TCC Marcela R M Oliveira

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Trabalho de Conclusão de Cuurso FATEB 2012

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2012

Page 3: TCC Marcela R M Oliveira

FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA DE BIRIGUIDesenho Industrial

Desenvolvimento de Projeto de Produto III

Orientador: Prof. Me. José Eduardo Zago

Birigui - SPDezembro-2012

Marcela Raisa Marchesi de Oliveira

Sistema de Limpeza de Louça e Utensílios em Ambientes Comunitários

Page 4: TCC Marcela R M Oliveira

FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA DE BIRIGUIDesenho Industrial

Desenvolvimento de Projeto de Produto III

Marcela Raisa Marchesi de Oliveira

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Desenho Industrial, como requisito à obtenção do tí-tulo de Bacharel em Desenho Industrial, sob orientação

do Prof. Me. José Eduardo Zago

Page 5: TCC Marcela R M Oliveira

Folha de Aprovação

Banca examinadora:

Prof. Me. José Eduardo ZagoInstituição FATEB - Faculdade de Ciências e Tecnologia de Birigui

Prof. Me. Cláudio Roberto BoniInstituição FATEB - Faculdade de Ciências e Tecnologia de Birigui

Prof. Me. Claudemilson dos SantosConvidado

Assinatura:_____________________________

Assinatura:_____________________________

Assinatura:_____________________________

Page 6: TCC Marcela R M Oliveira

Desenvolvimento de projeto de estação de trabalho em ambiente comunitário para

lavagem de utensílios de cozinha. Marcela Raisa Marchesi de Oliveira. Trabalho de Con-

clusão de Curso do curso de Desenho Industrial da Faculdade de Ciências e Tecnologia de

Birigui. Este artigo se trata de um projeto sobre Design Sustentável. Sustentabilidade é em-

basada no tripé: social, ambiental e econômico; este conceito permite a realização de novos

projetos que tenham como base melhorar a qualidade de vida sem agredir o meio ambiente.

Os gastos com água durante processos de higiene e o desperdício da mesma é uma questão

que tem recebido cada vez mais atenção com o aumento da preocupação ambiental. Este

projeto tem por objetivo possibilitar um processo de lavagem de louça mais econômico no

quesito água, poluição e gasto com energia elétrica. Propõe uma estação de trabalho para

lavagem de louça, em junção com exercícios físicos, no caso, a bicicleta. Coloca em questão,

por ser direcionado a ambientes comunitários, a convivência dos usuários do projeto. Tam-

bém ajuda famílias carentes que não possuem condições de realizarem de modo adequado

a lavagem de louça em suas residências. O projeto também se baseia no design biofílico,

trazendo a natureza para mais perto do ser humano.

Palavras-chave: sustentabilidade; design; convivência; economia de água; design biofílico.

Resumo

Page 7: TCC Marcela R M Oliveira

Work center project development for kitchen tools washing in community environment.

Marcela Raisa Marchesi de Oliveira. Industrial Design, Faculdade de Ciências e Tecnologia

de Birigui, graduation project. This article is about a sustainability design project. Sustaina-

bility is based on the triple bottom line: social, ambiental and economic; this concept allows

another new projects which have a basis in improving life quality without damaging the envi-

ronment. The water spent during hygienic processes and the waste of it is an issue that has

received increasing attention with increasing environmental concern. This project aims for a

more economic process of dishwashing, specifically about water, pollution and energy ex-

penditure. It proposes a work center of dishwashing in addition to physical exercises, in this

case, the bike. It points, for being directed to community environments, the socializing be-

tween the users of the project. It also helps the needy families which do not have conditions

of doing the most conventional way of dishwashing in their homes. This project is also based

in biophilic design, bringing the nature closer to the human being.

Keywords: sustainability; design; acquaintanceship; saving water; biophilic design.

Abstract

Page 8: TCC Marcela R M Oliveira

Figura 01 - Bacia e tábua de lavar......................................................................16

Figura 02 - Mulher lavando louça.......................................................................18

Figura 03 - Homem lavando louça a beira do rio..............................................22

Figura 04 - Pias comunitárias antigas................................................................23

Figura 05 - Jean Babtist Debret, Interior de uma casa de ciganos, 1823.........23

Figura 06 - Gamela..............................................................................................23

Figura 07 - Prato sendo lavado...........................................................................24

Figura 08 - Cuba metálica...................................................................................25

Figura 09 - Cuba cerâmica..................................................................................25

Figura 10 - Cuba granito.....................................................................................26

Figura 11 - Cuba aglomerado de quartzo..........................................................26

Figura 12 - Cuba corian .....................................................................................27

Figura 13 - Cuba cimento queimado..................................................................27

Figura 14 - Sabão................................................................................................29

Figura 15 - Reação de saponificação ...............................................................31

Figura 16 - Poluição rio Tietê em Pirapora........................................................33

Figura 17 - Poluição rio Tietê em Pirapora........................................................33

Figura 18 - Bucha vegetal...................................................................................34

Figura 19 - Esponja poliuretano..........................................................................35

Figura 20 - Esponja poliuretano..........................................................................36

Figura 21 - Esfoliação..........................................................................................37

Figura 22 - Banho de areia de aves...................................................................38

Lista de figuras

Page 9: TCC Marcela R M Oliveira

Figura 23 - Banho de areia elefante...................................................................38

Figura 24 - Tratamento efluentes 01..................................................................41

Figura 25 - Tratamento efluentes 02..................................................................41

Figura 26 - Tratamento efluentes 03..................................................................41

Figura 27 - Tratamento efluentes 04..................................................................42

Figura 28 - Tratamento efluentes 05..................................................................43

Figura 29 - Tratamento efluentes 06..................................................................43

Figura 30 - Josephine Cochran..........................................................................44

Figura 31 - Publicidade antiga de lava-louça....................................................45

Figura 32 - Componentes lava-louça.................................................................46

Figura 33 - Biodigester Island.............................................................................48

Figura 34 - Biodigester Island.............................................................................48

Figura 35 - Superstars Ultraponioc....................................................................49

Figura 36 - Superstars Ultraponioc....................................................................49

Figura 37 - Waste Not Hat Drip Water................................................................50

Figura 38 - Waste Not Hat Drip Water................................................................50

Figura 39 - EcoWash...........................................................................................51

Figura 40 - EcoWash...........................................................................................51

Figura 41 - Everyday Solar Distiller.....................................................................52

Figura 42 - Everyday Solar Distiller.....................................................................52

Figura 43 - Spaghetti Scrub................................................................................53

Figura 44 - Spaghetti Scrub................................................................................53

Page 10: TCC Marcela R M Oliveira

Figura 45 - Menina com coelho..........................................................................54

Figura 46 - Garoto e animais brincando.............................................................54

Figura 47 - Fachada de prédio revestido em trepadeira...................................55

Figura 48 - Janela com vista para natureza.......................................................55

Figura 49 - Aplicação madeira plástica 01........................................................56

Figura 50 - Aplicação madeira plástica 02........................................................56

Figura 51 - Aplicação madeira plástica 03........................................................57

Figura 52 - Aplicação madeira plástica 04........................................................57

Figura 53 - Esquema dínamo..............................................................................58

Figura 54 - Caixa de gordura. Fonte: Hábil Química, 2000 apud Veiga, 2003..59

Figura 55 - Sistema aquecedor solar. Fonte: Introdução ao Sistema de

Aquecimento Solar, 2000.................................................................61

Figura 56 - Medidas do quadro. Fonte: HINAULT, 1988 apud. Pequini, 2000..63

Figura 57 - Medidas balcão cozinha. Fonte: Neufert, 1996..............................65

Figura 58 - Evolução cuba 01.............................................................................72

Figura 59 - Evolução cuba 02.............................................................................72

Figura 60 - Evolução cuba 03.............................................................................73

Figura 61 - Evolução cuba 04.............................................................................73

Figura 62 - Evolução geral 01.............................................................................73

Figura 63 - Evolução geral 02.............................................................................73

Figura 64 - Evolução geral 03.............................................................................74

Figura 65 - Evolução geral 04.............................................................................74

Figura 66 - Evolução geral 05.............................................................................75

Figura 67 - Evolução geral 06.............................................................................75

Page 11: TCC Marcela R M Oliveira

Figura 68 - Evolução geral 07.............................................................................76

Figura 69 - Evolução geral 08.............................................................................76

Figura 70 - Evolução geral 09.............................................................................77

Figura 71 - Evolução geral 10.............................................................................77

Figura 72 - Proposta final 01.............................................................................78

Figura 73 - Proposta final 02.............................................................................80

Figura 74 - Proposta final 03.............................................................................81

Figura 75 - Proposta final 04.............................................................................81

Figura 76 - Chafariz.............................................................................................82

Figura 77 - Proposta final 05.............................................................................83

Figura 78 - Componentes 01..............................................................................84

Figura 79 - Componentes 02..............................................................................85

Figura 80 - Medidas estrutura 01.......................................................................86

Figura 81 - Medidas estrutura 02.......................................................................87

Figura 82 - Perspectiva estrutura.......................................................................87

Figura 83 - Medidas balcão 01..........................................................................88

Figura 84 - Medidas balcão 02..........................................................................88

Figura 85 - Perspectiva balcão..........................................................................88

Figura 86 - Medidas horta vertical 01...............................................................89

Figura 87 - Medidas horta vertical 02...............................................................89

Figura 88 - Perspectiva horta vertical...............................................................89

Figura 89 - Medidas bicicleta 01.......................................................................90

Figura 90 - Medidas bicicleta 02.......................................................................90

Figura 91 - Perspectiva bicicleta.......................................................................90

Page 12: TCC Marcela R M Oliveira

Figura 92 - Sistema básico de lavagem 01......................................................91

Figura 93 - Sistema básico de lavagem 02.......................................................91

Figura 94 - Sistema básico de lavagem 03.......................................................91

Figura 95 - Medidas cuba 01 - cuba externa...................................................92

Figura 96 - Medidas cuba 02 - aramado interno..............................................92

Figura 97 - Medidas cuba 03 - aramado interno...............................................92

Figura 98 - Medidas cuba 04 - tampa...............................................................92

Figura 99 - Medidas cuba 05 - tampa...............................................................92

Figura 100 - Medidas cuba 06 - aramado interno para talheres..........................92

Figura 101 - Medidas cuba 07 - aramado interno para talheres..........................92

Figura 102 - Vista explodida cuba.......................................................................93

Figura 103 - Fluxograma......................................................................................95

Figura 104 - Maquete eletrônica 01.....................................................................96

Figura 105 - Maquete eletrônica 02.....................................................................96

Figura 106 - Maquete eletrônica 03.....................................................................97

Figura 107 - Maquete eletrônica 04.....................................................................98

Figura 108 - Maquete eletrônica 05.....................................................................98

Figura 109 - Cenário 01.......................................................................................99

Figura 110 - Cenário 02.......................................................................................99

Figura 111 - Cenário 03......................................................................................100

Figura 112 - Cenário 04......................................................................................100

Page 13: TCC Marcela R M Oliveira

Resumo........................................................................................................04

Abstract........................................................................................................05

Lista de figuras...................................................................................................06

Introdução....................................................................................................14

História.........................................................................................................16

Objetivos......................................................................................................21

Capítulo 1 - Pesquisa...........................................................................................22

1.1 Locais para lavagem de louça e sistemas utilizados..................................22

1.1.1 Fontes naturais: rios, lagos, minas............................................................22

1.1.2 Chafarizes e torneiras públicas.................................................................23

1.1.3 Pias com torneiras.....................................................................................24

1.1.3.1 Cubas de metal.......................................................................................25

1.1.3.2 Cubas cerâmicas....................................................................................25

1.1.3.3 Cubas de granito.....................................................................................26

1.1.3.4 Cubas de aglomerado de quartzo...........................................................26

1.1.3.5 Cubas de corian......................................................................................27

1.1.3.6 Cubas de cimento queimado.................................................................27

1.2 Auxiliadores de limpeza..............................................................................29

1.2.1 Sabão..........................................................................................................29

1.2.1.1 História do sabão...................................................................................29

1.2.1.2 Como é feito o sabão?.........................................................................31

1.2.1.3 Como funciona?.....................................................................................31

1.2.1.4 Reações no meio ambiente..................................................................32

Sumário

Page 14: TCC Marcela R M Oliveira

1.2.2 Buchas e esponjas..................................................................................34

1.2.2.1 Buchas vegetais......................................................................................34

1.2.2.2 Esponjas de poliuretano........................................................................35

1.2.3 Areia............................................................................................................47

1.3 Tratamento de efluentes..............................................................................48

1.3.1 Opção de tratamento de efluentes domésticos......................................48

1.3.1.1 Proposta de tratamento efluentes cinza.................................................49

1.4 Lava-louça.....................................................................................................50

1.4.1 História da lava-louça.................................................................................51

1.4.2 Funcionamento..........................................................................................52

1.4.2.1 Principais componentes.........................................................................53

1.4.3 Prós e contras da lava louça.....................................................................43

1.5 Projetos de inspiração..................................................................................44

1.5.1 Bio Digestor Island.....................................................................................44

1.5.2 Superstars Ultraponic...............................................................................45

1.5.3 Waste Not That Drip Water......................................................................46

1.5.4 EcoWash....................................................................................................47

1.5.5 Everyday Solar Distiller............................................................................48

1.5.6 Spaghetti Scrub.........................................................................................49

1.6 Design biofílico............................................................................................54

1.7 Madeira plástica...........................................................................................56

1.8 Dínamo..........................................................................................................58

1.9 Caixa de gordura..........................................................................................59

1.10 Aquecedor solar.........................................................................................60

1.11 Ergonomia...................................................................................................62

1.11.1 Projetos de inspiração.............................................................................62

Page 15: TCC Marcela R M Oliveira

1.11.1.1 Projetos de inspiração...........................................................................62

1.11.2 Projetos de inspiração............................................................................65

Capítulo 2 - Desenvolvimento............................................................................66

2.1 Lista de requisitos.......................................................................................66

2.2 Concepção de estilo....................................................................................68

2.3 Geração de ideias.......................................................................................72

2.3.1 Evolução cuba............................................................................................72

2.3.2 Evolução geral...........................................................................................73

2.3.2.1 Evolução geral SketchUp........................................................................76

2.4 Proposta final...............................................................................................78

Capítulo 3 - Detalhamento..................................................................................84

3.1 Sistemas e medidas......................................................................................84

3.1.1 Componentes.............................................................................................84

3.1.1.1 Medidas estrutura...................................................................................86

3.1.1.2 Medidas balcão......................................................................................88

3.1.1.3 Medidas horta vertical...........................................................................89

3.1.1.4 Medidas bicicleta ergonômica..............................................................90

3.1.1.5 Sistema de funcionamento básico bicicleta-cuba.............................91

3.1.1.6 Medidas cuba.........................................................................................92

3.1.1.7 Vista explodida cuba.............................................................................93

3.1.2 Fluxograma básico...................................................................................95

3.2 Maquete eletrônica......................................................................................96

3.3 Cenário..........................................................................................................99

Considerações finais........................................................................................101

Referências.................................................................................................102

Anexos.......................................................................................................105

Page 16: TCC Marcela R M Oliveira

Sustentabilidade

Dentro da realidade mundial atual,

a sustentabilidade vem tomando cada

vez mais força e presença na vida das

pessoas. Com o passar do tempo e a

imensa irresponsabilidade humana pe-

rante seu planeta, fez com que este se

tornasse cada vez mais desprovido de

recursos naturais.

Após tanto tempo de extração,

poluição sem consciência, finalmente o

ser humano começa a sentir os efeitos

de suas atitudes e a notar que algo ne-

cessita de mudanças, para tentar man-

ter o que ainda resta e fazer o possível

para recuperar o que foi desgastado.

A sustentabilidade “é um desen-

volvimento que concilia crescimento

econômico, preservação do meio am-

biente e melhora das condições sociais”

(Thouvenot T., WWF França, 2005). Tem

como proposta usufruir do planeta atual

sem comprometê-lo, deixando-o pleno

para suprir as necessidades das gera-

ções futuras.

Entretanto, atingir a plenitude da

sustentabilidade é algo ainda distante

do mundo presente, pois modificar uma

cultura desenvolvida durante séculos,

Introdução

Sustentabilidade 2012

Page 17: TCC Marcela R M Oliveira

de uma hora para outra, não é assim

tão simples. Nota-se que uma consci-

ência em relação a qualidade ambiental

está cada vez mais presente na socie-

dade, mas ainda longe de um nível de

abrangência desejável. Para que isto

ocorra, cada um precisa contribuir com

a sua parte, ter consciência que não é

responsabilidade única e exclusiva das

empresas e indústrias cuidarem dessa

questão, e sim também de uma parti-

cipação individual como cidadão, tanto

nas suas atividades diárias domésticas,

como também como consumidores, sa-

bendo como e quais produtos adquirir

e como utilizá-los de acordo com sua

necessidade de vida.

Dentro dessa responsabilidade

individual, uma questão ambiental que

deve receber grande atenção é a água.

Todo ser vivo necessita dela para sua

existência, sendo para consumo ou hi-

giene.

A atenção deste trabalho é volta-

da, principalmente à economia de água

e sua reutilização no processo de higie-

nização de utensílios de cozinha.

15Introdução

Page 18: TCC Marcela R M Oliveira

O cuidado com a higiene, ao contrário do que se pensa, não é algo que surgiu

com a modernidade. Essa questão vem de civilizações muito antigas.

Durante a pré-história acredita-se que como os povos precisavam viver próxi-

mos à fontes de água, aprenderam de algum modo, a importância da limpeza, mes-

mo que rudimentar, como apenas para retirar o barro das mãos.

Registros arqueológicos provam a existência de sistemas de tubos de água e

esgoto existentes desde, em média, 6000 anos a/C. Segundo Landi (1993, p.1) já ha-

viam aparelhos sanitários e até sistema de aquecimento de água:

“Na Ilha de Creta, as Escavações do palácio de Cnossos mostraram

a existência de uma rede de água e esgoto já no ano de 1000 AC. Fo-

ram encontradas evidências de aparelhos sanitários, rede de água fria,

rede de esgoto e até um sistema de aquecimento.”

História

Page 19: TCC Marcela R M Oliveira

Figura 01 - Bacia e tábua de lavar

Nesta época, entretanto, estes sistemas de esgoto e água estavam presentes

somente em residências dos mais abastados ou em alguns casos em prédios de

utilização pública, como nas casas de banho dos romanos. Portanto, os que não

possuíam esta facilidade doméstica precisavam se dirigir até fontes de água, natu-

rais ou artificiais (aquedutos) para poderem se utilizar da mesma, seja para consumo

ou higiene.

A preparação dos alimentos e seu consumo era todo realizado dentro das re-

sidências, mas a lavagem do material utilizado nessas situações era feito a beira

dessas fontes, como os rios. As mulheres se reuniam e se encontravam a beira des-

tes locais para realizarem as atividades de limpeza que necessitavam de água para

serem executadas.

Este sistema foi o utilizado durante muitos anos, perdurando até o século XVIII.

Até este período, as mulheres se dirigiam até o chafariz, ou torneira pública da cidade

para lavarem as roupas e louças de suas respectivas residências. Sim, a louça das

casas eram lavadas nos mesmos locais onde se lavam as roupas. O sistema utilizado

para a limpeza, tanto de uma quanto da outra, era de bacias, uma contendo água

com sabão, e outra com água limpa para enxágue. A secagem era feita ao sol.

O período de execução dessa tarefa doméstica era também uma ocasião de

encontro entra as mulheres locais onde colocavam a conversa em dia, trocavam ex-

periências, faziam amizades, ou seja, transformavam, com conversas e cantorias, um

momento de uma atividade cansativa e com todo potencial para ser tediosa, em algo

um pouco mais agradável.

17Introdução

Page 20: TCC Marcela R M Oliveira

Com a revolução industrial, as tec-

nologias evoluíram e o poder aquisitivo

da população foi melhorando aos pou-

cos. Nesse sentido, a introdução de ins-

talações de melhor qualidade de água

e esgoto residencial e a capacidade de

adquirir pias e torneiras para dentro de

suas casas, trouxeram uma melhora

significativa nas condições de higiene e

também uma mudança nos hábitos di-

ários.

As mulheres que antes se reuniam

em pontos específicos da cidade dia-

riamente, agora realizam seus afazeres

sozinhas, cada uma dentro de suas res-

pectivas casas. Esse novo sistema traz

Figura 02 - Mulher lavando louça

consigo, não só o individualismo como

também um maior consumo de água, já

que agora as bacias não são mais com-

partilhadas, e a mesma quantidade de

água que outrora servira para mais de

uma família, agora é utilizada para ape-

nas uma.

A colocação de torneiras “indi-

viduais” também modificou o modo

de lavagem, ou melhor, acrescentou

mais uma opção no método de execu-

ção. Além dos sistemas de bacias (que

agora são fixas à bancada da cozinha

e recebem o nome de cuba) uma para

lavagem e outra para enxágue, surgiu

o método mais comum utilizados pelos

Sustentabilidade 2012

Page 21: TCC Marcela R M Oliveira

brasileiros, onde utilizam apenas uma

cuba, em que se esfrega a louça, já pré-

-lavada na água corrente da torneira,

com uma bucha e sabão e enxágua-se

peça a peça também com água corren-

te da torneira, gerando um grande gas-

to de água.

Este é o sistema que é conhecido

e utilizado até hoje, num mundo onde o

individualismo se torna cada vez mais

em evidência, chegando ao ponto de se

usar a tecnologia para manter contato

com alguém que está do outro lado do

mundo, mas sem se ter ideia de quem é

a pessoa que habita a casa ao lado.

“O objetivo é intensificar o uso de pro-

dutos (por exemplo, multiplicando o nú-

mero de usuários de um mesmo produ-

to) e diminuir o seu número para reduzir

o custo ambiental global e responder

aos critérios de uma economia leve.”

KAZAZIAN T, 2009.

19Introdução

Page 22: TCC Marcela R M Oliveira

Objetivos

Page 23: TCC Marcela R M Oliveira

Objetivos gerais

• Desenvolver um projeto com em-

basamento na sustentabilidade,

respeitando o tripé social-econô-

mico-ambiental.

Objetivos específicos

• Produzir um produto para lavagem

de louça comunitária;

• com economia de água;

• com tratamento do esgoto produ-

zido;

• proporcionar limpeza dos utensí-

lios sem utilização de química.

• criar uma alternativa para econo-

mia e reaproveitamento de água

durante a limpeza de utensílios de

cozinha.

21Objetivos

Page 24: TCC Marcela R M Oliveira

1.1 Locais para lavagem de louça

e sistemas utilizados

1.1.1 Fontes naturais: rios, lagos, minas.

Antes das facilidades da torneira e

pia dentro das suas próprias cozinhas, ou

até mesmo dos chafarizes nos centros

das cidades fornecidos pela prefeitura,

as mulheres responsáveis pelos serviços

domésticos precisavam se locomover até

alguma fonte natural de água, como rios,

córregos, lagos ou nascentes (conforme

figura 03). Nesses locais realizavam seus

afazeres, lavando as roupas e louças.

Para a realização de tais trabalhos, ela

contavam com poucos objetos próprios,

sendo que para lavagem da roupa, ti-

nham apenas bacias, uma tábua com ra-

nhuras, sabão (quando possível) e a força

de seus braços. Já para louça, utilizavam

a própria areia do rio para esfregar e sa-

bão (quando possível também).

Capítulo 1 - Pesquisa

Figura 03 - Homem lavando louça a beira do rio

Sustentabilidade 2012

Page 25: TCC Marcela R M Oliveira

1.1.2 Chafarizes e torneiras públicas

Com o fornecimento de água em

torneiras públicas, não havia mais ne-

cessidade de grandes caminhadas em

busca de água. A lavagem de roupa

era realizada ali, ainda com os mesmos

utensílios para lavagem no rio (de acor-

do com figura 04). A lavagem de louça

poderia ser realizada também naquele

local ou a água era levada para a resi-

dência e utilizadas gamelas de barro ou

madeira para distribuí-la para limpeza,

onde em uma se depositava a louça

suja com água e sabão e em outra água

limpa para enxágue.

Na ilustração do grande artista

Jean Baptiste Debret (figura 05), que

ilustrava a vida no Brasil no período co-

lonial, nota-se a presença de escravos

Figura 04 - Pias comunitárias antigasFonte: www.paraty.tur.br

Figura 05 - Jean Baptist Debret, Interior de uma casa de ciganos, 1823

Figura 06 - Gamela

ao fundo recolhendo água no chafariz

e uma escrava lavando roupa em uma

gamela (figura 06).

23Pesquisa

Page 26: TCC Marcela R M Oliveira

1.1.3 Pias com torneiras

Mais utilizado nos dias atuais, as

pias comuns e torneiras se tornaram de

fácil acesso e amplamente aplicadas às

residências pelo seu custo acessível a

cultura e costumes de se lavar a louça

dessa maneira.

O sistema de duas bacias (hoje

cubas) ainda é utilizado nos dias de

hoje, principalmente em países onde a

água é mais escassa como na França.

Enche-se as duas cubas de água, dei-

xando uma limpa e a outra com sabão

onde é colocada a louça. Nesta cuba

com sabão as louças são esfregadas e

depois enxaguadas na cuba com água

limpa (Siqueira, 2010). Em uma lavagem

de louça de uma família pequena, a

quantidade de água gasta neste siste-

ma é muito menor em comparação ao

método a seguir.

O outro modo é o mais aplicado

no Brasil, onde se pré-lava a louça com

água corrente, esfrega-se a louça com

detergente e bucha e logo após, se en-

xágua em água corrente peça por peça.

Este é o sistema de lavagem que mais

utiliza água, cera de 80% a mais do que

a lavagem com bacias.

As cubas são geralmente de me-

tal, mas também são encontradas em

cerâmica, em granito, aglomerado de

quartzo, corian ou até mesmo cimento

queimado.

Figura 07 - Prato sendo lavado

Sustentabilidade 2012

Page 27: TCC Marcela R M Oliveira

1.1.3.1 Cubas de metal

As cubas metálicas, mais espe-

cificamente de inox, são amplamente

encontradas tanto pelo seu custo mais

acessível quanto pelo costume de se

utilizar este material. É um material du-

rável, de fácil limpeza e que passa sen-

sação de higiene e que, ao final de sua

vida útil podem ser recicladas.

1.1.3.2 Cubas cerâmicas

Com valor mais elevado e cultural-

mente mais empregadas em banheiros,

são raramente vistas em cozinhas, en-

tretanto suas qualidades de higiene são

tão boas quanto as dos metais. Pos-

suem grande durabilidade porém não

são recicláveis.

Figura 08 - Cuba metálica Figura 09 - Cuba cerâmica

25Pesquisa

Page 28: TCC Marcela R M Oliveira

1.1.3.3 Cubas de granito

O granito é comumente mais visto

aplicado no tampo das bancadas onde

são aplicadas cubas de inox, entretan-

to também existem cubas do material,

embora sejam mais aplicadas para ba-

nheiros, também são encontradas em

cozinhas.

1.1.3.4 Cubas de aglomerado de quart-

zo

Assim como nas cubas de granito,

elas são compostas juntamente com a

bancada, conformadas como uma peça

única, sem junções aparentes. Ainda é

pouco utilizado pelo seu preço alto, en-

tretanto possui ótimas características

citadas a seguir.

Segundo um fabricante de aglo-

merado de quartzo, o Silestone, este

material é composto por 94% de quart-

zo natural. Tem como qualidades: resis-

Figura 10 - Cuba granito

Figura 11 - Cuba aglomerado de quartzo

tência a manchas, impactos e riscos,

variedade de cores e versatilidade de

utilização.

Sustentabilidade 2012

Page 29: TCC Marcela R M Oliveira

1.1.3.5 Cubas de corian

É um material novo, fabricado pela

DuPont, que pode ser usado para várias

finalidades tanto exterior como interior.

Como no material anterior, também

possui junções praticamente impercep-

tíveis e as cubas e bancadas são mol-

dadas em uma peça única. Dentre suas

variadas características citadas pelo

fabricante, a trabalhabilidade e a resis-

tência são as principais, além da grande

preocupação com o meio ambiente na

sua produção.

1.1.3.6 Cubas de cimento queimado

Uma outra alternativa para cubas

e bancadas é o cimento queimado.

Também é pouco encontrada nas resi-

dências atualmente, mas interessante

por ser um material de fácil limpeza e

impermeável, de acordo com Decora-

ção e Estilo.

Figura 12 - Cuba corian

Figura 13 - Cuba cimento queimado

27Pesquisa

Page 30: TCC Marcela R M Oliveira

1.2.1 Sabão

1.2.1.1 História do sabão

Uma das produções mais antigas,

a do sabão, foi registrada pelo historia-

dor romano Plinio, o Velho (23-79 d.C).

Entretanto acredita-se, por especula-

ção, que a produção do sabão vem da

pré-história, por ser um produto natural

e de fácil obtenção.

Acredita-se que os homens pré-his-

tóricos observavam que em locais onde

fizeram fogueiras para assarem carnes,

após chuvas fortes, apareciam espu-

ma. Devem ter observado também que

quando colocavam água em potes que

haviam sido utilizados para cozinhar car-

ne, uma espuma semelhante aparecia e

esses potes ficavam mais limpos e suas

mãos que esfregavam o pote também

saiam menos sujas do que o normal.

Os primeiros registros sobre a pro-

dução do sabão datam de 2800 a.C, em

escavações na Babilônia, onde foram

encontradas inscrições próximas a po-

tes de barros, que diziam sobre o ato

de ferver gordura animal com cinzas.

Entretanto, esse material ainda não era

usado como produto de limpeza, era

empregado como pomada para pente-

ados artísticos ou passado como cura-

tivo em ferimentos. Suas características

de higiene ainda não eram conhecidas

(Reis, s.d.).

Embora os egípcios já tivessem

conhecimento do sabão, ele não é ci-

tado nos registrados banhos de Cle-

ópatra. Estes ainda o utilizavam para

fins medicinais e ainda não conheciam

1.2 Auxiliadores de limpeza

Sustentabilidade 2012

Page 31: TCC Marcela R M Oliveira

seu poder de higienização. Na

Grécia também tinham conhe-

cimento de sua produção, mas

também o utilizavam para ou-

tros fins que não banhos.

O sabão continua sendo

encontrado em diversas civili-

zações antigas, e praticamen-

te em todas, os registros do

mesmo eram para fins médi-

cos.

Ainda segundo Reis, com

o passar dos anos o conheci-

mento da fabricação do sabão

e suas utilidades foram se es-

palhando e evoluindo. Aplica-

ção de ervas e especiarias ao

sabão para melhorar a fra

Figura 14 - Sabão

29Pesquisa

Page 32: TCC Marcela R M Oliveira

grância foram realizadas, assim

como a substituição da banha por óleo

de oliva, que dava ao produto uma maior

qualidade, mas o reconhecimento de

suas qualidades para banhos ainda era

mínima. Entretanto no final do século

XVIII os banhos com sabão passaram a

ser reconhecidos pelos médicos como

algo mágico, onde a água bem utiliza-

da poderia curar diversas infecções. O

caráter medicinal ainda era mantido po-

rém agora o sabão era aplicado durante

os banhos e não mais separadamente

como remédio.

Segundo Reis, os sabões utiliza-

dos atualmente não são mais como os

descobertos antigamente. Os de hoje

recebem grande quantidades de deriva-

dos do petróleo em sua composição ou

passam por complexas transformações

industriais:

“Actualmente, a maioria de produtos

que existem no mercado não são verdadei-

ros sabões, mas sim detergentes criados a

partir de materiais derivados do petróleo.

Outros tipo de sabões contêm ingredien-

tes encontrados na natureza, mas que são

radicalmente transformados por processos

industriais complexos. O sabão daqui re-

sultante tem poucas semelhanças com o

sabão fabricado através dos tempos.”

Sustentabilidade 2012

Page 33: TCC Marcela R M Oliveira

1.2.1.2 Como é feito o sabão?

O sabão é formado através de uma

reação de hidrólise básica de óleos e

gorduras. Desta reação química serão

produzidos glicerol e sais de ácidos

graxos. Estes sais são o que se chama

de sabão.

Segundo Canto e Peruzzo (2007),

esquentando uma gordura com uma

base, tem-se a produção do sabão que

é denominada saponificação.

1.2.1.3 Como funciona?

Para a lavagem da louça por exem-

plo, a água por si só não consegue re-

tirar toda a sujeira, como gotículas de

óleo. Isto ocorre pois as moléculas da

água são polares e as de óleo são apo-

lares. O sabão se mostra importante na

limpeza pois consegue interagir tanto

com moléculas polares como apolares

(Canto e Peruzzo, 2007).

Durante o processo de lavagem de

um prato com óleo, por exemplo, for-

mam-se gotículas de óleo microscópi-

cas envolvidas por moléculas de sabão.

Essas moléculas possuem extremida-

des diferentes, sendo uma apolar (que

interagem com o sabão) e outra polar

(que combina com a água). Quando

se usa a água para enxaguar a louça, a

parte externa das moléculas que estão

circundando a gotícula de óleo intera-

gem com a água facilitando, assim, a

dispersão dessas.

Figura 15- Reação de saponificaçãoFonte: Canto e Peruzzo, 2003

31Pesquisa

Page 34: TCC Marcela R M Oliveira

Nem todas as cidades possuem

um tratamento de esgoto adequado,

despejando diariamente o esgoto de

toda a população diretamente nos rios.

Dentre tantas as coisas presentes nos

esgotos, uma delas é o sabão, utiliza-

do em larga escala todos os dias pelas

pessoas em suas residências, em locais

comerciais e públicos.

A movimentação natural da água

na presença do sabão forma espuma

na superfície. Essa espuma impede a

entrada de oxigênio na água, essen-

cial para a vida dos peixes. Outro pro-

blema causado pela espuma afeta as

aves aquáticas que quando pousam

em águas poluídas, acabam tendo a

sua proteção oleosa natural das penas

afetada lhes trazendo sérios problemas

(Canto e Peruzzo, 2007).

Os sabões são fabricados a partir

de substâncias presentes na natureza

viva (óleos e gorduras, portanto exis-

tem muitos microrganismos capazes de

decompô-lo naturalmente. Entretanto

os detergentes sintéticos, provenientes

do petróleo, que são os mais utilizados

nos dias atuais não são, em sua maio-

ria, biodegradáveis embora a legislação

atual exija que os sejam.

Existem locais onde a “[...]água

é rica em íons Ca2+ e/ ou Mg@+.

Esse tipo de água é chamada de água

dura.”(Canto e Peruzzo, 2007). Neste

tipo, os sabões normais não atuam sa-

tisfatoriamente e para que ele propor-

cione a limpeza desejada os fabricantes

adicionam uma substância chamada de

agente sequestrante que tem como fun-

ção precipitar os íons Ca2+ e Mg2+.

Um problema causado por esse

precipitante é que estes são alimento

para algas e quando começam a descer,

favorecem a proliferação das mesmas.

1.2.1.4 Reações no Meio Ambiente

Sustentabilidade 2012

Page 35: TCC Marcela R M Oliveira

Com a proliferação das algas

mais próximas da superfície,

ocorre um impedimento da

entrada de raios solares para

as que vivem mais ao fundo

dos rios e lagos. Já que as al-

gas do fundo não consegue

fazer fotossíntese, morrem

e entram em putrefação. O

apodrecimento consome oxi-

gênio da água que acarreta

na morte dos peixes que ali

habitam.

Figura 16 - Poluição rio Tietê em Pirapora

Figura 17 - Poluição rio Tietê em Pirapora

33Pesquisa

Page 36: TCC Marcela R M Oliveira

1.2.2 Buchas e esponjas

1.2.2.1 Buchas vegetais

Com o nome científico Luffa cyllin-

drica (L.) Roem, mas mais comumente

chamada de bucha vegetal, esta vem

voltando ao mercado graças as suas

características e uma atual preocupa-

ção ambiental. Esta planta tem origem

asiática, embora tenha se adaptado

normalmente as terras brasileiras. É

uma trepadeira da família Cucurbitace-

ae, da qual também pertencem as abó-

boras, os melões e os pepinos.

Possui várias características fa-

voráveis. Pode ser utilizada para lavar

louça e também é recomendada para o

banho pois faz bem para a pele. Outra

qualidade é a higienização fácil, pois

sempre que se achar necessário pode

ser fervida para esterilização quantas

vezes for necessário.

Por ser natural, é absorvida rapida-

mente pela natu-

reza quando sua

vida útil chega ao

fim. Outra ques-

tão sustentável

desta é que favo-

rece os pequenos

produtores já que

possui fácil cul-

tivo e pode ser

Figura 18 - Bucha vegetal

Page 37: TCC Marcela R M Oliveira

produzida facilmente para venda, não

necessitando grandes gastos para sua

produção.

Além de suas características bem

favoráveis para uso na limpeza, sua fi-

bra também pode ser utilizada para fa-

zer estofamento de bancos, fabricação

de chinelos, cestas, chapéus, bolsas,

palmilhas de sapatos, entre outros.

1.2.2.2 Esponjas de poliuretano

Estas esponjas, muito utilizadas

na limpeza doméstica, como na lava-

gem de louça, limpeza e bancada e etc.,

são compostas de um tipo de poliéter, a

espuma flexível.

A espuma flexível é o tipo de poli-

éter mais utilizado justamente por ser o

mais fácil de ser processado. É um ma-

terial poroso, flexível e elástico.

O poliuretano começou a ser de-

senvolvido em experimentos laborato-

riais nos anos de 1849. Entretanto, em

1937, na Alemanha, o Dr. Otto Bayer

deu início a indústria de poliuretano (Pi-

res. s.d.).

Com o passar do tempo novas

técnicas e combinações químicas per-

mitiram uma evolução na produção de

espumas flexíveis.

Com estas melhorias e facilidades

de fabricação, a espuma flexível ganhou

Figura 19 - Esponja poliuretano

35Pesquisa

Page 38: TCC Marcela R M Oliveira

o mercado com diversos produtos

com oficinas mais diversificadas possí-

veis que vão da proteção para transpor-

te, colchões, isoladores acústicos até

esponjas para limpeza.

A espuma flexível como esponja

de cozinha está constantemente pre-

sente nas residências atualmente. Ima-

ginando a presença de uma esponja por

família, sendo trocada semanalmente,

tem-se ideia da quantidade necessária

desse material para suprir esta neces-

sidade, isto sem levar em consideração

as outras inúmeras aplicações deste

material.

É um material derivado do petró-

leo, com decomposição que leva em

média 150 anos, portanto considerado

altamente poluente. Embora sua reci-

clagem seja possível, o conhecimento

e execução desta tarefa é muito pouco

realizada. Na maioria das vezes, é des-

Figura 20 - Esponja poliuretano

cartado no lixo comum, e devido sua

característica de porosidade, apesar de

leve, ocupa muito espaço nos aterros e

lixões, ajudando a enchê-los mais rapi-

damente do que se deveria.

Sustentabilidade 2012

Page 39: TCC Marcela R M Oliveira

1.2.3 Areia

A areia é conhecidamente um po-

deroso abrasivo, uma prova disso são

as máquinas de jato de areia utilizada

para limpeza pesada. Entretanto, o co-

nhecimento do poder de limpeza deste

produto tem registros de povos antigos,

sendo utilizada antes mesmo da inven-

ção do sabão e de seu poder de higie-

nização.

Segundo Reis (s.d.), os egípcios,

ao tomarem banhos, utilizavam óleos

essenciais, leite de égua e areia como

abrasivo. Já na Grécia, utilizavam blo-

cos de barro, areia, pedra pomes, e para

finalizar aplicavam óleos na pele para

se misturar com a areia e assim, essa

mistura era raspada da com instrumen-

tos de metais. Hoje, a esfoliação, não é

necessariamente com areia, mas com

materiais de textura semelhante, é uma

prática comum e bastante utilizada.

Figura 21 - Esfoliação

37Pesquisa

Page 40: TCC Marcela R M Oliveira

Outro fato que demonstra o valor

da areia para a higiene é a própria na-

tureza. Diversos animas tomam banho

de areia para se limparem mesmo tendo

banhos de água em sua rotina também.

Aves a utilizam para retirar parasitas de

sua plumagem e mantê-las brilhantes.

Mais um exemplo de animal que se uti-

liza desses banhos é o elefante. Este se

banha com areia também para retirada

de parasitas de sua pele e a mantém ali

para protegê-lo contra o sol.

Além dos banhos, a areia também

era utilizada na lavagem das louças.

Antigamente, as mulheres quando iam

para a beira dos rios para lavar roupa,

levavam consigo também os utensílios

de cozinha para serem limpos no mes-

mo local.

Como não havia sabão ou o mes-

mo era escasso, as mulheres utilizavam

cinzas provenientes dos fogões e areia,

facilmente encontradas nos leitos dos

Figura 22 - Banho de areia de aves

Figura 23 - Banho de areia elefante

rios para lavar e lustrar a louça. Essa

opção de lavagem, além de eficaz tam-

bém não poluía as águas já que não se

utilizava de nenhuma química.

Sustentabilidade 2012

Page 41: TCC Marcela R M Oliveira

O tratamento do esgoto tem extrema importância para a manutenção do meio

ambiente. A falta desta atitude acarreta em inúmeros problemas sócio-ambientais.

Lançar esgoto in natura nos recursos hídricos resulta em impactos significativos

na vida aquática. Ao entrar em contato com o sistema hídrico, a matéria orgânica pre-

sente nos dejetos causa uma grande proliferação de bactérias aeróbicas, que con-

somem grande quantidade de oxigênio dissolvido na água, reduzindo drasticamente

sua quantidade ou até mesmo eliminando-o, causando a morte de toda vida aeróbica

presente ali (Pimenta at. al., 2002).

Além dos problemas citados acima, tem-se também a disseminação de doen-

ças através do consumo da água contaminada, de plantas irrigadas com a mesma ou

de animais que beberam desta água.

São conhecidos inúmeros métodos de tratamento de esgoto que podem ser

aplicados pelos municípios, entretanto, segundo Araújo (2005), apenas 16% do esgo-

to brasileiro é tratado antes de ser despejado nos rios e mares do país.

De acordo com Mendonça e Cebalos (1990¹ apud Pimenta at. al. 2002, pág. 01),

“o esgoto doméstico ou efluente sanitário contém cerca de 99,9% de água e 0,1%

de sólidos orgânicos e inorgânicos”. Com base nesses dados, nota-se o desperdício

de água que ocorre diariamente. Toda essa água poderia ser reaproveitada para fins

domésticos que não necessitam de água potável, como regar plantas, lavar calçadas

e carros, entre outros. Para que se possa reutilizar esta água, antes, obviamente,

precisa-se de um prévio tratamento. Existem possibilidades de tratamento de esgoto

que podem ser realizados em casa ou em pequenos condomínios, sem a necessida-

de de serem enviados para a estação de tratamento municipal.

1.3 Tratamento de efluentes

1-MENDONÇA, Sergio Rolim & CEBALOS, Beatriz Susana de O. Lagoa de Estabilização e Aeradas Mecanicamente: Novos Conceitos. João Pessoa, S. Rolim Mendonça., 1990.

39Pesquisa

Page 42: TCC Marcela R M Oliveira

1.3.1 Opção de tratamento de efluentes

domésticos

O esgoto doméstico é dividido em

dois, efluente cinza, que engloba os re-

síduos do lavatório, chuveiro, pia de

cozinha, tanque e de máquina de lavar

roupa e o efluente negro, que são resí-

duos de vasos sanitários. O tratamento

a ser explicados abaixo é exemplo que

tem por finalidade reutilizar a água para

fins que não necessitem de água potá-

vel.

A proposta abaixo pertence a Ka-

rin Zan Huke (2010).

1.3.1.1 Proposta de tratamento efluente

cinza

Os materiais indicados para a fa-

bricação são: pedrisco, brita, casca de

arroz, solo, areia, lona plástica, plantas

(papiro, lírio ou juta), canos pvc e cin-

co reservatórios de água. Cada reser-

vatório deve ser calculado para suprir

o abastecimento de 3 m² por pessoa,

podendo ser de cimento impermeabili-

zado ou caixas d’água industrializadas.

Método de produção:

1. A primeira coisa a fazer é sepa-

rar o esgoto cinza do esgoto negro da

residência. O esgoto negro, ou seja, o

proveniente dos vasos sanitários possui

muitos coliformes fecais e não existe

um tratamento eficaz desta água.

2. Já separados, o esgoto cinza

pode ser enviado para um primeiro re-

servatório posicionado abaixo do nível

do solo da residência, e neste ocorrerá

a separação da água e do óleo.

O escape será colocado na parte

de baixo do tanque, onde a água esco-

ará e o óleo ficará flutuando na superfí-

Sustentabilidade 2012

Page 43: TCC Marcela R M Oliveira

4. O tanque ilustrado abaixo é o de

filtragem mineral anaeróbio. As pedras

irão alcalinizar a água e reter resíduos

sólidos. Este ambiente com ausência

de ar acabará com microrganismos ae-

róbicos. A saída de água deste segue

o mesmo padrão do primeiro tanque

como mostrado a seguir.

A manutenção deste tanque deve

ser realizada uma vez ao ano com um

jato d’água de grande pressão.

3. A saída de água do primeiro

reservatório deve ser na parte de bai-

xo, entretanto a entrada dessa água no

próximo reservatório deve ser pela par-

te superior, como na figura a seguir.

Figura 24 - Tanque separação de óleosFonte: Huke, 2010

Figura 25 - Tratamento efluentesFonte: Huke, 2010

Figura 26 - Tanque de filtragem de britas (mineral) Fonte: Huke, 2010

cie. Deve-se manter uma tampa no re-

servatório para a retirada periódica do

óleo através de baldes.

41Pesquisa

Page 44: TCC Marcela R M Oliveira

5. O reservatório seguinte é chamado “tanque vivo”, e é composto da seguinte

forma:

• britas no fundo (15% da capacidade do tanque)

• solo misturado e casca de arroz no centro ( cerca de 60% da ca-

pacidade do tanque,

• casca de arroz na camada superior ( cerca de 15% da capaci-

dade do tanque) onde deverão ser plantadas uma das espécies das plantas

citadas.

Estas plantas possuem raizes profundas e grande capacidade de absorção de

resíduos.

A manutenção deste é realizada uma vez ao ano com a troca total de seu con-

teúdo.

6. No solo, faça um buraco com 2 x 1,5 metros e 0,5 metros de profundidade.

Este deve ser coberto com uma lona e as laterais presas com areia e brita, formado

um pequeno lago.

No fundo deste, deposite 3 cm de areia e 3 cm de pedriscos ou pedras ornamen-

tais. Neste preparado, coloque plantas aquáticas e deposite aguapés na superfície.

Figura27 - Tanque de filtragem (raízes)Fonte: Huke, 2010

Sustentabilidade 2012

Page 45: TCC Marcela R M Oliveira

As funções desta parte do sistema são: filtrar a água (realizada pelas plantas) e

matar os microorganismos que não resistem à presença de oxigênio.

7. Coloque um escape com filtro de tela na borda do lago, conforme figura abaixo:

08. Repita o tanque anaeróbico com britas e logo em seguida acople o próximo

tanque que se trata apenas de um reservatório para a água já tratada.

Na saída deste último tanque, se instala uma bomba a qual direciona esta água

para suprir descargas de banheiros, mangueiras de jardim, ou seja, toda saída de

água que não seja direcionada ao consumo ou higiene pessoal.

Figura 28 - Tanque aeróbicoFonte: Huke, 2010

Figura 29 - FiltroFonte: Huke, 2010

43Pesquisa

Page 46: TCC Marcela R M Oliveira

1.4 Lava-louça

1.4.1 História da lava-louça

A primeira lava louça, apesar de

rudimentar, foi registrada em 1850 por

Joel Houghton. Se tratava de uma es-

trutura de madeira que esguichava

água na louça suja. Porém a ideia não

foi bem aceita e acabou não sendo pro-

duzida em série.

Após 30 anos, em 1880, Josephine

Cochran, após ver sua louça quebrada

por seus funcionários, decidiu construir

uma máquina que fizesse o trabalho.

Cumprindo o prometido, ela consegue

desenvolver a tal máquina e a patenteia

no ano de 1886. Mesmo com a pratici-

dade que proporcionava, apenas hotéis

e restaurantes apresentaram interesse

no produto.

Apenas na década de 50 é que o

invento de Josephine ganhou verdadei-

ro espaço no mercado e passou a ser

vendido em larga escala. As propagan-

das da época enfatizavam o aprovei-

tamento do tempo que esta oferecia,

dizendo que o tempo antes dedicado

a lavar a louça, agora poderia ser ocu-

pado com a família, dando atenção ao

marido e aos filhos.

Desde então esta máquina vem

evoluindo, tomando novas formas e

tecnologias até como é conhecida atu-

almente.

Figura 30 - Josephine Cochran

Sustentabilidade 2012

Page 47: TCC Marcela R M Oliveira

1.4.2 Funcionamento

Como próprio nome diz, a maqui-

na de lavar louças tem como função

limpar automaticamente utensílios de

cozinha. O usuário só precisa colocar o

que deseja que seja lavado no seu in-

terior, adicionar detergente adequado

nos compartimentos aos quais é deter-

minado e programar o ciclo de lavagem

que deseja. Ao final do ciclo, as louças

estarão prontas para serem utilizadas

novamente.

Seu funcionamento, de uma forma

geral é o seguinte: um reservatório infe-

rior se enche de água, onde os sistemas

de aquecimento aquecem a água até

uma faixa de 55ºC a 60ºC. Em seguida,

uma bomba impulsiona água para os ja-

tos, que direcionam estas para a louça.

Um sistema tecnológico abre automa-

ticamente o compartimento de deter-

gente no momento correto da lavagem

(Grabianowski, s.d).

Figura 31 - Publicidade antiga de lava louça

45Pesquisa

Page 48: TCC Marcela R M Oliveira

1.4.2.1 Principais componentes

Mecanismo de controle:

Este componente fica localizado

na parte interna da porta, atrás do painel

de controle. É ele quem controla o fun-

cionamento da máquina como o tempo

de lavagem, momento de abertura do

compartimento de sabão, drenagem,

entre outras. Pode ser um sistema ele-

tro-mecânico simples ou computadori-

zado (Grabianowski, s.d).

Válvula de admissão :

É por onde a água tem acesso à

máquina. A própria pressão da rede de

água faz com que ela encha o reserva-

tório, não precisando de bomba para

isso.

Bomba:

Este componente é acionado por

um motor elétrico e tem como função

empurrar a água para suportes dos ja-

tos. Durante o ciclo de drenagem, é esta

mesma bomba que direciona a água

para mangueira de drenagem.

Um motor elétrico a aciona, e du-

rante o ciclo de bombeamento, a bomba

força a água para os suportes dos jatos.

Durante o ciclo de drenagem, ela dire-

ciona a água para a mangueira de dre-

nagem. O conjunto da bomba do motor

é instalado abaixo do reservatório, no

centro da máquina de lavar louças.

Figura 32 - Componentes lava-louça

Sustentabilidade 2012

Page 49: TCC Marcela R M Oliveira

1.4.3 Prós e contras da lava-louça

Prós:

• De acordo com a Sabesp,

quando uma máquina de lavar lou-

ça é utilizada em sua capacidade

máxima, seu gasto é cerca de 60%

menos de água do que lavagem

manual;

• O tempo livre ganho em

relação ao que se gastaria lavando

a louça manualmente;

• A higienização é superior;

Contras:

• Além de muito caro, os de-

tergentes utilizados para este sis-

tema são mais prejudiciais à natu-

reza;

• Necessita de energia elé-

trica para funcionamento;

47Pesquisa

Page 50: TCC Marcela R M Oliveira

1.5 Projetos de inspiração

1.5.1 Bio Digester Island

Designer: Philips Design

É uma máquina cíclica biológica

onde os efluentes são filtrados, pro-

cessados e reutilizados para novos fins

onde não se necessite de água potável.

Figura 33 - Bio Diegester Island, vista superior

Figura 34 - Bio Diegester Island, vista frontalSustentabilidade 2012

Page 51: TCC Marcela R M Oliveira

1.5.2 Superstars Ultraponic

Designer: FALTAZI

Se trata de uma bancada de cozi-

nha que reaproveita 100% de seus resí-

duos, de líquidos a sólidos.

Figura 35 - Superstars Ultraponic, vista interna

Figura 36 - Superstars Ultraponic, perspectiva

49Pesquisa

Page 52: TCC Marcela R M Oliveira

1.5.3 Waste Not That Drip Water

Designer: Erdem Selek

Uma solução prática para evitar o des-

perdício da água de gotejamento de pratos

recém lavados.

Figura 37 - Waste Not That Drip Water

Figura 38 - Waste Not That Drip Water, modo de utlização

Sustentabilidade 2012

Page 53: TCC Marcela R M Oliveira

1.5.4 EcoWash

Designer: David Stockton

Desenvolvida para um concurso da

Electrolux, é uma lava-louça para cam-

ping, onde se coloca manualmente a

água e sabão líquido no seu interior. Tem

uma manivela para girar a louça e a água

no seu interior, realizando a limpeza.

A água utilizada também é esvazia-

da manualmente através de uma abertu-

ra na parte de baixo da mesma.

Figura 39 - EcoWash, com tampa aberta

Figura 40 - EcoWash, componentes

51Pesquisa

Page 54: TCC Marcela R M Oliveira

1.5.5 Everyday Solar Distiller

Designer: Gabriele Diamanti

Pensado para ajudar famílias que

vivem em localidades distantes, onde

não há água tratada. Este produto foi de-

senvolvido para destilar água tornando-a

própria para consumo, utilizando energia

solar como base do processo, podendo

tratar até 5 litros de água por dia. Figura 41 - Everyday Solar Distiller, vista interna

Figura 42 - Everyday Solar Distiller, utilização

Sustentabilidade 2012

Page 55: TCC Marcela R M Oliveira

1.5.6 Spaghetti Scrub

Designer: Goodbye Detergent!

Uma esponja para lavar louça e

bancadas, produzida a base de espiga

de milho e sementes de pêssego, que

não precisa de detergente para realizar

a limpeza. Figura 43 - Spaghetti Scrub, utilização

Figura 44 - Spaghetti Scrub

53Pesquisa

Page 56: TCC Marcela R M Oliveira

Design biofílico é um conceito que

está entrando em cena no mundo da

arquitetura e design com grande força.

Trata-se, segundo Gorski (2012), de uma

prática que tem como intenção incluir

elementos da natureza nos ambientes

construídos. Busca interagir o interior e

o exterior dos edifícios, trazendo vida,

jardins para dentro dos edifícios, tanto

particulares quanto públicos, residen-

ciais ou de trabalho.

De acordo com Zucca (2012), o re-

lacionamento com a natureza traz bem

estar e relaxamento ao ser humano:

“A visão/presença de ambientes naturais e/

ou animais em comum estado de repouso

ou de não agitação é um forte estímulo para

atingir um estado de bem-estar e seguran-

ça/prazer para a espécie humana” (Melson,

2000 apud Zucca, 2012, tradução do au-

tor).

1.6 Design biofílico

Figura 45 - Menina com coelho Figura 46 - Garoto e animais brincando

Sustentabilidade 2012

Page 57: TCC Marcela R M Oliveira

A base do design biofílico é

basicamente a preferência de luz solar

à artificial, ar fresco e ventilação, vi-

são (janelas) e contato com a nature-

za: plantas e, quando possível, animais

(Zucca, 2012).

Em pesquisas apresentadas

por Zucca (2012), o ser humano quando

em contato com a natureza tem a aten-

ção aumentada, o estresse diminui, há

um aumento na produtividade de traba-

lho e melhor desempenho em ativida-

des físicas. Quando o design biofílico

é aplicado em hospitais, a recuperação

de pacientes do pós-operatório é mais

rápida e, em pacientes que necessitam

de analgésicos, a necessidade desse

medicamento diminui, reduzindo-se as-

sim a quantidade do mesmo a ser apli-

cada no paciente.

Figura 47 - Fachada de prédio revestido com trepadeira

Figura 48 - Janela com vista para natureza

55Pesquisa

Page 58: TCC Marcela R M Oliveira

Um material relativamente novo no

mercado, a madeira plástica se apre-

senta como uma alternativa sustentável

quando se trata do assunto de revesti-

mentos.

A madeira, mesmo com reflores-

tamento, vem se tornando um material

escasso. O tempo de espera de cresci-

mento para o corte das árvores reflores-

tadas nem sempre consegue atender a

demanda desse produto. Quando extra-

ídas de maneira irregular, a quantidade

de problemas ambientais causados é

imenso. A madeira plástica é uma op-

ção com ótimas qualidades para subs-

tituir a madeira natural.

A empresa WWI, que segundo seu

site, é a industria que primeiramente

trouxe esse material para o Brasil, diz

que este produto é fabricado de políme-

ros reciclados e resíduos de madeira,

além de ser 100% reciclável.

Outras características positivas

deste material que são apresentadas

pela empresa WWI:

1.7 Madeira plástica

Figura 49 - Aplicação de madeira plástica 01 Figura 50 - Aplicação de madeira plástica 02

Sustentabilidade 2012

Page 59: TCC Marcela R M Oliveira

•Dispensapintura,vernizemanutenção;

•Ausênciadeprodutosprejudiciaisao

meio ambiente;

•Reciclável,ecológico–produtoWPC

green material;

•Resíduosdemadeiraepolímeros;

•Nãocriadeformidades,nãoempena,

não solta farpas;

• Material não permite ataque de fun-

gos e cupins;

• Instalação rápida e com a utilização

das mesmas ferramentas da madeira

tradicional;

•Duplaface,designúnicoemoderno;

•Antiderrapante;

•Possuiaparênciademadeiraeman-

tém esses elementos por muitos anos;

•TratamentoUV;

•Clipsdefixaçãoinvisível,semparafu-

sos expostos.

Figura 51 - Aplicação de madeira plástica 03 Figura 52 - Aplicação de madeira plástica 04

57Pesquisa

Page 60: TCC Marcela R M Oliveira

Dínamo é nome dado aos gerado-

res que transformam energia mecânica

em elétrica. São divididos em dois tipos:

•Dínamo com corrente contínua:

oferece corrente contínua, ou seja, cor-

rente que circula em um único sentido;

•Dínamocomcorrentealternada:ofe-

rece corrente que circula num sentido e em

outro, alternadamente. (efísica, 2007).

O princípio de funcionamento de

um dínamo está ligado ao fenômeno da

indução eletromagnética num quadro

plano que gira em campo magnético

uniforme. Tal fenômeno pode ser expli-

cado pela Lei de Lenz, que estabelece

que o sentido da corrente induzida é

oposto da variação do campo magnéti-

co que a gera. Assim, a variação de um

campo eletromagnético gera corrente

elétrica. Tanto no dínamo de corrente

alternada como no de corrente contí-

nua o quadro é percorrido por corrente

alternada. A diferença entre eles está na

maneira de colher essa corrente para

fora do quadro (Santiago, 2012)

Figura 53 - Esquema dínamo

1.8 Dínamo

Sustentabilidade 2012

Page 61: TCC Marcela R M Oliveira

Utilizadas para tratar preliminar-

mente os efluentes de cozinhas, laticí-

nios, indústrias alimentícias, as caixas de

gordura são de grande importância para

o meio ambiente e um bom funcionamen-

to das redes de esgoto. (VEIGA, 2003)

Sua principal função, como o pró-

prio nome diz, é reter a gordura que é

lançada diretamente no esgoto. A gor-

dura que, sem a caixa, iria para a rede

de esgoto, além de se acumular nos

Figura 54 - Caixa de gordura Fonte: Hábil Química, 2000 apud Veiga, 2003

encanamentos causando entupimen-

tos, também é um grande poluente do

ambiente. Já retida na caixa, a gordu-

ra pode ser retirada e enviada para fins

corretos.

Seu princípio de funcionamento se

dá pela diferença de densidade entre a

água e a gordura, conforme figura abai-

xo:

1.9 Caixa de gordura

59Pesquisa

Page 62: TCC Marcela R M Oliveira

Uma lei aprovada em 2009 no

Brasil obriga uma redução de emissão

de gases de efeito estufa em 37% até

2020. Já para as ameaças climáticas

mundiais serem afastadas, o mundo

precisa reduzir em 50% suas emissões.

Os sistemas de aquecimento possuem

um papel relevante na ajuda para cum-

prir esses objetivos. (Ekos Brasil, 2010)

As vendas de sistemas de aqueci-

mento vem tomando cada dia mais es-

paço no comercio nacional e mundial,

tendo em vista os benefícios trazidos

por este produto.

O sistema de funcionamento do

aquecimento solar de água, de acordo

com Ekos Brasil (2010), pode ser simpli-

ficado da seguinte forma:

1. “captação da energia solar;

2. transferência da energia para o

fluido;

3. armazenamento da energia tér-

mica e distribuição da água aquecida

para o sistema.

4 .Captação->Transferênc ia-

->Armazenamento->Distribuição

Nas etapas de captação, transfe-

rência e acumulação os coletores e o

reservatório trabalham em conjunto e

na etapa de distribuição os componen-

tes fundamentais são as tubulações e

os acessórios hidráulicos”.

O aquecedor solar entra em fun-

cionamento quando a energia solar ra-

diante ou irradiante, luz visível e infra-

vermelho, incidem sobre a superfície

preta dos coletores. A energia absorvi-

da pela placa transforma-se em calor e

aquece a água que está no interior os

coletores. A água aquecida diminui sua

densidade e começa a se movimentar

em direção ao reservatório, dando início

a um processo natural de circulação,

chamado termossifão.

1.10 Aquecedor solar

Sustentabilidade 2012

Page 63: TCC Marcela R M Oliveira

Esse processo mantém o sistema em operação, enquanto houver radiação solar

incidente sobre as placas ou até toda água do circuito atingir equilíbrio térmico.

Figura 55 - Sistema aquecedor solarFonte: Introdução ao Sistema de Aquecimento Solar, 2010

61Pesquisa

Page 64: TCC Marcela R M Oliveira

A ergonomia é a ciência que es-

tuda o relacionamento e adaptação

do trabalho ao homem. A relação com

trabalho não quer dizer somente a in-

teração com máquinas e equipamen-

tos, mas também toda a relação que

acontece entre o homem e qualquer ati-

vidade produtiva, envolvendo aspectos

físicos e organizacionais. (Iida, 2005)

1.11 .1 Ergonomia na bicicleta

A aplicação da ergonomia é, sem

dúvida, indispensável na concepção de

projetos, e na bicicleta não é diferente.

Seja ela estacionária ou não, a bicicleta

requer grande esforço do corpo huma-

no e que, se não posicionado de manei-

ra correta no aparelho, pode acarretar

diversos problemas de saúde, como por

exemplo dor nas costas, complicações

nos joelhos e ligamentos, entre outros.

1.11 Ergonomia

1.11.1.1 Dados antropométricos e apli-

cação

Segundo Pequini (2000), a antro-

pometria corretamente aplicada é es-

sencial para um ajuste adequado do

usuário com a bicicleta tendo em vista

evitar lesões na utilização da mesma.

As medidas utilizadas são: do tronco,

braço, coxa, antebraço, pernas, ante-

pernas e ombros.

Cada parte da bicicleta exige um

cálculo especifico para se adequar ao

usuário, entretanto existem os três prin-

cipais de acordo com Pequini (2000),

que podem ser visualizados na figura

56:

•a altura do quadro, entre eixos “H”;

•ainclinaçãodotubodoselim,“l”;

•comprimentodotubohorizontal,

entre eixos “L”.

Sustentabilidade 2012

Page 65: TCC Marcela R M Oliveira

Figura 56 - Medidas do quadroFonte: HINAULT, 1988 apud. Pequini, 2000.

Legenda:

H - Altura do quadro - entre eixos

L - Comprimento do quadro - entre eixos

h - Altura do eixo da transmissão central - em

relação ao solo

Av - Medida da frente da bicicleta - tirada entre

o eixo da transmissão central e o da roda da

frente.

Ar - Medida da traseira - tirada entre o eixo da

transmissão central e o da roda traseira

f - curva do garfo

c - caça

l - Recuo do tubo do selim

63Pesquisa

Page 66: TCC Marcela R M Oliveira

Como explica Pequini (2000), as bicicletas são divididas em dois modelos de

acordo com o esquema postural: “...um que induz o usuário a assumir uma postura

com o tronco em flexão e o outro que o induz o usuário a assumir uma postura com

o troco ereto.”

Essas posturas são determinadas pela posição e altura do guidão e do selim, ou

seja, quando o guidão está mais alto ou mais baixo que o selim ou mais distante ou

mais próximo que o selim.

Sustentabilidade 2012

Page 67: TCC Marcela R M Oliveira

1.11.2 Ergonomia bancada da pia

A ergonomia também está presente na cozinha, e mais precisamente para este

tópico, nas bancadas das pias.

Para a execução ideal do trabalho de lavar a louça, o balcão deve possuir uma

altura determinada (figura 57).

O dimensionamento incorreto do balcão de trabalho pode acarretar problemas

na coluna vertebral, dores nos braços, entre outros.

Figura 57 - Medidas balcão cozinhaFonte: Neufert, 2004.

65Pesquisa

Page 68: TCC Marcela R M Oliveira

Reaproveitar e economizar água

Ser durável

Não utilizar energia provida da rede elétrica

Ser composto de material reciclável

Não poluir água, ar e terra

Efetuar limpeza de utensílios domésticos

Capítulo 2 - Desenvolvimento

2.1 Lista de Requisitos

Sustentabilidade 2012

Page 69: TCC Marcela R M Oliveira

Não utilizar químicos no processo de limpeza

Possuir sistema de tratamento de água

Facilitar o trabalho de limpeza

Estimular convivência social

Aproveitar efluentes tratados para manter pequena horta comunitária

67Desenvolvimento

Page 70: TCC Marcela R M Oliveira

Atingir as emoções do público alvo tem grande importância no desenvolvimen-

to do projeto de produto, pois deve-se criar levando em consideração seu estilo de

vida, condição financeira, preferências entre outros.

De acordo com Baxter (2000), para alcançar um bom nível de acerto, deve-se

utilizar painéis visuais. Estes são divididos em três tipos básicos:

•Painel estilo de vida: tem como objetivo demonstrar uma imagem do estilo

de vida dos possíveis consumidores. Deve apresentar os valores pessoais, tipos de

vida, outros produtos que utilizam, entre outros;

•Painel da expressão do produto: procura apresentar uma expressão para o

produto. Deve ser uma síntese do estilo de vida dos consumidores;

•Painel tema visual: conjunto de imagens que sintetizem o espírito do novo produto.

2.2 Concepção do estilo

Page 71: TCC Marcela R M Oliveira

Estilo de Vida

Page 72: TCC Marcela R M Oliveira

Expressão do produto

NATUREZA

COMUNICAÇÃO

Co

njun

to

Integração humana

EN

CO

NT

RO

Page 73: TCC Marcela R M Oliveira

Tema visual

Page 74: TCC Marcela R M Oliveira

O desenvolvimento de ideias des-

te projeto foi feito usando a ferramenta

de criatividade brainstorming.

De acordo com Baxter (2000),

esta técnica se baseia no “quanto mais

ideias, melhor” e é possível que se con-

siga até cem ideias em apenas uma

sessão de duas horas.

Após a geração de alternativas, a

melhor foi selcionada utilizando-se de

um método denominado matriz de ava-

liação.

Segue aqui as principais idéias

obtidas e sua evolução, até a proposta

final.

2.3 Geração de ideias

Sustentabilidade 2012

2.3.1 Evolução cuba

Figura 58 - Evolução cuba 01

Figura 59 - Evolução cuba 02

Page 75: TCC Marcela R M Oliveira

73Desenvolvimento

2.3.2 Evolução geral desenho manual

Figura 60 - Evolução cuba 03

Figura 61 - Evolução cuba 04

Figura 62 - Evolução geral 01

Figura 63 - Evolução geral 02

Page 76: TCC Marcela R M Oliveira

Sustentabilidade 2012

Figura 64 - Evolução geral 03

Figura 65 - Evolução geral 04

Page 77: TCC Marcela R M Oliveira

75Desenvolvimento

Figura 66 - Evolução geral 05

Figura 67 - Evolução geral 06

Page 78: TCC Marcela R M Oliveira

Sustentabilidade 2012

2.3.2.1 Evolução geral SketchUp

Figura 68 - Evolução geral 07

Figura 69 - Evolução geral 08

Page 79: TCC Marcela R M Oliveira

77Desenvolvimento

Figura 70 - Evolução geral 09

Figura 71 - Evolução geral 10

Page 80: TCC Marcela R M Oliveira

2.4 Proposta final

DESIGN BIOFÍLICO

ECONOMIA DE ÁGUA

RECICLÁVEL

DURÁVEL

ECOLÓGICO

HORTA COMUNITÁRIA

PRODUÇÃO PRÓPRIA ENERGIA

Sustentabilidade 2012

Figura 72 -Proposta final 01

Page 81: TCC Marcela R M Oliveira

Exercícios físicos liberam endorfi-

na que causam diminuição de estresse

e bem estar em quem pratica. No caso

do projeto, o usuário, além do exercício

físico e convivência social, terá a natu-

reza mais próxima , que como explicado

no capítulo de design biofílico, melhora

o rendimento em atividades físicas, di-

minui estresse e irritação. Os pilares de

sustentação do módulo são envolvidos

por plantas, no caso a trepadeira dipla-

dênia, e ainda, atrás da bancada das

cubas, uma horta vertical pode ser cul-

tivada, trazendo mais natureza ao am-

biente além de fornecer alimentos gra-

tuitos e orgânicos à população.

A cuba utilizada para a lavagem é

de uso individual, cada família terá a

sua. Ela é removível, ou seja, cada fa-

mília a mantém em casa, e assim que a

mesma estiver cheia de louça a ser lim-

pa, algum membro da família se dirige

ao módulo para realizar o trabalho.

O projeto apresentando é com-

posto por diversas características que

o tornam sustentável. Sua proposta é

um novo sistema de lavagem de louça

para comunidades carentes, que não

possuem cozinhas em suas residências

ou estas não apresentem condições de

uso. O processo de lavagem recebe

um novo sistema, uma miscelânea en-

tre máquina de lavar louça, prática de

exercício físico, e relaxamento.

O sistema possui uma cuba gira-

tória movida à tração humana, no caso,

a bicicleta. Saindo do conceito básico

de lavagem manual, de ficar em pé na

pia efetuando o trabalho de limpeza,

o usuário encaixa a sua cuba no local

correto, enche de água e vai para uma

bicicleta ergométrica realizar exercícios

físicos, e durante o pedalar ainda pode

colocar a conversa em dia com os ami-

gos e vizinhos como também ler um li-

vro ou revista enquanto pedala.

79Desenvolvimento

Page 82: TCC Marcela R M Oliveira

Cada módulo foi projetado para

atender 20 famílias de 4 pessoas cada,

sendo que o órgão público que for fazer

a doação do projeto às famílias, deve

fazer um cálculo de quantas são para

saber quantos módulos devem ser apli-

cados no local desejado.

Ainda sobre as cubas, estas foram

projetadas para utilizarem, em média

6 litros de água por ciclo de lavagem,

sendo que dois ciclos (um de lavagem e

outro de enxágue) são suficientes para

completar a lavagem. Ainda pode se

seguir mais uma ciclo, mas sem a água,

para efetuar a secagem da mesma. Seu

corpo tem um formato projetado para

que quando acionado o sistema, a agi-

tação da água faça com esta vá para to-

dos os lados dentro da mesma, lavando

todos os utensílios que estiverem em

seu interior.

O sistema possui um aquecedor

solar de água para melhor atender a

proposta do produto. A água aqueci-

da facilita a limpeza da louça retirando

a sujeira e gordura da louça utilizando

apenas uma quantidade mínima de sa-

bão ecológico, que pode ser produzido

em casa a baixo custo.

Os efluentes do processo não são

enviados diretamente à rede de esgoto,

e sim para uma caixa de gordura loca-

lizada sob o piso do módulo. Ali a água

é separada da gordura e é enviada para

uma caixa d’água localizada ao lado.

Como o processo de lavagem é basica-

mente natural, ao se separar a gordu-

ra da água, esta já está razoavelmente

limpa. Na caixa d’água, que possui uma

abertura no piso, são colocadas plan-

Sustentabilidade 2012

Figura 73 - Proposta final 02

Page 83: TCC Marcela R M Oliveira

tas aquáticas que propiciam um maior

tratamento a água ali localizada. Desta

caixa com plantas aquáticas, a água vai

para outro reservatório ao lado. A água

ali presente não se encontra em condi-

ções de consumo, porém serve muito

bem para a irrigação da horta vertical.

Mas como isso acontece? É simples!

Nas bicicletas ergométricas utilizadas

para acionar o sistema de limpeza, exis-

te um dínamo que é acionado ao peda-

lar. Este dínamo carrega uma bateria

que aciona uma bomba e envia a água

deste reservatório para a horta vertical.

O acionamento da bomba é feita pelos

usuários, que controlam a irrigação da

horta. Quando este reservatório o se

enche e sua água não está sendo utili-

zada na horta, a água é enviada para o

sistema de esgoto, mas sem agreções

ao ambiente por já ser praticamente tra-

tada.

Composto por metais e madei-

ra plástica, o produto apresentado foi

projetado para ter uma vida útil longa,

e quando não for mais desejado, pode

ser totalmente reciclado.

81Desenvolvimento

Figura 74 - Proposta final 03

Figura 75 - Proposta final 04

Page 84: TCC Marcela R M Oliveira

A inspiração inicial para este projeto foram os chafarizes que ficavam locali-

zados nos centros de cidades e vilas, fornecidos pela prefeitura, para os cidadãos

buscarem água e lavarem suas louças e roupas.

Um dos conceitos aplicados no projeto aqui apresentado, é a recuperação dessa

convivência entre vizinhos que vem cada dia mais sendo esquecida. Nos chafarizes,

havia sim a convivência e fornecimento de água gratuita pela prefeitura, entretanto,

o trabalho realizado ali era cansativo e pesaroso, sem ergonomia ou facilidades para

seus usuários.

Neste projeto, a convivência social é recuperada, assim como a prestação de

serviços da prefeitura. O trabalho de limpeza foi repensado e transformado em algo

mais leve e interesante, agregando exercícios físicos e convivência com a natureza.

Além destas características já citadas, a questão ambiental também traz o projeto

para o mundo contemporâneo e das questões da sustentabilidade.

Sustentabilidade 2012

Figura 76 - Chafariz

Page 85: TCC Marcela R M Oliveira

83Desenvolvimento

Figura 77 - Proposta final 05

Page 86: TCC Marcela R M Oliveira

Capítulo 3 - Detalhamento3.1 Sistemas e medidas

Após a decisão final do projeto, o

próximo passo é determinar medidas

básicas e demosntrar os sistemas de

funcionamento.

3.1 .1 Componentes

Sustentabilidade 2012

Figura 78 - Componesntes 01

Page 87: TCC Marcela R M Oliveira

85Detalhamento

Figura 79 - Componesntes 02

Page 88: TCC Marcela R M Oliveira

3.1.1.1 Medidas estrutura

Sustentabilidade 2012

Figura 80 - Medidas estrutura 01Vista superior

Page 89: TCC Marcela R M Oliveira

87Desenvolvimento

Figura 81 - Medidas estrutura 02Vista sateral

Figura 82 - Perspectiva estrutura

Page 90: TCC Marcela R M Oliveira

3.1.1.2 Medidas balcão

Sustentabilidade 2012

Figura 83 - Medidas balcão 01

Figura 84 - Medidas balcão 03

Figura 85 - Perspectiva balcão

Vista superior

Vista frontal

Page 91: TCC Marcela R M Oliveira

3.1.1.3 Medidas horta vertical

89Desenvolvimento

Figura 86 - Medidas horta vertical 01

Figura 87 - Medidas horta vertical 02

Figura 88 - Perspectiva horta vertical

Vista superior

Vista frontal

Page 92: TCC Marcela R M Oliveira

3.1.1.4 Medidas bicicleta ergométrica

Sustentabilidade 2012

Figura 89 - Medidas bicicleta 01

Figura 90 - Medidas bicicleta 02

Figura 91 - Perspectiva bicicleta 0

Vista superior

Vista lateral

Page 93: TCC Marcela R M Oliveira

3.1.1.5 Sistema básico funcionamento bicicleta - cuba

91Desenvolvimento

Figura 92 - Sistema básico de lavagem 01

Figura 93 - Sistema básico de lavagem 02 Figura 94 - Sistema básico de lavagem 03

Page 94: TCC Marcela R M Oliveira

Figura 100 - Medidas cuba 06aramado interno para talheres

Figura 95 - Medidas cuba 01cuba externa

Figura 97 - Medidas cuba 03aramado Interno

Figura 96 - Medidas cuba 02aramado interno

Figura 101 - Medidas cuba 07cramado interno para talheres

3.1.1.6 Medidas cuba

Sustentabilidade 2012

Figura 98 - Medidas cuba 04tampa

Figura 99 - Medidas cuba 05tampa

Vista superior Vista superior

Vista superior

Vista frontal

Vista frontal

Vista frontal

Vista frontal

Page 95: TCC Marcela R M Oliveira

Figura 102 - Vista explodida cuba

3.1.1.7 Vista explodida cuba

93Desenvolvimento

Figura 98 - Medidas cuba 04tampa

Figura 99 - Medidas cuba 05tampa

Page 96: TCC Marcela R M Oliveira

3.1.2 Fluxograma básico

Sustentabilidade 2012

Page 97: TCC Marcela R M Oliveira

95Desenvolvimento

Figura 103 - Fluxograma

Page 98: TCC Marcela R M Oliveira

3.2 Maquete eletrônica

Sustentabilidade 2012

Figura 104 - Maquete eletrônica 01

Figura 105 - Maquete eletrônica 02

Page 99: TCC Marcela R M Oliveira

97Desenvolvimento

Figura 106 - Maquete eletrônica 03

Page 100: TCC Marcela R M Oliveira

Sustentabilidade 2012

Figura 107 - Maquete eletrônica 04

Figura 108 - Maquete eletrônica 05

Page 101: TCC Marcela R M Oliveira

3.3 Cenário

99Desenvolvimento

Figura 109 - Cenário 01

Figura 110 - Cenário 02

Page 102: TCC Marcela R M Oliveira

Sustentabilidade 2012

Figura 111 - Cenário 03

Figura 112 - Cenário 04

Page 103: TCC Marcela R M Oliveira

101Considerações Finais

Considerações finais

A proposta apresentada traz

consigo uma inovação no modo de

como ver um trabalho doméstico nor-

malmente considerado desagradável,

transformando-o em um momento de

descontração e lazer. Permite que o

trabalho de lavagem de utensílios do-

mésticos de cozinha seja realizado em

ambiente comunitário, ajudando famí-

lias carentes e sem agredir o meio am-

biente. Ele atende ao tripé da sustenta-

bilidade:

Ambiental: propõe a redução

no gasto de água, utilizando pequena

quantidade de água potável, reaprovei-

ta efluentes produzidos e devolve água

tratada ao sistema de esgoto, estimu-

la a produção de alimentos orgânicos,

além de ser todo reciclável.

Social: estimula a convi-

vência social, promove a execução de

exercícios físicos, permite a produção

de alimentos orgânicos cultivados, co-

letiva e gratuita à população que utiliza.

Proporciona mais saúde e qualidade de

vida às comunidades onde é aplicado.

Econômico: a população,

além de utilizar água da rede pública

gratuitamente, reduz gastos com ali-

mentação podendo aproveitar da horta

comunitária.

É um projeto com grande

margem para receber continuidade,

já que a percepção mundial para com

problemas ambientais e sociais vem au-

mentando consideravelmente, embora

uma boa parte da população, por falta

de instrução, ainda não consiga ver cla-

ramente essa urgência na necessidade

de preservar o ambiente e as relações

sociais.

Page 104: TCC Marcela R M Oliveira

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