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Formulário
TCC para Cursos Técnicos
DADOS GERAIS
Nomes dos Estudantes: Rosilda Rodrigues
Curso Técnico: Técnico Em Logística
Professor Orientador: Fernando Augusto Rosa Filgueiras
Início: 24 / 02 / 2013 Término: 15 / 07/ 2013
Carga Horária: 100 Horas
Logística Reversa no Segmento Varejista Supermercadista
Problema
A logística teve o seu início, antes de Cristo, onde Alexandre o Grande já
introduzia os seus avançados conceitos logísticos, na gerência de suas tropas que
totalizavam 35.000 homens. Onde com a logística, O Grande derrotou o exército de
160.000 homens, do Rei da Pérsia. Conforme Sampaio (2008):
Alexandre O Grande já usava nas suas guerras o planejamento logístico: nele incluía o uso de engenheiros, contramestres, equipe de estudos estratégicos, cavalaria e infantaria. Essas equipes tinham a função de analisar como destruir a resistência das cidades a serem atacadas; comprar mantimentos armazená-los e conservá-los em pontos estratégicos do trajeto das tropas; planejar tempo de deslocamento e distâncias a serem alcançadas diariamente e desenvolver novas armas de combate. Tudo isso permitiu que seu exército fosse o mais móvel e rápido da época. (SAMPAIO, 2008, p. 13).
Figura 01: Alexandre O Grande
Fonte: EGITO ANTIGO, (2009)
A logística está despontando em todos os setores da economia. Contudo, há
muito a ser explorado, no que se refere à redução de custos. Pode-se afirmar que uma
das definições mais adequadas, para logística é uma rede de inteligência, que movimenta
matéria-prima e produtos acabados, visando, um processo otimizado, com planejamento,
implementação e controle de todas as suas fases. Onde o maior objetivo é um produto
final chegando no lugar certo, com o mínimo de custo e lead time.
O investimento em logística torna-se necessário, devido à concorrência
provocada pela globalização. Sabe-se que, na Europa, a logística se encontra num estágio
mais avançado. Na era do comércio na internet, já se está falando de entregas
internacionais.
O Brasil é o segundo país emergente com maior potencial de crescimento para
o e-commerce no mundo, conforme demonstra o gráfico abaixo:
Figura 02 - A evolução do E-Commerce no Brasil
Fonte: FILIPINI, (2012)
O desafio proposto pela logística é a movimentação de produtos e serviços,
com o menor custo e maior eficiência.
Não se pode mais imaginar, no momento atual da economia, em nível mundial,
sem a logística, ou seja, sem a inteligência, no que se refere aos processos, desde a sua
origem, como matéria-prima, até o seu destino, como produto acabado ou um serviço
prestado. Novos sistemas e softwares estão sendo criados e implantados, buscando, cada
vez mais, precisão nos dados fornecidos, rapidez nos processos e principalmente
informações em tempo real.
O investimento na área de TI – Tecnologia da Informação torna-se prioridade,
dentro de uma organização, para se afastar as ameaças da concorrência.
É natural, se pensar em logística, como sendo um gerenciamento do fluxo dos
produtos, desde a matéria-prima até o consumidor final. Para muitas empresas, existe
também o canal de logística reversa. O canal de logística reverso pode usar o canal
logístico normal, com um todo, ou parte do processo, ou ainda, exigir um projeto em
separado.
A figura a seguir apresenta o ciclo de um fluxo reverso:
Figura 03 – Atividades típicas da Logística Reversa
Fonte: LACERDA, (2003)
O canal logístico reverso se caracteriza, quando um cliente compra um
determinado produto em uma loja. E o produto adquirido apresente defeito de fabricação.
O referido produto é devolvido ao varejista, que ressarce ao cliente, o valor da compra. O
varejista emite uma nota de devolução e envia para uma central de devoluções, este
determina a autorização para a devolução. O fabricante do produto devolvido emite um
crédito equivalente ao valor do produto ou então, reenvia o referido produto novo à loja.
A Logística Reversa no setor varejista supermercadista pode ser considerada
uma fonte alternativa de renda. E paralelo a isso, contribui para a sustentabilidade do
negócio, reduz desperdícios e os impactos na natureza. Gerando emprego e renda no
setor de reciclagem, que com a logística reversa cria novos cargos e produtos. Visto que,
o que antes era considerado lixo, com a logística reversa, se transforma em um novo
produto.
Figura 04 – Lixo reciclado no Brasil em 2010
* inclui outros tipos de materiais recicláveis: baterias, pilhas, borracha,
madeira, livros (reutilização), entre outros.
Fonte: JC JORNAL, (2010)
Segundo Mueller:
Define-se como Logística Reversa, a área que planeja, opera e controla o fluxo, e as informações logísticas correspondentes ao retorno dos bens de pós-venda e de pós-consumo ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo, através dos Canais de Distribuição Reversos, agregando-lhes valor de diversas naturezas: econômico, ecológico, legal, competitivo, de imagem corporativa, dentre outros. Enquanto a logística tradicional trata do fluxo dos produtos fabrica x cliente, a logística reversa trata do retorno de produtos, materiais e peças do consumidor final ao processo produtivo da empresa. Devido à severa legislação ambiental e também por grande influência da sociedade e organizações não governamentais, as empresas estão adotando a utilização de um percentual maior de material reciclado ao seu processo produtivo, assim como também passaram a adotar procedimentos para o correto descarte dos produtos que não possam ser
reutilizados ou reciclados. (MUELLER, 2005, p. 5).
O presente TCC visa pesquisar procedimentos, resultados e fluxo, da Logística
Reversa dentro de uma organização do setor varejista supermercadista, sugerindo o
reaproveitamento de embalagens. E também, demonstrando o fluxo reverso da devolução
de produtos com defeitos de fabricação. E apresentando a possibilidade que a logística
reversa tem de conquistar clientes para uma empresa de varejo, no segmento
supermercadista.
Figura 05 - Esquema da Logística Reversa
Fonte: MUELLER, (2012)
O presente tema justifica-se para que haja um retorno planejado dos produtos e
serviços. Aspectos como a busca de eficiência, melhor compreensão do relacionamento
com o consumidor, melhor gestão de custos e preço de venda dos produtos nas lojas e
principalmente o melhor aproveitamento de produtos que seriam descartados. São
elementos importantes para as empresas varejistas submetidas a estas transformações
econômicas.
A figura seguinte revela a relevância da Logística Reversa o seguimento
varejista supermercadista:
Antes desse procedimento existir, o descarte de resíduos sólidos era um dos
dilemas que a sociedade vivenciava. O setor supermercadista não vislumbrava a
possibilidade de ganhos com a Logística Reversa. Não criavam um fluxo reverso das
sobras de embalagens e produtos que seriam descartados. E tão pouco, viabilizavam um
aproveitamento econômico e ambiental do descarte.
Com a não utilização da Logística Reversa no setor supermercadista, frente à
possibilidade de perder o produto pelo término de sua validade e a impossibilidade de
retornar este produto ao fabricante, faziam-se promoções para liquidar o estoque. Se
algum problema de contaminação ocorresse, a marca do produto perdia a credibilidade
junto aos consumidores. Gerando com isso, prejuízo para ambas as partes; fabricantes,
varejistas e, consumidor final.
Varejistas e atacadistas não valorizavam o serviço como elemento de decisão
de quem adquiria e avaliava a performance de seus fornecedores, em termos de
disponibilidade, desempenho operacional e confiabilidade. Portanto, a Logística Reversa
não era priorizada pelos fornecedores interessados em não somente oferecer um serviço
diferenciado aos consumidores finais, mas em fidelizar um cliente varejista.
A figura seguinte revela a relevância da Logística Reversa o seguimento
varejista supermercadista:
Figura 06 – A Logística Reversa no segmento varejista supermercadista
Fonte: A VIDA QUER, (2013)
Sem a logística de retorno, não se trabalhava o marketing de relacionamento
com os consumidores e varejistas após a venda dos produtos. Portanto, sem o sistema
logístico reverso o setor de varejo supermercadista não construía uma imagem competitiva
sustentável.
Nestes casos os supermercados não controlavam os produtos quando existiam
riscos à saúde do consumidor. Sem a logística reversa de produtos alimentícios, existiam
outros malefícios além da falta de proteção à marca e fortalecimento da relação indústria-
varejo-consumidor final.
Não se levava em consideração o potencial que esta prática teria para fortalecer
o comércio exterior de alimentos contra a imposição de barreiras não tarifárias em
mercados como o Norte-americano e a União Europeia.
Era no sentido de adequação de produtos e serviços às exigências dos países
importadores que a não política de logística reversa deixava de colaborar para o
fortalecimento das exportações brasileiras, principalmente as do setor da alimentação.
Figura 07 – Pecuária sustentável em supermercados
Fonte: ABRAS, (2013)
A tarefa de satisfazer o cliente, nunca foi fácil. Sem a Logística Reversa ficava
inviável obter vantagens competitivas cujas origens estariam em oferecer ao consumidor
um produto alimentício associado a um serviço diferenciado garantido. No entanto, a
carência generalizada de informações nesta área, dificultava a visualização das vantagens
que poderiam ser obtidas com a atividade de fluxo reverso.
Isto se tornava mais evidente no setor de alimentos processados cujas
especificidades moldam toda sua cadeia de suprimentos. Por serem perecíveis, os frios
exigem um eficiente sistema logístico em contraposição ao baixo valor agregado de seus
produtos tem limitado a expansão da atividade neste setor.
Sem a Logística Reversa, as empresas não faziam coletas ou as faziam de
maneira inadequada.
Figura 08 – Nosso lixo de cada dia
Fonte: IBRE, (2011)
A inspeção que significa a classificação dos produtos retornados eram
desprezadas bem como as suas alocações a diferentes opções de reuso.
Eram dispensados os reprocessamentos que inclui todo o processo de
transformação dos produtos em partes de qualidades distintas, que prepara os produtos
para o seu uso futuro.
Além disso, a disposição que inclui o destino para o qual são enviados os
produtos, sem o fluxo reverso não existia.
Ainda convém lembrar que, a remessa dos produtos para um novo mercado
não acontecia, muitas vezes se transformavam em lixões.
A doação de produtos com avarias nas suas embalagens ou com certo nível de
obsolescência poderia ser doada, contribuindo assim, com a fixação da imagem
corporativa da empresa.Outro fator existente é que o desmanche que consiste nas etapas
de desmontagem de produtos usados, que apresentam condições de uso ou de serem
remanufaturados, são desperdiçados, sem a política de Logística Reversa.
Ainda convém lembrar que outro nicho de mercado é a reciclagem industrial,
que consiste na comercialização com empresas especializadas, ou seja, matérias-primas
secundárias ou recicladas poderiam ser incorporadas à fabricação de novos produtos,
reformando o ciclo produtivo.
Figura 09 – Responsabilidade compartilhada
Fonte: TI INSIDE, (2012)
A disposição final dos produtos, que consiste no destino de produtos a aterros
sanitários. Esses produtos e materiais eram alocados em áreas inadequadas, ou ao
processo de incineração, por não se observar o seu potencial de reutilização.
Antes do procedimento de logística reversa não eram desenvolvidos trabalhos
contínuos de otimização de recursos, visando ao aprimoramento de técnicas de
reciclagem, controle dos riscos ambientais. Portanto não se adotavam medidas
preventivas e de controle rigoroso na cadeia de suprimentos, mais especificamente no
setor de produção e de distribuição, possibilitando um processo mais eficiente e sem
desperdícios.
Solução proposta
OBJETIVO GERAL
Investigar como as empresas do setor supermercadista realizam as práticas
de logística reversa agregando valores.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Diagnosticar as práticas de Logística Reversa em cada um dos focos de
estudo mencionados;
Identificar as limitações e as oportunidades de implementação ou ampliação
do fluxo reverso no setor supermercadista;
Verificar as possíveis existências de ganhos sociais com a implantação ou
ampliação da logística reversa.
Figura 10 – Ciclo da Logística Reversa
Fonte: RECICLOTECA, (2011)
A responsabilidade compartilhada é o ponto mais importante na política de
Logística Reversa, onde estado, indústria, comércio e consumidores, se responsabilizam
pela destinação adequada aos resíduos sólidos.
Uma das ações discutidas e necessárias para que se investigue como as
empresas do setor varejista supermercadista realizam as práticas da Logística Reversa
agregando valores é relevante que se analise as suas práticas em vários focos.
Figura 22 – Níveis de comportamento das empresas
Fonte: PANORAMA ILOS, (2013)
Com a globalização a sociedade e as organizações têm como desafio a
consciência quanto aos importantes investimentos a serem direcionados na
responsabilidade social, tendo como retorno econômico efeitos diretos e indiretos.
Sendo assim, o valor da marca e da reputação de uma organização pode ser
explorada intensamente por seus profissionais de marketing, criando na mídia direta, como
jornais, revistas e internet, o fortalecimento da imagem corporativa. Se expressando
positivamente por ações que não estão diretamente ligadas aos seus produtos e serviços.
A empresa passa a se expressar igualmente através da mídia, que o próprio cliente
divulga, reconhecendo nessa empresa uma preocupação concreta com a preservação do
planeta.
Convém afirmar que essa imagem corporativa, se transforma num conjunto de
sentimentos e ideias vinculadas a ele pela sociedade. O consumidor passa a avaliar não
somente o seu produto, mas, valores pessoais e ambientais, onde a negociação
ultrapassa os âmbitos do produto e alcança o relacionamento com a sociedade e o meio
ambiente.
Figura 23 – Logística Reversa no Pós-consumo
Fonte: PANORAMA ILOS, (2013)
Ainda convém lembrar que, o segmento varejista supermercadista, pode
melhorar a sua imagem corporativa, a partir das “sobras“ de alimentos com avarias nas
embalagens, porém em condições de consumo, vem a ser doadas às instituições
filantrópicas.
Cabe à organização não apenas a educação ambiental de seus colaboradores,
bem como, utilizar-se desse diferencial junto a sua equipe de vendas, agregando
argumentos no momento da negociação com seus clientes e fornecedores.
É importante que se identifique as limitações e as oportunidades de
implementação ou ampliação da Logística Reversa no segmento do varejo
supermercadista. Entende-se que são diversos os motivos que justificam a implementação
e a manutenção ou a ampliação do fluxo reverso.
Com a globalização, as pressões são internacionais, principalmente sobre as
multinacionais, que diante disso, tomam a frente em cumprir as rígidas leis ambientais,
que as obrigam a descartar de maneira correta ou reutilizar o produto ao invés de
descartá-lo.
Figura 24 – Nível hierárquico do principal responsável
Fonte: PANORAMA ILOS, (2013)
Ainda convém lembrar, dos custos intangíveis, como o impacto positivo na
marca ou na organização.
Figura 25 – Logística Reversa no pós-consumo
Fonte: PANORAMA ILOS, (2013)
É imprescindível que se crie um departamento de triagem, onde os
supermercados classifiquem os produtos, e os encaminhe para o processo do fluxo
reverso praticado pela empresa. E os demais produtos sejam devidamente coletados e
encaminhados à empresas, ou sejam doados a instituições filantrópicas, onde os produtos
sirvam para a comunidade ao derredor, como alimento ou sendo devidamente retornado
ao fluxo logístico, se transformem em um novo produto, gerando renda e dignidade as
pessoas envolvidas, que passam a não serem meros catadores de lixo e sim, profissionais
da reciclagem.
Por outro lado, na opinião de alguns empresários e estudiosos da Logística
Reversa mencionados aqui, existem as limitações que se deve levar em consideração,
quando se discute sobre a implantação da Logística Reversa.
Figura 26 - Carrefour utilizando papelão para embalar compras
Fonte: PCQ, (2012)
Embora a Logística Reversa esteja em pauta desde á década de oitenta, a
sociedade não dá a devida importância á essa atividade. Há demasiada falta de controle
nos supermercados. Já existem softwares para atender ao fluxo reverso, contudo,
segundo alguns autores os controles de entrada ainda deixam a desejar. Além disso, as
informações imprecisas lançadas no software, sobre a identificação do fluxo correto para o
material, pode resultar em aumento do tempo e dos custos no processo. Citando como
exemplo as embalagens de papelão, que alguns empresários reclamam dos custos com o
espaço destinado para armazenagem. Por outro lado, se reclama dos custos com
terceirizado que realizam a prensagem das embalagens, custos de gestão e custos
intangíveis.
Há também a falta de visão dos empresários, que poderiam reutilizar as
embalagens de papelão, para embalar as mercadorias de seu consumidor final,
diminuindo assim os seus custos com as compras das sacolas plásticas e paralelo a isso,
conscientizando o seu cliente.
Verifica-se as possíveis existências de ganhos sociais e ambientais com a
implantação ou ampliação da Logística Reversa no segmento do varejo supermercadista,
a criação de novos cargos e empresas, geração de empregos, a inclusão social, como por
exemplo, as cooperativas de catadores de papelão em São Paulo. Inserindo nesse
processo, desde o presidente de uma grande multinacional, até ao catador de papel, que
hoje se chama de profissional da reciclagem.
Figura 27 – Toda Ação Tem Uma Reação
Fonte: LOGÍSTICA E SUSTENTABILIDADE, (2012)
A ISO 14001, que se fala sobre os deveres que se deve ter com o meio
ambiente, sela esse nosso compromisso na preservação do planeta:
A norma ISO 14001 define meio ambiente como a circunvizinhança em que uma organização opera, incluindo ar, água, solo, recursos naturais, flora, fauna, seres humanos e suas inter-relações O meio ambiente é a única fonte de recursos naturais - tais como água, ar, florestas, solo e subsolo – de que o ser humano dispõe para respirar, viver e prosperar. ISO (14001:2004).
É importante salientar que atualmente a humanidade deve ter as suas
demandas embasadas na preservação ambiental. O impacto ambiental tanto negativo
quanto positivo reflete diretamente em nossa vida cotidiana. Um desequilíbrio ambiental
local pode-se acarretar consequências em escala global. Uma garrafa pet jogada na rua,
pode trazer sérias consequências em dias de chuva, numa metrópole como São Paulo,
por exemplo.
O Brasil adotou a lei de Resíduos sólidos em 2010, (12.305/2010), que obriga
as organizações a darem o destino correto aos seus insumos produzidos, ou seja,
implantar a Logística Reversa. O Brasil acordou para esse sério problema um pouco tarde,
visto que, nos Estados Unidos, Japão e Alemanha, a mesma lei foi decretada em 1970.
Embasamento teórico para a resposta.
Para Ballou (1993), a logística promove uma maior rentabilidade na distribuição
de produtos ou serviços, através de um fluxo organizado e planejado desde a matéria
prima até o produto acabado.
Figura 11 – Modais logísticos
Fonte: SENAC, (2013)
É importante mencionar a crescente conscientização da sociedade, quanto ao
futuro do meio ambiente. A busca da redução do impacto ambiental sugere, a cada dia
mais, um fluxo organizado, no que se refere ao descarte de resíduos sólidos. Os
consumidores conscientes dessa nova realidade passarão a pressionar as organizações.
Conforme afirma Schahin, Dutra Carvalho e Mattar Costa:
Nos países em desenvolvimento como o Brasil, a globalização das questões ambientais atinge mais diretamente, as empresas inseridas no mercado internacional. Empresas multinacionais e exportadoras vêm mudando seu desempenho ambiental por pressão de acionistas e consumidores dos países de origem, cujos padrões e normas legais são muitas vezes mais rigorosos. As exportadoras enfrentam ainda problemas como a discriminação por barreiras ambientais, que filtram mercadorias que não estejam de acordo com os padrões técnicos exigidos pelo país ou pelo cliente. (SCHAHIN, DUTRA CARVALHO E MATTAR COSTA, 2008, p.1).
Segundo Saad, Carvalho e Costa (2008), a pressão junto às empresas pela
responsabilidade ambiental, já começa pelos profissionais que buscam trabalhar em
organizações conscientes dessa nova tendência.
Figura 12 – Logística Reversa e o meio ambiente
Fonte: ABRAS, (2011)
Sendo assim, as vantagens da conscientização da Logística Reversa nas
empresas, resultarão automaticamente em sustentabilidade, educação, desenvolvimento
de novas leis ambientais e geração de empregos. Conforme o relato de Oliveira Neto,
Braga Junior e Silva:
A crescente conscientização ambiental, preservação ambiental, justiça social e preocupação com as gerações futuras precisam ser intensificadas no varejo supermercadista, principalmente porque os consumidores tendem a se tornar conscientes e passarão a pressionar, além da ação da política pública na educação e
desenvolvimento de leis ambientais, como é o caso da lei de resíduos sólidos. Neste artigo mostra-se um supermercado que cedeu para uma empresa especializada de reciclagem parte física para a implementação da logística reversa de resíduos de embalagens, tais como: papelão, plástico, isopor e alumínio, visando a destinação correta de resíduos. O objetivo desse estudo consiste em avaliar se há vantagens econômicas e ambientais na adoção da prática de logística reversa no supermercado. Para a análise dos benefícios ambientais, foi utilizado o método de Wuppertal, para mensurar a redução do impacto ambiental sobre o meio ambiente. Os resultados da pesquisa indicam vantagem econômica e ambiental bastante representativa, que pode facilitar a tomada de decisão e adesão à logística reversa em favor da sustentabilidade no varejo supermercadista. (OLIVEIRA NETO, BRAGA JUNIOR, E SILVA, 2012, p. 10).
Figura 13 – Índice de reciclagem de embalagens no Brasil em 2010
Fonte: REVISTA ISTO É DINHEIRO, (2010)
Figura 14 – Poluição do Planeta
Fonte: MINIQUIM, (2013)
No conceito de Shibão, Moori e Santos (2010), se não tomar as devidas
providências quanto ao controle da poluição e o aquecimento global, a vida no planeta se
tornará impossível, pois os recursos são finitos.
O consumidor está começando a assumir a sua parcela de responsabilidade
social, no que tange a preservação do planeta. Desta forma passa a cobrar das
organizações, uma conscientização ambiental. E paralelo à mudança de mentalidade dos
consumidores, seguem as empresas, que se veem também num senário de
transformações, quanto a sustentabilidade, afirma Shwartz Coelho Correa:
As pessoas, aos poucos, observam que a preservação do Planeta Terra significa também a preservação da própria vida. Esta consciência coletiva vem crescendo dia a dia como se verifica, ainda que de forma tímida, na mudança dos hábitos e costumes da população, através da prática da educação ambiental. O consumidor interfere de forma importante nesse processo com a utilização responsável de mercadorias e serviços para satisfação das suas necessidades por meio da atitude crítica no momento de sua aquisição. (SHWARTZ COELHO CORREA, IESB, 2007, p. 6).
Conforme Correa (2007), o consumidor ao adquirir um produto ou serviço, está
avaliando não somente a necessidade de adquirir, mas, a procedência desde a sua origem
e destinos ambientalmente corretos.
A Logística Reversa ainda é vista pelas empresas como uma complementação
da logística tradicional. A maioria das organizações não gerencia o fluxo reverso, alegando
não dispor de pessoal para isso, visto que não consideram a Logística Reversa, como uma
atividade rentável.
Segundo descreve Novaes:
O processo de implementação da logística reversa ainda é encarado pelas empresas como uma fase de complementação da logística tradicional, visto que a maior parte das empresas não disponibiliza pessoal ou um setor específico para gerenciar essa atividade e usa como argumento o custo extra que ela proporciona. (NOVAES, 2004, p. 12).
A figura seguinte demonstra o grande número de pessoas que não conhecem a
Logística Reversa:
Figura 15 – O que vai, volta
Fonte: INSTITUTO DOE SEU LIXO, (2012)
De acordo com Liva, Pontelo e Oliveira (2002), a vida útil de um produto, não
termina com a sua entrega ao cliente. Vários motivos devolvem esse produto ao seu ponto
de origem para serem descartados, reparados ou reaproveitados.
Por outro lado, Rogers e Tibben-Lembke afirmam:
O processo de planejamento, implementação e controle da eficiência e custo efetivo do fluxo de matérias-primas, estoques em processo, produtos acabados e as informações correspondentes do ponto de consumo para o ponto de origem com o propósito de recapturar o valor ou destinar à apropriada disposição. (ROGERS e TIBBEN-LEMBKE, artigo digital, 1999, p.8).
Essa conscientização pela preservação ambiental foi iniciada pelos Estados
Unidos na década de oitenta visava o retorno zero, conforme Lembke e Rogers:
A preservação ambiental é tema frequente no atual cenário empresarial. A conscientização das empresas em relação à preservação dos recursos naturais envolve mais do que a possibilidade de valorização da marca e fidelização da clientela e hoje está se experimentando algo muito diferente da política iniciada nos EUA, mais fortemente em meados dos anos de 1980, quando muitas empresas de manufatura adotaram as práticas de “retorno zero”, iniciando um ciclo das embalagens descartáveis (LEMBKE; ROGERS, 2002, p. 2).
Figura 16 - ARA – Altstoff Recycling Áustria
Fonte: ARA, (2009)
A Logística Reversa sugere o reaproveitamento das embalagens, bem como a
utilização de embalagens retornáveis em supermercados, poupando assim, o meio
ambiente. A Áustria é um país reconhecido mundialmente, pela sua cultura de gestão de
resíduos. Conforme ARA – Altstoff Recycling Áustria:
O ARA é o ponto inicial da economia em matéria de recolha e reciclagem das embalagens. Como uma organização sem fins lucrativos que trabalha com os princípios da orientação a serviços, eficiência de custo e aceitabilidade ambiental. Inclui contratos com seus clientes, conhecidos como licenciados, regula a aplicação, gestão e distribuição dos royalties e organiza a coleta e reciclagem de embalagens. (ARA, texto digital, (2009).
Alguns países da Europa, já se preocupam com o gerenciamento e a
destinação correta dos resíduos sólidos, em particular das embalagens, exemplo disso é
Portugal, com a criação da Sociedade Ponto Verde:
A Sociedade Ponto Verde – SPV, é uma entidade privada, sem fins lucrativos, licenciada pelo ministério do Ambiente e Ordenamento do Território e pelo Ministério da Economia, para oferecer uma solução legal para as empresas responsáveis pela colocação de produtos embalados no mercado português (POLZIN, OLIVEIRA, 2012, p.13).
Figura 17 - Atividades da logística reversa nas empresas da indústria de alimentos.
Atividade Percentual
Centro de coleta 7,1% Reprocesso 64,3% Revenda 14,3% Recuperação de produtos 71,4% Reciclagem 78,6% Disposição final 92,9% Doação 7,1%
Fonte: CHAVES, MARTINS, JÚNIOR, URIBE-OPAZO, (2005)
A saúde do consumidor torna a Logística Reversa no setor alimentício, de
extrema importância. E até mesmo, diferenciada dos demais setores. Está se falando de
intoxicação e de problemas com infecções, ou seja, trata-se de um dos direitos básicos do
consumidor, que é a saúde, segundo Diniz Chaves, Silveira Martins, Freire da Rocha
Júnior e Uribe-Opazo:
Deve-se considerar que, no setor de alimentos, a logística reversa tem um papel diferenciado no que tange a segurança do alimento. Através de políticas liberais de retorno de produtos alimentícios, a empresa permite a devolução de produtos defeituosos ou fora do prazo de validade, evitando problemas de infecção ou intoxicação e, desta forma, ela protege a sua marca por garantir proteção à saúde do consumidor. Esta estratégia é útil para atender a um dos direitos básicos do consumidor.
(DINIZ CHAVES, SILVEIRA MARTINS, FREIRE DA ROCHA JÚNIOR, URIBE-OPAZO, 2010, p.5).
A Logística Reversa agregando valor aos produtos e fortalecendo as marcas,
conforme a figura apresentada a seguir:
Figura 18 – Fluxos reversos: agregando valor
Fonte: LEITE, (2003)
O direito a saúde através da Lei do Código de Defesa do Consumidor:
Inciso I do Artigo 6º do Código de Defesa do Consumidor (BRASIL, 1990), em que os consumidores têm direito à proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos. (CDC BRASIL, 1990).
A Logística Reversa desempenha um papel importante, na conquista e na
manutenção dos clientes, proporcionando-lhes segurança na hora compra, bem como,
criando vínculos, minimizando assim, as chances de troca de fornecedor, por insatisfação.
Para Diniz Chaves e Batalha:
A logística contribui para o sucesso das
organizações não somente por propiciar aos
clientes a entrega de produtos ou serviços nos
padrões de tempo e espaço demandados, mas
também por promover suporte ao produto após
sua venda ou consumo. Uma meta comum a
vários negócios é conquistar e manter os clientes
pela minoração do risco e da incerteza da troca de
fornecedor. Há muitos modos para desenvolver
vínculos que facilitem esta troca. Um deles é o
fornecedor oferecer aos seus clientes um serviço
de retorno rápido e eficaz de mercadoria não
vendida ou defeituosa e a habilidade de creditar os
clientes de forma justa. (CHAVES, BATALHA, 2005, p. 10).
Para muitas empresas a implantação Logística Reversa em uma organização, vai gerar custos, por outro lado estes custos serão revertidos em fortalecimento da marca, manutenção dos clientes, sustentabilidade e alto nível de serviço, afirma Ana Paula:
A logística reversa é uma operação que gera custos para a empresa e dessa forma geralmente é encarada com maus olhos por aqueles que devem fazê-la. O que as empresas esquecem, é que o cliente tem o código de defesa do consumidor a favor com um artigo, no caso o 49, que dá o direito de devolução da mercadoria, dentro de um prazo de 7 dias, a contar a data de entrega, caso haja algum arrependimento, seja lá qual for o motivo. Isso é direito do consumidor, então a melhor coisa a fazer é manter um relacionamento sincero e muito eficaz para não perdê-lo. Ele pode desistir de uma compra, mas não da loja. (ANA PAULA, E-Commerce News, 2013, P. 3).
Figura 19 – Tipos de fluxo reverso
Fonte: SOUZA E MADEIRA, (2011)
A necessidade da logística interna dentro de uma organização é o que torna
possível o fluxo reverso que se converte em valores que agregam aos produtos. Conforme
Ayres Pinto:
Os processos da logística interna são os responsáveis pela movimentação e armazenagem dos materiais dentro da empresa. Sem essas atividades, não haveria o fluxo e, portanto, as transformações que agregam valor aos produtos. (PINTO, 2013, P. 3).
Um fator importante dentro da logística reversa é entender o porquê, da sua
existência na empresa e a partir daí colher os resultados que envolvem todo o processo.
Segundo Ana Paula:
A regra é clara, tudo que é medido pode ser melhorado e como o objetivo é o menor custo possível com logística reversa, é preciso entender o porquê ela está acontecendo. Indicadores como: Produtos mais devolvidos; Motivos comuns; Períodos com maior índice de política reversa, entre outros que você considere importante. (ANA PAULA, E-COMMERCE NEWS, 2012, p.1).
A responsabilidade compartilhada na consciência ambiental demonstrada na figura abaixo:
Figura 20 – Todos salvando o planeta
Fonte: RED CUIDADES, (2011)
A responsabilidade compartilhada, ou seja, todos os setores da sociedade
sendo responsável pela destinação dos resíduos sólidos e, paralelo a isso, políticas
públicas de conscientização envolvendo todas as mídias e todos os órgãos públicos,
podem despertar a sociedade em grande escala, para uma consciência ambiental mais
acelerada. O setor supermercadista, por estar mais próximo de cada consumidor, pode e
deve contribuir nessa transição, do cliente responsável pela preservação do nosso
planeta, destinando corretamente os resíduos sólidos.
Para Marcio Milan, vice-presidente da Abras:
Talvez esse seja o ponto mais inovador desta política. Sendo assim, Estado, indústria, comércio e consumidores são todos corresponsáveis pela destinação correta dos resíduos sólidos. Mas é preciso lembrar que sem o sistema de coleta seletiva implantado pelas prefeituras – que têm até 2014 para fazê-lo – as nossas ações ficam limitadas. Hoje apenas 18% dos municípios (994 cidades) dispõem desse serviço, e em muitos casos de forma parcial. Ou seja, se todo consumidor separasse o lixo, esse lixo em sua maioria iria para os lixões, apesar do trabalho importante que os catadores exercem hoje. Por isso, são necessárias ações pontuais e um processo gradativo, que inclui a educação do consumidor, para que aprenda a separar o lixo seco do úmido. Tenho certeza que todas as empresas supermercadistas poderão contribuir significativamente para esse processo de educação e aculturamento do consumidor, do cidadão. (Márcio Milan, 2013, p. 8).
Todos os setores da sociedade são responsáveis pela preservação do planeta, conforme demonstra a figura seguinte:
Figura 21 – Responsabilidade Compartilhada
Fonte: CONFENAR, (2011)
Conclusão
Concluiu-se com esse Trabalho de Conclusão do Curso, que a motivação para
a prática da Logística Reversa no segmento de varejo supermercadista, deve ser a
satisfação do cliente no pós-consumo, a melhora da imagem da corporação junto a
sociedade em geral, a diminuição de desperdícios e de custos, e o mais importante, a
responsabilidade social e ambiental.
Contudo a Logística Reversa no setor de varejo supermercadista necessita de
um gerenciamento e mão de obra especializada em cada etapa desse processo, com
monitoramento e geração de dados através de softwares e sistemas que permitam o
processamento e a armazenagem de cada insumo ou produto, de acordo com o seu
estado físico e dar a ele a destinação correta, para que se conclua o fluxo reverso
adequadamente.
Ainda convém lembrar que o mais importante resultado proporcionado pela
Logística Reversa em todos os segmentos da sociedade, é a preservação do planeta, cujo
resultado somente se conseguirá através da responsabilidade compartilhada.
Figura 28 – Quando a imagem fala mais do que as palavras
Fonte: MÁRIO SANCHEZ NEVADO, (2012)
)
Referências
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SILVA, Edson. Vamos salvar o planeta. Disponível em: <http://vamossalvarnossoplaneta.blogspot.com.br>. Acesso em: 05 maio 2013.
Assinaturas dos estudantes:
Assinatura do Orientador:
Data: