.9:24; Hb.11:6;

Sl.147:11; 1Sm.15:22; Sl.69:30,31), de forma que este viver traga alegria a Deus. Em resumo,

adorar a Deus é viver para agrada-lo.

3.7 O veículo da adoração

Jesus nos ensina um princípio muito importante sobre a adoração, Em João 14:6, Ele

disse: “...Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao pai senão por mim. ”, ou

seja, não existe outra maneira de entrarmos na presença de Deus senão através de Jesus. Este

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princípio vale para todos os aspectos de nosso relacionamento com Deus, inclusive na

adoração. Deus só aceita a nossa adoração quando a oferecemos por intermédio de Jesus. A

Bíblia diz: “Por meio de Jesus, pois, ofereçamos a Deus, sempre sacrifício de louvor [...]”

(Hb.13:15). Jesus é o único caminho até Deus.

Importante: A música não é um meio para se achegar a Deus. O único meio

(caminho) é Jesus. A música é apenas um veículo de expressão. Ela serve apenas para tornar

mais agradável a maneira de expressar o nosso amor, o nosso louvor e a nossa adoração ao

Senhor. A Bíblia diz que Deus habita em meio aos louvores (Sl.22:3), mas não, que o louvor

nos conduz a Deus.

3.8 Os principais obstáculos ao louvor e a adoração.

Naturalmente porque adoração é algo que alegra tanto o coração de Deus, e incomoda

muito o inimigo das nossas almas, devemos ficar atentos, porque enfrentaremos obstáculos

para que a verdadeira adoração aconteça. Contudo, é importante estarmos conscientes que

nem todo obstáculo ao fluir da adoração é culpa do diabo. Em grande parte, a nossa natureza

caída é a que mais apresenta resistência ao oferecer da adoração que Deus deseja de nós.

Vejamos os principais obstáculos.

Limitar-se ao Local da adoração: Este conceito é muito comum em nossas igrejas;

achar que a adoração só deve ser exercida e praticada na igreja, e assim, nos esquecendo que

também devemos louvar e adorar a Deus em casa, no trabalho, na escola, etc. Nós precisamos

nos conscientizar de que adoração não é parte da nossa vida; ela é a nossa vida. A Bíblia diz:

“Buscai o Senhor [...] buscai perpetuamente a sua presença” (Sl.105:4). Adorar a Deus deve

ser a primeira atividade, assim que abrimos os olhos pela manhã, e a última atividade, ao

fechá-los à noite. Adorar deve ser uma atividade constante na nossa vida. Adorar a Deus deve

ser um estilo de vida.

Falta de conhecimento de Deus: Este sem dúvida, é um dos maiores obstáculos à

adoração a Deus; É impossível adorar a Deus sem conhece-lo. A Bíblia diz: “O meu povo está

sendo destruído porque lhe falta o conhecimento”(Os.4:6). A adoração está intimamente

ligada ao conhecimento que temos de Deus. Quanto mais conhecermos a Deus, mais profunda

e consistente nossa adoração se torna. Por outro lado, quando falta conhecimento de Deus

(relacionamento correto com Deus), nossa adoração será distorcida e doente. E

consequentemente não agradará o coração de Deus.

Amargura: Como podemos adorar a Deus “de todo coração”, se existe alguma mágoa

corroendo nosso relacionamento com alguém? A Bíblia diz: “Portanto, se trouxeres a tua

oferta ao altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali diante

do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão e, depois, vem e apresenta a

tua oferta” (Mt.5:23-24). Deus só aceita a nossa adoração (oferta de vida) quando dispomos

de um bom relacionamento com os nossos próximos.

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Pecado não confessado: A Bíblia diz: “Mas as vossas iniqüidades fazem separação

entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos

ouça”(Is.59:2). Só podemos oferecer a verdadeira adoração a Deus após confessarmos os

nossos pecados.

Amor as coisas do mundo: Enquanto estivermos dando prioridade aos valores do

mundo, nós nunca conseguiremos nos aprofundar em uma vida de adoração. As vaidades

humanas, os prazeres e desejos malignos, pessoas e lugares inconvenientes, ações e

pensamentos que tiram o primeiro lugar de Deus em nossas vidas, tudo isso são obstáculos

que nos impedem de adorar ao Senhor. A Bíblia diz: “porque onde está o teu tesouro aí estará

também o teu coração” (Mt.6:21), se o nosso tesouro não for Deus, nosso coração estará em

outro lugar.

Preguiça e Negligência: A preguiça e a negligência andam juntos. A conseqüência

natural da preguiça é aumentar a negligência com as coisas de Deus. Quando começamos a

perceber que estamos ficando negligentes em nossa vida com Deus, isso é um forte indicador

de que estamos preguiçosos, e está na hora de irmos ter com a formiga (Pv.6:6-11). A

preguiça e a negligência são um grande obstáculo à adoração a Deus. Podemos ver a

negligência na adoração quando adoramos a Deus de qualquer jeito, sem nos preocuparmos se

estamos agradando a Ele ou não. Jesus falou sobre a negligência dos fariseus em relação a

adoração. Ele disse: “Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de

mim; e em vão me adoram[...]” (Mt.15:8-9).

Orgulho e Soberba: O orgulho e a soberba são sinônimos. Conforme o dicionário

elas significam o elevado conceito que alguém faz de si próprio ou amor-próprio exagerado.

Podemos ver o orgulho e a soberba em nossa vida quando estamos preocupados

primeiramente em agradar a nós mesmos antes de Deus. Mas a Bíblia no ensina: “[...] digo a

cada um dentre vós que não pense de si mesmo, além do que convém, antes, pense com

moderação[...]” (Rm.12:3). Porém, orgulho e soberba não significam apenas pensar demais

em nós mesmos. Orgulho e soberba podem ser vistos principalmente quando vivermos uma

vida independente de Deus. Quando vivemos assim, isso se torna um grande obstáculo para

que Deus aceite a nossa adoração. A Bíblia diz: “[...] revestir-vos de humildade, porque Deus

resiste aos soberbos mas dá graça aos humildes” (1Pe.5:5, Tg.4:6). Orgulho é independência.

Humildade é dependência. Quando vivemos com humildade, reconhecendo constantemente a

nossa dependência de Deus, a nossa adoração subirá como um aroma suave ao Senhor.

Rotina: Se a nossa adoração se torna algo mecânico e repetitivo, ela está condenada a

se tornar um fardo para Deus. Deus se cansa da adoração de seu povo quando esta se torna

uma mera rotina. Para que a adoração toque o coração de Deus, nós precisamos estar

dispostos a mudar os nossos hábitos estéreis, e revitalizar à nossa maneira de adorar. A Bíblia

diz que nós devemos “[...] andar em novidade de vida” (Rm.6:4). Isso serve também para a

nossa adoração.

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4. "DANÇA" ATITUDE DE LOUVOR

Nos dias de hoje temos muitos conceitos sobre dança, sendo em sua maioria o de que

ela induz a expressões carnais, o que não é verdade quando há uma atitude pura, feita no

espírito diante do Senhor.

A dança é o reflexo de sentimentos contidos em nosso ser e acontece em várias

ocasiões:

Quando Davi foi ungido por Samuel (I Sam 16:13), o Espírito do Senhor se apossou

dele e desde aquele dia foi cheio do Espírito.

Em II Samuel 6: 12 - 16, Davi extravasa toda sua alegria dançando diante do Senhor

por estar transportando a Arca para Jerusalém, que representava a presença de Deus no meio

deles.

"Então disseram a Davi: O Senhor abençoou a casa de Obede-Edom, e tudo o que

tem, por causa da arca de Deus. Assim foi Davi, com alegria. Quando os que levavam a arca

do Senhor tinham dado seis passos ele sacrificava bois e carneiros cevados. Davi dançava

com todas as suas forças diante do Senhor, e estava Davi cingido de uma estola sacerdotal de

linho. Assim Davi e toda a casa de Israel subiam, trazendo a arca do Senhor com júbilo e ao

som de trombetas.

Quando a arca do Senhor entrava na cidade de Davi, Mical, a filha de Saul, estava

olhando pela janela. E vendo ao rei Davi, que ia saltando e dançando diante do Senhor, o

desprezou no seu coração".

Vemos aqui o exemplo de um homem segundo o coração de Deus, cheio do poder e do

Espírito, expressando toda sua alegria dançando na presença do Senhor.

Em Êxodo 15:20 e 21, vemos Miriã, uma profetisa com muitas mulheres saírem com

tamborins e com danças cantando ao Senhor pela vitória de Israel, pelo povo que saíra ileso

do Egito, terra onde eram escravos.

Miriã, a profetisa (os profetas eram pessoas cheias do Espírito de Deus) dançou pela

vitória do seu povo.

"Então Miriã, a profetisa, irmã de Arão, tomou um tamborim, e todas as mulheres

saíram atrás dela com tamborins e com danças. E Miriã lhes respondia: Cantai ao Senhor,

pois sumamente se exaltou, lançou no mar o cavalo e o seu cavaleiro".

As mulheres hebraicas exprimiam por meio da dança os seus sentimentos; quando seus

maridos ou pessoas amigas voltavam a suas casas, vindo do combate pela vida e pela pátria,

saíam elas ao seu encontro com danças de triunfo.

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Nos nossos dias não deve ser diferente. Podemos e devemos também ser cheios do

Espírito Santo de Deus e dançar diante dEle, extravasando a nossa alegria, saltando, dançando

diante do Senhor pela vitória de Jesus na cruz derrotando todo principado, potestade e

dominadores deste século que eram contra nós (Col. 2:15), nos libertando do mundo e nos

transportando para um reino de luz, purificando nossa consciência pelo sangue do Cordeiro e

nos dando a esperança da vida eterna.

As danças não param por aí. Em I Samuel 18:6 e 7, temos outro exemplo:

"Quando os soldados retornavam para casa, depois de Davi ter ferido o filisteu, as

mulheres de todas as cidades de Israel saíram ao encontro do rei Saul, cantando e dançando

alegremente, com tambores e com instrumentos de música. As mulheres, dançando, cantavam

umas para as outras, dizendo: Saul feriu os seus milhares, porém Davi os seus dez milhares".

Jesus citou em uma parábola a dança como louvor e ações de graças por um filho que

se havia perdido e foi achado (Lucas 15:25 - parábola do filho pródigo).

Existe uma razão específica do povo de Deus em dançar: a de que Ele se alegra com

isto. Deus se alegra de que seus filhos dancem na sua presença, pois Ele próprio promete

restaurar as danças de seu povo:

"Naquele tempo, diz o Senhor, serei o Deus de todas as tribos de Israel, e elas serão o

meu povo... o povo que escapou da espada achou graça no deserto... com amor eterno te

amei, também com amorável benignidade te atraí... ainda te edificarei e serás edificada, ó

virgem de Israel. Ainda serás adornada com os teus adufes, e sairás com coro de dança, e

também os jovens e os velhos, e tornareis o seu pranto em júbilo e os consolarei;

transformarei em regozijo a sua tristeza". (Jeremias 31: 1-4, 13)

Se você nunca se expressou a Deus dançando, eu o convidaria a fazê-lo conforme as

escrituras nos convidam:

Salmo 149:3 - "Louvem o seu nome com danças; cantem-lhe o seu louvor com

tamborim e com harpa".

Certamente quando você o adorar com sua dança, o próprio Deus te encherá com

alegria, com cânticos, com toda sorte de bençãos e te mostrará a vitória.

Experimente dançar na presença de Deus.

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5. PLANEJADOS PARA AGRADAR A DEUS

(Propósito da Adoração) “Uma vida com propósitos”

1- Introdução.

2- A grande questão da vida.

3- Deus nos fez por um motivo.

4- Planejados para agradar a Deus.

5- Adoração e Música.

6- Obstáculos à Adoração.

7- Conclusão.

5.1- Introdução

Nada é mais importante do que conhecer os propósitos de Deus para a nossa vida, e

nada pode compensar o prejuízo de não os conhecer. Rick Warren escreveu: “A maior de

todas as desgraças não é a morte mais uma vida sem propósitos”. Sem propósitos a vida não

tem significado, relevância ou esperança. Sem propósitos a vida é um movimento sem

sentido, uma atividade sem direção e acontecimentos sem motivo. Sem propósitos somos

como giroscópios, girando em um ritmo frenético sem jamais chegar a lugar algum. Sem

propósitos, continuaremos a levantar domingo após domingo, vir a igreja, cumprir rituais

religiosos e, muitas vezes, voltar vazio para as nossas casas; isso quando, não começarmos a

mudar nossos rumos, relacionamentos, igreja e outras circunstâncias externas – na esperança

de que cada mudança solucione a confusão e preencha esse vazio em nosso coração.

Por outro lado, conhecer os propósitos de Deus para nós, dá sentido a nossa vida,

direciona a nossa vida, estimula a nossa vida, simplifica a nossa vida e nos prepara para a

eternidade. Não há nada tão potente e realizador como conhecer os propósitos de Deus para a

nossa vida e cumpri-los.

5.2- A grande questão da vida

- Por que eu existo?

- Qual o propósito da minha vida?

- Por que eu nasci?

Estas são perguntas que um dia todos nós já nos fizemos. A procura da resposta para

essas perguntas tem intrigado as pessoas por milhares de anos, e muitas delas acabam orrendo

sem descobrir a resposta. Isso porque normalmente essas pessoas, assim com nós, começamos

pelo lado errado – nós mesmos. Este é o lugar errado para iniciar essa busca. Nós jamais

descobriremos o propósito (sentido) da vida olhando para dentro de nós mesmos. Nós não

criamos a nós mesmos, logo não há jeito de dizer para que fomos criados.

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5.3- Por onde começar?

Devemos começar em Deus. Tudo começa com Deus. Se nós quisermos saber por que

fomos colocados neste planeta, deveremos começar por Deus, nosso criador. Nós nascemos

de acordo com os propósitos de Deus e para cumprir os propósitos dEle. Nós fomos feitos por

Deus e para Deus – e, enquanto não compreendermos essa verdade, a vida jamais terá sentido.

É somente em Deus que descobrimos nossa origem, nossa identidade, o que significamos,

nosso propósito, nossa importância e nosso destino. Deus é o ponto de partida. E Ele nos fez

por um motivo.

5.4- Deus nos fez por um motivo

Nada na vida é casual – tudo foi feito em função de um propósito.

Nós não somos um acidente.

Nosso nascimento não foi um erro ou um infortúnio, e nossa vida não é um acaso da

natureza.

Nossos pais podem não nos ter planejado, mas Deus certamente o fez. Ele não ficou

nem um pouco surpreso com nosso nascimento. Aliás, ele o aguardava. Muito antes de sermos

concebidos por nossos pais, nós fomos concebidos na mente de Deus – Ele já pensava em nós

antes de formar o mundo. Nós não estamos aqui por acaso, sorte, destino ou coincidência. Nós

estamos aqui porque Deus quis criar-nos. Deus nunca faz nada por acaso, Ele não age de

forma aleatória, e Ele nunca comete erros. Deus tem um motivo para tudo que Criou. Todas as

plantas e animais foram planejados por Ele, e cada pessoa foi idealizada com um propósito.

Então, afinal de contas: - Qual foi o propósito de Deus ter-nos criado?

A Bíblia diz em Rm 11:36: “Porque dele e por meio dele e para ele são todas as coisas

[...]”. Esse mesmo versículo na Bíblia Viva diz assim: “Todas as coisas vêm única e

exclusivamente de Deus. Tudo vive por seu poder, e tudo é para sua glória [...]”.

Aqui está a resposta: “...para ele...” [para a Sua glória].

A razão de tudo o que existe, incluindo eu e você é demonstrar (refletir) a glória de

Deus. Nós fomos criados para a glória de Deus. Na verdade, este é o objetivo fundamental de

todo o universo: Demonstrar (refletir) a glória de Deus. Deus fez tudo para a glória dEle,

desde a menor forma de vida microscópica até a via láctea. Tudo foi criado para a glória de

Deus. Se não fosse a glória de Deus não haveria nada.

Pois bem, uma vez que o propósito principal de Deus ter-nos criado foi a Sua glória,

então, viver para glória de Deus (refleti-la) é a maior realização que podemos alcançar em

nossa vida. Refletir a glória a Deus deve ser o objetivo supremo da nossa vida.

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Agora a questão é: - Como podemos refletir a glória de Deus?

Qualquer coisa na criação reflete a glória de Deus (Glorifica a Deus) quando cumpre o

propósito para o qual foi criado. Por exemplo, Os pássaros glorificam a Deus ao voar, gorjear

(cantar), fazer ninho e ao realizar outras atividades próprias dos pássaros, conforme Deus

planejou. Da mesma forma, eu e você, glorificamos a Deus quando cumprimos os propósitos

para o qual Deus nos Planejou... Tudo glorifica a Deus quando cumpre o seu propósito. Deus

estabeleceu vários propósitos para nós, mas eu gostaria de falar sobre o primeiro propósito

para o qual nós fomos criados...Eu e você fomos planejados para agradar a Deus.

5.5- Planejado para Agradar a Deus

Agradar a Deus é o que chamamos de “adorar. ” Você e eu fomos planejados para

adorar (agradar) a Deus. Deus não precisava criar eu e você, mas escolheu fazer-nos para a

satisfação dEle. Nós existimos (fomos criados e planejados), primeiramente, para dar prazer à

Deus – trazer alegria ao Seu coração. Esse é o primeiro propósito da nossa vida: Adorar

(agradar) a Deus.

Uma vez que adorar (agradar) a Deus é o primeiro propósito da nossa vida, nossa mais

importante tarefa é descobrir como fazer isso...

Existem diversas maneiras de adorarmos (agradarmos) a Deus... Nós adoramos

(agradamos) a Deus quando...

...Amamos verdadeiramente Ele acima de qualquer coisa. Deus nos criou não

apenas para sermos alvo do Seu amor, mas também para que correspondêssemos a esse amor,

ou seja, Deus também nos criou para amá-lo. Apesar de suficiente em Si mesmo, Deus deseja

o nosso amor, e quando O amamos isso traz uma enorme alegria ao Seu coração. Amar a

Deus agrado-o profundamente. Amar a Deus deve ser o maior objetivo da nossa vida; nada se

compara em importância. Jesus o chamou de o maior mandamento. Ele disse: “Ame o Senhor,

o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento. Este é o

primeiro e maior mandamento. ”

De um modo geral, o amor é um princípio que faz com que um ser moral queira outro,

e tenha prazer nele. É isso que Deus deseja de nós: que tenhamos prazer Nele – que O

amemos por aquilo que Ele é – que nos regozijemos com Sua pessoa. O amor que Deus deseja

de nós, deve envolver tanto nossas emoções quanto o nosso intelecto, ou seja, Deus quer que

nós O amemos tanto com o coração quanto com a cabeça. Foi por isso que Deus nos dotou de

emoções, para que pudéssemos amá-lo com intensidade, e nos dotou de inteligência, para que

pudéssemos amá-lo com entendimento e sabedoria. Porém, não podemos amar a Deus sem

conhecê-lo. E para conhecê-lo devemos desenvolver um relacionamento com Ele.

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.... Temos um relacionamento íntimo com Ele. Eis o que Deus mais quer de nós: um

relacionamento.

Essa é a mais espantosa verdade do universo. O nosso Criador, o Deus Todo-

Poderoso, o Senhor de todas as coisas, anseia por ser nosso amigo – deseja ter um

relacionamento íntimo com nós. É difícil imaginar uma amizade íntima entre um Deus

perfeito e onipotente e um ser humano limitado e pecador. Mas a Bíblia diz que Deus zela

ardentemente por um relacionamento conosco. Na verdade, este foi uma das principais razões

para o qual Deus nos criou: para termos comunhão com Ele. E não há nada no mundo que dê

tanto prazer à Deus quanto o nosso relacionamento (nossa amizade) com Ele. Deus diz: “Se

alguém quiser se orgulhar, que se orgulhe de me conhecer e de me entender [...] Estas são as

coisas que me agradam. ”

A exemplo de qualquer amizade, nós devemos nos esforçar para desenvolver uma

amizade com Deus. Isso não acontecerá por acidente. É necessário querer, ter tempo e

energia. Nós jamais cultivaremos um relacionamento íntimo com Deus apenas indo à igreja

uma vez por semana. Uma amizade com Deus é construída basicamente com três elementos:

Palavra, Oração e Fé? Palavra: É impossível ser amigo de Deus deixando de lado o

conhecimento de quem Ele é, fez e disse. Não podemos conhecer a Deus sem conhecer a Sua

Palavra – devemos estudar e meditar nela. A leitura da Bíblia não apenas nos revela mais

sobre Deus, mas também nos mantém ao alcance da Sua voz, pois é através dela que Ele fala

conosco? Oração: Estabelecer uma amizade com Deus requer também que conversemos com

Ele. É através da oração que falamos com Deus, que partilhamos com Ele todas as nossas

experiências, necessidades e desejos? Fé: Outro ingrediente essencial no nosso

relacionamento com Deus é a fé. Não adianta lermos a Bíblia e orarmos se não cremos de fato

que Deus está falando conosco ou nos escutando. A fé aprofunda a nossa amizade com Deus.

Quanto mais confiamos (cremos) na sabedoria de Deus, mais intensa a nossa amizade

se torna. Não há nada – absolutamente nada – mais importante do que desenvolver uma

amizade com Deus. Esse é o relacionamento que durará para sempre.

IMPORTANTE: Ter amizade com Deus só é possível por causa da graça de Deus e

do sacrifício de Jesus. Nós fomos feitos para viver continuamente na presença de Deus,

desfrutando de uma íntima e perfeita comunhão com Ele, mas após a queda do homem aquele

relacionamento ideal foi perdido

Então, Jesus mudou a situação. Quando Ele pagou nossos pecados na cruz, o véu do

templo, que simbolizava nossa separação de Deus, foi rasgado de cima para baixo; indicando

que o acesso direto à Deus estava novamente disponível. É somente através de Jesus que

podemos ter um relacionamento com Deus. Não existe outro caminho.

.... Usamos nosso tempo para ficar ao lado dEle. A importância das coisas pode ser

medida pelo tempo que estamos dispostos a investir nelas. Quanto maior o tempo dedicado a

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alguma coisa, mais demostramos a importância e o valor que ela tem para nós. Se quisermos

conhecer as prioridades de uma pessoa, devemos observar a forma como ela utiliza o seu

tempo. Da mesma forma, se quisermos saber quanta prioridade Deus tem para nós – quanto

nos importamos e valorizamos a Deus – basta observamos quanto tempo “passamos” com

Ele.

Um conceito errôneo bastante comum é de que “passar um tempo com Deus” significa

estar sozinho com Ele. É claro que como no exemplo dado por Jesus, nós precisamos de um

tempo a sós com Deus; é muito importante estabelecer o hábito de um momento diário

consagrado a Deus, mas isso se refere somente a uma parte do período que nós passamos

acordados. Tudo que nós fazemos pode ser “passar nosso tempo com Deus”, se Ele for

convidado para tomar parte e nós estivermos conscientes de Sua presença. Hoje em dia,

freqüentemente sentimos que precisamos “escapar” de nossa rotina para adorar a Deus; mas

isso somente porque não aprendemos a praticar Sua presença durante todo o tempo. Praticar a

presença de Deus nada mais é do que manter uma conversa contínua e ilimitada com Ele ao

longo do dia, é incluí-lo em todas as atividades, todas as conversas, todos os problemas e até

mesmo em todos os pensamentos. Em outras palavras é estarmos conscientes da Sua presença

em tudo o que fazemos. Toda vez que praticamos a presença de Deus trazemos alegria ao Seu

coração.

.... Nós entregamos totalmente a Ele. Entregar-se a Deus é conhecido de muitas

formas: consagração, fazer Jesus o nosso Senhor, morrer para si próprio, submeter-se ao

Espírito Santo, etc. Não importa como nós chamamos este ato, o que interessa é faze-lo. Pois

isso agrada a Deus.

O nosso maior exemplo de uma vida totalmente entregue a Deus é Jesus. Jesus viveu

toda a sua vida aqui na terra em função de fazer a vontade do Pai, e não a sua. Ele dependeu

do Pai, ofereceu-se ao Pai, viveu para cumprir os propósitos do Pai, rendeu-se aos planos do

Pai e, acima de tudo, submeteu-se à vontade do Pai. Jesus foi modelo em tudo. Uma das

passagens que mais reflete a entrega total de Jesus ao Pai, foi na noite anterior a crucificação

quando ele orou: “Pai, tudo te é possível. Afasta de mim este cálice; contudo, não seja o que

eu quero, mais sim o que tu queres. ”

Porém, entregar-se a Deus não é um trabalho fácil. No caso de Jesus, Ele ficou tão

angustiado com os planos de Deus que suou sangue. Em nosso caso, é uma intensa guerra

contra nossa natureza egoísta e orgulhosa. Contudo, não existe nada mais poderoso do que

uma vida entregue nas mãos de Deus. A vida de Josué é um exemplo disso. Quando Josué se

aproximou da maior batalha da sua vida, ele deparou com Deus, prostrou-se em adoração

perante Ele e entregou-se aos Seus planos. Tal entrega levou a uma esmagadora vitória em

Jericó. Pessoas entregues a Deus são exatamente aquelas usadas por Deus. Willian Booth,

fundador do Exército da Salvação, disse: “A grandeza do poder de um homem está na medida

de sua entrega a Deus. ”

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Entregar-se a Deus não é um tolo impulso emocional, mas um ato inteligente e

racional; é uma atitude natural, em resposta ao maravilhoso amor e misericórdia de Deus. Nós

nos entregamos a Deus não por medo ou obrigação, mas por amor, porque Ele nos amou

primeiro. A maior expressão desse amor é a morte de Seu Filho por nós. Quando nos damos

conta do que Jesus fez por nós na cruz, não existe outra coisa a fazer, a não ser nos

entregarmos totalmente a Ele – vivermos para Ele. A entrega se manifesta mais claramente na

obediência e na confiança.

IMPORTANTE: Todo mundo, com o tempo, se entrega a algo ou a alguém. Se não

for a Deus, nós nos entregaremos às opiniões ou expectativas de outros, ao dinheiro, ao

rancor, ao medo ou ao orgulho próprio, luxúria ou ego. Nós fomos feitos para adorar a Deus e,

se fracassarmos em adorá-lo, criaremos outras coisas (ídolos) para os quais entregaremos a

nossa vida. Entregar-se a Deus não é a melhor forma de viver, é a única maneira de viver.

Todas as outras vias levam à frustração, decepção e autodestruição. Nós somos livres para

escolhermos a quem nos entregaremos, mas não somos livres das conseqüências dessa

escolha.

.... Confiamos nEle completamente. Confiar em Deus é um ato de adoração. Assim

como os pais se agradam dos filhos que confiam em seu amor e sabedoria, a nossa fé deixa

Deus feliz. A Bíblia diz: “Sem fé é impossível agradar a Deus. ” Fé não é a presunção de que

Deus fará o que desejamos. É a certeza de que Deus fará o que é melhor para nós. Confiar

completamente em Deus é exatamente isso: crer que Ele fará o que é melhor para nós –

mesmo que muitas vezes, essa confiança, não faça sentido para nós. Quando confiamos em

Deus completamente fazemos Deus sorrir. A Bíblia diz: “O Senhor se agrada daqueles que o

adoram e confiam no seu amor. ” Confiar em Deus está intimamente ligado ao conhecimento

que temos dEle. Nós não iremos confiar completamente em Deus até que O conheçamos

melhor.

...Obedecemos a Ele Incondicionalmente. Qualquer ato de obediência a Deus é um

ato de adoração.

Obedecer a Deus é fazermos tudo o que Ele manda sem duvidarmos nem hesitarmos, e

até mesmo, muitas vezes, sem compreendermos. Todo pai sabe que obediência atrasada é na

verdade desobediência. Deus não nos deve explicação ou motivo para tudo que nos manda

fazer. A compreensão pode esperar, mas a obediência não. A obediência imediata nos

ensinará mais sobre Deus do que uma vida inteira de discussões bíblicas. Na verdade, nós

jamais compreenderemos algumas ordens sem que as tenhamos obedecido primeiro. Nós

também, freqüentemente, tentamos oferecer a Deus uma obediência parcial. Queremos

escolher as ordens a que obedecemos. Por exemplo: “Vou à igreja, mas não vou dar o dízimo.

Vou ler a Bíblia, mas não perdoarei à pessoa que me magoou”, e assim por diante. Todavia,

obedecer parcialmente é também desobedecer. Por outro lado, quando obedecemos a Deus

nós O agradamos. A Bíblia diz: “O que agrada mais ao Senhor: holocausto e sacrifícios ou

obediência à sua palavra? É melhor obedecer do que sacrificar. ” A obediência agrada a Deus

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porque ela prova que realmente O amamos. Jesus disse: “Se vocês me amam, obedeçam aos

meus mandamentos. ” Jesus também deixou bem claro que a obediência é também uma

condição para obter intimidade com Deus. Ele disse: “Vocês serão meus amigos, se fizerem o

que eu lhes ordeno. ”

.... Vivemos com um coração cheio de louvor e ações de graça. Poucas coisas

trazem uma alegria tão grande ao coração de Deus quanto isso – quando seus filhos vivem

com um coração cheio de louvor e ações de graças. Davi sabia disso. Ele disse: “Louvarei o

nome de Deus com cânticos e proclamarei a sua grandeza com ações de graças; isso agradará

o Senhor. ” Gratidão a Deus é uma atitude básica na vida de adoração. É algo que deve ser

praticado em todo o tempo e em todas as circunstâncias. A Bíblia diz: “Dêem graças em todas

as circunstâncias, pois esta é a vontade de Deus para vocês em Cristo Jesus. ” Note que Deus

nos manda dar graças “em” todas as circunstâncias, e não “por” todas as circunstâncias. Deus

não espera que nós sejamos agradecidos pelo mal, pelo pecado, pelo sofrimento ou por suas

conseqüências dolorosas neste mundo. Em vez disso, Deus quer que nós sejamos gratos por

Ele usar os problemas que nos afligem para o cumprimento de seus propósitos. Por exemplo:

Deus usa os problemas para trazer-nos mais para perto de Si, para desenvolver (moldar) o

nosso caráter, para aprendermos a dar mais valor ao nosso próximo, enfim, é nisso que Deus

quer que sejamos agradecidos.

Porém, quando as circunstâncias não são agradáveis não é fácil vivermos com um

coração cheio de gratidão. Quando isso acontecer devemos:

a) Lembrar que Deus tem sempre um propósito por trás de cada problema.

b) Nos concentrar em quem Deus é, na sua natureza imutável – “as circunstâncias não

podem mudar o caráter de Deus”. Deus é absolutamente imutável. Seu amor será sempre Seu

amor, Sua bondade será sempre a Sua bondade, Sua fidelidade será sempre a Sua fidelidade,

etc.;

c) Confiar que Deus cumprirá as promessas – “Nunca duvide na escuridão o que Deus

lhe disse na luz”. Deus prometeu: “Eu jamais o abandonarei ou rejeitarei. ”. Por pior que

pareça as circunstâncias que nos cercam, Deus sempre estará conosco;

d) Lembrar do que Deus já fez por nós – Ele entregou o Seu Filho para morrer por nós.

Este é o maior de todos os motivos para adorar a Deus e vivermos com um coração cheio de

louvor e ações de graças. Jesus morreu por nós para que pudéssemos ser poupados da

eternidade no inferno e para que pudéssemos partilhar de Sua glória para sempre. Somente

isso já vale o nosso agradecimento e louvor contínuo. Nós nunca mais deveríamos nos

perguntar por que motivo deveríamos ser gratos.

...Honramos a Ele com a nosso viver. Apesar da nossa fé deixar Deus feliz, nós

agradamos a Deus não somente pelo que cremos, mas também pelo que somos e fazemos. É

isso que a Bíblia nos ensina: que a vida cristã não se limita apenas a credos e convicções; ela

inclui conduta e caráter. Deus quer que tenhamos fé, porém Ele também está preocupado em

que nos tornemos santos – que assumamos valores, atitudes e caráter iguais ao dEle, em tudo

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o que fizermos. A Bíblia diz: “[...] segundo é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos

também vós mesmos em todo o vosso procedimento, porque escrito está: sede santos, porque

eu sou santo. ” Deus quer que o nosso viver seja um viver santo. Ele quer que a nossa fé vá

mais fundo do que o “correto pensar” para chegar ao “correto agir” e ao “correto viver”. Em

outras palavras, o que agrada ao coração de Deus, é o viver em santidade de vida.

IMPORTANTE: Adoração não é parte da nossa vida; ela é a nossa vida. Adoração

não é algo que deve ser praticado apenas nos cultos da igreja, mas uma atividade constante.

Adorar é um estilo de vida. A Bíblia diz: “Buscai o Senhor [...] buscai perpetuamente a sua

presença. ” Adorar a Deus deve ser a primeira atividade, assim que abrimos os olhos pela

manhã, e a última atividade, ao fechá-los à noite. Contudo, essas atividades só serão

transformadas em atos de adoração se as fizemos para louvar, glorificar e agradar a Deus.

Toda atividade se torna adoração quando dedicamos a Deus. Este é o segredo de um estilo de

vida em adoração – fazer todas as coisas como se fossem para Jesus.

.... Somos nós mesmos. Nós não agradamos a Deus somente quando estamos

envolvidos em atividades “espirituais” – tais como ler a Bíblia, assistir aos cultos na igreja,

orando ou compartilhando a nossa fé. Deus não é indiferente às outras áreas da nossa vida. Na

verdade, Deus gosta de atentar para cada detalhe dela, esteja nós trabalhando, brincando,

descansando ou comendo. Deus tem prazer até mesmo em observar o nosso sono. Quando

estamos dormindo, Ele fica a nos contemplar com amor, pois nós fomos idéia dele. Nenhuma

outra criatura proporciona tanto prazer ao coração de Deus como nós. Porém, Deus gosta

especialmente de observar-nos enquanto nós utilizamos os talentos e habilidades que Ele nos

deu. Deus intencionalmente nos dotou de maneira distinta para o seu deleite. Ele fez que

alguns fossem atléticos e outros fossem intelectuais. Nós podemos ser talentosos em

mecânica, matemática, música ou em milhares de outras habilidades, e todas elas podem

trazer alegria a Deus. Nós não agradamos a Deus escondendo nossas habilidades ou tentando

ser outra pessoa. Nós agradamos a Deus sendo nós mesmos. Sempre que desprezamos uma

parte de nós mesmos estamos desprezando a soberania e a sabedoria de Deus ao criar-nos.

IMPORTANTE: Quando adoramos (agradamos) a Deus, Ele está mais preocupado

com a postura (atitude) do nosso coração e com a nossa paixão e empenho, do que com forma

ou o meio que utilizamos para expressar a nossa adoração. Podemos adorar a Deus de modo

imperfeito, mas não podemos adorá-lo sem sinceridade em nosso coração. Nossa adoração

deve ser autêntica.

5.6- Adoração e Música

Para muitas pessoas adorar é apenas sinônimo de música. Esse é um grande mal-

entendido. Na verdade, a adoração é anterior a música. Adão adorou no jardim do Éden, mas

não há nenhuma menção de música antes de Gênesis 4:21, com o nascimento de Jubal (este

foi o pai de todos os que tocam harpa e flauta). Se adoração fosse somente música, então os

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que nunca se utilizaram da música jamais adoraram. Adoração é muito mais do que música.

Como vimos, a adoração é um estilo de vida.

- Então, por que, em nossos cultos, usamos mais freqüentemente a música para

expressar a nossa adoração a Deus?

O motivo é que a música torna mais agradável a maneira de nos expressarmos ao

Senhor. Mas ela não é a única forma. Todos os momentos do culto são um ato de adoração: a

oração, a leitura da Bíblia, os cânticos, os testemunhos, as ofertas, etc.

Adoração também não tem relação nenhuma com o estilo, volume ou andamento da

música. Deus ama todos os tipos de música – rápidas e lentas, altas e suaves, antigas e

modernas. É provável que nós não gostemos de todas, mas Deus gosta! Se ela é oferecida a

Ele em espírito e em verdade, então é um ato de adoração. O estilo musical que nós

preferimos diz mais sobre nós (nossa personalidade e formação cultural) do que sobre Deus.

A música de um grupo étnico pode soar barulho para outro. Mas Deus gosta de diversidade e

aprecia a todas.

IMPORTANTE: Não existe música sagrada ou música profana. O que faz uma

música ser sagrada ou profana é a letra contida nela, ou seja, sua mensagem, e não o seu

estilo, ritmo ou melodia. Por exemplo: se eu tocasse uma música sem a letra, não haveria

como saber se é uma canção cristã ou não.

5.7- Obstáculos à Adoração

Naturalmente porque adoração é algo que alegra tanto o coração de Deus,

enfrentaremos obstáculos para que a verdadeira adoração aconteça. É bom estarmos atentos,

porque é um tema que incomoda o inimigo das nossas almas. Os obstáculos podem ser:

Incoerência de vida.

Exterioridade e Tradicionalismo.

Amargura.

Rotina/Ritual.

Mundanismo.

Pecados não confessados.

Ingratidão.

Preguiça e Negligência

Desinteresse.

Orgulho e soberba.

Falta de conhecimento de Deus.

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IMPORTANTE: Nos dias de hoje, o erro mais comum que os cristãos cometem ao

adorar é buscar uma “experiência” em vez de buscar a Deus. Eles buscam sensações e, se elas

ocorrem, concluem que foram bem-sucedidos em adorar. Errado! Na realidade, Deus em geral

afasta as nossas sensações para não dependermos delas. Buscar uma sensação – mesmo uma

sensação de proximidade com Cristo – não é adoração. A onipresença de Deus e a

manifestação de sua presença são coisas diferente. Uma é um fato; a outra é freqüentemente

uma sensação. Deus está presente, mesmo que nós não percebamos Sua presença. Sim, Deus

quer que nós sintamos a sua presença, porém ele está mais interessado em que confiemos e

não tanto que O sintamos.

5.8 - Conclusão

Deus nos fez por uma razão, e a nossa vida tem um profundo significado. Nós fomos

criados para viver para a glória de Deus, cumprindo os propósitos que ele estabeleceu para

nós. Essa é realmente a única forma de viver. Todo o resto é apenas existir.

No cenáculo, quando Jesus concluiu seu último dia de ministério junto aos discípulos,

ele lavou os pés deles como exemplo e disse: “agora que vocês sabem estas coisas, felizes

serão se as praticarem. ” Então, uma vez que sabemos o que Deus quer que façamos, a benção

vem quando nós colocamos em prática o que aprendemos. Agora que aprendemos que

primeiro propósito de Deus para nós, é vivermos para agradá-lo (adorá-lo), a questão é:

- De que maneira eu devo viver para trazer alegria ao coração de Deus?

- Quanto prazer (alegria) Deus pode ter na minha vida?

Quero terminar compartilhando uma pequena frase de Atos 13:36: “Pois Davi [...]

serviu aos propósitos de Deus em sua geração. ” Ao ler esta frase podemos compreender por

que Deus chamou Davi de “homem segundo o seu coração. ” Davi dedicou a vida a cumprir

os propósitos de Deus na terra. Não existe maior epitáfio (inscrição tumular) que essa

declaração! Imagine isso esculpido na sua lápide: que você serviu os propósitos de Deus na

sua geração. Essa frase é a descrição definitiva de uma vida bem vivida. Uma vida com

propósito trata exatamente disso: Viver hoje (em nossa geração) para Deus. Nem as gerações

passadas, nem as futuras podem servir a Deus nesta geração. Somente nós podemos. Finalizo

perguntando:

- Você está disposto a ser um homem segundo o coração de Deus, cumprindo os

propósitos dEle em sua geração?

A Glória de Deus é aquilo que ele é. É a essência de sua natureza, o peso de sua

importância, o valor da sua dignidade, o brilho de seu esplendor, a demonstração de seu poder

e o ambiente de sua presença. A Glória de Deus é a expressão de sua bondade e de todas as

suas outras qualidades intrínsecas e eternas.

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Qualquer tentativa de definir adoração será falha, devido ao enorme significado que

ela abrange. Seriam necessários vários livros para abordar tudo que precisamos compreender

a respeito da adoração. Porém, de acordo com a Bíblia, o sentido básico da adoração é agradar

a Deus.

Apocalipse 4:11.

Mateus 22:37-38 - Nova Versão Internacional, São Paulo: SBI / Vida, 2001.

Êxodo 34:14 - New Living Translation, Wheaton: Tyndale House Publishers, 1996.

Jeremias 9:24 - Nova Tradução na Linguagem de Hoje, Barueri: Sociedade Bíblica do

Brasil, 2000.

2 Corintios 5:18a.

Mateus 27:51; Hebreus 10:19,20

João 14:6.

João 5:30b; 6:38

Marcos 14:36 - New Living Translation, Wheaton: Tyndale House Publishers, 1996.

Lucas 22:43,44

32

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6. TUDO, MUITO, POUCO OU NADA?

A presente pastoral é uma tentativa de se esclarecer algo a respeito da letra de hinos e

cânticos espirituais. Meu objetivo não é fazer um estudo detalhado aqui. Nossas

considerações serão breves, mas esperamos que sejam o bastante para uma compreensão

imediata.

Qual o critério de avaliação da letra de uma música? Durante o tempo de ministério

estudando cuidadosamente a questão, descobri que pelo menos dois critérios são

fundamentais. Uma letra deve ser avaliada principalmente em seu aspecto teológico

(doutrinário) e poético.

A meu ver, muita confusão seria evitada se estes dois pontos (o teológico e o poético)

fossem adequadamente entendidos. Há cânticos que teologicamente não parecem corretos,

mas poeticamente são perfeitamente compreendidos. Quando Davi cantava louvores dizendo

que Deus tem ouvidos, olhos, mãos, pés etc., teologicamente não é verdade que Deus possui

órgãos e membros. Deus é espírito e não tem corpo como os homens. Davi usava linguagem

poética, figurada.

Outras vezes a compreensão de um cântico depende tão somente do ponto de vista

teológico. Pastores e líderes nem sempre são unânimes acerca de uma determinada letra.

Muitas vezes depende do ponto de vista de cada um, da forma como o cântico é avaliado. Por

exemplo, consideremos o cântico que diz "Porque tudo que há dentro de mim necessita ser

mudado Senhor". E aquele outro que fala "Se Tu olhares, Senhor, pra dentro de mim nada

encontrarás de bom". E aí, realmente não há nada de bom em mim e tudo que há em mim

precisa ser mudado? A resposta é sim ou não dependendo do ponto de vista. Se o cântico for

analisado na perspectiva do que Deus já fez em mim na pessoa de Cristo, então as palavras

tudo e nada certamente não são as mais indicadas.

Porém, se os cânticos forem entoados na perspectiva do que somos em nossa própria

natureza humana, então as palavras tudo e nada estão no lugar certo. Quando eu entôo estes

cânticos, e acredito que a igreja também, é pensando neste último caso. É possível provar isso

biblicamente? É claro que sim, do contrário não haveria sentido em cantá-los.

O apóstolo Paulo, que foi um dos maiores cristãos de todos os tempos, um homem

repleto do Espírito Santo de Deus, disse certa vez: "Porque eu sei que em mim, isto é, na

minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim; não, porém, o

efetuá-lo" (Rm 7.18). Todos os grandes eruditos são unânimes em afirmar que Paulo não está

falando de sua experiência antes da conversão, pelo contrário. Curiosamente, em outro lugar a

declaração de Paulo é bem diferente: "Todos, pois, que somos perfeitos..." (Fp 3.15). Não

existe contradição nessas declarações. É apenas uma questão de ênfase e contexto.

Semelhantemente, também podemos e devemos cantar: "Porque tudo que há dentro do meu

coração necessita mais de Ti".

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Concluímos, portanto, que em certo sentido podemos dizer que Deus precisa fazer

tudo em nós; em outro que Ele precisa fazer muito; em outro, pouco ou até mesmo nada mais

dependendo do que, a que e em que sentido e contexto nos referimos.

Quando a letra de uma música realmente fere a doutrina bíblica, então nem a poesia

poderá consertá-la. Mas não é, na minha opinião, o caso dos cânticos citados acima.

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7. "UM CÂNTICO NOVO"

Ap 5.1-22

A mencionada passagem traz um hino de louvor entoado por quatro "seres viventes" e

por vinte e quatro anciãos, chamado no contexto de "um cântico novo", expressão freqüente

nos Salmos.

Tanto nos Salmos quanto no Apocalipse, trata-se de um hino que canta novas e

gloriosas manifestações da benignidade divina. Observe-se o Salmo 33.3: "Cantai-lhe um

cântico novo. Tocai bem e com júbilo". Por sua vez, no Salmo 40, Deus livrou o salmista de

um terrível poço e de argila pantanosa e pôs em seus lábios um novo cântico para louvar a

Deus (v. 3).

No entanto, o paralelo mais próximo no Antigo Testamento está em Isaías 42.9,1, o

qual exorta, "Vede, as primeiras coisas se cumpriram, e novas coisas eu vos anuncio; antes

que venham à luz, vo-las faço ouvir. Cantai ao Senhor um cântico novo, e o seu louvor desde

as extremidades da terra, vós os que navegais pelo mar, e tudo o que nele há, vós, ilhas, e seus

habitantes". Nesta expressão de agradecimento, Deus declara coisas novas e o profeta

convoca os homens a que cantem uma nova expressão de louvor a Deus.

O cântico novo é conseqüência direta de uma nova criação; é sempre um hino de

louvor pelas misericórdias de Deus, sobretudo pela graça de Jesus Cristo. Uma das

características, por sinal, do Apocalipse é ser o livro das coisas novas:

· Um nome novo (2.17; 3.12)

· Uma nova Jerusalém (3.12; 21.2)

· Um cântico novo (5.9; 14.3)

· Um novo céu e uma nova terra (21.1)

· E a grande promessa de que Deus fará novas todas as coisas (21.5).

Em grego, há duas palavras para dizer "novo": neós, que quer dizer "novo no tempo,

produzido recentemente" e kainós, que é "novo em qualidade, nunca existido". Este segundo

vocábulo é precisamente o que foi utilizado neste trecho, querendo significar a qualidade de

canção, o tipo de vida, de mentalidade que Cristo traz.

A vida cristã autêntica irradia eterna e renovada alegria, porque Deus traz sempre à

vida dos crentes em Cristo essa nova qualidade que somente a fé em Cristo pode criar nos

seres humanos. O cântico da redenção! O cântico do amor que liberta.

O antigo cântico era o da criação (Jó 38.7); agora, cumprida a redenção para os santos

em glória, anseiam eles pelas manifestações do Senhor e do grandioso novo hino que irrompe

com todo o seu significado. Seu tema é Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus, o Leão de Judá e a

Sua dignidade, pois Ele é digno: foi morto; comprou a glória e a honra para Si mesmo.

Portanto, nenhum outro louvor será ouvido no céu.

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A obra redentora do Cordeiro que é digno é descrita por variadas qualidades:

É para Deus, primariamente. Diz o texto, "compraste para Deus" (cf. Ef 1.1-14)

É pelo sangue de Cristo, afirmando o texto que "foste morto... e com o Teu sangue

compraste", a cruz

É ilimitada, pois os salvos vêm "de toda tribo..."

Faz dos remidos um reino "e para o nosso Deus os fizeste um reino... terra"

A missão redentora de Jesus Cristo é baseada na sua disposição de entregar a própria

vida pelos nossos pecados, e, pela Sua morte, traz os seres humanos a um relacionamento

correto com Deus. Sua obra redentora é oferecida a todos, pois diz a passagem, "homens de

toda tribo, e língua, e povo e nação". O significado desta expressão é que o amor de Deus não

conhece barreiras raciais ou nacionais, ou seja, a graça da redenção é para todos. Um hino

contemporâneo diz que:

Não há em Cristo Norte ou Sul,

Poente ou Leste algum,

Mas sim a comunhão de amor

Que faz de todos um.

7.1 Coristas, conjuntos e solistas

"E olhei, e vi a voz de muitos anjos ao redor do trono e dos seres viventes e dos

anciãos; e o número deles era miríades de miríades; e o número deles era miríades de

miríades e milhares de milhares, que com grande voz diziam:

Digno é o Cordeiro, que foi morto, de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força,

e honra, e glória, e louvor.

Ouvi também a toda criatura que está no céu, e na terra, e debaixo da terra, e no mar,

e a todas as coisas que neles há, dizerem:

Ao que está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a

glória, e o domínio pelos séculos dos séculos: e os quatro seres viventes diziam: Amém.

E os anciãos prostraram-se e adoraram”.

Visto que tratamos de um novo cântico, e, deste modo, falamos de música, bem que o

capítulo 4 de Apocalipse poderia ser chamado de o Oratório da Criação. Se assim o é, o

capítulo 5 bem que pode ser denominado o Oratório da Redenção.Nestes oratórios

combinados ouvimos o Quarteto dos Seres Viventes que canta: "Santo, Santo, Santo é o

Senhor Deus Todo-poderoso, aquele que era, e que é, e que há de vir" (4.8).

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Vindo em seguida, o Coro Masculino dos anciãos entoando

"Digno és, Senhor nosso e Deus nosso,

De receber a glória, a honra e o poder,

Pois tu criaste todas as coisas,

E por tua vontade existem e foram criadas" (4.11).

Temos Solistas em 5.2: "Quem é digno de abrir o livro e lhe desatar os selos?"

E, então, um Responso em 5.5: "Não chores: eis que o Leão da tribo de Judá, a Raiz

de Davi, venceu para abrir o livro e os seus sete selos"

O Quarteto e o Coro Masculino combinados cantam agora o novo cântico (5.9),

"Digno és de tomar o livro e de abrir-lhe os selos, porque foste morto e com o teu sangue

compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação e para o nosso

Deus os constituíste reino e sacerdotes; e reinarão sobre a terra"

E, com eles, o Grande Coro de milhares e milhares de vozes em canto triunfal,

"Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e

honra e glória, e louvor" (5.12)

Chega-se ao Grand Finale com todas as criaturas no céu, na terra, debaixo da terra, e

no mar exclamando: "Ao que está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro, seja o louvor, e a

honra, e a glória e o poder para todo o sempre"

O Amém do Quarteto (v. 14) encerra o concerto. Essa é a música do céu, razão porque

na terra a Igreja de Jesus Cristo, que deve cantar em harmonia e no mesmo ritmo, não tem o

que temer!

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8. ADORAÇÃO VERDADEIRA

Texto: Malaquias

Introdução:

"O maior obstáculo à adoração é um Deus pequeno no coração."

Gostaria de contar uma história que ilustra o que acontece muitas vezes nos cultos das

nossas igrejas . . .. Qualquer semelhança a personagens verídicas é totalmente intencional . . .

Era uma vez que a Rainha da Inglaterra veio visitar o Presidente da República em

Brasília. Como parte da celebração, houve um sorteio entre os moradores da cidade para

formar um grupo pequeno de pessoas que presenciariam aquele encontro histórico. A família

Silva foi sorteada para participar de uma reunião marcada para 9:00 da manhã no domingo

seguinte.

A D. Carmem ficou mais empolgada que o resto da família. De fato, no decorrer da

semana quase todos esqueceram do compromisso. Sábado à noite passearam até quase meia-

noite, e depois assistiram um filme até 2:00 da madrugada. Na próxima manhã, D. Carmem

acordou com um susto--já era 8:15! Tentou acordou o Sr. Fábio, mas descobriu que ele não

queria ir, pois haveria uma corrida de Fórmula Um na televisão. Finalmente concordou em

acompanhar os outros, e a família preparou-se com muita pressa e não um pouco de confusão.

Mas conseguiram chegar, se não em tempo britânico, pelo menos antes das 9:10.

Enquanto a música da entrada da grande Rainha e do Presidente tocava, o guarda

acompanhou a família para seu lugar. O Sr. Fábio reclamou por ter que ficar tão na frente. D.

Carmem também ficou chateada ao perceber que ficou ao lado de uma das suas vizinhas que

não gostava nem um pouco, a D. Denise. Uma vez sentados, se distraíram lendo um panfleto

que haviam recebido na entrada, e estudavam o calendário de atividades marcadas para aquela

semana na capital.

Durante o hino nacional, Júnior penteava o seu cabelo, enquanto D. Carmem

procurava na bolsa por umas balas para as crianças. Houve muitas formalidades no encontro,

e o pai quase pegou no sono duas ou três vezes. Finalmente ele tirou do seu bolso alguns

cartões com dados e estatísticas sobre a última Copa, e começou a memorizar as estatísticas.

Os dois filhos mais jovens passaram o tempo durante o discurso da rainha desenhando e

pintando figuras e fazendo aviões do panfleto. O Júnior não ouviu quase nada, pois estava

paquerando uma menina que havia encontrado no estacionamento.

Finalmente, chegou a hora em que cada família entregaria uma lembrança à rainha. De

repente Sr. Fábio olhou para sua esposa com um olhar de pânico! Havia esquecido desta parte

do programa. Para não ficar envergonhado, rapidamente sentiu no seu bolso, mas só achou

uma coisa. Levantou-se rapidamente e levou-a para frente para a rainha--um lenço usado.

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Com esta cerimônia, a reunião terminou. Na saída, Sr. Fábio cumprimentou a Rainha e

parabenizou-a pelo grande discurso. Uma vez fora, correu para o carro para não perder o final

da Fórmula 1. E todos viveram felizes na sua indiferença para sempre.

Muitas vezes, a minha presença perante o Rei do universo não passa de um ato

religioso e hipócrita. Ultimamente tenho refletido sobre a adoração verdadeira, o culto

genuíno. Por que eu vou à igreja? Por que freqüento a capela? . . .. Creio que o culto cristão na

minha vida é um dos campos de batalha mais disputado entre Deus e Satanás. Teria medo de

saber quantas vezes eu realmente adorei a Deus nos cultos da igreja ou na capela! A coisa fica

cansativa! Dia após dia, semana após semana! Já tive que ir à capela 5 dias por semana

durante 4 anos de faculdade, e depois mais 4 vezes por semana durante 4 anos de seminário.

Somente nestas duas escolas freqüentei mais de 1400 capelas! E agora no oitavo ano no

SBPV, está chegando perto de um milhão! Olhando para mim mesmo, descubro que muitas

vezes minha presença na igreja ou na capela foi muito mais um ato de religiosidade, de

tradição, rito, e legalismo do que adoração verdadeira. Creio que há muitas razões por trás

disso. Realmente é uma batalha! A verdadeira adoração é trabalho . . . é dar . . .. Não é um

piquenique! Há tantos obstáculos para superar, há tantos conceitos errados de "culto" e de

Deus em nossas cabeças! A mornidão, a indiferença espiritual, a apatia, a tradição, são

inimigos do culto verdadeiro. Mas gostaria de sugerir que o problema principal no nosso culto

é que não conhecemos o nosso Deus! As nossas mentes estão tão preocupadas com nosso

"eu"; focalizamos tanto em "receber uma benção"; somos tão descuidados no preparo para o

culto; fazemos tanto barulho sem substância; olhamos tanto para as pessoas ao nosso redor;

desligamos as nossas mentes com tanta facilidade; caímos na rotina; que perdemos de vista o

por que da nossa adoração, e mais importante, o quem da nossa adoração. O problema é que

temos um relacionamento errado com Deus!

Há um livro da Bíblia que fala deste mesmo problema. É um livro que tenho lido

muito recentemente, por que mais uma vez descobri em minha vida o quanto tenho errado

nesta área de louvor a Deus. O livro é o último do VT, o livro de Malaquias.

Contexto: Povo do retorno . . . Templo (sem glória) . . . muros em volta de Jerusalém .

. . "vida normal"--sem idolatria, mas também sem coração! O coração do povo e dos líderes

religiosos estava longe de Deus! Apatia, indiferença, ritualismo, legalismo, sem substância,

sem coração, sem fervor, sem Deus! Tão sério que Deus gritou (1:10) "Oxalá houvesse entre

vós quem feche as portas" do Templo." Deus estava cheio do povo morno, que ia à igreja para

seu próprio benefício, e não para adorar a Deus. Imaginem! Deus queria expulsar todos da sua

presença e colocar uma placa na frente do Templo dizendo "Fechado!" ("Vazio!")

Neste contexto Deus chama a atenção do Seu povo. Inicia uma série de interrogações, como

se fosse um tribunal. Ele desafia o vazio no coração e no culto do povo. Mas eles são tão

endurecidos, tão bitolados, que discutem com Deus. "Desculpa, Senhor, mas o Senhor está

enganado. Nós mornos? Impossível!" Em cada instante ele reprova o povo com evidências

que demonstram a veracidade das suas acusações.

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Transição Inicial: Neste livro há vários ciclos de debate entre Deus e o povo, em que

eles serão processados por sua indiferença espiritual. Cada ciclo trata de um sintoma de culto

falso na nação. Hoje vamos resumir estes ciclos em quatro. São 4 obstáculos no nosso

relacionamento com Deus que prejudicam a adoração verdadeira. Mas temos de tomar

cuidado. Não queremos tratar dos sintomas, sem descobrir a raiz. O problema principal na

adoração da nação foi um conceito errado da grandeza do seu Deus. A minha oração é que o

Espírito Santo provoque em nós uma renovação do nosso conceito de Deus, e também uma

transformação do nosso louvor.

Idéia:

"O obstáculo maior à adoração,

É um Deus pequeno no coração."

I. Duvidamos do Caráter de Deus

(1:2-5; 2:17-3:6; 3:13-4:3)

(Atributos = AMOR, Justiça, Bondade)

Ler: 1:2 (amor) *ingratidão *Murmuração *esquecimento *amargura *egoísmo (corações

cheios de mágoas, preocupações, dúvidas, etc.) 2:17 (justiça); não há justiça! Deus não vê!

Deus não se importa! Não paga!

*Resposta: 3:1-6 (A vinda do Messias para dar juízo) 3:13-15 (bondade) "O que adianta?"

Não vale a pena! Por que servir ao Senhor? O que nós ganhamos? *Ciúmes do incrédulo

*Inveja?

Ilustração: Posso imaginar um Israelita dizendo, "Com amigos como Deus, quem precisa de

inimigos!" "Se este é amor, não quero ver ódio!"

Aplicação: Posso imaginar Deus falando para nós hoje, "Eu vos tenho amado!" Mas alguns

respondem, se não em voz alta pelo menos no seu íntimo, "Em que nos tem amado?"

*Inimigos do culto verdadeiro são ressentimentos, murmuração, um espírito crítico,

preocupações, e a incapacidade de focalizar as muitas coisas que Deus tem feito em nossas

vidas! Comparação, competição, e intolerância mostram insatisfação com aquilo que o

AMOR de Deus nos proporcionou.

*Preocupações e distrações roubam o louvor de Deus. Ansiedade mostra dúvida do

amor de Deus! No culto verdadeiro levamos as preocupações ao trono da graça e lançamos

toda ansiedade sobre Ele. Mas a mente que vagueia durante o culto com suas preocupações

confessa que duvida o amor e o cuidado de Deus. Deus é capaz de cuidar de ti!

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*Cansado no serviço? = perdeu a sua perspectiva da Pessoa de Deus! Será que vale a

pena? Perdemos de vista o fato de que Deus é um Grande Rei!

Ilustração: Imagine você no serviço de um grande rei . . . nenhum sacrifício seria grande

demais; nenhum trabalho seria duro demais!

Transição: Primeiro obstáculo: o Caráter de Deus! Raiz de todos os sintomas! Sem acertar

este problema, não adianta. Não consegue transformar seu culto a Deus, sem conhecer a

grandeza do Seu amor, justiça e bondade.

II. Desprezamos o Nome de Deus (1:6-2:9) (Atributo = Grandeza/Soberania)

A. O Problema: (Ler: 1:6-8,10; 13; 2:7,8) (Um Deus pequeno!)

*Falta de adoração verdadeira (1:6)

*Ofertas imundas (1:7)

*Menosprezo do ofício sacerdotal (1:7,8)

*Ritualismo

*Profanação (1:12)

*Inversão de valores (1:12)

*Apatia (1:13)

*Engano (1:14)

*Quebraram a Aliança (c/ Levi) 2:1-5ss.)

*Não ensinaram a verdade (2:6,7)

*Injustiça nos lábios (2:6,7,9)

*Enganaram/fizeram tropeçar a muitos (2:8)

*Parcialismo no julgar (2:9)

Ilustração: Livro em inglês: Your God is Too Small ("Teu Deus é Pequeno Demais!")

B. A Solução: (Ler 1:6, 11, 14)

Deus é um Grande Rei!!! Criador, Soberano, Majestoso, Santo, Pai, Mestre, Rei, etc.

Aplicação: Deus fala "Vocês do SBPV desprezam o meu nome!" E respondemos, "Em que te

havemos profanado?" "Nós nunca faríamos isso!" *Cada vez que damos as "sobras" para

Deus:

Menosprezamos a Palavra do Rei (fazendo outras coisas: "Que canseira!" vs. 13)

Não preparamos para os nossos ministérios (berçário, classinha, etc.) e prejudicamos a outros

Entramos na presença do Rei com cabeça cheia de tudo menos Deus

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*Agimos como se tudo para Deus era "bônus"! Puxa, Deus realmente tinha sorte quando eu

entrei na seleção dele! Como Deus deve estar contente que eu decidi vim adorá-lo hoje!" Que

Deus miserável temos! Mediocridade deve ser anátema no serviço do Rei do Universo.

Estes são sintomas de um problema--algo errado no nosso relacionamento com Deus, porque

não conhecemos a Deus de verdade.

*Algumas sugestões práticas (depois de reconhecer que Deus é um grande Rei!): Imaginar

que você foi convocado para uma audiência com realeza! No mínimo.

.

*1) Começar a se preparar no sábado à noite (exs.: passar roupa, dormir mais cedo, etc.)

*2) Acordar 15 minutos mais cedo domingo de manhã

*3) Chegar 10-15 minutos antes do início do culto; ore e prepare seu coração

*4) Procure um lugar mais perto da frente da igreja

*5) Tente descobrir o tema do culto.

*6) Pense na letra da música

*7) Ore no seu íntimo junto com os regentes

*8) Tome notas da mensagem, mesmo que jogue fora depois (Ivantídio)

*9) Não olhe para as pessoas--sua roupa, seu "jeitão", seus costumes de louvor

*10) Fique livre para adorar a Deus da melhor maneira possível para você--olhos fechados,

não cantar uma estrofe para prestar atenção à letra, levantar as mãos, bater palmas. Mas não

faça aquilo que vai prejudicar o louvor daqueles ao seu redor (decência e ordem), e não julgue

eles

*Se Deus é um grande Rei, merece o melhor de tudo!

*Entrar com coração cheio, com vibração, reflexão, celebração e meditação (tensão)

*Damos para Deus o melhor na oferta, no tempo, nos talentos

Transição: 2 obstáculos ao culto verdadeiro--Duvidar o caráter de Deus; Desprezar a

Grandeza de Deus.

III. Defraudamos o Povo de Deus

(2:10-16) (relacionamentos)

(Atributo = Fidelidade/Santidade)

Ler: 2:10,11,13,14,16

*Desleais uns com os outros (2:10) *Idolatria (2:11)

*Emoção falsa (?) (2:13) *Divórcio/Adultério (2:14,15)

*Violência (divórcio

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Aplicação: "Mas nós não temos este problema"

*Inimigo da adoração verdadeira é relacionamentos quebrados no Corpo de Cristo

**1 Jo. 4:20,21 "Quem não ama a seu [professor/aluno/pastor/vizinho/próximo], a quem vê,

não pode amar a Deus, a quem não vê"

*Relacionamentos familiares em primeiro lugar. Namoro misto Pais/filhos Marido/Esposa

Irmão com irmã

*Relacionamentos com outros do corpo. Fofoca contra irmãos Equipe--alunos Alunos—

equipe.

*Emocionalismo sem arrependimento não vale nada! Não conseguimos enganar a Deus

Hipocrisia--fingindo ser o que não somos

Deus é um grande Rei! Capaz de sarar relacionamentos quebrados!

Transição: 3 obstáculos: Duvidar--caráter; desprezar--nome; defraudar--povo.

IV. Desviamos o Dízimo de Deus

(3:7-12) (Atributo = Soberania/Dono de Tudo)

(Conseqüência natural--uma expressão de louvor)

Ler: 3:7,8,10 (Problema de quantidade!)

*Roubaram a Deus (3:8) *Mentiram para Deus (3:8)

Cf. Pv. 3:5,6, 9,10

Aplicação: Mas nós nunca roubamos a Deus! O cristão está debaixo da graça de Deus, não da

lei! O dízimo não foi ensinado no NT! MAS a implicação do NT é que debaixo da graça de

Deus devemos dar até MAIS!

*Damos o mínimo possível. Nivelamos por baixo! (10% para cumprir uma "obrigação")

VT: 23,3% por ano! Lei! Por que? Temos UM DEUS PEQUENO!

*Procurar aumentar a porcentagem--não o total, mas a % da sua renda

*Damos pensando que fizemos grande coisa; chamamos atenção ao nosso sacrifício

*Deus é soberano! Dono de tudo! Quem somos nós? O que temos que Ele não nos deu

primeiro?

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*Problema com teologias de prosperidade: Sempre tem um olho no que eu receberei. Que

Deus pequeno, que precisa comprar louvor!

O Problema: Perspectiva errada: O que EU vou ganhar! A verdadeira adoração não se

importa com aquilo que vai receber! Se receber qualquer coisa, é bônus! (Explicar a aliança

do VT, e o princípio no NT de benção depois de dar.) (Estas perguntas revelam a ênfase: Eu

ou Deus)

*Adoração de Deus não necessita que você sente alguma coisa, mas que você dá alguma

coisa!

*Emoção não faz parte, mas pode acompanhar adoração verdadeira

*Servimos a Deus por causa daquilo que Ele É, não somente pelo que tem feito ou fará.

*Não damos para receber, mas por que já recebemos!

*Privilégio de participar na obra do Grande Rei!

A Pergunta Chave: Por que você vai à igreja?

*Encontrar com seus amigos?

*Ouvir" "as últimas" do seu círculo de colegas?

*Para paquerar aquela menina?

*Marcar pontos com Deus ou com o pastor, ou talvez ganhar uma "benção" pela sua presença

na igreja?

*Por obrigação?

*Para ouvir uma novidade bíblica para aumentar sua coleção de conhecimento bíblico?

*Para se sentir bem no louvor, ou para ouvir a música bonita?

*Por que você não tem a mínima idéia o que você faria no domingo se não fosse para a igreja-

-é o que você sempre fez, um hábito, uma tradição?

*Para completar sua lista de pessoas a serem contatadas para um programa

*Assistir o "show" do coral, ou dos seus filhos, ou do professor da EBD, ou do pastor

Preciso confessar. Creio que já fui à igreja por todos estes motivos! Mas nenhum deles

é uma motivação correta. De fato, diria que se este foi o motivo de você ir à igreja, do ponto

de vista de Deus foi como se você nem estivesse presente! Talvez melhor, ele preferiria que

você nem fosse nestas condições!

Conclusão: Quão grande é o seu Deus?

Recapitulação: Encontramos 4 obstáculos principais à adoração verdadeira. Todos são

sintomas de um problema mais sério.

*Duvidaram o caráter de Deus *Desprezaram o nome de Deus

*Defraudaram o povo de Deus *Desviaram o dízimo de Deus

A chave em tudo isso é: Quem é Deus?

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1) Amor e graça: lançar sobre Ele toda a ansiedade, descansar nEle

2) Grande Rei: digno de todo louvor e glória

3) Soberano: digno de obediência

4) Santo e Fiel: relacionamentos puros e leais

5) Justo: acertará as contas

6) Dono de Tudo: crer nEle o suficiente para dar

7) Bom e Justo: Vale a pena servi-lo

Aplicação Final:

Cuidado: Legalismo!! Maior medo é que como resultado desta mensagem pessoas vão sair

cabeça-baixo, pensando "Vou tentar mais, vou melhorar, vou ser um cristão melhor. A partir

de hoje vamos acordar mais cedo, vou prestar mais atenção, vou dar mais dinheiro." Este não

é o ponto, em si. A resposta correta é "Como nosso Deus é grande! Como Ele me ama! Como

Ele é justo e bondoso!" Quando reconhecemos que servimos um grande Deus, os sintomas de

indiferença espiritual em nosso culto desaparecerão!

Idéia:

"O obstáculo maior à adoração,

É um Deus pequeno no coração."

--------------------------------------------------------------------------------

A família Souza também foi sorteada para um encontro com realeza. Durante toda a

semana tiveram grandes expectativas da reunião. Sábado foram dormir um pouco mais cedo,

depois de ler juntos na enciclopédia um pouco mais sobre a monarquia. A D. Kika preparou

toda a roupa da família antes de dormir. Acordaram às 7:00 para tomar café juntos, e

conversar sobre o encontro. Prepararam-se com calma, com música da Inglaterra tocando no

toca-fitas. Chegaram bem antes da hora, e escolheram os lugares onde poderiam ver a rainha

em toda a sua glória. Absorveram cada momento do programa, reconhecendo o privilégio

enorme de presenciar e prestigiar realeza. Na hora de apresentar suas ofertas, cada membro da

família Souza, por não serem ricos, entregou algo que ele mesmo havia preparado--uma flor

da pequena Sara; uma concha do Joãozinho; um bordado da D. Kika, e uma placa de madeira

do Dr. Valdir. No final, saíram juntos, e tiveram boas conversas no pátio do palácio com

vários novos amigos. Viveram felizes, até o próximo encontro com realeza.

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9. DEUS PROIBIU ADORÁ-LO POR MEIO DE ALGUNS INSTRUMENTOS

MUSICAIS?

COMENTÁRIO SOBRE O TEXTO TRADUZIDO POR VALDENIRA

O texto desta irmã começa com a seguinte pergunta: “Que é que a Bíblia ensina sobre

como instrumentos devem ser usados na adoração? ” Em toda a obra desta tradutora, faz-se

menção dos instrumentos e das formas como usá-los como se Deus tivesse legalizado um

“modelo de adoração” aos israelitas que deveria ser passado a todos os povos, de forma

“legalista” e “inflexível”! Diante disto, não seria melhor mudar a pergunta inicial do texto de

Valdenira para: Que é que a Bíblia ensina sobre como instrumentos devem ser usados na

adoração ISRAELITA?

Paulo lutou tanto contra o “legalismo judaico”, e agora iremos nós retornar a ele?

Vejamos! Sobre o formalismo dos cultos estabelecidos pelos “mestres judaizantes”, Paulo

asseverou assim: “Ó gálatas insensatos! Quem os enfeitiçou? Não foi diante dos seus olhos

que Jesus Cristo foi exposto ‘como’ crucificado? Gostaria de saber apenas uma coisa: foi pela

‘prática da Lei’ que vocês receberam o Espírito, ou ‘pela fé’ naquilo que ouviram? Será que

vocês são tão insensatos que, tendo começado pelo ‘Espírito’, querem agora se aperfeiçoar

pelo ‘esforço’ próprio? ... Aquele que lhes dá o seu Espírito e opera milagres entre vocês,

realiza estas coisas pela ‘prática da Lei’ ou ‘pela fé’ com a qual receberam a palavra? ...

Assim, os que ‘são da fé’ são abençoados junto com Abraão, ‘homem de fé’. Já os que se

apóiam na ‘prática da Lei’ estão debaixo de maldição, pois está escrito: Maldito todo aquele

que não persiste em praticar ‘todas as coisas escritas no livro da Lei’. É evidente que diante de

Deus ninguém é ‘justificado pela Lei’, pois o justo viverá ‘pela fé’. ... Então, a Lei opõe-se às

promessas de Deus? De maneira nenhuma! Pois, se tivesse sido dada uma lei que pudesse

conceder vida, certamente a justiça viria da lei. ... Assim, a Lei foi o nosso ‘tutor’ até Cristo,

para que fôssemos justificados ‘pela fé’. Agora, porém, tendo chegado a fé, já não estamos

mais sob o controle do tutor. ... Digo, porém que, enquanto o herdeiro é menor de idade, em

nada difere de um ‘escravo’, embora seja dono de tudo. No entanto, ele está ‘sujeito a

guardiães’ e ‘administradores’ até o ‘tempo determinado’ por seu pai. Assim também nós,

quando éramos ‘menores’, estávamos ‘escravizados’ aos ‘princípios elementares do mundo’.

Mas, quando chegou a ‘plenitude do tempo’, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher,

nascido debaixo da “Lei’, a fim de ‘redimir os que estavam sob a Lei’, para que recebêssemos

a adoção de filhos. ... Assim, você já não é mais ‘escravo’, mas filho..., Mas agora,

conhecendo a Deus, ou melhor, sendo por ele conhecidos, como é que estão voltando àqueles

mesmos ‘princípios elementares’, fracos e sem poder? Querem ser escravizados por eles outra

vez? ..., Mas o que diz a Escritura? Mande embora a escrava e o seu filho, porque o filho da

escrava jamais será herdeiro com o filho da livre. Portanto, irmãos, não somos filhos da

escrava, mas da livre. ” (Gl. 3:1-3, 5, 9,10,21,24,25: 4:1-5,7,9 e 30).

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A forma de culto judaico não pode nos valer como regra, pois se assim for, faltaria-nos

muitos outros elementos (todos com valores simbólicos – Cl. 2:16,17) para podermos oferecer

o culto prescrito pelo Antigo Testamento!

É claro que no Antigo Testamento, Deus colocou restrições muito firmes no uso de

instrumentos! Israel vivia em volta de Nações pagãs e Deus não queria que os imitassem,

principalmente porque os israelitas, por terem vivido 430 anos como escravos no Egito, não

tinham ainda conduta própria, assim, para diferenciá-los, que era o intuito de Deus na escolha

de Israel, não permitia imitar povos estranhos nos cultos! Porém, volto a frisar, a religião

judaica era exclusivista e formal, não tinha caráter missionário transcultural, diferente da

Igreja de Cristo e sua missão! Hoje, não vivemos mais “Leis” que servem como “símbolos”,

mas sim, observamos a justificação que nos vem através da fé em Jesus Cristo (Rm. 4:1-25).

Não creio que podemos adorar a Deus de qualquer forma! Não! Isto seria

“libertinagem” de minha parte! Porém, irmãos, criar uma formalidade na adoração a Deus,

como quer Valdenira, é metermo-nos novamente debaixo do legalismo judaico! Ela diz, se

referindo à adoração a Deus, que “adorá-lo diretamente é uma atividade especial e única,

governada por regras e diretrizes, ambas especiais. ” Mas, onde entra a “voluntariedade” do

adorador se existe todo um formalismo preestabelecido (Rm. 12:1)?

Valdenira também faz a seguinte pergunta: “Foi a música caracterizada por forte

ritmo? ” E ela mesmo responde assim: “A idéia de que o foram é pura especulação. ”

Concordo com tal afirmação, mas, como já disse anteriormente, não há como comparar o

culto da Igreja de Cristo – que vive o período da Graça, com o culto israelita – que viveu o

período da Lei! É evidente que Deus não muda (Ml. 3:6)! Mas os períodos sim (Rm. 12:2)! A

característica do culto de Israel era o formalismo e a representação, diferente do culto da

Igreja de Cristo, que se caracteriza pela alegria e pela voluntariedade expressiva (I Co.

14:12,26,40). Pedro, um judeu que seguia todos os precitos judaicos, foi ensinado pelo

próprio Deus que as proibições da Lei já haviam cumprido seu objetivo em Cristo, e que não

se necessitava mais de viver a formalidade legalista anteriormente experimentada por Israel

(At. 10:9-16).

Outra coisa importante de corrigir, na obra traduzida pela Valdenira, é que os israelitas

não diferenciavam o “governo político” de seu País de sua religião! Por isto, sua forma de

governo, principalmente quando estavam dentro da vontade de Deus, era a do governo

“teocrático”, onde Deus comandava diretamente o “rei” de Israel através dos profetas e

sacerdotes. Foi até por isto que Davi foi quem conduziu a “Arca do Concerto” à Jerusalém

juntamente com os sacerdotes! Samuel, por exemplo, foi: rei (juiz), profeta e sacerdote até a

escolha de Saul! Os próprios judeus, confundiram-se quando veio Jesus, porque eles sempre

viram seus líderes como líder religioso e político ao mesmo tempo, fato este que Jesus

mostrou quando não aceitou ser coroado como líder político em Israel! Muita coisa não era

permitida no Templo, mas, quando o véu foi rasgado, viu-se o lugar santíssimo, e hoje, o que

não era feito na adoração judaica, fazemos com ousadia (Hb. 10:19-24)!

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Concordo que a dança nunca foi permitida no culto do Antigo Testamento, e também,

no Novo Testamento, esta era uma prática grega, apresentada nos cultos pagãos! Mas a dança

é feita por seres animados, seres pensantes, diferente de instrumentos, que são inanimados (I

Co. 14:7), por isto, dançar como forma de culto nunca foi e nem será permitido por Deus, mas

agora, a questão de instrumentos é diferente! Deus não unge objetos, não unge maquinaria,

mas unge pessoas que fazem uso de tais objetos! O objeto não santifica ou deixa de santificar

o adorador, mas o adorador sim, tem como santificar ou deixar de santificar o objeto!

Deus não padronizou uma forma inflexível de adoração à Igreja de Cristo! Ter uma

grande orquestra ou banda na igreja não é puro exibicionismo humano, como Valdenira

concorda, mas sim, é uma demonstração de que todos querem participar de alguma forma do

“óleo do Espírito” que é derramado sobre o povo de Deus (Sl. 133), e para tal, faz uso de

variados tipos de instrumentos, que são usados para a honra e a Glória do Senhor (I Co.

14:7,8). O céu é um lugar onde existe e sempre existirá uma grande multidão louvando a Deus

alegremente (Ap. 4:2-11; 7:9,10; 14:1-3; 19: 1-7).

Agora, dizer que “alegria tem que fluir natural e quase imperceptível do coração...”

como o texto da tradutora aqui em apreço, é tirar do adorador toda a real felicidade oferecida

por Deus através do louvor (Sl. 47:1), é distanciar o crente da adoração inteligente e

voluntária (Sl. 47:7), é não permitir ao crente, oferecer um culto com a beleza e o agrado

pessoal provindo do louvor (Sl. 147:1).

Deus não está procurando adoradores que seguem “certas restrições” legalistas e

formais em Sua adoração! “No entanto, está chegando a hora, e de fato já chegou, em que os

verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade. São estes os adoradores que

o Pai procura. ” (Jo. 4:23).

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

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BASDEN, Paul (2000). Estilos de Louvor: Descubra a melhor forma de adoração para a

sua Igreja. São Paulo: Mundo Cristão.

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Betânia.

FERREIRA, Damy (1997). Louvar a Deus...será? - São Paulo, E. Batista Regular.

FRAME, John (2006) Em espírito e em Verdade - São Paulo, Casa Editora Presbiteriana.

HAYFORD, Jack (1996) Adorai Sua Majestade. São Paulo: Editora Quadrangular.

HUSTAD, Donald (1986). A Música na Igreja. São Paulo: Vida Nova.

ICHTER, Bill (1980). A Música e Seu Uso nas Igrejas. Rio de Janeiro: JUERP.

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MURADAS, Atilano (2003). A Música dentro e fora da Igreja. São Paulo: Editora Vida.

SHEDD, Russel P. (1987). Adoração Bíblica. São Paulo: Vida Nova.

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TESSMAN, Ramon (2002). Louvor e Adoração: um desafio para a Igreja de Cristo. Rio

de Janeiro: JUERP.

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Nome:________________________________________________nota___________

Prova n°01 – QUESTIONÁRIO

1. De acordo com a Bíblia, o louvor é:

a) ( ) ... apenas a forma que usamos para expressarmos a nossa gratidão ao Senhor.

b) ( ) ... apenas apresentação de uma música cantada, tocada ou dançada no culto.

c) ( ) ... apenas canções que impacta corações, pois é o louvor liberta, cura e restaura.

d) ( ) ... apenas a forma de não sermos condenado pelo Senhor no dia do juizo.

2. De acordo com a Bíblia, o que é adoração:

a) ( ) Adoração está associada com os dons espirituais, pois é atravéis do falar em lingua que

sabemos que estamos adorando a Deus.

b) ( ) Adoração está associada a música, pois a música é um meio para se achegar a Deus

c) ( ) Adoração está associada a oração, pois a oração é um meio para se achegar a Deus

d) ( ) Adoração está associada freqüentemente com a idéia de culto, reverência, veneração,

por aquilo que Deus é.

3. Adoração é algo que alegra tanto o coração de Deus, e incomoda muito o inimigo das nossas

almas, devemos ficar atentos, porque enfrentaremos obstáculos para que a verdadeira adoração

aconteça. Contudo, é importante estarmos conscientes que nem todo obstáculo ao fluir da

adoração é culpa do diabo. Quais os principais obstáculos que enfrentamos? Assinale (V) para

Verdadeira e (F) para Falsa.

a) ( ) Amargura, pecado não confessado e amor as coisas do mundo.

b) ( ) Limitar-se ao Local da adoração e falta de conhecimento de Deus.

c) ( ) Oração, Leitura da palavra e Amor.

d) ( ) Rotina, preguiça e negligência

4. Adorar a Deus é o primeiro propósito da nossa vida, nossa mais importante tarefa é descobrir

como fazer isso...Existem diversas maneiras de adorarmos a Deus... Nós adoramos a Deus

quando... ( I ) Amamos verdadeiramente Ele acima de qualquer coisa, ( II )Temos um

relacionamento íntimo com Ele, ( I I I ) Vivemos com um coração cheio de louvor e ações de

graça. (IV). Oferecemos sacrifício conforme a palavra. Assinale a alternativa correta.

a) ( ) I – II – III – IV

b) ( ) I – II – III

c) ( ) I – III – IV

d) ( ) I – II

5. Todos concordamos que o pecado é realmente um obstáculo para a manifestação de Deus no

culto da igreja, mas além do pecado existem várias possibilidades de um culto não fluir. Assine a

alternativa que “NÃO” é um obstáculo para a manifestação de Deus

a) ( ) Falta de entrosamento entre músicos e dirigente.

b) ( ) Os cânticos difíceis de serem entoados pela congregação.

c) ( ) Poucos músicos e cânticos antigos entoados durante o culto.

d) ( ) Estafa, fadiga e canseira dos componentes do grupo e da congregação.